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A474 Alves, Silvio Dutra Esdras./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2015. 127p.; 14,8x21cm 1. Teologia. 2. Israel. 3. Comentário Bíblico. 4.Palavra. I. Título.
CDD 230.222
3
Sumário
Esdras 1............................................
4
Esdras 2............................................
22
Esdras 3............................................
39
Esdras 4............................................
53
Esdras 5............................................
65
Esdras 6............................................
81
Esdras 7............................................
87
Esdras 8............................................
99
Esdras 9............................................
108
Esdras 10..........................................
117
4
Esdras 1
Avançando em Meio a Dificuldades
A expressão que encontramos logo no
primeiro versículo do livro de Esdras, bem resume o motivo e o princípio pelos quais não
somente a Igreja de Cristo, como cada cristão desta Igreja, individualmente, deveriam nortear
todos os seus ministérios e todos os seus projetos de vida, de maneira que se possa dizer
deles, quanto a tudo o que tiverem feito neste mundo, que o fizeram “para que se cumprisse a
palavra do Senhor”.
Para que nos situemos no tempo, convém saber que a narrativa do livro de Ester pertence a um
período anterior (478 a.C.) à vinda de Esdras (458 a.C.) e de Neemias (444 a.C), para Judá.
O livro de Esdras é iniciado com o decreto do rei Ciro, determinando o retorno dos judeus à Palestina, para a reconstrução do templo de
Jerusalém, que havia sido destruído por Nabucodonosor, rei de Babilônia, cerca de 586
a.C.
Há mais de duzentos anos antes do nascimento de Ciro, Deus havia falado através do profeta
Isaías (Is 44.28; 45.1) que ele (Ciro), libertaria os judeus do cativeiro em Babilônia, e faria com
que retornassem à sua terra na Palestina, para
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reconstruírem o templo que havia sido destruído pelos babilônios, obra esta que Ciro
assumiu, pelo exame das profecias dirigidas a ele, como sendo algo da própria esfera da sua
responsabilidade, conforme a determinação que havia recebido de Deus (v. 2).
Em 605 a.C. foi levado o primeiro grupo de judeus para o cativeiro em Babilônia.
Cumpridos os setenta anos previstos para o cativeiro, conforme a profecia de Jeremias
29.10, prazo este, que havia sido estabelecido por Deus em sua soberania, em cerca de 537 a.C.,
Babilônia caiu sob o poder do rei Ciro da Pérsia, que decretou neste mesmo ano o retorno dos
judeus à Palestina.
Nabucodonosor efetuou a primeira leva de cativos no primeiro ano do seu reinado, que
correspondeu ao quarto do rei Jeoaquim de Judá, e tendo reinado por 45 anos foi sucedido
no trono por seu filho Evil-Merodaque, o qual reinou por 23 anos.
Babilônia caiu sob o poder da Pérsia no terceiro ano de Belsazar, neto de Nabucodonosor, somando assim os setenta anos de cativeiro, que
haviam sido profetizados por Jeremias.
Os judeus chegaram à Palestina sob o governo de Zorobabel, e logo se dedicaram à obra de
reconstrução do templo.
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Sofreram uma forte oposição dos samaritanos, porque haviam sido rejeitados por eles, quanto à
participação na reedificação do templo, ficando a obra paralisada por cerca de 16 anos. Esta foi
reiniciada em 520 a C., através das exortações dos profetas Ageu e Zacarias, sendo o templo
concluído 4 anos depois, em 516 a.C.
A reconstrução de Jerusalém e da vida religiosa do povo de Deus, seria realizada depois do cativeiro, tanto pelos judeus que concluíram a
construção do templo em 516 a.C., quanto por Esdras e Neemias, depois deles.
Tal reconstrução da vida religiosa dos israelitas, exigiu determinação e abnegação, para que pudesse ser levada a bom termo.
Esta mesma determinação e abnegação será
exigida de todos aqueles que estiverem empenhados em trabalhar em prol da reforma da Igreja, que será uma necessidade sempre
presente, enquanto estivermos neste mundo.
Ninguém deve se iludir pensando que a Reforma empreendida no século XVI não
necessitou de novas reformas que se lhe seguiram, à medida que o zelo pela verdade
revelada que havia nos reformistas foi se extinguindo depois deles.
Não haveria necessidade de qualquer reforma,
caso o povo de Deus fosse sempre fiel e
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obediente à sua vontade, se andasse sempre em conformidade com a sua Palavra.
Mas, como não é este o caso, nós vemos Deus se
levantando e intervindo com seu braço forte, levantando homens santos, que se consagram
inteiramente a ele e ao seu serviço, que amam a sua vontade e Palavra, acima de todas as coisas,
que têm o forte desejo de lhe dar honra e glória, fazendo com que o seu povo volte a caminhar na
verdade.
Em nossa época, necessitamos de homens e mulheres com este perfil; chamados pelo
Senhor para a defesa do Evangelho, consoante a pregação, ensino e prática da sã doutrina bíblica.
Aqueles que tal como Davi se predispuserem a derrubar o gigante da carnalidade, do erro e do secularismo que têm afrontado a Igreja de
Cristo, serão cumulados de grandes honras pelo Rei dos reis, e reinarão com Ele pelos séculos
dos séculos.
Serão grandemente honrados aqueles que tirarem a Igreja do Senhor do cativeiro em que
ela se encontra, e que restaurarem o culto e o serviço devidos a Deus, consoante o que está
determinado na sua Palavra, apesar de terem que enfrentar duras oposições, conforme as que
vemos nestes três livros históricos de Esdras, Neemias e Ester. Isto traz grande honra e glória
ao Senhor Jesus, por demonstrar a força da sua
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graça, para vencer todo tipo de resistência da carne.
Os servos do Senhor podem estar certos de que
tudo o que fizerem será lembrado por Ele para o próprio bem deles, e terão a grande alegria de
verem o fruto do seu trabalho, livrando o povo de Deus das trevas espirituais da ignorância,
para o conhecimento e prática da verdade que liberta.
Assim como Israel não poderia se consagrar a Deus do modo devido, adorando-o em santidade de vida, atendendo aos serviços do seu templo,
senão na liberdade da sua própria terra, recebida como herança do Senhor, longe da
idolatria das nações dominadoras, por isso o Senhor lhes havia também livrado do cativeiro
no Egito, nos dias de Moisés, para a conquista de Canaã, de igual modo, a Igreja de Cristo não
pode adorá-lo senão na liberdade que convém aos filhos de Deus, vivendo na graça do
evangelho, e sem misturar suas práticas de adoração e serviço às práticas do mundo.
É neste território celestial e sagrado, a saber,
nas regiões celestiais, que Deus governa sobre o seu povo e pode ser adorado por ele, na beleza da
sua santidade.
É a presença do Senhor no meio do seu povo o principal objetivo da própria vida e ministério,
além da razão da sua adoração.
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Como isto não pode ocorrer senão dentro dos parâmetros estabelecidos na Palavra da
verdade, porque toda adoração deve ser em espírito e em verdade, então se faz mister que a
Igreja se santifique, isto é, que ela se separe de todo mundanismo, carnalidade e erro
doutrinário, para se consagrar inteiramente ao Senhor.
Nenhuma ligação efetiva pode ser estabelecida
com Ele fora desta condição de santidade.
O Israel de Deus deve então sair de Babilônia para servi-lo.
É na santidade de seu povo que a virtude e o
poder de Deus se manifestam entre eles. Isto dá vida e vigor à Igreja para o desempenho do seu
serviço em amor.
Quando o Senhor se move na direção de prover livramento ao seu povo para que possam se
consagrar inteiramente a ele, podemos estar certos de que ele proverá os meios necessários
para isto, tal como fizera nos dias de Ciro, quando trouxe o seu povo de volta à Palestina.
Para abençoar o seu povo ele pode em seu poder
e soberania, até mesmo usar aqueles que não o conhecem, tal como era o caso de Ciro (Is 45.4).
Ele é poderoso para preservar as coisas sagradas
que são devidas à sua adoração, e fazer com que
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sejam restituídas ao seu povo, depois de terem sido curados de suas idolatrias e transgressões.
Deus operou através de Ciro, determinando que os povos vizinhos de Israel, lhes dessem
provisões para a reconstrução da vida deles na Palestina, bem como determinou que todos os utensílios sagrados do templo, que haviam sido
levados para Babilônia nos dias de Nabucodonosor, retornassem a Jerusalém.
Temos um Deus que é restaurador e misericordioso, e podemos contar com a
renovação de nossos dons apagados e talentos enterrados, quando nos dispomos a obedecê-lo,
quando Ele manifesta novamente o seu favor a nós, depois de nos ter curado das nossas
possíveis apostasias e rebeliões contra a sua santa vontade, consoante uma prática sincera
da genuína Palavra, pela qual se opera todo verdadeiro crescimento e amadurecimento
espiritual.
A data da proclamação do decreto que determinou a saída dos judeus do cativeiro em Babilônia é citada no verso 1 como tendo sido no
primeiro ano do reinado de Ciro, certamente esta é uma referência ao seu primeiro ano de
governo sobre Babilônia, que havia sido tomada por ele, e não propriamente sobre a Pérsia que
vinha sendo regida por Ciro há mais tempo.
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Como Ciro não conhecia a Deus, o Senhor se fez conhecer a ele, não pessoalmente, para
conversão, mas através das profecias que havia dado a respeito dele ao profeta Isaías, para o
cumprimento do propósito que havia determinado antes mesmo que Ciro nascesse.
A própria queda de Babilônia sob os persas havia
sido preanunciada pelo Senhor, através do profeta Daniel, assim como pelo mesmo profeta
havia predito a queda destes sob o domínio dos gregos, e deles sob os romanos.
Reinos que se sucederiam uns após outros, até
que viesse o Messias, e para que fossem criadas as condições adequadas no mundo para a sua
vinda.
Isto havia sido revelado por Deus através do profeta Daniel, antes mesmo que estes impérios
se levantassem sobre a terra, e com isto Ele revelou que intervém na história, para levar a
efeito o plano de redenção que estabeleceu em Cristo, desde antes da fundação do mundo.
Ciro foi rei, Ciro governou, mas na verdade foi apenas um instrumento nas mãos do Deus Altíssimo, para a consecução dos seus
propósitos, de maneira que Ciro pôde ser chamado pelo Senhor, através do profeta Isaías,
como sendo um servo que Ele chamou para executar toda a sua vontade em relação ao seu
povo.
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Tal foi a ação do Senhor sobre a mente deste homem, que nós o vemos declarando as
palavras dos versos 2 a 4, que registrou no decreto que redigiu, dizendo que havia recebido
do Deus de Israel os reinos da terra, e que havia sido encarregado por Ele para lhe edificar um
templo em Jerusalém.
Foi simplesmente pensando em contar com o favor e com a proteção do Deus dos judeus, que
Ciro se dispôs a cumprir as profecias relativas ao que lhe havia sido determinado pelo Senhor,
através do profeta Isaías, mas aqueles que conhecem verdadeiramente a Deus não devem
obedecê-lo movidos pelos mesmos sentimentos deste rei pagão, mas devem fazê-lo desinteressadamente e por amor a Ele,
consagrando-Lhe suas vidas, para um viver inteiramente santo.
Quando nos dispomos a obedecê-Lo, Ele também nos honrará, nos consolará e nos
auxiliará em meio às nossas provações.
Quão fácil é errar o alvo em relação a isto!
Este foi basicamente o problema com os judeus, porque, como veremos adiante, eles deixaram a
obra de reconstrução do templo do Senhor de lado, depois de terem retornado de Babilônia,
por causa das perseguições dos samaritanos, e passaram a se aplicar à realização do que era
apenas do seu próprio interesse, tendo sido
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necessário que fossem exortados e animados pelos profetas Ageu e Zacarias, a se levantarem
e a fazerem em primeiro lugar a vontade do Senhor, para então poderem se ocupar das suas
próprias necessidades e interesses.
Afinal, a maior necessidade e interesse de
qualquer cristão é a de buscar em primeiro lugar ao Senhor, ao seu reino e à sua justiça.
Importava que continuassem se empenhando em reconstruir o templo e a vida religiosa deles,
independentemente da grandeza das perseguições.
Deveriam ser diligentes em buscar a remoção de todos os empecilhos que os samaritanos
haviam levantado junto aos reis Ciro e Dario.
Estes recuos, estas paralisações, não podem de modo algum honrar e santificar o nome do Senhor, porque Ele é poderoso para quebrar
toda a oposição e resistência levantada pelo Inimigo, e para cumprir aquilo que designou
fazer através de nós.
Ainda que fiquemos paralisados por um tempo em nossas realizações, pela permissão do Senhor, no entanto, nunca deveríamos parar no
que se refere à nossa devoção e empenho para vencer os obstáculos, que produziram tais
paralisações.
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Dependemos inteiramente do Senhor para vencê-los e ultrapassá-los, enquanto
permanecemos firmes na fé e nas orações, sabendo que toda tribulação sempre será
benéfica para o aperfeiçoamento da nossa fé e do nosso caráter.
Há paralisações que são determinadas pelo próprio Deus, como aqueles 70 anos que os
judeus teriam que ficar no cativeiro em Babilônia.
Este tempo tinha o propósito de curá-los de sua carnalidade, mundanismo e idolatria.
Uma vez quebrados em seu orgulho carnal, seriam levantados e exaltados novamente pelo
Senhor, para servi-lo em santidade de vida.
Assim procede o Senhor com todos os seus filhos altivos e carnais.
Ele em primeiro lugar lhes abate para que possa exaltá-los depois, de maneira que não corram o
risco de incorrerem no orgulho espiritual.
Ele humilha para exaltar, de modo que concede graça ao que se humilha, àquele que se coloca debaixo da sua potente mão, reconhecendo que
Ele é justo em permitir que sejamos afligidos, para sermos curados deste terrível mal que se
chama pecado.
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Mas há paralisações que são atos deliberados de desobediência à vontade expressa do Senhor,
por causa de negligência e indolência, tanto em relação ao dever de nos santificarmos, quanto
em cumprir o que Ele nos tem determinado, tal como estava ocorrendo com aqueles judeus,
que haviam paralisado a construção do templo, por causa da oposição que estavam sofrendo dos seus inimigos.
Os cristãos são chamados a avançarem para o alvo da soberana vocação em Cristo Jesus, ainda que em meio às suas tribulações e aflições,
porque há paz no vale para todos eles.
Ali, aprenderão tal como Davi, que o Senhor é o grande pastor e nada lhes faltará.
Ainda que estejam no vale da sombra e da
morte, Ele expulsará todo temor dos seus corações com a sua santa, poderosa e consoladora presença.
Todos aqueles que têm crescido na graça e aumentado a sua fé, podem experimentar estas coisas a que estamos nos referindo.
Se algum cristão não tem tido esta experiência, deve então, se consagrar ao Senhor empenhando-se na prática da sua Palavra, no
poder do Espírito, de forma que aumente a sua fé, e assim aprenda a se gloriar nas suas
fraquezas.
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O verdadeiro cristão deve glorificar e exaltar o nome do Senhor, em meio às suas aflições,
contrariamente ao desejo de tão somente se livrar de todas as dificuldades que tenha que
enfrentar neste mundo.
O cristão é o soldado de Deus neste mundo, que não deve fugir do bom combate da fé, por causa
das feridas que recebe neste combate.
Na verdade, não há nenhuma ferida mortal que possa paralisá-lo, porque ainda que ferido é
fortalecido pela graça do Senhor.
É por isso que mesmo em leitos de enfermidade acharemos cristãos se regozijando em Deus, e
podendo realizar poderosas intercessões em favor do progresso do seu reino na terra.
O motivo da nossa tristeza e infelicidade nunca
deve ser a nossa própria ruína, seja ela de qual ordem for, Jó que o diga, e sim o de vermos a
Palavra do Senhor sendo descumprida e desonrada.
Qual teria sido realmente o interesse daqueles
judeus que se dispuseram a retornar de Babilônia para Judá, em atendimento ao decreto
de Ciro?
Muitos haviam deixado para trás uma vida próspera, que tinham em Babilônia e sabiam
que teriam que se defrontar com muitas
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dificuldades, não somente em Judá, como também na viagem que teriam que empreender
para lá chegarem, com suas esposas e filhos.
Eles teriam que reconstruir a cidade que havia sido totalmente destruída nos dias de Nabucodonosor. Eles teriam que construir casas
para si.
Acima de tudo receberam a missão por decreto imperial de Ciro de que a sua volta estava condicionada à reconstrução do templo, que
eles próprios teriam que edificar.
Até que ponto foi uma boa desculpa para eles a oposição que foi levantada pelos samaritanos?
Através dela deixaram de fazer o que era da vontade de Deus, e que estava tomando muito do seu tempo, de suas energias, de seus
recursos. Para que reconstruir um templo? Eles não morariam afinal no templo.
