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EMPRESAS DE ENERGIA: A EDUCAÇÃO COMO CAMINHO PARA A
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
Rita Andrade Quadros Penalva
(Mestrado Profissional em Sistemas de Gestão, Latec, UFF) [email protected]
Osvaldo Luis Gonçalves Quelhas, D.Sc. (UFF)
Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar algumas das iniciativas
educacionais na área de responsabilidade social corporativa
desenvolvidas por grandes empresas da área de energia. Trata-se de
um recorte da dissertação da autora que apresenta um estudo de caso,
de teor documental, analisando indústrias de energia e sua estratégia
empresarial baseada na responsabilidade socioambiental.
Acrescentou-se a análise comparativa das ações relativas à
capacitação da força de trabalho, por entender-se a importância da
educação para construção do saber social, no âmbito empresarial.
Por saber social tomou-se o conceito de Bernardo Toro (2005, p.98)
que é: “o conjunto de conhecimentos, procedimentos, práticas,
destrezas e critérios valorativos que um grupo humano ou uma
sociedade julgam válido para se relacionar com o ambiente, para viver
e se projetar”. Parte do princípio de que as empresas têm atualmente
um papel preponderante no enfrentamento das questões sociais devido
a sua capacidade de inovação constante no contexto da concorrência
empresarial e em função da posição que ocupam no mundo
globalizado.
Palavras-chaves: Responsabilidade Social Corporativa; Energia;
Educação
31 de Julho a 02 de Agosto de 2008
IV CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
Responsabilidade Socioambiental das Organizações Brasileiras Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho, 01 e 02 de agosto de 2008
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1. INTRODUÇÃO
Cresce no ser humano um sentimento de urgência diante de um quadro avassalador de
fenômenos que atingem a sociedade, em escala mundial, relacionados a mudanças climáticas,
saúde pública, energia, pandemias, produção de alimentos, distribuição de renda,
discriminação e desigualdade racial, precariedade dos sistemas de infra-estrutura, corrupção e
falta de ética, violência e tráfico, desemprego, qualidade da educação básica, escassez e
poluição da água, entre outros.
Verifica-se, em decorrência, um esgarçamento do tecido social, com quadro de
elevada desigualdade social, depreciação dos salários, precarização dos contratos de trabalho,
concentração de riqueza e a grave questão do desemprego, conseqüente ao uso de sofisticadas
tecnologias produtivas. E, o que é pior, quadro que apresenta muitas limitações para ser
revertido, tais como: carência de capitais para investimentos, insegurança, política social e
econômica dos países periféricos, deficiência tecnológica, elevado índice de analfabetismo.
Percebe-se a necessidade de um novo padrão de desenvolvimento, em que se articule
padrão igualmente novo de relações internacionais de modo a enfrentar-se o agravamento dos
problemas sociais.
Sabe-se que o enfrentamento das questões sociais é tarefa de todos. O empresário não
pode isolar-se ou camuflar sua real participação atrás do marketing social. O Estado precisa
olhar para suas estruturas centralizadas e para a implementação de projetos de integração
nacional. Por sua vez, o acadêmico, deve trazer o pensamento crítico. Espera-se do Estado a
assunção do papel de articulador da ação coletiva de todos os atores sociais.
Entretanto, estudos sugerem que as empresas têm atualmente um papel preponderante
no enfrentamento das questões sociais devido a sua capacidade de inovação constante no
contexto da concorrência empresarial e em função da posição que ocupam no mundo
globalizado.
Na perspectiva empresarial, a empresa, no cenário de uma nova economia global,
sobressai como criadora de soluções inovadoras, dada sua capacidade de inovar
constantemente no âmbito da concorrência empresarial. Torna-se, portanto, de fundamental
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importância o aprofundamento da discussão da responsabilidade social corporativa em função
do papel de destaque das organizações empresariais na sociedade moderna e globalizada.
Segundo o Relatório Liderança Globalmente Responsável (2003, p. 7) “o faturamento
e a abrangência dessas empresas superam a de muitos governos nacionais e instituições
oficiais transnacionais. Mais do que isso, o efeito dos financiamentos amplamente disponíveis
que se seguiram à desregulamentação de muitos mercados financeiros, somado à velocidade e
ao alcance da tecnologia da informação atualmente disponível, significa que esse poder e
influência crescerão ainda mais”.
Para Phillipe de Woot (2007, p. ) “um crescimento econômico independente, que não
leve em consideração problemas éticos, políticos e sociais importantes, traz em si o risco de
evoluir em uma direção que esconde efeitos negativos inaceitáveis”. E acrescenta: “é preciso
enfrentar a verdadeira questão ética de nosso tempo: que tipo de mundo queremos construir
juntos, a partir das enormes reservas que dispomos: ciência e tecnologia, administração,
finanças etc”. Sua conclusão pondera que “se os atores corporativos não mudarem sua
mentalidade a filantropia não vai dar conta.”
Woot (2007, p. ) não propõe “mudança radical nos mecanismos do atual modelo
(mercado, concorrência, produtividade etc.), arriscando perder sua extraordinária
criatividade”. Ao contrário, sugere “ampliar seus propósitos para melhor definir seus valores e
convencer os líderes a participarem de uma transformação orgânica e ajustada”.
Mark Drewell (2007) propõe três perguntas sobre os dilemas e desafios da
sustentabilidade: a) Quais são as questões-chave? b) Como as priorizamos (e se deveríamos
priorizá-las)? e, c) Qual o papel dos negócios? Chama atenção em seu artigo para três leis da
liderança globalmente responsável:
a) A lei do ambiente – o mundo natural não é um dos interessados (stackholders) em
nossos negócios, mas a fundamentação última das regras.
b) A lei da interconexão – tudo, em todos os lugares, está vinculado a um só sistema, e
todas as ações devem ser consideradas no contexto de seus efeitos sobre a totalidade desse
sistema;
c) A lei do engajamento – os líderes globalmente responsáveis devem estar engajados
na promoção das conseqüências das duas primeiras leis.
