23
Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) 2 a Edição Revisada e ampliada

Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público

(PCASP)

2a EdiçãoRevisada e ampliada

Page 2: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano
Page 3: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

Paulo Henrique Feijó Carlos Eduardo Ribeiro Jorge Pinto de Carvalho Júnior

Brasília - 2017Editora Gestão Pública

Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público

(PCASP)

2a EdiçãoRevisada e ampliada

Page 4: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP)

© Editora Gestão Pública 2017 - Todos os direitos reservados

Capa: Thiago Feijó PonteEditoração eletrônica: Edimilson Alves PereiraRevisão: Tetê OliveiraImpressão e acabamento: Cidade Gráfica e Editora

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou informação computadorizada, sem permissão por escrito dos autores. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/1998) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

As opiniões expressas neste livro são de exclusiva responsabilidade dos autores, não ex-pressando necessariamente a opinião dos órgãos e entidades onde os mesmos exercem ou exerceram atividade profissional.

Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, erros de digitação ou impressão poderão ter ocorrido. Caso o leitor identifique qualquer falha, favor informar mediante mensagem para: [email protected].

Os autores estão disponíveis para prestar esclarecimentos adicionais quanto a qualquer dúvida ou questionamento a respeito dos temas tratados neste livro: contato@fi nancaspublicas.com.br.

O editor e os autores não assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas decorrentes da aplicação dos conhecimentos e informações constantes desta publicação.

Editora:

Gestão Pública Editora e Treinamentos Sociedade Ltda. - EPPCondomínio Mansões Entre Lagos, Etapa 1, Conjunto U, Lote 11Região dos Lagos, Sobradinho – Brasília – DF - CEP: 73255-900Tel.: 61 - 99124-6315 – E-mail: [email protected]

Feijó, Paulo Henrique.

Entendendo o plano de contas aplicado ao setor público / Paulo Henrique Feijó, Carlos Eduardo Ribeiro, Jorge Pinto de Carvalho Júnior. 2. ed. Revisada e ampliada. Brasília: Gestão Pública, 2017.

408 p. : il.

Bibliografia

ISBN 978-85-62880-05-6

1. Contabilidade pública - Brasil 2. Contabilidade - Brasil. 3. Balanço (contabi-lidade) - Brasil. 4. Plano de contas - Brasil I. Ribeiro, Carlos Eduardo. II. Carvalho Júnior, Jorge Pinto de. III. Título.

CDD 657.61

CDU 336.126

Page 5: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

Dedico esta obra aos meus filhos, Davi e Gabriela; meus pais, Antonino e Itacy; minhas irmãs, Ana Cristina, Ana Patrícia e Rejane; meu irmão, Anthony; e minha prima Débhora, que me proporcionou a estrutura necessária para que eu pudesse escrever.

Paulo Henrique Feijó

Ao meu pai, Paulo (in memoriam), e minha mãe, Maria Lucia, pelo exemplo de vida e imenso esforço dedicado à minha formação educacional; minha irmã, Christianne, amiga de todas as horas; meus amigos deste mundo e aos que já estão no mundo espiritual.

À minha amada esposa, Patrícia, que não divide uma vida comigo e sim multiplica a nossa felicidade. Pelo amor, companheirismo, incentivo e compreensão da ausência do convívio, necessária à dedicação desta obra. Ao meu enteado, Gustavo, que tem neste tra-balho exemplo de dedicação para buscar um futuro brilhante e promissor.

À minha filha, Maria Eduarda, meu coração que bate fora do corpo. Um presente enviado pelo Criador que me fez sentir um amor diferente de tudo, etéreo, incondicional.

Carlos Eduardo Ribeiro

Dedico esta obra às minhas irmãs, Vivian e Maria Eduarda; à minha esposa, Marcela; e, especialmente, aos meus pais, Eliete e Jorge, que tanto se esforçaram para me proporcio-nar uma educação de qualidade. Aos meus amigos da Contadoria Geral do Estado do Rio de Janeiro, Marcelo Jandussi, David Dantas e Carlos César Soares, que me ensinaram na prática como implementar e gerenciar um bom plano de contas.

Jorge Pinto de Carvalho Júnior

DEDICATÓRIAS

Page 6: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano
Page 7: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradecemos a Deus pela dádiva de poder compartilhar conhecimen-tos por meio dessa obra.

