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ÉMILE DURKHEIM (1858-1917) (A Ordem e o Progresso) Os fatos sociais e seu método. A Anomia é o mal social. A divisão do trabalho e a solidariedade. A sociedade e o imperativo moral. A visão durkhamiana da educação. O suicídio e a religião: fatos

ÉMILE DURKHEIM (1858-1917) (A Ordem e o Progresso) Os fatos sociais e seu método

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ÉMILE DURKHEIM (1858-1917) (A Ordem e o Progresso) Os fatos sociais e seu método. A Anomia é o mal social. A divisão do trabalho e a solidariedade. A sociedade e o imperativo moral. A visão durkhamiana da educação. O suicídio e a religião: fatos sociais. - PowerPoint PPT Presentation

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ÉMILE DURKHEIM (1858-1917)(A Ordem e o Progresso)

Os fatos sociais e seu método. A Anomia é o mal social.

A divisão do trabalho e a solidariedade. A sociedade e o imperativo moral. A visão durkhamiana da educação. O suicídio e a religião: fatos sociais.

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“A educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e

morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto.”

Émile Durkheim

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Questões que preocupavam Durkheim:

O que se passava na França e na Europa? Por que os “sintomas” de desagregação social num

momento de progresso evidente?Como reconstruir no novo tempo a coesão social

perdida? Como manter a “ordem” e o “progresso” (idéia fundamental do positivismo comteano)?

Como fazer nascer uma moral coletiva na sociedade industrial de mudanças velozes? Responder a isso é o papel da Sociologia. Não é pouca coisa, como se

pode perceber.

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ALGUMAS QUESTÕES PRESENTES EM DURKHEIM E NOS DIAS DE HOJE ...

* Como organizar o mundo após a o advento da modernidade?

* Uma nova ordem social seria necessária?* O progresso é algo bom e necessário?

* Que valores irão sustentar o novo mundo?

* Como resolver o problema das desigualdades: habitação, urbanização,

industrialização, violência, etc.

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O QUE ERA A SOCIOLOGIA PARA DURKHEIM ? * Uma reflexão sobre a modernidade?

* Uma busca de solução para os problemas surgidos da transformação do mundo feudal

para o capitalista?* Tinha a pretensão de influir na realidade?* Tem parentêsco com a Filosofia e com a

História?* Uma ciência positiva e engajada?

A resposta é sim para todas as questões ...

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DURKHEIM E A ORDEM SOCIAL(A divisão do trabalho cura a anomia)

1. Intimamente ligado aos aspectos morais.2. O Fato Social e o dualismo moral.3. O cidadão voltado ao interesse coletivo.4. A construção da consciência social.5. Fuga do individualismo .6. Igualitarismo social/desigualdade material.7. A construção da solidariedade.8. O culto às tradições, aos valores éticos e morais.

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OS FATOS SOCIAIS: Só podem ser explicados pelos efeitos

coletivos, pois a Sociedade não é mera soma de indivíduos, é síntese maior do que a soma, um todo (“é o mais poderoso feixe de forças físicas e morais cujo resultado a natureza nos

oferece”). Os fatos sociais são as representações coletivas (como a sociedade

se vê e vê o mundo ao redor).

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DURKHEIM

* Objetividade cientifica:

- Os fatos sociais devem ser tratados como coisas exteriores pelo investigador.

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FATO SOCIAL

OBRIGATORIEDADE GENERALIDADE EXTERIORIDADE

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Os FATOS SOCIAIS são de dois tipos:

a) Maneiras de agir: - mutáveis, como a “dinâmica social” de Comte: correntes de opinião ou ideologias, movimentos sociais, casamentos, suicídios, crimes, etc.

b) Maneiras de ser: - cristalizadas/pouco mutáveis, como a “estática social” de Comte): regras morais, dogmas religiosos, linguagem/escrita, regras jurídicas, sistemas financeiros/moedas, habitação, vestuário, etc.

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MORALIDADE E ANOMIA

Mas o que é anomia – uma das principais idéias de Durkheim – exatamente?A França estava mergulhada em crises durante o Século XIX: Nesse contexto, valores antigos foram sumindo e novos valores não apareceram.

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ANOMIA :Falta de valores morais como referência,

solidariedade social em baixa, desagregação social, etc. Ninguém segue as leis e as regras sociais. Ninguém respeita valores morais e tradições. Ganância das elites econômicas.

Política baseada na lei do mais forte. Sociedade entra em “estado de guerra crônico” –

movimentos políticos radicais, criminalidade em alta, corrupção geral, famílias se despedaçando, etc. Enfim, uma certa

“anarquia”.

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COMO CURAR A SOCIEDADE ANÔMICA?

Solidariedade e Coesão A partir das profissões: divisão do trabalho, corporativismo. Isso pode substituir religiões em declínio e outros valores do passado. O

problema é que cada categoria tem sua moral/ética, mas falta uma moral que unifique todas as profissões. Não pode ser uma “moral

do sucesso”, pois isso gera disputas e mais anomia.

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Coesão, Solidariedade e Consciência

Solidariedade (social), divisão do trabalho (social) e consciência (social). Quer dizer, fora do social/coletivo não somos nada. Existem dois tipos de consciência: a) Individual/pessoal (“fácil” de entender pela psicologia, etc.); b) Social/coletiva: é a dos grupos que fazemos parte (religião, família, escolas, universidades, tradições nacionais, regionais, locais, profissões, partidos, organizações sociais diversas, etc.).

