4
ESPORTE E EDUCAÇÃO MARINA OLEGÁRIO A prática de esportes ajuda não só a melhorar a saúde de crianças e ado- lescentes, mas também ensina impor- tantes lições de convivência em socie- dade e cidadania. As experiências com projetos sociais ligados ao esporte mostram que a atividade física tem um fator motivador extremamente positi- vo e seus efeitos podem ser percebidos no dia a dia, com jovens mais concen- trados e disciplinados nas aulas. O conceito do esporte educacional está em alcançar o desenvolvimento desse público para a formação de cida- dania e na busca da inclusão e trans- formação social. Com dezoito anos dedicados ao esporte e à cidadania, o programa social Escola de Esportes, criado em 1993 pela Universidade Metodista de São Paulo, oferece a prá- tica do handebol e do basquete como forma de complementar a educação de crianças e adolescentes entre oito e 17 anos. Hoje, com 800 alunos, o pro- jeto conta com a parceria da Secretaria de Esportes de São Bernardo, e atua em 14 núcleos espalhados pela cidade. Além de descobrir novos talentos, a escola desenvolve o espírito de equi- pe e a autoestima. Para Rogério To- tó, coordenador pedagógico do pro- grama, a atividade esportiva, especi- almente a coletiva, tem uma caracte- rística diferente de ações culturais ou artísticas. “Não importa se eu sou bom, ruim, ou o melhor do time. Eu preciso que aquele que não joga tão bem passe a bola para mim. Se ele não passar, eu não consigo fazer nada sozinho”, afirma. Durante as aulas, os professores fazem com que os jovens percebam a importância de participar de um gru- po. Que dentro desse grupo existem regras, a necessidade de respeitar e ser respeitado e conceitos de cidadania com os quais as aulas de educação física contribuem para a formação da pessoa como um todo. “Quem já teve essa oportunidade sabe que o atleta depende de todos os demais colegas. É esse tipo de valor que o esporte car- rega”, explica o coordenador. Rogério Totó afirma que nem to- das as crianças participantes do proje- to se tornam atletas profissionais. “Para nós, independentemente da con- quista de títulos, o que importa é ter a certeza de que esse jovem está se sen- tindo bem e leva para casa conceitos e valores que vão contribuir para a vida futura”, completa o coordenador. A Escola de Esportes também acumu- lou vários títulos. Em 2000, foi pre- miada pelo prêmio Top Social da As- sociação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil e soma mais de 100 conquistas, dentre as quais o Tro- féu Eficiência da Federação Paulista, que a premiou como o melhor progra- ma desenvolvido para a formação de atletas. ALUNOS FAMOSOS FORMADOS NA ESCOLA Marcos Paulo (Marcão), Maik Santos, David Nunes, Gustavo Naka- mura (Japa) e Felipe Borges são al- guns dos atletas que, formados pela Escola de Esportes, já jogaram ou jogam em alguns dos melhores times de handebol do mundo e na seleção brasileira. Dez entre dez garotos que- rem ser jogadores de futebol quando crescer. Exageros à parte, não é difícil encontrar nos campinhos, nas ruas ou nas várzeas dezenas de meni- nos sonhando em se tornar um jogador famoso. Fácil en- tender: para muitos, é o cami- nho mais rápido para o suces- so financeiro, driblando fato- res como a pobreza e a falta de acesso a uma educação de qualidade. O fato é que muito poucos conseguirão alcançar patamar tão alto. De que modo, então, não apenas o futebol, mas o esporte como um todo, pode atuar como fator de inserção social, contribuindo efetiva- mente com a cidadania? É o que esta edição do Espaço Cidadania busca mostrar, apresentando histórias de atle- tas e organizações que traba- lham para que o esporte ultra- passe o status de tábua salva- dora de alguns e possa benefi- ciar o todo. Nem todos sairão esportistas profissionais de projetos como a Escola de Esportes, da Uni- versidade Metodista de São Paulo, a Escolinha de Futebol de Areia Duda GSA ou as aulas do Instituto Esporte & Educa- ção. Nem é preciso que saiam; a intenção é que sejam forma- dos cidadãos, com a noção da importância do grupo que o es- porte proporciona. Conheça es- tas e outras iniciativas e boa leitura! Prof. Dr. Marcio de Moraes Reitor EDITORIAL Universidade Metodista de São Paulo Ano 9 número 98 Junho de 2012 Escola de Esportes da Metodista: descobrindo talentos e desenvolvendo o espírito de equipe e a autoestima de crianças e adolescentes Esporte e educação como ferramentas de transformação Além de possibilitar que crianças e adolescentes desenvolvam habilidades de concentração e coordenação motora, projetos esportivos educacionais motivam e mobilizam a sociedade Magda Silverio

