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ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE COLETIVA COM ÊNFASE EM GESTÃO DE REDES DE ATENÇÃO A SAÚDE - PRMSC- REDES/ESPPE/UPE JOSEFA MÁRCIA DA SILVA BEZERRA PREVALÊNCIA DE TRACOMA NOS MUNICÍPIOS DA V GERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, NO PERÍODO DE 2010 A 2014 GARANHUNS, PE 2015

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ESCOLA DE SAUacuteDE PUacuteBLICA DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE RESIDEcircNCIA MULTIPROFISSIONAL DE SAUacuteDE

COLETIVA COM EcircNFASE EM GESTAtildeO DE REDES DE ATENCcedilAtildeO A

SAUacuteDE - PRMSC- REDESESPPEUPE

JOSEFA MAacuteRCIA DA SILVA BEZERRA

PREVALEcircNCIA DE TRACOMA NOS MUNICIacutePIOS DA

V GEREcircNCIA REGIONAL DE SAUacuteDE DE PERNAMBUCO

NO PERIacuteODO DE 2010 A 2014

GARANHUNS PE

2015

JOSEFA MAacuteRCIA DA SILVA BEZERRA

PREVALEcircNCIA DE TRACOMA NOS MUNICIacutePIOS DA

V GEREcircNCIA REGIONAL DE SAUacuteDE DE PERNAMBUCO

NO PERIacuteODO DE 2010 A 2014

Trabalho de conclusatildeo de curso com o objetivo de

obter o tiacutetulo de Especialista em Residecircncia

Multiprofissional de Sauacutede Coletiva com ecircnfase

em Gestatildeo de Redes de Atenccedilatildeo a Sauacutede para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Sanitarista

Orientadora Gesika Maria da Silva

GARANHUNS PE

2015

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO 05

11 Etiologia 05

12 Epidemiologia 06

13 Patogenia 08

14 Diagnoacutestico 09

15 Profilaxia 10

2 OBJETIVOS 11

21 Geral 11

22 Especiacuteficos 11

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 12

31 Tipo de estudo 12

32 Aacuterea de estudo 12

33 Populaccedilatildeo estudada 13

34 Fontes de informaccedilatildeo 13

35 Processamento e anaacutelise dos dados 13

36 Consideraccedilotildees eacuteticas 13

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 14

5 CONCLUSAtildeO 19

REFEREcircNCIAS 20

ANEXOS 27

RESUMO

Objetivou-se descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede - V GERES Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014 Foi realizado um

estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo com caraacuteter quantitativo a partir de

levantamento de dados do Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)

durante o periacuteodo de 2010 a 2014 A prevalecircncia total de tracoma nos municiacutepios pesquisados

foi de 3254 a cada 10000 habitantes Foram detectados 569 casos dos quais 9806 foram

de Tracoma Inflamatoacuterio (TFTI) As formas sequelares (TS TTCO) apresentaram uma taxa

de 106 e 088 foram ignorados Houve uma diferenccedila entre a zona urbana e rural 5892

e 4036 respectivamente Quanto ao sexo observou-se um maior percentual de casos nas

mulheres com 5768 dos casos A faixa etaacuteria de 15 a 19 anos registrou a maior taxa da

doenccedila com 5484 dos casos Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se

necessaacuterio um acompanhamento continuado a fim de se obter melhores resultados no que diz

respeito ao seu tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia

epidemioloacutegica do tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e

monitorar os casos da doenccedila A educaccedilatildeo em sauacutede deve ser trabalhada de forma constante

visando sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de

profilaxia dessa infecccedilatildeo

Descritores Tracoma epidemiologia Clamydia trachomatis prevalecircncia

ABSTRACT

This study aimed to describe the prevalence of trachoma in residents in the municipalities of

V Regional Health Management - V GERES Pernambuco in the period 2010 to 2014 It was

performed an epidemiological study of kind retrospective descriptive with quantitative

character from lifting the Notifiable Diseases Information System data (SINAN) during the

period 2010-2014 The overall prevalence of trachoma in the municipalities surveyed was

3254 per 10000 inhabitants 569 cases in which 9806 were inflammatory trachoma (TF

TI) were detected The sequelae forms (TS TT CO) had a rate of 106 and 088 were

ignored There was a difference between urban and rural 5892 and 4036 respectively As

to gender there was a higher percentage of cases in women with 5768 of cases The age

group 15-19 years had the highest rate of the disease in 5484 of cases Because it is a

chronic disease and relapse continued follow-up is necessary in order to obtain best results

with regard to its treatment and control For this it is necessary to strengthen the

epidemiological surveillance of trachoma enabling healthcare professionals to detect treat

and monitor cases of the disease Health education must be worked steadily to sensitize and

mobilize the community to participate actively in this infection prophylaxis process

Keywords Trachoma epidemiology Chlamydia trachomatis prevalence

5

1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO

11 Etiologia

De acordo com Edwards (1996) no seacuteculo XXVII aC na China jaacute se conhecia o

tracoma com definiccedilotildees de tratamento para a doenccedila Existe a teoria que a doenccedila teria

surgido na Aacutesia sendo remota aos povos nocircmades da Mongoacutelia teve as invasotildees como um

fato importante de disseminaccedilatildeo para a China Sibeacuteria e Costa do Mediterracircneo se tornando

abundante na idade meacutedia no mundo Islacircmico e Greacutecia Trazido para Europa com as guerras e

migraccedilotildees o tracoma tornou-se endecircmico e com a colonizaccedilatildeo foi levado para o continente

Americano (MACHARELLI 2010)

As primeiras lesotildees caracterizadas como granulaccedilotildees encontradas nas conjuntivas

teriam recebido o nome de oftalmia granular No Reino Unido as crianccedilas que eram

diagnosticadas com oftalmia ficavam separadas em instituiccedilotildees especiais nessa eacutepoca

surgiram as primeiras suposiccedilotildees sobre a patogenia do tracoma Ateacute entatildeo a doenccedila natildeo era

considerada contagiosa sendo sua origem relacionada a ldquovapores noturnos nocivosrdquo agrave poeira

do solo entre outras teorias (AL-RIFAI 1988)

O tracoma tem como agente etioloacutegico a Chlamydia Trachomatis uma bacteacuteria gram-

negativa com aproximadamente 200 a 300 milimicra classificada como de vida intracelular

obrigatoacuteria Possui atividade metaboacutelica reduzida o que a torna incapaz de produzir energia

proacutepria utilizando-se do ATP da ceacutelula hospedeira (MORIETT 2008)

Essa bacteacuteria parte de uma ordem denominada Chlamydiales da famiacutelia

Chlamydiaceae na qual estaacute inserido um uacutenico gecircnero Chlamydia com trecircs espeacutecies que

podem causar infecccedilatildeo em humanos Chlamydia trachomatis C pneumoniae C psittaci

(WHO 1996)

Jaacute da C trachomatis existem 15 sorotipos diferentes infectantes ao homem destes os

sorotipos A B Ba e C satildeo responsaacuteveis pela infecccedilatildeo do tracoma Eacute possiacutevel reconhecer estes

sorotipos atraveacutes dos antigecircnicos presentes na proteiacutena da membrana externa da bacteacuteria

(MOLINA GUERRA LORRENTE 2013)

As espeacutecies do gecircnero Chlamydia satildeo todas patogecircnicas e suas caracteriacutesticas e

adaptaccedilatildeo intracelular estatildeo relacionadas ao seu poder de patogenicidade Apresentam uma

uacutenica morfologia um ciclo de desenvolvimento exclusivo um antiacutegeno comum paredes

celulares sem aacutecido muracircrmico um genoma pequeno e uma habilidade sinteacutetica bastante

limitada (WHO 1996)

6

A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento

do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses

de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso

a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a

1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)

12 Epidemiologia

Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de

disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem

caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa

sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria

dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)

Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do

contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa

em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta

acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN

et al 2006)

Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores

(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na

conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL

2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas

ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)

Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as

baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia

estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias

precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de

higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta

doenccedila (BAHIA 2013)

Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em

desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para

a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio

norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul

7

da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na

Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)

O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira

continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem

estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS

2007)

Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no

Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e

Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o

mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e

Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente

causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois

estados (BRASIL 2009)

Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi

decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em

impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma

vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua

manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)

De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram

conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos

da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede

puacuteblica estando assim erradicado

Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o

que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia

diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes

(SCHELINNI SOUSA 2012)

Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma

este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas

Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do

tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do

tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute

necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as

8

atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em

crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)

Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em

escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O

Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes

municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram

contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de

22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)

Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi

coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana

Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma

mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda

domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua

inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse

crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que

concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ

PERNAMBUCO 2014)

13 Patogenia

O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem

evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que

possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do

mundo (LOPES 2008)

A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar

e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na

conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)

Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais

graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na

conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior

de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem

levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease

(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL

9

2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira

irreversiacutevel (HU et al 2010)

De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas

sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso

(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma

Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo

havendo transmissatildeo nessas fases

Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo

sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no

olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que

apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante

(BRASIL 2001)

14 Diagnoacutestico

O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um

profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o

tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa

do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com

iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)

De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois

dos sinais cliacutenicos

Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior

Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)

Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)

Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados

Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a

circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado

conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol

(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia

Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo

exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir

requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)

10

Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico

cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo

dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)

15 Profilaxia

Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios

como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)

Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de

massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do

rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos

observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes

(BRASIL 2010)

A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e

infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos

de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o

controle da doenccedila (NELSON et al 1953)

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 2: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

JOSEFA MAacuteRCIA DA SILVA BEZERRA

PREVALEcircNCIA DE TRACOMA NOS MUNICIacutePIOS DA

V GEREcircNCIA REGIONAL DE SAUacuteDE DE PERNAMBUCO

NO PERIacuteODO DE 2010 A 2014

Trabalho de conclusatildeo de curso com o objetivo de

obter o tiacutetulo de Especialista em Residecircncia

Multiprofissional de Sauacutede Coletiva com ecircnfase

em Gestatildeo de Redes de Atenccedilatildeo a Sauacutede para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Sanitarista

Orientadora Gesika Maria da Silva

GARANHUNS PE

2015

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO 05

11 Etiologia 05

12 Epidemiologia 06

13 Patogenia 08

14 Diagnoacutestico 09

15 Profilaxia 10

2 OBJETIVOS 11

21 Geral 11

22 Especiacuteficos 11

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 12

31 Tipo de estudo 12

32 Aacuterea de estudo 12

33 Populaccedilatildeo estudada 13

34 Fontes de informaccedilatildeo 13

35 Processamento e anaacutelise dos dados 13

36 Consideraccedilotildees eacuteticas 13

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 14

5 CONCLUSAtildeO 19

REFEREcircNCIAS 20

ANEXOS 27

RESUMO

Objetivou-se descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede - V GERES Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014 Foi realizado um

estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo com caraacuteter quantitativo a partir de

levantamento de dados do Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)

durante o periacuteodo de 2010 a 2014 A prevalecircncia total de tracoma nos municiacutepios pesquisados

foi de 3254 a cada 10000 habitantes Foram detectados 569 casos dos quais 9806 foram

de Tracoma Inflamatoacuterio (TFTI) As formas sequelares (TS TTCO) apresentaram uma taxa

de 106 e 088 foram ignorados Houve uma diferenccedila entre a zona urbana e rural 5892

e 4036 respectivamente Quanto ao sexo observou-se um maior percentual de casos nas

mulheres com 5768 dos casos A faixa etaacuteria de 15 a 19 anos registrou a maior taxa da

doenccedila com 5484 dos casos Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se

necessaacuterio um acompanhamento continuado a fim de se obter melhores resultados no que diz

respeito ao seu tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia

epidemioloacutegica do tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e

monitorar os casos da doenccedila A educaccedilatildeo em sauacutede deve ser trabalhada de forma constante

visando sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de

profilaxia dessa infecccedilatildeo

Descritores Tracoma epidemiologia Clamydia trachomatis prevalecircncia

ABSTRACT

This study aimed to describe the prevalence of trachoma in residents in the municipalities of

V Regional Health Management - V GERES Pernambuco in the period 2010 to 2014 It was

performed an epidemiological study of kind retrospective descriptive with quantitative

character from lifting the Notifiable Diseases Information System data (SINAN) during the

period 2010-2014 The overall prevalence of trachoma in the municipalities surveyed was

3254 per 10000 inhabitants 569 cases in which 9806 were inflammatory trachoma (TF

TI) were detected The sequelae forms (TS TT CO) had a rate of 106 and 088 were

ignored There was a difference between urban and rural 5892 and 4036 respectively As

to gender there was a higher percentage of cases in women with 5768 of cases The age

group 15-19 years had the highest rate of the disease in 5484 of cases Because it is a

chronic disease and relapse continued follow-up is necessary in order to obtain best results

with regard to its treatment and control For this it is necessary to strengthen the

epidemiological surveillance of trachoma enabling healthcare professionals to detect treat

and monitor cases of the disease Health education must be worked steadily to sensitize and

mobilize the community to participate actively in this infection prophylaxis process

Keywords Trachoma epidemiology Chlamydia trachomatis prevalence

5

1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO

11 Etiologia

De acordo com Edwards (1996) no seacuteculo XXVII aC na China jaacute se conhecia o

tracoma com definiccedilotildees de tratamento para a doenccedila Existe a teoria que a doenccedila teria

surgido na Aacutesia sendo remota aos povos nocircmades da Mongoacutelia teve as invasotildees como um

fato importante de disseminaccedilatildeo para a China Sibeacuteria e Costa do Mediterracircneo se tornando

abundante na idade meacutedia no mundo Islacircmico e Greacutecia Trazido para Europa com as guerras e

migraccedilotildees o tracoma tornou-se endecircmico e com a colonizaccedilatildeo foi levado para o continente