Por aquela oposição dos samaritanos, que foi
permitida pelo Senhor, foram provados, de modo que poderiam ser convencidos de qual era
a real motivação de seus corações em retornarem a Judá.
O povo do Senhor deve antes de tudo, viver para o Senhor e para a realização dos seus interesses
e não para os seus próprios interesses.
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Isto se aplicava a Israel, e se aplica principalmente à Igreja de Cristo.
É a vontade de Deus e não a nossa, que deve ser feita, tanto no céu quanto na terra. Mas como a
carne resiste a isto! Como ela se opõe a se sujeitar à vontade do Senhor!
Ela não é submetida por Deus, senão quando crucificada.
É-nos ordenado que mortifiquemos e nos despojemos de nossa natureza terrena, porque ela é inteiramente oposta à vontade do Senhor
(Rom 8.13; Ef 4.22; Col 3.5).
Ela é sumamente egoísta, de modo que sempre se levantará contra todo o bem que pretendermos fazer, e sempre nos disporá a
praticar o que é mau, de maneira que por ela, somos impossibilitados de viver no amor, na
bondade, na paz e em tudo aquilo que procede de Deus.
Todo serviço prestado verdadeiramente ao Senhor terá então que vencer esta oposição da
carne.
Daí a necessidade de se subjugar a carne, para que possamos fazer a vontade de Deus.
Este poder não se encontra em nós, senão em
Deus e no seu Espírito.
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Dependemos que ele nos mova, realizando tanto o querer quanto o realizar, de forma que
possamos não somente nos dispor a lhe obedecer, como também efetivamente cumprir
o nosso dever.
O Sezbasar referido no verso 8, como príncipe de Judá, é provavelmente o nome caldeu dado a Zorobabel. Sezbasar significa alegria na
tribulação, e Zorobabel, um estranho em Babilônia. Ambos os nomes se lhe ajustavam
bem. Ele não deixou de ser devoto ao seu Deus em Babilônia, de maneira que foi reconhecido
por eles, pela alegria espiritual que nele havia a par de sua aflição numa terra estranha que
adorava falsos deuses.
Daí o nome Zorobabel, porque era de fato um estranho não somente em Babilônia, como
também para Babilônia. Não admira que tenha sido escolhido para liderar os judeus no retorno
deles à Palestina.
“1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor proferida
pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele
fez proclamar por todo o seu reino, de viva voz e também por escrito, este decreto:
2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do
céu me deu todos os reinos da terra, e me
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encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá.
3 Quem há entre vós de todo o seu povo (seja seu
Deus com ele) suba para Jerusalém, que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel;
ele é o Deus que habita em Jerusalém.
4 E todo remanescente, seja qual for o lugar em que é peregrino, seja ajudado pelos homens
desse lugar com prata, com ouro, com bens e com animais, afora a oferta voluntária para a
casa de Deus, que está em Jerusalém.
5 Então se levantaram os chefes das casas paternas de Judá e Benjamim e os sacerdotes, e
os levitas, todos aqueles cujo espírito Deus despertara, para subirem a edificar a casa do
Senhor, que está em Jerusalém.
6 E todos os seus vizinhos os ajudaram com utensílios de prata, com ouro, com bens, com
animais e com coisas preciosas, afora tudo o que se ofereceu voluntariamente.
7 Também o rei Ciro tirou os utensílios que
pertenciam à casa do Senhor e que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém e
posto na casa de seus deuses.
8 Ciro, rei da Pérsia, tirou-os pela mão de Mitredate, o tesoureiro, que os entregou
contados a Sesbazar, príncipe de Judá.
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9 Este é o número deles: Trinta bacias de ouro, mil bacias de prata, vinte e nove incensários,
10 trinta taças de ouro, quatrocentas e dez taças de prata e mil outros utensílios.
11 Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos; todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro foram
conduzidos de Babilônia para Jerusalém.” (Ed 1.1-11).
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Esdras 2
Deus Honra quem Lhe Honra
Foi feito um registro das famílias dos judeus
que saíram do cativeiro em Babilônia, como vemos no capítulo 2º de Esdras, que estaremos
comentando. Isto foi registrado para a honra deles, como parte da recompensa pela sua fé e
coragem, pela confiança em Deus e o amor que tinham à sua própria terra.
De igual modo, aqueles que saem do mundo para virem para Cristo têm os seus nomes arrolados nos céus, porque o Senhor sempre
honra àqueles que O honram.
Entretanto, a Judá, que fora um dia um império
sobre muitos reinos nos dias de Davi e Salomão, por causa do pecado, era agora, uma diminuta província da Pérsia, sob o governo deles.
Isto mostra de modo muito claro como o pecado diminui a nossa honra não somente diante de
Deus, como também diante dos homens.
Uma nação antes exaltada, encontrava-se humilhada em Babilônia, e é num começo
humilde que ela é chamada à sua reconstrução, sem estar, contudo, totalmente livre das
consequências do pecado dos seus pais.
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Ainda que o filho não responda em juízo pelo pecado do seu pai, e o pai pelo pecado do seu
filho, no entanto, tanto num, quanto noutro caso, pode-se experimentar neste mundo as
consequências danosas do pecado.
Dificilmente o pecado não deixará as suas
sequelas, mesmo depois de termos sido curados dele através do perdão que há em Cristo Jesus.
Dos que retornaram a Judá, são relacionados primeiro os líderes no verso 2, sendo estes
encabeçados por Zorobabel (o príncipe), e Josué, ieshua no hebraico (o sumo sacerdote), que é o
mesmo sumo sacerdote citado em Zacarias 3.1,3.
Eles eram, por assim dizer, o Moisés e o Arão
deles, que os conduziram do cativeiro para a terra de Canaã.
Não foi por acaso que o nome do sumo sacerdote dos israelitas, tivesse o mesmo nome hebraico
de Jesus (ieshua), porque aquele nome apontava profeticamente para aquele que nos livra
definitivamente do cativeiro do pecado, da Babilônia espiritual que nos assedia tão
tenazmente, pretendendo que estejamos para sempre debaixo do seu domínio.
Assim, há uma conexão do sumo sacerdote Josué, com o Sumo Sacerdote da nossa fé, Jesus,
na profecia do terceiro capítulo de Zacarias.
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Sempre é Satanás que se encontra por trás de toda oposição à obra de Deus neste mundo.
Ele sempre se levantará para tentar sujar os
ministros do Senhor com o pecado, de maneira que eles sejam paralisados na obra que devem executar para Deus.
Mas estes ministros podem ter as suas vestes sujas trocadas pelas vestes limpas da Justiça de Jesus, que é o RENOVO referido na profecia de
Zacarias, e que é a única Rocha na qual o povo do Senhor é edificado, porque é no sangue de Jesus
que todos eles são lavados e santificados, de maneira que possam estar de pé na presença do
Deus Santíssimo.
Por isso, Josué e todos os sacerdotes que estavam com ele, e que eram homens
renomados, porque foram dados pelo Senhor como líderes espirituais do seu povo, são
lembrados na profecia de Zacarias, pois o RENOVO prometido pelos profetas,
especialmente por Jeremias (Jer 23.5; 33.15), viria (Zac 3.8), e por isso deveriam andar nos
caminhos do Senhor, e cumprirem os seus mandamentos (Zac 3.7).
Os sacerdotes foram contados em 4 famílias, tendo como cabeças Jedaías, Imer, Pasur e Harim, totalizando 4.289 sacerdotes (Esdras
2.36-39). .
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Não sabemos, mas é provável que o pequeno número de levitas, que é relacionado nos versos
40 a 42, tenha sido devido à desonra que haviam dado ao seu ofício, nos dias dos reis de Israel e
de Judá, sendo contados como remanescentes daquela tribo; um número bem pequeno de
apenas 341 pessoas.
Não sabemos também se muitos deles não
haviam se disposto a deixar Babilônia, onde poderiam ter até mesmo se desviado da devoção
a Deus, para se dedicarem por salário, ao culto dos falsos deuses de Babilônia.
Os servidores do templo são citados no verso 58, e eram provavelmente os gibeonitas, que foram
sujeitados a serviços forçados por causa do estratagema que usaram para enganar Israel,
fazendo aliança com eles, nos dias de Josué, quando da conquista de Canaã.
No hebraico, estes servidores do templo são designados pela palavra netinin.
É citado que 652 não puderam comprovar a sua descendência de Arão (v. 59-62), pelo que não
puderam ser contados para o exercício do sacerdócio.
Também lhes foi vedado por Zorobabel não comerem das coisas santíssimas, até que se
levantasse um sacerdote com Urim e Tumim,
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para confirmar a descendência deles, através de consultas ao Senhor (v. 63).
No verso 62 é citado que um dos antepassados
de um destes supostos sacerdotes havia se casado com uma das filhas de Barzilai, aquele
grande homem que havia sustentado e amparado a Davi em seus dias, quando fugia de
Absalão.
É provável então, que estas pessoas tivessem os seus nomes registrados como sendo da casa de
Barziali, e não da casa de Arão, quando que o correto seria serem contados na casa de Arão, e
não de Barzilai, porque eram descendentes da filha deste, pela qual não poderia ser suscitada
descendência a Bazrlai, por ser do sexo feminino, contrariando assim o que estava
prescrito na Lei de Moisés, sobre o assunto relativo ao direito sucessório.
Nunca sabemos o que nos reservará o futuro;
por isso é uma norma de sabedoria seguirmos a Lei de Deus, e honrarmos o ofício que ele nos
tem designado.
Aqueles que haviam preferido serem contados na casa de Barzilai, em razão da suspensão do
ofício sacerdotal em Babilônia, já que lá não havia nenhum templo para serem realizados os
serviços sagrados, viram-se impedidos de entrar no sacerdócio, agora que o ofício seria
restaurado no retorno dos judeus à Palestina.
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Eles haviam desonrado o ofício nos dias maus, e agora também seriam desonrados, nos dias
alegres relativos à restauração do altar de Deus, do qual deveriam viver os sacerdotes.
Eles foram considerados imundos para o exercício deste sagrado ofício, por não terem podido comprovar que eram de fato
descendentes de Arão.
De igual modo, Cristo se envergonhará daqueles
que se envergonham dele e do seu serviço.
Aqueles que considerarem a honra dos homens mais elevada do que a honra recebida de Deus
por servirem-no, estarão errando grandemente na opção que fizeram, porque o tempo revelará
que a honra dos homens traz uma recompensa passageira e falha, porém a que vem de Deus
traz uma recompensa duradoura e eterna, ainda que as condições em que O sirvamos neste
mundo sejam de humildade, acompanhadas de muitas aflições e tribulações.
Jesus ensinou isto claramente nos evangelhos, e os apóstolos o confirmaram também abundantemente em suas epístolas.
Muitos trocam o ministério por um cargo secular que lhes traga reputação entre os
homens e mais dinheiro no bolso.
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Entretanto, há reputação maior do que a que Deus pode nos atribuir?
Troca-se assim uma honra passageira e falível pela única honra que é duradoura e eterna.
Quão enganoso é o coração humano! E de quanta ilusão vive o mundo, a pretexto de se dedicarem a coisas práticas e rentáveis.
Assim, até mesmo entre os israelitas que se
dispuseram a deixarem tudo para trás em Babilônia, para obedecerem voluntariamente
ao mandado de Deus de retornarem para Judá, nós encontramos aqueles que haviam errado, por terem trocado a honra do ofício sacerdotal
pela honra de cavalheiros, porque em seus dias não era vantajoso ser contado na descendência
de Arão, por terem sido suspensos os serviços do templo.
Se José tivesse recusado a bênção de Jacó para seus filhos Efraim e Manassés, por causa da grande honra em que se encontrava como
governador do Egito, os seus descendentes teriam permanecido no cativeiro egípcio, já que
não seriam reconhecidos como egípcios, mas como israelitas rebeldes, que haviam
renunciado à sua própria nacionalidade, e assim, não teriam sido contados no futuro entre
aqueles que subiram com Moisés para Canaã.
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Se um cristão se recusa a ter sal em si mesmo para salgar o mundo, por ter vergonha de
sustentar o testemunho de um verdadeiro cristão, ele nada poderá esperar da parte do seu
Senhor neste mundo, quanto a ser honrado por Ele, senão a ser lançado fora do ministério para
ser pisado pelos homens, porque se tornou como o sal que perdeu o seu sabor.
Em vez de honrá-lo, o desonrarão, pois, a velha Serpente não perderá a oportunidade de afligir aqueles que são seus inimigos, pela condição de
serem filhos de Deus.
Como o Deus que servimos é misericordioso,
àqueles que haviam desprezado o sacerdócio anteriormente seria dada a oportunidade de se
verificar pelo Urim e Tumim se eram de fato descendentes de Arão, de modo a serem admitidos no ofício sacerdotal, ainda que
tivessem que ficar privados de seu exercício temporariamente.
De igual forma, os cristãos quando se arrependem da sua carnalidade e se voltam para
o Senhor para serem santificados e usados por Ele, depois de terem sido impedidos por um
tempo de serem usados com poder pelo Espírito na obra do evangelho, poderão ser renovados,
sendo uma vez identificado que estão realmente arrependidos, e dispostos a serem readmitidos
no ministério.
30
Assim, pela testificação do Espírito Santo, que é na dispensação da graça, um melhor oráculo do
que o Urim e Tumim, no Antigo Testamento, que estes cristãos poderão ser renovados, não
no arrependimento que é para a salvação das suas almas, porque este não precisa ser
renovado, e nem mesmo o pode ser, mas no arrependimento dos seus pecados posteriores à conversão, de maneira a poderem ser
readmitidos nos serviços espirituais que devem prestar a Deus, cada um de acordo com a
chamada específica que têm recebido dele.
Nos versos 64 e 65 nós temos a conta do número
total de pessoas que retornaram com Zorobabel: 49.897 (quarenta e nove mil, oitocentos e noventa e sete).
Temos também um registro do número de animais que vieram com eles, sendo 736
cavalos, 245 mulas, 435 camelos e 6.020 jumentos (v. 66, 67).
É citado que alguns dos chefes das casas
paternas que vieram a Jerusalém deram ofertas voluntárias, segundo as suas posses, para a
reconstrução do templo, tendo estas somado 61.000 dáricos em ouro, 5.000 minas em prata, e
100 vestes sacerdotais (v. 68,69).
Dárico era o nome também usado para dracma, e correspondia ao valor de 1 denário. Para
termos uma ideia comparativa, 1 talento
31
correspondia a 6.000 denários, ou dracmas, ou dáricos.
Então, os 61.000 dáricos de ouro que foram ofertados para a construção do templo,
correspondiam a apenas 10 talentos, quando nós temos o registro de centenas de talentos de
ouro, que estavam disponibilizados nos dias de Salomão.
Tudo isto era muito pouco, comparado com o que havia sido ofertado nos dias de Moisés para
a construção do tabernáculo, e nos de Davi e Salomão, para a construção do primeiro templo.
Entretanto, daquele recomeço humilde seria construído um templo, cuja glória seria maior
do que a do primeiro templo de Salomão, que havia sido destruído por Nabucodonosor,
porque seria ele que recepcionaria o Messias prometido.
“1 Estes são os filhos da província que subiram do cativeiro, dentre os exilados, a quem
Nabucodonosor, rei de Babilônia, tinha levado para Babilônia, e que voltaram para Jerusalém e
para Judá, cada um para a sua cidade;
2 os quais vieram com Zorobabel, Josué, Neemias, Seraías, Reelaías, Mordecai, Bilsã, Mizpar, Bigvai, Reum e Baaná. O número dos
homens do povo de Israel.
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3 Os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.
4 Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois.
5 Os filhos de Ará, setecentos e setenta e cinco.
6 Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Josué e
de Joabe, dois mil oitocentos e doze.
7 Os filhos de Elão, mil duzentos e cinquenta e quatro.
8 Os filhos de Zatu, novecentos e quarenta e
cinco.
9 Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta.
10 Os filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois.
11 Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e três.
12 Os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e
dois.
13 Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e seis.
14 Os filhos de Bigvai, dois mil e cinquenta e seis.
15 Os filhos de Adim, quatrocentos e cinquenta
e quatro.
33
16 Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito.
17 Os filhos de Bezai, trezentos e vinte e três.
18 Os filhos de Jora, cento e doze.
19 Os filhos de Hasum, duzentos e vinte e três.
20 Os filhos de Gibar, noventa e cinco.
21 Os filhos de Belém, cento e vinte e três.
22 Os homens de Netofá, cinquenta e seis.
23 Os homens de Anatote, cento e vinte e oito.
24 Os filhos de Azmavete, quarenta e dois.
25 Os filhos de Quiriate-Arim, de Cefira e de Beerote, setecentos e quarenta e três
26 Os filhos de Ramá e de Gaba, seiscentos e vinte e um.
27 Os homens de Micmás, cento e vinte e dois.
28 Os homens de Betel e de Ai, duzentos e vinte
e três.
