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ANO 16 N o 191 SETEMBRO 2010 R$ 9,90 www.empreendedor.com.br EMPREENDEDOR – REIS DA PRODUTIVIDADE – ANO 16 N o 191 SETEMBRO 2010 ISSN 1414-0152 Reis da produtividade ENTREVISTA: RENATO FONSECA DE ANDRADE FALA SOBRE O PROCESSO CRIATIVO DE UM EMPREENDIMENTO ESTRATÉGIA: CARTÕES PRIVATE LABEL TENDÊNCIA: CRIANÇAS A TIRACOLO Tecnologias apuradas e até mesmo técnicas simples permitem produzir mais sem aumentar a área ocupada. Basta um pouco de bom senso Craig Bell, da Fazenda Leitíssimo, em Jaborandi (BA), obtém índice de produtividade 23 vezes maior do que a média nacional

Empreendedor 191

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Edição n. 191 da revista Empreendedor, de setembro de 2010

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ANO 16 No 191 SETEMBRO 2010 R$ 9,90

www.empreendedor.com.br

EMpREENdEdOR – REIS dA pROdUTIVIdAdE – ANO 16 N o 191 SETEM

BRO 2010

ISSN

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Reis da produtividade

ENTREVISTA: RENATO FONSEcA dE ANdRAdE FAlA SOBRE O pROcESSO cRIATIVO dE UM EMpREENdIMENTO

ESTRATégIA: cARTõES pRIVATE lABEl TENdêNcIA: cRIANçAS A TIRAcOlO

Tecnologias apuradas e até mesmo técnicas simples permitem produzir mais sem aumentar a área

ocupada. Basta um pouco de bom senso

craig Bell, da Fazenda leitíssimo, em Jaborandi (BA), obtém índice de produtividade 23 vezes maior do que a média nacional

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EMPREENDEDORESNÃO DURMA NO PONTOPRODUTOS E SERVIÇOSDINÂMICA

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N E S TA E D I Ç Ã O

mAIS cOmmENOS

É preciso uma nova visão do modelo produtivo. O atual polui e exaure o meio ambiente. Ao mesmo tempo, é necessário produzir cada vez mais para atender ao crescimento da população mundial e do consumo de manufaturas. Uma das saídas para este dilema está na produtividade. É pre-ciso fazer mais com menos, e de forma susten-tável, na agropecuária, na indústria e no comér-cio. Conheça exemplos de empreendedores que batem recordes de produtividade sem perder a lucratividade, beneficiando-se de tecnologias apuradas e até mesmo técnicas simples.

14 | ENTrEvISTARenato Fonseca de Andrade

O autor de Conexões empre-endedoras fala sobre as principais características comportamentais e qualidades necessárias que auxi-liam no processo criativo de um empreendimento.

34 | ESTrATégIACartão da casa

Um cartão com o nome de seu estabelecimento comercial. Isso não é coisa apenas para grandes re-des. Estimular o consumo e fideli-zar os clientes são apenas algumas das vantagens dos cartões private label. Descubra outras e como se beneficiar com este instrumento.

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32 | TISite bem aproveitado

Hoje em dia, no mínimo é preciso estar presente na internet, mas 34% das empresas brasileiras não têm site. Co-nheça alternativas de “inclusão digital” que existem no mercado e de que forma é possível potencializar o uso do site.

28 | TENDêNcIACrianças a tiracolo

Com o aumento do poder aquisi-tivo, crescem os gastos dos pais com produtos e serviços para seus filhos, e mudanças no estilo de vida exigem que as crianças acompanhem os pais. Confira casos de empresas que se adaptaram à tendência para não per-der oportunidades.

38 | PErfIlAndré Schuartz, da Cassinera

A história do jovem empreendedor e do tra-balho para colocar em ação o único cassino iti-nerante e legalizado do País, sucesso em festas particulares e de grandes empresas.

lEITURA ANÁlISE ECONÔMICAAGENDA

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A Revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor: Acari Amorim [[email protected]]

Diretor de Comercialização e Marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [[email protected]]

Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [[email protected]] – Repórteres: Beatrice Gonçal-ves, Cléia Schmitz e Mônica Pupo – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo, lio Simas e PhotosToGo – Foto da capa: Divulgação – Re-visão: lu Coelho

Sedes

São Paulo Diretor: Fernando Sant’Anna Borba – Executi-vos de Contas: Ana Carolina Canton de lima e Osmar Escada Jr – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis – 01239-010 – São Paulo – SP – Fone: (11) 3214-1020/2649-1064/2649-1065 [[email protected]]

Florianópolis Executiva de Atendimento: Samantha Arend [[email protected]] – Av. Osmar Cunha, 183 – Ed. Ceisa Center – bloco C – 9º andar – 88015-900 – Centro – Florianópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666

Escritórios Regionais

Rio de Janeiro Triunvirato Empresarial – Milla de Souza [[email protected]] – Rua São José, 40 – 4º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 2611-7996/9607-7910

Brasília Ulysses Comunicação ltda. [[email protected]] – Fone: (61) 3367-0180/9975-6660 – Condomínio Ville de Montagne, Q.01 – CS 81 – Lago Sul – 71680-357 – Brasília – Distrito Federal

Paraná Merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [[email protected]] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 3 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666

Rio Grande do Sul Flávio Duarte [[email protected]] – Rua Silveiro, 1301/104 – Morro Santa Teresa – 90850-000 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3392-7767

Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [[email protected]] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384

Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [[email protected]] – Av. Getúlio Var-gas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fones: (31) 2125-2900/2125-2927

Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [[email protected]] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 10%, pagando somente R$ 106,92 à vista. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora CTP – Distribuição: Distribuidora Magazine Ex-press de Publicações ltda – São Paulo

Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br Editora: Carla Kempinski – Repórter: Raquel Rezende

O agronegócio responde por aproximadamente um quarto do PIB brasilei-ro. Além de abastecer o mercado interno, o segmento responde pelos principais itens de exportação do País. O Brasil é um dos maiores ex-portadores de produtos agropecuários, como carnes, soja, café, suco de laranja, açúcar e etanol, e ainda tem muito a crescer, pois é um dos únicos

países com possibilidade de aumento significativo de sua área plantada, sem afetar zonas de preservação.

Mas o Brasil precisa aumentar urgentemente a produtividade. Apesar dos avan-ços já obtidos neste quesito, temos um aproveitamento inferior ao de outros paí-ses, como Estados Unidos e China, no caso dos grãos, por exemplo. É preciso ain-da levar em conta que, até 2050, a população mundial gire em torno de 9,1 bilhões de pessoas, conforme estimativas da ONU. Com os atuais padrões de produção e consumo, será inviável para o planeta garantir a qualidade de vida desse povo, quiçá as necessidades básicas.

Uma das saídas reside justamente no aumento da eficiência na produção. Ou seja, fazer mais com menos. Mais alimentos ocupando menos terra, mais produtos manufaturados utilizando menos matéria-prima e energia, mais vendas no comér-cio reduzindo o desperdício. Para isso é preciso investir tanto no desenvolvimento de tecnologias apuradas – como os polêmicos transgênicos – quanto na dissemi-nação de técnicas simples, como plantio cruzado e sistema de produção integrado (lavoura, pecuária e floresta).

Muitas destas armas já estão à mão. Basta querer utilizá-las. A jornalista Cléia Schmitz discute na reportagem de capa desta edição a questão da produtividade, e apresenta casos exemplares de empreendedores que atingiram índices muito acima da média nacional. Sinal de que, para aumentar a produção, não é necessário afrouxar a lei ambiental, diminuindo a reserva legal, a faixa de matas ciliares, etc., como está em debate no Congresso. Tenha bom senso. O planeta agradece, e o seu bolso também.

Alexsandro Vanin

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Sandro Westphal

NO TOPO Engenheiro civil formado pela Pontifícia

Universidade Católica do Paraná (PUC), há dois anos Sandro Westphal preside a Thá Construtora e Incorporadora, empresa com 115 anos de história e cerca de 6 milhões de metros quadrados construídos. Westphal é o segundo presidente do grupo que não faz parte da família dos fundadores. Sua traje-tória na Thá começou há 13 anos, quando tinha 24 anos, e inclui a atuação como dire-tor financeiro por sete anos.

Recentemente, Westphal esteve na Expo Shangai 2010, a maior feira de ne-gócios da China, onde fez apresentações para um comitê formado por cerca de 50 investidores estrangeiros. Ele aposta que nos próximos anos as parcerias interna-cionais estarão na agenda de empresas que rumam a um crescimento sustentá-vel e reitera que, finalmente, as empresas brasileiras estão inseridas em um contex-to global. www.tha.com.br

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Expedito Eloel Arena e Altino Cristofoletti Junior

SONhADOrES Pé NO chÃOAmigos de longa data, os engenheiros civis Expedito Eloel

Arena e Altino Cristofoletti Junior tinham o mesmo sonho: ter um empreendimento próprio. Há 17 anos, eles uniram suas experiên-cias profissionais e criaram a Casa do Construtor, empresa de lo-cação de equipamentos para a construção civil. Hoje, comandam uma rede de 65 unidades franqueadas, distribuídas por oito esta-dos brasileiros. Recentemente, foram escolhidos como a Melhor Franquia do Ano, prêmio concedido pela Serasa Experian.

Para os sócios Expedito e Altino, o reconhecimento é resul-tado dos investimentos em profissionalização. “Visitamos muitas feiras de construção e franquias no Brasil e no exterior e participa-mos ativamente das diversas associações”, conta Expedito. Base-ado no forte crescimento do setor imobiliário, eles apostam num futuro bastante promissor para o segmento de locação de equi-pamentos. “Todos os números e previsões para a construção nos próximos anos indicam que esse é um dos caminhos pelos quais o Brasil terá de passar para se transformar num país desenvolvido”, destaca Altino. www.casadoconstrutor.com.br

Marcelo Schulman

ESTrATEgISTA ArgENTINOO farmacêutico Marcelo Schulman

nasceu na Argentina, mas escolheu o Brasil para empreender. Em 1984 ins-talou uma pequena farmácia de mani-pulação em um sobrado da zona norte de São Paulo. O sucesso do negócio le-vou o empresário a investir o lucro em uma pequena fábrica de cosméticos, com produtos de tratamento facial, corporal e capilar. Nascia a Vita Derm, rede de franquias que hoje conta com 320 pontos de venda e está presente em mais de 13 países.

A meta da empresa é chegar ao fim do ano com um crescimento de 21% em comparação com 2009, quando faturou R$ 200 milhões. Para isso, Schulman

anunciou investimentos de R$ 7 milhões no aprimoramento da rede. A expansão da Vita Derm deu uma guinada em 2000, quando a empresa aderiu ao sistema de franchising. Antes disso, a marca era ven-dida apenas em farmácias e perfumarias. Determinado, Schulman propôs aos pró-prios distribuidores que eles se transfor-massem em franqueados.

Deu certo, mas hoje o empresário aposta na estratégia de multicanal para abordar consumidores de diferentes nichos. A empresa comercializa seus produtos em diferentes formatos de varejo, como franquias, venda porta a porta, e-commerce e varejo tradicio-nal. www.vitaderm.com.br

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O empresário Francisco Ricardo Blagevi-tch ainda era um adolescente quando criou a Asyst International, empresa especializada em service desk (suporte técnico em TI). Era o ano de 1984, época em que os com-putadores começavam a invadir as empresas, abrindo um enorme mercado para cursos de informática, foco inicial do negócio. Aluno da Faculdade de Engenharia Eletrônica da Fun-dação Armando Alvares Penteado, Blagevitch

não estava sozinho. Ele percebeu a oportuni-dade de negócio junto com Oswaldo Branca-glione, seu professor na escola.

Vinte e seis anos se passaram e hoje a Asyst International atende algumas das maiores corporações mundiais em mais de 100 países. Entre elas, Construtora An-drade Gutierrez, Dupont, Grupo Camar-go Corrêa, Henkel, Johnson & Johnson, Kimberly Clark, KPMG, Toyota do Brasil,

Tetra Pak e Voith. A empresa tem unida-des instaladas no Brasil, Argentina, Chi-le, México, lituânia, Estônia e Polônia e oferece suporte tecnológico em 12 idio-mas. Detalhe: Blagevitch é cônsul da lituânia no Brasil. Em 2009, a Asyst faturou R$ 50 milhões. A meta de crescimento para 2010 é de 20%. www.asys-tinternational.com

Francisco Ricardo Blagevitch

vISIONárIO DA cOmPuTAÇÃO

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Chris Bradley

REFERÊNCIA EM PROMOÇÃO A pernambucana Chris Bradley já era uma publicitária muito bem-

sucedida no Nordeste quando decidiu se mudar para São Paulo, em 2005. Há dois anos, criou a Batuque Promo, agência especializada em marketing promocional e eventos e, em pouco tempo, virou referência no competitivo mercado paulista. Recentemente, Chris conquistou o título de Empresária de Marketing Promocional do Ano de 2010, oferecido pelo Prêmio Colunistas Pro-mo São Paulo. Entre os clientes da Batuque estão empresas conceituadas como Hipercard, Diageo, Colgate-Palmolive, Brasoftware, Electrolux e Vinã Tarapacá. “Temos estrutura para lidar com os imprevistos do marketing promocional. Nosso lema é qualidade e resultado com efi ciência. O trabalho combinado é 100% entregue, sem incidentes e nem falhas”, garante Chris, formada em Design Gráfi co, com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Ca-bral e UBC no Canadá.

Chris começou sua ascensão profi ssional em 2001, na agência de pu-blicidade Grupo9, uma das maiores do Nordeste. Antes disso, trabalhou durante dois anos na representante da Thompson no Nordeste, a Plug. No Grupo9, ocupou o cargo de vice-presidente durante oito anos e foi responsável pela criação do Núcleo de Marketing Promocional da empresa, batizado de Promo9. www.batuquepromo.com.br

Alexandre Müller

OLHO NAS OPORTUNIDADES Há mais de dez anos atuando no

Grupo Brassuco, o empresário Alexan-dre Müller contabiliza ótimos resultados como diretor da empresa criada pelo pai e pelo tio em 1985. O crescimento no pri-meiro semestre de 2010 atingiu o índice de 22%. Atualmente, a empresa produz 700 toneladas por mês em sua fábrica localizada na cidade de Itu (SP) e conta

com uma rede de distribuição que atende a 16 estados brasileiros.

Recentemente, o grupo criou a Lual Alimentos, marca que abriga um portfólio com 88 produtos distribuídos em sete categorias: achocolata-

dos, barra de cereais, mistura para bo-los, refrescos em pó, gelatinas, sopas e caldos. Segundo Müller, a Lual é o resul-tado de três anos de pesquisas, análises de mercado e estudos de campo com mais de 7 mil consumidores brasileiros.

A história da Brassuco começou em 1985, quando os irmãos Lauro e Guilher-me Müller perceberam a difi culdade dos refeitórios das grandes indústrias em servir sucos aos milhares de funcionários que se alimentavam no ambiente de trabalho. Para atender a esse mercado, eles lançaram uma empresa de refresqueiras. Em apenas três anos, a empresa já era líder no segmento de food service. www.brassuco.com.br

REFERÊNCIA EM PROMOÇÃO A pernambucana Chris Bradley já era uma publicitária muito bem-

sucedida no Nordeste quando decidiu se mudar para São Paulo, em 2005. Há dois anos, criou a Batuque Promo, agência especializada em marketing promocional e eventos e, em pouco tempo, virou referência no competitivo mercado paulista. Recentemente, Chris conquistou o título de Empresária de Marketing Promocional do Ano de 2010, oferecido pelo Prêmio Colunistas Pro-mo São Paulo. Entre os clientes da Batuque estão empresas conceituadas como Hipercard, Diageo, Colgate-Palmolive, Brasoftware, Electrolux e Vinã Tarapacá. “Temos estrutura para lidar com os imprevistos do marketing promocional. Nosso lema é qualidade e resultado com efi ciência. O trabalho combinado é 100% entregue, sem incidentes e nem falhas”, garante Chris, formada em Design Gráfi co, com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Ca-

Chris começou sua ascensão profi ssional em 2001, na agência de pu-blicidade Grupo9, uma das maiores do Nordeste. Antes disso, trabalhou durante dois anos na representante da Thompson no Nordeste, a Plug. No Grupo9, ocupou o cargo de vice-presidente durante oito anos e foi responsável pela criação do Núcleo de Marketing Promocional da

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“O que falta, mesmo, na nossa empresa é uma cultura de resultados.” Um comen-tário como esse é muito comum no meio empresarial, mostrando que existe certa frustração com os resultados obtidos. Às vezes eles até são de bom tamanho, mas geralmente costumam ficar aquém das expectativas. Tenta-se resolver isso por meio da ditadura dos números, traduzida em planos de metas fixos e rígidos e que nunca atingem os objetivos.

