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1 revista espalharte - 1 edição
2 revista espalharte - 1 edição
. . EspalhArteEd
itoria
l
Capa
A arte da capa desta edição da re-
vista EspalhArte foi desenvolvida pelo es-
túdio Colletivo.
Elaboramos uma completa entre-
vista sobre o mundo da ilustração com
a Vanessa Queiroz e David Bergamasco,
ambos sócios do estúdio Colletivo. Eles
comentam sobre experiências, merca-
do, inspirações e dão dicas de ilustração.
A revista EspalhArte A revista EspalhArte nasceu da ide-
alização de dois amigos que adoram vári-
os tipos de arte, desenho, pintura, músi-
ca, fotografia, e tudo o que os tiram do
chão. O objetivo é fazer com que a revis-
ta seja um espaço voltado para os artistas
de diversas áreas e esses possam expor
suas artes, suas idéias e contarem suas ex-
periências nesse imenso mundo da arte.
Nessa primeira edição falaremos
sobre a área de ilustração, com entrevis-
tas, portfólios e matérias sobre o assunto.
Nosso portfólio concentra talen-
tos, desde iniciantes a profissionais, com
estilos totalmente diferentes uns dos ou-
tros, mostrando a beleza em cada um
dos traços. A idéia é mostrar ao público o
quão legal é essa diversidade e incentivar
cada vez mais as pessoas a desenharem
e mostrarem seus talentos. Queremos tra-
zer inspirações para que seus sonhos e
imaginações saiam da cabeça e vão para
o papel.
É um grande prazer apresentar
a revista EspalhArte para você! Seja
bem-vindo e tenha uma ótima leitura. ;-)
Equipe EspalhArte
3 revista espalharte - 1 edição
. . EspalhArteC
oncepção
Idealizadores Rafael Skiter
Diretor do estúdio Twomate
Revisor e editor da revista Espalharte
Formado em Design Gráfico
Vanessa Bizari
Diretora do estúdio Twomate
Revisora e editora da revista Espalharte
Formada em Publicidade
Colaboradores Lucianna Valente
Analista de Mídias Sociais da Liga
do Desporto
Colunista da revista Espalharte
Formada em Jornalismo
Wendel Neves Martins
Blogueiro
Colunista da revista Espalharte
Estudante de Publicidade e
Propaganda
4 revista espalharte - 1 edição
. . EspalhArteN
osso
esp
aço
Espalharte e você A Espalharte é uma revista tri-
mestral que disponibiliza um espaço
para a exposição de todo o tipo de
arte. Se você quer dividir o seu conhe-
cimento ou talento conosco, entre no
site e veja as especificações para parti-
cipar das novas edições. Você pode co-
laborar enviando seu portfólio, fotogra-
fias, dicas ou matérias relacionadas ao
tema central da edição.
Envie-nos um e-mail com seu ma-
terial e colabore!
Os artigos contidos nesta revista
são de assuntos variados e de teor infor-
mativo ou de entretenimento e não refle-
tem necessariamente a opinião da revista.
A revista Espalharte não tem fins
lucrativos, por isso, algumas das imagens
podem vir de fontes externas. Caso algu-
ma imagem pertença à você e deseja a
remoção da revista, favor entrar em con-
tato, que prontamente retiraremos.
Mande suas críticas ou sugestões
para a Espalharte:
Contatos:
Siga-nos nas redes sociais
www.twomate.com.br/espalharte
facebook.com/espalharte
@espalharte
5 revista espalharte - 1 edição
. . EspalhArte
6 revista espalharte - 1 edição
. . EspalhArteS
umár
io
Beijaço no Laerte
Matéria sobre o cartunista
Laerte da Folha de SP, que
achou uma forma super di-
vertida de protestar.
Portfólio
Os variados talentos de ilus-
tradores iniciantes e pro-
físsionais, mostrando os
seus variados estilos e a
beleza em cada traço.
Homenagem
Thon Salmeron Santoniero é
artista, ilustrador, professor
universitário e o nosso ho-
menageado dessa edição.
Entrevista
Entrevistamos o pessoal do
estúdio Colletivo, que co-
mentaram sobre experiên-
cias, mercado, inspirações
e deram dicas de ilustração.
Arte sem limites
Matéria sobre Street Art.
Artistas retratam em forma
de ilustração, o dia a dia da
sociedade com criatividade
e bom humor.
Mãos na massa
Veja o trabalho do artista
Rafael Lucena, que trans-
forma seus desenhos em
escultura.
5808 10
8664 78
7 revista espalharte - 1 edição
. . EspalhArte
8 revista espalharte - 1 edição
. . Beijaço no LaerteM
anife
staç
ão
Manifeste-se sempre, mas com amor!Manifestação de Laerte já rendeu mais de 3000 ilustrações
Por Wendel Neves Martins
Várias versões do Beijaço no Laerte
Se você curte ilustrações ou de-
senha mesmo que por diversão e,
além disso, segue as redes sociais, pos-
sivelmente já deve conhecer a página
“Beijaço no Laerte”, onde várias pes-
soas podem publicar seu beijo no cartunis-
ta Laerte Coutinho da Folha de São Pau-
lo.
A idéia começou no dia 25 de abril
quando os cartunistas da Folha protes-
taram contra a atuação de Marco Felici-
ano como presidente da comissão de direi-
tos humanos na Câmara. Laerte se au-
torretratou em sua nova fase “mulher” e
se ilustrou beijando os outros cartunistas.
Vendo isso, Evandro Alves (ilustrador da
Mad) acrescentou seu beijo e o publicou,
esta foi a deixa para que vários cartunistas
9 revista espalharte - 1 edição
. . Beijaço no Laertefizessem o mesmo.
A página no Facebook, criada por
Ivan Mola e Adriano Batista, já rendeu
mais de 3.000 ilustrações e beijos. Ivan
diz que é muito fã das ilustrações do car-
tunista e ainda mais dessa coragem que
Laerte tem de se libertar dos conceitos im-
postos pela sociedade. A página que no
primeiro dia fechou com 4.400 likes, tem
hoje mais de 13.000 likes, e confirmam os
autores que já chegaram a receber 700
imagens por dia.
Ivan contou que, com o grande
sucesso, procurou Laerte no primeiro dia
já curioso para saber o que o cartunista
havia achado de sua criação e por ter
disponibilizado a página para qualquer
ação ou protesto que ele quisesse re-
alizar. Laerte apenas agradeceu o carinho
e disse adorar toda esta mobilização.
Pra você participar é muito fácil,
basta entrar na página www.face-
book.com/beijaconolaerte, baixar
a ilustração inicial de Larte e desenhar
como bem entender como seria seu bei-
jo. Vale ilustração, montagem, beijo triplo,
selinho e etc. A criatividade é de sua es-
colha.
Agora se você conhece e gosta da
página, mas não sabe desenhar, não pre-
cisa se preocupar, afinal, pensando nisso,
os criadores da página disponibilizaram
um aplicativo com a ajuda do programa-
dor Mauker Olímpio. Instale o aplicativo e
ligue sua webcam para dar o seu beijaço
no Laerte.
*Essa matéria é de teor totalmente informativo e não reflete a opinião da revista.
10 revista espalharte - 1 edição
. . PortfólioEd
imils
on C
osta
eventos. Atualmente, cursa publicidade e propaganda pela Uninove e se inspira cada dia
mais bebendo das mais variadas fontes, buscando melhorias contínuas.
