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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Departamento de Agronomia EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM VITICULTURA A- EQUIPAMENTOS DE TRACÇÃO B- EQUIPAMENTOS PARA INTERVENÇÕES NA MADEIRA C- EQUIPAMENTOS PARA DISTRIBUIÇÃO DE ADUBOS, CORRECTIVOS E ESTRUMES D- EQUIPAMENTOS PARA TRABALHOS NO SOLO E- EQUIPAMENTOS PARA TRABALHOS NA PLANTA, EM VERDE F- EQUIPAMENTOS PARA APLICAÇÃO DE PESTICIDAS G- EQUIPAMENTOS DE COLHEITA H- EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM VITICULTURA A- … · condutor circular, na periferia do qual estão montados dedos; este elemento designa-se por “marguerita”. No interior do disco,

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Departamento de Agronomia

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM VITICULTURA

A- EQUIPAMENTOS DE TRACÇÃO

B- EQUIPAMENTOS PARA INTERVENÇÕES NA MADEIRA

C- EQUIPAMENTOS PARA DISTRIBUIÇÃO DE ADUBOS, CORRECTIVOS E

ESTRUMES

D- EQUIPAMENTOS PARA TRABALHOS NO SOLO

E- EQUIPAMENTOS PARA TRABALHOS NA PLANTA, EM VERDE

F- EQUIPAMENTOS PARA APLICAÇÃO DE PESTICIDAS

G- EQUIPAMENTOS DE COLHEITA

H- EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE

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Departamento de Filotecnia e Engenharia Rural

A - EQUIPAMENTOS DE TRACÇÃO

A.1- Tipos de tractores:

- tractores entrelinhas (que passam entre duas linhas);

- tractores pernalta (que passam sobre as linhas).

Os tractores entrelinhas não apresentam, geralmente, quadro; o quadro é a

estrutura que permite a ligação dos vários componentes do tractor.

A largura do tractor entrelinha é dada por:largura do tractor = comprimento da entrelinha - (espessura da vegetação + desafogo)

Tractores entrelinhas:

- tractor convencional;

- tractor compacto (pomareiro)

- tractor vinhateiro

Tractor convencional

É o tipo de tractor utilizado em policultura. Os tractores de 70 - 80 cv, que têm uma

largura de ± 2 m, são utilizados em vinhas com entrelinhas de ± 3 m.

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Tractor compacto

Os tractores compactos, também designados por pomareiros, com 60 - 70 cv, têm

uma largura de 1.5 m, o que lhes permite trabalhar em vinhas com entrelinhas

superiores a 2.20 m.

Tractor vinhateiro

São tractores com uma largura de 0.90 - 1.10 m, que podem ser utilizados em

vinhas com entrelinhas de 1.5 - 1.8 m. Sendo tractores bastante estreitos é

fundamental que tenham o centro de gravidade baixo, para se aumentar a sua

estabilidade.

Tractores pernalta

São os tractores mais indicados para as vinhas planas, com entrelinhas estreitas,

pois a sua utilização em trabalhos de pulverização, desponta, etc. é facilitada pela

boa observação que permite ao operador.

Dentro deste grupo os tractores mais comuns são:

- os pernalta para uma linha, com 4 rodas;

- os pernalta para duas linhas, com 4 rodas;

- os pernalta com estabilizadores;

- os pernalta para duas linhas, com 3 rodas.

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Tractores pernalta, para uma linha, com 4 rodas

Estes tractores devem ter um desafogo inferior à sua bitola, para não por em causa

a sua estabilidade, pelo que não são aconselháveis para vinhas com entrelinhas

inferiores a 1.2 m.

Tractores pernalta para duas linhas, com 4 rodas

São tractores indicados para vinhas com entrelinhas de 1 m situadas em zonas

com algum declive. Para se adaptarem a vários comprimentos de entrelinhas a sua

bitola deve ser regulável; o motor é, geralmente, posicionado, numa posição baixa,

no espaço definido pela duas linhas, o que permite baixar o centro de gravidade e

dispor de uma plataforma atrás da cabina.

Tractores pernalta com estabilizadores

Este tipo de tractor tem um corpo central onde estão posicionados o motor e as

rodas motrizes e direccionais, situadas uma atrás da outra. O equilíbrio destes

tractores é obtido por duas rodas laterais, não motrizes, cuja posição é regulada por

macacos hidráulicos o que permite manter a horizontalidade do tractor.

Tractores pernalta com estabilizadores

Estes tractores têm um centro de gravidade muito baixo e um pequeno raio de

viragem. A sua bitola pode ser variável através da extensão bilateral do quadro.

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A.2- Formas de transmissão

2RM

Apenas as rodas traseiras são motrizes

4RM

Os tractores concebidos de raiz com 4RM, apresentam maior distribuição de massa

no eixo dianteiro. Apresentam um bom desempenho em solos de fraca aderência

mas o seu raio de viragem é bastante grande o que dificulta as manobras; este

inconveniente pode ser ultrapassado utilizando um trem dianteiro articulado num

eixo central.

Rastos

É a forma de transmissão mais indicada para terrenos de forte inclinação, pois

permite obter um centro de gravidade muito baixo. O seu principal inconveniente

prende-se com a transitabilidade embora já existam rastos de borracha.

Hidrostática

É o sistema que, actualmente, equipa a maioria dos tractores pernalta. O motor

térmico é utilizado para accionar 2,3 ou 4 motores hidráulicos. As suas principais

vantagens são a possibilidade de colocar em qualquer posição o motor, facilidade

na alteração da via, variação progressiva da velocidade, etc.

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A.3- Estabilidade dos tractores

Tractores entrelinhas

Estabilidade transversal

Esta estabilidade depende, principalmente, da via do tractor; equipamentos com vias

inferiores a 1 m, podem capotar pela simples passagem sobre uma pedra. Estes

tractores não apresentam, geralmente, cabina, para não elevarem o seu centro de

gravidade.

Estabilidade longitudinal

Esta estabilidade é diminuída pela utilização de equipamentos montados, que

diminuem, igualmente, a capacidade direccional do trem dianteiro.

A utilização de pesos frontais, especialmente em zonas com declive é fundamental.

Tractores pernaltaEstabilidade transversal

Nestes tractores, para além da bitola, a sua altura e posicionamento do motor aumenta a

instabilidade transversal. A construção de tractores pernalta para duas linhas, a

colocação do motor entre duas linhas etc., são soluções que aumenta esta estabilidade.

Estabilidade longitudinal

A montagem de equipamentos em altura contribui para a diminuição da estabilidade

longitudinal. Para melhorar esta utilizam-se rodas com água e massas.

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A.4- Características técnicas dos tractores

Características dimensionais

Comprimento total - distância entre a extremidade anterior e posterior;

Largura total - distância entre os dois planos exteriores dos pneus do mesmo eixo. Existe

um valor mínimo e um máximo pois a bitola varia.

Via - ???

Distância entre eixos - é a distância entre os dois eixos; esta distância é importante nos

tractores pernalta pois é aí que se vão montar alguns equipamentos.

Massa do tractor

Massa total em vazio – é a massa do tractor com ou sem pesos adicionais;

Tara (carga útil) – massa que pode ser suportada pelo tractor ou reboque;

Peso bruto (massa total autorizada em carga) – é a soma da massa total e da carga útil.

Massa total rolante autorizada em carga – peso bruto do tractor + peso bruto do reboque.

Características do motor

Cilindrada – é o produto do volume de um dos cilindros (cilindrada unitária) pelo número

destes (cilindrada total);

Potência - é o produto do binário, dado em mN, pelo regime, expresso em radianos (ω);

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Características do motor (cont)

Binário motor - é o produto da força exercida no topo do êmbolo pelo braço da cambota;

binário nominal é o binário obtido ao regime nominal do motor e binário máximo é o valor

máximo que este pode atingir;

Reserva de binário - é igual a ((binário máximo - binário nominal)/binário nominal)*100

Consumo específico - é o consumo expresso em g / kW / h

Características das transmissões

Transmissão às rodas

Tractores de 2RM e 4RM; o raio de viragem destes é superior aos de 2RM.

Aspectos a considerar:

- o número de relações de transmissão (RT) e seu escalonamento (sua relação com o

regime normalizado da TDF);

- a presença de um inversor de marcha sem necessidade de utilizar a embraiagem;

Transmissão à TDF

Permite o accionamento de equipamentos montados no sistema hidráulico do tractor.

Aspectos a considerar:

- número de regimes disponíveis (540, 750 ou 1000 rpm);

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Transmissão à TDF (cont)

- presença de TDF económicas (utilização de regimes motor inferiores);

- tipo de TDF (dependente, semi-independente, independente).

O accionamento de equipamentos exteriores, especialmente nos tractores pernalta, é

efectuado, na maioria das vezes, por motores hidráulicos.

O sistema hidráulico

Sistema de controlo de posição - o equipamento mantém a posição definida pelo

operador;

Sistema de controlo de tracção - a força de tracção mantém-se constante, pois o sistema

faz variar a posição do equipamento para que a força não varie;

Controlo misto - utilização simultânea dos dois sistemas anteriores, para diminuir a

variação da posição do equipamento.