Americano (MACHARELLI 2010)

As primeiras lesotildees caracterizadas como granulaccedilotildees encontradas nas conjuntivas

teriam recebido o nome de oftalmia granular No Reino Unido as crianccedilas que eram

diagnosticadas com oftalmia ficavam separadas em instituiccedilotildees especiais nessa eacutepoca

surgiram as primeiras suposiccedilotildees sobre a patogenia do tracoma Ateacute entatildeo a doenccedila natildeo era

considerada contagiosa sendo sua origem relacionada a ldquovapores noturnos nocivosrdquo agrave poeira

do solo entre outras teorias (AL-RIFAI 1988)

O tracoma tem como agente etioloacutegico a Chlamydia Trachomatis uma bacteacuteria gram-

negativa com aproximadamente 200 a 300 milimicra classificada como de vida intracelular

obrigatoacuteria Possui atividade metaboacutelica reduzida o que a torna incapaz de produzir energia

proacutepria utilizando-se do ATP da ceacutelula hospedeira (MORIETT 2008)

Essa bacteacuteria parte de uma ordem denominada Chlamydiales da famiacutelia

Chlamydiaceae na qual estaacute inserido um uacutenico gecircnero Chlamydia com trecircs espeacutecies que

podem causar infecccedilatildeo em humanos Chlamydia trachomatis C pneumoniae C psittaci

(WHO 1996)

Jaacute da C trachomatis existem 15 sorotipos diferentes infectantes ao homem destes os

sorotipos A B Ba e C satildeo responsaacuteveis pela infecccedilatildeo do tracoma Eacute possiacutevel reconhecer estes

sorotipos atraveacutes dos antigecircnicos presentes na proteiacutena da membrana externa da bacteacuteria

(MOLINA GUERRA LORRENTE 2013)

As espeacutecies do gecircnero Chlamydia satildeo todas patogecircnicas e suas caracteriacutesticas e

adaptaccedilatildeo intracelular estatildeo relacionadas ao seu poder de patogenicidade Apresentam uma

uacutenica morfologia um ciclo de desenvolvimento exclusivo um antiacutegeno comum paredes

celulares sem aacutecido muracircrmico um genoma pequeno e uma habilidade sinteacutetica bastante

limitada (WHO 1996)

6

A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento

do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses

de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso

a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a

1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)

12 Epidemiologia

Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de

disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem

caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa

sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria

dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)

Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do

contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa

em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta

acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN

et al 2006)

Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores

(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na

conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL

2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas

ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)

Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as

baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia

estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias

precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de

higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta

doenccedila (BAHIA 2013)

Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em

desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para

a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio

norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul

7

da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na

Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)

O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira

continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem

estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS

2007)

Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no

Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e

Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o

mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e

Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente

causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois

estados (BRASIL 2009)

Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi

decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em

impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma

vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua

manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)

De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram

conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos

da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede

puacuteblica estando assim erradicado

Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o

que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia

diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes

(SCHELINNI SOUSA 2012)

Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma

este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas

Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do

tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do

tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute

necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as

8

atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em

crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)

Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em

escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O

Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes

municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram

contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de

22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)

Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi

coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana

Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma

mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda

domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua

inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse

crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que

concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ

PERNAMBUCO 2014)

13 Patogenia

O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem

evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que

possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do

mundo (LOPES 2008)

A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar

e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na

conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)

Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais

graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na

conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior

de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem

levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease

(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL

9

2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira

irreversiacutevel (HU et al 2010)

De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas

sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso

(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma

Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo

havendo transmissatildeo nessas fases

Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo

sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no

olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que

apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante

(BRASIL 2001)

14 Diagnoacutestico

O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um

profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o

tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa

do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com

iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)

De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois

dos sinais cliacutenicos

Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior

Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)

Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)

Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados

Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a

circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado

conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol

(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia

Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo

exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir

requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)

10

Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico

cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo

dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)

15 Profilaxia

Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios

como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)

Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de

massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do

rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos

observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes

(BRASIL 2010)

A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e

infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos

de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o

controle da doenccedila (NELSON et al 1953)

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 3: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO 05

11 Etiologia 05

12 Epidemiologia 06

13 Patogenia 08

14 Diagnoacutestico 09

15 Profilaxia 10

2 OBJETIVOS 11

21 Geral 11

22 Especiacuteficos 11

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 12

31 Tipo de estudo 12

32 Aacuterea de estudo 12

33 Populaccedilatildeo estudada 13

34 Fontes de informaccedilatildeo 13

35 Processamento e anaacutelise dos dados 13

36 Consideraccedilotildees eacuteticas 13

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 14

5 CONCLUSAtildeO 19

REFEREcircNCIAS 20

ANEXOS 27

RESUMO

Objetivou-se descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede - V GERES Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014 Foi realizado um

estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo com caraacuteter quantitativo a partir de

levantamento de dados do Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)

durante o periacuteodo de 2010 a 2014 A prevalecircncia total de tracoma nos municiacutepios pesquisados

foi de 3254 a cada 10000 habitantes Foram detectados 569 casos dos quais 9806 foram

de Tracoma Inflamatoacuterio (TFTI) As formas sequelares (TS TTCO) apresentaram uma taxa

de 106 e 088 foram ignorados Houve uma diferenccedila entre a zona urbana e rural 5892

e 4036 respectivamente Quanto ao sexo observou-se um maior percentual de casos nas

mulheres com 5768 dos casos A faixa etaacuteria de 15 a 19 anos registrou a maior taxa da

doenccedila com 5484 dos casos Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se

necessaacuterio um acompanhamento continuado a fim de se obter melhores resultados no que diz

respeito ao seu tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia

epidemioloacutegica do tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e

monitorar os casos da doenccedila A educaccedilatildeo em sauacutede deve ser trabalhada de forma constante

visando sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de

profilaxia dessa infecccedilatildeo

Descritores Tracoma epidemiologia Clamydia trachomatis prevalecircncia

ABSTRACT

This study aimed to describe the prevalence of trachoma in residents in the municipalities of

V Regional Health Management - V GERES Pernambuco in the period 2010 to 2014 It was

performed an epidemiological study of kind retrospective descriptive with quantitative

character from lifting the Notifiable Diseases Information System data (SINAN) during the

period 2010-2014 The overall prevalence of trachoma in the municipalities surveyed was

3254 per 10000 inhabitants 569 cases in which 9806 were inflammatory trachoma (TF

TI) were detected The sequelae forms (TS TT CO) had a rate of 106 and 088 were

ignored There was a difference between urban and rural 5892 and 4036 respectively As

to gender there was a higher percentage of cases in women with 5768 of cases The age

group 15-19 years had the highest rate of the disease in 5484 of cases Because it is a

chronic disease and relapse continued follow-up is necessary in order to obtain best results

with regard to its treatment and control For this it is necessary to strengthen the

epidemiological surveillance of trachoma enabling healthcare professionals to detect treat

and monitor cases of the disease Health education must be worked steadily to sensitize and

mobilize the community to participate actively in this infection prophylaxis process

Keywords Trachoma epidemiology Chlamydia trachomatis prevalence

5

1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO

11 Etiologia

De acordo com Edwards (1996) no seacuteculo XXVII aC na China jaacute se conhecia o

tracoma com definiccedilotildees de tratamento para a doenccedila Existe a teoria que a doenccedila teria

surgido na Aacutesia sendo remota aos povos nocircmades da Mongoacutelia teve as invasotildees como um

fato importante de disseminaccedilatildeo para a China Sibeacuteria e Costa do Mediterracircneo se tornando

abundante na idade meacutedia no mundo Islacircmico e Greacutecia Trazido para Europa com as guerras e

migraccedilotildees o tracoma tornou-se endecircmico e com a colonizaccedilatildeo foi levado para o continente

Americano (MACHARELLI 2010)

As primeiras lesotildees caracterizadas como granulaccedilotildees encontradas nas conjuntivas

teriam recebido o nome de oftalmia granular No Reino Unido as crianccedilas que eram

diagnosticadas com oftalmia ficavam separadas em instituiccedilotildees especiais nessa eacutepoca

surgiram as primeiras suposiccedilotildees sobre a patogenia do tracoma Ateacute entatildeo a doenccedila natildeo era

considerada contagiosa sendo sua origem relacionada a ldquovapores noturnos nocivosrdquo agrave poeira

do solo entre outras teorias (AL-RIFAI 1988)

O tracoma tem como agente etioloacutegico a Chlamydia Trachomatis uma bacteacuteria gram-

negativa com aproximadamente 200 a 300 milimicra classificada como de vida intracelular

obrigatoacuteria Possui atividade metaboacutelica reduzida o que a torna incapaz de produzir energia

proacutepria utilizando-se do ATP da ceacutelula hospedeira (MORIETT 2008)

Essa bacteacuteria parte de uma ordem denominada Chlamydiales da famiacutelia

Chlamydiaceae na qual estaacute inserido um uacutenico gecircnero Chlamydia com trecircs espeacutecies que

podem causar infecccedilatildeo em humanos Chlamydia trachomatis C pneumoniae C psittaci

(WHO 1996)

Jaacute da C trachomatis existem 15 sorotipos diferentes infectantes ao homem destes os

sorotipos A B Ba e C satildeo responsaacuteveis pela infecccedilatildeo do tracoma Eacute possiacutevel reconhecer estes

sorotipos atraveacutes dos antigecircnicos presentes na proteiacutena da membrana externa da bacteacuteria

(MOLINA GUERRA LORRENTE 2013)

As espeacutecies do gecircnero Chlamydia satildeo todas patogecircnicas e suas caracteriacutesticas e

adaptaccedilatildeo intracelular estatildeo relacionadas ao seu poder de patogenicidade Apresentam uma

uacutenica morfologia um ciclo de desenvolvimento exclusivo um antiacutegeno comum paredes

celulares sem aacutecido muracircrmico um genoma pequeno e uma habilidade sinteacutetica bastante

limitada (WHO 1996)

6

A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento

do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses

de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso

a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a

1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)

12 Epidemiologia

Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de

disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem

caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa

sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria

dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)

Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do

contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa

em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta

acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN

et al 2006)

Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores

(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na

conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL

2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas

ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)

Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as

baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia

estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias

precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de

higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta

doenccedila (BAHIA 2013)

Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em

desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para

a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio

norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul

7

da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na

Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)

O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira

continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem

estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS

2007)

Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no

Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e

Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o

mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e

Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente

causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois

estados (BRASIL 2009)

Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi

decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em

impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma

vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua

manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)

De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram

conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos

da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede

puacuteblica estando assim erradicado

Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o

que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia

diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes

(SCHELINNI SOUSA 2012)

Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma

este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas

Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do

tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do

tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute

necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as

8

atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em

crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)

Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em

escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O

Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes

municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram

contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de

22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)

Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi

coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana

Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma

mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda

domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua

inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse

crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que

concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ

PERNAMBUCO 2014)

13 Patogenia

O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem

evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que

possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do

mundo (LOPES 2008)

A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar

e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na

conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)

Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais

graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na

conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior

de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem

levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease

(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL

9

2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira

irreversiacutevel (HU et al 2010)

De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas

sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso

(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma

Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo

havendo transmissatildeo nessas fases

Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo

sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no

olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que

apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante

(BRASIL 2001)

14 Diagnoacutestico

O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um

profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o

tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa

do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com

iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)

De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois

dos sinais cliacutenicos

Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior

Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)

Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)

Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados

Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a

circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado

conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol

(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia

Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo

exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir

requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)

10

Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico

cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo

dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)

15 Profilaxia

Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios

como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)

Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de

massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do

rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos

observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes

(BRASIL 2010)

A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e

infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos

de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o

controle da doenccedila (NELSON et al 1953)

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 4: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

RESUMO

Objetivou-se descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede - V GERES Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014 Foi realizado um

estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo com caraacuteter quantitativo a partir de

levantamento de dados do Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)

durante o periacuteodo de 2010 a 2014 A prevalecircncia total de tracoma nos municiacutepios pesquisados

foi de 3254 a cada 10000 habitantes Foram detectados 569 casos dos quais 9806 foram

de Tracoma Inflamatoacuterio (TFTI) As formas sequelares (TS TTCO) apresentaram uma taxa

de 106 e 088 foram ignorados Houve uma diferenccedila entre a zona urbana e rural 5892

e 4036 respectivamente Quanto ao sexo observou-se um maior percentual de casos nas

mulheres com 5768 dos casos A faixa etaacuteria de 15 a 19 anos registrou a maior taxa da

doenccedila com 5484 dos casos Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se

necessaacuterio um acompanhamento continuado a fim de se obter melhores resultados no que diz

respeito ao seu tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia

epidemioloacutegica do tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e

monitorar os casos da doenccedila A educaccedilatildeo em sauacutede deve ser trabalhada de forma constante

visando sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de

profilaxia dessa infecccedilatildeo

Descritores Tracoma epidemiologia Clamydia trachomatis prevalecircncia

ABSTRACT

This study aimed to describe the prevalence of trachoma in residents in the municipalities of

