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Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2011 Empreendedorismo Disciplina na modalidade a distância

Empreendedorismo - Unisul

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Page 1: Empreendedorismo - Unisul

Universidade do Sul de Santa Catarina

PalhoçaUnisulVirtual

2011

EmpreendedorismoDisciplina na modalidade a distância

Page 2: Empreendedorismo - Unisul

CréditosUniversidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância

Reitor UnisulAilton Nazareno Soares

Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt

Chefe de Gabinete da ReitoriaWillian Máximo

Pró-Reitora AcadêmicaMiriam de Fátima Bora Rosa

Pró-Reitor de AdministraçãoFabian Martins de Castro

Pró-Reitor de EnsinoMauri Luiz Heerdt

Campus Universitário de Tubarão DiretoraMilene Pacheco Kindermann

Campus Universitário da Grande Florianópolis Diretor Hércules Nunes de Araújo

Campus Universitário UnisulVirtualDiretoraJucimara Roesler

Equipe UnisulVirtual

Diretora AdjuntaPatrícia Alberton

Secretaria Executiva e CerimonialJackson Schuelter Wiggers (Coord.)Marcelo Fraiberg MachadoTenille Catarina

Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça

Assessoria de Relação com Poder Público e Forças ArmadasAdenir Siqueira VianaWalter Félix Cardoso Junior

Assessoria DAD - Disciplinas a DistânciaPatrícia da Silva Meneghel (Coord.)Carlos Alberto AreiasCláudia Berh V. da SilvaConceição Aparecida KindermannLuiz Fernando MeneghelRenata Souza de A. Subtil

Assessoria de Inovação e Qualidade de EADDenia Falcão de Bittencourt (Coord)Andrea Ouriques BalbinotCarmen Maria Cipriani PandiniIris de Sousa Barros

Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.)Felipe Jacson de FreitasJefferson Amorin OliveiraPhelipe Luiz Winter da SilvaPriscila da SilvaRodrigo Battistotti PimpãoTamara Bruna Ferreira da Silva

Coordenação CursosCoordenadores de UNADiva Marília FlemmingMarciel Evangelista CatâneoRoberto Iunskovski

Assistente e Auxiliar de CoordenaçãoMaria de Fátima Martins (Assistente)Fabiana Lange PatricioTânia Regina Goularte WaltemannAna Denise Goularte de Souza

Coordenadores GraduaçãoAdriano Sérgio da CunhaAloísio José RodriguesAna Luísa MülbertAna Paula R. PachecoArthur Beck NetoBernardino José da SilvaCatia Melissa S. RodriguesCharles CesconettoDiva Marília FlemmingFabiano CerettaJosé Carlos da Silva JuniorHorácio Dutra MelloItamar Pedro BevilaquaJairo Afonso HenkesJanaína Baeta NevesJardel Mendes VieiraJoel Irineu LohnJorge Alexandre N. CardosoJosé Carlos N. OliveiraJosé Gabriel da SilvaJosé Humberto D. ToledoJoseane Borges de MirandaLuciana ManfroiLuiz G. Buchmann FigueiredoMarciel Evangelista CatâneoMaria Cristina S. VeitMaria da Graça PoyerMauro Faccioni FilhoMoacir FogaçaNélio HerzmannOnei Tadeu DutraPatrícia FontanellaRogério Santos da CostaRosa Beatriz M. PinheiroTatiana Lee MarquesValnei Carlos DenardinRoberto IunskovskiRose Clér BecheRodrigo Nunes LunardelliSergio Sell

Coordenadores Pós-GraduaçãoAloisio RodriguesBernardino José da SilvaCarmen Maria Cipriani PandiniDaniela Ernani Monteiro WillGiovani de PaulaKarla Leonora NunesLeticia Cristina BarbosaLuiz Otávio Botelho LentoRogério Santos da Costa Roberto IunskovskiThiago Coelho SoaresVera Regina N. Schuhmacher

Gerência AdministraçãoAcadêmicaAngelita Marçal Flores (Gerente)Fernanda Farias

Secretaria de Ensino a DistânciaSamara Josten Flores (Secretária de Ensino)Giane dos Passos (Secretária Acadêmica)Adenir Soares JúniorAlessandro Alves da SilvaAndréa Luci MandiraCristina Mara SchauffertDjeime Sammer BortolottiDouglas SilveiraEvilym Melo LivramentoFabiano Silva MichelsFabricio Botelho EspíndolaFelipe Wronski HenriqueGisele Terezinha Cardoso FerreiraIndyanara RamosJanaina ConceiçãoJorge Luiz Vilhar MalaquiasJuliana Broering Martins

Luana Borges da SilvaLuana Tarsila HellmannLuíza Koing  ZumblickMaria José RossettiMarilene de Fátima CapeletoPatricia A. Pereira de CarvalhoPaulo Lisboa CordeiroPaulo Mauricio Silveira BubaloRosângela Mara SiegelSimone Torres de OliveiraVanessa Pereira Santos MetzkerVanilda Liordina Heerdt

Gestão DocumentalLamuniê Souza (Coord.)Clair Maria CardosoDaniel Lucas de MedeirosEduardo RodriguesGuilherme Henrique KoerichJosiane LealMarília Locks Fernandes

Gerência Administrativa e FinanceiraRenato André Luz (Gerente)Ana Luise WehrleAnderson Zandré PrudêncioDaniel Contessa LisboaNaiara Jeremias da RochaRafael Bourdot Back Thais Helena BonettiValmir Venício Inácio

Gerência de Ensino, Pesquisa e ExtensãoMoacir Heerdt (Gerente)Aracelli Araldi

Elaboração de Projeto e Reconhecimento de CursoDiane Dal MagoVanderlei BrasilFrancielle Arruda Rampelotte

ExtensãoMaria Cristina Veit (Coord.)

PesquisaDaniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC)Mauro Faccioni Filho(Coord. Nuvem)

Pós-GraduaçãoAnelise Leal Vieira Cubas (Coord.)

BibliotecaSalete Cecília e Souza (Coord.)Paula Sanhudo da SilvaRenan Felipe Cascaes

Gestão Docente e DiscenteEnzo de Oliveira Moreira (Coord.)

Capacitação e Assessoria ao DocenteSimone Zigunovas (Capacitação)Alessandra de Oliveira (Assessoria)Adriana SilveiraAlexandre Wagner da RochaElaine Cristiane SurianJuliana Cardoso EsmeraldinoMaria Lina Moratelli PradoFabiana Pereira

Tutoria e SuporteClaudia Noemi Nascimento (Líder)Anderson da Silveira (Líder)Ednéia Araujo Alberto (Líder)Maria Eugênia F. Celeghin (Líder)Andreza Talles CascaisDaniela Cassol PeresDébora Cristina SilveiraFrancine Cardoso da SilvaJoice de Castro PeresKarla F. Wisniewski DesengriniMaria Aparecida TeixeiraMayara de Oliveira BastosPatrícia de Souza AmorimSchenon Souza Preto

Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais DidáticosMárcia Loch (Gerente)

Desenho EducacionalCristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD)Silvana Souza da Cruz (Coord. Pós/Ext.)Aline Cassol DagaAna Cláudia TaúCarmelita SchulzeCarolina Hoeller da Silva BoeingEloísa Machado SeemannFlavia Lumi MatuzawaGislaine MartinsIsabel Zoldan da Veiga RamboJaqueline de Souza TartariJoão Marcos de Souza AlvesLeandro Romanó BambergLetícia Laurindo de BonfimLygia PereiraLis Airê FogolariLuiz Henrique Milani QueriquelliMarina Melhado Gomes da SilvaMarina Cabeda Egger MoellwaldMelina de La Barrera AyresMichele Antunes CorrêaNágila HinckelPâmella Rocha Flores da SilvaRafael Araújo SaldanhaRoberta de Fátima MartinsRoseli Aparecida Rocha Moterle Sabrina BleicherSabrina Paula Soares ScarantoViviane Bastos

Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letícia Regiane Da Silva TobalMariella Gloria Rodrigues

Avaliação da aprendizagem Geovania Japiassu Martins (Coord.)Gabriella Araújo Souza Esteves Jaqueline Cardozo PollaThayanny Aparecida B.da Conceição

Gerência de LogísticaJeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)

Logísitca de MateriaisCarlos Eduardo D. da Silva (Coord.)Abraao do Nascimento GermanoBruna MacielFernando Sardão da SilvaFylippy Margino dos SantosGuilherme LentzMarlon Eliseu PereiraPablo Varela da SilveiraRubens AmorimYslann David Melo Cordeiro

Avaliações PresenciaisGraciele M. Lindenmayr (Coord.)Ana Paula de AndradeAngelica Cristina GolloCristilaine MedeirosDaiana Cristina BortolottiDelano Pinheiro GomesEdson Martins Rosa JuniorFernando SteimbachFernando Oliveira SantosLisdeise Nunes FelipeMarcelo RamosMarcio VenturaOsni Jose Seidler JuniorThais Bortolotti

Gerência de MarketingFabiano Ceretta (Gerente)

Relacionamento com o Mercado Eliza Bianchini Dallanhol Locks

Relacionamento com Polos PresenciaisAlex Fabiano Wehrle (Coord.)

Jeferson PandolfoKarine Augusta ZanoniMarcia Luz de Oliveira

Assuntos JurídicosBruno Lucion Roso

Marketing EstratégicoRafael Bavaresco Bongiolo

Portal e ComunicaçãoCatia Melissa Silveira Rodrigues Andreia DrewesLuiz Felipe Buchmann FigueiredoMarcelo BarcelosRafael Pessi

Gerência de ProduçãoArthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)Francini Ferreira Dias

Design VisualPedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)Adriana Ferreira dos SantosAlex Sandro XavierAlice Demaria SilvaAnne Cristyne PereiraCristiano Neri Gonçalves RibeiroDaiana Ferreira CassanegoDiogo Rafael da SilvaEdison Rodrigo ValimFrederico TrilhaHigor Ghisi LucianoJordana Paula SchulkaMarcelo Neri da SilvaNelson RosaOberdan Porto Leal PiantinoPatrícia Fragnani de Morais

MultimídiaSérgio Giron (Coord.)Dandara Lemos ReynaldoCleber MagriFernando Gustav Soares Lima

Conferência (e-OLA)Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)Bruno Augusto Zunino

Produção IndustrialMarcelo Bittencourt (Coord.)

Gerência Serviço de Atenção Integral ao AcadêmicoMaria Isabel Aragon (Gerente)André Luiz Portes Carolina Dias DamascenoCleide Inácio Goulart SeemanFrancielle FernandesHoldrin Milet BrandãoJenniffer CamargoJuliana Cardoso da SilvaJonatas Collaço de SouzaJuliana Elen TizianKamilla RosaMaurício dos Santos AugustoMaycon de Sousa CandidoMonique Napoli RibeiroNidia de Jesus MoraesOrivaldo Carli da Silva JuniorPriscilla Geovana PaganiSabrina Mari Kawano GonçalvesScheila Cristina MartinsTaize MullerTatiane Crestani TrentinVanessa Trindade

Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: [email protected] | Site: www.unisul.br/unisulvirtual

Page 3: Empreendedorismo - Unisul

PalhoçaUnisulVirtual

2011

Ingo Louis Hermann

Revisão e atualização de conteúdo

Ingo Louis Hermann

Design Instrucional

Roseli Rocha Moterle

3ª edição

EmpreendedorismoLivro didático

Page 4: Empreendedorismo - Unisul

Edição – Livro Didático

Professor(es) Conteudista(s)Ingo Louis Hermann

Revisão e atualização de conteúdoIngo Louis Hermann

Design Instrucional Flavia Lumi Matuzawa

Viviane BastosRoseli Rocha Moterle (3ª edição)

ISBN978-85-7817-238-1

Projeto Gráfico e CapaEquipe UnisulVirtual

DiagramaçãoDiogo Silva (3ª edição)

RevisãoDiane Dal Mago (3ª edição)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul

Copyright © UnisulVirtual 2011

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.

658.42H47 Hermann, Ingo Louis

Empreendedorismo : livro didático / Ingo Louis Hermann ; revisão e atualização de conteúdo Ingo Louis Hermann ; design instrucional [Flavia Lumi Matuzawa, Viviane Bastos], Roseli Rocha Moterle. – 3. ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 2011.

175 p. : il. ; 28 cm.

Inclui bibliografia.ISBN 978-85-7817-238-1

1. Empreendedor. 2. Planejamento estratégico. I. Matuzawa, Flavia Lumi. II. Bastos, Viviane. III. Moterle, Roseli Rocha. IV. Título.

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Sumário

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7Palavras do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

UNIDADE 1 - Empreendedorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17UNIDADE 2 - Empreendedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35UNIDADE 3 - Formação do empreendedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61UNIDADE 4 - Rede de relacionamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73UNIDADE 5 - Criatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81UNIDADE 6 - Aspectos legais para constituição

de um empreendimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99UNIDADE 7 - Plano de Negócio: abordagem inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115UNIDADE 8 - Comércio eletrônico: oportunidades

de negócios na internet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129

Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 165Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175

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Apresentação

Este livro didático corresponde à disciplina Empreendedorismo.

O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz.

Lembre-se de que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso, a “distância” fica caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem os professores e a instituição estarão sempre conectados com você.

Então, sempre que sentir necessidade, entre em contato. Você tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso, tais como: telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado, para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, porque sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.

Bom estudo e sucesso!

Equipe UnisulVirtual.

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Palavras do professor

O Brasil é considerado um dos mais promissores países industrializados em ascensão. O otimismo é uma característica do brasileiro, assim como o número de novos empreendimentos que, a cada ano, nascem no país e que nos colocam na lista dos mais empreendedores do mundo.

Seja o vendedor de cachorro-quente que trabalha sozinho e estaciona o seu carrinho em alguma esquina ou o empresário da grande corporação, sempre à procura de estruturas e sistemas inovadores que gerem capacidade técnica e os apliquem de forma a acentuar o desempenho competitivo para um crescimento acelerado e sustentável, há muito em comum entre esses dois indivíduos.

Como se não bastasse, as empresas estão em constantes adequações para enfrentar a concorrência de um mundo cada vez mais globalizado, impondo mudanças também aos seus funcionários, que hoje devem ser cada vez mais pró-ativos, líderes de equipe, críticos e participativos com o planejamento estratégico da empresa, sendo o aprendizado contínuo e o desenvolvimento de novas competências essencial para a estabilidade da empresa, seu crescimento e a própria manutenção de postos de trabalho.

Quando se fala em empreendedorismo, deve ficar claro que não há verdades absolutas ou o que é certo ou errado. O empreendedorismo é algo dinâmico, e cada empreendedor cria as suas próprias regras para conduzir o seu empreendimento; simplesmente porque a realidade de um empreendedor/empreendimento é diferente de outro, sendo a flexibilidade e a busca de soluções específicas uma constante.

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Este livro apresenta as noções básicas do empreendedorismo e da atividade do empreendedor na medida em que analisa a dinâmica do processo que conduz o indivíduo a ser um empreendedor de sucesso, considerando o seu trabalho no dia-a-dia da empresa e as competências que devem ser desenvolvidas para o efetivo desempenho dessa função.

Esta disciplina não tem a pretensão de se dirigir apenas àqueles que pretendem se tornar empreendedores ou mesmo aos que já estão à frente do próprio negócio, mas também incentivar pessoas que, embora estejam satisfeitas com a condição de funcionários de empresa, queiram se reciclar e se preparar para uma melhor colocação no mercado de trabalho.

Desejo a todos um excelente estudo e que sejam muito bem-vindos!

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Plano de estudo

O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos.

O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação.

São elementos desse processo:

� o livro didático;

� o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);

� as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de autoavaliação);

� o Sistema Tutorial.

Ementa

Empreendedorismo e empreendedor. Perfil do empreendedor. Habilidades do empreendedor. Qualidades do empreendedor. A constituição de empreendimentos: aspectos estratégicos, gerenciais e operacionais. Empreendedorismo frente à gestão de pessoas e das organizações.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Objetivos

Geral

Disseminar o empreendedorismo e possibilitar uma mudança de visão em relação ao trabalho tradicional, visando à formação de lideranças, agentes de mudanças e indivíduos dispostos a assumir riscos para construir, inovar e formar profissionais com cultura mais ampla, gerando trabalho para si e para os outros, sob a forma de empreendimentos.

Específicos

� Alicerçar uma mudança de cultura, passando a formar indivíduos que gerem trabalho e renda.

� Fornecer instrumentos teóricos e práticos para que as pessoas conheçam as características e competências necessárias ao exercício das atividades do empreendedor e considerem a possibilidade de se inserirem no mercado de trabalho como donos do próprio empreendimento.

� Conhecer as noções básicas de um Plano de Negócio.

Carga horária

A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.

Conteúdo programático/objetivos

Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação.

Unidades de estudo: 8

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Empreendedorismo

Unidade 1 – EmpreendedorismoA unidade aborda os principais conceitos sobre empreendedorismo e descreve sua construção ao longo da história, bem como as tendências de futuro. Também assinala a contribuição do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico e social e a necessidade de uma mudança de cultura em relação à expectativa de trabalho e renda.

Unidade 2 – EmpreendedorNesta unidade apresentamos as mudanças que ocorreram nas últimas décadas em relação ao modelo de constituição das empresas frente ao mercado. Vamos compreender a definição de empreendedor, os fatores que levam o indivíduo a empreender e, também, algumas das suas principais características. Por fim, será apresentado o conceito de intraempreendedor, um novo perfil profissional para atuar nas organizações.

Unidade 3 – Formação do empreendedorA unidade apresenta os aspectos da formação do empreendedor: ambiente familiar, idade e histórico familiar. Também serão abordadas as competências necessárias para o exercício dessa atividade.

Unidade 4 – Rede de relacionamentosNesta unidade veremos o que são redes de relacionamento e como construí-las para o desenvolvimento e sustentabilidade do empreendimento.

Unidade 5 – CriatividadeNesta unidade vamos identificar fontes de ideias e os fatores que inibem a criatividade do empreendedor; também vamos conhecer métodos de geração e validação de ideias em oportunidades. Por fim, será apresentado um plano de ação que possibilite alcançar e colocar as ideias em prática.

Unidade 6 – Aspectos legais para constituição de um empreendimentoA unidade aborda os diferentes tipos de constituição de empresas, inclusive as novas modalidades incorporadas a partir do Novo Código Civil. Vamos analisar os tipos de propriedade intelectual e, também, compreender a natureza e o propósito das marcas e patentes.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Unidade 7 – Plano de Negócio: abordagem inicialNesta unidade, você irá conhecer os tipos, as questões, o motivo e o momento mais adequado para elaboração de um plano de negócio e, consequentemente, os benefícios que esta ferramenta de gestão pode trazer para a organização. Outro aspecto abordado será a estruturação do plano, no intuito de validá-lo junto aos possíveis interessados, inclusive aos agentes de financiamento e investidores.

Unidade 8 – Comércio eletrônico: oportunidades de negócios na internetNesta unidade, será apresentada a definição de comércio eletrônico e suas principais aplicações; também serão abordados os benefícios desse comércio às organizações, aos consumidores e à sociedade. A partir das indicações de crescimento, o comércio eletrônico é apresentado como oportunidade de negócio na internet, a partir do desenvolvimento de novos produtos e serviços.

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Empreendedorismo

Agenda de atividades/Cronograma

� Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e professor.

� Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA.

� Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina.

Atividades obrigatórias

Demais atividades (registro pessoal)

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1UNIDADE 1

Empreendedorismo

Objetivos de aprendizagem

� Compreender o conceito de empreendedorismo e seu desenvolvimento histórico.

� Entender a importância do empreendedorismo no contexto econômico e social, assim como as perspectivas de futuro em relação ao tema.

Seções de estudo

Seção 1 Por que estudar o assunto?

Seção 2 Definição de empreendedorismo

Seção 3 Desenvolvimento ao longo da história

Seção 4 A importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico e social

Seção 5 O futuro do empreendedorismo

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo

Não é raro encontrar pessoas que têm até dificuldade em pronunciar essa palavra: empreendedorismo. O fato é que esse tema vem sendo discutido nos últimos anos com mais intensidade e já é considerado como fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país.

É muito importante que fique claro que em empreendedorismo não há uma busca de consenso ou da melhor solução, assim como também não se busca o certo ou errado. O empreendedorismo se faz quase que de forma individual, adequando-se a cada nova situação.

Empreendedorismo também não é um modismo ou coisa de momento. Veio para ficar e está sendo implantado na forma de disciplina em escolas, colégios e universidades, aumentando, de forma decisiva, o número de empresas e de postos de trabalho. Pode ser entendido como negócio próprio ou a atividade pró-ativa do funcionário que trabalha em busca da melhor solução dentro da empresa como funcionário.

A partir de agora, você será apresentado a vários conceitos que fundamentam essa disciplina, para que mais adiante possa desenvolver o Plano de Negócio do seu próprio empreendimento.

Seja bem-vindo e esteja preparado para uma verdadeira mudança de cultura. Bom estudo!

Seção 1 – Por que estudar o assunto?

A relação cada vez mais intensa entre nações, empresas e indivíduos e as necessidades de adequação dos processos hoje existentes presumem uma busca constante da redução de custos, diminuição do quadro de funcionários, automação dos processos industriais e competitividade.

A transformação rápida, que vem ocorrendo no perfil dos novos empregos, com o advento da globalização, torna a informação e a tecnologia fatores imprescindíveis de domínio por parte das gerações que chegam ao mercado de trabalho.

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Empreendedorismo

Unidade 1

Para Bastos (apud BOOG, 1994), vive-se um momento de alta concorrência e equilíbrio nos padrões de serviço, tecnologia, qualidade, preços e agilidade nos processos, ao lado de uma forte globalização, com a abertura de mercados e de informações, o que produz mudanças sensíveis na filosofia empresarial.

Lucena (1999) considera que todas as empresas, independentemente de seu estágio de desenvolvimento, da natureza de seu negócio, ou das características peculiares do mercado onde atuam, estão expostas, em maior ou menor grau, a algumas realidades inevitáveis, visto que é cada vez mais forte a pressão e a influência das forças do ambiente externo na vida das organizações.

Este ambiente, além de suas ambiguidades e contradições, é cada vez mais instável, surpreendente, imprevisível e se encontra em processo contínuo de transformações.

Você consegue perceber as mudanças? Reflita sobre o que está acontecendo nos diversos setores da sociedade. Aproveite e registre suas impressões, pois elas serão úteis para seu estudo!

As iniciativas para criação e manutenção de novas linhas de produtos ou serviços terão que se apoiar, cada vez mais, nas necessidades e aspirações do mercado e, cada vez menos, na capacidade operativa das máquinas e da infraestrutura produtiva das organizações, montadas em função do seu negócio.

No campo educacional, a identificação dessas novas necessidades e a percepção desse estado de mudanças trouxeram algumas reformulações, que ainda correm na contramão de uma tendência mundial, uma vez que a maioria dos cursos brasileiros ainda insiste em preparar seus alunos para a busca do emprego.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

De modo geral, você pode perceber que o empreendedorismo aparece como uma forma renovada de pensar e enfrentar as adversidades impostas pelas forças de mercado e parece ser a maneira mais eficaz para a geração de trabalho e renda, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social.

Nesta disciplina, além do conteúdo teórico, você está sendo convidado a participar de exercícios práticos, que podem se traduzir em uma mudança de visão e atitude em relação à atividade profissional que você poderá exercer por toda sua vida.

Seja bem-vindo e participe! O seu sucesso pode representar o sucesso para muitas outras pessoas.

Seção 2 – Definição de empreendedorismo

Segundo Dornelas (2001), Richard Cantillon, importante economista do século XVII, foi considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor — aquele que assumia riscos — do capitalista — aquele que fornecia o capital. Podemos citar como exemplo o caso das pesquisas referentes à eletricidade e à química, de Thomas Edison, que só foram possíveis com o auxílio de investidores que financiaram seus experimentos.

Para Schumpeter (1982), o empreendedorismo é visto como o motor da economia, o agente de inovação e mudanças capazes de desencadear o crescimento econômico do país.

O conceito de inovação e novidade é uma parte integrante do empreendedorismo.

A inovação, o ato de lançar algo novo, é uma das mais difíceis tarefas para o empreendedor. Exige não só a capacidade de criar e conceitualizar, mas também a capacidade de entender todas as forças atuantes no ambiente. A novidade pode ser desde um novo produto e um novo sistema de distribuição, até um método para desenvolver uma nova estrutura organizacional.

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Empreendedorismo

Unidade 1

Em quase todas as definições de empreendedorismo, há um consenso de que estamos falando de uma espécie de comportamento que inclui: iniciativa, organização e reorganização dos mecanismos sociais e econômicos, a fim de transformar recursos e situações para proveito prático e aceitar o risco e o fracasso.

Como definição, temos que o empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação e independência econômica e pessoal.

Você verá, nas próximas seções, o histórico do empreendedorismo e vai entender um pouco mais sobre o assunto e sua importância na sociedade. Você já parou para pensar em como promover o desenvolvimento econômico e social sem inovações. Reflita: como seria a sua vida hoje, se nos últimos 20 anos não tivessem ocorrido inovações?

Seção 3 – Desenvolvimento ao longo da história

A capacidade empreendedora é das primeiras formas de trabalho humano, antecedendo às modificações nas atividades geradas pela primeira Revolução Industrial.

Com ela originou-se o contrato de trabalho e o conceito do emprego, com as garantias sociais conquistadas a partir das diversas lutas entre capital e trabalho, desde sua instituição.

Ao estudar as formas de trabalho humano, Saviani (2000) afirma que no início da humanidade prevalecia o modo de produção comunal, caracterizado pela ausência de classes, coletivização da produção e da propriedade. Neste estágio, a humanidade era nômade porque vivia em busca da oferta de alimentos oferecidos pela natureza.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

A sedentarização humana, proporcionada pela revolução agrícola, leva à apropriação da terra por uma classe, o que faz surgir a propriedade privada.

Tal situação verifica-se na antiguidade greco-romana, onde há a classe dos proprietários e a dos não-proprietários. Os segundos assumem a tarefa de manterem a si próprios e aos senhores. Os proprietários, que podem viver sem trabalhar, irão constituir uma classe ociosa e, portanto, disponível para uma educação distinta.

Na Idade Média, a terra permanece como meio dominante de produção, e a agricultura, como principal atividade econômica.

Enquanto na Antiguidade os homens viviam na cidade empenhados nas atividades artesanais, na Idade Média, viviam no campo e do campo, sendo a atividade agrícola a base da economia, residindo aí a grande distinção entre as duas fases históricas: a forma de trabalho. Enquanto na mais antiga o trabalho escravo era predominante, na Idade Média o era o servil. Na sociedade Medieval, o ócio era privilégio de nobres e religiosos.

Outro aspecto relevante na Idade Média é a subordinação das cidades ao campo.

Nas primeiras, desenvolvia-se o artesanato que era a indústria própria da agricultura, na medida em que produzia apenas os instrumentos rudimentares que a vida do campo necessitava.

No entanto, a partir das atividades artesanais — as quais evoluíram para as corporações de ofício e do acúmulo permitido pela economia feudal é que foi possibilitado o crescimento de uma atividade mercantil, a qual está na origem do capital investido na própria produção, originando a indústria. O burguês surgirá dentro desse contexto, será o habitante do burgo, ou seja, da cidade.

É a partir desse conjunto de transformações que o eixo do processo produtivo do campo se deslocará para a cidade, da agricultura para a indústria, criando um novo modo de produção, que é conhecido por capitalista burguês.