29 Os filhos de Nebo, cinquenta e dois.
30 Os filhos de Magbis, cento e cinquenta e seis.
34
31 Os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinquenta e quatro.
32 Os filhos de Harim, trezentos e vinte.
33 Os filhos de Lode, de Hadide e de Ono, setecentos e vinte e cinco.
34 Os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco.
35 Os filhos de Senaá, três mil seiscentos e trinta.
36 Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Josué, novecentos e setenta e três.
37 Os filhos de Imer, mil e cinquenta e dois.
38 Os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete.
39 Os filhos de Harim, mil e dezessete.
40 Os levitas os filhos de Josué, e de Cadmiel, dos filhos de , Hodavias, setenta e quatro.
41 Os cantores: os filhos de Asafe, cento e vinte e oito.
42 Os filhos dos porteiros: os filhos de Salum, os
filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de
35
Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai, ao todo, cento e trinta e nove.
43 Os servidores do templo: os filhos de Ziá, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,
44 os filhos de Querós, os filhos de Siá, os filhos
de Padom,
45 os filhos de Lebana, os filhos de Hagaba, os filhos de Acube,
46 os filhos de Hagabe, os filhos de Sanlai, os filhos de Hanã,
47 os filhos de Gidel, os filhos de Gaar, os filhos de Reaías,
48 os filhos de Rezin, os filhos de Necoda, os
filhos de Gazão,
49 os filhos de Uzá, os filhos de Paseia, os filhos de Besai,
50 os filhos de Asná, os filhos de Meunim, os filhos dos nefusins,
51 os filhos de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Hurur,
52 os filhos de Bazlute, os filhos de Meída, os
filhos de Harsa,
36
53 os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Tamá,
54 os filhos de Nezias, os filhos de Hatifa.
55 Os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de Peruda,
56 os filhos de Jaalá, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel,
57 os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Poquerete-Hazebaim os filhos de Ami.
58 Todos os servidores do templo e os filhos dos servos de Salomão foram trezentos e noventa e
dois.
59 Estes foram os que subiram de Tel-Mela, de Tel-Harsa, de Querube, de Adã e de Imer; porém
não puderam provar que as suas casas paternas e sua linhagem eram de Israel:
60 os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e cinquenta e dois.
61 E dos filhos dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Hacoz, os filhos de Barzilai,
que tomou mulher das filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome.
62 Estes procuraram o seu registro entre os que
estavam arrolados nas genealogias, mas não foi
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encontrado; pelo que, por imundos, foram excluídos do sacerdócio;
63 e o governador lhes intimou que não
comessem das coisas santíssimas, até que se levantasse um sacerdote com Urim e Tumim.
64 Toda esta congregação junta somava
quarenta e dois mil trezentos e sessenta,
65 afora os seus servos, e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; também
havia duzentos cantores e cantoras.
66 Os seus cavalos eram setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco;
67 os seus camelos, quatrocentos e trinta e
cinco; os jumentos, seis mil setecentos e vinte.
68 Alguns dos chefes das casas paternas, vindo à casa do Senhor em Jerusalém, deram ofertas
voluntárias para a casa de Deus, para a edificarem no seu lugar;
69 conforme as suas posses, deram para a tesouraria da obra, em ouro sessenta e um mil dáricos, e em prata cinco mil minas, e cem
vestes sacerdotais.
70 Ora, os sacerdotes e os levitas, e alguns do povo, tanto os cantores como os porteiros e os
servidores do templo, habitaram nas suas
39
Esdras 3
Os Planos de Deus não Podem Ser Frustrados
Nós vemos no 3º capítulo de Esdras, que depois
de terem se instalado em suas respectivas
cidades, quando retornaram do cativeiro em Babilônia, os judeus se juntaram em Jerusalém
no sétimo mês para as celebrações relativas àquele mês e dentre as quais se incluía a Festa
dos Tabernáculos.
Aproveitaram a oportunidade para edificarem o
altar dos holocaustos, provavelmente, no mesmo local em que estivera instalado o altar do
templo de Salomão.
Ali, desde o primeiro dia do sétimo mês, do primeiro ano, na sua própria terra, começaram
a oferecer holocaustos ao Senhor, ainda que nem sequer tivessem lançado os alicerces do
templo.
Estes sacrifícios passaram a ser oferecidos continuamente, conforme era exigido pela Lei, sem sofrer a interrupção de um só dia (v. 3,5).
Os dois cordeiros que deveriam ser oferecidos, contínua e diariamente, pela manhã e à tarde,
como holocausto ao Senhor, tipificavam não somente a cobertura do sacrifício de Jesus, que
é a causa de podermos expiar diariamente as
40
nossas culpas e purificar nossos pecados e injustiças no sangue que Ele derramou por nós,
como também falam em figura da nossa própria consagração pessoal a Deus, que deve ser
contínua, sem interrupções e durante todos os minutos dos nossos dias.
Afirma-se no verso 1 que os judeus haviam se reunido como um só homem em Jerusalém, e
isto é indicativo da unidade que havia entre eles.
O temor que tiveram das nações ao redor
(Esdras 3.3), contribuiu para que acelerassem a edificação do altar para poderem cultuar ao
Senhor.
Assim, era exigido pela Lei, de maneira a
contarem com o cumprimento das promessas de bênçãos previstas para a obediência aos seus
mandamentos.
Eles deveriam ter o cuidado de não fazerem conforme haviam feito os seus pais, que muito provocaram o Senhor à ira, com a transgressão
voluntária dos seus preceitos.
Numa terra estranha, entregue totalmente às práticas pagãs e idolátricas, eles puderam aprender, ainda que de um modo difícil, o quão
grosseiras e irracionais eram aquelas práticas, quando contrastadas com a religião revelada,
que o Senhor lhes dera através de Moisés.
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Naquela ocasião, tomaram providências para a futura construção do templo, encomendando
madeira aos de Tiro e de Sidom (v. 7).
No segundo mês do segundo ano, isto é, cerca de sete meses depois, os israelitas que haviam
retornado de Babilônia, deram início à obra de reconstrução do templo, tendo sido lançados os
seus alicerces (v. 10).
Não havia nenhuma disputa entre os judeus que voltaram de Babilônia, quanto ao fato se
deveriam ou não reconstruir o templo.
Eles haviam aprendido do erro de seus pais, quão dura coisa é não servir ao Deus vivo,
segundo os termos que Ele tem estabelecido na sua Palavra.
A Antiga Aliança prescrevia o sacrifício de
animais num único local escolhido pelo Senhor e na presença de sacerdotes consagrados para
tal ofício. Daí a necessidade da construção de um templo.
Eles se lançaram à tarefa de reativar tudo o que
era exigido pela Lei, para o culto de adoração ao Senhor.
O Novo Testamento não libera os cristãos deste mesmo dever, ainda que não estejam mais obrigados na dispensação da graça, a
cumprirem os mandamentos cerimoniais da
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Lei de Moisés, que apontavam em figura para as realidades que se cumpriram em Cristo.
É dito aos que compõem a Igreja do Senhor, que eles devem ter uma justiça que exceda em
muito a dos escribas e fariseus.
Esta justiça, certamente diz respeito a se viver em plenitude tudo aquilo que era ensinado no
cerimonial da Lei, já não mais atendendo às exigências relativas a ordenanças materiais e
visíveis, mas às realidades espirituais para as quais apontavam em figura.
Como exemplo, vemos a citação anterior sobre
o dever da santificação e consagração diária e contínua que têm os cristãos na Nova Aliança,
que estava representada na obrigação do oferecimento de dois cordeiros, de manhã, e à
tarde, todos os dias, conforme se exigia no antigo pacto.
Esta justiça maior que é exigida do cristão na Nova Aliança, em relação à justiça dos escribas
e fariseus, não contradiz o ensino da lei e dos profetas da Antiga Aliança, porém é muito
diferente da justiça deles.
O motivo da vinda do Senhor foi o de nos capacitar a viver com um padrão de vida
espiritual em santificação e justiça muito maiores do que aquele que é exigido pela Lei de
Moisés.
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Por isso Jesus afirmou que não veio revogar e nem suavizar, as exigências da Lei.
Ele disse que aquele que quebrar o menor mandamento da Lei e assim ensiná-lo
incorretamente aos homens, será pequeno no reino dos céus, mas que qualquer que guarde os
mandamentos da Lei e os ensine, será chamado grande no reino dos céus.
Isto demonstra que até mesmo aqueles mandamentos da Lei, que nos parecem menos significativos, são muito importantes para Deus,
porque foram proferidos a nós pela sua boca como sendo a expressão exata da sua santa
vontade.
Sabemos que a Lei por si só não poderia jamais nos santificar, porque isto é um trabalho para a
graça e mediante a fé, mas devemos dar a devida importância ao que se aprende acerca da vontade de Deus, mediante o que se encontra
revelado na Lei.
A santidade é algo que se pratica na vida diária. É um habito.
Isto significa que não devemos buscar através das obras da Lei a nossa justificação, e podemos até mesmo dizer que não devemos buscar nelas
a nossa santificação, mas um andar verdadeiramente no Espírito demanda, quanto
à santificação, a prática da Palavra de Deus.
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Lembremos sempre que a santificação, somente pode ocorrer naqueles que foram
verdadeiramente regenerados (nascidos de novo do Espírito).
Não seremos salvos pela graça porque guardamos perfeitamente todos os mandamentos, mas porque recebemos esta
graça para podermos ser aperfeiçoados no seu cumprimento, de maneira que poderemos
crescer não somente nisto diariamente, como também, pela promessa do Senhor, seremos
perfeitos assim como Ele é perfeito, no porvir, por causa da sua justiça que nos foi imputada,
em razão da nossa união espiritual com Ele.
De forma que todo aquele que é justificado, também é nascido de novo e recebe de Deus um
novo coração.
Pelo que nós observamos da narrativa deste terceiro capítulo do livro de Esdras, os judeus
que haviam lançado os alicerces do templo de Jerusalém, depois da volta do cativeiro em
Babilônia, não haviam ainda, naquela ocasião, sido fermentados com este fermento que havia
em abundância na vida dos escribas e fariseus dos dias de Jesus, porque se diz deles que tudo
fizeram para a glória de Deus, e que se encontravam em unidade a ponto de terem se
alegrado muito e louvado a Deus pelo privilégio que lhes dera de retornarem à sua terra, e ali
poderem cumprir as exigências da Lei de
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Moisés, relativas ao culto devido a Ele, conforme prescrito naquela antiga aliança.
Os judeus que tinham visto a suntuosidade do
templo de Salomão, antes de irem para o cativeiro em Babilônia, choraram quando os alicerces do novo templo foram lançados, talvez
por lhes pesar o fato da lembrança de que toda a glória antiga da nação havia sido reduzida até o
ponto de terem que recomeçar a construção de um templo, que segundo as condições
presentes deles, jamais poderia ter toda a riqueza que havia no templo de Salomão.
Na verdade, aquele era um momento para alegria e não para tristezas sentimentais.
Eles não deveriam ter chorado pela diminuição da glória terrena a que foram reduzidos, mas
pelos pecados dos seus pais, que haviam dado causa àquela necessidade de reconstruírem
toda a religião de Israel, no tocante às exigências cerimoniais da Lei, a partir do alicerce.
Na verdade, deveriam ser gratos a Deus por não ter dado a eles o mesmo destino que havia dado aos israelitas do Reino do Norte, permitindo que
fossem dissolvidos, por terem sido espalhados por todas as nações, pelos assírios, que
separaram pais de filhos, esposos de esposas, de modo que perdessem a sua identidade cultural
e nacional.
46
Eles alcançaram misericórdia para poderem reiniciar as suas vidas debaixo da aliança que
Deus havia feito com eles através de Moisés.
Então não deveria haver a mínima manifestação de tristeza, senão de alegria; a mínima demonstração de insatisfação, mas de grande
contentamento.
Nós somos ordenados pela Palavra a não desprezarmos os humildes começos quando a
Providência assim o quer.
Aqueles sacerdotes estavam transgredindo este mandamento, com o lamento que eles
levantaram em meio à grande alegria e louvor que os demais sacerdotes e levitas estavam
apresentando diante de Deus.
Não sabemos o quanto estes sacerdotes podem ter influenciado os demais sacerdotes e levitas, quanto a não se empenharem na obra, em razão
dos possíveis argumentos deles de que não valeria a pena se entregar a uma construção,
que nem sequer passaria de perto da glória que havia no templo de Salomão, que havia sido
destruído por Nabucodonosor.
Se por influência deles ou não, havia aqueles que dentre os israelitas estavam desprezando
aqueles humildes começos, e por isso receberam o devido estímulo do Senhor da
parte dos profetas Ageu e Zacarias, para que
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reiniciassem a obra de reedificação do templo, depois destas terem sido paralisadas por cerca
de dezesseis anos.
Como veremos adiante, em razão da perseguição dos samaritanos, eles não avançaram, ao que parece do lançamento do
alicerce, que é referido neste capítulo, e assim, é possível que não tivessem prosseguido
adiante, vencendo toda oposição, por motivo de julgarem que era muito pouco pelo que lutar.
Então, o Senhor se interpôs com a promessa de fazer algo grande e maravilhoso, pela palavra que pôs na boca do profeta Zacarias, de modo
que aqueles que não estavam sendo fiéis nos dias de escassez, viriam a se alegrar quando
vissem o prumo na mão de Zorobabel.
“Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete olhos são os
olhos do Senhor, que percorrem toda a terra.” (Zac 4.10).
Eles estavam errados pensando no templo como um mero projeto de realização material.
Eles não entendiam a necessidade de que fosse reconstruído para o cumprimento dos
propósitos espirituais de Deus, que teriam o seu auge num futuro ainda distante, que eles
desconheciam, mas que dependia da
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obediência deles, porque importava que o Messias chegasse na nação que Deus havia
formado através de Abraão, Isaque e Jacó.
Esta nação deveria estar sustentando o testemunho que havia recebido de Deus para ser guardado desde os dias dos patriarcas,
especialmente desde que Ele entrara em aliança com eles através de Moisés.
Como poderiam os planos eternos de Deus serem frustrados?
O que estava em jogo não era a mera construção de um edifício, mas a restauração da vida
religiosa daquela nação eleita desde a antiguidade, para que através dela fosse
manifestada a sua salvação para todas as nações do mundo.
Assim como se deu em relação a eles, também se dá em relação aos que são da Igreja de Cristo.
O que importa não é propriamente o interesse pessoal dos cristãos, mas os elevados e eternos
interesses de Deus, aos quais farão bem em atentar para atendê-los.
Não admira, portanto, que a exortação do profeta Zacarias àqueles judeus que estavam desprezando os humildes começos, quanto a
que se alegrariam com o fato de Zorobabel concluir a construção do templo, que havia sido
paralisada, tenha sido expedida num contexto
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eminentemente espiritual, conforme podemos ver em todo o capítulo quarto do referido
profeta.
Ali, o que está em foco é o testemunho da
Palavra de Deus, não pelo poder do homem, mas pelo Espírito Santo (4.6).
Era por este motivo que as mãos de Zorobabel deveriam terminar a construção do templo, assim como elas haviam lançado os seus
alicerces. O Senhor havia determinado em sua soberania que o templo seria reedificado ainda
nos dias de Zorobabel, e isto não poderia ser frustrado por nenhum poder terreno ou
espiritual (v. 9).
Toda edificação material na obra de Deus serve apenas para atender aos propósitos espirituais fixados pelo Senhor, desde toda a eternidade.
O templo que seria construído em Jerusalém não era uma exceção a isto.
Ele não tinha por alvo servir a propósitos terrenos e muito menos comerciais.
O azorrague de Jesus que o diga, quando expulsou os vendilhões do templo.
Se a razão da nossa alegria como filhos de Deus está nas nossas realizações materiais, ainda que
digam respeito às edificações e bens que temos
50
adquirido para a casa de Deus, nós estaremos errando grosseiramente o alvo, porque
corremos o risco de ouvir o que Jesus disse aos apóstolos quando se gloriavam diante dele por
motivo da suntuosidade do templo de Herodes: “não ficará aí pedra sobre pedra”.
Naquele caso, isto se daria por motivo de juízo, e em razão de já não haver mais razão para um
templo em Israel, porque seria inaugurada uma nova aliança no sangue do Senhor Jesus, na qual
os próprios cristãos são o templo do Espírito Santo.
“1 Quando chegou o sétimo mês, estando já os filhos de Israel nas suas cidades, ajuntou-se o povo, como um só homem, em Jerusalém.
2 Então se levantou Josué, filho de Jozadaque,
com seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos; e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre
ele holocaustos, como está escrito na lei de Moisés, homem de Deus.
3 Colocaram o altar sobre a sua base, e ainda que estavam sob o terror dos povos de outras terras, ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor,
holocaustos pela manhã e à tarde.
4 E celebraram a festa dos tabernáculos como está escrito, e ofereceram holocaustos diários
segundo o número ordenado para cada dia,
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5 e em seguida o holocausto contínuo, e os das luas novas e de todas as festas fixas do Senhor,
como também os de qualquer que fazia oferta voluntária ao Senhor.