Bohemia Pirofagia: Representação de valor pessoal, Sac é um personagem próprio
para projeto em eterno andamento.
Pinóquio HC: Ilustração feita a mão, pintada no Photoshop. Parte de projeto em anda-
mento, onde o clássico infantil é reescrito e adaptado para a atualidade.
Ceifador: Ilustração feita a mão, tratada com texturas. Parte de infográfico de perso-
nagem para jogo.
ContatoFacebook: Edirox Design
[email protected] | www.ediroxdesign.com
+55 (11) 9 6445 9652
Foi colocado ainda bebê em uma nave como a última es-
perança de...mentira.
Nascido em abril de 89, rabiscava inconscientemente todo
papel que encontrava até dar aos rabiscos a forma do que
via na TV e tirinhas de jornais. Cresceu regado a Maurício
de Souza, desenhos inocentes da TV Cultura, torcia pro
seu signo em Cavaleiros do Zodíaco, chorou quando Mu-
fasa morreu e também ajudou o Goku a fazer a Genki
Dama. Encontrou inspiração nas animações do Estúdio
Pixar e Ghibli, filmes de Tim Burton e com o tempo nos
trabalhos de Neil Gaiman, Dave Mackean e Allan Moore.
Se especializou em design gráfico em 2010 pelo Centro
Paula Souza, trabalhou como freelancer para gráficas e
estamparias, e fez identidade visual de estabelecimentos e
11 revista espalharte - 1 edição
. . Portfólio
Bohemia Pirofagia
12 revista espalharte - 1 edição
Pinóquio HC
13 revista espalharte - 1 edição
Ceifador
14 revista espalharte - 1 edição
. . PortfólioEd
die
Gom
ez
Liberdade: Desenhado a lápis, nanquim, tinta ecoline e finalizado no Photoshop
Underwater Love: Desenhado a lápis, nanquim e finalizado no Photoshop
House of Cards: Desenhado a lápis, nanquim e finalizado no Photoshop
ContatoFacebook: eddie.gomez
Portfólio: www.flickr.com/photos/eddie_gomez/
Eddie Gomez desenha, faz música, cinema e escreve.
Mas só desenhando é que consegue atingir um nível
minimamente publicável.
Gosta de ilustrações, quadrinhos, design, moda, música,
sétima arte e filosofia de boteco.
Seu trabalho não tem nada de técnica mirabolante. É a
escola de ilustração. Esboçar com lápis, arte finalizar com
nanquim, e pintar, no caso dessas (menos a Liberdade,
que tem tinta ecoline ao fundo) no computador usando
o Photoshop.
15 revista espalharte - 1 edição
. . Portfólio
Liberdade
16 revista espalharte - 1 ediçãoUnderwater Love
17 revista espalharte - 1 edição
18 revista espalharte - 1 ediçãoHouse of Cards
19 revista espalharte - 1 edição
. . PortfólioK
azé Carvalho
que foram exibidos e premiados em festivais pelo Brasil à fora, nunca deixando de lado
sua produção como ilustrador, pois, a arte sempre permeou seu trabalho como profis-
sional. Por não ter cursado uma escola de desenho ou pintura clássica, o artista se de-
fine como um experimentador de suportes, texturas, formas e sensações, pois, muitas de
suas obras são frutos de sonhos traduzidos em ilustrações, roteiros, pinturas entre outras
formas. Como bem se define, Kazé Carvalho é um “artista multifacetado” que ainda não
encontrou o limite do suporte para traduzir todas suas percepções do mundo.
Miracle: lápis de cor, pitt artist pen, grafite 0.5 sobre papel sulfite, formato 21X30cm, ano
de 2013.
Espada e Guerreiro: grafite, lápis de cor e nanquim sobre papel canson, formato
21X30cm, ano de 2013.
Dois crânios (dark): pincel pilot sobre canson, formato 21X30cm, ano de 2012.
ContatoFacebook: kaze.carvalho | Twitter: kazecarvalho | [email protected]
+55 (11) 98518-3544
Instagram. kazecarvalho | Youtube. youtube.com/KAZECARVALHO
Nascido em 1982 em Varginha, interior de Minas Gerais.
Graduou-se em Publicidade e Propaganda em 2005 pela
UNIS-MG. Em 2009 fez mestrado e atualmente cursa
doutorado dentro da linha de pesquisa voltada aos pro-
cessos criativos cinematográficos no curso de Multimeios
no instituto de artes da UNICAMP. Reside no centro de
São Paulo e trabalha como Professor nos centros univer-
sitários SENAC(Santo Amaro) e Belas Artes (Vila Mariana).
Iniciou a carreira como chargista, e em meio a outras
experiências e oportunidades começou a fazer curta-
metragem. Produziu cerca de 20 curtas independentes
20 revista espalharte - 1 ediçãoMiracle
21 revista espalharte - 1 edição
22 revista espalharte - 1 ediçãoEspada e Guerreiro
23 revista espalharte - 1 ediçãoDois Crânios (Dark)
24 revista espalharte - 1 edição
. . PortfólioLe
andr
o G
Gan
th
em um estilo, que é “Ilustração para público infantil”. Sim, adoro crianças e vou seguir esse
caminho!
Mula total em Photoshop e afins, ainda não sei usar tal ferramenta e seus derivados, mas
ainda este ano, quero fazer meus tão sonhados cursos.
Nunca trabalhei na área de design, nem cheguei perto disso, mas já fiz algo parecido por
hobbie, como desenvolver o logo da empresa de um amigo.
Talvez um dia escreva um livro infantil e ilustre-o, mesmo que só o meu sobrinho leia e
goste! (Risos)
The Milk Brothers: Feito a lápis e tratado no Photoshop.
Indo para a cama: Feito a lápis e tratado no Photoshop.
Cthulhu: Feito a lápis e tratado no Photoshop.
ContatoFacebook: leandrogganth
+55 (11) 9 8305-2506
Gigante desde que nasci, fui o maior em tamanho, em
tudo, desde a maternidade. Paulistano de 25 anos, co-
mecei a gostar de desenhos e HQ’s a partir do dia que
minha mãe me comprou uma revistinha da Turma da
Mônica. Um pouco mais tarde, comecei a criar minha
própria história em quadrinhos, influenciado pelo meu
primo Julio, que desenha fantasticamente bem e nunca
fez uma aula para isso. Por causa de trabalho, acabei me
afastando do desenho por um tempo, até entrar na facul-
dade, onde despertei a vontade de desenhar novamente.
Depois de alguns rabiscos, certo dia vi meu sobrinho de 2
anos olhando meus desenhos, então decidi que iria focar
25 revista espalharte - 1 edição
. . Portfólio
The Milk Brothers
26 revista espalharte - 1 ediçãoIndo para a cama
27 revista espalharte - 1 edição
Cthulhu
28 revista espalharte - 1 edição
. . PortfólioLu
cas
Gal
ano
Preguiça: Esse desenho é até uma história meio engraçada. Quando eu era
mais novo não tinha muito dinheiro para comprar presentes para as namo-
radinhas. Então, sempre dava um desenho de presente. Esta prática me deixou com
um pouco de facilidade em desenhar mulheres. Esta é uma imagem que criei na
cabeça mesmo, de uma mulher acordando depois de um cochilo, bem relaxada.
