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Émile Durkheim Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação , pesquisa Émile Durkheim Nascimento 15 de abril de 1858 Épinal , França Morte 15 de novembro de 1917 (59 anos) Paris , França Nacionalidad e Francês Ocupação Acadêmico, sociólogo, antropólogo, filósofo Influências Influências[Expandir] Influenciado s Influenciados[Expandir] Escola/ tradição Positivismo , Funcionalismo , Evolucionismo Principais interesses Sociologia , Antropologia , Ciência , Epistemologia , Religião , Suicídio , Educação , Direito , Ética Ideias Fato Social , Consciência

Émile Durkheim

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Page 1: Émile Durkheim

Émile DurkheimOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

Émile Durkheim

Nascimento 15 de abril de 1858Épinal, França

Morte 15 de novembro de 1917 (59 anos)Paris, França

Nacionalidade Francês

Ocupação Acadêmico, sociólogo, antropólogo, filósofo

InfluênciasInfluências[Expandir]

InfluenciadosInfluenciados[Expandir]

Escola/tradição Positivismo, Funcionalismo, Evolucionismo

Principais interesses

Sociologia, Antropologia, Ciência, Epistemologia, Religião, Suicídio, Educação, Direito, Ética

Ideias notáveis Fato Social, Consciência coletiva, Anomia

Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917) é considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É amplamente reconhecido como um dos melhores teóricos do conceito da coesão social.

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Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura.

Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo (preponderância progressiva da solidariedade orgânica).

A sociologia fortaleceu-se graças a Durkheim e seus seguidores. Suas principais obras são: Da divisão do trabalho social (1893); Regras do método sociológico (1895); O suicídio (1897); As formas elementares de vida religiosa (1912). Fundou também a revista L'Année Sociologique, que afirmou a preeminência durkheimiana no mundo inteiro.

Índice

[esconder]

1 Biografia 2 Pensamento 3 Principais obras 4 Referências bibliográficas 5 Ver também

[editar] Biografia

Émile Durkheim nasceu em Épinal, na Alsácia no dia 15 de abril de 1858. Descendente de uma família judia. Iniciou seus estudos filosóficos na Escola Normal Superior de Paris, indo depois para Alemanha. Ainda moço decidiu não seguir o caminho dos familiares levando, pelo

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contrário, uma vida bastante secular. Em sua obra, por exemplo, explicava os fenômenos religiosos a partir de fatores sociais e não divinos. Tal fato não o afastou, no entanto, da comunidade judaica. Muitos de seus colaboradores, entre eles seu sobrinho Marcel Mauss formaram um grupo que ficou conhecido como escola sociológica francesa. Entrou na École Normale Supérieure em 1879 juntamente com Jean Jaurès e Henri Bergson. Durante estes estudos teve contatos com as obras de August Comte e Herbert Spencer que o influenciaram significativamente na tentativa de buscar a cientificidade no estudo das humanidades. Suas principais obras são: Da divisão do trabalho social, As regras do método sociológico, O suicídio, Formas elementares da vida religiosa, Educação e sociologia, Sociologia e filosofia.

[editar] Pensamento

Durkheim formou-se em Filosofia, porém sua obra inteira é dedicada à Sociologia. Seu principal trabalho é na reflexão e no reconhecimento da existência de uma "Consciência Coletiva". Ele parte do

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princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste.

A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou de "Socialização", a consciência coletiva seria então formada durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse "tudo" ele chamou de "Fatos Sociais", e disse que esses eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia.

Nem tudo que uma pessoa faz é um fato social, para ser um fato social tem de atender a três características: generalidade, exterioridade e coercitividade. Isto é, o que as pessoas sentem, pensam ou fazem independente de suas vontades individuais, é um comportamento estabelecido pela sociedade. Não é algo que seja imposto

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especificamente a alguém, é algo que já estava lá antes e que continua depois e que não dá margem a escolhas.

O mérito de Durkheim aumenta ainda mais quando publica seu livro "As regras do método sociológico", onde define uma metodologia de estudo, que embora sendo em boa parte extraída das ciências naturais, dá seriedade à nova ciência. Era necessário revelar as leis que regem o comportamento social, ou seja, o que comanda os fatos sociais.

Em seus estudos, os quais serviram de pontos expiatórios para os inícios de debates contra Gabriel Tarde (o que perdurou praticamente até o fim de sua carreira), ele concluiu que os fatos sociais atingem toda a sociedade, o que só é possível se admitirmos que a sociedade é um todo integrado. Se tudo na sociedade está interligado, qualquer alteração afeta toda a sociedade, o que quer dizer que se algo não vai bem em algum setor da sociedade, toda ela sentirá o efeito. Partindo

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deste raciocínio ele desenvolve dois dos seus principais conceitos: Instituição social e Anomia.

A instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele participam. As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, polícia ou qualquer outra, elas agem fazendo força contra as mudanças, pela manutenção da ordem.

Durkheim deixa bem claro em sua obra o quanto acredita que essas instituições são valorosas e parte em sua defesa, o que o deixou com uma certa reputação de conservador, que durante muitos anos causou antipatia a sua obra. Mas Durkheim não pode ser meramente tachado de

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conservador, sua defesa das instituições se baseia num ponto fundamental, o ser humano necessita se sentir seguro, protegido e respaldado. Uma sociedade sem regras claras (num conceito do próprio Durkheim, "em estado de anomia"), sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da criminalidade, do suicídio e da religião. O homem que inovou construindo uma nova ciência inovava novamente se preocupando com fatores psicológicos, antes da existência da Psicologia. Seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da obra de outro grande homem: Freud.

Basta uma rápida observação do contexto histórico do século XIX, para se perceber que as instituições sociais se encontravam enfraquecidas, havia muito questionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam, muita gente vivendo em condições miseráveis, desempregados, doentes e

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marginalizados. Ora, numa sociedade integrada essa gente não podia ser ignorada, de uma forma ou de outra, toda a sociedade estava ou iria sofrer as consequências. Aos problemas que ele observou, ele considerou como patologia social, e chamou aquela sociedade doente de "Anomana". A anomia era a grande inimiga da sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do sociólogo seria, portanto, estudar, entender e ajudar a sociedade.