6 Desde o primeiro dia do sétimo mês
começaram a oferecer holocaustos ao Senhor; porém ainda não haviam sido lançados os
alicerces do templo do Senhor.
7 Deram dinheiro aos pedreiros e aos carpinteiros; como também comida e bebida, e
azeite aos sidônios, e aos tírios, para trazerem do Líbano madeira de cedro ao mar, para Jope,
segundo a concessão que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia.
8 Ora, no segundo ano da sua vinda à casa de Deus em Jerusalém, no segundo mês, Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de
Jozadaque, e os outros seus irmãos, os sacerdotes e os levitas, e todos os que vieram do
cativeiro para Jerusalém, deram início à obra e constituíram os levitas da idade de vinte anos
para cima, para superintenderem a obra da casa do Senhor.
9 Então se levantaram Josué com seus filhos e seus irmãos, Cadmiel e seus filhos, os filhos de Judá, como um só homem, para
superintenderem os que faziam a obra na casa de Deus; como também os filhos de Henadade,
com seus filhos e seus irmãos, os levitas.
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10 Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, os sacerdotes
trajando suas vestes, apresentaram-se com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com
címbalos, para louvarem ao Senhor, segundo a ordem de Davi, rei de Israel.
11 E cantavam alternadamente, louvando ao Senhor e dando-lhe graças com estas palavras:
Porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo
levantou grande brado, quando louvaram ao Senhor, por se terem lançado os alicerces da
casa do Senhor.
12 Muitos, porém, dos sacerdotes e dos levitas, e dos chefes das casas paternas, os idosos que tinham visto a primeira casa, choraram em altas
vozes quando, a sua vista, foi lançado o fundamento desta casa; também muitos
gritaram de júbilo;
13 de maneira que não podia o povo distinguir as vozes do júbilo das vozes do choro do povo; porque o povo bradava em tão altas vozes que o
som se ouvia de mui longe.” (Ed 3.1-13).
53
Esdras 4
Preservando a Pureza da Palavra de Deus
Contra toda obra verdadeira de Deus, Satanás
sempre se levantará em oposição, porque o Senhor colocou uma inimizade eterna entre a
semente da mulher e a semente da serpente.
Deus tem permitido toda esta oposição para colocar à prova o amor dos seus filhos e para o
aperfeiçoamento da sua fé.
Quando alguém se converte a Deus, passa a ser contado como participante da semente
abençoada, e, automaticamente, começará a se opor a Satanás.
Encontramos então neste quarto capítulo de Esdras, um bom exemplo acerca disto a que
temos nos referido.
Os portões do inferno não podem prevalecer contra a Igreja, mas sempre se levantarão
contra ela em forte oposição movida por Satanás.
Portanto, a construção do templo nos dias de Zorobabel é, neste aspecto, um tipo da edificação da Igreja de Cristo, com os cristãos
que são as pedras vivas deste edifício espiritual,
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que está sendo construído debaixo de fortes oposições do inferno, do mundo e da carne.
É interessante observar que o texto afirma que foram os adversários de Judá e de Benjamim (v.
1), que se propuseram a auxiliar os judeus na construção do templo (v. 2).
Estes samaritanos viriam a se opor fortemente contra os judeus, posteriormente, em razão da recusa da sua oferta de ajuda, e o escritor
sagrado poderia estar antecipando o que já havia ocorrido, na sua narrativa, quando os qualificou
de adversários do povo de Deus, entretanto, esta era a condição real deles, porque não
compartilhavam dos mesmos interesses de Israel, e não pretendiam servir a Deus da
maneira devida, conforme exigido pela lei e pelos profetas.
Deus não se revelou ao mundo através dos samaritanos ou de qualquer outra nação, senão
somente através dos israelitas (João 4.22).
O povo que havia em Samaria, que era resultante da mistura de várias nações com os
poucos remanescentes do povo de Israel, que permaneceram na Palestina, depois do cativeiro
assírio (II Reis 17.24,33), não podia protestar que servia ao Deus de Israel, conforme eles
alegaram no verso 2.
55
Eles misturaram partes do culto devido ao Deus de Israel com o culto que prestavam aos seus
falsos deuses.
Assim, os piores inimigos que Judá e Benjamim tiveram foram exatamente aqueles que se
diziam judeus e não eram (Apo 3.9).
De igual modo, os piores inimigos da Igreja não
são aqueles que são deliberadamente opositores de Cristo, mas os que se dizem
cristãos e que na verdade não são nascidos de novo do Espírito, porque trazem muitas dores à verdadeira Igreja de Cristo, por causa do seu
mau procedimento, e que trazem desonra ao santo nome do Senhor, e a todos aqueles que
trazem este nome.
O que é falso sempre tentará perseguir o que é verdadeiro com o propósito de destruí-lo.
A mão do diabo sempre estará por detrás de tudo isto.
Nós vimos séculos de perseguição do paganismo à Igreja Primitiva, mas como o
martírio dos cristãos só fez aumentar a fé deles e o número de conversões, o diabo mudou a
estratégia. Fez com que o paganismo desse as boas-vindas à Igreja, assimilando-a a partir de
Constantino.
56
Aquele foi um duro golpe na verdadeira Igreja, porque isto foi uma forma sutil de ataque por
parte daqueles que se dizendo cristãos verdadeiros, não seguiam, contudo, as pegadas
de Cristo.
A Igreja do Senhor, não raro tem dado as boas-vindas a todos os “samaritanos” que se apresentam afirmando serem também parte do
povo de Deus, e com a assimilação dos seus erros doutrinários, a fé de muitos cristãos é
arruinada e ficam impossibilitados de cumprir a sua função no mundo, que é a de dar
testemunho da verdade, no poder do Espírito Santo.
Então, o ataque não será frontal como no
passado, porque por este meio, o Inimigo tem conseguido paralisar a muitos.
Cabe, portanto, à Igreja, colocar à prova o testemunho de vida e a doutrina daqueles que
afirmam fazer parte do Israel de Deus, e que na verdade não são verdadeiros israelitas, para que
não se dê a destra de comunhão a eles, como se lê por exemplo em II Tes 3.14.
É interessante observar que o Senhor Jesus cita repetidamente nas cartas que dirigiu às sete Igrejas do Apocalipse a tentativa ou a
penetração do erro doutrinário na Igreja.
57
Nós sabemos que estas cartas se referem aos tipos de Igreja que existiram e que existirão até
que Ele volte.
É interessante observar que Ele cita que alguns cristãos estavam seguindo a doutrina de Balaão, e nós sabemos que esta doutrina era a de levar o
verdadeiro Israel de Deus ao erro, por motivo de ganância e fornicação.
Esta é uma característica muito parecida com a dos falsos mestres dos nossos dias, especialmente aqueles que sustentam a
malfazeja doutrina do triunfalismo e mundanismo, aos quais os apóstolos também se
referiram em suas epístolas, especialmente Pedro e Judas.
Nós vemos então que a estratégia de Satanás com o oferecimento da ajuda dos samaritanos aos judeus tinha em vista misturar a falsa
doutrina deles à do povo de Deus, e isto seria um golpe fatal na restauração da vida religiosa de
Israel logo na sua origem.
É importante observar que Deus permite todas estas investidas do Inimigo contra a sua Igreja
exatamente para manifestar o seu grande poder e glória, porque se esta é uma luta desigual da
parte do diabo em relação a nós, dá-se o equilíbrio na assistência que Deus dá ao seu
povo, porque podemos também dizer que há
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uma grande desigualdade no que se refere ao poder dele em relação ao diabo.
Assim, como a ajuda de Deus é dependente da nossa obediência, seria uma causa perdida a
nossa luta se a graça de Deus não atuasse em nosso favor, não somente nos inspirando a esta
obediência como também nos auxiliando a exercê-la efetivamente.
Aos israelitas do passado foi dado Esdras, um escriba e sacerdote sábio para lhes ensinar a
Palavra do Senhor.
Antes de Esdras, a recusa do governador Zorobabel e do sumo-sacerdote Josué foi certamente inspirada pelo Senhor, que os
guardou de incorrerem naquele erro fatal de se misturarem aos samaritanos, que daria como
consequência a assimilação do seu modo de vida.
Eles haviam aprendido o suficiente no cativeiro em Babilônia que a causa da ruína dos seus
antepassados foi exatamente a de trocarem o culto devido ao Senhor, para seguirem as
práticas pagãs das demais nações.
Os samaritanos debilitaram as mãos dos judeus para a obra, e assim, foram impedidos de edificar, porque assalariaram conselheiros para
lhes infamarem perante Ciro, Dario, Assuero
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(Artaxerxes), reis medo-persas, pedindo-lhes que interditassem a reedificação de Jerusalém.
De modo que os judeus não pudessem se fortificar contra eles, por influenciarem as
nações ao seu redor a não mais pagarem impostos aos reis persas.
Para isto recorreram ao passado, dizendo que Jerusalém era afamada por ser rebelde aos
reinos tributários, porque ela mesma foi tributária de várias nações em seus dias de
prosperidade.
Com isto, conseguiram convencer o rei Artaxerxes, que determinou a paralisação total das obras em Jerusalém.
Eles haviam assim, conseguido paralisar a obra de reconstrução do templo, e o que ocorreu no
passado parece ser em essência a mesma causa da crise que tem enfrentado a Igreja em nossos
dias.
Aqueles que se dizem judeus e que efetivamente não são, conseguiram influenciar a tal ponto a Igreja do Senhor com as suas heresias, que
muitos ministros passaram a adotá-las, ainda que não no todo, pelo menos em parte, e com
isto, por causa da adulteração da genuína mensagem do evangelho, estão pregando um
outro evangelho, que tem produzido cristãos
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deformados, não apenas na sua visão do reino, como também na prática do seu testemunho.
Graças a Deus, muitos ministros têm se
levantado contra isto, e têm sido como trombetas nas mãos do Senhor, soando o toque de alerta aos cristãos, para que saiam de
Babilônia e reconstruam suas vidas espirituais, na santidade, que é mediante a genuína Palavra
de Deus, que é, somente ela, a verdade.
O Senhor tem levantado ministros fiéis para este propósito de resistirem a estes
samaritanos, e não permitirem que edifiquem sobre o fundamento lançado pelos profetas e
pelos apóstolos, juntamente com aqueles que fazem parte do verdadeiro Israel de Deus.
Ainda que conseguissem nos paralisar por um tempo, por causa da sua fúria motivada pela nossa deliberada rejeição da falsa doutrina que
ensinam, poderoso é o Senhor para nos assistir e fortalecer com a sua graça, para levarmos
adiante a obra da evangelização mundial.
É preciso que toda Igreja que tenha como seu povo, pessoas que foram verdadeiramente
lavadas no sangue de Cristo, mantenha firme a sua posição de não incorrer no erro destes falsos
mestres insubordinados, que estão a serviço de Satanás, de modo que o povo do Senhor possa
crescer sadiamente na fé.
61
É definitivamente necessário estar purificado destes erros, para que possamos ser
efetivamente usados pelo Senhor, quer individualmente quer como Igreja.
“De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para
toda a boa obra.” (II Tim 2.21).
“1 Ora, ouvindo os adversários de Judá e de
Benjamim que os que tornaram do cativeiro edificavam o templo ao Senhor, Deus de Israel,
2 chegaram-se a Zorobabel e aos chefes das casas paternas, e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco; pois, como vós, buscamos o
vosso Deus; como também nós lhe temos sacrificado desde os dias de Esar-Hadom, rei da
Assíria, que nos fez subir para aqui.
3 Responderam-lhes, porém, Zorobabel e Josué e os outros chefes das casas paternas de Israel:
Não convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus: mas nós sozinhos a edificaremos ao
Senhor, Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia.
4 Então o povo da terra debilitava as mãos do povo de Judá, e os inquietava, impedindo-os de
edificar;
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5 e assalariaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano, por todos os dias de
Ciro, rei da Pérsia, até o reinado de Dario, rei da Pérsia.
6 No reinado de Assuero, no princípio do seu
reino, escreveram uma acusação contra os habitantes de Judá e de Jerusalém.
7 Também nos dias de Artaxerxes escreveram
Bislão, Mitredate, Tabeel, e os companheiros destes, a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a carta foi
escrita em caracteres aramaicos, e traduzida na língua aramaica.
8 Reum, o comandante, e Sinsai, o escrivão,
escreveram uma carta contra Jerusalém, ao rei Artaxerxes, do teor seguinte,
9 isto é, escreveram Reum, o comandante,
Sinsai, o escrivão, e os seus companheiros, os juízes, os governadores, os oficiais, os persas, os
homens de Ereque, os babilônios, os susanquitas, isto é, os elamitas,
10 e as demais nações que o grande e afamado
Osnapar transportou, e que fez habitar na cidade de Samaria e no restante da província dalém do
Rio.
11 Eis, pois, a cópia da carta que mandaram ao rei Artaxerxes: Teus servos, os homens de além do
Rio, assim escrevem:
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12 Saiba o rei que os judeus que subiram de ti a nós foram a Jerusalém e estão reedificando
aquela rebelde e malvada cidade, e vão restaurando os seus muros e reparando os seus
fundamentos.
13 Agora saiba o rei que, se aquela cidade for reedificada e os muros forem restaurados, eles
não pagarão nem tributo, nem imposto, nem pedágio; e assim se danificará a fazenda dos reis.
14 Agora, visto que comemos do sal do palácio, e não nos convém ver a desonra do rei, por isso mandamos dar aviso ao rei,
15 para que se busque no livro das crônicas de teus pais; e acharás no livro das crônicas e
saberás que aquela é uma cidade rebelde, e danosa a reis e províncias, e que nela houve
rebelião em tempos antigos; por isso é que ela foi destruída.
16 Nós, pois, estamos avisando ao rei que, se aquela cidade for reedificada e os seus muros forem restaurados, não terás porção alguma a
oeste do Rio.
17 Então o rei enviou esta resposta a Reum, o comandante, e a Sinsai, o escrivão, e aos demais seus companheiros, que habitavam em Samária
e no restante do país a oeste do Rio: Paz.
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18 A carta que nos enviastes foi claramente lida na minha presença.
19 E, ordenando-o eu, buscaram e acharam que desde tempos antigos aquela cidade se tem levantado contra os reis, e que nela se tem feito
rebelião e sedição.
20 E tem havido reis poderosos sobre Jerusalém, os quais dominavam igualmente toda a
província dalém do rio; e a eles se pagavam tributos, impostos e pedágio.
21 Agora, pois, dai ordem para que aqueles homens parem, a fim de que não seja edificada aquela cidade até que eu dê ordem.
22 E guardai-vos de serdes remissos nisto; não suceda que o dano cresça em prejuízo dos reis.
23 Então, logo que a cópia da carta do rei Artaxerxes foi lida perante Reum e Sinsai, o
escrivão, e seus companheiros, foram eles apressadamente a Jerusalém, aos judeus, e os
impediram à força e com violência.
24 Então cessou a obra da casa de Deus, que
estava em Jerusalém, ficando interrompida até o segundo ano do reinado de Dario, rei da
Pérsia.” (Ed 4.1-24).
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Esdras 5
Vencer Oposições para Fazer a Vontade de Deus
Nós vimos no último versículo do quarto
capítulo, anterior a este quinto de Esdras, que estaremos comentando, que as obras do templo
foram paralisadas por determinação do rei persa, por instigação dos samaritanos.
Neste quinto capítulo nós vemos os judeus sendo exortados pelos profetas Ageu e Zacarias a reiniciarem as obras que haviam sido
paralisadas.
Há muitos princípios a serem aprendidos em
relação a tudo isto, e nós estaremos analisando isto de modo detalhado nas linhas seguintes.
Primeiro, devemos considerar que os judeus estavam debaixo do governo e domínio da Pérsia, e seguiram a norma bíblica de
obedecerem às autoridades, quando não tentaram se insurgir pelo uso das armas contra
a Pérsia, ao serem impedidos de prosseguir na reconstrução do templo, e se sujeitaram à
providência divina.
Alguns teriam pegado em armas em nome da fé, mas naquela situação, a fé demandava obediência ao poder governante, no caso a
Pérsia, porque era pela permissão divina que os
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persas estavam dominando o mundo, tal como Babilônia, antes deles.
Isto explica porque Jesus nem os apóstolos
proferiram uma só palavra contra a dominação romana, porque ela havia sido prevista nos conselhos de Deus, conforme revelado através
do profeta Daniel.
Sobre este princípio de se estar sujeito à autoridade, pela vontade de Deus, ainda temos
algumas coisas a falar; entretanto, é necessário enfocar que quando a autoridade terrena tenta
impedir uma determinação específica provinda diretamente de Deus, como foi o caso da
libertação dos judeus de Babilônia e da reconstrução do templo em Jerusalém, importa
antes obedecer a Deus do que aos homens, tal como ocorreu nos dias dos apóstolos, quando as
autoridades de Israel, na pessoa dos sacerdotes, tentaram impedi-los de pregar o evangelho.
