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espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014 CUSTO: 0,01€ 50 anos de serviço ao próximo, com amor

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espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

CU

STO

: 0,0

1€

50 anos de serviçoao próximo, com amor

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Ficha Técnica

Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Manuel Amial e Pedro PimentaDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/Editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ana Luísa Santos, Ângelo Santos, António Coutinho, Aurora Rouxinol, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, Cristina Figueiredo, D. Carlos Azevedo, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, D. Pio Alves, Diana Cancela, Elvira Almeida, Emanuel Cunha, Filipa Martins, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, José Augusto Silva Vieira, Liliana Sofia Soares, Luísa Preto, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Albina Padrão, Maria Anjos Pacheco, Maria Barroso Soares, Maria Isabel Cristina Vieira, Liliana Sofia Soares, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Padre Mário Salgueirinho, Paulo Lapa, Pedro Pimenta, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Eugénio da Fonseca, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Rute Monteiro e Susana Carvalho. Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, S.A.; www.lusoimpress.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO

Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555

04 - Editorial Manuel Amial

05 - Padre Lino Maia

06 -

Américo Ribeiro

08 -

Professor Daniel Serrão

10 - Cónego Rui Osório

11 -

Frei Bernardo Domingues, O.P.

15 - Maria Teresa Souza-Cardoso

18 - Serviço de Psicologia

20 -

22 -

24 -

Centro Social de S. Tomé

30 -

35 -

Centro Social de Machado Vaz

37 -

Centro Social da Pasteleira

42 -

43 -

Sumário

3Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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Edito

rial

Obra Diocesana

Já todos sabemos e sentimos que os tempos que correm não são

fáceis.

O crescimento dos índices de pobreza, não o desmente.

também crescem exponencialmente, sobrelotando as suas capacidades de

resposta.

-

forço para ir além da nossa capacidade e dar uma resposta de esperança e

satisfação a quem a nós se dirige, como última tábua de salvação.

-

mente burocráticas e, por isso, muitas vezes nos interrogamos se estamos

perante uma barreira intransponível ou se devemos dar solução inadiável aos

Sabendo bem a nossa condição de instituição da Igreja e que as pes-

soas também o sabem quando nos interpelam, entendemos sempre esse de-

É que

, como

lembra B. Kumaris.

Certamente porque somos optimistas, olhamos para a frente e procu-

-

Manuel Amial

Obra Diocesana de Promoção Social4

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Desafios ao envelhecimento

Sendo progressivo e bom o

aumento da esperança de vida, des-

de meados da década de sessenta

que se observa uma significativa dimi-

nuição da natalidade entre nós. Essa

situação impede a renovação das ge-

de população. Enquanto no fim do

último ano a população portuguesa

residente terá atingido os 10.427.301,

2060 Portugal poderá estar reduzido

razão de 340 portugueses em idade

ativa para cada 100 idosos, podemos

passar para cerca de 110 ativos para

cada 100 idosos, o que sob, o ponto

de vista de sustentabilidade social do

país, torna-se insustentável o modelo

de segurança social e de Estado So-

cial seguidos até hoje.

Conforme dados do Euros-

tat e se nada for feito que contrarie

a atual tendência, em 2050 Portugal

será um dos países da União Euro-

peia com maior percentagem de

idosos e menor percentagem de po-

pulação ativa. Igualmente o Instituto

Nacional de Estatística prevê que no

ano de 2050 um terço da população

portuguesa seja idosa e quase um

milhão de pessoas tenha mais de 80

anos. Estes cálculos são feitos com

base na tendência de envelhecimento

da população, resultante do aumento

da esperança de vida e a diminuição

dos níveis de fecundidade.

Comparando ainda com os

países da União Europeia, apesar de

viverem o mesmo tempo, os portu-

gueses têm menos dinheiro, menos

de vida saudável. O rendimento mé-

dio de uma família portuguesa em

que um dos elementos tem mais de

65 anos é quase metade da média

europeia - 790 euros por pessoa em

Portugal, para cerca de 1450 na mé-

-

tos casos apenas de sobrevivência,

baixas e a baixar progressivamente.

Enquanto vai perpassando

a perceção de que os idosos vivos

vão-se transformando num estorvo e

num incómodo, e só terão valor eco-

Podemos estar a criar um país

e um povo desumanos, um país que

não respeita o seu melhor legado, a

sua história, a sua cultura e as suas

gentes mais cultas, mais experientes

e mais sabidas, mais bem instruídas

e formadas, que, portanto, menos-

preza as suas maiores e perenes

riquezas e, a continuar assim, cami-

nhará para uma hecatombe e para o

seu fim.

Em breve teremos um país en-

velhecido. Com a progressiva crise e

o aumento da miséria e da pobreza,

idosos abandonados, morrendo so-

zinhos, desprotegidos, vulneráveis

aos ataques e a interesses mesqui-

nhos de uma sociedade oportunista

e, pior, de um Estado que não prote-

ge nem defende como devia os mais

débeis e os mais fracos.

Envelhecer não é um proces-

so fácil, muitas vezes causa depres-

são, desânimo, pois as pessoas vão

sentindo que não têm mais valor para

o trabalho, nem para seus entes que-

ridos e familiares.

Para envelhecer bem é ne-

cessário que a pessoa, ainda na ida-

de adulta, vá redefinindo objetivos e

enriquecendo a rede social, pratique

atividades físicas e mentais de acor-

do com as suas capacidades, mante-

nha uma alimentação saudável e de

qualidade, participe em programas

de lazer e de integração social e cul-

tural, desenvolva atividades produti-

vas, mantendo relacionamentos com

outras pessoas da sua idade (nomea-

damente familiares) e alimentando

conscientemente o gosto por viver,

tudo fazendo por manter um saudá-

vel envolvimento/compromisso ativo

com a vida.

Com a ideia de que o sonho

de quem vive é viver sempre mais

e sempre melhor. Para que a vida

não seja um fardo nem o viver uma

quimera. Certamente com o envolvi-

mento do Estado.

Padre Lino Maia

Podemos estar a criar

um país e um povo

desumanos,

um país que não respeita

o seu melhor legado…

5Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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O Pensamento da Obra Diocesana de Promoção Social

O pensamento é a preciosa graça com que DEUS presenteou o ser

humano.

No admirável processo, que é o pensamento humano, em que se

encaixam todas as outras capacidades mentais… ressalta o pensamento

divergente, promovido pelo pensamento criativo e pelo pensamento crí-

tico, que se envolvem na criatividade, na inovação e na descoberta, elevando

e ampliando as possibilidades de encontrar respostas para cada dúvida, cada

dilema, cada situação embaraçosa, cada provação…

Este conjunto motiva, esclarece e enriquece o conhecimento e a vida,

porque investiga, chegando ao centro dos problemas com o grande objetivo

-

novos horizontes…

O pensamento divergente, como o próprio entendimento mostra,

é o pensamento diferente, aquele que não se satisfaz com o que é óbvio,

com o que é vulgar, pois percorre espaço e conteúdo cognitivos, indo mais

além para atingir maior alcance e incutir na actividade intelectual os requisitos

necessários a uma realização exemplar. Pensar de maneira diferente é obser-

var com naturalidade as realidades, mas inserir nessa observação uma outra

característica, um diferencial novo, ou seja, conseguir descortinar aquilo que

ainda não foi vislumbrado e interpretado através de forma distinta.