Na tentativa de "curar" a sociedade da anomia, Durkheim escreve "Da divisão do trabalho social", onde ele descreve a necessidade de se estabelecer uma solidariedade orgânica entre os membros da sociedade. A solução estaria em, seguindo o exemplo de um organismo biológico, onde cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver, se cada membro da sociedade exercer uma função na divisão do trabalho, ele será obrigado através de um sistema de direitos e deveres, e também

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sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros. O importante para ele é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade de forma orgânica, interiorizada e não meramente mecânica.

Émile Durkheim morreu em 15 de novembro de 1917 em Paris.

[editar] Principais obras

O Wikiquote possui citações de ou sobre: Émile Durkheim

Da divisão do trabalho social , 1893; Regras do método sociológico , 1895; A Lei do Come e Mata , 1896; As coisas do nosso mundo atual , 1896; O homem , 1897; Sociedade e trabalho , 1907; Oque fomos nós nas nossas vidas

antepassadas?, 1910; As formas elementares de vida

religiosa, 1912;

Page 10: Émile Durkheim

Da divisão do trabalho social

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa De la division du travail socialDa Divisão Do Trabalho Social

Autor Émile DurkheimAssunto sociologiaLançamento 1893

Da divisão do trabalho social é um livro escrito por Émile Durkheim que analisa as funções sociais do trabalho na sociedade e

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procura mostrar como na modernidade tal divisão é a principal fonte de coesão ou solidariedade social.

[editar] Da Solidariedade Mecânica à Orgânica

No curso dessa pesquisa, Durkheim classificou a sociedade em dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica, que associou a dois tipos de lei, por ele denominados de Direito penal e Direito civil.

Tal divisão está ancorada nos dois tipos de consciência que têm lugar nos seres sociais, a consciência coletiva e a individual. Para Durkheim, o desenvolvimento de uma é exclusivo em relação a outra, sendo o processo de predominância da consciência coletiva em relação à individual o processo de evolução das sociedades, ou de sua complexificação, como também denomina o autor.

A complexificação define uma mudança em que os diversos corpos sociais,

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primitivamente indiferenciados no seu interior, fragmentam-se estabelecendo trocas com outros grupos e definindo diferentes funções no seu interior. As sociedades primitivas seriam aquelas em que a consciência coletiva se encontra desenvolvida de modo absoluto. Todos os indivíduos que compõem uma sociedade neste estágio detêm as mesmas representações coletivas, as mesmas finalidades, comungando dos mesmos valores. O trabalho necessário para atender suas necessidades encontra-se parcamente diferenciado, ou diferenciado apenas entre os sexos. Neste estágio a consciência individual é nula ou quase nula.

Isto permite ao autor sustentar o argumento de que não se trata de sociedades mais ou menos coercitivas, pois onde não se desenvolveu a consciência individual, não se pode coibi-la. Durkheim ainda argumenta que nestas sociedades o indivíduo, e/ou um pequeno séquito dentro delas, mais facilmente rompe e deserda da

Page 13: Émile Durkheim

mesma pois contem em si o conjunto das representações que definem o todo social e por isso está apto a cumprir todas as funções necessárias a sua sobrevivência.

O que caracteriza o desenvolvimento das sociedades modernas para Durkheim seria a diferenciação social, a complexificação das funções exercidas por um corpo social. A isso encontra-se vinculada a predominância da consciência individual com relação à coletiva. Entretanto, o argumento durkheimiano é contrário ao individualismo do liberalismo econômico que pressupõe a ação econômica como o fundamento da sociedade e o único substrato possível de uma moral que não tolha o indivíduo.

Durkheim vê neste argumento um erro segundo sua lógica funcionalista. Para o autor, mesmo a consciência individual é formada socialmente. A consciência levada a ver o indivíduo como desprovido de influências de seu meio social é somente incapaz de percebê-la, pois esta é profunda e constitui seu próprio processo formativo.

Page 14: Émile Durkheim

Desse modo é que a diferenciação social, a complexificação da sociedade, não trata de romper os laços sociais, mas de transformá-los. A divisão do trabalho social não provoca segundo o autor, senão em suas formas patológicas, a desintegração da sociedade mas um novo tipo de solidariedade.

Sendo mecânica a solidariedade das sociedades primitivas, nas sociedades evoluídas a solidariedade é orgânica. O processo de divisão do trabalho forma indivíduos que são cada vez mais capazes de perceber o quanto dependem dos outros. Por isso a consciência individual, para Durkheim, não é sinônimo de individualismo e/ou egoísmo, mas de uma auto-consciência formada socialmente. É sim possível diferenciar-se, assumir gostos particulares, desempenhar diferentes profissões, mas na medida em que estas possibilidades proliferam, mais estreita se torna a e complementariedade proveniente das diversas atividades exercidadas pelos

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indivíduos no corpo social pois quanto mais especializadas as funções maior o seu número.

Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Da_divis%C3%A3o_do_trabalho_social"Categorias: Livros de sociologia | Livros de 1893

Biografia

q Émile Durkheim nasceu na cidade de Épinal (região

de Lorena, França) no dia 15 de abril de 1858. Faleceu em Paris, capital francesa, em 15 de novembro de 1917.

q Viveu numa família muito religiosa, pois seu pai era

um rabino. Porém, não seguiu o caminho da família, optando por uma vida secular.

06/12/10

Page 16: Émile Durkheim

q

Desde

jovem, foi um

06/12/10

q Cinco anos após sua formatura, foi trabalhar na

Universidade de Burdeos como professor de pedagogia e ciência social. Neste período, começaram seus estudos sobre sociologia.

q Durkheim é o primeiro sociólogo que teoriza de

forma mais sistemática a Sociologia da Educação. Ele queria construir uma saber rigoroso da sociedade.

06/12/10

q Ele se preocupava em estudar as fatos sociais da

forma como se analisa os fenômenos da natureza, delimitando o objeto e o método e as aplicações dessa novas ciência.

q Os fatos sociais são coercivos, ou seja, eles são

impostos pela sociedade ao indivíduo levando a sociedade em que vive a não ter escolhas e vontades.

