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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ANA CRISTINA FERNANDES ABREU
ANÁLISE COMPARATIVA DOS AGREGADOS GRAÚDOS, BRITAS CALCÁRIA E
GRANÍTICA, E DOS AGREGADOS MIÚDOS, RESÍDUOS DE BORRACHA DE
PNEU E AREIA, PARA UTILIZAÇÃO EM CONCRETO
MOSSORÓ - RN
2014
1
ANA CRISTINA FERNANDES ABREU
ANÁLISE COMPARATIVA DOS AGREGADOS GRAÚDOS, BRITAS CALCÁRIA E
GRANÍTICA, E DOS AGREGADOS MIÚDOS, RESÍDUOS DE BORRACHA DE
PNEU E AREIA, PARA UTILIZAÇÃO EM CONCRETO
Monografia apresentada a Universidade
Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,
Departamento de Ciências Ambientais e
Tecnológicas para a obtenção do título de
Engenheiro Civil.
Orientador: Prof. Me. Raimundo Gomes de
Amorim Neto – UFERSA.
Co - Orientador: Prof. Me. Francisco Alves da
Silva Júnior – UFERSA.
MOSSORÓ - RN
2014
2
O Conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade de seus autores
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT)
Setor de Informação e Referência
A162a Abreu, Ana Cristina Fernandes.
Análise comparativa dos agregados graúdos, britas calcária e
granítica, e dos agregados miúdos, resíduos de borracha de pneu e
areia, para utilização em concreto./ Ana Cristina Fernandes Abreu --
Mossoró, 2014.
67f.: il.
Orientador: Prof. Me. Raimundo Gomes de Amorim Neto
Monografia (Graduação em Engenharia Civil) –
Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de
Graduação.
1. Concreto - Agregados. 2. Areia. 3. Brita granítica. 4.
Borracha de pneu - Resíduo. I. Título.
RN/UFERSA/BCOT /100-14 CDD: 624.1834 Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza Borba
CRB-15/452
3
4
AGRADECIMENTOS
À Deus;
À minha família, em especial aos meus pais, José Abreu Filho e Ilana Maria Fernandes Abreu, e a
minha irmã Josilana Patrícia Fernandes Abreu por todo amor, incentivo, confiança, apoio, e todo o
auxilio durante esse trabalho, sem vocês eu não teria conseguido;
Agradeço ao coordenador de curso, Professor Raimundo Amorim, por toda a paciência, apoio,
conhecimento, dedicação e por ser um exemplo de profissional e pessoa, sendo uma expiração
para mim.
Ao co-orientador, Professor Francisco Alves da Silva Júnior, pelo apoio, disponibilidade,
dedicação e todos os ensinamentos durante a realização desse trabalho;
Agradeço a Professora Marília Pereira de Oliveira por disponibilizar o Laboratório de Materiais
da UFERSA;
Aos Técnicos dos Laboratórios da UFERSA, Allyson Silva e Marcello Azevedo;
À todos os meus Professores do curso de Engenharia Civil da UFERSA, pela dedicação em passar
o conhecimento;
Aos meus amigos por estarem sempre ao meu lado;
Por fim, a todos os que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização desse trabalho.
5
RESUMO
Diversos experimentos visam aproveitar os resíduos de borracha de pneu proveniente
da recauchutagem como agregado miúdo para a composição do concreto. Os resíduos de
borracha de pneu têm sido empregados como substituição parcial ou total do agregado miúdo
em materiais compósitos de cimento devido as suas características. Além dos resíduos de
borracha, o presente trabalho aborda a utilização da brita calcária como agregado graúdo,
diante do fato que o Rio Grande do Norte possui a maior reserva de calcário do Brasil. O
objetivo fundamental desse trabalho é estudar as características de resíduos de borracha de
pneu, com e sem tratamento prévio com NaOH 1Mol, e da rocha calcária para a utilização em
concretos, através da comparação das características entre a areia e os resíduos de borracha de
pneu, assim como, também, entre a rocha granítica e a calcária, por meio de ensaios definidos
de acordo com ABNT NBR 7211/2005. Neste trabalho, realizaram-se ensaios de análise
granulométrica, massa específica, massa unitária, material pulverulento, absorção de água e
desgaste abrasão “Los Angeles”. De acordo com os ensaios realizados no presente trabalho, a
borracha de pneu mais adequada, para a possível substituição da areia na fabricação do
concreto, é a borracha com tratamento de NaOH 1Mol, enquanto que para as britas, a mais
adequada para o uso em concretos é a brita granítica, já que a brita calcária não atendeu ao
limite máximo de material pulverulento presente.
Palavras-chave: Agregados para concreto. Areia. Resíduos de borracha de pneu. Brita
calcária. Brita granítica.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1 – Amostra de Areia Fina, Média e Grossa. ............................................................. 16
Figura 2-2 - Amostras de britas. ............................................................................................... 17
Figura 2-3 – Partes do pneu. ..................................................................................................... 20
Figura 2-4 – Recauchutagem. ................................................................................................... 22
Figura 3-1 – Borracha de pneu tratada. .................................................................................... 28
Figura 3-2 - Borracha sem tratamento. ..................................................................................... 28
Figura 3-3 - Brita Granítica. ..................................................................................................... 28
Figura 3-4 - Brita Calcária. ....................................................................................................... 28
Figura 3-5 – Areia. ................................................................................................................... 29
Figura 3-6 - Agitador de peneira .............................................................................................. 29
Figura 3-7 - Massa específica da areia. .................................................................................... 29
Figura 3-8 - Massa específica da borracha com tratamento. .................................................... 30
Figura 3-9 - Brita Granítica para o ensaio de material pulverulento. ....................................... 31
Figura 3-10 - Brita Calcária para o ensaio de material pulverulento........................................ 31
Figura 3-11 - Baldes com água de lavagem da brita calcária. .................................................. 32
Figura 3-12 - Material retido nas peneiras................................................................................ 33
Figura 3-13 - Determinação do comprimento e espessura da brita calcária. ............................ 33
Figura 3-14 - Determinação do comprimento e espessura da brita granítica. .......................... 33
Figura 3-15 - Brita granítica para ensaio de absorção de água. ................................................ 34
Figura 3-16 - Balde com água e brita calcária para ensaio de absorção de água. .................... 35
Figura 3-17 - Baldes com água e brita granítica para ensaio de absorção de água. ................. 35
Figura 3-18 - Brita calcária enxuta. .......................................................................................... 35
7
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 4-1 – Curva granulométrica da borracha sem tratamento referente aos limites da zona
ótima. ........................................................................................................................................ 38
Gráfico 4-2 - Curva granulométrica da borracha sem tratamento referente aos limites da zona
utilizável. .................................................................................................................................. 39
Gráfico 4-3 – Curva granulométrica da borracha com tratamento referente aos limites da zona
ótima. ........................................................................................................................................ 42
Gráfico 4-4 - Curva granulométrica da borracha com tratamento referente aos limites da zona
utilizável. .................................................................................................................................. 42
Gráfico 4-5 – Curva granulométrica da areia referente aos limites da zona ótima. ................. 45
Gráfico 4-6 - Curva granulométrica da areia referente aos limites da zona utilizável. ............ 45
Gráfico 4-7 - Curva granulométrica da brita calcária referente aos limites da zona utilizável.48
Gráfico 4-8 - Curva granulométrica da brita granítica referente aos limites da zona utilizável.
.................................................................................................................................................. 52
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 2-1 − Classificação do agregado miúdo quanto à dimensão......................................... 16
Tabela 2-2 - Classificação do agregado graúdo quanto à dimensão......................................... 18
Tabela 4-1 – Resultado da análise granulométrica da borracha sem tratamento. ..................... 37
Tabela 4-2 – Percentagem retida das amostras da borracha sem tratamento. .......................... 37
Tabela 4-3 - Percentagem retida e acumulada da borracha sem tratamento. ........................... 38
Tabela 4-4 – Resultado da análise granulométrica da borracha com tratamento. .................... 40
Tabela 4-5 – Percentagem retida das amostras da borracha com tratamento. .......................... 41
Tabela 4-6 - Percentagem retida e acumulada da borracha com tratamento. ........................... 41
Tabela 4-7 – Resultado da análise granulométrica da areia. .................................................... 44
Tabela 4-8 – Percentagem retida das amostras da areia. .......................................................... 44
Tabela 4-9 - Percentagem retida e acumulada da areia. ........................................................... 44
Tabela 4-10 – Resultado da análise granulométrica da brita calcária. ..................................... 47
Tabela 4-11 – Percentagem retida das amostras da brita calcária. ........................................... 47
Tabela 4-12 - Percentagem retida e acumulada da brita calcária. ............................................ 47
Tabela 4-13 – Resultado da análise granulométrica da brita granítica. .................................... 50
Tabela 4-14 – Percentagem retida das amostras da brita granítica........................................... 51
Tabela 4-15 - Percentagem retida e acumulada da brita granítica. ........................................... 51
9
LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
IBAMA – INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVEIS
NaOH – HIDRÓXIDO DE SÓDIO
NBR – NORMA BRASILEIRA
UFERSA – UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
1.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 13
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14
2.1 CONCRETO .............................................................................................................. 14
2.1.1 Agregados ........................................................................................................... 14
2.1.1.1 Agregados miúdos .......................................................................................... 15
2.1.1.2 Agregados graúdos ......................................................................................... 17
2.2 BORRACHA DE PNEU ........................................................................................... 18
2.2.1 Recauchutagem ................................................................................................... 19
2.2.2 Propriedades da borracha de pneu em matriz de cimento .................................. 23
2.2.3 Resultados de pesquisas de borracha de pneu como substituição parcial ou total
do agregado miúdo ............................................................................................................ 24
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 27
3.1 PREPARAÇÃO DA BORRACHA DE PNEU ......................................................... 27
3.2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ............................................................................ 28
3.3 MASSA ESPECÍFICA DO AGREGADO MIÚDO ................................................. 29
3.4 MASSA UNITÁRIA ................................................................................................. 30
3.5 MATERIAL PULVERULENTO PARA O AGREGADO GRAÚDO ..................... 31
3.6 ÍNDICE DE FORMA DE AGREGADO GRAÚDO PELO MÉTODO DO
PAQUÍMETRO .................................................................................................................... 32
3.7 ENSAIOS DE MASSA ESPECÍFICA E ABSORÇÃO DE ÁGUA PARA
AGREGADO GRAÚDO ...................................................................................................... 34
3.8 DESGASTE POR ABRASÃO PARA AGREGADO GRAÚDO ............................. 35
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 37
4.1 BORRACHA SEM TRATAMENTO ....................................................................... 37
4.1.1 Análise granulométrica da borracha sem tratamento ......................................... 37
4.1.2 Massa específica da borracha sem tratamento .................................................... 39
11
4.1.3 Massa unitária da borracha sem tratamento ....................................................... 39
4.2 BORRACHA COM TRATAMENTO ....................................................................... 40
4.2.1 Análise granulométrica da borracha pós-tratamento .......................................... 40
4.2.2 Massa específica da borracha pós-tratamento .................................................... 42
4.2.3 Massa unitária da borracha com tratamento ....................................................... 43
4.3 AREIA ....................................................................................................................... 43
4.3.1 Análise granulométrica da areia ......................................................................... 43
4.3.2 Massa específica da areia ................................................................................... 46
4.3.3 Massa unitária da areia ....................................................................................... 46
4.4 BRITA CALCÁRIA .................................................................................................. 46
4.4.1 Análise granulométrica da brita calcária ............................................................ 46
4.4.2 Massa unitária da brita calcária .......................................................................... 48
4.4.3 Material pulverulento da brita calcária ............................................................... 49
4.4.4 Índice de forma da brita calcária ........................................................................ 49
4.4.5 Massa específica e absorção de água da brita calcária ....................................... 49
4.4.6 Desgaste abrasão da brita calcária ...................................................................... 50
4.5 BRITA GRANÍTICA ................................................................................................ 50
4.5.1 Análise granulométrica da brita granítica ........................................................... 50
4.5.2 Massa unitária da brita granítica ......................................................................... 52
4.5.3 Material pulverulento da brita granítica ............................................................. 52
4.5.4 Índice de forma da brita granítica ....................................................................... 53
4.5.5 Massa específica e absorção de água da brita granítica ...................................... 53
4.5.6 Desgaste abrasão da brita granítica .................................................................... 54
4.6 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE BORRACHA COM E SEM TRATAMENTO
E A AREIA ........................................................................................................................... 54
4.7 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE BRITA CALCÁRIA E BRITA GRANÍTICA
....................................................................................................................................55
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 57
5.1 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS .......................................................... 58
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 59
APÊNDICE ............................................................................................................................. 63
12
1 INTRODUÇÃO
Diversos estudos têm sido realizados para a diminuição da poluição ambiental, com a
reutilização de materiais que em algum momento, se transformará em um resíduo
potencialmente danoso à saúde pública e a natureza, os quais agridem o meio ambiente, entre
outros, sendo os pneus, parte deste grupo indesejável (Gomes Filho, 2007).
