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ESCOLA DE SAUacuteDE PUacuteBLICA DE PERNAMBUCO
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE RESIDEcircNCIA MULTIPROFISSIONAL DE SAUacuteDE
COLETIVA COM EcircNFASE EM GESTAtildeO DE REDES DE ATENCcedilAtildeO A
SAUacuteDE - PRMSC- REDESESPPEUPE
JOSEFA MAacuteRCIA DA SILVA BEZERRA
PREVALEcircNCIA DE TRACOMA NOS MUNICIacutePIOS DA
V GEREcircNCIA REGIONAL DE SAUacuteDE DE PERNAMBUCO
NO PERIacuteODO DE 2010 A 2014
GARANHUNS PE
2015
JOSEFA MAacuteRCIA DA SILVA BEZERRA
PREVALEcircNCIA DE TRACOMA NOS MUNICIacutePIOS DA
V GEREcircNCIA REGIONAL DE SAUacuteDE DE PERNAMBUCO
NO PERIacuteODO DE 2010 A 2014
Trabalho de conclusatildeo de curso com o objetivo de
obter o tiacutetulo de Especialista em Residecircncia
Multiprofissional de Sauacutede Coletiva com ecircnfase
em Gestatildeo de Redes de Atenccedilatildeo a Sauacutede para
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Sanitarista
Orientadora Gesika Maria da Silva
GARANHUNS PE
2015
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO 05
11 Etiologia 05
12 Epidemiologia 06
13 Patogenia 08
14 Diagnoacutestico 09
15 Profilaxia 10
2 OBJETIVOS 11
21 Geral 11
22 Especiacuteficos 11
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 12
31 Tipo de estudo 12
32 Aacuterea de estudo 12
33 Populaccedilatildeo estudada 13
34 Fontes de informaccedilatildeo 13
35 Processamento e anaacutelise dos dados 13
36 Consideraccedilotildees eacuteticas 13
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 14
5 CONCLUSAtildeO 19
REFEREcircNCIAS 20
ANEXOS 27
RESUMO
Objetivou-se descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede - V GERES Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014 Foi realizado um
estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo com caraacuteter quantitativo a partir de
levantamento de dados do Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)
durante o periacuteodo de 2010 a 2014 A prevalecircncia total de tracoma nos municiacutepios pesquisados
foi de 3254 a cada 10000 habitantes Foram detectados 569 casos dos quais 9806 foram
de Tracoma Inflamatoacuterio (TFTI) As formas sequelares (TS TTCO) apresentaram uma taxa
de 106 e 088 foram ignorados Houve uma diferenccedila entre a zona urbana e rural 5892
e 4036 respectivamente Quanto ao sexo observou-se um maior percentual de casos nas
mulheres com 5768 dos casos A faixa etaacuteria de 15 a 19 anos registrou a maior taxa da
doenccedila com 5484 dos casos Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se
necessaacuterio um acompanhamento continuado a fim de se obter melhores resultados no que diz
respeito ao seu tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia
epidemioloacutegica do tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e
monitorar os casos da doenccedila A educaccedilatildeo em sauacutede deve ser trabalhada de forma constante
visando sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de
profilaxia dessa infecccedilatildeo
Descritores Tracoma epidemiologia Clamydia trachomatis prevalecircncia
ABSTRACT
This study aimed to describe the prevalence of trachoma in residents in the municipalities of
V Regional Health Management - V GERES Pernambuco in the period 2010 to 2014 It was
performed an epidemiological study of kind retrospective descriptive with quantitative
character from lifting the Notifiable Diseases Information System data (SINAN) during the
period 2010-2014 The overall prevalence of trachoma in the municipalities surveyed was
3254 per 10000 inhabitants 569 cases in which 9806 were inflammatory trachoma (TF
TI) were detected The sequelae forms (TS TT CO) had a rate of 106 and 088 were
ignored There was a difference between urban and rural 5892 and 4036 respectively As
to gender there was a higher percentage of cases in women with 5768 of cases The age
group 15-19 years had the highest rate of the disease in 5484 of cases Because it is a
chronic disease and relapse continued follow-up is necessary in order to obtain best results
with regard to its treatment and control For this it is necessary to strengthen the
epidemiological surveillance of trachoma enabling healthcare professionals to detect treat
and monitor cases of the disease Health education must be worked steadily to sensitize and
mobilize the community to participate actively in this infection prophylaxis process
Keywords Trachoma epidemiology Chlamydia trachomatis prevalence
5
1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO
11 Etiologia
De acordo com Edwards (1996) no seacuteculo XXVII aC na China jaacute se conhecia o
tracoma com definiccedilotildees de tratamento para a doenccedila Existe a teoria que a doenccedila teria
surgido na Aacutesia sendo remota aos povos nocircmades da Mongoacutelia teve as invasotildees como um
fato importante de disseminaccedilatildeo para a China Sibeacuteria e Costa do Mediterracircneo se tornando
abundante na idade meacutedia no mundo Islacircmico e Greacutecia Trazido para Europa com as guerras e
migraccedilotildees o tracoma tornou-se endecircmico e com a colonizaccedilatildeo foi levado para o continente
Americano (MACHARELLI 2010)
As primeiras lesotildees caracterizadas como granulaccedilotildees encontradas nas conjuntivas
teriam recebido o nome de oftalmia granular No Reino Unido as crianccedilas que eram
diagnosticadas com oftalmia ficavam separadas em instituiccedilotildees especiais nessa eacutepoca
surgiram as primeiras suposiccedilotildees sobre a patogenia do tracoma Ateacute entatildeo a doenccedila natildeo era
considerada contagiosa sendo sua origem relacionada a ldquovapores noturnos nocivosrdquo agrave poeira
do solo entre outras teorias (AL-RIFAI 1988)
O tracoma tem como agente etioloacutegico a Chlamydia Trachomatis uma bacteacuteria gram-
negativa com aproximadamente 200 a 300 milimicra classificada como de vida intracelular
obrigatoacuteria Possui atividade metaboacutelica reduzida o que a torna incapaz de produzir energia
proacutepria utilizando-se do ATP da ceacutelula hospedeira (MORIETT 2008)
Essa bacteacuteria parte de uma ordem denominada Chlamydiales da famiacutelia
Chlamydiaceae na qual estaacute inserido um uacutenico gecircnero Chlamydia com trecircs espeacutecies que
podem causar infecccedilatildeo em humanos Chlamydia trachomatis C pneumoniae C psittaci
(WHO 1996)
Jaacute da C trachomatis existem 15 sorotipos diferentes infectantes ao homem destes os
sorotipos A B Ba e C satildeo responsaacuteveis pela infecccedilatildeo do tracoma Eacute possiacutevel reconhecer estes
sorotipos atraveacutes dos antigecircnicos presentes na proteiacutena da membrana externa da bacteacuteria
(MOLINA GUERRA LORRENTE 2013)
As espeacutecies do gecircnero Chlamydia satildeo todas patogecircnicas e suas caracteriacutesticas e
adaptaccedilatildeo intracelular estatildeo relacionadas ao seu poder de patogenicidade Apresentam uma
uacutenica morfologia um ciclo de desenvolvimento exclusivo um antiacutegeno comum paredes
celulares sem aacutecido muracircrmico um genoma pequeno e uma habilidade sinteacutetica bastante
limitada (WHO 1996)
6
A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento
do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses
de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso
a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a
1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)
12 Epidemiologia
Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de
disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem
caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa
sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria
dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)
Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do
contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa
em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta
acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN
et al 2006)
Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores
(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na
conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL
2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas
ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)
Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as
baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia
estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias
precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de
higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta
doenccedila (BAHIA 2013)
Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em
desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para
a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio
norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul
7
da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na
Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)
O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira
continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem
estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS
2007)
Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no
Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e
Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o
mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e
Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente
causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois
estados (BRASIL 2009)
Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi
decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em
impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma
vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua
manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)
De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram
conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos
da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede
puacuteblica estando assim erradicado
Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o
que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia
diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes
(SCHELINNI SOUSA 2012)
Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma
este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas
Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do
tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do
tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute
necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as
8
atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em
crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)
Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em
escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O
Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes
municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram
contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de
22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)
Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi
coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana
Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma
mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda
domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua
inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse
crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que
concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ
PERNAMBUCO 2014)
13 Patogenia
O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem
evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que
possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do
mundo (LOPES 2008)
A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar
e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na
conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)
Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais
graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na
conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior
de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem
levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease
(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL
9
2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira
irreversiacutevel (HU et al 2010)
De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas
sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso
(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma
Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo
havendo transmissatildeo nessas fases
Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo
sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no
olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que
apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante
(BRASIL 2001)
14 Diagnoacutestico
O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um
profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o
tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa
do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com
iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)
De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois
dos sinais cliacutenicos
Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior
Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)
Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)
Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados
Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a
circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado
conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol
(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia
Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo
exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir
requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)
10
Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico
cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo
dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)
15 Profilaxia
Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios
como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)
Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de
massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do
rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos
observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes
(BRASIL 2010)
A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e
infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos
de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o
controle da doenccedila (NELSON et al 1953)
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
JOSEFA MAacuteRCIA DA SILVA BEZERRA
PREVALEcircNCIA DE TRACOMA NOS MUNICIacutePIOS DA
V GEREcircNCIA REGIONAL DE SAUacuteDE DE PERNAMBUCO
NO PERIacuteODO DE 2010 A 2014
Trabalho de conclusatildeo de curso com o objetivo de
obter o tiacutetulo de Especialista em Residecircncia
Multiprofissional de Sauacutede Coletiva com ecircnfase
em Gestatildeo de Redes de Atenccedilatildeo a Sauacutede para
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Sanitarista
Orientadora Gesika Maria da Silva
GARANHUNS PE
2015
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO 05
11 Etiologia 05
12 Epidemiologia 06
13 Patogenia 08
14 Diagnoacutestico 09
15 Profilaxia 10
2 OBJETIVOS 11
21 Geral 11
22 Especiacuteficos 11
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 12
31 Tipo de estudo 12
32 Aacuterea de estudo 12
33 Populaccedilatildeo estudada 13
34 Fontes de informaccedilatildeo 13
35 Processamento e anaacutelise dos dados 13
36 Consideraccedilotildees eacuteticas 13
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 14
5 CONCLUSAtildeO 19
REFEREcircNCIAS 20
ANEXOS 27
RESUMO
Objetivou-se descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede - V GERES Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014 Foi realizado um
estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo com caraacuteter quantitativo a partir de
levantamento de dados do Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)
