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Análise da abordagem sobre pteridófitas em livros didáticos de ciências do Ensino Fundamental Maria Fabíola Barros Gilmar Beserra de Farias Emanuel Souto da Mota Silveira Augusto César Pessôa Santiago RESUMO O tema pteridófitas geralmente é apresentado aos alunos durante o sétimo ano do Ensino Fundamental. O trabalho teve como objetivo avaliar o conteúdo sobre pteridófitas nos livros didáticos de ciências do Ensino Fundamental, analisando possíveis incorreções conceituais, qualidade dos recursos visuais, existência de atividades propostas e recursos adicionais. Foram analisados sete livros didáticos de ciências para o sétimo ano do Ensino Fundamental, adotando como seleção aqueles títulos utilizados nas escolas da Rede Estadual e Municipal de Ensino da cidade de Vitória de Santo Antão, Pernambuco. A análise revelou a presença de erros conceituais, pouca possibilidade de contextualização e imagens que apenas substituem os textos sem contribuir com a construção do conhecimento. Palavras-chave: Livro didático. Pteridófitas. Ensino de Ciências. Analysis of how the Content about Ferns is Approached in Science Textbooks of Elementary School ABSTRACT The content about ferns (Pteridophytes) is usually presented to students during the seventh year of Elementary School. This study aimed at evaluating the content of ferns in Science textbooks of elementary school, analyzing possible conceptual inaccuracies, quality of the visual information, the presence of suggested activities and additional resources. We analyzed seven Science textbooks for the seventh year of primary school, selected by the titles more used in schools of the Network of Maria Fabíola Barros é Mestranda em Ecologia Vegetal. Endereço para correspondência: Federal de Pernambuco (UFPE). Recife, 50670-901, PE, Brasil. E-mail: [email protected] Gilmar Beserra de Farias é Mestre em Gestão e Políticas Ambientais – UFRPE – PE. Professor Assistente da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Endereço para correspondência: Centro Acadêmico de Vitória, Núcleo de Biologia, Rua Alto do Reservatório, S/N – Bela Vista – CEP 55608-680– Vitória de Santo Antão – PE – Brasil. E-mail: [email protected] Emanuel Souto da Mota Silveira é Mestre em Biologia Animal UFPE – PE. Professor Assistente da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Endereço para correspondência: Centro Acadêmico de Vitória, Núcleo de Biologia, Rua Alto do Reservatório, S/N – Bela Vista – CEP 55608-680– Vitória de Santo Antão – PE – Brasil. E-mail: [email protected] Augusto César Pessôa Santiago é Doutor em Biologia Vegetal – UFPE – PE, Professor Adjunto, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Endereço para correspondência: Centro Acadêmico de Vitória, Núcleo de Biologia, Rua Alto do Reservatório, S/N – Bela Vista – CEP 55608-680– Vitória de Santo Antão – PE – Brasil. E-mail: [email protected] Acta Scientiae v.15 n.2 p.321-337 maio/ago. 2013 Canoas

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Ensino de pteridófitas

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  • Acta Scientiae, v.15, n.2, p.304-320, maio/ago. 2013 321

    Anlise da abordagem sobre pteridfitas em livros didticos de cincias do Ensino

    FundamentalMaria Fabola Barros

    Gilmar Beserra de FariasEmanuel Souto da Mota Silveira

    Augusto Csar Pessa Santiago

    RESUMOO tema pteridfitas geralmente apresentado aos alunos durante o stimo ano do Ensino

    Fundamental. O trabalho teve como objetivo avaliar o contedo sobre pteridfitas nos livros didticos de cincias do Ensino Fundamental, analisando possveis incorrees conceituais, qualidade dos recursos visuais, existncia de atividades propostas e recursos adicionais. Foram analisados sete livros didticos de cincias para o stimo ano do Ensino Fundamental, adotando como seleo aqueles ttulos utilizados nas escolas da Rede Estadual e Municipal de Ensino da cidade de Vitria de Santo Anto, Pernambuco. A anlise revelou a presena de erros conceituais, pouca possibilidade de contextualizao e imagens que apenas substituem os textos sem contribuir com a construo do conhecimento.

    Palavras-chave: Livro didtico. Pteridfitas. Ensino de Cincias.

    Analysis of how the Content about Ferns is Approached in Science Textbooks of Elementary School

    ABSTRACTThe content about ferns (Pteridophytes) is usually presented to students during the seventh

    year of Elementary School. This study aimed at evaluating the content of ferns in Science textbooks of elementary school, analyzing possible conceptual inaccuracies, quality of the visual information, the presence of suggested activities and additional resources. We analyzed seven Science textbooks for the seventh year of primary school, selected by the titles more used in schools of the Network of

    Maria Fabola Barros Mestranda em Ecologia Vegetal. Endereo para correspondncia: Federal de Pernambuco (UFPE). Recife, 50670-901, PE, Brasil. E-mail: [email protected] Beserra de Farias Mestre em Gesto e Polticas Ambientais UFRPE PE. Professor Assistente da Universidade Federal de Pernambuco UFPE. Endereo para correspondncia: Centro Acadmico de Vitria, Ncleo de Biologia, Rua Alto do Reservatrio, S/N Bela Vista CEP 55608-680 Vitria de Santo Anto PE Brasil. E-mail: [email protected] Souto da Mota Silveira Mestre em Biologia Animal UFPE PE. Professor Assistente da Universidade Federal de Pernambuco UFPE. Endereo para correspondncia: Centro Acadmico de Vitria, Ncleo de Biologia, Rua Alto do Reservatrio, S/N Bela Vista CEP 55608-680 Vitria de Santo Anto PE Brasil. E-mail: [email protected] Csar Pessa Santiago Doutor em Biologia Vegetal UFPE PE, Professor Adjunto, Universidade Federal de Pernambuco UFPE. Endereo para correspondncia: Centro Acadmico de Vitria, Ncleo de Biologia, Rua Alto do Reservatrio, S/N Bela Vista CEP 55608-680 Vitria de Santo Anto PE Brasil. E-mail: [email protected]

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    State and Municipal Education of Vitria de Santo Anto, Pernambuco. The analysis revealed the presence of conceptual errors, few possibilities of contextualization and images that only replace the text without contributing to the construction of knowledge.