Para muitos líderes, “cultura de re-sultados” está relacionada à maneira pela qual as pessoas lidam com esses números no dia a dia. Mas cultura de resultados é isso mesmo? Afinal, o que funciona e o que não funciona nessa busca incessante de todo líder e de toda empresa?

O que não funciona

Vamos começar pelo que não fun-ciona. Fixar o placar não funciona! Imagi-ne que antes de uma partida de futebol, os jogadores são instruídos pelo técnico a fazer dois gols de diferença sobre o time adversário. E que um deles tenha de acon-tecer no primeiro tempo da partida, e o outro no segundo.

Trata-se de uma pretensão inconce-bível, pois desconsidera todos os outros

fatores que interferem no resultado. Eli-mina de cara, inclusive, qualquer possibi-lidade de jogo de cintura favorável a uma vitória com uma diferença ainda superior. Teria, ainda, um efeito negativo sobre a motivação e a capacidade de aprendi-zagem dos jogadores, uma vez que eles permaneceriam em campo o tempo todo pensando só na tarefa a cumprir, sem aproveitar tudo o que contribuiria para seu aperfeiçoamento futuro.

Não é bem assim que funciona o fu-tebol, mas é assim que funcionam mui-tas empresas. A maioria trabalha com metas fixas inadequadas, ameaçadoras e alheias à realidade.

Tudo o que for prescritivo está fada-do ao fracasso. É combinar o placar em vez de se preparar para o jogo. Esse mo-delo não garante o melhor futuro pos-sível, na vã tentativa de assegurar um futuro determinado e que também não será cumprido. Números desprovidos de sentido não servem para nada!

Nas empresas, esse ‘fixar o placar’ costuma receber o nome de ‘plano de me-tas’ ou algo parecido. O problema é que, embora um plano de metas produza um sentimento de controle e objetividade, o fato é que uma meta definida estreita a visão de resultados, não é tão motivado-ra quanto um propósito e faz com que as

rESulTADOS: O quE fuNcIONA, O quE NÃO fuNcIONA

Resultados são retratados por meio de números. Você precisa dos números para saber qual a sua

posição e situação, mas não se trata apenas de fazer contas. O que importa é o que

as pessoas fazem com os números

N Ã O D u r m A N O P O N T O

atenções se restrinjam ao curto prazo e ao imediatismo. Ainda mais: faz com que as pessoas tratem mais dos sintomas do que das causas, fiquem concentradas mais na reação do que em ação e reflexão. E o que fazer com metas que ficam desatualizadas duas semanas depois de fixadas? Nada, exceto ruminar o passado, sem sair dele, tentando compreender os números.

Mas o que não funciona não para por aí. Depois de fixar o placar na forma de um plano de metas, é comum adotar o efeito cascata. Implica que esse plano de metas será negociado de cima para baixo. Para que as pessoas aceitem essas metas, a elas se atrela um plano de incentivos, que não passa de um sistema de recom-pensa e punição. Não se costuma usar a palavra punição, mas ela é subliminar, porque se trata da consequência natural da falta de recompensa, sempre que as metas não são atingidas.

Quando se dá incentivos pelo desem-penho, o que geralmente se reforça é o uso de bons truques. Antecipa-se ou se posterga faturamento, dependendo do plano de incentivos. Canais de vendas são manipulados, condições especiais de ven-da são adotadas, bem como políticas de descontos e abatimentos. Promoções sui-cidas são feitas para reduzir os estoques a qualquer preço, com preços absurdos.

Todas essas coisas não funcionam, mas o líder que acredita nelas intensifica ainda mais a ditadura dos números. Ad-quire um novo software, enche a empre-sa de planilhas, números e indicadores, aperta o controle, faz uma vigilância cer-rada sobre as pessoas e tenta, a fórceps, fazer com que o placar do jogo aconteça conforme planejado. Mas isso, definitiva-mente, não funciona!

O que funciona

Resultados são retratados por meio de números. Você precisa dos números

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As únicas fontes confiáveis de resultados são as pessoas, não os números. Afinal, são elas que vendem, compram, produzem, consomem,

pagam, recebem, criam, usam, fazem, se comprometem e se fidelizam

para saber qual a sua posição e situa-ção, mas não se trata apenas de fazer contas. O que importa é o que as pes-soas fazem com os números.

As únicas fontes confiáveis de resul-tados são as pessoas, não os números. Afinal, são elas que vendem, compram, produzem, consomem, pagam, rece-bem, criam, usam, fazem, se compro-metem e se fidelizam. Resultados de-pendem de pessoas.

Resultados derivam de cooperação, de trabalho em equipe, de compromisso com o grupo, de desempenho individual, de decisões das pessoas, de suas contri-buições únicas e fundamentais, realizan-do a parte que lhes cabe. E dependem, ainda, do quanto essas pessoas estão comprometidas em satisfazer as necessi-dades de outras pessoas, os clientes.

Então, a equação essencial é:

Equipe comprometida + Cliente fidelizado

= Resultado!

O que é, afinal, uma “cultura de resultados”?

Podemos dizer que uma empresa tem “cultura de resultados” quando

por Roberto Adami TranjanEducador da Cempre

Conhecimento & Educação Empresarial(11) 3873-1953/www.cempre.net

[email protected]

todos sabem quem é cliente. E se des-dobram diariamente para tomar o maior número de decisões importantes volta-das a resolver os problemas desse clien-te e fazê-lo feliz, ao mesmo tempo em que essas ações sejam relevantes para o sucesso da empresa. Por isso, sentem-se comprometidos com os clientes e res-ponsáveis pelos resultados.

Tudo isso vai exigir descentraliza-ção e autonomia, para que a criativi-dade e o comportamento empreende-dor fluam livremente.

Quando o desejo pelo resultado é maior do que a ansiedade pela meta, então aí sim se pode dizer que estamos diante de uma verdadeira e profícua cul-tura de resultados.

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por Mônica [email protected]

Para fazer sucesso no mercado hoje em dia não basta apenas oferecer bons produtos e ser-viços. Brigar pelo menor preço também já não faz tanto sentido. Afinal, muitas pessoas prefe-rem pagar um pouco mais a perder tempo atrás de ofertas. Além disso, a internet quebrou as fronteiras geográficas do consumo, intensificou a concorrência e revolucionou a comunicação corporativa, sobretudo com a popularização das redes sociais. Com tantas mudanças e no-vidades em jogo, o perfil do empreendedor tam-bém tem se transformado. Mais do que dominar técnicas de gestão, para prosperar no mercado

atualmente é preciso dosar sensibilidade, jogo de cintura e poder de observação.

São estes os motivos que levam Renato Fonseca de Andrade a afirmar que, “mais do que nunca, o segredo do sucesso está nas sutilezas”. Consultor empresarial, professor e autor do livro Conexões empreendedoras (Ed. Gente), ele acredita que, na maioria das vezes, são pequenos gestos e atitudes que garantem o diferencial de um negócio. “As empresas devem ser construídas de fora para dentro, e não o contrário, sempre atentas às necessidades e desejos do público, pois é justamente aí que residem as sutilezas e, em consequência, as oportunidades.”

Uma excelente forma de estabelecer con-

tato com o público em busca das tais “sutile-zas” é através das mídias sociais. Além de uma excelente ferramenta de relacionamento, sites como Twitter e Facebook – só para citar os mais populares – também são úteis na hora de inovar. “A tecnologia nos trouxe a possibilida-de da prática da inovação aberta, que permite contar com a participação de especialistas no mundo inteiro ou clientes e parceiros”, afirma.

Na entrevista a seguir, Andrade fala sobre a importância da conexão e do compartilha-mento de ideias no mundo corporativo. Além disso, ele define o perfil do empreendedor nesse contexto “hiperconectado” e aponta os segredos para identificar sutilezas e se so-bressair no mercado.

Pequenos gestos e atitudes podem garantir o diferencial de um negócio e o seu sucesso

ATENÇÃO àS SuTIlEzAS

E N T r E v I S TA

Renato Fonseca de Andrade

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Trabalhar outros valores e serviços que o cliente valoriza, e não somente brigar pelo menor preço, requer uma certa dose de sensibilidade por parte do

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xeque o perfil do “antigo empreendedor”. O que mudou?

Renato Fonseca – Costumo utilizar a metáfora do “antigo” e “novo”, mas vale lembrar que isso não tem absolu-tamente nada a ver com idade. Trata-se de uma questão de mentalidade, de se manter aberto às novas oportunidades que estão surgindo, principalmente com o advento da internet 2.0 e das mí-dias sociais. O empreendedor “novo” tem uma mentalidade muito ligada à conexão. São pessoas com grande ca-pacidade de utilizar os meios digitais que temos à disposição para fazer co-nexões. Eles interagem com o público a partir de outra perspectiva, dividindo tanto as coisas boas como os momen-tos difíceis. O “antigo” empreendedor segue a lógica do “megafone”, ou seja, apenas fala – não escuta – e constrói a empresa de dentro para fora. Se minha empresa vai lançar um produto novo, por exemplo, eu já posso colocar isso no Facebook, ou pedir a opinião dos meus seguidores no Twitter.

Se a ordem é compartilhar, como fica o si-gilo comum à fase de desenvolvimento de novos projetos?

Renato Fonseca – Essa é uma questão muito polêmica. É claro que é preciso avaliar caso a caso, mas, de modo geral, a princípio eu aposto no compartilhamento da ideia. É preciso perder o medo de que roubem a ideia. Até porque isso é quase inevitável, pois quando você lançar o produto, a con-corrência terá acesso da mesma forma, e daí a poucos dias ou semanas pode lançar um produto similar. Sendo as-sim, você tem mais benefício do que prejuízo ao compartilhar uma ideia. O benefício da interação e do pioneiris-mo em interagir com o público, aper-feiçoando e aprendendo, isso tudo su-pera o risco da concorrência ter acesso às informações do lançamento. É muito melhor investir em um produto que o próprio cliente ajudou a construir do que em um projetado unicamente por engenheiros e executivos.

Como estabelecer relacionamentos interpes-

Qual a diferença entre ideia, oportunidade e viabilidade?

Renato Fonseca – São termos muito específicos, diferentes entre si e que se referem a etapas distintas da implementação de um projeto em-preendedor. Uma oportunidade existe quando identificamos o desejo ou a necessidade de alguém pelo produto ou serviço que pretendemos oferecer. Até aí tudo se resume a uma ideia. É por isso que insisto para que as em-presas sejam construídas de fora para dentro, procurando sempre entender o público. A oportunidade surge a par-tir do momento em que começamos a identificar as sutilezas do mercado e do público-alvo. Só que até então isso não quer dizer muita coisa, já que a ideia e a oportunidade podem ser inviáveis, invalidando o projeto. Por isso a análise de viabilidade é fundamental. Eu posso, por exemplo, não ter a tecnologia ade-quada na localidade, ou não dispor de recursos financeiros suficientes, ou não ter acesso às matérias-primas, etc.

Em sua obra você afirma que os avanços tecnológicos do século 21 colocaram em

Como pensa e age o chamado “empreende-dor consciente”?

Renato Fonseca de Andrade – O empreendedor consciente é aquele que tem clareza sobre a melhor maneira de construir ou desenvolver um futuro ne-gócio. Até porque hoje em dia a questão não é mais ‘como eu abro uma empresa’; a pergunta é: ‘como eu ganho dinheiro com essa empresa?’ E esse profissional sabe exatamente o que fazer para gerar lucro e prosperar. São pessoas que se diferenciam por dominar todas as suti-lezas que envolvem o ramo de atividade no qual pretendem ingressar.

O que são essas sutilezas?Renato Fonseca – Cada vez mais

os produtos tornam-se commodities; portanto, estar atento às sutilezas é cada vez mais importante em qualquer ramo de atuação. Cada ramo de atividade, segmento e região tem suas característi-cas distintas e específicas em relação ao público-alvo do produto ou serviço em questão. Mas, de modo geral, trata-se de trabalhar outros valores e serviços que o cliente valoriza, e não somente brigar pelo menor preço, o que requer uma certa dose de sensibilidade por parte do empreendedor.

Como é possível identificar essas sutilezas e se destacar no mercado?

Renato Fonseca – Para quem está iniciando no mundo dos negócios, reco-mendo fazer uma imersão no segmento que se pretende atuar. Quando falo em imersão, não significa simplesmente fa-zer uma pesquisa, mas sim uma vivência cotidiana junto a fornecedores, clientes e pessoas que trabalham na área. É im-portante também observar atentamente a localidade e conversar com futuros clientes. Tudo isso ajuda a perceber as sutilezas do mercado. Vamos supor, no caso de uma mecânica de automóveis, a entrega do veículo no prazo correto, por exemplo: é uma sutileza que pode ser extremamente valorizada por determina-do público. Isso também funciona para as empresas imobiliárias. São pequenas atitudes que fortalecem demais a marca e diferenciam a empresa no mercado.

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sociais. Ou, no mínimo, que invistam numa política de comunicação.

Quais redes sociais são fundamentais para uma empresa hoje?

Renato Fonseca – Observamos um crescimento exponencial do Twit-ter, que tem se mostrado um excelente canal de comunicação corporativa. O Facebook também está adquirindo uma grande popularidade no Brasil, atraindo empresas de diferentes portes e ramos de atuação. O blog não pode ser deixa-do de lado, pois é uma ferramenta ma-ravilhosa para promover a comunicação empresa-cliente.

Qual o segredo para ganhar dinheiro com as mídias sociais?

Renato Fonseca – O primeiro pas-so é entender como funciona a comuni-cação no mundo um-a-um. Não é sim-plesmente entrar na rede social, achar que vai vender produto e pronto. Esse pode até ser um dos objetivos, mas não deve estar em primeiro lugar. O ponto é: como eu interajo com as pessoas que enfrentam a necessidade que me propo-nho a solucionar? É preciso ainda enten-der como funciona o ambiente das re-des sociais e de que forma as empresas se comunicam com o mercado.

Como será o futuro das empresas com a evolução das mídias sociais?

Renato Fonseca – A conexão é o caminho inevitável. Estaremos cada vez mais próximos das empresas e vice-ver-sa. Será uma realidade sem fronteiras, onde não haverá sequer a fronteira do balcão. A empresa do futuro certamen-te será hiperconectada. E o marketing, de modo geral, será revolucionado. A pesquisa de mercado, por exemplo, de-verá ser repensada, uma vez que será possível acompanhar o público on-line e em tempo real.

soais de qualidade no mundo corporativo?Renato Fonseca – Existem algu-

mas regras de ouro dos relacionamen-tos. E a primeira delas é ter uma atitude de doação. Quem constrói redes confi-áveis são pessoas que adotam a postu-ra de contribuir com um determinado grupo de pessoa. Quando falo doação, trata-se muitas vezes de estratégias sim-ples, como dar um conselho, uma aten-ção, conversar, atender um telefonema, ou seja, perceber que o outro está com uma necessidade. São gestos desse tipo que criam confiança e reciprocidade. Até porque não adianta nada ter mil contatos numa rede social se na hora em que eu preciso não há ninguém re-almente confiável que eu possa contar. A tendência é ficarmos presos à nossa rede mais próxima. Mas a ideia é ultra-passar esses limites e partir para co-nexões com outras redes em busca de acesso a coisas diferentes, mas sempre com a atitude de doação, não de apro-veitamento ou oportunismo.

Quais são os erros mais comuns que as em-presas cometem nas mídias sociais?