A proteção do meio ambiente pela diminuição da poluição ambiental tem sido objeto
de grande preocupação entre as entidades governamentais. O Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) elaborou a resolução 258 em 1999, em que estabelece desde 2005 que
para cada quatro pneumáticos novos colocados no mercado brasileiro, as empresas
fabricantes e importadoras devem dar destinação final comprovada a cinco pneus inservíveis
(Freitas, 2007).
O aumento de veículos acarreta em maior consumo de energia necessária para a
fabricação de pneus. Uma técnica utilizada para aumentar a vida útil do pneu, e
consequentemente, diminuir o número deste no ambiente de forma inservível e danosa, é a
recauchutagem.
A recauchutagem e a remoldagem são processos conhecidos de reciclagem de pneus,
os quais aumenta a vida útil do pneu em 40%, mas geram resíduos, já que a banda de
rodagem é descartada para aplicação de uma nova camada (Freitas, 2007). Na atualidade
existem experimentos em alguns centros de pesquisas do país e do mundo visando aproveitar
a forma fibrilar das fibras curtas proveniente da recauchutagem como fibra para a
composição do concreto (Granzotto, 2010). A cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte,
possui empresas de recauchutagem de pneus o que gera resíduos de borracha.
O concreto constitui o segundo insumo mais utilizado no planeta, ficando atrás apenas
da água (Mehta e Monteiro, 2008). Tecnologias que possibilitem a introdução de resíduos de
qualquer que seja o processo de manufatura de produtos, como agregado no concreto,
possibilitará um ganho ambiental. Neste contexto, verifica a disponibilidade do resíduo
gerado no processo de recauchutagem como agregado ao concreto seria uma justificativa
deste trabalho. Somado a isto, tem-se que um dos componentes deste insumo é a brita. Nossa
cidade possui uma grande disponibilidade de brita calcária diante do fato que o Rio Grande
do Norte, especificamente nas regiões de Mato Grande, Vale do Açu, Mossoró, Chapada do
13
Apodi e parte do Vale do Jaguaribe, no Ceará têm aflorando mais de 20 mil quilômetros
quadrados de rocha calcária, com espessura que varia de 50 a 400 metros, sendo esta a
matéria-prima para inúmeros produtos da construção civil, inclusive a brita. Com este
afloramento o Rio Grande do Norte possui a maior reserva de calcário do Brasil, segundo o
Instituto Brasileiro de Mineração (2011). No entanto, na região da cidade de Mossoró ocorre
uma rejeição para utilização da brita calcária em concretos, ocorrendo a preferência pela brita
granítica, mesmo essa possuindo o custo na região de aproximadamente o dobro em relação a
brita calcária.
Diante da questão ambiental da borracha de pneu e da rejeição do uso da brita calcária
na cidade de Mossoró, sugere-se o aproveitamento dos resíduos de borracha de pneu
proveniente da recauchutagem como agregado miúdo e a análise das características da brita
calcária em comparação com a brita granítica.
1.1 OBJETIVO GERAL
O trabalho tem como objetivo geral analisar de forma comparativa as características
entre as britas calcária e granítica, assim como, também, entre a areia e os resíduos de
borracha de pneu para utilização em concreto, conforme ABNT NBR 7211/2005.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Para atingir o objetivo geral do trabalho, tem-se como objetivos específicos realizar
ensaios de caracterização dos agregados miúdos, a areia e os resíduos de borracha de pneu,
como o ensaio de análise granulométrica dos agregados, massa específica, massa unitária, de
acordo com as normas vigentes de cada ensaio. Assim como, os ensaios de caracterização dos
agregados graúdos, britas calcária e a granítica, como o ensaio de análise granulométrica dos
agregados, massa unitária, determinação do material fino que passa através da peneira 75 um,
por lavagem (material pulverulento), índice de forma de agregado graúdo pelo método do
paquímetro, massas específicas e absorção de água, desgaste por abrasão. Além de efetuar a
análise comparativa entre os resultados dos ensaios para brita calcária e brita granítica, assim
como entre a areia e os resíduos de borracha de pneu.
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A questão da preocupação ecológica atual desperta para o estudo e o uso de materiais
de construção não convencionais oferecendo um destino a resíduos, como por exemplo, os
materiais compósitos com borracha. O material compósito é um produto em que dois ou mais
elementos são combinados em uma estrutura para obter vantagens e melhorias que nenhum
dos componentes poderia fornecer isoladamente (Cardoso et al, 2010). Os compósitos de
cimento são compostos por aglomerantes minerais, podendo conter agregados, que dão
origem a concretos, argamassas ou pastas (Escariz, 2008).
2.1 CONCRETO
O concreto é o material mais largamente utilizado em construção, normalmente feito
com a mistura de cimento Portland, areia, pedra e água (Mehta e Monteiro, 1994). O concreto
possui uma estrutura heterogênea e altamente complexa, macroscopicamente pode-se
sintetizar seu estudo em um material constituído de partículas de agregados englobados por
uma matriz porosa de pasta de cimento, com uma zona de transição entre as duas regiões. O
concreto é um material que consiste necessariamente de um meio contínuo aglomerante, no
qual estão mergulhados partículas ou fragmentos de agregados. (Mehta e Monteiro, 1994).
2.1.1 Agregados
Os agregados são matérias granulares, sem formas e volume definidos, de dimensões
e propriedades adequadas para uso em obras de engenharia civil. Para a indústria da
construção civil, os agregados são os insumos mais consumidos no mundo. Os agregados
podem ser classificados levando-se em conta a origem, a densidade e o tamanho dos
fragmentos (Iervolino, 2012).
Os agregados são classificados quanto à origem como natural ou artificial. O natural é
encontrado na natureza em estado de ser utilizado ou que necessita de pequeno
processamento. Como exemplos, pode-se citar a areia lavada e o seixo rolado extraído de
rios, etc. O agregado que após sua extração da natureza sofre um processo de industrialização
15
com objetivo de atingir propriedade específica são classificados como artificial. Pode-se citar
como agregados artificiais a pedra britada, pó de pedra (areia artificial), vermiculita, etc.
(Rodrigues, 2012).
Considerando a densidade, existem agregados pesados (barita, magnetita); agregados
normais (brita, areia, cascalho); agregados leves (pedra-pomes, vermiculita). Quanto ao
tamanho dos fragmentos têm-se os agregados miúdos, como por exemplo, as areias de origem
natural encontradas como fragmentos, ou resultante de britagem; e agregados graúdos, como
por exemplo, os cascalhos e as britas (Iervolino, 2012).
2.1.1.1 Agregados miúdos
Os agregados para serem classificados como miúdos devem possuir diâmetro máximo
de 4,75 mm até diâmetro mínimo de 150 μm, sendo assim, devem passar pela peneira número
4, de malha 4,75 milímetros e ficarem retidas na peneira de malha 150 μm, conforme a NBR-
7211 (ABNT, 1982).
2.1.1.1.1 Areia
Areia é uma substância natural, derivada da desagregação de rochas. Todas as rochas,
praticamente, são passiveis de resultar em areias pela desagregação mecânica, sendo que são
mais favoráveis as rochas com altos teores de quartzo, uma vez que esse mineral restará como
resíduo, após a decomposição física e/ou química. As areias são constituídas principalmente
por quartzo, mineral de fórmula geral SiO2, amplamente distribuído na crosta terrestre,
constituindo aproximadamente 12% dela. Dependendo da granulometria e grau de pureza, as
areias têm empregos específicos, como exemplo as areias mais grosseiras e com maior
impureza se utilizam na construção civil (Iervolino, 2012). Na figura 2-1 ilustra amostras de
areias com granulometria fina, média e grossa.
16
Figura 2-1 – Amostra de Areia Fina, Média e Grossa.
(Fonte: http://www.jfpremoldados.com.br. Acesso em 8 de abril, 2012)
A areia, usada como agregado miúdo na confecção de argamassas e concretos é um
material de baixo custo, existente em grande quantidade na natureza. A Tabela 2-1 mostra a
classificação dos agregados miúdos conforme apresentado na NBR-7211 (ABNT, 1982).
Tabela 2-1 − Classificação do agregado miúdo quanto à dimensão.
Tipo de areia
Tamanho Nominal (mm)
Mínima Máxima
Muito Fina 0,15 0,6
Fina 0,6 1,2
Média 1,2 2,4
Grossa 2,4 4,8
(Fonte: Rodrigues, 2012)
17
2.1.1.2 Agregados graúdos
O agregado para ser considerado graúdo 95% da sua massa deve ser retido na peneira
de 4,8 mm e passar na peneira de 152 mm, de acordo com a NBR-7211 (ABNT, 1982).
2.1.1.2.1 Brita
A pedra britada é classificada como agregado de origem artificial, de tamanho graúdo.
Tendo como área fonte as pedreiras, que exploram rochas cristalinas com solos pouco
espessos de cobertura, no estado físico sem muita alteração, de preferência aquela contendo
rochas quartzo – feldspáticas como os granitos, gnaisses. Porém, às vezes, rochas como o
basalto e calcários microcristalinos, também são explorados para essa finalidade. A textura da
rocha fonte deve ser coesa e não muito grossa, com baixa porosidade, ausência de plano de
fraqueza ou estrutura isotrópica. Não é recomendável utilizar rochas xistosas, com
acamamento, foliações finas, micro fraturas (Iervolino, 2012).
Figura 2-2 - Amostras de britas.
(Fonte: Rodrigues, 2012).
Para a classificação de acordo com a granulometria, a pedra britada passa por
peneiras, sendo classificadas em brita 0, 1, 2, 3, e etc. A Figura 2-2 representa amostras de
britas variando a granulometria entre 0 e 3. A Tabela 2-2 apresenta a classificação dos
agregados graúdos conforme apresentado na NBR-7211 e na NBR-7225 (ABNT, 1982) e a
classificação comercial utilizada pelas pedreiras.
18
Tabela 2-2 - Classificação do agregado graúdo quanto à dimensão.
Pedra britada
numerada
NBR-7211/NBR-7225 Comercial
Tamanho Nominal
Malha da peneira (mm)
Número Mínima Máxima Mínima Máxima
Brita 0 - - 4,8 9,5
Brita 1 4,8 12,5 9,5 19,0
Brita 2 12,5 25,0 19,0 38,0
Brita 3 25,0 50,0 38,0 50,0
Brita 4 50,0 76,0 50,0 76,0
Brita 5 76,0 100,0
Obs.: Para efeito de dosagem pode-se utilizar o dmáx=
25 mm para uma mistura de brita 1 + brita 2.
>76 mm considera pedra de mão
(Fonte: Rodrigues, 2012)
A pedra britada possui uso mais difundido para a confecção do concreto. A escolha da
dimensão do agregado graúdo ocorre em função da dimensão da peça a ser concretada
(geometria da estrutura), bem como da densidade de armadura da seção transversal
(Rodrigues, 2012).
2.2 BORRACHA DE PNEU
Na Alemanha criou-se a tecnologia para fabricar borracha sintética a partir do
petróleo. A borracha sintética, apesar de ser muito parecida com a borracha natural, não é tão
19
resistente ao calor e fragiliza-se com a rápida mudança de temperatura. Diante desse motivo,
os elementos de borracha sintética são sempre constituídos de uma parcela da borracha
natural (Bruxel, 2009).
