79
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS ANGICOS CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS,TECNOLÓGICAS E HUMANAS - DCETH JOSIMÁRIO DE OLIVEIRA DA SILVA EQUIPAMENTOS URBANOS E COMUNITÁRIOS DE UMA PEQUENA CIDADE: ESTUDO DE CASO ANGICOS-RN 2012

EQUIPAMENTOS URBANOS E COMUNITÁRIOS DE UMA … Josimário... · universidade federal rural do semi-Árido campus angicos curso bacharelado em ciÊncia e tecnologia departamento de

  • Upload
    lymien

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS ANGICOS CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS,TECNOLÓGICAS E HUMANAS - DCETH

JOSIMÁRIO DE OLIVEIRA DA SILVA

EQUIPAMENTOS URBANOS E COMUNITÁRIOS DE UMA PEQUENA CIDADE: ESTUDO DE CASO

ANGICOS-RN

2012

JOSIMÁRIO DE OLIVEIRA DA SILVA

EQUIPAMENTOS URBANOS E COMUNITÁRIOS DE UMA PEQUENA CIDADE: ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Campus Angicos para a obtenção do título de Bacharel em Ciência e Tecnologia. Orientador (a): Profª. Me. Núbia Alves de Souza Nogueira – UFERSA.

ANGICOS-RN

2012

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, sou grato a Deus provedor de todas as minhas necessidades, saber de todos os meus anseios, por constituir minha fonte de inspiração, e sobre tudo por estar presente na minha vida, renovando cada dia minhas forças me encorajando á lutar sempre, desistir nunca;

À minha família, especialmente à Maria Gorete de Oliveira, minha amada mãe, mulher corajosa e determinada de quem muito nos espelhamos, sou grato a José Gomes da Silva, meu inestimável pai, exemplo de dignidade, caráter e honestidade, homem rígidos nas palavras, mas sobre tudo transbordante de amor para com os filhos, mãe, pai obrigado por vocês existirem;

À minha noiva Rosane Rayanne Jota Ribeiro, a qual inúmeras palavras seriam insuficientes para descrever suas muitas virtudes, muito obrigado por me acompanhar e ajudar nesta longa jornada sempre nos motivando, incentivando, apoiando, e contribuído de forma expressiva nesta realização, você é especial que Deus te abençoe;

Aos meus amados irmãos José Mario da Silva, Maria Josimária de Oliveira, Josianio Oliveira da Silva e Jayane Rafaela da Silva aos qual nós amamos muito, por todos os momentos felizes e momentos em que fui obrigado aturar a chatice de vocês, agradeço também pela vida de Ludmila Aurora e Manoel Isaac meus queridos sobrinhos;

Quero externar gratidão à professora Me. Núbia Alves de Souza Nogueira, minha orientadora pela disponibilidade, confiança, dedicação, modificações, inclusões e incentivo na elaboração deste trabalho, uma pessoa difícil de descrever por possuir inúmeras qualidades, pessoa essa, que mediante as adversidades da vida exterioriza um ser humano feliz. Deus tem um plano de salvação na sua vida e família, professora obrigado pelo aprendizado e exemplo de ser humano, Deus te abençoe;

Em especial a ilustre, Dra. Marcilene Vieira da Nóbrega, ser humano que muito nos estima, obrigado pela confiança, respeito, pelo carinho dispensado aos seus alunos e por constituir ensejo nobre na realização deste trabalho;

Aos Professores, Marcilene Vieira da Nóbrega e Antônio Alceu Câmara Júnior, pela aceitação em comporem á banca e por terem contribuído com o resultado final deste trabalho;

A todos os professores, os que confiaram e aos que não confiaram á nossa pessoa para realização deste trabalho;

A todos os meus amigos (as), aqueles presentes no trabalho e no dia a dia, me apoiando e desejando continuamente a chegada deste dia, estou bastante feliz por acreditarem nesta realização;

Serei a todos infinitamente grato.

“A palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os

pensamentos e propósitos do coração.”

(Hebreus 4.12 – Bíblia Sagrada)

RESUMO

Partindo do pressuposto que o aumento populacional geralmente contribui na expansão desordenada das áreas urbanas, percebe-se que as pequenas cidades em função desse desordenamento e ausência da infra-estrutura, enfrentam problemas socioambientais relacionados à distribuição de água, canalização de esgotos, educação, lazer, construções habitacionais dentre outros. Este trabalho tem como objetivo aferir o modo que a cidade de Angicos/RN tem reagido ao crescimento urbano, através da infra-estrutura, organização física, acesso e disponibilidade dos equipamentos públicos urbanos e comunitários, visando diagnosticar o nível de qualidade de vida que esses equipamentos oferecem a população Angicana, e como a ausência destes instrumentos tem afetado essa comunidade. Este estudo observou as condições de usabilidade desses instrumentos e apontou para a necessidade de instalação destes equipamentos em todo perímetro urbano. O trabalho foi desenvolvido em duas etapas. Na primeira etapa foi realizada uma pesquisa bibliográfica com a descrição dos equipamentos públicos urbanos e comunitários. Na segunda etapa foi realizado um levantamento, contextualizada com uma pesquisa de campo, no qual foram investigados os equipamentos públicos urbanos e comunitários da cidade de Angicos/RN. A pesquisa de campo foi subdividida em duas fases, a primeira consistiu na análise dos equipamentos públicos urbanos, neste verificou-se as condições de uso, acessibilidade, bem como a qualidade dos serviços ofertados a população em geral. Na segunda fase quanto aos equipamentos públicos comunitários à pesquisa observou a disponibilidade desses instrumentos por bairros, também foram checadas as condições de usabilidade, existência e acessibilidade da população a estes instrumentos.

Palavras-chave: Infra-estrutura urbana. Equipamentos públicos urbanos. Equipamentos

públicos comunitários. Angicos/RN.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Amostra dos índices físicos da água ........................................................... 44

Tabela 2 – Tipologia das economias ativas agregadas ao sistema de abastecimento de

água em Angicos/RN .................................................................................................... 47

Tabela 3 – Residências cadastradas no Município ....................................................... 48

Tabela 4 – Tipologia das economias ativas integradas ao sistema elétrico em

Angicos/RN .................................................................................................................. 53

Tabela 5 – Domicílios com iluminação pública em Angicos/RN ................................ 53

Tabela 6 – Instituições de ensino por bairros ............................................................... 62

Tabela 7 – Instituições por níveis de ensino ofertados em Angicos/RN ...................... 63

Tabela 8 – Disponibilidade dos instrumentos culturais em Angicos/RN ..................... 64

Tabela 9 – Equipamentos públicos de saúde na zona urbana de Angicos/RN ............. 65

Tabela 10 – Número de fichas disponibilizadas para cada PSF ................................... 66

Tabela 11 – Disponibilidade por bairros dos instrumentos de lazer em Angicos/RN .. 69

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Instalações sanitárias comumente usadas em Angicos/RN ....................... 50

Gráfico 2 – Domicílios que possuem rede de esgoto adequado em Angicos/RN ........ 52

Gráfico 3 – Disponibilidade de telefones públicos por bairros em Angicos/RN.......... 61

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Escritório local da CAERN ......................................................................... 40

Figura 2 – Adutora sertão central cabugi ...................................................................... 40

Figura 3 – Ponto de captação da água bruta e estação elevatória de água bruta .......... 41

Figura 4 – Sistema integrado de abastecimento de água .............................................. 42

Figura 5 – Estação de tratamento de água .................................................................... 43

Figura 6 – Complementação do cloro e reservatórios elevados ................................... 45

Figura 7 – Sistema da rede de distribuição de água ...................................................... 46

Figura 8 – Formas utilizadas para disposição dos resíduos domésticos ....................... 49

Figura 9 – Coletores sanitários no bairro Alto da Alegria ............................................ 51

Figura 10 – Esgoto sanitário no bairro Alto da Alegria ................................................ 51

Figura 11 – Bacias hídricas na zona urbana de Angicos/RN ........................................ 55

Figura 12 – Leito do rio José Teodoro .......................................................................... 56

Figura 13 – Leito do rio das Caraúbas .......................................................................... 56

Figura 14 – Leito do rio pataxó .................................................................................... 57

Figura 15 – Guias e sarjetas utilizadas no escoamento de águas pluviais em

Angicos/RN .................................................................................................................. 58

Figura 16 – Sistema inadequado de bocas de lobo no município de Angicos/RN ....... 58

Figura 17 – Logradouro com ausência de pavimentação ............................................. 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANELL – Agência Nacional de Energia Elétrica

ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações

ANA – Agência Nacional de Águas

CAERN – Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte

COSERN – Companhia Energética do Rio Grande do Norte

CEJAT – Centro Educacional José Armando

CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde

CS – Centro de Saúde

DNSB – Diretrizes Nacionais para Saneamento Básico

EJA – Educação de Jovens e Adultos

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde

HR – Hospital Regional

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente

LDBE – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

OMS – Organização Mundial de Saúde

PVC – Policloreto de polivinila

PSF – Programa de Saúde na Família

SERFHAU – Serviço Federal de Habitação e Urbanismo

SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste

SUS – Sistema Único de Saúde

SESAP – Secretaria de Estado da Saúde Pública

ONU – Organização das Nações Unidas

TCG – Termo de Compromisso de Gestão

UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido

URSAP – Unidade Regional de Saúde Pública

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14

2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 16

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................. 16

3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 17

3.1 DESENVOLVIMENTO URBANO ................................................................................... 17

3.2 INFRA-ESTRUTURA URBANA ...................................................................................... 18

3.3 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS URBANOS ..................................................................... 19

3.3.1 Abastecimento de água .................................................................................................. 19

3.3.2 Serviços de esgotos ......................................................................................................... 21

3.3.3 Energia elétrica .............................................................................................................. 23

3.3.4 Coletas de águas pluviais .............................................................................................. 26

3.3.5 Rede telefônica ............................................................................................................... 28

3.3.6 Gás canalizado ............................................................................................................... 29

3.4 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS COMUNITÁRIOS .......................................................... 30

3.4.1 Educação ........................................................................................................................ 30

3.4.2 Cultura ............................................................................................................................ 32

3.4.3 Saúde ............................................................................................................................... 34

3.4.4 Lazer e similares ............................................................................................................ 36

4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 38

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 39

5.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA ÁREA DE ESTUDO.................................................. 39

5.2 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS URBANOS DE ANGICOS............................................. 39

5.2.1 Abastecimento de água .................................................................................................. 39

5.2.2 Serviços de esgotos ......................................................................................................... 48

5.3 ENERGIA ELÉTRICA ....................................................................................................... 52

5.4 COLETAS DE ÁGUAS PLUVIAIS ................................................................................... 54

5.4.1 Macrodrenagem ............................................................................................................. 55

5.4.2 Microdrenagem .............................................................................................................. 57

5.5 REDE TELEFÔNICA ........................................................................................................ 59

5.5.1 Correios .......................................................................................................................... 59

5.5.2 Rádio comunitária ......................................................................................................... 60

5.5.3 Sistema de TV aberto e fechado ................................................................................... 60

5.5.4 Sistema de telefonia e rede de internet ........................................................................ 61

5.6 GÁS CANALIZADO ......................................................................................................... 62

5.7 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS COMUNITÁRIOS DE ANGICOS ................................. 62

5.8 EDUCAÇÃO ...................................................................................................................... 62

5.9 CULTURA ......................................................................................................................... 64

5.10 SAÚDE ............................................................................................................................. 65

5.10.1 Centro de Saúde e programa saúde da família ......................................................... 66

5.10.2 Hospital Regional de Angicos ..................................................................................... 67

5.10.3 Serviço de saúde privado em Angicos ........................................................................ 68

5.11 LAZER ............................................................................................................................. 68

5.12 SIMILARES ..................................................................................................................... 70

5.13 COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS..............................................................................71

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 72

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 75

14

1 INTRODUÇÃO

No início do século XVIII, o artesanato era a forma de produção mais utilizada; da

mão do artesão que surgia a matéria prima ou produto final para comercialização, mas com a

revolução industrial, que teve início na Inglaterra e consistiu da mecanização dos sistemas de

produção, o artesão que produzia pouco, perdeu espaço. O desenvolvimento industrial

contribuiu para o acelerado êxodo rural e conseqüentemente para o crescimento da população

urbana, impulsionando a expansão das cidades. Esse aumento populacional deu origem a

grandes aglomerados humanos, o que ocasionou uma diversidade de problemas de

urbanização, relacionados à distribuição de água, canalização de esgotos, construções

habitacionais dentre outros (VICENTINO, 1998).

No Brasil durante o século XX, as indústrias contribuíram de forma significativa com

o desenvolvimento das metrópoles. Nessa época as indústrias presentes nas cidades nortearam

a ocupação do espaço urbano (ASQUINO, 2009). Atualmente, considerando o sistema

capitalista, com a produção voltada para bens de consumo, consolidam-se nas cidades os

pólos industriais, os centros comerciais, sedes administrativas, o que atrai trabalhadores e

contribui para alavancar o crescimento populacional em torno desses centros;

conseqüentemente a demanda por infra-estrutura cresce expressivamente (ZMITROWICZ;

NETO, 1997).

No Brasil, em regra, não houve planejamento para a expansão territorial urbana; nas

grandes cidades surgiram as favelas, uma vez que esses centros urbanos não contavam com

infra-estrutura suficiente para acomodar de forma harmoniosa os trabalhadores que buscavam

melhores condições de vida. A debilidade urbana levou essa população a buscar abrigo em

áreas de risco, como encostas, ocupações ilegal, pontes, entre outros; gerando uma

problemática socioambiental e econômica (LEITE; FRANÇA, 2007).

A ausência de infra-estrutura não é uma exclusividade das grandes cidades, as

pequenas cidades enfrentam problemas socioambientais em função do desordenamento

urbano, existe nesses municípios uma dificuldade em elaborar políticas públicas que visem o

ordenamento do espaço urbano, a legislação em vigor não obriga a elaboração de um plano

diretor para municípios com população inferior a 20.000 habitantes. Aliado a falta de

legislação há ainda o desinteresse por parte dos gestores municipais e a pouca disponibilidade

de recursos (SOARES et. al., 2008).

15 A fase de elaboração de um planejamento urbano deve garantir a participação de todos

interessados no assunto, sendo a tomada de decisão feita de forma democrática, uma vez que

esse planejamento deverá ser utilizado como política de ordenamento dos solos urbanos

contribuindo no desenvolvimento sociopolítico da comunidade (GOMES, 2010).