Renato Fonseca – Um dos princi-pais erros cometidos pelas empresas é utilizar as redes sociais como forma de autopromoção pura e simples, ou seja, insistem em falar somente sobre a área de atuação da companhia, os produtos e serviços que oferecem, os prêmios e resultados que atingiram, etc. Muitas empresas ainda confundem autopro-moção com a comunicação que o clien-te espera encontrar nessas ferramentas digitais. O segredo, antes de tudo, é es-tabelecer diálogo nas mídias sociais. O Twitter, por exemplo, deve ser gerador de conteúdo, orientação e ajuda para os seguidores, e não funcionar simples-mente como um canal de vendas, em-bora iniciativas neste sentido também sejam válidas. Outro erro muito comum é criar um blog ou um perfil no Face-book durante uma determinada ação e abandoná-lo depois. Por este motivo, é cada vez mais necessário que as em-presas criem departamentos ou cargos específicos para administrar as redes

O benefício da interação e do pioneirismo em interagir com o público, aperfeiçoando

e aprendendo, supera o risco da concorrência ter acesso às informações

do lançamento

LINHA DIRETA

Renato Fonseca de Andrade: www.conselheirocriativo.com.br

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Craig Bell, da Fazenda Leitíssimo,

em Jaborandi (BA)

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mais commenosTecnologias apuradas e até mesmo técnicas simples permitem ampliar a produtividade no campo e na indústria

por Cléia [email protected]

O pecuarista Craig Bell produz em sua fazenda, na Bahia, 35 mil litros de leite por hectare – 23 vezes mais que a média nacional. No Paraná, o agricultor leandro Ricci alcançou na última safra de soja uma produtividade recorde de 6.501 quilos por hectare – 123% acima da média brasileira. Ambos comprovam o que pesquisadores e especialistas em agronomia e sustentabilidade vêm afir-mando nos últimos anos: o Brasil tem condições de dobrar sua produção de alimentos sem aumentar a área devas-tada. A solução é aumentar a produti-vidade da terra seguindo conceitos de sustentabilidade.

“Se todo o leite no Brasil fosse pro-duzido num sistema similar ao nosso, seria possível livrar 20 milhões de hec-tares de pastagens”, calcula Craig Bell, proprietário da fazenda leitíssimo, instalada em Jaborandi, na Bahia. Nas-cido na Nova Zelândia, ele começou a

produzir leite no Brasil em 2002 e hoje já tem uma produtividade três vezes maior do que a de seu país. “A grande oportunidade no Brasil é o clima, é um país abençoado. Não existe razão para a produtividade ser tão baixa, ainda mais num momento em que o grande desafio é obter mais com menos, produzir mais alimentos com a mesma quantidade de água e terra.”

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to (Mapa), quatro quintos das terras agricultáveis no Brasil são ocupadas por pastagens, cerca de 158 milhões de hectares. Estudo realizado pela Univer-sidade de São Paulo mostra que 61 mi-lhões de hectares têm ótimo potencial agrícola, mas são utilizados por pecuá-ria de baixa produtividade. Para mudar o cenário, o Mapa aposta na recupera-ção de áreas degradadas de pastagens por meio de adubação e técnicas espe-cíficas de manejo. A meta do ministério é recuperar 15 milhões de hectares nos próximos dez anos através do progra-

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ma Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC).

Dados da Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Embrapa) mostram que uma pastagem recuperada tem potencial para produzir 12 arrobas por hectare ao ano. O volume é seis vezes maior que o rendimento de uma área degradada e, por isso, pode ser deter-minante na permanência do produtor na área. Para a safra 2010/2011, o Mapa reservou R$ 2 bilhões em financiamen-tos com juros de 5,5% ao ano e prazo de pagamento de 12 anos. Os recursos serão aplicados na correção do solo por meio de adubação para restabelecer a produção de forragem.

Investimentos financeiros são uma condição determinante para aumentar a produtividade, mas não a única. Di-versas experiências têm mostrado que é preciso, sobretudo, mudar modelos e processos, ou seja, fazer as mesmas coisas de um jeito diferente. É aí que pode estar o maior desafio para ampliar a produtividade no País. “Eu não tenho dúvidas de que mais de 70% das terras do bioma cerrado estão abaixo do seu potencial de produção. Mas não se mu-

dam os valores culturais de um dia para o outro”, afirma o engenheiro agrôno-mo lourival Vilela, pesquisador da Em-brapa há 33 anos.

De tudo um pouco

Vilela é um dos disseminadores do sistema Integração lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Como o próprio nome já diz, a técnica propõe a união de dife-rentes atividades para que a área produ-za o ano inteiro. O sistema, que pode ser aplicado em pequenas e grandes áreas, é visto como uma alternativa de produção sustentável porque, entre outros aspec-tos, já comprovou que ajuda a quebrar ciclos de pragas e doenças, reduzindo o uso de herbicidas e fungicidas. O pro-blema, segundo Vilela, é convencer um pecuarista que não tem aptidão para a agricultura a implementá-la em sua pro-priedade, ou um agricultor a criar gado. “O desafio do sistema é justamente fa-zer a integração das atividades”, afirma o pesquisador.

Casos de produtores que aceitaram a proposta de fazer diferente podem ajudar a convencer produtores rurais

Baixa produtividade

No Brasil, 158 milhões de hectares são ocupados por pastagens

61 milhões de hectares são utilizados por pecuária de baixa produtividade

A meta do governo é recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas nos próximos dez anos

Fonte: Mapa/USP

Na fazenda Leitíssimo a produtividade é de 35 mil litros por hectare, 23 vezes mais do que a média nacional

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mais resistentes. “Outro dia cheguei a uma fazenda onde o pessoal estava abrindo um champanhe porque eles tinham batido recorde de produtivida-de”, conta Vilela. Ele cita ainda a histó-ria de uma propriedade que integrou a pecuária de corte com a produção de grãos. Enquanto na maioria das pro-priedades do cerrado os animais per-dem peso na entressafra, nesta fazenda os animais estão ganhando 1,1 quilo por dia, motivados pela suplementação de resíduos da agricultura. A meta do Ministério da Agricultura é aumentar a área de IlPF em 4 milhões de hectares nos próximos dez anos.

Outro exemplo bem-sucedido de integração de culturas vem da Fibria, líder mundial em celulose. Com o ob-jetivo de estimular o fomento florestal, a empresa começou a desenvolver em 2004 um projeto de produção integra-da de madeira e alimentos, chamado de Poupança Florestal. Hoje, existem cerca de 400 produtores cultivando mi-lho, feijão, trigo, sorgo, aveia, cevada, melancia e abóbora nas entrelinhas do eucalipto. A apicultura é outra atividade que tem rendido bons resultados den-

tro do programa. “Tivemos surpresas boas, com produção de alimentos maior do que fora das áreas de floresta”, conta o engenheiro florestal Fausto Camargo, gerente de sustentabilidade da Fibria.

Hoje, a empresa também abre suas áreas de floresta para os agricultores vizinhos inserirem seus plantios. Segun-do Camargo, a cultura do eucalipto tam-bém se beneficia muito com o consór-cio. A razão é muito simples: o produtor vai mais na floresta se estiver fazendo o manejo de culturas de ciclo curto. E essa presença faz com que ele perceba pequenos problemas que poderiam se tornar grandes com visitas menos fre-

quentes. Com a integração, os agricul-tores estão aumentando a produtivida-de de suas terras e, consequentemente, elevando sua renda. Para impulsionar a comercialização dos alimentos produzi-dos dentro do projeto, recentemente a Fibria lançou o selo Floresta à Mesa.

Outro sistema agrícola que combina sustentabilidade com produtividade é o plantio direto na palha. A técnica foi desenvolvida nos Estados Unidos e co-meçou a se difundir no Brasil na década de 1970. No Sul do Brasil, ela substituiu o plantio convencional, que se caracte-rizava por revolver a terra e queimar a palha de cultivos anteriores. A prática deixava a terra totalmente exposta ao sol e à chuva, acelerando o processo de erosão. “O modelo foi trazido da Europa, onde há baixas temperaturas. Por muitos anos, nós o praticamos sem saber que o nosso solo não precisava ser mexido”, explica Almir Rebelo, pre-sidente do Clube Amigos da Terra de Tupanciretã (RS).

Segundo o produtor, o plantio dire-to é adotado em cerca de 27 milhões de hectares de áreas agrícolas do País. “Ele foi responsável por uma revolução am-

“Não existe razão para a produtividade ser tão baixa no Brasil, ainda mais num momento em que o grande desafio é obter mais com menos”, diz Craig Bell

Vilela, da Embrapa: sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta aumenta produtividade e ajuda a reduzir pragas

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biental na agricultura brasileira. Se não tivéssemos migrado, hoje teríamos de-serto em vez de terra plantada”, afirma Rebelo. De acordo com o produtor, a cada tonelada de grão produzida no sis-tema antigo, eram perdidas 20 toneladas de solo por hectare devido ao processo de erosão. Rebelo também destaca ou-tra vantagem econômica e ecológica do plantio direto: a técnica exige menos mecanização e sua adoção reduziu pela metade o consumo de combustíveis.

O plantio direto trouxe ganhos sig-nificativos em produtividade para os

agricultores de Tupanciretã. A produção de soja, por exemplo, passou de 25 para 45 sacas por hectare. A utilização de se-mentes transgênicas, mais resistentes a pragas, também ajudou a chegar aos atuais índices de produtividade. “Bio-tecnologia é fundamental. Ajuda a au-mentar a produção e a reduzir o consu-mo de agroquímicos”, defende Rebelo. Para ele, na equação da sustentabilidade não dá para esquecer o viés econômico. O agrônomo Vilela concorda. “Alguém tem que pagar a conta.”

Campeão da soja

Estimular o desenvolvimento de novas, eficientes e sustentáveis práti-cas de cultivo é uma das propostas do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb). A entidade, criada em 2007, tem como meta elevar a atual produção de 2.875 kg/ha para, no mínimo, 4 mil kg/ha até 2020. Para isso, promoveu a primeira edição do Desafio Nacional de Máxima Produtividade – safra 2009/2010. Mais de 800 produtores de 12 estados se ins-

creveram e o resultado surpreendeu a organização. Os 20 melhores projetos tiveram um aumento de produtividade de 72% em relação à média do Brasil.

O vencedor foi leandro Ricci, pa-ranaense de Mamborê, que alcançou a marca de 108,4 sacas por hectare na área destinada ao desafio. O produtor conta que usou a técnica de plantio cruzado, teve sorte com o volume de chuvas, investiu numa variedade trans-gênica de alta produtividade e “capri-chou” na adubação da área. “Inclusive, eu acho que colocamos fertilizantes demais. Se tivesse usado menos, teria alcançado a mesma produtividade com um custo menor”, especula o sojicultor. Segundo ele, por conta de investimen-tos em sementes, adubos e agrotóxi-cos, a lucratividade foi a mesma da área convencional.

“Vou continuar fazendo experimen-tos a partir de técnicas economicamente viáveis”, afirma Ricci, que recebeu como prêmio uma viagem técnica aos princi-pais centros de tecnologia e produção de soja dos Estados Unidos. Para ele,

“Mais de 70% das terras do bioma cerrado estão abaixo do seu potencial de produção. Mas não se mudam os valores culturais de um dia para o outro”, diz Vilela

Produtores associados à Fibria podem produzir alimentos – como o mel – nas entrelinhas da plantação de eucalipto

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questão de manejoNas florestas, sejam nativas ou

plantadas, o manejo sustentável também é condição fundamental para garantir o aumento da produtividade. E a cada ano as técnicas comprovam que não é necessário desmatar reservas inteiras para continuar usufruindo dos benefícios da madeira. “Temos fornecedores com florestas nativas que têm obtido incremento anual de 5 metros cúbicos de volume por hectare ao ano só com o manejo sustentável”, afirma Guido Otte, presidente da Butzke, indústria de móveis para o lazer.

Essa produtividade é ainda maior em áreas reflorestadas. Segundo o empresário, o Brasil já é uma referência internacional em silvicultura e tem os maiores índices de produtividade do segmento no mundo. Ele cita o exemplo de fornecedores de áreas reflorestadas da Butzke, que produzem 60 metros cúbicos de madeira por hectare – 12 vezes mais do que numa floresta nativa. Com sede em Timbó (SC), a empresa exporta para mais de 30 países.

O reconhecimento internacional da Butzke se deve, em grande parte, à política ambiental da marca. Desde 1998, a empresa é certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council), selo que garante o manejo sustentável dos recursos naturais em todas as etapas de produção. Seguindo a filosofia de fazer mais com menos, a Butzke tem investido no design ecológico de suas peças. “A proposta é garantir o maior aproveitamento possível da matéria-prima, reduzindo o consumo de madeira e a geração de resíduos”, explica Otte.

Guido Otte, da Butzke: manejo sustentado de florestas faz do Brasil referência no segmento

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uma boa colheita depende de quatro fa-tores: clima, análise correta do solo para adubação, escolha certa da variedade da semente e aplicação eficaz de agrotóxi-cos. “O primeiro ninguém controla, mas todos os outros dependem da orienta-ção de um técnico. O problema é que muitos produtores são teimosos e não ouvem os agrônomos.”

No caso do pecuarista Craig Bell, a teimosia deu lugar à determinação. Foi assim que ele alcançou um índice de pro-dutividade 23 vezes maior do que a mé-dia nacional. Eis o segredo de Bell: “Cli-ma é fundamental, genética é necessária, tecnologia é importante”. Bell chegou

ao Brasil em 1997 e, em 2001, resolveu investir na pecuária leiteira em parceria com Simon Wallace, seu sócio na leitís-simo. Durante um ano e meio eles se de-dicaram a pesquisas, incluindo avaliação climática de diferentes regiões do Brasil. Simon percorreu mais de 100 mil quilô-metros para encontrar o clima ideal para o sistema desenhado pelos dois.

O local escolhido foi Jaborandi, no sudoeste da Bahia. Na região, os sócios conseguiram uma taxa de crescimento de pasto três vezes maior do que na Nova Zelândia. “É uma condição estra-tégica para ter custo baixo na produção de leite”, afirma Bell. Devido à alta pro-dutividade da grama, são necessários apenas 224 hectares para abrigar 3 mil animais. A área é dividida em quatro pivôs com raio de 425 metros e 56 hec-tares cada um. No centro de cada um dos pivôs fica a estação de ordenha. O pecuarista desenvolveu uma nova raça bovina, chamada de kiwicross. O sêmen vem de touros da Nova Zelândia.

O rebanho atual é de 3 mil animais, entre bezerras, novilhas e vacas. A expec-tativa é produzir 6,5 milhões de litros de leite em 2010. Segundo Bell, a fazenda é

a maior produtora de leite sem confina-mento do Brasil. Toda a produção segue para a fábrica da leitíssimo, inaugurada na própria fazenda em outubro do ano passado. A capacidade atual é de 50 mil litros de leite por dia, mas foi projetada para permitir uma expansão de até 150 mil litros/dia. A Leitíssimo tem 50 funcio-nários, um número pequeno comparado a outras propriedades. “São produzidos 1,6 mil litros por funcionário a cada dia. Em Goiás, a média é de 124 litros por dia”, afirma o pecuarista. Bell acredita que ainda pode elevar em 5% a produtivi-dade da leitíssimo. Pode parecer pouco, mas se é possível ele vai tentar.

LINHA DIRETA

Butzke: (47) 3312-4000Clube Amigos da Terra de Tupanciretã:(55) 3272-1361Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb):(61) 3201-0050Embrapa Cerrado: (61) 3388-9898Fazenda Leitíssimo: (62) 3445-1360Fibria: (11) 2138-4000

“O plantio direto foi uma revolução ambiental no Brasil. Se não tivéssemos migrado, hoje teríamos deserto em vez de terra plantada”, diz Rebelo

Rebelo: a cada tonelada de grão produzida no sistema antigo, eram perdidas 20 toneladas de solo por hectare devido ao processo de erosão

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choroPara facilitar a vida dos adultos e gerar novos negócios, empresas de diferentes segmentos adaptam seus espaços, produtos e serviços às necessidades infantis

por Mônica [email protected]

As crianças nunca tiveram tanta im-portância no planejamento estratégico das empresas como nos dias de hoje.