durante o periacuteodo de 2010 a 2014 A prevalecircncia total de tracoma nos municiacutepios pesquisados
foi de 3254 a cada 10000 habitantes Foram detectados 569 casos dos quais 9806 foram
de Tracoma Inflamatoacuterio (TFTI) As formas sequelares (TS TTCO) apresentaram uma taxa
de 106 e 088 foram ignorados Houve uma diferenccedila entre a zona urbana e rural 5892
e 4036 respectivamente Quanto ao sexo observou-se um maior percentual de casos nas
mulheres com 5768 dos casos A faixa etaacuteria de 15 a 19 anos registrou a maior taxa da
doenccedila com 5484 dos casos Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se
necessaacuterio um acompanhamento continuado a fim de se obter melhores resultados no que diz
respeito ao seu tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia
epidemioloacutegica do tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e
monitorar os casos da doenccedila A educaccedilatildeo em sauacutede deve ser trabalhada de forma constante
visando sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de
profilaxia dessa infecccedilatildeo
Descritores Tracoma epidemiologia Clamydia trachomatis prevalecircncia
ABSTRACT
This study aimed to describe the prevalence of trachoma in residents in the municipalities of
V Regional Health Management - V GERES Pernambuco in the period 2010 to 2014 It was
performed an epidemiological study of kind retrospective descriptive with quantitative
character from lifting the Notifiable Diseases Information System data (SINAN) during the
period 2010-2014 The overall prevalence of trachoma in the municipalities surveyed was
3254 per 10000 inhabitants 569 cases in which 9806 were inflammatory trachoma (TF
TI) were detected The sequelae forms (TS TT CO) had a rate of 106 and 088 were
ignored There was a difference between urban and rural 5892 and 4036 respectively As
to gender there was a higher percentage of cases in women with 5768 of cases The age
group 15-19 years had the highest rate of the disease in 5484 of cases Because it is a
chronic disease and relapse continued follow-up is necessary in order to obtain best results
with regard to its treatment and control For this it is necessary to strengthen the
epidemiological surveillance of trachoma enabling healthcare professionals to detect treat
and monitor cases of the disease Health education must be worked steadily to sensitize and
mobilize the community to participate actively in this infection prophylaxis process
Keywords Trachoma epidemiology Chlamydia trachomatis prevalence
5
1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO
11 Etiologia
De acordo com Edwards (1996) no seacuteculo XXVII aC na China jaacute se conhecia o
tracoma com definiccedilotildees de tratamento para a doenccedila Existe a teoria que a doenccedila teria
surgido na Aacutesia sendo remota aos povos nocircmades da Mongoacutelia teve as invasotildees como um
fato importante de disseminaccedilatildeo para a China Sibeacuteria e Costa do Mediterracircneo se tornando
abundante na idade meacutedia no mundo Islacircmico e Greacutecia Trazido para Europa com as guerras e
migraccedilotildees o tracoma tornou-se endecircmico e com a colonizaccedilatildeo foi levado para o continente
Americano (MACHARELLI 2010)
As primeiras lesotildees caracterizadas como granulaccedilotildees encontradas nas conjuntivas
teriam recebido o nome de oftalmia granular No Reino Unido as crianccedilas que eram
diagnosticadas com oftalmia ficavam separadas em instituiccedilotildees especiais nessa eacutepoca
surgiram as primeiras suposiccedilotildees sobre a patogenia do tracoma Ateacute entatildeo a doenccedila natildeo era
considerada contagiosa sendo sua origem relacionada a ldquovapores noturnos nocivosrdquo agrave poeira
do solo entre outras teorias (AL-RIFAI 1988)
O tracoma tem como agente etioloacutegico a Chlamydia Trachomatis uma bacteacuteria gram-
negativa com aproximadamente 200 a 300 milimicra classificada como de vida intracelular
obrigatoacuteria Possui atividade metaboacutelica reduzida o que a torna incapaz de produzir energia
proacutepria utilizando-se do ATP da ceacutelula hospedeira (MORIETT 2008)
Essa bacteacuteria parte de uma ordem denominada Chlamydiales da famiacutelia
Chlamydiaceae na qual estaacute inserido um uacutenico gecircnero Chlamydia com trecircs espeacutecies que
podem causar infecccedilatildeo em humanos Chlamydia trachomatis C pneumoniae C psittaci
(WHO 1996)
Jaacute da C trachomatis existem 15 sorotipos diferentes infectantes ao homem destes os
sorotipos A B Ba e C satildeo responsaacuteveis pela infecccedilatildeo do tracoma Eacute possiacutevel reconhecer estes
sorotipos atraveacutes dos antigecircnicos presentes na proteiacutena da membrana externa da bacteacuteria
(MOLINA GUERRA LORRENTE 2013)
As espeacutecies do gecircnero Chlamydia satildeo todas patogecircnicas e suas caracteriacutesticas e
adaptaccedilatildeo intracelular estatildeo relacionadas ao seu poder de patogenicidade Apresentam uma
uacutenica morfologia um ciclo de desenvolvimento exclusivo um antiacutegeno comum paredes
celulares sem aacutecido muracircrmico um genoma pequeno e uma habilidade sinteacutetica bastante
limitada (WHO 1996)
6
A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento
do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses
de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso
a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a
1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)
12 Epidemiologia
Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de
disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem
caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa
sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria
dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)
Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do
contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa
em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta
acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN
et al 2006)
Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores
(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na
conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL
2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas
ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)
Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as
baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia
estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias
precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de
higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta
doenccedila (BAHIA 2013)
Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em
desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para
a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio
norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul
7
da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na
Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)
O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira
continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem
estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS
2007)
Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no
Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e
Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o
mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e
Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente
causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois
estados (BRASIL 2009)
Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi
decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em
impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma
vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua
manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)
De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram
conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos
da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede
puacuteblica estando assim erradicado
Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o
que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia
diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes
(SCHELINNI SOUSA 2012)
Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma
este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas
Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do
tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do
tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute
necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as
8
atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em
crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)
Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em
escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O
Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes
municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram
contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de
22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)
Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi
coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana
Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma
mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda
domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua
inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse
crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que
concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ
PERNAMBUCO 2014)
13 Patogenia
O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem
evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que
possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do
mundo (LOPES 2008)
A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar
e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na
conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)
Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais
graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na
conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior
de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem
levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease
(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL
9
2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira
irreversiacutevel (HU et al 2010)
De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas
sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso
(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma
Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo
havendo transmissatildeo nessas fases
Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo
sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no
olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que
apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante
(BRASIL 2001)
14 Diagnoacutestico
O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um
profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o
tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa
do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com
iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)
De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois
dos sinais cliacutenicos
Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior
Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)
Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)
Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados
Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a
circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado
conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol
(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia
Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo
exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir
requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)
10
Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico
cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo
dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)
15 Profilaxia
Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios
como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)
Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de
massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do
rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos
observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes
(BRASIL 2010)
A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e
infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos
de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o
controle da doenccedila (NELSON et al 1953)
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO 05
11 Etiologia 05
12 Epidemiologia 06
13 Patogenia 08
14 Diagnoacutestico 09
15 Profilaxia 10
2 OBJETIVOS 11
21 Geral 11
22 Especiacuteficos 11
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 12
31 Tipo de estudo 12
32 Aacuterea de estudo 12
33 Populaccedilatildeo estudada 13
34 Fontes de informaccedilatildeo 13
35 Processamento e anaacutelise dos dados 13
36 Consideraccedilotildees eacuteticas 13
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 14
5 CONCLUSAtildeO 19
REFEREcircNCIAS 20
ANEXOS 27
RESUMO
Objetivou-se descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede - V GERES Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014 Foi realizado um
estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo com caraacuteter quantitativo a partir de
levantamento de dados do Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)
durante o periacuteodo de 2010 a 2014 A prevalecircncia total de tracoma nos municiacutepios pesquisados
foi de 3254 a cada 10000 habitantes Foram detectados 569 casos dos quais 9806 foram
de Tracoma Inflamatoacuterio (TFTI) As formas sequelares (TS TTCO) apresentaram uma taxa
de 106 e 088 foram ignorados Houve uma diferenccedila entre a zona urbana e rural 5892
e 4036 respectivamente Quanto ao sexo observou-se um maior percentual de casos nas
mulheres com 5768 dos casos A faixa etaacuteria de 15 a 19 anos registrou a maior taxa da
doenccedila com 5484 dos casos Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se
necessaacuterio um acompanhamento continuado a fim de se obter melhores resultados no que diz
respeito ao seu tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia
epidemioloacutegica do tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e
monitorar os casos da doenccedila A educaccedilatildeo em sauacutede deve ser trabalhada de forma constante
visando sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de
profilaxia dessa infecccedilatildeo
Descritores Tracoma epidemiologia Clamydia trachomatis prevalecircncia
ABSTRACT
This study aimed to describe the prevalence of trachoma in residents in the municipalities of
V Regional Health Management - V GERES Pernambuco in the period 2010 to 2014 It was
performed an epidemiological study of kind retrospective descriptive with quantitative
character from lifting the Notifiable Diseases Information System data (SINAN) during the
period 2010-2014 The overall prevalence of trachoma in the municipalities surveyed was
3254 per 10000 inhabitants 569 cases in which 9806 were inflammatory trachoma (TF
TI) were detected The sequelae forms (TS TT CO) had a rate of 106 and 088 were
ignored There was a difference between urban and rural 5892 and 4036 respectively As
to gender there was a higher percentage of cases in women with 5768 of cases The age
group 15-19 years had the highest rate of the disease in 5484 of cases Because it is a
chronic disease and relapse continued follow-up is necessary in order to obtain best results
with regard to its treatment and control For this it is necessary to strengthen the
epidemiological surveillance of trachoma enabling healthcare professionals to detect treat
and monitor cases of the disease Health education must be worked steadily to sensitize and
mobilize the community to participate actively in this infection prophylaxis process