O pensamento divergente é um forte impulsionador para o sucesso,

para o progresso e para uma estrutura organizacional bem-sucedida, onde

os resultados nos diversos âmbitos categorizam o desejável no quase impos-

sível.

Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS

Obra Diocesana de Promoção Social6

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Pensadores criativos, críticos e eficientes demonstram a cora-

gem necessária para descobrir técnicas inovadoras, novas estratégias e so-

Esta forma de pensar orienta as suas estruturas e a sua ação. Neste

sentido, todas as pessoas que nela trabalham e cooperam são incentivadas

referenciadas a valores, nos quais se integram os que identificam a Institui-

ção. São esclarecidas e mobilizadas para a formação de uma consciência,

que demonstra a importância do contributo pessoal no clima organizacio-

nal. Todos são construtores e recebedores. Assim, os comportamentos

construtivos têm de ser o eco da promoção e da praxe.

No seu caminhar, digno e crente, a ODPS vai mostrando com iden-

tidade e singularidade um serviço, uma missão caracterizada pelo Bem So-

cial e Humano, que desenvolve, ininterruptamente, e onde os significados, a

alegria, a dignidade e o compromisso asseveram a grandeza e a riqueza da

solidariedade.

Talvez pelo seu pensamento, conduta, visibilidade e efeito, sus-

que provavelmente guardariam a intencionalidade de provocar desestabili-

zação ou constrangimentos. Tal não encontra espaço no seu espaço, pois

quando a coragem, determinação, verdade, transparência e fé formam guião,

os problemas, os desafios e as dificuldades, por maiores que se afigurem,

encontram, sempre, a resolução certa no momento certo.

Na minha perspetiva, todos os obstáculos, por mais complexos que

se declarem, organizam móbiles de crescimento, de maturidade, de apren-

dizagem e, por isso mesmo, quando

surgem acabam por ser uma contin-

gência proveitosa, propiciando meio

fértil para o pensamento criativo,

crítico, divergente, positivo… e,

como consequência, a grande opor-

tunidade de empreendimento, de

concretização e de saber adquirido.

Se escolheres um cami-

nho, sente as suas encruzilha-

das…

Se escolheres uma tare-

fa, realiza-a com inteligência e

amor…

Se escolheres uma inten-

ção, que ela se revista de com-

placência…

Desta forma, toda a tua

vida abraçará a luz, que alimenta

o coração da alegria e do entu-

siasmo.

7Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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O lugar do Pensamento Altruísta na Sociedade.

Marx, um poderoso pensador

profecia, que a organização das socie-

dades europeias dominada pelo capita-

organização injusta.

O sistema de exploração do tra-

balho e de apropriação das mais-valias,

excluía qualquer pensamento altruísta.

A exibição despudorada dos

de luxo, vastas propriedades rurais e

vidas faustosas, originou as movimen-

no que hoje é a Alemanha, organizadas

por Partidos Políticos Socialistas e Co-

munistas, entretanto criados e mais ou

menos toleradas pelos Governos.

Desenharam-se, desde o início,

a seguir para a tomada do Poder Polí-

tico pelos trabalhadores; a saber, a do

Socialismo democrático e a do Comu-

nismo revolucionário; na primeira os

trabalhadores chegariam ao poder pela

sua formação política, em ordem a uma

maioria democrática que colocaria os

trabalhadores socialistas no Governo,

mas na segunda o poder seria captura-

do pela força de uma revolução armada

contra o poder estabelecido mesmo

que estivesse legitimado por via demo-

crática.

Na Rússia foi assim que se

criou um Estado comunista, com o as-

da propriedade privada dos meios de

produção industrial e agrícola. A histó-

ria desta revolução que deveria dar o

poder e a felicidade aos trabalhadores

mostra que foi criado um regime de

violenta exploração dos trabalhadores

e de apropriação das mais-valias pela

nova classe dirigente. Durou cerca de

50 anos e nele não houve nunca lugar

para um pensamento altruísta.

Rosa Luxemburgo uma judia

marxista germânica lutou para que o

marxismo fosse um regime político justo

mas acabou por ser morta.

Axel Honneth tem desenvol-

vido uma teoria da Justiça que parte

-

nomia do indivíduo. Nas suas palavras

“na modernidade a procura da justiça

só pode ser apresentada e legitimada

fazendo, de alguma forma, referência

Professor Daniel SerrãoInstituto de Investigação Bioética - UCP

O pensamento altruísta é

como dignos e de uma a

a consideraru

didi

Obra Diocesana de Promoção Social8

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-

tade da comunidade nem a ordem na-

tural, mas é a liberdade individual que

dá fundamento normativo a todas as

interna entre justiça e auto-determina-

que não é possível demandar uma or-

dem social justa, sem simultaneamente

sua teoria do reconhecimento dá ênfa-

se aos actores do viver individual mas

esse viver acontece e que terão de ser

eticamente justas e reconhecidas como

tais pelos criadores políticos das leis.

Abre-se, assim, um espaço para

um novo contracto social que reconhe-

ético-morais como valiosas e anteriores

ao formalismo do Estado de Direito.

-

sa, por exemplo, têm direito a este reco-

nhecimento e a serem livres.

O pensamento altruísta é a ati-

tude mental que leva uma pessoa a

considerar os outros, na família ou na

sociedade, como dignos de atenção

e de uma atitude de ajuda e protec-

ção, quando se apresentem frágeis e,

por consequência, vulneráveis ao abu-

so dos que apenas têm pensamento

egoísta.

Colocar o outro no centro das

-

vem ter pensamento altruísta, revelado

A Obra Diocesana de Pro-

moção Social é uma destas insti-

tuições com pensamento altruísta

o qual se revela nas decisões que

toma quem tem a pesada respon-

sabilidade de a governar no dia-a-

-dia da sua acção, orientada para o

melhor bem do outro. Tal como tem

de acontecer no pensamento altruísta

tomadas serão altruístas se reconhece-

rem e promoverem, nos outros, o direito

que é o fruto, apetecido, da liberdade.

Onde estiver a liberdade aí estará

também o Espírito de Deus.

a é a atitude mental que leva uma pessoa

de atençãoa atitude de ajuda e protecção…

ççr os outros

q

dd t, na família ou na sociedade,

ãã

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Mais cidadãos e menos súbditos

A diretora do Banco Alimentar, Isabel Jonet, reconheceu, em Fátima, no

recente Encontro de Pastoral Social, que Portugal tem “a sorte de ter muitas estru-

nomeadamente aos idosos.

Frisou, com reconhecimento e gratidão, que, mesmo na atual conjuntura

económico-social, os portugueses continuam a responder com “muita generosi-

A presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares alerta para

que revestem uma nova forma de pobreza, nomeadamente famílias que nunca

imaginaram que estariam nessa situação, que estão desempregadas, com crédi-

A Igreja Católica que está em Portugal tem uma rica e multissecular tradi-

missão da Igreja – uma fé que se traduz em obras.

Apesar desse património de bem-dizer, bem-querer e bem-fazer, a Igreja

sociedade civil, em assuntos de interesse comum e para o bem das pessoas, que

e missão. O testemunho evangélico também passa por aí e a Igreja não o deve

solidariedade social a cargo da Igreja vivessem apenas da subsidiodependência,

sem qualquer originalidade cristã.

Sempre tenho defendido que, na Sociedade como na Igreja, distinguindo

súbditos mas como cidadãos.

adormecida, deixamos os nossos créditos por mãos alheias. Com tanta cumplici-

dade, alimentada na indiferença, não faltará quem se aproveite para desrespeitar a

dignidade das pessoas, na indiferença pelo bem comum e pelas redes de solida-

riedade e de subsidiariedade.