Em 1960 foi criado o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo (SERFHAU) cujo

objetivo era fomentar a elaboração e implantação de planos de desenvolvimento local e

integrado em conformidade com o planejamento nacional e regional, e ainda acompanhar os

governos municipais na execução do planejamento local e integrado. Porém, nessa etapa das

ações de planejamento as pequenas cidades praticamente foram excluídas; o que tornou esses

municípios quase totalmente dependentes das ações dos governos estaduais. Assim, as

políticas que tinham objetivo diminuir as desigualdades sociais se tornou fortes vetores de

reprodução destas (GOMES, 2010).

As pequenas cidades vivenciam o desordenamento urbano e sofrem com a ausência de

infra-estrutura adequada a boa qualidade de vida da população. O município de Angicos/RN,

com seus 11.549 habitantes, não difere da realidade nacional, e apresenta disparidades

socioambientais em função da falta de planejamento e políticas públicas de ordenamento do

solo.

De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2010), o

Município de Angicos está localizado no Nordeste Brasileiro, mais precisamente no estado do

Rio Grande do Norte, na Zona do Sertão Central deste estado, com 109 metros de altitude, à

margem esquerda do Rio Pataxó ou Angicos, possuindo distância média em linha reta de 156

quilômetros da Capital estadual. A área municipal afere 1.072 quilômetros quadrados. O

clima é ameno e salubre, com temperaturas médias variando entre 25° e 33°.

O presente trabalho se propõe a realizar um levantamento dos equipamentos públicos

existentes na cidade de Angicos, que serão apresentados conforme sua distribuição

geográfica, o que possibilitará a visualização da quantidade de recursos disponíveis no

Município, a natureza desses recursos, bem como, a localização de tais equipamentos. As

condições de acessibilidade e usabilidade desses recursos também serão analisadas, portanto,

esse estudo possibilitará uma inferência sobre a qualidade de vida da população Angicana.

16

2 OBJETIVO GERAL

Realizar um levantamento dos equipamentos públicos: urbanos e comunitários

existentes na cidade de Angicos/RN, conforme sua localização geográfica e condições de

usabilidade.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Realizar um levantamento dos equipamentos públicos: urbanos e comunitários

existentes nos bairros da cidade de Angicos;

• Identificar quais bairros da cidade de Angicos concentram mais equipamentos;

• Identificar as condições de uso e de acessibilidade a esses recursos;

• Inferir através da análise dos resultados obtidos quais os bairros que apresentam

melhor qualidade de vida para a população;

• Contribuir com informações sobre os equipamentos públicos para elaboração do plano

diretor da Cidade.

17

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 DESENVOLVIMENTO URBANO

Arqueólogos acreditam que as primeiras civilizações, surgiram próximas aos rios que

atravessavam as férteis planícies, isso porque os solos dessas regiões apresentavam elevado

grau de fertilidade, contribuindo no desenvolvimento da agricultura. Outros cientistas

defendem a teoria de que o aparecimento das primeiras cidades ocorreu não nos grandes vales

aluviais, mas nas zonas montanhosas que delimitavam uma área fértil, essas áreas possuíam

enorme potencial agrícola, tornando-se as primeiras sedes com as características de uma

civilização urbana (ABIKO et al., 1995).

Essas férteis regiões possibilitavam a aplicação de técnicas de irrigação como a

construção de pequenas valas transversais, que permitiam desviar os cursos de água até os

campos próximos as aldeias, e amenizava os prejuízos causados pelos períodos de escassez de

chuva. O aprimoramento do transporte permitiu estender a colonização dessas regiões até

locais antes fora do alcance das comunidades agrícolas (ABIKO et al., 1995). Esses métodos

rústicos cujo objetivo era proporcionar melhoria nas condições de vida desses povos foram

aprimorados através dos séculos, novas tecnologias foram desenvolvidas e aplicadas em todos

os segmentos da sociedade, gerando a infra-estrutura urbana encontrada atualmente nas

cidades.

As redes de infra-estrutura estão presentes nas cidades desde a época de seu

surgimento, primeiramente surgiu à rede viária e com ela a evolução do perfil das

pavimentações, as técnicas de pavimentação evoluíram juntamente com os transportes

terrestres; a seguir aparecem às redes sanitárias que envolvem coleta seletiva de lixo, coleta de

águas pluviais e abastecimento de água; e no final do século XIX surgem às redes energéticas

(MASCARÓ apud ZMITROWICZ et al., 1997).

Na tentativa de regulamentar o crescimento das grandes cidades foi criada no ano de

1960 no Brasil o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo, surgiram às primeiras políticas

públicas de desenvolvimento, cujo objetivo era promover pesquisas e estudos relativos ao

déficit habitacional, planejamento físico e socioeconômico da habitação, e ainda prestar

assistência técnica aos Estados e Municípios quando da elaboração dos planos diretores, bem

18

como auxiliar no planejamento da desapropriação por interesse social de áreas urbanas

adequadas à construção de conjuntos habitacionais (GOMES, 2010).

No Nordeste brasileiro, as políticas de desenvolvimento começaram a tomar forma

com a criação, em 1959, da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).

No Rio Grande do Norte, a capital do Estado - Natal - foi a primeira a ser contemplada com a

implantação de estruturas voltadas para atender a demanda econômica e regulamentação do

espaço urbano (GOMES, 2010). As cidades com contingente populacional inferior a 20.000

habitantes, no contexto das políticas de desenvolvimento são consideradas pequenas e não

foram beneficiadas com tais políticas públicas (GOMES, 2010).

3.2 INFRA-ESTRUTURA URBANA

A infra-estrutura urbana é composta de todos os equipamentos e serviços essenciais ao

desenvolvimento das funções urbanas; podendo ser analisada por três diferentes aspectos: o

aspecto social, econômico e institucional (ZMITROWICZ; NETO, 1997);

• Aspecto social – Infra-estrutura que tem como características promover adequadas

condições de moradia, trabalho, saúde, educação, lazer e segurança;

• Aspecto econômico – Infra-estrutura que promove a produção e comercialização de

bens e serviços;

• Aspecto institucional – Todo sistema capaz de proporcionar os meios necessários ao

desenvolvimento das atividades político-administrativas, incluindo a gerência da

própria cidade.

Atualmente, a infra-estrutura urbana tem conquistado grande visibilidade,

especialmente nos grandes centros, uma vez que a sociedade buscando melhoria na qualidade

de vida tem sentido a necessidade de ter acesso, com boas condições de usabilidade, a esses

equipamentos urbanos, uma vez que eles são indispensáveis ao bem estar da população.

A proposta de equilibrar o desenvolvimento dos municípios surge quando a oferta dos

equipamentos urbanos não é capaz de atender as necessidades básicas da população, as

cidades que estão em crescimento constante refletem essa realidade, sendo as principais

causas: expansão desordenada das áreas municipais e não cumprimento dos planos de

desenvolvimento. Nas pequenas cidades onde não há a obrigatoriedade de planejar

19

equipamentos urbanos a qualidade de vida da população é limitada (LEITE; FRANÇA, 2007).

O governo procurando nortear o desenvolvimento das cidades criou lei específica, o

parcelamento do solo urbano e a política nacional de resíduos sólidos.

A lei Federal Nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que dispõe sobre o parcelamento

do solo urbano, determina em seu Capítulo II, artigo 5º, que o poder público poderá exigir, em

cada loteamento e/ou bairros, uma porção de terra não edificada destinada a construção dos

equipamentos urbanos. O parágrafo único do mesmo artigo define como urbanos os

equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica,

coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. A citada Lei define, em seu

capítulo II, artigo 4° e parágrafo 2°, equipamentos comunitários como sendo equipamentos

públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares.

A lei Federal N°12.305, de 2 de agosto de 2010, dispõe sobre a política nacional de

resíduos sólidos. A referida Lei no capítulo I artigo 13°, classifica os resíduos sólidos como:

resíduos domiciliares, resíduos de limpeza urbana, resíduos da construção civil e outros. A

mesma Lei determina em seu artigo 25°, capítulo III, que o poder público, o setor empresarial

e a coletividade são responsáveis pelas ações e efetividade da Política Nacional de Resíduos

Sólidos e demais diretrizes.

3.3 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS URBANOS

3.3.1 Abastecimento de água

A lei Federal N° 11.445, de 5 de janeiro de 2007, dispõe sobre as diretrizes nacionais

para saneamento básico (DNSB), define no artigo 3° abastecimento de água como sendo as

atividades de infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água,

desde a captação até as ligações residenciais e respectivos instrumentos de medição.

A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) caracteriza por meio da portaria de N°

1.469 o sistema de abastecimento de água, como o serviço público formado por um conjunto

de instalações hidráulicas responsáveis pelo beneficiamento de água potável para atender as

necessidades da população (FUNASA, 2000).

20 O abastecimento de água não objetiva apenas a distribuição da água, ele deve primar

também pela qualidade da água fornecida à população, sendo monitorado o transporte,

promovendo melhorias na saúde através do controle e prevenção de doenças, salubridade

sanitárias proporcionando melhores condições de vida as comunidades (BASTOS, 2011).

A manutenção dos sistemas de abastecimento de água deve ser realizada

periodicamente a fim de garantir a boa condução da água e elevado índice de potabilidade,

evitando a incidência de doenças (BASTOS, 2011).

O sistema de abastecimento de água compreende outros equipamentos técnicos

intitulados subsistemas, os mesmos são divididos em partes, cada parte exerce funções

diferenciadas uma das outras, mas à finalidade e os objetivos são comuns a todos, conduzir

água potável em quantidade e qualidade atendendo os requisitos físicos, químicos e

biológicos necessários à saúde da população em geral (ZMITROWICZ; NETO, 1997).

O Sistema de Abastecimento Urbano de Água se realiza através do serviço público

que desenvolve, através de obras de engenharia e sistemas hidráulicos (BASTOS, 2011). Os

subsistemas urbanos de abastecimento de água são compostos dos seguintes sistemas técnicos

captação, adução, recalque, tratamento e distribuição.

• Captação – O subsistema de captação de água é formado por um conjunto de

equipamentos e estruturas construídos junto a um manancial, os mananciais utilizados

para o abastecimento são caracterizados em duas formas, superficiais e subterrâneos.

As águas superficiais são captadas diretas dos mananciais rios, lagos e barragem. Os

mananciais subterrâneos necessitam maior investimento econômico e as águas

captadas provem principalmente de poços artesianos (BASTOS, 2011);

• Adução – O subsistema de adução é constituído por um conjunto de peças como

válvulas de parada, válvulas de descargas, curvas, juntas e tubulações, as mesmas são

interligadas entre si ligando o subsistema de captação ao subsistema de tratamento de

água e destes aos reservatórios;

• Recalque – O recalque, também conhecido como estações elevatórias, formado por

bombas hidráulicas que visa elevar a água do manancial aos reservatórios, este método

é empregado quando o nível do manancial é inferior ao nível dos reservatórios, são

empregados também para captar a água dos mananciais, reforçando a capacidade das

21 adutoras, bem como elevar a água a longas distâncias, este método quando aplicado

em regiões com terrenos acidentados faz necessário maior investimento econômico;

• Tratamento – Os subsistemas de tratamento são empregados conforme grau de

potabilidade da água necessário ao consumo humano, caso a água não seja potável é

feita a potabilidade melhorando a qualidade dentro dos padrões higiênicos

recomendados mediante um tratamento parcial ou completo;

• Distribuição – O subsistema de distribuição tem como finalidade conduzir a água

aduzida dos mananciais até as cidades, vilas, logradouros públicos e outros

aglomerados urbanos, esta unidade é composta pelos reservatórios de tratamento,

armazenamento e tubulações, as tubulações obedecem à seqüência de diâmetros

decrescentes, tendo início nos reservatórios de distribuição e término nas economias

consumidoras (residências). As peças utilizadas nos ramais de distribuição são

compostas por válvulas, registros, hidrantes e aparelhos medidores.

3.3.2 Serviços de esgotos

A necessidade de se instalar rede de esgoto residencial nas cidades torna-se cada vez

mais incontestável. Percebe-se que a maioria dos municípios não possui rede de tratamento de

esgoto para dispensar seus resíduos domésticos, e por essa razão faz uso de logradouros

públicos, córregos, leito de rios e áreas de preservação ambiental como depósitos desses

dejetos.

A utilização da água para consumo humano ocorre de diversas maneiras, por exemplo,

o simples hábito doméstico de tomar banho, usar a descarga do vaso sanitário poluem quando

esses esgotos são lançados nos rios ou no mar sem o devido tratamento. Segundo Guimarães e

Pasqualetto (2003) esgotos são os despejos provenientes das diversas modalidades do uso das

águas.

As DNSB definem o sistema de esgotamento sanitário como um conjunto de

equipamentos de infra-estrutura que objetiva promover as seguintes atividades operacionais:

coleta do esgoto sanitário, transporte, tratamento e disposição final, desde as economias

urbanas (residências), até o seu lançamento final no meio ambiente.

22 O sistema de esgoto sanitário opera em função da origem do uso da água. A

quantidade de resíduos depositados é diretamente proporcional ao consumo de água. O

sistema de esgoto sanitário compreende as seguintes instalações físicas: rede de canalizações,

órgãos acessórios, órgãos complementares e dispositivos de tratamento dos esgotos, antes de

seu lançamento no destino final (ZMITROWICZ; NETO, 1997).

• Rede de esgoto sanitário – Composta por varias canalizações de diversos diâmetros

possuindo ordem crescente de vazão com as seguintes etapas de elaboração: ligações

prediais, coletores primários, coletores secundários, coletores tronco, interceptores e

emissários. Quando da implantação do projeto deve ser analisado as condições locais

do terreno, disponibilidade e obtenção dos tubos;

• Ligações prediais – São geralmente oriundas das ligações públicas e/ou privadas

como: residências, comerciais, industriais e institucionais, podendo também ser

entendida como um conjunto de equipamentos com finalidade de interligar o esgoto

predial ao sistema sanitário;

• Poços de visita – São instalados nas extremidades das tubulações, principalmente

quando se exige mudança de direção, de diâmetro e de declividade, aplica-se a longos

trechos, destinam-se a inspeção, limpeza e desobstrução das tubulações que ligam os

trechos coletores;

• Estações elevatórias – São formadas por mecanismos hidráulicos e mecânicos, que

permitem transportar os resíduos sanitários para um ponto mais elevado, podendo

também bombear os despojos até locais distantes, a construção destas estações se

justifica quando não é possível o esgotamento por gravidade, seu projeto tem custo

inicial elevado e necessita de operação e manutenção permanentes;

• Estação de tratamento – Constituído de equipamentos encarregados de eliminar as

impurezas, permitindo que as águas residuais sejam lançadas nos corpos receptores em

condições adequadas. A decisão pelo processo de tratamento dos efluentes deve

considerar o curso de água receptor, onde é realizado um estudo de depuração

(filtração), respeitando os limites definidos pela legislação ambiental. Geralmente as

23 estações de tratamento são projetadas de maneira a possibilitar o tratamento dos

efluentes por etapas, os processos mais comuns para tratamentos de esgotos são:

gradeamento, desarenação, flutuação, sedimentação, coagulação, irrigação, filtração,

desinfecção, desodorização, digestão, entre outros.