Se existe hoje o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) é porque um grupo de abnegados acreditou que seria possível. Neste sentido agradecemos a todos os inte-grantes do Grupo Técnico de Procedimentos Contábeis (GTCON) e, em especial, àqueles que participaram das reuniões do subgrupo para elaboração do plano de contas. Nossa gratidão também às servidoras da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) que organizavam as reuniões, Damiana Lacerda Soares, Elecilda Lima Franco, Doris Neide de Area Leão Araújo e Maria Amélia Fonseca Lemos.

Temos o dever de reconhecer o trabalho da Gerência de Normas de Contabilidade (CCONT) da STN, que no início dos trabalhos (2008) teve a equipe técnica composta por Allan Lú cio Sathler, Daniel Mateus Barreto, Donade Leal de Andrade, Heriberto Henri-que Vilela do Nascimento, Jean Cá cio Quirino de Queiroz, Rosilene Oliveira de Souza e Welinton Ví tor dos Santos, sob a coordenação do contador Francisco Wayne Moreira. Tão importante quanto aqueles que iniciaram a construção do PCASP são os que ajudaram a consolidá-lo e integraram a equipe em 2011 e 2012: Aldemir Nunes da Cunha, Antonio Firmino da Silva Neto, Arthur Lucas Gordo de Sousa, Bento Rodrigo Pereira Monteiro, Bruno Ramos Mangualde, Flá via Ferreira de Moura, Henrique Ferreira Souza Carneiro, Janyluce Rezende Gama. Ao longo do processo de construção e consolidação do PCASP na coordenação estiveram, cada uma ao seu tempo, Roberta Moreira da Costa Pereira e Selene Peres Peres Nunes. Sem a dedicação de todos vocês este livro jamais existiria.

Agradecemos ainda, pelo apoio na revisão dos textos, aos colegas Bruno Ramos Man-gualde, Liane Ferreira Pinto e Mário Jorge de Queiroz Gonçalves.

Page 8: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano
Page 9: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

SUMÁRIO

Prefácio à 1ª edição .................................................................................................................................................................................. 13

Apresentação....................................................................................................................................................................................................... 17

Visão geral ............................................................................................................................................................................................................... 21

Em Busca do Plano de Contas Nacional .....................................................................................................25

1.1Plano de Contas no Brasil e no Mundo ............................................................................................................. 27

1.2O Sonho de um Padrão Nacional de Contabilidade para o Setor Público Brasileiro ........................................................................................................................................................................ 30

1.3Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal .......31

Nasce o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP ...............................43

2.1Diretrizes e Objetivos do PCASP ................................................................................................................................. 45

2.2Definição da Estrutura das Classes do PCASP ...................................................................................... 46

2.3A Reorganização das Classes do PCASP ........................................................................................................ 54

2.4O “novo” Conceito de Natureza de Informação ...................................................................................... 56

2.5A Publicação do Plano de Contas Único da Federação ............................................................... 59

2.6A Tentativa de Criar uma Tabela Estruturada de Lançamentos ...................................... 61

Estrutura e Funcionamento do Plano de Contas Aplicado ao Setor

Público – PCASP ................................................................................................................................................................................65

3.1Diretrizes, Composição e Objetivos do PCASP ....................................................................................... 67

3.2Estrutura Básica do PCASP .............................................................................................................................................. 70

3.3Funcionamento do PCASP .................................................................................................................................................. 78

3.4Variações do PCASP .................................................................................................................................................................... 87

Controles do Planejamento: PPA e PLOA .................................................................................................89

4.1Conceitos Básicos sobre os Instrumentos de Planejamento do Governo ......... 91

4.2Controles da Aprovação e Execução do Planejamento no PCASP ............................... 95

4.3Controles do PPA ............................................................................................................................................................................. 96

4.4Controles do PLOA ..................................................................................................................................................................... 105

1

2

3

4

Page 10: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

Controles do Orçamento do Exercício ........................................................................................................113

5.1Controles da Receita ............................................................................................................................................................... 117

5.2Controles da Despesa ........................................................................................................................................................... 123

Controles dos Restos a Pagar .................................................................................................................................147

6.1Controles da Inscrição e Execução dos Restos a Pagar no PCASP ....................... 149

6.2Restos a Pagar Não Processados......................................................................................................................... 151

6.3Restos a Pagar Processados ....................................................................................................................................... 159

6.4Restos a Pagar de Exercícios Anteriores .................................................................................................... 165

O Controle da Despesa “Em Liquidação” no PCASP ...........................................................169

7.1Em que momento nasce um passivo? ............................................................................................................ 171

7.2Diferença entre os Conceitos de Financeiro e Circulante .................................................... 172

