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ENSAIO SOBRE “A SORDIDEZ HUMANA” DE LYA LUFT

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Este trabalho é resultado de uma análise simplificada das vozes textuais presentes no texto "A Sordidez Humana" de Lya Luft.

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Page 1: ENSAIO SOBRE “A SORDIDEZ HUMANA” DE LYA LUFT

FACULDADES SANTO AGOSTINHO – FASACURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM LINGUÍSTICADISCIPLINA: A PRÁTICA DA LEITURA E ESCRITA EM SALA DE AULAPROFESSORA: ANA CRISTINA PEIXOTOPÓS-GRADUANDO: LAURO SÉRGIO MACHADO PEREIRA1

ENSAIO SOBRE O TEXTO “A SORDIDEZ HUMANA” DE LYA LUFT

Se fosse escrever um tratado histórico sobre a humanidade, perceberia logo no início que o ser-humano foi concebido tanto na visão daqueles que defendem a teoria da criação, a partir da qual Deus é tido como o criador do universo e tudo quanto há nele, quanto para os outros que ficam do lado do processo evolutivo dos seres; como um ser capaz de agir para o bem e para o mal. Isto é, da mesma forma que a vida e a morte acompanham o homem, o bem e o mal também o faz. Não são raros, se tomarmos como material para análise a Bíblia Sagrada, os casos em que noto a capacidade inata do homem para praticar o mal. Posso citar como exemplos as histórias de Abel, da prostituta Maria Madalena e da infértil Ana que “comeram o pão que o diabo amassou” nos tempos em que parecia incapaz ao homem colocar-se no lugar do outro, seu semelhante. Por outro lado, como defenderam os evolucionistas como Charles Darwin, aqueles seres que são incapazes de se adaptar à evolução do meio em que vivem acabam perecendo e morrem. O que passa a valer é a lei do mais forte, os fracos e indefesos não têm vez mesmo, como foi possível ver até há pouco tempo no filme “Onde os Fracos Não Têm Vez” dos irmãos cineastas americanos Joel e Ethan Coen, que conta a história de um assassino que derramava o sangue dos outros por puro prazer e não conseguia rir de nada, era simplesmente desprovido de qualquer expressão facial.

Partindo dessas considerações iniciais, tenho como salutares as idéias expostas pela escritora Lya Luft em seu texto “A Sordidez Humana”, publicado na revista Veja em 24 de maio de 2009. Para ela, ao tentar criar uma imagem simbólica e representativa do homem e sua maldade, este é visto como se fosse um anjo muito pequeno sentado em um porco que é desproporcionalmente grande para ele. Penso que essa representação visual dá margem a uma riquíssima interpretação do que se observa na sociedade brasileira atual e porque não, da sociedade mundial. Na verdade, a imagem do anjo montado no porco nada mais é do que uma metáfora do homem na sociedade pós-moderna, a sociedade niilista que preza pela busca desenfreada e irresponsável dos muitos prazeres da carne. Digo da carne porque a maldade é tamanha que quase não consigo imaginar que o homem ainda tenha alma, essa palavra que para mim sempre esteve relacionada a algo bom e transcendental.

Não pensem que sou um pessimista ao expor e concordar com ideias que podem parecer extremas para alguns, mas é que devido ao fato de grande parcela da sociedade ter optado ou desenvolvido mais fortemente o seu lado satânico, vil e não o angelical e valoroso; é quase impossível enxergar uma luz no fim do túnel dessa história toda. Entretanto, como já estou cansado de ouvir através daqueles que ainda acreditam que ainda é possível ao homem domar o porco que existe dentro dele e começar a estender a mão àqueles que sofrem certos problemas; a esperança é a última que morre e enquanto ela não morre, cabe a nós, pessoas que ainda resistem ao domínio do espírito de porco, disseminar o antídoto para reverter esse quadro. É preciso que o homem busque retroceder um pouco na escala evolutiva e procure a paz interior a partir das pequenas coisas. Que o homem aprenda a pensar duas ou mais vezes antes de cometer

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um ato sórdido ou dizer uma palavra sem bom propósito ao outro que, tendo esquecido ele, nada mais é do que um semelhante seu, que compartilha dos mesmos sentimentos.

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