A construção do templo, naquela ocasião, tal como o evangelho nos dias dos apóstolos e nos nossos próprios dias, configurava o testemunho
do cumprimento da vontade de Deus perante todas as nações.
Não admira, portanto, que o Senhor tivesse levantado os profetas Ageu e Zacarias, para exortarem os judeus a se lançarem à obra de
reconstrução que havia sido paralisada.
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Eles deveriam se entregar à execução da tarefa sem se insurgirem contra as autoridades
constituídas da Pérsia, porque aos servos de Deus convém serem mansos para com todos, na
expectativa que se arrependam e cheguem ao conhecimento da verdade.
Não lhes convém contenderem, especialmente com as autoridades que procedem de Deus.
Como bem se expressou D. M. Lloyd Jones a
respeito de ser dever do cristão suportar ofensas sem protestar: “O cristão não deve se preocupar
com as ofensas nem com as defesas pessoais. Porém quando é questão de honra, de justiça, da
verdade, deve se preocupar e protestar. Quando não se honra a lei, quando ela é violada a olhos
vistos, não por interesse pessoal, nem para se proteger a si mesmo, atua como cristão em Deus, como alguém que crê que em última
instância toda lei procede de Deus.”
Ele prossegue dizendo que “nosso Senhor condena todo ressentimento que possamos sentir contra o governo legítimo de nosso país. O
governo que está no poder tem o direito de fazer estas coisas, e nosso dever é cumprir a lei.
Devemos fazê-lo ainda que estejamos completamente em desacordo com o que se faz,
mesmo que o consideremos injusto. Se possui autoridade legal e sanção legitima, nosso dever
é fazê-lo.”.
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Pedro diz em sua primeira carta:
“Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; quer aos governadores, como por ele enviados
para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem.” (I Pe 2.13-14). “Vós, servos,
sujeitai-vos com todo o temor aos Senhores, não somente aos bons e humanos, mas também aos
maus.” (I Pe 2.18).
“Se você está fazendo algo e chega um policial e lhe diz que deve levar essa carga por uma milha,
não somente deve fazê-lo com alegria, senão estar disposto a caminhar mais uma milha.
O resultado será que quando chegar o policial dirá: “Que pessoa é esta? Que há nele que o faz
agir assim? O faz com alegria e mais do que se lhe pede.” E chegará a esta conclusão: “Este
homem é diferente, não parece preocupado por seus próprios interesses. Como cristãos, nosso
estado mental e espiritual deveria ser tal, que nada poderia nos ofender.” (Lloyd Jones)
Foi exatamente esta a atitude dos judeus, conforme podemos observar neste capítulo, quando foram interpelados por aqueles que se
dirigiram a eles perguntando com que autoridade estavam desobedecendo o decreto
do rei e reconstruindo o templo.
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Foi com mansidão que responderam com verdade aos seus inimigos, que tinham aquele
direito e que ele havia sido assegurado pelo próprio rei Ciro, quando saíram de Babilônia.
Isto fez com que pedissem para que fosse investigado na corte da Pérsia se era realmente
verdade o que estavam dizendo, e isto daria oportunidade para que a defesa deles viesse pela
mão dos seus próprios inimigos, porque foram os seus interlocutores junto ao rei Dario, ainda
que não para defendê-los, mas para confirmar se era verdade o que haviam alegado, e isto daria
ocasião para que fosse descoberto o decreto imperial de Ciro em favor dos judeus, conforme
veremos no capítulo seguinte.
Aqueles judeus haviam agido de acordo com a norma bíblica de se estar sujeito à autoridade e
puderam assim contar com a proteção de Deus, para levarem adiante o cumprimento da sua
santa vontade.
Os que estão no ministério devem combater segundo as regras, disse o apóstolo Paulo a
Timóteo, e muitas coisas estão incluídas nisto, inclusive a que nos temos referido.
Quando os ministros atuam contra a Palavra revelada de Deus, mesmo naquelas coisas ordenadas por Ele, não podem esperar ser bem-
sucedidos no que fizerem, porque não podemos
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contar com a aprovação e a assistência do Senhor, quando agimos contra a sua vontade.
Agora, tal como Jesus elogiou o que devia ser
elogiado nas sete Igrejas (Apocalipse 2 e 3), ao mesmo tempo que repreendeu o que deveria
ser repreendido, de igual modo ressaltamos o que houve de bom no comportamento dos
judeus dos dias de Zorobabel.
Mostraremos agora, no que eles haviam falhado e por isso se tornaram dignos da repreensão
divina, através dos profetas Ageu e Zacarias.
Ageu e Zacarias começaram a profetizar no segundo ano do reinado de Dario, conforme se
afirma nos primeiros versículos dos seus livros, respectivamente.
Umas poucas coisas tinha o Senhor contra eles,
conforme nós vemos especialmente nas repreensões feitas através do profeta Ageu.
É dito que debaixo desta palavra de exortação de Ageu, se animaram e reiniciaram as obras de reconstrução a partir do quarto dia, do sexto
mês, do segundo ano do rei Dario (Ag. 1.1).
Nós veremos no capítulo seguinte a este, em Esdras 6.15 que a obra foi concluída no terceiro
dia do décimo segundo mês (Adar), no sexto ano do reinado de Dario, portanto, quatro anos após
terem sido reiniciadas.
71
O motivo afirmado pelo Senhor como sendo a causa de eles terem ficado paralisados naqueles
dezesseis anos, não foi tanto o decreto imperial de Artaxerxes determinando a paralisação, mas
o fato de não terem priorizado o reino de Deus e sua justiça.
Nem mesmo com as manifestações do desagrado divino através das visitações na
forma de produção de condições desfavoráveis que são descritas em Ag 1.6-11, por causa da sua
indolência espiritual.
Mesmo debaixo de toda a forma de oposição que estavam sofrendo por parte dos samaritanos e
que culminou com o decreto de Artaxerxes determinando a paralisação das obras.
Os judeus estavam se ocupando apenas de cuidar de suas vidas pessoais e de suas casas,
ainda que estas necessitassem de ser construídas, porque haviam vindo de Babilônia,
não somente para reconstruírem o templo como também suas casas.
Mas, como haviam mudado a ordem correta das prioridades, estavam fazendo pouco progresso em seus projetos, pois estavam cuidando
primeiro das suas próprias necessidades, sem levarem em conta que importa em primeiro
lugar cuidar dos interesses de Deus.
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Este era o problema com os judeus nos dias de Zorobabel: Uma pequena fé que não lhes estava
permitindo fazer a vontade de Deus em meio às oposições e a colocarem o seu reino em
primeiro lugar em suas vidas.
Uma grande fé nos levará a viver mais para Deus do que para nós mesmos; a amarmos a sua
vontade acima da nossa própria vontade, a nos regozijarmos nas fraquezas, nas injúrias, nas
necessidades, nas perseguições e nas angústias, por amor a Cristo (II Cor 12.10).
É fé que descansa no Senhor e faz a sua vontade
e não a própria, em toda e qualquer circunstância.
Tal é a intervenção de Deus, especialmente na vida do seu povo, que nós vemos isto ilustrado no caso dos judeus dos dias de Zorobabel, que
naqueles 16 anos de paralisação das obras de reconstrução do templo, não permitiu que
prosperassem em seus projetos pessoais, como uma forma de alertá-los que algo não ia bem na
relação deles com ele, porque não haviam lhe obedecido quanto a que não deviam parar de
construir o templo, a par de toda a oposição que estavam sofrendo.
Então, em vez do atendimento das necessidades materiais, no nível das suas expectativas, Deus fez exatamente o oposto do que esperavam, para
que os seus olhos fossem abertos para o fato de
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que não deveriam viver com as mesmas expectativas que os gentios tinham em relação
aos seus deuses, como se fossem meros instrumentos de realização dos seus desejos
pessoais.
Deus quer ser conhecido, amado e servido. Não é propriamente a nossa vontade que devemos
ver cumprida na nossa aproximação dele, senão a sua vontade.
Nossa visão fundamental da vida neste mundo irá determinar nossa forma de viver, e controlar toda a nossa conduta.
“Porque assim como é o homem em seu pensamento, em seu coração, tal ele é.”
Sempre se pode dizer qual é a filosofia de um homem pela maneira pela qual ele vive, e pela
maneira pela qual ele reage diante das coisas que sucedem ao seu redor.
Por isso, os tempos de crise peneiram as pessoas.
Sempre revelamos exatamente nossa posição
com o que dizemos, por isso Jesus disse que seremos julgados de acordo com as nossas
palavras (Mt 12.36).
Fala-se em viver intensamente cada momento.
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É o que estamos vendo ao nosso redor, e esta é a forma pela qual a maioria das pessoas parece
viver hoje em dia.
Estas pessoas não dão muita atenção às consequências e não se preocupam com o seu
destino eterno.
Jesus se referiu a isto com esta expressão: “os gentios buscam todas estas coisas”.
Esta palavra “buscar” é uma palavra muito forte, porque indica que isto é buscado com intenso desejo e constantemente. Isto é, a vida consiste
nestas coisas que eles buscam.
Se estas coisas sucedem com um cristão, nas palavras de Jesus ele não está sendo melhor aos
olhos de Deus do que um pagão. Porque estará vivendo como um pagão e não como um
verdadeiro israelita, cuja vida e procedimento estão definidos na Bíblia.
Se como cristãos deixamos que estas coisas ocupem o primeiro lugar na nossa vida, e se monopolizam nossa vida e nosso pensamento,
então somos como os pagãos, somos mundanos e com mentes mundanas.
É possível ser um cristão com ideias corretas acerca da salvação e ao mesmo tempo ter uma mente mundana, com uma filosofia pagã, que
poderá ser revelada na sua conversação diária,
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preocupando-se sempre com comida e bebida, e sempre buscando riqueza, posição e possessões
temporais.
Estas coisas os dominam. São elas que os tornam felizes ou infelizes. São elas que lhes dão prazer ou desgosto, e sempre estão pensando nelas e
falando sobre elas.
Um cristão, conforme Jesus ensina, não deveria estar dominado por estas coisas.
Qualquer que seja a posição que assuma diante delas, não deve ser controlado por elas, e elas não deveriam na realidade fazê-lo feliz ou
infeliz, porque esta é a situação típica do pagão.
A alegria do cristão deve estar centrada na sua vida devotada a Deus, e no uso que Deus faz dele no seu serviço.
Especialmente vendo vidas sendo salvas e
edificadas pelo evangelho.
Nós vimos que quando os judeus chegaram na Palestina vindos de Babilônia, logo se apressaram em construir o altar dos
holocaustos, para apresentarem continuamente nele sacrifícios a Deus, e a
motivação principal que os conduziu a isto é declarada no contexto imediato ao que cita a
edificação do altar: eles estavam procurando a
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proteção de Deus em razão de temerem os seus inimigos.
Enquanto a obra de reconstrução do templo
permaneceu paralisada, eles continuaram, no entanto, oferecendo holocaustos no altar que haviam edificado, e ao que tudo indica, parecia
aos seus olhos que aquilo era suficiente para garantirem a provisão divina especialmente a
relativa à segurança do seu futuro.
O temor daqueles judeus quanto ao seu futuro havia lhes paralisado, o que estava bem
tipificado na paralisação da reconstrução do templo.
De igual modo, quando um cristão se permite dominar por este sentimento de temor do seu futuro, que o leva a se inquietar cada vez mais
em fazer provisões relativas às coisas do mundo para a sua segurança, o resultado imediato disto
é que ele paralisa o seu crescimento espiritual e a sua fé fica enfraquecida em vez de aumentar.
O problema dos judeus não era o de simplesmente construírem o templo, mas de terem a sua confiança restaurada em Deus, a
ponto de obedecê-lo, mesmo em meio às oposições que estavam sofrendo, e em face das
condições de escassez material que o próprio Deus estava lhes impondo, em face da sua
desobediência.
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Seria neste contexto que teriam que se levantar, e restaurando a sua confiança e fé no Senhor,
lançarem mãos à obra, tendo o cuidado de antes, santificarem suas vidas, conforme Deus lhes
exigiu através dos profetas Ageu e Zacarias.
Então precisavam ser tratados na sua
preocupação em relação ao futuro, que é o que se chama de ansiedade.
Deus tem um cuidado especial com os cristãos, especialmente pelo zelo pela nova natureza que
Ele implantou neles na regeneração, que é completamente santa, assim como Ele é santo, e
não permitirá por motivo da sua própria honra e glória, que a nova natureza seja suplantada pela
natureza terrena, decaída no pecado, que ainda permanece em seus filhos, enquanto estiverem
neste mundo.
Esses que são novas criaturas em Cristo Jesus
podem estar certos do permanente cuidado de Deus em relação a eles, de modo que não vivam
a temer o que o futuro possa lhes reservar.
Eles estarão dando grande honra ao seu Pai,
confiando inteiramente nas promessas que tem feito a respeito deles, quanto a que jamais lhes
deixará ou desamparará.
“1 Ora, os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido,
profetizaram aos judeus que estavam em Judá e
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em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram.
2 Então se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque, e
começaram a edificar a casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles estavam os profetas de
Deus, que os ajudavam.
3 Naquele tempo vieram ter com eles Tatenai, o governador da província a oeste do Rio, e Setar-Bozenai, e os seus companheiros, e assim lhes
perguntaram: Quem vos deu ordem para edificar esta casa, e completar este muro?
4 Ainda lhes perguntaram: Quais são os nomes dos homens que constroem este edifício?
5 Os olhos do seu Deus, porém, estavam sobre os anciãos dos judeus, de modo que eles não os
impediram, até que o negócio se comunicasse a Dario, e então chegasse resposta por carta sobre
isso.
6 A cópia da carta que Tatenai, o governador da província a oeste do Rio, e Setar-Bozenai, e os
seus companheiros, os governadores, que estavam deste lado do Rio, enviaram ao rei
Dario;
7 enviaram-lhe um relatório, no qual estava
escrito: Ao rei Dario toda a paz.
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8 Saiba o rei que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, a qual se edifica com
grandes pedras, e já a madeira está sendo posta nas paredes, e esta obra vai-se fazendo com
diligência, e se adianta em suas mãos.
9 Então perguntamos àqueles anciãos, falando-lhes assim: Quem vos deu ordem para edificar
esta casa, e completar este muro?
10 Além disso lhes perguntamos pelos seus nomes, para tos declararmos, isto é, para te
escrevermos os nomes dos homens que entre eles são os chefes.
11 E esta é a resposta que nos deram: Nós somos
servos do Deus do céu e da terra, e reedificamos a casa que há muitos anos foi edificada, a qual
um grande rei de Israel edificou e acabou.
12 Mas depois que nossos pais provocaram à ira o Deus do céu, ele os entregou na mão de
Nabucodonosor, o caldeu, rei de Babilônia, o qual destruiu esta casa, e transportou o povo
para Babilônia.
13 Porém, no primeiro ano de Ciro, rei de Babilônia, o rei Ciro baixou decreto para que
esta casa de Deus fosse reedificada.
14 E até os utensílios de ouro e de prata da casa de Deus, que Nabucodonosor tinha tomado do
templo que estava em Jerusalém e levado para o
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templo de Babilônia, o rei Ciro os tirou do templo de Babilônia, e eles foram entregues a
um homem cujo nome era Sesbazar, a quem ele tinha constituído governador;
15 e disse-lhe: Toma estes utensílios, vai, e leva-os para o templo que está em Jerusalém, e
reedifique-se a casa de Deus no seu lugar.
16 Então veio o dito Sesbazar, e lançou os fundamentos da casa de Deus, que está em Jerusalém; de então para cá ela vem sendo
edificada, não estando ainda concluída.
17 Agora, pois, se parece bem ao rei, busque-se nos arquivos reais, ali em Babilônia, para ver se é verdade haver um decreto do rei Ciro para se
reedificar esta casa de Deus em Jerusalém, e sobre isto nos faça o rei saber a sua vontade.” (Ed
5.1-17).
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Esdras 6
Nenhuma Força Consegue Deter o Poder de Deus
Nós vemos no sexto capítulo de Esdras, que os
governadores das províncias dominadas pela
Pérsia, vizinhos de Judá, e que enviaram cartas ao rei Dario pedindo que se investigasse nos
arquivos reais se havia de fato um decreto de Ciro ordenando que um templo fosse
construído em Jerusalém para o culto ao Deus dos judeus, com o intuito de que as obras fossem
de novo paralisadas, porque pensavam que os judeus estavam mentindo, acabou por
contribuir para fazer com que a verdade triunfasse e que pudessem dar prosseguimento
à obra, inclusive contando com os recursos provenientes dos tributos pagos à Pérsia por
aquelas mesmas nações que lhes estavam perseguindo.
Deus sempre honrará o testemunho vigoroso em prol da defesa da verdade.