    Keywords: Didactic books. Ferns. Science Education.

    INTRODUOOs livros didticos tm guiado a prtica pedaggica de muitos professores,

    apresentando conhecimentos de forma reduzida e simplificada, veiculando informaes prontas para o consumo e facilitando de certa forma o trabalho docente (SILVA; TRIVELATO, 1999). O livro didtico uma tradio to forte dentro da educao brasileira que o seu acolhimento independe da vontade e da deciso dos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. No toa que a imagem estereotipada do professor sempre apresentada com um livro nas mos, dando a entender que o ensino, o livro e o conhecimento so elementos inseparveis (SILVA, 1998). Os livros didticos tornaram-se aliados indispensveis para muitos professores que o utilizam apenas como um guia de contedos, deixando de lado a relao direta que ele possui com a qualidade de ensino.

    No Brasil, historicamente, diversas pesquisas revelaram que os livros didticos na rea de Cincias Naturais ainda apresentavam deficincias significativas, como: erros conceituais, ilustraes inadequadas, atividades que no estimulavam a participao ativa dos alunos, disseminao de hbitos incorretos, preconceitos e desrespeito s diferentes etnias e classes sociais, descuido com a integridade fsica dos aprendizes e a presena de concepes equivocadas (ARRUDA et al., 2000; BIZZO, 1996; FRACALANZA, 1993; FREITAS; MARTINS, 2009; MALHEIROS, 1994; MASSABNI; ARRUDA, 2000; MEGID-NETO; FRACALANZA, 2003; MOHR, 2000; SILVA et al., 2006; SILVA et al., 2006; VASCONCELOS; SOUTO, 2003; XAVIER et al., 2006). Nenhuma dessas referncias citadas anteriormente analisou questes referentes botnica e, especificamente, sobre as pteridfitas.

    No Brasil, a produo cientfica na rea de ensino de Botnica escassa, principalmente sobre as pteridfitas, existindo alguma contribuio em trabalhos apresentados em reunies cientficas (SILVA et al., 2005) e em poucos artigos publicados em peridicos. Em um estudo sobre a relao da germinao e do desenvolvimento vegetal com os fenmenos da fotossntese e respirao, foi possvel detectar como os conhecimentos prvios que os alunos tm em relao a esses temas interferem na aprendizagem de conceitos importantes no ensino de botnica (SOUZA; ALMEIDA, 2002; MEDEIROS et al., 2009). Concepes de estudantes do Ensino Mdio sobre nutrio vegetal pouco se aproximaram do modelo admitido pela cincia atual, possuindo ideias genricas de aspectos isolados de seus processos, como a transformao de gs carbnico em oxignio (KAWASAKI; BIZZO, 2000; ZAGO et al., 2007a, 2007b). Em um estudo de percepo sobre plantas, alunos do Ensino Fundamental da cidade de Belm (PA) consideraram a flor como a planta e no como uma parte dela (BARRETO et al., 2007). Outra pesquisa realizada em Londrina (PR) revelou que os estudantes do Ensino Mdio identificaram estruturas vegetais, como a gema apical, como sendo hormnios

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    vegetais (GONALVES et al., 2007). Nesse mesmo estudo, aproximadamente 25% dos alunos assinalaram hormnios animais (testosterona, por exemplo) em detrimento dos hormnios vegetais. Kawasaki e Bizzo (2000) chamaram ateno para equvocos cometidos frequentemente pelos estudantes, como a ideia de que as matas garantem e suprem a maioria do oxignio que respiramos, que plantas no respiram e so importantes agentes despoluidores e que se alimentam atravs das razes.

    Os fatores limitantes descritos, somados carncia de estudos aprofundados e ao engessamento metodolgico restringem as possibilidades de construo de um novo paradigma para o ensino de Botnica na Educao Bsica. A descrio feita por Nogueira (1997) e Santos (2006) sintetiza a realidade predominante nas unidades escolares, onde ensino de Botnica geralmente apresentado como uma lista de nomes cientficos e de palavras totalmente isoladas da realidade da natureza vegetal, utilizadas para definir conceitos pouco compreendidos por alunos, com professores que geralmente assumem uma metodologia tradicional, fundamentada na memorizao de termos e conceitos.

    Muitas estratgias de ensino ainda so pautadas na transmisso do contedo, tendo como recurso exclusivo o livro didtico e a sua transcrio no quadro (BRASIL, 1998). Outro aspecto negativo que, geralmente, os livros didticos de Cincias e Biologia trazem os contedos de Botnica nos captulos finais, contribuindo de forma involuntria para a desateno desse tema.