Love Gun: O desenho é uma clara e merecida homenagem ao Kiss. Eu aprendi mui-
to copiando todas as capas dos álbuns clássicos e este álbum (Love gun) é o meu fa-
vorito no quesito capa. Foi daí que aprendi a desenhar melhor as formas femininas.
Cão Noel: Esse desenho fiz quando vi uma propaganda de um cachorro vestido de
papai noel na tv e decidi desenhar. Como na maioria dos meus desenhos, do começo ao
fim usei o mesmo lápis, sempre usando os espaços negativos para dar forma ao desenho. ContatoFacebook: lucas.elias.galano
Sou Lucas Galano, nascido e criado na zona Leste de
São Paulo, tenho 22 anos. Comecei a desenhar muito
pequeno, com uns cinco anos já desenhava o que via na
Tv. O desenho pra mim sempre foi um triunfo, quando
queria presentear meu pai ou minha mãe , eu desenhava,
e foi indo assim. Aos poucos fui aprendendo a desenhar
sozinho, desenvolvendo conceito de sombra e luz e crian-
do o meu estilo.
29 revista espalharte - 1 edição
. . Portfólio
Preguiça
30 revista espalharte - 1 ediçãoLove Gun
31 revista espalharte - 1 ediçãoCão Noel
32 revista espalharte - 1 edição
. . PortfólioT
amir
is L
ima
ilustração Tamiris Lima. Técnicas e softwares: Papel, lápis e Illustrator.
A segunda ilustração foi desenvolvida junto com uma série de outras, para apoiar uma
campanha interna para a empresa Contém1g Make-up. A campanha em questão era
de “Boas Práticas” propondo 12 passos para higienização das mãos. Texto de Stephani
Sonsino, desenvolvimento e ilustração Tamiris Lima. Técnicas e softwares: Papel, lápis e
Illustrator
Velozes e Curiosos: Trabalho acadêmico desenvolvido para a Universidade São Ju-
das Tadeu. Esse trabalho contou com uma equipe de 5 pessoas que foram responsáveis
por desenvolver e adaptar o roteiro da história, criar personagens, seleção de quadros,
pesquisar técnicas de gravura e materiais e ilustrar uma revista estilo HQ que conta com
oito páginas. Fiquei com a parte de criação de personagens e ilustração com ajuda de
Mauricio Melo para os cenários e Michele Cruz nos desenhos. Equipe: Tamiria Lima, Ubi-
rajara Junior, Iara Martins, Michele Cruz e Mauricio Melo.
ContatoFacebook: tamirisslima
Portfólio: www.kawek.com.br/tataslima
Tamiris Lima, 22 anos, sou técnica em Design Gráfico e
atualmente curso o 3º ano de Desenho Industrial na Uni-
versidade São Judas Tadeu. Trabalho na Contém1g Make-
up, atuando com design gráfico e online.
Curto tratamento e composição de imagens, ilustração e
animação.
Projeto “Boas Práticas“
A primeira ilustração foi desenvolvida para a campanha in-
terna “Boas Práticas” para a empresa Contém1g Make-up,
que traz dicas para manter a segurança no ambiente de
fabricação. Texto de Stephani Sonsino, desenvolvimento e
33 revista espalharte - 1 edição
. . Portfólio
Boas Práticas 1
34 revista espalharte - 1 ediçãoBoas Práticas 2
35 revista espalharte - 1 ediçãoVelozes e Curiosos
36 revista espalharte - 1 edição
. . PortfólioR
icha
rd R
odrig
ues
Retrato: Depois de alguns dias desenhando, fui modificando meus desenhos. Formas
do rosto, boca, nariz e olhos, Até chegar a esse estilo.
Conhecendo o corpo: Estudo da estrutura do corpo. Criando o personagem.
Palhaço: Uma brincadeira para ver até onde eu posso ir com meu estilo
de ilustração cartoon.
ContatoPortfólio: www.richardrodrigues.com.br
+55 (11) 9 6256 4580
Sempre me aventurei nos desenhos. Meu avô, que tam-
bém desenha e muito, me incentivava a desenhar. Inde-
pendente do que fosse. Comecei com paisagens, depois
rostos e carros.
Hoje sou designer e depois de quase dois anos sem prati-
car, voltei a desenhar. Esses desenhos que apresento são
o que pratico agora. Algumas boas referências me ajuda-
ram.
37 revista espalharte - 1 edição
. . Portfólio
Retrato
38 revista espalharte - 1 ediçãoConhecendo o corpo
39 revista espalharte - 1 edição
40 revista espalharte - 1 edição
Palhaço
41 revista espalharte - 1 edição
. . PortfólioM
arcos Fallen
adoro desenhar (embora seja preguiçoso). Me tornei designer gráfico e aprofundei meus
conhecimentos em ilustração digital ao concluir o curso de “Técnico em comunicação
visual‘’ pela Etec de Vila Formosa. Pretendo fazer um curso superior na área de design,
ilustração ou games, pois o mercado é concorrido e exige uma busca continua por conhe-
cimento e algo que diferencie e destaque o nosso trabalho.
Fallen: Fallen é um dos álbuns do Evanescence, Amy Lee é a musa inspiradora desta arte.
Feito a mão livre escaneado e finalizado no Corel Draw X5.
Geek Girl: Um rosto desconhecido me inspirou, o qual nunca tinha visto antes. Um ros-
to de uma rede social. Uma garota com estilo, rockeira, uma geek girl.
M-GT/ Marcos GT: Adoro muito carros, fórmula indy, fórmula 1 e super esportivos sem-
pre são inspiradores. Nesse me inspirei em alguns modelos de lamborguine, ferrari, entre
outros, mas especialmente o lexus dirigido pelo ator Tom Cruise no filme “Minority report’’
de onde veio a inspiração para a arte o “M-Gt”.
ContatoFacebook: Marcos Fallen
Nasci em 25/12/1985 Itagibá - Bahia. Aos 6 me mudei pra
sampa. Aos 7 anos já estava rabiscando meu manga fa-
vorito: ”Os cavaleiros do zodíaco”. Aos 14 participei e ga-
nhei o concurso de desenho ”Segurança no trânsito é coi-
sa de campeão” (outubro de 1999) em comemoração à
semana Ayrton Senna de educação (Secretaria Municipal
de educação). Um fato curioso é que sonhei com o de-
senho e quando terminei lembrei que já tinha o visto no
sonho. No ano seguinte participei do concurso “Outros
500 do Brasil’’ (Secretaria Municipal de educação), no qual
fiquei na segunda colocação.
O desenho é um dom que o Criador me proporcionou e
42 revista espalharte - 1 edição
Fallen
43 revista espalharte - 1 edição
Geek Girl
44 revista espalharte - 1 edição
M-GT/ Marcos GT
45 revista espalharte - 1 edição
46 revista espalharte - 1 edição
. . PortfólioT
hiag
o Em
idio
faculdade em que eu estudava e acredito ser uma das primeiras edições que foram fei-
tas no Brasil. Durante a leitura, encontrei não apenas o texto, e sim ilustrações feitas por
Gustave Doré, e o cara é muito bom, pois trabalhava com litogravuras, que foi uma ins-
piração para as ilustrações. Não se aproximam quase nada do trabalho dele, mas foi o
que me motivou a fazê-las. A ilustração do canário foi feita em um dos meus moleskines
e depois vetorizada, recebendo esse acabamento. Um resultado final que gostei, mas
ainda prefiro lápis e papel.