Espaço Cidadania - Junho/2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Esta edição do Espaço Cidadania apresenta histórias de atletas e organizações que trabalham para que o esporte ultrapasse o status de tábua salvadora de alguns e possa beneficiar o todo.

Citation preview

ESPORTE E EDUCAÇÃO

MARINA OLEGÁRIO

A prática de esportes ajuda não sóa melhorar a saúde de crianças e ado-les centes, mas também ensina impor-tan tes lições de convivência em so cie- da de e cidadania. As experiências comprojetos sociais ligados ao es por temos tram que a atividade física tem umfator motivador extremamente po siti -vo e seus efeitos podem ser per ce bidosno dia a dia, com jovens mais con cen-trados e disciplinados nas aulas.

O conceito do esporte educacio nalestá em alcançar o desenvolvimen todesse público para a formação de cida-dania e na busca da inclusão e trans-formação social. Com dezoito anosdedicados ao esporte e à cidada nia, oprograma social Escola de Es por tes,criado em 1993 pela Uni ver si da deMetodista de São Paulo, ofere ce a prá-tica do handebol e do basque te co moforma de complemen tar a educa çãode crianças e adolescen tes en tre oito e17 anos. Hoje, com 800 alu nos, o pro-jeto conta com a parceria da Secretariade Esportes de São Ber nar do, e atuaem 14 nú cleos es palha dos pela cidade.

Além de descobrir novos talentos,a escola desenvolve o espírito de equi -pe e a autoestima. Para Rogério To -tó, coordenador pedagógico do pro- gra ma, a atividade esportiva, especi -al mente a coletiva, tem uma caracte- rís tica diferente de ações culturais ouar tísticas. “Não importa se eu soubom, ruim, ou o melhor do time. Eupre ciso que aquele que não joga tãobem passe a bola para mim. Se elenão passar, eu não consigo fazer nadasozinho”, afirma.

Durante as aulas, os professoresfa zem com que os jovens percebam aim portância de participar de um gru -po. Que dentro desse grupo existemre gras, a necessidade de respeitar e serrespeitado e conceitos de cidadaniacom os quais as aulas de educaçãofísica contribuem para a formação dapessoa como um todo. “Quem já tevees sa oportunidade sabe que o atle tade pende de todos os demais co legas.É es se tipo de valor que o es por te car-rega”, explica o coordenador.

Rogério Totó afirma que nem to -das as crianças participantes do proje -

to se tornam atletas profissionais.“Para nós, independentemente da con -quista de títulos, o que importa é ter acerteza de que esse jovem está se sen- tindo bem e leva para casa concei tos evalores que vão contribuir pa ra a vidafutura”, completa o coordena dor.

A Escola de Esportes também acu mu-lou vários títulos. Em 2000, foi pre- miada pelo prêmio Top Social da As -sociação dos Dirigentes de Vendas eMarketing do Brasil e soma mais de100 conquistas, dentre as quais o Tro -féu Eficiência da Federação Pau lis ta,que a premiou como o melhor progra -ma desenvolvido para a formação deatle tas.

ALUNOS FAMOSOS

FORMADOS NA ESCOLA

Marcos Paulo (Marcão), MaikSantos, Da vid Nunes, Gustavo Na ka -mu ra (Ja pa) e Felipe Borges são al -guns dos atletas que, formados pelaEscola de Esportes, já jogaram oujogam em alguns dos melhores timesde handebol do mundo e na seleçãobrasileira.