Considerando a situação dos recursos hídricos no país, a existência de instrumentos

que proporcionem adequado serviço de esgoto sanitário é fundamental para melhorar as

condições de saúde da população, e essencial para a preservação do meio ambiente. Vale

lembrar que a Lei do Saneamento Básico observa os seguintes princípios fundamentais:

universalização do acesso, disponibilidade em todas as áreas urbanas, segurança da vida, do

patrimônio público, privado entre outros.

3.3.3 Energia elétrica

O crescimento populacional tem contribuído na expansão das áreas urbanas, o que

aumenta a demanda pelo fornecimento de energia elétrica. Em termos de suprimento

energético, o fornecimento de energia elétrica é uma das formas mais acessíveis e

convenientes de energia, sendo recurso indispensável e estratégico para o desenvolvimento

socioeconômico.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANELL) estabelece por meio da resolução

N°456/2000, as condições gerais para o fornecimento de energia elétrica, podendo ser

observadas tanto pelas concessionárias quanto pelos consumidores. Para fins e efeitos desta

Resolução, no artigo 2° são adotadas as seguintes definições:

• Concessionária ou Permissionária – Agente titular de concessão ou permissão federal

para prestar o serviço público de energia elétrica, referenciado apenas pelo termo

concessionária;

• Consumidor – Pessoa física ou jurídica, legalmente representada, que solicitar à

concessionária o fornecimento de energia elétrica assumindo a responsabilidade pelo

pagamento das faturas e pelas demais obrigações fixadas em normas e regulamentos

24 da ANEEL, assim vinculando-se aos contratos de fornecimento, de uso e de conexão

ou de adesão, conforme cada caso;

• Consumidor livre – Consumidor que pode optar pela compra de energia elétrica junto

a qualquer fornecedor, conforme legislação e regulamentos específicos;

• Contrato de adesão – Instrumento contratual com cláusulas vinculadas às normas e

regulamentos aprovados pela ANEEL, não podendo o conteúdo das mesmas ser

modificado pela concessionária ou consumidor;

• Contrato de fornecimento – Instrumento contratual em que a concessionária e o

responsável por unidade consumidora firmam onde estão ajustadas as características

técnicas e as condições comerciais do fornecimento de energia elétrica;

• Contrato de uso e de conexão – Instrumento contratual em que o consumidor livre

ajusta com a concessionária as características técnicas e as condições de utilização do

sistema elétrico local, conforme regulamentação específica;

• Carga instalada – Soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados

na unidade consumidora, em condições de entrar em funcionamento, expressa em

quilowatts (kW);

Fornecimento de energia elétrica é constituído por um conjunto de equipamentos

interligados entre si com a função de captar a energia primária, transformá-la em energia

elétrica, e em seguida realizar o transporte até os estabelecimentos consumidores, residências,

comércios, indústrias e repartições públicas (MASCARÓ apud ZMITROWICZ, NETO;

1997). O sistema de fornecimento de energia elétrica é constituído pelas seguintes etapas:

• Sistemas de geração – Os sistemas de geração de energia são divididos em dois

grandes grupos, convencional e não convencional, convencional compreende os

sistemas a vapor, hidrelétricas, motores diesel e termonuclear. O não convencional

compreende os eólicos, solares e geotérmicos;

25

• Sistema de transmissão – O sistema de transmissão na maioria das vezes é integrado

com os sistemas de geração de energia, podendo ser interligados nacionalmente e

regionalmente possibilitando, assim, uma maior confiabilidade no abastecimento em

situações anormais ou de emergência. Os elementos básicos de transporte deste

sistema, os cabos ou eletro-duto, possuem várias características e diâmetros

diferenciados que possibilita o transporte das tensões e quantidade de energia, os

cabos podem ser arranjados de forma subterrânea, área e submarinas. No fornecimento

de energia elétrica o sistema de transmissão é a parte mais vulnerável, nele incide a

maior parte dos acidentes;

• Sistema de distribuição – O sistema de distribuição é composto por uma rede primária

e uma rede secundária, a rede primária alimenta a rede secundária que, por

conseguinte alimenta os consumidores; a rede aérea é a mais utilizada entre as

concessionárias por oferecer menor custo econômico de implantação, geralmente ela é

composta por três ou quatro fios, paralelos na vertical, suas principais desvantagens

são poluição visual, conflitos com a arborização urbana e conseqüentemente curtos-

circuitos por ocasião de ventos ou tempestades, além da falta de estética;

• Posteação – Pode ser constituída de madeira ou de concreto, elas possuem alturas de

11 metros para rede primária, e 09 metros para rede secundária, sua função é de

sustentação das redes aéreas e dos elementos de iluminação;

• Ligações prediais – Formado por um conjunto de elementos que tem como

característica estabelecer ligação entre a rede de distribuição às instalações elétricas

consumidoras (indústrias, residências, comércio, entre outros), as ligações de entrada

na maioria das vezes são compostas principalmente pelos postes, fios condutores e

medidores elétricos.

O equipamento urbano de energia elétrica ao longo tempo tem sido imprescindível às

funções humanas. Nas cidades tem a função de iluminar avenidas, ruas, praças, residências

entre outros, este equipamento no setor de transporte possibilitou substituir a carruagem pelos

bondes elétricos, na segurança, a iluminação das cidades possibilita minimizar roubos, furtos

e arrombamentos.

26

3.3.4 Coletas de águas pluviais

Nas áreas urbanas, o manejo inadequado das águas pluviais tem gerado grandes

divergências entre a sociedade e o poder público, as ocorrências de deslizamentos de terras,

cidades inteiras encobertas pelas águas, ruas e avenidas alagadas, constituem numa pequena

parcela da problemática existente. Embora o manejo das águas pluviais constitua competência

dos estados e municípios, para regulamentar o desenvolvimento urbano e para legislar sobre

as políticas de direito urbanístico, o governo federal institui normas e diretrizes sobre o

assunto.

A Lei que rege o saneamento básico trata a drenagem urbana como um componente,

ao lado do abastecimento de água potável e do esgotamento sanitário. Esses serviços públicos

quando da implantação são essenciais para elevar as condições de salubridade da população,

expectativa de vida, segurança e conforto.

A referida Lei define em seu artigo 3° a drenagem e o manejo das águas pluviais

urbanas como o conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de

drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento

de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas

urbanas.

A gestão de águas pluviais tem como característica contribuir no desenvolvimento dos

Estados e Municípios, agindo como sistemas preventivos de inundações, principalmente

quando da existência de bairros e/ou loteamentos com topografias rebaixadas, sujeitos a

possíveis alagamentos, para implantação deste projeto leva-se em consideração a classificação

dos sistemas de drenagem, que são divididos em macro-drenagem e micro-drenagem (TUCCI,

2005).

• Macro-drenagem – Desenvolvida quando avaliadas as situações críticas ocasionadas

por cheias urbanas. Está diretamente ligada ao controle e escoamento das bacias

urbanas (açudes, lagoas, rios e riachos);

• Micro-drenagem – Minimização de risco pela ocupação urbana através dos seguintes

serviços (terraplenagens, guias, sarjetas, galerias de águas pluviais, pavimentações e

obras de contenção de encostas). A execução desses serviços é competência dos

27 municípios podendo existir o acréscimo na competência, estendem-se

responsabilidades aos governos estaduais e/ou federais.

O sistema de coleta de águas pluviais é composto de uma série de unidades e

dispositivos hidráulicos cujos elementos e etapas da coleta são definidos a seguir

(ZMITROWICZ; NETO, 1997):

• Meio-fios – Também conhecidos como guia, é faixa de separação do passeio e leito

viário, são evidenciados paralelamente ao eixo da rua, em parte constituem-se de

pedras de granitos e pré-moldado de concretos;

• Sarjetas – São faixas do leito viário, situados próximo às guias, sua função é coletar e

conduzir as águas de escoamento superficial até os pontos de coletas, suas formas são

do tipo horizontais e triangulares;

• Sarjetões – Possuem formas triangulares, situados nos pontos mais baixos do leito

viário, formado do mesmo material das sarjetas e tem a função de encaminhar o fluxo

de água para os pontos de coleta;

• Boca Coletora – Também denominadas de boca de lobo tem como características

coletar as águas superficiais e conduzi-las as galerias, as bocas de lobos geralmente

ficam dispostas nos cruzamentos das vias;

• Galerias – São dutos que recebem as águas coletadas nas bocas de lobos e as conduz

ao depósito final, geralmente são construídas tangencialmente as guias e possuem

diâmetro menor ou igual a 1,5m;

• Poços de Visitas – É a unidade do sistema de coletas de águas pluviais com finalidade

de acesso às canalizações tendo como objetivo a limpeza, inspeção e manutenção das

mesmas, a necessidade de implantação dar-se quando da existência de mudança de

direção, declividade, ou quando há mudança de diâmetro das galerias. A tampa

geralmente construída de ferro fundido e as paredes edificadas de concreto;

28

• Bacias de Estocagem – Tem como finalidade armazenar a água coletada a partir de

grandes precipitações pluviométricas, essas bacias de estocagem podem ser

superficiais ou subterrâneas.

A implantação dos serviços de drenagem urbana por estado ou município não objetiva

apenas o escoamento de águas pluviais, mas também a retenção e o amortecimento dessas

águas, o que pode reduzir a demanda por água tratada, uma vez que a água das chuvas pode

ser aproveitada para usos diversos do consumo humano, como a descarga de sanitários,

irrigação e a lavagem de automóveis. Inúmeros são os benefícios da drenagem urbana, nesse

sentido é importante que os gestores municipais tenham essa preocupação quando do

planejamento dos projetos urbanos.

3.3.5 Rede telefônica

A rede telefônica está inserida nos serviços de telecomunicações. A comunicação

surgiu da necessidade de encaminhar uma informação a um determinado lugar. O serviço

postal foi um dos primeiros meios de transmissão de informações. O desenvolvimento

tecnológico consolidou o surgimento de novas fontes de comunicação, encurtando distancias

e tornando a informação mais confiável. Nesse contexto, os serviços de telecomunicação,

compreendem: rede telefônica, sistema de TV, sistema de rádio e as redes de informática.

O artigo 69 da lei nº 9.472/97, define os serviços de telecomunicações de acordo com

a forma e modalidade.

• Forma de telecomunicação – É o modo específico de transmitir informação, decorrente

de características particulares de transdução, transmissão, apresentação da informação

ou de combinação destas;

• Modalidades de telecomunicação – Será definido pela agência em função de sua

finalidade, âmbito de prestação, forma, meio de transmissão, tecnologia empregada ou

outros atributos. Algumas formas de telecomunicação são a telefonia, a telegrafia, a

comunicação de dados e a transmissão de imagens, entre outras;

29 A referida lei visa organizar a prestação dos serviços de telecomunicações no País e

criar um ambiente favorável à realização de investimentos na indústria, sob supervisão da

Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), o órgão regulador do setor.

O serviço de telecomunicações possibilitou rapidez nas informações e também

permitiu a substituição dos deslocamentos humanos pela transferência de arquivos digitais em

grande quantidade. Grande parte desse avanço dos meios de comunicação deve-se ao

computador, à indústria de programas e aos satélites de comunicação (TONI apud

ZMITROWICZ; NETO, 1997).

3.3.6 Gás canalizado

Inicialmente as primeiras fontes energéticas a surgirem no Brasil foi energia a gás, o

estado de São Paulo foi o primeiro estado a receber esse serviço, na cidade de São Paulo o

sistema de gás canalizado foi utilizado para iluminação das ruas, praças bem como

aquecimento das residências. Com o desenvolvimento tecnológico, novos materiais

despontaram como produtores de gás, dentre eles, base de carvão mineral, petróleo e

atualmente o gás natural (ZMITROWICZ; NETO, 1997).

Existem diversas razões para que o gás canalizado seja considerado viável ao consumo

humano, por ser considerada uma energia limpa pós-queima, que permite redução no impacto

ambiental. Nas cidades a utilização do gás canalizado colaborou para o crescimento da

economia, é empregado na indústria, residências, comércio, transporte e ainda na geração de

energia elétrica.

O sistema de fornecimento do gás é similar, com o sistema de fornecimento de energia

elétrica, sendo constituído por uma usina de produção ou jazidas de gás natural, considerando

os elementos que compõem o sistema de gás tem-se: instalações de armazenamento,

compressoras, odorizadoras, misturadoras e filtradoras, estações reguladoras de pressão e rede

de distribuição. As características do fornecimento de gás dependem do tipo de gás a ser

distribuído e do tipo de usuário (ZMITROWICZ; NETO, 1997).

30

3.4 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS COMUNITÁRIOS

3.4.1 Educação

É incontestável a contribuição da educação na formação do ser humano. Preparando a

pessoa para compreender e ter acesso as diferentes manifestações da cultura humana que

ocorrem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e

pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil (FONSECA, 2009). Uma

educação de qualidade se consolida quando prepara o indivíduo para o exercício profissional

ético e cidadão.

A lei N° 9.394/96 estabelece as diretrizes e a bases da educação nacional, denominada

lei de diretrizes e bases da educação - LDBE, determina que é dever do estado e da família

cuidar do desenvolvimento dos estudantes, da educação, bem como da interação destes com a

sociedade. O governo na tentativa de cumprir com essas regulamentações atribuem às

instituições de ensino os seguintes princípios fundamentais.

• Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

• Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e

o saber;

• Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

• Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

• Valorização do profissional da educação escolar;

• Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas

de ensino;

• Valorização da experiência extra-escolar;

• Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

A organização da educação nacional cabe a União, aos Estados, ao Distrito Federal e

aos Municípios que podem trabalhar suas instituições em regime de colaboração. A

coordenação da política nacional de educação é responsabilidade da União, que deve articular

31

os diferentes níveis e sistemas, exercendo função normativa em relação às demais instâncias

educacionais.

Conforme LDBE a educação brasileira é dividida em dois níveis: a educação básica e

o ensino superior. Sendo a educação básica constituída pela educação infantil, ensino

fundamental e ensino médio.