V Regional Health Management - V GERES Pernambuco in the period 2010 to 2014 It was

performed an epidemiological study of kind retrospective descriptive with quantitative

character from lifting the Notifiable Diseases Information System data (SINAN) during the

period 2010-2014 The overall prevalence of trachoma in the municipalities surveyed was

3254 per 10000 inhabitants 569 cases in which 9806 were inflammatory trachoma (TF

TI) were detected The sequelae forms (TS TT CO) had a rate of 106 and 088 were

ignored There was a difference between urban and rural 5892 and 4036 respectively As

to gender there was a higher percentage of cases in women with 5768 of cases The age

group 15-19 years had the highest rate of the disease in 5484 of cases Because it is a

chronic disease and relapse continued follow-up is necessary in order to obtain best results

with regard to its treatment and control For this it is necessary to strengthen the

epidemiological surveillance of trachoma enabling healthcare professionals to detect treat

and monitor cases of the disease Health education must be worked steadily to sensitize and

mobilize the community to participate actively in this infection prophylaxis process

Keywords Trachoma epidemiology Chlamydia trachomatis prevalence

5

1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO

11 Etiologia

De acordo com Edwards (1996) no seacuteculo XXVII aC na China jaacute se conhecia o

tracoma com definiccedilotildees de tratamento para a doenccedila Existe a teoria que a doenccedila teria

surgido na Aacutesia sendo remota aos povos nocircmades da Mongoacutelia teve as invasotildees como um

fato importante de disseminaccedilatildeo para a China Sibeacuteria e Costa do Mediterracircneo se tornando

abundante na idade meacutedia no mundo Islacircmico e Greacutecia Trazido para Europa com as guerras e

migraccedilotildees o tracoma tornou-se endecircmico e com a colonizaccedilatildeo foi levado para o continente

Americano (MACHARELLI 2010)

As primeiras lesotildees caracterizadas como granulaccedilotildees encontradas nas conjuntivas

teriam recebido o nome de oftalmia granular No Reino Unido as crianccedilas que eram

diagnosticadas com oftalmia ficavam separadas em instituiccedilotildees especiais nessa eacutepoca

surgiram as primeiras suposiccedilotildees sobre a patogenia do tracoma Ateacute entatildeo a doenccedila natildeo era

considerada contagiosa sendo sua origem relacionada a ldquovapores noturnos nocivosrdquo agrave poeira

do solo entre outras teorias (AL-RIFAI 1988)

O tracoma tem como agente etioloacutegico a Chlamydia Trachomatis uma bacteacuteria gram-

negativa com aproximadamente 200 a 300 milimicra classificada como de vida intracelular

obrigatoacuteria Possui atividade metaboacutelica reduzida o que a torna incapaz de produzir energia

proacutepria utilizando-se do ATP da ceacutelula hospedeira (MORIETT 2008)

Essa bacteacuteria parte de uma ordem denominada Chlamydiales da famiacutelia

Chlamydiaceae na qual estaacute inserido um uacutenico gecircnero Chlamydia com trecircs espeacutecies que

podem causar infecccedilatildeo em humanos Chlamydia trachomatis C pneumoniae C psittaci

(WHO 1996)

Jaacute da C trachomatis existem 15 sorotipos diferentes infectantes ao homem destes os

sorotipos A B Ba e C satildeo responsaacuteveis pela infecccedilatildeo do tracoma Eacute possiacutevel reconhecer estes

sorotipos atraveacutes dos antigecircnicos presentes na proteiacutena da membrana externa da bacteacuteria

(MOLINA GUERRA LORRENTE 2013)

As espeacutecies do gecircnero Chlamydia satildeo todas patogecircnicas e suas caracteriacutesticas e

adaptaccedilatildeo intracelular estatildeo relacionadas ao seu poder de patogenicidade Apresentam uma

uacutenica morfologia um ciclo de desenvolvimento exclusivo um antiacutegeno comum paredes

celulares sem aacutecido muracircrmico um genoma pequeno e uma habilidade sinteacutetica bastante

limitada (WHO 1996)

6

A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento

do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses

de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso

a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a

1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)

12 Epidemiologia

Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de

disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem

caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa

sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria

dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)

Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do

contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa

em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta

acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN

et al 2006)

Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores

(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na

conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL

2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas

ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)

Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as

baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia

estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias

precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de

higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta

doenccedila (BAHIA 2013)

Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em

desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para

a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio

norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul

7

da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na

Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)

O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira

continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem

estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS

2007)

Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no

Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e

Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o

mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e

Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente

causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois

estados (BRASIL 2009)

Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi

decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em

impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma

vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua

manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)

De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram

conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos

da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede

puacuteblica estando assim erradicado

Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o

que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia

diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes

(SCHELINNI SOUSA 2012)

Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma

este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas

Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do

tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do

tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute

necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as

8

atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em

crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)

Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em

escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O

Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes

municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram

contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de

22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)

Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi

coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana

Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma

mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda

domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua

inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse

crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que

concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ

PERNAMBUCO 2014)

13 Patogenia

O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem

evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que

possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do

mundo (LOPES 2008)

A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar

e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na

conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)

Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais

graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na

conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior

de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem

levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease

(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL

9

2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira

irreversiacutevel (HU et al 2010)

De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas

sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso

(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma

Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo

havendo transmissatildeo nessas fases

Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo

sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no

olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que

apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante

(BRASIL 2001)

14 Diagnoacutestico

O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um

profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o

tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa

do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com

iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)

De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois

dos sinais cliacutenicos

Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior

Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)

Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)

Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados

Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a

circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado

conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol

(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia

Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo

exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir

requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)

10

Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico

cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo

dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)

15 Profilaxia

Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios

como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)

Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de

massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do

rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos

observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes

(BRASIL 2010)

A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e

infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos

de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o

controle da doenccedila (NELSON et al 1953)

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

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5

1 INTRODUCcedilAtildeO E REFERENCIAL TEOacuteRICO

11 Etiologia

De acordo com Edwards (1996) no seacuteculo XXVII aC na China jaacute se conhecia o

tracoma com definiccedilotildees de tratamento para a doenccedila Existe a teoria que a doenccedila teria

surgido na Aacutesia sendo remota aos povos nocircmades da Mongoacutelia teve as invasotildees como um

fato importante de disseminaccedilatildeo para a China Sibeacuteria e Costa do Mediterracircneo se tornando

abundante na idade meacutedia no mundo Islacircmico e Greacutecia Trazido para Europa com as guerras e

migraccedilotildees o tracoma tornou-se endecircmico e com a colonizaccedilatildeo foi levado para o continente

Americano (MACHARELLI 2010)

As primeiras lesotildees caracterizadas como granulaccedilotildees encontradas nas conjuntivas

teriam recebido o nome de oftalmia granular No Reino Unido as crianccedilas que eram

diagnosticadas com oftalmia ficavam separadas em instituiccedilotildees especiais nessa eacutepoca

surgiram as primeiras suposiccedilotildees sobre a patogenia do tracoma Ateacute entatildeo a doenccedila natildeo era

considerada contagiosa sendo sua origem relacionada a ldquovapores noturnos nocivosrdquo agrave poeira

do solo entre outras teorias (AL-RIFAI 1988)

O tracoma tem como agente etioloacutegico a Chlamydia Trachomatis uma bacteacuteria gram-

negativa com aproximadamente 200 a 300 milimicra classificada como de vida intracelular

obrigatoacuteria Possui atividade metaboacutelica reduzida o que a torna incapaz de produzir energia

proacutepria utilizando-se do ATP da ceacutelula hospedeira (MORIETT 2008)

Essa bacteacuteria parte de uma ordem denominada Chlamydiales da famiacutelia

Chlamydiaceae na qual estaacute inserido um uacutenico gecircnero Chlamydia com trecircs espeacutecies que

podem causar infecccedilatildeo em humanos Chlamydia trachomatis C pneumoniae C psittaci

(WHO 1996)

Jaacute da C trachomatis existem 15 sorotipos diferentes infectantes ao homem destes os

sorotipos A B Ba e C satildeo responsaacuteveis pela infecccedilatildeo do tracoma Eacute possiacutevel reconhecer estes

sorotipos atraveacutes dos antigecircnicos presentes na proteiacutena da membrana externa da bacteacuteria

(MOLINA GUERRA LORRENTE 2013)

As espeacutecies do gecircnero Chlamydia satildeo todas patogecircnicas e suas caracteriacutesticas e

adaptaccedilatildeo intracelular estatildeo relacionadas ao seu poder de patogenicidade Apresentam uma

uacutenica morfologia um ciclo de desenvolvimento exclusivo um antiacutegeno comum paredes

celulares sem aacutecido muracircrmico um genoma pequeno e uma habilidade sinteacutetica bastante

limitada (WHO 1996)

6

A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento

do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses

de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso

a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a

1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)

12 Epidemiologia

Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de

disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem

caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa

sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria

dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)

Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do

contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa

em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta

acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN

et al 2006)

Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores

(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na

conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL

2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas

ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)

Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as

baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia

estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias

precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de

higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta

doenccedila (BAHIA 2013)

Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em

desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para

a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio

norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul

7

da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na

Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)

O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira

continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem

estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS

2007)

Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no

Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e

Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o

mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e

Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente

causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois

estados (BRASIL 2009)

Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi

decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em

impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma

vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua

manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)

De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram

conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos

da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede

puacuteblica estando assim erradicado

Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o

que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia

diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes

(SCHELINNI SOUSA 2012)

Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma

este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas

Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do

tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do

tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute

necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as

8

atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em

crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)

Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em

escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O

Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes

municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram

contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de

22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)

Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi

coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana

Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma

mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda

domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua

inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse

crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que

concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ

PERNAMBUCO 2014)

13 Patogenia

O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem

evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que

possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do

mundo (LOPES 2008)

A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar

e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na

conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)

Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais

graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na

conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior

de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem

levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease

(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL

9

2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira

irreversiacutevel (HU et al 2010)

De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas

sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso

(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma

Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo

havendo transmissatildeo nessas fases

Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo

sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no

olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que

apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante

(BRASIL 2001)

14 Diagnoacutestico

O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um

profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o

tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa

do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com

iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)

De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois

dos sinais cliacutenicos

Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior

Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)

Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)

Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados

Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a

circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado

conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol

(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia

Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo

exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir

requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)

10

Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico

cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo

dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)

15 Profilaxia

Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios

como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)

Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de

massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do

rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos

observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes

(BRASIL 2010)

A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e

infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos

de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o

controle da doenccedila (NELSON et al 1953)

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

REFEREcircNCIAS

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 6: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

6

A Azitromicina eacute o antibioacutetico preconizado pelo ministeacuterio da sauacutede para o tratamento

do tracoma Sua administraccedilatildeo eacute feita em dose uacutenica (20mgkg de peso) a partir dos 6 meses

de idade (BRASIL 2014) Pessoas que tenham contra indicaccedilatildeo ao uso ou natildeo tenham acesso

a essa medicaccedilatildeo haacute outras opccedilotildees de tratamento como a pomada oftaacutelmica de Tetraciclina a

1 e o coliacuterio de Sulfa por seis semanas (BRASIL 2001)

12 Epidemiologia

Essa infecccedilatildeo eacute considerada intrafamiliar em aacutereas pobres o que aumenta a chance de

disseminaccedilatildeo do agente causador da doenccedila atraveacutes do contato interpessoal O tracoma tem

caracteriacutestica focada em niacutevel de comunidade e famiacutelia aonde sua propriedade infecciosa

sugere a necessidade de contato prolongado para sua transmissatildeo ocorrendo assim a maioria

dos casos de tracoma ativo no lar (HU et al 2010)

Existem duas formas de transmissatildeo a principal eacute a direta a qual ocorre por meio do

contato das matildeos com secreccedilatildeo ocular de uma pessoa que se encontra com a infecccedilatildeo ativa

em contato com outra pessoa susceptiacutevel A outra forma de transmissatildeo eacute a indireta esta

acontece atraveacutes de objetos contaminados (toalhas lenccediloacuteis fronhas maquiagens) (CHINEN

et al 2006)

Alguns insetos como a mosca domeacutestica atuam tambeacutem como vetores

(DAMASCENO et al 2009) Essa transmissatildeo soacute eacute possiacutevel enquanto houver lesotildees ativas na

conjuntiva estas podem durar por vaacuterios anos sendo maior no iniacutecio da doenccedila (BRASIL

2010) As crianccedilas em idade preacute-escolar satildeo as principais fontes de infecccedilatildeo das formas

ativas da doenccedila (CHINEN et al 2006 OMS 2010)

Determinados fatores de riscos estatildeo claramente associados ao tracoma como as

baixas condiccedilotildees soacutecio econocircmicas e ambientais A sua ocorrecircncia instalaccedilatildeo e permanecircncia

estaacute presente em populaccedilotildees que vivem em vulnerabilidade social maacutes qualidades sanitaacuterias

precariedade no abastecimento de aacutegua coleta de lixo moradias inadequadas e falta de

higiene aleacutem das correntes migratoacuterias que facilitam a disseminaccedilatildeo do agente que causa esta

doenccedila (BAHIA 2013)

