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Equipe: Eratóstenes Lima Michelle Borba Priscila Oliveira Vitor Sales Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental Disciplinas: Ecologia de Populações e Ecologia de Comunidades Professores: Eduardo Mariano Neto Mauro Ramalho Salvador, 05 de agosto de 2013

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Equipe:

Eratóstenes Lima

Michelle Borba

Priscila Oliveira

Vitor Sales

Programa de Pós-Graduação em

Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental

Disciplinas: Ecologia de Populações e Ecologia de Comunidades

Professores:Eduardo Mariano NetoMauro Ramalho

Salvador, 05 de agosto de 2013

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Problema 1

Sobre-exploração das piraíbas

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Objetivo

Propor um modelo generalizado de

manejo para exploração sustentável de

populações de bagres – piraíba na

Amazônia com o intuito de reverter os

efeitos da sobre-exploração.

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Evidências do Problema

• Produção anual caiu de 4000 t (em 1983) para valores insignificantes no ano de 2000 (Petrere et al. 2004)

• Ocorrência de colapso populacional inferido do afunilamento na diversidade genética (Huergo et. al. 2011)

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Fonte: PETRERE ET AL. 2004

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Fonte: JOSÉ DANIEL DA SILVA, 2009.

Nome comum Nome científico Captura (%)2006

Captura (%)2007

Filhote/Piraiba Brachyplatystoma filamentosum

2,82 1,6

Valores (%) relativos a captura, nomes comuns, espécies e famílias desembarcadas no município de Couto de Magalhães nos anos de 2006 e 2007.

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Brachyplatystoma filamentosum  (Lichtenstein, 1819) Kumakuma

Nome popular: Bagre, Piraíba Brachyplatystoma capapretum  Lundberg & Akama,

2005Nome popular: Piraíba Negra

Alimentam-se de peixes Adultos começam a se

reproduzir quando alcançam 6-10 anos

Maior bagre de água doce, alcançando cerca de 2,4 m e 130 kg

Carne de alta qualidade para consumo humano

Ameaçado devido a super-exploração

Brachyplatystoma filamentosum Fonte: www.fishbase.org

Fonte: www.fishbase.orgEspinhel Fonte: marbrasil.org

Típicos peixes da família pimelodidaeFonte: www.fishbase.org

  Associados  ao estuário,  onde crescem,  e  nas cabeceiras  do  Rio Amazonas,  onde se reproduzem Capturados com rede e espinhel

Fonte: Petrere et al. 2004

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Histórico de vida

• Os padrões de fecundidade e sobrevivência determinam a distribuição e abundância das espécies no espaço e no tempo.

• As espécies que passam parte de suas vidas em um hábitat (ou região) e parte em outro podem ser afetadas seriamente pelas atividades humanas que influenciam sua capacidade de deslocamento entre eles.

BEGON, 2005. Ecologia de indivíduos a ecossistemas.

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Segundo Petrere (2004) existe uma relação entre a sazonalidade e a captura de piraíbas na Colômbia.

Período de seca (Janeiro a Março)- A captura é intensa, o arpão é o principal petrecho;- Captura proibida;- Alta disponibilidade de piraíbas nos tributários.

Período em que a água esta se elevando (Abril a Junho)- Quando o peixe é escasso e difícil de capturar, devido sua dispersão na várzea;- As piraíbas permanecem no principal canal e provavelmente migram rio abaixo;- Durante esse período, todos os tipos de redes são utilizados.

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Período de cheia (Final de Junho ao meio de Setembro)- Quando o nível de água chega ao máximo;- Captura ainda é difícil;- As piraíbas continuam migrando rio abaixo ou procurando abrigos demersais.

Período em que o rio está secando (Meio de Setembro ao Final de Dezembro)- Quando o nível de água está decrescendo;- As piraíbas migram da várzea até os tributários através do canal principal;- Ocorre um aumento nas taxas de captura;- Diversas técnicas são implantadas durante esse período.

Segundo Petrere (2004) existe uma relação entre a sazonalidade e a captura de piraíbas na Colômbia.

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Fonte: PETRERE ET AL. 2004

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Segundo a CBD (Convention on Biological Diversity) de 1993, em seu art. 2°, uso sustentável é definido por:

O uso de componentes da diversidade biológica em um sentido em que a taxa de utilização não leve a longo prazo o declínio da diversidade biológica, enquanto a manutenção é potencial para encontro das necessidades e aspirações das presentes e futuras gerações.

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O extrativismo é sustentável quando a utilização e/ou colheita de recursos não exceder a produção.

O tamanho da colheita irá depender das metas da gestão dos recursos para a produção.

Ex: Maximização da produção, maximização da receita, minimização de probabilidade de exaurir recursos ou a conservação dos recursos naturais.

Fonte: WEINBAUM ET AL. 2013

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Segundo Cerdeira et al. (1997) e Batista et al. (2004), apud Santos e Santos (2005)

As taxas de consumo de pescado na Amazônia são as maiores do mundo;

Média estimada em 135 kg/ ano/pessoa;

Constitui a principal fonte de proteínas para as populações humanas residentes.

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Fonte: Begon, 2005. Ecologia de indivíduos a ecossistemas.

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PORTARIA CONJUNTA NATURATINS/IBAMAn.º 001/2007, de 23 maio de 2007.