A utilização crescente de equipamentos accionados hidraulicamente implica que o

sistema hidráulico do tractor possa dar resposta a todas as solicitações, ou seja, o débito

da bomba (s) deve ser suficiente para todos eles.

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B - EQUIPAMENTO PARA INTERVENÇÕES NA MADEIRA

A utilização destes equipamentos tem como objectivo simplificar o trabalho da poda.

Nas vinhas em palissada as prépodadoras retiram uma parte importante da lenha da

planta, cujas gavinhas se encontram enroladas nos fios.

A operação da prépoda é tanto mais importante quanto mais curta for a poda; na poda

longa a prépodadora faz mais um trabalho de limpeza do arame superior.

O aumenta da produtividade da poda, efectuada depois da prépoda, varia de 10-20%

para a poda longa e 50-60% para a poda curta.

B.1 - Equipamentos de prépoda (prépodadoras)

Diferentes tipos de prépodadoras:

- para vinhas conduzidas em taça:

- para vinhas em palissada;

- para vinhas com cordões altos.

Prépodadoras para vinhas conduzidas em taça

Estes equipamentos têm um túnel no interior do qual estão colocados os órgãos de

corte, que podem ser discos rotativos ou barras de corte.

O trabalho efectuado consiste no corte da parte superior e laterais das plantas em função

da altura da prépoda desejada e da espessura a dar à planta.

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Prépodadoras para vinhas conduzidas em palissada

A maior dificuldade no funcionamento das máquinas consiste em ultrapassar os postes

que são um obstáculo à progressão dos sistemas de corte.

Os sistemas de corte mais utilizados são:

- os sistemas rotativos por secção ou serras circulares;

- os sistemas alternativos de barra de corte.

Sistemas rotativos por secção

Este sistema, desenvolvido pela Pellenc, é semelhante a uma tesoura de poda rotativa.

O corte é assegurado por discos de “émiettage” que são constituídos por um elemento

condutor circular, na periferia do qual estão montados dedos; este elemento designa-se

por “marguerita”.

No interior do disco, e segundo um sector de ± 120º, encontram-se as lâminas fixas que,

juntamente com os dedos asseguram o corte. Os dispositivos de corte estão montados

em dois veios, colocados um de cada lado da palissada. Os discos de “émittage” apenas

são montados num dos veios tendo o outro os discos condutores que “empurram” a

lenha para aqueles.

Durante o funcionamento os fios ficam posicionados entre os discos de “émittage” pelo

que devem estar bem esticados para não se enrolarem nestes.

A velocidade periférica dos discos deve estar sincronizada com a velocidade de

deslocamento, pois uma velocidade excessiva dos discos puxa a lenha para trás

enquanto um velocidade baixa puxa a lenha para a frente.

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Sistemas rotativos por discos de corte (serras circulares)

Neste sistema tem alguma semelhança com o anterior, mas o corte é assegurado por

discos de corte, que se encontram, geralmente, protegidos no interior de caixas (exemplo

das máquinas Binger).

As prépodadoras com discos de corte não protegidos (exemplo das máquinas Collard),

apresentam um pórtico com dois veios, tendo um as serras circulares e o outro os discos

dentados que funcionam como ejectores. A presença de um par de discos, um em cada

veio, de diâmetro superior, evita o contacto dos restantes com os postes.

A velocidade dos discos é regulável para se poder ajustar à velocidade de avanço.

Sistemas alternativos com barra de corte

O sistema de corte é uma barra alternativa de duplo corte (sistema Busatis). A remoção

da lenha pode ser efectuada por um dispositivo rotativo ou por barras horizontais

paralelas à barra de corte que arrastam a lenha.

Para passar nos postes a barra de corte recua; esta operação resulta da detecção dos

postes por uma célula fotoeléctrica ou por comando manual. Nas máquinas ERO a barra

de corte roda para se ultrapassar os postes.

Vinhas com cordões altos

Nestas vinhas a prépoda é assegurada por dois conjuntos de discos de corte, um

colocado no topo da planta e outro lateralmente.

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B.2- Equipamentos de poda

A poda representa uma parte importante da mão de obra necessária à cultura da vinhapois, pode mesmo, chegar a representar 1/3 do seu valor. A realização da pré-poda euma condução mais adaptada à mecanização pode reduzir aquele tempo de 15 - 50 %.

Para a poda da vinha utilizam-se tesouras que se identificam como:

- manuais;

- pneumáticas;

- hidráulicas;

- eléctricas.

Tesouras manuais

Constituição

A poda com tesouras manuais é uma operação muito penosa pois o operador efectua 6 a

8000 cortes por dia, durante 2 – 3 meses, efectuando uma força de ± 12 - 14 kg para

cortar um sarmento de 1 cm.

Estas tesouras têm uma lâmina e uma contra lâmina, sendo o seu accionamento

assegurado por dois punhos, um eixo, uma mola para afastamento dos punhos e um

batente de borracha para amortecer o corte.

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Tesouras manuais (cont)

Funcionamento

A lâmina que apoia o sarmento contra a contra lâmina faz o seccionamento, devendo o

seu afastamento ser de 22 - 25 mm.

Os sarmentos

É importante ter em consideração as características dos ramos para escolher o tipo de

tesoura mais adequado.

Aspectos anatómicos dos ramos - condicionam a abertura das lâminas, o que interfere

com o desenho dos cabos e, portanto, com o esforço necessário; este pode ser reduzido

em ± 40 % desde que os punhos sejam desmultiplicados. Os punhos giratórios permitem

uma melhor repartição da força dos dedos reduzindo-se, assim, o risco de tendinites.

Peso das tesouras - quanto mais leve for menor será a fadiga do operador. As lâminas

de aço tem vindo a ser substituídas por ligas mais ligeiras e por fibra de carbono que

aliam a solidez à leveza.

Solidez das tesouras - as tesouras devem ser resistentes pelo que nem todas as ligas de

alumínio são de utilizar.

Tesouras pneumáticas

Estas tesouras são accionadas por ar comprimido. O ar sob pressão acciona um êmbolo

pneumático que produz a força necessária para fechar a lâmina sobre a contra-lâmina.

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Tesouras pneumáticas (cont)

O ar comprimido, produzido por um compressor, geralmente de êmbolo, que alimenta

uma reserva de ar sobre a qual se ligam as tesouras; a pressão de ar necessária para o

bom funcionamento é de 8 - 12 bar.

O compressor (pg32)

Os compressores, que podem ser accionado pela TDF ou por um pequeno motor

eléctrico, classificam-se em função do número de cilindros.

São constituídos por:

- uma cuba;

- um “détendeur”

- um lubrificador;

- um colector;

A cuba

A capacidade da cuba, nos grupos que funcionam em contínuo, é de 15 – 55 L e nos

accionados pela TDF de 500 – 800 L. Considera-se que, em média, são necessários 160

– 200 L de ar, a 15 bar, para trabalhar uma hora com uma tesoura.

As cubas têm uma válvula de segurança, para se evitar risco de explosão, podem

mesmo, os grupos que funcionam em contínuo e os de maior capacidade, uma válvula

de descompressão, que se abre quando se atinge a a pressão máxima de serviço. As

cubas têm, também, uma válvula de purga para eliminar a água de condensação.

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O “détendeur”

O “détendeu” permite obter a pressão necessária para o bom funcionamento das

tesouras que é de 10 - 15 bar; pressões inferiores a esta diminuem a capacidade de

corte das tesouras.

O lubrificador

É um acessório que permite introduzir uma pequena quantidade de óleo no ar para

assegurar a lubrificação do êmbolo durante o trabalho.

O colector

O colector permite ligar as tesouras através de mangueiras 4/6 (4 mm de diâmetro

interior e 6 de diâmetro exterior) ou 6/8. Este último tipo de mangueira é mais indicado

para tesouras de grande capacidade de corte e de grande comprimento da mangueira,

pois provoca menores perdas de carga.

Tesouras eléctricas (pg 34)

Este tipo de tesouras tem vindo a impor-se pois, o operador, funciona como se estivesse

a trabalhar com uma tesoura manual. A sua divulgação deve-se, em grande parte, pela

crescente autonomia das baterias, diminuição do seu tempo de carga e massa. A bateria,

que pesa ± 2.5 kg e tem uma autonomia de ± 4 h, alimenta o motor eléctrico que acciona

um excêntrico ou um êmbolo que assegura o fecho da lâmina.

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Tesouras hidráulicas

Estas tesouras utilizam a energia hidráulica (óleo) a uma pressão de ± 175 bar, para

accionar um êmbolo que movimenta a lâmina. A energia hidráulica pode ser produzida

por um motor eléctrico, pela TDF ou directamente do tractor. Estas tesouras, embora

muito potentes, não estão muito divulgadas, pois condicionam a mobilidade do operador.