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Empreendedorismo

Unidade 1

Com o crescimento da atividade mercantil, iniciaram-se as trocas com o Oriente, e tornou-se necessária a descoberta de uma nova rota marítima para as Índias, com a finalidade de romper o monopólio do comércio com os países do oriente, feito, principalmente, pelos venezianos.

Datam daquela época as grandes navegações, representando os primeiros empreendimentos e fazendo surgir os primeiros empreendedores.

Como essa empreitada requeria um alto investimento de risco, diga-se de passagem as Coroas eram convidadas a participar financeiramente com a promessa de lucro posterior. Nesse mesmo período, encontra-se o embrião das sociedades anônimas, com a criação das companhias e sociedades.

O objetivo das Coroas era o de reunir participações em dinheiro para financiamento de navegações ou retorno do capital e lucro quando voltasse à expedição.

O empreendedorismo, como capacidade transformada em atividade lucrativa, pode, pois, ser historicamente localizado com o surgimento das grandes navegações, embora se acredite que o espírito empreendedor tenha feito parte do primeiro homem que, percebendo a necessidade de um tipo de produto ou serviço no mercado, tenha oferecido a um determinado custo.

Como você pode observar, o empreendedorismo não é algo novo, remonta ao início dos tempos e faz parte da própria evolução do ser humano. Trata-se de um exercício constante de criação e inovação de processos, produtos e serviços que contribuem de maneira significativa com a própria evolução da espécie.

Afinal, a capacidade empreendedora é um processo que ocorre em diferentes ambientes e situações empresariais. Provoca mudança por meio da inovação feita por pessoas que geram ou aproveitam oportunidades econômicas, que criam valor tanto para si próprios quanto para a sociedade.

Sob essa perspectiva, o empreendedorismo é uma nova roupagem de uma antiga atividade, além disso, toda a tecnologia e técnica desenvolvidas pelos indivíduos ao longo da história da humanidade apontam para o gênio criativo e empreendedor humano.

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Seção 4 – A importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico e social

Novas empresas contribuem de forma significativa para o desenvolvimento econômico, principalmente nos países em desenvolvimento. Ao ter sucesso, os novos empresários criam empregos, expandem segmentos de mercado, aumentam a produção de bens e serviços e dinamizam a economia das comunidades onde operam.

Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em parceria com a USP Universidade de São Paulo, feito em 2002, demonstra que um grande número de microempresas se converte em pequenas e médias empresas (PMEs), em um período de três anos, existindo uma relação positiva entre o número de novas empresas e o crescimento econômico, e entre a geração de empregos para jovens e a modernização da estrutura empresarial.

Esse estudo apresenta novos elementos sobre a capacidade de empresários gerarem empregos e de contribuírem para o dinamismo da economia interna, e analisou também três fases críticas do processo de criação de novas empresas:

FasesProcessos motivacionais e de tomada de decisões, busca por oportunidades, mobilização de recursos e principais problemas ou “Características”

GestaçãoEsta fase é relativamente longa, indo do momento em que o empreendedor tem a ideia, identifica o nicho de mercado e concebe a empresa até o momento de fazer planos concretos para colocar a ideia em prática.

Constituição Compreende o momento que o empreendedor decide criar a empresa até quando reúne todos os meios para inaugurá-la.

Desenvolvimento inicial

Cobre o período dos três primeiros anos de funcionamento, críticos para a sobrevivência da empresa.

Quadro 1.1 – Fases do processo de criação de novas empresasFonte: Elaboração do autor (2008).

Veja a seguir, mais detalhes a respeito de cada fase, segundo informações a partir do relatório da pesquisa.

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a) Fase de gestação da empresaA pesquisa identificou que, desde o momento em que o indivíduo sente o desejo de abrir uma nova empresa até àquele em que identifica a oportunidade de negócio, decorrem em média de quatro a cinco anos. As motivações que geram novos empreendimentos incluem tanto objetivos estritamente econômicos como de desenvolvimento pessoal.

A realização pessoal é a principal motivação para criar um novo negócio, sendo o aumento da renda um objetivo econômico.

A segunda motivação não econômica de maior importância é a de contribuir para a sociedade. O apoio familiar é um dos principais fatores que contribui para a motivação dos novos empresários. A maioria deles foi apoiada por seu núcleo familiar e grupo social mais próximo. Somente 10% dos empresários entrevistados encontraram alguma oposição por parte de suas famílias quando demonstraram a intenção de abrir um negócio.

A experiência profissional é a fonte de mobilização e de geração de capacidade empresarial mais importante para os empresários.

A educação universitária, ainda que proporcione conhecimento tecnológico aos empresários em potencial, tem papel limitado na motivação e no desenvolvimento da capacidade empresarial.

O principal nicho de mercado para abertura de novos empreendimentos encontra-se na venda de produtos ou serviços para outras companhias, particularmente para as PMEs. Um número significativo de novos empreendimentos fornece bens e serviços tecnológicos, incluindo-se software, telemática e serviços relacionados à internet.

As redes são um dos dois fatores mais vitais para o desenvolvimento de novas empresas. Mais de 70% dos empresários informaram que a chave para identificar as oportunidades de negócios é a interação com as pessoas e a experiência profissional prévia.

Em geral, as empresas mais dinâmicas possuem um número maior de contatos pessoais e comerciais (por exemplo, com executivos de grandes, médias e pequenas empresas) e os utilizam com maior frequência do que as menos dinâmicas.

Contatos e relacionamentos do empreendedor e seus sócios.

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b) Fase de constituição da empresaA decisão do empreendedor de abrir um novo negócio é fortemente influenciada por motivações econômicas e não econômicas, similares às da fase de gestação.

As motivações pessoais mais importantes são autorrealização, o desafio de enfrentar mudanças contínuas e o de contribuir para a sociedade.

A disponibilidade de financiamento, ainda que seja um fator importante na decisão de lançar uma empresa, não tem tanta relevância quanto os fatores motivacionais descritos anteriormente. Isso se deve porque, mesmo que o financiamento externo seja escasso, os empreendedores encontram alternativas e mecanismos criativos para desenvolverem seus projetos.

Outra característica importante é a habilidade para alavancar recursos financeiros. Ela é essencial para o negócio ter uma boa garantia de sucesso. A experiência profissional anterior e as redes de contato ajudam a abrir as portas aos recursos necessários para iniciar as operações de uma nova empresa.

De acordo com a pesquisa, mais de 80% dos empreendedores disseram que a experiência em trabalhos anteriores lhes ajudou a obter tecnologia e outros recursos não financeiros, incluindo informações, matérias-primas, equipamentos e instalações. Veja outros resultados:

� O uso de redes de contatos pessoais, como meio para chegar às fontes de recursos, é mais frequente em áreas locais com alta presença de PMEs do que nas áreas metropolitanas pesquisadas. Nas cidades com maior concentração de pequenas e médias empresas, os vínculos interempresariais e sociais tendem a ser mais fortes.

� O acesso aos recursos financeiros é uma verdadeira “prova de fogo” para a constituição e desenvolvimento inicial das empresas.

� A poupança pessoal dos novos empresários é a principal fonte de recursos financeiros para o lançamento do seu empreendimento.

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� 70% dos empreendedores lançam seus negócios com recursos financeiros próprios, enquanto outros 20% utilizam recursos de amigos e de parentes. As fontes de financiamentos externos, como empréstimos bancários e investidores privados informais, não estão tão disponíveis na América Latina, se comparadas com as de outros locais como, por exemplo, o Leste Asiático, sendo a falta de financiamento um dos maiores obstáculos para os empreendedores.

� Nesta fase utilizam-se mais fontes alternativas de financiamento e mecanismos que possam reduzir ao mínimo a necessidade de tomar empréstimos de terceiros. Entre esses mecanismos estão:

i) créditos de fornecedores; ii) adiantamentos de clientes; iii) atraso no pagamento do pessoal, serviços públicos e impostos; iv) compra de equipamentos de segunda-mão.

c) Fase de desenvolvimento inicial da empresaNesta fase, referente aos três primeiros anos do empreendimento, as empresas enfrentam grande competição. A estratégia empresarial dominante consiste em penetrar em um nicho de mercado com demanda crescente, com concorrentes que são outras PMEs, e oferecer produtos diferenciados, com base na qualidade e no serviço.

Geralmente, os empreendimentos mais dinâmicos não competem por meio da fixação de preços mais baixos que os de seus concorrentes. As firmas menos dinâmicas, no entanto, participam de mercados em que existe menor presença de grandes concorrentes.

Os novos empresários têm acesso a uma escala maior de fontes de financiamento e as empresas começam a obtê-los de seus fornecedores.

A capacidade de resolver problemas é fundamental na fase de desenvolvimento inicial das empresas. Elas compartilham do mesmo tipo de problemas nesse momento: encontrar clientes, contratar trabalhadores qualificados e ter um fluxo de caixa equilibrado.

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Os empreendedores brasileiros têm maiores dificuldades para financiarem o fluxo de caixa e identificarem fornecedores apropriados e selecionarem pessoas qualificadas para gerenciar.

Nesta fase, as redes de contatos possuem, novamente, um papel fundamental, pois servem de canal de comunicação entre os novos empresários, no diálogo sobre como resolverem seus problemas comuns.

O relacionamento comercial se torna mais importante do que o social, pois nesta fase do processo, os novos empresários necessitam de conhecimentos mais específicos para solução de seus problemas, o que amigos e parentes em geral não dispõem.

De acordo com a pesquisa, 85% dos empreendedores declararam que as instituições formais existentes — governo, associações comerciais, universidades, agências de pesquisa etc. — não foram capazes de proporcionar um assessoramento adequado para resolver os problemas que surgiram no desenvolvimento inicial de seus negócios.

Principais resultados da pesquisa

a) Os empreendedores são predominantemente do sexo masculino, com graduação universitária ou pós-graduados, idade média de 40 anos, abriram suas empresas quando tinham entre 30 e 35 anos e usaram recursos próprios para financiar o empreendimento.

b) Os empreendedores tiraram da própria experiência profissional a motivação, as ideias, as habilidades empresariais e os contatos profissionais para embasar a criação de seus empreendimentos.

c) As empresas fazem maior uso de suas redes de contatos sociais com clientes, fornecedores e profissionais.

d) A maioria das empresas é fundada por uma equipe de novos empresários com qualificações complementares.

e) Ganhar dinheiro não é o único objetivo. As motivações dos empreendedores incluem também o desejo de realização pessoal e a contribuição à sociedade.

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f) Uma proporção preocupante dos empreendedores dizem que a instrução formal não tem um papel decisivo e não estimula a criação de novos empreendimentos, embora reconheçam que os estudos universitários fornecem o conhecimento técnico necessário para tal.

g) As empresas mais bem estruturadas têm estratégias de negócio similares: entram em nichos de mercado com demanda crescente; seus competidores são outras PMEs; e seus produtos são diferenciados pela qualidade e serviço.

h) Na fase de gestação, o capital vem, geralmente, da poupança pessoal do empreendedor, de seus amigos e parentes. Durante a fase inicial de desenvolvimento, a tendência é utilizar fontes externas de financiamentos, tais como empréstimos de bancos e instituições financeiras.

i) A economia latino-americana é menos atrativa para novos empreendimentos que a do Leste Asiático, em razão da escassez do financiamento, da burocracia intensa e dos impostos e custos, gerados pelos governos, serem elevados. No Leste Asiático, os financiamentos são mais fáceis e a terceirização é uma opção bastante utilizada.

Seção 5 – O futuro do empreendedorismo

Estamos vivendo na era do empreendedor, na qual o empreendedorismo é endossado por instituições educacionais, entidades governamentais, sociedade e empresas. A educação empreendedora nunca foi tão importante em termos de cursos e pesquisa acadêmica. O número de faculdades e universidades que oferecem, pelo menos um curso em empreendedorismo aumenta a cada dia.

Diversos governos estão demonstrando um maior interesse na promoção do crescimento do empreendedorismo.

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A mídia, principalmente por meio da televisão, jornais e revistas especializadas, tem desempenhado um papel poderoso e construtivo na revelação de novos empreendimentos, descrevendo como essas empresas contribuem para o desenvolvimento econômico e social do país.

Finalmente, mas não menos importante, as grandes empresas continuarão a ter interesse em uma forma especial de empreendedorismo o intraempreendedorismo.

Síntese

Nesta unidade, você conheceu os conceitos básicos que tratam do empreendedorismo. Verificou que é uma das atividades que mais cresce no mundo, e teve a oportunidade de analisar como esse processo se iniciou ao longo da história e qual são as tendências de futuro.

Abordou-se, também, a contribuição do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico e social e a necessidade de uma mudança de cultura em relação à expectativa de trabalho e renda.

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Atividades de autoavaliação

1) Você estudou que o empreendedorismo deve ser visto como um processo dinâmico que tem inerente a concepção, a percepção e a realização de uma oportunidade de negócio, envolvendo pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades . Você considera a criatividade e a inovação como fatores fundamentais do empreendedorismo? Explique.

2) Segundo Dornelas (2005), o empreendedorismo tem sido definido como uma maneira diferenciada de alocação de recursos e otimização de processos organizacionais, sempre de forma criativa, visando à diminuição de custos e melhoria de resultados. Com base no texto, responda qual a importância de se estudar empreendedorismo.

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3) Relacione os benefícios que podem ser verificados quando novas empresas são constituídas.

4) Por que a experiência profissional é importante para a constituição de um empreendimento?

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5) Qual a importância da instrução formal para a implantação e desenvolvimento de um negócio?

Saiba mais

Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você poderá pesquisar os seguintes livros:

CUNHA, Cristiano J. C. de Almeida; FERLA, Luiz Alberto. Iniciando seu próprio negócio. Org. Cristiano J. C. de Almeida Cunha e Luiz Alberto Ferla. Florianópolis : Instituto de Estudos Avançados, 1997.

DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

DRUCKER, Peter Ferdinand. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship): prática e princípios. 5. ed São Paulo: Pioneira, c1998.

FARRELL, Larry C. Entrepreneurship: fundamentos das organizações empreendedoras. São Paulo : Atlas, 1993.

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Empreendedor

Objetivos de aprendizagem

� Compreender o conceito de empreendedor, os motivos que levam o indivíduo a empreender, assim como os pontos positivos e negativos dessa atividade.

� Analisar as características e atividades dos empreendedores de sucesso.

� Diferenciar o empreendedor do intraempreendedor.

Seções de estudo

Seção 1 Conceito de empreendedor

Seção 2 Por que empreender?

Seção 3 Compensações e desvantagens em empreender

Seção 4 Características do empreendedor

Seção 5 Atividades do empreendedor

Seção 6 Fatores que inibem o potencial empreendedor

Seção 7 Empreendedor corporativo: intraempreendedor

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Para início de estudo

As grandes corporações e a participação ativa do Estado nos empreendimentos privados, que delinearam as atividades empresarias durante décadas, culminou recentemente com a reestruturação das grandes empresas, a terceirização e o enxugamento dos postos de trabalho.

Tal fenômeno encoraja o surgimento de pequenos negócios, da ação individual, da atividade de uma pessoa que, muitas vezes sem o apoio até mesmo da família, tem a coragem de iniciar um empreendimento. É uma tarefa que exige muita paciência, perseverança, força de vontade e disciplina, além de outros fatores. De qualquer forma, o número de micro e pequenas empresas no mundo cresce a cada dia.

Convido-o a conhecer um pouco mais sobre esse ator, o empreendedor!

Seção 1 – Conceito de empreendedor

Ainda que não se tenha chegado a uma definição clara e unânime sobre o conceito de empreendedor, normalmente a bibliografia sobre o assunto remete a uma análise psicológica ou de personalidade empreendedora com ênfase nas características de indivíduos que obtiveram sucesso.

Em uma análise semântica sobre o assunto, encontra-se no Dicionário Aurélio, por exemplo, que empreender é “deliberar-se a praticar, propor-se, tentar”, mas é também, “por em execução”.

Há também, sinônimos pouco conhecidos, como interprender e interpresar. O primeiro procura dar ênfase à dificuldade, o início de um processo, o trabalho extra, envolvido na execução de algo; já o segundo traz ao mesmo nível o empresário e o empreendedor quanto ao seu papel de mantenedor dos negócios.

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Segundo Deakins (1996), o termo empreendedor teve sua origem na França e, numa tradução literal, significa alguém que se sobressai na sociedade.

Para Fillion (2000), o empreendedor é uma pessoa que empenha toda sua energia na inovação e no crescimento, manifestando-se de duas maneiras: criando sua empresa ou desenvolvendo alguma coisa completamente nova em uma empresa preexistente. Nova empresa, novo produto, novo mercado, nova maneira de fazer tais são as manifestações do empreendedor. O autor resume sua definição na assertiva de que o empreendedor “é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”.

É a pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios.

Amit (1993) ensina que:

[...] os empreendedores são pessoas que perseguem o benefício, trabalham individual e coletivamente e podem ser definidos como indivíduos que inovam, identificam e criam oportunidades de negócios, montam e coordenam novas combinações de recursos (funções de produção), para extrair os melhores benefícios de suas inovações num meio incerto.

Schumpeter (1982), com a sua teoria do desenvolvimento econômico, considera que o empreendedor é responsável pelo processo de destruição criativa, sendo o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, criando deliberadamente novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos meios ineficientes e mais caros.

Para Dornelas (2001), o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, antecipa-se aos fatos e tem uma visão futura da organização.

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Hermann (2004) acredita que empreendedor é o indivíduo que consegue perceber e criar oportunidades de negócios, fazer uso e até mesmo desenvolver uma série de conhecimentos, habilidades e atitudes utilizados no exercício de uma função para alcançar os objetivos que ele próprio estabeleceu.

Entre tantas definições, ao contrário do que ocorria até pouco tempo atrás, hoje a ideia de empreendedor se dirige, sobretudo, aos pequenos negócios.

As grandes corporações e a participação ativa do Estado nos empreendimentos privados, que delinearam as atividades empresarias durante décadas, culminaram, recentemente, com a reestruturação das grandes empresas, a terceirização e o enxugamento dos postos de trabalho.

Tal fenômeno encoraja o surgimento de pequenos negócios, da ação individual, apoiados no Brasil, por programas governamentais que incentivam o desenvolvimento de novas iniciativas empresariais, como por exemplo, aquelas oriundas do meio acadêmico.

Seção 2 – Por que empreender?

Um dos grandes desafios em nosso país é encontrar respostas para a questão do desemprego. Nossa população economicamente ativa soma cerca de 72 milhões de brasileiros, mas o número de postos de trabalho está em um nível inferior ao necessário para empregar todo o contingente de pessoas que, a cada ano, ingressam no mercado de trabalho. Ou seja, não conseguimos abrir tantos postos de trabalho para todos os trabalhadores que, a cada ano, procuram uma vaga de trabalho.

O surgimento de novas empresas tem uma grande contribuição a dar ao nosso país. Essa contribuição ganha relevância ainda maior se pensarmos que, nesta virada de milênio, uma das características mais marcantes da economia mundial tem sido a prevalência crescente do setor terciário sobre o setor secundário.

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Vale dizer, que os negócios envolvendo serviços e comércio estão superando os ligados à indústria. Só no Brasil, o setor terciário já responde por 60% do PIB, enquanto o secundário fica com uma fatia de 30%.

Sendo assim, é forçoso concluir que uma das saídas para o desemprego é e será a prestação de serviços. Mais uma razão para que as novas gerações que estão chegando ao mercado de trabalho surjam com uma nova mentalidade e uma nova cultura, considerando a abertura de um negócio próprio, uma saída eficaz para a falta de postos de trabalho.

Seção 3 – Compensações e desvantagens em empreender

Como em qualquer atividade que venhamos a desenvolver, sempre vamos encontrar alguns pontos positivos e outros negativos. Na atividade do empreendedor não é diferente, até porque começar a operar um novo empreendimento envolve considerável risco e esforço para que sejam superadas as adversidades impostas pelo mercado.

Ao criar e desenvolver uma nova empresa, o empreendedor assume a responsabilidade e os riscos pelo seu desenvolvimento e sobrevivência e, em compensação, usufrui das respectivas recompensas.

A seguir, são listadas algumas compensações e desvantagens da atividade empreendedora.

Compensaçõesa) Desejo de realização pessoal. Empreendedores são

indivíduos que esperam algo mais da vida, preferem marcar as pegadas no lugar, ao invés de apenas segui-las. Eles mesmos definem o que vão fazer e em que contexto será feito. Para isso, naturalmente, precisam levar em conta seus sonhos, desejos, preferências e o estilo de vida que querem

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ter. Assim, conseguem dedicar-se com muita energia ao seu projeto, uma vez que o trabalho acaba se tornando não uma obrigação, mas verdadeira fonte de prazer.

b) Contribuição à sociedade. Empreendedores têm uma forte necessidade de mostrar ao mundo que aquilo que vem sendo feito ao longo do tempo, da mesma forma, na verdade pode ser mudado e, na maioria das vezes, com expressivas melhorias nos processos produtivos com reflexos na qualidade etc. Neste processo, ganham todos: o empreendedor auferindo lucros, os funcionários com a manutenção ou ampliação dos postos de trabalho e a sociedade com a possibilidade de adquirir bens com valor agregado.Ainda em relação à sociedade, as contribuições podem ser vistas desde a geração de trabalho e renda até a crescente preocupação com as questões sociais e o meio ambiente. É crescente o número de empresas engajadas em implantar programas de benefícios para seus funcionários e familiares. No tocante ao meio ambiente, além de ser uma questão de consciência de cada indivíduo, passa a ser uma questão de necessidade, visto que as certificações de processos de qualidade exigem o respeito, a manutenção e a recuperação dos recursos naturais.

c) Lucro. O lucro para o empreendedor não aparece como um objetivo primordial, mas como consequência de um trabalho bem feito. O empreendedor não foca única e exclusivamente o lucro, mas o trabalho bem planejado e executado. Dessa forma, deixa de estar sujeito aos limites de pagamento padronizado (salário) para trabalho padronizado, o que normalmente acontece com funcionários de empresas.

d) Independência. Libertação da supervisão e regras de organizações burocráticas.

e) Estilo de vida prazeroso. Libertação da rotina, monotonia e empregos não desafiadores.

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Desvantagensa) Exige muito trabalho e muita energia emocional.

Normalmente, e especialmente nos primeiros anos de atividade, o negócio exige muito mais trabalho do empreendedor do que se ele estivesse trabalhando como empregado. É comum longas jornadas de trabalho para o cumprimento de compromissos assumidos com clientes, muitas vezes, sem final de semana ou feriado. Isso implica a família também aceitar estas imposições, o que nem sempre ocorre.

b) A possibilidade de fracasso é uma ameaça constante. Todo empreendimento possui um grau menor ou maior de risco em sua atividade. Toda empresa enfrenta concorrência e as forças de mercado, que podem fazer com que a empresa atravesse períodos mais ou menos longos de instabilidade.

Seção 4 – Características do empreendedor

Além dos três grandes eixos conhecimento, habilidade e atitude que formam a competência do indivíduo, já considerados clássicos pela literatura e que a seguir serão estudados - existe outro aspecto de fundamental importância. Ele diz respeito às características que cada indivíduo desenvolve desde a mais tenra idade e que o acompanham no exercício de suas atividades durante toda vida.

Assim, para que se possa fazer uso de forma plena das potencialidades do indivíduo, é necessário que se cultive determinados atributos de personalidade Alencar (1996).

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De acordo com Alencar (1996), a personalidade do indivíduo é fruto de vários fatores, sendo que a educação que esse recebe na infância desempenha um papel muito importante.

Por outro lado, essa educação reflete também alguns valores cultivados na sociedade no momento histórico em que eventualmente o indivíduo esteja vivendo. O que se pode destacar é que, apesar da importância dos primeiros anos de formação da personalidade, é possível promover mudanças no modo de agir e pensar de pessoas em diferentes fases da vida e fortalecer alguns traços de personalidade que as condicionem ao uso de determinadas potencialidades.

Algumas das características encontradas nos empreendedores são abaixo listadas:

a) iniciativa própria;b) autonomia;c) autoconfiança;d) otimismo;e) necessidade de realização;f) energia;g) intuição;h) comprometimento;i) liderança;j) assunção de riscos;k) persistência;l) flexibilidade.

Caso você tenha dúvida sobre o significado de alguma das características listadas, remeta-se ao glossário que elaboramos para você, em anexo, no final do manual.

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Seção 5 – Atividades do empreendedor

Consideram-se atividades do empreendedor o seu trabalho, ou seja, as ações que o empreendedor desenvolve para atingir seus objetivos no que se refere ao negócio, ao empreendimento.

Pesquisadores que se dedicam ao estudo empreendedorismo são unânimes em afirmar que não há questões definidas em relação a esse assunto, até porque há diversas categorias e tipos de empreendedores.

Desde o dirigente da pequena empresa familiar até o empresário que administra negócios espalhados por um continente com filiais no exterior, todos são empreendedores com características, qualidades, competências e atividades específicas.

Sendo a figura do empreendedor determinante para o êxito de uma empresa, há fatores relacionados a ele que estão diretamente ligados às suas características e que intervêm diretamente no processo de criação e desenvolvimento das empresas.

Algumas das principais atividades do empreendedor em relação à empresa, certamente não se esgotam aqui e também variam de acordo com a atividade empresarial, são a seguir detalhadas.

Buscar novas informaçõesA questão da informação é um item fortemente diferenciador no desempenho geral das empresas. Para alcançar essa posição, o empreendedor deve ter habilidades específicas que lhe permitam adquirir informações.

Há que se destacar a dinâmica da sociedade atual que exige dos empresários produtos e serviços com mais qualidade, preços menores e garantias maiores, além disso, a economia focalizada submete os empresários à concorrência internacional.

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Portanto, o empreendedor só manterá a sua empresa se estiver atento às exigências e suficientemente informado para adotar as modificações necessárias para enfrentar a nova realidade.

Traduzir informações em novos mercados, técnicas ou bensEm um ambiente instável e competitivo, a posse de informações sobre mercados, processos gerenciais e avanços tecnológicos pode permitir à empresa uma posição relativa mais sólida para enfrentar a concorrência.

Descobrir oportunidades

“Quem se interessaria em ouvir os atores?”.

[H. M. Warner, da Warner Brothers, no auge do cinema mudo em 1927]

Empreendedores são pró-ativos e curiosos por natureza, olham o mundo ao seu redor de olhos bem abertos, analisando a possibilidade de tornar melhor o que já existe, por meio de inovação ou criando algo que não existe em benefício da sociedade e deles próprios. Com isso, descobrem ou desenvolvem a inovação, transformando simples ideias em reais oportunidades de negócio.

Avaliar oportunidadesA priori, as iniciativas inovadoras são escassas porque o desenvolvimento da criatividade e da avaliação crítica não está amplamente incorporado no sistema educativo. Contudo, para ter sucesso, o empreendedor tem que pensar criativamente e fazer uma valoração das oportunidades que surgem.

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A avaliação crítica é essencial para distinguir uma simples ideia de uma real oportunidade, uma vez que o empreendedor objetiva lucro e não tem tempo a perder.

Ao avaliar uma inovação ou uma nova empreitada, o empreendedor está naturalmente calculando os investimentos necessários para o desenvolvimento do empreendimento, o lucro que terá e o prazo para obtê-lo; equação essa que, para o empreendedor, acontece de forma deliberada, rápida e naturalmente em prol de suas decisões.

Levantar recursos financeiros para a empresaA princípio, duas são as formas de se levantar o dinheiro necessário para a implantação ou desenvolvimento de um empreendimento:

I) Recursos próprios do empreendedor.II) Empréstimos e financiamentos.

Considerando que essa é uma das atividades do empreendedor, dois aspectos certamente terão que ser desenvolvidos para que essa função seja exercida de forma adequada: a comunicação persuasiva e a negociação.