ContatoFacebook: thi4go
Portfólio: www.flickr.com/t4gmind | cargocollective.com/thi4go
Bom, meu nome é Thiago, mas sempre assino Thi4go
nos meus e-mails e em tudo que faço. Gosto de rabis-
car desde pequeno por influência dos meus pais que
desenhavam na infância, fazendo eu tomar gosto pela
coisa. Hoje trabalho como diretor de arte em uma agên-
cia de publicidade, e quando dá tempo faço alguns de-
senhos (o que eu gostaria muito que fosse o contrário).
Aqui vão algumas ilustras que fiz, mas são experimentais.
Dois desses trabalhos comecei a fazer enquanto eu lia
Dom Quixote de La Mancha, escrito por Miguel de Cer-
vantes. O livro especificamente que eu li, foi retirado da
47 revista espalharte - 1 edição
. . Portfólio
Action
48 revista espalharte - 1 ediçãoLiberdade
49 revista espalharte - 1 edição
50 revista espalharte - 1 ediçãoHey pretty bird
51 revista espalharte - 1 edição
52 revista espalharte - 1 edição
. . PortfólioR
afae
l Ski
ter
outros segmentos do design, permanecendo por 3 anos. Durante este tempo, fiz um
curso de design gráfico pela escola Panamericana de Artes, e desenvolvi alguns tra-
balhos freelancer em paralelo. Atualmente tenho um estúdio, junto com minha irmã,
chamado TwoMate, e estou voltando a treinar a parte de ilustração. Sempre quan-
do desenho, acabo pendendo para um traço mais infantil e colorido, pois é uma coi-
sa que gosto e, embora tenho muito a evoluir, creio que estou no caminho certo!
Devaneios: O mundo da imaginação através dos livros. Desenhado a mão, finalizado
com mesa digital e Photoshop.
La mezcla: Ilustra para blog de uma professora de espanhol e russo. Feito a mão e
vetorizado no illustrator. Colorizado no Photoshop.
Cidade projeto Reborn: Representação de cenário para projeto de game. Monta-
gem com fotos e finalização com ilustração no photoshop.
ContatoFacebook: rafaskiter
[email protected] | www.twomate.com.br
+55 (11) 9 4884-7312
Paulistano, 22 anos. Gosto de desenhos desde cedo, por
influência de um primo que despertou muito interesse
em poder reproduzir meus personagens favoritos de de-
senho animado. Em busca de conhecimento, ingressei
em uma escola do estado e me formei em técnico em
comunicação visual. Aplicando o que sabia, desenvolvi
na fábrica onde trabalhava um projeto gráfico que me-
lhorou a produção e reduziu o tempo gasto para pro-
duzir os produtos. Com a idéia funcionando, percebi
que estava no lugar errado pois queria fazer coisas re-
lacionadas a design. Então iniciei em uma agência mais
focada em Web Design, no qual aprendi a programar e
53 revista espalharte - 1 edição
. . Portfólio
Devaneios
54 revista espalharte - 1 ediçãoLa mezcla
55 revista espalharte - 1 edição
56 revista espalharte - 1 ediçãoCidade projeto Reborn
57 revista espalharte - 1 edição
58 revista espalharte - 1 edição
. . HomenagemIn
spira
ção
O poder nas mãos de um professor
Artistas: Os Gêmeos - Brasil
A revista EspalhArte traz nesta
edição, uma homenagem especial para
o queridíssimo desenhista, ilustrador e
professor universitário de comunicação
visual, Thon Salmeron Santoniero.
Doutor em Design Digital pelo In-
ternational College of Courses EUA, pós-
graduado pela USP e graduado pelas Be-
las Artes de São Paulo.
Além de todas as outras quali-
dades, Thon tem uma em específico que
faz toda a diferença no mundo em que
vivemos, que é a de ser um professor.
Mas aí você me questiona: “Desde quan-
do ser professor é uma qualidade?”, pois,
eu digo que sim, porque não são todos
os professores que tem o dom do ensino.
Uma coisa é você saber do assunto que
59 revista espalharte - 1 edição
. . Homenagemse é estudado, e outra coisa é você real-
mente conseguir ensinar e se preocupar
com o aprendizado, a forma que o aluno
está aprendendo e além disso passar in-
formações que não fazem parte somente
do método de ensino do assunto em si.
Nos dando lições de vida, política, ética,
entre outros, e formando realmente ci-
dadãos melhores.
Assim é o professor Thon, que por
onde passa, ensina e deixa um pouco de
si e de seus pensamentos, defendendo
com amor os direitos dos alunos.
Como professor nos traz conhe-
cimento sobre artes, desenho e muito
mais, como ilustrador nos deixa embria-
gados com a beleza e inovação de seus
trabalhos, tendo um estilo bem particular
e totalmente diferenciado. Uma de suas
produções mais recentes são os quadros
da coleção “Pássaros”, que vem desen-
volvendo. Na coleção, seus traços têm
uma estrutura que dão movimento e vida
ao desenho, passa uma emoção por uti-
lizar uma técnica tão realista mesmo sen-
do apenas rabiscos, dando a impressão
de que o desenho tem vida própria. Algo
que de tão simples se torna um espetá-
culo aos olhos, totalmente expressivo.
Apesar das técnicas usadas digitalmente
é nítido a presença da forma mais pura
do desenho, como se o sketch fosse o
próprio trabalho final. Caso queira ad-
quirir um dos quadros, entre em contato
pelo e-mail: [email protected] e
garanta o seu!
60 revista espalharte - 1 edição
. . HomenagemIn
spira
ção
Um verdadeiro mestre, sempre amigo e dedicado! Me sinto muito sortuda de
ter tido o prazer de conhecer alguém assim. Apesar de ser bastante crítico, nos apoiou
e ajudou em todos os momentos, tendo em vista sempre a melhora e o crescimento do
aluno. Além de seu maravilhoso talento e conhecimento em artes que nos surpreende
até hoje. Aprendi muito e agradeço pelo apoio e força que sempre nos deu. Thon, você
é uma referência e um grande mestre para todos nós.
Vanessa Bizari
Depoimentos
““
O Thon não era apenas um professor em sala de aula, ele também se apresenta
como um amigo desde o primeiro dia. Isso nos dava confiança e a aula era mais livre.
Lembro que ele ligava o som algumas vezes enquanto nós fazíamos alguns trabalhos e
isso fazia com que eu me sentisse em casa. Sua forma de explicar as coisas era simples e
objetiva, e ele dava o apoio que precisasse, tanto em assuntos acadêmicos quanto em
questões de vida. Um grande professor tanto em questões de arte e ilustração, quanto
em questões do cotidiano.
Parece que conforme os anos passam algumas coisas ficam claras, como a
grande diferença entre os professores que nos ensinam e os mestres que são capazes
de ensinar e mudar nossa direção de vida para sempre. Esse é o maior sentido que pos-
so encontrar para o Thon, sempre jovem, motivador e dinâmico como todo verdadeiro
mestre, um verdadeiro amigo, um grande artista e uma pessoa extraordinária.