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A abordagem que predomina na maioria das principais empresas da atualidade é a da
mudança reativa, ou seja, a que engloba responsabilidade social corporativa, incluindo o pacto
global, o índice Dow Jones de Sustentabilidade. Apresenta-se a necessidade de liderança
proativa, com visão clara do futuro. Para tanto, a liderança deve, a partir do entendimento da
situação, identificar as alavancas de mudança e aplicar recursos e energia para acionar essas
alavancas. (DREWELL, 2007)
Para o Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz: “a globalização pode ser
reformulada e, quando isso acontecer, quando ela for gerenciada de maneira adequada e
imparcial, com todos os países tendo o direito de opinar sobre as políticas que os afetam, é
possível que ajudará a criar uma nova economia global, na qual o crescimento não seja apenas
mais sustentável e menos volátil, mas os frutos desse crescimento sejam compartilhados com
mais igualdade (STIGLITZ, 2000, p. 47, 49).”
2. O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA?
Para o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (2003) a prática da
responsabilidade social é uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que
a torna parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa socialmente
responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes
(acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, concorrentes,
comunidade, governo e meio ambiente) e consegue incorporá-los no planejamento de suas
atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou
proprietários.
É possível afirmar que responsabilidade social empresarial é o compromisso de uma empresa
com a preservação do meio ambiente, com a sociedade em que se insere, com o
desenvolvimento da comunidade em que atua, com a qualidade de vida dos clientes que
consomem seus produtos, com o bem-estar de seus empregados, com o retorno aos acionistas.
Em sentido amplo, é uma atitude, com a finalidade precípua de proporcionar o bem-estar à
sociedade mediante prestação de um serviço ou entrega de um produto, segundo princípios
éticos e consistente com o desenvolvimento sustentável.
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Torna-se imperativo que prevaleça o conceito de transparência, que inclui ampla gama de
questões: no nível micro, problemas causados pelo suborno e pela corrupção, fontes e uso de
recursos financeiros, impactos ambientais e sociais de operações e produtos; no nível macro,
questões referentes à governança e aos papéis e responsabilidades de atores societários, com
efeito corrosivo sobre a democracia, o desenvolvimento, o estado de direito e a atividade
econômica. Transparência e combate à corrupção é princípio que se aplica a entidades em
todas as áreas, incluídos governos, organizações de trabalhadores, organizações da sociedade
civil e empresas.
3. 3. ESTUDO DE CASO: AÇÕES EDUCACIONAIS NA INDÚSTRIA
DE ENERGIA
Utilizando-se um estudo de caso, de teor documental, analisando indústrias de petróleo e
gás e sua estratégia empresarial baseada na responsabilidade socioambiental, fez-se um
recorte das principais ações educacionais na área de responsabilidade social em cinco grandes
empresas da indústria de petróleo e gás - Petrobras, Royal Dutch Shell, Chevron, Exxon e
Total - a partir de seus balanços sociais de 2006, conforme a seguir:
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PETROBRAS
A Petrobras tem como práticas o desenvolvimento das pessoas, através de Universidade
Corporativa e outras ações junto às Universidades nacionais e internacionais objetivando a
formação e o desenvolvimento de seus empregados. Segundo Caldas (2005: 10), a formação
de recursos humanos no Brasil para a atividade de petróleo é anterior à existência da
Petrobras. Antes mesmo da criação da empresa, os integrantes do Conselho Nacional do
Petróleo – CNP – começaram a pensar nas condições para os primeiros cursos de formação de
profissionais especializados no Brasil.
A capacitação na área de responsabilidade social teve início em 2003 priorizando-se como
público-alvo os profissionais que atuavam como gestores sociais no desenvolvimento de
projetos junto aos diversos públicos de interesse da companhia, principalmente da área de
Comunicação Social, Recursos Humanos e de SMS – Segurança, Meio Ambiente e
Segurança.
A Petrobras realiza anualmente investimentos em segurança operacional e ambiental, em
projetos oriundos de comunidades onde exerce suas atividades e em inúmeras iniciativas que
revertem em benefício da sociedade em geral.
Paralelamente à busca de patamares cada vez mais elevados de competitividade e
rentabilidade, a organização estudada adota princípios da responsabilidade social, traduzidos
em missão e visão empresarial.
Sabe-se, entretanto, que diante da complexidade do mundo contemporâneo, o novo ambiente
de negócios por si só requer uma ampliação conceitual sobre responsabilidade social e uma
conseqüente correlação com sua prática cotidiana.
Implementando as ações educacionais, a Universidade Petrobras assume convênios com
Universidades e centros de pesquisa nacionais e internacionais. Dois programas sobressaem
desta modelo de parceria: o projeto de Responsabilidade Social e Terceiro Setor junto a
Universidade Federal do Rio de Janeiro, e o curso Gestão Social e Desenvolvimento junto a
Universidade Federal da Bahia, ambos no nível de especialização, com uma carga horária de
360 e 400 horas, respectivamente.
Desse esforço inicial , os próprios alunos, conhecedores de sua realidade de trabalho
demandaram muitos outros treinamentos, o que impulsionou novos conhecimentos na área,
conforme tabela 1.
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A empresa estudo de caso ofereceu também como curso de aperfeiçoamento diversos cursos
para sensibilização sobre o tema. Em 2006, a Universidade Petrobras (UP) contou com 2.843
empregados em treinamento na área de responsabilidade social e ambiental, o que representa
o total de 111.659 homens-horas trabalhadas (HHT).
Durante o ano, a Universidade Petrobras desenvolveu:
- 56 turmas de Princípios e Conceitos (Introdução à Responsabilidade Social e Ambiental);
- 12 turmas de Certificações e Ferramentas (AS 8000, AA1000, Auditoria Social, Balanço
Social, GRI, Indicadores e Ferramentas Ethos, NBR 1601);
- 11 turmas de Relacionamento com as Comunidades;
- 30 seminários, conclaves e projetos especiais;
- uma turma de Desenvolvimento Humano Sustentável;
- cinco turmas de Voluntariado: Ética, RSA e Diretrizes do Voluntariado Petrobras;
- três turmas de pós-graduação (Mestrado em Sistema de Gestão com foco em RSA,
Especialização em Responsabilidade Social e Terceiro Setor, Especialização em Gestão do
Desenvolvimento e Responsabilidade Social).