Comparação entre os diferentes tipos de tesouras

Tipo de tesoura Fonte de energia Limitação da

massa

Limitação das

ligações

Limitação do

ruído

Manual Músculo + + +

Pneumática Ar ++ +++ +++

Hidráulica Óleo +++ ++++ +++

Eléctrica Electricidade ++ + +

Quanto maior o nº de sinais + maior é a limitação

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B.3 - Eliminação da madeira

Objectivos do trabalho

A utilização de trituradores permite a apanha e corte da lenha resultante da póda para

acelerar a sua decomposição. Permite uma economia de mão de obra, pois não é

preciso retirá-la e/ou queimá-la, e melhora a fertilidade do solo pois equivale à

incorporação de ± 3 t / ha de estrume.

Como inconveniente destaca-se o maior risco de persistência de certas doenças,

sobretudo se a lenha tem mais que um ano.

Diferentes tipos de trituradores de sarmentos

Os trituradores são classificados em função da sua tecnologia, nomeadamente a

posição do eixo de rotação e ao nível em que efectuam o trabalho.

Posição do eixo:

- eixo vertical;

- eixo horizontal.

Nível em que efectuam o trabalho:

- ao nível do solo;

- afastado do solo.

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Trituradores de eixo vertical (pg 36)

São equipamentos simples, pouco dispendiosos e polivalentes mas o trabalho que

efectuam é bastante deficiente e apresentam riscos de projecção de pedras.

Trituradores de eixo horizontal

São os trituradores mais utilizados. O rotor, que está colocado transversalmente em

relação ao sentido de deslocamento, tem montados facas ou martelos que destroçam os

sarmentos. Os martelos são peças pesadas que, ao chocarem com a lenha, destroçam-

na, e as facas apresentam o gume afiado e trabalham em conjunto com uma contrafaca

fixa, montada na parte superior do cárter.

Trituradores de eixo horizontal que trabalham afastados do solo

Estes equipamentos foram concebidos para trabalhar em vinhas com muita pedra pois

têm um dispositivo que apanha a lenha e a conduz para uma caixa de trituração. Nesta,

um dispositivo de eixo horizontal, geralmente equipado de facas, ou de eixo vertical, com

facas ou martelos.

Trituradores – carregadores

Estes equipamentos trituram e carregam os sarmentos numa caixa de transporte até ao

fim das linhas onde são despejados num reboque. Este equipamento permite utilizar os

sarmentos como combustível e evitar a propagação de doenças da madeira.

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Funcionamento dos trituradores

Os trituradores são, geralmente, equipamentos semi-montados, accionados pela TDF do

tractor, podendo a potência de accionamento variar de 20 a 70 cv, conforme a espessura

dos sarmentos, largura de trabalho e sistema de trituração. Para serem accionados a

partir de tractores enjambeur tem de se utilizar transmissões hidráulicas.

A presença de ferros na parte traseira dos trituradores, formando como que um ancinho,

interfere com o escoamento do material aumentando assim a fragmentação do material;

só depois deste estar suficientemente fragmentado é que passa entre os ferros.

Nos trituradores que funcionam fora do solo, um pick-up transporta o material para a

caixa de trituração pode ser precedido de uma série de ferros de elevação que permitem

uma maior recuperação do material lenhoso.

Regulações

A velocidade de avanço dos trituradores é muito importante para o trabalho a realizar;

conforme os equipamentos variam de 2 - 4 km/h.

A altura dos patins permite a adaptação ao relevo do solo.

Para triturar os materiais ao nível do solo as rodas traseiras são reguláveis em altura, o

que permite posicionar o rotor em relação ao solo.

Para os trituradores que trabalham “fora” do solo, os dentes do sistema de recolha não

devem estar em contacto com o solo (deve-se deixar uma folga de ± 3 cm).

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Regulações (cont)

Em determinados equipamentos existe um contra pente regulável que permite diminuir o

comprimento dos troços do material triturado. Em alguns equipamentos o que é regulável

é a distância dos martelos ao cárter.

Manutenção

Manutenção do dispositivo de trituração

É fundamental observar o estado de conservação dos órgãos de trituração e sua fixação

sobre o rotor. A ruptura da ligação ou qualquer outro dano mecânico, é muito perigoso

para o operador e pessoal das imediações.

Lubrificação

Nos equipamentos que dispõem de um caixa de reenvio de ângulo, deve ter em atenção

o seu nível de óleo e fazer a sua mudança de acordo com as indicações do fabricante; o

óleo a utilizar deve ser o indicado por este.

A presença de rolamentos, sujeitos a grandes tensões, implica a sua lubrificação diária.

Lubrificar igualmente o veio de transmissão (cardans).

Manutenção das correias

A transmissão por correias, que funcionam também como sistema de segurança no caso

de bloqueio do rotor, devem ter a tensão indicada, devendo-se dispor de um conjunto

suplente.

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Segurança

Assegurar a protecção dos veios de transmissão

Não trabalhar sem os órgãos de protecção ou quando estes não estão em bom estado.

Evitar ter pessoas perto dos equipamentos quando da realização de trabalhos de campo.

Rendimento

O rendimento é muito variável pois é função da velocidade de deslocação (2 – 4.5 km/h)

e da entrelinha da vinha; a largura de trabalho corresponde ao comprimento de duas

entrelinhas.

Para além destes aspectos o tipo de trituradores e a quantidade de madeira, interferem

também no rendimento.

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Diferentes operações sobre a lenha da poda

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C - MATERIAL DE ESPALHAMENTO

Objectivo do trabalho

Espalhar de uma forma regular e com uma dosagem precisa os fertilizantes necessários

à vinha.

As diferentes formas de apresentação dos fertilizantes

- sólidos;

- líquidos;

- gasosos.

A maioria dos fertilizantes utilizados apresentam-se no estado sólido pelo que serão os

considerados; os adubos líquidos são aplicados com pulverizadores.

A escolha dos equipamentos

A escolha é efectuada em função da:

- matéria a espalhar;

- quantidade de matéria a espalhar por hectare;

- largura de trabalho;

- largura de plantação;

- frequência da utilização do material.

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Matéria a espalhar

Os adubos

Apresentam-se sob a forma perlée, granulada ou em pó.

As quantidades a aplicar são, geralmente, de algumas centenas de kg. Os correctivos

são considerados dentro deste grupo, variando as quantidades a aplicar entre 1500 -

3000 kg/ha.

Os produtos de massa

Nestes produtos incluem-se o estrume, le marc e os compostos verdes ou resíduos

urbanos. São aplicados em dose de 10 - 50 ton/ha.

Compostos de mercado desidratados

Nestes compostos incluem-se os bouchons e os compostos semi-pulverulentos mais ou

menos fibrosos. São aplicados em quantidades < 5 ton/ha.

Largura de trabalho

Depende do material a aplicar e do sistema de distribuição.

O comprimento da entrelinha

O comprimento da entrelinha e e a profundidade das cabeceiras, condicionam o

equipamento a utilizar.

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Diferentes tipos de distribuidores

Equipamentos montados

Estes equipamentos, para trabalharem com tractores vinhateiros, tem uma massa de 300

- 600 L mas se os tractores forem convencionais podem ir até 1000 - 1200 L.

Constituição

- uma tremonha, montada num quadro com um sistema tripolar de engate;

- um sistema doseador montado na parte inferior da tremonha;

- um dispositivo de distribuição situado por baixo do sistema doseador.

Os diferentes tipos de distribuidores

- distribuidores centrífugos;

- distribuidores de tubo oscilante (pendulares)

Os distribuidores centrífugos

Tem uma tremonha com adufas de saída reguláveis para fazer variar o débito. Por baixo

destas adufas existem um ou dois discos, montados sobre caixas de reenvio de ângulo

(par de carretos cónicos) accionados pela TDF. Os discos têm várias pás para dispersar

os adubos sob o efeito da força centrífuga.

Nos distribuidores com dois discos estes rodam em sentido contrário, o que permite uma

melhor distribuição do adubo; nos apenas com um disco o ponto de queda doa dubo

pode ser regulada o que permite fazer variar a repartição do produto no solo.

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Os distribuidores com tubo oscilante

Os distribuidores com tubo oscilante diferenciam-se dos centrífugos porque o elemento

de dispersão do adubo é um tubo oscilante que tem movimento alternativo; o tubo é,

geralmente, accionado por um prato com uma rótula excêntrica, tem um movimento de

540 oscilações por minuto. A alteração da posição da rótula no prato permite variar a

largura de trabalho que também se pode variar substituindo o tubo (quanto mais curto for

menor é a largura).

A extremidade do tubo tem um deflector em arco de círculo cuja função é assegurar uma

repartição homogénea em toda a largura de trabalho. A desmontagem deste deflector

provoca a deposição do adubo em duas faixas junto das extremidades da largura de

trabalho.

A utilização destes dois distribuidores centrífugos com adubos em pó conduz a uma

distribuição bastante irregular assim como a uma reduzida largura de trabalho.

Adaptação de um dispositivo de incorporação

Estes distribuidores podem ser munidos de dentes de subsolador para aplicação

localizada; nesta situação tem que se desmontar o sistema de distribuição.

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Equipamentos de grande capacidade

São geralmente equipamentos rebocados em que secção da tremonha tem uma forma

trapezoidal; a capacidade destas pode ser superior às 5 ton.