“
““
“
Rafael Skiter
Fagner Elydio
61 revista espalharte - 1 edição
. . Homenagem
62 revista espalharte - 1 edição
63 revista espalharte - 1 edição
64 revista espalharte - 1 edição
. . EntrevistaE
stúd
io C
olle
tivo
Bate papo com estúdio Colletivo
Galera do estúdio Colletivo e revista Espalharte
Sentamos para uma entrevista
com a galera do estúdio Colletivo,
que na verdade foi um delicioso bate
papo descontraído e contamos com
quatro cachorros lindos correndo e brin-
cando ao nosso redor para participar e
alegrar nossa entrevista! Conversamos
com a Vanessa Queiroz e o David
Bergamasco que são sócios do estú-
dio Colletivo, juntamente com Marcelo
Roncatti e Fábio Couto. Os quatro
se conheceram na faculdade Anhembi
Morumbi e perceberam uma afinidade
de gostos e vontades. Então, decidiram
se juntar e fundar o estúdio. Acharam
uma sala pequena e investiram R$700,00
para começar. Hoje são um dos maiores
estúdios de design do país com trabalhos
realizados para o Itaú, Pepsi, Havaianas,
MTV, entre outros... Vanessa e David co-
mentam sobre experiências, mercado,
inspirações e dicas de ilustração.
65 revista espalharte - 1 edição
. . EntrevistaConte-nos sobre o estúdio e sobre
a parte de ilustração.
Vanessa: O estúdio tem dez anos e ele
começou com a parte de ilustração. Um
dos sócios, o David, era ilustrador e tra-
balhava na Cavalera fazendo a parte de
estamparia e tag. Ele ilustra desde criança
e nunca parou de desenhar. Gosta de
quadrinhos, de mangá, de televisão, de
filme e cinema, então isso foi natural e
introduzir a ilustração dentro de um dos
serviços do estúdio foi natural também.
Mas hoje em dia todos do estúdio
ilustram também?
Vanessa: Não, aqui não existe isso!
Eu acho que ou você tem o dom ou
não. O David tem uma teoria que se
você se esforçar você vai aprender.
Você pode até desenvolver uma técni-
ca, mas fica claro que quando a pes-
soa já tem o dom, ela vai desenvol-
ver numa velocidade muito mais rápi-
da do que aquele que fica tentando.
Acho que cada pessoa tem uma habili-
dade. É legal fazer um curso de anatomia,
pois antes de você deformar, você preci-
sa saber formar. Acho que isso faz toda
a diferença para quem está aprendendo.
Você acredita que cada um tem
um traço ou pode ter vários?
Vanessa: Eu acho que cada um tem
um traço que gosta mais de desenvolver
ou que tem mais facilidade, mas quando
você trabalha com ilustração para comer-
cial, você tem que ser generalista, porque
senão você não consegue o trabalho.
Não é toda campanha que você vai po-
der fazer um tipo cartunesco, entendeu?
Não é assim que funciona. Ou você vai
ser chamado só pra fazer aquilo...
Pôster do estúdio Colletivo
66 revista espalharte - 1 edição
Existe uma grande diferença entre ilustra-
dor e artista plástico. Tem um ilustrador
que é muito amigo nosso que é o João
Ruas. Ele faz muita capa de quadrinho e
tem um trabalho incrível, e ele tem um
estilo próprio exposto no mundo inteiro.
Agora aqui no estúdio não pode ter um
estilo só.
Aonde vocês buscam inspirações
para as ilustrações? Vimos que
vocês fazem pôsteres pro estúdio
também.
Vanessa: Sempre acabamos desen-
volvendo um tipo de pôster pra alguma
palestra e acabamos usando uma técnica
diferente. Até por uma questão de criati-
vidade e para explorar alguma coisa.
David: Fazemos pesquisas dependendo
do que vai ser o estilo da ilustração, Te-
mos nossas influências particulares, mas
pesquisamos para cada cliente conforme
a necessidade dele. Tem clientes que já
acatam as nossas propostas, com nosso
estilo mais particular e nossas influências.
O colorido é legal, então o estúdio tem
essa tendência. Gostamos muito dos
anos 60 e 70, e eu gosto muito de cine-
ma, de música e de game. A galera aqui
do estúdio é um pouco nerd.
Vanessa: Não é abrir o software e fi-
car esperando vir a inspiração, que
isso não existe. O computador é uma
ferramenta que as vezes pode atrapa-
lhar. Depois que decidiu o que vai fa-
zer, você vai pensar se utiliza o Corel, o
Ilustrator ou o Photoshop.
Qual a finalidade de criar posters
para o estúdio?
David: Na verdade embutimos eles em
alguns propósitos... Ou é uma festa, ou
para uma palestra...
Vanessa: Nós gostamos por dois moti-
vos: alguns ficam aqui pra nós e nós le-
vamos, por exemplo, na Metodista para
distribuir porque gostamos que os alunos
que assistiram a palestra tenham algu-
ma coisa nossa quando forem embora.
E também hoje em dia estamos venden-
do algumas artes pela internet e a idéia
realmente é produzir coisas que achamos
bacana.
Vocês ilustram direto com tablets
ou começam na folha?
David: Na Cintiq, como o gesto é o mes-
mo do papel, você abre um arquivo do
photoshop e esboça como se fosse uma
folha. Então, criamos muitas idéias e faze-
. . EntrevistaE
stúd
io C
olle
tivo
67 revista espalharte - 1 edição
mos versões reduzidas delas. Depois ve-
mos qual é mais legal. O processo inicial
tem que ser rápido e saber desenhar o
básico é importante pra você saber ex-
pressar a idéia do que você quer. Você
não precisa necessariamente ser um su-
per ilustrador, mas saber desenhar te aju-
da até a layoutar certas coisas, entendeu?
É muito mais rápido. Você consegue fo-
car mais na sua idéia e no briefing.
Vocês usam música para criar al-
guma coisa? Há uma trilha sonora
quando vocês estão desenvolven-
do?
David: Ah acho que cada um tem seu
gosto musical bem fechado.
Vanessa: É, aliás, o fone aqui é até
obrigatório, porque os gostos são muito
diferentes.
David: Mas o pessoal troca informação
de música. Todo mundo fica numa linha
mais de rock, rap e música eletrônica.
Vanessa: Ninguém ouve sertanejo,
por exemplo, é muito difícil naquela sala
de criação ter sertanejo ou pagode. Se
é música brasileira, é de um cara que
gravou um disco só e ninguém conhece.
David: Alguns aqui tem banda também.
Espalharte: É engraçado como a arte
junta estes interesses. A maioria das pes-
soas que conversamos que é artista, toca,
canta, pinta, desenha...
David: Eu sou focado... o meu outro
lado tem a ver com desenho também,
que é história em quadrinhos.
Espalharte: Videogame também é
uma coisa que sempre entra...
Vanessa: Um monte de marman-
jo quase passando dos trinta, jogando
videogame até hoje!
David: Mas a gente gosta de desenvol-
ver games. Estamos começando a desen-
volver agora também.
Quadro com pôster do estúdio Colletivo
. . Entrevista
68 revista espalharte - 1 edição
69 revista espalharte - 1 edição
70 revista espalharte - 1 edição
Falando sobre projetos, como é o
processo para ilustrar as artes do
site do Itaú?
Vanessa: Ahh! isso é um prêmio do
David, ele que pode dizer pra vocês!
David: Isso é interessante, porque temos
uma liberdade de criação e ao mesmo
tempo precisamos focar o nosso briefing
com eles. Atualmente tem sempre um
feriado que vamos prestar uma homena-
gem, então precisamos fazer uma coisa
humana. Por isso ilustramos, é uma coisa
super humana. O nosso processo nor-
malmente é apresentar três idéias, uma
sequência de influência de traço e de
épocas diferentes, onde podemos mis-
turar e tentar criar algum estilo novo ou
alguma coisa que vire particular. Tem
uma exposição legal em mídias sociais,
mais do que campanhas, porque é uma
coisa que não é tão repetitiva e que tem
um toque totalmente humano, mas no
final acabamos sendo mais diluídos den-
tro do sequencial, pois acabamos caindo
em algumas datas especiais, porque vári-
os setores do Itaú precisam usar aquela
entrada para anunciar os produtos deles.