    Os contedos sobre pteridfitas geralmente so apresentados aos alunos no Ensino Fundamental dentro de uma unidade que compe o Reino Vegetal. Geralmente, esses contedos apresentam grande dificuldade durante o seu processo de ensino e aprendizagem, gerando pouco interesse e baixo rendimento (SILVA, 2008). Sobre essa dificuldade, os professores alegam desconhecimento ou falta de atualizao sobre os contedos bsicos, queixam-se de pouco tempo em sala de aula e da falta de material (SILVA, 2008; KINOSHITA et al., 2006).

    As pteridfitas, popularmente conhecidas como samambaias e avencas, compreendem as plantas vasculares sem sementes que apresentam uma marcada alternncia de geraes em seu ciclo de vida (RAVEN et al., 2007). Este grupo no apresenta a produo de flores, frutos ou sementes. muito antigo em termos evolutivos, tendo se formado bem antes das angiospermas e gimnospermas. No perodo carbonfero as pteridfitas eram muito diversas e constituam grandes florestas, mas atualmente as formas de vida predominantes so ervas terrestres e aquticas, epfitas e algumas lianas (SMITH, 1955). As formas terrestres predominam no subosque de florestas midas e em vegetao de altitude, associadas a solos e formaes rochosas. So importantes componentes da flora e so fundamentais para o desenvolvimento e estabelecimento de outros grupos vegetais e animais (SMITH, 1972). Contribuem na manuteno da umidade no interior da floresta, absorvendo gua pelas razes densas e distribuindo-a gradualmente ao solo e ao ar, desenvolvendo a microfauna e microflora do substrato, extremamente necessrias para o equilbrio ecolgico do ambiente (BRADE, 1940). Possuem potencial econmico, principalmente na ornamentao, direta ou indiretamente, mas tambm

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    so comumente utilizadas na medicina popular e s vezes como fonte de alimento (ZUQUIM et al., 2008).

    A riqueza de espcies de pteridfitas maior nas regies tropicais do planeta, onde aproximadamente 75% das espcies esto distribudas, mas podem ocorrer em ambientes semiridos e at polares (TRYON; TRYON, 1982; WINDISCH, 1992). O Brasil possui uma riqueza significativa do grupo, com 1.176 espcies (PRADO; SYLVESTRE, 2010) e tambm abriga um dos centros de diversidade e endemismo do grupo, na regio da Floresta Atlntica localizada nas regies Sudeste e Sul (TRYON, 1972). Nas escolas, o contedo especfico sobre pteridfitas, geralmente, selecionado por meio do livro didtico, que determina a sua sequncia e o seu volume de informaes, interferindo diretamente nas questes curriculares.

    Nesse contexto, a pesquisa teve como objetivo avaliar o contedo sobre pteridfitas nos livros didticos de Cincias Naturais das sries finais do Ensino Fundamental, analisando possveis incorrees conceituais, qualidade dos recursos visuais, existncia de atividades propostas e recursos adicionais.

    METODOLOGIAForam avaliados livros didticos de Cincias Naturais utilizados no stimo ano

    do Ensino Fundamental, considerando como critrio para seleo das obras as adoes realizadas pelas escolas da Rede Estadual e Municipal de Ensino do municpio de Vitria de Santo Anto, Pernambuco, na verso do Guia de Livros Didticos (BRASIL, 2008) para as sries finais do Ensino Fundamental.

    A metodologia empregada foi a anlise de contedo proposta por Minayo (1998), que considera algumas fases para esse tipo de pesquisa qualitativa: a) fase exploratria, na qual se amadurece o objeto de estudo e se delimita o problema de investigao; b) fase de coleta de dados, em que se recolhem informaes que respondam ao problema; e c) fase de anlise de dados, na qual se faz o tratamento, por inferncias e interpretaes, dos dados coletados. Um procedimento considerado importante para o tratamento dos dados na anlise de contedo a elaborao de indicadores (BARDIN, 1988). Nesse caso, foram utilizados os indicadores adotados por Vasconcelos e Souto (2003):

    1) Abordagem Terica: leva em considerao pontos como coerncia, coeso, conceitos, disposio dos contedos seguindo o princpio da progresso, que a disposio dos contedos orientando o desenvolvimento de estruturas de compreenso em escala crescente de complexidade em funo do amadurecimento do aluno;

    2) Recurso Visual: facilita a aprendizagem do aluno, dando suporte ao contedo terico e explicitando o que se torna obscuro durante a leitura. Estimulando a compreenso e a interao entre os leitores e o texto cientfico, essas imagens devem estar mais prximas da realidade e distantes do ilusionismo;

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    3) Atividades Propostas e Recursos Adicionais: no devendo ser mecnicas, permitindo estimular a curiosidade, o interesse do aluno. Sempre estimulando o aluno a investigar, indagar e posicionar-se criticamente, propiciando uma maior compreenso do contedo trabalhado ao longo da obra, contribuindo significativamente na construo do conhecimento cientfico.

    Recentemente, a classificao das plantas vasculares sem sementes passou por modificaes, considerando agora duas linhagens filogenticas: as samambaias e as licfitas (PRYER et al., 2004; SMITH et al., 2006; SMITH et al., 2008). Assim, o termo pteridfita perdeu seu significado taxonmico. Contudo, essa nomenclatura foi mantida, pois ainda adotada nos livros didticos de ensino mdio e fundamental. Ressalta-se, porm, que ser necessrio repensar maneira de abordagem dos grupos nos livros didticos, pensando numa viso evolutiva, de acordo com os conhecimentos atuais.