A comunicação persuasiva envolve a comunicação oral, escrita e as outras formas de comunicação. Os empreendedores desenvolvem essa habilidade porque, em geral, precisam persuadir muitas pessoas até colocarem em prática os seus empreendimentos.

Um exemplo disso é o plano de negócio que o empreendedor terá que elaborar para demonstrar de forma clara e confiável a viabilidade do negócio, caso queira levantar os recursos no mercado financeiro ou mesmo com algum sócio.

A negociação, por sua vez, exige flexibilidade para ajustar-se às pessoas envolvidas no processo e às circunstâncias encontradas.

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Desenvolver cronogramas e metasAo início do empreendimento, o empreendedor precisa estabelecer, cronologicamente, de modo concreto e realista, as metas do empreendimento para os anos seguintes, no início do empreendimento, demonstrando a forma como pretende alcançar as metas que ele próprio estabeleceu.

Definir responsabilidades da administraçãoNormalmente, nos primeiros anos da empresa, a responsabilidade sobre tudo o que ocorre nela recai sobre o empreendedor; com o crescimento da empresa, porém, as tarefas precisam ser delegadas. Isso exige do empreendedor escolher, no mercado, colaboradores que possam acompanhá-lo, formando uma equipe coesa.

As atribuições de cada colaborador da empresa devem ser definidas demonstrando quando e como devem ser efetuadas.

Filion e Dolabela (2000) chama a atenção para a questão do cercar-se das pessoas certas, o que acredita ser fundamental para o crescimento da empresa, considerando que o empreendedor deve ser capaz de atrair pessoas competentes, às quais possa pedir conselhos de forma a complementar a gama de conhecimentos necessários para gerir o empreendimento.

Além disso, deve formar um time de colaboradores (funcionários) composto de pessoas competentes e com experiências complementares, mobilizando instrumentos que possibilitem o acompanhamento do desenvolvimento do trabalho da equipe.

Desenvolver sistema motivacional na empresaMacclelland (1971) encontrou na história a razão para a existência das grandes civilizações. Segundo ele, os heróis nacionais seriam tomados como modelos pelas gerações seguintes, que imitariam os seus comportamentos e, a partir daí, superaram obstáculos e a aumentaram os limites do possível.

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Concluiu que um povo estimulado por tais influências desenvolve uma grande necessidade de realização pessoal.

Lezana e Tonelli (1998) ensinam que

[...] a personalidade do empreendedor tem um impacto decisivo na empresa. Nas primeiras etapas de desenvolvimento, a debilidade e o vigor da empresa são também os do empreendedor. A personalidade do empreendedor configurará a imagem da empresa, os valores e o comportamento social da firma.

Os valores orientam e acompanham de tal forma o comportamento das pessoas, sua forma de agir, pensar e sentir, que lhes é atribuída a função de “vincular pessoas” e também são inerentes aos aspectos motivacionais, atuando em conjunto com os interesses e desejos dos indivíduos Katz e Kahn (1987).

Gerar liderança para o grupo de trabalhoPara Fillion (1999), a liderança é um processo contínuo, realimentado, mutável e depende da evolução do próprio empreendedor e de sua empresa.

O ato de empreender a liderança decorre, principalmente, da visão e da capacidade de sua realização, apoiada pelo conhecimento do setor, das relações estabelecidas e alimentada pela energia empregada nesses processos, conferindo ao empreendedor maior capacidade de estabelecer e de tornar concreta sua visão.

Definir incertezas ou riscosAs oportunidades e ameaças são fatores favoráveis ou desfavoráveis, que podem ocorrer e afetar o planejamento do negócio. Decorrem, principalmente, das características levantadas a respeito do setor.

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O empreendedor deve ser sempre capaz de identificar novas oportunidades de mercado em um cenário extremamente competitivo, no qual as informações envelhecem rapidamente e os hábitos de consumo sofrem mutações constantes; uma organização não pode se dar o luxo de depender exclusivamente de seus produtos e mercados atuais. Esse é um grande risco!

Uma oportunidade pode transformar-se em risco e vice-versa, e ficarão à mercê de golpes de sorte; é tudo o que o empreendedor não deve fazer.

Portanto, o empreendedor deve estar atento a aspectos como: sazonalidade, demandas eventuais ou concentradas num determinado período de tempo; efeitos da situação econômica; controle governamental; grau de disponibilidade de insumos; ciclo de vida do setor (expansão, estagnação, retração); lucratividade do negócio, potencial de lucro e crescimento; tendências e mudanças no setor; evolução tecnológica e imunidade à concorrência, são alguns exemplos.

VenderA venda é uma atividade que muitos empreendedores têm dificuldade em dominar, no entanto, ela é vital e deve ser realizada, pelo menos no início e na maioria dos casos, pelo próprio empreendedor, quando do lançamento do produto e/ou serviço no mercado (LALANDE, 1995, apud FILION; DOLABELA, 2000).

O empreendedor não vende apenas seus produtos e / ou serviços, mas vende a missão de sua empresa e suas habilidades todos os dias para os investidores, para os clientes, para os funcionários, para o gerente do banco, para os fornecedores etc.

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Unidade 2

Seção 6 – Fatores que inibem o potencial empreendedor

Desde cedo, quando ainda somos bebês, inicia-se um processo de formação que se estende por toda a vida. Toda criança é criativa e seu potencial inato vai depois sendo bloqueado no processo de socialização. Inicia-se com os pais ainda em casa, que fazem o possível para criar um ambiente favorável que possibilite a “melhor” formação. Posteriormente, o período da escola, até chegar à faculdade e assim por diante.

Ocorre que, durante todo esse período, somos inseridos em contextos sociais e econômicos diferentes, com culturas diferentes e com diversos agentes externos que inevitavelmente deixam suas marcas positivas e também negativas, que irão refletir por toda a vida de cada indivíduo.

Quer um exemplo? Você tem ideia de quantos “nãos” você escutou na sua infância? Você se surpreenderia com a quantidade, certamente é muita, e muito maior do que os “sins”. “Meu filho não faça isso”; “meu filho não faça aquilo”; “meu filho não suba lá...”, todos esses “nãos” estão inseridos no seu subconsciente. Não é para menos que temos o hábito de expressar-nos frequentemente com frases no negativo, quando o correto seria no positivo.

Além disso, há outros fatores que influenciam a criatividade, por exemplo:

� Imagem social. A maioria das pessoas que têm sucesso em suas carreiras profissionais nunca pensou seriamente em iniciar um negócio próprio. Não é por não gostarem de ser empreendedores, mas por não estarem dispostas a dar um passo, na sua opinião, para trás. Entretanto, esse passo é imprescindível, muitas vezes, ao sucesso, e significa abandonar o conforto de sua carreira bem-sucedida, para “sujar as mãos” com atividades necessárias para iniciar um empreendimento próprio. Para ter

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sucesso, o empreendedor precisa estar disposto, no início, a desenvolver ele mesmo todas as atividades de sua empresa. Isso implica fazer os serviços considerados mais ou menos nobres.

� Disposição para assumir riscos. Não pode ser empreendedor quem depende de uma vida regrada, horários certos, salário garantido etc. O empreendedor não tem um salário fixo, especialmente no início da atividade empresarial, os números costumam ficar no vermelho e o empreendedor, além de não ganhar nada, precisa colocar suas economias no negócio para mantê-lo funcionando.

� Capital social. São os valores ou ideias que subliminarmente nos foram incutidos por nossos pais, professores, amigos, influenciando na nossa formação intelectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas.

Seção 7 – Empreendedor corporativo: o intraempreendedor

Indivíduos que acreditam em seus próprios talentos, com frequência, desejam criar algo seu. Querem assumir responsabilidades e têm uma grande necessidade de se expressarem individualmente; consequentemente, exigem mais liberdade na empresa em que atuam.

Quando essa liberdade não é acessível, a frustração pode fazer com que o indivíduo se torne menos produtivo ou, até mesmo, deixe a organização, para atingir a autorrealização em outro lugar.

O intraempreendedorismo é um meio de estimular aqueles indivíduos que acham que algo pode ser feito de modo diferente e melhor e, com isso, manter os indivíduos na organização. Ele é formado por quatro elementos-chave: novo empreendimento, espírito de inovação, autorrenovação e pró-atividade.

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Novo empreendimentoRefere-se à criação de um novo negócio dentro de uma organização já existente. Essa atividade empreendedora consiste na criação de algo novo de valor, redefinindo os atuais produtos ou serviços da empresa, desenvolvendo novos mercados ou gerando unidades ou até mesmo outras empresas.

Espírito de inovação Refere-se à inovação de produtos ou serviços com ênfase no desenvolvimento e na inovação tecnológica. Inclui desenvolvimento de novos produtos, aperfeiçoamento de produtos e novos métodos e procedimentos de produção.

Autorrenovação Reflete a transformação de organizações por meio da renovação das principais ideias sobre as quais foram construídas. Tem conotações de mudança estratégica e organizacional, incluindo uma redefinição do conceito de empresa, reorganização e introdução de mudanças por todo o sistema, para aumentar a inovação.

Pró-atividade Inclui iniciativa e aceitação de riscos, bem como agressividade e ousadia competitivas que se expressam especialmente nas orientações e atividades da alta administração. Uma organização pró-ativa está inclinada a assumir riscos na condução de experimentos; também toma iniciativa e é arrojada e agressiva na busca de oportunidades. As organizações com um espírito pró-ativo tentam liderar e não seguir os concorrentes nas principais áreas de negócio, como o lançamento de novos produtos ou serviços, as tecnologias de operação e as técnicas administrativas.

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A cultura empresarial tradicional difere significativamente da cultura intraempreendedora.

As diretrizes de uma cultura tradicional são:

� aderir às instruções recebidas;

� não cometer erros;

� não fracassar;

� não tomar iniciativas e esperar por instruções;

� ficar no seu lugar;

� proteger a retaguarda.

Esse ambiente restritivo, evidentemente, não favorece a criatividade, a flexibilidade, a independência ou a aceitação de riscos, que são os princípios-chave dos intraempreendedores.

As metas de uma cultura intraempreendedora são bem diferentes:

� desenvolver perspectivas;

� ter objetivos e planos de ação;

� ser recompensado pelas ações empreendidas;

� sugerir;

� tentar e experimentar;

� criar e desenvolver em qualquer área e assumir responsabilidade.

Há também diferenças nos valores e normas compartilhados das duas culturas.

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A empresa tradicional é de natureza hierárquica, com procedimentos, sistemas de relatórios, linhas de autoridade e de responsabilidade, instruções e mecanismos de controle estabelecidos. Esses sustentam a cultura corporativa atual e não estimulam a criação de novos empreendimentos.

A cultura de uma empresa intraempreendedora está em franco contraste com esse modelo. Em vez de uma estrutura hierárquica, uma atmosfera intraempreendedora possui uma estrutura organizacional plana, com várias redes, equipes, patrocinadores e mentores.

Relações profissionais próprias ajudam a estabelecer uma atmosfera de confiança e discussão, que facilita a realização de visões e objetivos. As tarefas são vistas como eventos prazerosos, e não como deveres, com os participantes de bom grado dedicando número de horas necessárias à conclusão do trabalho. Ao invés de construir barreiras para proteger lugares, as pessoas fazem sugestões dentro de sua área e entre áreas e divisões funcionais, resultando em uma fertilização cruzada de ideias.

Como seria de se esperar, essas duas culturas produzem tipos diferentes de indivíduos e estilos administrativos.

Uma comparação entre gerentes tradicionais empreendedores e intraempreendedores revela várias diferenças, por exemplo, enquanto gerentes tradicionais são motivados, principalmente, pela promoção e compensações corporativas típicas; os empreendedores e intraempreendedores lutam pela independência e pela possibilidade de criar. Os intraempreendedores também esperam, naturalmente, que seu desempenho seja adequadamente recompensado.

Podem-se ressaltar algumas características importantes para a empresa que quer estabelecer um espírito intraempreendedor.

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A primeira delas é proporcionar um ambiente que permita erros e fracassos no desenvolvimento de produtos inovadores.

A segunda, a pessoa que vai estabelecer um novo empreendimento nessas condições também deve ser um líder visionário — que tem grandes sonhos e supera todos os obstáculos para sua concretização, vendendo seu sonho para outros. Embora haja muitas definições de liderança, a que melhor descreve a necessidade para o intraempreendedorismo é: “[...] liderança é o processo pelo qual um indivíduo influencia outros a realizar os objetivos desejados.” (MONTANA; CHARNOV, 2000).

A terceira característica exigida é que o intraempreendedor seja flexível e crie oportunidades administrativas, pois ele não é estático, ao contrário, deve-se mostrar aberto e até mesmo incentivar mudanças. Ao desafiar as crenças e pressupostos da corporação, ele tem a oportunidade de criar algo novo na estrutura organizacional.

O intraempreendedor deve possuir uma quarta característica: habilidade de incentivar o trabalho em equipe e usar uma abordagem multidisciplinar. Toda formação de uma nova empresa requer uma ampla gama de habilidades para negócios, como engenharia, produção, marketing e finanças. Ao formar um novo empreendimento, o recrutamento dessas habilidades geralmente exige que se atravesse a estrutura departamental e os sistemas de informações existentes. Para minimizar o efeito negativo de qualquer ruptura causada, o intraempreendedor deve ser bom diplomata.

Por último, mas não menos importante, está a persistência. No decorrer do estabelecimento de qualquer novo empreendimento, a frustração e os obstáculos vão ocorrer. Somente por meio persistência do intraempreendedor um novo empreendimento será criado e terá sucesso na comercialização.

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Síntese

Nesta unidade, verificou-se que ocorreram mudanças nas últimas décadas em relação ao modelo de constituição das empresas frente ao mercado. A participação do Estado e o fato de existirem grandes empresas deu lugar às micro e pequenas empresas, o que acarretou, por um lado, o enxugamento dos postos de trabalho e, por outro, o surgimento de novas empresas que pudessem suprir as necessidades daquelas que se mantiveram no mercado.

Vimos também que a definição de empreendedor ainda não está totalmente clara, porém, já é possível delinear alguns fatores que nos permitem entender como esse ator se comporta em sua atividade e na condução do empreendimento.

A importância do empreendedor para o desenvolvimento econômico e social é perceptível quando se comparam os números de postos de trabalho das grandes empresas e das micro e pequenas empresas, sendo essas últimas as grandes responsáveis pela abertura de postos de trabalho e geração de renda no país.

Para quem pretende constituir o seu próprio negócio, um alerta: como em toda atividade há pontos positivos e negativos e talvez o ponto positivo mais significativo dessa atividade seja o desejo de realização pessoal, em contrapartida, há necessidade de muito trabalho e a incerteza de um salário no final do mês.

Foram listadas também algumas das principais características do empreendedor e a sua ligação com as atividades desempenhadas por esse ator dentro da organização.

Finalmente, espero ter deixado claro que independente da sua intenção de implantar o próprio empreendimento, hoje, as empresas estão contratando pessoas com perfil mais dinâmico, participativo e com visão do todo. Por isso, é importante que você esteja sempre atualizado e desenvolva uma postura pró-ativa dentro da organização onde trabalha.

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Atividades de autoavaliação

1) Entre os conceitos de empreendedorismo relacionados nesta unidade, identifique aquele que considera o mais adequado e justifique sua escolha.

2) Relacione as vantagens associadas à atividade do empreendedor e explique por que o lucro não aparece em 1° lugar.

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3) Relacione as desvantagens associadas à atividade do empreendedor.

4) Nesta unidade, foram apresentados alguns benefícios decorrentes da constituição de novos empreendimentos. Relacione pelo menos dois benefícios e explique a sua escolha.

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5) As atividades do empreendedor variam de acordo com a atividade empresarial; porém, vender é uma atividade comum, independente da atividade empresarial. Explique o porquê desta importância.

6) Identifique e relacione as 4 características associadas ao intraempreendedor.

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Saiba mais

Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você poderá pesquisar os seguintes livros:

DEGEN, Ronald Jean; MELLO, Alvaro Augusto Araújo. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. 8. ed. São Paulo: McGraw-Hill, c1989.

GERBER, Michael E. O mito do empreendedor revisitado: como fazer de seu empreendimento um negócio bem-sucedido. São Paulo: Saraiva, 1996.

SANTOS, Silvio Aparecido dos; PEREIRA, Heitor José Pereira. Criando seu próprio negócio: como desenvolver o potencial empreendedor. Brasília: SEBRAE, 1995.

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3UNIDADE 3

Formação do empreendedor

Objetivos de aprendizagem

� Identificar elementos-chave no histórico do empreendedor.

� Identificar os elementos que contribuem para a formação do empreendedor.

Seções de estudo

Seção 1 A formação do empreendedor: ambiente familiar, idade e histórico familiar

Seção 2 As competências necessárias à atividade do empreendedor

Seção 3 Composição da competência

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Para início de estudoDurante muito tempo se acreditou que empreendedores são pessoas privilegiadas que nasceram com um gene específico para ousar e empreender. Pura bobagem! Empreendedores são pessoas como você, que resolveram ousar, identificaram uma ideia de negócio e trabalham duro para conquistar os seus objetivos.

Neste capítulo, você verá que há algumas condições facilitadoras para o sucesso desse processo. Mas tenha em mente que você pode se tornar um empreendedor, basta querer e trabalhar muito.

Desejo-lhe grande sucesso nessa empreitada.

Seção 1 – A formação do empreendedor: ambiente familiar, idade e histórico familiar

O ambiente familiarNo que se refere à ocupação dos pais do empreendedor, há fortes evidências de que os empreendedores tendem a ter também pais empreendedores ou que trabalham por conta própria. Ter um pai que trabalha por conta própria propicia uma grande inspiração para o futuro empreendedor. Isso se dá porque a natureza independente e a flexibilidade do trabalho autônomo exemplificados pelo pai são absorvidos em idade precoce.

O relacionamento geral dos pais com a criança, independente da atuação profissional dos pais, tem impacto direto na formação dos filhos. Isto é, os pais dos empreendedores devem demonstrar apoio e estimular independência à conquista e à responsabilidade.

A idadeNão há uma idade determinada para iniciar um empreendimento, há inúmeros casos de empreendedores que iniciaram suas empresas com idade próxima aos 60 anos, porém, em termos

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Unidade 3

de idade cronológica, a maior parte dos empreendedores inicia sua carreira entre 22 e 45 anos. Embora uma carreira possa ser iniciada antes ou depois, independente de idade, os empreendedores são unânimes em afirmar que o fator experiência é fundamental para o sucesso do empreendimento, assim como apoio financeiro e um alto nível de energia podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso.

O início precoce em uma carreira empresarial é melhor que o tardio. Além disso, existem as idades marcantes a cada 5 anos (25, 30, 35, 40, 45) quando um indivíduo se sente mais inclinado a iniciar uma carreira empresarial.

O histórico profissionalO histórico profissional não só pode ser o mobilizador negativo na decisão de lançar um novo empreendimento como também desempenhar um papel em seu crescimento e sucesso final.

Embora a insatisfação com vários aspectos do emprego como falta de desafios ou oportunidades de promoção, bem como frustração e tédio muitas vezes motive o início de um novo empreendimento, a experiência técnica e industrial anterior é importante, uma vez que tenha sido tomada a decisão de empreender.

A experiência nas seguintes áreas é de particular importância: finanças, desenvolvimento de produtos ou serviços, fabricação, desenvolvimento de canais de distribuição e preparação de planos de marketing.

À medida que o novo empreendimento se estabelece e começa a crescer, a experiência e as habilidades administrativas tornam-se cada vez mais importantes.

Embora a maioria dos empreendimentos inicie com a administração das próprias atividades e das tarefas de alguns funcionários, quando o número de funcionários aumenta na proporção do tamanho, a complexidade e a diversidade da empresa e as habilidades administrativas do empreendedor são cada vez mais exigidas.

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Além de experiência administrativa, a experiência empresarial torna-se cada vez mais importante à medida que aumenta a complexidade do empreendimento. A maioria dos empreendedores relata que seu empreendimento mais significativo não foi o primeiro. No decorrer de suas carreiras empresariais, eles são expostos a mais oportunidades de empreendimentos do que indivíduos em outras carreiras.

Seção 2 – As competências necessárias à atividade do empreendedor

Segundo Zarifian (1999),

a competência é a inteligência prática de situações que se apoiam sobre os conhecimentos adquiridos e os transformam com maior ênfase, proporcionalmente, de acordo com a complexidade das situações.

A expressão competência tem sido, ao mesmo tempo, uma das mais empregadas e uma das mais controvertidas no jargão da administração contemporânea. Sua apropriação no mundo empresarial, assim como no ambiente acadêmico, tem sido marcada por diferentes conceitos e dimensões. Esta seção aborda, de forma mais enfática, os conhecimentos e habilidades como elementos de composição da competência em uma dimensão organizacional.

A dimensão mais abrangente é, sem dúvida, a noção de competências essenciais, desenvolvidas por Prahalad e Hamel (1990), a qual expressa uma dimensão organizacional de competências.

Destaca-se também a dimensão das competências funcionais, necessárias ao desempenho das áreas vitais da empresa como, por exemplo, as competências para vender ou produzir produtos ou serviços.

Finalmente, as competências individuais, com ênfase para a categoria competências gerenciais.

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Unidade 3

A competência individual encontra seus limites, mas não sua negação, no nível dos saberes alcançados pela sociedade, ou pela profissão do indivíduo, em uma época determinada.

Além de constituir uma instância fundamental nos processos de mudança, tendo em vista o papel da liderança, a dimensão competência gerencial exerce também importante função na mobilização das outras dimensões das competências organizacionais: essenciais, funcionais e individuais.

A competência do indivíduo não é um estado, não se reduz a um conhecimento ou know-how específicos, assim como não se limita a um estoque de conhecimentos teóricos e empíricos detido pelo indivíduo, nem se encontra encapsulada na tarefa.

Le Boterf (2003) situa a competência em uma encruzilhada com três eixos formados pela: pessoa, sua formação educacional e experiência profissional. O autor acredita que a competência é o conjunto de aprendizagens sociais e comunicacionais, nutridas de um lado pela aprendizagem, pela formação, e de outro pelo sistema de avaliações.

Ainda, segundo este autor, competência é um saber agir responsável, reconhecido pelos outros e que implica saber como mobilizar, integrar e transferir os conhecimentos, recursos e habilidades, em um contexto profissional determinado.

As competências são sempre contextualizadas e devem ser agregadoras de valor econômico para a organização, e de valor social para o indivíduo, sendo que, os conhecimentos e o know-how não adquirem status de competência, a não ser que sejam comunicados e compartilhados.

Assim, a noção de competência, no entendimento de Fleury e Fleury, (2000), aparece associada a verbos como: saber agir, mobilizar recursos, integrar saberes múltiplos e complexos, saber aprender, saber se engajar, assumir responsabilidades e ter visão estratégica.

De acordo com Le Boterf (2003), alguém pode conhecer métodos modernos de resolução de problemas e até mesmo ter desenvolvido habilidades relacionadas à sua aplicação, mas pode não perceber o momento e o local adequados para aplicá-los em sua atividade. Segundo esse mesmo autor, a cada dia, a experiência mostra que até mesmo profissionais que dispõem de amplos e reconhecidos conhecimentos e capacidades, em algumas

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circunstâncias especiais de trabalho, não conseguem mobilizar suas capacitações de maneira adequada e pertinente.

A aplicação e atualização daquilo que se sabe ou conhece em um contexto específico marcado por uma cultura institucional, por relações de trabalho particulares, condições temporárias e recursos restritos é o que vai caracterizar a passagem para a “competência”.

O que desponta dessas considerações é que o conceito de competência constitui-se na própria ação e não existe antes dela, uma vez que não existe competência no vazio, mas apenas no ato.

Daí resulta que, para que haja competência, é necessário colocar em ação um repertório de recursos, conhecimentos, capacidades cognitivas, integrativas e relacionais, os quais são colocados à prova em desafios oriundos da concepção de novos projetos, dos problemas mais complexos, nos incidentes, nas panes etc.

Nessas situações, além de colocar em ação os recursos da competência, tem-se a oportunidade de experimentar e aprender novas possibilidades de lidar com eles e de desenvolver a própria competência.

Seção 3 – Composição da competência

No que se refere aos elementos ou recursos que constituem a competência sob a forma de potenciais de mobilização, caracterizar os recursos de competência não é uma tarefa fácil, tendo em vista a sua heterogeneidade, complexidade e suas dimensões mais abstratas. Contudo, apesar das diferentes abordagens acerca do tema (BOTERF, 1994 e 1999; ZARIFIAN, 1995; LEVY-LEBOYER, 1996; TREMBLAY e SIRE, 1999; GREEN 1999), entende-se que continuam a prevalecer como elementos de referência, para qualquer qualificação nesse campo, os três grandes eixos já tornados clássicos:

� conhecimentos (saber);

� habilidades (saber-fazer);

� atitudes (saber ser, agir).

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ConhecimentosDe acordo com Chiavenato (1994), os conhecimentos são representados por aquilo que as pessoas sabem a respeito de si mesmas e sobre o ambiente que as rodeia, sendo profundamente influenciados por seu ambiente físico e social, por sua estrutura e processos fisiológicos, por suas necessidades e por suas experiências anteriores.

Conforme Lezana (1995), inclui-se neste grupo a experiência, que é o conhecimento estruturado por meio da observação e da prática. Esse conjunto de conhecimentos é resultante de processos organizados de aprendizagem, que ocorrem por meio do tempo, sob determinadas condições, proporcionando o surgimento de novas estruturas cognitivas e emocionais, que não existiam anteriormente, provocando modificações no comportamento do indivíduo.

Alguns dos conhecimentos que o empreendedor desenvolve para atuar de forma plena frente à gestão do empreendimento são listados e representados no quadro a seguir de forma a estabelecer uma relação entre as áreas de conhecimento e os aspectos individuais, técnicos, mercadológicos e gerenciais relacionados ao negócio.

Aspectos Conhecimentos sobre

Individuais

as noções básicas de temas relacionados a:a) Economia;b) Contabilidade;c) Direito;d) Técnicas em Negociação.

Técnicos

a) a tecnologia envolvida no desenvolvimento do produto ou prestação do serviço;b) os processos que possibilitam o controle de qualidade nodesenvolvimento do produto ou prestação do serviço;

Mercadológicos a) Marketing;

Gerenciais

a) Planejamento;b) Organização de processos;c) Estratégias de gestão empresarial;d) Gestão de pessoas.

Quadro 3.1 – Relação entre as áreas de conhecimento e os aspectos sindividuais, técnicos, mercadológicos e gerenciais relacionados ao negócio

Fonte: Hermann (2004).

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HabilidadesNo que tange às habilidades, essas se constituem na facilidade de o indivíduo em utilizar as capacidades físicas e intelectuais de que dispõe. No contexto organizacional, pode ser exemplificado pela dinâmica da sociedade atual, que exige produtos e serviços com mais qualidade e menores preços, além da economia focalizada que submete as empresas à concorrência internacional, exigindo do empreendedor atenção às exigências e habilitação para adequar a empresa à nova realidade.

Na visão de Rodrigues (1992), as habilidades correspondem à facilidade de o indivíduo utilizar as capacidades físicas e intelectuais e possuem papel fundamental na formação das competências, uma vez que é a partir delas que se dá a operacionalização de uma competência.

Ou seja, enquanto não utilizada ou desenvolvida, é uma habilidade. Porém, quando aplicada a uma atividade junto aos conhecimentos e as atitudes, têm-se as competências.

Alguns estudiosos, como Piaget e McClelland, cada um a seu turno e defendendo suas próprias teorias, acreditam que o desenvolvimento de habilidades depende da capacidade de cada pessoa.