Dispõe sobre a proibição de captura e transporte das espécies de peixes que especifica e dá outras providências.

•Art. 1º. - Proibir em todo o Estado do Tocantins, por tempo indeterminado, em todas as modalidades de pesca, a captura, o transporte e a comercialização.

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A melhor posição entre dois extremos precisa combinar aspectos biológicos (bem-estar da população explorada), econômicos (lucro resultante da atividade) e sociais (níveis de emprego, manutenção de comunidades tradicionais e seus estilos de vida).

A produção aumenta com o tamanho da população explorada, o nível de esforço de captura e a eficiência de captura.

BEGON, 2005. Ecologia de indivíduos a ecossistemas.

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As informações empíricas e teóricas são incorporadas para refletir a dinâmica da estrutura populacional, o que permite estimar a produção e resposta da população a diferentes estratégias de exploração.

O risco associado à cota fixa (número fixo de indivíduos removidos durante um dado período) pode ser reduzido se houver uma regulamentação do esforço de captura.

BEGON, 2005. Ecologia de indivíduos a ecossistemas.

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Propostas de Solução

Identificação do Panorama Atual

Levantamento da densidade populacional, através de campanhas de coleta e monitoramento nos rios da bacia Amazônica

Levantamento da dinâmica pesqueira, através de entrevistas com os pescadores da região

Levantamento da dinâmica comercial, através de entrevistas nos principais mercados da região.

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Propostas de Solução

Cotas de Exploração

Regulamentação do esforço de pesca: proibição da rede de arrasto

Defeso

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Propostas de Solução

Modelos para Determinação da Cota de Exploração

• Modelo completo, utilizando matriz de transição para construção de uma projeção do comportamento dessa população ao longo do tempo (vetores), à medida que valores de cota são pré-estipulados para o grupo considerado mais sensível.

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Vetores com a projeção da população no tempo:

Grupo A – QtdAGrupo B – QtdBGrupo C – QtdCGrupo D – QtdD

Quantidade por grupo.

Os grupos representam:

A – Ovos e larvasB – Indivíduos de até 20cmC – Indivíduos de até 1,5mD – Indivíduos acima de 1,5m

Vetor 1

QtdA1QtdB1QtdC1QtdD1

QtdA2QtdB2QtdC2QtdD2

QtdANQtdBNQtdCNQtdDN

Vetor 2 Vetor 3 Vetor 4

1   ano

1   ano

Ano N

L1 – NR      0     0     0L2 – R12     NR   0     0L3 – 0        R23    NR   0L4 – 0        0     R34 NR

Matriz de Transição

Onde  a  L1  da  Matriz, multiplicada pela coluna Vetor 1,  fornece  QtdA1;  a  L2  da Matriz,  multiplicada  pela Vetor  1,  fornece  QtdB2... Seguindo  este  procedimento, conseguimos  utilizar  a  matriz de transição, multiplicando os vetores  seguintes,  para estabelecer o comportamento temporal da população.

Grupo sensível *

*  Juvenis  são pescados  em grande quantidade  ao se  encaminhar para  o  local  de desova.

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Curva sigmóide – podemos obter a representação dos dados dos vetores 1, 2, 3, N, através de uma curva sigmóide, que representa o comportamento de crescimento da população até se aproximar da capacidade de suporte do ambiente.

Podemos, através dela, inferir o ponto ótimo de exploração do recurso, que corresponde ao ponto com a maior taxa de recrutamento e, portanto, melhor recuperação da população.

Propostas de Solução

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Propostas de Solução

X

Y

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Referências Bibliográficas

Santos, G.M., Santos, A. C. M. Sustentabilidade da pesca na Amazônia, 2005. DOSSIÊ AMAZÔNIA BRASILEIRA II. Estud. av. vol.19 no.54 São Paulo.

Da Silva, J.D. 2009. Gestão local e conservação dos recursos pesqueiros no município de Couto de Magalhães (To), região do médio rio Araguaia.

Huergo, J. M., Filgueiras-Souza, R. J., Batista, J. S. & Formiga-Aquino, Q. Molecular genetics as a tool for fisheries management in the Brazilian Amazon: Piraíba (Brachyplatystoma filamentosum and Brachyplatystoma capapretum) (Siluriformes: Pimelodidae) in white-water rivers. Pan-American Journal of Aquatic Sciences, 6(4): 280-289.

Michael Begon,Colin R. Townsend, John L. Harper. 2006. Ecologia de indivíduos a ecossistemas; 4ª edição; Artmed.

Petrere, M.; Barthem, R.B.; Córdoba, E.A.; Gómez, B.C. 2004. Review of the large catfish fisheries in the upper Amazon and the stock depletion of piraı´ba (Brachyplatystoma filamentosum Lichtenstein). Reviews in Fish Biology and Fisheries;14: 403–414.

PORTARIA CONJUNTA NATURATINS/IBAMA N.º 001/2007, de 23 maio de 2007 Weinbaum, K. Z.; Brashares, J. S.; Golden, C. D.; Wayne, M. G. 2013. Searching for

sustaintability: are assessments of wildlife harvests behind the time?. Ecology Letters; 16:99-111.

Fishbase. Disponível em: www.fishbase.org Acessado em: 31/07/2013 às 20:00