O fundo da tremonha apresenta um sistema de alimentação sendo o débito assegurado

por uma adufa, colocada na extremidade anterior. A repartição do adubo pode ser

efectuada por discos, rampas helicoidais, etc.

Nas rampas helicoidais o percurso percorrido pelo adubo no seu interior é grande o que

faz com que a carga na parte inferior deste varie (a carga é maior no centro, diminuindo

para as extremidades) pelo que se utilizam os seguintes dispositivos para compensar

estas variações:

- um parafuso de passo variável;

- uma rampa cuja distância entre os orifícios varie em função da sua posição.

Dentro deste grupo existem equipamentos em que o débito é proporcional ao avanço.

Inicialmente a proporcionalidade era obtida porque o sistema de alimentação recebia

movimento de uma das rodas mas, actualmente estes sistema são DPAE - débito

proporcional com avanço electrónico. A informação dos vários captores é dirigida para

uma consolo onde é tratada, sendo depois utilizada para fazer actuar motores hidráulicos

que accionam o doseador, ou seja, a quantidade a espalhar.

Os equipamentos mais evoluídos permitem fazer, para além da gestão da informação, a

sua memorização e, portanto, fazer a traçabilidade final do produto. Existem já

equipamentos para aplicação modulada de estrume (a posição é dada por um GPS).

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Distribuidores de matéria orgânica

A natureza do produto a espalhar determina a escolha do equipamento. Os materiais

fibrosos interferem com os sistemas de distribuição com tapetes ou com barras; estes

últimos não permitem distribuir pequenas quantidades, pois o escoamento não é regular.

Os sistemas melhor adaptados à distribuição de materiais fibrosos são os sem fim, em

que o fundo da tremonha é constituído por um conjunto de sem fins, que asseguram a

dosagem do material a espalhar e que são accionados por motores hidráulicos.

Este tipo de distribuição é muito polivalente e permite aplicar pequenos débitos.

Os equipamentos mais evoluídos tem sistemas de gestão D.P.A.E. – débito proporcional

ao avanço electrónico que pode estar associado a um sistema GPS.

A distribuição é, geralmente, assegurada por dois discos, pois permitem uma maior

largura de trabalho.

Distribuidores de estrume

A capacidade dos distribuidores de estrume é muito variável (1 - 10 t), sendo a sua

arquitectura função da largura da plantação e configuração da vinha.

Os distribuidores são constituídos por:

- uma tremonha;

- um fundo móvel, com correntes e barras que assegura a alimentação do sistema de

distribuição;

- uma ou mais hélices destinadas a descompactar o estrume;

- um dispositivo de distribuição para optimizar a repartição do estrume.

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Distribuidores de estrume (cont)

Relativamente ao funcionamento o fundo móvel é constituído por 2 - 3 correntes, ligadas

entre si por barras, accionadas pela TDF, através de uma caixa de reenvio de

movimento; o movimento do fundo móvel está, geralmente associado ao movimento de

uma hélice, é variável.

O movimento do fundo pode ser mecânico (descontínuo ou contínuo) ou hidráulico.

Movimento mecânico

Nos equipamentos em que o movimento mecânico é descontínuo, existe uma roda

dentada, associada a um trinco, que assegura a regulação da velocidade de avanço do

fundo, ou seja, a velocidade de descarga.

A acção do trinco sobre a roda dentada pode ser modificada o que faz variar o ângulo de

rotação do trinco o que se traduz na variação da velocidade de avanço do sistema de

alimentação.

Nos equipamentos em que o movimento mecânico é contínuo o fundo móvel é posto em

movimento por um redutor de carretos substituíveis, que permitem variar a velocidade do

fundo; em alguns equipamentos é mesmo possível inverter o sentido do movimento, o

que é útil quando há uma sobrecarga de material.

Movimento hidráulico

Esta situação é mais frequente nos equipamentos polivalentes, como as máquinas de

vindimar, tractores pernalta, etc.

Os sistemas de distribuição são constituídos por 1 a 3 hélices com facas na periferia

para fragmentar o estrume que é deslocado pelo fundo móvel.

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A manutenção dos distribuidores

A manutenção dos distribuidores de adubos é muito importante pois o estrume retém

muita humidade e são muito agressivos para com os materiais. Devem ser lavados com

água, lubrificados e pulverizados com óleo ou gasóleo. É necessário observar se os

limitadores de binário, quando presentes, não estão gripados.

A manutenção dos distribuidores de estrume consta da lubrificação das peças móveis do

fundo móvel e assegurar a tensão das correntes.

Relativamente à segurança dos distribuidores em geral é importante manter as

protecções dos elementos móveis.

Antes de proceder a qualquer soldadura lavar bem os distribuidores de adubos pois os

nitratos podem provocar explosões.

Nos distribuidores de estrume não subir para a caixa de transporte quando estes estão

em funcionamento.

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Exemplo da regulação de um distribuidor de adubo

Aplicar 50 unidades de N com um sulfato amoniacal 21-0-0.

Passo 1:

Qual a quantidade de adubo a aplicar por ha ?

Sendo o adubo doseado a 21% são necessários 100/21*50 ± 250 kg/ha

Passo 2:

Determinação da largura de trabalho (ver fig pg 51)

Considere-se uma largura de 10 m.

Passo 3:

Determinar a velocidade de aplicação (o regime motor deve permitir 540 na TDF).

Considere-se 6 km/h

Passo 4:

Consultar a tabela do construtor para saber qual a abertura da saída que permite aplicar

o volume desejado

Passo 5:

Considerando que:

kg/ha = (600 * kg/min) / Vel(km/h) * LT(m)

kg/min = 25 kg

Caso não exista nenhuma posição da janela de abertura que dê este débito é necessário

fazer as correcções necessárias.

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Exemplo da regulação de um distribuidor de estrume:

A regularidade da distribuição do estrume é muito inferior à dos adubos; no início e no

fim a quantidade de estrume distribuído é menor.

Massa volúmica do estrume:

- estrume com muita palha - 300 a 400 kg/m3;

- estrume semi-decomposto - 800 kg/m3;

- estrume bem decomposto - 900 kg/m3;

Fórmula para determinação do débito para aplicar a quantidade desejada:

Deb (ton/min) = (vel (km/h) * Lt (m) * ton/ha) / 600

1ª solução:

Para aplicar 20 ton/ha, numa entrelinha de 2 m, a uma velocidade de 4 km/h, tem-se:

0.27 ton/min = (4 * 2 * 20) / 600

2ª solução:

Dimensão da caixa do reboque - 2.5 x 1 x 1, ou seja, 2.5 m3;

Massa do estrume - 2.5 m3 * 0.8 ton/m3, ou seja, 2 ton;

Quantidade de estrume / m2 - 20000 / 10000 = 2 kg/m2;

Área coberta por cada caixa de reboque - 20000 / 2 = 1000 m2;

Distância a percorrer para cobrir 1000 m2 - 1000 / 2 = 500 m (0.5 km);

Tempo necessário para a 4km/h, percorrer 500 m - 0.5 / 4 = 0.125 h (7.5 min)

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2ª solução (cont):

Quantidade espalhada, em kg/min - 2000 / 7.5 = 266 kg/min;

Para controlar a velocidade de descarga, faz-se funcionar o distribuidor em vazio, e

determina-se o tempo que uma barra demora a percorrer o fundo da caixa, que deverá

ser semelhante ao tempo de descarga do reboque (7.5 min).

Nos equipamentos com transmissões mecânicas para se obter este tempo actua-se, por

exemplo, no ângulo de rotação do carreto de accionamento, fazendo variar o número de

dentes da roda dentada que o trinco passa.

Nos equipamentos de accionamento hidráulico actua-se ao nível do débito do óleo.

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D - EQUIPAMENTOS DE MOBILIZAÇÃO DO SOLO

Objectivos:

- antes da plantação:

- mobilizar, sem criar calos de lavoura, que permita um bom desenvolvimento

das plantas, enterrar adubos e correctivos e, em certas situações, retirar as

raízes das culturas anteriores que possam transmitir doenças.

- depois da plantação:

- controlo das infestantes, criar regos que permitam o escoamento das águas,

proteger das geadas, enterrar adubos e correctivos.

Equipamentos utilizados antes da plantação:

equipamentos que permitem o corte e reviramento da leiva;

equipamentos que permitem a descompactação do solo.

O equipamento utilizado para o corte e reviramento da leiva é uma charrua com apenas

um corpo, cuja profundidade de trabalho pode chegar aos 60 cm. Esta operação permite

trazer para a superfície raízes cuja eliminação evita o aparecimento de doenças. A

utilização deste equipamento em solos ricos em argila podem conduzir à formação de

calos de lavoura, que condicionarão o desenvolvimento das plantas.

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Os equipamentos utilizados para descompactação são descompactadores de dentes

direitos (subsoladores) ou de desntes curvos (rippers), que criam linhas de ruptura no

solo, sem formar calos de lavoura.

Figuras pg 56

Equipamentos utilizados depois da plantação

A escolha deste material deve ter em consideração os seguintes aspectos:

- o modo de condução da vinha;

- os objectivos do trabalho;

- a natureza do solo;

- o clima;

- as características das alfaias.