De qualquer forma, apesar das discussões sobre a possibilidade de se desenvolver a capacidade intelectual, acredita-se que as habilidades podem ser facilmente desenvolvidas por meio de diversas formas, como, por exemplo, em um programa de treinamento.

São exemplos de habilidades inerentes à atividade do empreendedor:

� criatividade;

� comunicar-se persuasivamente;

� adquirir informações;

� cultivar rede de relacionamentos;

� dominar técnicas de venda.

Veja no glossário a explicação para o termo comunicação persuasiva.

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Empreendedorismo

Unidade 3

AtitudesNa visão de Braghirolli et al. (1990, p. 64),

[...] atitude é a maneira em geral organizada e coerente de pensar, sentir e reagir a um determinado objeto que pode ser uma pessoa, um grupo de pessoas, uma questão social, um acontecimento, enfim, qualquer evento, coisa, pessoa, ideia etc. As atitudes podem ser positivas ou negativas, mas invariavelmente, aprendidas; possui três componentes: um componente cognitivo, formado pelos pensamentos e crenças a respeito do objeto; um componente afetivo, isto é, os sentimentos de atração ou repulsão em relação a ele; e um componente comportamental, representado pela tendência de reação da pessoa em relação ao objeto da atitude.

A importância das atitudes reside no fato de o comportamento ser, em geral, gerado pelo conjunto de conhecimentos e sentimentos, sendo que o ser humano demonstra atitudes em relação a quase tudo, exceto em relação a dois tipos de objetos: os que não se conhece e aqueles que são de pouca ou nenhuma importância.

Qual a importância das atitudes em relação ao empreendedor?

Preste atenção no exemplo: imagine a situação de um casal que se desloca de uma cidade para outra em seu próprio carro. O marido ao volante e a esposa acompanhando-o no banco ao lado. Em dado momento, o marido perde o controle do veículo e sai da pista batendo violentamente. O casal socorrido permanece internado no hospital durante quase uma semana, depois disso recebem alta. O veículo teve perda total e os prejuízos foram reembolsados pela seguradora. O marido, traumatizado com o ocorrido, decide não mais se sentar ao volante de um carro. A esposa, por sua vez, ante a atitude do marido, decide utilizar o reembolso do seguro para comprar outro carro, tirar habilitação e passar a conduzir o veículo.

Observe que a atitude está diretamente com o querer fazer alguma coisa, simplesmente porque se quer ou até por necessidade. É sair da inércia e tomar a iniciativa. E isso tem tudo a ver com o empreendedor.

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Síntese

Nessa unidade, você viu que o empreendedor não é fruto de genes específicos mas que o meio ambiente exerce grande influência na formação do indivíduo e contribui de forma significativa para que tome a decisão de empreender. Você viu, por exemplo, que estar próximo de uma pessoa empreendedora, tendo-a como referência, é motivo de inspiração e influência positiva para o empreendedor. Não há uma idade mais adequada para empreender, até porque há inúmeros casos de empreendedores que iniciaram suas atividades após os 60 anos de idade, porém, tudo indica que a faixa etária entre 22 e 45 anos é a mais propícia para o início de um novo empreendimento.

O histórico profissional e, principalmente, a experiência do empreendedor na atividade que pretenda desenvolver parecem ser determinantes, na maioria dos casos, para o sucesso do empreendimento.

Analisamos também os elementos que formam a competência e quais as mais necessárias para o exercício da atividade como empreendedor.

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Unidade 3

Atividades de autoavaliação

1) Relacione os três elementos que contribuem para a formação do empreendedor e explique por que o histórico profissional é tão importante nesse processo.

2) Identifique, citando os três elementos que compõem a competência e, quais os conhecimentos técnicos relacionados ao negócio.

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3) Dentre as habilidades citadas nesta Unidade, destaca-se a comunicação persuasiva. Explique o que você entende por comunicar-se persuasivamente.

Saiba mais

Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você poderá pesquisar os seguintes livros:

FLEURY, A Fleury, M. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópico da indústria brasileira. S. P.: Atlas, 2000.

GREEN, Paul C. Desenvolvendo competências consistentes. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.

LE BOTERF, Hervé. Desenvolvendo a competência dos profissionais. 3. ed. rev. e ampl. Porto Alegre: ARTMED, 2003.

LEZANA, A G. R; Tonelli, A. O comportamento do empreendedor. In: De MORI, F. Empreender: identificando, avaliando e planejando um novo negócio. Florianópolis, Escola de Novos Empreendedores, 1998.

ZARIFIAN, Philippe. Objetivo competência: por uma nova lógica. Philippe Zarifian; tradução Maria Helena C. V. Trylinski São Paulo: Atlas, 2001.

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4UNIDADE 4

Rede de relacionamentos

Objetivo de aprendizagem

� Analisar a importância e os benefícios do convívio social e da articulação político–institucional para o desenvolvimento e a sustentabilidade do empreendimento.

Seções de estudo

Seção 1 Seção 1 O que são redes de relacionamento?

Seção 2 Como desenvolver a rede de relacionamentos?

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Para início de estudo

Você já parou para pensar quantas pessoas conhece durante a sua vida? O número é muito expressivo. E se eu lhe dissesse que algumas das pessoas que já passaram pela sua vida provavelmente poderiam tê-lo ajudado de alguma forma, e você nem se deu conta da importância desse fato?

O ser humano é um bicho que vive em sociedade e é justamente nesse ambiente social que ocorre a troca de informações e experiências, tão necessárias em um mundo a cada dia mais globalizado.

A partir de hoje, você está convidado a andar sempre com um cartão de visitas no bolso e se apresentar com ele sempre que possível. Você vai estudar a importância de conhecer pessoas, anotar o que elas fazem e como podem ser importantes na sua vida, principalmente no que se refere a questões profissionais.

Quero ajudá-lo a criar uma rede de relacionamentos. Para iniciá-la, você já pode incluir o meu nome em sua lista; no final desse livro há algumas informações a meu respeito. Bom trabalho!

Seção 1 – O que são redes de relacionamento?

Redes são sistemas organizacionais capazes de reunir indivíduos e instituições, de forma democrática e participativa, em torno de objetivos e/ou temáticas comuns.

Trata-se do conjunto de pessoas com o qual você mantém contato. As redes, porém, sustentam-se pela vontade de participarem e pela afinidade de seus integrantes, tanto para as relações pessoais quanto para a estruturação social.

As empresas privadas, de forma geral, têm trabalhado, criado e mantido diversas redes, de diversos formatos, que surgem fomentando a troca de ideias, de experiências e a possibilidade de implementação de ações conjuntas.

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Empreendedorismo

Unidade 4

As redes de relações pessoais não são nenhuma novidade, pois o formato de rede é extremamente atrativo para relacionamentos, pois tudo se torna descentralizado, transparente e autônomo, ao mesmo tempo em que é otimizado em conjunto.

Citando Martinho (2003) “[...], poucos pontos podem fazer muito se produzirem muitas conexões. Quanto mais conexões, melhor.”

Atualmente, cada indivíduo participa de diversas redes de relacionamento virtuais ou não. As tecnologias ampliaram em muito todas as possibilidades. Teoricamente, cada um(a) de nós pode ser visto(a) como o centro de uma rede que se conecta com outras.

As redes de relacionamento, agora sustentadas pelas tecnologias de informação e comunicação, aumentam ainda mais a interação social de pessoas, em tempo real e em lugares variados.

Segundo Castells (1999), “[...] uma estrutura social com base em redes é um sistema aberto altamente dinâmico suscetível de inovação, sem ameaças ao seu equilíbrio.” As possibilidades e as conexões, agora, podem alcançar uma densidade sem precedentes.

O gráfico a seguir demonstra como a rede de relacionamento ocorre:

Trabalhoatual

ClientesSala deaula

Política

Feiras

Passatempos

Relaçãofamiliar

Festas

Amigos

Fornecedores

Comunidade

Igreja

Trabalhoanterior

Redessociais

Viagens

REDE DECONTATOS

REDE DECONTATOS

Figura 4.1 – Rede de contatos e sua abrangênciaFonte: Elaboração do autor (2011).

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Na figura anterior você pôde verificar como são grandes as possibilidades de estabelecer contatos e formar uma verdadeira rede de colaboradores que podem ajudá-lo a enfrentar as dificuldades do dia a dia da empresa. Agora que você sabe que essa rede pode ser muito útil, vamos estudar na próxima Seção como desenvolvê-la.

Seção 2 – Como desenvolver a rede de relacionamentos?

Considerando que em breve você pretende constituir uma empresa e, para que a sua rede de contatos realmente funcione, você precisa tomar alguns cuidados. Veja a seguir alguns cuidados relacionados ao estudo dessa seção.

1. Esteja cercado de pessoas das mais diferentes áreas, pois a empresa é um ambiente dinâmico e a todo momento, estará enfrentando problemas dos mais diferentes tipos. A rede de relacionamentos pode ajudá-lo muito, e quanto mais abrangente e diversificada ela for maiores serão as suas chances de conseguir a solução por meio dela. Por exemplo: Você vai precisar de uma rede se desejar desenvolver um novo produto, bem como se precisar contratar um supervisor para uma nova área em sua empresa

2. Seja flexível em relação as suas opiniões quando estiver se relacionando com os demais integrantes da rede. Se você quiser impor as suas ideias, provavelmente será um sério candidato a ser excluído pelos demais participantes. Lembre-se também de que a diversidade de opiniões é benéfica, especialmente com o desenvolvimento de novas soluções.

3. Seja paciente e tenha visão de longo prazo no seu relacionamento com os demais membros da rede. Os resultados consistentes dependem de maturidade que só se consegue com o decorrer do tempo.

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Empreendedorismo

Unidade 4

4. Mantenha seus contatos informados sobre as suas atividades e interesses. As pessoas com as quais você se relaciona precisam saber o que você está fazendo e o que pode ser uma necessidade no dia a dia do seu empreendimento, para que as suas chances de colher resultados se ampliem.

5. Demonstre que você tem disponibilidade e interesse para ajudar os outros membros da sua rede de relacionamentos. As pessoas gostam de ser lembradas; mostre que você se preocupa com elas e com o que elas estão precisando.

6. Desenvolva uma forma de estreitar laços de amizade e de fazer novas conexões, apresente pessoas de seu relacionamento para outras pessoas. Lembre-se: quem é visto é lembrado.

7. Transmita confiabilidade em suas ações e verdadeiro interesse por todos com quem mantêm relacionamento.

8. Seja humilde e reconheça o valor de cada indivíduo da sua rede de relacionamento, sabendo que sempre há algo a ser compartilhado com os demais integrantes da rede, sempre há algo para aprender e ensinar.

9. Planeje a sua presença, esteja sempre preparado para responder à pergunta: o que você faz? A resposta deve ser curta porque é mais importante que você recolha informações sobre a outra pessoa do que falar sobre você.

10. Esteja sempre com seus cartões de visita. Fale com as pessoas, faça contato com desconhecidos, apresente-se. Observe sempre o ambiente a sua volta, olhando as pessoas nos olhos e transmitindo confiança. Ao se apresentar, durante a conversa, faça com que as pessoas se sintam confortáveis. Eventos e reuniões sociais são ocasiões muito apropriadas para ampliar sua rede de contatos, portanto, aproveite! Tudo é questão de prática. Aos poucos você se sentirá cada vez mais confortável em abordar desconhecidos e se divertirá muito com isso.

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11. Esteja atento para oportunidades, informações importantes e ideias para seus contatos. Avise quando houver palestras, programas de TV, filmes etc. Passe dicas de sites, envie artigos, recomende um livro. Aproveite as datas comemorativas. Comunique-se com frequência: envie e-mail, ligue, escreva. Demonstre disponibilidade. Não deixe de retornar ligações e e-mails que receber. Certamente, colherá muitos frutos no futuro.

Tenha sempre em mente que em qualquer projeto de vida as dificuldades aparecerão. Porém, elas estão aí para serem vencidas e uma rede de relacionamento bem organizada e ativa certamente vai ajudá-lo a vencer os obstáculos. Não perca a chance de conhecer novas pessoas e se apresentar a elas, troque cartões de visita e anote todas as informações relevantes e mantenha-as atualizadas. Quando houver necessidade, acesse o seu cadastro de contatos e utilize-o em seu favor.

Síntese

Nesta unidade, percebemos que ao longo de nossa vida temos a oportunidade de conhecer muitas pessoas. Porém, na maioria dos casos essas pessoas passam pela nossa vida sem que as conheçamos melhor ou sem que aproveitemos o conhecimento destas em nosso benefício.

Vimos que as redes de relacionamentos são sistemas organizacionais capazes de reunir indivíduos e instituições, de forma democrática e participativa, em torno de objetivos e/ou temáticas comuns.

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Unidade 4

Atividades de autoavaliação

1) Defina rede de relacionamento.

Saiba mais

Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você poderá pesquisar nos seguintes livros:

URIS, A. Formação de dirigentes. São Paulo: Ibrasa, 1966.

VAILL, Peter B. Aprendendo sempre: estratégias para sobreviver num mundo em permanente mutação. Peter B. Vail; tradução Nivaldo Montigelli Junior. São Paulo: Futura, 1997.

WOODS, Donald R., Ormerod, Shirley D., Como tecer uma rede de relacionamentos e se valer dela. São Paulo: Nobel, 1996.

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5UNIDADE 5

Criatividade

Objetivos de aprendizagem

� Identificar fontes de ideias e os fatores que inibem a criatividade do empreendedor.

� Compreender os métodos de geração e validação de ideias em oportunidades.

� Exercitar um plano de ação para alcançar e colocar as ideias em prática.

Seções de estudo

Seção 1 Fatores que inibem a criatividade

Seção 2 Fontes de ideias

Seção 3 Geração de ideias

Seção 4 Validação das ideias

Seção 5 Plano de ação para conquistar ideias

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo

Você já percebeu como os produtos estão cada vez mais próximos em qualidade e preço? Isso ocorre porque está cada vez mais difícil inovar e criar coisas novas.

De qualquer forma, neste capítulo, você é convidado a refletir sobre a forma como você vem conduzindo a sua vida.

Será que você está satisfeito com o que já conquistou? Será que algo poderia ser feito diferente?

Você vai tentar identificar que fatores dificultam a sua criatividade e como poderá inovar. Isso é um exercício de paciência e, principalmente, de disciplina, para o qual você terá que se policiar.

Preparado? Vamos em frente!

Seção 1 – Fatores que inibem a criatividade

Há alguns fatores que interferem e até bloqueiam o processo de criatividade.

Veja a seguir alguns fatores indicados por Predebon (2003) que interferem no processo de criatividade. Fique atento pois o autor afirma que essa relação não é definitiva.

1. Acomodação. É uma característica do ser humano, sempre procurar a sua “zona de conforto”. A “zona de conforto” é aquele espaço onde nos sentimos mais à vontade por dominarmos as rotinas diárias e estarmos entre pessoas conhecidas etc. O problema é que ao nos acomodarmos, deixamos de vislumbrar novas possibilidades de criação e desenvolvimento. O velho instinto de sobrevivência é a origem daquela parte de nós que se apega às situações conhecidas. Entretanto, quando esse apego passa de certo nível, começa a inibir qualquer disposição de mudança até chegar ao imobilismo.

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Empreendedorismo

Unidade 5

2. Miopia. Falta de percepção do que ocorre ao seu redor e de sua dinâmica. A visão de conjunto é um dos pontos de partida para nossa criatividade, que geralmente se baseia em ações isoladas, porém, quando associadas a uma nova realidade, resultam no desenvolvimento de novas soluções para atender uma determinada demanda.

3. Imediatismo. Constitui-se em “ir direto ao ponto”, sem considerar outros fatores que fazem parte do mesmo problema e que, muitas vezes, constituem-se na diferença entre encontrar ou não uma solução para determinado problema.

4. Insegurança. Falta de segurança é comum às pessoas com necessidade exagerada de aprovação, quase sempre decorrente da pouca autoestima, que por sua vez, vem da falta do autoconhecimento.

5. Pessimismo. Estado de espírito dos que pensam que tudo caminha para o pior. Para essas pessoas, o palpite invariável é de que “não dá certo”. Criatividade sempre requer desapego à segurança, com uma certa “aposta” no incerto.

6. Timidez. Característica de personalidade que inibe a apresentação de atitudes e comportamentos, sendo que a criatividade exige que a pessoa se exponha sob diversos aspectos e discuta o seu ponto de vista.

7. Prudência. Qualidade pessoal, mas a partir de certo grau, passa a se caracterizar simplesmente como medo, com óbvio prejuízo de todas as iniciativas necessárias no campo da criatividade e das inovações.

8. Desânimo. Falta generalizada de motivação e estímulo, leva a pessoa à posição de não engajamento total, incluindo-se tudo o que se relaciona à criatividade e inovações.

9. Dispersão. Falta de administração do tempo, que dificulta ou impede a implementação de qualquer projeto que não esteja ligado às necessidades imediatas, o que provoca permanente adiamento das iniciativas inovadoras, objetivo maior da criatividade.

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É importante destacar que o assunto não se esgota por aqui. Enquanto empreendedor, você deve estar atento a todas as variáveis que podem bloquear a atividade criativa e combatê-las. Veja agora algumas fontes de ideias!

Seção 2 – Fontes de ideias

Novas ideias podem estar muito mais próximas do que você imagina. O problema é que poucas pessoas prestam atenção ao que acontece a seu redor de forma criativa. Quem fizer isso, certamente estará alguns passos à frente dos demais.

Você deve conhecer o carrapicho, aquela planta cheia de pequenos espinhos que se grudam na roupa e em animais. Pois bem, certa vez, alguém apareceu na frente de um empreendedor com uma porção de carrapichos grudados na calça. Foi o ponto de partida para a invenção do velcro, largamente utilizado em diversos setores da indústria e que está rendendo royalties para seu inventor até hoje.

Entre as fontes de ideias usadas com maior frequência estão os consumidores, as empresas, os canais de distribuição, o governo e a pesquisa e desenvolvimento.

1. Consumidores. Os consumidores podem ser grandes fontes de ideias, uma vez que são geradores de necessidades. O empreendedor atento pode transformar necessidades dos consumidores em reais oportunidades. Exemplo: a abertura de latas sem a necessidade de abridor.

2. Empresas. Frequentemente, essa análise revela maneiras de melhorar produtos e serviços, o que resulta na criação de algo novo, com maior apelo de mercado.

3. Canais de distribuição. Vendedores e distribuidores têm grande familiaridade com as necessidades do mercado e podem apresentar sugestões de produtos completamente novos, podendo, inclusive, ajudar na comercialização dos produtos recém desenvolvidos pelo empreendedor.

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Empreendedorismo

Unidade 5

4. Governo. Os arquivos de registro de marcas e patentes do INPI Instituto Nacional de Propriedade Industrial, órgão oficial, responsável pelo registro de novos inventos, contêm inúmeras possibilidades de desenvolvimento de novos produtos, mediante a melhoria de novos inventos etc. O cumprimento de leis e regulamentações podem ser outra fonte de ideias para o desenvolvimento de produtos e/ou serviços.

5. Pesquisa e desenvolvimento (P&D). A maior fonte de ideias é a pesquisa e o desenvolvimento do próprio empreendedor, seja em um laboratório próprio ou em parceria com algum instituto de pesquisa.

Seção 3 – Geração de ideias

O empreendedor pode usar vários métodos para ajudar a gerar e testar novas ideias. A seguir apresentam-se algumas delas:

1. Grupos de discussão. São usados para uma série de finalidades desde 1950 e consiste em um moderador que lidera um grupo de pessoas em uma discussão aberta e aprofundada, em vez de simplesmente fazer perguntas, solicitando a resposta dos participantes. Além de gerar novas ideias, o grupo de discussão é um excelente método para inicialmente fazer uma triagem de ideias e conceitos.

2. Brainstorming. Baseia-se no fato de que as pessoas podem ser estimuladas a uma maior criatividade ao se encontrarem com outras e participarem de experiências organizadas em grupos. Embora a maior parte das ideias geradas em grupo não tenha condições de desenvolvimento futuro, quase sempre uma nova ideia aparece. Isso tem maior possibilidade de ocorrência quando a atenção se concentra em um produto ou área específica de mercado. Quando se utiliza esse método, devem ser observadas quatro regras básicas:

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a) nenhuma crítica é permitida a qualquer elemento do grupo: nenhum comentário negativo;

b) a improvisação é estimulada: quanto mais fantástica a ideia, melhor;

c) incentiva-se o maior número possível de ideias: quanto maior o número delas, maior as chances do aparecimento de uma sugestão útil;

d) são estimula das combinações e aperfeiçoamento de ideias, pois ideias de outros podem ser usadas para produzir uma nova.

Seção 4 – Validação das ideias

A partir do momento em que surge a ideia de um novo produto ou serviço, essa precisa ser testada sob diferentes aspectos, que irão determinar se você está diante de uma real oportunidade de negócio ou simplesmente diante de algo que vai lhe dar muito trabalho e pouco retorno financeiro.

Dornelas (2001) apresenta essa questão de forma bastante didática, dizendo: “Talvez um dos maiores mitos a respeito de novas ideias de negócio é que elas devem ser únicas. O fato de uma ideia ser, ou não, única não importa.”

O que importa é como o empreendedor utiliza sua ideia, inédita ou não, de forma a transformá-la em um produto ou serviço que faça a sua empresa crescer.

É comum ouvir a seguinte resposta de jovens empreendedores, quando perguntados a respeito de suas ideias sobre negócio: “a minha ideia é revolucionária, meu produto é único e não possui concorrentes, mas não posso falar do que se trata...” Esse é um erro imperdoável dos empreendedores de primeira viagem.

Ideias revolucionárias são raras, produtos únicos não existem, e concorrentes sempre existirão. Isso deve ficar claro. Uma ideia sozinha não vale nada.

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Unidade 5

Em empreendedorismo, elas surgem diariamente. O que importa é saber desenvolvê-las, implementá-las e construir um negócio de sucesso. O que conta não é ser o primeiro a pensar e ter uma ideia revolucionária, mas sim o primeiro a identificar uma necessidade de mercado e saber como atendê-la, antes de que outros o façam.

Uma ideia isolada não tem valor se não for transformada em algo viável de ser implementado, visando a atender a um público-alvo que faz parte de um nicho de mercado mal explorado. Isso é detectar uma oportunidade.

Antes da concepção de um plano de negócios completo, o empreendedor deve avaliar a oportunidade que tem em mãos, para evitar despender tempo e recursos em uma ideia que talvez não agregue tanto valor ao negócio nascente ou já criado. Qualquer oportunidade deve ser analisada, pelo menos, sob os seguintes aspectos:

� Qual mercado ela atende?

� Qual o retorno econômico que ela proporcionará?

� Quais as vantagens competitivas que ela trará ao negócio?

� Qual é a equipe que transformará essa oportunidade em negócio?

� Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio?

Dornelas (2001) também sugere um guia com alguns dos principais aspectos a que o empreendedor deve estar atento na avaliação de uma oportunidade. Os critérios possibilitam uma análise quantitativa do grau de atratividade da ideia em relação ao mercado, questões de análise econômica, vantagem competitiva, habilidades e experiência das pessoas envolvidas com o negócio. Não há uma regra pré-definida para determinar se a ideia é realmente uma oportunidade ou algo que deve ser ainda melhorado ou até mesmo desprezado. Porém, a partir desse guia, o empreendedor poderá tirar suas conclusões e continuar, ou não, a explorar o que julga ser uma oportunidade identificada.

Veja o quadro a seguir. Ela trata de alguns critérios (checklist) para avaliar oportunidades.

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Critérios Alto Potencial Baixo Potencial

Mer

cado

Necessidades dos clientes. Identificadas, receptivas, atingíveis. Sem foco, leal a outros produtos.

Valor gerado aos usuários. Alto. Baixo.

Ciclo de vida do produto/serviço. Período que permite recuperar investimento e obter lucro.

Muito rápido e não permite recuperar investimento e obter lucro.

Estrutura do mercado. Competição não consolidada ou mercado emergente.

Competição consolidada ou mercado maduro, ou ainda, mercado em declínio.

Tamanho do mercado. Vendas acima de R$ 50 milhões anuais e poucos players.

Desconhecido ou com vendas menores que R$ 10 milhões anuais.

Taxa de crescimento do mercado. 30% ou 50% ao ano ou mais. Menor que 10% ao ano ou decrescendo.

Participação possível no mercado. Ser líder; 20% ou mais. Menor que 5%.

Anál

ise Ec

onôm

ica

Lucros depois de impostos. 10% a 15% ou mais, com perspectiva duradoura.

Menor que 5%, frágil.

Tempo para: Fluxo de caixa positivo; Ponto de equilíbrio.

Menos de 2 anos. Mais que 3 anos.

Retorno potencial sobre o investimento.

25% ao ano ou mais. 15% a 20% ou menos.

Necessidade de capital inicial. Baixa a moderada. Altos investimentos.

Vant

agen

s Com

petit

ivas

Custos fixos e variáveis:produção; marketing; distribuição.

Menores. Maiores.

Grau de controle:preços; custos; cadeia de fornecedores; cadeia de distribuição.

Moderado a forte. Fraco.

Barreiras de entrada:alguma regulamentação a favor; vantagem tecnológica; vantagem contratual/legal; redes de contato estabelecidas.

Possui ou pode conseguir.Idem.Idem.Bem desenvolvidas.

Nenhuma.Idem.Idem.Limitadas, inacessíveis.

Equi

pe G

eren

cial Pessoas da equipe. Experientes, competência

comprovada.Inexperientes, nunca dirigiram negócio parecido.

Formação das pessoas. Multidisciplinar, habilidades complementares.

Todos com a mesma formação e características.

Envolvimento com o negócio. Paixão pelo que fazem. Apenas interesse financeiro.

Critérios para avaliar oportunidades (checklist)

Quadro 5.1 - Critérios para avaliar oportunidades Fonte: Adaptado de Timmons (1994 apud Dornelas 2001).

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Unidade 5

A esse teste da ideia chamamos de validação, e é dividido em cinco estágios principais: estágio da ideia, estágio do conceito, estágio de desenvolvimento do produto e estágio de teste de marketing e comercialização, o que resulta no início do ciclo de vida do produto.

Em cada estágio do processo de planejamento e desenvolvimento do produto, é necessário que se estabeleçam critérios de avaliação. Esses critérios devem ser amplos e suficientemente quantitativos para que seja feita uma cuidadosa triagem do produto no estágio específico de seu desenvolvimento. Os critérios devem ser desenvolvidos para avaliar o novo produto em termos de oportunidade de marcado, concorrência, sistema de marketing, fatores financeiros e de produção.

Determinar a demanda de mercado é, de longe, o mais importante critério para a ideia de um novo produto que deve considerar o seguinte: as características e atitudes dos consumidores que podem comprar o produto, a dimensão desse mercado em números (moeda), se o mercado está em crescimento ou declínio, e que fatia do mercado poderia estar interessada no produto.

Devem-se identificar ideias promissoras de novos produtos e as impraticáveis devem ser eliminadas, permitindo a máxima utilização de recursos da empresa. Um método de avaliação empregado com sucesso neste estágio é o check-list, apresentado na tabela anterior.

Seção 5 – Plano de ação para conquistar ideias

Esta seção baseia-se na obra Percepção e Mudança de Martins (1996) e destina-se àqueles que estão empenhados em ter uma vida mais próspera e repleta de realizações, pois tem como objetivo chamar a sua atenção para o poder que todo ser humano tem em suas mãos, de transformar a sua vida, ter sucesso e realizar seus sonhos.

Pense no seguinte:

� Qual é o seu sonho?

� O que você quer?

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� Qual é o seu projeto de vida?

� Que talentos deseja desenvolver?