Segundo a Recicloteca apud Bruxel (2009), no Brasil, a maior parte da borracha
produzida industrialmente é usada na fabricação de pneus, correspondendo a 70% da
produção. O Brasil produz cerca de 45 milhões de pneus por ano, sendo que quase um terço
da produção é exportado para 85 países e o restante utilizado nos veículos nacionais
(Rodrigues et al, 2006).
A regulamentação no Brasil, para a destinação final dos pneus inservíveis, foi
publicada em Diário Oficial da República Federativa do Brasil em 2 de dezembro de 1999
(Resolução 258, de 26 de agosto de 1999, do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA, 1999). O CONAMA elaborou a resolução 258 em 1999 com o objetivo de
minimizar os danos ao meio ambiente causados pela disposição inadequada dos pneus
inservíveis. Tal resolução trata da destinação final aos pneumáticos inservíveis, de forma
ambientalmente adequada e segura, dispondo sobre a responsabilidade, tempo e quantidade
para a coleta e reciclagem de pneus. Segundo esta resolução, desde 2005 para cada quatro
pneumáticos novos colocados no mercado brasileiro, as empresas fabricantes e importadoras
devem dar destinação final comprovada, diante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a cinco pneus inservíveis (Freitas, 2007).
Os pneus de automóveis são, geralmente, compostos por cerca de 16% a 20% de
borracha natural e de 26% a 31% de borracha sintética, enquanto pneus de caminhões são
compostos por cerca de 31 a 33% de borracha natural e de 16 a 21% de borracha sintética. O
pneu de automóvel, com peso aproximado de 10,5 kg, possui 27% de borracha sintética, 20%
de borracha natural, 25% de negro-de-fumo, 14% de produtos químicos, 10% de aço e 4% de
poliéster e náilon em relação ao peso total do pneu (Goodyear, 1999 apud Oda e Fernandes
Júnior, 2001).
2.2.1 Recauchutagem
Há muito tempo se desenvolveu o processo de reforma de pneus usados com o
objetivo de aumentar o tempo de vida dos pneus automotivos, colaborando para a
20
minimização dos impactos associados ao descarte do pneu automotivo. A reforma consiste
em substituir a banda de rodagem velha e desgastada por uma banda de rodagem nova através
de processos industriais, como:
a) Recapagem, processo de reconstrução do pneu através da substituição da
banda de rodagem;
b) Recauchutagem, processo de reconstrução do pneu através da substituição
da banda de rodagem e dos ombros;
c) Remoldagem, processo de reconstrução do pneu através da substituição da
banda de rodagem, dos ombros e de toda a superfície de seus flancos
(Kamimura, 2002).
A figura 2-3 ilustra as partes constituintes do pneu.
Figura 2-3 – Partes do pneu.
(Fonte: www.pneusost.com. Acesso em 19 de Agosto de 2013.)
De acordo com o Grupo Ivo (2014), o processo de recauchutagem é composto por
várias etapas, como a limpeza geral, inspeção inicial, raspagem, preparação da carcaça,
aplicação da banda de rodagem e inspeção final.
21
A limpeza geral dos pneus é efetuada com escovas de aço rotativas para diminuir os
resíduos, facilitando a inspeção inicial e preparando a carcaça para pintura final, dando um
melhor aspecto no acabamento final do pneu após recapado. A inspeção inicial é uma etapa
importantíssima para o processo, é a mesma que determina se a carcaça usada apresenta
condições de ser recauchutada, sendo o corpo do pneu isento de defeitos de fabricação, danos
irreparáveis ou uso excessivo.
A banda de rodagem gasta é removida da carcaça do pneu por meio do processo de
raspagem. A carcaça é montada sobre um polidor e é inflada. Essa máquina através de uma
raspadeira retira a banda de rodagem gasta e processa o polimento da superfície do corpo do
pneu conforme as especificações corretas de formato, tamanho e textura. Cada modelo de
pneu apresenta um acabamento pré-determinado em termos de largura, contorno e raio. A
carcaça do pneu recebe um polimento de acordo com seu formato particular, o que permitira
um melhor contato da banda de rodagem com o solo.
Os danos que permanecem na carcaça, mesmo depois de sofrer a raspagem, são
eliminados através da preparação da carcaça. Depois que os reparos foram feitos, a carcaça
polida esta pronta para receber uma nova banda de rodagem. Existem dois tipos de processos
de vulcanização usados para fixar a nova banda à carcaça do pneu: o processo a frio sendo o
método mais eficiente, e a quente, que demanda menos espaço e oferece um ganho de
produtividade (Lagarinhos e Tenório, 2008).
Na recauchutagem a frio, após os reparos das carcaças, são utilizadas bandas pré-
curadas que são coladas nas mesmas, na qual são utilizados outros componentes para o reparo
e união entre a carcaça e a banda de rodagem, que são: o coxim, que é uma lâmina fina de
borracha que vai entre a carcaça e a banda pré-curada; e o cordão de borracha utilizado para
preencher furos e danos estruturais do pneu. No processo a frio os pneus são vulcanizados em
autoclaves, não necessitando de moldes para a formação do desenho no pneu, o desenho já
está prévulcanizado nas bandas de rodagem a serem aplicadas nas carcaças dos pneus já
reparadas. A recauchutagem a quente utiliza uma manta de borracha, sendo necessária a
utilização de moldes para a vulcanização e a formação do desenho na banda de rodagem
(Lagarinhos e Tenório, 2008). A figura 2-4 ilustra a aplicação da nova camada de borracha no
processo de recauchutagem.
22
Figura 2-4 – Recauchutagem.
(Fonte: www.minassemlixoes.org.br. Acesso em 22 de agosto de 2013.)
A última etapa no processo de recauchutagem é a inspeção final. Nesse estágio de
fabricação, todos os pneus recauchutados são inspecionados para assegurar que o produto
está qualificado e seguro. Após aprovação, o pneu recebe a pintura para ganhar melhor
aparência.
A reciclagem, através de processos de recauchutagem e a remoldagem, pode devolver
ao processo produtivo um insumo regenerado por menos da metade do custo da borracha
natural ou sintética. Além da diminuição do custo, a reciclagem economiza energia e petróleo
usado como matéria-prima virgem para obtenção da borracha (Rodrigues et al, 2006).
Segundo dados do CEMPRE (2003) apud Freitas (2007), 70% dos pneus que formam a frota
de carga e de passageiros do Brasil são recauchutados. A recauchutagem aumenta a vida útil
do pneu em até 40%, entretanto origina resíduos poluentes e de difícil degradação, uma vez
que ocorre a aplicação de uma nova camada e a banda de rodagem, já desgastada pelo uso, é
descartada, a qual acaba parando nos lixões, na beira de rios e estradas, e até no quintal das
casas, onde acumulam água que atrai insetos transmissores de doenças, além da geração de
resíduos de borracha de pneu através da raspagem (Freitas, 2007).
As raspas de pneu dispensam a fase de trituração do pneu, o que a torna
economicamente mais viáveis para reciclagem. A borracha oriunda da raspagem apresenta
poucas impurezas, como óleos, fibras de náilon e aço ou devidas ao uso do pneu (Freitas,
2007).
23
2.2.2 Propriedades da borracha de pneu em matriz de cimento
Pesquisas demonstraram que a adição de borracha moída ao concreto provoca a perda
da resistência à compressão, no entanto produz vários benefícios que compensariam,
especialmente em projetos que não se destinam à cargas pesadas, como a inclusão de
reduções em expansões térmicas, assim como encolhimento durante a secagem e fragilidade,
proporcionando mais resistência aos danos causados pelo congelamento e descongelamento,
assim como, a obtenção de um material de construção mais flexível. O concreto flexível é
mais resistente ao impacto, isolante térmico e acústico que o concreto convencional, o que
viabiliza a aplicação de concreto flexível em pisos e fundações, para instalação de máquinas-
ferramentas, absorvedores de choque quando de terremotos, isolantes térmicos e acústicos. A
mistura de borracha de pneu moída tratada com hidróxido de sódio (NaOH), para melhorar a
aderência à matriz de cimento, e pasta de cimento resulta num composto resistente à abrasão
e à flexão, propriedades consideradas importantes do ponto de vista mecânico (Kamimura,
2002).
O resíduo granular gerado na recauchutagem e os restos de pneus moídos podem ser
aplicados na composição de asfalto de maior elasticidade e durabilidade (CEMPRE, 2000
apud Kamimura, 2002). Muitas são as vantagens previstas em função da incorporação de
borracha de pneus usados a um cimento asfáltico, como: a redução do envelhecimento, já que
a presença de antioxidantes e carbono na borracha dos pneus que é incorporada ao cimento
asfáltico proporciona uma redução do envelhecimento por oxidação; o aumento da
flexibilidade, em que misturas asfálticas com o ligante asfalto-borracha são mais flexíveis
que as misturas asfálticas convencionais, em virtude da maior concentração de elastômeros
na borracha de pneus; o aumento do ponto de amolecimento, no qual a adição de borracha faz
com que o ponto de amolecimento do ligante asfalto-borracha aumente em relação ao do
ligante convencional, o que significa um aumento da resistência ao acúmulo de deformação
permanente nas trilhas de rodas; a redução da susceptibilidade térmica, já que o uso de um
ligante asfalto-borracha proporciona misturas asfálticas mais resistentes às variações de
temperatura, em que resulta em um desempenho tanto a baixas quanto a altas temperaturas
melhores do que quando comparados com pavimentos construídos com ligante asfáltico
convencional (Oda e Fernandes Júnior, 2001).
24
2.2.3 Resultados de pesquisas de borracha de pneu como substituição parcial ou
total do agregado miúdo
A borracha de pneu pode ser empregada como isolante estrutural na construção civil,
podendo impedir a propagação de tensões, por exemplo, em regiões sujeitas a abalos
sísmicos, já que apresenta a capacidade de absorver energia 8.000 vezes maior que os metais
(Segre, 1999).
Macedo e Tubino (2004) analisaram a substituição em volume de parte do agregado
miúdo por uma porcentagem de borracha de pneu, proveniente do processo de recapagem,
iniciando com o teor de 15% como forma de definição para quatro dosagens. Dentre os
resultados obtidos observaram que as matrizes cimentícias com borracha incorporaram mais
ar que as matrizes de referência. Quanto à massa específica houve diminuição nas misturas
com borracha, em função da mesma apresentar massa específica inferior. No estado
endurecido, o concreto de referência apresentou valor inferior em 45% na resistência à tração
na flexão em relação ao concreto com borracha. Quanto ao módulo de elasticidade, o
concreto com borracha apresentou valores praticamente iguais em relação ao de referência.
Assim sendo, Macedo e Tubino (2004) concluíram que o teor de borracha deverá ser
diminuído em dosagens futuras para que se comprove a sua influência sobre incorporação do
ar e perda de resistências mecânicas.
Rosa et al (2007) avaliaram algumas propriedades de concretos com substituição
parcial de 5 e 10% em volume do agregado miúdo por resíduos de borracha de pneus
inservíveis, triturados em duas granulometrias. A análise do ensaio de índice de consistência
mostrou que a adição da borracha de pneu diminui a trabalhabilidade do concreto. A absorção
de água não traz alterações significativas para a adição em teores de até 10% de borracha. Os
ensaios referentes à resistência mecânica apresentaram valores mais baixos, as perdas na
resistência à compressão foram da ordem de 40% a 55%, com a adição da borracha de pneu
na mistura.