A Pastoral Social é uma boa frente da criatividade e da imaginação dos

leigos, homens e mulheres conscientes da sua vocação e missão na Igreja e, so-

bretudo, no Mundo, a quem compete serem fermento de Evangelho nas realidades

do seu voluntariado.

preferencial pelos mais pobres, mais frágeis e mais vulneráveis.

Cónego Rui OsórioJornalista e pároco da Foz do Douro

…na Sociedade

como na Igreja, (…),

as pessoas não devem

comportar-se como

súbditos mas como

cidadãos.

Obra Diocesana de Promoção Social10

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Aspectos Negativos do nosso tempoVazio ético e alternativa possível

Muito rapidamente pretende-

mos enumerar alguns aspectos mar-

cadamente negativos, em forma de

diagnóstico provisório, sobre a fenome-

nologia mais saliente deste tempo:

-

mente, na segunda década, no dealbar

de um novo milénio, com promessas,

ameaças e riscos. Alguns receios estão

baseados em hipóteses e mitos, tradi-

De facto o tempo é neutro na medida

das realidades criadas; são as pessoas

que podem orientar, melhor ou pior, o

possível futuro a viver pela qualidade de

vida presente e pelos projectos viáveis e

assumidos a curto, médio e longo pra-

zo, pessoal e colectivamente.

Sem pretender inventariar ou

fazer balanços sobre toda a problemá-

tica da pós-modernidade, indicaremos

alguns dos aspectos que os analistas

apontam como suporte dalguns mitos

e falácias que nos envolvem:

• Faltam-nos referências

metafísicas fundamentais e

fundamentadas como supor-

te duma coerente escala de

valores orientadores da vida

pessoal e social;

• Não dispomos de propos-

tas éticas e morais realistas,

correctamente estruturadas,

com objectividade e estabili-

dade, capazes de darem sen-

tido e coerência aos compor-

tamentos pessoais e sociais;

• Sobrevive-se num grande

vazio no domínio gnoseoló-

gico, sem claros critérios de

verdade, de erro e de certeza;

• Não dispomos de ponde-

rados critérios para informar

e formar a consciência ética,

pessoal e social, de modo a

poder assumir, lucidamente,

a corresponsabilidade com-

plementar de todos os com-

ponentes das comunidades

humanas;

• Sofremos da pressão do

mal, que vem da fome, das

guerras, do racismo, dos to-

talitarismos, da opressão e

exclusão social, traduzido em

aborto, eutanásia e genocídio.

As pessoas, em geral, sofrem

dum real vazio ético e asfalta de sen-

tido, mesmo que desfrutem de real po-

até religioso.

frequentes, necessitando de apoio

social e psiquiátrico sistemático, par

aguentar o peso da solidão e o medo da

vida a viver. Cada vez há mais formas de

marginalidade e de evasão, recorrendo

a todo o tipo de drogas e contraindo e

difundindo doenças mortais. É frequen-

te e denso o sentimento de abandono e

ou revolta, que inibem uma correcta for-

ma de pensamento e coordenação de

sentimentos e relacionamento recípro-

co, a começar pela fundamental institui-

ção familiar.

O pessimismo, a falta de au-

medo de enfrentar o futuro, tendem a

desencadear o recurso ao hedonismo,

ao consumismo sistemático e aos pra-

zeres imediatos e fortes. Efectivamente

alimenta-se e desenvolve-se o relativis-

mo total, sem princípios metafísicos e

éticos consistentes e coerentes. Torna-

existencialista a partir de uma antropo-

logia materialista e desgarrada.

E, como é sabido, só haverá

autêntico progresso e integrado desen-

volvimento humano na medida em que

cada pessoa for efectivamente reco-

nhecida, estimada, estimulada e aceite

na respectiva diferença em que todos

assumem os respectivos papeis, fun-

todos somos genericamente semelhan-

tes e pessoalmente diferentes nos mo-

dos de ser, pensar, sentir e reagir aos

problemas envolventes com que nos

confrontamos.

Torna-se pois, urgente recolher,

séria e consistente documentação so-

bre a antropologia libertada e libertado-

ra, pela aplicação numa praxis coerente

entre pensar, programar, discernir, pon-

derar, decidir e agir correctamente, de

modo consistente.

A liberdade, enquanto capaci-

dade actual, objectiva e subjectiva de

se autodeterminar, exige ponderada e

fundamentada capacidade de discer-

nir, ver, ponderar, decidir e agir bem e

a tempo e horas. É preciso que a todos

seja proporcionada a situação avaliativa

esforço, ou de fazer agulha para servir

os outros como eles precisarem e nós

formos capazes.

Na sociedade e nos grupos in-

Frei Bernardo Domingues, O.P.

11Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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termédios, é urgente que todos tenham

voz, vez e capacidade de emitir opinião

fundamentada. A participação na pro-

moção do Bem Comum, exige que se

viva, pelo menos, o espírito de fraterni-

dade afectiva e solidariedade comple-

A política e a dinâmica actual

tendem a valorizar e a apreciar desme-

-

quem sou? donde venho? para onde

vou? como ser com, por e para os ou-

tros de modo correcto?

-

dade, no pragmatismo e até no provi-

sório, trivial, inútil, fútil e permissivo, no

bem e a tempo e horas. É que a nossa

vocação fundamental é de felicidade,

de desvendar enigmas e confrontar-se

As conquistas tecnológicas e as

-

te nos domínios da informática e da bio-

impossível avaliação crítica e selectiva,

porque se torna impossível a síntese e

a referência a uma escala de valores: a

informação é superior a nossa capaci-

-

cado e impacto das mesmas.

O ambiente social estimula o

materialismo do lucro fácil e o hedo-

nismo permissivo de experimentar e

desfrutar tudo e já, sem medir as con-

sequências para si e para os outros, a

médio e longo prazo, em estilo de aven-

tura inconsequente.

O relativismo moral é evidente:

o único absoluto tornou-se o relativo,

a pura subjectividade, o imediatismo e

o consumismo: ter tudo, o melhor e já,

como se fosse uma inevitável epidemia.

Olha-se para o que parece interessante

O indiferentismo penetra por

toda a parte, e aceita-se o abuso das

drogas, leves e pesadas, a marginali-

dia. Desta posição resvala-se para o

pragmatismo e o relativismo insensato,

evitando os compromissos, rejeitam-se

A neutralidade apresenta-se até

como uma conduta moral inteligente

-

tadas em valores objectivos. Deixa-se

escolhas. A cultura ambiental resvala

calorias, sem colesterol, sem açúcar…

por causa de uma certa concepção

estética. A nova utopia tornou-se uma

apatia, sem transcendência, pouca so-

-

lidade.

é perturbadora. Com efeito, a popula-

ção mundial aproxima-se rapidamente

modo desequilibrado entre continentes

desenvolvidos e os em eventual pro-

cesso de desenvolvimento. Por isso

mesmo quase um bilião de pessoas é

considerada gente pobre, estando em

expansão, visto que aumenta anual-

mente em cerca de vinte e cinco mi-

fome, as zonas rurais aguentam mais

de metade dos pobres. Mas, com o mo-

vimento de deslocamento massivo para

as cidades, a pobreza urbana tenderá a

aumentar e a sua forma é efectivamente

mais agressiva. Mais ainda: constata-

crianças, com menos de quinze anos,

estão submetidas a duro trabalho ma-

nual para sobreviverem e auxiliarem a

minorar a pobreza da própria família.