06/12/10

q Existem fenômenos sociais que devem ser analisados

Principais aspectos da teoria sociológica de Durkheim

e demonstrados com técnicas especificamente sociais.

q A sociedade era algo que estava fora e dentro do

homem ao mesmo tempo, graças ao que se adotava de valores e princípios morais;

06/12/10

q As pessoas

Page 17: Émile Durkheim

se

educam

06/12/10

influenciadas

Principais obras:

Da Divisão do Trabalho Social(1893)

Trata-se

dos

agrupamentos

profissionais que estão destinados a desempenhar a organização dos povos contemporâneos. Tratando dos fatos da vida moral a partir do método das ciências positivas sem seguir o método de ciências positivas como a biologia, a psicologia, a sociologia. Seu objetivo é fazer a ciência da moral.

06/12/10

As regras do método sociológico (1895)

"Os fatos sociais devem

ser tratados coisas". como

Durkheim

orienta

de

modo

decisivo uma disciplina que estava se formando e à qual esta obra, dava fundamentos sólidos. Para Durkheim existe uma ruptura entre a psicologia e a sociologia. A consciência coletiva é distinta da consciência individual.

06/12/10

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Émile Durkheim, em O Suicídio , tentou mostrar que as causas do auto-extermínio têm fundamento social e não individual. Descreve três tipos de suicídio: o egoísta, em que o indivíduo se afasta dos seres humanos; o anomico, originário do suicida, da crença que todo mundo social, com seus valores e regras; e o altruísta, por lealdade a uma causa.

06/12/10

O suicídio (1897)

Livros sobre educação

06/12/10

Sociologia e Filosofia

q

Émile

Durkheim

(1858-1917),

sociólogo e filósofo francês, com seu pensamento positivista e coletivista contribuiu para o desenvolvimento da sociologia francesa. A escola sociológica, da qual ele fazia parte afasta-se da filosofia da história e passa a explicar todos os fatos da vida humana como resultado da ação das forças sociais.

06/12/10

q Sua tese principal do livro Divisão do trabalho social

(1893) demonstrou que o desenvolvimento do indivíduo tem relação de dependência com o da sociedade.

q Defendeu seus princípios nas Regras do método

sociológico (1984) e em O Suicídio (1897), provou que as causas que levam alguém a querer se matar são de natureza sociológica e não individual.

06/12/10

Page 19: Émile Durkheim

Educação e Sociologia

q A educação, bem longe

de ter o indivíduo e os seus interesses como único e principal objetivo é, antes de mais, o meio pelo qual a sociedade renova continuamente as condições da sua própria existência.

06/12/10

q A sociedade só pode viver se entre os seus membros

existir suficiente homogeneidade.

q A educação reforça tal homogeneidade começando

por fixar no espírito da criança as semelhanças essenciais que a vida coletiva requer.

Obra escrita em português de Portugal.

06/12/10

A Evolução Pedagógica

q A Evolução Pedagógica é

um texto essencial deste ilustre pensador francês, Emile Durkheim. A partir da premissa de que é preciso que a reflexão penetre e aclare, cada vez mais, a prática em todas as áreas e, principalmente, na atividade da educação

06/12/10

q O autor revoga a ordem geral de dar descrédito à

pedagogia, como algo a ser especulado e não profundamente reflexionado.

q Esta obra é um marco no pensamento francês e

europeu e pode agora ser conhecida por todos os leitores de língua portuguesa preocupados com os atos de pensar, aprender e ensinar.

06/12/10

q Separa o social do individual como duas esferas

Page 20: Émile Durkheim

Indivíduo e sociedade

independentes da realidade humana

q A sociedade não é mera soma de indivíduos, ao contrário

o sistema formando por sua associação representa uma realidade específica em suas formas de solidariedade social.

q Morfologia Social

Classificação geral das sociedades segundo o grau de complexidade.

A semelhança das espécies vivas, escala evolutiva das mais simples as mais complexas.

06/12/10

q Personalidade conjunto de traços mentais e

Consciência individual e consciência coletiva

emocionais que identificam um indivíduo e o distinguem de todos os outros.

q Conjunto de crenças e sentimentos comuns ou comum

dos membros de determinada sociedade.

06/12/10 q Forma um sistema determinado com vida própria.

1. Precisa ter um objeto específico de estudo. Diferentemente da filosofia ou da psicologia, o objeto próprio da sociologia é o fato social.

2. Precisa respeitar e aplicar um reconhecimento objetivo, um método científico, trazendo-a para perto, dentro do possível, das outras ciências exatas. Este método pode evitar a todo custo preconceitos e julgamentos subjetivos.

PEDAGOGIA

Émile Durkheim

Page 21: Émile Durkheim

Para o sociólogo francês, a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social

01/07/2008 13:51

TextoArthur Guimarães e Heloisa Gomyde

Foto: Wikimedia Commons

Para Durkheim, quanto mais eficiente for o ensino, melhor para a sociedade----- PAGINA 01 -----

Frases de Émile Durkheim:

“A educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto”

“A sociedade e cada meio social particular determinam o ideal que a educação realiza”

Émile Durkheim nasceu em 1858, em Épinal, no noroeste da França, próximo à fronteira com a Alemanha. Era filho de judeus e optou por não seguir o caminho do rabinato, como era costume na