Dez entre dez garotos que-

rem ser jogadores de futebol

quando crescer. Exageros à

parte, não é difícil encontrar

nos campinhos, nas ruas ou

nas várzeas dezenas de meni-

nos sonhando em se tornar

um jogador famoso. Fácil en-

tender: para muitos, é o cami-

nho mais rápido para o suces -

so financeiro, driblando fato-

res como a pobreza e a falta

de acesso a uma educação de

qualidade.

O fato é que muito poucosconseguirão alcançar patamartão alto. De que modo, então,não apenas o futebol, mas oesporte como um todo, podeatuar como fator de inserçãosocial, contribuindo efetiva-men te com a cidadania? É o que esta edição do Espaço

Cidadania busca mostrar,apresentando histórias de atle-tas e organizações que traba-lham para que o esporte ultra-passe o status de tábua salva-dora de alguns e possa benefi-ciar o todo. Nem todos sairão esportistas

profissionais de projetos comoa Escola de Esportes, da Uni-versidade Metodista de SãoPaulo, a Escolinha de Futebolde Areia Duda GSA ou as aulasdo Instituto Esporte & Educa-ção. Nem é preciso que saiam;a intenção é que sejam forma-dos cidadãos, com a noção daimportância do grupo que o es-porte proporciona. Conheça es-tas e outras iniciativas e boaleitura!

Prof. Dr. Marcio de Moraes

Reitor

EDITORIAL

Universidade Metodista de São Paulo • Ano 9 • número 98 • Junho de 2012

Escola de Esportes da Metodista: descobrindo talentos e desenvolvendo o espírito de equipe e a autoestima de crianças e adolescentes

Esporte e educação comoferramentas de transformação

Além de possibilitar que crianças e adolescentes desenvolvam habilidades de concentraçãoe coordenação motora, projetos esportivos educacionais motivam e mobilizam a sociedade

Magda Silverio

GUSTAVO CARNEIRO

É muito comum ver o esporte co -mo uma forma de inserir as pessoasna sociedade, sendo um dos cami- nhos para a educação e disciplina decri anças e adolescentes. No Brasil,exis te muita gente disposta a agiratra vés de ONGs e projetos que aju-dam centenas de jovens atletas a teruma vida mais saudável e longe dospe rigos das ruas.

Um desses projetos é a Escolinhade Futebol de Areia Duda GSA(Gran de Santo Antônio), que foicria do em 2006 para atender osjovens da comunidade e do bairroSanto An tô nio, em Vitória (ES). Ainstituição atende cerca de 200 crian-ças e adolescentes entre cinco a 16anos e tem como objetivo promovera prática esportiva em todas as clas-ses sociais.

Segundo Antonio Eduardo Oli vei -ra Santos, o Duda, jogador da Se le çãoBrasileira de futebol de areia e res pon-sável pelo projeto social, o trabalho da

ONG melhora o desenvolvimentofísico, psicológico e social dos alunos.“Eles recebem acompa nha mento téc-nico e nosso papel também é o deintegrar aluno, professor, fa mília ecomunidade, atendendo a nos sa pers-pectiva de inclusão social”, diz.

Duda conta que há planos de in tro- duzir novos esportes, como vôlei e fut- sal, e também a criação de uma as so- cia ção. “Apenas dessa maneira po de- mos buscar apoio para um melhor de -senvolvimento da escola”, comple ta.

FATOR DE INTEGRAÇÃO

Outro projeto interessante é o AoAl cance das Mãos, idealizado por Je -nilson Brito Rodrigues, o Mão, go lei -ro da Seleção Brasileira de futebol deareia e ‘Luva de Ouro’ da Copa doMundo FIFA de Beach Soccer 2009,em Dubai.