E número idêntico de crianças desfa-

vorecidas sobrevivem, vegetam como

nem família, nem referências familiares,

afectivas ou éticas.

As estatísticas indicam que mais

desempregados e outros tantos em su-

bemprego. Entre nós, o desemprego,

símbolo da falência da política social, já

anda pelos dez ou onze por cento.

Os desequilíbrios sociais

acentuam-se, a pobreza aumenta,

a marginalidade, a violência e a droga

são fruto da exclusão social. Nisto tudo

o capitalismo selvagem concorre para

a desumanização do relacionamento

humano e impede a auto-actualização

integrada e sadia.

O hedonismo permissivo e

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sem referências tornou-se um modo de

-

te:

A situação que estamos a pas-

sar ou a sofrer, segundo alguns ana-

listas, é fruto do pós-modernismo, do

pós-industrial, uma certa retoma do

positivismo balofo e num contexto de

queda dos regimes totalitários.

A ciência, a técnica e a arte ec-

lética desenvolvem-se num contexto

hedonista, materialista e permissivo.

Sem valores e códigos de referências

formas requintadas de prazer. A vida

a variedade, profundidade e estabilida-

de dos prazeres sensoriais e narcísicos.

O consumismo entra na dinâ-

mica hedonista de gastar e consumir,

como se fosse a nova expressão de

-

apetecer.

Esta atitude adormece a inteli-

gência crítica, mata a metafísica e de-

sagua no nada, no vazio, do ingénuo

relativismo ético que indevidamente se

denomina tolerância e ética dos con-

sensos, ou seja, a consumação da in-

coerência como norma de vida.

A pessoa só se realiza se for

desperta para a totalidade de ser animal

racional, social, ético e estético, capaz

de descobrir os porquês da vida, ou

seja, como ser capaz de verdade, liber-

dade e sentido.

A pessoa normal e sadia busca

a verdade objectiva da lógica e vive a

liberdade responsável, recorrendo a cri-

térios razoáveis e testados com garan-

tia de verdade. Na experiência da vida

pode deparar com o imprevisto, hesitar,

enganar-se e até desorientar-se provi-

soriamente.

Mas é pois uma situação provi-

sória, visto que a necessidade de cer-

tezas fundamentadas, é uma exigência

ética constante que brota do mais fun-

do da estrutura humana, sempre inquie-

ta na busca das origens, do destino e

Presentemente sofre-se uma si-

tuação de desorientação, refugiando-se

ilusoriamente nas várias formas de dro-

gas químicas, psíquicas e sensoriais.

É urgente encaminhar a inteli-

gência para o desenvolvimento integral

do ser e da vida humana para, com cer-

-

cidamente nos caminhos da vida.

É urgente decifrar a verdade do

próprio ser pessoal, a autenticidade da

realidade envolvente e a coerência nas

circunstâncias. Só assim nos vamos

tornando livres e felizes, com atitude

-

-

liciamento repressivo.

-

to pragmatismo tende a tornar-se pois,

tenta reduzir ao mínimo, a angustiante

neurose de vazio intelectual, moral e

estético. É que a verdade ontológica,

lógica e moral, é substituída pela pers-

pectiva utilitária, os valores tornam-se

-

veis, relativos e provisórios consensos

democráticos, cuja fundamentação são

pela publicidade massiva e a manipula-

ção insistente e depuradora. A permis-

sividade, o hedonismo, o consumismo,

a frivolidade, a marginalização dos mais

frágeis e o vazio moral resultam, natu-

nada.

Não vemos hipótese dum hu-

manismo sadio, coerente e promotor de

vida com sentido, sem recorrer a uma

efeitos ordenadores na imanência pes-

soal e social, enquanto objectivamente

fundamenta a verdade, o sentido e a

vida democrática. Todos devem ter voz

e vez, liberdade e a possível responsa-

bilidade e com reais oportunidades para

-

petente, nos empenhamentos sociais e

políticos, na prática da solidariedade,

própria das sociedades abertas e con-

sistentes porque conduzidas com refe-

rências a valores estáveis: a verdade, a

justiça e o amor. Nela proporciona-se a

cada um o que for conveniente e pos-

sível para se realizar e deve exigir-se a

participação no Bem Comum, segundo

as capacidades de cada um. Ninguém

deve ser preferido ou preterido, ultra-

passa-se o inútil e fútil e desenvolve-se

a solidariedade festiva.

A situação portuguesa actual

é, pelo menos, interrogante.

Depois de mais de trinta déca-

das de mudança de regime, as promes-

sas estão por cumprir em muitas das

suas perspectivas.

Apontaria alguns dos proble-

13Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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Mediocridade generalizada

como modo de estar na vida social e,

especialmente, mas não só, no funcio-

nalismo estatal, tentando sacar o má-

ximo de proventos com o mínimo de

-

tirosas e fugindo aos impostos, sobre-

carregando injustamente os cidadãos

honestos.

Baixa fertilidade, tendo o País

vivido mais duma década com saldo

biológico negativo, visto que o número

facto, só com a média de três seria pos-

sível renovar a comunidade.

Instabilidade familiar com

-

gundas núpcias, de que resulta o fenó-

e respectivas funestas consequências

meio-irmãos e respectivo contexto fa-

de ter uma autêntica família porque es-

pai.

Crise cultural genérica, no-

meadamente nos domínios do ensino

em que frequentemente prevalece a

mediocridade e incompetência docente

e por baixa motivação dos discentes,

envolvidos pelo ambiente do laxismo,

-

Aumento de insegurança e

criminalidade, envolvendo roubo, vio-

lência, abuso de drogas pesadas e a

morte violenta, mesmo entre familiares

e em aceleração.

Crise económica generali-

zada, faltando habitação adequada,

emprego, assistência social e sanitária

-

de.

Parece diluir-se o sentido

da participação responsável e soli-

dária, aumenta a falta de respeito pela

liberdade e diferença recíprocas. A vida

torna-se agressiva, sofre-se de insegu-

rança afectiva e social e vivemos envol-

vidos pelo medo.

Há falta de unidade e con-

vergência consensual sobre os pro-

cessos de desenvolver a comunidade

inovação, caindo-se no espontaneísmo,

nomeadamente nos domínios da edu-

cação em que parece que se vive uma

crise mortal.

-

rios, designadamente na fenomenologia

e a emergência de seitas agressivas e

exploradoras da ignorância e insegu-

rança popular.

A alternativa saudável deveria

induzir uma ética e esperança funda-

mentadas na esclarecida aceitação do

Transcendente. Efectivamente a clarivi-

dente decisão racional exigiria que fos-

se ultrapassado o difundido imanentis-

mo antropológico de Nietzsche, assim

como o fatalismo de Shopenhauer.

Precisamos de sensata imagi-

nação criadora e o exercício efectivo do

livre arbítrio para esclarecidamente ver,

entender, discernir, ponderar, escolher,

optar e ser coerente e persistente nos

modos de viver segundo a recta ra-

zão, aberta ao absoluto e criticamente

avaliativa do relativo, de modo a bem

distinguir o que é evidente e urgente, o

que é da ordem do opinável, de modo

a descobrir e estabelecer uma escala

de valores promotora da feliz realização

das pessoas de modo solidário e com-

plementar.