• Educação básica – A educação básica tem por finalidade assegurar o desenvolvimento

e formação do aluno, indispensável para o exercício da cidadania;

o Educação infantil – A finalidade da educação infantil é trabalhar com o

desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, auxiliando na

ação da família, aspectos físicos, psicológico, intelectual e social;

o Ensino fundamental – O ensino fundamental terá por finalidade a formação

básica do cidadão, é obrigatório, possui duração de nove anos, inicia-se aos

seis anos de idade;

A disponibilidade da educação infantil e do ensino fundamental é responsabilidade do

município;

o Ensino médio – O ensino médio possui duração de três anos, permite ao

estudante solidificar e aprofundar os conhecimentos adquiridos, bem como a

compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos; é responsabilidade do

Estado;

• Educação Superior – Visa formar estudantes nas diferentes áreas do conhecimento

estimulando o pensamento reflexivo e científico tecnológico, entre outros. A união é

responsável por essa etapa da formação humana.

O desenvolvimento de um país está condicionado à qualidade de sua educação, a

aprendizagem tem presença garantida em qualquer projeção que se faça para o futuro

(FONSECA, 2009). No contexto das cidades para que isso seja realidade presente, os gestores

municipais devem estar vigilantes as leis e aos planos nacionais da educação cumprindo com

veemência normas e regulamentações impostas.

32

3.4.2 Cultura

A cultura é a principal característica humana, desenvolveu-se simultaneamente com o

equipamento fisiológico do homem (LARAIA, 1932). O autor afirma ainda, o modo de ver o

mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e as

posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, o resultado da atuação

de uma determinada cultura.

Por meio da lei nº 12.343,2 de dezembro de 2010, o Governo Federal institui um

importante componente para o desenvolvimento e realização da cultura no Brasil. Nessa Lei

foi aprovado o Plano Nacional de Cultura, previsto no parágrafo 3° do artigo 215 da

Constituição Federal, tendo duração de dez anos. O referido Plano objetiva:

• Reconhecer e valorizar a diversidade cultural, étnica e regional brasileira;

• Proteger e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial;

• Valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais;

• Promover o direito à memória por meio dos museus, arquivos e coleções;

• Universalizar o acesso à arte e à cultura;

• Estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional;

• Estimular a sustentabilidade socioambiental;

• Desenvolver a economia da cultura, o mercado interno, o consumo cultural e a

exportação de bens, serviços e conteúdos culturais;

• Reconhecer os saberes, conhecimentos e expressões tradicionais e os direitos de seus

detentores;

• Qualificar a gestão na área cultural nos setores público e privado;

• Profissionalizar e especializar os agentes e gestores culturais;

• Descentralizar a implementação das políticas públicas de cultura;

• Consolidar processos de consulta e participação da sociedade na formulação das

políticas culturais;

• Ampliar a presença e o intercâmbio da cultura brasileira no mundo contemporâneo;

• Articular e integrar sistemas de gestão cultural.

33 A promoção da cultura pode ser desenvolvida através de diversos instrumentos

denominados equipamentos culturais.

Os equipamentos culturais são bastante abrangentes, desde edificações dedicadas à

realização de práticas culturais como teatros, cinemas, bibliotecas, centros de cultura,

filmotecas, museus; passando por produtores culturais abrigados ou não fisicamente, em uma

edificação ou instituição, como por exemplo, orquestras sinfônicas ou corais. Em síntese,

equipamentos culturais são todos os objetos que tornam funcional um espaço votado para a

realização da prática cultural (TEIXEIRA; COELHO apud OLIVEIRA, 2010).

A finalidade e existência dos diversos instrumentos essenciais à cultura presentes nas

cidades são indispensáveis, pois esses possuem papel importante na interação da sociedade

em todos os níveis e classes sociais (OLIVEIRA, 2010). Em meio à imensa variedade de

equipamentos existente pode-se citar:

• Biblioteca – Destina-se a visitação do povo em geral, tem como finalidade fornecer

meio de conhecimento através de livros, almanaques, revistas e outros, podendo ser

mantidas por instituições públicas ou privadas;

• Cinemas – Edificações públicas ou privadas destinadas a projeção de filmes;

• Museu – É uma instituição sem fins lucrativos, a serviço da sociedade tendo como

finalidade seu desenvolvimento cultural e resgate histórico em geral;

• Teatros – São edificações voltadas à arte dramática, musica, dança entre outros.

A cultura além de desenvolver hábitos e aptidões no ser humano, atua fortemente na

educação do indivíduo, estimulando o pensamento crítico e reflexivo em torno de valores

simbólicos. A existência dos equipamentos culturais nas zonas urbanas em fase de expansão

torna-se imprescindível, viabiliza o desenvolvimento artístico, integra comunidades e bairros

carentes nos diversos segmentos sociais e culturais, melhorando a perspectiva e a qualidade

de vida da população.

34

3.4.3 Saúde

Visando reorganizar e recuperar a saúde pública brasileira foi instituído a lei N°

8.080/90, que dispõe as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a

organização e o funcionamento dos serviços correspondentes (BRASIL, 1990). Saúde é um

direito fundamental do ser humano, e obrigação do Estado.

É dever do Estado, desenvolver políticas econômicas e sociais que visem à redução de

riscos de doenças. A saúde de qualidade perpassa por seus agentes condicionantes:

alimentação, moradia, saneamento básico, agentes econômicos, cultural, meio ambiente e

outros. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como não só ausência de

doença, mas perfeito estado de bem-estar físico, mental e social.

Atualmente no Brasil o Sistema Único de Saúde (SUS) é o sistema público

responsável pelas atividades de saúde do País. A União é o principal financiador da saúde

pública e responsável por formular políticas nacionais que são implementadas por seus

parceiros, estados, municípios, ONGs e iniciativa privada. O sistema único de saúde é

responsável pelo controle e qualidade da saúde, pesquisa, produção de insumos e

fornecimento de equipamentos no âmbito da saúde nacional.

O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais pactuado entre as três

esferas de gestão (União, estados e municípios) do Sistema Único de Saúde, com o objetivo

de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão. Sua implementação se dá por

meio da adesão de municípios, estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG),

que, renovado anualmente, substitui os anteriores processos de habilitação e estabelece metas

e compromissos para cada ente da federação. Com esse pacto os estados e municípios podem

receber recursos federais por meio de cinco blocos de financiamento: atenção básica, atenção

de média e alta complexidade, vigilância em saúde, assistência farmacêutica e gestão do SUS

(BRASIL, 2006).

• Atenção Básica é o conjunto de ações que engloba promoção, prevenção, diagnóstico,

tratamento, reabilitação, bem como a redução de danos ou de sofrimento que possam

comprometer as possibilidades de viver de modo saudável. Desenvolve-se por meio de

práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho

35 em equipe, dirigida à população de territórios delimitados, pelas quais a equipe

assume responsabilidades sanitárias (BRASIL, 2006).

• A atenção de média e alta complexidade é composta por ações e serviços que visam

atender aos principais problemas e agravos de saúde da população, cuja complexidade

da assistência na prática clínica demande a disponibilidade de profissionais

especializados e a utilização de recursos tecnológicos, para o apoio diagnóstico e

tratamento (BRASIL, 2007).

• Vigilância a Saúde – Pressupõe a análise permanente da situação de saúde da

população e a organização e execução de práticas de saúde adequadas ao

enfrentamento dos problemas e necessidades existentes, desenvolve-se em três linhas:

o Vigilância sanitária – É composta por atividades voltadas a eliminar, diminuir

e impedir riscos a saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do

meio ambiente, da produção e circulação de bens de consumo, da prestação de

serviços que se relacionam direta ou indiretamente com interesse da saúde;

o Vigilância epidemiológica – Um conjunto de atividades voltadas ao

conhecimento, à detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores

determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, assim como,

adotando medidas de prevenção e controle das doenças;

o Vigilância ambiental – é um conjunto de ações que proporciona o

conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e

condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a

finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de

risco ambientais relacionados às doenças ou outros agravos à saúde (BRASIL,

2003).

• Assistência Farmacêutica – Reúne um conjunto de ações voltadas à promoção,

proteção e recuperação da saúde, por meio da promoção do acesso aos medicamentos

e uso racional;

• Gestão do SUS – Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera de governo

designados para o desenvolvimento das funções do Executivo na saúde: no âmbito

nacional, o Ministro da Saúde; no âmbito estadual, o Secretário de Estado da Saúde, e

36 no municipal, o Secretário Municipal de Saúde. A atuação do gestor do SUS efetiva-se

por meio do exercício das práticas necessárias a implementação de políticas na área da

saúde (BRASIL, 2011).

.

Os serviços integrantes do (SUS), que compõe setores públicos, privados, conveniados

e contratados são desenvolvidos obedecendo aos seguintes princípios:

• Acesso de toda a população aos serviços de saúde em todos os graus de assistência;

• Atendimento integral dos pacientes quanto aos serviços preventivos e curativos,

individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade

do sistema;

• Manter em segredo a identidade das pessoas na defesa de sua integridade física e

moral;

• Igualdade dos serviços de saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer classe;

• Direito ao paciente de saber, como se encontra seu estado clínico de saúde.

Compete à população buscar frente aos gestores públicos e comunitários, o

comprometimento e cumprimento da promoção à saúde, essa proposta quando atendida

possibilitará a construção de uma sociedade mais justa, humana e sobre tudo saudável.

3.4.4 Lazer e similares

O lazer, usualmente pode ser definido como um conjunto de ações, as quais a

população pode praticar de livre vontade, seja para descansar ou para entretenimento, ou

ainda, para desenvolver sua informação ou formação descontraída. O lazer é a forma que cada

pessoa utiliza o seu tempo dedicando-se a uma atividade que gosta de praticar (GOMES,

2010).

O lazer é essencial e fundamental à formação do indivíduo socialmente. O lazer

objetiva promover a democratização do acesso ao esporte recreativo da população em

situação de vulnerabilidade, visando à melhoria de sua qualidade de vida social. Os principais

37

equipamentos comunitários voltados a praticado lazer são: quadras de esportes, bares,

restaurantes, praças, clubes de festas entre outros.

O Estado do Rio do Grande Norte apresenta uma quantidade significativa de clubes de

festas e/ou clubes recreativo; esse equipamento é encontrado em 65% dos 155 municípios do

Estado (GOMES, 2010).

A prática de esportes como lazer tem se mostrado de fundamental importância para o

desenvolvimento das pessoas, podendo ser observada em dois diferentes aspectos; aspecto

biológico e aspecto social. Em uma realidade marcada pela violência, uso das drogas e da

crescente prostituição, a prática de esporte possibilita conduzir os jovens e adolescentes a um

caminho de vida socialmente saudável (GOMES, 2010).

A existência de ginásios, quadras e estádio de futebol nos municípios é muito

importante, pois não se destina apenas como ambiente voltado às atividades esportivas, mas

também como ambientes destinados a outras atividades socioculturais como festas juninas,

comemorações natalinas, gincanas e outras (GOMES, 2010). Compete aos gestores a

elaboração de emendas parlamentares para aquisição destes equipamentos.

As praças são essenciais no lazer da população, nelas as pessoas encontram amigos e

fazem novas amizades, realizam missas, cultos, festas, assim como grandes eventos sociais e

culturais. No contexto das pequenas cidades esse equipamento é essencialmente importante;

atualmente alguns desses equipamentos contam com academias populares, bares e

restaurantes, lanchonetes, que visam oportunizar mais lazer a população.

38

4 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho consiste na realização de uma pesquisa bibliográfica e de campo,

onde foram levantados os equipamentos públicos: urbanos e comunitários existentes na cidade

de Angicos/RN. O trabalho permitiu identificar os equipamentos existentes no Município, sua

localização e condições de usabilidade desses equipamentos.

A pesquisa de campo dos equipamentos públicos levantou à existência, as condições

de usabilidade e acessibilidade, a qualidade dos serviços ofertados por esses instrumentos,

sendo etapa desenvolvida em duas perspectivas:

• Para os equipamentos urbanos foi considerado o município de Angicos/RN;

• Para os equipamentos comunitários a cidade foi mapeada por bairros;

A pesquisa contou também com os registros fotográficos, esses foram utilizados no

diagnóstico das condições físicas e disposição dos equipamentos na área urbana.

39

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA ÁREA DE ESTUDO

Conforme o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – IDEMA, o

município de Angicos/RN está localizado na zona do sertão central do Estado do Rio Grande

do Norte; sendo seus limites, ao Norte esta as cidade de Afonso Bezerra e Pedro Avelino, ao

Sul Santana do Matos e Fernando Pedroza, ao Leste Pedro Velho, Pedro Avelino e Lajes e ao

Oeste Itajá e Ipanguaçu.

O Município com uma área 741,65 km2 dista de 171 km da Capital do Estado. A

cidade de Angicos encontra-se na zona semi-árida do Estado, apresenta clima bastante quente

com temperaturas médias anuais de 27 °C, os períodos de precipitação pluviométrica na

cidade geralmente acontecem nos meses de Fevereiro a Abril.

A vegetação do município é constituída por jurema-preta, mufumbo, faveleiro,

marmeleiro, xique-xique e facheiro. A Caatinga Hiperxerófila é uma vegetação típica do

município, possui caráter seco, com abundância de cactáceas e plantas de porte mais baixas e

espalhadas. O solo da cidade de Angicos constitui-se em Solonetz Solodizado e Litólicos

Eutróficos (IDEMA 2008).

5.2 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS URBANOS DE ANGICOS

5.2.1 Abastecimento de água

O sistema de abastecimento de água do município de Angicos/RN está sob a

responsabilidade da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte - CAERN. No

Município, o escritório da Companhia (Fig. 1) localiza-se na Rua: Vicente Guilherme N° 285,

bairro: Alto do Triangulo.

40

Figura 1 – Escritório local da CAERN

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

O sistema público de abastecimento de água no município de Angicos se dá por meio

da adutora Sertão Central Cabugi (Fig. 2), que tem como manancial o canal do Pataxó/RN

perenizado pela barragem Engenheiro Amando Ribeiro Gonçalves (Fig. 3). O tipo de

manancial utilizado para esse fim é caracterizado como superficial, à captação da água bruta é

realizada em um ponto. O volume médio de água bruta captada mede 160 m3/h (CAERN,

2011).

Figura 2 – Adutora Sertão Central Cabugi

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

O canal de pataxó/RN apresenta vazão média de 2.200 l/s, esse valor é correspondente

a 95% da eficiência de toda água bruta transportada da barragem Armando Ribeiro

Gonçalves, até o local de sua captação. A captação da água bruta realizada no canal de

Pataxó/RN apresenta adução (transporte) por gravidade. A condução da água é realizada por

41

um conjunto de elementos compostos por válvulas de parada, válvulas de descargas, curvas,

juntas e tubulações, esse sistema tem por finalidade ligar o sistema de captação à estação

Elevatória de Água Bruta (Fig. 3), localizada as margens da BR-304 a altura do município de

Itajá/RN.