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A DIVISÃO DO TRABALHO, A SOLIDARIEDADE E A INTERDEPENDÊNCIA

A divisão do trabalho social ocorre em todas as áreas, criando uma interdependência e solidariedade, que pode ser de dois tipos: a) Mecânica: indivíduo segue o coletivo por não ter outra saída. Coisa das sociedades mais antigas. Exemplo: obediência a um rei ou déspota. Progressivamente, isso vai mudando ao longo da história com a divisão do trabalho social, urbanização, economia industrial, etc. b) Orgânica: indivíduos com mais liberdade, mas também mais coesos socialmente pela divisão do trabalho social. Maior densidade moral e não apenas seguir regras impostas.

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COMO NASCE A COESÃO SOCIAL?Com a divisão do trabalho social (ou seja, cada um na sua especialidade ou profissão/tarefa

social) faz com que consciência individual prevaleça sobre a consciência social. Daí a

impressão de desagregação e confusão social. Mas, por outro lado, cria uma grande

interdependência entre os homens – as partes individuais. Ninguém vive sem o outro, são

dessemelhantes que se completam – formando o todo social ou coletivo (uma

consciência coletiva) brotando a coesão social, a solidariedade e matando a anomia.

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O FUTURO NOS RESERVA UMA SOCIEDADE CORPORATIVISTA?

Segundo Durkheim, sim. O futuro será de uma sociedade baseada nas profissões, mas solidária e coesa. E a política, igualmente, deve ser baseada no corporativismo. Durkheim não viveu para ver o perigo de sociedades corporativistas e com forte coesão social, como a alemã dos anos trinta, por exemplo. O Brasil, com Getúlio Vargas, buscou imitar este modelo... Tema para reflexão!

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DURKHEIM E A EDUCAÇÃO

Educação é para construir consciência social, “superar a si mesmo”(Socializar). É algo “moralizador” e não apenas para ensinar coisas técnicas para o trabalho. Serve para refletir sobre que tipo de cidadão os alunos estão se tornando dentro do organismo social. As Instituições devem ser fortes a fim de manter a ordem e propiciar o progresso.

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DUKHEIM E O SUICÍDIOPor que os seres humanos suicidam? [este estudo

virou um clássico da sociologia].Respostas tradicionais: patologias diversas, etc.Resposta de Durkheim: não é “doença”, mas um fato social como outro qualquer (casar, roubar, trabalhar, etc.) e, portanto, a sociologia pode e

deve tentar explicá-lo.Método para estudar: definição do que é, criar

tipologia dos suicídios e fazer observações/controles estatísticos. [Durkheim fez

isso usando dados disponíveis de países europeus].

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OS TIPOS DE SUICÍDIOConcluiu que são basicamente de três tipos:

a) Egoísta: desamparo moral, melancolia e depressão, mas sempre tendo na origem “causas

sociais”; b) Altruísta: velhos e viúvas querendo evitar

“trabalho” a outros, militares por motivos de honra (japoneses na 2ª GG, por exemplo), etc., mas

igualmente tendo “causas sociais”; c) Anômico: fruto da desagregação social e

perda de referências morais nas sociedades contemporâneas – pessoas que se sentem “fora do

coletivo”.

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Os tipos mais freqüentes e ocorrênciasO primeiro (Egoísta) sempre existiu, mas é mais comum em épocas de baixa socialização e ego descomedido – mundo atual ainda tem muitos

casos desse tipo. O segundo (Altruísta) ainda existe atualmente,

como é o caso dos que morrem em nome de uma religião ou causa política – a “turma” do Bin Laden

e o atentado do WTC, por exemplo. O terceiro (Anômico), porém, é a marca registrada

do mundo contemporâneo: normas ausentes, valores morais em declínio, etc. lançam o

indivíduo num “vácuo moral” e aí acontece o suicídio.

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O MUNDO MODERNO E A ANOMIAQuanto mais velozes as mudanças tecnológicas, maior a anomia. [A globalização, então, é uma

“máquina” de produzir anomia? Vamos estudar isso depois].

Quer dizer, sociedade em estado de anomia (valores morais, regras/normas e costumes em declínio) faz aumentar o número de suicídios e

a criminalidade em geral.

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DURKHEIM E A RELIGIÃO

“A humanidade foi abandonada sobre a Terra às suas únicas forças e não pode senão contar consigo

mesma para dirigir seus destinos”.

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Durkheim tem interesse pela religião porque ela é antes de tudo um fenômeno coletivo, articulado através de um “sistema de crenças e práticas” que

têm o efeito de criar entre os indivíduos afinidades sentimentais que constituem a base de

classificações e representações coletivas.

Para o sociólogo francês, a religião pode ser vista como realidade intelectual ao fazer a distinção

entre o mundo sagrado e o profano.

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A dualidade sagrado-profana somada a prática dos rituais fazem da religião uma força moral: uma entidade que define os

limites entre o certo e o errado e o faz operar na medida em que recompensa

quem está certo e pune quem está errado (pecado).

Desse modo, promove sentimentos de fazer parte ( coesão) e de exclusão

(anomia).

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Os ideais expressos nas crenças religiosas são , pois, os ideais morais em que se baseia a

unidade da sociedade. Sempre que os indivíduos se juntam num ritual religioso estão

a afirmar a sua fé na ordem moral de que depende a solidariedade mecânica dessa

sociedade.Para Durkheim, em linhas gerais, a religião colabora para a coesão social, uma vez que

ordena os indivíduos, agrega valores e define limites da conduta moral.

FIM