Page 22: Émile Durkheim

O ESTUDO DE DURKHEIM SOBRE O SUICÍDIO Foi extremamente gratificante e estimulante à leitura e reflexão sobre este texto e poder comentar alguns aspectos deste clássico. Um aspecto que chamou atenção foi porque o suicídio (ato individual) foi estudado por Durkheim como um fenômeno social? Durkheim trata o suicídio de forma não psicológica, mas de forma social, buscando padrões empíricos em diversas sociedades e seguindo um método comparativo. É daí que Durkheim consegue definir os 4 tipos de suicídio do ponto de vista sociológico (egoísta, altruísta , anômico e fatalista - e suas combinações). O suicídio egoísta - que resulta de uma individualização excessiva e cujo grau de integração do indivíduo na sociedade não se apresenta suficientemente forte; o suicídio altruísta - que ao contrário resulta de uma individualização insuficiente e o suicídio anômico - que se relaciona com uma situação de desregramento, típica dos períodos de crise, que impede o indivíduo de encontrar uma solução bem definida para os seus problemas, situação que favorece um sucessivo acumular de fracassos e decepções propícias ao suicídio. sociedades tradicionais onde a solidariedade mecânica prevalece.O último tipo de suicídio é o suicídio fatalista. Embora Durkheim o visse como de pouca relevância contemporânea, ele acreditava que isso acontece quando um indivíduo é regulado demais pela sociedade. A opressão do indivíduo resulta em um sentimento de impotência diante do destino ou da sociedade. Pela observação de estatísticas oficiais, este autor concluiu que o suicídio era mais freqüente nas comunidades protestantes que nas comunidades católicas, fenômeno que explicou através da noção de integração religiosa. No mesmo sentido, Durkheim verificou que o suicídio ocorria menos entre os indivíduos casados que entre solteiros situação que, segundo ele, se explicaria através da noção de integração familiar. Neste trabalho, notou ainda que a taxa de suicídios diminuía em períodos de grandes acontecimentos políticos, em que aumentava a coesão sócia-política em torno da idéia de nacionalidade. Isso não quer dizer que o suicídio seja ontologicamente um fato social, ele o é enquanto a sociologia o encara da maneira pautada pelo exposto pelo sociólogo. Assim, o suicídio é um fato social a partir do momento em que se pode enquadrá-lo nos termos do objeto típico da sociologia na visão de Durkheim e segundo as características intrínsecas desse objeto. Segundo Durkheim ainda que os humanos vejam a si mesmos como indivíduos que têm liberdade de arbítrio e de escolha, seus comportamentos são freqüentemente padronizados e moldados socialmente. Concordo, sim, que a sociedade molda e padronizam muitos dos nossos comportamentos, mas nem todas as nossas atitudes e atos são padronizados pela sociedade como afirma o sociólogo. Certamente que há suicídios que podem ser explicados por fatores sociais, mas, outros, no entanto é sim, um ato individual cuja sociedade não tem nenhuma responsabilidade. Ele relacionou sua explicação à idéia de solidariedade social e a dois tipos de laços dentro da sociedade - a integração social e a regulação social. Entendo que o sociólogo baseou seus estudos em estatísticas, e em parte, concordo com ele e que suas explicações, fazem sentido. Entretanto, percebo certo radicalismo nas idéias do autor sobre o suicídio. Entendo que o estudo do suicídio, que é um fenômeno especificamente individual, apesar de só em aparência, permitiu a Durkheim demonstrar as fortes relações entre o indivíduo e a coletividade. A partir destas observações, o sociólogo pôde assim concluir que o suicídio variava na razão inversa do grau de integração da

Page 23: Émile Durkheim

sociedade religiosa, familiar e política. Um aspecto deixou de ser analisado no caso do suicídio, o indivíduo deve ser considerado como a causa matéria, mas somente os fatores são causas eficientes ou as causas realmente ativas do suicídio, ou, como somente os fatores sociais podem ser usados para dar uma explicação científica do suicídio? No entanto a investigação de Durkheim leva-nos a visualizar a maneira como tal fenômeno, tão aparentemente individual, desenvolve-se a partir de todo um complexo quadro social. Algumas primeiras pistas para isso é a constatação de que toda sociedade apresenta uma específica taxa anual de suicídios. Em resumo, o texto o suicídio prima pela maneira que usa observações estatísticas para buscar na realidade aspectos de toda e qualquer cogitação de seu autor e por usar estes aspectos como guia fundamental às conclusões propostas.

Fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/1670468-an%C3%A1lise-livro-estudo-durkheim-sobre/#ixzz1KpYqPnPx

Resumo do Artigo por:Zelinda Autor : Émile Durkheim

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Neste texto, Durkheim analisa e explica a religião mais primitiva e simples que se tem conhecimento, o totemismo. Para ele, para ser chamada de primitiva uma religião deve satisfazer duas condições: a) deve ser encontrada numa sociedade que seja a mais simples em comparação às existentes e b) que seja explicada por seus próprios elementos, sem que nenhum elemento de uma religião anterior intervenha. O autor justifica a escolha por religiões primitivas dizendo que não se trata simplesmente de derivar o cristianismo, religião considerada superior, do totemismo. Ele rejeita o caráter de superstição e mentira atribuído ao totemismo alegando que justamente por estar fundada na natureza das coisas, por

Objeto da pesquis

Page 24: Émile Durkheim

pertencer ao real e exprimi-lo as religiões primitivas devem ser consideradas. Se elas existem, satisfazem a uma necessidade humana. Durkheim rejeita a existência de religiões falsas. Para ele, apesar de serem possíveis de hierarquização, já que existem religiões mais ou menos complexas ou simples, nunca podemos dizer que existem religiões falsas. Ele aponta a importância da diacronia no estudo de uma determinada instituição dizendo que só com o método histórico podemos decompor seus elementos constitutivos e entender sua origem. Para ele, antes de descrever esta ou aquela religião, é preciso saber o que é a religião de uma maneira geral. Ele diz que o método dialético utilizado pelos filósofos, através do qual eles apenas analisam o idéia que fazem da religião, deve ser abandonado. Durkheim chama atenção para a necessidade de observação não só dos caracteres exteriores de uma religião, mas das representações e atitudes rituais que desempenham as mesmas funções em todos os sistemas de crenças e em todos os cultos. São esses elementos que constituem a essência da religião. Dada a diversidade das religiões, como definir os elementos que são comuns a todas elas? É aí que Durkheim justifica sua escolha pelas religiões de sociedades simples. Como nelas as práticas religiosas ainda se encontram nuas, sem o refinamento das religiões complexas, elas se constituem casos privilegiados para o estudo da essência da religião. Além de permitir destacar os elementos constitutivos da religião, as religiões primitivas facilitam sua explicação, pois nelas os fatos são mais simples e as relações entre os fatos mais evidentes. Para Durkheim, à medida em que as religiões se desenvolvem, as causas que as originaram deixam de ser percebidas dada a interferência de um sistema de interpretação que as deformam. Ao falar em origem das religiões, Durkheim diz que não se refere a um começo absoluto, a um instante em que a religião começou a existir, mas a causas. Como um dos primeiros sistemas de representação, a religião, ao mesmo tempo em que enriqueceu o espírito humano previamente formado também contribuiu para formar esse espírito. Durkheim diz que grande parte das noções que são essenciais ao processo de pensar (noções de tempo, de espaço, de gênero, de número, de causa, de substância, de personalidade etc.), que correspondem às propriedades mais universais das coisas, se encontram na religião. Durkheim define as representações coletivas como produtos de uma multidão de espíritos que se sucedem após gerações sucessivas. Por este motivo que a razão tem o poder de ultrapassar o alcance dos conhecimentos empíricos. Segundo Durkheim, o homem é duplo, um ser individual e um ser social ao mesmo tempo. É o caráter social que explica porque as categorias são necessárias, ou seja, se impõem ao espírito sem ser acompanhada de nenhuma prova. Para que elas exprimam as relações mais gerais que existem entre as coisas é necessário o consenso em torno do que elas significam. Esse primado do social se dá de forma coercitiva. Durkheim associa as categorias e sua definição eminentemente social à natureza ao afirmar que a sociedade é a manifestação mais elevada da natureza. Assim, ele evita que elas sejam consideradas apenas metáforas quando aplicadas ao restante da natureza. O apriorismo e o empirismo são conciliados na teoria do conhecimento elaborada por Durkheim.