7.3Compatibilização no PCASP do conceito de Passivo sob as óticas Patrimonial e Orçamentária ......................................................................................................................................... 174

7.4O Registro contábil da Fase Em liquidação.............................................................................................. 176

7.5Exemplos de Registro da Despesa Em liquidação ......................................................................... 177

7.6A Despesa em Liquidação e os Restos a Pagar ................................................................................ 181

O Controle do Superávit Financeiro no PCASP ............................................................................183

8.1O que é Superávit Financeiro ....................................................................................................................................... 185

8.2Controle do superávit financeiro por meio de atributo da conta no PCASP ..... 189

8.3Controle do Superávit/Déficit Financeiro por Fonte/Destinação de Recursos ...................................................................................................................................................................................... 192

8.4Acompanhando o Superávit Financeiro em Tempo Real ...................................................... 195

8.5Entendendo os Controles das Disponibilidades por Fonte/Destinação ............ 196

8.6Exemplo Prático e Simplificado de Controle do Superávit Financeiro ................ 205

Controles da Programação Financeira: Uma Proposta Adequada

ao PCASP ...................................................................................................................................................................................................215

9.1Visão Geral da Programação Financeira ..................................................................................................... 217

9.2Contas de Controle da Programação Financeira ............................................................................. 222

9.3Cotas Decorrentes do Orçamento ........................................................................................................................ 224

9.4Repasses Decorrentes do Orçamento ............................................................................................................ 231

9.5Sub-repasses Decorrentes do Orçamento ............................................................................................... 235

9.6Proposta de Operacionalização da Programação Financeira ........................................ 239

9.7Impacto das Variações Patrimoniais na Proposta de Operacionalização da Programação Financeira ......................................................................................................................................... 241

6

7

8

9

5

Page 11: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

10

11

12

13

14

Consolidação das Contas Públicas no PCASP ..............................................................................243

10.1Contexto Histórico da Consolidação das Contas Públicas no Brasil ........... 245

10.2Contexto Histórico das Competências da STN para a Consolidação das Contas Públicas.......................................................................................................... 247

10.3Consolidar não é Somar ........................................................................................................................................... 249

10.4A Abrangência da Consolidação ................................................................................................................... 250

10.5Objetivos da Consolidação ..................................................................................................................................... 251

10.6A Consolidação das Estatísticas Fiscais .......................................................................................... 251

10.7A Influência da Consolidação na Estrutura das Contas do PCASP ................ 252

10.8O Registro Contábil e o Processo de Consolidação ....................................................... 253

10.9A Lógica da Consolidação no PCASP.................................................................................................... 260

Proposta de Sistematização dos Lançamentos Contábeis .......................................263

11.1A Origem da Proposta de Sistematização dos Lançamentos ......................... 265

11.2Estrutura dos Lançamentos Contábeis Padronizados .............................................. 267

11.3Estrutura do Conjunto de Lançamentos Contábeis Padronizados ........ 268

11.4Exemplos Práticos de Utilização da Codificação dos LCP e CLP ............. 270

O PCASP e o PIPCP ...................................................................................................................................................................285

12.1A Estratégia para a Convergência Contábil e o PIPCP ............................................. 288

12.2Registro dos Fenômenos Patrimoniais no PCASP .......................................................... 298

12.3Registro dos Procedimentos Contábeis Previstos no PIPCP de Acordo com o PCASP ........................................................................................................................................... 300

Regras de Integridade do PCASP ......................................................................................................................313

13.1A Importância da Criação das Regras de Integridade ................................................317

13.2Validadores com base em Movimentações e Saldos de Contas Contábeis .......................................................................................................................................................................................... 322

13.3Validadores com base nas Regras de Integridade do PCASP ........................ 330

Controle por Conta-corrente no PCASP .................................................................................................349

14.1O Controle por Conta-corrente e o Paralelo com o Guarda-Roupas ........... 352

14.2Exemplo de Contabilização por Conta-Corrente ................................................................ 355

Avaliação do Aprendizado ............................................................................................................................................................ 387

Referências......................................................................................................................................................................................................... 397

Lista de figuras ............................................................................................................................................................................................. 403

Lista de quadros ......................................................................................................................................................................................... 405

Page 12: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano
Page 13: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

13

PREFÁCIO À 1ª EDIÇÃO

Recebi o honroso convite do meu amigo Paulo Henrique Feijó para apresentar este livro ao leitor, com a sugestão para que eu tecesse alguns comentários sobre o processo de construção do novo plano de contas nacional (PCASP), período histórico para a Contabi-lidade Aplicada ao Setor Público (CASP). A autoria deste novo livro Feijó dividiu com o professor Carlos Eduardo Ribeiro.1

Além do privilégio de prefaciar a obra, esse convite me possibilitou ser um dos pri-meiros a ter a oportunidade de fazer a leitura do seu conteúdo, que, na minha opinião, será de extrema utilidade para todos os profissionais e estudantes que queiram conhecer como ocorreu o processo de convergência da Contabilidade Aplicada ao Setor Público do Brasil às normas internacionais de contabilidade, principalmente a construção da estrutura e forma de utilização do novo PCASP.