Figura 3 – Ponto de captação da água bruta e estação elevatória de água bruta

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

A cidade de Angicos possui população de aproximadamente 11.549 habitantes e

capacidade de projeto do sistema de abastecimento de água estima atender de 5.000 a 50.000

habitantes. Segundo a CAERN, o manancial é suficiente para atender integralmente a

população do município e suporta expansões futuras. A operacionalidade do sistema de

abastecimento de água possui funcionamento médio diário de 23 horas.

Esse sistema de abastecimento de água conceitua-se como sistema integrado (Fig. 4),

além de abastecer a regional da cidade Angicos composta por Fernando Pedrosa, Afonso

Bezerra, Pedro Avelino, Lajes e outros, atende também diversas cidades, inclusive

pertencente à outra regional como a cidade de Riachuelo pertencente à região norte de Natal.

42

Figura 4 – Sistema integrado de abastecimento de água

Fonte: Atlas do abastecimento de água – ANA, 2010.

43 O sistema de tratamento da água é realizado na Estação de Tratamento de Água –

ETA, cujas etapas são coagulação, floculação, filtração e desinfecção por cloração a gás (Fig.

5).

Figura 5 – Estação de tratamento de água

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

A CAERN, visando verificar a qualidade da água do manancial, realizou em 2009 uma

coleta conforme portaria N° 518/2004 do Ministério da Saúde; as amostras colhidas

apresentaram os seguintes resultados.

44

Tabela 1 – Amostra dos índices físicos da água Parâmetros Amostras Padrão Situação Alcalinidade total 66,76 mg/L CaCO3 Não definido Atende

Temperatura 30°C --- ---

Condutividade 222,0 umho/cm Não definido Atende

Cálcio 11,82 mg/L Ca++ Não definido Atende

Cloretos 26,7 mg/L Cl- 250 Atende

Cor 12,0 uH 15 Atende

Dureza total 56,98 mg/L CaCO3 500 Atende

Ferro total 0,1 mg/L Fe+++ Fe+++

0,3 Atende

Magnésio 6,66 mg/L Mg++ Não definido Atende

Manganês 0,0 mg/L Mn++ 0,1 Atende

Nitrito 0,001 mg/L N 1,0 Atende

Oxigênio consumido

4,81 mg/L O2 Não definido Atende

Salinidade 0,074% --- ---

Sólidos totais dissolvidos

151,0 mg/L 1000 Atende

Sulfatos 0,0 mg/L SO4- 250 Atende

PH 8,02 6,0 a 9,5 Atende

Turbidez 2,8 Ut 5,0 Atende

Fonte: CAERN (2009).

O sistema de abastecimento ressalta que apesar da turbidez esta acima de 1,0 Ut,

encontra-se abaixo do valor pontual máximo permitido, 5,0 Ut. Em 2010 a empresa realizou

análise no sistema de distribuição de água, sendo a turbidez média de 0,6 Ut.

A água após cumprir as etapas de tratamento, é aduzida percorrendo aproximadamente

35 km até chegar à Estação Elevatória de água Tratada localizada as margens da BR–304 nas

proximidades do município de Angicos. A água após chegar à estação passa por uma nova

complementação de cloro seguindo para dois reservatórios com capacidade de 500m3 cada, e

alturas de 9m e 10m (Fig. 6), situados no escritório local da companhia em Angicos. Segundo

o sistema de abastecimento a vazão de tratamento corresponde a 0,0444 m3/s.

45

Figura 6 – Complementação do cloro e reservatórios elevados

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

A cidade de Angicos conta atualmente com oito (8) bairros, assim nomeados: Centro,

Alto da Alegria, Monsenhor Pinto, Dom Tavares, Alto do Triangulo, Alto da Esperança,

Prefeita Zélia Alves, Prefeito Jaime Batista; todos possuem rede de abastecimento de água. A

Figura 7 apresenta o mapa do Município com o esquema da rede de distribuição de água.

46

Figura 7 – Sistema da rede de distribuição de água

Fonte: CAERN (2012).

47 Grande parte do abastecimento de água da Cidade é realizado por gravidade, esse

método não oferece complicação nem custos elevados na prestação dos serviços, embora esse

método seja viável ainda existem áreas da cidade que apresentam problemas de falta de água;

os bairros mais afetados são Alto do Triangulo e Alto da Esperança, conforme informações da

Caern, isso ocorre porque o nível da área atendida é superior ao nível dos reservatórios.

Nesses casos são utilizadas bombas hidráulicas (BOOSTER´s), que realizam um recalque nas

tubulações, a fim de transportar a água para as regiões mais elevadas do Município; essa ação

minimiza os problemas de abastecimento, mas requer maiores investimentos financeiros,

conseqüentemente onera o sistema.

A Companhia de Águas e Esgotos local para distribuir água tratada a toda população

dispõe de materiais com propriedades diferentes, que integram as redes de distribuição de

água, são geralmente constituídos por PVC CL – 12 PVC de fofo e Cimento Amianto.

As tipologias das economias que estão sendo beneficiadas pelo sistema de

abastecimento de água na cidade são apresentadas na Tabela 2, bem como o número de

ligações ativas por economias.

Tabela 2 – Tipologia das economias ativas agregadas ao sistema de abastecimento de água em Angicos/RN

Tipologias por

economias

Números de ligações ativas

Residencial 3.261

Comercial 49

Industrial 11

Pública 114

Total de economias

ativas

3.435

Fonte: CAERN (2011).

De acordo com os dados da companhia de águas, o município de Angicos conta com

um total de 4.034 economias cadastradas, sendo que desse total aproximadamente 85% das

economias estão ativas e 15% representa as que estão inativas. A inatividade deve-se ao não

pagamento das faturas de águas e conseqüentemente extinção dos serviços prestados. Os

serviços prestados contemplam todo território urbano e possui disponibilidade para atender

100% da população.

48 A missão da companhia de água é atender o maior número possíveis de pessoas,

primar pela qualidade da água fornecida e proporcionar condições de vida a todos. Uma forma

de estimar o número de pessoas atendidas na zona urbana é através da quantidade de

residências cadastradas. A tabela 3 apresenta a quantidade de residências existentes e as

cadastradas pela CAERN no Município.

Tabela 3 – Residências cadastradas no Município Residências do Município Número de residências

Total de residências 4.180

Total de residências cadastradas 3.848

Fonte: IBGE (2010) e CAERN (2011).

Segundo IBGE o município de Angicos conta com um total de 4.180 residências

(IBGE, 2010), sendo que 92% delas possuem cadastro junto à companhia; embora o sistema

esteja disponível em toda área urbana ainda há uma quantidade de famílias que não tem

acesso aos serviços de abastecimento de água, representada por 8% das residências que não

estão cadastradas.

Um dos problemas mais freqüentes no sistema de abastecimento Angicano, diz

respeito à ocorrência de vazamentos nas tubulações, especialmente as de cimento amianto. Na

concepção da CAERN uma forma de tornar o sistema de abastecimento de água da Cidade

mais eficiente seria a substituição da maioria das tubulações juntamente com o projeto de

ampliação do sistema.

5.2.2 Serviços de esgotos

A cidade de Angicos por possuir menos de 20.000 habitantes é considerada uma

cidade pequena. O Município encontra-se em crescimento e é incontestável a necessidade de

se instalar rede de esgoto residencial, visto que essa ação minimiza a ocorrência de doenças, e

contribui para o crescimento ordenado.

Os esgotos são gerados pelas diversas formas do uso da água, desde o simples ato de

lavar louças ou tomar banho. Nas cidades que não possuem serviços de esgoto sanitário a

população lança, quase sempre, seus despejos residuais no meio ambiente, sem nenhum

49

tratamento prévio; o que gera grandes transtornos a própria sociedade, contaminado os

mananciais de águas e congestionando bueiros. Esses resíduos acabam se tornando vetores na

proliferação de doenças do tipo cólera, diarréia, bem como contribuindo no surgimento de

animais transmissores de endemias como o caso do mosquito da dengue, muriçocas, ratos,

baratas outros.

Angicos não possui sistema adequado de coleta e tratamento dos resíduos sanitários

gerados pela população, parte desses resíduos é lançados nos rios da cidade e logradouros

públicos sem que haja qualquer forma de tratamento. Os resíduos quando lançados a céu

aberto encontram as valas, essas deveriam ser utilizadas para escoamento da água em

períodos de maior precipitação pluviométrica, que conduzem os resíduos para o destino final,

o leito do rio Pataxó (Fig. 8), que passa pelos bairros Dom Tavares e Alto da Alegria.

Figura 8 – Formas utilizadas para disposição dos resíduos domésticos

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

Além das formas já apresentadas, o IBGE realizou no ano de 2000 uma pesquisa que

contemplou 2.759 domicílios, nesse estudo foram elencadas outras maneiras utilizadas pela

população para despojo e/ou coleta dos resíduos sanitários. O gráfico 1 apresenta as

instalações sanitárias utilizadas nas áreas urbanas em angicos/RN.

Gráfico 1 – Instalações sanitárias

Fonte: IBGE censo demográfico 1991 e

As instalações sanitárias de maior utilização

característica rudimentar, constituindo

feitas em alvenaria ou concreto

sanitário adequado nas cidades, embora essa seja uma forma

dejetos, a percolação dos líquidos residuais entre os poros existentes nas estruturas

contaminar o lençol freático e

que 13% da população urbana não

cidade de Angicos ainda existem famílias vivendo em

Atualmente dos oito

conta com sistema coletor de esgoto sanitário, a rede coletora esta localizada no bairro Alto da

Alegria, Zona Norte da cidade (Fig.

encontra-se sob a jurisdição da Prefeitura Municipal de Angicos.

por uma lagoa de tratamento (a), uma lagoa facultativa (b), e uma lagoa de maturação (c).

6%

1%

Rede geral de esgoto ou pluvial

Vala

Não tem instalação sanitária

Instalações sanitárias comumente usadas em Angicos/RN

IBGE censo demográfico 1991 e 2000.

As instalações sanitárias de maior utilização na zona urbana de Angicos

constituindo 76% dos domicílios consultados

em alvenaria ou concreto e empregadas quando não existem sistemas de esgoto

sanitário adequado nas cidades, embora essa seja uma forma bastante utilizada

dejetos, a percolação dos líquidos residuais entre os poros existentes nas estruturas

o lençol freático e conseqüentemente os mananciais de águas.

% da população urbana não dispõem de instalações sanitárias permitindo

cidade de Angicos ainda existem famílias vivendo em condições insalubres.

oito bairros existentes no Município de Angicos apenas um

conta com sistema coletor de esgoto sanitário, a rede coletora esta localizada no bairro Alto da

Zona Norte da cidade (Fig. 9). O sistema foi construído em 1999, atualmente

se sob a jurisdição da Prefeitura Municipal de Angicos. O sistem

por uma lagoa de tratamento (a), uma lagoa facultativa (b), e uma lagoa de maturação (c).

76%

2%

<1%<1%

13%

Rede geral de esgoto ou pluvial Fossa séptica Fossa rudimendar

Rio, lago ou mar Outro escoadouro

Não tem instalação sanitária

50

na zona urbana de Angicos apresentam

s. Essas estruturas são

empregadas quando não existem sistemas de esgoto

bastante utilizada para coleta dos

dejetos, a percolação dos líquidos residuais entre os poros existentes nas estruturas pode

os mananciais de águas. Observa-se ainda

árias permitindo inferir que na

nsalubres.

bairros existentes no Município de Angicos apenas um deles

conta com sistema coletor de esgoto sanitário, a rede coletora esta localizada no bairro Alto da

). O sistema foi construído em 1999, atualmente

O sistema está constituído

por uma lagoa de tratamento (a), uma lagoa facultativa (b), e uma lagoa de maturação (c).

Fossa rudimendar

Outro escoadouro

51

Figura 9 – Coletores sanitários no bairro Alto da Alegria

(a) Lagoa de tratamento; (b) Lagoa facultativa; (c) Lagoa de maturação. Fonte: Arquivo pessoal (2012).

O sistema de coleta sanitária do bairro Alto da Alegria beneficia as três principais ruas

do bairro (Fig. 10), Francisco Guilherme Teixeira de Souza, Genésio Tibúrcio da Costa e

Maria Emília Câmara. O transporte dos resíduos é efetuado por gravidade através de tubos de

PVC.

Figura 10 – Esgoto sanitário no bairro Alto da Alegria

Fonte: Google earth (2012).

A rede sanitária conta com 233 ligações integradas ao sistema, isso significa dizer que

há uma pequena quantidade de domicílios da cidade que deposita adequadamente seus

despojos sanitários, apesar do bairro possuir local adequado para deposito de seus resíduos,

atualmente o sistema encontra-se abandonado, falta monitoramento e manutenção, resultando

no desperdício do dinheiro público.

Outro fator preocupante é o momento de expansão que acontece em todo município e

especialmente no bairro Alto da Alegria que abriga a

Árido – UFERSA, ali novas edificações estão sendo construídas

contempladas nesse sistema de coleta de esgoto.

No Município de Angicos

irregular o esgoto sanitário

esgoto que abranja toda área urbana é fundamental

população e essencial para a preservação do meio

Gráfico 2 – Domicílios que possuem rede de esgoto adequado em Angicos/RN

Fonte: Autoria própria (2012).

5.3 ENERGIA ELÉTRICA

O fornecimento de energia elétrica no município de Angicos/RN é efetuado pela

Companhia Energética do Rio Grande do Norte

3.353 consumidores, totalizando

IDEMA 2008). No Município de Angicos/RN o sistema energético possui cobertura em toda

área urbana.

As tipologias das economias que estão sendo beneficiadas pelo sistema de

fornecimento de energia elétrica na cidade são apresentadas na Tabela 4

de ligações ativas por economias

Possuem sistema adequado de esgoto

Não Possuem sistema adequado de esgoto

Outro fator preocupante é o momento de expansão que acontece em todo município e

irro Alto da Alegria que abriga a Universidade Federal Rural do Semi

novas edificações estão sendo construídas

sistema de coleta de esgoto.

unicípio de Angicos dos 4.180 domicílios existentes 3.947

irregular o esgoto sanitário (Graf. 2), a necessidade de acesso a um instrumento adequado

esgoto que abranja toda área urbana é fundamental para melhorar as condições de vida

e essencial para a preservação do meio ambiente.

Domicílios que possuem rede de esgoto adequado em Angicos/RN

ENERGIA ELÉTRICA

O fornecimento de energia elétrica no município de Angicos/RN é efetuado pela

Energética do Rio Grande do Norte – COSERN. A empresa, em 2007,

3.353 consumidores, totalizando um consumo energético de 7.397 MW

unicípio de Angicos/RN o sistema energético possui cobertura em toda

ipologias das economias que estão sendo beneficiadas pelo sistema de

fornecimento de energia elétrica na cidade são apresentadas na Tabela 4

de ligações ativas por economias e o consumo energético total.