    RESULTADOS E DISCUSSOEm sete livros didticos de cincias analisados, o espao destinado ao contedo

    sobre pteridfitas foi restrito, de uma a quatro pginas (Tabela 1). A importncia dada a um determinado assunto em um livro didtico pode ser medida, por exemplo, pelo nmero de pginas que o autor dedica a ele (CARLINI-COTRIM et al., 1991).

    TABELA 1 Lista dos Livros de Cincias (LC) analisados nessa pesquisa e adotados nas escolas da Rede Estadual e Municipal de Ensino de Vitria de Santo Anto (Pernambuco).

    Coleo Cdigo Autores Editora Ano Srie PginasCincias LC1 Projeto Ararib Moderna 2005 7 107

    Cincias Novo Pensar LC2 Demtrio Gowdak e Eduardo Martins

    FTD 2006 7 12-13

    Cincias Construindo Conscincias

    LC3 APEC Ao e Pesquisa em Educao em Cincias

    Scipione 2006 7 202-203

    Cincias A vida na Terra

    LC4 Fernando Gewandsznajder tica 2006 7 211-212

    Cincias Os Seres Vivos

    LC5 Carlos Barros e Wilson Paulino

    tica 2006 7 111-114

    Cincias Naturais LC6 Olga Santana e Anibal Fonseca

    Saraiva 2006 7 127-128

    Cincias, Natureza e Cotidiano

    LC7 Jos Trivellato et al. FTD 2007 7 36-37

    Fonte: a pesquisa.

    A seguir, sero apresentados os resultados dos indicadores selecionados para anlise:

    Abordagem tericaTodos os livros didticos analisados apresentaram de alguma maneira distores

    conceituais ou informaes incompletas. Nos livros de cincias (LC) analisados, geralmente, os tpicos mais recorrentes tratavam dos aspectos da morfologia e da

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    reproduo, denotando escassez na explanao. A anlise do contedo terico possibilitou a identificao de alguns tpicos que merecem mais ateno dos autores, so eles: morfologia, reproduo, evoluo, hbitat, importncia e conservao.

    Morfologia O grupo das pteridfitas possui uma grande variao morfolgica, apresentando plantas de poucos centmetros (Azolla spp.), espcies com folhas de crescimento indeterminado (Lygodium spp.), espcies arborescentes (Dicksoniaceae e Cyatheaceae), entre outras (JONES, 1987). Os livros didticos tentam mostrar esta variedade em poucos exemplos apresentados, principalmente os exemplos clssicos de samambaias e avencas, nomes mais populares associados aos grupos, como foi visto nos LC 2, 3, 4, 5 e 7. Dentre esses, apenas os LC 4 e 5 trazem imagens da samambaiau (Gnero Dicksonia) e apenas o LC4 traz uma imagem da cavalinha (Gnero Equisetum) como representantes das pteridfitas. O LC 4 traz a informao que as samambaias arborescentes podem atingir 30m de altura, contudo as espcies viventes dificilmente ultrapassam 24m, como o caso de Cyathea delgadii Sternb, sendo que este comprimento pode ser atingido por frondes trepadeiras de crescimento indeterminado.

    Os livros usam alguns exemplos clssicos de espcies de pteridfitas, como as Dicksoniaceae e Cyatheacaeae (espcies arborescentes) e outras ornamentais comumente observadas. Este um aspecto positivo, pois muitas vezes as pessoas associam as pteridfitas apenas s plantas herbceas. Contudo, outros poderiam ser facilmente reconhecidos por muitos alunos e esto ausentes nos livros, como o trevo de quatro folhas (Marsilea spp.), associada condio de sorte, utilizada como amuleto, e a marrequinha ou salvinia (Salvinia spp.), aproveitada com bastante frequncia no aquarismo. Estes exemplos poderiam ser tambm utilizados para demonstrar formas de produo de esporos diferentes, j que no formam soros na face abaxial das folhas, mas sim esporocarpos no pecolo ou em folhas modificadas.

    As principais partes vegetativas que apresentam diversificao de formas so o rizoma e as folhas, normalmente denominadas de frondes pelos pteridlogos, enquanto as razes so estruturas muito simples. No caso dos rizomas, todos os LC informaram que este nome associado a um caule subterrneo e horizontal semelhante a uma raiz. Entretanto, o LC 3 fala da espcie arborescente samambaiau, Dicksonia sellowiana Hook, chamando a ateno para seu tipo de caule, informando que um emaranhado de razes adventcias cresce sobre ele e que servem de suporte para inmeras espcies vegetais.

    Em relao as suas folhas, pode-se observar uma grande variedade de formas, desde folhas inteiras a vrias vezes decompostas (JONES, 1987). Normalmente, os exemplos mostrados nos livros so pinadas (tipo de folha que possui as divises na forma de uma pena (ZUQUIM et al., 2008), na qual cada diviso denominada fololo ou pina, este ltimo mais usado entre os especialistas. No LC 1 o texto foi apresentado de maneira correta, afirmando-se que as partes menores das folhas so os fololos, mas, na imagem em destaque, os fololos foram apresentados apenas como folha. Como a maioria dos livros didticos no cita as variaes das folhas, existe a impresso de que a folha composta padro, esquecendo de referir que existem plantas com folhas inteiras (ex. Asplenium serratum L.) ou at sem folhas (Psilotum nudum (L.) P. Beauv.).