A construção do plano de contas nacional teve no papel principal a Coordenação--Geral de Contabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a partir de 2012 alçada a subsecretaria, com a participação dos Tribunais de Contas e demais entidades representativas de estados e municípios, que se reuniram inúmeras vezes no âmbito do Grupo Técnico de Padronização de Procedimentos Contábeis (GTCON), instituído pela Portaria STN/MF nº 136, de 6 de março de 2007.

A primeira reunião do subgrupo do GTCON para tratar do plano de contas, da qual tive a oportunidade de participar, ocorreu em dois dias, 23 e 24 de agosto de 2007, e os registros dos encaminhamentos deliberados naquelas datas demonstram o longo caminho que havia a ser percorrido para se obter um plano de contas que alcançasse os objetivos traçados para o grupo. Buscava-se, inicialmente, conhecer melhor a situação vivenciada pelos entes da Federação, pesquisando, por exemplo, qual a estrutura do plano de contas e quais os sistemas informatizados utilizados pelos estados, Distrito Federal e municípios – do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), de empresas privadas ou desenvolvidos pelas próprias unidades federativas. Propôs-se então elaborar um arquivo comparativo dos planos de contas, em colunas separadas que incluíssem as contas usadas pelos municípios, estados/DF, União e o plano de contas nacional.

1 Nesta 2ª edição, o professor Jorge Pinto de Carvalho Júnior também é um dos coautores.

Page 14: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

14

Na condição de contador-geral do Estado de Santa Catarina e um dos representan-tes do Grupo de Gestores das Finanças Estaduais (Gefin) no GTCON, pude participar até o final de 2010 dos debates realizados para a construção do PCASP e sou testemunha do grande trabalho que foi realizado, devidamente registrado no livro pelos autores, bem como da relevância do mesmo para a melhoria contínua do processo de consolidação das contas nacionais.

A iniciativa da STN com a constituição do GTCON, e Feijó exerceu um papel fun-damental nesse processo, não teve como resultado único um novo plano de contas e os diversos manuais publicados. Foi muito mais importante para o Brasil, pois consolidou um fórum de debates relacionado com a contabilidade e as finanças públicas, em que se reú-nem profissionais que atuam na União, nos estados, Distrito Federal e nos municípios, das áreas de execução contábil e de controle interno e externo, aproximando mais os Tribunais de Contas do debate prévio do processo contábil, o que não era muito comum até então.

É inegável que, em termos contábeis, durante muitos anos predominou no Brasil a cultura orçamentária, em detrimento do enfoque patrimonial. Assim, como não poderia ser diferente, nas reuniões e em todos os trabalhos destinados à construção do PCASP muito se debateu quanto à necessidade de separar o “mundo contábil” do “mundo orçamentário”. Os autores relatam o resultado da decisão obtida pelo GTCON e a forma alcançada para conseguirmos ter o registro da receita e da despesa sob o enfoque patrimonial, sem a “con-taminação” orçamentária.

Nas reuniões do GTCON nem sempre tivemos unanimidade, muito ao contrário, os debates eram acalorados, e restava a impressão de que a STN ouvia as sugestões dos partici-pantes, mas se reservava o direito de dar a palavra final nos assuntos mais polêmicos. Com o tempo percebemos que não poderia ser muito diferente disso, pois não é fácil ter consenso sobre questões antigas, mas complexas, como o tratamento a ser dado no plano de contas para os restos a pagar, tampouco em questões novas para a contabilidade pública, como o registro contábil da depreciação, da reavaliação, das provisões, dos bens de uso comum do povo e a contabilização das etapas do planejamento orçamentário. Desde então as novas rotinas contábeis estão sendo desenvolvidas, aos poucos, por alguns entes da Federação e servindo de modelo para os demais. Nesta obra os autores nos brindam com uma proposta de rotinas contábeis para o registro do plano plurianual, que foi inspirada a partir da genera-lização das rotinas que serão implementadas pelo Estado do Rio de Janeiro a partir de 2014.2

De forma muito didática e com exemplos práticos, o livro nos leva a compreender a estrutura e o funcionamento das contas que integram o PCASP, a dinâmica dos registros contábeis, a diferenciação entre as receitas e as despesas orçamentárias das variações patrimo-niais e seus reflexos no resultado, bem como as contas utilizadas para o controle patrimonial

2 O Estado do Rio de Janeiro até a data de publicação desta edição ainda não implantou a rotina contábil para controle do PPA.