Gomes Filho (2007), verificou a viabilidade técnica e econômica de produtos de
concreto pré-fabricados, utilizando teores de borracha agregada entre 0 e 20% nas
granulometrias compreendidas entre 0,15 e 4,8 mm. O resultado para o concreto com adição
de 5% borracha apresentou resistência à compressão de 27,1 MPa, podendo ser utilizado em
pré-moldados com função estrutural. Os concretos com teores de 10% e 15 % de borracha
25
agregada apresentaram resistências à compressão de 20,3 e 19,0 MPa, respectivamente,
podendo ser empregados em obras não-estruturais. O concreto com o teor de 20% de
borracha agregada apresentou baixa resistência à compressão, sendo rejeitado seu uso em
pré-moldados. A análise econômica indicou para o concreto com teores de borracha ocorreu
uma redução de até 7,6% no custo se comparado com o concreto convencional. O concreto
com borracha apresentou inúmeras outras vantagens, além da viabilidade comercial, tais
como a redução do peso, o que facilita a manipulação e diminui o desgaste de equipamentos.
Kroth (2012) realizou medições, ensaios e testes utilizando-se corpos-de-prova de
concreto com incorporação de resíduo de borracha. O traço em que resultou em uma maior
resistência média à compressão foi o 1:2:0,5:2 (cimento CP-V, areia, borracha e brita nº 1), o
qual atingiu 14,38 MPa. As análises químicas mostraram que não há liberações de metais
pesados para o meio ambiente, conforme a NBR 10006 da ABNT. As propriedades
mecânicas analisadas dos concretos confeccionados com o uso da borracha tratada como
agregado fino não acrescentou nenhuma melhoria significativa. Pela microscopia eletrônica
constatou-se que o compósito com o resíduo de borracha tratada com NaOH 1Mol apresentou
uma maior aderência e melhor interação entre a borracha e a matriz de concreto, devido a
ausência de espaços vazios entre os componentes.
Santos (2005) estudou o comportamento do concreto com adição de fibras de borracha
nos teores de 1%, 2%, 3% produzidas na recauchutagem do pneu. A análise da temperatura
de fulgor revelou que as temperaturas de amolecimento e de combustão ocorrem em uma
faixa de temperatura em que o concreto já tem suas propriedades deficientes. Para pequenos
níveis do teor de borracha, quando se varia a quantidade de borracha, ocorrem altos níveis de
variação nas propriedades mecânicas. Observou-se a ocorrência de perdas percentuais nas
propriedades mecânicas de resistência a compressão, resistência a tração e no módulo de
elasticidade. Contudo, Santos (2005) observou que o concreto ficou com mais ductilidade, o
qual a borracha atribuiu ao concreto a capacidade de romper sem que houvesse movimentos
bruscos no pistão de carregamento. Para Hernadez-Olivares e Barluenga (2003) apud Santos
(2005), a diminuição provocada no módulo de elasticidade pode ser considerada favorável, já
que a diminuição do módulo de elasticidade proporciona uma diminuição da sonoridade e
mais conforto em pavimentos rígidos. Os valores de resistência à tração na flexão,
propriedade preponderante, encontrado por Santos (2005) se encontra entre 3 MPa e 5 MPa,
em que para o boletim técnico IBRACON (2001) apud Santos (2005) os valores dessa
26
resistência precisa estar entre essa faixa de valores. Santos (2005) observou um aumento na
deformação de ruptura de flexão do concreto e uma tendência de estabilização nos danos
causados pelo impacto, contudo em termos de tenacidade o aumento não foi significativo.
27
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho estuda a avaliação da substituição da areia por resíduos de
borracha de pneu originados da recauchutagem, de acordo com a NBR 7211/2005, assim
como, a avaliação da brita calcária e brita granítica da região de Mossoró para fabricação de
concretos.
Os materiais utilizados nesta experiência laboratorial foram a areia e os resíduos de
borracha de pneu como agregado miúdo, e a brita calcária 1 e a brita granítica 1 como
agregado graúdo.
3.1 PREPARAÇÃO DA BORRACHA DE PNEU
A borracha de pneu utilizada na confecção dos corpos de provas foi oriunda da
VIPAL, empresa de reforma e reparo de pneus e câmaras de ar, localizada no município de
Mossoró/RN, a qual era resíduo do processo de recauchutagem de pneus. Realizou-se um
tratamento químico nas borrachas de pneu, com Hidróxido de Sódio (NaOH) 1mol baseado
em Segre (1999), Kroth (2012) e Rodriguez et al (2006). O tratamento da borracha consistiu
em imergir os resíduos de borracha de pneu em NaOH 1mol durante 20 minutos, mexendo a
cada 5 minutos. Decorrido o tempo de imersão, realizou a lavagem dos resíduos de borracha
de pneu sobre um coador de pano, em água corrente. A lavagem ocorreu retirando o sifão da
pia, para realizar a destinação correta dos resíduos da lavagem.
Segre (1999) comprovou a aderência química entre a borracha tratada com NaOH e á
matriz de cimento através da perda de massa por abrasão dos corpos de provas com 10% de
borracha de pneu tratada, a qual observou que equivalente ao controle e muito inferior aos
corpos de prova com borracha de pneu sem tratamento. Kroth (2012) verificou a ausência de
espaços vazios nos corpos de provas com borracha tratada com NaOH 1mol, concluindo que
o tratamento aplicado auxilia na aderência entre a borracha de pneu e a matriz de cimento.
Rodriguez et al (2006) observaram que a adição de NaOH 1mol na borracha fez aumentar a
hidrofilicidade da superfície da borracha com a matriz de cimento, além da elevação na
resistência do compósito no teste de compressão axial aos 90 dias, comprovando a eficiência
do tratamento.
28
3.2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
A análise granulométrica da borracha sem tratamento e pós-tratamento com NaOH
1mol, areia, brita calcária e granítica realizou-se conforme NBR NM 248/2003. O ensaio de
análise granulométrica consistiu em manter 300g para a borracha (Figura 3-1 para a borracha
com tratamento e Figura 3-2 para a borracha sem tratamento), 500g para areia (Figura 3-5), e
5000 g para o agregado graúdo, sendo este a brita granítica (Figura 3-3) e calcária (Figura 3-
4), durante 10 minutos no agitador de peneiras eletromecânico (Figura 3-6) com a frequência
de vibração de 15. As peneiras utilizadas para o agregado miúdo foram as 4,75mm, 2,36mm,
1,18mm, 600µm, 300µm e 150µm. Enquanto para o agregado graúdo utilizou-se a 25mm,
19mm, 11,2mm, 9,5mm, 6,3mm e 4,75mm.
Figura 3-1 – Borracha de pneu tratada. Figura 3-2 - Borracha sem tratamento.
Figura 3-3 - Brita Granítica. Figura 3-4 - Brita Calcária.
29
Figura 3-5 – Areia. Figura 3-6 - Agitador de peneira
Após a agitação, realizou-se a verificação da massa de material retida em cada
peneira, com a ajuda de um pincel para a retirada do material, e em uma balança de precisão
de 0,01g para a borracha, de 0,1g para a areia e de 1g para os agregados graúdos.
3.3 MASSA ESPECÍFICA DO AGREGADO MIÚDO
A determinação da massa específica do agregado miúdo, sendo eles areia e os
resíduos de borracha de pneu com e sem tratamento com NaOH 1mol, ocorreu por meio do
frasco de Chapman, conforme a ABNT NBR 9776/1987. O ensaio da massa específica
consiste em colocar água no frasco (até marca de 200 cm³), em seguida introduz 500g de
agregado seco, com a ajuda do funil, agita-se até eliminar as bolhas de ar, e finalmente,
efetua-se a leitura do nível atingido pela água, conforme Figura 3-7 ilustra para areia.
Figura 3-7 - Massa específica da areia.
30
No entanto, como a borracha de pneu possui uma densidade menor do que a água
utilizou-se 375 ml de querosene como líquido para esse ensaio e a quantia de 50 gramas de
borracha pós-tratamento, conforme ilustra a Figura 3-8, e para a borracha sem tratamento
utilizou-se 350 ml de querosene como líquido para esse ensaio e a quantia de 50 gramas de
borracha.
Figura 3-8 - Massa específica da borracha com tratamento.
3.4 MASSA UNITÁRIA
A determinação da massa unitária dos agregados, sendo eles areia, os resíduos de
borracha de pneu com e sem tratamento com NaOH 1mol, brita granítica e calcária, ocorreu
conforme a ABNT NBR 7251/1982, apesar de a mesma ter sido cancelada e substituída pela
ABNT NBR NM 45/2006, o laboratório utilizado não dispõe de equipamentos necessários
para a realização da mesma. O ensaio da massa unitária consiste em secar previamente o
material ao ar, em seguida lançar o agregado a uma altura de 10 a 12 cm do recipiente,
preenchendo-o totalmente, rasa-se o agregado miúdo com horizontais de haste metálica,
evitando comprimir o agregado, e determina-se sua massa.
31
3.5 MATERIAL PULVERULENTO PARA O AGREGADO GRAÚDO
A determinação do teor de material pulverulento para agregado graúdo, sendo eles
brita calcária e granítica, ocorreu conforme item 8 da ABNT NBR NM 46/2001. O ensaio de
material pulverulento consiste em secar a amostra em estufa (100°C a 110°C) até massa
constante, por aproximadamente 24 horas, e registrar a massa na qual se utilizou 2500g
(conforme Figura 3-9 para brita granítica e Figura 3-10 para brita calcária) de cada tipo de
brita conforme a dimensão máxima característica, em seguida coloca-se a amostra no
recipiente e adicionar água até cobri-la e agita-se a amostra vigorosamente até que o material
pulverulento fique em suspensão. Imediatamente, escoa-se a água de lavagem sobre as
peneiras, colocadas em ordem de diâmetro crescente, de baixo para cima, adiciona-se uma
segunda quantidade de água ao recipiente, agita-se e verte-se a água sobre as peneiras. Deve
repetir a operação até que a água de lavagem fique clara, comparando-se visualmente a sua
limpidez com uma água limpa, usando os dois béqueres. Depois retorna todo o material retido
nas peneiras sobre a amostra lavada, seca o agregado lavado em estufa e determina a massa
restante. A Figura 3-11 ilustra a água de lavagem da brita calcária.
Figura 3-9 - Brita Granítica para o ensaio
de material pulverulento.
Figura 3-10 - Brita Calcária para o ensaio
de material pulverulento.
32
Figura 3-11 - Baldes com água de lavagem da brita calcária.
3.6 ÍNDICE DE FORMA DE AGREGADO GRAÚDO PELO MÉTODO DO
PAQUÍMETRO
A determinação do índice de forma pelo método do paquímetro de agregado graúdo,
sendo eles brita calcária e granítica, ocorreu conforme a ABNT NBR 7809/83. O ensaio de
índice de forma consistiu em secar o material em estufa até constância de peso, depois
determina-se a composição granulométrica do agregado de acordo com o método NBR 7217,
calcula-se, para cada fração, o número de grãos necessários para o ensaio, conforme equação
abaixo:
(1)
Onde:
Ni = número de grãos para medição da fração i;
Fi = porcentagem retida individual da fração i;
F1 +F2 + ... + Fi + ... + Fn = soma das porcentagens retidas individuais das frações que serão
medidas;
200 = número total de grãos necessários para o ensaio.
Em seguida, quarteia-se cada fração até obter a quantidade necessária de material, a
qual para a brita granítica é de 31 unidades para a retida na peneira 9,5mm, 155 para a
11,2mm e 14 para a peneira 19mm. Enquanto que a brita calcária resultou em 35 unidades
para o material retido na peneira 9,5mm, 156 para a peneira 11,2mm e 9 para a peneira 19mm
(Figura 3-12 ilustra a quantidade retida nas peneiras de cada material). E então determinar,
com aproximação de 0,1 mm com um paquímetro, as dimensões do comprimento e espessura
33
de cada grão. A Figura 3-13 ilustra o ensaio para a brita calcária e Figura 3-14 o ensaio para a
brita granítica.
Figura 3-12 - Material retido nas peneiras.
Figura 3-13 - Determinação do comprimento e espessura da brita calcária.
Figura 3-14 - Determinação do comprimento e espessura da brita granítica.