Inicialmente eles não queriam, mas acho
que é necessário vender um produto
também, então é complicado pra eles e
dividimos o espaço junto com isso.
Vanessa: E é muito bacana uma institu-
ição financeira abrir um espaço daquele
tamanho pra simplesmente comunicar a
chegada do inverno. Isso aproxima o cli-
ente. Não tem cliente que veja isso com
maus olhos! Todos acham isso lindo e
compartilham no facebook as ilustrações.
Então criamos uma força de marca muito
maior do que o cara colocar pra vender
um seguro saúde mulher, entendeu?
E quanto a ilustração Biocombus-
tível da GE?
Vanessa: Existe uma curadoria e nós, o
Rui Amaral e o Mulheres Barbadas fomos
os primeiros a serem chamados. A partir
daí tínhamos que desenvolver uma ilus-
tração baseada nos produtos da GE que
eles queriam, que era o biocombustível.
Tínhamos elementos pré definidos, por
exemplo, o trem de biocombustível que
foi introduzido na ilustração e na questão
de cores também. Mas colocando na
balança, você ter um trabalho seu num
prédio, no meio de São Paulo, é incrível.
E não podemos esquecer os créditos dos
dois grafiteiros que foram os caras que
reproduziram a ilustração naquele pré-
dio. Eles pintaram o prédio em 15 dias.
. . EntrevistaE
stúd
io C
olle
tivo
71 revista espalharte - 1 edição
David: O legal de trabalhar com esse
tipo de reprodução é que não ficamos
contidos, então o artista gráfico pode
ocupar o mesmo espaço que um artista
de rua, e vice e versa. Acontece essa troca
e fazemos também, mas não tão grande,
normalmente fazemos até 17 metros.
Vanessa: Pintamos a Neogama, que
é uma agência aqui de São Paulo.
É, vimos que vocês fazem bastan-
te desenhos em agências né?
Vanessa: Pois é, mas pra nós é até uma
coisa complicada, porque o prazo de exe-
cução é muito grande. Temos trabalhos
aqui e é a mesma equipe e não pode-
mos deixar que o David e a equipe de ilus-
tração fiquem quatro dias fora do estúdio
pintando uma parede. É diferente de um
cara que só faz isso. As condições as ve-
zes são precárias também. Pintamos um
bar em Curitiba que tinha um andaime
que ficava balançando. No dia seguinte
choveu e jorrou água no meio da pintura
e precisou retocar tudo.
Sobre os shapes que criaram para
a Agacê, vocês vão fazer mais?
Vanessa: Sim! Vai ter mais uma edição
de dois, porque deu muito certo e para
nós foi muito legal porque também é uma
coisa que os meninos sempre gostaram
de fazer. Por causa de uma referência
dos anos 80 e porque todos andaram de
skate quando eram mais novos.
Nós pedimos para a Agacê para desen-
volver os shapes, porque era um sonho
nosso desenvolver ilustração pra shape.
Ilustração realizada para o Itaú pelo estúdio Colletivo
. . Entrevista
72 revista espalharte - 1 edição
. . EntrevistaE
stúd
io C
olle
tivo com as vendas, porque a idéia não era
essa. Existe isso da gente, achamos impor-
tante pra você ter projetos legais. E tem
gente (que nem eu) que compra o shape
pra deixar de decoração em casa!
Tem algum projeto que vocês mais
curtiram fazer?
Vanessa: O shape foi um desses. Tam-
bém teve uma palestra que nós demos
na Argentina para 5 mil estudantes da
América Latina que foi muito emocio-
nante. A capa da Zupi foi legal porque
Então cada ilustrador, designer gráfico e
digital do estúdio, desenvolveu um shape
completamente diferente, com seu estilo.
David: Inclusive cada um assinou o seu.
E a resposta do público? Como foi?
Vanessa: As pessoas olham e falam: “ah
também gostaria de fazer um shape!”. E
isso é legal! Igual vocês com o sonho de
fazer uma revista, vocês estão indo atrás!
E com a gente também foi assim. Foi uma
parceria, eles lançaram uma linha com o
nosso nome, e nós não ganhamos nada
Ilustrações realizadas para a GE pelo estúdio Colletivo
73 revista espalharte - 1 edição
. . Entrevista
foi um trabalho feito com massinha de
modelar. Geralmente são os não comer-
ciais.
Trabalhar com o que gosta é gra-
tificante não é? Embora tenha a
parte burocrática, não são todos
que conseguem trabalhar com o
que curtem fazer.
David: Trabalhar com o que você gos-
ta também pode ser seu inferno astral,
é complicado. Escolher a profissão de
designer não é fácil, porque você com-
pete num mercado com pessoas que
não são especializadas. Da mesma forma
que gostamos de pegar clientes grandes,
também gostamos de clientes médios ou
apoiar causas menores. Mas temos que
saber equilibrar tudo isso, olhar pro lado
satisfatório, pro lado monetário e pro lado
pessoal.
David, quando você chega em
casa você desenha?
David: Sim, desenho fora do estúdio coi-
sas mais voltadas pra história em quadri-
Ilustrações em shapes realizadas para a Agacê pelo estúdio Colletivo
74 revista espalharte - 1 edição
nho, para as minhas referências que eu
gosto, que é ficção científica e filmes de
terror. É diferente do que faço pro mer-
cado, porque você tem que se preocupar
em inovar, com o cliente e outros fatores,
então não posso fazer algo muito artísti-
co. Existe como isso ser feito, mas aí você
acaba virando um artista mais particular,
e não um estúdio.
Quais os projetos de ilustração re-
centes?
Vanessa: Temos o do Itaú, também te-
mos um projeto da LG, para a DPZ que
era da Vivo. Ilustração fazemos todo dia!
David: Tivemos um trabalho de
lettering para a Vivo. Esse trabalho do
Itaú tem muita continuidade, fazemos
uns projetos do Itaú via agências.
Vanessa: Inclusive todo mundo achou
que aquele projeto 2D era 3D, você viu
no facebook? Nós fazemos muito isso,
e nós não temos ninguém que faça 3D
no estúdio. Quando temos um proje-
to que envolva 3D contratamos algum
parceiro. Nós somos muito procurados
por 2D! A África procurou o estúdio para
fazer o balanço anual do Itaú, que tinha
características de volume que dava essa
impressão de 3D.
David: Levou 5 dias para criar. Somos
uma equipe fazendo e a dificuldade é
direcionar todos pro mesmo estilo. É im-
portante ter uma pessoa liderando o pro-
jeto e finalizando, juntando o trabalho,
porque as pessoas acabam tendo um es-
tilo delas em particular e não dá pra ficar
querendo homogeneizar tudo. Mas aí,
no final alguém precisa juntar e homo-
geneizar o traço, e normalmente os pra-
zos de ilustração são sempre curtos. É um
trabalho manual e trabalhoso e envolve
menos pessoas do que um trabalho fo-
tográfico ou de outro tipo de profissão.