Page 15: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

15

e para o gerenciamento e controle do planejamento e da execução orçamentária. O leitor perceberá ainda que o PCASP foi estruturado para atender a todas as necessidades de infor-mações, sejam elas de natureza patrimonial (classes 1, 2 3 e 4), de natureza orçamentária (classes 5 e 6) ou de natureza típica de controle (classes 7 e 8).

Há algum tempo, quando Feijó me ligou informando que deixaria de atuar na STN para exercer novas atividades no Estado do Rio de Janeiro, brinquei que ele passaria para “o outro lado do balcão” e que iria perceber as dificuldades dos entes para implementar essas novas rotinas contábeis, devido à estrutura de pessoal e de sistemas informatizados que dispõem, principalmente, os estados e municípios menores. Acredito que essa experiência (do outro lado do balcão) incentivou-o a elaborar esta obra, que é mais uma ferramenta para auxiliar a todos os profissionais que estarão debruçados sobre os estudos para a implementação das novas rotinas contábeis e do PCASP.

Por fim, cabe destacar que ao longo dos debates do processo de construção do PCASP, em suas apresentações nos cursos e palestras relacionados ao processo de convergência, Fei-jó sempre apresentava um slide com o título “O momento exige ousadia”, com a seguinte citação do escritor alemão Goethe: “Se você pensa ou sonha que pode, comece. Ousadia tem poder, genialidade e mágica. Ouse fazer e o poder lhe será dado”.

O sonho do plano de contas nacional se concretizou e os autores compartilham co-nosco nesta obra todo o seu enredo. Boa leitura.

Wanderlei Pereira das Neves

Page 16: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano
Page 17: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

17

APRESENTAÇÃO

Além de contabilidade, vários assuntos relacionados com economia são do meu in-teresse, principalmente os que tratam do contexto histórico das finanças públicas. Nessa área um dos livros que recomendo para quem quer conhecer os bastidores do Plano Real é “3.000 Dias no Bunker – Um plano na cabeça e um país na mão”, de Guilherme Fiúza. Olhando para os seis anos em que estive à frente da contabilidade da União, poderia dizer que outro nome para o livro que ora apresento, fazendo um paralelo com a obra citada, seria: “Um plano na cabeça e a contabilidade nas mãos”.

Quando assumi a Coordenação-Geral de Contabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional em 2006, localizei nos arquivos do contador Isaltino Alves da Cruz textos que re-metiam para a criação de um plano de contas nacional. A ideia de que um dia o país teria um plano de contas para a Federação estava tão disseminada que me lembro de ter encontrado em um clube de Brasília, por acaso, um grande amigo, Fernando de Freitas Melo, também contador, que trabalhava na setorial contábil do Ministério da Ciência e Tecnologia e, na sua ânsia de ver o plano virar realidade, ele logo me incentivou, dizendo que a criação do plano nacional deveria ser minha principal missão sob o comando da contabilidade da União.

Obviamente, naquela época as diretrizes eram para que os entes passassem a utilizar, em algum momento, o Plano de Contas da Administração Pública Federal, que fazia parte do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), sistema reconhecido internacionalmente como um referencial em contabilidade.

A implantação de um plano de contas nacional já estava sendo gradativamente reali-zada mediante a exigência, por parte de alguns Tribunais de Contas, de que a escrituração contábil dos jurisdicionados adotasse plano de contas padronizado que normalmente seguia o plano federal. Também desde 2003 o Ministério da Previdência vinha tentando obrigar os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) a utilizarem o padrão contábil da União em cumprimento à Portaria nº 916/2003, que aprovou o plano de contas, o manual das contas, os demonstrativos e as normas de procedimentos contábeis aplicados aos RPPS. Na prática, isso somente ocorreu de forma obrigatória para todos os RPPS a partir de 2008. Assim, tudo conspirava para que o plano de contas da União se tornasse o do setor público brasileiro.