Com o aumento do poder aquisitivo da população, crescem os gastos dos pais com produtos e serviços para seus fi-lhos. Além disso, mudanças no estilo de vida exigem cada vez mais a presença dos pequenos em programas rotineiros

ou eventuais. Para facilitar a vida dos adultos e gerar novos negócios, compa-nhias de diferentes segmentos buscam adaptar seus espaços, produtos e servi-ços a esse nicho de mercado em cons-tante expansão.

chega de

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Foi prevendo essa tendência que o empresário Marcello Cafaro deixou o mercado de educação infantil para inves-tir em um negócio inovador. Criada em 1997, a Bem Me Quer Sports é a primeira academia brasileira voltada exclusiva-mente para crianças. “Identificamos essa lacuna no mercado, pois, geralmente, as crianças faziam natação num lugar, fute-bol em outro, balé em outro, e assim por diante, o que demandava muito tempo e empenho dos pais em levá-las e buscá-las em tantos locais diferentes. Além disso, para quem tem mais de um filho é quase impossível conciliar tantos horários e ati-vidades”, conta Cafaro.

Com duas unidades em São Paulo, a Bem Me Quer Sports aposta numa metodologia própria que alia a prática de esportes ao conceito lúdico, com o objetivo de que as crianças socializem e façam exercícios brincando. O público-

alvo é composto por crianças das clas-ses A e B que têm de dois a 12 anos. Além dos mais de 700 alunos atendidos nas unidades, a empresa também presta serviço em condomínios residenciais, hotéis, escolas, eventos esportivos e temáticos, clínicas, campeonatos e pas-seios, entre outras atividades.

São oferecidas mais de dez modalida-

des esportivas, além de cursos regulares. “Funcionamos como o período integral de muitas crianças, que saem da escola e vêm pra cá passar o restante do dia conosco se exercitando e brincando, o que é muito melhor do que ficar trancado num aparta-mento com a babá”, relata Cafaro.

Após se consolidar na capital paulista, Cafaro pretende agora expandir para todo o País através do sistema de franquias. “Acreditamos que cabe uma Bem Me Quer Sports em todas as capitais e principais centros urbanos do País”, diz Cafaro. Para adquirir uma unidade, é necessário dispor de aproximadamente R$ 300 mil para ins-talação, mais taxa de franquia de R$ 90 mil. O capital de giro é variável, dependendo do número de alunos e prestação de ser-viços externos. “A grande diferença numa academia para crianças é a mão de obra, que deve ser rigorosamente selecionada”, conta o empresário.

“Muitas crianças saem da escola e passam o restante do dia conosco, o que é muito melhor do que ficar trancado num apartamento com a babá”, diz Cafaro

Bem Me Quer Sports: grande

diferença numa academia para

crianças é a mão de obra rigorosamente

selecionada

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Só quem tem filho sabe como tare-fas simples do dia a dia – como fazer compras, almoçar ou malhar – podem se tornar complexas na companhia das crianças. Por este motivo, supermerca-dos, restaurantes e shoppings foram os primeiros a perceber a necessidade de criar atividades e locais exclusivos para elas. Até porque, livres da preocupação de cuidar dos filhos, os pais ficam mais à vontade para consumir.

Dependendo do tipo de varejo, inves-tir em um espaço para as crianças pode ser ainda mais crucial na hora de fechar as vendas. É o caso da Felipetto Idélli, loja de móveis planejados localizada em Florianópolis. “No nosso negócio, o tem-po médio de venda gira em torno de uma hora, então é fundamental dispor de um

serviço específico para entreter os filhos enquanto os pais avaliam os projetos e produtos”, afirma Ana Carolina Bork, en-genheira civil e designer de interiores.

localizado próximo à área de atendi-mento, o “espaço kids” da Felipetto Idélli

é destinado às crianças de até sete anos. Entre as atrações disponíveis estão piscina de bolinhas, escorregador, além de mate-rial para desenho, carrinhos e brinquedos diversos. “O posicionamento do espaço é estratégico – entre a loja e a área de aten-dimento – para dar mais tranquilidade aos pais, que podem visualizar os filhos a qual-quer momento”, diz Ana Carolina.

Pequenos consumidores

Mais do que criar um local para as crianças brincarem dentro de um esta-belecimento comercial, algumas empre-sas vão além e geram outros negócios a partir dessa necessidade. Foi o que fez a Unique Fitness, academia de ginástica localizada em Brasília. Para resolver um

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Investir em espaço para crianças pode ser crucial nas vendas. Livres da preocupação de cuidar dos filhos, os pais ficam mais à vontade para consumir

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ços exclusivos para as crianças significa muito mais do que simplesmente propi-ciar uma facilidade aos pais. Segundo o executivo, trata-se de uma estratégia efi-caz para fidelizar a clientela a longo pra-zo. “Como sabemos que a criança é um aluno fiel, dedicar o serviço da empresa para este público nos dá a segurança de que ele ficará por muito tempo dentro de nossa academia, pois tais serviços acompanharão o seu desenvolvimento durante um longo período.”

LINHA DIRETA

Bem Me Quer Sports: (11) 3044-1108Felipetto Idélli: (48) 3248-2797Unique Fitness: (61) 3343-2002

problema muito comum entre os alunos – ter com quem deixar os filhos durante a malhação –, a empresa criou uma sé-rie de novos serviços voltados exclusiva-mente aos pequenos. Trata-se, segundo Diogo Salim, diretor-executivo da Unique Fitness, da primeira academia do Distrito Federal a focar neste público. “Adultos e crianças estão em espaços separados e personalizados. Tem até duas recepções, uma para cada faixa etária”, comenta.

A mais nova aposta da academia para fidelizar pais e filhos é o programa Baby Plus. Voltado aos bebês de três meses a três anos de idade, tem como objetivo es-timular o desenvolvimento sensorial dos pequenos. O pacote inclui aulas de nata-ção, musicalização, estimulação artística, psicomotricidade e desenvolvimento da

inteligência. “A procura por este serviço tem sido enorme, assim como a aceita-ção dos que já estão matriculados”, avalia Ricardo Rangel, gestor do espaço Baby Plus. Há apenas seis meses em operação, o programa já possui 80 bebês matricula-dos e mais de 20 na lista de espera.

Já as crianças de quatro a 12 anos con-tam com espaços e atividades elaboradas de acordo com cada faixa etária. Criado há um ano, o programa Kid’s Club soma 450 alunos e tem como proposta ofere-cer vivências motoras e cognitivas, bem como estimular a socialização. Além de aulas de natação, balé, capoeira, ginástica artística, esportes de quadra e artes mar-ciais, o espaço possui ainda brinquedote-ca e casa na árvore.

Na opinião de Rangel, oferecer servi-

Unique Fitness: oferecer serviços exclusivos para as crianças é uma

estratégia eficaz para fidelizar a clientela a longo prazo

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nuvemEstar presente na internet é fundamental para qualquer empresa, e o passo seguinte é combinar campanhas off-line com ações on-line

um lugar na

O Palace Hotel de Campo Grande exis-te há quatro décadas, mas só em março deste ano lançou seu site na internet. Até então, o empreendimento simplesmente não existia na web. Para a empresária Júlia Chacha, que assumiu a administração do hotel da família há cinco anos, a explicação é simples: “Sempre achei que era melhor não ter nada do que ter um website mal-feito e que transmitisse aos clientes uma imagem ruim do negócio. Preferi esperar para fazer bem-feito”.

Pesquisa realizada pela Associação Co-mercial de São Paulo (ACSP) mostra que a ausência das empresas no mundo virtu-al é mais comum do que se imagina. No universo de 1.201 empresas pesquisadas pela entidade, 34% responderam não ter site. Esse número é ainda maior entre as microempresas – 41%. O índice entre os grandes e pequenos negócios é pratica-mente igual, 14% e 15%, respectivamente. As médias empresas são as mais presentes na internet: apenas 5% não têm website.

“Quem não está na web certamente está perdendo negócios. Ninguém mais procura uma empresa pela lista telefônica. Hoje, as páginas amarelas são a busca do Google”, afirma Marlon Souza, diretor de negó-cios e planejamento da Morphy. A agência, com sede em Blumenau (SC), desenvolve ações interativas para clientes como McDonald’s, Editora Globo e Haco. Para o executivo, é melhor manter uma

página virtual apenas com um telefone do que ignorar totalmente a web. “Não é mais um diferencial, é necessidade pri-mária”, sentencia Souza.

O uso das ferramentas disponíveis no universo on-line vai depender dos obje-tivos da empresa e, claro, de suas con-dições financeiras. Assim, uma empresa com baixa capacidade de investimento não precisa envolver sofisticadas tecno-logias em suas ações digitais. “Com ações

comuns como um blog, por exemplo, é possível obter bons resultados”, destaca Souza. Segundo ele, mesmo no caso de grandes empresas é preciso ir com cal-ma. “Muitos clientes chegam pedindo aplicação para iPhone, jogos virtuais, etc., sem ter um objetivo definido.”

Saber aonde se quer chegar é o pri-meiro passo para qualquer ação empre-sarial. Com a web não é diferente. Souza propõe que os executivos discutam e

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por Cléia [email protected]

Marlon, da Morphy: empresa com baixa capacidade de

investimento não precisa adotar tecnologias sofisticadas

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definam seus objetivos antes de sair fa-zendo investimentos só por modismo ou mesmo para seguir os movimentos dos concorrentes. Antes de tudo, algumas questões precisam ser respondidas, tais como: quais resultados a empresa espera obter na internet? Ela quer apenas mar-car presença on-line ou pretende fazer lançamentos de produtos, interagir com os clientes ou até mesmo utilizar a web como um canal de venda?

O que não é mais aceitável é ignorar o canal digital. De acordo com Marlon, muitas empresas de grande porte estão aprendendo a lição de forma traumática. “Elas resolvem agir só quando um clien-te espalha algum comentário ruim sobre a empresa no Twitter ou no Orkut. Ou ainda quando a concorrência faz primeiro e ganha destaque por conta de uma ação de marketing digital”, afirma Souza. Na opinião do executivo, está mais do que na hora das empresas sintonizarem suas campanhas off-line com ações on-line.

“As empresas precisam manter uma orientação de marketing digital, da mes-ma forma que contam com assessorias jurídicas e contábeis para seu negócio”, defende Átila Genehr, diretor da Magoweb Marketing Digital, rede de franquias espe-cializada em soluções para internet. Para o executivo, ao contrário do que muitos empresários pensam, o custo é acessível e se traduz em retorno financeiro a curto prazo. “Com um salário mínimo mensal é possível receber orientação básica e ter re-sultados práticos”, garante Genehr.

O Palace Hotel de Campo Grande é um dos clientes da Magoweb. Desde que lan-çou o website do empreendimento, há seis meses, Julia Chacha viu a taxa de ocupação do hotel crescer em 30%. “E sabemos que podemos melhorar muito com a realização de mais ações de marketing digital linkadas com eventos realizados na cidade”, desta-ca Julia. O contrato com a Magoweb inclui um relatório mensal de monitoramento da internet, com número e perfil dos acessos ao site. Os dados se traduzem em subsídios para novas ações. “O melhor é que o custo é muito acessível e se paga em pouquíssi-mo tempo”, afirma Julia.

Para quem sequer existia na internet, o Palace está muito bem ranqueado na pesquisa do Google. Hoje, ao buscar por

“hotel campo grande”, o empreendimento aparece logo no primeiro resultado – uma lista de hotéis da cidade com localização no Google Maps. Esse é um fator importantís-simo se for levado em conta que, segundo pesquisas, 90% das pessoas utilizam pelo menos uma fonte on-line na hora de pes-quisar hotéis, passagens aéreas, aluguel de carros e cruzeiros marítimos.

“A internet permite que uma pequena empresa pareça grande”, destaca o diretor da Magoweb. Para ele, mesmo uma padaria de bairro deve investir no relacionamento virtual com seus clientes como uma forma de reforçar a marca. E para que os esforços não sejam em vão, ele aconselha prestar atenção em alguns detalhes, começando pela linguagem e design da página. Textos longos com letrinhas miúdas, por exemplo, podem afugentar usuários. Certifique-se ainda que o seu site rode sem problemas em qualquer navegador.

Além da usabilidade, prepare a página para receber tráfego de qualidade, ou seja, o seu cliente. Empresas especializadas tra-balham com uma série de estratégias para otimizar a busca da empresa no Google e, consequentemente, aumentar o índice de acessos. A atualização do conteúdo é ou-

tra condição indispensável. Pensando nis-so, a Navita desenvolveu o Portal 2.0, uma ferramenta que entre outros benefícios permite a descentralização do conteúdo, normalmente dependente da interação com a área de TI.

“Hoje ainda é muito comum que as alterações sejam enviadas para a área de TI, que coloca o pedido no agendamen-to, um processo que chega a levar duas semanas”, conta Juliano Ghisi, diretor de produtos da Navita. O executivo concorda que o maior problema para o uso eficiente da internet é a falta de uma estratégia ali-nhada com todos os setores da empresa. “Os custos já diminuíram muito. Eu não acredito mais em barreiras financeiras e de conteúdo. O problema é falta de plane-jamento”, afirma Ghisi.

LINHA DIRETA

Magoweb: (51) 3711-7495Morphy: (47) 3037-7237Navita: (11) 3045-6373Palace Hotel Campo Grande:(67) 3384-4741

Juliano, da Navita: maior problema para o uso eficiente da internet é a falta de uma estratégia alinhada com todos os setores

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cartão dacasapor Beatrice Gonçalves

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Já foi o tempo em que para vender a prazo era preciso fazer o crediário do cliente na própria loja. Hoje o comercian-te pode conceder crédito sem se preocu-par com isso. Com os cartões private label, as marcas podem ter um cartão de crédito que leva o nome da rede e oferecer cré-dito pré-aprovado para seus clientes sem ter que comprometer o capital de giro do negócio ou mesmo ter que fazer consul-tas ao SPC ou Serasa. Isso porque quem concede o crédito nesse caso são as ins-tituições financeiras administradoras dos

Com o sistema private label, o comerciante pode oferecer crédito pré-aprovado e ainda ter informações privilegiadas sobre o consumo de seus clientes

cartões private label, e são elas que geren-ciam todo o processo. Isso permite que o comerciante tenha a garantia de pagamen-to das compras a prazo e possa se dedicar melhor ao negócio.

Pelo sistema, o cliente é cadastrado na loja, preenche um formulário que é entre-gue à instituição financeira que concede o cartão; o órgão avalia os dados e, a partir disso, aprova o crédito para que o con-sumidor possa utilizá-lo na rede. Com o private label, o cliente não paga anuidade pelo uso do cartão, pode fazer o parcela-mento das compras em até 12 vezes na loja emissora e pode até refinanciar suas contas. O lojista também paga taxas mais

baixas pelas transações feitas pelo cartão e tem a vantagem de contar com o dinheiro das vendas sem correr o risco de levar ca-lote ou ter atraso no pagamento.

Diferente das vendas feitas com car-tões de grandes bandeiras como Visa e MasterCard, em que o lojista não conse-gue ter informações sobre o consumidor que compra na sua loja, com o cartão private label o comerciante consegue conhecer melhor seus clientes e estrei-tar os vínculos com ele. Pelo sistema, ele tem acesso ao cadastro do consumidor e pode acompanhar sua rotina de com-pras, verificar quais produtos costuma adquirir com maior frequência e com que periodicidade. Informações que po-dem auxiliar a empresa a elaborar estra-tégias de marketing a partir do perfil de seus consumidores ou ainda desenvolver ações que promovam a fidelização.

Segundo a Associação Brasileira das

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cadastro rápido

Para agilizar o processo de cadastro do cliente no sistema private label, o lojista pode contar com uma série de ferramentas para fazer a adesão do cliente no ponto de venda. Ao invés de preencher fichas e enviá-las pelos Correios para as financiadoras que emitem o cartão – o que pode demorar até cinco dias úteis –, o comerciante pode fazer isso em apenas três minutos.

A Fidelity Processadora e Serviços oferece uma série de soluções de gerenciamento das informações que interligam o ponto de venda ao sistema da instituição que emite o cartão. Com isso, em poucos minutos a administradora do private label faz consultas ao Serasa e ao SPC, analisa a proposta e, se aprovada, o cliente já pode usar na hora o seu novo cartão.