Diferentes tipos de alfaias

- charrua vinhateira;

- charrua escavadora;

- intercepas;

- equipamentos com dentes;

- equipamentos com discos;

- rolos

- equipamentos accionados à TDF.

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D.1 - Charrua vinhateira

A charrua vinhateira efectua um corte vertical e um horizontal do solo, seguido de

reviramento da leiva cortada. Quando o reviramento se faz em direcção à cepa designa-

se por amontoa e, para o meio da entrelinha, de escava.

A mobilização na linha, entre cepas, é efectuada por uma escavadora.

Figura de uma charrua

Regulações da charrua vinhateira

Como determinar a largura de trabalho ?

Onde se mede esta dimensão ?

Número de corpos a utilizar em função do comprimento da entrelinha.

Nº de corpos Entrelinha (m)

2 corpos + 1 corpo duplo para 1 m de largura de trabalho 1.5

4 corpos + 1 corpo duplo para 1.5 m de largura de trabalho 2.0

6 corpos + 1 corpo duplo para 2 m de largura de trabalho 2.5

8 corpos + 1 corpo duplo para 2.5 m de largura de trabalho 3.0

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Como se regula uma charrua vinhateira ?

Deixando um espaço livre de 15 - 25 cm junto à linha, a largura trabalhada, numa vinha

com 1.5 m de entrelinha é dada por:

1.5 - ((0.2 x 2) + (0.05 x 2)) = 1.0 m

(a extremidade da relha está deslocada ± 5 cm, para o exterior da aiveca).

Determinação do número de corpos

Considerando uma charrua de 10 “(± 25 cm), para uma vinha com uma entrelinha de

1.8 m tem-se:

1.80 - (20 x 2) / 25 = 5.6 = 6 copos.

ou seja, 1corpo duplo, 2 corpos esquerdos e 2 direitos.

Verifica-se uma certa sobreposição da área trabalhada dos corpos interiores:

Posição dos corpos

Para amontoa e para a escava

Figura pg 60 e 62

Para passar da operação de amontoa para a de escava é necessário inverter os corpos

simples e retirar o corpo duplo.

A extensão do quadro deve deixar uma faixa não mobilizada de 20 - 25 cm junto à linha

das plantas.

As rodas dos tractores devem passar nos regos deixados pelos corpos exteriores.

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Montagem da charrua vinhateira no tractor

A montagem da charrua deve ser efectuada numa superfície plana e horizontal.

- Regulação do comprimento dos pendurais

- Centrar a charrua. Os esticadores devem permitir uma oscilação lateral de 2 – 5 cm,

para permitir uma correcção da direcção do tractor; se os esticadores estiveram

demasiado tensos, a menor mudança de direcção provoca uma reacção na charrua.

- Regulação da profundidade de trabalho. Esta varia de 12 – 15 cm, devendo-se utilizar

o controlo de tracção ou misto.

- Regulação da horizontalidade longitudinal. Obtém-se pela regulação do comprimento

do 3º ponto

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D.2 - Charrua escavadora

Permite mobilizar (revirar) a faixa de solo da linha depois de efectuada a escava. Esta

alfaia, para além das peças activas, tem um dispositivo para permitir o seu afastamento

quando da passagem junto às cepas.

Fig pg 64 e 66

Os diferentes tipos de escavadoras

Regulações da charrua escavadora:

- regular a largura dos pneus para que passem nos regos deixados pela passagem

anterior. A faixa de terra junto às cepas devem ficar intacta para que os regos fiquem

limpos para que os patins da charrua se possam guiar por eles.

- a extremidade da relha deve passar junto (± 5 cm) do enfiamento das cepas. Esta

distância depende da distância do tacteador ao rebordo da aiveca; o tacteador não pode

estar no mesmo plano da aiveca pois, neste caso, danifica a cepa.

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D.3 - Os intercepas

O objectivo dos intercepas é trabalhar a faixa da linha sem reviramento do solo.

São constituídos por uma lâmina de 40 – 50 cm, que trabalha, na horizontal, a alguns

centímetros de profundidade, apresentam, geralmente, palhetas colocadas na vertical,

que melhoram o tipo de trabalho efectuado. Permite o corte das raízes das infestantes

fazendo com que estas, se o tempo estiver bom , que sequem.

D.4 - Alfaias de dentes (escarificadores)

As alfaias de dentes, que tem vindo a substituir as charruas vinhateiras, são utilizadas,

principalmente, com o objectivo do controlo das infestantes.

Os dentes destes equipamentos podem ser rígidos, semi-rígidos, flexíveis ou vibratórios.

Fig pg 70

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D.5 - Alfaias de discos (grades de discos)

As alfaias de discos permitem uniformizar o solo depois da passagem de uma charrua e

o controlo mecânico das infestantes.

A regulação do ângulo de ataque dos discos interfere com a profundidade de trabalho e

com o deslocamento da terra; a velocidade de deslocamento condiciona também estes

dois factores.

A colocação dos discos com a concavidade para o exterior provoca uma ligeira amontoa.

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D.6 - Os rolos

Os rolos são geralmente utilizados para controlo da profundidade de trabalho das alfaias

com que estão montados.

Os mais utilizados são as caixas rolantes e o cultipacker.

D.7 - Equipamentos accionadas à TDF

As alfaias accionadas à TDF são geralmente utilizadas para destruir o coberto vegetal ou

para incorporação de adubos.

Os equipamentos mais utilizados são:

- os de eixo horizontal;

- os de eixo vertical;

- os alternativos.

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Equipamentos de eixo horizontal:

- fresa:

- regime de funcionamento varia de 150 - 200 rpm;

- potência necessária 30 cv / m de largura de trabalho.

- enxada mecânica:

- são accionadas por uma cambota;

- o trabalho efectuado é semelhante ao de uma cava manual;

- a potência necessária 25 - 30 cv / m de largura de trabalho;

- não forma calo de lavoura

Equipamentos de eixo vertical:

- grade rotativa:

- constituídas por dentes verticais com 30 - 40 cm de comprimento;

- velocidade de rotação de 80 - 2000 rpm.

- grade rotativa intercepas:

- constituídas por um tubo com palhetas soldadas na sua periferia,

tendo um disco inferior que corta uma camada superficial do solo que

é projectadas pelas palhetas para a linha.

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Equipamentos alternativos

São constituídos por dois pentes com movimentos alternativos opostos. Só podem ser

utilizados em solos ligeiros

A utilização dos diferentes equipamentos de mobilização depende muito das condições

climáticas e pedológicas. O seu custo é bastante elevado pelo que a tendência é de

reduzir o número de intervenções.

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E- EQUIPAMENTOS PARA TRABALHOS EM VERDE (desponta - rognage)

Objectivos:

- suprimir a extremidade dos ramos;

- dispor de um volume de folhas que permita maximizar a intercepção da luz;

- reduzir os riscos vegetativos limitando a “coulure” (desavinho) e os riscos de doenças

sobre os órgãos jovens;

- facilitar a passagem dos equipamentos;

- ter um porte direito

Espessura e altura da vegetação

A espessura varia de 0.30 a 1 m, conforme a regiões, o comprimento da entrelinha e a

densidade da plantação.

A altura da vegetação deve ser 0.6 - 0.8 vezes o comprimento da entrelinha, para ter a

superfície foliar necessária para obter uma boa produção.

A altura da vegetação, acima dos postes, deve ser de ± 40 cm.

E.1 - Equipamentos de desponta

Antigamente a desponta era efectuada com tesouras e à mão, sendo hoje efectuada por

despontadoras.

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E.1.1 - Despontadoras alternativas

Constituídas por barras de corte simples ou duplas (tipo Buzatis).

Estas despontadoras permitem fazer um corte limpo mas têm velocidades de

deslocamento muito baixas.

E.1.2 - Despontadoras rotativas

Podem ser de lâmina simples ou com contrafaca

Despontadora rotativa de lâmina simples

As facas têm formas e dimensões variáveis (30 - 50 cm) e giram a 1500 – 3000 rpm

(quanto menor o diâmetro maior é o regime).

O seccionamento faz-se por golpe de sabre, sendo a sua qualidade função da

velocidade e estado da faca.

Despontadora rotativa com contrafaca

Tem um sistema de corte semelhante às das tesouras.

As facas são curtas (± 30 cm) e grossa, têm baixas velocidades de rotação (300 rpm). As

contrafacas ao fixarem a vegetação permitem o seccionamento pelas facas.

A vantagem deste sistema é permitir um corte limpo, mesmo quando a vegetação está

lenhificada, praticamente sem projecções, mas a velocidade de avanço é baixa.

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Accionamento dos sistemas de corte

O accionamento da maioria destes equipamentos é hidráulico pois assim é possível

posicionar os órgãos de corte onde se desejar.

A velocidade de rotação é função do débito do óleo e da cilindrada dos motores,

existindo reguladores para controlar a velocidade de rotação.

Posicionamento das despontadoras

O posicionamento das despontadoras é função da maneabilidade, visibilidade e

adaptabilidade.