Mas, parodiando Carlos Drummond de Andrade, “no meio do caminho tinha o GT-CON, tinha o GTCON no meio do caminho”. Nessa construção, o GTCON não foi uma pedra qualquer, foi uma espécie de “pedra da salvação”. Seu significado e sua importância estão mais detalhados no primeiro livro da série “Entendendo CASP”, publicado em agosto de

Page 18: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

18

2013 e cujo título é “Entendendo as Mudanças na Contabilidade Aplicada ao Setor Público”. No entanto, aqueles que ainda não leram a obra podem se perguntar: O que é o GTCON?

O Grupo Técnico de Procedimentos Contábeis (GTCON) foi criado pela STN e tem o objetivo de discutir regras e procedimentos contábeis no âmbito do setor público, dentre os quais, no início de suas atividades, a criação do plano de contas nacional. O grupo nasceu da conjunção de várias convicções:

a) Ninguém é dono da verdade. A equipe de contabilidade da STN sempre foi formada por excelentes profi ssionais e as notas técnicas emanadas pela entidade se tornaram referência para toda a Federação. Mas nos demais entes existem também pessoas muito capacitadas, que podem contribuir para o processo de padronização contábil do país.

b) Incentivo ao processo criativo. Por mais que o modelo da União fosse um bom referencial, o balzaquiano plano de contas federal seria o melhor para os próximos 40 anos? Era preciso exercer um processo crítico e criativo no desenvolvimento de um novo plano aderente ao processo de convergência às normas internacionais e ao que se espera da contabilidade para as décadas seguintes.

c) Teoria do Pertencimento. Toda mudança de cultura é um desafio por si só e quando se trata de Contabilidade, que é ciência social, maior ainda. Implantar a padroni-zação de procedimentos contábeis em toda a Federação deveria ser um processo para o qual outros atores, tão importantes quanto a STN, pudessem contribuir de forma ativa, de maneira que seus representantes se sentissem partícipes do processo de mudança.

d) Decisões democráticas tendem a ser menos questionadas. Impor mudanças num ambiente federativo em que todos são, de alguma forma, independentes não é um processo simples e tende a não ser duradouro. Não era rara a publicação de atos normativos de Tribunais de Contas que impediam ou tornavam sem efeito a aplicação de determinados artigos de portarias emanadas pela STN, que normal-mente eram publicadas sem debate prévio. Assim, acredito que decisões em fóruns democráticos, embasadas em princípios técnicos, tendem a ser mais duradouras.

Tudo isso, juntamente com a experiência que tive na incorporação do Tesouro Nacional aos mecanismos do Sistema de Pagamentos Brasileiro, ao ter a oportunidade de participar do Grupo de Técnico de Mensagens (GT Mensagens), fez com que eu tomasse a decisão de propor a criação do GTCON.

Instituído em março de 2007, o GTCON se reuniu pela primeira vez em junho do mesmo ano. A ideia inicial era copiar a periodicidade (semestral) e o estilo de trabalho do GT Mensagens, do qual só participavam os integrantes do grupo. Mas logo as reuniões ganhariam sua própria dinâmica e começariam a surgir demandas de pessoas que, mesmo sem integrar

Page 19: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

19

o grupo, queriam colaborar com o processo. Uma sábia decisão foi deixá-las participar sem direito a voto, pois os encontros seguintes acabariam por demonstrar que os “convidados” mui-tas vezes contribuíam mais do que alguns técnicos indicados pelas instituições para o grupo.

O GTCON definiu como uma de suas prioridades a construção do plano de contas nacional. Assim, a segunda reunião foi dedicada exclusivamente à discussão do novo plano. Foram dois dias intensos de debates em agosto. Ali nasceu a ideia de se criar um subgrupo específico para tratar somente deste assunto. Esse subgrupo se reuniu pela primeira vez no final de agosto, e depois nos meses de outubro e novembro de 2007. Outras reuniões do sub-grupo aconteceram ao longo do primeiro semestre de 2008 e foram dando forma ao PCASP. Os dois primeiros capítulos deste livro falam do sonho desse plano de contas nacional e da evolução do PCASP desde a primeira versão aprovada pelo GTCON.

As decisões democráticas demoram mais e no começo dos trabalhos, às vezes, parecia que não se obteria resultado diante dos debates. Tanto assim que alguns integrantes do grupo me procuravam, em particular, para dizer que a STN estava “muito democrática”. Lembro ainda que, anos depois, um servidor do Tribunal de Contas de Santa Catarina informalmente me falou que, no início das discussões, pensava que as reuniões não iriam dar em nada. No entanto, sempre acreditei que o processo criativo juntamente com a Teoria do Pertencimento teriam êxito.