No sentido de criar e disseminar cultura social e ambientalmente responsável, a Petrobras deu
início, em 2006, ao Projeto de Capacitação Gerencial em Responsabilidade Social
Empresarial. O objetivo da iniciativa é incorporar em seu quadro de gerentes valores e
práticas da responsabilidade social e ambiental alinhados à gestão empresarial. O projeto,
realizado mediante convênio com o Uniethos – instituição vinculada ao Instituto Ethos que
tem foco na educação para a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável, busca
apresentar os principais fundamentos da RSA, seus impactos no setor de energia e suas
implicações no desempenho da companhia em relação a riscos e oportunidades. A capacitação
incluiu o Conselho de Administração, a Diretoria Executiva e o Comitê de Gestão de
Responsabilidade Social e Ambiental.
Outro convênio firmado para a capacitação de lideranças foi realizado com a European
Foundation for Management Development – EFMD, entidade com sede em Bruxelas que
reúne mais de 600 organizações membros em todo o mundo.
Oferece também treinamentos e seminários para público interno com o objetivo de promover
a conscientização e o respeito à diversidade. Em setembro, sua Ouvidoria Geral realizou o
seminário “Ambientes Corporativos e Eqüidade de Gênero: Novas Formas de Gestão e
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Relacionamento para o Século XXI”, com o objetivo de disseminar no âmbito empresarial
conteúdos relacionados à promoção da eqüidade de gênero e suas implicações positivas no
ambiente de trabalho.
SHELL
O Grupo Shell atua em 140 países e possui 109 mil funcionários. Com a mudança de
governança do grupo, formou-se nova empresa, a Royal Dutch Shell PLC, a partir da
unificação das Companhias Shell Transporte and Trading e Royal Ducht Shell. Em função
disso e para atender a expectativa da sociedade em relação às áreas social, corporativa e
ambiental, os princípios empresariais do Grupo Shell foram aprimorados. Alguns pontos
ganharam ênfase, entre eles:
• A companhia reafirma seus valores centrais de honestidade, integridade e respeito
pelas pessoas e seu compromisso com o desenvolvimento sustentável.
• A Shell já cumpre e continuará cumprindo todas as leis e requerimentos regulatórios
dos países em que atua.
• Foram somados conceitos referentes à responsabilidade com os funcionários e à
diversidade.
• Reafirmou-se a necessidade de os parceiros de negócio seguirem princípios iguais ou
equivalentes aos da Shell.
• Mais clareza a respeito de pagamentos para fins de facilitação. Quaisquer práticas
dessa natureza serão consideradas propina ou corrupção.
• Comportamento da companhia com relação às comunidades do entorno das regiões
onde opera.
Para socializar os novos empregados nos valores empresariais, eles são convidados a
participar de uma série de sessões de treinamento e workshops que inclui cursos sobre os
princípios empresariais.
Em 2006, cerca de 10.000 empregados participaram dos cursos de desenvolvimento de
liderança, que abrangeram a totalidade da companhia. As questões de desenvolvimento
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sustentável foram integradas aos cursos, que são ministrados em conjunto com importantes
faculdades de negócios da Ásia, Europa e EUA.
O Projeto Academy, lançado em 2005, é programa de aprendizagem especializado que inclui
avaliação e suporte contínuos a gerentes de projeto para ajudá-los a formar habilidades,
aprender com a Shell e com peritos externos, e aplicar os padrões e enfoques da empresa. Em
2006 foi lançada a Commercial Academy (Academia Comercial), destinada ao pessoal da área
comercial.
A Shell possui Código de Conduta que define regras e padrões básicos que espera ver
adotados por seu pessoal, bem como o comportamento compatível. O código proporciona
orientação em mais de 20 áreas, da lei antitruste ao abuso de tóxicos. A mensagem do código
é "Se você está em dúvida, pergunte". Está em andamento um programa compulsório de
conscientização e treinamento online para garantir a plena e abrangente compreensão do
código, bem como seu seguimento.
Desde meados dos anos 90, a empresa mantém extensivo programa de treinamento destinado
a ajudar os empregados a cumprir as leis da concorrência, parte essencial do novo Código de
Conduta da Shell.
O Programa Global de Conformidade Antitruste foi reforçado. Qualquer pessoa que mantenha
contato com concorrentes, fornecedores ou clientes comerciais deve submeter-se ao
treinamento.
O programa premiado Hearts and Minds, introduzido na totalidade da companhia em 2004,
destaca a necessidade de os empregados impedirem qualquer comportamento inseguro no
momento em que o identifiquem. No ano seguinte, foram acrescentadas as três Regras de
Ouro de HSE para esclarecer as expectativas e fazer com que as pessoas se sintam mais
responsáveis pelo comportamento seguro, tanto por sua parte quanto pelo de seus colegas. As
Regras de Ouro são: "Você e eu devemos: cumprir a lei, as normas e os procedimentos;
intervir em situações inseguras ou atos de não conformidade; e respeitar os nossos vizinhos".
O programa tem meios de verificar se os mais de 20.000 empregados responsáveis por tarefas
que envolvem risco significativo de HSE, incluídos altos gerentes, têm o treinamento
necessário.
A conscientização do pessoal e o aprimoramento de suas habilidades relativas a direitos
humanos continuam sendo prioridades para a Shell, por isso foi feita junto com o instituto
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holandês, revisão dos esforços de treinamento em direitos humanos na Nigéria. Foram
treinados mais 500 operadores de campo na gestão de situações difíceis, como resposta a
conflito em comunidades locais.