6%

94%

Possuem sistema adequado de esgoto

Não Possuem sistema adequado de esgoto

52

Outro fator preocupante é o momento de expansão que acontece em todo município e

Universidade Federal Rural do Semi-

novas edificações estão sendo construídas e essas não estão

3.947 deposita de forma

instrumento adequado de

as condições de vida da

Domicílios que possuem rede de esgoto adequado em Angicos/RN

O fornecimento de energia elétrica no município de Angicos/RN é efetuado pela

. A empresa, em 2007, atendia

MWh (COSERN apud

unicípio de Angicos/RN o sistema energético possui cobertura em toda

ipologias das economias que estão sendo beneficiadas pelo sistema de

fornecimento de energia elétrica na cidade são apresentadas na Tabela 4, bem como o número

53

Tabela 4 – Tipologia das economias ativas integradas ao sistema elétrico em Angicos/RN Tipologias por

economias

Números de ligações

ativas

Consumo (MWh)

Residencial 3.036 3.244

Comercial 233 999

Industrial 12 522

Pública 72 2.632

Total de economias

ativas, consumo

(MWh)

3.353 7.397

Fonte: IDEMA (2008).

De acordo com a tabela acima grande parte do consumo de energia elétrica na cidade

de Angicos é requerida pelas residências e equipamentos públicos, sendo a primeira a maior

consumidora energética no Município. A tabela 5 apresenta em termos numéricos a

disponibilidade de iluminação pública para os domicílios.

Tabela 5 – Domicílios com iluminação pública em Angicos/RN Domicílios por disponibilidade energética Total de domicílios

Domicílios atendidos 2.704

Domicílios não atendidos 33

Fonte: IBGE (2010).

O IBGE com objetivo de verificar a disponibilidade de iluminação pública das

famílias Angicanas, realizou uma pesquisa que contemplou 2.737 domicílios. De acordo com

a tabela acima a pesquisa constatou que 33 residências não possuem atendimento junto ao

sistema energético do município podendo concluir que na cidade de Angicos demanda por

esse serviço (IBGE, 2010).

No município de Angicos além da ausência de iluminação pública constatada em

algumas residências, a cidade sofre com problema nas redes energéticas, maior parte deles são

constatados nas redes de baixa tensão, essas não apresentam altura necessária à passagem de

alguns veículos de grande porte, que ao transitarem acabam rompendo as fiações, outros

prejuízos sofridos pela população são ocasionados pelos constantes apagões nos logradouros

da cidade ocorridos pelo não pagamento da iluminação pública, pela falta de manutenção ou

substituição das lâmpadas de iluminação.

54

5.4 COLETAS DE ÁGUAS PLUVIAIS

O crescimento urbano aliado ao adensamento irregular de áreas de riscos constitui-se

agentes condicionantes de desmoronamentos de terras, alagamentos de avenidas e logradouros

públicos. Isso é resultado da falta de preocupação dos gestores municipais com a ocupação do

solo urbano.

O município de Angicos atualmente não dispõe de instrumento de lei que norteia o

ordenamento urbano. O crescimento da cidade se dá de forma aleatória os bairros e

logradouros públicos quando projetados não dispõe de projetos que visem minimizar a

ocorrência de possíveis eventos naturais.

O sistema de coletas de águas pluviais é um equipamento urbano que tem auferido

grande visibilidade no meio urbano, sua função é de escoar a água em épocas de precipitações

pluviométricas. Apesar de o Município possuir poucos períodos chuvosos, aplicação do

sistema de coletas de águas pluviais não se resume apenas essa finalidade. O sistema quando

bem aplicado se mostra um grande aliado no aproveitamento da água para irrigação, consumo

de animais, bem como evitar o acúmulo de águas dos rios em áreas urbanas.

Para avaliar a situação da coleta e descarte das águas pluviais na zona urbana de

Angicos foram consideradas duas importantes classificações, a macro-drenagem e micro

drenagem. Considerando a macro-drenagem, o município conta com três bacias hídricas na

zona urbana (Fig. 11), açude José Teodoro, açude das Caraúbas também conhecido como

açude da Caern, e o açude Novo.

55

5.4.1 Macro-drenagem

Figura 11 – Bacias hídricas na zona urbana de Angicos/RN

(a) Açude da CAERN (b) Açude José Teodoro (c) Açude Novo Fonte: Arquivo pessoal (2012).

As bacias hídricas apresentadas já foram fontes de água na Cidade, antes da

implantação da Adutora Sertão Central Cabugi. Atualmente as bacias não apresentam nenhum

acompanhamento técnico e encontram inapropriadas para o consumo humano, porém a

população faz uso para irrigação, consumo animal, sendo que algumas delas servem de

depósito de resíduos sanitários e outros.

a) Açude José Teodoro – Geograficamente está localizado no bairro Alto da Esperança,

Seus problemas mais freqüentes acontecem em períodos chuvosos quando atinge

capacidade máxima de vazão transborda a jusante, águas rio abaixo e águas a

montante do dique de contenção causando dano ao patrimônio público e privado.

Exemplo disso são casas alagadas, logradouros inteiros danificados e águas retidas

(Fig. 12) condicionando focos de doenças;

56 Figura 12 – Leito do Rio José Teodoro

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

b) Açude das Caraúbas ou da CAERN – O açude está localizado no bairro Prefeito Jaime

Batista. Os problemas mais freqüentes são dados quando os vertedouros transbordam a

jusante (Fig. 13) deixando as águas retidas ao longo do rio, colaborando na

proliferação de animais, mosquito da dengue, ratos, baratas e outros;

Figura 13 – Leito do Rio das Caraúbas

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

c) Açude Novo – O açude novo geograficamente esta localizado no bairro Monsenhor

Pinto. Assim como os demais a água é inapropriada para consumo, entretanto é usada

para irrigação, consumo animal e é fonte de pesca, coleta de águas pluviais e outros.

Esse açude está situado a um nível mais elevado que o nível do centro da cidade o que

poderia em caso de rompimento da parede de contenção alagar essa parte da cidade.

Outro risco oferecido é a água acumulada a jusante (Fig. 14) que contribui na

proliferação de doenças.

57 Figura 14 – Leito do Rio Pataxó

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

A macro-drenagem realizada na cidade de angicos é efetuada por meio dos açudes rios

e riachos, no município, uma alternativa de melhorar a capacidade de escoamento das águas,

seria a fundação do leito dos rios e implantação de um canal ao longo dos rios com níveis de

cotas decrescentes. A alternativa resultaria numa maior eficiência de escoamento das águas

elevando o grau de salubridade na cidade.

5.4.2 Micro-drenagem

No contexto da micro-drenagem, considerando períodos chuvosos, os instrumentos

utilizados para coletar e escoar as águas na cidade de Angicos não são adequados para esse

fim. O sistema de coleta de águas pluviais é precário, falta dimensionamento, disponibilidade

em toda área urbana, falta também local adequado para receber, conduzir e depositar as águas.

As guias e sarjetas destinadas a coletar e conduzir as águas de escoamento superficial

até os pontos receptores estão ilustradas na figura 15.

58

Figura 15 – Guias e sarjetas utilizadas no escoamento de águas pluviais em Angicos/RN

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

Grande parte das ruas da cidade existe guias, encarregadas para auxiliar no transporte

das águas; as sarjetas, o principal instrumento responsável por conduzir as águas para corpos

receptores, não são encontradas na maior parte dessas ruas. Foi observado durante a pesquisa

que as sarjetas, quando existem, não estão sendo aproveitadas na sua real função de projeto,

servindo apenas para escoar resíduos domésticos.

As bocas de lobo têm como características coletar as águas superficiais e conduzi-las

as galerias. Na cidade de Angicos parte das bocas de lobo não possuem galerias e quando

possuem o projeto não está adequado, encontram-se expostas a céu aberto estando vulnerável

ao acumulo de lixo (Fig. 16).

Figura 16 – Sistema inadequado de bocas de lobo no município de Angicos/RN

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

O IBGE realizou em 2010 uma pesquisa que observou a existência de bocas de lobo

nas áreas urbanas de Angicos, ficou evidenciado que 98% dos domicílios do território

municipal não contam com esse instrumento.

59 A pavimentação é um instrumento que confere certo conforto a população, servindo

também como coletor de águas pluviais. No município de Angicos ainda existem logradouros

que não possuem pavimentação (Fig. 17). A referida pesquisa do IBGE consultou 2.737

residências, sendo que 67% delas contavam com pavimentação nos logradouros, o que resulta

33% das residências consultadas estavam localizadas em rua sem pavimentação.

Figura 17 – Logradouro com ausência de pavimentação

Fonte: Arquivo pessoal (2012).

5.5 REDE TELEFÔNICA

No município de Angicos os instrumentos destinados as telecomunicações estão

distribuídos em toda área urbana. De acordo com a lei nº 9.472/97 o sistema de telefonia está

inserido dentro dos serviços de telecomunicação, cujos instrumentos são: a Agência dos

Correios, rádio Comunitária; sistema de TV aberto; sistema de TV fechado; rede de Internet e

sistema de Telefonia. Na cidade os serviços prestados são de natureza pública e privada.

5.5.1 Correios

A Agência dos Correios de Angicos/RN está localizada no Centro na Rua José Rufino

N°61, foi fundada no dia 15/04/1818 e desde então atua no mesmo endereço. Os correios de

Angicos contam com três funcionários sendo um Gerente, Atendente Comercial e um

60

Carteiro. Com a modernização dos Correios foram criados novos serviços para adequar-se às

necessidades dos clientes:

• Sedex – Quando se tem a necessidade de urgência na entrega, utilizado para

documentos e pacotes com até 30Kg;

• Encomenda Pac – Para quem não tem muita urgência na entrega, mas necessita enviar

com segurança pacotes com até 30Kg;

• Banco Postal – Serviço bancário que atualmente é conveniado com o Banco do Brasil.

5.5.2 Rádio comunitária

O Município de Angicos possui apenas um sistema de rádio, a rádio denominada de

FM Cabugi Central, foi fundada no ano 16/09/2004 e opera nas ondas de rádio 104,9. O

sistema de rádio existente em Angicos é de propriedade comunitária e está localizada no

centro da cidade, na Rua José da Penha N°181. Essa rádio conta com nove funcionários,

sendo um diretor, cinco locutores, uma recepcionista e uma secretaria. As ondas da FM

Cabugi se propagam por toda área urbana.

Quanto aos serviços prestados a comunidade tem-se grande diversidade, como:

propaganda, anúncios, notas de utilidade pública, entretenimentos, programas de jornalismos,

entrevistas, esporte e outros.

5.5.3 Sistema de TV aberto e fechado

O Município de Angicos conta com dois sistemas de TV sendo um de canal aberto

com acesso gratuito ao público e outro de canal fechado de acesso privativo, entre as

emissoras de TV de canal aberto pode citar rede Globo, SBT, rede Bandeirante, TV Record.

Para os sistemas de acesso privativo pode-se contar com claro TV e Sky. Quando da

necessidade de fazer uso de qualquer um dos sistemas no município, os mesmos possuem

cobertura de sinal em toda área urbana.

5.5.4 Sistema de telefonia

Parte do sistema de telefonia existente no município está

internet, no município os sistemas de telefonia que possibilita conexão com internet tem

Claro, Tim e Oi Velox. Estes sistemas além de possibilitar a t

Através de celulares permitem também

email e outros. Os sistemas de telefonia no

privada.

No sistema de provedores

dos serviços, a empresa R2 web,

telefonia residencial fixa

responsável por esses serviços é a Oi.

à disponibilidade de telefones públicos

Gráfico 3 – Disponibilidade

Fonte: Oi (2012).

Pode-se observar que o centro, seguido dos bairros de Alto da Esperança e Alto da

Alegria são as localidades com maior cobertura de telefonia pública.

<1%4%

11%

20%

2%9%

istema de telefonia e rede de internet

sistema de telefonia existente no município está conectada

os sistemas de telefonia que possibilita conexão com internet tem

Estes sistemas além de possibilitar a transmissão de voz, textos,

celulares permitem também a conexão com redes sociais

Os sistemas de telefonia no município possuem natureza

No sistema de provedores Angicos possui três empresas responsáveis pela prestação

a empresa R2 web, M4 net e Oi Velox. A Cidade conta também com sistema de

e telefones públicos, conhecidos como

responsável por esses serviços é a Oi. O gráfico abaixo apresenta uma visão percentual

telefones públicos existente nos diversos bairros da cidade.

Disponibilidade de telefones públicos por bairros em Angicos/RN

se observar que o centro, seguido dos bairros de Alto da Esperança e Alto da

Alegria são as localidades com maior cobertura de telefonia pública.

18%

36%

<1%

9%Alto da Alegria

Centro

Don. Tavares

Monsenhor Pinto

Alto do Triangulo

Alto da Esperança

Zélia Alves

Jaime Batista

61

conectada as redes de

os sistemas de telefonia que possibilita conexão com internet tem-se:

ransmissão de voz, textos, etc.

a conexão com redes sociais, facebook, youtube,

possuem natureza publicas quanto

empresas responsáveis pela prestação

também com sistema de

, conhecidos como orelhões, a empresa

abaixo apresenta uma visão percentual quanto

da cidade.

em Angicos/RN

se observar que o centro, seguido dos bairros de Alto da Esperança e Alto da

Alto da Alegria

Don. Tavares

Monsenhor Pinto

Alto do Triangulo

Alto da Esperança

Zélia Alves

Jaime Batista

62

5.6 GÁS CANALIZADO

O Município de Angicos atualmente não possui sistema de gás canalizado. O sistema

de gás empregado pela população são botijões com capacidade de armazenamento de 13 kg e

com recipiente em aço.

5.7 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS COMUNITÁRIOS DE ANGICOS

5.8 EDUCAÇÃO

A educação na formação do ser humano prepara o indivíduo para o exercício da

cidadania e qualifica-o para o trabalho. A lei N° 9.394/96 determina que a Educação é dever

da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade

humana, tendo como finalidade o pleno desenvolvimento do educando; baseando-se nessa

prerrogativa foram observados a disponibilidade e acesso desses equipamentos de ensino na

área urbana de Angicos. A tabela 6 abaixo apresenta a existência dessas instituições por

bairros.

Tabela 6 – Instituições de ensino por bairros Instituições de Ensino Total

Centro 5

Alto da Alegria 2*

Alto do Triangulo 3 * Universidade – UFERSA Fonte: Autoria própria (2012).