34
3.7 ENSAIOS DE MASSA ESPECÍFICA E ABSORÇÃO DE ÁGUA PARA
AGREGADO GRAÚDO
A determinação da massa específica e absorção de água para agregado graúdo, sendo
eles, brita calcária e granítica, ocorreu conforme ABNT NBR NM 53/2003. O ensaio
consistiu em submergir 3000g de brita calcária e de brita granítica (Figura 3-15) em água à
temperatura ambiente num período de 20 a 28 horas (Figura 3-16 para a brita calcária e Figura
3-17 para brita granítica), depois retira-se a amostra da água e envolve-a em pano absorvente
até que o brilho da água seja eliminado da superfície, mas evitando que a água dos poros
também evapore, em seguida determina-se, imediatamente, a massa da amostra saturada
superfície seca (sss) com precisão de 1 g (Figura 3-18 para brita calcária) e coloca-se a
amostra no cesto de arame, submerge-se em água a temperatura de (23 +- 2) °C e pesa-se em
água utilizando a balança hidrostática. No entanto, não foi possível a realização da pesagem
em balança hidrostática devido a falta deste equipamento adequado no laboratório, realizando
assim, apenas a absorção de água dos agregados. Contudo, utilizaremos os resultados para a
massa específica cedidos pelo Professor Francisco Alves da Silva Júnior do seu trabalho, em
andamento, para tese de seu doutorado.
Figura 3-15 - Brita granítica para ensaio de absorção de água.
.
35
Figura 3-16 - Balde com água e brita
calcária para ensaio de absorção de água.
Figura 3-17 - Baldes com água e brita
granítica para ensaio de absorção de água.
Figura 3-18 - Brita calcária enxuta.
3.8 DESGASTE POR ABRASÃO PARA AGREGADO GRAÚDO
A determinação do desgaste por abrasão para agregado graúdo, sendo eles brita
calcária e granítica, ocorreu conforme a ABNT NBR NM 51/2001 de ensaio de abrasão "LOS
ANGELES". O ensaio de abrasão consiste em pesar, com precisão de 1 g, a amostra obtida,
secá-la em estufa e colocá-la, juntamente com a carga abrasiva, dentro do tambor. Fazer o
tambor girar a uma velocidade compreendida entre 30 rpm e 33 rpm, até completar 500
rotações, em seguida retira-se o material do tambor e peneira-o na peneira com abertura de
malha de 1,7 mm, lava-se e coloca para secar em estufa a (107,5±2,5)°C a fração retida na
peneira e depois pesa-se em uma balança com precisão de 1 g. No entanto, não foi possível a
realização desse ensaio devido a falta de material. Contudo, utilizaremos os resultados
36
cedidos pelo Professor Francisco Alves da Silva Júnior do seu trabalho, em andamento, para
tese de seu doutorado.
37
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 BORRACHA SEM TRATAMENTO
4.1.1 Análise granulométrica da borracha sem tratamento
Realizou-se um total de 2 ensaios da análise granulométrica da borracha sem
tratamento, em que obteve o resultado de duas amostras os valores de percentagem retida
individualmente não diferente de mais de 4% entre peneiras da mesma abertura de malha,
conforme determina o item 6.1.1 da NBR NM 248/2003. Os resultados obtidos em cada
ensaio estão presentes na Tabela 4-1.
Tabela 4-1 – Resultado da análise granulométrica da borracha sem tratamento.
PENEIRA Amostra 1 (g) Amostra 2 (g)
4,75 6,06 5,48
2,36 28,58 25,54
1,18 202,43 193,81
600 48,04 57,23
300 10,74 14,55
150 2,93 2,64
FUNDO 0,16 0,14
As porcentagem retida em cada peneira das amostras 1 e 2 estão contidas na Tabela 4-
2.
Tabela 4-2 – Percentagem retida das amostras da borracha sem tratamento.
PENEIRA Percentagem 1 (%) Percentagem 2 (%)
4,75 2,03 1,83
2,36 9,56 8,53
1,18 67,72 64,73
600 16,07 19,12
300 3,59 4,86
150 0,98 0,88
FUNDO 0,05 0,05
38
As percentagens médias das amostras, a retida e a acumulada, estão contidas na Tabela
4-3.
Tabela 4-3 - Percentagem retida e acumulada da borracha sem tratamento.
PENEIRA Percentagem
média retida (%)
Percentagem
média retida
acumulada (%)
4,75 1,93 1,93
2,36 9,05 10,97
1,18 66,23 77,20
600 17,59 94,79
300 4,23 99,02
150 0,93 99,95
FUNDO 0,05 100,00
A partir do ensaio de análise granulométrica da borracha sem tratamento obteve-se, de
acordo com a NBR NM 248/2003, o módulo de finura o resultado de 3,84 e para a dimensão
máxima característica da borracha sem tratamento a dimensão de 4,75 mm.
A curva granulométrica da borracha sem tratamento referente aos limites ótimos está
exposta no Gráfico 4-1. Enquanto que a curva granulométrica referente aos limites utilizáveis
está exposta no Gráfico 4-2.
Gráfico 4-1 – Curva granulométrica da borracha sem tratamento referente aos limites da zona
ótima.
39
Gráfico 4-2 - Curva granulométrica da borracha sem tratamento referente aos limites da zona
utilizável.
4.1.2 Massa específica da borracha sem tratamento
Realizou-se um total de 2 ensaios da massa específica pelo frasco de Chapman da
borracha sem tratamento, o qual realizou-se conforme NBR 9776/1987. As leituras obtidas
através do frasco Chapman foi de 390 cm³ e 390,5 cm³, pelos quais calcula-se a massa
específica da areia conforme item 7.1 da NBR 9776/1987, resultando em 1,250 g/cm³ e
1,235g/cm³, respectivamente, atendendo assim ao item 7.2 da NBR 9776/1987, o qual
restringe que duas determinações não deve diferir entre si de mais de 0,05g/cm³ No entanto, a
média das massas específica da borracha sem tratamento corresponde a 1,243g/cm³.
4.1.3 Massa unitária da borracha sem tratamento
Realizou-se um total de 3 ensaios da massa unitária da borracha sem tratamento, o
qual realizou-se conforme NBR 7251/1982. As massas obtidas com os três ensaios foi de
8,75kg, 8,85kg e 8,85kg, pelos quais calcula-se a massa do agregado, sendo este a diferença
entre o recipiente seco e vazio. O recipiente utilizado possui a massa de 3,3kg e volume de
40
15dm³. A massa unitária é a razão entre a massa de agregado e o volume do mesmo conforme
item 6.1 da NBR 7251/1982, resultando, para as 3 verificações, a massa unitária de
0,36kg/dm³, 0,37kg/dm³ e 0,37kg/dm³, respectivamente, concluindo na massa unitária de
0,37kg/dm³, conforme item 6.1 da NBR 7251/1982 que determina a massa unitária como a
média das três determinações, e atendendo assim ao item 6.2 da NBR 7251/1982, o qual
restringe que duas determinações não deve diferir da média de mais de 1%.
4.2 BORRACHA COM TRATAMENTO
4.2.1 Análise granulométrica da borracha pós-tratamento
Os resultados obtidos para essa análise foi cedido pelo professor Francisco Alves da
Silva Júnior, do seu trabalho, em andamento, para a tese de seu doutorado. Realizou-se um
total de 2 ensaios da análise granulométrica da borracha sem tratamento, em que obteve o
resultado de duas amostras os valores de percentagem retida individualmente não diferente de
mais de 4% entre peneiras da mesma abertura de malha, conforme determina o item 6.1.1 da
NBR NM 248/2003. Os resultados obtidos em cada ensaio estão presentes na tabela 4-4.
Tabela 4-4 – Resultado da análise granulométrica da borracha com tratamento.
Peneira Amostra
1 (g)
Amostra
2 (g)
4,75 15,15 14,00
2,36 14,73 14,96
1,18 87,27 86,06
600 101,33 102,11
300 50,60 52,27
150 23,82 23,70
FUNDO 6,60 6,61
As porcentagem retida em cada peneira das amostras 6 e 7 estão contidas na Tabela 4-
5.
41
Tabela 4-5 – Percentagem retida das amostras da borracha com tratamento.
PENEIRA Percentagem 6 (%) Percentagem 7 (%)
4,75 5,06 4,67
2,36 4,92 4,99
1,18 29,13 28,71
600 33,82 34,06
300 16,89 17,43
150 10,04 10,00
FUNDO 0,15 0,14
As percentagens médias das amostras, a retida e a acumulada, estão contidas na Tabela
4-6.
Tabela 4-6 - Percentagem retida e acumulada da borracha com tratamento.
PENEIRA Percentagem
média retida (%)
Percentagem
média retida
acumulada (%)
4,75 4,86 4,86
2,36 4,95 9,82
1,18 28,92 38,73
600 33,94 72,67
300 17,16 89,83
150 10,02 99,85
FUNDO 0,15 100,00
A partir do ensaio de análise granulométrica da borracha tratada obteve-se, de acordo
com a NBR NM 248/2003, para o módulo de finura o resultado de 3,16 e para a dimensão
máxima característica da borracha tratada a dimensão de 4,75 mm.
A curva granulométrica da borracha com tratamento referente aos limites ótimos está
exposta no Gráfico 4-3. Enquanto que a curva granulométrica referente aos limites utilizáveis
está exposta no Gráfico 4-4.
42
Gráfico 4-3 – Curva granulométrica da borracha com tratamento referente aos limites da zona
ótima.
Gráfico 4-4 - Curva granulométrica da borracha com tratamento referente aos limites da zona
utilizável.
4.2.2 Massa específica da borracha pós-tratamento
Realizou-se um total de 2 ensaios da massa específica pelo frasco de Chapman da
borracha pós-tratamento, o qual realizou-se conforme NBR 9776/1987. As leituras obtidas
43
através do frasco Chapman foi de 419 cm³ e 418,5 cm³, pelos quais calcula-se a massa
específica da areia conforme item 7.1 da NBR 9776/1987, as quais foram de 1,136/cm³ e
1,149g/cm³, respectivamente, atendendo assim ao item 7.2 da NBR 9776/1987, o qual
restringe que duas determinações não deve diferir entre si de mais de 0,05g/cm³. No entanto, a
média das massas específica da borracha com tratamento corresponde a 1,143g/cm³.
4.2.3 Massa unitária da borracha com tratamento
Realizou-se um total de 3 ensaios da massa unitária da borracha com tratamento, o
qual realizou-se conforme NBR 7251/1982. As massas obtidas com os três ensaios foi de
8,75kg, 8,85kg e 8,85kg, pelos quais calcula-se a massa do agregado, o qual é a diferença
entre o recipiente seco e vazio. O recipiente utilizado possui a massa de 3,3kg e volume de
15dm³. A massa unitária é a razão entre a massa de agregado e o volume do mesmo conforme
item 6.1 da NBR 7251/1982, resultando, para as 3 verificações, a massa unitária de
0,36kg/dm³, 0,37kg/dm³ e 0,37kg/dm³, respectivamente, concluindo na massa unitária de
0,37kg/dm³, conforme item 6.1 da NBR 7251/1982 que determina a massa unitária como a
média das três determinações, e atendendo assim ao item 6.2 da NBR 7251/1982, o qual
restringe que duas determinações não deve diferir da média de mais de 1%.
4.3 AREIA
4.3.1 Análise granulométrica da areia
Realizou-se um total de 2 ensaios da análise granulométrica da areia para poder obter
o resultado em que duas amostras os valores de percentagem retida individualmente não
diferir de mais de 4% entre peneiras da mesma abertura de malha, conforme determina o item
6.1.1 da NBR NM 248/2003. Os resultados obtidos em cada ensaio estão presentes na Tabela
4-7.
44
Tabela 4-7 – Resultado da análise granulométrica da areia.
PENEIRA Amostra 1 (g) Amostra 2 (g)
4,75 45 34,2
2,36 54,3 52,9
1,18 87,7 88,4
600 117,8 118,5
300 114,8 124,1
150 62,8 66,9
FUNDO 16,2 13,9
As percentagens retida em cada peneira das amostras 1 e 2 estão contidas na Tabela 4-
8.
Tabela 4-8 – Percentagem retida das amostras da areia.