CHEVRON
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Uma das maiores empresas de energia do mundo, localizada em San Ramon, Califórnia, é
composta de aproximadamente 56.000 empregados e atua em mais de 180 países. Sua
produção diária em 2006 foi de 2,67 milhões de barris, com 70% dessa produção fora dos
Estados Unidos. No tocante à responsabilidade social corporativa o programa é gerenciado
pelo sistema próprio já existente e revisado periodicamente para destacar novos assuntos e
priorizar os mais urgentes, tais como:
- integração continuada de responsabilidade corporativa nos seus negócios;
- desenvolvimento da estratégia global da força de trabalho;
- engajamento dos stackholders;
- saúde e segurança, incluindo Aids;
- engajamento da comunidade;
- direitos Humanos;
- mudanças climáticas, energia renovada;
- gerenciamento ambiental.
Diversidade Global
- Mulheres na força total de trabalho 21.5%
- Mulheres e homens não-brancos nos níveis executivos 21.4%
Nos Estados Unidos igualdade de oportunidades
- Minorias no total de empregados 32,2%
- Mulheres no total de empregados 28,3%
- Minorias entre oficiais e gerentes 27,4%
- Mulheres entre oficiais e gerentes 21%
- Minorias entre profissionais 26,1%
- Mulheres entre profissionais 30,7%
Tendo como metas a integração dos conhecimentos das áreas social, ambiental e econômica
em suas práticas e decisões, e o engajamento da comunidade em suas operações, a Chevron
oferece programas continuados de treinamento para seus funcionários mediante parcerias com
as melhores universidades, bem como em suas próprias instalações.
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Para a comunidade, a Chevron – que dá preferência total na contratação de fornecedores
locais e, principalmente, de minorias e mulheres – oferece programas profissionalizantes junto
com as escolas nos mais variados assuntos, tais como administração, melhores práticas,
avaliação de projetos, etc.
Em 2006, a Chevron lançou o programa Energy for Learning (Energia para Aprender)
iniciativa de três anos, com investimento de US$ 18 milhões, para dar suporte educacional
público a 23 distritos de Louisiana e Mississipi, áreas afetadas pelo furacão Katrina,
oferecendo material acadêmico, equipamento de laboratório e computadores.
Seus investimentos globais em Educação, em 2006, foram divididos em 47% na América do
Norte, 23% na África, 11% na Eurásia, 10% na Ásia, 4% na América Latina, 4% no Meio
Leste e 1% na Europa, totalizando US$ 90,8 milhões, exclusivamente voltados para educação
e reestruturação das comunidades, seja na prática ou no fornecimento de materiais que
possibilitem essas práticas.
EXXON
Em 2006, tinha 82.000 empregados, sendo 51.700 não americanos e 14.000 cientistas e
engenheiros.
Diversidade Global
- Mulheres no total de empregados 24 %
- Mulheres - gerentes 12%
Nos Estados Unidos igualdade de oportunidades
- Minorias no total de empregados 32,2%
- Mulheres no total de empregados 31,63%
- Minorias entre oficiais e gerentes 19,6 %
- Mulheres entre oficiais e gerentes 18,5 %
- Minorias entre profissionais 20,1.1%
- Mulheres entre profissionais 28,7%
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Em seus 125 anos de história, a Exxon está comprometida com a criação positiva e duradoura
de desenvolvimento social baseado sempre em respeito e confiança, visando aumentar o
padrão de vida e a estabilidade das comunidades em que atua.
Uma de suas principais atuações nesse sentido é o suporte ao crescimento econômico e a
melhoria da qualidade de vida através do projeto “Conteúdo Nacional”, que investe em
educação e transparência de conhecimento profissionalizando e contratando direta e
indiretamente, através de fornecedores, mão-de-obra local.
A Exxon tem ainda o Programa de Suporte à Educação, visando a projetos em educação e ao
ensino da matemática por entender que são fundamentais para o crescimento de uma nação,
direcionando, em 2006, US$ 54 milhões para educação global, oferecendo apoio técnico,
prático, de material, pessoal e alianças na promoção de treinamento e capacitação local do
ensino médio ao terceiro grau.
Total . Opera em mais de 130 países, com 95.000 empregados ( 71% de homens e 29% de
mulheres) e é a quarta empresa de energia no ranking mundial.
Para seus empregados a Total oferece um projeto de treinamento e capacitação similar em
todas as suas unidades, o que lhes permite enriquecer e melhorar seus desempenhos
profissionais. Em 2006, a média foi de 46 dias de treinamento por empregado.
A empresa reafirmou seu comprometimento com a promoção de igualdade de oportunidades
em 2006 anunciando um contrato com a France´s Business Charter por igualdade de
oportunidades em Educação. Patrocinado pelo governo essa iniciativa objetiva encorajar o
Ministério da Educação e as indústrias a trabalhar junto em prol dos estudantes em
desvantagens sociais no mundo competitivo.
A empresa concordou em participar de um programa piloto por 4 das maiores escolas na
região, ao norte de Paris. Essa iniciativa engloba práticas como tutoramento de estudantes do
ensino médio, aulas oferecidas pelos gerentes da Total; treinamento de professores, cursos
técnicos e programas profissionalizantes.
A Total adota ainda gestão internacional pela qual padroniza, ou pelo menos tenta,
padronizar todas as suas práticas sociais de acordo com as necessidades mais prementes das
comunidades em que atua.
Apresenta também programas de conscientização e encorajamento da responsabilidade social
para todos os seus funcionários, estendidos, porém, à comunidade. Esses programas devem
estar vinculados a associações e agir no âmbito pessoal capacitando profissionais e educando-
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os em seus horários livres. Em 2006, foram relacionados 55 projetos, quase 50% foram
localizados na África.