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    Outra estrutura importante no reconhecimento de grande parte do grupo das pteridfitas o bculo. A estrutura chamada assim por se parecer com o basto usado antigamente pelos reis e papas. uma folha jovem que se desenrola gradualmente durante o desenvolvimento da folha, assemelhando-se a um feto em desenvolvimento (ZUQUIM et al., 2008). Os livros no abordaram o contexto histrico da nomenclatura das estruturas.

    O LC 6 informou que: As samambaias, alm de possurem estmatos em suas folhas, tm vasos condutores de lignina e estruturas de transporte de substncias. Isso garante a possibilidade de maior crescimento dos indivduos (sic), no apresentando outras importantes informaes sobre morfologia externa, omitindo caractersticas fundamentais para o reconhecimento de uma pteridfita em seu ambiente, como o bculo, os soros na face abaxial, na margem ou no pice dos fololos ou das folhas inteiras, alm dos outros exemplos. A mesma citao de grande importncia quando se faz referncia a fatores evolutivos.

    Reproduo Todos os livros analisados apresentaram o contedo sobre reproduo de forma vaga e superficial, permitindo apenas alguma compreenso por meio das figuras existentes e suas respectivas legendas, como por exemplo, o LC 3. Os autores deixam claro que as pteridfitas so diferentes das brifitas, gimnospermas e angiospermas, mas no expressam, com exceo do LC 5, que a alternncia de geraes nas pteridfitas oposta a encontrada nas brifitas, na qual a gerao esporoftica dura bastante tempo e a gametoftica dura pouco tempo. Logo, nas brifitas, a fase duradoura e fotossintetizante o gametfito, enquanto o esporfito a fase curta e dependente nutricionalmente do gametfito. Essa marcante diferena na alternncia de geraes e a presena de floema e xilema distinguem as pteridfitas das brifitas, assim como a ausncia de flores, frutos e sementes distinguem-nas das angiospermas e gimnospermas.

    O LC 1 evidencia que a planta adulta representa a fase assexuada: A planta propriamente dita, nas pteridfitas, representa a fase assexuada, produtora de esporos. Nas pteridfitas estas duas geraes so independentes e sua ligao temporria, at o esporfito se tornar autnomo fotossinteticamente (RAVEN et al., 2007). Nas brifitas o esporfito permanece ligado ao gametfito.

    Na apresentao da parte frtil do esporfito, normalmente so apresentados os soros, sendo que o LC 4, que mostra o exemplo da cavalinha, exibe tambm seu estrbilo, uma estrutura diferente das comumente apresentadas nos outros livros analisados. Um erro comum observado nos livros analisados (com exceo de LC 6) a informao de que no interior dos soros existem os esporos. A unidade produtora dos esporos o esporngio que, em muitas pteridfitas, esto reunidos formandos os soros, como informado pelo LC 6: comum voc notar, em determinadas pocas, pontinhos marrons na parte inferior das folhas das samambaias. So os soros. l que se encontram esporngios, estruturas que envolvem e protegem os esporos. Ainda assim, o livro poderia ter deixado claro que esses pontinhos aparecem apenas em algumas pocas do ano porque correspondem ao perodo reprodutivo da planta, o perodo frtil. E, as folhas que assim no se apresentam so as estreis. As frondes frteis no adquirem tais caractersticas reprodutivas com o crescimento, estas so inatas (ZUQUIM et al., 2008).

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    Os esporos, que so lanados pela planta para o ambiente no perodo frtil, so responsveis pelo surgimento de uma estrutura, geralmente cordiforme, chamada de gametfito (fase haplide da planta que produz os gametas) ou prtalo, que na maioria das espcies hermafrodita. Este produz gametas masculinos e femininos que fecundam graas umidade do ambiente que permite o deslocamento ativo do gameta masculino em direo oosfera (RAVEN et al., 2007). O LC 5 ainda chegou a afirmar que no gametfito existe gua suficiente para esse deslocamento, o que no verdade, pois deixaria a planta menos dependente da gua do meio ambiente, conferindo, dessa forma, um erro conceitual. A fecundao d origem a um embrio que se desenvolve dando origem a uma nova planta. A maioria dos livros de cincias analisada no informou que o prtalo degenera depois que se forma a nova planta, no acompanhando todo o desenvolvimento da mesma, apenas sua fase inicial. Apenas o LC 4 informou que o prtalo dura pouco tempo. O gametfito apresentado pelos LC so os cordiformes, que corresponde morfologia mais encontrada na natureza. Porm, os livros de cincias apresentaram imagens com dimenses que no correspondiam as reais, no incluindo uma escala. Essa falha poder confundir a interpretao dos leitores. O gametfito uma estrutura pequena, quase imperceptvel a olho nu, podendo medir apenas um centmetro de dimetro.

    Evoluo As pteridfitas evoluram a partir das brifitas pela adaptao destas ao ambiente terrestre a partir das algas verdes (PEREIRA, 1999). A adaptao das algas ao ambiente terrestre iniciou pela secagem peridica de lagos, lagoas, riachos ou corpos de guas marinhas, obrigando as algas a desenvolverem estratgias para sobreviver em ambientes deficientes em gua. A evoluo do corpo vegetativo e sua adaptao aos ambientes com pouca gua exigiram a formao de tecidos de conduo xilema e floema, bem como um sistema radicular para fixar a planta e buscar a gua em locais com maior disponibilidade (MAUSETH, 1995). Este evento marcou a ocupao do ambiente terrestre pelos vegetais e o surgimento das plantas vasculares. So necessrios longos eventos, fatores evolutivos e interferncias para moldarem os organismos. Foi requerido muito tempo, geologicamente falando, para que os vegetais atingissem o porte, o espao e as adaptaes que hoje apresentam. O mesmo obter essas informaes com o educador ou mesmo com o livro didtico. Logo, exigindo habilidade do professor para auxiliar na construo dessa informao e faz-lo reconhecer que as mudanas existem, so necessrias e que o que ele v nem sempre foi assim. Apenas o LC 5 trouxe informaes sobre a evoluo e adaptao do grupo no ambiente.