PENEIRA Percentagem 1 (%) Percentagem 2 (%)
4,75 9,03 6,86
2,36 10,89 10,60
1,18 17,59 17,72
600 23,63 23,75
300 23,02 24,87
150 12,60 13,41
FUNDO 3,25 2,79
As percentagens médias das amostras, a retida e a acumulada, estão contidas na Tabela
4-9.
Tabela 4-9 - Percentagem retida e acumulada da areia.
PENEIRA Percentagem
média retida (%)
Percentagem
média retida
acumulada (%)
4,75 7,94 7,94
2,36 10,75 18,69
1,18 17,65 36,34
600 23,69 60,03
300 23,95 83,98
150 13,00 96,98
FUNDO 3,02 100,00
45
A partir do ensaio de análise granulométrica da areia sem passar previamente a peneira
4,75mm obteve-se, de acordo com a NBR NM 248/2003, para o módulo de finura o resultado
de 3,04 e para a dimensão máxima característica da areia a dimensão de 4,75 mm.
A curva granulométrica da areia referente aos limites ótimos está exposta no Gráfico
4-5. Enquanto que a curva granulométrica referente aos limites utilizáveis está exposta no
Gráfico 4-6.
Gráfico 4-5 – Curva granulométrica da areia referente aos limites da zona ótima.
Gráfico 4-6 - Curva granulométrica da areia referente aos limites da zona utilizável.
46
4.3.2 Massa específica da areia
Realizou-se um total de 2 ensaios da massa específica pelo frasco de Chapman da
areia, o qual realizou-se conforme NBR 9776/1987. As leituras obtidas através do frasco
Chapman foi de 392 cm³ e 391,7 cm³, pelos quais calcula-se a massa específica da areia
conforme item 7.1 da NBR 9776/1987, as quais foram de 2,604g/cm³ e 2,608g/cm³,
respectivamente, atendendo assim ao item 7.2 da NBR 9776/1987, o qual restringe que duas
determinações não deve diferir entre si de mais de 0,05g/cm³. No entanto, a média das massas
específica da areia corresponde a 2,606g/cm³.
4.3.3 Massa unitária da areia
Realizou-se um total de 3 ensaios da massa unitária da areia, o qual realizou-se
conforme NBR 7251/1982. As massas obtidas com os três ensaios foi de 26,7kg para as três
verificações, pelos quais calcula-se a massa do agregado, o qual é a diferença entre o
recipiente seco e vazio. O recipiente utilizado possui a massa de 3,3kg e volume de 15dm³. A
massa unitária é a razão entre a massa de agregado e o volume do mesmo conforme item 6.1
da NBR 7251/1982, resultando, para as 3 verificações, a massa unitária de 1,56kg/dm³,
atendendo assim ao item 6.2 da NBR 7251/1982, o qual restringe que duas determinações não
deve diferir da média de mais de 1%.
4.4 BRITA CALCÁRIA
4.4.1 Análise granulométrica da brita calcária
Realizou-se um total de 2 ensaios da análise granulométrica da brita calcária para obter
o resultado em que duas amostras os valores de percentagem retida individualmente não
diferir de mais de 4% entre peneiras da mesma abertura de malha, conforme determina o item
6.1.1 da NBR NM 248/2003. Os resultados obtidos em cada ensaio estão presentes na Tabela
4-10.
47
Tabela 4-10 – Resultado da análise granulométrica da brita calcária.
PENEIRA Amostra 1
(kg)
Amostra 2
(kg)
25 0 0
19 0,184 0,128
11,2 3,194 3,38
9,5 0,706 0,706
6,3 0,742 0,626
4,75 0,078 0,072
Fundo 0,08 0,086
As percentagens retida em cada peneira das amostras 1 e 2 estão contidas na Tabela 4-
11.
Tabela 4-11 – Percentagem retida das amostras da brita calcária.
PENEIRA Percentagem 1 (%) Percentagem 2 (%)
25 0 0
19 3,69 2,56
11,2 64,03 67,63
9,5 14,15 14,13
6,3 14,88 12,53
4,75 1,56 1,44
Fundo 1,68 1,72
As percentagens médias das amostras, a retida e a acumulada, estão contidas na Tabela
4-12.
Tabela 4-12 - Percentagem retida e acumulada da brita calcária.
PENEIRA Percentagem
média retida (%)
Percentagem
média retida
acumulada (%)
25 0,00 0,00
19 3,12 3,12
11,2 65,83 68,96
9,5 14,14 83,10
6,3 13,70 96,80
4,75 1,50 98,30
Fundo 1,70 100,00
48
A partir do ensaio de análise granulométrica da brita calcária obteve-se, de acordo com
a NBR NM 248/2003, o módulo de finura o resultado de 1,85 e para a dimensão máxima
característica da brita calcária a dimensão de 19 mm.
A curva granulométrica da brita calcária referente aos limites da zona utilizável está
exposta no Gráfico 4-7.
Gráfico 4-7 - Curva granulométrica da brita calcária referente aos limites da zona utilizável.
4.4.2 Massa unitária da brita calcária
Realizou-se um total de 3 ensaios da massa unitária da brita calcária, o qual realizou-
se conforme NBR 7251/1982. As massas obtidas com os três ensaios foi de 23,4kg para as
três verificações, pelos quais calcula-se a massa do agregado, o qual é a diferença entre o
recipiente seco e vazio. O recipiente utilizado possui a massa de 3,3kg e volume de 15dm³. A
massa unitária é a razão entre a massa de agregado e o volume do mesmo conforme item 6.1
da NBR 7251/1982, resultando, para as 3 verificações, a massa unitária de 1,34kg/dm³,
49
atendendo assim ao item 6.2 da NBR 7251/1982, o qual restringe que duas determinações não
deve diferir da média de mais de 1%.
4.4.3 Material pulverulento da brita calcária
Realizou-se um total de 2 ensaios de material pulverulento da brita calcária, o qual
seguindo a NBR NM 46/2001. As massas obtidas com os dois ensaios foram de 2376,40g e
2372,50g, pelas quais calcula-se a percentagem de material pulverulento conforme item 10.1
da NBR NM 46/2001, resultando em 4,94% e 5,10%, respectivamente, atendendo assim ao
item 10.3 da NBR 7219/1987, o qual restringe que duas determinações não deve diferir entre
si de mais de 0,5%. Portanto, a percentagem de material pulverulento presente na brita
calcária é de 5,02%, obtido através da média entre os dois valores, conforme determina o item
10.2 da NBR 7219/1987.
4.4.4 Índice de forma da brita calcária
Realizou-se o ensaio do índice de forma da brita calcária conforme NBR 7809/1983.
Os comprimentos, espessuras e a relação entre comprimento e espessura de cada grão estão
presentes no Apêndice deste trabalho. Determinou-se o índice de forma da brita calcária
conforme item 6.1 da NBR 7809/1983, o qual o determina como a média ponderada entre as
relações de comprimento e espessura de cada grão, sendo assim o índice de forma da brita
calcária é de 1,8.
4.4.5 Massa específica e absorção de água da brita calcária
Realizou-se o total de 2 ensaios para a absorção de água da brita calcária, conforme
NBR NM 53/2003. As massas obtidas com os dois ensaios foram de 3034,5g e 3026,90g,
pelas quais calcula-se a percentagem de absorção de água conforme item 7.2.1 da NBR NM
53/2003, resultando em 1,15% e 0,90%, respectivamente, atendendo assim ao item 9.1 da
50
NBR NM 53/2003, o qual restringe que duas determinações não deve diferir entre si de mais
de 0,3%. Portanto, a percentagem de absorção de água presente na brita calcária é de 1,02%,
obtido através da média entre os dois valores, conforme determina o item 8.1.1 da NBR NM
53/2003. Os resultados para a massa específica da brita calcária foram cedidos pelo professor
Francisco Alves da Silva Júnior do seu trabalho, em andamento, para tese de seu doutorado, o
qual correspondeu a 2,69 g/cm³.
4.4.6 Desgaste abrasão da brita calcária
Os resultados para o desgaste abrasão “Los Ángeles” da brita calcária foram cedidos
pelo professor Francisco Alves da Silva Júnior do seu trabalho, em andamento, para tese de
seu doutorado, o qual correspondeu a 41,70%.
4.5 BRITA GRANÍTICA
4.5.1 Análise granulométrica da brita granítica
Realizou-se um total de 2 ensaios da análise granulométrica da brita granítica, para
poder obter o resultado, em que duas amostras os valores de percentagem retida
individualmente não diferir de mais de 4% entre peneiras da mesma abertura de malha,
conforme determina o item 6.1.1 da NBR NM 248/2003. Os resultados obtidos em cada
ensaio estão presentes na Tabela 4-13.
Tabela 4-13 – Resultado da análise granulométrica da brita granítica.
PENEIRA Amostra 1
(kg)
Amostra 2
(kg)
25 0,026 0
19 0,402 0,306
11,2 3,406 3,344
9,5 0,546 0,658
6,3 0,572 0,622
4,75 0,032 0,058
Fundo 0,010 0,014
51
As percentagens retida em cada peneira das amostras 1 e 2 estão contidas na Tabela 4-
14.
Tabela 4-14 – Percentagem retida das amostras da brita granítica.
PENEIRA Percentagem 1 (%) Percentagem 2
(%)
25 0,52 0,00
19 8,05 6,12
11,2 68,19 66,85
9,5 10,93 13,15
6,3 11,45 12,44
4,75 0,64 1,16
Fundo 0,22 0,28
As percentagens médias das amostras, a retida e a acumulada, estão contidas na Tabela
4-15.
Tabela 4-15 - Percentagem retida e acumulada da brita granítica.
PENEIRA Percentagem
média retida (%)
Percentagem
média retida
acumulada (%)
25 0,26 0,26
19 7,08 7,34
11,2 67,52 74,86
9,5 12,04 86,91
6,3 11,94 98,85
4,75 0,90 99,75
Fundo 0,25 100,00
A partir do ensaio de análise granulométrica da brita granítica obteve-se, de acordo
com a NBR NM 248/2003, o módulo de finura o resultado de 1,94 e para a dimensão máxima
característica da brita granítica a dimensão de 19 mm.
A curva granulométrica da brita granítica referente aos limites da zona utilizável está
exposta no Gráfico 4-8.
52
Gráfico 4-8 - Curva granulométrica da brita granítica referente aos limites da zona utilizável.
4.5.2 Massa unitária da brita granítica
Realizou-se um total de 3 ensaios da massa unitária da brita calcária, o qual realizou-
se conforme NBR 7251/1982. As massas obtidas com os três ensaios foi de 25,8kg para as
três verificações, pelos quais calcula-se a massa do agregado, o qual é a diferença entre o
recipiente seco e vazio. O recipiente utilizado possui a massa de 3,3kg e volume de 15dm³. A
massa unitária é a razão entre a massa de agregado e o volume do mesmo conforme item 6.1
da NBR 7251/1982, resultando, para as 3 verificações, a massa unitária de 1,50kg/dm³,
atendendo assim ao item 6.2 da NBR 7251/1982, o qual restringe que duas determinações não
deve diferir da média de mais de 1%.
4.5.3 Material pulverulento da brita granítica
Realizou-se um total de 2 ensaios de material pulverulento da brita granítica, o qual
realizou-se conforme NBR NM 46/2001. As massas obtidas com os dois ensaios foram de
53
2489,80g e 2495,60g, pelas quais calcula-se a percentagem de material pulverulento conforme
item 10.1 da NBR NM 46/2001, resultando em 0,41% e 0,18%, respectivamente, atendendo
assim ao item 10.3 da NBR NM 46/2001, o qual restringe que duas determinações não deve
diferir entre si de mais de 0,5%. Portanto, a percentagem de material pulverulento presente na
brita granítica é de 0,29%, obtido através da média entre os dois valores, conforme determina
o item 10.2 da NBR NM 46/2001.
4.5.4 Índice de forma da brita granítica
Realizou-se o ensaio do índice de forma da brita granítica conforme NBR 7809/1983.
Os comprimentos, espessuras e a relação entre comprimento e espessura de cada grão estão
presentes no Apêndice deste trabalho. Determinou-se o índice de forma da brita granítica
conforme item 6.1 da NBR 7809/1983, o qual determina o índice de forma como a média
ponderada entre as relações de comprimento e espessura de cada grão, sendo assim o índice
de forma da brita granítica é de 2,4.