Com distribuiccedilatildeo mundial o tracoma eacute mais frequente em populaccedilotildees de paiacuteses em

desenvolvimento Haacute estimativas de que 325 milhotildees de pessoas vivem em aacutereas de risco para

a infecccedilatildeo tracomatosa (WHO 2013) Estas encontram-se distribuiacutedas pelo Oriente Meacutedio

norte da Aacutefrica e na regiatildeo Subsaariana bem como em partes do Subcontinente Indiano sul

7

da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na

Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)

O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira

continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem

estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS

2007)

Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no

Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e

Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o

mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e

Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente

causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois

estados (BRASIL 2009)

Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi

decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em

impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma

vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua

manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)

De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram

conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos

da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede

puacuteblica estando assim erradicado

Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o

que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia

diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes

(SCHELINNI SOUSA 2012)

Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma

este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas

Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do

tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do

tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute

necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as

8

atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em

crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)

Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em

escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O

Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes

municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram

contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de

22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)

Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi

coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana

Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma

mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda

domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua

inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse

crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que

concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ

PERNAMBUCO 2014)

13 Patogenia

O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem

evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que

possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do

mundo (LOPES 2008)

A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar

e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na

conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)

Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais

graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na

conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior

de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem

levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease

(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL

9

2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira

irreversiacutevel (HU et al 2010)

De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas

sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso

(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma

Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo

havendo transmissatildeo nessas fases

Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo

sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no

olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que

apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante

(BRASIL 2001)

14 Diagnoacutestico

O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um

profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o

tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa

do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com

iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)

De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois

dos sinais cliacutenicos

Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior

Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)

Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)

Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados

Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a

circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado

conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol

(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia

Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo

exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir

requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)

10

Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico

cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo

dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)

15 Profilaxia

Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios

como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)

Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de

massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do

rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos

observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes

(BRASIL 2010)

A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e

infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos

de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o

controle da doenccedila (NELSON et al 1953)

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 7: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

7

da Aacutesia e na China (BRASIL 2011) Bolsotildees endecircmicos do tracoma tambeacutem ocorrem na

Ameacuterica Latina Austraacutelia e em ilhas do Paciacutefico (LOPES LUNA MEDINA et al 2013)

O tracoma eacute considerado uma importante causa de deficiecircncia visual e cegueira

continuando a ser um grande problema de sauacutede puacuteblica que causa impacto na sauacutede e bem

estar da populaccedilatildeo atingida e no desenvolvimento soacutecio econocircmico desses paiacuteses (OMS

2007)

Em relaccedilatildeo ao Brasil acredita-se que o tracoma teria chegado no seacuteculo XVIII no

Nordeste com os ciganos deportados de Portugal os quais se estabeleceram no Cearaacute e

Maranhatildeo formando os primeiros focos de tracoma no paiacutes sendo assim o foco do Cariri o

mais famoso (BRASIL 2009) Na segunda metade do seacuteculo XX os estados de Satildeo Paulo e

Rio Grande do Sul teriam contribuiacutedo de forma decisiva para a disseminaccedilatildeo do agente

causador da doenccedila pelo Brasil tendo em vista o iniacutecio da imigraccedilatildeo europeia para esses dois

estados (BRASIL 2009)

Nacionalmente a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923 quando foi

decretado o Regulamento do Departamento Nacional de Sauacutede Puacuteblica que consistia em

impedir o desembarque de imigrantes com tracoma Esta medida natildeo traria resultados uma

vez que a doenccedila jaacute se encontrava instalada no paiacutes independente da imigraccedilatildeo para sua

manutenccedilatildeo (BRASIL 2001)

De acordo com Dantas (2013) as deacutecadas de 50 e 70 foram periacuteodos que ficaram

conhecidos como ldquomilagre econocircmico brasileirordquo devido uma reduccedilatildeo na detecccedilatildeo dos casos

da doenccedila no paiacutes acreditando-se que o tracoma natildeo mais constituiacutea um problema de sauacutede

puacuteblica estando assim erradicado

Este equiacutevoco em relaccedilatildeo agrave erradicaccedilatildeo ainda continua na comunidade cientiacutefica o

que leva agrave negligecircncia no enfrentamento agrave doenccedila assim como no ensino da sua etiologia

diagnoacutestico e tratamento nos cursos de medicina e especializaccedilatildeo em oftalmologia no paiacutes

(SCHELINNI SOUSA 2012)

Em 1974 e 1976 foi realizado o inqueacuterito nacional para avaliar a situaccedilatildeo do tracoma

este revelou os estados com maior proporccedilatildeo de casos Paraacute Roraima Paraiacuteba Amazonas

Sergipe Piauiacute e Pernambuco Destes apenas Pernambuco desenvolveu accedilotildees de controle do

tracoma de 1997 a 1999 (BRASIL 2002)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) lanccedilou um programa de eliminaccedilatildeo do

tracoma como causa de cegueira ateacute o ano de 2020 Para a certificaccedilatildeo da eliminaccedilatildeo eacute

necessaacuterio que se identifiquem todos os locais onde a prevalecircncia eacute alta para intensificar as

8

atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em

crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)

Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em

escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O

Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes

municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram

contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de

22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)

Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi

coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana

Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma

mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda

domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua

inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse

crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que

concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ

PERNAMBUCO 2014)

13 Patogenia

O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem

evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que

possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do

mundo (LOPES 2008)

A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar

e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na

conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)

Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais

graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na

conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior

de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem

levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease

(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL

9

2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira

irreversiacutevel (HU et al 2010)

De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas

sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso

(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma

Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo

havendo transmissatildeo nessas fases

Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo

sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no

olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que

apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante

(BRASIL 2001)

14 Diagnoacutestico

O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um

profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o

tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa

do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com

iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)

De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois

dos sinais cliacutenicos

Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior

Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)

Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)

Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados

Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a

circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado

conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol

(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia

Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo

exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir

requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)

10

Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico

cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo

dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)

15 Profilaxia

Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios

como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)

Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de

massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do

rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos

observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes

(BRASIL 2010)

A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e

infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos

de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o

controle da doenccedila (NELSON et al 1953)

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 8: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

8

atividades de tratamento e controle com a meta de diminuir a prevalecircncia de tracoma ativo em

crianccedilas menores de 10 anos para menos de 5 (OMS 2003)

Em 2006 Pernambuco participou do inqueacuterito nacional do tracoma realizado em

escolas puacuteblicas de 79 municiacutepios o resultado revelou uma prevalecircncia acima de 33 O

Programa de Enfrentamento agraves Doenccedilas Negligenciadas - SANAR - classificou 19 destes

municiacutepios como prioritaacuterios por apresentarem prevalecircncia igual ou acima de 50 Foram

contemplados mais 3 municiacutepios por mostrar prevalecircncia aproximada formando um total de

22 municiacutepios (PERNAMBUCO 2013)

Em 2014 no Estado ocorreu um grande censo em aacutereas de risco social A pesquisa foi

coordenada pela Fiocruz Pernambuco e comeccedilou percorrendo um trecho da Ilha Joana

Bezerra situada no Bairro do Coque no Recife Foram escolhidos 74 municiacutepios com uma

mostra de 68 mil pessoas das aacutereas indicadas pelo menos 50 das moradias com renda

domiciliar per capita ateacute frac14 de salaacuterio miacutenimo e percentual de moradias ligados a rede de aacutegua

inferior a 95 todas as casas teriam que ser visitadas mas soacute as moradias onde houvesse

crianccedila de 1 a 9 anos de idade seriam visitadas tendo em vista que essa eacute a faixa etaacuteria que

concentra a maior incidecircncia da doenccedila em sua forma inflamatoacuteria e transmissiacutevel (FIOCRUZ

PERNAMBUCO 2014)

13 Patogenia

O tracoma eacute uma infecccedilatildeo ocular crocircnica que atinge a conjuntiva e a coacuternea tem

evoluccedilatildeo crocircnico-recidivante seu agente etioloacutegico eacute a bacteacuteria Chlamydia trachomatis que

possui os sorotipos A B Ba e C Eacute considerada a principal causa de cegueira preveniacutevel do

mundo (LOPES 2008)

A doenccedila tem iniacutecio sob a forma de uma conjuntivite folicular com hipertrofia papilar

e infiltrado inflamatoacuterio difuso que se estende pelo epiteacutelio conjuntival especialmente na

conjuntiva tarsal superior (SILVA et al 2015)

Nos casos mais brandos da doenccedila os foliacuteculos podem regredir facilmente Nos mais

graves os foliacuteculos evoluem para necrose formando pequenos pontos cicatriciais na

conjuntiva (MACHADO et al 2009) Infecccedilotildees repetidas formam um nuacutemero cada vez maior

de pontos necroacuteticos levando agrave formaccedilatildeo de cicatrizes mais extensas As cicatrizes podem

levar agrave formaccedilatildeo de entroacutepio (paacutelpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquiacutease

(ciacutelios em posiccedilatildeo defeituosa nas bordas da paacutelpebra tocando o globo ocular) (BRASIL

9

2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira

irreversiacutevel (HU et al 2010)

De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas

sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso

(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma

Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo

havendo transmissatildeo nessas fases

Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo

sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no

olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que

apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante

(BRASIL 2001)

14 Diagnoacutestico

O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um

profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o

tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa

do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com

iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)

De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois

dos sinais cliacutenicos

Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior

Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)

Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)

Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados

Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a

circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado

conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol

(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia

Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo

exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir

requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)

10

Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico

cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo

dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)

15 Profilaxia

Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios

como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)

Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de

massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do

rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos

observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes

(BRASIL 2010)

A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e

infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos

de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o

controle da doenccedila (NELSON et al 1953)

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 9: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

9

2014) O atrito resultante dessas lesotildees pode causar opacificaccedilatildeo da coacuternea levando a cegueira

irreversiacutevel (HU et al 2010)

De acordo com Thylefors et al (1987) o tracoma apresenta cinco formas claacutessicas

sendo duas na fase inflamatoacuteria Tracoma Inflamatoacuterio Folicular (TF) Inflamatoacuterio Intenso

(TI) quando pode haver transmissatildeo da doenccedila as outras trecircs satildeo sequelares Tracoma

Cicatricial Conjuntival (TS) Triquiacutease Tracomatosa (TT) e Opacificaccedilatildeo Corneana (CO) natildeo

havendo transmissatildeo nessas fases

Os principais sintomas associados ao tracoma inflamatoacuterio satildeo vermelhidatildeo

sensaccedilatildeo de areia lacrimejamento fotofobia discreta prurido e sensaccedilatildeo de corpo estranho no

olho Muitos casos de tracoma especialmente entre as crianccedilas eacute assintomaacutetico Os casos que

apresentam entroacutepio e o triquiacutease e ulceraccedilotildees referem fotofobia interna e dor constante

(BRASIL 2001)

14 Diagnoacutestico

O diagnoacutestico do tracoma eacute basicamente cliacutenico-epidemioloacutegico feito por um

profissional de sauacutede capacitado natildeo apenas para o diagnoacutestico como tambeacutem para o

tratamento e acompanhamento do caso (BAHIA 2013) O exame eacute realizado na parte externa

do olho (paacutelpebra superior) com o auxiacutelio de lupa de 25 vezes de aumento em local com

iluminaccedilatildeo adequada (THYLEFORS et al 1987)

De acordo com a OMS o diagnoacutestico do tracoma deve ser dado quando houver dois

dos sinais cliacutenicos

Foliacuteculos na conjuntiva tarsal superior

Foliacuteculos no limbo (tambeacutem chamados fossetas de Herbert)

Cicatriz conjuntival tiacutepica (pode ser vertical eou horizontal)

Pannus no limbo superior (invasatildeo de vasos sanguiacuteneos neo-formados

Aleacutem do diagnoacutestico cliacutenico existe o laboratorial o mesmo eacute utilizado para constatar a

circulaccedilatildeo da Chlamydia trachomatis no ambiente sendo realizado para isso o raspado

conjuntival da paacutelpebra superior do olho e este eacute fixado em lacircmina especiacutefica com metanol

(BRASIL 2008) Entre os exames laboratoriais estatildeo a Cultura e a Imunofluorescecircncia

Direta sendo esta a mais utilizada por ser uma teacutecnica satisfatoacuteria simples e raacutepida natildeo

exigindo meios sofisticados de refrigeraccedilatildeo para o transporte e estocagem aleacutem de possuir

requisitos suficientes quanto a sensibilidade e especificidade (MEDINA et al 1996)

10

Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico

cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo

dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)

15 Profilaxia

Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios

como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)

Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de

massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do

rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos

observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes

(BRASIL 2010)

A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e

infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos

de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o

controle da doenccedila (NELSON et al 1953)

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 10: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

10

Nenhum dos meacutetodos laboratoriais apresenta sensibilidade maior que o diagnoacutestico

cliacutenico da doenccedila dessa forma este continua sendo o principal paracircmetro para confirmaccedilatildeo

dos casos de tracoma em aacutereas endecircmicas (MEDINA et al 1996)

15 Profilaxia

Medidas de profilaxia devem contemplar melhores condiccedilotildees sanitaacuterias dos domiciacutelios

como saneamento baacutesico oferta de aacutegua tratada destino adequado do lixo (BRASIL 2014)