Havia que:

Descobrir que a autêntica auto-

-realização exige uma perspectiva de

eternidade na vivência dos valores cul-

A consciência do permanente

escoamento do tempo deve despertar-

amor e a solidariedade atenta e persis-

tente, evitando a marginalização.

Há que descobrir a ligação entre

tradição e projecto e a fundamentação

e ordem dos valores, orientadores da

vida pessoal e social.

A relação entre direitos e deve-

res, e a respectiva ordenação, deve par-

tir do conceito e exercício da liberdade

e da responsabilidade, fundamentadas

-

da, estética e ética que inclui o conhe-

vida e respectivas consequências para

a vida a viver solidariamente.

Obra Diocesana de Promoção Social14

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Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância

CaminhandoA Aliança

O grande desafio da Igreja sempre foi o da evangelização.

Como anunciar a Boa Nova neste novo mundo, neste novo contexto

sociocultural?

Tínhamos por hábito que a transmissão da fé fosse feita pela família,

pela escola e pela integração numa comunidade de fé, através da catequese.

Até há poucos anos a fé passava de geração em geração, através do

exemplo dos pais, garantindo a família a primeira evangelização das nossas

crianças.

Contudo, como sabemos, a família, confrontada com um mundo de

esta primeira evangelização fundamental para a consolidação de uma futura

vida cristã.

E se a integração numa comunidade de fé através da catequese paro-

quial esmoreceu, também na escola, espaço educativo e de cultura onde se

desenvolve a personalidade, o carácter e a sociabilidade das nossas crianças,

se deixou pura e simplesmente cair, na grande maioria dos casos, a dimensão

religiosa do ser humano. A escola, vivendo numa obsessão de laicismo,

deixou de formar pessoas preocupando-se apenas em formar cida-

dãos competentes e eficazes.

Face a esta grave situação com que nos deparamos nos dias de hoje,

há toda a urgência em desenvolver um esforço redobrado, no sentido de per-

A Obra Diocesana, consciente desta realidade fundamental, in-

centiva a catequese pré-escolar na família e no seu dia-a-dia, para

que as nossas crianças possam crescer despertando para a fé no seu

ambiente materno e educativo.

Sua Igreja; despertar neles o amor a Nossa Senhora e o amor ao próximo;

levá-los a descobrir que são amados por Deus e que este criou tudo por Amor.

15Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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Há que ensinar as nossas crianças, desde pequeninas, a rezar conse-

guindo assim, construir um relacionamento com Deus para toda a vida.

Como nos disse o nosso querido Beato João Paulo II:

“Sempre foi convicção minha que sem a oração não consegui-

remos educar bem as crianças… Procuremos encorajar a família – o

Santuário da Vida – a formar nas crianças o desejo de encontrar Deus

na oração”.

É gratificante constatar que as crianças não têm qualquer problema

com a noção de terem uma conversa com alguém que não conseguem ver,

e sentem-se abertas e confortáveis em estabelecer com Jesus Cristo e com

Nossa Senhora uma verdadeira Aliança de Amor, funcionando muitas vezes,

elas próprias, como fermento de evangelização junto das suas famílias.

A Obra Diocesana para além de incubadora, fomentadora e catali-

sadora destas Alianças de Amor é também Obra de Alianças fraternas,

continuando a encantar-nos e a surpreender-nos com toda a sua dinâmica,

conseguindo estabelecer uma verdadeira rede de amor e amizade.

A Obra Diocesana de Promoção Social tem um especial cuidado e

atenção com todos os seus funcionários – e é de enaltecer e admirar o tra-

balho eficaz mas discreto, o especial cuidado e carinho com que a Directora

de Recursos Humanos da Obra Diocesana, Dra. Mónica Taipa de Carvalho,

trata e ajuda todos os colaboradores da Obra nos seus inúmeros problemas

A Aliança que a Obra Diocesana estabelece com todos os seus co-

laboradores não acaba quando estes deixam, por motivo de reforma ou por

qualquer outro, de com ela colaborar, não os deixando de acompanhar nas

suas vidas.

Sempre que há alguma efeméride a comemorar, alguma festa ou pas-

-

boradores que vemos comparecer e, muitas vezes, ajudar e participar com o

Obra Diocesana de Promoção Social16

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maior agrado. Sempre que necessitam de algum conselho ou de algum tipo de

ajuda, sabem bem que podem contar sempre com a sua Obra.

Como nos diz a nossa querida Lucilinha, antiga cozinheira do Centro

Social do Carriçal:

“Grande parte dos colaboradores da OBRA DIOCESANA, também a

minha Obra, conhecem-me por Lucilinha.

Trabalhei 36 anos na ODPS, primeiro nas limpezas, mas depois e du-

rante muitos anos como cozinheira, sempre tendo feito o melhor que podia e

sabia.

Tinha que vir testemunhar, era um dever, a ajuda e o apoio que sempre

tive por parte da Obra, numa vida muito difícil.

É gente muito boa, com quem aprendi muito e que mantêm um espírito

de verdadeira amizade.

É de realçar que não é só com alegria e amizade que os antigos co-

laboradores falam da, também, sua Obra, mas com um orgulho enorme, que

não gostam de disfarçar, pelo excelente trabalho que sabem que ajudaram, e

continuam a ajudar, a realizar em prol dos mais desfavorecidos, em verdadeira

Aliança de Amor com o próximo.

Como tão bem nos resume o nosso Presidente, Senhor Américo Ri-

beiro:

“Motivação, espírito de iniciativa, força e espírito de partilha são pala-

vras que terei que ter sempre para quem exerce a actividade profissional na

Obra Diocesana, pois bem merecem, e para todos aqueles que necessitam

do nosso apoio… É e será sempre o meu objectivo!

Não há dúvida que a Obra Diocesana de Promoção Social é uma

Aliança de Amor para toda a vida!

17Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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50 anos, 50 vasos

SERVIÇO DE PSICOLOGIA

dos 50 anos da ODPS, o serviço de

psicologia levou a cabo uma ativida-

que consistia em envolver crianças

e idosos no cuidar de uma planta,

proporcionando o encontro de gera-

A ideia era simples: levar as

crianças da Sala dos 5 anos a vi-

sitar os nossos idosos mais iso-

lados do serviço de apoio domi-

ciliário. Na primeira visita, os idosos

participantes foram presenteados

com uma planta, oferecida e entre-

gue pelas crianças e ambas as partes

se comprometeram a cuidar dela: os

idosos prestavam cuidados diretos e

diários, regando-a e mimando-a, en-

quanto que as crianças prometiam

voltar regularmente para os visitarem,

Esta actividade foi pensada

participantes, e concluídos 5 meses

-

va para todos. Desde a primeira vi-

sita, que foi totalmente surpresa

para os idosos

e entusiasmados pela possibilidade

-

quanto as crianças rápida e natural-

mente apelidavam estas visitas como

“as visitas aos avozinhos”, ambos

claramente desejosos da realização

da próxima. Começamos mesmo a

sentir uma espécie de dupla pressão:

por um lado era o “quando traz outra

“quando nos leva outra vez a casa

Os laços esta-

vam criados e eram sorrisos que

Obra Diocesana de Promoção Social18

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víamos nas caras das crianças e

dos idosos a cada casa que visi-

távamos.

Utilizando o propósito de

cuidar de uma planta, conseguiu-se

criar laços afectivos e gerar momen-

tos enriquecedores de partilha de

experiências e saberes, tudo regado

com muitos momentos de diversão e

mesmo brincadeira. As crianças leva-

vam a energia, a inocência e a curio-

sidade típica dos 5 anos, e os idosos

retribuíam-lhes com experiência, sa-

bedoria e muita paciência.