    As Pteridfitas foram os primeiros vegetais a apresentar vasos condutores de nutrientes e uma diviso anatmica, marcando a transio com o ambiente aqutico, abrindo o caminho para a evoluo de outras plantas que compem o ambiente natural que hoje vemos. O LC 5 traz informaes que datam as pteridfitas no ambiente: Se pudssemos voltar no tempo, h aproximadamente 400 milhes de anos, veramos o surgimento das primeiras representantes do grupo das pteridfitas.

    Hbitat Todos os livros simplesmente citam que as pteridfitas so plantas que habitam regies tropicais ou que dependem da umidade do ambiente. No deixam claro que a maioria das espcies habita essas regies, mas que no se restringem a elas. H

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    exemplares em regies semiridas e reas polares, assim como tambm so encontrados grupos nos Estados Unidos e Canad, pases que no apresentam clima tropical (RAVEN et al., 2007). O LC 1 indica que as pteridfitas so exclusivas de ambientes midos e sombreados. A diversidade das samambaias maior nos trpicos, onde cerca de 75% das espcies so encontradas (MORAN, 2008; TRYON; TRYON, 1982). Contudo, algumas espcies podem ser encontradas em regies ridas e semiridas, em reas abertas e expostas ao sol, apresentando diversas estratgias adaptativas para esses ambientes (HIETZ, 2010; XAVIER, 2007).

    No Brasil, no somente h muitas espcies de pteridfitas como elas tambm so abundantes em muitas comunidades vegetais, abrigando um dos importantes centros de endemismo e especiao do grupo no continente americano, localizado na poro Sul-Sudeste da Floresta Atlntica (TRYON, 1972). Os livros analisados tambm no citaram que as espcies poderiam aparecer como epfitas, apenas deixou subentendido no LC 2. Apenas o LC 3 apresentou uma imagem, mas no informou sobre as representantes epfitas ou sobre o modo de vida. Os mesmos so organismos que vivem todo seu ciclo de vida ou parte dele sobre outras plantas (forfitos), utilizando apenas o suporte mecnico de seus hospedeiros (BENZING, 1987, 1990; MADISON, 1997). As pteridfitas merecem ateno no ambiente epiftico, uma vez que das 12.000 espcies viventes, 2.600 apresentam esta forma de vida (KRESS, 1986; TRYON; TRYON, 1982; WINDISCH, 1992).

    Apenas o LC 2 citou a importncia da umidade para a reproduo, mas no deixou explcito qual o seu papel. Tambm informa que algumas espcies podem aparecer como epfitas: As pteridfitas crescem geralmente em ambientes midos, pois, mesmo vivendo em terra firme ou sobre galhos de rvores, necessitam da gua para a reproduo, como os musgos. Para tornar o conhecimento mais completo, poderia trazer a informao da seguinte maneira: a umidade essencial para essas plantas, que durante sua fase sexuada de desenvolvimento necessitam da umidade para promover o deslocamento do gameta masculino mvel at o gameta feminino imvel. Para habitar em tantos ambientes, as pteridfitas apresentam uma plasticidade fenotpica de adaptao ao ambiente como, serem terrestres, epfitas, rupcolas, aquticas, hemiepfitas e trepadeiras.

    Importncia Diversas so as utilizaes associadas s pteridfitas, mas, sem dvida, a mais difundida a ornamental (WINDISCH, 1992). Os LC 1, 4 e 5 trouxeram este tipo de informao, os demais no citaram qualquer forma de utilizao. Apenas o LC 1 citou a utilizao das representantes do grupo como recurso de alimentao em algumas culturas e nenhum informou sobre a utilizao na medicina popular.

    Em relao utilizao das espcies como ornamentais, os livros de cincias informaram sobre a intensa utilizao na decorao de ambientes e construo de vasos a partir das razes em algumas espcies de samambaias, principalmente a Dicksonia sellowiana tambm conhecida como xaxim ou samambaiau. No Brasil, esta espcie encontrada na Floresta Atlntica das regies Sul e Sudeste, principalmente nas Florestas de Araucria (TRYON; TRYON, 1982). No Brasil meridional, a espcie conhecida popularmente por xaxim e destaca-se no sobosque florestal como elemento caracterstico da Floresta Ombrfila Mista (FERNANDES, 2000). O LC 5 traz a utilizao da cavalinha

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    como instrumento de limpeza. A cavalinha (Equisetum spp.), cujo aspecto lembra a cauda de um cavalo, tem caule muito spero e, em determinadas pocas, foram muito utilizadas como instrumento de limpeza. A ao abrasiva justificada pela presena de enorme quantidade de cristais de slica no corpo da planta (WINDISCH, 1992).