Empresas de Cartões de Crédito e Ser-viços (Abecs), essa é uma forma de pa-gamento que tem crescido no País. De acordo com o órgão, estavam em ope-ração em junho de 2010 cerca de 211 milhões de cartões private label – o que significa um aumento de 14% em relação ao mesmo período do ano passado. Um mercado que realiza mais de 99 milhões de transações e movimenta cerca de R$ 5 milhões. A expectativa é que o private la-bel cresça a uma média de 20% nos pró-ximos anos e que substitua aos poucos os cheques pré-datados. Entre os maio-res emissores de cartões próprios estão as lojas Riachuelo, que têm uma média de 123 mil clientes cadastrados por loja; e a Renner, com 97 mil cartões por unida-de. Mas não são só as grandes empresas que estão aderindo ao sistema.

O pet shop Cão.com, de Florianó-polis, possui duas unidades e já tem seu cartão próprio. Mais de 350 clientes es-tão cadastrados e podem parcelar suas compras em até três vezes, podem pagar a primeira parcela em 30 dias e ainda participar do programa de pontuação em que a cada compra realizada na loja eles ganham pontos e podem trocar por produtos. “Agora consigo me programar melhor, porque antes eu tinha que ter mais capital de giro para poder oferecer pagamento a prazo. Com o cartão, nós fa-zemos o nosso trabalho e a financeira faz o dela. Essa é uma forma de pagamento segura tanto para nós empresários quan-to para os clientes”, considera luciano Granemann e Silva, médico-veterinário proprietário da Cão.com.

O cartão oferecido pelo pet shop tem a administração da financeira Santinvest.

Os clientes podem fazer a solicitação do cartão na loja e sair dali com crédito pré-aprovado de R$ 70. Além da Cão.com, a instituição administra cartões private label de mais de 500 lojas dos grupos Marisol, lilica & Tigor, One Store, Carmen Ste-ffens, Transbyshop, Someday e Caverna do Dino. Pelo sistema oferecido pela San-tinvest, cada empresa contratante pode cadastrar regras específicas para o uso do private label, podendo oferecer condições de pagamento de três até dez vezes com e sem juros. O cliente que aderir ao cartão não paga anuidade e, quando o utiliza, re-cebe em casa a fatura para o pagamento. O lojista paga taxas de 2,50% a 2,90% por transação realizada, um valor mais baixo do que o cobrado por cartões de ban-deiras como Visa e MasterCard, que fica em torno de 5%. “Empresas de pequeno e médio portes não têm poder de barga-nha para negociar suas taxas com grandes bandeiras. Na Santinvest é diferente: nós privilegiamos essas empresas. Estamos sempre procurando formas de melhor atendê-las”, explica Milton Mousselin, consultor de negócios da Santinvest.

Pelo sistema da administradora, as empresas têm acesso ao banco de dados dos clientes com informações como data de nascimento, frequência de visita à loja, tíquete médio e até dados sobre as pre-ferências de consumo. Segundo Mousse-lin, isso ajuda o lojista a conhecer melhor quem são seus clientes. Ele cita o caso da grife infantil lilica & Tigor que, com o cartão próprio da rede, conseguiu colocar junto ao cadastro dos pais dados sobre as crianças que usam as roupas da marca. “O cartão próprio ajuda as empresas a enten-der seus clientes, a elaborar estratégias

de marketing e a fortalecer a marca. Com essas informações é possível convidar o cliente para um desfile da loja, avisá-lo de uma promoção ou mesmo mandar um e-mail para ele no dia do aniversário.”

A Plenocard, empresa do Grupo Connex, administra cartões private label de 550 lojas da Região Sul do País e do interior de São Paulo. Com o sistema oferecido pela administradora, o lojista

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LINHA DIRETA

Cão.com: www.sitecao.com.brMasterFarma: www.masterfarma.com.brPlenocard: www.plenocard.com.brSantinvest: www.santinvest.com.br

não precisa contratar várias empresas para ter um cartão próprio. A tecnologia de captura, a processadora, a bandeira, a administração e a financeira são do grupo, o que permite que o comercian-te gaste menos para implantar o private label e não precise se preocupar com o gerenciamento do cartão. Para aderir ao sistema, o lojista precisa investir R$ 2 mil em uma cota inicial de 1 mil cartões,

paga por transação realizada a taxas que vão de 2,5% a 5% e pode optar por alugar um aparelho POS ou usar o sistema de captura que funciona pela internet.

O cartão permite que o cliente pague suas compras em até 12 vezes, faça paga-mento mínimo de parcelas e o refinancia-mento da conta. Não é cobrada anuidade – o usuário só paga taxa de manutenção nos meses em que utiliza o cartão, um valor que fica em torno de 3,5% ao mês. “Trabalhamos para que as pequenas e mé-dias empresas possam oferecer crédito a seus clientes através de um cartão próprio e nós damos todo o suporte e garantimos a operação”, afirma Fabrício de Souza, di-retor de negócios da Plenocard.

A MasterFarma, associação de 490 far-mácias de Santa Catarina e do Paraná, tem cartão próprio emitido pela Plenocard. Em menos de um ano a rede conseguiu cadastrar 10 mil clientes. Com o cartão, as farmácias passaram a oferecer descontos e

todas as vantagens da compra à vista para os consumidores que compram a prazo pelo private label, permitindo que eles façam o parcelamento da compra em até três vezes sem juros. “Quando a farmácia tem crediário próprio, ela perde muito tempo para fazer a cobrança. Com o priva-te label, temos a garantia do pagamento. Dá para se organizar melhor. Semanal-mente, sabemos quanto vamos receber e que poderemos usar aquele dinheiro”, afirma Marcelo Grasso, diretor administra-tivo da MasterFarma. Informações auxiliam

empresas a elaborar estratégias de marketing a partir do perfil de seus consumidores e desenvolver ações de fidelização

Milton Mousselin, da Santinvest: “Empresas de

pequeno e médio portes não têm

poder de barganha com grandes

bandeiras. Nós privilegiamos essas

empresas”

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Idade: 25 anosLocal de nascimento: São PauloEmpresa: CassineraSede: São Paulo Funcionários: 3 (além de equipe de 28 crupiês free-lancers)Crescimento: 70% em 2009

André Schuartz

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profissionalDiversão

Jovem inova o mercado de entretenimento brasileiro e lança o primeiro cassino itinerante legalizado

por Mônica [email protected]

colaborou Cléia Schmitz

Acordar cedo, dormir tarde e trabalhar muito em nome da diversão. Esse é o lema de André Schuartz, proprietário da Cassi-nera, único cassino itinerante e legalizado do Brasil. Tanto é que, em sua sala, faz questão de manter um quadro com a céle-bre frase que diz “talento é 1% de inspira-ção e 99% de transpiração”. E não se trata apenas de filosofia, pois André começou a trabalhar cedo – “e por vontade própria” – aos 16 anos. Com apenas 22 anos, o ad-ministrador paulistano inovou ao apostar num modelo de negócio então inédito – e polêmico – no País. Hoje, aos 25, ele co-memora o crescimento da empresa, que deve aumentar 80% em 2010.

“Costumo dizer que o empreendedo-rismo está no gene da família. lá em casa sempre existiu uma competição saudável, todos são empreendedores e temos que apresentar resultados”, reflete o empresá-rio ao relembrar o início de sua carreira, aos 16 anos. A Cassinera não foi a primeira experiência de André como empreende-dor. Quando entrou na faculdade, aos 18 anos, o jovem abriu sua primeira empresa em sociedade com a mãe, empresária do ramo de vidros. “Minha mãe tinha a pro-dução de objetos de vidro concentrada em Santa Catarina e queria abrir uma fábrica em São Paulo, então eu fiquei responsável pela administração da empresa”, relem-bra. O negócio durou aproximadamente dois anos e deu ao jovem a oportunidade de experimentar as diferentes áreas – e desafios – da gestão empresarial.

A proposta da Cassinera, fundada em 2008, é levar jogos de cassino – como

pôquer, blackjack, baccarat e outros – a festas e eventos corporativos. A ideia sur-giu no período em que André, então com 21 anos, fez uma pausa na faculdade de Administração de Empresas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) para estudar na California State University, em Los Angeles (EUA). Nas horas vagas, aproveitou para fazer um curso de crupiê e trabalhou como free-lancer em cassinos e eventos. “Fui fazer por diversão, pois achei curioso, mas acabei descobrindo que aquilo poderia ser uma profissão – e um negócio – rentável.”

Apesar de gostar do trabalho como crupiê – função que ocupou durante um ano e meio –, havia algo que incomodava o jovem estudante. “Eu sentia uma pressão, uma sensação estranha que me incomo-dava e, aos poucos, percebi que isso era por causa do dinheiro, por ver as pessoas gastando”, conta. Foi então que surgiu a ideia de voltar para o Brasil e montar uma empresa que oferecesse o entretenimen-to dos jogos de cassino sem a “pressão” das apostas. “Minha intenção era oferecer jogos em que as pessoas só têm a ganhar em diversão, alegria e relacionamento.”

A Cassinera foi fundada quando André tinha 22 anos, antes mesmo da formatura

na Faap. O jovem empreendedor come-çou sozinho, com uma única mesa de 21. “No início o trabalho foi árduo. Ainda não tínhamos cases de sucesso para apresentar e, apesar das pessoas gostarem da ideia, muitos não a compravam”, relembra. A solução foi aproveitar todas as oportuni-dades possíveis para divulgar o negócio, principalmente em festas de amigos e familiares. Atualmente a Cassinera conta com 24 mesas de jogos, sendo pôquer, blackjack, roleta, baccarat e craps.

Já posicionada no mercado, a em-presa hoje conta com três funcionários – incluindo o próprio André –, além de uma equipe composta por 28 crupiês que trabalham como free-lancers. O perfil dos clientes também mudou. Apesar de conti-nuar fazendo festas mais intimistas, como aniversários e casamentos, os eventos cor-porativos já respondem pela maior parte da receita da Cassinera. Em dois anos de mercado, a companhia já integrou even-tos de grande porte como o Camarote Salvador 2010 e atende a empresas como Volkswagen e Tim. “Cada evento é único. O número de mesas, a performance dos crupiês, tudo varia de acordo com o perfil do cliente”, completa.

O principal desafio foi enquadrar a empresa na legislação brasileira, que proíbe totalmente os jogos de azar. “A solução que encontrei foi não envolver qualquer valor monetário nas apostas e nos jogos”, conta. Por este motivo, a as-sessoria jurídica foi, desde o início, um dos pontos fundamentais no planeja-mento estratégico da companhia. O ex-tenso contrato de prestação de serviços é rigoroso e inclui uma cláusula que dá liberdade total à empresa de se retirar do evento caso haja qualquer menção a

“Cada evento é único. O número de mesas, a performance dos crupiês, tudo varia de acordo com o perfil do cliente”, diz Schuartz

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“Depois percebemos que as mesas eram uma excelente ferramenta para fazer di-vulgação de produtos e também para treinamento, pois os jogos servem como analogia para falar de riscos e desafios”, relata. Com isso, os clientes corporativos passaram a ser maioria, sendo que a Cas-sinera – que tem sede em São Paulo – é contratada para eventos em todo o País.

Os bons resultados da empresa – que em 2009 cresceu 70% – tem feito André pensar numa possível expansão através de franquias. “Temos um plano de franquias ainda incipiente, mas que deve ser estru-turado em 2011”, revela. Com mais uni-dades espalhadas pelo País, será possível reduzir os custos com o deslocamento da equipe, facilitando a prospecção de clien-tes de menor porte em outras regiões do Brasil. “A ideia é ter unidades em polos estratégicos, para conseguir atender a um mercado maior e que seja numa condição financeira melhor para os contratantes. Assim conseguiremos atingir empresas e eventos de menor porte.”

LINHA DIRETA

André Schuartz: www.cassinera.com.br

P E r f I l

apostas valendo dinheiro. Para que os jo-gos não perdessem a graça do “perder ou ganhar”, André manteve as fichas de cassi-no e investiu no treinamento da equipe.

Treinamento próprio

Outra dificuldade foi encontrar mão de obra qualificada para comandar as mesas de jogos. Ao tentar recrutar colaboradores em um famoso site de empregos, André foi procurado pela direção do portal, que fi-cou preocupada, já que não havia nenhum crupiê entre os milhares de currículos ca-dastrados, e por isso a vaga não poderia ser divulgada. “Percebi então que eu mesmo teria que treinar meus funcionários.” Para solucionar o problema, ele desenvolveu um curso, oferecido gratuitamente aos interessados em trabalhar na Cassinera. O treinamento desenvolvido por André se-gue os mesmos manuais de conduta dos melhores cassinos do mundo. Tanto que a Cassinera tem sido procurada por cassinos estrangeiros interessados em divulgar suas marcas no mercado brasileiro.

Quando começou, o core business da Cassinera era o entretenimento. Mas, aos poucos, André percebeu que as mesas de jogos tinham outras funções, como apro-ximar pessoas e facilitar o networking.

1985

2001

2003

2007

2008

Nasce em São Paulo

Aos 16 anos começa a trabalhar na empresa da família

Aos 18, comanda uma fábrica de objetos de vidro em São Paulo

Faz uma pausa no curso de Administração da Faap para estudar na California State University, em Los Angeles (EUA). Lá, trabalha como crupiê

De volta ao Brasil, funda a Cassinera

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André SchuartzCassinera

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Para os pequenosA Petit, marca de moda e produtos

infantis, está em fase de expansão. Em apenas dois anos, foram 13 unidades im-plantadas, além das 11 lojas próprias. Até o fim do ano, a rede pretende inaugurar pelo menos outras seis franquias nas cida-des de Belo Horizonte (MG), Montes Cla-ros (MG), São José dos Campos (SP), João Pessoa e Belém . “A meta é fecharmos o ano com 18 lojas franqueadas”, revela Nara Silvério, da Franchise Store, consul-toria em expansão de franquias.

A partir de agora, o novo foco da marca será a abertura de lojas na capital e no inte-rior de São Paulo. “No último ano foi inaugu-rada a primeira franquia na capital paulista, no Shopping Morumbi; logo será a vez de São José dos Campos. Assim, pretendemos chegar a outros bairros da cidade e interior, que estão em desenvolvimento e necessi-tam de bons produtos e marcas”, diz Nara. Ela revela ainda que já há negociações bem adiantadas para fechar contratos na Granja Viana, ABC e Shopping Eldorado.

As lojas têm aproximadamente 80 me-tros quadrados e o investimento inicial para instalação é de aproximadamente R$ 240 mil, mais taxa de franquia no valor de R$ 25 mil. O retorno é esperado em 24 meses.www.mundopetit.com.br

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Design premiadoRealizada no último mês de agos-

to, a primeira edição do Prêmio de De-sign ABF, realizado em parceria com o Retail Design Institute, premiou os melhores projetos de loja e quiosque do franchising brasileiro. A comissão julgadora levou em consideração os projetos de design que contribuem para elevar a experiência de compra dos consumidores, a conquista de mercado e a melhora no desempenho da rede, além de estimular o uso do design como ferramenta estratégica de negócio.

O prêmio mais esperado da noite – Design do Ano – foi entregue à rede Hering Store, considerada a empresa

franqueadora que melhor utilizou o design para transformar seu ponto de venda num ambiente encantador para os clientes. Já a Contém 1G foi contemplada com o prêmio especial “Inovação do Ano”, que reconheceu a empresa franqueadora que melhor articulou conceito, visual merchandi-sing, inovação em iluminação, equipa-mentos, móveis e comunicação.

Na modalidade loja, as empresas Fotóptica, Star Point, TKTS, Capodar-te, Água Doce Cachaçaria, Morana e Mundo Verde também foram premia-das. Já o prêmio da categoria quios-que foi concedido à Contém 1G. www.portaldofranchising.com.br

Exclusivo para parceirosPara facilitar a vida dos franqueados,

a Restaura Jeans acaba de lançar uma loja virtual exclusiva para os parceiros, onde é possível comprar todo tipo de produto da rede – de botões a materiais promocionais. Segundo Flávio Conrad, diretor-presidente da empresa, a loja virtual não tem o objetivo de ser uma fonte de renda da franqueadora, mas sim oferecer facilidades aos franqueados. “O novo serviço acompanha a evolução tec-nológica, tão necessária hoje em dia, e incrementa nossa intranet, hoje o prin-cipal meio de comunicação interna que possuímos”, destaca o executivo.