� Aonde você quer chegar?

� Que motivos fariam você lutar com afinco?

� Se tempo e dinheiro não fossem problemas, como seria sua vida?

O plano de ação para conquistar objetivos funciona como uma bússola para orientar a direção da sua vida. Para que ele funcione de forma plena e lhe auxilie na conquista de seus objetivos, é necessário que você entenda como a “bússola” funciona e esteja efetivamente engajado na conquista dos objetivos que você mesmo vai definir.

Preparado para entender como funciona a bússola? Então, vamos lá! Siga rigorosamente os passos que vamos lhe indicar e, ao final, compare com a figura apresentada a seguir.

1. Tenha em mãos algumas folhas de papel, caneta ou lápis.

2. Escreva na folha de papel todos os objetivos que você gostaria de concretizar em sua vida. Não se esqueça de que seus objetivos devem ser muito claros, específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais. Vamos explicar cada um desses itens.

� Específicos. Escreva o máximo de características que você puder relacionar sobre o objetivo, por exemplo: cor, qualidade, tamanho etc.

� Mensurável. Especifique a quantidade, por exemplo: uma moto, um carro etc.

� Alcançável. De que adianta querer algo que está muito distante? Normalmente, o querer está relacionado com nossa condição financeira, capacidade técnica etc. Coloque no papel objetivos que estejam dentro da sua realidade.

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Empreendedorismo

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� Relevante. O objetivo que você colocar no papel tem que ser importante para você, deve ser algo que você quer muito, senão há grande possibilidade de você chegar no meio do percurso com a ideia de que se der para alcançar tudo bem, senão paciência. Não é essa a proposta.

� Temporal: estabeleça um prazo factível para alcançar o objetivo. Lembre-se de que nosso cérebro não entende o que é “um dia”, até porque um dia no calendário não existe. Não pode ser algo do tipo: “vou começar o meu regime na segunda-feira!” Há pelo menos cinquenta e duas segundas-feiras no ano. Em qual delas o seu regime começa? Estabeleça uma data dia, mês e ano – para todos os seus objetivos.

A seguir, apresentamos uma figura sobre o que falamos nesta seção, para que você não esqueça como deve traçar seus objetivos.

Figura 5.1: SMART Um atalho para você lembrar como devem ser suas metasFonte: Sebrae/Empretec (2000, p.12).

3. Em outra folha, trace uma linha horizontal de uma ponta até a outra da folha. Vamos chamar esta linha de “linha da vida”.

4. Na ponta esquerda dessa linha, marque a data de hoje. Essa data deve ser anotada com dia, mês e ano.

5. Agora, divida essa linha em três, quatro ou cinco pedaços. Cada pedaço, representará um ano de sua vida. Dessa forma, se você optar por dividir em três pedaços, no final da “linha da vida” você terá uma data três anos à frente em relação à data inicial anotada na ponta esquerda.

Suas metas devem ser SMART

SMART

pecí�casensuráveistingíveiselevantes / desa�antesemporais

e

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6. Para facilitar ainda mais o processo, subdivida o primeiro ano em quatro pedaços. Assim, cada pedaço representará um trimestre.

7. Agora, utilize aquela folha onde você anotou todos os objetivos que gostaria de concretizar em sua vida. Analisando-os, certamente, você vai verificar que alguns são mais fáceis de alcançar, outros, nem tanto. Isso provavelmente significa que para os objetivos mais fáceis de serem alcançados, você precisará de pouco tempo, e os mais difíceis demandarão mais tempo para serem alcançados. Pois bem, considerando que você dividiu a linha da vida em três anos, vamos chamar os objetivos facilmente alcançáveis de projetos de curto prazo, você vai escrevê-los nos espaços correspondentes ao primeiro ano da sua linha da vida. Aos projetos que demandam um pouco mais de tempo, vamos chamá-los de projetos de médio prazo, você vai escrevê-los no espaço correspondente ao segundo ano da sua linha da vida. Finalmente, aos objetivos que demandam mais esforço e por isso mesmo mais tempo, vamos chamá-los de projetos de longo prazo, você vai escrevê-los no espaço correspondente ao terceiro ano da sua linha de vida.

8. Acabou? Ainda não. Agora que você colocou no papel o que você pretende da sua vida, é necessário que pendure esse esquema em local bem visível, onde se obrigue a vê-lo todo dia. Quer uma sugestão? Pendure-o ao lado do espelho onde todo dia você se olha e se arruma. O segredo desse planejamento é verificá-lo frequentemente, para que não se esqueça de que fez um planejamento consigo mesmo e está muito interessado em mudar a sua vida, com objetivos que você mesmo traçou.

9. Ao longo do tempo, é possível perceber que alguns objetivos não poderão se concretizar. Isso pode acontecer porque você calculou mal o tempo necessário para alcançar o objetivo, ou seja, teria que ter mais tempo para concretizá-lo ou não está agindo de forma suficiente para alcançá-lo. Lembre-se: seus objetivos de vida devem ser SMART. Você pode mudar os objetivos, adequá-los para uma realidade mais palpável ou adiá-los para uma ocasião mais propícia. O importante é nunca desistir dos seus objetivos.

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Unidade 5

A seguir, apresentamos uma sugestão de como pode se apresentar a sua linha da vida:

Quadro 5.2 – Plano de ação para conquistar objetivosFonte: Elaboração do autor (2008).

Martins (1996) tem uma receita muito boa para aqueles que ainda têm dúvida sobre se eles mesmos podem escrever as linhas do seu futuro:

A possibilidade de sucesso é um processo destituído de consciência e juízo de valor meritório, porém, atesta repetidamente a prática dos princípios básicos e universais do triunfo humano: objetivo claramente definido, compromisso, planejamento, fé e trabalho persistente. (MARTINS, 1996).

Você pode ter certeza de uma coisa: a segurança de uma vida melhor, livre e abundante, não vai atacar você. Você não tropeçará nela por acaso. A situação em que se encontra hoje, o lugar onde mora, as roupas que veste, o carro que dirige, as viagens que você faz ou deixa de fazer, o seu padrão de vida, tudo isso foi determinado pelas decisões e iniciativas tomadas até agora.

O seu futuro, a situação em que você se encontrará daqui a algum tempo, continuará sendo determinado também pelas ações que empreender de agora em diante.

A decisão é sua. Aonde quer chegar? O que você deseja? Qual é o seu sonho?

Espaço de tempo = 3 anos

Data presente Fim do 1º ano Fim do 2º ano Fim do 3º ano

“Linha da vida”

Trimestre

1º2º3º

Projetos de curto prazo Projetos de médio prazo Projetos de longo prazo

Plano de ação para conquistar objetivos

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Síntese

Nesta unidade, você teve a oportunidade de verificar que empreendedores são essencialmente pró-ativos e criativos. Essa criatividade é essencial, uma vez que, diariamente, o empreendedor encontra obstáculos na condução do negócio e precisa achar novas formas de produzir, vender e driblar os entraves que vai encontrando pelo caminho. Você estudou que há fatores que inibem a criatividade, mas que podem ser contornados desde que haja vontade e persistência por parte do indivíduo. Também pôde observar que as fontes de ideias estão em toda parte, porém, a maioria das pessoas tem uma visão bastante restrita em relação ao que acontece ao seu redor. Por esse motivo, há a tendência de pensar em soluções complicadas e de difícil implementação, o que muitas vezes inviabiliza o empreendimento.

Você viu ainda que nem toda ideia é uma oportunidade, para tanto, é necessário validar essa ideia por meio da pesquisa e do estudo dos pontos fracos e fortes das oportunidades e ameaças, e das demais forças de mercado.

Também, você foi instigado a refletir sobre o que espera de sua vida, até aonde quer chegar. Você foi convidado a desenvolver a “linha da sua vida”, com objetivos de curto, médio e longo prazo.

Procure colocar em prática esse exercício, mesmo que não queira se tornar um empreendedor. Certamente ele vai auxiliá-lo na conquista de seus objetivos pessoais.

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Empreendedorismo

Unidade 5

Atividades de autoavaliação

1) Toda ideia é uma oportunidade? Por quê?

2) Relacione os fatores que inibem a criatividade e identifique aquele que você considera ser a sua maior deficiência.

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3) Testar a ideia de negócio por meio da pesquisa é o que o os técnicos chamam de validação a qual é dividida em 5 estágios principais. Relacione esses cinco estágios de validação da ideia.

4) Quais os seus sonhos? Relacione pelo menos cinco que você considera mais importantes. Em seguida, faça sua linha da vida, estabelecendo suas metas de curto, médio e longo prazo.

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Empreendedorismo

Unidade 5

Saiba mais

Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você poderá pesquisar nos seguintes livros:

ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. A gerência da criatividade. São Paulo: Makron Books, 1996.

FILION, Louis Jacques; DOLAELA, Fernando. Boa ideia! E agora? São Paulo: Cultura Editores Associados, 2000.

DRUCKER, Peter Ferdinand. 1999 - Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship) : prática e princípios / Peter F. Drucker ; tradução de Carlos J. Malferrari Publicação 6. ed. São Paulo: Pioneira, c2000.

PREDEBOM, José. Criatividade hoje - Como se pratica, aprende e ensina. São Paulo: Atlas, 1999.

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Page 99: Empreendedorismo - Unisul

6UNIDADE 6

Aspectos legais para constituição de um empreendimento

Objetivos de aprendizagem

� Identificar os diferentes tipos de constituição de empresas.

� Analisar os diversos ativos de propriedade intelectual.

� Compreender a natureza e o propósito das marcas e patentes.

� Identificar procedimentos que podem proteger os segredos comerciais.

Seções de estudo

Seção 1 Tipos de constituição de empresas

Seção 2 Propriedade intelectual

Seção 3 Patente

Seção 4 Marca registrada

Seção 5 Direito autoral

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Para início de estudo

Iniciar um negócio próprio é algo muito sério e de grande responsabilidade. O Brasil talvez seja um dos campeões mundiais na informalidade de empreendimentos. Os motivos que levam as pessoas a agir dessa forma vai desde a ignorância e falta de conhecimento sobre o assunto até a alta carga tributária imposta pelo Estado.

De qualquer forma, se você realmente pensa em constituir um empreendimento e ganhar a vida com ele, procure fazê-lo desde cedo, dentro dos trâmites legais.

Nesta unidade, você vai estudar as bases para a constituição de um empreendimento dentro da legalidade. Quando realmente decidir constituir seu empreendimento, procure um contador de sua confiança para auxiliá-lo nas questões burocráticas e legais.

Bom estudo!

Seção 1 – Tipos de constituição de empresas

Antes de falarmos em empresas, temos que entender que empresa nada mais é do que uma sociedade que, de acordo com o art. 981 do Novo Código Civil Brasileiro (BRASIL, 2002), constitui-se quando duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de atividade econômica e a partilha entre si dos resultados.

Segundo o artigo 46 do mesmo código, sociedade é uma pessoa jurídica de direito privado, sendo que existem duas espécies de sociedades: sociedade empresária e sociedade simples. (BRASIL, 2002).

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Empreendedorismo

Unidade 6

Sociedade EmpresáriaÉ aquela em que se exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento de empresa (BRASIL, 2002, art. 981).

O representante legal da empresa passa a ser o Administrador, o qual substitui a antiga figura do sócio-gerente. Os tributos existentes sobre essa pessoa jurídica são os mesmos existentes para qualquer outro tipo de sociedade, que varia dentro de regimes estipulados de acordo com o ramo de atividade e com o faturamento da empresa, na esfera federal, estadual e municipal.

A inscrição da sociedade empresária é obrigatória e deve ser feita no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial) antes do início da atividade (BRASIL, 2002, art. 967/983).

As Sociedades Empresárias poderão adotar uma das seguintes espécies societárias:

� Sociedade em Nome Coletivo (art. 1039 do Novo Código Civil). Sociedade que deve ser constituída somente por pessoas físicas, sendo que todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.

� Sociedade em Comandita Simples (art. 1045 do Novo Código Civil). Sociedade que possui dois tipos de sócios: os comanditados, pessoas físicas responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.

� Sociedade Limitada (art. 1052 do Novo Código Civil). É o tipo de sociedade mais comum. É aquela em que a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas quotas a cada sócio. A sociedade é gerenciada por uma ou mais pessoas (sócios ou não) designadas no contrato social ou em ato separado; o gerente, passa agora a ser denominado administrador. (BRASIL, 2002).

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� Sociedade Anônima (por ações) (art. 1º da Lei 6.404/76). Sociedade que tem o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço e emissão das ações subscritas ou adquiridas. (BRASIL, 1976).

� Sociedade em Comandita por Ações. Sociedade que tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas às sociedades anônimas.

Sociedade SimplesSão aquelas formadas por pessoas que exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo se contar com auxiliares ou colaboradores (BRASIL, 2002, art. 982).

Seu objetivo será somente a prestação de serviços relacionados à habilidade profissional e intelectual pessoal dos sócios. É vedado o enquadramento das empresas com atividade de comércio e indústria nessa espécie de sociedade.

A responsabilidade de cada sócio é ilimitada e os sócios respondem, ou não, subsidiariamente pelas obrigações sociais, conforme previsão no Contrato Social. Assim como nas Sociedades Empresárias, os tributos existentes sobre essa pessoa jurídica são os mesmos existentes para qualquer outro tipo de sociedade, que varia dentro de regimes estipulados de acordo com o ramo de atividade e com o faturamento da empresa, na esfera federal, estadual e municipal.

A inscrição da Sociedade Simples deve ser feita no Registro Civil das Pessoas Jurídicas (Cartório), no local da sua sede, e não na Junta Comercial, como é feita as das sociedades empresárias (art. 998 do Novo Código Civil).

As Sociedades Simples poderão adotar as regras que lhes são próprias ou, ainda, um dos seguintes TIPOS societários (BRASIL, 2002):

� Sociedade em Nome Coletivo (art. 1039 do Novo Código Civil). Sociedade que pode ser constituída somente por pessoas físicas, sendo que todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.

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Unidade 6

� Sociedade em Comandita Simples (art. 1045 do Novo Código Civil). Sociedade que possui dois tipos de sócios: os comanditados, pessoas físicas responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.

� Sociedade Limitada (Cap. IV - art. 1052 do Novo Código Civil). Sociedade mais comum. É aquela em que a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

� Cooperativa (art. 4º da Lei 5764/71). Sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestarem serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades por possuirem características próprias. (BRASIL, 1971).

Existem, ainda, duas novas figuras:

� Empresário Individual. É aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, ou melhor, é a pessoa física, individualmente considerada (art. 966 do Novo Código Civil), sendo obrigatória a sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis antes do início da atividade (art. 967 do Novo Código Civil).

A característica fundamental é o fato de que o patrimônio particular do sócio confunde-se com o da empresa. A consequência é que as dívidas existentes da empresa podem ser cobradas da pessoa física, o que faz com que os empreendedores busquem outro tipos de forma jurídica (sociedade) para evitar essa situação.

O empresário é equiparado a uma pessoa jurídica, portanto, é obrigatória a inscrição na Receita Federal pelo Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), e os tributos incidentes são os mesmos existentes para qualquer outro tipo de sociedade.

� Autônomo. É aquele que exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo se contar com colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir

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elemento de empresa (parágrafo único do artigo 966 do Novo Código Civil). Uma das características do profissional autônomo é ser exclusivamente prestador de serviços e não possuir CNPJ. É vedada a possibilidade do exercício do comércio ou de atividades industriais sem o devido registro como empresário ou como sociedade empresária. (BRASIL, 2002).

O profissional autônomo formaliza sua atividade mediante alvará da Prefeitura Municipal e inscrição no INSS como tal. É importante consultar a legislação Municipal de sua cidade para verificar a possibilidade de registro da sua atividade.

Nas operações realizadas, o profissional devidamente inscrito na Prefeitura é tributado mensalmente ou anualmente pelo Imposto Sobre Serviços (ISS) (verificar a legislação do município em relação à alíquota e prazos) e pelo Imposto de Renda Pessoa Física, que é calculado pela Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física – Anual.

Seção 2 – Propriedade intelectual

A expressão Propriedade Intelectual abrange os direitos relativos às invenções em todos os campos da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, de comércio e de serviço, aos nomes e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal, às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes, às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, bem como aos demais direitos relativos à atividade intelectual no campo industrial, científico, literário e artístico.

Propriedade Intelectual é o direito que o autor/inventor possui sobre sua criação, fruto de sua atividade intelectual. Englobam hoje as invenções, os modelos de utilidade, as marcas industriais, os desenhos industriais, os softwares (programas de computador), as obras intelectuais (literárias, científicas e artísticas), e as cultivares, as descobertas científicas à proteção contra a

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Unidade 6

concorrência desleal, enfim, consciente ou inconscientemente nos deparamos com a propriedade intelectual a todo instante. Quando você lê um livro, embora esteja de posse de um papel, o conteúdo é de propriedade do autor ou da editora que o imprimiu. Isso se aplica à música, a todas as outras manifestações de arte e também ao software. Na prática, tudo o que está coberto por uma patente, um copyright ou um direito autoral é propriedade intelectual.

O Programa de Proteção à Propriedade Intelectual tem o objetivo de impedir que sejam cadastrados ou vendidos, por meio do Mercado Livre, produtos que violem algum Direito de Propriedade Intelectual, seja direito de autor, patentes, marcas, modelos e/ou desenhos industriais.

Imagine se qualquer coisa que você pensou, criou ou distribuiu pudesse ser legalmente reproduzida ou cedida gratuitamente a terceiros. Que motivação você teria para dar continuidade ao seu trabalho?

As culturas que prestigiam o engenho, a criatividade e o progresso têm todos os motivos para dar o devido valor à propriedade intelectual. Para que os pioneiros dessa cultura possam seguir explorando, pensando e criando as próximas grandes invenções, eles têm que saber que tudo o que eles descobrem, inventam ou criam está coberto pela lei.

Vejamos alguns exemplos:

O primeiro é sua visibilidade política, devido à grande importância econômica para os países. O segundo, é que os bens imateriais superaram a tradicional estimativa concedida aos bens materiais e imóveis. Assim, não raro, os bens imateriais de uma indústria são mais valiosos que o conjunto de seus ativos materiais. Por fim, é o direito do autor/inventor que tem por finalidade ser reconhecido como o criador e lucrar com sua criação.

Um exemplo muito atual contra a Propriedade Intelectual é a pirataria de software, que ameaça privar nossos pioneiros

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intelectuais de todo o incentivo para seguir oferecendo o melhor produto de sua criatividade. A Microsoft está firmemente comprometida em impedir que a pirataria prejudique os usuários legítimos do software.

A propriedade do software é diferente da propriedade de outros tipos de produtos. Embora o software seja, em sua maioria, distribuído por meio de uma mídia tangível, como um CD, ele não é exatamente uma commodity (mercadoria). O software é considerado propriedade intelectual. A propriedade de tal bem é controlada por acordos de licenciamento. As licenças de software são documentos legais que descrevem a correta utilização e distribuição deste software, de acordo com as normas do fabricante. As licenças fornecem ao fabricante deste software a receita necessária para continuar produzindo o produto, oferecendo os serviços e o suporte necessários para os usuários legítimos.

Seção 3 – Patente

Uma patente é um monopólio da exploração comercial de uma invenção, concedido pelo governo e limitado no tempo (tipicamente em torno de vinte anos), em troca da revelação do seu funcionamento.

O dono de uma patente pode licenciar sua invenção para outros usarem, sob condições, em troca do pagamento de royalties. Pode também se recusar a fazer isso, e processar por danos qualquer um que use sua invenção indevidamente.

Há várias áreas novas do saber em que as patentes têm se mostrado importantes nos últimos tempos. Embora não seja normalmente apropriado patentear software, foram emitidas diversas patentes para processos, ou algoritmos, usados para confeccionar software.

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Em geral, para conseguir registrar uma patente, é necessário solicitar seu cadastro à agência governamental de patentes, que no Brasil é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A agência de patentes examinará a invenção, para verificar se é realmente nova, o que inclui a condução de uma pesquisa de patentes existentes. Depois de concedida a patente, o seu dono está habilitado a cobrar “royalties” de quem ele considera que esteja usando sua invenção. Tradicionalmente, uma patente somente tem validade no país onde foi concedida. Para garantir-se em outros países, seria necessário registrar a patente neles também.

Desde 1970 isso pode ser feito por uma patente internacional, resultado do Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT). Esse tratado tem como objetivo desenvolver o sistema de patentes e de transferência de tecnologia. Prevê basicamente meios de cooperação entre os países industrializados e os em desenvolvimento, e o depósito internacional de um pedido de patente.

Uma patente internacional tem validade nos mais de 100 países signatários desses tratados. Evidentemente, há muito interesse atualmente na proteção de propriedade industrial em nível mundial, e países exportadores de tecnologia são os principais defensores dessa proteção.

Atualmente, as áreas mais polêmicas são de remédios e de organismos geneticamente modificados (OGM), os chamados “transgênicos”.

Você sabia que...

Os transgênicos resultam de experimentos da engenharia genética, nos quais o material genético é movido de um organismo a outro, visando à obtenção de características específicas.

Em programas tradicionais de cruzamentos, espécies diferentes não se cruzam entre si. Com essas técnicas transgênicas, materiais gênicos de espécies divergentes podem ser incorporados por uma outra espécie de modo eficaz.

Consulte o site www.inpi.gov.br

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O organismo transgênico apresenta características impossíveis de serem obtidas por técnicas de cruzamento tradicionais. Por exemplo, genes produtores de insulina humana podem ser transfectados em bactérias Escherichia coli. Essa bactéria passa a produzir grandes quantidades de insulina humana que pode ser utilizada com fins medicinais.

A alteração genética é feita para tornar plantas e animais mais resistentes e, com isso, aumentar a produtividade de plantações e criações. A utilização das técnicas transgênicas permite a alteração da bioquímica e do próprio balanço hormonal do organismo transgênico. Hoje muitos criadores de animais, por exemplo, dispõe de raças maiores e mais resistentes a doenças, graças a essas técnicas.

Os transgênicos já são utilizados inclusive no Brasil. Mas ainda não existem pesquisas apropriadas para avaliar as consequências de sua utilização para a saúde humana e para o meio ambiente.

Pesquisas recentes na Inglaterra revelaram aumento de alergias com o consumo de soja transgênica. Acredita-se que os transgênicos podem diminuir ou anular o efeito dos antibióticos no organismo, impedindo assim o tratamento e agravando as doenças infecciosas. Alergias alimentares também podem acontecer, pois o organismo pode reagir da mesma forma que diante de uma toxina. Outros efeitos desconhecidos a longo prazo podem incluir o câncer.

Fonte: Ambiente Brasil (2000).

Os donos das patentes geralmente são empresas muito grandes, capazes de sustentar na justiça longas ações contra seus desafetos. E elas lidam com áreas socialmente sensíveis. Em ambos os casos, a justificativa mais comum oferecida para a cobrança dos “royalties” é que elas precisam recuperar seus grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.

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Unidade 6

Seção 4 – Marca registrada

A marca registrada funciona como signo usado para identificar os produtos ou serviços de uma empresa, distinguindo-os de outros iguais ou semelhantes de outra empresa.

A marca se caracteriza por sinais ou símbolos que têm por objetivo estabelecer uma distinção entre produtos ou serviços que atuam como agentes econômicos em um mesmo mercado. Desse modo, o consumidor pode diferenciar os produtos e/ou serviços oferecidos quando tiverem finalidade idêntica ou semelhante. Além de identificar a origem do produto, a marca evita que terceiros, bem ou mal intencionados, peguem carona no sucesso comercial de algumas empresas que investem não somente na qualidade de seu produto, como também em todo complexo mercadológico utilizado para colocá-la no mercado.

Casos de empresas ou pessoas que investiram em uma determinada marca e posteriormente foram obrigados a modificá-la são muito comuns nos dias de hoje, pois ter uma marca forte é a certeza de bons negócios.

A proteção à marca é garantida pela Lei 9.279 de 14/05/96, que regulamenta os direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.

A marca registrada constitui um elemento fundamental para o lançamento de um produto e conquista de um mercado, uma vez que nela se apoiam as campanhas publicitárias.

A confiança que se deposita na marca registrada garante:

� ao consumidor a certeza de que estará adquirindo um produto dentro de sua expectativa de qualidade;

� ao dono da marca a certeza de que estará sendo preferencialmente identificado pelos clientes.

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Ao requerer uma marca, o empresário estará garantindo a exclusividade para sua empresa utilizar aquele nome que definiu como marca para colocar seu produto no mercado, evitando que o consumidor desavisado confunda seus produtos com o do concorrente.

Seção 5 – Direito autoral

Trata-se do direito do autor, do criador, do tradutor, do pesquisador, do artista, de controlar o uso que se faz de sua obra. Consolidado na Lei nº 9.610, garante ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou.

A nova Lei do Direito Autoral, Lei nº 9.610, foi criada em 19 de fevereiro de 1998 representa um avanço importante na regulamentação dos direitos do autor, em sua definição do que é permitido e proibido a título de reprodução e nas sanções civis a serem aplicadas aos infratores.

Toda reprodução é uma cópia, e cópia sem autorização do titular dos direitos autorais e/ou detentor dos direitos de reprodução ou fora das estipulações legais constitui contrafação, ato ilícito civil e penal.

De acordo com o disposto no artigo 28 da Lei do Direito Autoral, cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica. O artigo 29 dispõe que depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra por quaisquer modalidades, dentre elas a reprodução parcial ou integral.

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Unidade 6

A pirataria intelectual (utilização e reprodução não autorizadas de obras intelectuais marcas, patentes e obras literárias, artísticas e científicas) com finalidade de lucro, gera bilhões de prejuízos aos titulares dos direitos e aos mercados estabelecidos.

No caso específico da pirataria editorial, os prejuízos atingem a todos, principalmente aos autores e editores. Aos autores, porque têm seus direitos intelectuais impunemente violados e seu trabalho usurpado. Aos editores, por encontrarem no mercado obras, pelas quais pagaram os direitos autorais e de edição, completamente sem qualidade, reprografadas ilegalmente, acarretando-lhes sérios e graves prejuízos morais e materiais.

Síntese

Nesta unidade, identificamos os diferentes tipos de constituição de empresas e a importância de se iniciar um empreendimento dentro da legalidade. Além das formas tradicionalmente conhecidas, verificamos que a partir do Novo Código Civil foram incorporadas duas novas modalidades de empresas: o empresário individual e o autônomo.

Analisamos a propriedade intelectual e verificamos que abrange os direitos relativos às invenções em todos os campos da atividade humana.

Analisamos também a Marca Registrada, utilizada para identificar os produtos e serviços de uma empresa, assim como a Patente, que é uma concessão do governo para exploração comercial de uma invenção, cabendo ao detentor da patente o direito da cobrança de royalties.

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Atividades de autoavaliação

1) Identifique e conceitue o tipo de sociedade mais comum.

2) Explique o que é patente e royaltie.

3) Explique o que você entende por marca registrada.

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Unidade 6

4) Explique o que você entende por direito autoral.

Saiba mais

Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você poderá pesquisar nos seguintes livros:

DE MORI, Flávio. Administrando pequenos negócios. Florianópolis: Escola de Novos Empreendedores, 1998.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Como abrir e administrar sua empresa: registro da firma, registro da marca, organização do negocio. Brasília, DF: SEBRAE, 1994.

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7UNIDADE 7

Plano de Negócio: abordagem inicial

Objetivos de aprendizagem

� Definir o que é Plano de Negócio, as questões que ele deve responder, o motivo e o momento mais adequado de sua elaboração, a forma e estrutura mais adequada para escrevê-lo.

� Compreender quem o elabora, quem o lê e como é avaliado.