Publicado em: 20 setembro, 2007

Fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/1673559-objeto-da-pesquisa-sociologia-religiosa/#ixzz1Kpa6bT2g

Page 25: Émile Durkheim

Resumo do Artigo por:V. Hernandez Autor : Carla Isidoro

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Émile Durkheim além de ser considerado um dos fundadores da sociologia moderna, é considerado o pai da sociologia da educação. A educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta e, a construção do ser social – feita em boa parte pela educação – é a absorção do indivíduo de uma série normas e princípios (morais, religiosos, éticos, comportamentais, etc.) que determinam o comportamento do individuo na sociedade, segundo ele. Tinha como máxima que os “fatos sociais devem ser tratados como coisa”.Durkheim acreditava que a palavra educação era empregada em um sentido muito amplo e, por isso, tinha sua própria definição do termo; cria que era preciso considerar os sistemas educacionais da atualidade e compará-los aos mais antigos e apontar o que era comum entre eles. Para ele não havia uma educação ideal: em uma sociedade poderiam existir vários tipos, de acordo com a classe social, religião, região, mercado de trabalho, etc. E cada sistema social define o seu tipo de educação para formar o “homem ideal”.A educação, segundo o sociólogo, era considerada um fato social pelo qual o individuo era coagido a fim de integrar-se ao sistema social da sociedade em que vive e seus conteúdos são independentes da vontade do indivíduo. O indivíduo só pode agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende e não poderá sabê-la sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada.Durkheim acreditava que a educação tinha como objetivo promover na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto e seu caráter social é a formação do ser social em cada um de nós. A ação educativa formaria seres que tomariam parte no espaço público de suas sociedades e não restringido apenas o seu desenvolvimento individual. O sociólogo francês pensava que a ação do Estado sobre a educação não deve ser restrita, pois ela tem a função social de adaptar a criança ao meio social. Isso não significa que deveria haver

Émile Durkheim - R

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um monopólio da educação por parte do Estado, mas que o mesmo devia fiscalizá-lo quanto à comunhão de idéias e sentimentos que contribuem na organização da sociedade.Para Durkheim, o educador deveria passar seu conhecimento cuidadosamente afim de não tirar a liberdade de pensamento dos jovens. As crianças trazem consigo somente a natureza do indivíduo ficando vulneráveis a imitar seus educadores. O professor tem naturalmente reconhecida a autoridade necessária para influenciar o aluno devido à superioridade de conhecimento acadêmico e empírico, os quais proporcionam eficiência no seu trabalho.O legado que o educador transmite a seus alunos está diretamente ligado ao resultado de seu futuro como ser social, ou seja, como cidadão. O professor precisa acreditar no valor que tem o seu ministério: ele não está somente capacitando para o futuro profissional, mas, principalmente, para a formação deste ser social que agirá segundo a moral que rege a sociedade que vive. Cada sociedade tem um ideal para sua educação e o sei sucesso está intrínseco ao trabalho exercido pelos educadores, sejam eles pais ou mestres.

Fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/1938728-%C3%A9mile-durkheim-resenha/#ixzz1Kpi5zeyr

2. A obra

 

2.1. Sua posição no desenvolvimento da Sociologia

 

Em artigo publicado em 1900 na Revue Bleue (“La Sociologie en France ao XIXe siècle”), defende a tese de que a Sociologia é “uma ciência essencialmente francesa” (DURKHEIM, 1970: p. 111), dado seu nascimento com Augusto Comte. Mas, morto o mestre, a atividade intelectual sociológica de seus discípulos foi sobrepujada pelas preocupações políticas. E a Sociologia imobilizou-se durante toda uma geração na França. Mas prosseguira, enquanto isso, seu caminho na Inglaterra, com Spencer e o organicismo. A França pós-napoleônica viveu num engourdissement mental, que só se interromperia momentaneamente com a Revolução de 1848 e, posteriormente, com a Comuna de Paris.

Durkheim é severo no julgamento do período que o antecedeu de imediato: fala mesmo de uma “acalmia intelectual que desonrou o meado do século e que seria um desastre para a nação”(id., ibid. p. 136).

O revigoramento da Sociologia se teria iniciado com Espinas, que introduziu o organicismo na França, ao mostrar que as sociedades – são organismos, distintos dos puramente físicos – são organizações de idéias. Mas para Durkheim tais formulações são próprias de uma fase heróica, em que os sociólogos procuram abranger na Sociologia todas as ciências.

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“É tempo de entrar mais diretamente em relação com os fatos, de adquirir com seu contato o sentimento de sua diversidade e sua especificidade, a fim de diversificar os próprios problemas, de os determinar e aplicar-lhes um método que seja imediatamente apropriado à natureza especial das coisas coletivas”(id., ibid. p. 125-26).

 

Nada disso podia fazer o organicismo, que não nos dera uma lei sequer.

A tarefa a que se propôs Durkheim foi

 

“em lugar de tratar a Sociologia in genere, nós nos fechamos metodicamente numa ordem de fatos nitidamente delimitados salvo as excursões necessárias nos domínios limítrofes daquele que exploramos, ocupamo-nos apenas das regras jurídicas e morais, estudadas seja no seu devir e sua gênese [cf. Division du travail] por meio da História e da Etnografia comparadas, seja no seu funcionamento por meio da Estatística [cf. Le suicide]. Nesse mesmo círculo circunscrito nos apegamos aos problemas mais e mais restritos. Em uma palavra, esforçamo-nos em abrir, no que se refere à Sociologia na França, aquilo que Comte havia chamado a era da especialidade”(DURKHEIM, 1970: p. 126).