Keywords Trachoma epidemiology Chlamydia trachomatis prevalence
5
1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO
11 Etiologia
De acordo com Edwards (1996) no seacuteculo XXVII aC na China jaacute se conhecia o
tracoma com definiccedilotildees de tratamento para a doenccedila Existe a teoria que a doenccedila teria
surgido na Aacutesia sendo remota aos povos nocircmades da Mongoacutelia teve as invasotildees como um
fato importante de disseminaccedilatildeo para a China Sibeacuteria e Costa do Mediterracircneo se tornando
abundante na idade meacutedia no mundo Islacircmico e Greacutecia Trazido para Europa com as guerras e
migraccedilotildees o tracoma tornou-se endecircmico e com a colonizaccedilatildeo foi levado para o continente
Americano (MACHARELLI 2010)
As primeiras lesotildees caracterizadas como granulaccedilotildees encontradas nas conjuntivas
teriam recebido o nome de oftalmia granular No Reino Unido as crianccedilas que eram
diagnosticadas com oftalmia ficavam separadas em instituiccedilotildees especiais nessa eacutepoca
surgiram as primeiras suposiccedilotildees sobre a patogenia do tracoma Ateacute entatildeo a doenccedila natildeo era
considerada contagiosa sendo sua origem relacionada a ldquovapores noturnos nocivosrdquo agrave poeira
do solo entre outras teorias (AL-RIFAI 1988)
O tracoma tem como agente etioloacutegico a Chlamydia Trachomatis uma bacteacuteria gram-
negativa com aproximadamente 200 a 300 milimicra classificada como de vida intracelular
obrigatoacuteria Possui atividade metaboacutelica reduzida o que a torna incapaz de produzir energia
proacutepria utilizando-se do ATP da ceacutelula hospedeira (MORIETT 2008)
Essa bacteacuteria parte de uma ordem denominada Chlamydiales da famiacutelia
Chlamydiaceae na qual estaacute inserido um uacutenico gecircnero Chlamydia com trecircs espeacutecies que
podem causar infecccedilatildeo em humanos Chlamydia trachomatis C pneumoniae C psittaci
(WHO 1996)
Jaacute da C trachomatis existem 15 sorotipos diferentes infectantes ao homem destes os
sorotipos A B Ba e C satildeo responsaacuteveis pela infecccedilatildeo do tracoma Eacute possiacutevel reconhecer estes
sorotipos atraveacutes dos antigecircnicos presentes na proteiacutena da membrana externa da bacteacuteria
(MOLINA GUERRA LORRENTE 2013)
As espeacutecies do gecircnero Chlamydia satildeo todas patogecircnicas e suas caracteriacutesticas e
adaptaccedilatildeo intracelular estatildeo relacionadas ao seu poder de patogenicidade Apresentam uma
uacutenica morfologia um ciclo de desenvolvimento exclusivo um antiacutegeno comum paredes
celulares sem aacutecido muracircrmico um genoma pequeno e uma habilidade sinteacutetica bastante
limitada (WHO 1996)
6
A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento
do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses
de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso
a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a
1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)
12 Epidemiologia
Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de
disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem
caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa
sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria
dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)
Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do
contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa
em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta
acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN
et al 2006)
Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores
(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na
conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL
2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas
ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)
Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as
baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia
estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias
precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de
higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta
doenccedila (BAHIA 2013)
Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em
desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para
a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio
norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul
7
da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na
Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)
O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira
continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem
estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS
2007)
Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no
Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e
Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o
mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e
Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente
causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois
estados (BRASIL 2009)
Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi
decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em
impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma
vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua
manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)
De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram
conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos
da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede
puacuteblica estando assim erradicado
Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o
que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia
diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes
(SCHELINNI SOUSA 2012)
Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma
este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas
Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do
tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do
tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute
necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as
8
atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em
crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)
Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em
escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O
Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes
municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram
contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de
22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)
Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi
coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana
Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma
mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda
domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua
inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse
crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que
concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ
PERNAMBUCO 2014)
13 Patogenia
O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem
evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que
possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do
mundo (LOPES 2008)
A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar
e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na
conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)
Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais
graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na
conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior
de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem
levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease
(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL
9
2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira
irreversiacutevel (HU et al 2010)
De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas
sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso
(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma
Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo
havendo transmissatildeo nessas fases
Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo
sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no
olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que
apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante
(BRASIL 2001)
14 Diagnoacutestico
O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um
profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o
tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa
do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com
iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)
De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois
dos sinais cliacutenicos
Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior
Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)
Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)
Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados
Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a
circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado
conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol
(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia
Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo
exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir
requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)
10
Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico
cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo
dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)
15 Profilaxia
Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios
como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)
Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de
massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do
rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos
observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes
(BRASIL 2010)
A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e
infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos
de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o
controle da doenccedila (NELSON et al 1953)
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
RESUMO
Objetivou-se descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede - V GERES Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014 Foi realizado um
estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo com caraacuteter quantitativo a partir de
levantamento de dados do Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)
durante o periacuteodo de 2010 a 2014 A prevalecircncia total de tracoma nos municiacutepios pesquisados
foi de 3254 a cada 10000 habitantes Foram detectados 569 casos dos quais 9806 foram
de Tracoma Inflamatoacuterio (TFTI) As formas sequelares (TS TTCO) apresentaram uma taxa
de 106 e 088 foram ignorados Houve uma diferenccedila entre a zona urbana e rural 5892
e 4036 respectivamente Quanto ao sexo observou-se um maior percentual de casos nas
mulheres com 5768 dos casos A faixa etaacuteria de 15 a 19 anos registrou a maior taxa da
doenccedila com 5484 dos casos Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se
necessaacuterio um acompanhamento continuado a fim de se obter melhores resultados no que diz
respeito ao seu tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia
epidemioloacutegica do tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e
monitorar os casos da doenccedila A educaccedilatildeo em sauacutede deve ser trabalhada de forma constante
visando sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de
profilaxia dessa infecccedilatildeo
Descritores Tracoma epidemiologia Clamydia trachomatis prevalecircncia
ABSTRACT
This study aimed to describe the prevalence of trachoma in residents in the municipalities of
V Regional Health Management - V GERES Pernambuco in the period 2010 to 2014 It was
performed an epidemiological study of kind retrospective descriptive with quantitative
character from lifting the Notifiable Diseases Information System data (SINAN) during the
period 2010-2014 The overall prevalence of trachoma in the municipalities surveyed was
3254 per 10000 inhabitants 569 cases in which 9806 were inflammatory trachoma (TF
TI) were detected The sequelae forms (TS TT CO) had a rate of 106 and 088 were
ignored There was a difference between urban and rural 5892 and 4036 respectively As
to gender there was a higher percentage of cases in women with 5768 of cases The age
group 15-19 years had the highest rate of the disease in 5484 of cases Because it is a
chronic disease and relapse continued follow-up is necessary in order to obtain best results
with regard to its treatment and control For this it is necessary to strengthen the
epidemiological surveillance of trachoma enabling healthcare professionals to detect treat
and monitor cases of the disease Health education must be worked steadily to sensitize and
mobilize the community to participate actively in this infection prophylaxis process
Keywords Trachoma epidemiology Chlamydia trachomatis prevalence
5
1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO
11 Etiologia
De acordo com Edwards (1996) no seacuteculo XXVII aC na China jaacute se conhecia o
tracoma com definiccedilotildees de tratamento para a doenccedila Existe a teoria que a doenccedila teria
surgido na Aacutesia sendo remota aos povos nocircmades da Mongoacutelia teve as invasotildees como um
fato importante de disseminaccedilatildeo para a China Sibeacuteria e Costa do Mediterracircneo se tornando
abundante na idade meacutedia no mundo Islacircmico e Greacutecia Trazido para Europa com as guerras e
migraccedilotildees o tracoma tornou-se endecircmico e com a colonizaccedilatildeo foi levado para o continente
Americano (MACHARELLI 2010)
As primeiras lesotildees caracterizadas como granulaccedilotildees encontradas nas conjuntivas
teriam recebido o nome de oftalmia granular No Reino Unido as crianccedilas que eram
diagnosticadas com oftalmia ficavam separadas em instituiccedilotildees especiais nessa eacutepoca
surgiram as primeiras suposiccedilotildees sobre a patogenia do tracoma Ateacute entatildeo a doenccedila natildeo era
considerada contagiosa sendo sua origem relacionada a ldquovapores noturnos nocivosrdquo agrave poeira
do solo entre outras teorias (AL-RIFAI 1988)
O tracoma tem como agente etioloacutegico a Chlamydia Trachomatis uma bacteacuteria gram-
negativa com aproximadamente 200 a 300 milimicra classificada como de vida intracelular
obrigatoacuteria Possui atividade metaboacutelica reduzida o que a torna incapaz de produzir energia
proacutepria utilizando-se do ATP da ceacutelula hospedeira (MORIETT 2008)
Essa bacteacuteria parte de uma ordem denominada Chlamydiales da famiacutelia
Chlamydiaceae na qual estaacute inserido um uacutenico gecircnero Chlamydia com trecircs espeacutecies que
podem causar infecccedilatildeo em humanos Chlamydia trachomatis C pneumoniae C psittaci
(WHO 1996)
Jaacute da C trachomatis existem 15 sorotipos diferentes infectantes ao homem destes os
sorotipos A B Ba e C satildeo responsaacuteveis pela infecccedilatildeo do tracoma Eacute possiacutevel reconhecer estes
sorotipos atraveacutes dos antigecircnicos presentes na proteiacutena da membrana externa da bacteacuteria
(MOLINA GUERRA LORRENTE 2013)
As espeacutecies do gecircnero Chlamydia satildeo todas patogecircnicas e suas caracteriacutesticas e
adaptaccedilatildeo intracelular estatildeo relacionadas ao seu poder de patogenicidade Apresentam uma
uacutenica morfologia um ciclo de desenvolvimento exclusivo um antiacutegeno comum paredes
celulares sem aacutecido muracircrmico um genoma pequeno e uma habilidade sinteacutetica bastante
limitada (WHO 1996)
6
A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento
do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses
de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso
a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a