3.3. CONTEÚDO DE ENSINO
Partindo-se do princípio que a empresa precisa se apropriar dos conceitos sobre
responsabilidade social de modo a embasar seus programas sociais, duas questões
sobressaem: Existem fórmulas técnicas para determinar os conteúdos de ensino? Quando um
conteúdo é "valioso" e "apropriado"? Estas questões que norteiam a definição dos conteúdos
programáticos são fundamentadas no texto de J. Gimeno Sacristán (SACRISTÁN, 1998), na
tentativa de se estabelecer alguns paralelos com o esforço de construção dos conteúdos
programáticos para a capacitação em responsabilidade social empresarial:
Para Sacristán, um conteúdo passa a ser valioso e legítimo quando goza do aval social dos que
têm poder para determinar sua validade; por isso, a fonte do currículo é a cultura que emana
de uma sociedade. Sua seleção deve ser feita em função de critérios psicopedagógicos, mas é
preciso considerar antes de mais nada a que idéia de indivíduo e de sociedade servem.
Ressalta o autor alguns argumentos para apoiar o caráter social do proces¬so de seleção de
conteúdos, entre eles a relatividade histórica, descrito a seguir:
A relatividade histórica. Em cada lugar e momento se entendeu de forma diferente o que era
importante para ser transmitido. Cada sociedade, por meio dos mecanismos de que dispõe
para propor ou impor, selecionou um tipo de conhecimento como digno de ser propagado nas
escolas, menosprezou a importância de outros conteúdos e chegou, inclusive, a impedir o
acesso de alguns aos quais não se considera dignos ou apropriados para entrar no currículo. A
evolução dos valores sociais, a mudança de prioridades entre certos objetivos da educação, o
surgimento de novas exigências na economia, na cultura, etc., originam a valorização de
alguns conhecimentos mais do que outros, a valori¬zação de certas habilidades nos alunos /
as, o estímulo do desenvolvimento de uns aspectos do indivíduo sobre outros. Por que hoje
um componente do currículo da educação básica é a preocupação ecológica, ou por que se
aspira domi¬nar mais certos idiomas estrangeiros do que outros? Obviamente pela
consciên¬cia social que, neste momento, ressalta a deterioração do meio ambiente, no
primeiro caso, ou pela pressão por participar no mundo econômico, de serviços e na criação
do conhecimento no caso dos idiomas. O predomínio da ciência sobre as humanidades, o
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declínio das línguas clássicas, a ascensão de idiomas modernos dominantes na economia e na
comunicação entre os povos, a entrada da informática, uma certa relativização da importância
da retenção de informa¬ção a favor do domínio dos meios para saber encontrá-la e julgá-la, a
valoriza¬ção crescente do cuidado com o corpo, etc., são algumas tendências que refle¬tem
mudanças sociais transformadas depois em exigências para a escolaridade.
A inserção desses saberes no âmbito organizacional, que ultrapassam a dimensão técnica,
pode encontrar embasamento no pensamento de Sacristán(ano?) ao citar que “ a escolaridade
vai além da transmissão de conhecimentos, a justificativa do currículo não pode ficar em
critérios de representatividade do selecionado quanto à cultura acadêmica, mas apoiar-se,
fundamentalmente, noutros de caráter social e moral, já que o que se busca com sua
implantação é um modelo de homem e de cidadão.”
Como aponta Sacristán, diversas razões explicam a evolução e ampliação do termo conteúdos;
que também servem de referência para os cursos oferecidos no âmbito empresarial; entre
outras, as seguintes: a) A explosão do conhecimento, o fluxo de informação em nossa cultura
e as possibilidades técnicas de ter acesso a conhecimentos fora das aulas originam a revisão
do que se entende por conteúdos relevantes com possibilidades de permanência temporal nas
diferentes áreas do saber e da cultura.; b) A própria dispersão do saber, como conseqüência do
crescimento da informação e de sua diferenciação especializada, obriga a busca de elementos
que sirvam para relacionar campos separados e, assim, poder transmitir visões globais do
mundo que nos rodeia. O conteúdo globalizador exige atender a capacidades, nexos e
conexões entre campos especializados tanto ou mais que ao que é específico de cada um
deles.
A responsabilidade social nos remete à idéia de saber que função pode ser cumprida em
relação aos indivíduos, à sociedade na qual estamos e à qual aspiramos conseguir. A
capacitação, através de cursos, é um instrumento de reflexão que possibilita a apreensão dessa
realidade. Essa preocupação sempre esteve presente na elaboração dos conteúdos dos cursos
da área de responsabilidade social.
O que se pretende com a capacitação da dimensão da responsabilidade social das
organizações, novos atores da responsabilidade social, marketing social, ação social, cultural e
sociedade, estado e sociedade, liderança globalmente responsável, por exemplo? A idéia que
persiste é a de construção social desse saber, dentro de uma concepção ampla, que tem como
objetivo alcançar todos os níveis da Companhia e seus diversos públicos de interesse.
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Exemplos de alguns conteúdos de cursos em RS, na Petrobras – Tabela 1 Nome do Curso Conteúdo Ação Social, Cultural e Sociedade
1. A importância da legitimidade na ordem social e políticas modernas; transparência como fator central na definição e implementação das regras do jogo na democracia.
2. Cooperação como forma de engajamento cívico e reciprocidade social. 3. Observações de ordem histórica sobre o Brasil: heranças históricas,
modernização, limites da legitimidade e transparência, formas de cooperação.
4. Participação como democratização da vida em sociedade; compromisso: estabelecendo laços, regras e normas de longa duração. Seus efeitos na construção da trajetória histórica para o desenvolvimento das instituições.
5. Confiança e responsabilidade - dois valores, dois parâmetros para o amadurecimento das instituições e o funcionamento dos diversos tipos de organização na sociedade. Fundamentos da responsabilidade social.
6. Observações de ordem histórica sobre o Brasil: heranças históricas, modernização e limites da participação, confiança e responsabilidade.
7. Capital social: um conceito que sintetiza a trajetória do desenvolvimento institucional e informa sobre a ampliação da cooperação e da confiança na dinâmica democrática: ação social participativa e cidadania.
8. Atuação no âmbito das organizações: desenvolvimento e responsabilidade social no Brasil contemporâneo.
Desenvolvimento Local e Sistemática Práticas Sociais
1. A gestão do desenvolvimento. 2. Breve análise do desenvolvimento enquanto projeto histórico. 3. Compreensão dos atores, políticas e práticas do desenvolvimento. 4. Redefinição de papéis entre os setores, nos novos limites entre público e
privado. 5. Introdução a definições básicas: sociedade civil, terceiro setor, ONGs,
capital social, responsabilidade social, governança e participação. 6. Desafios da gestão de projetos sociais e projetos de desenvolvimento
local. 7. Ciclo de projetos e elaboração de projetos sociais.
Dimensões da Responsabilidade Social
A dimensão estratégica da Responsabilidade Social. Tipos de Organizações em Função da Responsabilidade Social. Natureza da Ação: O Porquê da Responsabilidade Social. Aspectos do Investimento Social Privado e Responsabilidade Social Corporativa. Conceito de Responsabilidade Social. Benefícios da Responsabilidade Social Corporativa para a Organização. Mapeamento das Partes Interessadas. Ética e Governança Corporativa. Responsabilidade Social Corporativa no Brasil e no Mundo. Vantagens e desvantagens da implementação de programas de RSC na empresa. A Petrobras e o Desafio da Responsabilidade Social.
Direitos Humanos Fundamentação teórica. Ampliação conceitual: Universalidade e indivisibilidade dos direitos humanos: direitos humanos são apenas os direitos dos bandidos!; Direitos humanos e democracia: importância da participação cidadã para a consolidação democrática; Direitos humanos e desenvolvimento social: direito à educação, direito à saúde, justiça distributiva. A Constituição Federal de 1988 e os direitos humanos.
Elaboração e Gestão Projetos Sociais
1. Introdução à temática da ação social e sua repercussão no planejamento estratégico institucional e na Elaboração de Projetos Sociais
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1.1 Conceitos e dimensões do Ciclo de Projetos Sociais 1.2 A relevância de um Projeto e da Avaliação de Aprendizagem 2. Orientações à Elaboração do Projeto 3. O Método ZOPP – Planejamento de Projeto Orientado por Objetivos 3.1 Análise de situação 3.1.1 Análise de Envolvimento 3.1.2 Análise de Problemas 3.1.3 Análise de Objetivos 3.1.4 Análise de Alternativas 4.1 Matriz de Planejamento de Projeto/Marco Lógico 4.1.1 Estratégia do Projeto 4.1.2 Pressupostos 4.1.3 Indicadores Objetivamente Verificáveis 4.1.4 Fontes de verificação 5. Roteiro para Elaboração do Documento (“Projeto”) Introdução à temática da Avaliação de Projetos Sociais.
Engajamento com as partes interessadas
Estudo da norma em sua versão brasileira; Introdução teórica nos processos de Planejamento, Implementação de Diálogos, Auditoria e Relato Social; Carga prática e vivencial com estudo de caso brasileiro para aplicação da norma.
Estado e Sociedade 1. Bases do surgimento do estado moderno. O pensamento dos autores clássicos mais relevantes: Maquiavel, Hobbes, Locke, Rousseau e Adam Smith.
2. O Liberalismo clássico – O Estado no Liberalismo. 3. A corrente Marxista clássica e a visão ampliada de Gramsci. 4. A contribuição de Weber: o imperativo da racionalidade
5. O Estado Intervencionista (Keynes), o Estado de Bem-Estar Social, Neoliberalismo e Globalização.
6. Primórdios do Estado no Brasil (Patrimonialismo), a Revolução de 30, o Positivismo e o Estado Populista.
7. O Estado Burocrático-Autoritário/ O Estado no Período de Transição/Redemocratização–O Neopatrimonialismo.
8. O Estado no Brasil no contexto da globalização: O Neo-Liberalismo e a Reforma do Estado.
Estado e Sociedade 1. Bases do surgimento do estado moderno. O pensamento dos autores clássicos mais relevantes: Maquiavel, Hobbes, Locke, Rousseau e Adam Smith.
2. O Liberalismo clássico – O Estado no Liberalismo. 3. A corrente Marxista clássica e a visão ampliada de Gramsci. 4. A contribuição de Weber: o imperativo da racionalidade
5. O Estado Intervencionista (Keynes), o Estado de Bem-Estar Social, Neoliberalismo e Globalização.
6. Primórdios do Estado no Brasil (Patrimonialismo), a Revolução de 30, o Positivismo e o Estado Populista.
7. O Estado Burocrático-Autoritário/ O Estado no Período de Transição/Redemocratização–O Neopatrimonialismo.
8. O Estado no Brasil no contexto da globalização: O Neo-Liberalismo
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e a Reforma do Estado.
Gestão Relações Trabalho Norma SA 8000
Visão abrangente da norma e seus requisitos; Abordagem prática a partir do dia a dia das organizações (estudos de casos, exemplos e debates); Reflexões sobre como conciliar a gestão socialmente responsável às expectativas dos investidores, no quesito relações de trabalho.