Aqueles que estão encarregados da pregação do evangelho devem se esforçar para serem achados fiéis na transmissão exata da sã
doutrina, tal como se encontra revelada na Bíblia, porque isto fará com que haja a aprovação
de Deus do trabalho que realizam a seu serviço.
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Deus permite as oposições e que o erro doutrinário provindos do inferno ataquem a
verdade, para que possa receber glória e honra no testemunho corajoso dos seus filhos, na
defesa da verdade bíblica.
Nós não podemos deixar de observar na parte final deste capítulo (v. 18 a 22), que é
mencionado o cuidado que os judeus tiveram de fazer tudo conforme o que estava prescrito na
Lei de Moisés, e que na dedicação do templo, que haviam acabado de construir e na
celebração da Páscoa, os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só
homem, e todos estavam limpos cerimonialmente, conforme exigido pela Lei de Deus, para poderem oficiar o culto sagrado no
templo.
Ora, isto fala da necessidade de se cumprir
integralmente a Palavra do Senhor, para uma verdadeira santificação e consagração a Ele.
Nós vemos assim que um dos grandes objetivos
do diabo é o de adulterar a Palavra do Senhor, com o fim expresso de impedir uma verdadeira
santificação do povo de Deus, porque toda santificação é operada pelo Espírito Santo,
mediante a instrumentalidade da Palavra de Deus (João 17.17).
É também digno de destaque o fato que é
mencionado no verso 21, que aqueles que
83
celebraram a Páscoa com os judeus eram os que haviam se apartado da imundícia das nações da
terra, para buscarem o Senhor Deus de Israel. Deste modo, está revelado claramente, que
Deus deve ser adorado nos termos estritos que Ele próprio estabeleceu na sua Palavra.
O único e verdadeiro Deus é o que Se revelou na Bíblia, e que, portanto, somente pode ser adorado e servido conforme o que tem prescrito
na mesma Bíblia.
“1 Então o rei Dario o decretou, e foi feita uma busca nos arquivos onde se guardavam os
tesouros em Babilônia.
2 E em Ecbatana, a capital, que está na província da Média, se achou um rolo, e nele estava escrito um memorial, que dizia assim:
3 No primeiro ano do rei Ciro, o rei Ciro baixou um decreto com respeito à casa de Deus em Jerusalém: Seja edificada a casa, o lugar em que
se oferecem sacrifícios, e sejam os seus fundamentos bem firmes; a sua altura será de
sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados,
4 com três carreiras de grandes pedras, e uma carreira de madeira nova; e a despesa se fará do
tesouro do rei.
84
5 Além disso sejam restituídos os utensílios de ouro e de prata da casa de Deus, que
Nabucodonosor tirou do templo em Jerusalém e levou para Babilônia, e que se tornem a levar
para o templo em Jerusalém, cada um para o seu lugar, e tu os porás na casa de Deus.
6 Agora, pois, Tatenai, governador de além do Rio, Setar-Bozenai, e os vossos companheiros,
os governadores, que estais além do Rio, retirai-vos desse lugar;
7 deixai de impedir a obra desta casa de Deus; edifiquem o governador dos judeus e os seus anciãos esta casa de Deus no seu lugar.
8 Além disso, por mim se decreta o que haveis
de fazer para com esses anciãos dos judeus, para a edificação desta casa de Deus, a saber, que da
fazenda do rei, dos tributos da província dalém do Rio, se pague prontamente a estes homens toda a despesa.
9 Igualmente o que for necessário, como novilhos, carneiros e cordeiros, para holocaustos ao Deus do céu; também trigo, sal,
vinho e azeite, segundo a palavra dos sacerdotes que estão em Jerusalém, dê-se-lhes isso de dia
em dia sem falta;
10 para que ofereçam sacrifícios de cheiro suave ao Deus do céu, e orem pela vida do rei e de seus
filhos.
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11 Também por mim se decreta que a todo homem que alterar este decreto, se arranque
uma viga da sua casa e que ele seja pregado nela; e da sua casa se faça por isso um monturo.
12 O Deus, pois, que fez habitar ali o seu nome
derribe todos os reis e povos que estenderem a mão para alterar o decreto e para destruir esta
casa de Deus, que está em Jerusalém. Eu, Dario, baixei o decreto. Que com diligência se execute.
13 Então Tatenai, o governador a oeste do Rio,
Setar-Bozenai, e os seus companheiros executaram com toda a diligência o que
mandara o rei Dario.
14 Assim os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia de Ageu o profeta e
de Zacarias, filho de Ido. Edificaram e acabaram a casa de acordo com o mandado do Deus de
Israel, e de acordo com o decreto de Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia.
15 E acabou-se esta casa no terceiro dia do mês
de Adar, no sexto ano do reinado do rei Dario.
16 E os filhos de Israel, os sacerdotes e os levitas, e o resto dos filhos do cativeiro fizeram a
dedicação desta casa de Deus com alegria.
17 Ofereceram para a dedicação desta casa de Deus cem novilhos, duzentos carneiros e
quatrocentos cordeiros; e como oferta pelo
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pecado por todo o Israel, doze bodes, segundo o número das tribos de Israel.
18 E puseram os sacerdotes nas suas divisões e os levitas nas suas turmas, para o serviço de
Deus em Jerusalém, conforme o que está escrito no livro de Moisés.
19 E os que vieram do cativeiro celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês.
20 Pois os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem; todos estavam limpos. E imolaram o cordeiro da
páscoa para todos os filhos do cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos.
21 Assim comeram a páscoa os filhos de Israel que tinham voltado do cativeiro, com todos os
que, unindo-se a eles, se apartaram da imundícia das nações da terra para buscarem o
Senhor, Deus de Israel;
22 e celebraram a festa dos pães ázimos por sete dias com alegria; porque o Senhor os tinha alegrado, tendo mudado o coração do rei da
Assíria a favor deles, para lhes fortalecer as mãos na obra da casa de Deus, o Deus de Israel.”
(Ed 6.1-22).
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Esdras 7
A Essencialidade do Ensino da Palavra de Deus
Entre a narrativa deste capítulo sétimo de
Esdras, que estaremos comentando, e do anterior, nós temos um período de cerca de 58
anos, correspondente à data aproximada em que Esdras veio de Babilônia para Jerusalém
(458 a.C.), e a da conclusão da construção do templo nos dias de Zorobabel (516 a.C.).
Judá se encontrava debaixo de uma nova liderança, e nós vemos a providência de Deus atuando para que o seu povo fosse preservado
do erro, e que continuasse no caminho da prática da sua Palavra, porque de Esdras se dá o
seguinte testemunho: “Esdras, o sacerdote, o escriba instruído nas palavras dos
mandamentos do Senhor e dos seus estatutos para Israel:” (v. 11).
Esdras era sacerdote, da linhagem de Eleazar, filho de Arão, conforme se vê nos primeiros cinco versículos deste sétimo capítulo.
Ele não detinha apenas a condição de dirigir o povo de Judá nas coisas relativas à Lei de Deus,
por ser sacerdote, como também era efetivamente aplicado e instruído na Palavra do
Senhor.
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Certamente, o próprio Deus o vocacionara e dispusera o seu coração para isto, de maneira
que havia nele o zelo pelo Senhor e pela verdade, e todos aqueles que conhecem isto sabem muito
bem que é impossível deixar de se viver e morrer em defesa da Palavra de Deus, conforme
a impulsão que é recebida diretamente dele para tal propósito.
Este é o segredo por detrás da grandeza de todos aqueles que serviram efetivamente ao Senhor,
na defesa do depósito da fé. Assim, nós lemos no verso 10:
“Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para ensinar em Israel os seus estatutos e as suas
ordenanças.”
Isto comprova que era o Senhor que estava operando em Esdras o querer e o efetuar.
Ele havia sido preparado como bom guerreiro de Deus, e agora entraria definitivamente no
bom combate da fé, lutando contra o erro e contra tudo o que se opõe ao conhecimento
verdadeiro de Deus, quando se dispôs a se dirigir de Babilônia para Judá, para ensinar ao povo do
Senhor a guardar a sua Palavra.
Ele não iria para lá com o propósito de lhes ensinar como deveriam viver debaixo da
obediência aos mandamentos do Senhor.
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Isto não foi mudado por Jesus em relação à Igreja. Nós vemos o quão somos
insistentemente ordenados por Ele e pelos apóstolos a não sermos meros ouvintes da
Palavra, mas praticantes.
Para isto é preciso ter grande apreço e amor pela Palavra, um grande desejo de honrá-la, para que Deus possa ser honrado e santificado através da
sua aplicação em nossas vidas.
Todavia, como guardaremos aquilo que não conhecemos?
Daí a necessidade de estudarmos a Palavra e de
nos submetermos humildemente a aprendê-la daqueles que viveram e morreram dando um
firme testemunho de terem-na vivido, pregado e ensinado a outros, bem como daqueles que o
Senhor tem levantado em nosso meio, tal como Esdras, para nos instruírem no conhecimento da verdade revelada.
De Esdras pode-se dizer o mesmo que Jesus disse dos ministros que são instruídos e fiéis às coisas relativas ao reino dos céus: “E ele disse-
lhes: Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família,
que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” (Mt 13.52).
Eles possuem um tesouro que o Senhor lhes
confiou, que é a sua Palavra, e é dali que tiram o
90
alimento espiritual com o qual alimentam a família de Deus, quer no que tange às coisas
antigas que conheciam, quer no que tange aos novos e frescos conhecimentos da verdade
revelada, conforme são capacitados a entender, por iluminação do Espírito.
Isto não se refere a uma nova verdade, mas a um recente conhecimento das verdades contidas no tesouro doutrinário da Bíblia, que vão
aprendendo mais e mais, conforme lhes capacita o Espírito, no seu aprofundamento em
seu estudo e meditação da Palavra e dos comentários, estudos, sermões e artigos
bíblicos que foram escritos por homens fiéis à verdade e também idôneos para ensiná-la a
outros.
É de tal importância manter o ensino correto da Palavra, especialmente no que tange à sua
exposição e interpretação, porque sendo isto feito de modo incorreto, haverá grande prejuízo
para a santificação dos cristãos, porque sendo esta Palavra espírito e vida, quando
compartilhada no culto ou nas conversações dos cristãos, ou ainda na meditação deles, quer
diretamente na Bíblia, quer em sermões escritos ou comentários em que a verdade é
apresentada com a sua própria roupagem, então esta Palavra se transforma em graça nos
corações dos cristãos e lhes santifica, e eles são cheios do Espírito Santo, conforme o apóstolo
Paulo fala a este respeito, e como o próprio Deus
91
nos ordena a fazer, para que possamos estar efetivamente ligados com as coisas espirituais,
celestiais e divinas, tendo-as não somente ocupando os nossos pensamentos, como
também na transformação das nossas vidas.
Não podemos esquecer que a rainha Ester está situada na cronologia com apenas 20 anos antes
de Esdras, porque a sua intervenção em favor do livramento dos judeus do extermínio
pretendido por Hamã, é datada em 478 a.C., e Esdras veio para Judá em 458 a. C.
Deste modo, o bom testemunho e a atuação de
Ester junto ao rei da Pérsia, com o qual se casara, pode ter sido um dos fatores contribuintes para
que nós vejamos Artaxerxes, usando de toda a benevolência para com os judeus não somente
lhes enviando Esdras, como também dando a liberdade de que todos os sacerdotes e levitas
que desejassem acompanhá-lo a Jerusalém, pudessem ir com ele (v. 13), e lhe dando prata e
ouro do próprio tesouro real persa (v. 15), assim como o ouro e prata que foram levantados como
ofertas voluntárias em toda a província de Babilônia (v. 16).
Com este dinheiro, Esdras deveria comprar
animais e cereais para serem ofertados no altar dos holocaustos do templo de Jerusalém (v. 17).
O que sobrasse do dinheiro ficaria à disposição
do uso de Esdras e dos sacerdotes, para o que
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fosse necessário comprar conforme a vontade de Deus (v. 18).
Além disso foram dados pelo rei vasos para o serviço do templo, e o que mais fosse necessário
para o referido serviço, e Esdras o compraria com o dinheiro dos tesouros da casa do rei da
Pérsia (v. 20).
Foi ordenado também a todos os tesoureiros da província da Palestina que deveriam dar
prontamente a Esdras, tudo o que lhes fosse exigido até o limite de cem talentos de prata,
cem coros de trigo, cem batos de vinho, cem batos de azeite, e sal à vontade (v. 21, 22). E tudo o
que fosse ordenado pelo Deus do céu, deveria ser feito com a precisão exigida, de maneira que
a ira do Senhor não fosse despertada contra a Pérsia (v. 23).
Como se tudo isto ainda não bastasse, o rei persa ordenou que os sacerdotes, levitas, cantores,
porteiros e todos os servidores do templo, não deveriam pagar nem tributo, nem imposto, nem
pedágio (v. 24).
Autorizou Esdras a nomear e designar os juízes e magistrados para todos os judeus naquele lado
do rio (v. 25, 26).
Esdras reconheceu que toda esta benevolência de Artaxerxes havia sido colocada no seu
coração pelo próprio Deus (v. 27).
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Por esta benevolência, Esdras bendisse ao Senhor (v. 27) e afirmou que tendo sido
encorajado pela mão de Deus, a qual estava sobre ele, ajuntou alguns dos principais líderes
de Israel para que subissem com ele a Judá (v. 28).
Além desta autoridade que Ele havia recebido
do Senhor, que na verdade era quem lhe estava comissionando para aquela tarefa, Esdras
recebeu poder e autoridade do rei da Pérsia, de modo que todo aquele que não observasse a lei
de Deus e a lei do rei, deveria ser justiçado com todo o zelo pelos magistrados no sentido de
receber ou a pena de morte, ou desterro, ou confiscação de bens, ou prisão (v.26).
Israel estava então tendo, desde o cativeiro, a
oportunidade de aprender a estar em submissão à autoridade civil, alheia à autoridade que havia
na sua própria nação.
É plano de Deus, enquanto somos peregrinos neste mundo, aprendermos a ser obedientes e
submissos a toda forma de autoridade que Ele tem constituído, de maneira que possamos ter a
oportunidade de aprender o exercício da submissão, tão necessária aos filhos decaídos de
Adão, que se desviaram do centro da vontade de Deus por causa da rebelião.
É absolutamente essencial aprender na prática
a estar sujeito à autoridade, porque quando
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estivermos livres de todo jugo terreno, continuaremos sujeitos à autoridade de Deus, e
jamais nos desviaremos da obediência que Lhe é devida.
“1 Ora, depois destas coisas, no reinado de
Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras, filho de Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias,
2 filho de Salum, filho de Zadoque, filho de
Aitube,
3 filho de Amarias, filho de Azarias, filho de Meraiote,
4 filho de Zeraías, filho de Uzi, filho de Buqui,
5 filho de Abisua, filho de Fineias, filho de
Eleazar, filho de Arão, o sumo sacerdote,
6 este Esdras subiu de Babilônia. E ele era escriba hábil na lei de Moisés, que o Senhor
Deus de Israel tinha dado; e segundo a mão de Senhor seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe
deu tudo quanto lhe pedira.
7 Também subiram a Jerusalém alguns dos filhos de Israel, dos sacerdotes, dos levitas, dos
cantores, dos porteiros e dos servidores do templo, no sétimo ano do rei Artaxerxes.
8 No quinto mês Esdras chegou a Jerusalém, no
sétimo ano deste rei.
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9 Pois no primeiro dia do primeiro mês ele partiu de Babilônia e no primeiro dia do quinto
mês chegou a Jerusalém, graças à mão benéfica do seu Deus sobre ele.
10 Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para ensinar em Israel os seus estatutos e as suas
ordenanças.
11 Esta é, pois, a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu a Esdras, o sacerdote, o escriba
instruído nas palavras dos mandamentos do Senhor e dos seus estatutos para Israel:
12 Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do céu: Saudações.
13 Por mim se decreta que no meu reino todo aquele do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir a Jerusalém, vá contigo.
14 Porquanto és enviado da parte do rei e dos seus sete conselheiros para indagares a respeito de Judá e de Jerusalém, conforme a lei do teu
Deus, a qual está na tua mão;
15 e para levares a prata e o ouro que o rei e os seus conselheiros voluntariamente deram ao Deus de Israel cuja habitação está em
Jerusalém,
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16 com toda a prata e o ouro que achares em toda a província de Babilônia, e com as ofertas
voluntárias do povo e dos sacerdotes, que voluntariamente as oferecerem para a casa do
seu Deus, que está em Jerusalém;
17 portanto com toda a diligência comprarás
com este dinheiro novilhos, carneiros, e cordeiros, com as suas ofertas de cereais e as
suas ofertas de libações, e os oferecerás sobre o altar da casa do vosso Deus, que está em
Jerusalém.
18 Também o que a ti e a teus irmãos parecer bem fazerdes do resto da prata e do ouro, o fareis conforme a vontade do vosso Deus.