 

Eis, em suas próprias palavras, as linhas mestras de sua obra.

Sua preocupação foi orientada pelo fato de que a noção de lei estava sempre ausente dos trabalhos que visavam mais à literatura e à erudição do que à ciência:

 

“A reforma mais urgente era pois fazer descer a idéia sociológica nestas técnicas especiais e, por isso mesmo, transforma-las, tornando realidade as ciências sociais”(id., ibid. p. 127).

 

A superação dessa “metafísica abstrata” exigia um método, tal como o fez em Les règles de la méthode sociologique. Mas estas não surgiram de elaborações abstratas

 

“desses filósofos que legiferam diariamente sobre o método sociológico, sem ter jamais entrado em contato com os fatos sociais. Assim, somente depois que ensaiamos um certo número de estudos suficientemente variados, é que ousamos traduzir em preceitos a técnica que havíamos elaborado. O método que expusemos não é senão o resumo da nossa prática”(id., ibid. p. 128).

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A tarefa a que se propôs era, pois, conscientemente da maior envergadura. Ela se tornou possível no final do século XIX devido à "reação científica" que estava ocorrendo. Nesse sentido, a França voltava - a desempenhar o papel predestinado no desenvolvimento da Sociologia. Dois fatores favoreciam isso: primeiro, o acentuado enfraquecimento do tradicionalismo e, segundo, o estado de espírito nacionalista. A França e o pais de Descartes e, apesar de sua concepção ultrapassada de racionalismo, para superá-lo era mais importante ainda conservar os seus princípios : “Devemos empreender maneiras de pensar mais complexas, mas conservar esse culto das idéias distintas, que está na própria raiz do espírito francês, como na base de toda ciência”(id., ibid. p. 135). Eis-nos portanto diante de um renascimento do iluminismo, na figura desse Descartes moderno que foi Émile Durkheim.

 

2.2. Concepção de Ciência e de Sociologia

 

Dentro da tradição positivista de delimitar claramente os objetos das ciências para melhor situá-las no campo do conhecimento, Durkheim aponta um reino social, com individualidade distinta dos reinos animal e mineral. Trata-se de um campo com caracteres próprios e que deve por isso ser explorado através de métodos apropriados. Mas esse reino não. se situa à parte dos demais, possuindo um caráter abrangente:

 

“porque não existe fenômeno que não se desenvolva na sociedade, desde os fatos físico-químicos até os fatos verdadeiramente sociais” (“La Sociologie et son domaine scientifique.” Apud CUVILLIER, 1953: p. 179).

 

Nesse mesmo artigo (datado também de 1900), em que contrapõe suas concepções àquelas formalistas de Simmel, e onde antecipa várias colocações posteriores (como sua divisão da Sociologia, cf. p. 41), Durkheim fala também de um reino moral, ao concluir que:

 

“a vida social não é outra coisa que o meio moral, ou melhor, o conjunto dos diversos meios morais que cercam o indivíduo” (id., ibid. p. 198).

 

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Aproveita para esclarecer o que entende por fenômenos morais:

 

“Qualificando-os de morais, queremos dizer que se trata de meios constituídos pelas idéias; eles são, portanto, face às consciências individuais, como os meios físicos com relação aos organismos vivos”(id., ibid.).

 

No início de sua carreira Durkheim empregava o termo "ciências sociais", paulatinamente substituído pelo de “sociologia”, mas reservando aquele ainda para designar as “ciências sociais particulares” (i. é, Morfologia Social, Sociologia. Religiosa etc.), que são divisões da Sociologia.

Ao iniciar suas funções em Bordeaux, foi convidado a pronunciar a aula inaugural do ano letivo de 1887-88, publicada neste último ano sob o título de “Cours de Science Sociale” (DURKHEIM, 1953: p. 77-110). Ele corresponde na verdade a um programa de trabalho  é serve para expressar suas concepções básicas é sua preocupação dominante de limitar é circunscrever ao máximo a extensão de suas investigações. Nesse sentido, a Sociologia constitui “uma ciência no meio de outras ciências positivas” (id., ibid. p. 78). E por ciência positiva entende um “estudo metódico” que conduz ao estabelecimento das leis, mais bem feito péla experimentação:

 

“Se existe um ponto fora de dúvida atualmente é que todos os seres da natureza, desde o mineral até o homem, dizem respeito à ciência positiva, isto é, que tudo se passa segundo as leis necessárias” (id., ibid. p. 82).

 

Desde Comte a Sociologia tem um objeto, que permanece entretanto indeterminado: ela deve estudar a Sociedade, mas a Sociedade não existe: “Il y a des sociétés” (id., ibid. p. 88) – que se classificam em gêneros e espécies, como os vegetais é os animais. Após repassar os principais autores que lidaram com essa disciplina, conclui:

 

“Ela [a Sociologia] tem um objeto. claramente definido e um método para estudá-lo. O objeto são os fatos sociais; o método e a observação e a experimentação indireta, em outros termos, o método comparativo. O que falta atualmente é traçar os quadros gerais da ciência e assinalar suas divisões essenciais. (...) Uma ciência não se constitui verdadeiramente senão quando é dividida e subdividida, quando compreende um certo número de problemas diferentes e solidários entre si” (id., ibid. p. 100).

 

O domínio da ciência, por sua vez, corresponde ao universo empírico e não se preocupa senão com essa realidade. No mencionado artigo publicado na Revue Bleue, e antes de tratar do tema a que se propusera, faz algumas considerações de grande interesse, para mostrar

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como a Sociologia é uma ciência que se constitui num momento de crise – “O que é certo é que, no dia em que passou a tempestade revolucionária, a noção da ciência social se constituiu como por encantamento” (id., ibid. p. 115) – e quando domina um vivo sentimento de unidade do saber humano.