Planejamento de accedilotildees educativas buscando apoio dos meios de comunicaccedilatildeo de

massa para fins de divulgaccedilatildeo e prevenccedilatildeo da doenccedila principalmente quanto agrave lavagem do

rosto e das matildeos de forma sistemaacutetica Orientar quanto ao uso correto de medicamentos

observando os prazos de tratamento bem como o comparecimento as consultas subsequentes

(BRASIL 2010)

A higiene pessoal eacute de extrema importacircncia para romper a cadeia de transmissatildeo e

infecccedilatildeo do tracoma assim o asseio corporal bem como o natildeo compartilhamento de objetos

de uso pessoal como toalhas de rosto roupas de cama lenccediloacuteis Tem relaccedilatildeo direta com o

controle da doenccedila (NELSON et al 1953)

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 11: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

11

2 OBJETIVOS

21 Geral

Descrever a prevalecircncia de tracoma em residentes nos municiacutepios da V Gerecircncia

Regional de Sauacutede (V GERES) Pernambuco no periacuteodo de 2010 a 2014

22 Especiacuteficos

Apresentar a prevalecircncia de tracoma por municiacutepio

Realizar a distribuiccedilatildeo de prevalecircncia da doenccedila por municiacutepio de residecircncia zona

faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da doenccedila

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 12: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

12

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Tipo de estudo

Nesse trabalho foi realizado um estudo epidemioloacutegico do tipo descritivo retrospectivo

(ROUQUAYROL GURGEL 2013) com caraacuteter quantitativo a partir do levantamento de

dados dos inqueacuteritos cadastrados no Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

(SINAN) realizados durante o periacuteodo de 2010 a 2014

32 Aacuterea de estudo

O Estudo foi realizado na V Gerecircncia Regional de Sauacutede do Estado de Pernambuco a

qual eacute composta por 21 municiacutepios Aacuteguas Belas Angelim Bom Conselho Brejatildeo Caeteacutes

Calccedilado Canhotinho Capoeiras Correntes Garanhuns Iati Itaiacuteba Jucati Jupi Lagoa do

Ouro Lajedo Palmeirina Paranatama Saloaacute Satildeo Joatildeo e Terezinha (Figura 1) Sua sede

localiza-se no municiacutepio de Garanhuns no Agreste Meridional do Estado Juntos esses 21

municiacutepios possuem uma populaccedilatildeo de 513660 habitantes Aacuterea total de 7330 Km2 e

densidade populacional de aproximadamente 701 habitantes por Km2 (IBGE 2010)

Figura 1 - Mapa do Estado de Pernambuco e 12 Gerecircncias Regionais de Sauacutede do Estado e

municiacutepios que compotildeem a V Gerecircncia Regional de Sauacutede

Fonte Pernambuco (2011)

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 13: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

13

33 Populaccedilatildeo estudada

A populaccedilatildeo de estudo compreendeu moradores dos municiacutepios que compotildeem a V

GERES e que participaram de inqueacuteritos do tracoma realizados no periacuteodo de 2010 a 2014

analisados de acordo com as variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e

forma cliacutenica da doenccedila

34 Fontes de informaccedilatildeo

Foram utilizados dados secundaacuterios do tracoma obtidos atraveacutes do registro de fichas

(Anexo 1) inseridas no SINAN nos anos de 2010 a 2014 Para a anaacutelise foram avaliadas as

seguintes variaacuteveis municiacutepio de residecircncia zona faixa etaacuteria sexo e forma cliacutenica da

doenccedila

35 Processamento e anaacutelise dos dados

Para anaacutelise dos dados foram considerados os municiacutepios da V GERES contemplados

com accedilotildees do tracoma no periacuteodo de 2010 a 2014 e para a tabulaccedilatildeo dos dados utilizou-se os

programas Excel e Word objetivando analisar as variaacuteveis soacuteciodemograacuteficas Aleacutem disso

foi calculada a prevalecircncia por 10000 habitantes e descrita de acordo com o municiacutepio e ano

Os resultados obtidos foram apresentados atraveacutes de tabelas com a distribuiccedilatildeo da

prevalecircncia e das frequecircncias relativas e absolutas calculadas

36 Consideraccedilotildees eacuteticas

O projeto foi submetido para anaacutelise no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da

Universidade de Pernambuco (UPE) atraveacutes da Plataforma Brasil (anexo 2) Os dados foram

obtidos com anuecircncia do supervisor dos sistemas de informaccedilatildeo da V GERES e essa pesquisa

tem como compromisso cumprir todas as diretrizes e normas regulamentadoras descritas nas

Resoluccedilotildees CNS 4662012 no que diz respeito ao sigilo e confidencialidade dos dados

utilizados Eacute importante ressaltar que natildeo tivemos acesso a dados de identificaccedilatildeo e endereccedilo

dos casos soacute tivemos acesso ao quantitativo das variaacuteveis descritas

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 14: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

14

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram pesquisados dados a partir de 2010 poreacutem natildeo haacute registros de inqueacuteritos

realizados neste ano no Sistema de Informaccedilotildees sobre Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Foi

possiacutevel verificar que dos 21 municiacutepios da V GERES apenas oito participaram dos

inqueacuteritos realizados para accedilotildees de controle de tracoma durante os anos de 2011 a 2014

Para relatar a prevalecircncia de tracoma no periacuteodo estudado optou-se por calcular

multiplicando por dez mil habitantes tendo em vista que os municiacutepios que relataram

inqueacuteritos apresentam populaccedilatildeo menor que 50000 habitantes

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo da prevalecircncia de tracoma por 10000 habitantes por municiacutepio de residecircncia

no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

Prevalecircncia por 10000 habitantes

2011 2012 2013 2014

N Prev N Prev N Prev N Prev

Caeteacutes - - - - 1 037 - -

Canhotinho - - 92 3761 17 64 - -

Iati - - - - - - 3 162

Itaiacuteba - - 37 1413 - - - -

Lagoa do Ouro - - - - - - 12 97

Lajedo 124 3324 - - 79 2118 - -

Paranatama - - 52 4684 - - - -

Saloaacute - - 114 7424 29 1888 - -

Total

124 295 126 15

3254

Fonte SINAN V GERES 2015

Nessa pesquisa a prevalecircncia geral de tracoma na V GERES foi de 3254 a cada

10000 habitantes no periacuteodo analisado A maioria dos municiacutepios apresentaram uma alta

prevalecircncia sendo Saloaacute o que apresentou a taxa mais alta com 7424 a cada 10000

habitantes Caeteacutes e Iati foram os municiacutepios com menor prevalecircncia com 037 e 162 a cada

10000 habitantes respectivamente durante o periacuteodo pesquisado Os dados encontrados

mostram uma prevalecircncia elevada para comparar com outros municiacutepios tivemos a

dificuldade pois as demais pesquisas descreveram em percentual Assim municiacutepios como

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 15: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

15

Joinville ndash SC relataram 49 (NOBREGA et al 1998) Duque de Caxias ndash RJ 82

(COUTO JR 1997) Palmeira dos Iacutendios ndash AL 107 (DAMASCENO et al 2009) Palmares

929 (SCARPI et al 1990) De acordo com Medina (2004) a prevalecircncia do tracoma eacute

maior em estados do norte e nordeste do que no Estado de Satildeo Paulo poreacutem haacute alguns

municiacutepios que apresentam prevalecircncia maior que 10 Segundo Schellini (2010) em estudo

realizado no municiacutepio de BotucatuSP mostrou uma prevalecircncia de 29 Essas diferenccedilas

podem estar relacionadas as diferenccedilas entre as regiotildees caracteriacutesticas ambientais e

sociodemograacuteficas E ainda ao nuacutemero de participantes dos inqueacuteritos nos municiacutepios

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de tracoma por formas cliacutenicas nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio

Formas cliacutenicas

TF TI TS TT CO

N N N N N

Caeteacutes 1 018 - - - - - - - -

Canhotinho 109 1960 - - - - - - - -

Iati 3 054 - - - - - - - -

Itaiacuteba 34 612 - - 3 750 - - - -

Lagoa do Ouro 12 216 - - - - - - - -

Lajedo 203 3651 2 1000 1 250 1 1000 1 1000

Paranatama 52 935 - - - - - - - -

Saloaacute 142 2554 - - - - - - - -

Total

556 1000 2 1000 4 1000 1 1000 1 1000

569

Fonte SINAN V GERES 2015

Em relaccedilatildeo as formas cliacutenicas do tracoma obteve-se como resultado 569 casos um

nuacutemero maior comparado as outras variaacuteveis isso acontece porque uma mesma pessoa pode

desenvolver duas formas da doenccedila podendo estas ser ainda no mesmo olho (BRASIL

2001) Foram diagnosticados 9771 (556) dos casos como sendo do tipo folicular (TF)

035 (2) do tipo inflamaccedilatildeo tracomosa intensa (TI) 070 (4) do tipo cicatricial (TS)

018 (1) do tipo triquiacutease tracomosa (TT) e 018 (1) do tipo opacificaccedilatildeo da coacuternea (CO)

O municiacutepio de Lajedo apresentou o maior nuacutemero de casos de tracoma na forma TF bem

como foi o uacutenico municiacutepio a apresentar todas as outras formas cliacutenicas da doenccedila Como o

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

REFEREcircNCIAS

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 16: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

16

maior percentual foi de casos de tracoma folicular isso desperta para a importacircncia de

identificaccedilatildeo desses casos (porque estavam no periacuteodo de transmissatildeo) e com a identificaccedilatildeo e

tratamento eacute possiacutevel quebrar a cadeia de transmissatildeo Portanto eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo dos

inqueacuteritos de forma perioacutedica em aacutereas endecircmicas para busca ativa de casos

Dos resultados encontrados houve cinco brancos eou ignorados 088 sendo um

caso TI dois de TT e dois de CO Como natildeo tivemos acesso as fichas na iacutentegra natildeo foi

possiacutevel identificar as formas cliacutenicas relacionando com a faixa etaacuteria

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por zona nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de

2011 a 2014

Municiacutepio Urbana Rural

N N

Caeteacutes 1 030 - -

Canhotinho 51 1545 57 2522

Iati 0 - 3 133

Itaiacuteba 0 - 37 1637

Lagoa do Ouro 12 364 - -

Lajedo 151 4576 50 2212

Paranatama 18 545 33 1460

Saloaacute 97 2940 46 2036

Total

330 5892 226 4036

556

Fonte SINAN V GERES 2015

Com relaccedilatildeo a zona foi observado uma distribuiccedilatildeo de 5892 (330) casos na zona

urbana e 4036 (226) na zona rural O registro de brancos ou ignorados foi de 072 (4) Na

zona urbana o municiacutepio que apresentou o maior percentual foi Lajedo com 4576 (151)

casos e na zona rural Canhotinho foi o que apresentou o maior percentual com 2522 (57)

casos o que difere da literatura que revela que a doenccedila apresenta maior prevalecircncia nas

aacutereas rurais (TEYLOR 2009) Estudo realizado em Duque de Caxias em 1993 no Rio de

Janeiro tambeacutem mostrou uma maior distribuiccedilatildeo da doenccedila na zona rural (COUTO JR 1998)

Essa diferenccedila pode estar relacionada aos inqueacuteritos realizados a maioria dos inqueacuteritos satildeo

em escolares o maior nuacutemero de escolas eacute na zona urbana e entra no cadastro o endereccedilo de

realizaccedilatildeo do inqueacuterito

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

REFEREcircNCIAS

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Guia de Vigilacircncia em

Sauacutede volume uacutenico 812 p Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrarquivosguia_vigilancia_saude_completopdfgt

Acesso em 21 jan 2016

BAHIA Secretaria de Sauacutede Boletim Epidemioloacutegico Situaccedilatildeo Epidemioloacutegica do

tracoma Bahia n1 2013

Disponiacutevel em

lthttpwwwsuvisabagovbrsitesdefaultfilesBoletim20EpidemiolC3B3gico20Tra

coma20201320_(1_)pdfgt

Acesso em 20 jan 2016

22

CHINEN N H PENTEADO S AF ARMOND JD E AN C M D Drsquo AMARAL R

K K ROSA S J MORIMOTO WT M MEDINA N H Aspectos epidemioloacutegicos e

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COUTO JUacuteNIOR A S SCARPI M J GUIDUGLI T Prevalecircncia de tracoma em preacute-

escolares e escolares no Municiacutepio de Duque de Caxias - RJ Revista Brasileira de Oftalmo-

logia 1997 56(7)515-21

DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y

SANTOS M J SANTOS A M C DANTAS P E C Tracoma Estudo epidemioloacutegico

de escolares em Alagoas Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 72 n 3 p 355 ndash 359

Satildeo Paulo 2009

DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e

perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede

Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013

EDWARDS D D Microbiology of the eye and ophthalmia In Albert DM Edwards DD

editors History of ophthalmology Blackwell Science v 1 p147-164 London 1996

FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de

risco em Pernambuco e Tocantins Pernambuco 2014

Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-

areas-de-risco-em-pernambuco-e-tocantinsgt

Acesso em 23 jan 2016

HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J

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23

LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede

coletiva Salvador 2008

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MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J

Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com

conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de

Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009

MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino

fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na

priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual

Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010

MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude

of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5

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de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede

Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996

MEDINA NH Tracoma no Estado de Satildeo Paulo Bol Epidemioloacutegico Paulista (BEPA) v 1

n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004

MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las

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225 abrjun 2013

24

MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo

sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica

Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953

NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo

Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos

Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas

tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais

negligenciadas 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt

Acesso em 16 set 2015

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic

and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press

2007

Disponiacutevel em

lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt

Acesso em 02 fev 2016

PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede

Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013

Disponiacutevel em

lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra

comapdfgt

Acesso em 24 set 2015

ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro

MedBook 2013

25

SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L

CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da

Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015

SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A

Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil

Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174

SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira

Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204

SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H

PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em

escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4

p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010

TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book

reviews v 48 p 845 2009

THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications

Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987

WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on

Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003

Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt

Acesso em 17 set 2015

WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of

Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256

Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt

Acesso em 05 fev 2016

26

WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 17: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

17

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo da populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V

GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio Masculino Feminino

N N

Caeteacutes 1 042 - -

Canhotinho 39 1646 70 2167

Iati 1 042 2 062

Itaiacuteba 14 591 23 712

Lagoa do Ouro 3 126 9 279

Lajedo 73 3080 130 4025

Paranatama 24 1013 28 867

Saloaacute 82 3460 61 1888

Total

237 4232

323 5768

560 Fonte SINAN V GERES 2015

A distribuiccedilatildeo dos casos de tracoma por sexo foi de 4232 (237) para o sexo

masculino e de 5768 (323) para o feminino Esses resultados estatildeo em consonacircncia com a

afirmaccedilatildeo de Machado (2009) que diz que as mulheres estatildeo entre os grupos mais

vulneraacuteveis por serem cuidadoras das crianccedilas que satildeo o maior grupo de risco

Tabela 5 ndash Distribuiccedilatildeo da frequecircncia absoluta e relativa dos casos de tracoma por faixa etaacuteria da

populaccedilatildeo residente nos municiacutepios da V GERES no periacuteodo de 2011 a 2014

Municiacutepio

1 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 39

Anos

40 a 79

anos

N N N N N N

Caeteacutes - - 1 043 - - - - - - - -

Canhotinho 2 645 42 1810 52 2158 9 2903 1 71 3 2727

Iati - - - - 2 083 - - - - 1 91

Itaiacuteba 5 1612 10 431 11 456 1 322 4 2857 6 5454

Lagoa do

Ouro 3 968 4 172 1 041 1 322 3 2143 - -

Lajedo 11 3548 114 4913 71 2946 2 644 5 3572 - -

Paranatama 5 1612 16 690 30 1245 1 322 - - - -

Saloaacute 5 1612 45 1940 74 3071 17 5484 1 71 1 91

Total

31 232 241 31 14 11

560

Fonte SINAN V GERES 2015

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

REFEREcircNCIAS

AL ndash RIFAI K M J Trachoma through history International Ophthalmolology

Dordrecht v 12 n 1 p 9 - 14 1988

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede Manual de controle do

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Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_controle_tracomapdfgt

Acesso em 16 set 2015

BRASIL Ministeacuterio da SAUacuteDE Fundaccedilatildeo nacional de Sauacutede Centro Nacional de

Epidemiologia ndash CENEPI Coordenaccedilatildeo Geral de Vigilacircncia Epidemioloacutegica CGVEPI

Inqueacuterito Epidemioloacutegico Nacional de Tracoma em Escolares Manual de Procedimentos

Brasiacutelia 2002

Disponiacutevel em lthttppesquisabvsbrbrasilresourceptses-15537gt

Acesso em 18 jan 2016

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo Baacutesica Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Vigilacircncia em Sauacutede Dengue Esquistossomose Hanseniacutease Malaacuteria Tracoma e

Tuberculose 2 ed rev 195 p Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n21 (Seacuterie A Normas e

Manuais Teacutecnicos) Brasiacutelia 2008

Disponiacutevel em lthttp18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad21pdfgt

Acesso em 19 out 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia Epidemioloacutegica Guia de vigilacircncia epidemioloacutegica ndash 7 ed 816 p ndash

Brasiacutelia2009

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesguia_vigilancia_epidemiologica_7edpdfgt

Acesso em 19 nov 2015

21

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso 8 ed rev

Brasiacutelia 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdoencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolsopdfgt

Acesso em 20 jan 2016

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema nacional de

vigilacircncia em sauacutede relatoacuterio de situaccedilatildeo Pernambuco ndash 5 ed 36 p ndash Brasiacutelia 2011

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoessistema_nacional_vigilancia_saude_pe_5edpdfgt

Acesso em 17 nov 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia das Doenccedilas Transmissiacuteveis Manual de vigilacircncia do tracoma e sua eliminaccedilatildeo

como causa de cegueira 2 ed 52 p ndash Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_vigilancia_tracoma_eliminacao_cegueira

pdfgt Acesso em 04 set 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Guia de Vigilacircncia em

Sauacutede volume uacutenico 812 p Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrarquivosguia_vigilancia_saude_completopdfgt

Acesso em 21 jan 2016

BAHIA Secretaria de Sauacutede Boletim Epidemioloacutegico Situaccedilatildeo Epidemioloacutegica do

tracoma Bahia n1 2013

Disponiacutevel em

lthttpwwwsuvisabagovbrsitesdefaultfilesBoletim20EpidemiolC3B3gico20Tra

coma20201320_(1_)pdfgt

Acesso em 20 jan 2016

22

CHINEN N H PENTEADO S AF ARMOND JD E AN C M D Drsquo AMARAL R

K K ROSA S J MORIMOTO WT M MEDINA N H Aspectos epidemioloacutegicos e

operacionais da vigilacircncia e controle do tracoma em escola no Municiacutepio de Satildeo Paulo

Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 15 n 2 p 69 -75 Brasiacutelia 2006

COUTO JUacuteNIOR A S SCARPI M J GUIDUGLI T Prevalecircncia de tracoma em preacute-

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DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y

SANTOS M J SANTOS A M C DANTAS P E C Tracoma Estudo epidemioloacutegico

de escolares em Alagoas Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 72 n 3 p 355 ndash 359

Satildeo Paulo 2009

DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e

perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede

Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013

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FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de

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Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-

areas-de-risco-em-pernambuco-e-tocantinsgt

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HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J

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23

LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede

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MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J

Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com

conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de

Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009

MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino

fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na

priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual

Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010

MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude

of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5

p 563-568 2008

MEDINA N H GENTIL R M GRACcedilA M SUZUKI C K MELLES H H B Anaacutelise

de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede

Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996

MEDINA NH Tracoma no Estado de Satildeo Paulo Bol Epidemioloacutegico Paulista (BEPA) v 1

n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004

MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las

Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-

225 abrjun 2013

24

MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo

sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica

Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953

NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo

Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos

Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas

tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais

negligenciadas 2010

Disponiacutevel em

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Acesso em 16 set 2015

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic

and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press

2007

Disponiacutevel em

lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt

Acesso em 02 fev 2016

PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede

Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013

Disponiacutevel em

lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra

comapdfgt

Acesso em 24 set 2015

ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro

MedBook 2013

25

SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L

CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da

Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015

SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A

Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil

Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174

SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira

Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204

SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H

PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em

escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4

p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010

TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book

reviews v 48 p 845 2009

THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications

Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987

WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on

Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003

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Acesso em 17 set 2015

WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of

Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256

Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt

Acesso em 05 fev 2016

26

WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 18: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

18

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria entre as crianccedilas de 1 a 4 anos o municiacutepio que mostrou o

maior nuacutemero de casos da doenccedila foi Lajedo com um percentual de 3548 o mesmo

tambeacutem obteve o maior nuacutemero nas faixas etaacuterias de 5 a 9 e de 20 a 39 anos com 4913 e

3572 Nas faixas etaacuterias de 10 a 14 e de 15 a 19 anos Saloaacute com 3071 e 5484

respectivamente Itaiacuteba teve o maior nuacutemero de casos registrados dos 40 a 79 anos com um

percentual de 5454

De acordo com a tabela 5 a faixa etaacuteria em que ocorreu mais casos de tracoma eacute a de 1

a 9 anos com um total de 263 casos da doenccedila Segundo a literatura essa faixa etaacuteria eacute mais

acometida pelo Tracoma Inflamatoacuterio Folicular ndashTF (LOPES 2008) poreacutem houve

dificuldade em comparar com outros municiacutepios tendo em vista que estes apresentam esses

resultados relacionando-os com as formas clinicas da doenccedila Poreacutem o maior percentual de

formas cliacutenicas relatados neste estudo foi o TF Isto indica que a maioria dos casos

diagnosticados e posteriormente tratados estavam em periacuteodos de transmissatildeo ativa Daiacute a

importacircncia de detecccedilatildeo dos casos em tempo oportuno havendo uma eficiecircncia na quebra da

cadeia de transmissatildeo

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

REFEREcircNCIAS

AL ndash RIFAI K M J Trachoma through history International Ophthalmolology

Dordrecht v 12 n 1 p 9 - 14 1988

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede Manual de controle do

tracoma 56p Brasiacutelia 2001

Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_controle_tracomapdfgt

Acesso em 16 set 2015

BRASIL Ministeacuterio da SAUacuteDE Fundaccedilatildeo nacional de Sauacutede Centro Nacional de

Epidemiologia ndash CENEPI Coordenaccedilatildeo Geral de Vigilacircncia Epidemioloacutegica CGVEPI

Inqueacuterito Epidemioloacutegico Nacional de Tracoma em Escolares Manual de Procedimentos

Brasiacutelia 2002

Disponiacutevel em lthttppesquisabvsbrbrasilresourceptses-15537gt

Acesso em 18 jan 2016

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo Baacutesica Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Vigilacircncia em Sauacutede Dengue Esquistossomose Hanseniacutease Malaacuteria Tracoma e

Tuberculose 2 ed rev 195 p Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n21 (Seacuterie A Normas e

Manuais Teacutecnicos) Brasiacutelia 2008

Disponiacutevel em lthttp18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad21pdfgt

Acesso em 19 out 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia Epidemioloacutegica Guia de vigilacircncia epidemioloacutegica ndash 7 ed 816 p ndash

Brasiacutelia2009

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesguia_vigilancia_epidemiologica_7edpdfgt

Acesso em 19 nov 2015

21

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso 8 ed rev

Brasiacutelia 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdoencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolsopdfgt

Acesso em 20 jan 2016

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema nacional de

vigilacircncia em sauacutede relatoacuterio de situaccedilatildeo Pernambuco ndash 5 ed 36 p ndash Brasiacutelia 2011

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoessistema_nacional_vigilancia_saude_pe_5edpdfgt

Acesso em 17 nov 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia das Doenccedilas Transmissiacuteveis Manual de vigilacircncia do tracoma e sua eliminaccedilatildeo

como causa de cegueira 2 ed 52 p ndash Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_vigilancia_tracoma_eliminacao_cegueira

pdfgt Acesso em 04 set 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Guia de Vigilacircncia em

Sauacutede volume uacutenico 812 p Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrarquivosguia_vigilancia_saude_completopdfgt

Acesso em 21 jan 2016

BAHIA Secretaria de Sauacutede Boletim Epidemioloacutegico Situaccedilatildeo Epidemioloacutegica do

tracoma Bahia n1 2013

Disponiacutevel em

lthttpwwwsuvisabagovbrsitesdefaultfilesBoletim20EpidemiolC3B3gico20Tra

coma20201320_(1_)pdfgt

Acesso em 20 jan 2016

22

CHINEN N H PENTEADO S AF ARMOND JD E AN C M D Drsquo AMARAL R

K K ROSA S J MORIMOTO WT M MEDINA N H Aspectos epidemioloacutegicos e

operacionais da vigilacircncia e controle do tracoma em escola no Municiacutepio de Satildeo Paulo

Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 15 n 2 p 69 -75 Brasiacutelia 2006

COUTO JUacuteNIOR A S SCARPI M J GUIDUGLI T Prevalecircncia de tracoma em preacute-

escolares e escolares no Municiacutepio de Duque de Caxias - RJ Revista Brasileira de Oftalmo-

logia 1997 56(7)515-21

DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y

SANTOS M J SANTOS A M C DANTAS P E C Tracoma Estudo epidemioloacutegico

de escolares em Alagoas Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 72 n 3 p 355 ndash 359

Satildeo Paulo 2009

DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e

perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede

Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013

EDWARDS D D Microbiology of the eye and ophthalmia In Albert DM Edwards DD

editors History of ophthalmology Blackwell Science v 1 p147-164 London 1996

FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de

risco em Pernambuco e Tocantins Pernambuco 2014

Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-

areas-de-risco-em-pernambuco-e-tocantinsgt

Acesso em 23 jan 2016

HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J

MABEY D C W Epidemiology and control of trachoma systematic review Tropical

Medicine and International Health v15 n 6 p 637-691 2010

23

LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede

coletiva Salvador 2008

LOPES M FC et al Prevalecircncia de tracoma entre escolares brasileiros Revista Sauacutede

Puacuteblica v 47 n 3 p 451-459 2013

MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J

Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com

conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de

Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009

MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino

fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na

priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual

Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010

MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude

of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5

p 563-568 2008

MEDINA N H GENTIL R M GRACcedilA M SUZUKI C K MELLES H H B Anaacutelise

de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede

Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996

MEDINA NH Tracoma no Estado de Satildeo Paulo Bol Epidemioloacutegico Paulista (BEPA) v 1

n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004

MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las

Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-

225 abrjun 2013

24

MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo

sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica

Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953

NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo

Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos

Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas

tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais

negligenciadas 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt

Acesso em 16 set 2015

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic

and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press

2007

Disponiacutevel em

lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt

Acesso em 02 fev 2016

PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede

Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013

Disponiacutevel em

lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra

comapdfgt

Acesso em 24 set 2015

ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro

MedBook 2013

25

SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L

CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da

Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015

SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A

Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil

Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174

SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira

Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204

SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H

PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em

escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4

p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010

TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book

reviews v 48 p 845 2009

THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications

Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987

WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on

Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003

Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt

Acesso em 17 set 2015

WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of

Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256

Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt

Acesso em 05 fev 2016

26

WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 19: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