As histórias partilhadas foram

muitas, com as características pró-

prias de cada idade, as de quem está

a começar a caminhada da vida e as

de quem já percorreu um caminho tão

longo que merece ser contado. Às ve-

zes não havia muitas palavras, porque

as crianças, como verdadeiras crian-

ças que são, queriam brincar e a satis-

fação e o sorriso na cara com que os

avozinhos as viam brincar dispensava

o mimo faz falta em qualquer idade,

não podiam faltar os beijinhos, tão do

agrado de todos.

Como Antoine de Saint – Exu-

pery nos ensinou no seu intemporal

. Mais do que regar e dar

vida a uma planta, estas crianças

levaram vida aos nossos idosos,

-

cidos mais pela vida e solidão do que

pela idade e foi esta dedicação que

tornou cada uma destas visitas impor-

tante e única, mostrando-nos que é

realmente fácil fazermos alguém feliz.

19Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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Diana Cancela

A Arte de Cuidar

Desde logo, esta sensação de obrigato-

riedade é o principal sentimento do qual

os cuidadores se devem libertar, já que

é o principal causador de uma tensão

psicológica baseada quase numa sen-

sação de escravatura, muito comum da

tradição judaico-cristã – a sensação de

obrigatoriedade e dever de cuidar dos

Cuidar e dedicar a própria

vida à vida de outra pessoa não

ser anulado enquanto pessoa, mas

antes fazê-lo do fundo do coração,

o que implica ser capaz de delegar

parte desse tempo de cuidado físico a

outras pessoas e estruturas, para que

possa dedicar tempo e espaço ao seu

cuidado e atenção pessoal. No caso

de famílias com maior capacidade

económica, poderá colocar-se a pos-

sibilidade de contratar uma cuidadora

de grande utilidade, pois permitirá que

o/a cuidador/a tenha algum tempo livre

e social. Na impossibilidade de receber

ajuda externa, é fundamental garantir

que o/a cuidador/a tem tempo para si e

para viver a sua vida. Cuidar de alguém

As palavras não são minhas.

Mas podiam ser.

No meu trabalho diário lido

maioritariamente com pessoas doen-

tes, em sofrimento e muitas delas,

quando ainda estão capazes de o rece-

ber, a necessitarem de apoio emocional

ou psicológico. Mas também lido com

os/as seus/suas cuidadores/as, quase

sempre familiares e, quase sempre tam-

bém, pessoas igualmente em sofrimen-

to e a necessitarem de tanta ou mais

ajuda que as anteriores. Se é verdade

que são os doentes que sofrem biolo-

gicamente da doença e experimentam

-

não esquecermos que grande parte

do sofrimento psicológico é expe-

rimentado pelas pessoas que con-

vivem e se entregam aos cuidados

dos pacientes.

Cuidar, segundo o Dicionário

-

ou seja, cuidar

a outrem, situação que poderá ser hu-

“A senhora está preocupada com ele porque ele tem uma doença, mas à minha frente vejo duas pessoas:

ambas estão a sofrer e, para mim, são igualmente importantes”.

que pode ser igualmente desgastante.

Regra geral, o conceito de cuidador

é equiparado ao de uma pessoa com

pessoa doente, uma pessoa obrigada

a esquecer as suas próprias necessida-

des. Mas talvez devêssemos entender

o/a cuidador/a como alguém que está

a partilhar a sua vida com o paciente e

não como alguém que anula a sua vida

em prol da vida do outro.

Quando surge a necessidade

de cuidar de alguém, existe geralmente

um membro da família que assume um

papel mais determinante e dominante,

quer pelos laços afetivos existentes,

carácter ou ainda, pelo desinteresse

dos restantes familiares, quando estes

existem. É por isso comum existir uma

pessoa que assume o papel de ser

. Este papel, além

da responsabilidade implícita, pressu-

sensação de angústia que advém da

conviver com a situação, ao que acres-

ce, muitas vezes, a sensação de “obri-

impreterivelmente daquela pessoa.

Obra Diocesana de Promoção Social20

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Lidar

de perto com a doença e com a

(possibilidade da) morte aumenta

É-nos mais fácil pensar que viveremos

muitos anos, porque é nisso que o cé-

rebro quer que acreditemos. Ninguém

momento pode ser o último. Ninguém.

A realidade, porém, diz-nos que o deve-

ríamos fazer. E é precisamente esta ca-

permitirá conviver de uma forma mais

harmoniosa com um doente, vendo

cada novo dia como mais um dia junto

da pessoa que amamos.

Cuidar do outro é também

cuidar de nós. -

nário da Língua Portuguesa que nos

ensina que cuidar é um acto dirigido

ao outro, também nos diz que cuidar é

Cuidar é amor. Amor aos

nossos, ao próximo e amor-próprio.

A todas as pessoas que entre-

gam a sua vida ao cuidado e atenção

dos outros.

de forma adaptativa e saudável para as

duas partes, a que cuida e a que é cui-

-

líbrio que permita estar com e para a

pessoa a quem temos de nos entregar e

a necessidade de nos vermos enquanto

pessoas e seres humanos igualmente

necessitados de amor, carinho, atenção

dos outros e da nossa própria atenção.

Cuidar não faz sentido se o/a cuidador/a

não cuidar de si também. Não se trata

antes de “eu quero e posso cuidar de

Nos casos em que o/a cuidador/a

se vê isolado e sem qualquer ajuda, a

sensação de solidão é um dos maiores

solidão: por um lado há um sentimento

-

ção de que se vai perder aquela pessoa

de quem se cuida e, por outro, há a ver-

dadeira solidão da pessoa que se sen-

te desamparada e só nesta missão de

cuidar. Quem cuida poderá ainda viver

perante a doença a sensação de perda

-

dar de alguém que está em permanente

mudança, assim como a relação que se

tem com ela. Se não nos adaptarmos a

este processo de mudança permanen-

te, a dor e o sofrimento serão uma ine-

vitabilidade. Perante a morte da pessoa

de quem se cuida, o sentimento mais

e falta de um propósito para a vida. Este

vazio é compreensível se pensarmos

que a pessoa de quem se cuidava nos

preenchia completamente; a dedicação

oferecida era de tal forma total que to-

dos os nossos sentimentos, todas as

estavam projectados nela. Além disso,

ao dedicar os dias ao cuidado, é-se em

função daquela pessoa.

Cuidar aumenta também a nos-

sa percepção da realidade e ensina-nos

e ao que nos acontece. Os cuidadores

podem pensar que, além da possibilida-

de de perder alguém que lhe é próximo,

o futuro pode reservar-lhe algo pareci-

«E se isto me acontecesse a mim?», é

a pergunta que muitos familiares fazem

a si próprios quando começam a viver

num processo de cuidar. Até eu já per-

regresso a pensar “e se isto me acon-

21Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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100º Aniversáriodo Sr. Carlos Coelho

O dia 25 de Julho de 2014 nas-

ceu cheio de cor e de alegria no Cen-

tro Social de Pinheiro Torres, uma vez

que preparávamos a festa do centé-

simo aniversário do cliente de Centro

de Dia – Sr. Carlos Coelho. Esta data

importante foi celebrada com pompa e

circunstância e a família do Sr. Carlos

do Centro. Imbuídos do espírito de

fraternidade e amor ao próximo, qui-

unem e celebrar na amizade este dia.

