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C M Y K C M Y K 1 CADERNO ESPECIAL DIARIO de P P E E R R N N A A M M B B U U C C O O DOMINGO Recife, 30 de outubro de 2011 EXPEDIENTE: Diretora de redação: Vera Ogando Textos: Tânia Passos Edição: Lydia Barros Edição de fotografia: Heitor Cunha Edição de arte: Christiano Mascaro Por que não usar o transporte público? A Região Metropolitana do Recife tem uma população de cerca de 3,7 milhões de pessoas e dispõe de um Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) capaz de trans- portar por dia 2 milhões de usuários. Parece muito? Não é. Apenas um terço desse universo se desloca a pé, o restante segue com o transporte individual que lota as vias. Para se ter uma ideia, já ultrapassamos a marca de um milhão de veículos na RMR e temos uma frota de 3 mil ônibus. Nessa lógica é preciso levar em conta que um carro transporta em média duas pessoas, e um ônibus convencional, 80. Isso ex- plica os nossos engarrafamentos? Os prognósticos não são muito animadores. Pesquisas in- dicam que, enquanto crescem em proporções assustadoras os usuários de carro e motocicletas, a migração para o trans- porte público é insignificante. Em cinco anos a frota no país aumentou 34% e a demanda pelo serviço público apenas 6%. Em 2010, só na RMR, foram 88 mil novos carros com uma média mensal de sete mil. Não há via que suporte tama- nha demanda. O discurso da melhoria do transporte público para atrair o usuário do transporte individual ainda não decolou. E há vá- rios aspectos ainda não considerados: transporte de melhor qualidade, acessibilidade plena, integração de todo o siste- ma, aposta nas ciclovias e melhoria dos passeios. Um requesito fundamental: é preciso ter hora certa para sair e chegar ao destino. Ônibus e metrô são os principais mo- dais que nós dispomos. O metrô é um transporte estrutura- dor alimentado pelo ônibus, mas temos uma linha de ape- nas 39,5 quilômetros. São os ônibus que seguram a maior par- te da demanda e eles disputam o espaço das vias com os car- ros. A Copa nos alenta com a possibilidade de dias melhores. Na 8ª edição do Fórum Desafios para o Trânsito do Amanhã, o transporte público foi o foco da discussão. ALCIONE FERREIRA/DP/D.A PRESS MARCELO SOARES/ESP.DP/D.A PRESS MARCELO SOARES/ESP.DP/D.A PRESS TERESA MAIA/DP/D.A. PRESS

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DOMINGORecife, 30 de outubro de 2011

EXPEDIENTE: Diretora de redação: Vera Ogando Textos: Tânia Passos Edição: Lydia Barros Edição de fotografia: Heitor Cunha Edição de arte: Christiano Mascaro

Por que não usar otransporte público?

A Região Metropolitana do Recife tem uma população de

cerca de 3,7 milhões de pessoas e dispõe de um Sistema de

Transporte Público de Passageiros (STPP) capaz de trans-

portar por dia 2 milhões de usuários. Parece muito? Não é.

Apenas um terço desse universo se desloca a pé, o restante

segue com o transporte individual que lota as vias. Para se

ter uma ideia, já ultrapassamos a marca de um milhão de

veículos na RMR e temos uma frota de 3 mil ônibus. Nessa

lógica é preciso levar em conta que um carro transporta em

média duas pessoas, e um ônibus convencional, 80. Isso ex-

plica os nossos engarrafamentos?

Os prognósticos não são muito animadores. Pesquisas in-

dicam que, enquanto crescem em proporções assustadoras

os usuários de carro e motocicletas, a migração para o trans-

porte público é insignificante. Em cinco anos a frota no país

aumentou 34% e a demanda pelo serviço público apenas

6%. Em 2010, só na RMR, foram 88 mil novos carros com

uma média mensal de sete mil. Não há via que suporte tama-

nha demanda.

O discurso da melhoria do transporte público para atrair o

usuário do transporte individual ainda não decolou. E há vá-

rios aspectos ainda não considerados: transporte de melhor

qualidade, acessibilidade plena, integração de todo o siste-

ma, aposta nas ciclovias e melhoria dos passeios.

Um requesito fundamental: é preciso ter hora certa para

sair e chegar ao destino. Ônibus e metrô são os principais mo-

dais que nós dispomos. O metrô é um transporte estrutura-

dor alimentado pelo ônibus, mas temos uma linha de ape-

nas 39,5 quilômetros. São os ônibus que seguram a maior par-

te da demanda e eles disputam o espaço das vias com os car-

ros. A Copa nos alenta com a possibilidade de dias melhores.

Na 8ª edição do Fórum Desafios para o Trânsito do Amanhã,

o transporte público foi o foco da discussão.

ALCIONE FERREIRA/DP/D.A PRESS

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