Nos tractores que trabalham nas entrelinhas podem estar colocadas à frente, de lado ou

a trás.

Montagem à frente:

Permite, nas vinhas mais estreitas, libertar espaço para o tractor passar, evitando-se,

assim, que o tractor puxe a vegetação. Tem como vantagem a boa visibilidade mas como

inconveniente a projecção da vegetação para o operador, maior dificuldade em manter a

trajectória, etc.

Montagem lateral:

Vantagens - permite uma boa visibilidade do trabalho

Desvantagens – projecções da vegetação para o operador, proximidade deste dos

órgãos de corte, necessidade de comprimentos de entrelinhas superior à situação

anterior, etc.

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Montagem traseira:

Vantagens - permite ter patins ou rodas o que estabiliza o equipamento e facilita a sua

montagem e desmontagem. A utilização de rodas montadas em tandem (boggies) é a

solução mais eficaz.

Desvantagens - Maior dificuldade no controlo do trabalho

Velocidade de trabalho

A velocidade máxima aconselhada para as despontadoras rotativas é de 4 – 6 km/h e

para as alternativas bastante inferior dependendo da velocidade de corte e volume da

vegetação. A presença de sistemas de posicionamento dos elementos de corte,

relativamente à vegetação, permite aumentar a velocidade de trabalho.

Regulações

Regulação da altura

Por patins ou rodas

Através do sistema hidráulico utilizando, inclusive, os macacos do equipamento.

Regulação da largura

Faz-se, geralmente, utilizando os macacos do equipamento

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Regulação da inclinação

Esta regulação é especialmente importante para não danificar os cachos. Alguns

equipamentos tem elementos de corte específicos para a desponta da zona de

frutificação.

Normas de segurança

As despontadoras são consideradas máquinas perigosas pelo que os novos modelos

são testados relativamente:

- à resistência das facas;

- às protecções que limitem as projecções;

- às protecções dos órgãos de corte;

- às protecções dos órgãos de corte mesmo durante a sua imobilização

Segurança ao nível do sistema de corte:

- sistema de corte retráctil, pois deve rodar livre sobre um eixo;

- facas retrácteis quando encontrarem um objecto duro;

- etc.

Segurança ao nível do sistema de accionamento:

- as correias devem patinar quando em sobrecarga;

- os motores hidráulicos podem dispor de um by-pass que permita imobilizar os

elementos de corte, em caso de uma resistência importante;

- etc.

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Segurança ao nível da estrutura da máquina:

- quadro retráctil ao encontrar um elemento do bardo (poste9

Segurança do operador:

- grelha de protecção colocada entre os elementos de corte e o operador

- protecções de aço relativas às facas rotativas;

Manutenção:

- assegurar a fixação dos órgãos de corte;

- verificar o estado e tensão das correias;

- verificar o nível de óleo nas caixas de reenvio de ângulo e nos reservatórios de óleo;

- assegurar a lubrificação diária da máquina.

A realização da desponta com a vegetação húmida melhora a qualidade do trabalho pois

verifica-se uma auto-limpeza dos órgãos de corte.

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Principais pontos referidos na norma NFEN706 sobre as despontadoras da vinha

- protecção para a manutenção e imobilização;

- protecção contra os perigos das transmissões com cardans

Protecção contra contactos não intencionais com os elementos de corte:

- posicionamento das grelhas de protecção;

- posicionamento dos órgãos de corte relativamente ao operador.

Protecção contra as projecções vegetais:

- posicionamento dos deflectores em relação aos sistemas de corte

Protecção contra a ruptura dos elementos de corte:

- só relativa às facas rotativas

Equilíbrio do sistema de corte

Bloqueio lateral do material em transporte.

Informações ao utilizador.

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E.2 - Máquinas para contenção da vegetação (releveuses palisseuses)A contenção da vegetação na vinha é uma operação bastante exigente; o seu

rendimento é de ± 5 h por 1000 videiras.

Objectivo da contenção da vegetação:

- erigir os ramos retombantes, mantendo o seu porte erecto;

- permitir a passagem dos equipamentos;

- facilitar os tratamentos;

- arejar a zona de frutificação.

Principal limitação

- dispor as vinhas para se poder utilizar as máquinas de empaliçar

Diferentes tipos de máquinas

- máquinas que levantam e não agrafam;

- máquinas que levantam e agrafam.

Máquinas para condução da vegetação.

São utilizadas, na maioria das vezes, como ajuda à contenção manual da vegetação.

Dentro deste grupo existem dois tipos de equipamentos:

- que utiliza os fios levantadores colocando-os na posição definitiva;

- que coloca provisoriamente os fios numa dada posição.

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Máquinas que utilizam os fios elevadores

Estas máquinas efectuam, em simultâneo, o levantamento dos fios e da vegetação entre

os fios.

Um das máquinas mais simples deste tipo tem um quadro em П, tendo de cada um dos

lados uma roda dentada que assegura o levantamento da vegetação entre os fios. A

rotação da roda é obtida pelo atrito do fio numa garganta feita no núcleo dessa roda.

Máquinas que colocam os fios

São constituídas por duas barras oblíquas, inclinadas para diante, que passam sob os

ramos empurrando-os para cima, desenrolando-se, ao mesmo tempo, um fio de cada

um dos lados do bardo, para manter a vegetação levantada.

Máquinas que levantam e agrafam

Os sistemas mais utilizados são:

- os que utilizam os fios que estão no local definitivo;

- os que fazem a colocação provisória dos fios.

Máquinas que utilizam os fios que estão posicionados na vinha

Estas máquinas têm como elemento principal um semfim que levanta os fios.

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Princípio de funcionamento

Dois semfins, de accionamento eléctrico ou hidráulico, colocados de cada um dos lados

do bardo e com uma inclinação de 60-70º. A rotação dos dois senfins assegura o

levantamento dos sarmentos entre os dois fios, sendo estes agrafados de 3 em 3 m, por

um dispositivo hidráulico comandado pelo operador.

No fim da linha é o operador assegura manualmente a confecção dos nós.

Este tipo de equipamento pode apresentar um sistema de corte (barra de corte ou disco

com facas) para fazer a desponta.

E.3 - Máquinas de desladroamento

Estas máquinas permitem remover os lançamentos da base (ladrões) que é importante

para se poder utilizar as vindimadoras pois, só assim, é possível manter a

estanquecidade do sistema de recepção. Estas máquinas utilizam sistemas rotativos

para eliminar os lançamentos.

Os diferentes sistemas de desladroamento

Estes sistemas caracterizam-se relativamente:

- à natureza do material que assegura a eliminação dos lançamentos;

- ao posicionamento dos dispositivos de desladroamento.

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Natureza do material

As desladroadoras apresentam cerdas de diferentes materiais ou fios de diâmetros

variáveis que, através do atrito com o tronco, removem os lançamentos; alguns destes

equipamentos permitem o controlo das infestantes na linha.

Posição dos dispositivos de desladroamento

Máquinas de eixo vertical

São as máquinas mais divulgadas e mais antigas. O accionamento dos rotores é

hidráulico sendo o regime de ± 1000 rpm. Guias laterais permitem centrar a máquina

com o tronco.

Máquinas de eixo horizontal

Existem dois tipos destas máquinas:

- máquinas de eixo de rotação paralela ao eixo de avanço (ex. Clemens);

- máquinas de eixo de rotação perpendicular ao eixo de avanço (ex. Tordable)

O primeiro tipo (Clemens) é mais indicado para ser montado nos intercepas, pelo que é

mais utilizado no trabalho de uma linha. A cabeça, que é colocada longitudinalmente,

paralela aos arames, é accionada por um motor hidráulico a um regime de 1000 - 1500

rpm; a cabeça pode apresentar uma inclinação, em relação à horizontal, o que permite o

controlo das infestantes na linha; quanto maior for a inclinação maior é a sua acção no

controlo das infestantes

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Cada cabeça possui um sistema de retracção que permite ultrapassar as cepas.

O segundo tipo (Tordable) apresenta duas cabeças rotativas, colocadas na horizontal e

perpendiculares ao bardo, tendo cada uma vários dedos cujo movimento se assemelha

ao trabalho manual; o sentido de rotação das duas cabeças é ao contrário por forma a a

não exercer nenhuma reacção na cepa.

Alguns destes equipamentos permitem posicionar a diferentes níveis os rotores

facilitando assim a sua utilização junto aos taludes.

Como rendimento pode-se considerar as 4 h / 1000 cepas.

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E.4 - Desfolhadoras

A utilização das desfolhadoras tem como principais objectivos:

- eliminar as folhas que se encontram junto ao cacho para facilitar o seu arejamento e

limitar os riscos da Botrytis;

- permitir uma melhor penetração dos produtos fitossanitários;

- modificar a ligação taninos - antocianas para tornar os vinhos jovens mais agradáveis

para serem bebidos;

- facilitar a vindima manual.

Os principais cuidados a ter com esta operação são:

-não danificar os cachos durante a remoção das folhas;

- não desfolhar muito para não expor os cachos aos sol o que pode provocar a sua

queima;

- não desfolhar muito para não reduzir a superfície foliar exposta.