A iniciativa partiu do própriogoleiro, que treinava no campo daPra ça Encontro das Águas em Ja ca -raí pe /Serra, no Espírito Santo, e per-

Projetos esportivos tiram criançasEscolinhas de futebol de areia do estado do Espírito Santo são exemplos de inserção social

FÉ E CIDADANIA

Levando o amor de Deus por meio do esporte

Gabriela Rodrigues

Foi com 14 anos de idade que Adriana Oliveira, educadora física, jo-gou pela primeira vez por um time de futebol profissional. O esporte en-trou na vida dessa jovem de 26 anos por influência de tios, que tam-bém jogaram profissionalmente, e do pai, que acabou passando essapaixão à filha.Nessa entrevista, Oliveira conta um pouco da sua vida como atleta e

das experiências que teve ao compartilhar o amor de Deus com as com-panheiras de equipe.Não é muito comum vermos mulheres jogando futebol, apesar disso

já ter mudado um pouco. Como você começou a jogar?Desde criança eu jogava com meninos. Com 12 anos, meu pai me co-

locou em uma escolinha de futebol e, com 14, fui para o primeiro clubeprofissional. Parei de jogar profissionalmente este ano.E o que a fez parar?No Brasil, o futebol feminino ainda não é aceito em sua totalidade. Os

clubes são instáveis, pois as empresas acabam não investindo com pa-trocínios. Quem joga sempre teme o ano seguinte porque não sabe se otime continuará ou não. Apesar de ser muito grata a tudo o que ele me pro-porcionou e ser amante do futebol, essa instabilidade pesou para que eutomasse a decisão de parar e seguir uma vida mais estável dentro do es-porte, como educadora física. Mas superar dificuldades é o dia a dia detoda menina que joga. Por anos superei os problemas por amor ao esporte.Você sofreu algum tipo de preconceito por ser jogadora de futebol?Não há preconceito nenhum, mas sim respeito. Em toda a minha vida

fui respeitada por ser a “Dri Jesus”, por causa da faixinha com o nomeJesus que sempre usei na testa. Além do respeito à minha fé, quandoalguém não estava bem, vinham conversar comigo. Então, sempre tiveoportunidade de falar do amor de Deus e compartilhar algum louvor.Nessa vida de jogadora, como era e ainda é o contato com o Atletasde Cristo [instituição que tem como objetivo levar a palavra de Deusa todos os esportistas] do qual você faz parte?Fiquei sabendo do Atletas de Cristo quando li dois livros do Alex Dias Ri-

beiro [ex-piloto de F-1]. A partir de então comecei a ir aos congressos anuaisque eles organizam. Todo mês participo do Encontrão, onde comparecempessoas de todos os grupos da cidade de São Paulo que se reúnem sema-nalmente. Além disso, sou apresentadora de um programa que a entidadetem no UOL onde recebo atletas e personalidades do esporte.Das experiências que teve ao falar de Deus para as suas compa-

nheiras de equipe, qual delas foi a mais marcante?Foi na China, no ano passado, quando participei da Universíade [olim-

píadas universitárias]. O técnico era cristão e me deu liberdade de fa-zer culto enquanto estávamos lá. Eu tinha oportunidade de contar ex-periências minhas e falar do amor de Deus. Todo dia uma das meninasme procurava, dizendo que tinha lido um versículo na Bíblia e me con-tava como tinha sentido a presença de Deus.Mesmo não jogando mais profissionalmente, você continua envol-

vida com o futebol...Além de ser professora de futebol, trabalho com futebol freestyle [es-

tilo livre], que é uma modalidade nova para mim. Creio que Deus temo tempo certo para todas as coisas e sou grata pelo esporte, pelas pes-soas que conheci e por tudo o que Ele fez.