4.5.5 Massa específica e absorção de água da brita granítica
Realizou-se o total de 2 ensaios para a absorção de água da brita granítica, conforme
NBR NM 53/2003. As massas obtidas com os dois ensaios foram de 3012g e 3008,2g, pelas
quais calcula-se a percentagem de absorção de água conforme item 7.2.1 da NBR NM
53/2003, resultando em 0,40% e 0,27%, respectivamente, atendendo assim ao item 9.1 da
NBR NM 53/2003, o qual restringe que duas determinações não deve diferir entre si de mais
de 0,3%. Portanto, a percentagem de absorção de água presente na brita granítica é de 0,34%,
obtido através da média entre os dois valores, conforme determina o item 8.1.1 da NBR NM
53/2003. Os resultados para a massa específica da brita granítica foram cedidos pelo professor
Francisco Alves da Silva Júnior do seu trabalho, em andamento, para tese de seu doutorado, o
qual correspondeu a 2,66g/cm³.
54
4.5.6 Desgaste abrasão da brita granítica
Os resultados para o desgaste abrasão “Los Ángeles” da brita granítica foram cedidos
pelo professor Francisco Alves da Silva Júnior do seu trabalho, em andamento, para tese de
seu doutorado, o qual correspondeu a 27,73%.
4.6 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE BORRACHA COM E SEM TRATAMENTO E
A AREIA
A distribuição granulométrica determina que agregados para serem considerados
agregados miúdos devam atender a Tabela 2 — Limites da distribuição granulométrica do
agregado miúdo da NBR 7211/2005, como visto nas curvas granulométricas, a borracha sem
tratamento possui apenas os percentuais das peneiras 4,75mm, 2,36mm atendendo os limites
da zona ótima, e a peneira 150µm atendendo os limites da zona utilizável, no entanto, as
demais peneiras não atendem os limites das zonas ótima e utilizável. Quanto ao módulo de
finura, a borracha sem tratamento possui um módulo de finura de 3,84, não atendendo a zona
utilizável. Enquanto isso, a borracha de pneu com tratamento atendeu aos limites da zona
ótima a peneira 4,75mm, enquanto que as peneiras 2,36mm, 1,18mm, 300µm e 150µm
atenderam a zona utilizável, apenas a peneira 600µm não atendeu os limites da zona utilizável
pela diferença de aproximadamente 2%, de acordo com a curva granulométrica. Quanto ao
módulo de finura, a borracha com tratamento possui o módulo de finura de 3,16, atendendo
aos limites da zona utilizável. A areia atendeu aos limites da zona ótima os percentuais das
peneiras 2,36mm e 300µm, enquanto que as demais peneiras atendem os limites da zona
utilizável. O módulo de finura da areia é de 3,04, atendendo aos limites da zona utilizável. A
dimensão máxima característica tanto a areia, quanto a borracha com e sem tratamento possui
a dimensão máxima característica de 4,75mm.
Os ensaios de massa específica e unitária são listados no item 5.4 da NBR 7211/2005,
o qual determina que os critérios para os limites são determinados pelo consumidor, portanto
faremos apenas a comparação entre eles, sendo assim, a massa especifica, massa na qual
exclui os vazios, da areia é de 2,606g/cm³, da borracha com tratamento é de 1,143g/cm³ e a
borracha sem tratamento é de 1,235g/cm³, das quais a borracha com tratamento possui a
menor massa específica. Quanto a massa unitária, a areia possui a massa unitária de 1,56g/cm³
55
(1560kg/m³), enquanto a borracha com e sem tratamento possuiu a massa unitária de
0,37g/cm³ (370kg/m³), a massa unitária é importante porque é através desta que transforma o
traço de concreto de massa para volume, em que o material que possui menor massa unitária,
consegue com a mesma massa necessária um maior volume. Portanto, diante dos resultados, a
borracha com tratamento é mais adequada para a substituição parcial ou total da areia para
fabricação de concreto do que a borracha sem tratamento.
4.7 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE BRITA CALCÁRIA E BRITA GRANÍTICA
A distribuição granulométrica determina que agregados para serem considerados
agregados graúdos devam atender a Tabela 6 — Limites da composição granulométrica do
agregado graúdo da NBR 7211/2005, como visto nas curvas granulométricas, a brita calcária
e a brita granítica atendem a zona de d/D de 9,5/25, em que a brita calcária atendeu aos
critérios, imposto pela observação 2) da tabela para a peneira 11,2mm, em que impõe que em
cada zona granulométrica deve ser aceita uma variação de no máximo cinco unidades
percentuais em apenas um dos limites marcados, enquanto que a brita granítica não atendeu
apenas aos limites impostos pela peneira 11,2mm. A dimensão máxima característica tanto da
brita calcária quanto da brita granítica é de 19 mm. Quanto a classificação, as britas são
classificadas comercialmente como brita 1.
Os ensaios de massa específica e da absorção de água estão listados no item 6.4 da
NBR 7211/2005, o qual determina que os critérios para os limites sejam determinados pelo
consumidor, portanto faremos apenas a comparação entre eles, sendo assim, a massa
especifica, massa na qual exclui os vazios, da brita calcária é de 2,69g/cm³, e da brita granítica
é de 2,66g/cm³, notório que ambas possuem massa específica próxima entre si, uma diferença
de 0,03g/cm³, resultando no percentual de 1,12%. Enquanto que a absorção de água da brita
calcária é de 1,02% e a brita granítica de 0,34%, sendo assim, a brita calcária absorve 66,7%
mais água do que a brita granítica. Quanto a massa unitária, o ensaio da mesma não é
requerido para agregado graúdo pela NBR 7211/2005, no entanto a brita calcária possui a
massa unitária de 1,34g/cm³ (1340kg/m³), enquanto a brita granítica possuiu a massa unitária
de 1,50g/cm³ (1500kg/m³), sendo assim, ambas as britas são consideradas um agregado
normal, já que para ser considerado agregado normal, a massa unitária deve ser entre 1000 a
2000 kg/m³.
56
O ensaio de índice de forma dos grãos do agregado está determinado no item 6.1.2 da
NBR 7211/2005, em que a mesma determina que o índice de forma para o agregado ser
utilizado em concreto não pode ser superior a 3, portanto tanto a brita calcária, quanto a brita
granítica atendem a esse critério, já que os resultados para esse ensaio foram de 1,8 e 2,4,
respectivamente.
O ensaio de desgaste a abrasão “Los Ángeles” está determinado no item 6.1.3 da NBR
7211/2005, em que a mesma determina que o desgaste abrasão deva ser inferior a 50% em
massa do material, sendo assim, a brita calcária obteve o desgaste de 41,70% e a brita
granítica de 27,73%, atendendo a esse critério.
O ensaio de material pulverulento está listado na Tabela 7 — Limites máximos
aceitáveis de substâncias nocivas no agregado graúdo com relação à massa do material do
item 6.2 da NBR 7211/2005, na qual determina o limite máximo para material pulverulento
no agregado é de 1,0%, em que este aumenta o consumo de água, diminui a trabalhabilidade e
resistência. Sendo assim, a brita calcária obteve o resultado de 5,02%, enquanto que a brita
granítica obteve o resultado de 0,29%, portanto, a brita calcária não atende ao requisito
imposto pela norma.
57
5 CONCLUSÕES
Realizaram-se ensaios de caracterização dos agregados para a utilização em concreto,
conforme a ABNT NBR 7211/2005, para os agregados miúdos, resíduos de borracha de pneu
e areia, assim como, para os agregados graúdos, britas calcária e granítica.
De acordo com os ensaios para agregados miúdos realizados conforme determina a
NBR 7211/2005, constatou-se na análise comparativa dos resultados que os resíduos de
borracha de pneu sem o tratamento prévio com NaOH 1Mol não atendem aos requisitos
impostos pelo resultado do ensaio de análise granulométrica, conforme NBR NM 248/2003,
em que a mesma não se classifica em uma zona utilizável para a fabricação de concreto.
Enquanto que, os resíduos de borracha de pneu, que se submeteram previamente a um
tratamento com NaOH 1Mol, classificou-se na zona utilizável para a produção de concreto,
assim como, a areia. No entanto, para o ensaio de massa específica e massa unitária, não
existe valores excludentes para os agregados, apenas a classificação para os resíduos de
borracha de pneu em agregados leves, enquanto que a areia classifica-se como agregado
normal.
Os ensaios para agregados graúdos realizados conforme determina a NBR 7211/2005,
verificou-se na análise comparativa dos resultados que a brita calcária não atendem ao limite
imposto para o resultado do ensaio de material pulverulento, conforme NBR NM 46/2001, em
que a mesma possui um percentual maior do que o limite máximo de 1%, enquanto que a brita
granítica atendeu a esse limite máximo. No entanto, para os ensaios de análise granulométrica
(NBR NM 248/2003), massa unitária (NBR 7251/1982), absorção de água e massa específica
(NBR NM 53/2003), desgaste abrasão (NBR NM 51/2001) e índice de forma (NBR
7809/1983), os resultados foram satisfatório para os limites impostos.
Apesar da brita calcária possuir valores excludentes quanto ao material pulverulento,
sendo que, a mesma atende melhor a análise granulométrica e o índice de forma do que a brita
granítica. No entanto, a brita granítica possui um desempenho melhor em relação aos outros
ensaios, em que a mesma absorveu menos água, possuiu menos material pulverulento e um
menor desgaste abrasão.
Portanto, os resíduos de borracha de pneu em que pode ser mais adequado para o
estudo como agregado miúdo, para a substituição parcial ou total da areia, são os resíduos de
borracha de pneu tratados previamente com NaOH 1Mol. Observou também, que a
58
determinada amostra de brita calcária não atende todos os requisitos impostos pela norma,
sendo assim, a brita granítica mais adequada para o uso na fabricação de concreto.
5.1 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
Como sugestões de trabalhos futuros, seria importante:
- Confeccionar corpos de provas com resíduos de borracha de pneu e areia para a realização
de ensaios de resistência mecânica, como ensaio de compressão, analisando as suas
propriedades mecânica;
- Confeccionar corpos de prova com brita calcária e brita granítica para a realização de
ensaios de resistência mecânica, como ensaio de compressão, analisando as suas
propriedades mecânica;
- Realizar estudos das propriedades químicas da borracha de pneu;
- Realizar estudos das propriedades acústicas e térmicas de corpos de prova com resíduos de
borracha de pneu.
59
REFERÊNCIAS
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concreto, especificação. Rio de Janeiro, 1982. 9p
__________________________________________________. NBR 7211 - Agregados para
concreto, especificação. Rio de Janeiro, 2005. 15p
__________________________________________________. NBR 7225 - Materiais de
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__________________________________________________. NBR 7251 - Agregados em
estado solto – Determinação da massa unitária. Rio de Janeiro, 1982. 4p
__________________________________________________. NBR 7809 - Agregado
graúdo - Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro. Rio de Janeiro,
1983. 3p
__________________________________________________. NBR 9776 - Agregados –
Determinação da massa específica de agregados miúdos por meio do frasco Chapman.
Rio de Janeiro, 1987. 3p
__________________________________________________. NBR NM 248 - Agregados –
Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003. 13p
__________________________________________________. NBR NM 46 - Agregados -
Determinação do material fino que passa através da peneira 75 um, por lavagem. Rio de
Janeiro, 2001. 13p
__________________________________________________. NBR NM 51 - Agregado
graúdo - Ensaio de abrasão “Los Ángeles”. Rio de Janeiro, 2001. 13p
__________________________________________________. NBR NM 53 - Agregado
graúdo - Determinação de massa específica, massa específica aparente e absorção de
água. Rio de Janeiro, 2003. 15p
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reforçados por fibras de coco. Dissertação (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade
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Brasil e avaliação de sua utilização na indústria da construção civil. Dissertação
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61
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Grande do Norte, Natal, em andamento.
63
APÊNDICE
As tabelas abaixo contêm os resultados obtidos no ensaio do índice de forma.