Gestão Social e Economia Solidária
Introdução: A gestão social entre o Estado, o mercado e a sociedade: um campo de práticas inovadoras? 1. A economia solidária enquanto modalidade de gestão social 1.1 Apresentando uma definição 1.2 Fundamentos analíticos para a compreensão do tema 1.2.1 Redefinindo o sentido do agir econômico: a noção de economia
plural 1.2.2 A especificidade da economia solidária: algumas características que
definem sua vocação na prática • Hibridação das economias • A construção conjunta da oferta e da demanda • Uma articulação original entre o econômico, o social e o
político enquanto dimensões da prática. • Entre o público e o comunitário: uma nova forma de
solidariedade? 2 A economia solidária na prática 2.1 Sua manifestação no contexto europeu: examinando o caso francês 2.2 Um pouco de história: a tradição de uma economia social e a questão
da exclusão social nos anos 80 e 90 2.3 Uma proposta de tipologia
• O comércio justo • A finança solidária • A economia sem dinheiro • As empresas sociais
2.4 Sua manifestação no contexto latino-americano: discutindo o caso brasileiro • A tradição de uma economia popular: que relação com a idéia
de economia solidária ? • Um mapa do campo da economia popular e solidária no Brasil • Critérios para definição de iniciativas de economia solidária
3 Elementos para uma análise comparativa internacional 4 Análise de Casos:
• A experiência das Régies de quartier na França • O caso emblemático da ASMOCONP/Banco Palmas no Brasil
5 A construção da economia solidária na prática: aportes metodológicos
5.1 O exemplo do PLIES: Plano Local de Investimento Estratégico – uma metodologia para gerar trabalho em territórios de baixa renda
5.2 O exemplo do projeto Eco-Luzia Roteiro resumido de discussão do conteúdo: Economia Solidária • O que é? • Qual sua relação com a gestão social? • Como entendê-la ? • Como descrevê-la (na prática)? • Quais problemáticas a situa em distintos conceitos? • Que implicações para a gestão
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Indicadores ETHOS Responsabilidade Social Empresarial - RSE
Os Indicadores Ethos de RSE abrangem os temas Valores, Transparência e Governança, Público Interno, Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes, Comunidade e Governo e Sociedade.
Monitoramento e Aval Proj Sociais
1. A história (evolução conceitual) da avaliação e os modelos de avaliação mais relevantes: centradas em objetivos, centrada em necessidades gerencias, centrada em consumidores, centrada em especialistas, centrada nos participantes (participativa).
2. As relações da avaliação com outras ferramentas de gestão organizacional, com o planejamento estratégico, a gestão de pessoas, a captação de recursos, a gestão financeira e a advocacy.
3. Identificação e engajamento dos principais interessados em momentos chave da avaliação (formulação de perguntas avaliativas, construção de indicadores, análise das informações e interpretação dos resultados da avaliação).
4. Princípios e técnicas para formular perguntas avaliativas. 5. Princípios para escolher e formas de utilização dos métodos qualitativos
e quantitativos clássicos para a investigação da realidade. 6. Construção de relações entre avaliação e aprendizagem. 7. Identificação de fontes de conhecimento que possam suprir suas
necessidades de aperfeiçoamento dos participantes.
NBR 16001: Interpretação
Histórico do processo de elaboração da norma; Filosofia e conceitos fundamentais; Sistema de Gestão-metodologia PDCA; Requisitos da norma; Contextualização da NBR 16001 no movimento da Responsabilidade Social.
Novos atores da Responsabilidade Social
Contextualização do tema da responsabilidade social, mostrando como se desenvolveram historicamente as relações entre Estado e sociedade; Novo papel do setor privado; Enfrentamento dos problemas sociais; Apresentação do debate atual em torno do tema, procurando salientar as transformações em curso na realidade; Identificar as mudanças que vêm ocorrendo em termos dos paradigmas teóricos de explicação da realidade. As Organizações não Governamentais (ONG’s); As Instituições Internacionais; Agenda das Nações Unidas na Área Social.
Políticas Públicas e Cidadania
1. A configuração da sociedade pós-moderna e a pós-modernidade política brasileira
2. Os campos: público e privado 3. A gramática político-administrativa do Estado brasileiro 4. O individual e o coletivo 5. Estado e sociedade civil 6. A politização da vida: a biopolítica 7. Cidadania e participação social 8. A democracia participativa e a responsabilidade social 9. Direitos Humanos, democracia e cidadania: o dever de ter direitos 10. Políticas públicas e ação governamental 11. Sociedade civil, mobilização e políticas p 12. Meio ambiente e politização da cidadania ativa 13. Políticas públicas: conceituação e interpretação de fatos, ações e
proposições 14. Organizações não governamentais (ONGs) e participação da sociedade
civil 15. Ministério Público, Estado, Empresas e Sociedade Civil 16. Movimentos sociais e direitos humanos 17. Democracia participativa ou democracia radical 18. Análise do Brasil contemporâneo e as perspectivas de mudanças.
Reconhecendo o Espaço Abordagem em Comunidade: um tema de responsabilidade social na
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Comunitário empresa; 1.1 Inclusão e configuração grupal; 1.2 Responsabilidade social: princípios e desafios; 1.3 Contextualização social do Brasil – “Quem desce do morro não morre no asfalto”; 2. Compreendendo a dinâmica social do espaço comunitário; 2.1 A comunidade como expressão da realidade social brasileira; 2.2 Conceitos e controvérsias sobre a comunidade como espaço social; 2.3 A Petrobras como Agente Externo; 2.4 Leitura de cenários comunitários trabalhados pelo grupo participante; 2.5 Relatos e análises de situações problemas vivenciadas pelos participantes na relação com as comunidades trabalhadas; 2.6 Mitos e crenças na área social: as cautelas necessárias ao trabalho profissional: Assistência social x assistencialismo; Militância política x sensibilidade social na mediação da ação profissional; Compaixão e solidariedade; Nem salvadores da pátria nem “pessoas insensíveis”, mas profissionais com responsabilidade social; Neutralidade x intencionalidade social; 3. Princípios da Abordagem em comunidade; Visão de mundo e de ser humano; Contextualização sócio-cultural e entendimento de realidade; Respeito ao espaço físico e aos processos sociais locais; Saber ouvir e escuta ampliada; Empatia; Simplicidade; Espontaneidade e comunicação não verbal; Observação e distanciamento; Diversidade e diálogo de saberes; Incentivo à consciência e à atitude crítica; Autonomia; Participação social e cidadania.