Diferentes tipos de equipamentos

As máquinas de desfolha utilizam três tipos de mecanismos:

- desfolha pneumática;

- desfolha por aspiração, que aspira e corta as folhas;

- desfolha térmica, que destroi as folhas por choque térmico.

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Desfolha pneumática

Os limbos das folhas situadas junto aos cachos partem-se sob a acção da corrente de

ar. Conforme a configuração da vinha, altura da folhagem a eliminar, etc., assim variam

os diâmetros da cabeça da desfolhadora.

Os bicos mais recentes apresentam um débito de ar e e pressão mais baixos; a

regulação da pressão do ar é obtida por um by-pass, variando o seu valor de 0.5 - 0.9

bar. A velocidade de trabalho é de 2 – 4 km/h, provocando o aumento da velocidade

uma redução da desfolha.

Desfolha por aspiração

Nestes equipamentos um ventilador aspira a folhagem sendo esta cortada de diferentes

formas.

Pode-se distinguir dois princípios de funcionamento:

- a desfolha com ventilador helicoidal;

- a desfolha com barra de corte e ventilador centrífugo.

Desfolha com ventilador helicoidal

Nesta situação existe uma hélice que aspira as folhas através de uma grelha, sendo a

eliminação das folhas efectuada directamente pela acção da hélice ou através de uma

faca colocada junto àquela.

As grelhas podem ser fixas ou reguláveis, em inclinação ou abertura, para fazer variar a

taxa de desfolha.

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Desfolha com ventilador centrífugo

Nestes equipamentos um ventilador centrífugo assegura a aspiração das folhas sendo

estas cortadas por uma barra de corte; as folhas ao passar no ventilador são trituradas e

projectadas para a entrelinha.

A posição da cabeça de desfolha é assegurada por apalpadores reguláveis ou rolos,

apoiando-se, qualquer um deles, na vegetação.

Desfolhador térmico

A principal característica deste tipo de desfolhador é não utilizar peças com movimento,

não provocando feridas nas plantas.

A utilização de painéis que libertam calor (70º), resultante da queima de gás, provocam a

coagulação das proteínas das folhas. Após a passagem as folha mantém a sua

coloração e só dias mais tarde é que secam e caiem. A velocidade de deslocamento é de

± 3 km/h.

Regulações das desfolhadoras

As regulações são:

- o posicionamento da cabeça de desfolha em relação à vegetação;

- da taxa de desfolha.

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O posicionamento da cabeça de desfolha em relação à vegetação

Os movimentos da cabeça na horizontal e vertical permitem adaptar a máquina às

diferentes larguras da plantação ou altura da zona de frutificação.

Taxa de desfolha

É um parâmetro difícil de escolher.

Esta taxa pode ser modificada:

- pelo posicionamento da cabeça em relação ao plano vertical da folhagem ou pelo

ângulo formado pela cabeça e o eixo de avanço;

- pela distância entre a cabeça e a folhagem actuando sobre a posição do apalpador;

- pela abertura ou ângulo dos orifícios da grelha;

- pela distância entre a grelha e a faca;

- pela pressão do ar e velocidade de rotação dos bicos;

- pela velocidade de avanço.

A manutenção das desfolhadoras

As desfolhadoras pneumáticas necessitam de uma atenção particular, nomeadamente:

- a limpeza do filtro de aspiração;

- o nível de óleo;

- o interior do compressor, que deve ser lubrificado por pulverização com óleo.

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F- EQUIPAMENTOS PARA APLICAÇÃO DE PESTICIDAS

Distribuição de uma calda sob a forma de gotas, cujo tamanho deve ser função do

objectivo a atingir.

Objectivos

Aplicação de todo o tipo de substâncias activas, nos diferentes estados vegetativos das

plantas.

Escolha dos equipamentos tendo em consideração o período de aplicação, a toxicidade

do produto, a situação do parasita no vegetal assim como a configuração da vinha,

condições climáticas e geográficas. Estes meios devem permitir colocar a s.a. no local

exacto tendo em consideração o respeito pelo meio ambiente.

O êxito de um tratamento resulta:

- do conhecimento da praga ou doença;

- dos meios de luta;

- das técnicas de aplicação.

Campos de aplicação

A pulverização em viticultura é muito diferente da de outras culturas pois tem

características próprias quer em termos de condução quer de objectivos do trabalho a

realizar.

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Principais tipos de trabalho

- tratamento da lenha fora do período vegetativo;

- controlo de infestantes;

- despampa química;

- tratamentos de cobertura;

- tratamentos localizados.

Tratamentos de Inverno

São realizados depois da poda e antes do abrolhamento; permitem lutar contra a esca e

a escoriose.

A aplicação do arsenito de sódio contra a esca deve ser feita com a utilização de painéis

recuperadores; para molhar bem toda a cepa é necessário utilizar pulverizadores cujo

sistema de pulverização não seja sensível à deriva.

Controlo químico das infestantes

Este controlo pode ser efectuado aplicando os herbicidas em toda a superfície do solo.

Durante o repouso vegetativo não existe qualquer problema na aplicação mas, na

presença de folhagem na videira, a deriva da s.a. pode causar problemas de fitoxicidade.

Despampa química

É semelhante à aplicação localizada dos herbicidas devendo-se, portanto, limitar a deriva

do produto, para fora da zona das folhas a atingir.

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Tratamentos de cobertura

São os tratamentos efectuados para a aplicação de fungicidas, insecticidas ou

acaricidas, devendo os produtos ser aplicados em ambas as faces das folhas e nos

cachos.

A aplicação destes produtos é efectuada utilizando correntes de ar, o que permite

aumentar a penetração da calda para o interior da copa; a regularidade da distribuição é

especialmente importante com a utilização de produtos de contacto.

As gotas de menores dimensões têm maior facilidade de penetração na copa.

Tratamentos localizados

São tratamentos efectuados, geralmente, na zona de frutificação (anti-botritis para os

cachos ou desfolha química); a presença de folhas torna mais difícil a aplicação dos

produtos nos cachos pelo que a utilização de correntes de ar é fundamental. A aplicação

dos produtos de baixo para cima utilizando PP dão os melhores resultados.

A escolha dos pulverizadores

- saber identificar a doença ou praga;

- conhecer o ciclo de desenvolvimento;

- escolher o melhor produto;

- escolher o pulverizador.

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Tipo de pulverizador PJP PJT PP PC

Princípio de

funcionamento

Pressão do

líquido

Pressão do líquido +

transporte por ar

Corrente de ar

(300 - 500 km/h)

Disco

rotativo

Pressão de trabalho 0.5 - 15 bar 5 - 15 bar < 3 bar Baixa

pressão

Tipos de bicos Fenda Turbulência Pastilhas Pastilhas

Dimensão das gotas 100 - 500

um

100 - 400 um 50 - 150 um 50 um

Potência necessária 3 - 6 cv 10 - 35 cv 14 - 45 cv Baixa

Tipo de bomba Êmbolo -

membrana

Êmbolo-membrana Centrífuga Eléctrica

Débito de ar 0 20000-80000 m3/h 5000-10000 m3/h 0

Quadro comparativo dos principais tipos de pulverizadores

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G- EQUIPAMENTOS DE COLHEITA

Objectivo das máquinas de vindimar:

- libertar as uvas da planta;

- eliminar as folhas;

- transportar as uvas para o topo das linhas.

Dispositivos de vibração

Objectivo - criar uma energia cinética superior à força que mantém o bago no pedúnculo

para que se liberte; é a aceleração brusca dos bagos seguida da sua paragem imediata,

que liberta os cachos.

Sacudidores – têm forma variável em função da marca, estando situados ao nível da

zona de frutificação. Actualmente a maioria dos sacudidores têm movimento alternativo,

conferido através de sistemas mecânicos de biela manivela ou hidráulicos constituídos

por macacos de duplo efeito comandados por servo-válvulas.

Características dos sacudidores:

- amplitude;

- frequência;

- paralelismo (pincement)

- aceleração.

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Importância do comprimento da cabeça de vibração

Quanto mais alta for a zona de frutificação maior terá de ser o comprimento dos

sacudidores para que os bagos não caiam depois do sistema de recepção ter já

passado; para evitar que isto acontecesse era necessário que a velocidade de

deslocamento fosse muito baixa.

Dispositivos de recepção

Os dispositivos de recepção mais utilizados são os sistemas de nora (cadeia de cestos)

construídos em plástico deformável que, para além da recepção, asseguram o transporte

da vindima até às tremonhas. A velocidade destes sistemas em relação ao solo é nula o

que faz com que a mesma cepa contacte a parte anterior e posterior da máquina. As

cepas não sofrem qualquer problema com o sistema de estanquecidade.

Dispositivos de transporte ??? Pg 156

Fazem o transporte da zona de recepção para as tremonhas. Os dispositivos mais

utilizados são:

- o sistema de cadeia de cestos (noras);

- os tapetes;

- os tapetes com cestos;

- as noras ou cadeias de godets.