Parte de uma distinção entre ciência e arte. Aquela estuda os fatos unicamente para os conhecer e se desinteressa pelas aplicações que possam prestar às noções que elabora. A arte, ao contrário; só os considera para saber o que é possível fazer com eles, em que fins úteis eles podem ser empregados, que efeitos indesejáveis  podem impedir que ocorram e por que meio um ou outro resultado pode ser obtido. “Mas não há arte que não contenha em si teorias em estado imanente” (id., ibid. p. 112).8

“A ciência só aparece quando o espírito, fazendo abstração de toda preocupação prática, aborda as coisas com o único fim de representá-las” (id., ibid. p. 113). Porque estudar os fatos unicamente para saber o que eles são implica uma dissociação entre teoria e prática, o que supõe uma mentalidade relativamente avançada, como no caso de se chegar a estabelecer leis relações necessárias, segundo a concepção de Montesquieu. Ora, com respeito à Sociologia, Durkheim concebe que as leis não podem penetrar senão a duras penas no mundo dos fatos sociais: “e isto foi o que fez com que a Sociologia não pudesse aparecer senão num momento tardio da evolução científica” (id., ibid.,). Esta e uma idéia repetidas vezes encontrada nos vários artigos que Durkheim publicou na virada do século, como, por exemplo, na mencionada aula inaugural de Bordeaux.

Fica evidente que, apesar do seu desenvolvimento tardio, a Sociologia é fruto de uma evolução da ciência. Ela nasce à sombra das ciências naturais; eis a idéia final do mencionado artigo a propósito de Simmel: a Sociologia não corresponde a uma simples adição ao vocabulário, a esperança e a de que “ela seja e permaneça o sinal de uma renovação profunda de todas as ciências que tenham por objeto o reino humano” (apud CUVILLIER, 1953: p. 207).

 

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OBRAS DE EMILE DURKHEIM- TEXTOS RELACIONADOS

AS HIPÓTESES FUNDAMENTAIS DA SOCIOLOGIA

Introdução a Sociologia – PRIMEIRA PARTE OS PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS Capítulo I

Professor A. Cuvillier (1939).

 

Capítulo VI AS HIPÓTESES FUNDAMENTAIS DA SOCIOLOGIA

A sociologia não é uma filosofia da história: não supõe uma explicação unilateral dos fenômenos sociais, mas, pelo contrário e como já dissemos, o sentido das interferências e das interações múltiplas cuja reunião forma a vida social. Se, contudo, não quisermos cair num círculo vicioso, que consistiria em explicar os fenômenos sociais sucessivamente uns pelos outros, essas ações recíprocas supõem, necessariamente, uma ação primordial, ou, como dizia Durkheim, um "substrato" fundamental. A sociologia necessita, portanto, como sucede com todas as outras ciências, de uma hipótese diretriz, de uma hipótese de trabalho, incidindo aqui sobre a natureza desse substrato.

I. —O "substrato" biológico

Será esse "substrato" de ordem biológica? E será a sociologia, neste sentido, um apêndice das ciências naturais? Esta interpretação pode apresentar-se — fora das vagas analogias do organicismo, de que já tratamos — sob duas formas principais.

1. O fator racial: a antropossociologia. — A primeira é a teoria da raça ou antropossociologia, a qual, como veremos adiante, é muito antiga. Mas é sabido que, na sua forma atual, ela tem, sobretudo, por origem um livro de Arthur de Gobineau, Essai sur l’inégalité des races humaines (1853-1855). Desenvolveu-se em França, nos fins do século passado, graças aos trabalhos de Vacher de Lapouge. A própria revista L’Année Sociologique, nos seus três primeiros volumes, julgou dever, ainda que com

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prudentes reservas acerca, do fundo da doutrina, consagrar uma rubrica à antropossociologia.

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Introdução à Sociologia – OS POSTULADOS DA SOCIOLOGIA

Capítulo IV

OS POSTULADOS DA SOCIOLOGIA

Depois de havermos visto como os problemas sociológicos chegaram a apresentar-se sob a forma científica, procuraremos, agora, definir os postulados que exige a existência da sociologia como ciência.

i. — a realidade social

Analisamos, primeiro, como a sociologia se esforçou por subtrair-se às preocupações normativas, para se elevar ao estado de um conhecimento objetivo da realidade social. Não exigirá essa objetividade da ciência uma separação entre a teoria e a prática, primitivamente confundidas, ou, pelo menos, uma certa disjunção entre os dois pontos de vista do conhecimento e da ação?

1. Teoria e prática. — Observemos desde já que, nesta matéria, como de resto em todas as outras, é impossível apresentar como absoluta uma distinção de tal natureza. Com efeito, em sociologia, o objeto da investigação é a ação humana coletiva, a ação dos homens vivendo em grupo. Seja qual fôr o aspeto da vida social de que se trata: da vida econômica, política, religiosa, doméstica, etc, encontramo-nos sempre em presença de certas maneiras de agir. Aqui, o homem deixa de ser simples espectador, como o pode ser em presença de um fenômeno físico ou biológico, para ser, ao mesmo tempo, espectador e ator.

Émile Durkheim (1858-1917)

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Émile Durkheim (1858-1917), sociólogo francês, fundador da sociologia moderna.

No século XVIII, Giambatista Vico dizia em sua obra “A Nova Ciência” que a sociedade se subordina a leis definidas que podem ser perfeitamente estudadas. Ele estava trazendo para a sociedade européia, dita civilizada, uma metodologia de estudo que os evolucionistas já usavam para estudar outros povos desde o incremento da colonização de outros continentes.

A idéia de se dedicar ao estudo da sociedade européia não era nova, mas tão pouco era uma ciência estabelecida. Vários filósofos e economistas inclinavam-se cada vez mais ao estudo dos fenômenos socias como determinantes em suas pesquisas. Entretanto foi somente no século XIX que esta tendência se tornou reconhecida como uma condição para o Conhecimento. Auguste Comte criou o termo Sociologia para denominar o estudo da sociedade que dava ênfase aos fenômenos socias, suas instituições e suas regras. Contudo, sua obra não era Sociologia, era mais uma ciência sociológica, feita de muita inspiração e pouco rigor metodológico.

Foi somente no segunda metada do século XIX, com Émile Durkheim que a Sociologia realmente passou a existir, com objeto, método e objetivos claros e definidos. Mesmo que de lá para cá estes tenham mudado bastante. Podemos dizer que se Durkheim não foi o “pai” da idéia, com certeza ele foi o “pai” da ciência.

A partir do final do séc. XVII e início do séc. XVIII é grande o número de pessoas, principalmente entre os mais pobres, que são forçados a deixar seus lares no campo e rumam para as cidades a fim de encontrar novas formas de sobrevivência. Durante estes dois séculos o números de indústrias, localizadas dentro e na periferia das cidades, aumenta assustadoramente modificando a paisagem urbana, bem como seu estilo de vida.