Resp Sócio Ambiental – Rel Comunitárias
1. O Estado do mundo – tendências sócio-ambientais e desafios. 2. Conceitos e definições básicos para o tratamento crítico e instrumental do tema: - Responsabilidade sócio-ambiental; - Desenvolvimento sustentável; - Ética e moral; - Desenvolvimento local; - Partes interessadas stakeholders; - Economias externas; - Custo de oportunidade; - Conceito de taxa de desconto aplicado aos compromissos éticos entre empresa e comunidade e entre gerações; - Impacto na comunidade, planejamento e gestão de risco; - outros conceitos e definições relacionados. 3. Formas de mapear partes interessadas e de realizar o engajamento entre a empresa e elas. 4. Principais ferramentas do planejamento e da gestão ética da responsabilidade sócio-ambiental, panorama e aplicabilidade no caso das relações comunitárias. 5. Planejamento estratégico do gerenciamento dos impactos da empresa na comunidade. 6. Planejamento estratégico das relações com organizações locais e padrões de linguagem. 7. Planejamento e gestão da ação e do investimento social.
Responsabilidade Sócio-Ambiental & Ferramentas Gestão
Estado do Mundo; Novo Ambiente de Negócios; O Processo de Mudança; Desenvolvimento Sustentável; Sustentabilidade Empresarial; Ética da Co-Responsabilidade; Conceituação da Responsabilidade Sócio Ambiental e do Desenvolvimento Sustentável; Panorama RSE / DS - Cenário atual; Avanços e Desafios da RSE no Brasil; Engajamento das Partes Interessadas; Gestão de RSE e Ferramentas de Gestão; Panorama Geral das Principais Ferramentas de Gestão em RSA; Mapa de Ferramentas de Gestão; Indicadores de Gestão da Sustentabilidade;
SA 8000 – Auditor Interno
O Perfil, o Papel e a Abordagem do Auditor Social; Análise de Requisitos e Evidências – interpretação da norma SA 8000/2001; Etapas do Planejamento da Auditoria; Desenvolvimento de documentos para uma auditoria eficaz; Relato de resultados de auditoria
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4. CONCLUSÃO E SUGESTÃO DE NOVAS PESQUISAS
Sabe-se, entretanto, que diante da complexidade do mundo contemporâneo, o novo ambiente
de negócios por si só requer uma ampliação conceitual sobre responsabilidade social e uma
conseqüente correlação com sua prática cotidiana. Percebe-se também uma crescente
exigência da sociedade para que as empresas operem com um compromisso ético e que cada
vez mais a qualidade do ecossistema tenha primazia em relação aos aspectos econômicos.
Embora sejam empresas do setor de petróleo e gás, cujas atividades são de alto impacto ao
meio ambiente, percebe-se que todas as empresas aqui estudadas atendem à legislação
ambiental e mostram uma preocupação na melhoria contínua de suas ações visando a
preservação, proteção e conservação do meio ambiente.
Numa abordagem evolutiva, percebe-se uma participação da empresa de forma progressiva e
atualizada, considerando-se a complexidade do contexto na qual ela está inserida. A
abrangência da atuação da Petrobras, traduzidas em práticas sociais, cobrem todas as
dimensões da responsabilidade social aqui estudadas. Atualmente, a companhia busca assumir
um patamar de liderança globalmente responsável, integrando o grupo de representantes
seniores de vinte e uma empresas, escolas de negócios e centros de educação para a liderança,
abrangendo quatro continentes, que formaram uma parceria de trabalho única, a iniciativa de
Liderança Globalmente Responsável, coordenada pela European Foundation for Management
Development (EFMD) e com o apoio do Global Compact com o intuito de responder
importantes questões para o século XXI: 1 – O que é liderança globalmente responsável e por
que é um imperativo dos negócios? e 2- Como podemos desenvolver a presente e a futura
geração de líderes globalmente responsáveis?
Embora sejam empresas do setor de petróleo e gás, cujas atividades são de alto impacto ao
meio ambiente, percebe-se que todas as empresas aqui estudadas atendem à legislação
ambiental e mostram uma preocupação na melhoria contínua de suas ações visando a
preservação, proteção e conservação do meio ambiente.
Na vertente de educação, percebe-se que todas as empresas desenvolvem um esforço
educacional voltado para o desenvolvimento de seus negócios.
Mesmo reconhecendo-se a complexidade da tarefa, os instrumentos globais, como o Pacto
Global, a ISO 26000 e outros, têm contribuído de forma relevante para dar foco ao debate
internacional, permitindo às empresas estruturar seus compromissos a fim de apoiar e
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defender os direitos humanos, promover a melhoria das condições de trabalho, proteger o
meio ambiente e combater a corrupção, garantindo dessa forma a sustentabilidade de seus
negócios.
A construção do saber social no âmbito empresarial passa por um diálogo sobre as grandes
preocupações do momento: a deterioração do planeta, os direitos humanos, a pobreza e as
desigualdades, o desenvolvimento de uma governança corporativa etc. onde a competição
ceda lugar à cooperação em prol da sustentabilidade do planeta. Em um nível de consciência
mais elevado do que aquele que criou o estágio atual.
5. REFERÊNCIAS
CHEVRON. Corporate Responsability Report (Chevron, tradução de Alyssandra de Sales Negri, 2006. DREWELL, Mark. The Dilemmas and Challenges of Sustentability. Artigo apresentado no Fórum Liderança Globalmente Responsável, Rio de Janeiro, 2007. EUROPEAN FOUNDATION FOR MANAGEMENT DEVELOPMENT (EFMD). Relatório Liderança Globalmente Responsável: Um Chamado ao Engajamento. Vários autores, 2005. EXXON. Corporate Social Responsability Report; tradução de Alyssandra de Sales Negri, 2006. INSTITUTO ETHOS E RESPONSABILIDADE SOCIAL. Disponível em: <http://www.ethos.org.br>. Acesso em: 22 dez. 2003 e 20 dez. 2004. PETROBRAS. Relatório Anual da Petrobras. 1981/ 2000. Rio de Janeiro. PETROBRAS. Balanço Social e Ambiental, 2006. Rio de Janeiro. ROYAL DUTCH SHELL. Relatório de Sustentabilidade da Shell, 2006. TOTAL. Corporate Social Responsability Report. tradução de Alyssandra de Sales Negri, 2006.