19 Os vasos que te foram dados para o serviço da casa do teu Deus, entrega-os todos perante ele,
o Deus de Jerusalém.
20 E tudo o mais que for necessário para a casa do teu Deus, e que te convenha dar, o darás da casa dos tesouros do rei.
21 E eu, o rei Artaxerxes, decreto a todos os
tesoureiros que estão na província dalém do Rio, que tudo quanto vos exigir o sacerdote Esdras,
escriba da lei do Deus do céu, prontamente se lhe conceda,
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22 até cem talentos de prata cem coros de trigo, cem batos de vinho, cem batos de azeite, e sal à
vontade.
23 Tudo quanto for ordenado pelo Deus do céu, isso precisamente se faça para a casa do Deus do
céu; pois, por que haveria ira sobre o reino do rei e de seus filhos?
24 Também vos notificamos acerca de todos os
sacerdotes e levitas, cantores, porteiros, servidores do templo, e outros servos desta casa
de Deus, que não será lícito exigir-lhes nem tributo, nem imposto, nem pedágio.
25 E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu
Deus, que possuis, constitui magistrados e juízes, que julguem todo o povo que está na
província dalém do Rio, isto é, todos os que conhecem as leis do teu Deus; e ensina-as ao que
não as conhece.
26 E todo aquele que não observar a lei do teu Deus e a lei do rei, com zelo se lhe execute a
justiça: quer seja morte, quer desterro, quer confiscação de bens, quer prisão.
27 Bendito seja o Senhor Deus de nossos pais,
que pôs no coração do rei este desejo de ornar a casa do Senhor, que está em Jerusalém;
28 e que estendeu sobre mim a sua
benevolência perante o rei e os seus
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conselheiros e perante todos os príncipes poderosos do rei. Assim encorajado pela mão do
Senhor, meu Deus, que estava sobre mim, ajuntei dentre Israel alguns dos homens
principais para subirem comigo.” (Ed 7.1-28).
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Esdras 8
A Viagem de Esdras de Babilônia para Jerusalém
O oitavo capítulo de Esdras nos oferece mais
detalhes sobre a sua viagem de Babilônia para
Judá.
Nós podemos ver que foi uma grande comitiva
que subiu juntamente com ele, pessoas que havia escolhido, e que certamente eram
devotadas ao Senhor e à sua Palavra.
Para aquela ocasião mesma haviam sido mantidos pela Providência em Babilônia, para que não se contaminassem com as práticas que
haviam sido adotadas pela geração que se levantou depois de Zorobabel, depois de
passados aqueles 58 anos, desde a conclusão da edificação do templo, até a data da subida de
Esdras com toda esta grande comitiva para Jerusalém.
Nós veremos nos capítulos seguintes a este que as coisas não estavam andando da maneira
adequada em Jerusalém, principalmente pelo mau testemunho dado inclusive pelos filhos do
próprio sumo sacerdote Josué, e de outros líderes de Judá, que haviam contraído
matrimônio com mulheres de Canaã, e que certamente estavam instruindo seus filhos em
caminhos diferentes do caminho do Senhor.
100
São nomeados os cabeças de várias famílias de Israel, que subiram com Esdras, contando o
número de pessoas do sexo masculino o total de 1.496 pessoas, tendo inclusive subido
sacerdotes entre eles.
Quando este grande agrupamento foi reunido por Esdras junto ao rio Ava, não achou levitas entre eles (v.15), e assim enviou uma embaixada
de chefes e mestres (v. 16) a Ido, que era chefe da sinagoga, que havia em Babilônia, numa
localidade chamada Casília (v. 17), para lá recrutarem junto a ele homens que fossem
entendidos na Lei do Senhor, para se juntarem a ele com o intuito de serem ministros do Senhor
no templo de Jerusalém (v. 18-20).
Uma vez completado o número daqueles que deveriam subir a Jerusalém, Esdras proclamou
um jejum junto ao rio Ava para que se humilhassem diante do Senhor Lhe pedindo
que lhes desse uma viagem segura (v. 21), e afirma que não havia pedido nenhuma escolta
ao rei da Pérsia porque isto poderia parecer a ele uma contradição quanto à fé e confiança que
ele, Esdras, havia demonstrado quando estivera na sua presença e lhe assegurou que aqueles
que buscam ao Senhor estão seguros debaixo da sua potente mão, mas que aqueles que o
abandonam estão continuamente expostos a perigos e têm contra si a ira e o poder do próprio
Deus (v. 22).
101
Esdras não teria deixado de confiar no Senhor caso o rei, por sua própria iniciativa destacasse
uma escolta para protegê-los na viagem. Por isso eles jejuaram e oraram pedindo que o Senhor
fosse a sua escolta, e Ele atendeu às suas orações (v. 23).
Toda aquela gente estaria expondo suas vidas ao perigo e confiaram suas almas ao fiel Criador, se
entregaram nas mãos de Deus, humilhando-se diante dele com o jejum que proclamaram, para
que através dele declarassem a completa insuficiência deles para protegerem a si
mesmos, e para empreenderem aquela jornada em segurança.
Em nossas crises e dificuldades, bem faríamos
em seguir o seu exemplo, que é a mesma norma bíblica para o Novo Testamento.
Esdras tomou providências especiais quanto à guarda dos tesouros do templo, que estaria
levando para Judá, comissionando homens cujo serviço exclusivo seria apenas o de guardar o
tesouro, e as ofertas para a casa do Senhor.
Fez isto os colocando debaixo do cuidado de doze sacerdotes principais, e de muitos levitas
(v. 24, 30).
O motivo de ter colocado aquelas coisas santas segundo a Lei nas suas mãos é declarado no
verso 28: eles (os sacerdotes e levitas) também
102
eram santos ao Senhor, e haviam sido separados por Ele exatamente para tal propósito.
Quando chegassem a Jerusalém, o tesouro e as ofertas destinados ao templo seriam passados
aos principais sacerdotes e levitas de Jerusalém, na presença dos quais tudo seria repesado
diante deles, para constatarem que havia sido passado às suas mãos, tudo o que havia sido
devidamente registrado e pesado por Esdras e os sacerdotes que havia designado para tal
propósito quando ainda se encontravam em Babilônia.
Depois de quatro meses de viagem, chegaram a Jerusalém (v. 32), e Deus lhes havia livrado da
mão dos seus inimigos e dos que lhes armavam ciladas pelo caminho (v. 31).
Até mesmo os povos vizinhos de Israel enviaram ajuda para o serviço do templo em obediência ao
decreto que o rei da Pérsia havia dado a Esdras, para que lhes fosse entregue, que continha tal
determinação (v. 36).
“1 Estes, pois, são os chefes de suas casas
paternas, e esta é a genealogia dos que subiram comigo de Babilônia no reinado do rei
Artaxerxes:
2 Dos filhos de Fineias, Gérson; dos filhos de
Itamar, Daniel; dos filhos de Davi, Hatus;
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3 dos filhos de Secanias, dos filhos de Parós, Zacarias; e com ele, segundo as genealogias dos
varões, se contaram cento e cinquenta;
4 dos filhos de Paate-Moabe, Elioenai, filho de Zeraías, e com ele duzentos homens;
5 dos filhos de Zatu, Secanias, o filho de Jaaziel, e com ele trezentos homens;
6 dos filhos de Adim, Ebede, filho de Jônatas, e com ele cinquenta homens;
7 dos filhos de Elão, Jesaías, filho de Atalias, e
com ele setenta homens;
8 dos filhos de Sefatias, Zebadias, filho de Micael, e com ele oitenta homens; e
9 dos filhos de Joabe, Obadias, filho de Jeiel, e com ele duzentos e dezoito homens;
10 dos filhos de Bani, Selomite, o filho de Josifias, e com ele cento e sessenta homens;
11 dos filhos de Bebai, Zacarias, o filho de Bebai,
e com ele vinte e oito homens;
12 dos filhos de Azgade, Joanã, o filho de Hacatã, e com ele cento e dez homens;
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13 dos filhos de Adonicão, que eram os últimos, eis os seus nomes: Elifelete, Jeuel e Semaías, e
com eles sessenta homens;
14 e dos filhos de Bigvai, Utai e Zabude, e com
eles setenta homens.
15 Ajuntei-os à margem do rio que corre para Ava; e ficamos ali acampados três dias. Então
passei em revista o povo e os sacerdotes, e não achei ali nenhum dos filhos de Levi.
16 Mandei, pois, chamar Eliézer, Ariel, Semaías, Elnatã, Jaribe, Elnatã, Natã, Zacarias e Mesulão,
os chefes, como também, Joiaribe e Elnatã, que eram mestres.
17 E os enviei a Ido, chefe em Casífia, e lhes pus na boca palavras para dizerem a Ido e aos seus
irmãos, os servidores do templo, em Casífia, que nos trouxessem ministros para a casa do nosso
Deus.
18 E, pela boa mão de nosso Deus sobre nós, trouxeram-nos um homem entendido, dos filhos de Mali, filho de Levi, filho de Israel; e
Serebias, com os seus filhos e irmãos, dezoito;
19 e Hasabias, e com ele Jesaías, dos filhos de Merári, com seus irmãos e os filhos deles, vinte;
20 e dos servidores do templo, que Davi e os
príncipes tinham dado para o serviço dos levitas,
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duzentos e vinte, todos eles mencionados por nome.
21 Então proclamei um jejum ali junto ao rio Ava, para nos humilharmos diante do nosso
Deus, a fim de lhe pedirmos caminho seguro para nós, para nossos pequeninos, e para toda a
nossa fazenda.
22 Pois tive vergonha de pedir ao rei uma escolta de soldados, e cavaleiros para nos defenderem do inimigo pelo caminho, porquanto havíamos
dito ao rei: A mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas o seu
poder e a sua ira estão contra todos os que o deixam.
23 Nós, pois, jejuamos, e pedimos isto ao nosso Deus; e ele atendeu às nossas orações.
24 Então separei doze dos principais dentre os sacerdotes: Serebias e Hasabias, e com eles dez
dos seus irmãos;
25 e pesei-lhes a prata, o ouro e os vasos, a oferta para a casa do nosso Deus, que o rei, os seus
conselheiros, os seus príncipes e todo o Israel que estava ali haviam oferecido;
26 entreguei-lhes nas mãos seiscentos e cinquenta talentos de prata, e em vasos de prata
cem talentos; e cem talentos de ouro;
106
27 e vinte taças de ouro no valor de mil dáricos, e dois vasos de bronze claro e brilhante, tão
precioso como o ouro.
28 E disse-lhes: Vós sois santos ao Senhor, e santos são estes vasos; como também esta prata
e este ouro são ofertas voluntárias, oferecidas ao Senhor, Deus de vossos pais.
29 Vigiai, pois, e guardai-os até que os peseis na
presença dos principais dos sacerdotes e dos levitas, e dos príncipes das casas paternas de
Israel, em Jerusalém, nas câmaras da casa do Senhor.
30 Então os sacerdotes e os levitas receberam o
peso da prata, e do ouro, e dos vasos, a fim de os trazerem para Jerusalém, para a casa do nosso
Deus.
31 Então partimos do rio Ava, no dia doze do primeiro mês, a fim de irmos para Jerusalém; e
a mão do nosso Deus estava sobre nós, e ele nos livrou da mão dos inimigos, e dos que nos
armavam ciladas pelo caminho.
32 Chegamos, pois, a Jerusalém, e repousamos ali três dias.
33 No quarto dia se pesou a prata, e o ouro, e os vasos, na casa do nosso Deus, para as mãos de Meremote filho do sacerdote Urias; e com ele
estava Eleazar, filho de Fineias, e com eles os
107
levitas Jozabade, filho de Josué, e Noadias, filho de Binuí.
34 Tudo foi entregue por número e peso; e o peso de tudo foi registrado na ocasião.
35 Os exilados que tinham voltado do cativeiro ofereceram holocaustos ao Deus de Israel: doze
novilhos por todo o Israel, noventa e seis carneiros, setenta e sete cordeiros, e doze bodes
em oferta pelo pecado; tudo em holocausto ao Senhor.
36 Então entregaram os editos do rei aos sátrapas do rei, e aos governadores a oeste do
Rio; e estes ajudaram o povo e a casa de Deus.” (Ed 8.1-36)
108
Esdras 9
É Essencial Sentir Tristeza Pelo Pecado
O povo do Senhor deve ser muito cuidadoso
quanto ao modo como anda na sua santa
presença, porque, conforme no dizer de Tiago “qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em
um só ponto, tornou-se culpado de todos.” (Tg 2.10).
O apóstolo não está falando aqui de salvação, mas de santificação, de consagração.
Israel não estava adorando Baal no templo do Senhor, como haviam feito os seus
antepassados.
Eles não estavam edificando altares para provocar o Senhor à ira. Mas, como vemos no capítulo de Esdras, estavam casando com
mulheres das demais nações, transgredindo a Lei de Deus relativa ao matrimônio das pessoas
do seu povo, que não devem se colocar em julgo desigual com os incrédulos.
Não basta sermos zelosos a várias exigências, que são feitas a nós pelo Senhor, em seus
mandamentos, mas a todas elas.
Jesus nos disse que o cristão que violasse o
menor mandamento da Lei, e assim o ensinasse
109
aos homens seria considerado mínimo no reino dos céus. Ele mostra que esta pessoa pode estar
no reino, ser salva, mas desagradar inteiramente a Deus, por transgredir um só e
pequeno mandamento da Lei, ainda que tenha apreço por todos os demais.
“Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim
ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; (Mt 5.19a).
Quando nós entendemos espiritualmente qual é o verdadeiro apreço que Deus tem pela sua Palavra, e pela sua completa seriedade em exigir
que guardemos todos os seus mandamentos, é que podemos também entender porque Esdras
reagiu da maneira que reagiu, quando soube através dos príncipes de Judá que até mesmo
sacerdotes haviam se entregue à prática de casamentos mistos (v. 1,2), pois Esdras rasgou a
sua túnica e o seu manto, e arrancou os cabelos da sua cabeça e barba, e ficou sentado atônito no
templo (v. 3).
A causa disto é declarada no verso 4, porque se juntaram à sua tristeza pelo pecado do povo de
Judá todos aqueles “que tremiam das palavras do Deus de Israel”.
As ameaças da Antiga Aliança eram muito
sérias para a transgressão dos mandamentos da
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Lei, especialmente daquele que alguns judeus estavam transgredindo.
Esdras e aqueles que se juntaram a ele, bem
conheciam a Lei, e não somente a conheciam, como tinham um verdadeiro temor do Senhor,
quanto ao modo como Ele vela sobre a sua Palavra para a cumprir, seja para abençoar no
caso de obediência, seja para castigar e corrigir, no caso de desobediência.
Daí se dizer que este tipo de temor de Deus é o princípio da sabedoria, porque através dele evitaremos a todo custo fazer aquilo que Lhe
seja desagradável.
Esdras tendo se levantado com suas vestes rasgadas, por ocasião da apresentação do
cordeiro, que era oferecido como holocausto à tarde, ali junto ao altar do templo, colocou-se de
joelhos e orou ao Senhor com as mãos estendidas (v. 5), com as palavras registradas
nos versos 6 a 15, confessando o pecado do povo como fosse o seu próprio pecado, porque estava
identificado com eles tanto na condição de ser da mesma família do Senhor, quanto de
ministro designado para cuidar das suas almas.
Um bom ministro do evangelho, instruído na vontade do Senhor, não se justificará diante do
pecado do povo que foi colocado pelo Espírito debaixo da sua autoridade, e nem os condenará,
antes chorará por causa do seu pecado,
111
confessará o pecado deles como se ele próprio tivesse pecado.
Vale lembrar que Esdras fizera isto sem ter tido
tempo de conduzir aquele povo.
Eles não se encontravam antes debaixo da sua liderança, mas lamentou profundamente
quando soube do estado de coisas que estavam ocorrendo entre eles.
Esdras afirmou a justiça de Deus em ter deixado que Israel ficasse reduzido a um número de pessoas tão pequeno, por causa dos seus
pecados, e por esta mesma causa seriam dignos até mesmo de serem exterminados como
Sodoma e Gomorra, mas reconhecia que era pela exclusiva graça do Senhor que Ele estava
mantendo um remanescente em Israel (v. 8), e ele reconhece no final da sua oração que eles
estavam indesculpáveis diante do Senhor (v. 15), porque em face de tão grande misericórdia não
Lhe foram fiéis, mas ao contrário, continuavam transgredindo os seus mandamentos.
Deste modo, todo ministro fiel afirmará a justiça do Senhor em corrigir o seu povo, enquanto pede humildemente a Ele que seja
misericordioso para com ele e para com o seu povo, porque sem Ele, nada podemos fazer, e de
nós mesmos, por causa da fraqueza da nossa carne, somos dados a nos desviar da sua
presença.
112
Mas estes mesmos ministros fiéis jamais justificarão o pecado, jamais serão
condescendentes para com o pecado, e tal como Esdras não desconsiderarão o pecado do seu
povo, usando como desculpa que afinal a carne é fraca, e que somos dados a nos desviar de Deus.