Introduzir novos esportes está nos planos da Escolinha de Futebol de Areia Duda GSA

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

Adriana Oliveira, medalha de bronze na Universíade 2011

ENTREVISTA

Instituto Esporte & Educação ensina crianças no Brasil inteiro

A iniciativa também conta com a capacitação de professores no método de ensinoque incentiva o esporte educacional em comunidades de baixa renda

AMPLIANDO O

CONHECIMENTO

crianças das ruasEscolinhas de futebol de areia do estado do Espírito Santo são exemplos de inserção social

Gustavo Carneiro

O esporte é uma excelente ferramen -ta de inclusão e transformação social.Essa é a opinião de Adriano Rossetto,ge rente de Coordenação de Projetos doIEE (Instituto Esporte & Educação).Confira os principais trechos da en-

tre vista em que Rossetto fala sobre aimportância do esporte para a melhorano desenvolvimento da sociedade.

Qual é o objetivo do Instituto Es-

porte & Educação?

O Instituto completou 10 anos em2011 e atua efetivamen te com o es-porte educacional. Nos sa missão é de-mocratizar o acesso ao esporte e libe-rar esse processo de de mocratização.Basicamente, traba lha mos com seisobjetivos, que são a for mação críticado cidadão, ampliar seu universo cul-tural, desenvolver compe tên cias e ha-bilidades psicomotoras, afe tivas e cog-nitivas e esportivas, promover integra-ção das comunidades atendidas, des-pertar o jovem pa ra formações pro fis- sionais ligadas ao espor te e conscien-tizá-los da práti ca espor tiva comoforma de melhoria e ma nu ten ção dasaúde e qualidade de vi da.Como são feitas as atividades do

projeto?

Uma das linhas do IEE é o aten di-mento direto aos jovens em au las re-gulares de esporte. Também te mos umestudo desenvolvido na me to do logia

de esporte educacional, de pla neja-mento, avaliação de esporte e educa-ção física. Outra linha de atua ção é aformação de professores, que po dematuar com esporte educacional e abor-dar a questão da sustentabilida de deações esportivas em projetos de al-guns municípios. Por último, desen vol-vemos a produção de materiais pe da-gógicos como livros, guias de orien ta-ção e artigos científicos.Qual é a importância de aliar edu-

cação ao esporte?

Alguns autores e estudiosos dessetema dizem que o esporte não é bomnem mau, depende do que se faz dele.Se você tem um objetivo claro e traba-lha em função desse objetivo, vo cêtem o esporte educativo. Por outro la -do, o esporte também pode formarpes soas para a violência, dependendode como for conduzido. Mas a ativida -de física é um fator muito significativona sociedade atual, pela motivaçãoque ela desperta nas crianças, pelamobilização social, pelo interesse queas pessoas têm pelo esporte. Ele temum potencial muito grande, mas essapotencialidade tem que ser canalizadapara aquilo que se quer ensinar. Qual faixa etária é atendida pela

instituição?

O Instituto tem vários tipos de pro-gramas. Temos atendido crian ças apartir de quatro anos em parceri ascom municípios, como São Paulo. NosCEUs, recebemos crianças de sete a

14 anos, que são a maioria, che gan doa aproximadamente a 10.000 aten di-mentos nessa faixa etária. E temos osjovens a partir de 15 anos, que fa zemparte de um projeto especifico que sechama “Núcleo Jovem Esporte”. Como o senhor vê o esporte em re-

lação à inclusão social?

Não podemos simplificar, co momuita gente faz, e achar que é apenasum meio de ganhar dinheiro e pensarno salário que atletas vão ganhar, por-que se pensar dessa forma es ta remosviabilizando o esporte para pou caspessoas. Ao fazer um projeto so cial,tem que ser para a maioria da po pula-ção. Ou seja, a partir da possibi lidadede educação, de formação ci da dã, deadquirir competências pro fissionais éque isso pode ser concre ti za do. Muitascrianças não se interessam pela es-cola, mas se interessam pe lo esporte -que pode ser um meio de despertar averdadeira relevância da educaçãoformal. O esporte tem esse poder demobilizar muitas pessoas e servircomo um canalizador poderoso para ainclusão social.Quantos alunos são atendidos pelo

instituto?

Hoje nos temos 11.000 alu nos sendoatendidos regularmente em to do oBrasil, diretamente pelo instituto.Além disso, há os projetos de capa ci-tação de professores, que são fei tosindiretamente, através de profissio- nais da rede municipal.