Eu coloco em um trabalho de ilustração
3 ou 4 pessoas para um projeto, porque
colocar mais não faz o projeto fluir tão
bem e acaba virando o Frankenstein.
Vanessa: Fizemos um trabalho assim,
no começo do estúdio para o filme do
NBA, e o David fez com o Grampá que é
um cartunista. Saíram 4 filmes.
David: Nós fizemos um traço em conjun-
to. Quando você faz em duplas ou trios
você consegue fazer cada um por partes
e depois juntar, por exemplo, eu desenho
os personagens e o outro cuida do fundo.
. . EntrevistaE
stúd
io C
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tivo
75 revista espalharte - 1 edição
Como está o mercado de ilus-
tração?
Vanessa: Ele é flutuante. Ele tem
fases, por exemplo, agora é a fase do
lettering. Teve a fase dos personagens, e
agora acabamos de sair da fase do 3D.
Então tudo depende da estética do mo-
mento e nós nunca paramos de trabalhar
com ilustração. O 2D está voltando ago-
ra. Já chegamos a ter uma fase bem fra-
ca, de ter um ou dois orçamentos em um
mês. Neste ponto é muito bom trabalhar-
mos nos outros segmentos do design,
pois eles não param.
David: As vezes você não está ilustran-
do para a publicidade, você está fazendo
um jogo ou promovendo um filme. O
trabalho para as corporações é mais lon-
go e definido e você tem um contrato. É
diferente de fornecer um trabalho que
você está concorrendo com pessoas que
são freelancers, é uma competição com-
plicada e as vezes o jogo não é muito
aberto com a gente, se precisam de um
estúdio ou de um freelancer.
Hoje tem bastante pessoas ilustrando do
que a 10 anos atrás. A internet ajudou
muito isso.
Ilustração realizada para o Itaú pelo estúdio Colletivo
. . Entrevista
76 revista espalharte - 1 edição
A ilustração vai e volta, e acaba sendo
uma coisa mais sazonal, mas que nun-
ca morre por ser ilimitada. Desde coisas
reais até coisas básicas ou geométricas.
A internet está fazendo a ilustração ter
um certo valor, pelo fato de uma ima-
gem ser compartilhada de uma maneira
tão rápida. Além de que é mais rápido de
ver, em relação a um vídeo. É importante
uma campanha se destacar, pra não ser
mais uma paisagem no mercado, para
não atingir somente o público alvo. Então
é uma coisa que está sendo mais viabili-
zada porque o custo é bem mais baixo
do que produzir um filme. E um filme
pode ter muito menos share do que uma
imagem, se esta imagem for muito forte,
que se comunique com as pessoas e que
façam elas gostarem.
Vanessa: Fizemos isso com um filme
chamado Gonzaga – de pai pra filho.
Cuidamos das redes sociais e desenvolve-
mos várias imagens sobre música ilustra-
da, como asa branca e outras músicas
dele. Isso virou um viralismo absurdo
por conta de ser um refrão que todos
conhecem e mais uma ilustração.
David: Você vai se frustrar muito dese-
nhando, ter muita critica, até você encon-
trar seu estilo. Basicamente, a ilustração é
uma cultura que precisa de muita infor-
mação pra se formar, e a internet ajudou
muito a ilustração no Brasil a se reformar.
Ela teve uns pontos fortes nos anos 70
e 80, nos anos 90 caiu bastante em ter-
mos de ser artística e mais promocional/
varejista, e ai ela volta a ser de novo nos
anos dois mil. Também há o fato de que,
infelizmente, a ilustração acaba sendo
solução de algumas campanhas porque
o cliente não tem um prazo bom ou uma
verba para produzir algo mais sofisticado.
Quando o trabalho é assim, não é muito
legal, porque estão tentando tapar um
buraco, e não era muito bem o que o
cliente queria.
“Tente ter uma educação acadêmi-ca de ilustração. Mas não fique preso nela.”
Alguma dica para o pessoal que
está começando a ilustrar?
David: Se você está no começo mesmo,
experimente, brinque e não fique com
um estilo muito quadrado. Tente soltar
. . EntrevistaE
stúd
io C
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tivo
77 revista espalharte - 1 edição
o traço o máximo que puder. Tente ter
uma educação acadêmica de ilustração
porque é interessante. Mas não fique pre-
so nela.
É fundamental pra trabalhar no mercado,
tentar estabelecer um estilo variado ou
poder se adequar melhor a estilos dife-
rentes. Saber olhar referências, mas não
apenas olhar, saber quem é e de onde
veio também é importante. É importante
ter suas referências particulares e não ter
preconceito.
Vanessa: Aproveitando o momen-
to, gente, não mandem portfólios só
de mangá! Tenham uma cabeça mais
aberta, não foquem só em um estilo!
“Você precisa ter muita cultura para ser um bom ilustra-dor. Não é só desenhar bem.”
David: Você precisa ter muita cultu-
ra para ser um bom ilustrador. Não é
só desenhar bem. Às vezes o que você
acha ruim, é bom pra vender um pro-
duto. Você precisa se adequar e ter a
sensibilidade de saber o que o cliente
pensa. Acho que todos devem procu-
rar o seu estilo particular e assinar o seu
nome, mas você trabalhar numa agência
e atender toda a demanda que tem, você
precisa realmente ser muito aberto, e o
acúmulo de conhecimento te traz isso.
Vanessa: Nunca pare de estudar e de
pegar novos conteúdos!
. . Entrevista
78 revista espalharte - 1 edição
. . Arte sem limitesEx
pres
são
Artistas retratam o dia a dia da sociedade com criatividade e bom humorContexto social, político, ambiental e surreal são temas das ilustrações dos grafiteiros
Por Lucianna Valente
Artistas: Os Gêmeos - Brasil
Arte Urbana ou Street Art é
uma forma de expressão que retrata ma-
nifestações artísticas em espaços públicos
e surgiu, inicialmente, associada aos pré-
urbanistas culturalistas como John Ruskin
ou William Morris e, em seguida, ao ur-
banismo culturalista de Camillo Sitte e
Ebenezer Howard. O termo culturalista
foi usado para identificar o refinamento
de determinados traços desenvolvidos
pelos urbanistas ao desenharem a cidade.
Além do Grafite, uma das formas de ma-
nifestação da Arte Urbana como estátuas
vivas, músicos, malabaristas, palhaços e
teatros também fazem parte desse movi-
mento. Lugares inesperados, debaixo de
pontes, em paredes sem acabamento
ou locais abandonados: não existe limite
79 revista espalharte - 1 edição
. . Arte sem limitespara a Street Art. Para esse movimento
cultural, que se desenvolve em espaços
públicos, o importante é ter criatividade e
coragem, afinal, algumas dessas artes são
desenvolvidas em áreas perigosas, como
grandes fachadas. O trabalho realizado
retrata o dia a dia com bom humor. Entre
os temas, estão o contexto social, político,
ambiental e surreal da nossa sociedade.
Introduzido no Brasil no final da
década de 1970, em São Paulo, o Grafite,
diferentemente da pichação, é uma
arte produzida por um artista, conheci-
do como grafiteiro, que pede permissão
para fazer uma “pintura” em algum lugar
e o faz, sabendo que poderá ser removi-
da posteriormente. Já o pichador se ma-
nifesta sem autorização em lugares públi-
cos ou não e, de preferência, em locais
de difícil acesso para dificultar a remoção,
com conteúdos, as vezes, ofensivos.
Apesar de estar presente, prioritari-
amente em espaços públicos, a Arte Urba-
na também alcançou museus e galerias.
Essa presença coloca questionamentos
sobre a visão marginal que a sociedade
ainda tem com o Grafite. De acordo com
Cedar Lewisohn, curador inglês da Tate
Modern de Londres (museu britânico de
arte moderna) e autor do livro Street Art:
The Graffiti Revolution, a street art tem a
ver com a interação do artista com os ha-
bitantes das cidades, com o público nas
ruas e com as massas. Já o grafite, propri-
amente dito, tem uma linguagem pecu-
liar, interna, secreta. Entre os grafiteiros, é
possível compreender essa expressão que
serve, também, de elo entre eles. Na street
art vê-se imagens, enquanto no grafite,
a presença de letras é mais expressiva.
Grafite também é coisa de menina O resultado final é o que mais im-
porta para Crica. Assim, assina a grafitei-
ra, designer e ilustradora, Cristiane
Monteiro de 29 anos. Aos 16 anos,
influenciada pelo namorado que tinha
a mesma idade que ela, começou a se
interessar por Grafite. “Ele desenhava le-
tras nos cadernos e me mostrava. Então,
comecei a achar aquilo interessante, e aí
começamos a ver revistas. Tinha muita
coisa de fora do Brasil e eu me identifi-
cava com as letras e me impressionava o
fato de ter trabalhos nas ruas em grande
escala, onde todos poderiam ver. Esse
primeiro contato foi o descobrimento”,
explica Crica.
80 revista espalharte - 1 edição
. . Arte sem limitesEx
pres
são
Artista: Crica
A escolha do local não é um dife-
rencial para ela. O que a preocupa é va-
lorizar cada local em que faz suas pinturas.
“Procuro lugares onde não foram pinta-
dos e idealizo como ficaria um desenho
meu ali”, avalia. Além de gostar de es-
paços grandes, como muros, ela também
se preocupa se há infiltração, alguma
calha onde possa escorrer água ou se a
pintura anterior está descascando. O de-
safio de pintar começou em 1999, quan-
do estava para terminar o ensino médio
e um colega de sala, que conhecia mui-
tos grafiteiros, chamou Crica para pintar
pela primeira vez “Me senti intimidada,
mas mesmo assim arrisquei. Desenhava
umas bruxas e assinava bruxas”, con-
ta ela. Em 2001, o trabalho foi levado a
sério com pinturas direto na rua, onde ela
conheceu pessoas diferentes, envolvidas
também com a arte e, a partir disso, pas-
sou a pensar em projetos sociais envol-
vendo grafite. Em seus trabalhos, Crica,
geralmente, usa spray e látex, e gosta de
improvisar algumas coisas, por exemplo,
detalhes com fita crepe, stancil, pincel pra
detalhes e acabamento.
A paixão pelo grafite cresceu e
Crica passou a estudar muito sobre os
variados estilos da arte, até desistir das
81 revista espalharte - 1 edição
. . Arte sem limites
letras e se identificar com o abstrato e
personagens. Foi quando começou a se
preocupar em definir um estilo próprio.
Em 2003, conheceu uma turma que
pintava perto de sua casa, no Embu das
Artes, e de repente, percebeu que tinha
muita gente pintando e, daí por diante,
começaram a sair sempre juntos para pin-
tar e é assim até hoje.
O Grafite requer alguns cuidados,
não só na escolha do lugar, mas, tam-
bém, se vai haver autorização para pintar,
se é alto ou baixo e precisará de escada,
se a polícia ou a vizinhança vai aparecer
para reclamar.“Já aconteceu caso de
o vizinho não querer o Grafite no muro
e, de repente, fazer amizade comigo, se
agradar e terminar sendo gentil”, conta
Crica. Cachorro fazer xixi na mochila do
material, cair da escada e aparecer a polí-
cia também já aconteceu com ela.
Inspiração
Crica se inspira em algumas
referências não apenas do Grafite, mas
da observação do mundo a sua volta,
de suas raízes e culturas e do que pensa
sobre o mundo ser tão cinza e metódi-
co. “O que sempre me chamou a
atenção para criar são coisas que quando
crescemos ficam meio esquecidas no
tempo, como o circo e o lúdico”, expli-
ca. Esse é o tipo de influência que ela usa
para tornar os desenhos criativos, cheio
de cores e formas, onde o alegre e o triste
conversam ao mesmo tempo. A África,
através de povos diversos e uma cultu-
ra de vestiário colorido e a fotografia e
o comportamento das pessoas também
são fontes de inspiração para ela.
82 revista espalharte - 1 edição
. . Arte sem limitesEx
pres
são
Separamos para vocês ilustrações de alguns dos maiores grafiteiros do
mundo.
Os Gêmeos - Brasil
83 revista espalharte - 1 edição
. . Arte sem limitesBanksy - Inglaterra
84 revista espalharte - 1 edição
. . Arte sem limitesEx
pres
são
Aryz - Espanha
85 revista espalharte - 1 edição
. . Arte sem limitesBelin – Alemanha
86 revista espalharte - 1 edição
. . Mãos na massaEl
abor
ação
Do grafite à Escultura Pop Do desenho à produção de esculturas de
personagens pop
Rafael Lucena começou dese-
nhando aos 14 anos, na copa de 98. Im-
paciente esperando os jogos, desenhava
freneticamente, até que seu primo “Icaro
dos traços” o influenciou a começar com
grafite, onde estudou formatos de letras
e a história do grafite, amadurecendo a
idéia e ingressando numa faculdade.
Inspira-se muito em nu feminino e
tudo o que lhe agrada no dia a dia vira
inspiração. Por causa dessa inspiração,
acaba tendo alguns problemas: “Tenho
que mostrar muitos desenhos e conver-
sar bastante para conseguir pintar um
muro. Hoje perdi minha paciência para
explicar toda a idéia e o conceito do que
faço, então já cheguei a largar na meta-
de ou terminar rápido para ir embora”,
disse.
Além de grafite, Lucena também
faz Escultura Pop. Já criou ToyArt mas
queria se aprofundar em anatomia hu-
mana e então decidiu fazer esculturas. O
processo começa com um simples dese-
nho, e então ele vai aperfeiçoando e de-
senhando em outros ângulos o mesmo Artista: Rafael Lucena
87 revista espalharte - 1 edição
. . Mãos na massapersonagem. Dessa forma ele estuda a
tridimensionalidade da escultura. Depois
do esboço do projeto, modela com mas-
sa Clay profissional, reproduz em resina e
pinta com tinta acrílica, ao som de bas-
tante Heavy Metal e algumas bandas mo-
dernas como Arctic Monkeys e Two Door
Cinema Club.
Rafael Lucena trabalha desde sem-
pre com isto, mas essa não é sua principal
fonte de renda pois o trabalho artístico é
apenas um complemento por ser rebel-
de e difícil de ser vendido. Por isso con-
sidera-se um artista que está e ao mesmo
tempo não está no mercado. Atualmente
é professor de artes e vende personagens
conhecidos de HQ e games.
Lucena diz aos iniciantes: “Co-
mece a desenhar muito e várias vezes por
dia pois o desenho é a base de tudo, de
tudo mesmo, até mesmo se você quer ser
um artista contemporâneo que trabalha
com objetos e instalações, o desenho é
tudo”.
88 revista espalharte - 1 edição
89 revista espalharte - 1 edição
90 revista espalharte - 1 edição