Ao contrário, trará esta realidade sempre diante
de si e sempre alertará o seu povo quanto à necessidade de vigiar e de orar
incessantemente, de modo a não se cair em tentações e ser vencido pelo mal.
Que a santificação da vida seja real e constante.
Que o compromisso com Deus seja sério.
Que o tremor da sua Palavra seja sempre presente e permanente.
Se pecarem, confiarão no Advogado que têm junto ao Pai, mas terão verdadeiro horror ao
pecado e lembrarão que também lhes é imposto o dever de não viverem pecando. A oração deles
será: “Não posso escondê-lo.... pequei... confesso o meu pecado ao Senhor, mas sei que não devo
pecar mais. Sei que o pecado poderá voltar a bater à minha porta, mas estou bem certo de que
não devo voltar a lhe dar acolhida.”
Uma verdadeira santificação demanda esta convicção e determinação em purificar o
coração e de se viver de tal maneira que não se
113
tenha que estar pedindo perdão a toda hora a Deus por transgressões voluntárias dos seus
mandamentos.
Afinal, os que estão se santificando constatarão que pelo poder do Espírito Santo, e pelo seu
crescimento na graça e no conhecimento de Jesus, a natureza terrena, ou carne, ficará cada
vez mais fraca, e a nova natureza, recebida na regeneração, ficará cada vez mais forte, de
modo que um cristão espiritual não viverá pecando e nem debaixo do domínio do pecado,
como costuma ocorrer com aqueles que não estão santificando as suas vidas.
Eles saberão que a sua santificação não consiste
em perfeição moral absoluta, enquanto estiverem neste mundo, isto é, sem qualquer
pecado, mas exatamente nesta obediência à Palavra do Senhor pelo Espírito, sabendo que
um coração puro é aquele que sente repugnância pelos pecados que possa
eventualmente cometer.
Quando se perde este sentido espiritual de repugnância pelo pecado, é necessário pedir ao
Senhor um coração puro, tal como fizera Davi no passado.
“1 Ora, logo que essas coisas foram terminadas, vieram ter comigo os príncipes, dizendo: O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas, não se têm
separado dos povos destas terras, das
114
abominações dos cananeus, dos heteus, dos perizeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos
moabitas, dos egípcios e dos amorreus;
2 pois tomaram das suas filhas para si e para seus filhos; de maneira que a raça santa se tem
misturado com os povos de outras terras; e até os oficiais e magistrados foram os primeiros
nesta transgressão.
3 Ouvindo eu isto, rasguei a minha túnica e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha
cabeça e da minha barba, e me sentei atônito.
4 Então se ajuntaram a mim todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel por
causa da transgressão dos do cativeiro; porém eu permaneci sentado atônito até a oblação da
tarde.
5 A hora da oblação da tarde levantei-me da minha humilhação, e com a túnica e o manto
rasgados, pus-me de joelhos, estendi as mãos ao Senhor meu Deus,
6 e disse: Ó meu Deus! Estou confuso e
envergonhado, para levantar o meu rosto a ti, meu Deus; porque as nossas iniquidades se
multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até o céu.
7 Desde os dias de nossos pais até o dia de hoje
temos estado em grande culpa, e por causa das
115
nossas iniquidades fomos entregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, na mão dos
reis das terras, à espada, ao cativeiro, à rapina e à confusão do rosto, como hoje se vê.
8 Agora, por um pequeno momento se manifestou a graça da parte do Senhor, nosso
Deus, para nos deixar um restante que escape, e para nos dar estabilidade no seu santo lugar, a
fim de que o nosso Deus nos alumie os olhos, e nos dê um pouco de refrigério em nossa
escravidão;
9 pois somos escravos; contudo o nosso Deus não nos abandonou em nossa escravidão, mas
estendeu sobre nós a sua benevolência perante os reis da Pérsia, para nos dar a vida, a fim de
levantarmos a casa do nosso Deus e repararmos as suas assolações, e para nos dar um abrigo em
Judá e em Jerusalém.
10 Agora, ó nosso Deus, que diremos depois disto? Pois temos deixado os teus mandamentos,
11 os quais ordenaste por intermédio de teus servos, os profetas, dizendo: A terra em que estais entrando para a possuir, é uma terra
imunda pelas imundícias dos povos das terras, pelas abominações com que, na sua corrupção,
a encheram duma extremidade à outra.
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12 Por isso não deis vossas filhas a seus filhos, e não tomeis suas filhas para vossos filhos, nem
procureis jamais a sua paz ou a sua prosperidade; para que sejais fortes e comais o
bem da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos para sempre.
13 E depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, ainda assim tu, ó nosso Deus, nos tens
castigado menos do que merecem as nossas iniquidades, e ainda nos deixaste este
remanescente;
14 tornaremos, pois, agora a violar os teus mandamentos, e a aparentar-nos com os povos que cometem estas abominações? Não estarias
tu indignado contra nós até de todo nos consumires, de modo que não ficasse restante,
nem quem escapasse?
15 Ó Senhor Deus de Israel, justo és, pois ficamos qual um restante que escapou, como hoje se vê. Eis que estamos diante de ti em nossa culpa; e,
por causa disto, ninguém há que possa subsistir na tua presença.” (Ed 9.1-15).
117
Esdras 10
Sem Arrependimento Não se Pode Agradar a
Deus
A tristeza de Esdras e dos que se juntaram a ele,
por causa do pecado dos israelitas produziu vida, porque Deus moveu ao arrependimento o
coração da quase totalidade dos que haviam se casado com mulheres estrangeiras, e decidiram
desfazer aqueles laços que haviam contraído para obedecer ao mandamento que Deus lhes
dera desde os dias do patriarca Abraão, conforme se vê no décimo capitulo de Esdras.
Arrependimento verdadeiro é exatamente isto:
é consertar aquilo que estava errado na nossa vida, por uma sincera e permanente obediência à vontade do Senhor relativa àquilo que
necessitava ser abandonado, e servir ao Senhor do modo que é aprovado por Ele.
O choro de Esdras e daqueles que se juntaram a
ele não era um choro de arrependimento, mas de tristeza pelo pecado.
Afinal, nem Esdras nem os que se juntaram a ele no seu choro pelo pecado dos demais israelitas
tinham do que se arrepender em relação àquele pecado específico, porque não o haviam
praticado.
118
Arrependimento significa mudança, e quanto àquele pecado, não tinham o que mudar, senão
os que haviam contraído casamento com mulheres pagãs.
Este arrependimento não foi deixado à livre escolha dos judeus, porque os que se juntaram a
Esdras encorajaram-no a que se fizesse um juramento na forma de pacto com todos os
principais sacerdotes, com os levitas e todo Israel de que todos que haviam se casado com
mulheres pagãs despediriam tais mulheres para o seu país de origem (v. 5).
Deste modo, também é uma boa medida a ser
tomada pelos líderes da Igreja de Cristo a de levarem a Igreja a fazer votos de santidade
perante o Senhor, quanto àquelas práticas pecaminosas, que devem ser definitivamente
deixadas para que toda a congregação conte com o favor efetivo e as bênçãos do Senhor, e
que esteja apta a fazer toda a sua vontade e obra.
Não pactos genéricos do tipo: “nós vamos dizer não ao pecado”, porque isto não tem muita eficácia e sentido.
Mas pactos específicos para transgressões e práticas inconvenientes específicas, das quais se tenha tomado conhecimento que estão se
tornando comuns na congregação.
119
Aquela questão era de tão vital importância para que Israel pudesse continuar como nação
separada das demais nações, e que não viesse a perder o propósito da sua eleição por Ele, de
modo a ficar sujeita a duras demonstrações de juízos, conforme havia ocorrido com os seus
antepassados, que haviam sido levados para o cativeiro, que se apelou inclusive para o poder e autoridade que o rei persa havia dado a Esdras,
para que se matasse, confiscasse bens, ou se prendesse ou desterrasse aqueles que lhes
fossem desobedientes nas questões relativas ao culto que era devido ao Deus dos judeus.
Naquela ocasião, decidiram punir todos aqueles que não se apresentassem em Jerusalém dentro
de três dias, para serem informados quanto ao que deveriam fazer, com o confisco de bens e
exclusão da congregação dos filhos de Israel (v. 8).
Isto é, aqueles que não desejassem viver como
um israelita, seriam considerados pagãos, e teriam que viver fora dos termos de Israel,
sendo-lhes interditado o uso de toda a fazenda que haviam juntado até então.
Este mesmo princípio de disciplina foi ordenado pelo Senhor para ser aplicado à sua Igreja, de maneira que um cristão que esteja vivendo
deliberadamente no pecado e que não queira se arrepender dele, deve ser excluído da Igreja
visível, e ser considerado um gentio e publicano.
120
São muitas as exortações dos apóstolos nas epístolas do Novo Testamento, no sentido de
que todo filho de Deus viva como o verdadeiro israelita que ele é, separado dos costumes do
mundo, com os quais não deve de modo algum assumir a sua forma, a bem de não ser rejeitado
pelo Senhor, por não ser digno de estar na comunhão do seu povo.
Porque um filho de Abraão deve praticar as obras de Abraão. Um filho de Deus deve praticar
as obras de Deus.
O cristão não é do mundo, isto é, ele não pertence ao mundo. Ele é de Deus porque
pertence a Deus.
Eram tantos aqueles que haviam contraído matrimônio com mulheres pagãs, que ficou
decidido que seriam estabelecidos oficiais pelas cidades de Israel, para que convocassem em
épocas estabelecidas, todos aqueles que necessitavam de conserto em relação a esta
questão. E quanto a esta medida referente ao modo de se proceder com o caso, houve plena
aceitação com exceção apenas de três judeus e um levita se opuseram a ela (v. 15). E dentro de
três meses o problema foi definitivamente resolvido (v. 17).
A partir do verso 18, são relacionados, para
desonra perpétua deles, os nomes dos que
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haviam sido infiéis a Deus se casando com mulheres pagãs.
O pecado deles foi perdoado, mas os seus nomes
ficariam registrados na Palavra do Senhor para desestímulo de todos aqueles que viessem a se
sentirem tentados no futuro a praticarem o mesmo pecado. E para que ficasse registrado
também o doloroso tratamento que foi necessário para corrigir aquilo que não deveria
ter sido praticado.
Mesmo assim, os israelitas voltariam a pecar contra o Senhor neste tipo de pecado referido,
nos dias de Neemias e Malaquias, pelo que foram novamente repreendidos pelo Senhor
(Ne 13.23; Mal 2.11).
Assim, que os cristãos de Laodiceia (Apo 3.19) se arrependam conforme lhes é ordenado pelo
Senhor, e que ingressem nas fileiras da Igreja fiel de Filadélfia, cuja característica principal é a
sua fidelidade à Palavra do Senhor (Apo 3.8, 10).
Que ninguém seja culpado do pecado de dar as boas-vindas àqueles que ensinam contra a sã
doutrina, ou que sejam achados culpados de um pecado ainda maior, que é o de se colocar
debaixo do falso ensino daqueles que não amam toda a Palavra do Senhor, ou ainda por se
alinharem ao seu lado, como mais um dos que se dizendo servos de Deus, fazem uso de falsas
doutrinas para conduzirem outros a errarem,
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para a perversão e condenação deles próprios e dos seus ouvintes.
“1 Ora, enquanto Esdras orava e fazia confissão,
chorando e prostrando-se diante da casa de Deus, ajuntou-se a ele, de Israel, uma grande
congregação de homens, mulheres, e crianças; pois o povo chorava amargamente.
2 Então Secanias, filho de Jeiel, um dos filhos de
Elão, dirigiu-se a Esdras, dizendo: Nós temos sido infiéis para com o nosso Deus, e casamos
com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra; contudo, no tocante a isto, ainda há
esperança para Israel.
3 Agora, pois, façamos um pacto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e
os que delas são nascidos, conforme o conselho do meu Senhor, e dos que tremem ao
mandamento do nosso Deus; e faça-se conforme a lei.
4 Levanta-te; pois a ti pertence este negócio, e
nós somos contigo; tem bom ânimo, e faze-o.
5 Então Esdras se levantou, e ajuramentou os principais dos sacerdotes, os levitas, e todo o
Israel, de que fariam conforme esta palavra; e eles juraram.
6 Em seguida Esdras se levantou de diante da
casa de Deus, e entrou na câmara de Joanã, filho
123
de Eliasibe; e, chegando lá, não comeu pão, nem bebeu água, porque pranteava por causa da
infidelidade dos do cativeiro.
7 E fizeram passar pregão por Judá e Jerusalém, a todos os que vieram do cativeiro, para que se
ajuntassem em Jerusalém;
8 e que todo aquele que dentro de três dias não viesse, segundo o conselho dos oficiais e dos
anciãos, toda a sua fazenda se pusesse em interdito, e fosse ele excluído da congregação
dos que voltaram do cativeiro.
9 Pelo que todos os homens de Judá e de Benjamim dentro de três dias se ajuntaram em
Jerusalém. Era o nono mês, aos vinte dias do mês; e todo o povo se assentou na praça diante
da casa de Deus, tremendo por causa deste negócio e por causa das grandes chuvas.
10 Então se levantou Esdras, o sacerdote, e disse-
lhes: Vós tendes transgredido, e casastes com mulheres estrangeiras, aumentando a culpa de
Israel.
11 Agora, pois, fazei confissão ao Senhor, Deus de vossos pais, e fazei o que é do seu agrado;
separai-vos dos povos das terras, e das mulheres estrangeiras.
12 E toda a congregação respondeu em alta voz:
Conforme as tuas palavras havemos de fazer.
124
13 Porém o povo é muito; também é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora.
Isso não é obra de um dia nem de dois, pois somos muitos os que transgredimos neste
negócio.
14 Ponham-se os nossos oficiais por toda a
congregação, e todos os que em nossas cidades casaram com mulheres estrangeiras venham
em tempos apontados, e com eles os anciãos e juízes de cada cidade, até que se desvie de nós o
ardor da ira do nosso Deus no tocante a este negócio.
15 (Somente Jônatas, filho de Asael, e Jazeías, filho de Ticvá, se opuseram a isso; e Mesulão, e
Sabetai, o levita, os apoiaram.)
16 Assim o fizeram os que tornaram do cativeiro:
foram indicados o sacerdote Esdras e certos homens, cabeças de casas paternas, segundo as
suas casas paternas, cada um designado por nome; e assentaram-se no primeiro dia do
décimo mês, para averiguar este negócio.
17 E no primeiro dia do primeiro mês acabaram
de tratar de todos os homens que tinham casado com mulheres estrangeiras.
18 Entre os filhos dos sacerdotes acharam-se estes que tinham casado com mulheres
estrangeiras: dos filhos de Josué, filho de
125
Jozadaque, e seus irmãos, Maaseias, Eliézer, Jaribe e Gedalias.
19 E deram a sua mão, comprometendo-se a despedirem suas mulheres; e, achando-se culpados, ofereceram um carneiro do rebanho
pela sua culpa.
20 Dos filhos de Imer: Hanâni e Zebadias.
21 Dos filhos de Harim: Maaseias, Elias, Semaías, Jeiel e Uzias.
22 E dos filhos de Pasur: Elioenai, Maaseias, Ismael, Netanel, Jozabade e Elasa.
23 Dos levitas: Jozabade, Simei, Quelaías (este é Quelita) , Petaías, Judá e Eliézer.
24 Dos cantores: Eliasibe. Dos porteiros: Salum, Telem e îri.
25 E de Israel, dos filhos de Parós: Ramias, Izias, Malquias, Miamim, Eleazar, Hasabias e Benaías.
26 Dos filhos de Elão: Matanias, Zacarias, Jeiel, Abdi, Jerimote e Elias.
27 Dos filhos de Zatu: Elioenai, Eliasibe, Matanias, Jerimote, Zabade e Aziza.
28 Dos filhos de Bebai: Jeoanã, Hananias, Zabai e
Atlai.
126
29 Dos filhos de Bani: Mesulão, Maluque, Adaías, Jasube, Seal e Jerimote.
30 Dos filhos de Paate-Moabe: Adná, Quelal, Benaías, Maaseias, Matanias, Bezaleel, Binuí e Manassés.
31 Dos filhos de Harim: Eliézer, Issijá, Malquias, Semaías, Simeão,
32 Benjamim, Maluque e Semarias.
33 Dos filhos de Hasum: Matenai, Matatá, Zabade, Elifelete, Jeremai, Manassés e Simei.
34 Dos filhos de Bani: Maadai, Anrão e Uel,
35 Benaías, Bedeias, Queluí,
36 Vanias, Meremote, Eliasibe,
37 Matanias, Matenai e Jaasu.
38 Dos filhos de Binuí: Simei,
39 Selemias, Natã, Adaías,
40 Macnadbai, Sasai, Sarai,
41 Azarel, Selemias, Semarias,
42 Salum, Amarias e José.