LivrosEducação Física, Esporte e

Diversidade

Autor: Marco Paulo StiggerO livro trata da diversidade

cultural do esporte, um temarelevante para a sociologia doesporte em geral e para a edu-cação física em particular, naqual parecem ainda estar mui -to enraizados os aspectos ad-vindos de uma visão unificadaacerca dessa prática social.

Educação Pelo Esporte: Edu-

cação para o Desenvolvi-

mento Humano pelo Esporte

Autor: Walderez Nosé Has-senpflugOferecer oportunidades de de-

senvolvimento por meio de umaeducação de qualidade aomaior número possível decrianças e jovens é o objetivodo Instituto Ayrton Senna. Essaé sua resposta frente ao desa-fio de diminuir a desigualdadesocial que macula o cenáriobrasileiro.

Divulgação

ce beu que o local ficava ocioso namaior parte do dia, enquanto muitascri anças ficavam nas ruas. Foi entãoque surgiu a ideia de implantar o pro-je to social, em 2005.

“Quando pequeno, eu moravaem um bairro onde não tinham mui- tas oportunidades para a prática dees portes, mas jogava futsal e futebolde areia na praça perto de casa”, con -ta o goleiro. De acordo com o atleta,a meta de seu programa é desenvol- ver a cidadania, ajudar a criar valo-res fa miliares e escolares, e acrescen-tar o es porte à rotina dessas crianças.“Es por te muda vidas para melhor.Mu dou a minha e pode mudar a dequalquer um”, completa.

Ao Alcance das Mãos funciona napraia de Jacaraípe e tem parceria coma escola Francisco Nascimento, ondecer ca de 85% das crianças atendidases tudam. O projeto ajuda, aproxima- da mente, 100 crianças, de 8 a 14anos. “A união entre esporte e educa -ção é essencial”, finaliza Mão.

Espaço Cidadania é uma publicação mensal do Instituto Metodista de Ensino Su pe rior. Tiragem: 3.000 exemplares

Conselho Diretor: Paulo Roberto Lima Bruhn (presidente em exercício); Nelson Custódio Fer (secretário); Maria Flávia

Kovalski; Henrique de Mesquita Barbosa Corrêa; Augusto Campos de Rezende; Osvaldo Elias de Almeida; Eric de

Oliveira Santos; Carlos Alberto Simões Júnior; Ronald da Silva Lima (suplente); Jairo Werner Júnior (suplente)

Diretor Geral/Reitor: Marcio de Mo ra es. Diretor de Comunicação: Paulo Roberto Sal les Gar cia. Coordenação

Editorial: Gerência de Comu ni ca ção do IMS e Agência de Comunicação da Fa cul dade de Comu nica ção Conselho

Editorial: Clovis Pinto de Cas tro (pre sidente), Elena Al ves Sil va, Lu iz Roberto Al ves, Paulo Ro ber to Sal les Gar cia, Dag -

mar Sil va Pin to de Cas tro, Paulo Bes sa da Sil va, Ni ca nor Lopes, Léia de Souza. Re dação: Bruna Cravo, Gustavo Carneiro

e Marina Olegário (alunos da Facul dade de Co mu nicação). Edição: Alexandra Martin (MTb 26.264) e Israel Bumajny

(MTb 60.545)

Projeto Gráfico e Editoração Ele trô ni ca: Tim bre Consultoria em Marca e Design.

Redação: Rua Alfeu Tavares, 149 • Edi fí cio Ró • Rud ge Ramos • 09640-000 • São Ber nar do do Cam po • SP

Telefone: (11) 4366-5599 E-mail: [email protected] Versão Online: www.metodista.br/cidadania

Os textos podem ser reproduzidos, des de que ci tada a fon te e seus autores.

BRUNA CRAVO

As cidades estão vivendo uma si -tua ção de vias saturadas, com gran- des extensões de carro nas ruas e po -luição. Uma das formas de evitar essetrân sito, e ainda contribuir com a saú -de e com o meio-ambiente, é utilizara bicicleta como meio de transporte.Pen sando nisso, foi criado o projetoUse Bike, que estimula o uso de bici-cle tas, disponibilizando equipamen-tos e paraciclos.