19

5 CONCLUSAtildeO

Essa pesquisa descreveu a ocorrecircncia de casos de tracoma principal forma cliacutenica

presente e algumas caracteriacutesticas soacutecio demograacuteficas gerais dos casos detectados na regiatildeo

descrita Por se tratar de uma doenccedila crocircnica e reincidiva faz-se necessaacuterio um

acompanhamento continuo a fim de se obter melhores resultados no que diz respeito ao seu

tratamento e controle Para isso eacute preciso fortalecer as accedilotildees de vigilacircncia epidemioloacutegica do

tracoma capacitando os profissionais de sauacutede para detectar tratar e monitorar os casos da

doenccedila Assim eacute necessaacuterio implementar como parte da rotina das Unidades Baacutesicas de

Sauacutede e nos atendimentos de baixa e meacutedia complexidade Eacute importante a orientaccedilatildeo das

populaccedilotildees principalmente em aacutereas de grande densidade populacional e precaacuterias condiccedilotildees

sanitaacuterias entatildeo que a educaccedilatildeo em sauacutede seja trabalhada de forma constante visando

sensibilizar e mobilizar a comunidade para participar de forma ativa no processo de profilaxia

dessa infecccedilatildeo

20

REFEREcircNCIAS

AL ndash RIFAI K M J Trachoma through history International Ophthalmolology

Dordrecht v 12 n 1 p 9 - 14 1988

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede Manual de controle do

tracoma 56p Brasiacutelia 2001

Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_controle_tracomapdfgt

Acesso em 16 set 2015

BRASIL Ministeacuterio da SAUacuteDE Fundaccedilatildeo nacional de Sauacutede Centro Nacional de

Epidemiologia ndash CENEPI Coordenaccedilatildeo Geral de Vigilacircncia Epidemioloacutegica CGVEPI

Inqueacuterito Epidemioloacutegico Nacional de Tracoma em Escolares Manual de Procedimentos

Brasiacutelia 2002

Disponiacutevel em lthttppesquisabvsbrbrasilresourceptses-15537gt

Acesso em 18 jan 2016

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo Baacutesica Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Vigilacircncia em Sauacutede Dengue Esquistossomose Hanseniacutease Malaacuteria Tracoma e

Tuberculose 2 ed rev 195 p Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n21 (Seacuterie A Normas e

Manuais Teacutecnicos) Brasiacutelia 2008

Disponiacutevel em lthttp18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad21pdfgt

Acesso em 19 out 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia Epidemioloacutegica Guia de vigilacircncia epidemioloacutegica ndash 7 ed 816 p ndash

Brasiacutelia2009

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesguia_vigilancia_epidemiologica_7edpdfgt

Acesso em 19 nov 2015

21

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso 8 ed rev

Brasiacutelia 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdoencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolsopdfgt

Acesso em 20 jan 2016

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema nacional de

vigilacircncia em sauacutede relatoacuterio de situaccedilatildeo Pernambuco ndash 5 ed 36 p ndash Brasiacutelia 2011

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoessistema_nacional_vigilancia_saude_pe_5edpdfgt

Acesso em 17 nov 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia das Doenccedilas Transmissiacuteveis Manual de vigilacircncia do tracoma e sua eliminaccedilatildeo

como causa de cegueira 2 ed 52 p ndash Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_vigilancia_tracoma_eliminacao_cegueira

pdfgt Acesso em 04 set 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Guia de Vigilacircncia em

Sauacutede volume uacutenico 812 p Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrarquivosguia_vigilancia_saude_completopdfgt

Acesso em 21 jan 2016

BAHIA Secretaria de Sauacutede Boletim Epidemioloacutegico Situaccedilatildeo Epidemioloacutegica do

tracoma Bahia n1 2013

Disponiacutevel em

lthttpwwwsuvisabagovbrsitesdefaultfilesBoletim20EpidemiolC3B3gico20Tra

coma20201320_(1_)pdfgt

Acesso em 20 jan 2016

22

CHINEN N H PENTEADO S AF ARMOND JD E AN C M D Drsquo AMARAL R

K K ROSA S J MORIMOTO WT M MEDINA N H Aspectos epidemioloacutegicos e

operacionais da vigilacircncia e controle do tracoma em escola no Municiacutepio de Satildeo Paulo

Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 15 n 2 p 69 -75 Brasiacutelia 2006

COUTO JUacuteNIOR A S SCARPI M J GUIDUGLI T Prevalecircncia de tracoma em preacute-

escolares e escolares no Municiacutepio de Duque de Caxias - RJ Revista Brasileira de Oftalmo-

logia 1997 56(7)515-21

DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y

SANTOS M J SANTOS A M C DANTAS P E C Tracoma Estudo epidemioloacutegico

de escolares em Alagoas Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 72 n 3 p 355 ndash 359

Satildeo Paulo 2009

DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e

perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede

Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013

EDWARDS D D Microbiology of the eye and ophthalmia In Albert DM Edwards DD

editors History of ophthalmology Blackwell Science v 1 p147-164 London 1996

FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de

risco em Pernambuco e Tocantins Pernambuco 2014

Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-

areas-de-risco-em-pernambuco-e-tocantinsgt

Acesso em 23 jan 2016

HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J

MABEY D C W Epidemiology and control of trachoma systematic review Tropical

Medicine and International Health v15 n 6 p 637-691 2010

23

LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede

coletiva Salvador 2008

LOPES M FC et al Prevalecircncia de tracoma entre escolares brasileiros Revista Sauacutede

Puacuteblica v 47 n 3 p 451-459 2013

MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J

Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com

conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de

Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009

MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino

fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na

priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual

Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010

MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude

of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5

p 563-568 2008

MEDINA N H GENTIL R M GRACcedilA M SUZUKI C K MELLES H H B Anaacutelise

de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede

Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996

MEDINA NH Tracoma no Estado de Satildeo Paulo Bol Epidemioloacutegico Paulista (BEPA) v 1

n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004

MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las

Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-

225 abrjun 2013

24

MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo

sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica

Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953

NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo

Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos

Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas

tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais

negligenciadas 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt

Acesso em 16 set 2015

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic

and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press

2007

Disponiacutevel em

lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt

Acesso em 02 fev 2016

PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede

Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013

Disponiacutevel em

lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra

comapdfgt

Acesso em 24 set 2015

ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro

MedBook 2013

25

SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L

CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da

Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015

SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A

Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil

Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174

SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira

Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204

SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H

PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em

escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4

p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010

TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book

reviews v 48 p 845 2009

THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications

Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987

WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on

Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003

Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt

Acesso em 17 set 2015

WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of

Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256

Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt

Acesso em 05 fev 2016

26

WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 20: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

20

REFEREcircNCIAS

AL ndash RIFAI K M J Trachoma through history International Ophthalmolology

Dordrecht v 12 n 1 p 9 - 14 1988

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede Manual de controle do

tracoma 56p Brasiacutelia 2001

Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_controle_tracomapdfgt

Acesso em 16 set 2015

BRASIL Ministeacuterio da SAUacuteDE Fundaccedilatildeo nacional de Sauacutede Centro Nacional de

Epidemiologia ndash CENEPI Coordenaccedilatildeo Geral de Vigilacircncia Epidemioloacutegica CGVEPI

Inqueacuterito Epidemioloacutegico Nacional de Tracoma em Escolares Manual de Procedimentos

Brasiacutelia 2002

Disponiacutevel em lthttppesquisabvsbrbrasilresourceptses-15537gt

Acesso em 18 jan 2016

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo Baacutesica Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Vigilacircncia em Sauacutede Dengue Esquistossomose Hanseniacutease Malaacuteria Tracoma e

Tuberculose 2 ed rev 195 p Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n21 (Seacuterie A Normas e

Manuais Teacutecnicos) Brasiacutelia 2008

Disponiacutevel em lthttp18928128100dabdocspublicacoescadernos_ababcad21pdfgt

Acesso em 19 out 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia Epidemioloacutegica Guia de vigilacircncia epidemioloacutegica ndash 7 ed 816 p ndash

Brasiacutelia2009

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesguia_vigilancia_epidemiologica_7edpdfgt

Acesso em 19 nov 2015

21

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso 8 ed rev

Brasiacutelia 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdoencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolsopdfgt

Acesso em 20 jan 2016

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema nacional de

vigilacircncia em sauacutede relatoacuterio de situaccedilatildeo Pernambuco ndash 5 ed 36 p ndash Brasiacutelia 2011

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoessistema_nacional_vigilancia_saude_pe_5edpdfgt

Acesso em 17 nov 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia das Doenccedilas Transmissiacuteveis Manual de vigilacircncia do tracoma e sua eliminaccedilatildeo

como causa de cegueira 2 ed 52 p ndash Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_vigilancia_tracoma_eliminacao_cegueira

pdfgt Acesso em 04 set 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Guia de Vigilacircncia em

Sauacutede volume uacutenico 812 p Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrarquivosguia_vigilancia_saude_completopdfgt

Acesso em 21 jan 2016

BAHIA Secretaria de Sauacutede Boletim Epidemioloacutegico Situaccedilatildeo Epidemioloacutegica do

tracoma Bahia n1 2013

Disponiacutevel em

lthttpwwwsuvisabagovbrsitesdefaultfilesBoletim20EpidemiolC3B3gico20Tra

coma20201320_(1_)pdfgt

Acesso em 20 jan 2016

22

CHINEN N H PENTEADO S AF ARMOND JD E AN C M D Drsquo AMARAL R

K K ROSA S J MORIMOTO WT M MEDINA N H Aspectos epidemioloacutegicos e

operacionais da vigilacircncia e controle do tracoma em escola no Municiacutepio de Satildeo Paulo

Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 15 n 2 p 69 -75 Brasiacutelia 2006

COUTO JUacuteNIOR A S SCARPI M J GUIDUGLI T Prevalecircncia de tracoma em preacute-

escolares e escolares no Municiacutepio de Duque de Caxias - RJ Revista Brasileira de Oftalmo-

logia 1997 56(7)515-21

DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y

SANTOS M J SANTOS A M C DANTAS P E C Tracoma Estudo epidemioloacutegico

de escolares em Alagoas Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 72 n 3 p 355 ndash 359

Satildeo Paulo 2009

DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e

perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede

Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013

EDWARDS D D Microbiology of the eye and ophthalmia In Albert DM Edwards DD

editors History of ophthalmology Blackwell Science v 1 p147-164 London 1996

FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de

risco em Pernambuco e Tocantins Pernambuco 2014

Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-

areas-de-risco-em-pernambuco-e-tocantinsgt

Acesso em 23 jan 2016

HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J

MABEY D C W Epidemiology and control of trachoma systematic review Tropical

Medicine and International Health v15 n 6 p 637-691 2010

23

LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede

coletiva Salvador 2008

LOPES M FC et al Prevalecircncia de tracoma entre escolares brasileiros Revista Sauacutede

Puacuteblica v 47 n 3 p 451-459 2013

MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J

Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com

conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de

Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009

MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino

fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na

priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual

Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010

MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude

of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5

p 563-568 2008

MEDINA N H GENTIL R M GRACcedilA M SUZUKI C K MELLES H H B Anaacutelise

de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede

Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996

MEDINA NH Tracoma no Estado de Satildeo Paulo Bol Epidemioloacutegico Paulista (BEPA) v 1

n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004

MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las

Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-

225 abrjun 2013

24

MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo

sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica

Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953

NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo

Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos

Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas

tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais

negligenciadas 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt

Acesso em 16 set 2015

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic

and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press

2007

Disponiacutevel em

lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt

Acesso em 02 fev 2016

PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede

Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013

Disponiacutevel em

lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra

comapdfgt

Acesso em 24 set 2015

ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro

MedBook 2013

25

SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L

CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da

Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015

SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A

Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil

Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174

SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira

Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204

SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H

PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em

escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4

p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010

TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book

reviews v 48 p 845 2009

THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications

Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987

WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on

Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003

Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt

Acesso em 17 set 2015

WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of

Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256

Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt

Acesso em 05 fev 2016

26

WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 21: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

21

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso 8 ed rev

Brasiacutelia 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdoencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolsopdfgt

Acesso em 20 jan 2016

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema nacional de

vigilacircncia em sauacutede relatoacuterio de situaccedilatildeo Pernambuco ndash 5 ed 36 p ndash Brasiacutelia 2011

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoessistema_nacional_vigilancia_saude_pe_5edpdfgt

Acesso em 17 nov 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de

Vigilacircncia das Doenccedilas Transmissiacuteveis Manual de vigilacircncia do tracoma e sua eliminaccedilatildeo

como causa de cegueira 2 ed 52 p ndash Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesmanual_vigilancia_tracoma_eliminacao_cegueira

pdfgt Acesso em 04 set 2015

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Guia de Vigilacircncia em

Sauacutede volume uacutenico 812 p Brasiacutelia 2014

Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrarquivosguia_vigilancia_saude_completopdfgt