1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)
12 Epidemiologia
Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de
disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem
caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa
sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria
dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)
Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do
contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa
em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta
acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN
et al 2006)
Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores
(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na
conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL
2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas
ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)
Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as
baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia
estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias
precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de
higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta
doenccedila (BAHIA 2013)
Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em
desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para
a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio
norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul
7
da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na
Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)
O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira
continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem
estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS
2007)
Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no
Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e
Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o
mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e
Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente
causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois
estados (BRASIL 2009)
Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi
decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em
impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma
vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua
manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)
De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram
conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos
da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede
puacuteblica estando assim erradicado
Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o
que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia
diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes
(SCHELINNI SOUSA 2012)
Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma
este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas
Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do
tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do
tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute
necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as
8
atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em
crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)
Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em
escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O
Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes
municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram
contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de
22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)
Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi
coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana
Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma
mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda
domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua
inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse
crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que
concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ
PERNAMBUCO 2014)
13 Patogenia
O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem
evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que
possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do
mundo (LOPES 2008)
A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar
e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na
conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)
Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais
graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na
conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior
de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem
levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease
(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL
9
2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira
irreversiacutevel (HU et al 2010)
De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas
sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso
(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma
Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo
havendo transmissatildeo nessas fases
Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo
sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no
olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que
apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante
(BRASIL 2001)
14 Diagnoacutestico
O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um
profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o
tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa
do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com
iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)
De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois
dos sinais cliacutenicos
Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior
Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)
Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)
Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados
Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a
circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado
conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol
(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia
Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo
exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir
requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)
10
Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico
cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo
dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)
15 Profilaxia
Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios
como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)
Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de
massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do
rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos
observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes
(BRASIL 2010)
A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e
infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos
de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o
controle da doenccedila (NELSON et al 1953)
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
5
1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO
11 Etiologia
De acordo com Edwards (1996) no seacuteculo XXVII aC na China jaacute se conhecia o
tracoma com definiccedilotildees de tratamento para a doenccedila Existe a teoria que a doenccedila teria
surgido na Aacutesia sendo remota aos povos nocircmades da Mongoacutelia teve as invasotildees como um
fato importante de disseminaccedilatildeo para a China Sibeacuteria e Costa do Mediterracircneo se tornando
abundante na idade meacutedia no mundo Islacircmico e Greacutecia Trazido para Europa com as guerras e
migraccedilotildees o tracoma tornou-se endecircmico e com a colonizaccedilatildeo foi levado para o continente
Americano (MACHARELLI 2010)
As primeiras lesotildees caracterizadas como granulaccedilotildees encontradas nas conjuntivas
teriam recebido o nome de oftalmia granular No Reino Unido as crianccedilas que eram
diagnosticadas com oftalmia ficavam separadas em instituiccedilotildees especiais nessa eacutepoca
surgiram as primeiras suposiccedilotildees sobre a patogenia do tracoma Ateacute entatildeo a doenccedila natildeo era
considerada contagiosa sendo sua origem relacionada a ldquovapores noturnos nocivosrdquo agrave poeira
do solo entre outras teorias (AL-RIFAI 1988)
O tracoma tem como agente etioloacutegico a Chlamydia Trachomatis uma bacteacuteria gram-
negativa com aproximadamente 200 a 300 milimicra classificada como de vida intracelular
obrigatoacuteria Possui atividade metaboacutelica reduzida o que a torna incapaz de produzir energia
proacutepria utilizando-se do ATP da ceacutelula hospedeira (MORIETT 2008)
Essa bacteacuteria parte de uma ordem denominada Chlamydiales da famiacutelia
Chlamydiaceae na qual estaacute inserido um uacutenico gecircnero Chlamydia com trecircs espeacutecies que
podem causar infecccedilatildeo em humanos Chlamydia trachomatis C pneumoniae C psittaci
(WHO 1996)
Jaacute da C trachomatis existem 15 sorotipos diferentes infectantes ao homem destes os
sorotipos A B Ba e C satildeo responsaacuteveis pela infecccedilatildeo do tracoma Eacute possiacutevel reconhecer estes
sorotipos atraveacutes dos antigecircnicos presentes na proteiacutena da membrana externa da bacteacuteria
(MOLINA GUERRA LORRENTE 2013)
As espeacutecies do gecircnero Chlamydia satildeo todas patogecircnicas e suas caracteriacutesticas e
adaptaccedilatildeo intracelular estatildeo relacionadas ao seu poder de patogenicidade Apresentam uma
uacutenica morfologia um ciclo de desenvolvimento exclusivo um antiacutegeno comum paredes
celulares sem aacutecido muracircrmico um genoma pequeno e uma habilidade sinteacutetica bastante
limitada (WHO 1996)
6
A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento
do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses
de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso
a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a
1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)
12 Epidemiologia
Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de
disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem
caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa
sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria
dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)
Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do
contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa
em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta
acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN
et al 2006)
Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores
(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na
conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL
2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas
ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)
Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as
baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia
estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias
precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de
higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta
doenccedila (BAHIA 2013)
Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em
desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para
a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio
norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul
7
da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na
Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)
O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira
continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem
estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS
2007)
Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no
Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e
Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o
mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e
Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente
causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois
estados (BRASIL 2009)
Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi
decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em
impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma
vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua
manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)
De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram
conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos
da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede
puacuteblica estando assim erradicado
Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o
que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia
diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes
(SCHELINNI SOUSA 2012)
Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma
este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas
Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do
tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do
tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute
necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as
8
atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em
crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)
Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em
escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O
Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes
municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram
contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de
22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)
Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi
coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana
Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma
mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda
domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua
inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse
crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que
concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ
PERNAMBUCO 2014)
13 Patogenia
O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem
evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que
possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do
mundo (LOPES 2008)
A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar
e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na
conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)
Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais
graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na
conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior
de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem
levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease
(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL
9
2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira
irreversiacutevel (HU et al 2010)
De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas
sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso
(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma
Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo
havendo transmissatildeo nessas fases
Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo
sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no
olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que
apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante
(BRASIL 2001)
14 Diagnoacutestico
O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um
profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o
tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa
do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com
iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)
De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois
dos sinais cliacutenicos
Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior
Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)
Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)
Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados
Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a
circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado
conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol
(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia
Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo
exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir
requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)
10
Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico
cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo
dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)
15 Profilaxia
Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios
como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)
Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de
massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do
rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos
observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes
(BRASIL 2010)
A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e
infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos
de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o
controle da doenccedila (NELSON et al 1953)
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
6
A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento
do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses
de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso
a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a
1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)
12 Epidemiologia
Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de
disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem
caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa
sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria
dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)
Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do
contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa
em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta
acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN
et al 2006)
Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores
(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na
conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL
2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas
ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)
Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as
baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia
estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias
precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de
higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta
doenccedila (BAHIA 2013)
Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em
desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para
a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio
norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul
7
da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na
Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)
O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira
continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem
estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS
2007)
Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no
Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e
Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o
mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e
Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente
causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois
estados (BRASIL 2009)
Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi
decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em
impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma
vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua
manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)
De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram
conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos
da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede
puacuteblica estando assim erradicado
Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o
que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia
diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes
(SCHELINNI SOUSA 2012)
Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma
este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas
Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do
tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do
tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute
necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as
8
atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em
crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)
Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em
escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O
Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes
municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram
contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de
22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)
Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi
coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana
Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma
mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda
domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua
inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse
crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que
concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ
PERNAMBUCO 2014)
13 Patogenia
O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem
evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que
possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do
mundo (LOPES 2008)
A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar
e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na
conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)
Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais
graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na
conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior
de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem
levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease
(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL
9
2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira
irreversiacutevel (HU et al 2010)
De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas
sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso
(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma
Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo
havendo transmissatildeo nessas fases
Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo
sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no
olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que
apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante
(BRASIL 2001)
14 Diagnoacutestico
O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um
profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o
tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa
do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com
iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)
De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois
dos sinais cliacutenicos
Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior
Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)
Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)
Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados
Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a
circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado
conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol
(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia
Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo
exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir
requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)
10
Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico
cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo
dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)
15 Profilaxia
Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios
como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)
Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de
massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do
rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos
observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes
(BRASIL 2010)
A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e
infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos
de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o
controle da doenccedila (NELSON et al 1953)
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
7
da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na
Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)
O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira
continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem
estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS
2007)
Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no
Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e
Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o
mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e
Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente
causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois
estados (BRASIL 2009)
Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi
decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em
impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma
vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua
manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)
De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram
conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos
da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede
puacuteblica estando assim erradicado
Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o
que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia
diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes
(SCHELINNI SOUSA 2012)
Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma
este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas
Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do
tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do
tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute
necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as
8
atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em
crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)
Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em
escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O
Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes
municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram
contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de
22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)
Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi
coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana
Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma
mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda
domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua
inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse
crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que
concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ
PERNAMBUCO 2014)
13 Patogenia
O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem
evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que
possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do
mundo (LOPES 2008)
A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar
e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na
conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)
Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais
graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na
conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior
de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem
levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease
(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL
9
2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira
irreversiacutevel (HU et al 2010)
De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas
sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso
(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma
Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo
havendo transmissatildeo nessas fases
Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo
sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no
olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que
apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante
(BRASIL 2001)
14 Diagnoacutestico
O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um
profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o
tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa
do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com
iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)
De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois
dos sinais cliacutenicos
Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior
Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)
Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)
Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados
Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a
circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado
conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol
(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia
Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo
exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir
requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)
10
Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico
cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo
dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)
15 Profilaxia
Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios
como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)
Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de
massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do
rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos
observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes
(BRASIL 2010)
A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e
infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos
de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o
controle da doenccedila (NELSON et al 1953)
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
8
atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em
crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)
Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em
escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O
Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes
municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram
contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de
22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)
Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi
coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana
Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma
mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda
domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua
inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse
crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que
concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ
PERNAMBUCO 2014)
13 Patogenia
O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem
evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que
possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do
mundo (LOPES 2008)
A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar
e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na
conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)
Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais
graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na
conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior
de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem
levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease
(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL
9
2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira
irreversiacutevel (HU et al 2010)
De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas
sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso
(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma
Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo
havendo transmissatildeo nessas fases
Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo
sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no
olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que
apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante
(BRASIL 2001)
14 Diagnoacutestico
O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um
profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o
tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa
do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com
iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)
De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois
dos sinais cliacutenicos
Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior
Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)
Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)
Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados
Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a
circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado
conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol
(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia
Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo
exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir
requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)
10
Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico
cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo
dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)
15 Profilaxia
Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios
como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)
Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de
massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do
rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos
observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes
(BRASIL 2010)
A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e
infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos
de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o
controle da doenccedila (NELSON et al 1953)
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
9
2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira
irreversiacutevel (HU et al 2010)
De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas
sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso
(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma
Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo
havendo transmissatildeo nessas fases
Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo
sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no
olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que
apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante
(BRASIL 2001)
14 Diagnoacutestico
O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um
profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o
tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa
do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com
iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)
De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois
dos sinais cliacutenicos
Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior
Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)
Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)
Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados
Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a
circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado
conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol
(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia
Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo
exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir
requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)
10
Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico
cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo
dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)
15 Profilaxia
Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios
como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)
Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de
massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do
rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos
observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes
(BRASIL 2010)
A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e
infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos
de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o
controle da doenccedila (NELSON et al 1953)
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
10
Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico
cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo
dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)
15 Profilaxia
Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios
como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)
Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de
massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do
rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos
observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes
(BRASIL 2010)
A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e
infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos
de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o
controle da doenccedila (NELSON et al 1953)
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
11
2 OBJETIVOS
21 Geral
Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia
Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014
22 Especiacuteficos
Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio
Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona
faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
12
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Tipo de estudo
Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo
(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de
dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014
32 Aacuterea de estudo
O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a
qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes
Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do
Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede
localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21
municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e
densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)
Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e
municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede
Fonte Pernambuco (2011)
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
13
33 Populaccedilatildeo estudada
A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V
GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014
analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e
forma cliacutenica da doenccedila
34 Fontes de informaccedilatildeo
Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas
(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as
seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da
doenccedila
35 Processamento e anaacutelise dos dados
Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados
com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os
programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso
foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano
Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da
prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas
36 Consideraccedilotildees eacuteticas
O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram
obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa
tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas
Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados
utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo
dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
14
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos
realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi
possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos
inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014
Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular
multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram
inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes
Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia
no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
Prevalecircncia por 10000 habitantes
2011 2012 2013 2014
N Prev N Prev N Prev N Prev
Caeteacutes - - - - 1 037 - -
Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -
Iati - - - - - - 3 162
Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -
Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97
Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -
Paranatama - - 52 4684 - - - -
Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -
Total
124 295 126 15
3254
Fonte SINAN V GERES 2015
Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada
10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta
prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000
habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada
10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados
mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a
dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
15
Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82
(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares
929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute
maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns
municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo
realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas
podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e
sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio
Formas cliacutenicas
TF TI TS TT CO
N N N N N
Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -
Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -
Iati 3 054 - - - - - - - -
Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -
Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -
Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000
Paranatama 52 935 - - - - - - - -
Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -
Total
556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000
569
Fonte SINAN V GERES 2015
Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um
nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode
desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL
2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)
035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)
018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)
O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem
como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
16
maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de
identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e
tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos
inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos
Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um
caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi
possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria
Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de
2011 a 2014
Municiacutepio Urbana Rural
N N
Caeteacutes 1 030 - -
Canhotinho 51 1545 57 2522
Iati 0 - 3 133
Itaiacuteba 0 - 37 1637
Lagoa do Ouro 12 364 - -
Lajedo 151 4576 50 2212
Paranatama 18 545 33 1460
Saloaacute 97 2940 46 2036
Total
330 5892 226 4036
556
Fonte SINAN V GERES 2015
Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona
urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na
zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)
casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)
casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas
aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de
Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)
Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo
em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de
realizaccedilatildeo do inqueacuterito
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
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24
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Acesso em 16 set 2015
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Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
Acesso em 20 set 2015
27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
17
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V
GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio Masculino Feminino
N N
Caeteacutes 1 042 - -
Canhotinho 39 1646 70 2167
Iati 1 042 2 062
Itaiacuteba 14 591 23 712
Lagoa do Ouro 3 126 9 279
Lajedo 73 3080 130 4025
Paranatama 24 1013 28 867
Saloaacute 82 3460 61 1888
Total
237 4232
323 5768
560 Fonte SINAN V GERES 2015
A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo
masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a
afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais
vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco
Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da
populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014
Municiacutepio
1 a 4
anos
5 a 9
anos
10 a 14
anos
15 a 19
anos
20 a 39
Anos
40 a 79
anos
N N N N N N
Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -
Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727
Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91
Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454
Lagoa do
Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -
Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -
Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -
Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91
Total
31 232 241 31 14 11
560
Fonte SINAN V GERES 2015
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
REFEREcircNCIAS
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Dordrecht v 12 n 1 p 9 - 14 1988
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21
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Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdoencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolsopdfgt
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Disponiacutevel em
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Acesso em 17 nov 2015
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Disponiacutevel em
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225 abrjun 2013
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Acesso em 24 set 2015
ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro
MedBook 2013
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SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L
CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da
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SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A
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SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira
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SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H
PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em
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Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996
(WHOPBL9656)
Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
Acesso em 20 set 2015
27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
18
Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o
maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo
tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e
3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484
respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um
percentual de 5454
De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1
a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais
acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve
dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses
resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de
formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos
diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a
importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da
cadeia de transmissatildeo
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
REFEREcircNCIAS
AL ndash RIFAI K M J Trachoma through history International Ophthalmolology
Dordrecht v 12 n 1 p 9 - 14 1988
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Sauacutede volume uacutenico 812 p Brasiacutelia 2014
Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrarquivosguia_vigilancia_saude_completopdfgt
Acesso em 21 jan 2016
BAHIA Secretaria de Sauacutede Boletim Epidemioloacutegico Situaccedilatildeo Epidemioloacutegica do
tracoma Bahia n1 2013
Disponiacutevel em
lthttpwwwsuvisabagovbrsitesdefaultfilesBoletim20EpidemiolC3B3gico20Tra
coma20201320_(1_)pdfgt
Acesso em 20 jan 2016
22
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logia 1997 56(7)515-21
DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y
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de escolares em Alagoas Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 72 n 3 p 355 ndash 359
Satildeo Paulo 2009
DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e
perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede
Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013
EDWARDS D D Microbiology of the eye and ophthalmia In Albert DM Edwards DD
editors History of ophthalmology Blackwell Science v 1 p147-164 London 1996
FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de
risco em Pernambuco e Tocantins Pernambuco 2014
Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-
areas-de-risco-em-pernambuco-e-tocantinsgt
Acesso em 23 jan 2016
HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J
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23
LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo
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MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J
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conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de
Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009
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fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na
priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual
Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010
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comapdfgt
Acesso em 24 set 2015
ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro
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25
SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L
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PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em
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(WHOPBL9656)
Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
Acesso em 20 set 2015
27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
19
5 CONCLUSAtildeO
Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica
presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo
descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um
acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu
tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do
tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da
doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de
Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das
populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees
sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando
sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia
dessa infecccedilatildeo
20
REFEREcircNCIAS
AL ndash RIFAI K M J Trachoma through history International Ophthalmolology
Dordrecht v 12 n 1 p 9 - 14 1988
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Acesso em 16 set 2015
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Brasiacutelia 2002
Disponiacutevel em lthttppesquisabvsbrbrasilresourceptses-15537gt
Acesso em 18 jan 2016
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Baacutesica Vigilacircncia em Sauacutede Dengue Esquistossomose Hanseniacutease Malaacuteria Tracoma e
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Manuais Teacutecnicos) Brasiacutelia 2008
Disponiacutevel em lthttp18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad21pdfgt
Acesso em 19 out 2015
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Vigilacircncia Epidemioloacutegica Guia de vigilacircncia epidemioloacutegica ndash 7 ed 816 p ndash
Brasiacutelia2009
Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesguia_vigilancia_epidemiologica_7edpdfgt
Acesso em 19 nov 2015
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso 8 ed rev
Brasiacutelia 2010
Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdoencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolsopdfgt
Acesso em 20 jan 2016
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema nacional de
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Acesso em 17 nov 2015
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Vigilacircncia das Doenccedilas Transmissiacuteveis Manual de vigilacircncia do tracoma e sua eliminaccedilatildeo
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Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_vigilancia_tracoma_eliminacao_cegueira
pdfgt Acesso em 04 set 2015
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BAHIA Secretaria de Sauacutede Boletim Epidemioloacutegico Situaccedilatildeo Epidemioloacutegica do
tracoma Bahia n1 2013
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Acesso em 20 jan 2016
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Acesso em 23 jan 2016
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225 abrjun 2013
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NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo
Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos
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Acesso em 02 fev 2016
PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede
Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013
Disponiacutevel em
lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra
comapdfgt
Acesso em 24 set 2015
ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro
MedBook 2013
25
SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L
CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da
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Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996
(WHOPBL9656)
Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
Acesso em 20 set 2015
27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
20
REFEREcircNCIAS
AL ndash RIFAI K M J Trachoma through history International Ophthalmolology
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Inqueacuterito Epidemioloacutegico Nacional de Tracoma em Escolares Manual de Procedimentos
Brasiacutelia 2002
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Acesso em 19 out 2015
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Vigilacircncia Epidemioloacutegica Guia de vigilacircncia epidemioloacutegica ndash 7 ed 816 p ndash
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Acesso em 19 nov 2015
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Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso 8 ed rev
Brasiacutelia 2010
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Acesso em 20 jan 2016
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Acesso em 17 nov 2015
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Vigilacircncia das Doenccedilas Transmissiacuteveis Manual de vigilacircncia do tracoma e sua eliminaccedilatildeo
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pdfgt Acesso em 04 set 2015
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Sauacutede volume uacutenico 812 p Brasiacutelia 2014
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Acesso em 21 jan 2016
BAHIA Secretaria de Sauacutede Boletim Epidemioloacutegico Situaccedilatildeo Epidemioloacutegica do
tracoma Bahia n1 2013
Disponiacutevel em
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coma20201320_(1_)pdfgt
Acesso em 20 jan 2016
22
CHINEN N H PENTEADO S AF ARMOND JD E AN C M D Drsquo AMARAL R
K K ROSA S J MORIMOTO WT M MEDINA N H Aspectos epidemioloacutegicos e
operacionais da vigilacircncia e controle do tracoma em escola no Municiacutepio de Satildeo Paulo
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COUTO JUacuteNIOR A S SCARPI M J GUIDUGLI T Prevalecircncia de tracoma em preacute-
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DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y
SANTOS M J SANTOS A M C DANTAS P E C Tracoma Estudo epidemioloacutegico
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Satildeo Paulo 2009
DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e
perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede
Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013
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FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de
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Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-
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Acesso em 23 jan 2016
HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J
MABEY D C W Epidemiology and control of trachoma systematic review Tropical
Medicine and International Health v15 n 6 p 637-691 2010
23
LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede
coletiva Salvador 2008
LOPES M FC et al Prevalecircncia de tracoma entre escolares brasileiros Revista Sauacutede
Puacuteblica v 47 n 3 p 451-459 2013
MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J
Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com
conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de
Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009
MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino
fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na
priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual
Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010
MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude
of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5
p 563-568 2008
MEDINA N H GENTIL R M GRACcedilA M SUZUKI C K MELLES H H B Anaacutelise
de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede
Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996
MEDINA NH Tracoma no Estado de Satildeo Paulo Bol Epidemioloacutegico Paulista (BEPA) v 1
n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004
MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las
Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-
225 abrjun 2013
24
MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo
sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica
Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953
NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo
Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos
Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas
tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais
negligenciadas 2010
Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt
Acesso em 16 set 2015
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic
and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press
2007
Disponiacutevel em
lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt
Acesso em 02 fev 2016
PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede
Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013
Disponiacutevel em
lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra
comapdfgt
Acesso em 24 set 2015
ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro
MedBook 2013
25
SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L
CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da
Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015
SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A
Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil
Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174
SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira
Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204
SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H
PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em
escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4
p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010
TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book
reviews v 48 p 845 2009
THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications
Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987
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Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003
Disponiacutevel em
lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt
Acesso em 17 set 2015
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of
Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256
Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt
Acesso em 05 fev 2016
26
WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future
Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996
(WHOPBL9656)
Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
Acesso em 20 set 2015
27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
21
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso 8 ed rev
Brasiacutelia 2010
Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdoencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolsopdfgt
Acesso em 20 jan 2016
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema nacional de
vigilacircncia em sauacutede relatoacuterio de situaccedilatildeo Pernambuco ndash 5 ed 36 p ndash Brasiacutelia 2011
Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoessistema_nacional_vigilancia_saude_pe_5edpdfgt
Acesso em 17 nov 2015
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Vigilacircncia das Doenccedilas Transmissiacuteveis Manual de vigilacircncia do tracoma e sua eliminaccedilatildeo
como causa de cegueira 2 ed 52 p ndash Brasiacutelia 2014
Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_vigilancia_tracoma_eliminacao_cegueira
pdfgt Acesso em 04 set 2015
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Guia de Vigilacircncia em
Sauacutede volume uacutenico 812 p Brasiacutelia 2014
Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrarquivosguia_vigilancia_saude_completopdfgt
Acesso em 21 jan 2016
BAHIA Secretaria de Sauacutede Boletim Epidemioloacutegico Situaccedilatildeo Epidemioloacutegica do
tracoma Bahia n1 2013
Disponiacutevel em
lthttpwwwsuvisabagovbrsitesdefaultfilesBoletim20EpidemiolC3B3gico20Tra
coma20201320_(1_)pdfgt
Acesso em 20 jan 2016
22
CHINEN N H PENTEADO S AF ARMOND JD E AN C M D Drsquo AMARAL R
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COUTO JUacuteNIOR A S SCARPI M J GUIDUGLI T Prevalecircncia de tracoma em preacute-
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DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y
SANTOS M J SANTOS A M C DANTAS P E C Tracoma Estudo epidemioloacutegico
de escolares em Alagoas Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 72 n 3 p 355 ndash 359
Satildeo Paulo 2009
DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e
perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede
Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013
EDWARDS D D Microbiology of the eye and ophthalmia In Albert DM Edwards DD
editors History of ophthalmology Blackwell Science v 1 p147-164 London 1996
FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de
risco em Pernambuco e Tocantins Pernambuco 2014
Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-
areas-de-risco-em-pernambuco-e-tocantinsgt
Acesso em 23 jan 2016
HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J
MABEY D C W Epidemiology and control of trachoma systematic review Tropical
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23
LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo
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coletiva Salvador 2008
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Puacuteblica v 47 n 3 p 451-459 2013
MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J
Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com
conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de
Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009
MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino
fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na
priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual
Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010
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p 563-568 2008
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Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996
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n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004
MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las
Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-
225 abrjun 2013
24
MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo
sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica
Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953
NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo
Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos
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ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas
tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais
negligenciadas 2010
Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt
Acesso em 16 set 2015
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic
and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press
2007
Disponiacutevel em
lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt
Acesso em 02 fev 2016
PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede
Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013
Disponiacutevel em
lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra
comapdfgt
Acesso em 24 set 2015
ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro
MedBook 2013
25
SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L
CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da
Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015
SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A
Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil
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SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira
Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204
SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H
PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em
escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4
p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010
TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book
reviews v 48 p 845 2009
THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications
Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987
WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on
Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003
Disponiacutevel em
lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt
Acesso em 17 set 2015
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of
Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256
Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt
Acesso em 05 fev 2016
26
WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future
Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996
(WHOPBL9656)
Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
Acesso em 20 set 2015
27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
22
CHINEN N H PENTEADO S AF ARMOND JD E AN C M D Drsquo AMARAL R
K K ROSA S J MORIMOTO WT M MEDINA N H Aspectos epidemioloacutegicos e
operacionais da vigilacircncia e controle do tracoma em escola no Municiacutepio de Satildeo Paulo
Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 15 n 2 p 69 -75 Brasiacutelia 2006
COUTO JUacuteNIOR A S SCARPI M J GUIDUGLI T Prevalecircncia de tracoma em preacute-
escolares e escolares no Municiacutepio de Duque de Caxias - RJ Revista Brasileira de Oftalmo-
logia 1997 56(7)515-21
DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y
SANTOS M J SANTOS A M C DANTAS P E C Tracoma Estudo epidemioloacutegico
de escolares em Alagoas Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 72 n 3 p 355 ndash 359
Satildeo Paulo 2009
DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e
perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede
Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013
EDWARDS D D Microbiology of the eye and ophthalmia In Albert DM Edwards DD
editors History of ophthalmology Blackwell Science v 1 p147-164 London 1996
FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de
risco em Pernambuco e Tocantins Pernambuco 2014
Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-
areas-de-risco-em-pernambuco-e-tocantinsgt
Acesso em 23 jan 2016
HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J
MABEY D C W Epidemiology and control of trachoma systematic review Tropical
Medicine and International Health v15 n 6 p 637-691 2010
23
LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede
coletiva Salvador 2008
LOPES M FC et al Prevalecircncia de tracoma entre escolares brasileiros Revista Sauacutede
Puacuteblica v 47 n 3 p 451-459 2013
MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J
Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com
conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de
Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009
MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino
fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na
priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual
Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010
MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude
of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5
p 563-568 2008
MEDINA N H GENTIL R M GRACcedilA M SUZUKI C K MELLES H H B Anaacutelise
de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede
Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996
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n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004
MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las
Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-
225 abrjun 2013
24
MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo
sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica
Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953
NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo
Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos
Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas
tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais
negligenciadas 2010
Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt
Acesso em 16 set 2015
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic
and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press
2007
Disponiacutevel em
lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt
Acesso em 02 fev 2016
PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede
Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013
Disponiacutevel em
lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra
comapdfgt
Acesso em 24 set 2015
ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro
MedBook 2013
25
SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L
CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da
Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015
SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A
Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil
Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174
SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira
Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204
SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H
PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em
escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4
p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010
TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book
reviews v 48 p 845 2009
THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications
Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987
WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on
Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003
Disponiacutevel em
lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt
Acesso em 17 set 2015
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of
Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256
Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt
Acesso em 05 fev 2016
26
WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future
Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996
(WHOPBL9656)
Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
Acesso em 20 set 2015
27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
23
LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede
coletiva Salvador 2008
LOPES M FC et al Prevalecircncia de tracoma entre escolares brasileiros Revista Sauacutede
Puacuteblica v 47 n 3 p 451-459 2013
MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J
Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com
conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de
Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009
MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino
fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na
priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual
Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010
MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude
of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5
p 563-568 2008
MEDINA N H GENTIL R M GRACcedilA M SUZUKI C K MELLES H H B Anaacutelise
de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede
Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996
MEDINA NH Tracoma no Estado de Satildeo Paulo Bol Epidemioloacutegico Paulista (BEPA) v 1
n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004
MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las
Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-
225 abrjun 2013
24
MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo
sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica
Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953
NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo
Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos
Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas
tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais
negligenciadas 2010
Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt
Acesso em 16 set 2015
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic
and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press
2007
Disponiacutevel em
lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt
Acesso em 02 fev 2016
PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede
Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013
Disponiacutevel em
lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra
comapdfgt
Acesso em 24 set 2015
ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro
MedBook 2013
25
SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L
CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da
Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015
SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A
Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil
Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174
SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira
Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204
SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H
PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em
escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4
p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010
TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book
reviews v 48 p 845 2009
THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications
Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987
WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on
Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003
Disponiacutevel em
lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt
Acesso em 17 set 2015
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of
Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256
Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt
Acesso em 05 fev 2016
26
WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future
Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996
(WHOPBL9656)
Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
Acesso em 20 set 2015
27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
24
MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo
sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica
Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953
NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo
Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos
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ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas
tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais
negligenciadas 2010
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Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996
(WHOPBL9656)
Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
Acesso em 20 set 2015
27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
25
SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L
CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da
Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015
SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A
Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil
Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174
SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira
Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204
SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H
PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em
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Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003
Disponiacutevel em
lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt
Acesso em 17 set 2015
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of
Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256
Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt
Acesso em 05 fev 2016
26
WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future
Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996
(WHOPBL9656)
Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
Acesso em 20 set 2015
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ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
26
WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future
Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996
(WHOPBL9656)
Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt
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27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
27
ANEXOS
ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
28
ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia
29
Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia