ESCREVENDO a VIDA_Reflexões Para a Caminhada Cristã

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    Oliveira Júnior, Vlademir Fernandes de.

    Escrevendo a Vida: reflexões para a caminhada

    cristã / Vlademir Fernandes de Oliveira Júnior, Porto

    Velho, Rondônia: ---, 2016.

    1. Bíblia 2. Teologia Prática 3. Devocional

    I. Título.

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     À minha esposa Kately; você tem sido ótima.Mãe Regina (in memoriam).

    E família.

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    NÃO DESPREZE O DOM DE DEUS ................................................................... 122

    CUIDADOS COM O CORPO ................................................................................ 129

    MAU USO DA BÍBLIA .......................................................................................... 134

    PRECEITOS PARA O COTIDIANO DA IGREJA ................................................ 137

    REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 146

    INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR .................................................................... 147

    http://teologiacritica.blogspot.com.br/2014/07/nao-despreze-o-dom-de-deus.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2011/01/cuidados-com-o-corpo.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2011/05/mau-uso-da-biblia.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2011/01/preceitos-para-o-cotidiano-da-igreja.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2011/01/preceitos-para-o-cotidiano-da-igreja.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2011/05/mau-uso-da-biblia.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2011/01/cuidados-com-o-corpo.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2014/07/nao-despreze-o-dom-de-deus.html

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     A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS

     A Bíblia é Palavra de Deus! Uma afirmação que causa ojeriza em alguns etemor em outros. Aversão naqueles que não creem no fato de ela ser um livroespiritual, mostrando um Deus espiritual, uma salvação espiritual e um reinoespiritual. Temor nos que se curvam diante da majestosa realidade revelada ediante de seu soberano Deus. Mas, afinal de contas, a Bíblia é realmente aPalavra de Deus? É possível provar a afirmativa?

    Um princípio básico que devemos considerar é não querer provar averacidade da Bíblia pelos métodos científicos; simplesmente porque ela não

    precisa, em hipótese alguma, de uma defesa de sua autoridade ou inspiraçãodivina. Ela, por si só, é capaz de mostrar-se verdadeira.

     A Revelação não se submete ao racionalismo como árbitro de suaautenticidade, caso contrário, seria como se Deus e sua Palavra se rebaixassemcomo réus diante dos julgamentos dos homens. As coisas de Deus são superioresaos esquemas racionalistas.

    Contudo, defender a origem divina da Bíblia não é dar um “pulo no escuro”,pelo contrário, a Palavra de Deus mostra-se coerente, fiel e autêntica.

     A seguir veremos algumas evidências que nos ajudam a compreender

    melhor o porquê da Bíblia ser considerada a Palavra de Deus e mais estimada doque um simples livro.

    EVIDÊNCIAS EXTERNAS

     A evidência baseada na historicidade da Bíblia. Grande parte do conteúdobíblico está baseado em fatos. Podemos comprová-los pela História. A Bíblia fala,por exemplo, da História de Israel; aborda alguns fatos da História antiga, dospovos como os hititas. Narra a vida e obra de Jesus Cristo, sua morte e

    ressurreição, além de apresentar citações geográficas, políticas e sociais que sãocomprovadas facilmente. Logo, são evidências de sua veracidade quanto ainformações históricas.

    Evidência da profecia. Todas as profecias bíblicas incondicionais foramcumpridas, exceto aquelas de caráter futuro que ainda aguardam concretização.Profecias sobre Jesus Cristo, proferidas séculos antes de seu nascimento,cumpriram-se à risca como: a época de seu nascimento (Daniel 9), a cidade emque ele haveria de nascer (Miquéias 5.2) e a natureza de sua concepção enascimento (Isaías 7.14). Outras profecias, como a da explosão da instrução e da

    comunicação (Daniel 12.4) e da repatriação de Israel (Isaías 61.4) estão sendocumpridas em nossos dias.

    http://teologiacritica.blogspot.com.br/2011/07/biblia-e-palavra-de-deus.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2011/07/biblia-e-palavra-de-deus.html

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     A evidência da influência da Bíblia. É notória a influência benéfica daBíblia. Onde este livro tem influência sempre testemunhamos transformações emelhorias. Quantos depoimentos de pessoas que foram transformadas por sua

    mensagem já não ouvimos? Quão impressionante é a aceitação deste livro emtodas as partes do mundo. Ele é o bestseller  mundial por excelência e já pormuitos séculos. Se não fosse excelente seu conteúdo será que haveria tantaaceitação assim?

     A evidência da indestrutibilidade da Bíblia.  A Bíblia talvez tenha sido olivro mais perseguido de todos os tempos. Apesar de sua aceitação em massa,alguns líderes se levantaram para tentar destruí-la. Você já deve ter ouvido falarda perseguição romana nos primórdios da igreja, bem como os movimentos domodernismo “sem Deus”  que motivou muitos a queimarem Bíblias em praça

    pública. Muitos tentaram ridicularizá-la, mas temos uma coisa a falar: a Bíbliapermanece! A evidência oriunda da integridade de seus autores humanos. Sabemos que

    as Escrituras são inspiradas (sopradas por Deus), mas Deus usou homens paraque tornassem essa mensagem verbal e proposicional. Portanto, homens santostiveram participação na concretização da Bíblia. Tais homens foram postos “àprova”. Suas vidas, até hoje, são objeto de estudo e não há qualquer evidência quemanche, de modo substancial, seu caráter e moral. Isso é bastante interessante,talvez não valorizado pela sociedade pós-moderna que aprecia mais a astúcia do

    político corrupto!Evidência da unidade da Bíblia. Quem diria! Um livro escrito por mais de40 escritores humanos em regiões e épocas diferentes, num período de cerca de1500 anos, em várias línguas diferentes, com centenas de tópicos, resultar numamensagem coerente! A Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, tem uma unidadeincomparável. De capa a capa ela fala sobre o Senhor Jesus Cristo. Suamensagem aponta para a salvação em Cristo. Isso não foi obra de uma meracasualidade.

    EVIDÊNCIAS INTERNAS

     A evidência da autoridade que se autoconfirma. Desde a época de Jesus aspessoas tem reconhecido que as palavras das Escrituras tem autoridade. Algunsfalaram sobre Jesus dizendo que Ele: “os ensinava como tendo autoridade” (Marcos 1.22). Essa mesma autoridade é reconhecida nos Escritos daquelas aquem Jesus comissionou para prosseguirem com o evangelho, que mais tardeforam os escritores do Novo Testamento. Ademais, a Bíblia está cheia deexpressões como: “ Assim diz o Senhor”, “Disse Deus”, fazendo com que qualquer

    ovelha ouça realmente a voz do pastor.

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     A evidência do testemunho do Espírito Santo.  Intimamente o EspíritoSanto fala aos corações dos que creem. Há uma confirmação espiritual de queestamos no caminho certo, de que somos filhos de Deus, da verdade bíblica. Esta

    confirmação só é possível aos que creem. Aliás, as evidências internas sãoexclusivas aos que creem na mensagem bíblica.Capacidade Transformadora.  “ A palavra de Deus é viva e eficaz, e mais

    cortante do que qualquer espada de dois gumes”  (Hebreus 4.12). Essa é areivindicação bíblica. Essa é uma realidade. A Bíblia transforma vidas, mudapensamentos, molda hábitos e direciona vidas! É uma realidade!

    O objetivo deste texto não foi provar que a Bíblia é a Palavra de Deus, masmostrar algumas evidências que nos fizessem, no mínimo, criticar a

    incredulidade pré-concebida do racionalismo. Apesar de tudo, tenhamos emmente que caso não houvesse evidências, a Bíblia continuaria sendo a Palavra deDeus.

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    SE DEUS É BOM, PORQUE EXISTE O MAL? 

    Uma das questões mais difíceis para a Teologia é responder sobre acoexistência de Deus e do mal. Por quê? Simplesmente porque nos causa,aparentemente, certo paradoxo admitir a existência de ambos ao mesmo tempo! Vejamos o dilema que pode surgir. Se Deus existe e é um Deus Todo-Poderoso eama a criatura, como pode o mal gracejar como vemos e ocasionar tanta ruina?Das duas uma: ou Deus ama realmente, mas não é Todo-Poderoso ou Deus éTodo-Poderoso e não ama a criatura.

    Expliquemos melhor. Se ele ama é certo que não desejaria, e nem mesmo

    ficaria indiferente aos extremos sofrimentos pelo quais passam os vivos. Se eleama não ficaria no oculto, não ficaria à distância, mas certamente viria emauxílio à humanidade. Deus não quer salvar o povo? Deus não ama ahumanidade? Logo, se Deus ama a criatura, então não podemos tirar outraconclusão a não ser assumir que ele não tem poder para livrá-la. Algumasteologias contemporâneas seguem por este caminho e limitam o ser de Deuscondicionando-o ao espaço/tempo e, portanto, a algumas limitações também.

    Por outro lado, se Deus tem realmente Todo-Poder e não age diante do mala conclusão a que chegamos é que Deus não ama tanto assim a criação. Como

    pode ele nos amar verdadeiramente se vemos absurdos, injustiças, sofrimentos emisérias se proliferando por toda parte? Ou seja, como pode ele nos amarverdadeiramente se não se importa conosco e nem mesmo com o sofrimento dahumanidade?

    Como dissemos, a questão é difícil, mas temos por certo que o caminho nãoé alterar a existência ou essência de Deus. Deus é amor e também Todo-Poderoso. Algumas teorias foram propostas como tentativas para solucionar o problema. Eisalgumas delas, segundo (Sayão, 2012).1 

     A Teoria do Livre-Arbítrio. É a posição clássica das religiões monoteístas.

    Ela afirma que Deus permite o mal e o utiliza para fins bons. Deuspermite o mal para produzir um bem maior. (...) Deus apenas permite omal, (...) por razões e finalidades boas que não compreendemosplenamente agora.

     A Teoria Pedagógica. (...) o enfoque é deslocado da origem do mal e écolocado, principalmente, nos possíveis bons resultados da experiência dosofrimento. A ideia é que a experiência do sofrimento (mal) é umbenefício indispensável para o desenvolvimento das capacidadeshumanas, do contrário a humanidade permaneceria eternamente nainfância. Argumenta-se, por exemplo, que um pouco de sofrimento

    1  SAYÃO, Luiz Alberto.  Agora sim! Teologia na prática do começo ao fim. São Paulo:Hagnos, 2012.

    http://teologiacritica.blogspot.com.br/2015/11/se-deus-e-bom-porque-existe-o-mal.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2015/11/se-deus-e-bom-porque-existe-o-mal.html

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    aumenta a nossa própria satisfação com a vida e que um sofrimentomaior e mais intenso desenvolve em nós uma maior profundidade decaráter e de compaixão.

     A Teoria Escatológica. (...) diz que há esperança para o problema, pois ela

    está baseada na convicção de que a vida transcende a morte e que justiçae injustiça receberão sua devida recompensa. A Teoria da Teodiceia de Comunhão. A Teodiceia de Comunhão enfatizaque Deus é principalmente percebido e conhecido no sofrimento. O Deusverdadeiro é aquele que se compadece. É o Deus que sofre com suascriaturas e que, de certa forma, é vítima do mal, com elas. (...) Osofrimento é a grande oportunidade para Deus e o homem entrarem emcomunhão e colaboração.

    Talvez a realidade seja uma mescla com o melhor de todas essas

    tentativas. O fato que devemos enfatizar é que mesmo não compreendendoamplamente e corretamente o porquê da existência do mal e seu poder nefasto,não devemos atribuir culpa ou injustiça a Deus por isso, devemos admitir que háuma lógica que no final das contas justificará toda nossa existência.

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    CONTRA FALSOS MESTRES E HERESIAS

     A existência de falsos mestres não é um privilégio da Igreja atual. Desde osprimórdios da era cristã temos relatos da existência deles tentando penetrar naIgreja com suas heresias. Boa parte do Novo Testamento é apologético, ou seja,dirigido para defender a fé cristã de outros pensamentos e filosofias.

    O apóstolo Paulo ao escrever sua carta aos Filipenses alerta sobre aexistência de “cães” (Filipenses 3.2) ou maus obreiros. Neste caso específicoparece ficar claro que o problema estava relacionado com a “falsa circuncisão”(Filipenses 3.2), ou seja, com os judaizantes que queriam impor a guarda da lei

    aos novos cristãos como requisito para salvação. Paulo diz que nós, os queadoramos a Cristo em Espírito é que somos a verdadeira circuncisão.

    O apóstolo faz uma bela defesa de seu ponto de vista quanto à caducidadeda lei no que diz respeito à salvação mostrando que a guarda de leis oumandamentos ou o simples zelo religioso não podem salvar o homem. Na verdadePaulo considerou tudo isso como perda, como nada diante da sublimidade doconhecimento de Jesus Cristo. O mais importante, para Paulo, era “ser achadonele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a féem Cristo a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (F ilipenses 3.9).

    Os debates contra os judaizantes eram acalorados naquela época uma vezque esse movimento representava uma grande ameaça à Igreja. No entendimentodo apóstolo, voltar a confiar na lei era desmerecer a graça de Deus. Era dispensaro sacrifício de Jesus e voltar aos “rudimentos do mundo”. A doutrina da justificação pela fé é bem clara em praticamente todos os escritos de Paulo, logoele era um fiel e sagaz defensor dessa realidade.

    Não foi fácil lidar com aquele povo da mesma forma que não é fácil lidaratualmente com os judaizantes. Falar que não é preciso mais a guarda da lei paraalcançar a salvação é um absurdo para alguns. A questão do sábado também

    continua gerando polêmica: devemos ou não guardar o sábado? E as leisdietéticas? E as outras leis?

    Enfim, é só conversarmos por aí com alguns outros “cristãos sabatistas”para vermos o tamanho da problemática. Contudo, a Igreja foi sempre coesa emser Igreja e não Israel. A Igreja tem uma característica própria. É marcadaprimordialmente pela graça de Deus. Graça essa que salva gratuitamentepecadores! É o “mistério” do justo justificando o injusto sem se tornar injusto!

    Mas, falsos mestres não se caracterizam apenas por serem judaizantes.Todo aquele que introduz um ensino antibíblico de qualquer espécie na Igreja é

    um falso mestre.

    http://teologiacritica.blogspot.com.br/2015/03/contra-falsos-mestres-e-heresias.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2015/03/contra-falsos-mestres-e-heresias.html

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    “Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e,agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino delesé a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto

    que só se preocupam com as coisas terrenas”. (Filipenses 3.18-19). Acautelemo-nos dos falsos mestres e suas heresias!Em relação às heresias, temos, digamos uma fonte delas pairando sobre a

    Igreja. Parece que vivemos temporadas ou “modas” de heresias. Já vimos a ondada “ Batalha Espiritual”, também passamos pela “Cura interior”, passamos pelosmomentos das unções: “Unção do urso, do leão, do riso, do papagaio, da galinhacaipira”, também vimos a “Confissão Positiva ou Palavra de Vitória”, a “Teologiada Prosperidade”, “Maldição Hereditária”, e, recentemente uma onda muito fortecom os movimentos de crescimento da Igreja com retorno à práticas judaizantes

    também trazendo de volta o uso do shofar, candelabro e quase o tabernáculointeiro, além das festas e rituais judaicos para o culto.Novas teologias também gracejam em nosso meio. Teologias de cunho neo-

    ortodoxo ou até mesmo liberal que dão novo significado às doutrinas clássicasmontando uma nova imagem de Deus, do homem e de seus relacionamentos.Igualmente, temos o teísmo aberto, a teologia relacional, teologia da libertação,teologia existencial e teologia da esperança.

    Isso indica que os desafios continuam sendo grandes para preservarmos asã doutrina, mas tenhamos em mente o que o apóstolo nos ensinou na carta aos

    Filipenses que devemos estar “lutando juntos pela fé evangélica” (Filipenses1.27). Não por uma fé qualquer, mas a evangélica, que provém realmente doevangelho de Jesus Cristo.

    Que Deus tenha misericórdia do seu povo!

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    É PRECISO NASCER DE NOVO

     Abordaremos um dos principais temas do Novo Testamento. Talvez não omais comentado, pregado ou discutido, mas sem dúvida um dos maisimportantes. Trata-se do novo nascimento, aquele “fenômeno” espiritual queocorre na vida daqueles que são salvos pelo Senhor Jesus. Veremos nestamensagem o alcance do novo nascimento, sua importância, o que ele não é, o queele é, bem como suas consequências em nossas vidas.

    O ALCANCE DO NOVO NASCIMENTO 

    Nicodemos era um dos respeitados líderes judeus. O texto do evangelho deJoão capítulo 3 deixa isso claro. Pertencia à linhagem dos fariseus uma das maislegalistas seitas judaicas que existia na época e que já se configurava comoinimiga do Senhor Jesus Cristo. Era muito improvável um fariseu ser seguidor deJesus olhando assim grosso modo. Mas, ele foi se encontrar com Cristo e tal fatopelo menos sugere essa possibilidade.

    Sabemos que o Senhor tem propósito de salvação para o mundo. Suainfluência deve se estender a todas as tribos, línguas e nações para alcançá-las

    com o evangelho, pois é mostrado na Palavra que a salvação chegará a todos ospovos: “Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podiacontar, de todas as nações, tribos, povos e [línguas], que estavam em pé diante dotrono e em presença do Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e compalmas nas mãos” (Apocalipse 7.9). Desta maneira, não é de nos espantar o fatode pessoas de todas e quaisquer “tribos” serem atraídas a Jesus Cristo .

    Não podemos julgar de imediato que Nicodemos seja um desses que foiatraído para a salvação definitiva. Contudo a simpatia do mesmo pelo SenhorJesus e seu respeito a ponto de considerar importante um encontro com o Senhor

    podem estar neste contexto de Cristo influenciar e alcançar todo tipo de pessoa.O fato é que Jesus atraiu e continua atraindo as pessoas para si mesmo. De

    toda parte, de todos os locais. Pessoas de todos os tipos das mais “normais” àsmais improváveis. Por vezes nós é que tentamos limitar o agir de Jesus e reduzirsua ação para determinada direção. Contudo, sua obra é abrangente e alcançaráa muitos.

    Nicodemos foi ter com o Senhor à noite. Isso pode nos indicar (não sabemosao certo) que o fariseu queria discrição nesse encontro. Não queria ser visto juntocom Jesus. Sua condição de fariseu respeitado e seu status na sociedade poderiam

    ser abalados com esse fato.

    http://teologiacritica.blogspot.com.br/2015/01/e-preciso-nascer-de-novo.htmlhttp://teologiacritica.blogspot.com.br/2015/01/e-preciso-nascer-de-novo.html

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    Talvez ele fosse como muitos hoje que admiram a Jesus, que reconhecemque ele foi alguém especial, simpatizam com a obra dele, contudo não querem servistos ou reconhecidos como cristão. Não querem se envolver ou que outros

    saibam. Tem vergonha ou medo de abraçar o evangelho. A IMPORTÂNCIA DO NOVO NASCIMENTO 

    Mesmo que não tenhamos vergonha do evangelho, admiremos a Cristo esua obra, ou mesmo creiamos nos seus sinais e o reconheçamos como Mestre;necessitamos de algo mais importante que tudo isso, precisamos nascer de novo!

    Nicodemos reconheceu a Jesus como um Mestre. Percebeu que Jesus Cristoera enviado de Deus. Talvez para nossos padrões atuais isso já fosse suficientepara considerarmos a pessoa como salva. Talvez nosso evangelismo acabasseneste exato momento quando o evangelizado afirmasse que reconhecia JesusCristo como um Mestre enviado por Deus. Contudo, é preciso mais do que boasconsiderações por Jesus. É preciso nascer de novo, afirma Jesus Cristo.

    Sem o novo nascimento ninguém poderá entrar no reino de Deus. Aimportância do novo nascimento se dá justamente neste fato de ser umacredencial para o céu. Ninguém entra lá sem o novo nascimento. Ninguémparticipa desse reino sem passar por este ato. Sem o novo nascimento não háconcretização de salvação. Não há uma verdadeira vida com Deus, uma existênciaespiritual.

    É importante mencionarmos este fato essencial na vida das pessoas, poismuitas vezes centramos nossas forças em tantas coisas em busca da salvação e deum bom relacionamento com Deus e nos esquecemos do principal. Muitos buscama salvação se esforçando muito em obras e rituais. Outros em conhecimento ouuma sabedoria especial. Alguns procuram a salvação em várias igrejas emediante vários dogmas ou doutrinas. Contudo, estão desavisadas danecessidade real, não de participar de uma comunidade eclesiásticasimplesmente, mas de serem novas criaturas.

     A mensagem igualmente é relevante em nossa época porque temos vistoum “evangelho” todo inclusivo e humanista. As pessoas são automaticamenteinclusas no “reino de Deus” e não estão tendo a convicção de que nasceram denovo no Senhor. Estamos numa época de um “evangelho” tão preocupado comtantas vertentes como lutas sociais, ambientais, envolvimento político, lutascomerciais, financeiras além de uma neura por vitória de tal forma que aspessoas estão se perdendo diante dessas propostas.

    Embarca-se num ativismo ideológico, mas, novamente, sem a convicção doprincipal que é ter uma nova vida com Deus.

    Mas, o que é o novo nascimento, devemos começar a traçar com maiorclareza essa doutrina. Para tanto iniciaremos falando sobre o que ele não é.

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    O QUE O NOVO NASCIMENTO NÃO É? 

     A ignorância de Nicodemos nos ajuda compreender um pouco mais sobre oque o novo nascimento não é. Sua visão carnal e humana viu nas palavras deJesus uma literalidade impossível. “Como pode um homem nascer sendo velho?”perguntou o judeu ao Senhor.

    O Senhor deixa bem claro o que o novo nascimento não é:  Não é algo humano. Não é literal tal expressão, mas espiritual.

     Assim, o novo nascimento não é algo natural.  Não pode ser fabricado pelo homem.  Não é uma reação sentimental.  Não pode ser direcionado, conduzido, manipulado.  O novo nascimento não é o alcance de uma conclusão ou o ápice de

    um conhecimento sobre Deus num tipo de iluminação.  Também não é um tipo de nirvana ou êxtase por alcançar uma

    determinada purificação como no budismo.  O novo nascimento não é frequentar uma igreja.  Não é ter relacionamentos com cristãos.  Não é ter uma reputação de cristão.  Não é servir à igreja.  Não é aparência de espiritualidade. 

    O novo nascimento não é transmitido de pessoa para pessoa comonuma transfusão de sangue. Não é possível um líder espiritualtransmitir ou produzir no outro o novo nascimento.

      Não existe ritual descrito na bíblia para se alcançar o novonascimento.

    Mas, enfim, o que ele é?

    O QUE É O NOVO NASCIMENTO? 

    Podemos afirmar que o novo nascimento é uma operação sobrenatural deDeus na vida daquele que crê no Senhor Jesus Cristo dando-lhe em determinadomomento vida espiritual. Produzindo no homem uma mudança tão radical emsua vida e relacionamento com Deus que é comparável a um nascimento de umacriança.

    O novo nascimento é Deus gerando vida espiritual no ser humano. É eledando olhos e ouvidos espirituais para a possibilidade de comunicação. É Deusdando uma vida espiritual para podermos entrar no seu reino que é espiritual. ÉDeus nos dando uma percepção espiritual para podermos nos relacionar com Ele

    que é um ser espiritual.

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    Novo nascimento é nascer da água (da palavra) e do Espírito, ou seja, é sergerado pelos conceitos da Palavra do Senhor e a partir da ação do Espírito Santo.

    Em 1 Pedro 1.23 é dito sobre o novo nascimento que fomos renascidos “[...]

    não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qualvive e permanece”. O termo “renascidos”  é paralelo ao entendimento de novonascimento. O termo regenerado na Bíblia também traz a mesma ideia. Sobre aregeneração temos: “Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e oseu amor para com os homens, não em virtude de obras de justiça que nóshouvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavarda regeneração e renovação pelo Espírito Santo, que ele derramouabundantemente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tito 3.4-6, grifonosso).

    O novo nascimento ou a regeneração se refere à revitalização que Deusopera numa pessoa implantando em seu interior novos desejos, propósitos, bemcomo a capacidade moral que conduz ao evangelho de Cristo.

    Nicodemos perguntou como pode acontecer esse novo nascimento, comoisso sucede? Jesus respondeu, de modo geral, que era necessário fé para seaceitar. Fé que muitas vezes nos falta. Jesus disse que quando falava de coisashumanas e naturais muitos não criam quanto mais falar de coisas profundas eespirituais, ou seja, das coisas do céu. Mas, sinalizou que o importante eraolharmos para ele em sua cruz, em sua obra e crêssemos nele para a vida eterna.

    CONSEQUÊNCIAS DO NOVO NASCIMENTO 

    De certa forma tudo que nos decorre na vida cristã é uma consequênciadesse momento inicial.

    Os filhos de Deus passaram por este nascimento, logo ser filho de Deus éuma consequência do novo nascimento. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filho de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; osquais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade dohomem, mas de Deus” (Jo 1.12-13).

    O novo nascimento nos garante a vitória contra o pecado, uma vez quesomos nascidos de uma semente incorruptível, não somos mais entregues acorrupção. “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; poiso que permanece nele e a divina semente; ora, esse não pode viver pecando,porque é nascido de Deus.” (1 João 3.9). “Sabemos que todo aquele que é nascidode Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e oMaligno não lhe toca.” (1 João 5.18).

    O novo nascimento nos garante o amor de Deus em nossas vidas. “Amados,

    amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele queama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (1 João 4.7).

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    Quem é regenerado crê, conforme as Escrituras, em Cristo Jesus. “Todoaquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus” (1 João 5.1).

     A regeneração nos garante a vitória contra o mundo. “porque todo o que é

    nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”(1 João 5.4).O novo nascimento nos garante que as coisas antigas já passaram e não

    são mais relevantes em termos espirituais e que tudo se fez novo. “E, assim, sealguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que sefizeram novas”. (2 Coríntios 5.17).

    CONCLUSÃO 

    O novo nascimento não pode ser negligenciado. A igreja precisa pregar estamensagem e insistir nesta realidade que é tão fundamental.

    Precisamos de crentes que se insiram em nossas igrejas com essa marca econvicção e não por sentimentalismo ou comodismo. A marca do verdadeirocristão deve ser sua convicção de que nasceu para Deus.

    Preguemos, falemos, exortemos e clamemos para que Deus continueoperando esta obra maravilhosa em nosso meio, na vida do seu povo.

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    O SENHOR, MAIS QUE UM PASTOR!

    “O Senhor é o meu pastor”. Esta frase nos chamou a atenção parameditarmos um pouco mais no célebre salmo de Davi. Um salmo que tem comocaracterística, assim como os outros, uma linguagem poética cheia de metáforas,figuras e imagens retratando o sentimento do salmista, sua visão de mundo erelacionamento com Deus.

    O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.

    Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás

    comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos,

    unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida;

    e habitarei na casa do Senhor por longos dias. (Salmo 23).

     Vejamos a riqueza impressa nestes pequenos versos que nos ensinam einspiram até hoje.

    PASTOR: A FIGURA DE UM DEUS MAIS PRÓXIMO 

    É importante observar como Davi teve um relacionamento de intimidadecom o Senhor. A figura de pastor é uma imagem íntima, próxima, contrastandocom a ideia de um Deus distante, inacessível, incognoscível retratada em muitasoutras religiões, em especial nas outras duas grandes monoteístas: judaísmo eislamismo.

    No caso do islamismo seu deus, Alá, é soberano, incognoscível e nãomantém um relacionamento familiar com a criação, mas sim um relacionamentoservil. Lá, os devotos de Alá nunca passarão de serem meros servos.

    O judaísmo também mantém Deus bastante afastado dos seus fiéis. Pormedo, talvez, de quebrar a devida reverência, o povo judeu estruturou a adoraçãoa Yahweh  baseada numa rigidez ritualística e o Soberano ficou distante comouma figura imponente que deve ser temida e obedecida.

    Contudo, o que queremos mostrar é justamente o contrário. Precisamos deum relacionamento mais próximo e íntimo com o Senhor. A proximidade dorelacionamento do homem com Deus é explanada nas próprias palavras de JesusCristo que nos ensinou a orar dizendo: “Pai nosso”. De fato, esta deve ser a visãocorreta de Deus. Não um Deus distante, mas um Deus próximo, um Pai, que

    possa ser compreendido, com o qual se possa estabelecer relacionamento.

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    Quem sabe um dos grandes problemas do homem e da cristandade sejaessa distância entre nós e Deus. Tal distanciamento atrapalha o culto, o serviço, acomunhão, pois é difícil realmente manter uma devoção a um ser inacessível.

    Quando não conhecemos a Deus e não temos uma proximidade com Ele, aadoração passa a ser por obrigação e às vezes sem sentido. O culto passa a ser umpeso, um verdadeiro sacrifício. Além disso, não conseguimos encontrar muitosignificado nas expressões de religiosidade e em nossas práticas. Sem um Deuspróximo também perdemos o referencial. Andamos muitas vezes sem rumo edireção. Com a distância não conseguimos ver a dimensão de seu amor, santidadee outros atributos.

     A Bíblia nos ensina e estimula a ter um relacionamento mais íntimo eamigável com o Senhor2. Vejamos alguns textos:

    “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor;mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer.”(João. 15.15).

    “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelosangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é,pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos,com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de máconsciência e lavado o corpo com água pura.” (Hebreus 10.19).

    “[...] Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos. Porque

    não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados,mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. Opróprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.”(Romanos 8.14-16).

     Assim, ter um relacionamento pessoal e próximo com o Senhor éfundamental. Clamemos ao Senhor que tenha misericórdia de nós e nosproporcione cada vez mais essa realidade. Que possamos não só em palavras, masna prática viver esta proximidade, esta familiaridade.

    NADA ME FALTARÁ: ATENTANDO PARA A PROVIDÊNCIA DIVINA  

    Falar “Nada me faltará” (acerca do futuro) é uma atitude de fé. Ter umDeus próximo nos traz tal benefício, pois conhecemos os planos dele em relação anós, “planos de paz e não de mal” conforme a voz do profeta Jeremias. Carecemosda consciência de que Deus é provedor.

     A doutrina da providência divina mostra que Ele continua cuidado de todoo universo. Nós não estamos excluídos desse cuidado. Conforme o autor aosHebreus: “[...] Ele [Jesus], que é o resplendor da glória e a expressão exata o seu

    2 Devemos lembrar que isso não exclui a reverência.

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    Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder [...]” (Hebreus 1.2-3,grifo nosso). O Senhor Jesus sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder.Sustentar é manter, conservar, suprir, alimentar, nutrir.

    O Senhor é quem pode satisfazer nossas legítimas necessidades e Ele o faz.O famoso sermão do monte proferido por Jesus também ecoa muito bem esse fato:“Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis decomer ou beber nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. [...]”(Mateus 6.25). O apóstolo Paulo também disse: “[...], pois nele [Deus] vivemos, enos movemos, e existimos” (Atos 17.28). 

    Portanto, tenhamos essa confiança de que Deus está e estará sempreprovendo o que for necessário para manutenção de nossa vida.

    DEITAR EM VERDES PASTOS: NÃO HÁ CONTRADIÇÃO ENTRE SERVIR ADEUS E SER FELIZ! 

     A ideia de deitar em verdes pastos nos traz uma imagem de satisfação,tranquilidade e regozijo que quase nos remete a um hedonismo3. Na verdadeprecisamos desmistificar o pensamento de que servir a Deus é algo penoso,austero e sacrificial e que o prazer, a felicidade e a satisfação não devem estarenvolvidos nisso. Pelo contrário, triste somos nós se não descobrirmos que servira Deus deve ser uma experiência cheia de satisfação, prazer e alegria. Vejamosalguns textos:

    “Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que soisretos de coração” (Salmo 32.11). “Alegrem-se e exultem os povos” (Salmo 67.4).“Deleita-te no Senhor” (Salmo 37.4). “Alegrai-vos [...] porque o vosso nome estáarrolado nos céus” (Lucas 10.20).” “ Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo:alegrai-vos”! (Filipenses 4.4). “Na Tua presença há plenitude de alegria, na Tuadestra, delícias perpetuamente” (Salmo 16.11).

    O prazer e a alegria não estão dissociados do relacionamento com Deus.Pelo contrário, quando o Senhor supre nossas necessidades Ele o faz porcompleto. Ele é o pão vivo que desceu do céu para nos alimentar e é a fonte deágua viva. Usando estes símbolos de pão e água a Bíblia ensina que ao nosalimentarmos no Senhor estaremos plenamente satisfeitos, não teremos maisfome nem sede.

    Sem nenhum temor podemos dizer que a verdadeira alegria só éencontrada no Senhor. A verdadeira satisfação só é alcançada nEle.

    Tenhamos uma experiência de plena satisfação em Deus. É isso mesmo,propomos para você que seja plenamente feliz, contente e alegre em Deus. Venhaà Igreja com um grande sorriso, louve ao Senhor com satisfação, adore-o com

    3 Doutrina filosófica que afirma, em termos gerais, ser a felicidade/prazer o ideal da vida.

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     júbilo e viva momentos de contentamento. Encerraremos esta seção com umafrase de John Piper: “Deus é mais glorificado em nós quando estamos maissatisfeitos nEle” (Piper, 2009).4 

    GUIA-ME: POR ONDE E PARA ONDE DEVO IR? 

    O reconhecimento de que Deus nos guia é fundamental, pois ele aniquila asoberba e a arrogância nos colocando no lugar de dependentes. Quem éindependente de Deus ou de qualquer coisa é “Senhor” de sua vida e seu destino.

    Esse pensamento não se coaduna com o princípio cristão de que somostotalmente dependentes de Deus. Precisamos ser guiados por Ele, pois nãoconseguiremos alcançar nosso destino sozinho. Na verdade nosso coração é muitoenganoso e tende a fazer péssimas escolhas.

    O Senhor nos guia e nos dirige e isso não é uma opção, vejamos: “Pois todosos que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” (Romanos8.14), o contrário também é verdadeiro. Caso não sejamos guiados pelo Espíritode Deus inevitavelmente seremos conduzidos pela carne.

    Mas, alguns podem perguntar: Como o Senhor nos guia? A resposta é queEle utiliza vários métodos para isso. O regular é pela sua própria Palavra, aBíblia. Contudo, temos que alertar para a importância de se compreender aPalavra de Deus. Muitos leem a Bíblia e nunca conseguem compreender queDeus está lhe ensinando e lhe guiando por meio disso. Falta entendimento! Faltauma compreensão bíblica maior para perceber as aplicações viáveis do texto emnossa vida prática. O Senhor prometeu e Ele está cumprindo. Ele está falando,ele está guiando.

    Precisamos entender e obedecer ao Senhor. “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei ocaminho que deves seguir; aconselhar-te-ei, tendo-te sob minha vista.” (Salmo32.8). “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras,aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho [...]”(Hebreus 1.1-2).

    NÃO TEMEREI MAL NENHUM: PROTEÇÃO, CORREÇÃO, PERDÃO E GRAÇA. 

     Ainda que eu ande “pelo vale da sombra da morte”. A frase indica ummomento de dificuldade, mas talvez propositado pela própria ovelha. A imagemrural nos lembra de que frequentemente um ou outro animal do rebanho seaparta e anda por lugares perigosos.

    Talvez isso queira retratar nossos momentos de falha, de erro, de pecado.Contudo, mesmo nestes momentos encontramos um Senhor presente. Mesmo

    4 PIPER, John. Plena satisfação em Deus, Deus glorificado e a alma satisfeita. São José dosCampos –  SP: Editora Fiel, 2009.

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    nestes momentos complicados não devemos temer, pois o Senhor está conosco.Temos diante de nós sempre a proteção, o perdão, a correção e a graça. A proteçãoé ilustrada pela vara, a correção pela vara e o cajado. O perdão e a graça pela

    presença de Deus em qualquer circunstância, pois “Tu estás comigo”. Um entendimento que precisamos nos apropriar é de que Deus não estáconosco apenas nos momentos bons. Quando passamos pelas dificuldades isso nãosignifica que Deus nos abandonou. Pelo contrário, Ele está lá presente e continua,a despeito de nossas falhas, cuidado de nós e disponibilizando seu perdão e graça.

    É comum pensarmos num Deus que se afasta de nós e nos rejeita quandofalhamos e se aproxima e nos ama quando acertamos. Mas, isso é inconsistente,pois Deus sabe de que somos feitos e sabe que somos pó. Não que Ele apoie opecado, mas que está trabalhando e ensinado pecadores a chegarem um dia à

    perfeição.

    PREPARAS-ME UMA MESA NA PRESENÇA DOS MEUS INIMIGOS: UNÇÃO E VITÓRIA  

    O clamor desta passagem é por vitória. A mesa remete a um banquete devitória na presença dos inimigos. É legitimo buscarmos vitória em nossa vida.Buscar vencer verdadeiras batalhas, grandes adversários em diversas áreas.Contudo, não podemos nos esquecer de que a vitória existiu após a unção, ou seja,a presença, o enchimento e capacitação dada por Deus.

    Nossa falha muitas vezes tem sido travar batalhas sem estarmos“preparados”, ou seja, capacitados por Deus. Para nossa vida transbordar, comoum cálice, e alcançarmos grandes conquistas é imprescindível a presença gloriosado Senhor. Sempre a ordem é esta, começa com o Senhor. Davi só derrotou Goliasapós ser ungido. Os profetas do Antigo Testamento só iniciavam seu ministérioapós a unção dada por Deus. Os discípulos ficaram em Jerusalém até que fossemcheios do Espírito Santo. O cristão é conclamado constantemente a ser cheio doEspírito Santo.

    Precisamos compreender que muitas vitórias estão nos aguardando,contudo nunca chegaremos até elas se negligenciarmos a unção de Deus emnossas vidas.

    HABITAREI NA CASA DO SENHOR: DO PASTO A CASA, O DESTINO FINALDOS JUSTOS. 

    Habitar na Casa do Senhor fala de um final, uma conclusão adequada. Após o reconhecimento do pastor, a providência, a satisfação, a condução pelocaminho, a correção, a vitória contra os inimigos e tudo mais, existe um lugar

    desejável para ser nossa habitação definitiva: a Casa do Senhor. Não por causa

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    da casa, mas do Senhor. Quando falamos das benesses que hão de nos sobrevir naeternidade, nunca nosso olhar deve estar voltado para as maravilhas em si, masna presença do Senhor.

    O céu só é bom porque lá encontraremos o Senhor. A eternidade só é boaporque a viveremos ao lado do Senhor. O Senhor é que dá importância esignificado a Casa. O Senhor é que dá sentido ao nosso futuro.

    Não percamos a visão e as promessas de que habitaremos com o Senhor.Sejamos conscientes de que somos peregrinos neste mundo. Estamos caminhandopara nossa morada eterna. Para nosso destino final. “Mas a nossa pátria est á noscéus, donde também aguardamos um salvador, o Senhor Jesus Cristo” (F ilipenses3.20).

    CONCLUSÃO 

    Com esta leitura do salmo 23 acreditamos que muitas lições importantesforam realçadas para nós. Que possamos praticá-las em nossa vida e não deixá-las apenas no âmbito da poética e estética.

    Que Deus nos abençoe.

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    GRATIDÃO E DÁDIVA

    “Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as Suas riquezas na glória em Cristo Jesus” . (Filipenses 4.19).

    O apóstolo Paulo estava muito agradecido pela atitude dos filipenses portê-lo ajudado quando passava por momentos difíceis. Na verdade, a atitude dosfilipenses foi notória por sua iniciativa e liberalidade, pois ofertaram e suprirammaterialmente o apóstolo em várias ocasiões. Paulo não deixou tal atitude passarem branco e expressou toda sua gratidão além de fazer uma súplica ao Senhorpor uma dádiva aos seus queridos irmãos de modo que Deus pudesse abençoá-lose suprir todas as suas necessidades, ou, conforme o próprio texto diz:

    “Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as Suas

    riquezas na glória em Cristo Jesus” (Filipenses 4.19). Em alguns momentos nada é mais propício do que ser grato. Até porque

    nós mesmos devemos gratidão a Deus por tudo que passamos, pelasoportunidades, vitórias, embates e experiências. Além de devermos gratidão unsaos outros pelo socorro e apoio comunitário.

    Semelhantemente é importante ressaltarmos as dádivas, as bênçãos. Nãosomente aquelas que recebemos, mas as que propiciamos aos irmãos. Precisamosser abençoadores. Abençoar nossos irmãos, bendizer o nome do Senhor através denosso mútuo desejo de querer o bem um do outro.

    Gratidão e dádiva é o que palpita em nosso coração no momento. Analisemos com maior detalhe as palavras do apóstolo.

    TEMOS NECESSIDADES 

    O texto deixa claro que temos necessidades, realidade bem evidente. Desdeque nascemos até nossa morte necessitamos de muitas coisas. Temosnecessidades no âmbito físico, social e espiritual. É nessa mesma perspectiva queJesus crescia em “sabedoria, em estatura e em graça [diante de Deus] e doshomens” (Lucas 2.52).

    1- Necessidades materiais. Deus não está distante ou indiferente quanto aisso. O próprio Jesus Cristo nos disse: “Por isso vos digo: Não estejais [ansiosos]quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem,quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que oalimento, e o corpo mais do que o vestuário?” (Mateus 6.25). E também emfilipenses: “Não andeis [ansiosos] por coisa alguma; antes em tudo sejam osvossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de

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    graças” (Filipenses 4.6). O Senhor nos mostra que cuida de nós. Que se preocupacom nosso vestir, com nossa alimentação.

    2- Necessidades sociais. Nesta perspectiva o Senhor também está conosco

    nos auxiliando, cuidando de nós. Será que a promessa feita a Josué não pode seraplicada em nenhum sentido a nós? “Não se aparte da tua boca o livro desta lei,antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo[quanto nele está escrito]; porque então farás prosperar o teu caminho, e serásbem sucedido.” (Josué 1.8).

    Será que não temos, em essência, o cuidado de Deus para nos fazerprosperar e sermos bem sucedidos quando obedecemos a sua Palavra? Penso quesim. Prosperar e ser bem sucedido, apesar de não serem conquistas mágicas oucabalísticas, são resultados óbvios da obediência à Palavra do Senhor de um modo

    genérico.Claro que existem exceções. Existem casos especiais de justos que sofremsem alcançar determinada perspectiva de sucesso, mas que muitas vezes sãopródigos em outra perspectiva de prosperidade, no caso, a espiritual.

    3- Necessidades espirituais. São as mais importantes. Qual a nação, povoou tribo que não tem necessidade espiritual? De adoração? De prestar culto? Quala sociedade que não demonstra em algum momento sua perplexidade relacionadaa muitos mistérios da vida e da morte?

    Na verdade, as Escrituras nos indicam que temos um conhecimento inato

    sobre Deus, “Porquanto, [o que de Deus se pode conhecer], neles se manifesta,porque Deus lho manifestou.”. (Romanos 1.19). Basta sermos conduzidos dessarevelação geral para uma revelação especial, ou seja, ao evangelho de Cristo paraalcançarmos a plena redenção e reconciliação com Deus.

    Não subestimemos essa carência. Não fiquemos angustiamos, sem sentidode existência, com um vazio e distanciamento de Deus. Busquemos ao Senhor.Jesus está de braços abertos dizendo: “[Vinde] a mim, todos os que estaiscansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28).

    Só precisamos enxergar que estamos cansados e oprimidos. É necessário

    compreender que somos pecadores e necessitamos de Deus. Reconheçamos estepormenor e corramos para os abraços de Jesus. Ele nos quer salvarespiritualmente e em todos os sentidos.

    MEU DEUS, NOSSO DEUS. 

    Paulo fala que “Meu Deus suprirá”. Acontece que o Deus de Paulo é omesmo Deus de Abraão, Isaque, Jacó, José e Moisés. É o meu e o seu Deustambém. Não é privativo ou exclusivo de um ou de outro.

    Sabendo, portanto, que o Deus de Paulo é nosso Deus, temos a informaçãoda fonte de nossa bênção. Dizer que João te suprirá ou Joaquim fará o bem a você

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    não nos garante plena confiança como fonte de bênçãos. Pois, não confiamos empessoas e sabemos que as mesmas são fracas e limitadas. Não queremosmeramente confiar em “cisternas”, mas numa fonte que seja um manancial

    perene. Assim, o Senhor é a única fonte inesgotável. Apesar de muitas vezes odesprezarmos, Ele continua sendo o sustentador do universo.Talvez o grande propósito da revelação dos “nomes” de Deus no Antigo

    Testamento seja realmente mostrar a grandiosidade do Senhor diante dosdesafios que temos na vida. E mostrar que Ele é e sempre será absoluto comofonte para o sustento do seu povo.

     Assim, temos:El Olam (Gênesis 21.33) “o Deus eterno”. Não temos um Deus qualquer.

    Um de seus atributos é a existência indefinida, eterna.

    Jeová  (Gênesis 33.20): O Deus de Israel, enfatizando um relacionamentomais próximo e íntimo com seu povo. O Deus do pacto, da aliança.Jeová-jireh (Gênesis 22.8-14). Deus dá providência. Quando Abraão ia

    oferecer seu filho no altar, Deus proveu uma ovelha de substituição.Jeová-nissi (Êxodo 17.15). Deus é minha bandeira, ou seja, o líder de meu

    exército pelo qual eu luto.Jeová-shalom. Deus é paz. (Juízes 6.24).Jeová-tsidkenu (Jeremias 23.5,6). O Senhor é nossa justiça.Jeová-shamma (Ezequiel 48.35) O Senhor está aqui.

    Jeová-shebaoth (1 Samuel 1.3). O Senhor dos exércitos.Qedosh Ysrael o Senhor é perfeito. Ancião de Dias o Senhor é o “Mais Alto”.

    Todos estes nomes revelam um pouco da glória e poder do Senhor. É nesteDeus em quem confiamos. O Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

    SUPRIMENTO E PROVIDÊNCIA SÃO SINÔNIMOS

    Deus pode suprir porque a realidade subsiste nele mesmo. Nada existiriasem Deus. Vejamos: “[...] porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e naterra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejamprincipados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes detodas as coisas, e nele subsistem todas as coisas; também ele é a cabeça docorpo, da igreja; é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para que emtudo tenha a preeminência” (Colossenses 1.16-8, grifo nosso).

    Essa realidade deve nos motivar a confiar ainda mais no Senhor. Confiarplenamente em seu suprimento sabendo que ele é capaz, completamente capaz,

    de satisfazer todas as nossas necessidades conforme a sua perfeita vontade.

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    Pensemos no poder de Deus no trato com a providência. Em momentosdifíceis em que parecem até mesmo não haver recursos, mesmo assim não hádificuldade para o Senhor. O povo de Israel foi testemunha ocular desse fato.

    “Ora, os filhos de Israel comeram o [maná] quarenta anos, até que chegaram auma terra habitada; comeram o [maná] até que chegaram aos termos da terra deCanaã.” (Êxodo 16.35). “Quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não seenvelheceu sobre vós a vossa [roupa], nem o sapato no vosso pé.” (Deuteronômio29.5). Também o profeta Elias viveu uma providência milagrosa dessas. “Beberásdo ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.” (I Reis 17.4).

    Bem, se em meio à total escassez e dificuldade material Deus pode suscitaramparo adequado para seus filhos quanto mais ele não pode fazer atualmentediante do desenvolvimento da agricultura, pecuária e comércio de modo que os

    supermercados estão abarrotados de mantimentos? Confiemos que Deus nossuprirá.

    COMO SUPRIR TODAS AS NECESSIDADES? 

    O pedido de suprir todas as necessidades parece se tratar de uma hipérbole(exagero), afinal de contas “todas as necessidades” torna o pedido bastanteabrangente. Para compreender melhor a questão precisamos pensarprimeiramente em nosso conceito de necessidade.

    É muito comum em nossa época, em meio ao nosso sistema capitalista,termos uma ideia errada do que seja necessidade. Não devemos cometer o erro deconfundir necessidade com desejo. São coisas diferentes.

    Segundo alguns estudiosos, desejos são vontades das mais diversas emuitas delas sem conexão com uma real necessidade; os desejos são infinitos. Osdesejos são forjados constantemente em nosso coração mediante os apeloscomerciais. Querer uma bolsa nova ou uma casa maior ou mesmo um sapato novomuitas vezes não se trata de necessidade, mas de mero desejo. Desejar uma casapassa a ser necessidade quando não se tem uma. Quando se tem um sapateirocheio e se quer mais um sapato visto na vitrine da loja, isso se trata de um merodesejo ou mesmo uma ostentação.

    O fato é que nossas necessidades são carências básicas de sobrevivência emanutenção e, digamos, são finitas, enquanto nossos desejos são infinitos. Deusestá comprometido em sanar nossas necessidades. Quanto aos nossos desejosdevemos colocá-los diante da autoridade e supervisão do Senhor, pois muitosdeles são desejos baseados em ambição e inveja, o que, é um problema conforme aBíblia. “[...] a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, asoberba, a insensatez; todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o

    homem.” (Marcos 7.21-23).

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    Mesmo assim, temos uma aparente contradição, pois conhecemos casos decristãos que passam privações até mesmo do necessário, do básico. Comocompreender, então o cuidado do Senhor neste caso? Realmente é possível

    passarmos por momentos difíceis, de escassez. Os antigos passaram pormomentos ruins. É narrado nas Escrituras que Abraão fugiu para o Egito a fimde escapar da fome. E não foi apenas uma vez. Também Jacó e toda sua casa foitransportada para o Egito, aos cuidados de José, também fugindo da fome.

    Muitos cristãos passam por dificuldades. Missionários passaram por todasas situações possíveis também. O próprio apóstolo Paulo enfatizou: “Sei passarfalta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estouexperimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em terabundância, como em padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me

    fortalece.” (Filipenses 4.12-13).Constantemente torna-se necessário o ser humano ser estimulado edesafiado a produzir e batalhar pelo seu sustento. Deus não nos fará como filhosmimados e preguiçosos, até porque também é um decreto de Deus que “do suor doteu rosto comerá o teu pão [...]” (Gênesis 3.19). Ademais, não nos esqueçamos deque no mundo “tereis aflições” (João 16.33).

    Não pensemos na promessa de provisão de uma forma mágica, mas sim,como uma palavra de pai para filho. Palavra que envolve também uma série defatores e pormenores. Entretanto, permanecendo tudo diante do controle do

    Senhor e de sua vontade para nosso bem. “E sabemos que [todas as coisas]concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamadossegundo o seu propósito.” (Romanos 8.28).

     AS RIQUEZAS NA GLÓRIA DE DEUS, COMO IMAGINAR? 

     Algo mais específico na bênção evocada pelo apóstolo Paulo é que ela nãodeveria ser uma bênção qualquer. O fato de você presentear alguém é limitadonormalmente às suas condições para tal. O presente é proporcional à suacapacidade. O presente é proporcional às suas condições financeiras. Temosmuitas limitações ao tentar abençoar. Qualquer ser humano tem uma capacidadefinita e limitadíssima em determinadas condições para realizar alguma benesse.Somos limitados até em relação a nós mesmos em diversas situações. Até mesmopessoas ricas podem ser totalmente impotentes diante de uma doença, porexemplo. Um grande empresário pode não conseguir o amor de seus própriosfilhos. Um sábio pode morrer afogado no náufrago de um transatlântico. A ideia éque somos limitados.

    Contudo, Deus não sofre dessas limitações e de nenhuma outra a não ser

    em questões de preservação da santidade de seu próprio caráter. Deus não carece

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    de recursos. Ele não fica com a despensa vazia. Por isso Paulo invoca as riquezasda glória de Deus que são infinitas e magníficas.

    São tais que não conhecem limitações ou impedimento e trazem a maior

    abastança. O profeta Elias disse a uma viúva que passava por alguns problemasde endividamento: “[...] Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos,vasilhas vazias, não poucas.” (2 Reis 4.3). E vimos um pequeno exemplo do que éuma bênção das riquezas da glória de Deus. Aquela mulher conseguiu, a partir deuma pequena porção de azeite, encher muitas e muitas outras vasilhas, naverdade todas que ela tinha. Com o suprimento extraordinário de azeite elaconseguiu vender e pagar suas contas.

    O interessante é isso. O brotar de uma solução a partir de pouco. Aexpressão do apóstolo: “Riqueza da glória de Deus” significa que ele desejava uma

    benção que dela viesse a maior abastança, o socorro para suprir plenamente.Bênção que vem das riquezas da glória de Deus é realmente um grandeprivilégio. Temos carências? Fiquemos confiantes em Deus, pois ele pode enchernossas “vasilhas vazias”. 

    O GLORIOSO CANAL DAS BÊNÇÃOS: JESUS CRISTO 

    Nosso sumo pastor é Jesus Cristo. É nele que devemos buscar a satisfaçãode nossas carências. “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céunenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser [salvos].”(Atos 4.12). Se compreendermos essa salvação de um modo integral ela incluitambém todos os aspectos de nossa vida, como físico, emocional e social, além doespiritual. Assim, poderemos concluir que Jesus Cristo é a fonte e não há outrafonte legítima.

    É por meio dEle e por sua obra que temos acesso às benesses de Deus. Nãoconfiemos em nossa força e habilidade independentemente de Deus. Nãoconfiemos nas obras de nossas mãos. Não deixemos o Senhor Jesus Cristo e nãodeixemos de confiar nossa vida nas mãos dele também.

    Israel cometeu um erro terrível: “Porque o meu povo fez duas maldades: amim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si [cisternas],[cisternas] rotas, que não retêm as águas.” (Jeremias 2.13). O texto fala queIsrael deixou o Senhor e isso significou deixar o manancial de águas vivas.

    Manancial de águas fala de fartura, prosperidade, condições de vida esustento, saúde e muito mais. Água é sinônimo de vida, sem água não há vida. Aodeixar o Senhor se deixou também o grande manancial. O pior é que o povodeixou o manancial para viver de cisternas rotas. Que grande ilusão! Sentimo-nosmuitas vezes assim. Trocamos Deus por nossas escolhas. Trocamos a bênção de

    Deus pela mísera manufatura humana. Trocamos mananciais por cisternas rotas.

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    Essa é uma figura da vida sem a bênção de Deus na mediação de JesusCristo. Sem Jesus Cristo estamos subsistindo com as cisternas rotas. Estamossem o manancial, sem a fonte, sem o meio e sem vida. Com Cristo temos fontes de

    águas vivas.CONCLUSÃO 

    Fizemos uma analise mais detalhada de alguns elementos da bênção que oapóstolo Paulo proclamou aos filipenses. Desta maneira, vimos que todos nóstemos necessidades, contudo temos um Deus único em caráter, poder e perfeiçãoque age suprindo-as de um modo peculiar, ou seja, segundo a riqueza da suaglória. Tudo isso pelo intermédio de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristomediante o qual todas as coisas existem.

    Desejamos que esta bênção do Senhor alcance a vida de toda a Igreja deCristo, tanto a igreja local, do nosso país, como também a Igreja universal doSenhor em toda parte.

    Que a bênção do Senhor nos alcance abundantemente em Cristo Jesus.

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    SEJA HOMEM!

    Os debates sobre a masculinidade dos homens estão à tona na internet, nasredes sociais e em alguns telejornais europeus. O fato assustador e inquietante éque os homens estão se tornando cada vez mais efeminados. Característicaspróprias da masculinidade tais como: liderança, força, segurança e rigidez estãodesaparecendo aos poucos. Mas, por que isso está acontecendo?

    Não somos experts  em filosofia ou sociologia para detectarmos todas ascausas para tal fenômeno que realmente está acontecendo diante de nossos olhos.Porém, arriscaremos alguns fatores.

    O primeiro deles pode estar ligado ao avanço considerável do feminismo eda ferocidade com que a mulherada defende tal ideologia. O feminismo taxou demachismo e ridicularizou muitos comportamentos legítimos do homem. Ele,portanto, foi pressionado a ser mais delicado, sensível, mole, além de se limitar ese aniquilar diante do desabrochar da liderança feminina.

    O homem, em muitos casos, ficou refém dos desejos e caprichos dasmulheres. A chamada igualdade de gênero solapou com tanta força a humanidadeque chegou até a Igreja. Pasmem, mas muitos cristãos não reconhecem mais ohomem como o chefe da família, o líder do lar, o sacerdote da casa. Não faremos

    um estudo exaustivo disso, mas apontamos que tal pensamento é ultrajantediante dos claros princípios bíblicos (Ef 5.22-23; Cl 3.18; 1 Co 11.3; 1Tm 2.12; 1 Pe3.1).

    O segundo fator pode estar ligado à própria filosofia pós-moderna volátil.Certa vez um professor disse a uma turma de alunos do antigo ginásio, há muitotempo atrás, que o homem do “futuro” teria que ser mais efeminado, pois tal seriaa exigência e os padrões modernos. A turma riu muito e achou tudo aquilo muitoridículo. Pensávamos que ele queria dar um de vidente, ou estaria contanto umaestorinha de ficção científica para distrair a aula. Kabum! 20 anos depois, feito!

    O terceiro fator, não tão dissociado dos outros, pode estar relacionado aproblemas familiares. Não é novidade o fato de que há um verdadeiro desmontedo arranjo familiar em nossa época. Separação, divórcio, famílias alternativas,crianças sendo criadas exclusivamente por figuras femininas como: avós, mães,tias são quase a regra. Com o casamento desfeito, a figura do homem quasesempre desaparece. O que resta inevitavelmente? A figura e referência femininapara a criança que não raro cresce cheia de traumas e sem referência da figurapaterna. Ou seja, o menino não aprende mais o que é ser macho e isso não seensina na escola! Pelo contrário, as escolas também estão ficando efeminadas.

    Nos primeiros anos de ensino dificilmente o aluno não se deparará com uma “tia”.

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     Ao seu redor estará uma sala bem enfeitada com muita flor, babados e floridos.Correr, pular nem pensar! Fique quieto menino! Mas, isso não vem ao caso agora.Só sabemos que os psicólogos de plantão orientam que há verdadeiros prejuízos

    no desenvolvimento psicossocial da criança que sofre a ausência da figurapaterna.Por fim, gostaríamos de relembrar um bom conselho dado pelo rei Davi a

    seu filho Salomão na ocasião em que Salomão estava assumindo a sucessão doreinado em Israel. Davi disse: “Estou para seguir o caminho de toda a terra. Porisso, seja forte e seja homem” (1 Reis 2.2). Gostaríamos de deliberadamentetomar a palavra do rei e aplicá-la indiscriminadamente, ou seja, queremosredundantemente, aconselhar que todo homem seja realmente homem.

    É nosso clamor para nosso tempo.

    Que Deus nos abençoe.

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    O DESABROCHAR DA MACONHA

    É interessante ver os argumentos dos “progressistas” a favor da liberaçãoda maconha. O que acho mais interessante é aquele argumento do“proibicionismo” que afirma que a postura de proibir nunca conseguiu trazersolução efetiva para os problemas sociais vinculados ao consumo da erva. Proibiro consumo da maconha nunca ajudou em nada. Colocar pessoas atrás das gradespor causa disso só piorou a situação nos últimos anos. Tal sistema punitivo,portanto, é arcaico e falido. Qual seria, então, a brilhante ideia para lidaradequadamente com a maconha (e claro, futuramente com outras drogas)? A

    liberação do consumo!Gosto de lógica e por isso fico com medo desta proposta. Até porque se ela

    for verdadeira deveria ser aplicada em outras áreas. Imagine quando a moda do“liberacionismo” legislado pegar (porque vai, mais cedo ou mais tarde). Que talsoltarmos os assassinos? Afinal de contas, as cadeias estão cheias deles e o“proibicionismo” não foi efetivo em “salvar” a humanidade deste mal. Logo, seriaum erro continuar punindo tão severamente as pessoas sendo que isso não estásurtindo um efeito positivo. Ladrões? Por que continuar proibindo o roubo? Aproibição nesta área também se mostrou falida! A solução seria legalizar o roubo.

    Já consigo até imaginar escolas e quiçá cursos universitários em roubo: roubo amão armada, roubo seguido de sequestro, latrocínio, pós-graduação em roubo“branco”. 

     A tal proposta caberia até na área de relacionamentos. Seria útilaconselhar, doravante, um acordo poligâmico em todas as relações amorosasmatrimoniais, pois a proibição ao adultério e infidelidade parece estar falidos.Logo, sexo livre seria a solução para os problemas do coração.

     Você acha que isso parece absurdo? Você sabia que a pedofilia está sendoencarada nesta perspectiva? Alguns já afirmam que pedofilia não deve ser

    punida, pois tal atitude também não resolve o problema. Na verdade, algunsadvogam que a pedofilia é uma doença e o praticante é, na verdade, uma vítimada situação. Sabe aquele marmanjo barbado que tem relação sexual com umacriança de cinco anos? É uma vítima! Precisa de bons cuidados médicos e talvezum SPA para relaxar. Nada de punição, isso seria um absurdo! Isso me fazlembrar o trecho bíblico: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.”. (Romanos 1:22).

    Por fim, não nego os problemas de nosso sistema carcerário. Não nego queas políticas públicas tem sido ineficazes para a população. Contudo, afirmo minha

    humilde opinião de que as coisas não devem ser assim e seguir este rumo

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    proposto pelo “liberacionismo”. Pelo contrário, alguns princípios não podem serperdidos sob o risco de afundarmos ainda mais a humanidade no lixo daimoralidade total. 1) Respeito e consideração às leis. Qualquer um sabe que será

    impossível a vida sem leis. Leis justas, apesar de não serem ótimas para todos,são necessárias. Protegem a vida. Resguardam a família. Aperfeiçoam as relaçõeshumanas. 2) Punição como parte da justiça. Punição em diversos sentidos. a)Punição e disciplina para reconduzir à moral e ética. b) Punição como inibidorapara o transgressor. Desta forma ele deve pagar, sentir e sofrer pelo malsimplesmente para ter noção da gravidade do mal praticado (algumas pessoas sóaprendem assim). E sentir na pele que o que fez é algo deplorável e ruim parahumanidade. c) Punição como exemplo moral para que outros sejam dissuadidosdos desejos de praticar atos ilícitos parecidos.

     Apesar do conservadorismo de minha opinião (prefiro ser um conservadorque progride vagarosamente, abrindo os braços sim, aos avanços, mas sem negarprincípios fundamentais), ainda penso que ele é infinitamente melhor do que o“aberracionismo” das “emaconhadas” filosofias pós-modernas.

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    CELEBRAÇÃO DO NATAL EM FAMÍLIA

    “ E, tu Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá,de ti me sairá o que há de reinar em Israel,e cujas origens são desde os tempos antigos,

    desde os dias da eternidade” . Miquéias 5.2.

    Evidentemente não sabemos a real data do nascimento de Jesus Cristo,nem mesmo concordamos com a sacralização (ou mistificação) de uma dataespecífica para tal. Contudo, podemos fazer de nosso feriado de natal um

    momento abençoado; ao invés de apenas ficar criticando que isso ou aquilo nãopode, não deve, ou está errado!

    O nascimento histórico do Senhor Jesus Cristo foi um evento cósmico,formidável. Ele não poderia ficar oculto. A realidade foi tão magnífica que chegoua ser anunciada por anjos e milícias celestiais que louvavam a Deus nas alturas:

    “E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial,

    louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, 

    E paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” (L ucas 2.13-14). 

    Da mesma forma podemos admitir que o nascimento de Jesus é magnífico!Por que não celebrá-lo? Por que não louvar ao Senhor por este feito majestoso deimensa graça que abençoou toda humanidade? Um dos motivos (e é o suficiente)que temos para transformar nosso natal em uma época rica e abençoada é pensarque é um momento especial e oportuno para que o Senhor Jesus seja glorificado.Como os anjos proclamaram, é época de dizermos, nós e toda nossa família:“Glória a Deus nas maiores alturas!”. 

    O principal motivo de nossa existência é glorificar a Deus em todos osnossos momentos. Numa linguagem bíblica seria assim: “Ouve, ó Israel, o Senhor,nosso Deus é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teucoração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força”

    (Marcos 12.29-30). Assim, podemos aproveitar a reunião familiar, o feriado, acomunhão que é propiciada pela data e otimizar todo encontro centralizandoDeus e sua glória em nossa casa.

    Tivemos neste ano uma fantástica oportunidade de reunir muita gente denossa família. Mas, o melhor de tudo é que fizemos um belo culto. Reunimos todos

    no pátio. Houve pregação da palavra. Meditamos na obra do Senhor Jesus Cristo.Em seu nascimento. Em sua salvação. Houve a oportunidade de cada um falar e

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    testemunhar do amor de Deus. Percebamos a rica possibilidade de pregarmos ànossa família! Enfatizarmos ainda mais a necessidade de salvação que há emCristo Jesus! Os corações foram tocados, os testemunhos foram emocionantes, a

    gratidão a Deus pelo ano e pelas bênçãos foi dita em tal voz. A emoção tomouconta. Foi um momento ótimo, abençoado e abençoador. Desperdiçaremos talmomento? Tal oportunidade? Claro que não!

    Neste sentido, concluímos que é possível, é agradável, oportuno emaravilhoso sim, o natal em família, quando esquecemos todos os apetrechosadicionados à data e focamos única e exclusivamente na GLÓRIA DE DEUS. Nofinal das contas, acontece o que os anjos vaticinaram: “Glória a Deus nas maioresalturas, E paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.”. 

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    SIMPATIDAS DA “PLIM, PLIM” E A FÉ VERDADEIRA

    Estava assistindo, hoje pela manhã (31/12/2015), ao programa “Encontro”na nossa grande e quase inútil rede globo. Qual era o tema principal da conversaque os apresentadores realizavam com alguns convidados? “Simpatias para o anonovo”. Tema fixo e estabelecido nesta época pela emissora. 

     A primeira dessas simpatias estava relacionada com a “purificaçãoespiritual”. As ervas eram recomendadas como alecrim, arruda (contra malolhado), o elevante (planta nova para mim!), manjericão e outras. O boldotambém foi recomendado. Um banho de boldo (que seria o tapete de oxalá) trariapurificação.

    Da purificação, as simpatias partiram para a área da “profissão”. Pedrasforam recomendadas como a ametista e, basta você tê-las para que a sorte possa oacompanhar e sincronizar sua energia para que as coisas fluam melhor. Quartzotambém foi recomendado. Ainda foi mencionado o banho de rosas. Colocar aspétalas de rosa dentro de uma panela com água quente e depois de esfriar tomarbanho com as “rosas”. 

    Paro por aqui com as simpatias. Estas foram meros exemplos.Diante do acontecimento proponho pensarmos um pouco sobre a fé.

     Às vezes a religião cristã é criticada e sofre muita oposição aos seusprincípios e crenças como infundados. A justificativa geral disso é o argumento deque a ciência pós-moderna “demonstrou” que a fé é inviável. A Bíblia, então, seriaum mero livro de mitos, lendas e estórias do horrendo povo intolerante de Israelmisturada com os obscuros interesses de Roma.

    Quando cristãos falam que existe um Deus, único e verdadeiro, criador docéu e da terra, ao qual devemos louvor, obediência e adoração são tidos pormuitos como idiotas que se firmam em crendices. O evangelho não é acreditado,mesmo tendo fundamento histórico e lógico. Além disso, a própria Bíblia afirma o

    tipo de fé que ela requer: “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a provadas coisas que não vemos.”. (Hebreus 11:1). Tal é a categoria da fé proposta pelasEscrituras. Um firme fundamento.