A iniciativa deve agilizar a compra de

produtos oferecidos pelos franqueados – aproximadamente 200 em todo o Bra-sil –, incluindo materiais de aviamento, sacolas plásticas, material de ponto de venda e banners de promoção, entre ou-tros. Antes do lançamento do site, o fran-queado fazia seus pedidos por telefone ou Skype, o que dificultava a visualização de produtos e preços, além de ser um processo mais demorado e dispendioso. Hoje, ele dispõe de imagens de todos os produtos oferecidos e também pode ne-gociar a forma de pagamento. “Tudo au-tomaticamente, 24 horas, sete dias por semana”, esclarece Conrad.www.restaurajeans.com

CASA

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Sacolas ecológicas

frutas geladasEspecializada em sorvetes finos fabri-

cados artesanalmente com polpa de fru-tas, a Sorvete Brasil é a mais nova opção no mercado de franquias. A rede conta com quatro unidades próprias, sendo três na capital carioca e uma em Itaipava, região serrana do Rio de Janeiro. Para su-prir a demanda das novas lojas, a fábrica que abastece a marca teve sua capacidade de produção ampliada em 30%.

O foco inicial da expansão são os es-

tados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. A expectativa é fechar o próxi-mo ano com pelo menos cinco franquias em operação. “O mercado brasileiro de sorvetes vai atingir o clímax em três ou quatro anos”, aposta Ana Fernandes, só-cia da empresa. “Nosso diferencial é a utilização de ingredientes naturais sem adição de gordura hidrogenada e baixo teor calórico”, afirma.

A franquia da Sorvete Brasil foi for-

matada em dois modelos: loja (30 me-tros quadrados e cinco funcionários) e quiosque (9 metros quadrados e três funcionários). O investimento inicial gira em torno de R$ 150 mil (loja) e R$ 45 mil (quiosque), incluindo gastos com as instalações, equipamentos, treina-mento, despesas pré-operacionais, sina-lização e identidade visual. O retorno é estimado entre 24 e 36 meses. www.sorvetebrasil.com.br

Considerada a maior rede brasileira de videolocadoras do País, a 100% Vídeo pretende eliminar o uso de sacolas plás-ticas em todas as suas 80 unidades. A primeira fase da ação consiste em conscientizar o cliente, com o objetivo de retirar de circu-lação 3 milhões de saco-las plásticas por mês. Para isso, o primeiro passo foi orientar os atendentes, para que perguntem ao cliente se ele realmente

deseja que seus Blu-rays e DVDs sejam colocados numa sacola plástica, numa tentativa de conscientizar o consumidor

de que, na maioria dos casos, esta prá-tica é desnecessária.

O próximo passo é oferecer aos clientes, de forma gra-

tuita, a opção de um tipo de sacola “leva e traz”, contribuindo assim para a redução do lixo. A nova sacola só será co-brada caso o cliente não

a retorne na devolução. A rede espera eliminar totalmente o uso de sacolas plásticas até o final deste ano.

“Estamos fazendo nossa parte”, afirma Carlos Augusto, diretor da rede. “Todo cidadão tem a obrigação de con-tribuir na preservação e na sustentabili-dade do planeta. E o empresário, mais ainda. O fim da sacola de plástico reduz a poluição, e os nossos clientes já come-çam a abraçar a iniciativa, rejeitando a tradicional sacolinha”, diz.www.100video.com.br

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combate às drogasCom 24 unidades em operação, a

Minds English School – rede de escolas de idiomas – lançou um plano de expan-são diferente de tudo o que já foi visto no mercado de franquias. Em uma parceria inédita com a Associação Parceria Con-tra as Drogas (APCD), a partir de agora a empresa vai priorizar a abertura de novas unidades em cidades onde serão realiza-dos os eventos da entidade para auxiliar no combate às drogas entre os jovens. “Através dessa ação levaremos informa-

ções sobre o perigo do uso de drogas para todas as escolas já instaladas e para todas que serão abertas a partir de agora”, enfatiza leiza Oliveira, diretora da Minds.

Para dar início ao projeto, a Minds – que recém-inaugurou sua primeira fran-quia na cidade de São Paulo – patroci-nou no último mês de junho a Running For Life/Caminhada contra as Drogas, evento que reuniu mais de 2 mil pessoas no Parque das Bicicletas, na capital pau-lista. A rede também já iniciou a seleção

de candidatos à franquia em todas as localidades onde a APCD realiza campa-nhas contra as drogas, que normalmente acontecem durante eventos esportivos e culturais. Com uma proposta de ensino multimídia, a escola enfatiza a conversa-ção e garante o aprendizado da língua em 18 meses. Atendendo mais de 15 mil alunos, a meta da franqueadora é abrir outras 15 unidades em 2010, que repre-sentarão alta de 50% no faturamento.www.mindsidiomas.com.br

De olho no PaísNo mercado há três anos, a marca brasiliense Aloha Eyewe-

ar dá continuidade ao seu plano de expansão. Com nove lojas em operação, a rede está presente nos estados de Minas Ge-rais, Amazonas e Goiás, além do Distrito Federal. “Em 2010 nossa meta é atingir o número de 20 franquias pelo País. Com isso, esperamos que o faturamento ultrapasse os R$ 7 milhões, gerando mais de 100 empregos diretos. Nossa expectativa é crescer 25% por semestre”, diz Henrique Romano, diretor da empresa. A meta é expandir para as regiões Sudeste, Nordes-te e Centro-Oeste. Especializada em óculos de sol, a marca produz em média 4 mil itens por mês, sendo 40 modelos diferentes, que compõem o mix de produtos das lojas. “Nossa média de vendas mensal é de 300 óculos por ponto de venda”, destaca Romano. Para adquirir uma franquia é necessário investir aproximadamente R$ 65 mil para ins-talação da loja ou quiosque, além de R$ 20 mil de taxa de franquia. Com faturamento mensal estimado em R$ 35 mil, o retorno se dá em 16 meses. www.alohaeyewear.com.br

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PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto MercAdológico, MP- MAteriAl ProMocionAl, PP- ProPAgAndA e PublicidAde, Po- Projeto de oPerAção, oM- orientAção sobre Métodos de trAbAlho, tr- treinAMento, PF- Projeto FinAnceiro, Fi- FinAnciAMento, ei- escolhA de equiPAMentos e instAlAções, Pn- Projeto orgAnizAcionAl dA novA unidAde, sP- solução de Ponto

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Formalização de trabalhadores autônomos abre novas perspectivas de crescimento

Empreender Informe do Sebrae Setembro

Empreendedor Individual é oportunidade para inserção no mercado

Acesso a benefícios, chance de ampliar os negócios e melhorar a renda da família e a qualidade de vida. De olho nestas possibilida-des, mais de 484 mil empreendi-mentos de pequeno porte foram formalizados desde que a lei do Empreendedor Individual entrou em vigor, em julho de 2009. Estes números demonstram a impor-tância desta iniciativa, que tem como principal objetivo dar me-lhores condições de vida a quem trabalha por conta própria ou tem um pequeno negócio.

De acordo com o gerente da

cio com mais seriedade, começa a investir na profissionalização e na melhoria dos produtos e serviços que oferece”, avalia.

História de superação

“O Rei do Sabão”, codinome de Pedro Felipe dos Santos, é um desses empreendedores que passou a fazer parte do universo das empresas formais. Por meio do Empreendedor Individual, tor-nou-se um empresário, de fato e de direito. Há nove anos, ele sustenta a família com a produ-

Unidade de Atendimento Individu-al do Sebrae Nacional, Ênio Pinto, o Empreendedor Individual repre-senta a inclusão social por meio do empreendedorismo. “Nós atuamos na sensibilização dos trabalhado-res, para que eles formalizem seus empreendimentos; e também no atendimento e capacitação para a boa gestão destes novos negócios. Há uma grande mudança de pa-radigma quando o negócio deste empreendedor deixa de ser infor-mal. Além de ter um CNPJ e poder comprar e vender com maior faci-lidade, ele passa a encarar o negó-

Pedro dos Santos e a esposa Dayse já

perderam clientes por falta de formalização. Agora isso é passado

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Setembro Informe do Sebrae Empreender

ção de sabão caseiro e conta que, em apenas um mês, perdeu cinco clientes porque não era formaliza-do e não tinha nota fiscal.

“Há muito tempo queria me formalizar e ser reconhecido co-mo um empresário. Esta é uma conquista de um trabalho de anos e de muita superação. Com esta formalização, ganharemos mais vantagens e poderemos nos colocar mais fortes no mercado, conquistando mais clientes”, diz Pedro, emocionado.

A história de Pedro é cheia de dificuldades e superação. Ele es-tava desempregado e a mulher, Dayse, não tinha mais a renda extra, fruto da venda de bolo na obra onde o marido trabalhava. Foi quando os dois decidiram que não iriam mais trabalhar para nin-guém. A meta então era definir que negócio montar. Com apenas

R$ 20 e a lembrança da receita de sabão caseiro, ensinada por uma amiga, o negócio começou.

Dayse e Pedro fizeram adapta-ções na receita original e tiveram a ideia de vender as primeiras produções por um valor abaixo do cobrado na região. “Tínhamos que vender mais barato do que todo mundo, porque era o mo-mento de divulgar nosso produ-to”, lembra Dayse. Ela conta que se surpreendeu com a procura dos clientes e que logo conseguiu vender uma caixa de sabão para um mercadinho próximo de casa. “Botamos uma placa na porta que dizia – ‘Vende-se sabão ca-seiro a R$ 0,25, o melhor preço da região’. Rapidinho apareceram os clientes e vendemos a primeira produção”, complementa Dayse.

O sabão é feito à base de óleo de cozinha usado e para obter a

Serviço: Unidade de Atendimento Individual do Sebrae: (61) 3348-7208

matéria-prima, Pedro sai de bicicle-ta, com um botijão de 50 litros na garupa, recolhendo o produto em bares e restaurantes de Maceió. Atualmente, ele e a mulher entre-gam sua produção para 40 merca-dinhos e armazéns de toda a região do Benedito Bentes, um dos maio-res bairros da capital alagoana.

“Com a formalização, além de trazer benefício para mim, vou ter a possibilidade de dar um empre-go formal com todos os direitos trabalhistas ao nosso ajudante”, destacou Dayse.

Texto: Agência Sebrae de Notícias, com a colaboração da Assessoria de Comunicação do Sebrae em Alagoas

EmpreenderEste informe é de responsabilidade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), sob coordenação da Gerência de Marketing e Comunicação. Presidente em exercício do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae: Roberto Simões - Diretor-presidente: Paulo Okamotto - Diretor-técnico: Carlos Alberto dos Santos - Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos - Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Endereço: SEPN Quadra 515 - Bloco C Loja 32 - 70770-900 - Brasília/DF - Fone: (61) 3348-7100 - www.sebrae.com.br - Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800

Principais benefícios

Para o empreendimento:4Registro com CNPJ – Cadastro

Nacional de Pessoa Jurídica4Emissão de nota fiscal e

participação em licitações4Pagamento de impostos reduzidos4Possibilidade de acesso a crédito

mais fácil e com taxas menores4Comprovação de aquisi-

ção de mercadoria4Comprovação de regis-

tro do empregado

Para o empreendedor individual: 4Comprovação de renda4Auxílio-doença4Licença-maternidade4Seguro por acidente de trabalho4Aposentadoria por idade (homem

aos 65 anos e mulher aos 60, com

contribuição mínima de 15 anos)4Aposentadoria por invalidez

Para a família do empreendedor:4Auxílio-reclusão, para ajudar

os dependentes caso o empreendedor seja preso

4Pensão por morte

Período de carência para recebimento dos benefícios 4Salário-maternidade: 10 meses4Auxílio-doença: 12 meses4Aposentadoria por

invalidez: 12 meses4Aposentadoria por

idade: 180 meses4Pensão por morte/Auxílio-

reclusão: nenhuma

CustosA despesa total mensal pode so-

mar até R$ 62,10, sendo:4Para a Previdência: R$ 56,10 por

mês (representa 11% do salário-mínimo, reajustado anualmente)

4Para o Estado: R$ 1 fixo por mês de ICMS, se a ativida-de for indústria e comércio

4Para o Município: R$ 5 fixos por mês de ISS, se a ativida-de for prestação de serviços

Como se formalizar4O registro é simplificado, rápido,

gratuito e feito pela internet, por meio do endereço www.portaldoempreendedor.gov.br

4Após o cadastramento, o CNPJ e o número de inscrição na Junta Comercial são obtidos imediatamente. Não é necessá-rio assinatura e nem entrega de documentos na Junta Comercial.

Saiba mais sobre o Empreendedor Individual

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Tradução simultâneaA Voitel lança serviço de tradução si-

multânea de reuniões feitas a distância via telefone pelo pacote V-Meeting. Com o serviço é possível realizar uma audiocon-ferência em português e simultaneamente realizar a tradução desta para que convi-dados de outros países possam participar. O serviço permite fazer o playback da cha-mada via web em que é possível ouvir a

reunião quantas vezes o usuário quiser no áudio original ou no áudio da tradução. Outra vantagem do pacote é que os clien-tes da Voitel podem fazer ligações inter-nacionais de audioconferências para dez cidades estrangeiras – entre elas londres, Santiago e Paris – com toll free internatio-nal e, com isso, conseguir descontos nas tarifas. www.voitel.com.br

Nas nuvensO ServerView Resource

Orchestrator da Fujitsu permite que as organizações criem e

implementem plataformas de TI em nuvem com mais velocidade. O

software é capaz de disponibilizar automaticamente arquiteturas de

TI flexíveis prontas para serem utilizadas em nuvem e preparar

um novo sistema para uso até 90% mais rápido em comparação

à configuração manual. O sistema se baseia nas respostas dos

usuários a uma série de perguntas simples sobre requisitos de TI e

recorre a pools de recursos de computação para proporcionar a entrega totalmente automatizada

de recursos de servidor físicos ou virtuais, incluindo

armazenamento e conexões de rede, de acordo com modelos

customizáveis. www.fujitsu.com.br

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Segurançatotal

A CLM lança o Sourcefi re SSL Appliance, que reforça a segurança em ambiente de TI na medida em que permite a inspeção do tráfego criptografado SSL (Secure Sockets Layer), possibilitando aos IPSs o bloqueio de conteúdos danosos, mascarados pela criptografi a. O Sour-cefi re SSL decriptografa o tráfego SSL com troughput de até 1 Gigabit por segundo, permitindo a inspeção total dos pacotes pelos IPS da Sourcefi re ou outros equipamentos. Assim é possível identifi car os ataques escondidos, como violações de política, vírus, per-das de dados e tentativas de intrusão. Uma vez inspecionado e aprovado, o tráfego é devolvido para o Sourcefi re SSL, criptografado e encaminhado para o seu destino fi nal original, com o mínimo de latência. www.clm.com.br

Iluminação econômica

O sistema LED Tetra AL10 da GE é ideal para ambientes comerciais porque permite melhorar a ilumina-ção de produtos, prateleiras, vitri-nes e showrooms. O sistema produz uma luz branca brilhante que substi-tui as lâmpadas fluorescentes e haló-genas e reduz o consumo de energia em até 40%. O LED Tetra AL10 tem um excelente índice de reprodução de cor (IRC) de 93% e consistência de temperatura de cor Ansi de 2.700 K, 3 mil K e 4 mil K. O projeto tam-bém permite várias opções de lente, disponíveis em feixes claros de 60, 90 ou 120 graus e de halo suave de 120 graus. O sistema foi desenvolvido para funcionar até 50 mil horas, re-duzindo despesas com materiais e a troca de lâmpadas associadas aos sis-temas de iluminação convencionais. Não contém chumbo, mercúrio ou vidro e cumpre com as normas eu-ropeias de restrição a substâncias tóxicas. www.geiluminacao.com.br