Acesso em 21 jan 2016

BAHIA Secretaria de Sauacutede Boletim Epidemioloacutegico Situaccedilatildeo Epidemioloacutegica do

tracoma Bahia n1 2013

Disponiacutevel em

lthttpwwwsuvisabagovbrsitesdefaultfilesBoletim20EpidemiolC3B3gico20Tra

coma20201320_(1_)pdfgt

Acesso em 20 jan 2016

22

CHINEN N H PENTEADO S AF ARMOND JD E AN C M D Drsquo AMARAL R

K K ROSA S J MORIMOTO WT M MEDINA N H Aspectos epidemioloacutegicos e

operacionais da vigilacircncia e controle do tracoma em escola no Municiacutepio de Satildeo Paulo

Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 15 n 2 p 69 -75 Brasiacutelia 2006

COUTO JUacuteNIOR A S SCARPI M J GUIDUGLI T Prevalecircncia de tracoma em preacute-

escolares e escolares no Municiacutepio de Duque de Caxias - RJ Revista Brasileira de Oftalmo-

logia 1997 56(7)515-21

DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y

SANTOS M J SANTOS A M C DANTAS P E C Tracoma Estudo epidemioloacutegico

de escolares em Alagoas Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 72 n 3 p 355 ndash 359

Satildeo Paulo 2009

DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e

perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede

Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013

EDWARDS D D Microbiology of the eye and ophthalmia In Albert DM Edwards DD

editors History of ophthalmology Blackwell Science v 1 p147-164 London 1996

FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de

risco em Pernambuco e Tocantins Pernambuco 2014

Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-

areas-de-risco-em-pernambuco-e-tocantinsgt

Acesso em 23 jan 2016

HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J

MABEY D C W Epidemiology and control of trachoma systematic review Tropical

Medicine and International Health v15 n 6 p 637-691 2010

23

LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede

coletiva Salvador 2008

LOPES M FC et al Prevalecircncia de tracoma entre escolares brasileiros Revista Sauacutede

Puacuteblica v 47 n 3 p 451-459 2013

MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J

Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com

conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de

Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009

MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino

fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na

priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual

Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010

MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude

of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5

p 563-568 2008

MEDINA N H GENTIL R M GRACcedilA M SUZUKI C K MELLES H H B Anaacutelise

de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede

Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996

MEDINA NH Tracoma no Estado de Satildeo Paulo Bol Epidemioloacutegico Paulista (BEPA) v 1

n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004

MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las

Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-

225 abrjun 2013

24

MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo

sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica

Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953

NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo

Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos

Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas

tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais

negligenciadas 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt

Acesso em 16 set 2015

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic

and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press

2007

Disponiacutevel em

lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt

Acesso em 02 fev 2016

PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede

Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013

Disponiacutevel em

lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra

comapdfgt

Acesso em 24 set 2015

ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro

MedBook 2013

25

SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L

CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da

Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015

SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A

Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil

Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174

SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira

Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204

SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H

PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em

escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4

p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010

TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book

reviews v 48 p 845 2009

THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications

Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987

WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on

Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003

Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt

Acesso em 17 set 2015

WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of

Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256

Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt

Acesso em 05 fev 2016

26

WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 22: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

22

CHINEN N H PENTEADO S AF ARMOND JD E AN C M D Drsquo AMARAL R

K K ROSA S J MORIMOTO WT M MEDINA N H Aspectos epidemioloacutegicos e

operacionais da vigilacircncia e controle do tracoma em escola no Municiacutepio de Satildeo Paulo

Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 15 n 2 p 69 -75 Brasiacutelia 2006

COUTO JUacuteNIOR A S SCARPI M J GUIDUGLI T Prevalecircncia de tracoma em preacute-

escolares e escolares no Municiacutepio de Duque de Caxias - RJ Revista Brasileira de Oftalmo-

logia 1997 56(7)515-21

DAMASCENO R W F SANTOS R R CACALCANTI T R T HILDA R Y

SANTOS M J SANTOS A M C DANTAS P E C Tracoma Estudo epidemioloacutegico

de escolares em Alagoas Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 72 n 3 p 355 ndash 359

Satildeo Paulo 2009

DANTAS A P C Tracoma aspectos epidemioloacutegicos no Brasil 2009 ndash 2010 e

perspectivas de controle Dissertaccedilatildeo (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Sauacutede

Puacuteblica) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2013

EDWARDS D D Microbiology of the eye and ophthalmia In Albert DM Edwards DD

editors History of ophthalmology Blackwell Science v 1 p147-164 London 1996

FUNDACcedilAtildeO OSWALDO CRUZ (Notiacutecia) Censo vai mapear o tracoma em aacutereas de

risco em Pernambuco e Tocantins Pernambuco 2014

Disponiacutevel em lthttpportalfiocruzbrpt-brcontentcenso-mapeia-situacao-do-tracoma-em-

areas-de-risco-em-pernambuco-e-tocantinsgt

Acesso em 23 jan 2016

HUVH HARDING-ESCH E M BUURTON M J BAILEY R L KADIMPEUL J

MABEY D C W Epidemiology and control of trachoma systematic review Tropical

Medicine and International Health v15 n 6 p 637-691 2010

23

LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede

coletiva Salvador 2008

LOPES M FC et al Prevalecircncia de tracoma entre escolares brasileiros Revista Sauacutede

Puacuteblica v 47 n 3 p 451-459 2013

MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J

Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com

conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de

Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009

MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino

fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na

priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual

Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010

MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude

of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5

p 563-568 2008

MEDINA N H GENTIL R M GRACcedilA M SUZUKI C K MELLES H H B Anaacutelise

de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede

Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996

MEDINA NH Tracoma no Estado de Satildeo Paulo Bol Epidemioloacutegico Paulista (BEPA) v 1

n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004

MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las

Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-

225 abrjun 2013

24

MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo

sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica

Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953

NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo

Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos

Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas

tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais

negligenciadas 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt

Acesso em 16 set 2015

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic

and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press

2007

Disponiacutevel em

lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt

Acesso em 02 fev 2016

PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede

Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013

Disponiacutevel em

lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra

comapdfgt

Acesso em 24 set 2015

ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro

MedBook 2013

25

SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L

CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da

Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015

SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A

Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil

Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174

SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira

Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204

SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H

PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em

escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4

p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010

TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book

reviews v 48 p 845 2009

THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications

Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987

WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on

Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003

Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt

Acesso em 17 set 2015

WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of

Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256

Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt

Acesso em 05 fev 2016

26

WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 23: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

23

LOPES M FC Tracoma situaccedilatildeo epidemioloacutegica no Brasil 2008 52p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado Profissional em Sauacutede Coletiva) Universidade Federal da Bahia Instituto de sauacutede

coletiva Salvador 2008

LOPES M FC et al Prevalecircncia de tracoma entre escolares brasileiros Revista Sauacutede

Puacuteblica v 47 n 3 p 451-459 2013

MACHADO M O FRAGA D S FLORIANO J F MENEZES M E TRAEBERT J

Prevalecircncia de infecccedilatildeo por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com

conjuntivite em laboratoacuterio de geneacutetica e biologia molecular na regiatildeo metropolitana de

Florianoacuteplis Revista Brasileira de Oftalmolologia v 68 n 4 p 206-211 2009

MACHARELLI C A Aspectos epidemioloacutegicos do tracoma em crianccedilas do ensino

fundamental do Municiacutepio de Bauru-SP a utilizaccedilatildeo do geoprocessamento na

priorizaccedilatildeo de recursos do setor sauacutede ndash Tese (doutorado) ndash Universidade Estadual

Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Satildeo Paulo 2010

MARIOTTI S P PASCOLINI D ROSE-NUSSBAUMER J Trachoma global magnitude

of a preventable cause of blindness British Journal of Ophthalmology London v 93 n 5

p 563-568 2008

MEDINA N H GENTIL R M GRACcedilA M SUZUKI C K MELLES H H B Anaacutelise

de exames de imunofluorescecircncia direta para o diagnoacutestico de tracoma Revista de Sauacutede

Puacuteblica v 30 n 2 p 135-140 Satildeo Paulo 1996

MEDINA NH Tracoma no Estado de Satildeo Paulo Bol Epidemioloacutegico Paulista (BEPA) v 1

n 7 p 12-13 Satildeo Paulo 2004

MOLINA D L GUERRA M E M LLORENTE S C Importacircncia cliacutenica de Las

Chlamydias Revista Cubana de Medicina General Integral La Habana v 29 n 2 p 214-

225 abrjun 2013

24

MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo

sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica

Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953

NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo

Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos

Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas

tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais

negligenciadas 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt

Acesso em 16 set 2015

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic

and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press

2007

Disponiacutevel em

lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt

Acesso em 02 fev 2016

PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede

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Disponiacutevel em

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Acesso em 24 set 2015

ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro

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25

SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L

CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da

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SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A

Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil

Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174

SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira

Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204

SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H

PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em

escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4

p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010

TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book

reviews v 48 p 845 2009

THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications

Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987

WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on

Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003

Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt

Acesso em 17 set 2015

WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of

Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256

Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt

Acesso em 05 fev 2016

26

WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

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24

MORAES N I A SILVA O J CAMARGO J A FREIRE J P O papel da educaccedilatildeo

sanitaacuteria na profilaxia do tracoma Arquivos da Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica

Universidade de Satildeo Paulo v7 n 2 p 248-256 Satildeo Paulo1953

NOacuteBREGA M J FARAH A L H L MILLER D KANG HM HADDAD LH Estudo

Cliacutenico e laboratorial de tracoma em escolares de Joinville Santa Catarina Brasil Arquivos

Brasileiros de Oftalmolologia 1998 61(5)551-6

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE OMS Primeiro relatoacuterio da OMS sobre doenccedilas

tropicais negligenciadas Avanccedilos para superar o impacto global de doenccedilas tropicais

negligenciadas 2010

Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprimeiro_relatorio_oms_doencas_tropicaispdfgt

Acesso em 16 set 2015

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DA SAUacuteDE Report of the first meeting of WHO Strategic

and Technical Advisory Group on Neglected Tropical Diseases Geneva WHO Press

2007

Disponiacutevel em

lthttpappswhointirisbitstream10665697111WHO_CDS_NTD_20072_engpdfgt

Acesso em 02 fev 2016

PERNAMBUCO Secretaria Estadual de Sauacutede Secretaria Executiva de Vigilacircncia em Sauacutede

Cadernos de Monitoramento - Programa Sanar ndash Volume 2 - 1 ed 20 p ndash Recife 2013

Disponiacutevel em

lthttpportalsaudepegovbrsitesportalsaudepegovbrfilescaderno_demonitoramento_tra

comapdfgt

Acesso em 24 set 2015

ROUQUAYROL MZ SILVA GURGEL M Epidemiologia e sauacutede 7 ed Rio de Janeiro

MedBook 2013

25

SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L

CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da

Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015

SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A

Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil

Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174

SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira

Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204

SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H

PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em

escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4

p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010

TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book

reviews v 48 p 845 2009

THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications

Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987

WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on

Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003

Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt

Acesso em 17 set 2015

WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of

Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256

Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt

Acesso em 05 fev 2016

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WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

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SIlVA E J OLIVEIRA L A V FERENANDES DR F CRUZ CS S OLIVEIRA L

CTRACOMA uma antiga patologia ainda negligenciada na atualidade Revista da

Universidade Vale do Rio Verde Trecircs Coraccedilotildees v 13 n 1 p 330-340 2015

SCARPI M J SILVA R J M FERREIRA I A BARBOSA F A C PLUT R C A

Prevalecircncia de tracoma em bairro do municiacutepio de Palmares Estado de Pernambuco Brasil

Arquivos Brasileiros de Oftalmolologia 1990 53(4) 171-174

SCHELLINI S A SOUSA R L F Tracoma ainda uma importante causa de cegueira

Revista Brasileira de Oftalmologia 2012 71 (3) 199-204

SCHELLINI S A LAVEZZO M M FERRAZ L B NETO J O MEDINA N H

PADOVANI C R Prevalecircncia e localizaccedilatildeo espacial dos casos de tracoma detectados em

escolares de Botucatu Satildeo Paulo - Brasil Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v 73 n 4

p 358 ndash 362 Satildeo Paulo 2010

TAYLOR H Trachoma A Blinding Scourge from the Bronze Age to the Twenty-First Book

reviews v 48 p 845 2009

THYLEFORS B et al Simple system for theassessment of trachoma and its complications

Bulletin World Health Organization v 65 n 4 p 477- 483 1987

WORLD HEALTH ORGANIZATION Report of the 2nd Global Scientific Meeting on

Trachoma WHOPBDGET031 Geneva WHO 2003

Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointblindness2nd20GLOBAL20SCIENTIFIC20MEETINGpdfgt

Acesso em 17 set 2015

WORLD HEALTH ORGANIZATION (2013) Global Alliance for the Elimination of

Blinding Trachoma by 2020 Weekly Epidemiologiacal Record v 88 n 24 p 242ndash256

Disponiacutevel em lthttpwwwwhointblindnesscausestrachomaengt

Acesso em 05 fev 2016

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WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

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ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

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26

WORLD HEALTH ORGANIZATION Future Approaches to trachoma control Future

Approaches to trachoma control Geneva WHO Programme of Blindness and Deafness 1996

(WHOPBL9656)

Disponiacutevel emlt httpwwwircwashorgsitesdefaultfiles2452-97FU-16921pdfgt

Acesso em 20 set 2015

27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

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27

ANEXOS

ANEXO 1 ndash Boletim de Inqueacuterito de Tracoma

28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

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28

ANEXO 2 ndash Submissatildeo ao CEP

29

Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia

Page 29: ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE …ead.saude.pe.gov.br/pluginfile.php/24459/mod_glossary/attachment/… · escola de saÚde pÚblica de pernambuco universidade

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Anexo 3 ndash Carta de Anuecircncia