Índice de forma da brita calcária
Comprimento
(mm) Espessura
(mm) c/e
9,5
16,3 11,7 1,4
18,15 11,7 1,6
23,95 13,4 1,8
14,5 13,85 1,0
11,5 18 0,6
16,8 13 1,3
19,25 13,35 1,4
19,2 9,15 2,1
24,05 12,2 2,0
21,35 12 1,8
23,2 13,5 1,7
23,55 12,3 1,9
22,35 14,4 1,6
24,05 11 2,2
28,25 9,55 3,0
28,15 14 2,0
22,2 11 2,0
22,1 12,15 1,8
19,75 11,3 1,7
16,1 10 1,6
18,25 12,75 1,4
21,35 10,75 2,0
21,05 11,05 1,9
20,5 10,15 2,0
22 14,05 1,6
29,5 11,35 2,6
21,6 13,6 1,6
15,9 13,15 1,2
21,5 9,5 2,3
29,1 9 3,2
25,8 14 1,8
32,5 9,6 3,4
23,2 12,5 1,9
21,6 10,4 2,1
27,15 7 3,9
11,2
34,8 12 2,9
23,2 18 1,3
24,4 19,85 1,2
21,65 15,95 1,4
Índice de forma da brita calcária
Comprimento
(mm) Espessura
(mm) c/e
11,2
23,9 20,7 1,2
20,6 14,2 1,5
23,35 17,5 1,3
23,4 14,45 1,6
24,2 18,65 1,3
24,65 17,7 1,4
24,3 15,45 1,6
34,8 24,85 1,4
27,3 18,7 1,5
20,2 16,1 1,3
20,45 16,05 1,3
24,6 18,9 1,3
19,4 14 1,4
25 13,5 1,9
23,3 10,4 2,2
25,3 14,2 1,8
25 16,6 1,5
29,2 13,1 2,2
19,2 18,45 1,0
25,65 16,1 1,6
24,3 16,05 1,5
22,6 15,4 1,5
22,4 18,55 1,2
25,65 13,25 1,9
24,2 15,15 1,6
21,8 15,6 1,4
26,45 20,3 1,3
21,15 16,4 1,3
25,3 15,35 1,6
25,65 10,6 2,4
21,5 12,2 1,8
25,6 16,6 1,5
28,3 19,5 1,5
25,25 16,45 1,5
30,4 13,35 2,3
24,8 15,2 1,6
25,95 14,1 1,8
22,5 11,2 2,0
24,9 12,5 2,0
64
Índice de forma da brita calcária
Comprimento
(mm) Espessura
(mm) c/e
11,2
27,8 18,5 1,5
26,3 17,1 1,5
28 16,5 1,7
22,2 17,4 1,3
20,8 16,1 1,3
23,5 17,3 1,4
20 13 1,5
24,1 15,3 1,6
22,1 10 2,2
24,95 6,5 3,8
23 12 1,9
30 6,8 4,4
23,1 14,3 1,6
20,1 6,4 3,1
23,2 10,6 2,2
23,3 11,4 2,0
20,9 10 2,1
23 9,8 2,3
25,1 11,2 2,2
22 8,5 2,6
18,1 6,5 2,8
24 16,1 1,5
18,9 7 2,7
20,5 18 1,1
22 12,4 1,8
17,4 12,9 1,3
32,1 11,4 2,8
25,5 10,5 2,4
19 12,3 1,5
18,4 8,1 2,3
29,2 5 5,8
25,9 13,3 1,9
19 7 2,7
23 9,4 2,4
23,5 16,1 1,5
21,7 15,3 1,4
27,8 13,2 2,1
20 8,1 2,5
21 12,9 1,6
24 12,8 1,9
23,5 11,1 2,1
17,1 15,8 1,1
Índice de forma da brita calcária
Comprimento
(mm) Espessura
(mm) c/e
11,2
23 10,1 2,3
20 13 1,5
18,2 7,5 2,4
25,7 4,9 5,2
20,2 13,5 1,5
22,1 8,1 2,7
22,3 10,6 2,1
20,85 14,9 1,4
28,4 17,75 1,6
26,6 13,3 2,0
22,75 13,2 1,7
22,15 15,15 1,5
32,05 16,8 1,9
29,2 15,4 1,9
28,7 16,35 1,8
26,4 11,6 2,3
23,85 20,15 1,2
29 12 2,4
25 12,05 2,1
25,05 17,65 1,4
24,1 15,05 1,6
20,9 18 1,2
21,5 12,7 1,7
22,5 17,15 1,3
20,7 16,1 1,3
25,5 18 1,4
22,8 18,7 1,2
22 20,64 1,1
21,85 18 1,2
23,6 14,75 1,6
25,25 16,15 1,6
22,8 15,6 1,5
23,45 13,65 1,7
21,6 13,2 1,6
29,85 15 2,0
23,85 16,4 1,5
25 14,9 1,7
26,65 14,9 1,8
27 19,3 1,4
20,8 18,75 1,1
23,9 13,55 1,8
25,2 17,8 1,4
65
Índice de forma da brita calcária
Comprimento
(mm) Espessura (mm) c/e
11,2
24,05 16,05 1,5
25,2 13 1,9
21,2 15,15 1,4
26,15 20 1,3
23,5 20,4 1,2
27 15 1,8
22,65 18,05 1,3
29,45 20 1,5
25,7 17,45 1,5
29,65 21,4 1,4
27 11,6 2,3
27,45 10,75 2,6
26,25 17,8 1,5
23,4 10,75 2,2
25,85 19,55 1,3
27,05 18,3 1,5
24 18,8 1,3
24,75 18,3 1,4
Índice de forma da brita calcária
Comprimento (mm) Espessura
(mm) c/e
11,2
28,4 13,55 2,1
24,8 20 1,2
26,8 17,3 1,5
26,65 22 1,2
28,8 25,15 1,1
22,45 14,8 1,5
32,7 21,2 1,5
25 23,85 1,0
28,5 20,25 1,4
33 19,55 1,7
31,35 9,65 3,2
19
26 18,7 1,4
28,1 20,3 1,4
31,65 20,25 1,6
31,65 19,4 1,6
35,6 17,45 2,0
31,7 11,2 2,8
24,2 16,3 1,5
23,05 20,4 1,1
33 19,15 1,7
Índice de forma da brita granítica
Comprimento
(mm) Espessura (mm) c/e
9,5
17,7 7 2,5
15 10,6 1,4
22 7,25 3,0
17,3 7,3 2,4
25 9,85 2,5
16,9 6,5 2,6
20,8 9,1 2,3
15,7 6,6 2,4
21,3 7,3 2,9
21,5 7,5 2,9
22 6,4 3,4
19,5 9,8 2,0
12 10,55 1,1
17,45 5,65 3,1
18 8,4 2,1
20 5,8 3,4
Índice de forma da brita granítica
Comprimento (mm) Espessura (mm) c/e
9,5
22,5 8,3 2,7
19,4 5,5 3,5
15 6,65 2,3
19,7 7,6 2,6
13,3 4,2 3,2
14,6 9 1,6
15 8 1,9
16,8 8,4 2,0
20 9,8 2,0
19,6 7,5 2,6
16 10 1,6
13 7,35 1,8
12 9,9 1,2
14,8 8,2 1,8
15,5 5,5 2,8
11,2 31,5 6 5,3
25 12,1 2,1
66
Índice de forma da brita granítica
Comprimento
(mm) Espessura (mm) c/e
11,2
32,6 7,4 4,4
26,3 15,35 1,7
29,3 5,6 5,2
27 9,6 2,8
23 8 2,9
21,5 12 1,8
28 7 4,0
16,4 8,5 1,9
32,7 9,6 3,4
21 14 1,5
26,3 10,4 2,5
23,6 10,75 2,2
38,1 8,3 4,6
26,6 11,8 2,3
29,1 9 3,2
35 9 3,9
23,2 15 1,5
37,5 13 2,9
30 10,7 2,8
31,55 9,9 3,2
25,6 11 2,3
28,1 10,15 2,8
26,8 10,75 2,5
22,4 16,5 1,4
27,5 11,6 2,4
23,4 9,15 2,6
25,6 7,5 3,4
30,9 10,3 3,0
20,75 8 2,6
20,45 14,4 1,4
23,7 14 1,7
20,75 11,5 1,8
24 6 4,0
21,5 6,3 3,4
25 4,6 5,4
24,9 8 3,1
23 12,2 1,9
24 13,3 1,8
24 13 1,8
19 8 2,4
Índice de forma da brita granítica
Comprimento (mm) Espessura (mm) c/e
11,2
22,4 8,6 2,6
22,7 9,6 2,4
23,2 8 2,9
20 10,45 1,9
21,9 10,4 2,1
34,5 8,4 4,1
29,25 14 2,1
29,4 18 1,6
23,5 18,5 1,3
19,2 9,2 2,1
18,85 8 2,4
24,6 14 1,8
22,45 9,05 2,5
21,2 15 1,4
13,2 6,55 2,0
28 9 3,1
18,1 13 1,4
24 9,8 2,4
20 13 1,5
18,1 11,1 1,6
20 9,7 2,1
29 8,55 3,4
26,6 8,4 3,2
27 8 3,4
23 9,6 2,4
24,4 13 1,9
19,4 9,7 2,0
21,5 11 2,0
20 8,8 2,3
25 5,6 4,5
19,75 5,85 3,4
19 5,2 3,7
24,1 8,3 2,9
15 8,25 1,8
25,75 12,3 2,1
20,75 12 1,7
16,8 10,6 1,6
20 12,1 1,7
20,35 13 1,6
28 8,5 3,3
16,9 14 1,2
18,65 9,2 2,0
18,7 10,8 1,7
67
Índice de forma da brita granítica
Comprimento
(mm) Espessura (mm) c/e
11,2
17,6 9,4 1,9
17,2 11,7 1,5
18 9,5 1,9
19 7,4 2,6
15 11,45 1,3
15 6,25 2,4
21,3 11,7 1,8
17,5 10,25 1,7
20 7 2,9
18 11,8 1,5
19,6 8,1 2,4
17 9,2 1,8
22,7 7 3,2
24 11,4 2,1
25,4 6,85 3,7
16 11,3 1,4
20 5,6 3,6
19,7 10,3 1,9
13 10,8 1,2
21 8,6 2,4
26,6 10,5 2,5
18 12,4 1,5
13,5 11,5 1,2
18,45 13,9 1,3
16,1 7,2 2,2
14,3 12 1,2
18,3 5,5 3,3
24 4,6 5,2
20,75 10,3 2,0
19 9,5 2,0
17,7 10 1,8
18 8 2,3
22 15,6 1,4
28,8 8,5 3,4
18,6 8,45 2,2
24,4 9,4 2,6
24,9 5 5,0
26,6 11 2,4
22 9 2,4
22,7 8 2,8
12,5 7,5 1,7
24 9 2,7
Índice de forma da brita granítica
Comprimento (mm) Espessura (mm) c/e
17 7,5 2,3
23 10 2,3
20 9,2 2,2
13,4 9 1,5
20,7 4 5,2
18,7 8 2,3
12,6 11,4 1,1
16,5 11,6 1,4
18 9 2,0
18,6 4 4,7
16,1 11,45 1,4
15,35 11,7 1,3
16 8,9 1,8
18,8 7,7 2,4
12 7,5 1,6
15 8,6 1,7
11,3 9,1 1,2
17,5 11 1,6
17 10,5 1,6
17,4 10 1,7
19,5 7,3 2,7
15 14 1,1
17 9 1,9
19 8,7 2,2
19,4 8,5 2,3
17,8 5,6 3,2
23 5,5 4,2
22 7,3 3,0
19
23,5 11,4 2,1
21,5 13,6 1,6
40,9 8 5,1
34 13 2,6
28,4 14,6 1,9
27,35 7 3,9
20 11 1,8
41 6,5 6,3
28,55 15,7 1,8
28,5 13,3 2,1
26 20,5 1,3
27 14,6 1,8
31,1 23,4 1,3
29,9 9,6 3,1