O projeto surgiu em 2007, comouma iniciativa do Instituto Parada Vi -tal. Segundo o presidente do Ins ti tu to,Ismael Caetano, o objetivo do Use Bike

é incentivar a utilização do transpor tealternativo e oferecer novas op çõ esque melhorem a mobilidade ur ba na.

Hoje, o projeto conta com 22 bici-cle tários, sendo que 21 estão na ci da -de de São Paulo. “Já existe um bici-cle tário instalado no terminal de ôni- bus EMTU, em Santo André”, ex pli -ca Caetano. Segundo o presidente, háa intenção de expandir essa iniciativapa ra outras cidades da região doABC. “Para isso, o Instituto está embus ca de parcerias.”

Para o ciclista fazer um emprésti -mo, basta comparecer a um dos bici-cle tários do Instituto, portando umdo cumento com foto, CPF, compro-van te de residência e um cartão decré dito para realizar o cadastro e apré -autorização. O cliente receberátam bém um capacete e um cadeado,po dendo ser devolvidos em outros bi -ci cletários do sistema. Já para estacio -nar a bicicleta, basta documento comfo to e CPF. O ciclista já deve trazercorrente e cadeado próprios.

AUMENTO DE 11% ENTRE

USUÁRIOS DOS BICICLETÁRIOS

Uma pesquisa realizada em 2011pelo Instituto Parada Vital revela quehou ve um aumento de 11% no nú -mero de usuários dos bicicletários,em comparação com o mesmo pe río -do de 2010. “Creio que as pessoas es -tão um pouco mais conscientesquanto ao uso de meios de transportelimpos por conta dos efeitos dasmudanças cli máticas”, diz Caetano.

Para Luci Praun, coordenadorado curso de Ciências Sociais na Uni -

ver sidade Metodista de São Paulo, asmetrópoles pre cisam estar mais pre-paradas para o uso da bicicleta. “Ascidades estão or ganizadas para o usodo au to mó vel. Fala-se muito emtransportes al ter nativos, mas é neces-sário um es pa ço físico reservado paraeles, como as ci clovias. É possível verpequenas inicia tivas, mas estãoaquém da necessi dade do cidadão”,diz. Ismael Cae ta no concorda, “essaé uma tendência mundial. Aqui emSão Paulo per ce bemos uma grandediscussão sobre a mobilidade, in cluin -do nessa pauta o pedestre, vias de trá-

fe go calmo, trans porte público maisefi ciente e a ado ção da bicicleta comomeio de trans porte.”

Além de ajudar a diminuir a po -lui ç ão do meio-ambiente e a reduziro trânsito na cidade, esse tipo de prá- ti ca ainda oferece benefícios ao ci clis -ta. “O ciclismo, como outros es por- tes, torna a pessoa mais disposta e debom humor. Estes benefícios estão re -la cionados ao efeito da atividade fí si -ca em estimular a produção de hor-mô nios que promovem a sensação depra zer e bem-estar”, diz o professorde Educação Física da Universidade

Me todista de São Paulo, Denis Fos -chini. Para ele, a prática ainda podemelhorar o de sem penho no trabalho.

Ismael Caetano acredita que essaprá tica é um exercício de cidadania.“O apoio da iniciativa privada parapro jetos como o nosso reflete a preo-cupação das empresas com o futuroda cidade onde se encontram. Creioque hoje já não há mais como dei-xarmos de pensar em novas formasde lo comoção, em especial em cidadesdo porte de São Paulo. Felizmente, ca -da vez mais empresas estão se aten dosobre a importância disso”, finali za.

Projeto Use Bike incentiva as pessoas a pedalarem como um meio de transporte cidadão

Vá de bicicleta

Nilton Santana

A bicicleta pode sim ser utilizada como meio de transporte alternativo nas grandes cidades