Os bairros Altos da Esperança, Monsenhor Pinto, Don Tavares, Zélia Ales e Prefeito

Jaime Batista não contam com equipamentos de ensino. Quanto à existência das instituições

de ensino nas áreas urbanas de Angicos, através da tabela percebe-se que maior parte das

instituições está localizada no Centro da cidade e bairro Alto do Triangulo, partindo do

pressuposto que a educação pode formar e transformara realidade das pessoas e

63

conseqüentemente do Município, pensar em projetos destinados a implantação de instituições

de ensino e distribuição desses instrumentos nos bairros não assistidos é essencial para

fomentar o conhecimento junto à população Angicana.

O município de Angicos encontra-se em desenvolvimento, a população esta crescendo

e com isso surge à necessidade de disponibilizar instrumentos de ensino que possam oferecer

a população toda e qualquer modalidade de ensino, a tabela 7 ilustra as escolas e os diversos

níveis de ensino ofertados.

Tabela 7 – Instituições por níveis de ensino ofertados em Angicos/RN Nome das Instituições Dependência

Administrativa Níveis de Ensino

Creche Profª. Vilma Benicio

Municipal Creche

Centro Municipal de Educação Infantil Municipal Pré – Escola / Creche

E. Municipal Profª. Maria Odila Municipal

1° ao 9° ano, EJA 5° ao 8° ano e Educação Infantil.

CEJAT – Centro Educacional José Armando

Privado 1° ao 3° ano

E.E Profo. José Rufino

Estadual

1° ao 5° ano e EJA 1° ao 4° ano

E. Municipal Expedito Alves Municipal 1° ao 5° ano/ EJA 6° ao 9°

E.E Profª. Joana Honório

Estadual

1° ao 9° ano

Educandário Padre Felix Privado 1° ao 9° ano

E.E Profo. Francisco Veras Estadual Ensino Médio

UFERSA Universidade Federal Rural do Semi – Árido

Federal Ensino Superior

Fonte: Autoria própria (2012).

Localmente, um dos fatores que tem dificultado o acesso à educação de jovens e

adultos (EJA) deve-se ao fato dessa modalidade não ser ofertada em algumas instituições

escolares, um exemplo desse fato é o caso da Escola Municipal Expedito Alves que até o ano

de 2009 ofertava vagas para a EJA, mas atualmente esses alunos precisam deslocar-se até a

Escola Municipal Professora Maria Odila; considerando a distância e as características do

público alvo, adultos alguns desses entrando na terceira idade e pessoas que trabalham,

constatou-se uma redução no número de matriculas nesse tipo de ensino no Município. A

escola que possuía 424 alunos matriculados, apos a extinção do EJA, passou a contar com

apenas 278 alunos, em síntese no Município cidadãos estão deixando de ser alfabetizados.

64

As escolas particulares do Município apresentaram redução da oferta de ensino, o

educandário Padre Félix que anteriormente era conveniada da Escola Cenecista contava com

turmas de ensino médio, atualmente oferece alfabetização e ensino de 1º ao 9º ano. Já o

CEJAT que ofertou durante anos o ensino de alfabetização de 1º ao 5º ano, atualmente perdeu

sua clientela de 4º e 5º ano.

Em relação ao número de matriculas, as escolas na zona urbana de Angicos vêm

perdendo seus alunos para municípios vizinhos. Isso é preocupante, pois as famílias destes

alunos passam a ter um gasto maior com seus filhos, até porque surgem despesas com

transporte, alimentação, livros didáticos, dentre outras.

5.9 CULTURA

Com objetivo de manter viva a memória cultural da sociedade, surge nas cidades

instrumentos que possibilitam a prática de atividades culturais, os equipamentos culturais.

Angicos atualmente apresentam alguns equipamentos com propósito de difundir e valorizar a

sua diversidade cultural, o patrimônio histórico e artístico da Cidade.

O Município conta com a casa da cultura como espaço coletivo para manifestações

culturais. Entretanto, alguns espaços urbanos são historicamente importantes, merecendo

tratamento urbanístico adequado, como por exemplo, o século e o Monumento do ex-prefeito

Expedito Alves que se encontra na Praça José da Penha centro da cidade. A tabela 8 apresenta

percentualmente a localização desses instrumentos culturais.

Tabela 8 – Disponibilidade dos instrumentos culturais em Angicos/RN

Fonte: Autoria própria (2012).

No Município é resumido o número e a diversidade desses instrumentos culturais, os

bairros Don Tavares, Monsenhor Pinto, Zélia Alves e Jaime Batista não apresentam

Bairros Porcentagens

Centro 60%

Alto da Alegria 20%

Alto do Triangulo 13%

Alto da Esperança 7%

65

equipamentos de cultura. São considerados equipamentos de cultura da cidade os templos

religiosos, a biblioteca pública e cemitério todos localizados no centro de Angicos.

É evidente a necessidade de criação de instrumentos de cultura bem como sua

disseminação nos bairros não atendidos por esses equipamentos.

5.10 SAÚDE

No município de Angicos os instrumentos voltados à promoção da saúde são de

natureza pública e privada. Atualmente no Brasil o Sistema Único de Saúde (SUS) é o

dispositivo público responsável pelas atividades de controle e qualidade da saúde no País. O

SUS na tentativa de reorganizar e expor as potencialidades de todos os municípios instituiu o

Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde – CNES. A Tabela 9 expõe as unidades de

saúde cadastradas no CNES em Angicos.

Tabela 9 – Equipamentos públicos de saúde na zona urbana de Angicos/RN

Legenda: PSF – Programa de saúde na família; HR – Hospital regional de Angicos/RN. Fonte: Autoria própria (2012).

Unidades de Saúde por Mantenedor Federal

Estadual

Municipal Privado

Centro --- --- CS PSF

Odont. Center

Alto da Alegria --- --- PSF ---

Alto do Triangulo --- HR --- Laboclínica

Alto da Esperança --- --- PSF ---

Mon. Senhor Pinto --- --- --- ---

Zélia Alves --- --- --- ---

Pref. Jaime Batista --- --- PSF ---

Don. Tavares --- --- --- ---

66

5.10.1 Centro de Saúde e programa saúde da família

No Município, na rede pública de saúde, o Hospital Regional de Angicos atende

apenas urgências, os PSF´s e o Centro de Saúde realizam diariamente sem discriminação de

quantidade: vacinação; curativos; retiradas de pontos; verificação da pressão arterial; teste de

glicemia e nebulização. De acordo com a tabela 9 dos oito bairros na cidade de Angicos, três

não possuem equipamento de saúde, essas famílias se deslocam para outros bairros buscando

atendimento médico; sendo que esse deslocamento para outras unidades contribui para o

congestionamento do atendimento, causando tumulto e diminuindo a eficiência do sistema.

A dificuldade encontrada no acesso ao Programa de Saúde da Família - PSF deve-se

ao resumido número de fichas disponibilizadas para cada especialidade, essas especialidades

médicas atendem a cada quinze dias com agendamento prévio feito pelas Unidades de Saúde

do PSF.

Tabela 10 – Número de fichas disponibilizadas para cada PSF Especialidades Número de Atendimentos por PSF

Cardiologista 06 Fichas

Otorrinolaringologista 04 Fichas

Geriatria 02 Fichas

Urologia 07 Fichas

Ortopedista 05 Fichas Ginecologia 04 Fichas

Neurologista 05 Fichas

Nutricionista 02 Fichas por Horário

Medicação de Custo Demanda Livre

Ultrassom 05 Fichas

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Angicos (2012).

As unidades de saúde em Angicos possuem ambiente adequado para receber cada

especialidade, embora as unidades ofereçam condições favoráveis à realização dos

atendimentos, atualmente o Município dispõe apenas de um médico na unidade do centro.

Segundo informações da Secretaria de Saúde do município à ausência de médicos deve-se a

dificuldade de contratação desses profissionais.

O programa saúde da família – PSF no município de Angicos conta com um total de

quatro unidades na zona urbana, cada uma dessas unidades atende a um determinado número

67

de famílias. O PSF I está situado no bairro Alto da Esperança e atende 808 famílias, o PSF III

está localizado no centro da cidade e atende 776 famílias, o PSF IV encontra-se no Alto do

Triângulo e atende 677 famílias e o PSF V encontra-se no bairro Alto da Alegria e atende 520

famílias.

Além dos serviços já mencionados, as unidades de saúde promovem à atenção as

pessoas com necessidade de acompanhamento especializado como os diabéticos, hipertensos

e gestantes. Outra importante ação efetuada pelas equipes dos PSF´s são as visitas realizadas

periodicamente pelos agentes de saúde nos domicílios da cidade, orientando a população

contra os possíveis riscos à saúde causados pela proliferação de animais transmissores de

doenças e outros.

5.10.2 Hospital Regional de Angicos

O Hospital Regional de Angicos é uma Unidade de Saúde integrante da rede hospitalar

estadual, vinculado a Secretaria de Estado da Saúde Pública – SESAP e a II Unidade Regional

de Saúde Pública – II URSAP, inserido no Município e prestadora de serviços de saúde SUS.

O Hospital de Angicos esta localizado no bairro Alto do Triangulo possui atendimento

prioritário de urgência além de atender as necessidades de saúde da própria cidade, atende de

igual modo às demais cidades pertencentes à regional de Angicos. Cobre toda região central,

particularmente as cidades de: Angicos, Fernando Pedroza, Pedro Avelino, Afonso Bezerra,

Lages, Caiçara do Rio dos Ventos, Santana do Mato, Itajá, Ipanguaçu e São Rafael. O

Hospital funciona 24 horas por dia e realiza exames de urgência Bioquímica, Radiologia, e

Eletrocardiografia. Vale lembrar que qualquer cidadão, residente na região ou não, tem direito

a atendimento no hospital conforme os princípios do SUS.

A instalação física do hospital para prestação dos serviços funciona com capacidade

atual de 28 leitos para internamento distribuídos em Pediatria: 4; Clínica Médica: 14

masculino e feminino; Clinica Cirúrgica: 3 Masculino; Clinica Obstétrica/Cirúrgica: 7 e 3

leitos para observação, dividido em 15 alas e equipado com 1 sala de cirurgia, 1 Centro

obstétrico com Sala de parto equipada com incubadora e berço aquecido e pré-parto com 2

leitos, laboratório de análises clínicas e Raios – X. O hospital regional atende casos de

urgências em clínica médica, pediatria, cirurgia e obstetrícia, consultas cardiológicas, cirurgia

geral e nutrição.

68

5.10.3 Serviço de saúde privado em Angicos

No Município de Angicos/RN os equipamentos destinados à promoção da saúde na

esfera privada e que estão cadastrados no CNES, são Odonto Center e Laboclinica. A empresa

Odonto Center esta localizada no Centro da cidade de Angicos possui dependência individual,

a empresa conta com dois profissionais, não atende pelo SUS, na clinica o tipo de

atendimento prestado é odontológico ambulatorial de convênio e/ou particular, quanto ao

fluxo de clientes o atendimento ocorre por demanda espontânea.

As instalações físicas da Odonto Center contemplam leitos, os equipamentos

utilizados na prestação dos serviços são Raios – X dentário, incluindo todos os equipamentos

de odontologia.

A empresa Laboclinica esta localizada no bairro Alto do Triangulo logradouro Vicente

Guilherme N° 291, a unidade opera em dependência individual atuando com profissionais,

não SUS. A empresa conta com dois funcionários cadastrados na unidade e outros

profissionais conveniados, o atendimento prestado é ambulatorial e convênio de saúde

privado. As instalações da Laboclinica não contam com leitos, ela dispõe apenas de

consultório médico e para curativos. Para o atendimento do fluxo de clientes este é efetuado

por demanda espontânea.

Em síntese pode-se afirmar que apesar de ter instrumentos de saúde no Município à

população sofre com a pouca oferta de profissionais, vagas em consultas, exames e leitos.

5.11 LAZER

Na cidade de Angicos, os equipamentos de lazer são restritos a algumas quadras,

campos de futebol e praças, sendo que a maioria encontra-se deterioradas, necessitando de

reformas, arborização e adequação de mobiliário urbano; vale salientar ainda os constantes

desvios de função a que estão sujeitas as praças, constantemente bares são construídos

limitando a fluidez da população em suas atividades de lazer. Entretanto, alguns espaços

urbanos são significativos no que concerne a sua importância histórica, merecendo tratamento

urbanístico adequado, como a Praça José da Penha, onde se encontra o Monumento do ex-

prefeito Expedito Alves.

69

Nessa mesma praça temos uma academia ao ar livre onde as pessoas fazem suas

caminhadas e se exercitam com apoio de profissionais que estão todos os dias de segunda a

sexta-feira. Como forma de contribuir com a interatividade social e lazer da população na

zona urbana de Angicos à tabela abaixo apresenta a disponibilidade por bairros destes

instrumentos.

Tabela 11 – Disponibilidade por bairros dos instrumentos de lazer em Angicos/RN Equipamentos Por Bairros

Ginásio de Esporte

Quadras de Esporte

Campo e Estádio

Praças Academias Calçadão

Pub. Priv.

Centro 1 --- 1 6 1 4 ---

Alto da Alegria

--- 1 --- --- --- --- ---

Alto do Triangulo

--- --- --- 2 --- 2 ---

Alto da Esperança

--- --- --- 1 --- --- ---

Mon. Senhor Pinto

--- 1 1 --- --- --- ---

Zélia Alves --- 1 --- --- --- --- ---

Pref. Jaime Bat.

1 1 --- --- --- --- 1

Don Tavares --- --- --- --- --- --- ---

Fonte: Autoria própria (2012).

No bairro Monsenhor Pinto, encontra-se o Estádio Municipal que necessita de

benfeitorias, como grama e arquibancadas, visando à prática de jogos, vale salientar que

existe um projeto de irrigação para o estádio usando a água do açude novo que fica localizado

a menos de 200 metros desse equipamento. No Bairro Prefeito Jaime Batista, entrada da

cidade, um ginásio semi-coberto que compromete à prática desportiva, já que na época

chuvosa alaga adjacente a esse instrumento existe uma quadra que está deteriorada e

abandonada.

Outras quadras cobertas foram construídas no município, como a quadra do Zélia

Alves, hoje sem estrutura física coberta; a exemplo da quadra do bairro Alto da Alegria,

também sem cobertura, considerando a grande insolação a que encontra-se sujeita Angicos na

maior parte do ano, pode-se afirmar que é quase impossível a prática de esportes nesses

locais durante o dia.

70 Nas margens da BR-304, na entrada da Cidade, no bairro Prefeito Jaime Batista, foi

construído um calçadão onde a população exerce atividades físicas, mas a existência de

irregularidades na pavimentação tem inviabilizado essa prática.