� Verificar como é vendido e o motivo de tantos fracassos.

Seções de estudo

Seção 1 Conceito e tipos de Plano de Negócio

Seção 2 Estrutura de um Plano de Negócio

Seção 3 Avaliando seu Plano de Negócio

Seção 4 Como vender o Plano de Negócio

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Para início de estudoA partir de agora você estará sendo apresentado a uma série de tópicos que compõem o Plano de Negócio, que, num primeiro momento, poderão lhe causar apreensão devido à carga de informações. Não se assuste! Cada parte que compõe o Plano de Negócio será explicada e detalhada para que você possa tirar o maior proveito desta disciplina e exercitar a sua capacidade empreendedora de forma consistente.

Seção 1 – Conceito e tipos de Plano de Negócio

O Plano de Negócios é um documento de caráter sigiloso e confidencial. É preparado pela administração da empresa, contendo descrição detalhada do passado, presente e futuro da organização.

É geralmente utilizado para atrair investimentos, conseguir empréstimos ou financiamentos, promover controle interno de integração e envolvimento do pessoal.

O Plano de Negócios não deve ser distribuído a qualquer pessoa ou empresa, deve ser elaborado pelo empreendedor com a ajuda de pessoas de sua confiança e apresentado a quem realmente pode ajudá-lo a implementar o seu negócio.

As seções que compõem um Plano de Negócios geralmente são padronizadas para facilitar o entendimento. Cada uma das seções do Plano tem um propósito específico.

Um Plano de Negócios para uma pequena empresa pode ter de 10 a 15 páginas; já em uma organização maior, esse número de páginas pode representar apenas os anexo. Muitas seções podem ser mais curtas que outras e até ser menor que uma única página. Mas, para se chegar ao formato final, geralmente são feitas muitas versões e revisões do Plano, até que esteja adequado a quem deverá ser apresentado.

O Plano de Negócios é também um cartão de visita da empresa e serve como um instrumento de apresentação do negócio de forma concisa, mas que engloba todas as suas principais características.

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Empreendedorismo

Unidade 7

Por que desenvolver o Plano de Negócio?

O propósito de se escrever um Plano de Negócios fica bastante claro quando se verifica a quantidade de benefícios que ele pode trazer à empresa.

Por meio dessa ferramenta de gestão, você consegue planejar e decidir a respeito do futuro de sua empresa, tendo como base o seu passado, sua situação atual em relação ao mercado, aos clientes e à concorrência. Com o Plano de Negócios é possível: identificar os riscos e propor planos para minimizá-los e até mesmo evitá-los; identificar seus pontos fortes e fracos em relação à concorrência e ao ambiente de negócio em que você atua; conhecer seu mercado e definir estratégias de marketing para seus produtos e serviços; analisar o desempenho financeiro de seu negócio, avaliar investimentos, retorno sobre o capital investido; enfim, você terá um poderoso guia que norteará todas as ações de sua empresa.

Mais uma coisa: o Plano de Negócios não é uma ferramenta estática; pelo contrário, é uma ferramenta extremamente dinâmica e deve ser atualizado e utilizado periodicamente.

Agora que você já viu o motivo para desenvolver um Plano de Negócio, é importante saber qual o modelo adequado ao seu empreendimento.

Quais os tipos de Plano de Negócio?

Veja a seguir alguns tipos listados para ajudar na escolha do melhor plano.

� Plano de Negócios Completo. É utilizado quando se pleiteia uma grande quantidade de recursos financeiros, ou seja, quando é necessário apresentar uma visão completa do empreendimento.

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� Plano de Negócios Resumido. É utilizado quando se pretende apresentar algumas informações resumidas a um investidor, por exemplo, com o objetivo de chamar a atenção desse para que ele lhe solicite um Plano de Negócio completo. Deve apresentar os objetivos macros do negócio, investimentos, mercado e retorno sobre o investimento, focando as informações específicas requisitadas.

� Plano de Negócios Operacional. É muito importante para ser utilizado internamente na empresa pelos diretores, gerentes e funcionários. É excelente para alinhar os esforços internos em direção aos objetivos estratégicos da organização.

Seção 2 – Estrutura de um Plano de Negócio

Agora que você já sabe o motivo e o tipo de seu Plano de Negócio, estudará sobre o que ele deverá contemplar.

Como deve ser escrito um Plano de Negócio?

Essa tarefa não é para ser realizada somente por pessoas especializadas, pelo contrário, você que é candidato a empreendedor tem a obrigação de fazê-lo.

Para isso, você deve estar atento para algumas orientações, que certamente irão lhe ajudar a cumprir esta etapa tão importante no planejamento do seu empreendimento.

De acordo com Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2009, p. 10):

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Empreendedorismo

Unidade 7

� Informações são a matéria-prima de qualquer plano de negócio, portanto, pesquise e procure conhecer tudo sobre o seu setor. Informações podem ser obtidas em jornais, revistas, associações, feiras, cursos, junto a outros empresários do ramo, na Internet ou com clientes e fornecedores potenciais.

� Lembre-se de que um plano de negócio é uma trilha e não trilho e não deve ser encarado como um instrumento rígido, portanto, é preciso acompanhá-lo permanentemente. Um plano de negócio é feito no papel e “a lápis”, pois está sujeito a correções.

� O plano de negócio fala por você. Quanto melhor sua aparência e quanto mais claras as ideias, melhores serão os resultados. Além disso, procure fazê-lo bem-feito e organizado. Assim, você irá tornar mais fácil sua utilização e sua consulta.

� Um plano de negócio pode ser usado para se conseguir novos sócios e investidores, para estabelecer parcerias com fornecedores e clientes ou mesmo apresentado a bancos para a solicitação de financiamentos. Entretanto, lembre-se de que o maior usuário do seu plano é você mesmo.

Qual a estrutura mais adequada para o Plano de Negócio?

Não existe uma estrutura ideal ou quantidade exata de páginas para o Plano de Negócio. O que se recomenda é escrevê-lo de acordo com as necessidades do público-alvo para o qual você pretende apresentá-lo.

Se o leitor for um gerente de banco ou um investidor, por exemplo, ele dará mais ênfase à parte financeira do plano. Se for uma instituição de fomento ou governamental, a que o demonstrativo se refere, provavelmente enfocará o porquê de você estar requisitando a quantidade de recursos solicitada, em que aplicará e como a empresa retornará o capital investido. Se for um parceiro, atentará mais para a sua análise de mercado

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e oportunidades de grandes lucros. Se for um fornecedor, vai querer saber com mais detalhes sobre a saúde financeira de sua empresa, sua carteira de clientes, o crescimento do seu negócio.

Assim, qualquer Plano de Negócios deve possuir um mínimo de seções que proporcionam um entendimento completo do negócio. Estas seções são organizadas de forma a manter uma sequência lógica que permita a qualquer leitor do Plano de Negócios entender como sua empresa é organizada, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado, sua estratégia de marketing e sua situação financeira.

O que o Plano de Negócio deve responder?

Quando você tiver terminado a elaboração do Plano de Negócio do seu empreendimento, certamente irá apresentá-lo para parceiros ou investidores, visando à implementação do empreendimento. Quem ler o Plano de Negócio estará procurando por respostas para as seguintes questões:

� Qual a competência da equipe que vai administrar o empreendimento?

� Qual o potencial do mercado-alvo?

� Qual o grau de inovação do produto ou serviço?

� Há viabilidade econômica na proposta que você está apresentando?

� Foi elaborado um estudo demonstrando projeções financeiras realistas?

� Qual é o seu negócio?

� Qual o seu produto/serviço?

� Onde está o seu mercado/clientes?

� A equipe administrativa está comprometida com a execução do projeto?

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Empreendedorismo

Unidade 7

Seção 3 – Validando seu Plano de Negócio

Considerando que você já esteja com seu Plano de Negócio pronto, chega o momento de validá-lo para então vender sua ideia aos clientes em potencial. Veja, nesta seção, algumas dicas importantes para essa nova fase de seu trabalho!

Quem vai se interessar pelo Plano de Negócio da sua empresa?

Como já foi dito, o Plano de Negócio tem caráter confidencial, porém, no dia a dia da empresa o empreendedor se vê diante de muitas situações que exigem respostas imediatas para garantir a própria sobrevivência do empreendimento. Isso se traduz em exercitar a rede de relacionamentos mediante conversas e troca de informações com outras pessoas que podem ajudar o empreendedor a gerir o seu empreendimento.

Por isso, após a análise criteriosa de quem efetivamente pode ajudá-lo, alguns dos possíveis contatos, para quem você vai apresentar o Plano de Negócio do seu empreendimento, podem ser:

� Incubadoras de empresas: com o objetivo de se tornar uma empresa incubada.

� Sócios potenciais: para estabelecer acordos e direção.

� Parceiros: para estabelecimento de estratégias conjuntas.

� Bancos: para captação de financiamentos.

� Intermediários: pessoas que ajudam a vender o seu negócio, se for o caso.

� Investidores: empresas de capital de risco, pessoas jurídicas e outros interessados.

� Especialistas em marketing: para desenvolver planos de marketing.

� Fornecedores: para compra de mercadorias e matéria-prima com crédito facilitado.

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� Gente talentosa: que você deseja contratar para fazer parte da sua empresa.

� A própria empresa: para comunicação interna com os empregados.

� Os clientes potenciais: para vender o produto/serviço.

Como o Plano de Negócio é avaliado pelos agentes de financiamento e investidores?

Agentes de financiamento ou investidores provavelmente terão necessidades e exigências diferentes em relação ao Plano de Negócio. Os agentes financeiros estarão interessados, principalmente, na capacidade de o novo empreendimento pagar a dívida, incluindo juros dentro de um prazo determinado. Os bancos querem fatos com uma análise objetiva da oportunidade comercial e de todos os riscos em potencial no novo empreendimento.

Os investidores, por sua vez, em especial os investidores de risco, têm necessidades diferentes, uma vez que estão fornecendo grandes somas de capital para patrimônio líquido (equidade) e para as despesas esperadas no período de cinco a sete anos. Os investidores, com frequência, colocam mais ênfase no caráter do empreendedor do que os agentes financeiros, e quase sempre dedicam muito tempo para verificação do histórico do empreendedor. Isso é importante não só do ponto de vista financeiro, mas também porque o investidor de risco desempenhará um papel importante na verdadeira administração do negócio. Assim, eles querem assegurar-se de que o empreendedor está de acordo e disposto a aceitar esse envolvimento. Esses investidores também exigirão altas taxas de retorno e estarão focalizados no mercado e nas projeções financeiras durante o período considerado crítico de cinco a sete anos.

Por que alguns Planos de Negócio fracassam?

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Empreendedorismo

Unidade 7

De acordo com Hisrich (2004), geralmente, um Plano de Negócio mal-elaborado pode ser consequência de um ou mais dos seguintes fatores:

� As metas estabelecidas pelo empreendedor não são razoáveis.

� As metas não são mensuráveis.

� O empreendedor não se comprometeu totalmente com o negócio.

� O empreendedor não tem experiência com o negócio planejado.

� O empreendedor não tem ideia das possíveis ameaças ou pontos fracos do negócio.

� Nenhuma necessidade do cliente foi identificada para o produto ou serviço em questão.

O estabelecimento de metas exige que o empreendedor esteja bem informado sobre o tipo de negócio e sobre o ambiente competitivo. As metas devem ser específicas e não mundanas, a ponto de não ter nenhuma base de controle. Por exemplo, o empreendedor pode almejar uma parte específica de mercado, unidades vendidas ou receita; essas metas são mensuráveis e podem ser monitoradas ao longo do tempo.

Além disso, o empreendedor e sua família devem se comprometer totalmente com o negócio, a fim de conseguirem alcançar as demandas de um novo empreendimento. Por exemplo, é difícil operar um novo empreendimento em meio turno, enquanto ainda se tem um cargo em tempo integral. E também é difícil operar uma empresa sem uma compreensão dos membros da família quanto ao tempo e aos recursos que serão necessários. Os agentes de financiamento e investidores não se inclinarão favoravelmente para um empreendimento que não tenha o comprometimento de tempo integral. Além disso, os agentes financeiros e investidores podem esperar que o empreendedor tenha um comprometimento financeiro significativo com o negócio, mesmo que isso signifique uma segunda hipoteca ou o esgotamento das economias.

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Em geral, a falta de experiência resultará em fracasso, a menos que o empreendedor possa adquirir o conhecimento necessário ou se associar com alguém que já o possua. Por exemplo, o empreendedor que tenta iniciar um novo restaurante, sem nenhuma experiência ou conhecimento nessa área, estaria em uma situação desastrosa.

O empreendedor também deveria documentar as necessidades do cliente antes de elaborar o Plano. Essas necessidades do cliente podem ser identificadas a partir da experiência direta, cartas de clientes ou pesquisa de mercado. Um claro entendimento dessas necessidades e de como o negócio efetivamente lhes atenderá, é vital para o sucesso do novo empreendimento.

Seção 4 – Como vender seu Plano de Negócio

Vender o Plano de Negócio significa que você preparou um documento muito bem elaborado e está a procura de recursos, sejam eles físicos, financeiros ou humanos para implementar ou incrementar o seu empreendimento. Você despertou o interesse de investidores e agora teve a oportunidade de convencê-los de que o seu negócio pode ser muito rentável e tem um grande futuro pela frente.

Nesse caso, apresente o projeto verbalmente, em aproximadamente 3 minutos e, em seguida, faça uma apresentação visual em aproximadamente 15 minutos. O objetivo é causar impacto no tomador de decisões do grupo de investidores.

Após a leitura desta Unidade, se você estiver convencido de que a abertura do próprio negócio é o seu projeto de vida, sugiro que se atenha ao estudo e planejamento desse negócio. A melhor forma de fazer isso é por meio da elaboração de um Plano de Negócio.

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Existem vários modelos disponíveis, alguns deles podem ser encontrados na biblioteca da Unisul Virtual, mas tenha certeza de que esse é o primeiro passo para dar asas a sua ideia de negócio. O motivo é simples, abrir um empreendimento próprio é uma decisão de grande responsabilidade e pode envolver mais pessoas e somas consideráveis de dinheiro.

Tenho certeza de que você é uma pessoa precavida, por isso, antes de colocar suas economias em algo incerto, podendo ter grandes prejuízos, teste suas ideias e transforme-as em oportunidades. Mas faça isso primeiro no papel, é mais barato!

Boa sorte!

Síntese

Nesta unidade, você conheceu a importância do Plano de Negócio para a organização ou estruturação de uma empresa e quais os objetivos devem estar explícitos nele. Consequentemente, observou os benefícios que o desenvolvimento e a aplicação desta ferramenta de gestão pode trazer à empresa. Conheceu os possíveis tipos de Plano de Negócio que podem lhe ajudar, de acordo com as necessidades e características da sua empresa.

Você pôde ver como deve estar estruturado o Plano de Negócio, a quais questões ele deve responder e como validá-lo junto aos possíveis interessados, inclusive aos agentes de financiamento e investidores. Por fim, os motivos que podem levar um Plano de Negócio ao fracasso, também foi objeto de estudo desta unidade.

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Atividades de autoavaliação

1) Explique o que entende por Plano de Negócio.

2) Uma das perguntas que o Plano de Negócio deve responder é: Qual o potencial do mercado-alvo? Explique o que entende por potencial do mercado-alvo.

3) Por que a empresa deve desenvolver um Plano de Negócio?

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Empreendedorismo

Unidade 7

4) Relacione as três regras que você considera mais importantes sobre como deve ser escrito o Plano de Negócio, explicando o porquê da sua escolha.

5) Qual a estrutura mais adequada de um Plano de Negócio?

6) Relacione e explique três motivos pelos quais um Plano de Negócio fracassa.

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Saiba mais

Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade você poderá pesquisar nos seguintes livros:

DE MORI, Flávio. Empreender: identificando, avaliando e planejando um novo negócio. Florianópolis: Escola de Novos Empreendedores, 1998. 255p

DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura Ed. Associados, 1999.

FARRELL, Larry C. Entrepreneurship: fundamentos das organizações empreendedoras. São Paulo : Atlas, 1993.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de, 1943. Estratégia empresarial: uma abordagem empreendedora. São Paulo: Atlas, 1988.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia empresarial: uma abordagem empreendedora. 2 ed. rev. e atualizada. São Paulo: Atlas, 1991.

PEREIRA, Heitor José; SANTOS, Silvio Aparecido dos. Criando seu próprio negócio: como desenvolver o potencial empreendedor. SEBRAE, 1995.

RESNIK, Paul. A bíblia da pequena empresa: como iniciar com segurança sua pequena empresa e ser muito bem-sucedido. São Paulo: McGraw-Hill, c1991.

SALIM, C.S., et al. Construindo Planos de Negócio: todos os passos necessários para planejar e desenvolver negócios de sucesso. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

SHEEDY, Edna. Guia do empreendedor para fazer a empresa crescer. São Paulo: Nobel, 1996.

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8UNIDADE 8

Comércio eletrônico: oportunidades de negócios na internet

Objetivos de aprendizagem

� Compreender o conceito de e-commerce e seu desenvolvimento ao longo dos últimos anos.

� Entender a importância do e-commerce no contexto econômico e social atual, assim como as perspectivas de futuro.

� Conhecer alguns caminhos que podem facilitar o processo de novos entrantes no setor de e-commerce.

Seções de estudo

Seção 1 Caracterização do comércio eletrônico

Seção 2 Empreendedorismo e oportunidades de negócio na internet

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Para início de estudoA internet alterou de muitas maneiras o nosso comportamento, inclusive, na forma como realizamos compras. Consumidores percebem a cada dia as vantagens e comodidades das compras on-line, como consequência, compra-se cada vez mais pela internet. Isso significa uma excelente oportunidade para quem deseja montar um empreendimento neste novo canal de comercialização e tem conhecimento e competência para fazê-lo.

O e-commerce vem crescendo a taxas que realmente impressionam em todo o mundo.

Jeff Bezos, CEO da Amazon, prevê que o e-commerce deve atingir entre 10% a 15% do comércio americano nos próximos 10 anos, fato que, se confirmado, levará o faturamento anual do setor nos Estados Unidos a um valor superior a meio trilhão de dólares. No Brasil, o faturamento evoluiu de meio bilhão de reais em 2001, para mais de R$ 13 bilhões de reais em 2010. Isso representa um crescimento superior a 2.300% em apenas uma década, [da mesma forma o número de consumidores on-line saltou de meio milhão em 2001 para mais de 23 milhões em 2010]. (FELIPINI, 2010b).

Se você percebe o e-commerce como uma opção a considerar na sua proposta de empreender, então, não perca tempo. O momento é agora e as oportunidades estão aí, afinal, os números demonstram que esse é um setor que está em franca ascensão e vários nichos de mercado ainda podem ser explorados.

Vamos conhecer um pouco mais sobre essa modalidade de negócio.

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Seção 1 – Caracterização do comércio eletrônico

A rede mundial, como também é denominada a internet, surgiu na década de 60, por meio das forças militares americanas e tinha o objetivo de criar um meio para transmissão de dados entre um computador e outro. A internet é uma realidade inegável, cujos efeitos podem ser percebidos no cotidiano de todos; é indiscutível o conforto e as facilidades que essa rede nos oferece, tais como: diversão, ajuda, informação, produtos e serviços, entre outros, no entanto, pode também acarretar insegurança e instabilidade social.

Durante muitos anos, o acesso à internet ficou restrito às instituições de ensino e pesquisa, mas a partir da década de 80 os microcomputadores passaram a ter um custo menor, tornando-se acessível a uma parte considerável da população. Já no início dos anos 90, a internet ultrapassou a marca de um milhão de usuários e teve início a sua utilização para fins comerciais.

No Brasil, a internet somente foi liberada para uso comercial em 1995, sendo que o comércio eletrônico começou a dar seus primeiros passos em meados de 1998. Atualmente, grande parte da população pode se conectar à rede mundial, desde que se associe a um provedor de acesso.

Segundo Turban e King (2004), as primeiras aplicações do comércio eletrônico ocorreram no início da década de 70, com novidades, como a transferência eletrônica de fundos (TEF), onde se podia transferir dinheiro eletronicamente. Sua aplicação, todavia, limitava-se a grandes corporações, instituições financeiras e algumas empresas mais arrojadas.

A partir daí, surgiu a troca eletrônica de dados, tecnologia que permite a transferência eletrônica de documentos como ordens de compra, faturas e pagamentos eletrônicos entre organizações. Essa nova possibilidade ampliou a participação de empresas financeiras, de manufatura, de revenda e prestadoras de serviço.

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Naturalmente, outras aplicações de comércio eletrônico se seguiram desde então, envolvendo desde negociações de estoque até sistemas de reserva de viagens. Todas essas inovações foram chamadas de sistemas interorganizacionais e seu valor ainda é amplamente reconhecido.

Á medida que a internet se tornou mais comercial e que os usuários passaram a fazer parte do World Wide Web, no início da década de 90, a expressão eletronic commerce ou e-commerce ou comércio eletrônico, em português, passou a ser utilizada e suas aplicações se expandiram rapidamente.

A rápida expansão se deve, em parte, ao desenvolvimento e implantação de novas tecnologias de redes (internet), protocolos, softwares e especificações, além, naturalmente, do aumento da competitividade e das pressões sobre os negócios em nível global.

A natureza global da tecnologia, a oportunidade de atingir milhões de pessoas, a natureza interativa do comércio eletrônico, suas diferentes possibilidades de utilização, recursos e a rápida expansão de infraestrutura que lhe dá suporte, especialmente da web, resultam em inúmeros benefícios para as organizações, para os indivíduos e para a sociedade.

Tais benefícios começam a se materializar e irão aumentar significativamente na medida em que o comércio eletrônico se expandir. Não é sem razão que muitos dizem que a revolução do comércio eletrônico é tão profunda quanto as mudanças que acompanharam a revolução industrial. (CLINTON; GORE JUNIOR, 1997).

Definição e categorias de aplicação de comércio eletrônico Por comércio eletrônico (CE, e-commerce) entende-se o processo de compra, venda e troca de alguns produtos, serviços e informações por redes de computadores ou pela internet. (TURBAN; KING, 2004).

World Wide Web que em português significa Rede de alcance mundial, também conhecida como Web e WWW, é um sistema de documentos em hipermídia que são interligados e executados na Internet.

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De acordo com Turban e King (2004) alguns autores definem o termo “comércio” como transações efetuadas entre parceiros de negócios. Segundo essa definição, pode-se concluir que a expressão comércio eletrônico é um tanto restrita.

Por esse motivo, vários autores preferem usar o termo e-business, uma definição mais ampla de comércio eletrônico, que não inclui simplesmente a compra e venda de produtos e serviços, mas também a prestação de serviços aos clientes, a cooperação com parceiros comerciais e a realização de negócios eletrônicos dentro de uma organização.

De acordo com O’Brien (2004), atualmente, muitas empresas participam de três categorias básicas de aplicação do comércio eletrônico:

� de empresa-a-comsumidor (B2C);

� de empresa-a-empresa (B2B);

� de consumidor-a-consumidor (C2C).

Comércio eletrônico do tipo B2C é basicamente um tipo de transação comercial em que o comprador é uma pessoa física que, a partir de um computador pessoal, realiza suas buscas e adquire um produto ou serviço por meio da internet.

Um bom exemplo de comércio eletrônico B2C pode ser o site de compras Submarino.com (http://www.submarino.com.br), uma vez que uma empresa (pessoa jurídica) vende diretamente a um consumidor (pessoa física).

Pode-se dizer então que as soluções B2C são voltadas para os consumidores.

O conceito do comércio eletrônico B2B, ou comércio eletrônico entre empresas, pode ser definido como a substituição dos processos físicos que envolvem as transações comerciais (envio e recebimento de cotações, troca de informações diversas etc) por processo eletrônico. Normalmente, são construídos com

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apoio de tecnologias baseadas na internet, onde compradores e fornecedores encontram-se e transacionam em tempo real.

Como exemplo de comércio eletrônico B2B, pode-se citar a empresa Makro Atacadista (http://www.makroatacadista.com.br/), que comercializa produtos entre empresas. Ou seja, a Makro, por ser uma empresa, vende somente para outras empresas.

Observe os exemplos de transações eletrônicas do tipo B2B:

� a empresa compra produtos de outras empresas ou vende regularmente para elas, utilizando a internet ou a extranet (sua rede privada expandida);

� a empresa realiza licitação para escolha de sua fornecedora de suprimentos ou participa como uma candidata à fornecedora de suprimentos;

� a empresa realiza leilão para escolher a fornecedora de matéria-prima, nas condições solicitadas, com o menor preço; ou participa do leilão como candidata à fornecedora. Nesse método, chamado de leilão reverso, os lances são dados pelos participantes cadastrados, até que se chegue ao menor valor final;

� pequenas empresas compradoras, gerenciadas por um terceiro, unem-se para realizar compra conjunta, em maior escala, de matéria-prima, obtendo, dessa maneira, expressiva redução de custo unitário. (FELIPINI, 2006).

Dentre as categorias de comércio eletrônico há, ainda, o comércio eletrônico de consumidor-a-consumidor (C2C), uma importante estratégia de negócios, em que os comerciantes podem comprar e vender entre si em um processo de leilão. Esse é feito, tradicionalmente, quando se tem um produto a se ofertar e que, posteriormente, será vendido para quem der o maior lance (ofertar um maior valor). O C2C é a relação comercial entre duas ou mais pessoas físicas, sem a intermediação direta de empresas, também é conhecido como consumer-to-consumer. (BEZERRA; OLIVEIRA, 2006).

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Os leilões virtuais são os principais representantes do C2C. Esse tipo de comércio eletrônico é uma das formas de negociação realizadas pela internet, que vem obtendo grande sucesso e tem o Mercado Livre (www.mercadolivre.com.br) como um ótimo exemplo.

Ao contrário do B2B e do B2C, a transição do C2C off-line (tradicional) para o modelo on-line foi mais simples, porque existiam poucos negócios desse tipo no mundo real. Os classificados dos jornais talvez sejam um dos melhores exemplos do C2C off-line. Quanto ao comércio eletrônico C2C on-line, têm-se como principais representantes os leilões virtuais, que possuem as mesmas características de um leilão tradicional, só que realizado por meio da internet.

Benefícios do comércio eletrônico (CE)

Para as organizaçõesO CE expande o mercado. Com pouco dinheiro, uma empresa pode fácil e rapidamente obter mais clientes, os melhores fornecedores e os melhores parceiros com âmbito nacional e até global. O CE também permite às empresas encontrar novos clientes e interagir com eles – o que estabelece um melhor gerenciamento do relacionamento com o cliente, além de aumentar a fidelidade destes.

O CE permite significativa redução de custos. Praticamente, eliminam-se os custos de criação, processamento, distribuição, armazenamento e recuperação de informações registradas em papel. O CE reduz custos de telecomunicação, já que o acesso à internet e a troca de mensagens entre empresa, parceiros e clientes é mais barato que as ligações telefônicas.

O CE melhora a organização e os processos de negócios. O CE permite criar modelos diferentes e inovadores que oferecem vantagens estratégicas e competitivas, normalmente reduzindo gastos e desperdícios e aumentando os lucros.

O CE oferece interatividade. O CE permite às empresas interagir com seus clientes e parceiros e obter retorno rápido e preciso.

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Além desses, o CE possibilita uma melhor imagem corporativa, processos comerciais simplificados, redução do intervalo de tempo entre a concepção de uma ideia e sua execução, aumento significativo da produtividade, redução do volume e papel, ampliação do acesso às informações, maior flexibilidade e alto grau de especialização, economicamente inacessível no mundo físico.