A cidade ganhou uma nova feição caracterizada pelo modo de produção capitalista e pelo trabalho assalariado, refletindo as suas contradições. A arrancada industrial não beneficiou os assalariados, pois enquanto o custo de vida nas cidades subiu em torno de 62% durante o séc. XVIII, o salário médio cresceu apenas em torno dos 26% no mesmo período , o que implica no aumento da miséria e de todos os males que ela traz.

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O crescimento rápido e desordenado das cidades e a introdução das máquinas pioraram as condições de trabalho e de vida dos operários, gerando a chamada "questão social". Ou seja, o problema de ter de se lidar com uma camada da população que é um enorme contingente de trabalhadores mal pagos ou desempregados que se encontram em situação de extrema desvantagem no sistema capitalista.

O séc. XIX é ao mesmo tempo o apogeu e a crise da sociedade burguesa, o proletariado avança ameaçando a ordem do sistema que tem de se proteger, ao mesmo tempo que tenta se legitimar. Contudo, vale a pena atentar para a questão de que nascia um novo estilo de vida, baseado na vida urbana e na sociedade de consumo, que tornava a sobrevivência de cada um totalmente dependente da produção dos outros, obrigando progressivamente ao consumo para esta sobrevivência, mesmo assim, deixava este consumo fora do alcance da maioria da população trabalhadora.

Não é de se estranhar que no meio deste contexto aparecessem homens dispostos a discutir sobre o que estava acontecendo, dispostos a tentar entender as mudanças sociais e individuais, de tentar estabelecer ordem e regras a um mundo que se modificava rapidamente e outros que quisessem acelerar ainda mais estas mudanças. Homens que não podiam mais se contentar com dogmas, com explicações religiosas. Todos eles herdeiros do pensamento Iluminista, críticos racionais e laicos, muitos levados pelo pensamento positivista, fiéis depositários de suas esperanças na possibilidade ilimitada da ciência. Entre eles Émile Durkheim.

Émile Durkheim (1858 – 1917), era francês de boa família, formado em Direito e Economia, porém sua obra inteira é dedicada a Sociologia. Seu trabalho pricipia na reflexão e no reconhecimento da existência de uma “Consciência Coletiva”. Ele parte do pricípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste.

A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou de “Socialização”, a consciência coletiva seria então formada durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse “tudo” ele chamou de “Fatos Sociais”, e disse que esses eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia.

Nem tudo que uma pessoa faz é um fato social, para ser um fato social tem de atender a 3 características: generalidade, exterioridade e coercitividade. Isto é, o que as pessoas sentem, pensam ou fazem independente de suas vontades individuais, é um comportamento estabelecido pela sociedade. Não é algo que seja imposto especificamente a alguém, é algo que já estava lá antes e que continua depois e que não dá margem à escolhas.

O mérito de Durkheim aumenta ainda mais quando publica seu livro “As regras do método sociológico”, onde ele define uma metodologia de estudo, que embora sendo em boa parte extraída das ciências naturais, dá seriedade a nova ciência. Era necessário revelar as leis que regem o comportamento social, ou seja, o que comanda os fatos sociais.

Em seus estudos, ele concluiu que os fatos sociais atingem toda a sociedade, o que só é

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possível se admitirmos que a sociedade é um todo integrado. Se tudo na sociedade está interligado, qualquer alteração afeta toda a sociedade, o que quer dizer que se algo não vai bem em algum setor da sociedade, toda ela sentirá o efeito. Partindo deste raciocínio ele desenvolve dois dos seus principais conceitos: Instituição Social e Anomia.

A instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele participam. As instituições são portanto conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, polícia ou qualquer outra, elas agem fazendo força contra as mudanças, pela manutenção da ordem.

Durkheim deixa bem claro em sua obra o quanto acredita que essas instituições são valorosas e parte em sua defesa, o que o deixou com uma certa reputação de conservador, que durante muitos anos causou antipatia a sua obra. Mas Durkheim não pode ser meramente tachado de conservador, sua defesa das instituições se baseia num ponto fundamental, o ser humano necessita se sentir seguro, protegido e respaldado. Uma sociedade sem regras claras, sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da criminalidade , do suicídio e da religião. O homem que inovou construindo uma nova ciência, inovava novamente se preocupando com fatores psicológicos, antes da existência da Psicologia. Seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da obra de outro grande homem: Freud.

Basta uma rápida observação do contexto histórico do século XIX, para se perceber que as instituições sociais se encontravam enfraquecidas, havia muito questionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam, muita gente vivendo em condições miseráveis, desempregados, doentes e marginalizados. Ora, numa sociedade integrada essa gente não podia ser ignorada, de uma forma ou de outra, toda a sociedade estava ou iria sofrer as consequências. Aos problemas que ele observou, ele considerou como patologia social, e chamou aquela sociedade doente de “Anomana”. A anomia era a grande inimiga da sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do sociólogo seria portanto estudar, entender e ajudar a sociedade.

Na tentativa de “curar” a sociedade da anomia, Durkheim escreve “A divisão do trabalho social”, onde ele descreve a necessidade de se estabelecer uma solidariedade orgânica entre os membros da sociedade. A solução estaria em, seguindo o exemplo de um organismo biológico, onde cada orgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver, se cada membro da sociedade exercer uma função na divisão do trabalho, ele será obrigado através de um sistema de direitos e deveres, e também sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros. O importante para ele é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade de forma orgânica, interiorizada e não meramente mecânica.

Refletindo sobre a importância da dependência entre os membros da sociedade, inúmeros estudiosos que se seguiram a Durkheim desenvolveram o q ficou conhecido como “Funcionalismo”. Creio que não é possível chegar a esse ponto sem lembrar de Marx conclamando a “união” dos trabalhadores. Uma união consciente dos indivíduos ou uma união dependente, de um jeito ou de outro, ambos se opõe ao individualismo possessivo, o que nos remete a dificuldade de convivência entre os homens. Mais de 1

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século depois o conflito ainda não está resolvido, Durkheim se visse nossa sociedade ficaria chocado com seu grau de “anomia” e talvez ficasse decepcionado ao saber que os sociólogos já não querem mais “salvar o mundo”. Contudo, a História está cheia “durkheims” e continuará estando.