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Eliminação das folhas: os extractores

Os sacudidores libertam não só as uvas como as folhas, pelo que é necessário proceder

à sua remoção.

Este trabalho é efectuado por aspiração, durante a queda do material para as tremonhas.

Esta operação é mais eficaz quando a espessura do material recolhido é pequena, pelo

que, quanto maior for o volume de material mais rápida deve ser a velocidade do

transportador.

As tremonhas

As tremonhas, cuja capacidade depende da dimensão das vindimadoras, e do

comprimento da entrelinha são, geralmente em aço inoxidável ou politileno; a sua

posição é, geralmente, na parte posterior da máquina.

Diferentes tipos de máquinas de vindimar

As máquinas de vindimar podem ser:

- montadas;

- rebocadas;

- automotrizes.

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Máquinas montadas

As máquinas montadas são constituídas por kits destinados a equipar os tractores

pernalta.

Máquinas rebocadas

Este tipo de máquinas foi bastante utilizado nas pequenas explorações mas tem hoje

uma implantação muito reduzida; os tractores devem ter uma potência > que 70 cv e, nos

de transmissão mecânica, terem uma caixa de velocidades bem escalonada para se ter

uma gama de velocidades elevada.

Máquinas automotrizes

As máquinas automotrizes, que têm transmissões hidrostáticas, com uma pressão de

utilização de ± 400 bar, apresentam, geralmente, sistemas anti-patinagem, o que lhes

permite manter uma boa aderência mesmo em condições difíceis.

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Alguns aspectos a observar nas máquinas de vindimar

Sacudidores

Os sacudidores devem ser posicionados junto à vegetação para evitar pancadas (a

acção deve ser de sacudir e não de bater).

Os sacudidores não devem estar gastos pois, caso o estejam, acabam por ferir as

plantas e romper os bagos (devem manter a forma cilíndrica).

Dispositivos de estanquecidade

Tapetes em escamas

Os bagos caem nas duas fiadas de escamas que estão sobrepostas ao nível do eixo

médio da máquina; para além do estado das escamas é importante assegurar o seu

sistema de posicionamento.

O ângulo das escamas, relativamente à horizontal, deve ser o mais reduzido possível,

pois um ângulo exagerado provoca a abertura entre as duas fiadas com a consequente

perda de material.

O elemento sacudidor mais baixo deve-se situar do lado da fiada de escamas mais alta.

Tapetes de cestos

Os cestos são fixos sobre um patim todos os quatro elos da cadeia que assegura o

accionamento do sistema. ??? Pg 171

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Sacudidores

Regulações Abertos Fechados

Entrepointe

Vinha em bardo estreito

Vinha em bardo largo

Vinha em vaso

0 - 2 cm

4 - 6 cm

8 - 12 cm

5 - 9 cm

8 - 11 cm

11 - 14 cm

Frequência dos sacudidores

(Função da variedade e

maturação)

350 – 550 batimentos/min

(média 400)

Média 400 batimentos/min

Máxima 400 batimento/min SDC

Posição dos sacudidores Todos os 3 na zona frutífera e intercalados em quicôncio, 2

“trous” em caso de libertação difícil

Sistema de transporte Evitar velocidades baixas que provoquem acumulação de

material recolhido tornando mais difícil a remoção das folhas

Extractores Evitar regimes elevados dos extractores pois originam

importantes perdas de sumo

Nota: Estes dados são apenas indicativos devendo-se ter em

consideração os fornecidos pelos construtores.

Algumas regulações nas máquinas de vindimar

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Departamento de AgronomiaTapetes de cestos (cont)

A tensão correcta da cadeia de cestos obtém-se quando, na sua parte anterior, tem uma

folga de 10 - 30 mm. Os cestos das duas cadeias devem ficar perfeitamente encaixados

para não se verificarem perdas de material.

Como regular a máquina de vindimar em trabalho

- colocar a cabeça de recolha o mais perto possível do solo, sem lhe tocar, e colocar os

batentes de regulação da altura da cabeça de recolha;

- colocar os batedores na zona de frutificação;

- seleccionar uma frequência baixa dos sacudidores;

- escolher uma velocidade de avanço baixa;

- regular o regime dos extractores para um valor próximo do mínimo.

Depois de observar o estado da vinha deve-se proceder às regulações adequadas.

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Situações Causas

Remoção parcial de cachos Falta de sacudidores ou posicionamento incorrecto deste

Permanência de uvas na

vinha

Frequência insuficiente dos sacudidores

Velocidade de avanço demasiado alta

Regulação não apropriada dos sacudidores

Muitas folhas no material

colhido

Regime baixo dos extractores

Demasiado sacudidores

Sacudidores demasiado fechados

Baixa velocidade do sistema de transporte

Danos na madeira Ângulo de ataque “Entrepointe” inadequado

Frequência muito alta dos sacudidores

Deficiente posicionamento dos sacudidores

Perdas para o solo Deficiente alinhamento das linhas

Sistemas de recepção abertos, partidos ou demasiado altos.

Desfasamento dos cestos

Cabeça de recolha demasiado alta

Acção dos sacudidores demasiado forte

Velocidade de avanço inadequada

Situações de funcionamento deficiente e suas causas

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Manutenção das máquinas de vindimar

Manutenção diária

- lavar cuidadosamente a máquina com um jacto de água com fraca pressão evitando os

elementos eléctricos e os comandos electro-hidráulicos;

- fazer trabalhar o sistema de transporte, nomeadamente os cestos e os eixos dos rolos

de accionamento.

Depois de cada lavagem deve-se lubrificar:

- os rolamentos;

- as rótulas;

- chumaceiras;

- veios deslizantes.

Antes do Inverno

- limpar cuidadosamente a máquina;

- desmontar o sistema de transporte e guardar-o num local seco e ao abrigo da luz;

- limpar as tremonhas;

- aplicar um protector nas partes não pintadas;

- encher o reservatório de gasóleo;

- colocar antigelo no circuito de refrigeração;

- desligar a bateria, controlando a sua carga mensalmente.

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H- EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE

Os equipamentos de transporte das uvas deve interferir o menos possível com estas,

devendo igualmente o tempo de transporte ser o menor possível.

Soluções de vindima:

- vindima resultante da recolha manual. Nesta situação pode-se começar a utilizar

pequenos contentores (± 10 L) e terminar com contentores de 10 ton;

- vindima resultante da recolha mecânica. A capacidade mínima dos contentores

corresponde à das tremonhas, sendo o seu volume mínimo de ± 700 L.

Diferentes meios de transporte

Transporte em caixas

Caixas de pequeno volume

Estas caixas têm volumes compreendidos entre 10 – 100 L (média 40 L), podendo o

fundo ser perfurado para deixar escoar o sumo e dissuadir as pessoas de as carregar

demais.

Caixas de grande volume

Estas caixas, com volumes compreendidos entre 400 – 1000 L, são transportadas em

reboques, sendo depois, no local de descarga, manuseadas por um guincho que as

despeja para o tegão de recepção.

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Transporte em reboques

Reboques de descarga basculante

Reboques simples

É uma solução possível de ser utilizada em pequenas explorações, sendo o reboque o

mesmo que se utiliza para outras tarefas devendo, no entanto, o taipal traseiro ter uma

junta que evite a perda do sumo. O aço do reboque deve ser pintado com tinta própria

para não alterar as uvas sendo a descarga feita pelo basculamento da caixa.

Reboques com caixa de fundo duplo

Estes reboques apresentam uma grelha no fundo o que permite a separação das fases

sólidas e líquidas; esta deve ser tratada com SO2.

Reboques com caixa de basculamento gravitacional

As caixas destes reboques, que têm uma capacidade de 15 - 25 hl, são caracterizadas

pelo basculamento ser efectuado pela remoção de um veio como resultado de a carga se

fazer sentir na parte posterior; a colocação na posição inicial faz-se manualmente.

Reboques com caixas basculantes elevadoras

Estas caixas permitem deixar sair as uvas de uma altura de 2 - 3 m. Algumas destas

caixas não apresentam o taipal traseiro mas sim sim uma rampa o que evita a perda de

líquido.

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Caixas com sistemas próprios para descarregar

- caixas com semfim;

- caixas com semfim e bomba;

- caixas com fundo móvel.

Caixas com semfim

Um semfim colocado no fundo da caixa, com um diâmetro de 300 – 400 mm, accionado

por um motor hidráulico ou eléctrico com redutor, permite a trasfega das uvas; a solução

do motor eléctrico é preferível quando a operação é efectuada em locais fechados.

Caixas com semfim e bomba

Estas caixas têm um semfim de pequeno diâmetro (< 20 mm) em cuja extremidade se

encontra uma bomba centrífuga de palhetas que desloca as uvas para o tegão de

recepção. Esta solução tem vindo a ser preterida pois danifica muito a matéria prima.

Caixas com fundo móvel

Nestas caixas o fundo móvel, de borracha, é accionado por um motor hidráulico, sendo o

material manuseado com grande suavidade.

A capacidade dos contentores para transporte das uvas não deve ser de 30 - 40 hl, não

devendo a altura das mesmas ser > que 70 cm.

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