Para os consumidoresPara os consumidores, os benefícios do CE são principalmente a conveniência, a velocidade e o custo. Pode-se, por exemplo, efetuar compras ou transações 24 horas por dia, 7 dias por semana, em nível global.

Há mais opções de produtos em diferentes lojas ao alcance de um click no computador. Localizam-se fornecedores com informações detalhadas sobre produtos e serviços, podendo-se fazer comparações em questão de minutos, coisa que levaria alguns dias, pelos meios tradicionais. Por permitir ao consumidor comprar em locais diferentes e fazer comparações rápidas, o CE facilita a competitividade, o que resulta em preços substancialmente mais baixos.

O CE oferece ao consumidor novas maneiras de interagir comercial e socialmente.

Em leilões on-line, por exemplo, pode-se vender itens rapidamente, e os compradores podem encontrar objetos de colecionadores e fazer trocas. O CE permite aos consumidores interagir uns com os outros em comunidades virtuais, grupos de indivíduos conectados à internet, nos quais é possível trocar ideias e comparar experiências.

Para a sociedadeCursos profissionalizantes ou superiores são uma realidade, tendo como meio de interação a internet. Diversos serviços públicos passaram a ser oferecidos a partir dos portais das diversas

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instâncias municipais, estaduais e federais, permitindo o acesso da população de forma mais rápida e cômoda. Ganha a sociedade com o acesso facilitado e o melhor padrão de vida.

Desvantagens do Comércio EletrônicoO comércio eletrônico trouxe também desvantagens não só para as empresas, mas também para os clientes e para a sociedade; questões como aumento do número de desemprego, diminuição da qualidade dos produtos entregues aos clientes, são alguns dos exemplos mais comuns das desvantagens do comércio eletrônico, que serão abordadas no decorrer deste tópico.

Como o comércio eletrônico faz, em muitos dos casos, o papel de intermediário e até mesmo de vendedor, pois não é necessário ter uma pessoa para atender o cliente face a face, as pessoas que eram responsáveis por atuarem nessas áreas, em alguns casos, perderam o seu lugar dentro da empresa, gerando, assim, várias demissões e um aumento na taxa de desemprego do país.

O contato físico neste tipo de tecnologia deixa de existir, pois todo o processo de realização de uma venda é feito por meio de máquinas como o computador. O cliente não consegue tocar na mercadoria, porque essa é mostrada para ele por fotos, impossibilitando que tenha aquela sensação de sentir o produto que está comprando.

Esse problema atinge também o fator controle de qualidade, pois o cliente irá ter contato com o produto apenas quando esse for entregue em sua residência, e só a partir de então poderá verificar se apresenta realmente as características que foram anunciadas.

Apesar de todos os esforços da tecnologia em reverter o quadro, a principal desvantagem do Comércio Eletrônico ainda é a Segurança.

A questão de segurança que envolve o e-commerce, pode se traduzir nos ataques a famosos endereços da internet e que obrigam empresas a fortalecerem suas defesas contra vândalos cibernéticos.

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Há consenso de que a proteção de uma organização que trabalha com a internet não pode ser feita somente com antivírus e firewalls. É preciso utilizar aplicativos de detecção de instrução, criptografia, help desk, sniffers e uma política consistente e coerente de segurança.

Como em qualquer guerra, nessa também existem forças-tarefas, esquadrões de ataque e de defesa, simuladores, estrategistas e códigos claramente identificados por nomes, que reforçam a ideia de proteção. Uma verdadeira equipe composta de especialistas mundiais em segurança, altamente capacitados, responsáveis pela documentação e codificação das mais recentes vulnerabilidades e ameaças à segurança. Esses simulam um ambiente semelhante ao que foi afetado, criam barreiras e soluções. Na verdade, tão importante quanto evitar um ataque é nos recuperarmos rapidamente dos seus efeitos.” (REVISTA ECOMMERCE, 2000).

Seção 2 – Empreendedorismo e oportunidades de negócio na internet

Atualmente, torna-se fundamental adquirir o conhecimento que vai gerar valor no mercado, não importando a forma com a qual esse conhecimento é aplicado, se por meio de carteira assinada, consultoria, ou outra qualquer.

E nesse contexto a internet se destaca como um novo e promissor campo de atuação para os empreendedores. As pessoas estão comprando cada vez mais pela internet. No Brasil, os números do e-commerce são muito favoráveis, com mais de três milhões de pessoas comprando de forma rotineira pela internet e um faturamento que cresce ano após ano. Diante desse cenário, muitos empreendedores já têm conhecimento desse fato e estão investindo cada vez mais neste novo canal de comercialização.

O empreendedorismo on-line nunca esteve em momento melhor para ingressar em um mercado que apresenta taxas de crescimento bem acima da média da economia.

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Segundo pesquisa feita pela e-bit, empresa de informações de e-commerce, a participação das pequenas e médias empresas no comércio eletrônico brasileiro aumentou 6%, enquanto a dos grandes caiu 3,3%, entre 2007 e 2008. A previsão de faturamento do mercado em 2010 é de mais de 14 bilhões de reais. Com menos de R$ 100,00 por mês, é possível ter uma loja na internet.

No entanto, são poucas que conseguem sobreviver ao primeiro ano de vida, devido, principalmente, à falta de planejamento e conhecimento do mercado. Os novos empreendedores do comércio eletrônico estão ganhando fatia de mercado porque se dedicam a segmentos específicos. Ao se especializarem, podem prestar informações sobre seus produtos, bem mais detalhadas e completas, fazendo com que os consumidores decidam pela compra em sua loja virtual, de forma mais confiante. (SALVADOR, 2010).

Segundo Salvador (2010)

Atualmente, as categorias que mais se destacam são moda e acessórios, saúde e beleza. Esse fato se dá devido ao aumento da participação do público feminino como compradoras virtuais. Outro ponto a que o empreendedor deve atentar é o fato de que mais de 50% dos novos e-consumidores, ou seja, pessoas que fazem a primeira compra pela Internet, têm renda abaixo de R$ 3 mil. Para atingir esse público, as lojas virtuais têm que oferecer parcelamento das compras.

Antes de se aventurar no comércio eletrônico, de acordo com Salvador (2010), é preciso elaborar um plano de negócios bem detalhado, com metas claras e previsão de crescimento para os próximos três anos.

O empreendedor de e-commerce deve ter uma visão multidisciplinar. Não precisa ser um especialista, mas deve ter boas noções de tecnologia, finanças, logística, controle de estoques, marketing, design, atendimento e vendas. Tem que ser um bom comunicador e estar atento às novidades da internet. Novos sites surgem frequentemente para oportunidades de parcerias e divulgação de produtos.

Outro ponto importante é o relacionamento com fornecedores. Ao investir nisso, o empreendedor digital consegue reduzir

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prazos de entrega e custos de estoque e aumentar a margem de lucro nos produtos. Bons fornecedores, com produtos de qualidade e que respeitam prazos de entrega, são fundamentais para o sucesso da loja virtual.

Além disso, segmentar o mercado e identificar o nicho de mercado a ser explorado é fundamental para empreendedores que pretendem ingressar com atividades ligadas ao e-commerce, uma vez que a especialização em determinado produto ou serviço demonstra ser a escolha mais acertada nessa modalidade de negócio.

De acordo com Gerson Rolim (apud SEBRAE, 2009), diretor executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), “para os empresários donos de micro e pequenos estabelecimentos que pretendem ingressar nas negociações via internet e até para os que já utilizam essa forma de comércio, o maior desafio é a descoberta de um nicho de mercado. Eles precisam trabalhar com margens saudáveis de lucro e buscar oferecer produtos diferenciados em segmentos específicos. Hoje não vale a pena se arriscar a vender de tudo, enfrentando uma dura concorrência com os grandes varejistas”, avalia.

O usuário habitual da internet percebe no e-commerce comodidade, aliado à economia de tempo e dinheiro. Nessa perspectiva, ferramentas que antes estavam à disposição apenas de grandes empresas, hoje podem ser acessadas também pelas pequenas e micro empresas que atuam no comércio eletrônico. Segundo Gerson Rolim (apud SEBRAE, 2009), “Não basta colocar um site de vendas no ar. É preciso pensar em toda a logística de pagamento e entrega. Para se ter uma ideia, 81% das vendas feitas hoje via internet são com cartões de crédito. Portanto, se não há a oferta desta forma de pagamento, o comerciante perde mais de 80% das chances de venda.”

Natan Sztamfater (2011), diretor da PortCasa.com.br, cita fatores do fracasso no comércio eletrônico:

� ideia de que o negócio virtual é mais barato, que surge da falta de um plano de marketing e da ausência de pesquisas fundamentadas com profissionais do mercado;

� investimento em plataformas de tecnologia de baixa qualidade, principalmente pelo preço;

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� pouca análise de concorrência e falta de pesquisa sobre a viabilidade de venda pela web de determinada linha de produtos. As perguntas aqui são: Esse produto vai vender na web? Este produto já está saturado na web? Mesmo que a resposta seja não, o produto é próprio para venda na internet?

� atendimento falho, que contribui para a insatisfação dos clientes. Dessa forma, eles não são fidelizados;

� falta de conhecimento e profissionalismo para atuar com a internet.

O autor apresenta dicas para se manter e crescer no comércio eletrônico, observe a seguir.

Marketing Digital e Redes Sociais

O plano de marketing deve ser muito bem definido e grande parte do investimento feito nele deve ser voltada às mídias digitais e sociais, principalmente quando a marca ainda não é fortemente conhecida entre os consumidores. Aproveite o cliente quando ele está perto do momento de decisão de compra. Os mecanismos de busca e sites comparadores de preços estão no topo do ranking. Em seguida, boas ações de e-mail marketing, personalizadas e segmentadas contribuem para uma maior taxa de conversão em vendas no e-commerce. Porém, isso não é regra, há uma necessidade eminente de testar qual ou quais ferramentas de marketing digital são mais adequadas à realidade de cada e-commerce e, a partir daí, então aplicar o que traz mais ROI (Return On Investiment).

Nesse caso, também é preciso contar com a ajuda de profissionais da área para que todo investimento não seja em vão. Ele pode criar ações ainda mais inteligentes para conseguir o melhor retorno sobre o investimento. E, não se esqueça: na internet, tudo pode ser mensurado. (SZTAMFATER, 2011).

Tecnologia adequada

Em relação ao investimento em tecnologias de comércio eletrônico, mesmo no início, pense em ferramentas que, acima de tudo, sejam completas. Verifique se possuem todas as funcionalidades que o seu negócio demanda.

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Tenha como base modelos de e-commerce que atuam no mesmo mercado que o seu e já possuem sistemas adequados para o giro do negócio. A plataforma deve estar preparada para integrar-se com ferramentas de análise de resultados na web, como o Google Analytics, por exemplo. (SZTAMFATER, 2011).

Concorrência, atendimento e fidelização

Na análise de concorrência, veja como as lojas virtuais do mesmo segmento se comportam fora do país. Para isso, faça pesquisas em sites internacionais.Para fidelizar o cliente, o atendimento é um dos fatores fundamentais. A partir dessa conquista, a probabilidade de viralização (boca a boca) aumenta consideravelmente. O ideal é igualar o atendimento de excelência baseado nos grandes lojistas virtuais. Se a estrutura de atendimento for pequena no início, gerencie a expectativa de seu cliente. Se você já possui um negócio no ambiente físico e quer abrir um comércio eletrônico do mesmo ramo, tem tudo na mão, principalmente a sabedoria de como ter e manter um empreendimento. [...] Antes de tomar qualquer decisão relacionada à abertura de uma empresa no e-commerce - ou mesmo tomar novas atitudes para alavancar as vendas se você já está presente na internet -, é essencial conversar com pessoas experientes do mercado [...] O [comércio eletrônico] exige tecnologia, agilidade, inovação, parcerias diferenciadas e acompanhamento do perfil do público-alvo. A internet é rápida demais para atuar sozinho. O empreendedor [do comércio eletrônico] precisa de ajuda profissional para não errar no começo. (SZTAMFATER, 2011).

6 dicas para o empreendedor de sucesso na internetPara Dailton Felipini (2010a), editor do site www.e-commerce.org.br, uma questão recorrente em cursos, palestras e entrevistas sobre Empreendedorismo na internet tem sido: o que é importante para quem deseja implantar um empreendimento de

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sucesso na internet? Naturalmente, existem infindáveis fatores críticos que poderiam ser citados, mas, segundo o autor, alguns podem delimitar a fronteira entre o sucesso e o fracasso do empreendedor na internet.

1. Conhecer muito bem o novo canal de comercialização

Definir cuidadosamente as estratégias e políticas de canais de distribuição é fundamental para atrair os parceiros corretos e, consequentemente, garantir a disponibilidade do produto no ponto de venda, seja uma revenda, uma loja de varejo, um distribuidor, um site equipado com e-commerce etc. Uma grande parte das empresas que fabricam seus produtos e serviços não vende diretamente para seus clientes finais e depende totalmente do canal de distribuição para geração de 100% das vendas e também para obter cobertura geográfica ou capilaridade.

O comércio é antigo, mas o comércio eletrônico tem cerca de uma década de existência no Brasil. É um setor que apresenta constantemente evoluções, novidades e novas possibilidades. É necessária muita pesquisa na internet, muita leitura de livros e ebooks de qualidade, bem como a realização de bons cursos de forma a aproveitar o máximo a grande oportunidade comercial representada pelo e-commerce. (FELIPINI, 2010a).

2. Escolher muito bem o nicho de mercado

Um nicho de mercado corresponde a um segmento de mercado constituído por um reduzido número de consumidores com características e necessidades homogêneas e facilmente identificáveis. Devido à sua pequena dimensão, os nichos de mercado são geralmente desprezados pelas grandes empresas, constituindo, por isso, excelentes oportunidades para as pequenas empresas que podem escapar ao domínio das grandes empresas e conseguir uma posição de liderança por meio de uma oferta muito específica e adaptada às características e necessidades dos consumidores que constituem o nicho.

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Nicho de mercado é um segmento que apresenta um público-alvo com características específicas e cujas necessidades como consumidores não estão plenamente atendidas. Escolher um nicho de atuação significa responder as seguintes perguntas: O que eu vou vender? e, Para quem eu vou vender? Uma decisão acertada aqui representa um passo muito importante em direção ao sucesso pela seguinte razão: se você tem um bom produto, para o qual existe uma boa demanda, o crescimento será natural, uma vez que seus clientes irão divulgá-lo de forma positiva a outros consumidores potencialmente interessados, que por sua vez também irão trazer novos clientes. (FELIPINI, 2010a).

3. Planejar o empreendimento

O planejamento é condição básica para o sucesso de qualquer trabalho que procura a melhoria da qualidade. Esse planejamento deverá ser feito nas diversas etapas da cadeia de fornecimento de um produto ou serviço, isto é, desde a pesquisa de mercado, o projeto, o fornecedor até a loja que fornece esse item ao consumidor ou cliente.

Portanto, fica claro que a qualidade somente será conseguida se ela for planejada e que esse planejamento deve ocorrer de forma organizada, isto é, dentro de uma sequência de eventos pré-determinada.

Vale a pena recordar um ditado chinês que afirma: “se você não souber onde pretende chegar, qualquer caminho serve.” Isso significa: se uma empresa quer alcançar a qualidade competitiva, isto não se dará por acaso, mas será o resultado de um esforço de todos aqueles que trabalham na organização, desde o presidente até o mais simples funcionário.

Planejar é colocar no papel, de forma organizada, todas as variáveis importantes de um empreendimento, criando-se um plano de negócios. O principal motivo para planejar é que isso obriga o empreendedor a pensar de forma organizada, antecipando-se aos possíveis problemas e se preparando para eles, de forma que não seja necessário consertar o navio durante a travessia, como geralmente acontece com a maioria das empresas iniciantes. (FELIPINI, 2010a).

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Empreendedorismo

Unidade 8

4. Montar um website eficaz

Um site eficaz é aquele que possui uma definição clara dos produtos oferecidos e mostra isso logo na primeira página; oferecendo uma navegação objetiva que leva rapidamente o visitante a realizar a compra, ou outra ação desejada; e que possua um bom texto e uma boa apresentação visual.

No mundo físico, as transações são realizadas entre pessoas. Na internet, elas são realizadas entre o usuário e um sistema eletrônico que deve funcionar a contento para atender as expectativas desse usuário. Independentemente de tratar de uma loja virtual ou de um site sustentado por publicidade ou sistema de corretagem, ele deve ser eficaz, ou seja, fazer com que boa parte dos visitantes realize as ações desejadas, de forma fácil e segura. Lembrando que o e-consumidor típico é extremamente exigente, impaciente, crítico e preparado para fazer uma boa avaliação de sites e produtos oferecidos. (FELIPINI, 2010a).

5. Utilizar estratégias eficazes de web-marketing

Tais estratégias apresentam, em termos gerais, o que é necessário para fazer com que o seu negócio tenha sucesso, por exemplo, conduzir os clientes potenciais ao seu site.

De nada adianta ter bons produtos expostos numa boa loja virtual, se não houver visitantes para adquiri-los.  A utilização das estratégias mais adequadas ao segmento, sempre realizadas com sob uma avaliação constante que considere a relação custo/benefício e não somente a receita da campanha, é fundamental para se alavancar o sucesso do empreendimento na Internet. E por falar em avaliação... (FELIPINI, 2010a).

6. Avaliar o desempenho e evoluir

Quer seja para atrair potenciais clientes, vender produtos ou serviços ou simplesmente fornecer informações, todos os sites de comércio eletrônico têm seus objetivos e finalidades definidos. Mensurar se o site obtém os resultados esperados é fundamental, uma vez que sobre o investimento inicial, espera-se retorno. Há ferramentas

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para conhecer, por exemplo, o comportamento dos visitantes, entender o que procuram e identificar os pontos fortes e fracos do site, melhorando, dessa forma, os resultados do negócio on-line.

Isso é algo que deve ser feito constantemente com relação ao site e ao empreendimento em geral. Correção de erros, melhorias, implantação de novos recursos, mudanças de rumo em decorrência de alterações no mercado, são uma constante na vida do empreendedor, principalmente no e-commerce onde a evolução e as mudanças ocorrem na velocidade da luz. (FELIPINI, 2010a).

Tudo indica não haver mais dúvidas de que o Comércio Eletrônico se torne um importante elemento econômico global, a dificuldade das organizações, porém, está em reunir os componentes que permitirão obter vantagens competitivas por meio dele.

Atualmente, a maior preocupação das organizações é com sua adaptação para atuar na economia digital na qual o e-business já virou norma. Como se trata de um setor altamente dinâmico e formado por players com perfis variados, desde pequenos empreendedores até as grandes corporações, as quais, por meio das fusões, unem-se para se tornarem ainda maiores, mais agressivas e mais competitivas, cabe a você, que pretende ingressar nesse setor da economia, que apesar de tudo está em franca ascensão, descobrir o nicho de mercado que pretende explorar.

Lembre-se, porém, que o dinamismo do comércio eletrônico não está apenas nas soluções tecnológicas que se renovam em ciclos de vida cada vez mais curtos, mas também em novas propostas desenvolvidas pelas organizações e mudanças de necessidade ou foco de consumidores.

Portanto, esteja preparado para atuar em uma área de negócios que vai lhe exigir atualizações constantes, mas que poderá lhe conduzir a uma história de grande sucesso.

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Empreendedorismo

Unidade 8

Síntese

Nesta unidade, foram abordados aspectos do Comércio Eletrônico (CE), como oportunidade de negócio.

Conceitualmente, definimos que o comércio eletrônico envolve a realização de transações por meio de sistemas eletrônicos, tendo como base, computadores conectados à internet e softwares específicos.

Considerando a estrutura em que se baseia o comércio eletrônico, pode-se afirmar que suas aplicações baseiam-se em determinadas infraestruturas e dependem de pessoas, de políticas públicas e padrões técnicos de marketing e propaganda, de logística e de parcerias, estando a administração encarregada de conectar todos esses elementos.

Os principais modelos de negócio presentes no E-commerce (EC) são o marketing direto on-line, sistemas de atendimento eletrônico, busca pelo melhor preço, compras em grupo, leilões etc.

O CE oferece inúmeros benefícios às organizações, aos consumidores e à sociedade, motivo pelo qual o número de pessoas e empresas que passam a adotar o e-commerce como ferramenta de pesquisa ou negociação aumenta em nível exponencial.

Apesar do crescimento do EC nos últimos 10 anos, a grande dúvida dos usuários ainda recai sobre a questão da segurança nas transações, o que aos poucos vem sendo contornada, com a adoção de novas tecnologias e processos. Talvez, por isso mesmo, o comércio eletrônico passa a gerar inúmeras oportunidades de negócio. Se considerarmos o desenvolvimento de novos serviços, a justificativa recai em um novo modelo de sociedade que percebe as vantagens das transações realizadas pela internet e que trazem como maiores benefícios a comodidade e o menor custo.

Por outro lado, não se pode esquecer das ferramentas e aplicativos, tão necessários a um modelo de negócio tão dinâmico como o comércio eletrônico. Se você considerar a dinamicidade do processo, são inúmeras as oportunidades de negócio que se vislumbram a partir da internet e do comércio eletrônico.

Dê asas a sua imaginação e comece a colocar no papel a sua ideia e transforme-a em uma real oportunidade.

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Atividades de autoavaliação

1) Em relação aos benefícios do comércio eletrônico (CE) pode-se afirmar:

Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta.

a. ( ) O CE expande o mercado, uma vez que com menor quantidade de investimentos e diminuição de custos, uma empresa pode obter mais clientes em curto espaço de tempo.

b. ( ) O CE expande o mercado, porém, há necessidade de maiores investimentos do que em modelos tradicionais de mesmo porte de empresas.

c. ( ) O CE expande o mercado, uma vez que com menor quantidade de investimentos e diminuição de custos, uma empresa pode obter mais clientes apenas em nível regional, uma vez que, ao abrir o mercado para mercados internacionais, deverá obter licença especial da câmara de comércio do país no qual pretende negociar.

d. ( ) O CE retrai o mercado, uma vez que por se tratar de comércio eletrônico (CE), a comercialização de produtos e serviços se restringe às pessoas físicas e jurídicas que tenham acesso a redes de computadores conectados à internet.

2) Vimos nesta unidade algumas dicas de sucesso para empresas interessadas em adotar o Comércio Eletrônico como plataforma de negociação para produtos ou serviços. Um dos itens apontados por Dailton Felipini (2010a), diz respeito a escolher muito bem o nicho de mercado em que se pretende atuar. Explique por que o autor relaciona esse item com tal ênfase.

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Unidade 8

Saiba mais

Se você quiser se inteirar de forma mais aprofundada sobre o Comércio Eletrônico (EC), sugiro um livro de fácil leitura e que apresenta dados bastante completos em relação ao assunto:

TURBAN, Efraim; KING, David. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

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Para concluir o estudo

Parabéns! Você chegou ao final de mais uma etapa de estudo.

Ao escrever o conteúdo desta disciplina, minha intenção é a de colocá-lo em contato com uma das atividades que mais cresce no mundo. Alertá-lo para uma mudança de cultura em relação ao emprego tradicional. Ao longo das unidades, você pôde verificar que o trabalho, na forma tradicional, aquele com carteira assinada, vem dando lugar a outras formas de contratação como, por exemplo, o trabalho autônomo ou por tempo determinado. Esse fato pode ser encarado como um problema ou oportunidade, é você quem decide. Mas, como tudo na vida, é necessário um mínimo de preparo para enfrentar novos desafios: conhecer a si mesmo, as atividades inerentes ao empreendedor, às competências necessárias à execução dessa atividade e, principalmente, uma atitude pró-ativa em relação a todos os obstáculos encontrados no caminho.

Além disso, vimos que constituir uma empresa é uma tarefa de grande responsabilidade, que envolve muita pesquisa e um planejamento estratégico para enfrentar as forças de mercado. Vimos também que para minimizar os riscos de implantação de um empreendimento, a forma mais acertada é descrever passo a passo a ideia de negócio por meio do Plano de Negócio.

Você, que chegou até aqui, já é um vencedor e está muito à frente de milhões de pessoas que ainda não acordaram para a necessidade de estudar, ou simplesmente não tiveram oportunidade de ampliar suas competências.

Acredite em um ser maior que o acompanha, mas principalmente em você que tem o poder de decidir como quer que seja o seu futuro.

Desejo-lhe grande sucesso!

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Análise SWOT: reside na avaliação da posição competitiva de uma empresa, com base em quatro variáveis: pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças. As duas primeiras variáveis dizem respeito à empresa, enquanto que as duas últimas ao meio envolvente.

Autoconfiança: confiança em si próprio.

Automação: conjunto das técnicas e dos sistemas de produção fabril baseados em máquinas com capacidade de executar tarefas previamente executadas pelo homem e de controlar sequências de operações sem a intervenção humana; conjunto das técnicas e dos sistemas não fabris baseados em aparelhos programáveis, com capacidade de operar quase independentemente do controle humano (como acontece nos domínios das telecomunicações, da aeronáutica e da astronáutica).

Canal de distribuição: caminho percorrido pelo produto final da fábrica até o consumidor. A empresa pode optar por utilizar um ou vários canais de distribuição.

Ciclo de vida do produto: do ponto de vista industrial, as etapas anteriores à chegada do produto à linha de produção. Concepção, desenvolvimento, confecção de protótipos e teste. Em seguida, utilização do produto pelos clientes, descarte ou reciclagem. Do ponto de vista mercadológico, conceito que expressa a permanência de produto ou serviço no mercado. Essa permanência apresenta quatro fases: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Cada uma dessas fases determina a taxa de crescimento de vendas, a rentabilidade do produto ou serviço e o tipo de estratégia que deve ser adotada.

Competência: qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver determinado assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade. Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes formam a competência do indivíduo.

Comuna: administração de conselho; município; povoação que, na Idade Média, emancipava-se do feudalismo e tinha governo autônomo; subdivisão territorial em França.

Comunal: que se refere à comuna; comum; aquele que habita a comuna.

Glossário

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Comunicação persuasiva: trata-se da comunicação clara e objetiva capaz de convencer a outra parte da sua validade; Levar a crer ou a aceitar; decidir (a fazer alguma coisa); aconselhar; induzir; convencer; levar o convencimento ao ânimo de alguém; adquirir convicção; formar juízo; convicção. Ex.: “O professor reuniu-se no auditório com cerca de 20 alunos e após uma breve exposição dos fatos e esclarecimentos em relação à disciplina persuadiu-nos a aumentar a carga horária de estudos, inclusive aos sábados, para que possamos estar melhor preparados para o exame final.”

Demanda: volume total de um produto ou serviço que pode ser adquirido por um grupo definido de consumidores em uma área geográfica definida, durante um tempo definido, em um ambiente de mercado definido, sob dado nível de esforço de marketing.

Direito autoral: definidos e garantidos pela Constituição Federal, artigo 5º, parágrafo 27, e pela Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973, os direitos autorais dizem respeito à propriedade literária, científica e artística. É o direito exercido pelo autor ou por seus herdeiros e descendentes sobre suas obras, constando do direito exclusivo de utilização econômica dessas. De um modo geral, compreende os direitos de publicação, tradução, representação, adaptação, recitação, execução, radiodifusão e teledifusão. Ou seja, os direitos de reprodução (copyright) de uma obra. Em termos de utilização econômica, o direito autoral mantém-se enquanto viver o autor e pode ser negociado por qualquer meio legal. Morto o autor, passa aos seus herdeiros e sucessores (cônjuge, filhos ou pais), e perdura durante a vida destes. Caso não haja herdeiros ou descendentes até o segundo grau, a obra cai em domínio público, isto é, passa a pertencer a toda a humanidade. O prazo legal para usufruto da parte de sucessores é de 60 anos.