-

ao centro no passo ligeiro que o carac-

teriza, cumprimentando todos como é

hábito com um . Sendo a fes-

ta uma surpresa para ele, que humilde-

mente só queria um bolo, estranhou o

Centro estar decorado de forma dife-

prontamente declara -

. O almoço decor-

reu em clima de festa, estando o sa-

lão cheio de amigos e frequentadores

deste centro e contou com a presença

do Sr. Presidente Américo Ribeiro, do

Sr. Pedro Pimenta e do Dr. João Pratas

-

lhar este momento connosco. Com a

chegada da hora do lanche, a família

do aniversariante começou a chegar

e foram muitos aqueles que quiseram

o Sr. Carlos, que estava visivelmen-

te feliz e emocionado. A família esta-

verbalizava

. Como refor-

çou o Sr. Presidente quando tomou da

palavra

.

No ano em que a Obra Dioce-

sana de Promoção Social celebra os

50 anos de existência, é um motivo de

Ana Luísa

Obra Diocesana de Promoção Social22

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grande orgulho e satisfação poder ce-

lebrar 100 anos de vida de um cliente

tão querido e estimado, mostrando as-

sim a dedicação de todos aqueles que

aqui trabalham motivados por prestar

um serviço de qualidade e excelência,

visando a satisfação e o sorriso dos

nossos clientes.

23Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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Julho > Empenhamento: uma manifestação de amor Centro Social de S. Tomé

Abertura

A apresentação das iniciativas a

implementar pelo Centro Social de São

Tomé, no âmbito da comemoração dos

50 anos da Obra Diocesana de Promo-

ção Social, teve lugar logo no dia 1 do

respetivo mês. Para tal, tivemos a honra

de receber o nosso Conselho de Admi-

nistração e Diretores de Serviço, que se

Pimenta e pela Senhora Doutora Mar-

garida Monteiro, assim como colabora-

dores e clientes dos restantes centros

Feita a síntese de cada uma das

atividades a serem dinamizadas, pre-

senteámos os nossos convidados com

a primeira surpresa da tarde: um grupo

musical que proporcionou, a todos os

presentes, ótimos momentos de entre-

tenimento e animação.

Arrebatada pela empatia criada

pelos três artistas convidados e num

clima de grande cumplicidade, o reper-

tório foi alargado, tendo-se partilhado

sentimentos de alegria e de felicidade.

Como forma de culminar este

encontro, serviu-se um porto de honra,

seguido de um apetitoso lanche.

-

ra das festividades no Centro Social de

São Tomé, sob o lema “Empenhamen-

to - Uma manifestação de amor”.

Dramatização da parábola “Filho

Pródigo”

Nos dias 10, 17 e 21 de Julho

espectáculo que consistiu na dramati-

zação de uma passagem bíblica (pará-

Para esta peça uniram-se esforços e,

entre clientes e colaboradores, foi reali-

zada e apresentada uma peça de teatro,

cujo desempenho de todos os envolvi-

dos deixou a plateia sensibilizada, não

só por todo o trabalho desenvolvido mas

sobretudo por se tratar de uma mensa-

gem, mensagem esta transmitida pelos

nossos idosos, que demonstraram não

só serem grandes atores como grandes

transmissores de uma mensagem que a

todos tocou.

Foi assim representada a his-

pai a sua parte da herança e parte para

uma terra distante, onde vive a sua vida

da forma que lhe apetece. Mas, acaba

por gastar todo o seu dinheiro no que

Obra Diocesana de Promoção Social24

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lhe dá prazer e termina a mendigar. É

nesta altura que se lembra de seu pai

e se arrepende de tudo o que fez, re-

solvendo voltar para casa. O pai, como

todo aquele que é um Pai, recebe de

actos. Já o seu irmão, revolta-se com a

atitude do pai e rejeita o próprio irmão.

Esta é uma parábola que nos

transmite uma lição de vida.

Deus, deixa ao nosso critério as

nossas escolhas de vida. Deus, através

desta parábola, dá-nos a lição da pa-

ciência, da capacidade de perdoar, da

capacidade de Amar incondicionalmen-

te.

Deus recebe-nos de braços

abertos quando somos humildes e

nos arrependemos.

Após esta representação, que a

todos comoveu, seguiu-se um momen-

to de dança, simbolizando a alegria, o

contentamento, por todos vivenciado.

Dez mandamentos

Dez Mandamentos da Lei de Deus foi

um dos temas seleccionados pela equi-

pa do Centro Social de São Tomé, a ser

trabalhado ao longo do mês de Julho.

Assim, e logo no início do refe-

-

ser analisado pela respectiva equipa de

trabalho. Essa análise teria de passar,

trabalho de introspecção, de interioriza-

ção.

E foi com um grande sentimen-

to de alegria que tivemos o prazer de

receber trabalhos fantásticos, criativos

e inovadores, que nos proporcionaram

um orgulho imenso, visto termos co-

num objectivo comum, com o óptimo

desempenho que a caracteriza.

Resta acrescentar que, como

prova viva deste acontecimento, da res-

todos os colaboradores envolvidos, te-

mos em exposição no nosso Centro, o

trabalho desenvolvido.

Palestra de Enfermagem

A Enfermeira Sílvia Teixeira pre-

parou uma apresentação sobre um

tema/problema pertinente para os nos-

sos clientes mais idosos – a inconti-

nência urinária.

Este tema, foi dissecado sob vá-

rios ângulos, tendo sido explorados vá-

-

to que, para muitos, ainda se mantém

como um tabu.

De destacar a forma clara como

a Enfermeira Sílvia transmitiu a mensa-

gem de que a incontinência urinária cor-

responde a uma situação clínica com

tratamento, sobretudo se aceite/tratada

25Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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na fase inicial. Foi assim explicado aos

-

tamentais necessárias a seguir quando

a incontinência surge.

De realçar ainda que foram vá-

rios os idosos, que assumindo a sua

incontinência, prestaram o seu teste-

munho, partilhando com os seus pares

estratégias adotadas no seu dia-a-dia.

Sopa do Próximo

Esta foi, sem dúvida, uma das

Começámos por efectuar um

levantamento de famílias carenciadas,

residentes na freguesia de Paranhos.

Feita a triagem, seguiu-se a tarefa (in-

grata) de seleccionar os agregados

considerados mais necessitados, que

culminou em quinze agregados, num

total de trinta e cinco pessoas.

pela entreajuda entre colaboradores e

clientes, foram angariados os produtos

necessários para a digna confecção da

sopa (legumes, massa, carnes variadas,

…). Estava assim dado o primeiro gran-

de passo de exemplo de solidariedade.

Feita a recolha dos vários pro-

dutos, clientes (sobretudo estes) e co-

laboradores, tiveram a difícil mas muito

compensadora tarefa de preparar os

alimentos para a confecção da refeição.

E com uma imensa gratidão

pelo sentimento que nos foi proporcio-

nado, constatámos a satisfação pura,

estampada em rostos que emanavam

alegria, por lhes ter sido dada a opor-

tunidade de participar numa actividade

repleta de simbolismo, numa verdadeira

manifestação de amor.

Considerando a distribuição da

nos unimos e, após esta, distribuímos

um lanche elaborado e servido com

todo o amor e carinho, por todos os en-

volvidos nesta tarefa.

A recepção das famílias teve o

seu início pelas 18h00, tendo como ob-

jectivo principal fazer com que sentis-

sim de um acto de amor pelo próximo,

um exemplo de cidadania. Poucos mi-

nutos após o seu início, a sala encon-

trava-se já repleta de pessoas, pessoas

-

tos de alegria, de satisfação.