Nunca esqueço a constatação prática da Teoria do Pertencimento que aconteceu quando a servidora do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, indicada pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) para integrar o GTCON, Conceição Aparecida Ramalho França, numa das discussões do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), questionou: “Mas nós vamos colocar isso no nosso manual?!” Antes os manuais eram da STN, depois do GTCON e, por fim, o MCASP era de todos!

O GTCON foi primordial, mas o comprometimento e a dedicação da pequena equi-pe da Coordenação-Geral de Contabilidade foram fundamentais para que alcançássemos nosso objetivo. Afinal, todo o material era previamente preparado para que as discussões transcorressem da forma mais objetiva. Na maioria das vezes, o GTCON validava proposta trazida pela equipe técnica da STN.

A batalha foi grande, as discussões inúmeras, mas o fato é que o PCASP hoje é uma realidade e apesar de sua obrigatoriedade ter sido prorrogada por várias vezes a implantação foi consolidada em 2015. Escrever sobre este marco para a contabilidade do setor público brasileiro tem o objetivo de demonstrar seu funcionamento e deixar o registro histórico, que explica muitas de suas características.

Neste momento, ao ver esta obra completa e o PCASP funcionando em todos os entes da Federação posso dizer: O futuro chegou!

Paulo Henrique Feijó

Page 20: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano
Page 21: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

21

Esta obra está estruturada em 14 capítulos. Nos dois primeiros, busca-se trazer a público o processo histórico da construção de um plano de contas único e o caminho percorrido para chegar neste momento tão importante de renascimento da Contabilidade do Setor Público no Brasil. Nos demais capítulos, há uma abordagem operacional da aplicabilidade do PCASP em temáticas inovadoras para toda a Federação, algumas já conhecidas do governo federal, e outras totalmente novas para a maioria dos estados e municípios, e o Distrito Federal.

O Capítulo 1 apresenta o início da estruturação do plano de contas padronizado e a pesquisa de modelos já adotados por outros países que servissem de base para a construção do plano nacional. Além da experiência internacional se aborda a importância do Plano de Contas da Administração Pública Federal, utilizado pelo Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal.

A revolução causada pelo processo de discussão entre profissionais de todo o país a partir da criação, pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Grupo Técnico de Procedimentos Contábeis demonstra que o processo democrático é o melhor caminho para se chegar à ex-celência, mesmo que seja um processo mais demorado. E o GTCON foi fundamental neste processo. O Capítulo 2 discorre sobre o nascimento do PCASP, desde a primeira estrutura aprovada até se chegar ao modelo que já está funcionando em todo o país.

A estrutura defi nitiva do PCASP, desmembrada e detalhada até o terceiro nível, é tratada no Capítulo 3, que aborda também a lógica dos registros contábeis dentro das naturezas de informação, dos registros de aprovação e de execução para as classes orçamentárias e de con-trole e alguns lançamentos básicos, para dar ao leitor uma visão geral das mudanças em curso.

As novidades para controle do planejamento orçamentário são o tema do quarto ca-pítulo, contendo uma proposta de rotina contábil para aprovação, execução e alteração do plano plurianual, que implementada resultará em grandes benefícios, tanto para o acompa-nhamento da gestão pública quanto para a prestação de contas. Outro assunto importante que este capítulo destaca é o controle do projeto de lei orçamentária anual, desde a proposta inicial encaminhada ao Legislativo até a aprovação, passando por suas alterações.

O Capítulo 5 versa sobre os controles contábeis do orçamento do exercício. Embora conceitualmente não apresente nenhuma novidade, o tratamento contábil dado diante da estrutura do PCASP ainda suscita dúvidas, principalmente nos profissionais que têm o primeiro contato com o plano. O controle do crédito inicial, da previsão da receita e dos

VISÃO GERAL

Page 22: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

22

créditos adicionais, a descentralização de créditos e a execução da receita e da despesa são tratados com exemplos de lançamentos contábeis.

O sexto capítulo foi reservado exclusivamente para as rotinas contábeis dos restos a pagar, assunto tão emblemático na gestão pública. Nele são apresentados aspectos concei-tuais e os lançamentos de inscrição, execução e cancelamento.

O Capítulo 7 trata da fase da despesa orçamentária “Em Liquidação”. Como surgiu essa fase? Quando deve ser utilizada na execução orçamentária? Quais os seus fundamentos? É registrada e controlada depois de inscritos os restos a pagar? Para melhor compreensão, o tema é abordado de forma exemplificativa.

É fato que a cultura orçamentária no Brasil valoriza a vinculação de receitas e isto se reflete na legislação pátria. A Lei de Responsabilidade Fiscal determina a individualização das disponibilidades de caixa. Por outro lado, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público exige que o Balanço Patrimonial seja acompanhado de demonstrativo do superávit/déficit financeiro por fonte/destinação de recursos. Na prática, tudo isso resulta na obriga-toriedade de que os entes tenham o controle do resultado financeiro (superávit/déficit) por fonte/destinação de recursos na contabilidade. Mas como fazer esse controle em tempo real? O Capítulo 8 explora a lógica criada para o controle das disponibilidades por destinação de recursos e sua contabilização nas classes de natureza de controle.

A programação financeira tem grande importância para qualquer ente e é primordial para aqueles que fazem execução orçamentária e financeira descentralizada, necessitando ter mecanismos de controle da descentralização financeira. O Capítulo 9 aborda o assun-to de forma teórica e prática, demonstrando quais os tipos de transferências existentes e exemplificando todas as suas fases: programação, solicitação, aprovação e liberação, além dos respectivos registros nas classes de controles devedores e credores. É, sem dúvida, um capítulo que mostra de forma objetiva e didática a importância da descentralização financeira e ajudará muito a sua implantação por quem ainda não a utiliza.

O capítulo seguinte trata da consolidação das contas públicas sob a perspectiva do PCASP, isto é, sob a ótica das informações de natureza patrimonial. Como devem ser registradas as transações intra e intergovernamentais? Há diferença para as operações que ocorrem entre entidades do mesmo ente? Os autores demonstram e exemplificam as regras de evidenciação contábil e a forma de utilização das mesmas no processo de consolidação.

O Capítulo 11 apresenta uma proposta de sistematização a partir dos Lançamentos Contábeis Padronizados (LCP) e o Conjunto de Lançamentos Contábeis Padronizados (CLP). Quais suas estruturas de codificação? É possível a criação de LCP e CLP para todos os lançamentos ou apenas para os que são comuns a todos os entes? Com exemplos práticos abordando as lógicas de formação e a contabilização nas diferentes naturezas de informações, elucida-se assunto tão pouco explorado da rotina contábil.

Page 23: Entendendo o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) · 2020. 8. 30. · 1.3 Aspectos Gerais do Plano de Contas da Administração Pública Federal..... 31 Nasce o Plano

23

No Capítulo 12 demonstra-se como utilizar o PCASP para contabilizar os procedimentos contábeis patrimoniais que se encontram descritos no plano de implantação divulgado pela STN através da Portaria nº 548/2015. Trata-se de práticas contábeis com as quais os contado-res ainda possuem pouca familiaridade, dada a forte cultura orçamentária vigente no Brasil, sendo fundamental demonstrar quais contas devem ser utilizadas para o adequado registro de fatos contábeis, tais como o reconhecimento de receitas, obrigações com fornecedores e empréstimos pelo regime de competência, provisões, bens móveis, imóveis e intangíveis, bens de infraestrutura e estoques. Este tema é a primeira novidade desta edição.

Para se certificar de que toda a escrituração efetuada com uso do PCASP ocorreu de forma correta, é fundamental verificar a consistência de algumas equações e saldos contábeis. Este procedimento é possível graças às regras de integridade, que nada mais são do que validadores estruturados com base nas próprias contas que compõem o PCASP, observando-se o respeito ao método das partidas dobradas, a movimentação dentro das naturezas de informação, a regularidade de grupos e subgrupos escriturados, a existência de saldos expressivos em contas de designação genérica, etc. Tudo isso é abordado no Capítulo 13, que é outra grande novidade desta edição.

O último capítulo trata da vocação do PCASP para se utilizar da sistemática de controle por conta-corrente e traz um exemplo prático que engloba conceitos apresentados nesta obra. Esse exemplo apresenta uma série de transações, como o registro do orçamento, a execução de receitas e despesas orçamentárias, transferências financeiras, controle do superávit financeiro por fonte de recursos detalhados por diversos tipos de contas-correntes. Neste capítulo, que foi completamente reformulado para a 2ª edição, o leitor poderá ter contato com a contabilização de alguns atos e fatos típicos da administração pública e os impactos nas naturezas de informação.

Assim, ao final, espera-se que o leitor tenha uma visão das mudanças que o PCASP já está provocando e ainda provocará na rotina da administração, os desafios e estratégias de implantação e a melhoria da informação proporcionada aos seus usuários.