Dados para crédito

Com o aplicativo ZipOnline 2.0, empresas de cobrança, bancos e agên-

cias fi nanceiras que precisam confi rmar dados para conceder crédito, localizar pes-

soas em processo de recuperação de crédito e buscar dados para qualquer fi nalidade de

negócios têm acesso a essas informações com mais facilidade. A solução permite pesquisar as inúmeras fontes de informações por meio de consultas à base de dados da ZipCode, que

contém mais de 148 milhões de cadastros de pessoas físicas e mais de 19 milhões de cadastros de pessoas jurídicas, atualizados, publicáveis e de abrangência nacional oriundos de sites de

domínios públicos como, por exemplo, Receita Federal, Sintegra, DataPrev, Detran, Secretaria da Fazenda e sites de Protestos e Cadastros de Emitentes de Cheques sem Fundos do Banco do Brasil. www.zipcode.com.br

Dados para

empresas de cobrança, bancos e agên-cias fi nanceiras que precisam confi rmar

dados para conceder crédito, localizar pes-soas em processo de recuperação de crédito

e buscar dados para qualquer fi nalidade de negócios têm acesso a essas informações com mais facilidade. A solução permite pesquisar as inúmeras fontes de informações por meio de consultas à base de dados da ZipCode, que

contém mais de 148 milhões de cadastros de pessoas físicas e mais de 19 milhões de cadastros de pessoas jurídicas, atualizados, publicáveis e de abrangência nacional oriundos de sites de

domínios públicos como, por exemplo, Receita Federal, Sintegra, DataPrev, Detran, Secretaria da Fazenda e sites de Protestos e Cadastros de Emitentes de Cheques sem Fundos do Banco do Brasil. www.zipcode.com.br

Reunião a distânciaO Neo Conference é um solução

que permite realizar teleconferências com até 12 pessoas em vídeo e 50 em áudio. Para utilizar o sistema, não é pre-ciso instalar qualquer aplicativo, basta que o usuário acesse o link web confe-rence no site da Neovia e digite login e senha. A empresa customiza a sala de

reunião para o cliente e gerencia todo o sistema. As conferências são moderadas pelo próprio cliente responsável pela reunião e as conferências contam com ferramenta de quadro branco, opção de chat e desktop sharing, para que o usuário compartilhe sua tela com outros participantes. www.neovia.com.br

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TI para pequenasA IBM lança uma série de produtos

para tornar a tecnologia da informação mais acessível às pequenas e médias empresas. As linhas BladeCenter PS700, PS701 e PS702 Express da IBM são ideais para virtualização de servi-dores. Os equipamentos são baseados no processador Power7 que otimiza automaticamente o desempenho e a capacidade no nível de sistema ou de máquina virtual, o que permite reduzir o consumo de energia das máquinas, aumentar o poder de processamento e capacidade de virtualização expan-dida. Outra novidade da marca é o sistema IBM Tivoli Storage Manager FastBack, que permite a recuperação de dados de forma rápida e simplifica-da a partir de um banco de dados ou um grupo de objetos, como e-mails, anexos, entradas de calendário, contatos e atividades. A IBM oferece condições especiais de pagamento para os pequenos e médios empre-sários, como o financiamento Rapid Financing, um produto do Banco IBM que possibilita leasing com taxas pré e pós-fixadas. www.ibm.com.br

Pagamentos eletrônicos

Os aplicativos do MoIP Pagamentos per-mitem ao varejista comercializar produtos e serviços on-line. A solução é composta de uma série de módulos direcionados ao comércio eletrônico, que permite ao lojis-ta instalar em seu site e disponibilizar aos clientes o pagamento por meio das prin-cipais bandeiras de operadoras de cartões existentes no mercado. O serviço não tem taxa de adesão e é voltado para pequenos e médios varejistas, cujo faturamento anu-al registra até R$ 180 mil. Com a solução, o cliente pode realizar suas compras com apenas um único clique e em um ambiente com segurança e gerenciamento de riscos. www.moip.com.br

Site afinadoA Compuware oferece teste gratuito

Multi-browser Website Performance Test que avalia o desempenho de sites na web. A ferramenta oferece às empresas uma avaliação instantânea dos tempos de resposta de seu site por browsers e também por posição geográfica. O siste-ma identifica as diferenças nos tempos de resposta para qualquer URl em dois browsers diferentes: o Mozilla Firefox

3.5 e o Microsoft Internet Explorer 7, comparando também os resultados em quatro cidades dos Estados Unidos (Nova York, Seattle, los Angeles e Chi-cago). As empresas podem usar essas informações para identificar problemas no desempenho na web e assegurar que eles não resultem em uma perda de receita ou em um dano permanen-te. www.gomez.com

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robô faxineiroO Robot XT5 da Sibrape é ideal para limpezas de piscinas. O

equipamento limpa a sujeira do fundo e das paredes e elimina as partículas de sujeira. Antes de começar o trabalho, o robô mer-gulha na água e faz a vistoria da piscina para conhecer o espa-ço, tamanho e formato da área. Depois, o equipamento varre a piscina com uma escova de PVC flexível, esfrega, aspira e filtra toda a sujeira, que é depositada em uma bolsa lavável. O Robot XT5 desliza de um canto ao outro da piscina, ligado num cabo que se estende até a sua fonte. O equipamento elétrico opera em 24 volts e conso-me 150 watts para aspirar 16 metros cúbicos de sujeira por hora. www.sibrape.com.br

gerenciador de contratos

muita impressãoA lexmark T656DNE oferece alto desempe-

nho para a impressão de grandes volumes de documentos. A impressora a laser tem tela touch screen que permite ao usuário selecionar uma série de ferramentas para reduzir o consumo de papel, melhorar a segurança dos documentos ou mesmo acompanhar os trabalhos de impressão. A lexmark T656DNE oferece impressão frente e verso, velocidade de 55 páginas por minuto e se-leção de opções para gestão do papel. O produto inclui um conjunto de soluções customizadas para que as empresas possam adicionar aplicativos, que ajudem a reduzir os custos e aumentar a produtividade. É possível, por exemplo, selecionar a função recursos ecológicos para modificar a con-figuração para economia de papel e de energia. O produto permite também selecionar formulários e marcadores para imprimir documentos on-line e páginas da web sob demanda, sem a necessi-dade de um computador. www.lexmark.com.br

A Fagus lança o Contract lifecycle Ma-nagement (CLM), solução que gerencia todo o ciclo de vida dos contratos de uma empresa com clientes, fornecedores e prestadores de serviço. As solicitações para compra ou venda de produtos e serviços podem ser registradas no sistema, e todos os acontecimentos ocorridos durante este

processo ficam disponíveis no histórico da contratação, incluindo as propostas, nego-ciações, justificativas e aprovações. Pelo sistema é possível acompanhar o status do processo de contratação, a atribuição dos responsáveis e prazos para cada atividade, o que permite fazer a análise da eficiência de todo o processo. O sistema permite fa-

zer o gerenciamento eletrônico de todas as negociações, revisões e troca de mensa-gens entre o gestor do contrato e o clien-te, fornecedor ou prestador de serviços. Os alertas automáticos notificam os usu-ários sobre a proximidade dos prazos de vigência, renovações, reajustes e rescisões de contratos. www.fagus.com.br

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Biometria de voz

A Dígitro Tecnologia desenvolveu um sistema de biometria de voz, utilizado para a identifi cação precisa de indivíduos a partir de suas características vocais e hábitos de locução. A solução permite autenticar a identidade de clientes, em transações remotas envolvendo sistemas de acionamento vocal, ou pode ser utilizada para fi ns de investigação com base em varredura de voz. Dife-rente de outros sistemas de prova biométrica, como a leitura de íris, da impressão digital ou do mapeamen-to das veias da mão, a biometria de voz tem a vantagem de dispensar a presença física do indiví-duo no local, podendo ser colhida a distância através de ligação telefônica. O equipamento de identifi ca-ção é ideal para aplicações em sistemas que utilizam o comando de operações via URA (unidades de resposta audível) ou em soluções de investigação. www.digitro.com.br

Nos mínimos detalhes

Cola na horaA Wurth traz para o Brasil uma linha

de adesivos instantâneos para colagens que fi xam produtos e equipamentos em até 20 segundos. São oito tipos diferentes de adesivos, todos produzidos à base de cianoacrilato, que têm boa resistência ao envelhecimento e compatibilidade com diversos tipos de materiais. O WO54, por exemplo, é recomendado para adesão em materiais porosos e com grandes folgas. O

W011 é feito à base de borracha e oferece boa resistência ao impacto, vibração, des-cascamento e variações de temperatura, podendo ser utilizado para colagens de alto-falantes, equipamentos elétricos, fi l-tros de óleo e drives de discos. A Wurth oferece também uma linha de adesivos anaeróbicos para montagem de elementos mecânicos como eixos fi letados, rolamen-tos e buchas. www.wurth.com.br

A Starrett lança no mercado brasilei-ro o KineScope, um sistema de medição microscópica portátil equipado com uma câmera de vídeo e um duplo sistema de iluminação da superfície feita por LED de alta intensidade. Com o equipamento, o usuário amplia uma peça ou detalhe em 40 ou 140 vezes na tela de um computador

e pode fazer ainda a medição do produto diretamente no software através da marca-ção de pontos sobre a imagem do detalhe. O KineScope inclui o software de imagem VLink, opera em Windows 2000, XP ou Vis-ta com DirectX 8.1 e Pentium III 500 MHz, e é conectado ao computador pela entra-da USB. www.starrett.com.br

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Tudo em um

Fiscal da qualidade

O software Metallographica, desenvolvido pela SIM Consultoria, é capaz de avaliar com precisão mi-croestruturas de metais, cerâmicas e materiais compostos. A solução per-mite verifi car, a partir de uma imagem capturada do material por um micros-cópio, se o produto está dentro dos padrões necessários para processos de pesquisa, de desenvolvimento de produtos e de aplicação dessas es-truturas. O software usa técnicas de processamento de imagem, como a reconstrução em 3D, que permitem,

por exemplo, verifi car se um tubo de metal para uso na construção civil está de acordo com os pa-

drões de qualidade exigidos para garantir efi ciência e segurança nas obras. www.simateriais.com.br

A AOC Brasil lança mais um modelo de computador da linha All In One PC, o EVO 9223TS-CTV, que integra CPU, mo-nitor e acessórios em um único aparelho. O produto possui tela de 18,5 polegadas wide, 2 GB de RAM e 320 GB de HD, e vem equipado com processador AMD Athlon Neo X2 L325 e chipset AMD AM780 e SB710. O computador consome até três

vezes menos do que o gasto por um com-putador com monitor LCD de 19 polega-das. O produto possui resolução de 1.366 x 768, conexão à rede sem fi o (WI-FI), webcam de 1.3 MPixel, microfone, leitor e gravador de DVD, leitor de cartões de me-mória (SD, MMC e MS) e quatro entradas USB 2.0. O preço sugerido do produto é de R$ 1.499. www.aoc.com.br

Três em umO tablet MousePen i608 da

Genius é uma ferramenta indicada para pessoas que precisam desenhar, pintar e escrever no computador. O equipamento, que tem área de trabalho de 6 x 8 polegadas, vem com uma caneta e um mouse sem fi o que permitem ao usuário ter acesso rápido às funções do Offi ce e da internet. A caneta sem fi o possui ainda dois botões e 1.024 níveis de sensibilidade a pressão para controlar a espessura ao escrever ou desenhar. A tablet MousePen vem com softwares para edição de fotos, imagens e textos, como o PenNotice, Annotate para Word, Pen Comman-der, PenMail e o PenSigner, que reco-nhece assinaturas e manuscritos. O produto pode ser utilizado em Win-dows, incluindo a versão 7, e Mac. O preço sugerido é de R$ 299,99.www.geniusnet.com.br

Três em um

Fiscal da qualidadedesenvolvido pela SIM Consultoria, é capaz de avaliar com precisão mi-croestruturas de metais, cerâmicas e materiais compostos. A solução per-mite verifi car, a partir de uma imagem capturada do material por um micros-cópio, se o produto está dentro dos padrões necessários para processos de pesquisa, de desenvolvimento de produtos e de aplicação dessas es-truturas. O software usa técnicas de processamento de imagem, como a reconstrução em 3D, que permitem,

drões de qualidade exigidos para garantir efi ciência e segurança nas obras.

O preço sugerido é de R$ 299,99.www.geniusnet.com.br

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rem crescer rápido nas organizações.Aliado a isso, são mais informais. Não

acreditam na autoridade só porque está in-vestida de autoridade. Seguem a competên-cia demonstrada, mas não a “hierarquia”. Questionam, perguntam por que, querem participar das decisões que os afetam. Pre-cisamos compreender que estes jovens trazem às empresas o espírito de nosso tempo: nos obrigam a tomar decisões mais rápidas, a nos conectar com o mundo.

Integrar esses jovens ao mundo do trabalho exige das empresas uma maior agilidade. Qualidade bem-vinda num mun-do em permanente transformação. Eles podem dar excelentes contribuições para melhorar os processos (“por que se faz assim?”) e na introdução de novas tecnolo-gias. Nosso desafio está em saber valorizar suas competências. Identificando e usando claramente seus aspectos positivos e dando condições para que desenvolvam as mais fracas. Quando não são valorizados, podem demonstrar grande frustração.

O período que compreende dos 21 aos 35 anos pode ser chamado de período business persona, em que valores relati-vos ao meio profissional são incorporados à escala de valores formada nos períodos anteriores. A geração Y ainda é minoria nas empresas, o que pode favorecer a absor-ção dos princípios das gerações anterio-res. Isso exige um diálogo franco e aberto com uma atitude de tolerância e empatia. Reflita sobre a importância de valorizar a força das diferenças. Bom diálogo!

tudo ao chegar? Esta geração é a mais bem informada de todas. Curiosa, irrequieta e hiperativa. Mais comunicativos, acessam o mundo sem sair de casa, dominam mais códigos linguísticos. Parecem menos pre-conceituosos e não entendem o que sig-nifica ter limites (assim como a rede onde navegam – a web).

Antes de falar das dificuldades des-ses jovens é importante recordar que fo-ram criados em nossas casas. Em algum momento resolvemos oportunizar que tivessem “tudo o que não tivemos”. Eles foram educados com menos repressão, com mais liberdade de escolha e viveram numa era de inovações. Foram menos frustrados nos seus desejos. Nosso de-safio está em como ensiná-los a usar sua independência, autonomia e criatividade num ambiente formal, como é a maioria de nossas empresas.

Seus valores se diferenciam das gera-ções anteriores: eles literalmente vestem a camisa da empresa. E a despem com fa-cilidade: eles podem ser leais, mas não são fiéis. Eles se motivam quando fazem o que gostam e acreditam que o trabalho é uma fonte de realização pessoal. Se não tem prazer no que faz, ele muda. Necessitam de desafios para se manterem motivados. E isto faz emergir características típicas: tendem a ser mais imediatistas, apressa-dos, excessivamente autoconfiantes, que-

Vivemos um momento único dentro das empresas e organizações. Pela primei-ra vez temos quatro gerações trabalhando juntas. Entrando há pouco tempo no mer-cado de trabalho, a geração Y (nascidos entre 1983 e 1994) encontra seus prede-cessores: os “tradicionais” (nascidos an-tes de 1945 e ativos), os “baby boomers” (de 1946 a 1963) e a geração X (de 1964 a 1979). Isto representa um desafio signi-ficativo para as empresas que necessitam fazer com que essas gerações se comuni-quem corretamente.

Pesquisa desenvolvida pelo Project Management Institute Brasil (PMI) mostra que o principal motivo (76%) do insu-cesso dos projetos deve-se a problemas relacionados com a comunicação. Muitos dos problemas de comunicação podem ser atribuídos à falta de confiança nas relações. E confiança depende muito de falarmos a “mesma língua”. As gerações mais antigas no ambiente corporativo de-vem compreender que a nova geração traz seus próprios códigos. Que, embora dife-rentes, não são melhores nem piores dos que os usados pelas “tribos” anteriores.