    O que me deixa pasmo é o fato da fé cristã ser abominada, e, sem nenhuma justificativa científica, histórica ou lógica, crendices absurdas e esdrúxulas comoas que foram mostradas acima serem estabelecidas no meio do povo. Veja queridículo, por um olhar um pouco mais racional, divulgar e acreditar que umbanho de arruda vai lhe purificar espiritualmente! O pior é crer que uma pedralhe traga melhores resultados profissionais em 2016! (Não vai trabalhar duro não

    meu amigo pra ver o que vai acontecer!). Só vejo uma possibilidade de uma pedra

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    lhe trazer bons resultados profissionais em 2016 se você acertar com ela a cabeçado seu chefe! Brincadeira, não faça isso!

    Percebo que está acontecendo debaixo de meus olhos o que a Bíblia

    vaticinara: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus,nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coraçãoinsensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” (Romanos1:21,22). Alguns estão trocando o Deus Todo-Poderoso por um pedaço de pedra. Oevangelho por um banho de arruda. A fé verdadeira para mergulhar em crendicesinsanas.

    Não adianta me retrucar dizendo que evangélicos fazem isso e muito pior.Quero diferenciar entre crentes e crentes. A própria Bíblia diz que: “Nem todo oque me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus”. (Mateus 7.21). Concordo

    que existe muito besteirol no meio evangélico e até mesmo crendices, simpatias emagias piores do que no paganismo. Isso é inevitável, pois compreendemos que“veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.” (Mateus 13:25),ou seja, há muito joio no meio do trigo.

    Há muitos falsos cristãos misturados com os verdadeiros cristãos. Hámuita disseminação de um falso evangelho que, de certa forma, prejudica aproposta do verdadeiro evangelho. Mas, não devemos jogar o bebê fora junto coma água suja. Apesar de existir dentro do cristianismo expressões espúrias doevangelho não justifica condenarmos todo o evangelho. Minha proposta é que

    encontremos e sigamos o verdadeiro evangelho e a verdadeira fé.Finalizo destacando o fato de que a fé bíblica não é comparada a nenhumadessas insanidades. A fé cristã está baseada no Senhor. É verdadeira e eficaz. Delonge é superior a qualquer dessas superstições. A pergunta que me intriga é porque alguns relutam tanto em receber o evangelho e são tão propensos amergulhar no misticismo?

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    EDUCANDO FILHOS NA PERSPECTIVA BÍBLICA

    Faremos algumas breves observações bíblicas quanto à educação decrianças/filhos. Tais princípios são importantes por representar primeiramente opadrão de Deus para seu povo no que se refere à educação e depois por serempraticamente o contrário do que encontramos nas filosofias atuais que estãorealmente na contramão da vontade de Deus.

    Primeiramente devemos enfatizar a importância da família na educação. Ao contrário do que encontramos hoje em dia, a família sempre teve um lugar dedestaque na educação cristã.

    Nossa sociedade delega quase que completamente a educação dos filhos ao

    cuidado do estado ou da igreja. Com justeza vamos referenciar a LDB (Lei deDiretrizes e Bases da Educação) quando tenta corrigir esse mau costume populare trazer de volta à família sua devida responsabilidade; assim ela fala daeducação como “dever da família e do Estado” em seu artigo 2º. Contudo, talartigo se justifica, sobretudo porque a família estava ausente em suaresponsabilidade.

    Diante dessa conjuntura segue algumas considerações. Você quer educarseu filho para ser um filho de Deus e um cidadão de bem? Crie-o “no colo”! Assuma a responsabilidade. Transmita-lhe valores e moral. Esteja “por perto”.

    Crie fortes vínculos de amor e afeto. Tenha vida com eles. Tenha experiênciascom eles. Lidere, administre, encabece a educação dos mesmos.

    O segundo elemento de nossa reflexão está ligado à efetiva participação dospais em ensinar. “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quandoenvelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22:6). “E estas palavras, que hoje teordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarásassentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.”(Deuteronômio 6:6,7).

    Os pais devem educar seus filhos com todo amor e admoestação nos

    caminhos do Senhor. Falar de Deus, do plano da salvação, do pecado, do juízo, deJesus Cristo, enfim, é tarefa do pai cristão. Não espere que seu filho seja“evangelizado”. Lembrando que muito do que as crianças aceitam e creem estábaseado na autoridade (e não em provas e deduções lógicas) nada maisconveniente do que o pai usar sua autoridade para que seus ensinos de valorsejam compreendidos e aceitos pelos seus filhos. É melhor o pai ensinar a Palavrade Deus a seu filho com base na autoridade, do que o pai se omitir e o “mundo”transmitir seus valores, os quais também serão aceitos, por vacuidade, e acatadospor imprimir certa autoridade nas crianças. A máxima aqui seria: ensine seu

    filho amar a Deus ou o mundo o ensinará a odiá-Lo!

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     A terceira observação está relacionada à disciplina e limites. Apesar dospais ensinarem e falarem é preciso que tenham também uma atitude firme. Falare não agir às vezes não traz muito efeito. O exemplo bíblico é o caso de Eli e seus

    filhos. Eli era um profeta de renome e autoridade em Israel, contudo “Eram,porém, os filhos de Eli filhos de Belial; não conheciam ao Senhor.” (1 Samuel2:12). Triste isso, não! Mas, talvez o erro tenha sido o profeta não ter mantidouma atitude firme e em não estabelecer, de fato, disciplina e limites aos seusfilhos. Ele até “ensinava” e tentava corrigi-los: “Era, porém, Eli já muito velho, eouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel, e de como se deitavam comas mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação. Edisse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Pois ouço de todo este povo os vossosmalefícios. Não, filhos meus, porque não é boa esta fama que ouço; fazeis

    transgredir o povo do Senhor.” (1 Samuel 2:22-24). A pergunta é, por que Eli,então, não destituiu a seus filhos da “função”? Por que não lhes corrigiuefetivamente dando ponto final àquelas atrocidades? O fato é que Eli ficou só naconversa e não agiu.

    Fica claro, então, qual seria a nossa aplicação quanto a este fato, certo?Limites e disciplina quando efetivados de maneira adequada é importantíssimo.“A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção aafugentará dela.” (Provérbios 22:15), “O que não faz uso da vara odeia seu filho,mas o que o ama, desde cedo o castiga.” (Provérbios 13:24). Não aceitamos a

    filosofia de que devemos deixar nossos filhos crescerem e se desenvolverem“livremente”. O que cresce livremente é capim! Por fim, após observar tais conselhos e princípios, temos apenas a

    expectativa de que nossos filhos sejam pessoas piedosas. Na verdade o provérbio:“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não sedesviará dele.” (Provérbios 22:6) só nos dá a expectativa de que de modo geralisso ocorre. Mas, não é uma lei infalível e uma obrigação certa, até porque tal é acaracterística dos provérbios, declarações gerais e conclusões gerais de fatos davida. Também sabemos que a salvação e o relacionamento com Deus é de caráter

    individual.Deste modo, é possível que um pai/mãe tenha se dedicado, ensinado ecorrigido seu filho e mesmo assim ele não tenha seguido os caminhos do Senhor enão tenha sido um bom cidadão também. Neste caso, não se aflija e se tortureneuroticamente se acusando e se culpando irreversivelmente por tal fim. Lembre-se que “cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” (Romanos 14:12) e nemsempre “filho de peixe, peixinho é”! Ore a Deus neste caso, para que Deus sejaglorificado e que, pela grande misericórdia de Deus, caso seja da vontade dEle,que a salvação alcance seu filho.

    Evidentemente tais reflexões são o mínimo de nossas obrigaçõeseducacionais para com nossos filhos, contudo indispensáveis e essenciais. Se

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    falharmos nestes quesitos o “castelo” todo se desmorona. Logo, precisamos comofamília participar mais efetivamente da educação dos filhos; os pais devemefetivamente ensinar a Palavra do Deus; também a disciplina e imposição de

    limites não devem ser negligenciadas, esta seria a parte prática do ensino e, porúltimo, manter a consciência de que “a responsabilidade é individual” diante deDeus ajuda a salvaguardar a mente e o coração contra frustrações.

    Que Deus nos ajude nesta difícil missão.

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    O CANTAR DO GALO

    O entendimento da cultura e do contexto histórico de Israel nos temposbíblicos é extremamente importante para que possamos compreender melhor amensagem bíblica. Talvez todos que leem este texto concordam com isso.

    O exemplo que ora mostraremos  –   de uma interpretação possivelmenteequivocada –  não é daqueles tão relevantes por seu conteúdo ou carga doutrináriaenvolvida, contudo é surpreendente pelo fato de termos estabelecido um sensocomum sobre o significado do que está escrito e termos popularizado uma ideiadistorcida do fato.

    O ocorrido trata-se da profecia de Jesus Cristo em relação a Pedroafirmando que ele o negaria antes que o galo cantasse, conforme o evangelho deMateus 26.69-75 e paralelos. A pergunta é: realmente foi um galo (ave) quecantou ou era possível a expressão “o galo cantar” se referir a outra coisa?

    Um problema em aceitar que uma ave realmente tenha cantado para“selar” a negação de Pedro é que em Jerusalém não havia galos ou galinhas.Havia até mesmo uma proibição de criá-los visto que Jerusalém era consideradaa cidade santa e, por questões de higiene, e pureza das coisas santas, não erapermitido criar os bichinhos.

    Como podemos entender então o texto que fala do “canto do galo”? Segundo Martins5  (2011, p. 61) o segredo está em compreender como os

    romanos dividiam a noite. Ela era dividida em quatro vigílias deaproximadamente três horas cada uma da seguinte forma:

    a)  Prima vigilia: do pôr do sol até às 9 horas, também chamada de vigília do entardecer.b) Secunda vigília: das 9 horas à meia-noite, chamada de vigília da meia noite.c) Tertia vigília: de zero horas às 3 horas, também conhecida como vigília do canto do

    galo.d) Quarta vigília: das três horas até a aurora, chamada de vigília do amanhecer.