    Espcies do gnero Pteridium, que cosmopolita, so muito utilizadas na culinria japonesa, sendo o bculo habitualmente usado em saladas (WINDISCH, 1992). De acordo com o mesmo autor, alguns locais do Brasil tambm fazem o consumo desta planta, por vezes chamada de samambaia da roa, como indicado no LC 1. Esta mesma espcie pode causar intoxicao em bois e ovelhas, caso estes ingiram a samambaia na fase de brotao. Pesquisas mostraram que seu uso alimentcio aumenta as chances de desenvolver cncer no trato digestivo. Este fato deveria ser enfatizado nos livros para alertar sobre o perigo do consumo destes vegetais. As espcies do gnero Pteridium tambm so invasoras de pastagens e roas. Com suas gemas vegetativas e rizomas so protegidos no interior do solo, resiste a queimadas e torna sua erradicao bastante trabalhosa. Em algumas culturas, como a Sarawak (Malsia), muitas espcies destinadas a alimentao podem ser vistas sendo comercializadas em feiras populares, como exemplo Diplazium spp., Nephrolepis biserrata (Sw.) Scott, Stenochlaena pallustris (Burm.) Bedd. e Helminthostachys zeylanica (L.) Hook. (CHRISTENSEN, 1997).

    Outros aspectos podem ser citados como os observados nas samambaias africanas do gnero Pteris, que retiram arsnio do solo contaminado, atuando como bioremediadores. Suas folhas conseguem armazenar 125 vezes mais arsnio quando comparado concentrao presente no solo (FISCHEROVA et al., 2006). E, representantes do gnero Azolla, entram em associao com cianofceas fixadoras de nitrognio (MORAN, 2004).

    Uma importante informao tambm negligenciada nos livros didticos analisados foi utilizao na medicina popular. Alguns exemplos podem ser vistos na regio amaznica, como o uso para curar diarria e dor de estmago (p. ex. Adiantum, Bolbitis, Selaginella), dor no corpo (p. ex. Polybotrya), dor de dente (p. ex. Equisentum), para cicatrizar feridas (p. ex. Campyloneuron, Lomariopsis), desinchar pancadas e tambm para uso veterinrio (p. ex. Cyathea, Selaginella) (ZUQUIM et al., 2008). Contudo, a utilizao de plantas na medicina popular tambm deve ser divulgada com cuidado, evidenciando os riscos que podem ocorrer na m identificao das espcies, preparo e dosagem. Algumas espcies ainda podem ser usadas na produo de cosmticos, tintas, tempero e fibras (ZUQUIM et al., 2008). Em pases como China e Malsia, vrios artigos decorativos e acessrios (anis e pulseiras) so feitos a partir das pteridfitas (CHRISTENSEN, 1997; MORAN, 2004). Porm, no Brasil praticamente no so observadas tais prticas.

    Conservao Apenas o LC 3 fez referncia aos possveis riscos de extino das espcies de pteridfitas. O autor faz referncia samambaiau (Dicksonia sellowina) que era amplamente encontrada desde o Mxico at o Uruguai, mas pela intensa explorao para confeco de vasos e estacas para jardinagem (xaxim) est na lista oficial das espcies brasileiras ameaadas de extino. A explorao econmica de D. sellowiana para fins de ornamentao e paisagismo (WINDISCH, 2002) resultou na sua incluso em Lista

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    Oficial das Espcies da Flora Brasileira Ameaadas de Extino (BRASIL, 2008) e no apndice II da Conveno Internacional das Espcies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extino (CITES).

    Para a manuteno da existncia da D. sellowiana nas matas necessria a substituio de seus produtos por recursos alternativos como fibras de coco, bagao de cana de acar, ardsia e carvo, como informado em LC 3. O alerta a preservao essencial, principalmente quando o nico recurso a novas informaes que a maior parte dos alunos tem est restrito ao livro didtico. Durante muito tempo, esta foi nica pteridfita na lista oficial de espcies da flora brasileira ameaada de extino. Atualmente, j existe um nmero maior de espcies nesta lista, que foi publicada na Instruo Normativa N 6 de 23 de Setembro de 2008, aps reunies cientficas realizadas por diversos especialistas do pas.

    Recurso visualA tecnologia aplicada a essa rea diminuiu os custos de produo do material,

    permitindo que as editoras explorem cada vez mais esse recurso, chegando muitas vezes at a substituir o texto por imagens. conveniente usar os esquemas e desenhos ilustrativos como forma de associar imagens e informaes, facilitando o entendimento do assunto pelo educando (SILVA; TRIVELATO, 1999). Contudo, essa funo nem sempre exercida como deveria. Muitas vezes so imagens imprecisas e incorretas que no criam quaisquer conexes com o contedo terico lido anteriormente, tornando ainda mais distante a informao trazida pela linguagem escrita. Perceber uma imagem no significa necessariamente perceber conceitos ali relacionados. Em todos os livros analisados so encontradas vrias figuras e esquemas que enfocam apenas as principais representantes do grupo e o ciclo reprodutivo. Os livros estudados trazem os fololos apontados como folhas ou uma folha apontada como folhas, esporos como surgidos dos soros, legendas deturpadas, prtalo como presente no desenvolvimento da nova planta. Tambm apresentam mais imagens das samambaias do que das demais representantes, como se essas fossem as nicas representantes do grupo das pteridfitas. Apenas o LC 5 apresentou uma imagem de uma cavalinha (Gnero Equisetum) como outro exemplo de pteridfita. O LC 3 apresentou imagens confusas, como: a) o caule apontado para o tronco da planta hospedeira; b) indicao de dois fololos como folha; c) ampliao de uma parte da folha que no corresponde ao destaque, mostrando um esporngio que no nomeado como tal deixando a entender que um soro; d) e nomeia uma fronde e um esporfito jovem como sendo uma samambaia jovem. O LC 7 apresentou uma legenda das pinas sendo chamadas de folhas. Como afirmaram Nez et al. (2003), os professores no momento da seleo do livro didtico supervalorizam aqueles ricos em imagens. Mas, as figuras deveriam ser vistas como um carter cientfico e no meramente ilustrativo, alm, de ter relao direta com o texto informativo.