Provavelmente ela é a mais bem pre-parada tecnologicamente quando chega ao ambiente de trabalho. E por ser uma geração nascida com a internet, pode se sentir superior às gerações anteriores. Mas toda geração também não pensa que sabe

Encontro de gerações

D I N Â m I c A E m P r E E N D E D O r A

Comunicação é essencial para integrar os diferentes e aproveitar o melhor de cada um

por Luiz Fernando GarciaConsultor especialista em manejo

comportamental e empreendedorismoem negócios. Fone: (48) 3334-5585

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As gerações mais antigas devem compreender que a nova geração traz seus próprios códigos. Que, embora diferentes, não são melhores nem piores dos que os

usados pelas “tribos” anteriores

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você é feliz no seu trabalho?John P. Strelecky – Editora Sextante – R$ 19,90

Misturando ficção e teorias de ad-ministração, o livro relata a saga de um empreendedor que acumulou fortunas dando aos seus colaboradores a opor-tunidade de transformar o trabalho em um caminho para a autorrealização. Afi-nal, segundo o autor, conciliar trabalho e prazer é a única maneira de realmente progredir na carreira profissional e se sentir realizado.

Incentivos e recompensas

103 Dicas – O que toda empresa precisa saber para utilizar incentivos fiscaisMárcio Godoy, Karina Ruffo e Kátia SeadiDifusão Cultural do Livro – R$ 50

Obra detalha as principais leis nacionais e internacionais e como viabilizar projetos próprios

Hoje as empresas precisam criar um novo departamento cuja missão será a gestão de patrocínio com incentivos fiscais;

Prepare suas propostas de acordo com a personalidade, interesses e exigências do doador em potencial;

Pesquise a possibilidade de doações de serviços, suprimentos, equipamentos;

Se a doação pura e simples não despertar interesse, proponha um tipo de ação de marketing com ênfase mercadológica;

Procure se associar a organizações já bem estabelecidas para projetos conjuntos de arrecadação de fundos;

Mantenha registrados detalhes de receitas e despesas, bem como analise cada projeto ao final, para poder efetuar reduções/economias subsequentes e aumentar a produtividade de outros programas.

A obra é baseada na experiência e nas observações de Márcio Godoy, fundador do Instituto Movimento Pró-Projetos e especialista na prestação de consultoria e desenvolvimento de projetos para em-presas públicas e privadas. Voltado tanto para o mundo corporativo como para as instituições do terceiro setor, o livro parte do princípio que grande parte das companhias brasileiras não se deu conta dos benefícios que podem ser gerados a partir do apoio a projetos baseados em lei de incentivo fiscal.

Estima-se que atualmente existam 800

leis de incentivo que, juntas, correspon-dem à soma de aproximadamente R$ 65 bilhões ao ano. Com linguagem didática e objetiva, os autores discorrem em detalhes sobre as principais leis nacionais e interna-cionais, como a lei Rouanet, lei Federal de Incentivo ao Esporte, lei do Audiovisu-al e lei da Caridade dos Estados Unidos da América, entre outras. Além disso, a obra relaciona os passos necessários para que as empresas possam viabilizar seus proje-tos próprios. O leitor ainda tem à disposi-ção uma lista com as principais fontes de recursos em todo o mundo.

revolucione o marketing da sua empresaCaio Ferraz Junior e José DornelasEditora Saraiva – R$ 19,90

Parte fundamental do sucesso de uma empresa, o planejamento de marketing deve ser constantemente revisto e atu-alizado. Para auxiliar os empresários, o livro fornece 101 conselhos práticos para otimizar – e revolucionar – as estratégias de marketing de qualquer empresa.

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A N á l I S E E c O N Ô m I c A

em junho, bem como a ata do Copom do mesmo mês, o BC traçava um ce-nário pessimista para inflação, e muito promissor para o nível de atividade no Brasil, elevando assim o nível da curva futura de juros.

Entretanto, um mês depois, na reu-nião do Copom de julho, ele reduziu a intensidade da alta de 0,75 p.p. para 0,50 p.p., para surpresa do mercado. Além disso, manteve neste período reuniões informais com determinados economistas, enfatizando a mudança de cenário tanto interno como externo.

Por esta atitude, o BC ficou malvisto pelo mercado. No momento em que ele chama uma dúzia de economistas, ou ainda meia dúzia de banqueiros para conversar, fica a impressão que ele esta-ria beneficiando uma pequena parte do mercado. Enquanto a grande maioria dos operadores de mercado continuava com os preceitos do último Relatório de Inflação, quando o mesmo já estava ul-trapassado no cenário do BC.

Este evento acabou trazendo certo

É inevitável falarmos do grande su-cesso de toda a equipe do Banco Central ao longo da gestão do presidente lula: conseguiram controlar bem a inflação no período, deixando-a muito perto da meta preestabelecida do CMN, assim como acumularam um valor muito significati-vo nas reservas internacionais (acima de US$ 260 bilhões), que acabaram tendo papel decisivo para amenizar a crise do subprime americano de 2008 e a crise fis-cal dos países europeus em 2009.

O Banco Central sempre conseguiu conduzir bem as expectativas do mer-cado em relação à inflação. Porém, este ano o processo de saída de Henrique Meirelles tem sido muito mal conduzi-do, levantando muitas dúvidas no mer-cado e grande especulação, que mais tarde mostrou-se desnecessária por causa de sua permanência. O mercado aumentou a desconfiança da autoridade monetária diante da brusca mudança de cenário traçado pelo mesmo, bem como a falha de comunicação com o merca-do. No relatório de inflação divulgado

A comunicação do Banco central com o mercadoBC reconheceu que tinha que melhorar e ampliar o relacionamento com todos os integrantes do mercado

ruído no mercado e causou um efeito positivo. Assim como o Federal Reser-ve (Banco Central dos EUA) já fazia, o BC soltou um comunicado em agos-to informando que todas as reuniões, mesmo que informais, agora terão seu conteúdo divulgado no mesmo dia no seu site. Desta forma, todos os integran-tes do mercado estarão nas mesmas condições, e o privilégio que algumas grandes instituições tinham tende a di-minuir. Nota-se que o BC reconheceu que tinha que melhorar e ampliar o re-lacionamento com todos os integrantes do mercado, com o intuito de eliminar ruídos futuros e facilitar a condução da política monetária.

O BC ficou malvisto pelo mercado. No momento em que ele chama uma dúzia de economistas, ou ainda meia dúzia de banqueiros para conversar, fica a impressão

que ele estaria beneficiando uma pequena parte do mercado

por Paulo Fernando PetrassiGestor de renda fixa da

leme Investimentos ltda

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carteira Teórica Ibovespa

All Amer lat UNT N2 1.450 -5.4 -3.6Ambev PN 0.962 -2.4 7.5B2W Varejo ON 0.545 -16.6 -40.8BMF Bovespa ON 4.836 -2.6 5.1Bradesco PN 3.414 -8.3 -0.7Bradespar PN 0.878 -2.8 -5.6Brasil Telec PN 0.415 -6.6 -35.3Brasil ON 2.028 -7 -0.8Braskem PNA 0.685 18.2 10.9BRF Foods ON 1.928 -9.6 -1.2CCR Rodovias ON 0.721 -3.6 -2.6Cemig PN 1.348 3.9 -0.1Cesp PNB 0.880 -6.8 5.8Cielo ON 1.876 -7.2 -0.9Copel PNB 0.725 2.1 6Cosan ON 0.848 -7 -9.2CPFl Energia ON 0.625 6.2 26.7Cyrela Realty ON 2.029 -13.2 -10.2Duratex ON 0.676 -0.8 13Ecodiesel ON 0.755 -2.2 -20.2Eletrobrás ON 0.943 -5.7 -16Eletrobrás PNB 0.791 -5.5 -13.6Eletropaulo PNB 0.767 0.5 21.3Embraer ON 0.900 -8.9 11.4Fibria ON 1.662 -5.4 -32.4Gafisa ON 1.718 -11.2 -16.1Gerdau Met PN 0.768 -10.9 -20.5Gerdau PN 2.967 -9.1 -20.3Gol PN 1.035 -12.8 -15.4Ibovespa 100.000 -5.4 -6.9Itausa PN 2.566 -9.3 2.4ItauUnibanco PN 3.925 -9.2 -5.5JBS ON 0.896 -17.9 -24Klabin S/A PN 0.416 -6.6 -7.8Light S/A ON 0.526 -0.3 -8.4llx log ON 1.065 -1.7 -13.5lojas Americ PN 1.213 -6.7 -9.5lojas Renner ON 1.367 -9.2 38.9MMX Miner ON 1.220 8.3 28.2MRV ON 1.271 -9.1 3.4Natura ON 0.960 -8 20.6Net PN 1.009 18.3 -6.7OGX Petroleo ON 2.936 9.1 18.7P.Açúcar-CBD PNA 0.755 4.3 -6.8PDG Realt ON 2.579 -4.1 4.9Petrobras ON 2.300 -8.6 -28.8Petrobras PN 8.910 -7.1 -28.4Redecard ON 1.570 -5.8 -10.4Rossi Resid ON 1.351 -5.9 -1.1Sabesp ON 0.377 -3.9 -1.2Sid Nacional ON 2.299 -8 -0.8Souza Cruz ON 0.597 1.8 47.2Tam S/A PN 1.102 16.3 -5.8Telemar N l PNA 0.261 -2.2 -27.4Telemar ON 0.242 -10.7 -27.4Telemar ON 0.280 1 -22.9Telemar PN 0.882 -9.5 -30.5Telesp PN 0.197 1.6 -14.3Telesp PN 0.201 1.2 -4.8Tim Part S/A ON 0.168 -1.2 -3.9Tim Part S/A ON 0.170 9 -7Tim Part S/A PN 0.909 -6.1 -4.7Tran Paulist PN 0.292 2.7 3.8Ultrapar PN 0.620 6.5 21.6Usiminas ON 0.608 -9.5 -7.6Usiminas PNA 2.465 -11.3 -10.9Vale ON 2.498 -5.5 -6.7Vale PNA 9.784 -4.6 -2.8Vivo PN 0.685 -10.1 -19

Inflação (%)

Índice Julho Ano

IGP-M 0,15 5,85IGP-DI 0,22 5,63IPCA 0,01 3,10IPC - Fipe 0,17 3,28

Juros/Aplicação (%)

Julho Ano

CDI 0,86 5,18Selic 0,86 5,20Poupança 0,60 3,85Ouro BM&F -4,04 14,69

Indicadores Imobiliários (%)

Julho Ano

Juros/crédito (%)

26/Agosto 25/Agosto

Desconto 1,85 1,85Factoring 3,97 3,95Hot Money 3,37 3,37Giro Pré (taxa mês) 2,06 2,06

câmbio

mercados futuros

Cotação

Dólar Comercial Ptax R$ 1,7596 Euro US$ 2,2398 Iene (US$ 1,00) $ 84,5880

Dólar R$ 1,75 R$ 1,77Juros DI 10,64% 10,66%

Contratos mais líquidos 27/08Ibovespa Futuro 65.950

Nome Tipo Participação Junho VariaçãoAção Ação Bovespa % Ano

Até 26/08

Em 28/05

CUB SP 0,53 5,77TR 0,09 0,32

Setembro Outubro

Até 26/08

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De 22 a 26/09/2010Expomusic – Feira Internacional da MúsicaExpo Center Norte – São Paulo – SPwww.expomusic.com.br

Mais de 200 expositores apresentam no-vidades em instrumentos musicais, equipa-mentos de áudio e de iluminação na 27ª edi-ção da Expomusic. Além de demonstrações de equipamentos são realizados workshops temáticos e tardes de autógrafo com músi-cos brasileiros e internacionais. De 22 a 24 de setembro a feira é exclusiva para profi s-sionais do setor, e nos dias 25 e 26 é aberta ao público em geral. A entrada custa R$ 15.

De 23 a 26/09/2010Expo Síndico Secovi CondomínioAnhembi – São Paulo – SPwww.exposindico.com.br

A Expo Síndico apresenta novidades em produtos e serviços para condomínios, re-sidências e empresas. O evento reúne mais de 100 empresas dos setores de coberturas e toldos, guaritas blindadas, revestimentos acústico, reciclagem e seguros. Durante a Expo Síndico é realizado um ciclo de pa-lestras sobre segurança, sustentabilidade, manutenção predial e jurisprudência.

De 21 a 23/09/2010Fisa – Food Ingredients South AmericaExpo Center Norte – São Paulo – SPwww.fi-events.com.br

A Fisa é considerada a maior feira de in-gredientes alimentícios da América Latina. Nesta 15ª edição, 250 expositores nacionais e internacionais apresentam novidades do setor. Durante o evento é realizado con-gresso técnico para discutir tendências no desenvolvimento de ingredientes funcio-nais. São esperados 12 mil visitantes, entre diretores de empresas, profi ssionais do se-tor e pesquisadores.

De 22 a 25/09/2010Expomac – Feira Sul-Brasileirada Indústria Metal-MecânicaExpotrade – São José dos Pinhais – PRwww.expomac.com.br

Empresas do setor metal-mecânico do Brasil e do exterior apresentam novidades em compressores, válvulas, caldeiras e acessórios. Nesta 18ª edição, a expectativa é que sejam negociados R$ 120 milhões em produtos e serviços. São esperados 40 mil visitantes, entre empresários e profi ssio-nais do setor.

A G E N D A

De 23 a 26/09/2010Fiafl ora Expogarden – Feira Internacional de Paisagismo, Jardinagem, Lazer e FloriculturaAnhembi – São Paulo – www.expogarden.com.br

A Fiafl ora Expogarden é um dos principais even-tos da cadeia de produtos e serviços de paisagismo, jardinagem, lazer e fl oricultura da América Latina. Du-rante o evento é realizado o 13º Congresso Brasileiro de Paisagismo que reúne arquitetos do Brasil e do exterior. Nesta edição, a arquiteta mexicana Claudia Harari, mestre em paisagismo urbano pela Universidade de Harvard, fala so-bre as tendências em jardinagem nos Estados Unidos.

MUNDO FLORIDODe 25 a 27/09/2010Hair Beauty Expo – Feira Internacional de Beleza, Cabelo e EstéticaRiocentro Rio de Janeiro – RJwww.hairbeautyexpo.com.br

O Hair Beauty Expo é um dos maiores eventos de beleza do País. Reúne cabelei-reiros, maquiadores, fabricantes, distribui-dores e importadores de produtos e equi-pamentos para salões de beleza. Durante o evento, profi ssionais de renome internacio-nal fazem demonstrações de cortes e ma-quiagens. São esperados 40 mil visitantes.

De 28 a 30/09/2010Courovisão – Feira Internacional de Couros, Componentes, Produtos Químicos e Equipamentos para CalçadosParque de Exposições Fenac Novo Hamburgo – RSwww.courovisao.com.br

A Courovisão apresenta as últimas novidades em matérias-primas e com-ponentes para calçados, acessórios, ves-tuário e artefatos das coleções outono/inverno. Nesta edição, os estilistas Lino Villaventura e João Carvalho falam sobre as tendências em couro.

De 6 a 8/10/2010Fisp – Feira Internacional de Segurança e ProteçãoCentro de Exposições Imigrantes São Paulo – SPwww.fispvirtual.com.br

Mais de 300 expositores do Brasil e do exterior apresentam novidades em pro-dutos e serviços de segurança e proteção como alarmes, equipamentos portáteis, sinalizadores e viaturas. Durante o evento é realizada a Fire Show, feira internacional de prevenção e combate a incêndio, e o Encontro Internacional de Bombeiros Ci-vis. A entrada é gratuita.

Feira Internacional de Paisagismo, Jardinagem, Lazer e FloriculturaAnhembi – São Paulo – www.expogarden.com.br

A Fiafl ora Expogarden é um dos principais even-tos da cadeia de produtos e serviços de paisagismo, jardinagem, lazer e fl oricultura da América Latina. Du-rante o evento é realizado o 13º Congresso Brasileiro de Paisagismo que reúne arquitetos do Brasil e do exterior. Nesta edição, a arquiteta mexicana Claudia Harari, mestre em paisagismo urbano pela Universidade de Harvard, fala so-bre as tendências em jardinagem nos Estados Unidos.

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