5.12 SIMILARES

O aumento da criminalidade, concretizada nos furtos, assaltos, arrombamentos e

crescente consumo de drogas é um fato incontestável na sociedade moderna, independente do

porte da cidade. Em Angicos, a realidade não é diferente, a cidade que está em processo de

desenvolvimento começa a vivenciar os efeitos da criminalidade, como arrombamentos,

furtos e tráfico de drogas, cada vez mais constantes no Município.

O município de Angicos atualmente conta com duas unidades de segurança pública a

delegacia de policia civil localizada no bairro Alto do Triangulo e o 10° batalhão da polícia

Militar do Estado do Rio Grande do Norte situado no bairro prefeito Jaime Batista. Dos oito

bairros existentes no município, apenas dois, contam com unidade de segurança, pode-se

inferir que esse número não é suficiente para atender a demanda dos bairros. Outro fator que

influência na segurança pública municipal é o contingente desses profissionais de segurança,

no Município são 4 agentes de polícia civil na delegacia e 14 policiais militares no batalhão

de polícia, totalizando cerca de um policial para um grupo de 640 habitantes. A Organização

das Nações Unidas – ONU recomenda que haja um policial para cada 250 habitantes, nesse

contexto o município de Angicos apresenta quase um terço do policiamento preconizado pela

ONU.

Como forma de oferecer maior segurança a população municipal e os visitantes da

cidade de Angicos é necessário o incremento no contingente de profissionais da segurança,

como policiais, e uma maior dispersão desse serviço nos bairros da cidade, visando inibir a

crescente criminalidade.

71

5.13 COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Na zona urbana de Angicos a responsabilidade pela coleta, transporte, tratamento e

deposição final dos resíduos sólidos, é da Prefeitura Municipal que através da Secretária de

Obras e Urbanismo efetua esses serviços nos bairros. A Secretária de Obras e Urbanismo

informou que atualmente existem dois tratores, duas caçambas e um caminhão que circulam

diariamente em todos os bairros recolhendo os resíduos.

Na cidade percebe-se com freqüência, nos logradouros públicos, a ausência de

instrumentos coletores de resíduos sólidos; no Município quando há existência desses

instrumentos constata-se o uso inadequado, materiais como vidros, metais, papeis, orgânicos e

outros são coletados sem considerar o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio

ambiente. A inexistência de uma coleta seletiva dos resíduos é apenas um dos problemas

verificados.

Outro ponto a ser observado é o resumido número de vezes que é efetuado a coleta dos

resíduos nos logradouros da cidade, sendo esta realizada uma única vez por semana, o que

implica o acúmulo dos recipientes coletores, bem como na disposição a céu aberto dos

resíduos. Vale salientar, no Município não há programa educacional de incentivo a coleta

seletiva, orientação a população em geral e apoio a atividades cooperativas.

No Bairro Don Tavares localiza-se o ambiente utilizado para depósito dos resíduos da

Cidade. O lixão municipal por falta da infra-estrutura não se caracteriza como aterro sanitário,

os resíduos são laçados a céu aberto e dispersos em meio à vegetação. O lixão não possui

sistema seletivo nem tratamento adequado, a forma de manejo atualmente empregada pela

prefeitura constitui-se na queima dos rejeitos e serviços de terraplanagem com tratores. Em

relação à coleta dos resíduos hospitalares, estes são coletados pela SERQUIP, empresa

credenciada na gestação de resíduos de serviços de saúde.

72

6 CONCLUSÕES

Este trabalho verificou a existência, condições e disponibilidade dos equipamentos

públicos urbanos e comunitários do município de Angicos/RN. O trabalho possibilitou inferir

sobre o nível de qualidade de vida proporcionado por esses equipamentos a população

Angicana, e como esta tem sido afetada quando da ausência destes instrumentos. Com base no

estudo realizado, conclui-se que:

• O abastecimento de água da Cidade é realizado por gravidade, esse método não

oferece complicação com manutenção nem custos elevados na prestação dos serviços,

embora esse método seja eficiente ainda existem áreas da cidade que apresentam

problemas por falta de água; os bairros mais afetados são Alto do Triangulo e Alto da

Esperança. Isso ocorre porque o nível da área atendida é superior ao nível dos

reservatórios;

• No Município 92% das residências possuem cadastro junto à companhia de águas;

embora o sistema esteja disponível em toda área urbana ainda há um percentual de 8%

das residências que não tem acesso aos serviços de abastecimento;

• Um dos problemas mais freqüentes no sistema de abastecimento de água, diz respeito

à ocorrência de vazamentos nas tubulações, especialmente as de cimento amianto;

• Quanto ao sistema de esgoto sanitário, Angicos não possui sistema eficiente de coleta

e tratamento dos resíduos gerados pela população, parte desses resíduos são lançados

nos rios e logradouros públicos sem que haja qualquer forma de tratamento;

• Dos oito bairros do Município apenas um possui sistema coletor de esgoto, este

encontra-se nas três principais ruas do bairro Alto da Alegria, portanto isso significa

dizer que na Cidade uma pequena quantidade de domicílios deposita adequadamente

seus despojos sanitários. Em síntese, apenas 6% dos domicílios depositam

adequadamente seus resíduos sanitários e 94% depositam de maneira irregular;

73

• No setor elétrico de Angicos, além da ausência de iluminação pública constatada em

algumas residências, a cidade às vezes vivência apagões em alguns logradouros. Essa

ocorrência deve-se ao não pagamento da iluminação pública, falta de

manutenção/substituição das lâmpadas de iluminação;

• No serviço de coletas de águas pluviais este é visto sob duas perspectivas macro-

drenagem e micro-drenagem.

o A macro-drenagem é efetuada pelas principais bacias hídricas e rios da cidade,

atualmente sem acompanhamento técnico, sendo que alguns servem de

berçários na proliferação de animais (muriçocas, baratas, mosquito da dengue)

e depósito de resíduos sanitários;

o No contexto da micro-drenagem, o sistema de coleta de águas pluviais é

precário, falta dimensionamento, disponibilidade em toda área urbana, falta

também local adequado para receber, conduzir e depositar as águas;

• No Município de Angicos os instrumentos destinados às telecomunicações estão

distribuídos em toda área urbana;

• Quanto à existência das instituições de ensino na área urbana de Angicos, dos oito

bairros cinco não as possuem, outro importante ponto a ressaltar, é a dificuldade de

deslocamento dos alunos que exercem atividades educacionais noutras cidades

vizinhas por falta de transporte público;

• Para os equipamentos voltados à promoção da saúde pode-se afirmar que apesar da

disponibilidade dos instrumentos de saúde, a população carece de vagas em consultas,

exames e leitos; considerando ainda a falta de médicos, dentistas, enfermeiros e

profissionais de saúde em geral;

74

• Pode-se afirmar que o bairro Don Tavares em Angicos foi o que apresentou as piores

condições de qualidade de vida à população, no que tange a existência de

equipamentos urbanos e comunitários; os demais bairros, quando possuem tais

instrumentos, encontram-se bastantes deteriorados, necessitando de medidas corretivas

como: reformas, arborização, adequação de mobiliário urbano, entre outros;

• Quanto à segurança pública, Angicos conta com duas unidades de policiamento, uma

militar e outra civil, mas o número de policiais atuando na cidade é aquém da

necessidade, fato este que impacta diretamente na crescente ocorrência delitos.

• Atualmente as formas de coleta e manejo dos resíduos sólidos empregadas na cidade

de Angicos estão em desacordo com os princípios e objetivos estabelecidos pela lei

12.305/2010.

Em suma, os equipamentos urbanos e comunitários possuem a finalidade de

proporcionar desenvolvimento as cidades, seja por meio do abastecimento de água, energia,

saneamento básico, saúde, educação, cultura, lazer e outros. No município de Angicos a

qualidade de vida ofertada por esses instrumentos mostrou-se insatisfatória; a pouca

disponibilidade e até mesmo ausência destes instrumentos corrobora com o ambiente urbano

insalubre. Existe a necessidade premente de instalação, reestruturação, reforma e ampliação

desses equipamentos por toda zona urbana, bem como o monitoramento dos serviços

prestados quando de sua disponibilização à população.

75

REFERÊNCIAS

ASQUINO, M. S. Infra-estrutura e planejamento na Metrópole de São Paulo. 2009. 226f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Departamento de História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo, Escola Superior de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo-SP, 2009. Disponível em: <http://www.teses.usp.br>. Acesso em: 02 maio. 2012.

ABIKO, Alex kenyaet al. Urbanismo: Historia e desenvolvimento. São Paulo: EPUSP, 1995. 49 p. (Série Texto Técnico, TT/PCC/16). Disponível em: <http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/ttpcc16.pdf>. Acesso em: 02 maio. 2012.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Estabelece, de forma atualizada e consolidada, as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica. Resolução n. 456, de 29 de novembro de 2000. D.O. de 30 nov.2000, seção 1, p. 35, v. 138, n. 230-E. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/cedoc/res2000456.pdf>. Acesso em: 06 jun. 2012.

ANA. Atlas do abastecimento de água, 2010. Disponível em: <http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/analise/Geral.aspx?est=19>. Acesso em: 27 maio 2012.

BRASIL. Lei n. 6.766, de 19 dezembro de 1979. Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências. DOFC de 20 dez. 1979, P. 19457. Disponível em: <www.planalto.gov.br/>. Acesso em: 03 maio. 2012.

BRASIL. Lei n 11.445, de 5 de janeiro de 2007, Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis n 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. D.O.U. DE 08 jan. 2007, P. 3. Disponível em: <http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao. nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.445-2007?Open Document>. Acesso em: 19 maio. 2012.

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Portaria n 1.469, de 29 de dezembro de 2000, aprova o controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2001. 32 p. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/portaria_1469.pdf>. Acesso em: 03 maio. 2012.

BASTOS, Cristiane Rodrigues. Sistemas de abastecimento urbano de água: estudo do sistema de abastecimento de água no município de Senador Sá-CE. 2011. 63 f. Monografia (Graduação em Engenheiro Civil e Ambiental) - Departamento de Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral, CE, 2011. Disponível em: <http://www.engenhariaciviluva.com.br>. Acesso em: 20 maio. 2012.

76

BRASIL. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Gestão de águas pluviais urbanas. Brasília, 2006. 194 p. Disponível em: <http://www.sedur.ba.gov.br/pemapes/pdf/material_tecnico/PUBLYN2.PDF>. Acesso em: 07 jun. 2012.

BRASIL. Lei n 9.472, de 16 de jul. de 1997, Dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº 8, de 1995. D.O.U. de 17 jul.1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9472.htm>. Acesso em: 10 jun. 2012.

BRASIL. Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. D.O.U. de 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 03 jun. 2012.

BRASIL. Lei n 12.343, de 02 de dezembro de 2010, Institui o Plano Nacional de Cultura - PNC, cria o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais - SNIIC e dá outras providências. D.O.U. de 3 dez. 2010, p. 1. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12343.htm>. Acesso em: 12 jun. 2012.

Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde / Conselho Nacional de Secretários de Saúde – Brasília: CONASS, 2011.

_______. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de Média e Alta Complexidade no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2007.

BRASIL. Lei n 12.305, de 02 de agosto de 2010, Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. D.O.U. de 3 ago. 2010. Disponível em: < www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/.../lei/l12305.htm>. Acesso em: 03 nov. 2012.

CAERN. Cadastro do sistema de abastecimento de água em Angicos, 2011. 2p.

FONSECA, Marília. Politicas públicas para a qualidade da educação brasileira: entre o utilitarismo econômico e a responsabilidade social. Cad. Cedes, Campinas, vol. 29, n. 78, p. 153-177, maio/ago. 2009. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 03 jun. 2012.

77

GOMES, Rita de Cássia da Conceição. Planejamento urbano e equipamentos socias nas pequenas cidades do Rio Grande do Norte. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2010, vol. XIV, nº 331 (58). Disponível em: <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-331/sn-331-58.htm>. [ISSN: 1138-9788]. Acesso em: 05 maio. 2012.

GUIMARÃES, Marta Lemos; PASQUALETTO, Antônio, Gestão do esgotamento sanitário em bairros periféricos de Goiânia. Goiânia, 2003. 18p. Disponível em: <http://www2.ucg.br/nupenge/pdf/gestaodoesgotamentosanitario.pdf>. Acesso em: 20 maio. 2012.

IBGE. Cidades@. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 10 maio. 2012.

IDEMA. Perfil do seu município 2008. Disponível em: <http://www.idema.rn.gov.br/perfil _a.asp#angicos>. Acesso em: 12 maio. 2012.

IBGE. Censos demográficos e contagens populacionais. Disponível em: <www.ibge.gov. br>. Acesso em: 02 jul. 2012.

LEITE, Marcos Esdras; FRANÇA, Iara Soares. Reflexões sobre a sustentabilidade urbana: Novo Modelo de Gestão Ambiental da Cidade. Caminhos de Geografia – Revista online, Uberlândia, v. 8, n. 22, p. 137-142, set. 2007. Disponível em: <http://www.ufpa.br/numa/pos_graduacao/PROFIMA/GestaoCidades2011/Leite_Fran%C3%A7a_Reflexoes_Sust.pdf>. Acesso em: 02 maio. 2012.

LARAIA, Roque Barros. Cultura um conceito antropológico. 14. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. 60p. Disponível em: <http://www.taddei.eco.ufrj.br/AntCom/Laraia.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012.

______. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da Saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências, Brasília, 1990.

______. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 648, de 28 de março de 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 29 mar. 2006.

78

______. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde, Brasília, DF, 2003.

OLIVEIRA, Lívia Cunha. Mapeamento dos equipamentos culturais de salvador: museu, bibliotecas, salas de cinema e teatros. 2010.1. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (bacharel em Produção com habilitação em Comunicação e Cultura) – Departamento Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, Salvador-BA, 2010,1. Disponível em: <http://www.facom.ufba.br/portal/wp-content/uploads/2012/01/mapeamentos-dos-equipamentos-culturais.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2012.

OI VELOX. Cadastro de telefonia fixa em Angicos, 2012.

SOARES, Beatriz Ribeiro et al. O planejamento urbano e sua aplicabilidade em pequenas cidades: o estudo de caso do município de santa vitória – MG, Uberlândia, 9 p. Disponível em: <https://ssl4799.websiteseguro.com/swge5/seg/cd2008/PDF/SA08-10779.PDF>. Acesso em: 05 maio. 2012.

VICENTINO, C. História: memória viva - da Pré História à Idade Média. São Paulo. Editora Scipione, 1995.

ZMITROWICZ, Witold; NETO, Generoso de Angelis. Infra-estrutura urbana. São Paulo: EPUSP, 1997. 40 p. (Série Texto Técnico, TT/PCC/17). Disponível em: < http://pcc2561.pcc.usp.br/ttinfraestrutura17.pdf>. Acesso em: 02 maio. 2012.