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    Atividades propostas e recursos adicionaisUm dos livros props uma abordagem entre pteridfitas e o seu contexto histrico

    (LC 5). Outro fez referncia questo da conservao ambiental (LC 3). Compreende-se que essas atividades objetivavam estimular a curiosidade, a ateno, o interesse do aluno, o desejo de ler mais, de buscar mais informaes. Nesses casos, so consideradas sugestes de atividades importantes para superar a ausncia de possibilidades de contextualizao dos temas estudados. Porm, os livros de Cincias no apresentaram claramente a preocupao em privilegiar a dimenso da contextualizao nos tpicos avaliados. No entanto, nos exerccios propostos, algumas questes buscam a problematizao do contedo trabalhado durante as aulas. nesse ponto em que vale salientar a eficcia ou no do trabalho em sala de aula, quando o aluno de cincias se v diante da situao e consegue solucion-la.

    Apenas o LC1 traz uma sugesto de atividade de carter prtico, a seo Observando a Natureza, prope que os alunos coletem esporngios atravs de raspagem, exponham ao sol em um saquinho e posteriormente plante-os em um vaso sobre um prato com gua. No foram vistos glossrios, atlas ou guia de experimentos que possibilitassem o desenvolvimento cientifico, crtico e autnomo dos alunos. Esses recursos poderiam proporcionar uma maior compreenso do contedo trabalhado ao longo da obra e devem estar sempre presentes, principalmente em se tratando de uma disciplina que no tem apreciao pelos alunos, sendo vista como esttica e decorativa. A presena desses recursos poderia despertar a curiosidade em relao pesquisa. O aluno se sente um verdadeiro cientista, podendo inferir diretamente sobre os eventos biolgicos e confrontando todas as informaes ouvidas pelo professor ou lidas no livro didtico.

    Autores como Silva et al. (2006), avaliando o contedo sobre os artrpodes, Almeida et al. (2008), estudando o contedo acerca dos insetos, e Ferreira e Soares (2008), analisando os saberes sobre os aracndeos peonhentos, deixaram explcitos em seus trabalhos muitas falhas detectadas nos livros didticos. Os artigos trazem pontos que corroboram com o nosso estudo, mesmo no sendo os mesmos temas abordados. Desta forma, observa-se que a questo de erros conceituais, ausncia de contextualizao, problema nas imagens, entre outros, so erros recorrentes em vrios contedos nos livros didticos de cincias ou de Biologia. Essas anlises apenas confirmam que mesmo aps esses materiais didticos passarem por uma avaliao de especialistas do Ministrio da Educao e Cultura (MEC), continuam a apresentar equvocos e superficialidades sobre o tema abordado. Esses equvocos podem ser vistos por um novo lado, o lado do aproveitamento, do trabalhar sobre o erro. Porm, nesse ponto mais uma falha detectada, a falta de habilidade dos educadores em observar tais falhas e trabalhar sobre elas (FREITAG et al., 1997). Alm de fazerem desse recurso de apoio didtico o norteador de seu trabalho, os docentes acabam transmitindo aos seus alunos e reforando a imagem do livro didtico como guardio do conhecimento. Dificilmente deixam claro que o livro didtico apenas um dentre os vrios recursos de apoio didtico disponveis. Mas, alguns educadores reconhecem suas falhas e as justificam por suas deficitrias formaes iniciais e continuadas (CASSAB; MARTINS, 2008).

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    CONSIDERAES FINAISAlguns livros analisados apresentaram questes propostas nas listas de exerccios

    que contemplaram a questo da problematizao, podendo estimular o aluno no momento da execuo da unidade didtica a refletir sobre o contedo terico e a partir dele solucionar questes, sendo este um aspecto positivo. Com a evoluo da qualidade grfica dos livros, um dos recorrentes problemas identificados foram as imagens incoerentes e imprecisas, que muitas vezes acabam levando a assimilao de erros conceituais pelos alunos. O excesso de imagens geralmente reduz o espao destinado aos textos, deixando o livro mais bonito visualmente e menos preciso em uma perspectiva cientfica formal. Isso restringe o real efeito das ilustraes que acabam no auxiliando o aprendizado do educando, ou seja, esclarecendo as informaes promovidas pelo texto atravs das imagens. A maneira na qual o contedo foi apresentado nesses livros tambm deve ser considerada. Faz-se necessrio a introduo de mais tpicos sobre Ecologia, Evoluo, importncia, imagens corretas e mais esclarecedoras e que estes estejam contextualizados.

    Como foi feita apenas a anlise do contedo sobre pteridfitas, no correto concluir que todas as obras analisadas no se encontram aptas ao mercado. Pelo contrrio, so obras importantes e com grande contribuio na vida escolar. Os autores deveriam apresentar os contedos sobre as pteridfitas de forma a contemplar todos os tpicos mais importantes. Pode-se at pensar que no faz sentido tanta informao para alunos do stimo ano, mas no necessrio abordar todas as informaes sobre cada tpico e sim informar o que h de mais relevante, o que efetivamente contribuir em sua formao. No valido para o aluno assimilar contedos fragmentados ou v-lo de forma superficial.

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    Recebido em: out. 2012 Aceito em: maio 2013