Empresas de capital de risco: empresa ou empresário que presta financiamento a outro empresário e desempenha papel ativo nas atividades da empresa, às vezes ocupando um cargo de diretoria.

Estagnação: condição de taxa mínima de crescimento, ou quando a taxa de crescimento é menor que a esperada; estado de estagnado, falta de movimento, paralisação.

Estático: relativo ao equilíbrio das forças; paralisado; imóvel; firme; em repouso.

Estratégia: conceito representativo da lógica de funcionamento de uma empresa. Determina os motivos da vantagem competitiva da empresa e suas competências centrais. É identificável no conjunto de políticas que concretizam os objetivos da empresa.

Feudal: relativo a feudo ou ao feudalismo; medieval.

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Empreendedorismo

Fluxo de caixa: Controle das entradas e saídas de recursos financeiros no caixa da empresa; (b) Forma de representação das receitas e despesas de um empreendimento.

Incubadora de empresa: Mecanismo que estimula a criação e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas industriais ou de prestação de serviços, empresas de base tecnológica ou de manufaturas leves, por meio da formação complementar do empreendedor em seus aspectos técnicos e gerenciais. Agente facilitador do processo de empresariamento e inovação tecnológica nas micro e pequenas empresas.

Know-how: Experiência técnica. Saber fazer. O termo é geralmente utilizado para referir-se a processos de fabricação não patenteada, mas que exige grande habilidade. Refere-se também a um conjunto de operações que demandam experiência específica.

Leste asiático: O Leste Asiático ou Pacífico Asiático (PA), que congrega, basicamente: Japão, Coreia, Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Malásia, Indonésia, Tailândia, Filipinas e China, é uma região que possui cerca de 1/3 da população mundial, 1/4 da renda e das exportações e 1/5 do estoque de investimento direto externo. Ao longo dos últimos trinta anos, seu crescimento foi superior ao dobro da média mundial. Neste período, suas economias passaram por um intenso processo de modernização produtiva. Suas sociedades colheram os frutos deste progresso material, na forma de uma sensível melhora nos padrões de vida. Nenhuma outra região do mundo, em nenhum outro momento da história recente foi capaz de alcançar tal sucesso em tão pouco tempo. Por conta disso, o Pacífico Asiático e, em especial, as economias em desenvolvimento que o compõem, sempre estiveram no centro das análises sobre o tema desenvolvimento.

Lucratividade: é o grau de rendimento proporcionado pelas receitas operacionais. Pode ser expresso em percentual de lucro em relação às vendas.

Lucro líquido: resultado que resta ao comerciante entre o valor que ele pagou na compra, mais todas as despesas que ele teve até a efetiva venda daquele bem.

Mercado-alvo: segmento escolhido por uma empresa para comercializar o seu ou os seus produtos/serviços.

Missão: definição do propósito da organização. Aquilo que a organização deseja realizar no ambiente no qual está inserida. “Missão é a razão de ser de uma organização”. Deve exprimir sua vocação, a natureza de suas atividades, explicitando seu campo de ação e considerando os horizontes sob os quais ela atua ou deverá atuar.

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Nicho de mercado: campo de atividade econômica não explorado suficientemente pelo mercado. Pode caracterizar um ramo diversificado de atividade cujo mercado consumidor ainda não tenha sido sistemática e economicamente explorado. No cenário internacional, o Brasil e mais sessenta países são membros da Convenção Universal de Copyright, assinada em Genebra, Suíça, em 1952. Qualquer autor pode obter proteção de seus direitos autorais, em qualquer país signatário da convenção, publicando suas obras num dos países-membros, desde que faça a notificação exigida. Cada país fica assim, obrigado a proteger a obra alheia segundo os dispositivos de sua própria lei nacional.

Objetivos: definições do que a empresa deve realizar nas principais áreas, num período específico de tempo. São regras de decisão que habilitam a administração a orientar e medir o desempenho da empresa no sentido da consecução dos seus propósitos.

Oportunidades e ameaças: Verifique análise Swot.

Patente: título de propriedade temporária sobre invenção, modelo de utilidade ou desenho industrial, outorgado pelo Estado ao inventor, autor, pessoa física ou jurídica detentora de direitos sobre a criação. A patente confere ao seu titular uma situação legal, pela qual a invenção patenteada pode ser explorada (fabricada, importada, vendida e usada), com autorização do titular.

Pesquisa e desenvolvimento (P&D): investigação criativa e sistemática que objetiva ampliar e reaplicar o conhecimento. Na sua etapa mais importante, P&D envolve a construção e o ensaio de protótipo.

Planejamento estratégico: é o planejamento capaz de gerar condições para que a empresa possa decidir com rapidez frente às situações ambientais de oportunidades e ameaças, permitindo-lhe obter vantagens competitivas em relação ao ambiente competitivo em que atuam. Segundo Porter, “Planejar estrategicamente produtos e serviços significa estabelecer condições que criem barreiras competitivas duráveis”.

Pontos fortes e fracos: verifique análise swot.

Produto: todas as coisas destinadas a serem notadas, adquiridas, consumidas, e susceptíveis de satisfazerem uma necessidade. O produto pode ser definido por um conjunto de características técnicas (forma, preço, cor ....). O produto também é visto diferente, consoante as características psicológicas e sociológicas próprias de cada indivíduo (consumidor, comprador). Como primeira variável da política comercial e componente do marketing-mix, o produto implica uma política específica. Esta terá a ver com a procura, a concepção, as técnicas de fabrico, o condicionamento, a marca, a certificação, se lhe foi atribuída alguma, e o serviço pós-venda.

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Empreendedorismo

Propriedade intelectual: toda espécie de propriedade que provenha de concepção ou produto da inteligência para exprimir um conjunto de direitos que competem ao intelectual (escritor, artista ou inventor) como autor de obra imaginada, elaborada ou inventada. No sentido lato, o poder irrestrito de autor ou criador sobre bem imaterial. Torna-se restrita, se condicionada a prerrogativas de tempo e espaço. O privilégio pode ser concedido nas categorias artística, técnica e científica.

Risco: componente de variabilidade inerente a um investimento. Quanto maior a variabilidade, maior o risco.

Sazonalidade: relativo à estação; próprio de, ou que se verifica em uma estação.

Segmento de mercado: conjunto de consumidores específicos de um determinado produto ou serviço.

Serviço: qualquer ato ou desempenho essencialmente intangível que uma parte pode oferecer a outra e que não resulte na posse de algo.

Setor: é a área na qual a empresa planeja penetrar e ganhar fatias de mercado, constituído-se em características demográficas, econômicas, legais, políticas, tecnológicas e culturais. O mercado, através de seus agentes (clientes, concorrência, fornecedores), estrutura-se e reage a elas. É preciso conhecê-las bem, uma vez que podem comprometer, favoravelmente ou não, as previsões e o planejamento do negócio. Daí ser importante mapear oportunidades e ameaças que podem surgir e influenciar o desempenho da empresa.

Terceirização: também conhecido por outsourcing, é a forma de transferir para outras empresas a realização de tarefas e/ou serviços, ou a fabricação de produtos de que uma empresa necessita

Viabilidade econômica: coleta e processamento de dados industriais, econômicos e mercadológicos para verificação do que aconteceria se o produto fosse criado e lançado a interesse do consumidor.

Visão: definir novos contextos faz parte do dia a dia do empreendedor. Seja definindo o lugar que este pretende ocupar no mercado ou o que fazer para atingir os objetivos. Filion (2000), denomina de processo visionário, que inicia com o máximo de conhecimento sobre o que já existe no setor e prossegue com a elaboração de diferentes cenários sobre o que será possível fazer na atividade escolhida.

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SZTAMFATER, Natan. E-commerce nas PME’s: o que fazer para não quebrar? E-commerce Brasil, 11 fev. 2011. Disponível em: <http://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/e-commerce-nas-pmes-o-que-fazer-para-nao-quebrar/>. Acesso em: 20 abr. 2011.

TURBAN, Efraim; KING, David. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

ZARIFIAN, Philippe. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001.

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Sobre o professor conteudista

Ingo Louis Hermann nasceu em Blumenau (SC), em 15 de maio de 1964. É Bacharel em Direito pela Universidade Regional de Blumenau – FURB, pós-graduado em Gestão Estratégica das Instituições de Ensino Superior, pela Fundação Dom Cabral, e mestre em Empreendedorismo pela Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, onde estudou a relação entre a formação dos empreendedores e as competências necessárias para o desenvolvimento dessa atividade. Na Unisul, desde 2002, leciona ou lecionou as disciplinas de Empreendedorismo, Criatividade e Inovação, Plano de Negócio e Elaboração e Análise de Projetos. Autor ou coautor de pelo menos três livros didáticos elaborados para a Unisul Virtual, coordenou: a) Pedra Digital - Pré-Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unisul – Campus Norte. b) Fundação de Apoio à Educação Pesquisa e Extensão da Unisul - FAEPESUL (Unidade da Grande Florianópolis). c) Programa de Gerenciamento das Relações com o Mercado da Unisul – Campus da Grande Florianóplis. Atualmente, além de lecionar regularmente em cursos de graduação e pós-graduação, é Gerente Administrativo e Financeiro do Campus Universitário da Unisul na Grande Florianópolis. Por último, mas não menos importante, presta consultoria em planejamento estratégico para empresas públicas e privadas.

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Respostas e comentários das atividades de autoavaliação

Unidade 1

1) Sim.

Criatividade – é ligação e a organização de conhecimentos na mente de pessoas que se pensam de forma flexível, de modo a gerar ideias inovadoras e surpreendentes, que possam ser julgadas úteis por terceiros.

Inovação – é a primeira implementação prática e concreta de uma ideia criativa, de tal forma que justifique um reconhecimento extrínseco ao indivíduo ou organização.

2) A formação de pessoas com olhar inovador e criativo é de fundamental importância, tanto para abrir o próprio negócio quanto para trabalhar em empresas, de forma a enfrentar as adversidades impostas pelo mercado.

Comentário: As organizações de forma geral passam por um momento de grande turbulência; a concorrência é cada vez mais acirrada; a necessidade de inovação e a procura incessante pela diminuição de custos exige um repensar dos processos produtivos e, consequentemente, da manutenção de recursos humanos. No mundo, muitos postos de trabalhos simplesmente deixaram de existir e outros foram substituídos por máquinas.

3) Empregos, novos segmentos de mercado, aumento da produção de bens e serviços e dinamismo na economia das comunidades onde se encontram.

Comentário: Até o início da década de 90 verificava-se a existência de grandes empresas e influência do estado. A partir daí, as micro e pequenas empresas começaram a tomar conta do cenário, sendo que, atualmente no Brasil, são responsáveis por mais de 90% das contratações da força de trabalho. Isso é uma tendência mundial. Quando uma grande

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empresa se instala traz consigo um número muito grande de outras pequenas empresas, que irão suprir com matérias primas necessárias à linha de produção da primeira. Naturalmente, os benefícios para a sociedade são grandes, uma vez que há necessidade de contratação de mão de obra local, e os salários advindos desse trabalho são injetados na economia local.

4) Os empreendedores tiram da própria experiência profissional a motivação, ideias, habilidade empresarial e os contatos profissionais para dar sustentação à criação de seus empreendimentos.

Comentário: Iniciar o próprio negócio é uma tarefa que exige muito trabalho, cuidado e percepção. Não havendo experiência, o trabalho do empreendedor torna-se ainda mais difícil. Isso não quer dizer que não se possa iniciar um empreendimento em uma atividade totalmente nova, mas os empresários são unânimes em dizer que a experiência prévia, muitas vezes, durante a vida da empresa foi essencial para a continuidade do negócio.

5) Há um número significativo de empresas estabelecidas no mercado, as quais sabidamente têm grande sucesso, e seus dirigentes possuem uma baixa escolaridade. Porém, a pesquisa demonstra que esses mesmos empresários consideram que seria mais fácil administrar o empreendimento se tivessem melhor formação.

Comentário: o estudo não garante que o empreendedor terá sucesso, porém, vivemos na era da tecnologia de informação, o que exige atualização constante, independentemente do setor no qual se pretende atuar.

Unidade 2

1) Um dos principais atributos do empreendedor é identificar oportunidades e buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo. O empreendedor de sucesso é aquele que não se cansa de observar, procurando novas oportunidades, seja no caminho de casa, no ônibus, nas conversas com os amigos, nos contatos familiares, nas compras, lendo jornais ou revistas.

O que conta não é ser o primeiro a pensar e ter uma ideia revolucionária, mas sim o primeiro a identificar uma necessidade de mercado e saber como atendê-la, antes que outros o façam. Uma ideia isolada não tem valor se não for transformada em algo viável de implementar, visando a atender a um público-alvo que faz parte de um nicho de mercado mal explorado. Isso é identificar uma oportunidade.

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2) (a) desejo de realização pessoal, (b) contribuição à sociedade, (c) lucro, d) independência, e) estilo de vida prazeroso. O lucro não aparece em 1° lugar porque o empreendedor considera que ganhar dinheiro é a consequência do trabalho bem feito. Normalmente, o desejo de realização profissional e independência aparecem em primeiro lugar.

Comentário: o empreendedor tem consciência de que iniciar um novo negócio normalmente leva tempo para apresentar retorno, a pesquisa demonstra que ele é um indivíduo que quer estabelecer suas próprias regras em relação ao trabalho e como esse deve ser executado. Ele busca melhorias em processos, produtos e serviços, provando para si mesmo e, consequentemente, para a sociedade, que é possível mudar e melhorar o que vem sendo feito. O prêmio por essa iniciativa é o tão almejado lucro.

3) Muito trabalho, energia emocional e a possibilidade de fracasso.

Comentário: especialmente nos primeiros anos, o empreendedor trabalha muito mais do que se estivesse empregado em alguma empresa. Esse trabalho se reflete também na família, que deveria apoiá-lo, o que nem sempre acontece, cabendo somente ao empreendedor a continuidade do processo já iniciado. A possibilidade de fracasso também é uma constante, justamente porque o mercado é extremamente dinâmico, exigindo do empreendedor adaptações frequentes.

4) os benefícios são:

a. Absorção da mão de obra que a cada ano ingressa no mercado de trabalho.

b. Apesar dos números indicarem uma queda na taxa de desemprego do país, nos últimos anos, ainda não conseguimos gerar vagas de trabalho em número suficiente para o contingente de pessoas que a cada ano ingressa no mercado e trabalho. Motivo pelo qual, a constituição de novos empreendimentos passa a ser uma opção para a geração e ampliação na oferta de vagas de trabalho.

c. O setor de serviços cresce no Brasil e no mundo, passando a ser uma oportunidade para novos negócios ainda não explorados.

d. A prestação de serviços toma vulto nesse novo milênio e parece não haver limites para a criatividade, residem aí novas oportunidades de negócio com base na criatividade e que podem contribuir significativamente com a geração de trabalho e renda.

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Comentário: Apesar dos números indicarem queda no índice de desemprego no país, a quantidade de pessoas que a cada ano ingressa no mercado de trabalho é superior à oferta de vagas. A geração de novos empreendimentos fortalece a possibilidade de novas vagas de trabalho, além de contribuir com propostas inovadoras no segmento de serviços, em ampliação não apenas no Brasil, mas abrindo novas possibilidades no mundo, na esteira de novidades embaladas pela internet, como pode ser observado na proposta do Peixe Urbano http://www.peixeurbano.com.br

5) Toda empresa coloca seus produtos e serviços no mercado, visando ao retorno financeiro e, por isso, vender torna-se essencial. Além disso, o empreendedor não vende apenas o que produz, mas a própria empresa e seus ideais.

Comentário: O empreendedor pode até contratar uma equipe de vendas para fazer o trabalho, mas terá que estar convencido de que o que produz é vendável para promover ele próprio a venda e motivar a equipe. Ou seja, o trabalho de venda é essencial. Além disso, o empreendedor não vende apenas o que produz, mas também a missão da sua empresa, a sua ideia de negócio etc. Precisa atuar como um líder, persuadindo sócios, fornecedores, clientes, funcionários etc.; é um trabalho de venda e de convencimento constante.

6) Independência, líder visionário, flexibilidade, incentivo ao trabalho em equipe, persistência.

Comentário: Ainda que o intraempreendedor ou empreendedor corporativo não seja totalmente autônomo em sua atividade, precisa de espaço dentro da empresa para criar e ser independente. É também um líder visionário no sentido de que, ao criar algo novo, precisa “vender”essa ideia aos demais integrantes do grupo de trabalho, incentivando, com isso, o trabalho e as decisões da equipe, para juntos alcançarem o sucesso. Nessa empreitada, naturalmente precisa agir com cautela e flexibilidade, sem a imposição de ideias. A persistência é uma característica essencial, uma vez que toda nova ideia encontra resistências, até que efetivamente seja implementada.

Unidade 3

1) Ambiente familiar, idade, histórico profissional

Comentário: a importância do histórico profissional nesse processo se deve à experiência adquirida em atividades profissionais anteriores, seja como empregado ou até mesmo como empresário. A experiência anterior sugere que o indivíduo tenha realizado diversas atividades e aprendido

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até mesmo com os erros que possivelmente poderão ser evitados no novo empreendimento. Além disso, é grande o leque de habilidades e conhecimentos necessários para implementar um empreendimento e, nos primeiros tempos da nova empresa, o empreendedor terá que assumir pessoalmente a realização dessas tarefas.

2) Os elementos que compõem a competência são: conhecimentos, habilidades e atitudes, e os conhecimentos técnicos relacionados ao negócio referem-se à tecnologia envolvida no desenvolvimento do produto ou prestação de serviço, e aos processos que possibilitam o controle de qualidade no desenvolvimento do produto ou prestação de serviço.

3) Comunicação clara e objetiva, capaz de convencer a outra parte de sua validade; levar a crer ou a aceitar; decidir, aconselhar, induzir, convencer.

Unidade 4

1) É um conjunto de pessoas com as quais se mantém contato. De forma mais técnica, pode-se dizer que são sistemas organizados, capazes de reunir indivíduos e instituições de forma democrática e participativa em torno de objetivos comuns.

Comentário: Você pode formar uma rede de relacionamento em sua sala de aula, com seus familiares, com seus amigos, na igreja, no clube, no trabalho etc. De qualquer forma, é importante que você não perca a chance de conhecer pessoas e registrar nomes, endereços, telefones, e-mails e, principalmente, o que elas fazem e de que forma podem contribuir com eventuais necessidades que você tenha. Empreendedores vivem conhecendo pessoas e trocando informações para criar oportunidades de negócio.

Unidade 5

1) Não, nem toda ideia é uma oportunidade. Para que uma ideia se transforme em uma oportunidade precisa ser testada e verificada a viabilidade do empreendimento, considerando-se aspectos técnicos, físicos, financeiros e, principalmente, de mercado.

Comentário: A ideia, em princípio, pode ser brilhante, porém, muita pesquisa deve ser feita antes de ser colocada em prática. Uma das formas de testar a ideia de negócio é por meio do Plano de Negócio. Nele são delineadas todas as necessidades do empreendimento e as possibilidades de retorno, inclusive determinando o prazo. Não há garantia de sucesso ao se fazer o Plano de Negócio, porém, minimizam-se os riscos.

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2) Alguns fatores que podem ser citados são: acomodação, miopia, imediatismo, insegurança, pessimismo, timidez, prudência, desânimo, dispersão.

3) Estágio de ideia, estágio de conceito, estágio de desenvolvimento do produto, estágio de teste de marketing e comercialização e início do ciclo de vida do produto.

Comentário: Devem-se identificar ideias promissoras de novos produtos, e aquelas consideradas impraticáveis devem ser eliminadas, permitindo a máxima utilização de recursos da empresa.

4) Creio que os sonhos de hoje podem não ser os mesmos de amanhã, pois o convívio social, profissional, o amadurecimento de cada indivíduo, naturalmente influi no que desejamos para o nosso futuro, porém, para responder à pergunta, hoje eu poderia citar 3 sonhos:

1. Obter o meu diploma universitário;

2. Estabelecer-me em minha área de formação;

3. Adquirir a casa própria.

Unidade 6

1) A sociedade mais comum é a sociedade limitada, aquela em que a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

Comentário: o capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. A sociedade será gerenciada por uma ou mais pessoas (sócios ou não), designadas no contrato social ou em ato separado, e o gerente passa a ser denominado administrador.

Espaço de tempo = 5 anos

Data presente Fim do 1º ano Fim do 3º ano

Fim do 2º ano

Obter o meu diploma universitário

Me estabelecer em minhaárea de formação Adquirir a casa própria

Fim do 4º ano

Data futura

Projetos de curto prazo Projetos de médio prazo Projetos de longo prazo

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2) Patente é uma concessão do governo para exploração comercial de uma invenção, em troca da revelação de seu funcionamento. A licença do direito de uso da invenção por outro gera o pagamento de uma taxa pelo uso denominada de royaltie.

Comentário: a patente de uma invenção protege e permite ao seu inventor o direito de cobrança dos royalties, assim como incentiva para que novas criações sejam desenvolvidas, contribuindo com o desenvolvimento econômico e social. No Brasil, infelizmente, ainda não há uma cultura disseminada em relação ao registro de patentes.

3) A marca identifica produtos ou serviços de uma empresa e os distingue de outros iguais ou semelhantes de outra empresa. É uma ferramenta que determina diferencial de mercado, uma vez que identifica a origem do produto, evitando que terceiros peguem carona no sucesso comercial de empresas que investem no produto, qualidade, pesquisas etc.

Comentário: Os produtos e serviços estão cada vez mais iguais em qualidade e preço. A diferença, muitas vezes, reside na forma como se presta o serviço e também numa marca forte e reconhecida pelos consumidores.

4) Trata-se da garantia sobre o direito moral e patrimonial dada ao autor sobre a autoria e criação de uma obra.

Comentário: cabe ao autor da obra o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor de obra literária, artística ou científica. Só com a autorização do autor, um terceiro pode utilizar a obra, parcialmente ou na íntegra.

Unidade 7

1) É um documento de caráter confidencial preparado pela administração da empresa, contendo descrição detalhada do passado, presente e futuro da organização. É geralmente utilizado para atrair investimentos, conseguir empréstimos ou financiamentos, promover controle interno de integração e envolvimento do pessoal.

Comentário: O Plano de Negócio é um documento que faz a radiografia de onde o empreendimento está e para onde quer ir. São analisados diversos pontos relacionados à empresa como, por exemplo: o corpo administrativo, as competências de cada pessoa envolvida nos cargos-chave, as forças de mercado e sua influência sobre o negócio, o produto, suas características e as principais estratégias que irão nortear a empresa na busca de seu sucesso.

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2) Mercado alvo é o conjunto de clientes dentro de um universo maior que pode ter interesse na aquisição do produto/serviço da empresa, e o potencial refere-se ao número/quantidade de clientes com capacidade financeira para adquirir os produtos/serviços oferecidos à venda.

Comentário: determinar o potencial do mercado-alvo nem sempre é tarefa fácil de ser realizada. Porém, é imprescindível que se faça um estudo desses números para determinar a quantidade de produto/serviço a ser produzida pela empresa, onde estão os clientes, qual a política de distribuição que será adotada etc.

3) É por meio dessa ferramenta que a empresa consegue planejar e decidir o futuro, tendo como base o passado, sua situação atual em relação ao mercado, clientes e concorrência e as competências instaladas.

Comentário: Com o Plano de Negócio a empresa consegue planejar seu futuro e minimizar riscos, identificar pontos fortes e fracos bem como as oportunidades e ameaças e, assim, definir estratégias de ação para levar a empresa ao sucesso.

4) Nesta unidade, você pôde identificar pelo menos 9 regras apontadas pela empresa de capital de risco Stratus.com, três delas são citadas a seguir:

a. Direto e objetivo, em bom português, sem vícios de linguagem, erros de grafia, acentuação ou frases mal elaboradas e de difícil compreensão.

b. Sem parágrafos longos e muito descritivos.

c. Participação direta e intensiva do empreendedor, pois quanto maior for o envolvimento do empreendedor, maiores as chances de sucesso.

5) Ele deve ser composto por uma estrutura mínima que permita o entendimento sobre o negócio que se pretende implementar, considerando-se como a empresa está ou será organizada, objetivos, produtos/serviços, mercado, estratégia de marketing e plano financeiro. Não há uma estrutura mais adequada, mas um plano escrito para atender à necessidade de quem irá analisá-lo.

Comentário: o Plano de Negócio deve ser escrito considerando também para quem será apresentado. Isso porque, muitas vezes, ele é escrito e apresentado para investidores que ajudarão o empreendedor a implementar o empreendimento. Assim, se o plano de negócio for apresentado para um banco, as atenções do gerente estarão voltadas para a análise financeira, se for um parceiro, provavelmente focará atenção na análise de mercado e oportunidades de lucro, e assim por diante.

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6) Um Plano de Negócio (PN) pode fracassar, considerando, por exemplo, os seguintes motivos:

Falta de conhecimento dos empreendedores – desenvolver um Plano de Negócio em uma área totalmente nova para os empreendedores requer muito cuidado, pois a experiência e a competência na área escolhida podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. O Plano de Negócio deve refletir a realidade do empreendimento e o caminho para o sucesso, considerando os vários aspectos que o empreendimento exige. Por isso, se o empreendedor não estiver inteirado de todos os detalhes do empreendimento que pretende estabelecer, no desenvolvimento do Plano de Negócio deve se cercar de pessoas que possam contribuir de forma efetiva em todos os passos do desenvolvimento do plano.

Falta de objetividade e redação adequada – o empreendedor deve se colocar na posição de analista e crítico da proposta a ser implementada. Imagine que o PN, além de nortear a gestão do empreendedor, também deve permitir às agências de fomento, aos bancos, aos fornecedores, aos investidores etc., a compreensão clara e inequívoca do que se pretende com o negócio e quais os resultados esperados após os investimentos e determinado prazo. Se o PN não for objetivo e não estiver adequadamente redigido, certamente deixará margem à dúvida e, por consequência, não atingirá seus objetivos, ou seja, convencer as outras partes sobre o investimento.

Dados e informações coerentes – o PN deve traduzir fielmente a situação atual do empreendimento e aonde se quer chegar em determinado prazo. Se as informações e dados prestados no PN não permitirem uma leitura clara e real, especialmente sobre os números que foram levantados, mais uma vez ele estará em risco.

Unidade 8

1)

a. A resposta correta é a letra “a” de acordo com definição da unidade.

b. A letra “b” está errada, pois menciona a necessidade de maiores investimentos, o que contraria o conceito estabelecido na unidade.

c. A letra “c” está errada, pois restringe o comércio em nível regional e ainda impõe a necessidade de uma autorização para o comércio global a uma câmara de comércio, o que não se justifica.

d. A letra “d” está errada, pois não há uma retração do mercado com a adoção do EC, pelo contrário o EC é uma modalidade de negócio complementar a um processo de comercialização da empresa, já existente.

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2) Se a empresa tem um bom produto ou serviço, para o qual existe uma demanda representativa, o crescimento das vendas tende a ser natural, uma vez que os clientes irão divulgá-lo de forma positiva a outros consumidores potencialmente interessados, que por sua vez também irão trazer novos clientes.

Essa é uma das características do e-commerce, a recomendação de um site de negócios para amigos, familiares etc. Quem nunca viu em um site de negócios um link com a indicação “recomende a um amigo”? É um meio gratuito de se promover o negócio, tendo como referência clientes bem atendidos. A grande questão que se coloca é o que os clientes estão interessados em comprar? Como querem comprar? Em que aspectos não estão sendo atendidos a contento? Esse é o nicho de mercado apontado pelo autor e que pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso de um negócio no e-commerce.

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