Como nada acontece por acaso

(Deus assim o transmite), as pessoas de

duas das famílias convidadas conhe-

ciam-se. Tinham-se porém desen-

contrado e há cerca de quinze anos

que já não se viam. Foi um reencon-

tro vivenciado pelos intervenientes com

grande emotividade, que nós, embora

de forma não propositada, tivemos o

prazer de proporcionar.

Foi com o sentimento de um ob-

Obra Diocesana de Promoção Social26

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aplicação e da dedicação que todos co-

locaram no seu trabalho, que pautámos

a nossa actuação, não apenas neste dia

EMPENHAMENTO.

Mexer e divertir

No dia 21 de Julho teve lugar no

nosso centro uma actividade física dife-

rente da normalmente executada pelos

nossos idosos.

uma das nossa colaboradoras, o Pro-

fessor David sugeriu a transformação do

nosso salão num mini-ginásio, sugestão

que seguimos com todo o agrado. As-

sim, e durante cerca de uma hora, as

capacidades físicas dos nosso idosos

foram testadas, sempre conduzidos e

devidamente acompanhados por um

do esforço dispendido (compensado

com o devido lanche), foi visível o grau

de contentamento dos intervenientes,

quer pela sua expressão facial quer pe-

las gargalhadas e testemunhos presta-

dos.

O Sr. Arlindo, de 92 anos de

considerar até que esta actividade de-

veria realizar-se diariamente, pois que

mexessem.

A Sra. Maria de Fátima, de 78

anos de idade, demonstrou também

todo o seu entusiasmo, até pela forma

sua neta os exercícios que tinha conse-

guido realizar.

E são estes pequenos/grandes

gestos (que aos olhos de alguns pode-

-

que fazem com que se sintam motiva-

dos para sair de suas casas e frequen-

tar, de uma forma assídua e com ele-

vado grau de contentamento, o nosso/

deles Centro Social.

Apresentação da resposta social

CAFAP

Inserida na comemoração dos

50 Anos da Obra Diocesana de Promo-

ção Social, teve lugar, no dia 23 de Ju-

Social de São Tomé, uma breve apre-

sentação da resposta social Centro de

Apoio Familiar e Aconselhamento Pa-

rental - CAFAP.

Este encontro teve como ob-

jectivo principal informar os vários par-

ceiros sociais da portaria 139/2013,

que regulamenta a intervenção dos

CAFAP´S, modalidades e tipologias de

intervenção da referida resposta.

Foi com muito agrado que a

ODPS recebeu os vários parceiros so-

27Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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ciais da comunidade de Paranhos (Co-

missão Protecção de Crianças e Jovens

do Porto-Central, Junta de Freguesia de

Paranhos, Unidade de Saúde Pública

de Paranhos e Centro Comunitário do

Amial), que responderam positivamente

-

sença, quer através da colocação de

-

ca apresentada.

Todos os parceiros sociais pre-

sentes neste encontro, foram unânimes

iniciativas para a comunidade, enfati-

zando a mais valia do trabalho em rede

Paranhos.

Restará eventualmente relem-

brar que a intervenção para a mudança

nos sistemas terá de ser efectivada por

todos nós, que temos a responsabilida-

de de tornar os outros conscientes da

sua participação neste grande projecto,

potenciando competências, trabalhan-

do valores, para que assim o ser hu-

mano possua, efectivamente, liberdade

para sonhar, para traçar objectivos de

vida e serem co-criadores das suas pró-

prias vidas.

Nunca nos esqueçamos que

-

Leon Tolstoi em Anna Karenina

E é este sentimento de infelicidade que,

todos nós, temos obrigação compreen-

der, envidando todos os esforços para

que possa ser superado.

Visita dos Centros Sociais

Ao longo da última semana do

mês de Julho, o nosso centro acolheu

com alegria a visita das crianças de

três centros sociais, nomeadamente:

Centro Social do Carriçal, Centro Social

do Regado e Centro Social da Fonte da

Moura.

De uma forma simples e utili-

zando uma linguagem clara e acessí-

de Deus, escritos no painel exposto no

nosso centro e elaborado com a cola-

boração dos vários centros da nossa

instituição.

Foi evidente o empenho das co-

laboradoras na forma como as crianças

conseguiram interpretar o que lhes era

explicado.

Dia Dos Avós

No dia 26 de Julho, Dia Nacio-

nal dos Avós, não poderíamos deixar de

-

cado para todas as famílias, para a pró-

pria sociedade. De facto, cada vez mais

é dado o devido reconhecimento ao

papel fundamental dos Avós, enquanto

transmissores de valores/exemplos de

vida para os seus netos.

Obra Diocesana de Promoção Social28

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Seguindo esta linha de orienta-

ção, foi criada/apresentada a “Hora do

As crianças, neste caso especí-

-

ram atentamente uma história contada

por uma das avós que frequenta o nos-

so centro.

Esta história, súmula de alguns

acontecimentos importantes da sua

vida, serviu como exemplo de um per-

curso de vida, feito na base da tranqui-

lidade, da serenidade, elementos que

importa realçar como forma de enfren-

tar a inquietude da sociedade em que

vivemos.

Encerramento

No último dia do mês de Ju-

lho, com o intuito de procedermos ao

encerramento simbólico e respetiva

passagem de testemunho, iniciado pre-

cisamente no mês de Janeiro com o

Centro Social do Carriçal, juntamos os

utentes do Centro Social de São Tomé,

os do Centro Social de Machado Vaz e

as crianças do Centro Social do Carriçal

Para este dia, preparamos uma

cada um de nós e como os colocamos

em prática no nosso dia-a-dia.

-

xão, tivemos a presença especial do

nosso amigo Frei César, que nos pre-

senteou com uma importante disser-

tação sobre as Tábuas Sagradas do

Reino de Deus, com a participação dos

idosos e das crianças presentes.

Após esta intervenção do Frei

César, tivemos a honra de ouvir o Se-

nhor Presidente do Conselho de Admi-

nistração, Sr. Américo Ribeiro, que nos

dispensou, a todos, palavras de incen-

tivo, reconhecimento e, acima de tudo,

agradecimento pelo EMPENHAMENTO

de todos os intervenientes neste pro-

cesso, ao longo do mês de Julho.

A presença da Administra-

ção nos eventos por nós organiza-

dos é sempre vista por todos (co-

laboradores e clientes) como um

estímulo, sendo uma fonte de mo-

tivação para fazermos sempre mais

e cada vez melhor.

29Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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“Verdadeira Epopeia Solidária”

“Inovação – evoluir pressupõe inovação.”

A inovação é um dos oito valores que orientam a Obra Diocesana de Promoção Social. No dia 30 de Julho a ino-

vação foi precisamente a palavra de ordem num evento único na Instituição.

Nesse dia, cerca de setecentas crianças e idosos deslocaram-se a Lisboa, numa viagem de comboio, ao Jardim

Zoológico. Foi um acontecimento ímpar no ano em que a Obra Diocesana comemora o seu 50.º aniversário, mas tam-

Passeio a Lisboa

Obra Diocesana de Promoção Social30

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Administração da Instituição.

Transportavam cerca de 465 crianças, 145 idosos e 95 colaboradores da Instituição. Depois da chegada dos ca-

o comboio especial Intercidades

n.º13530 oito carrua-

gens

jornada.

Na viagem para sul, viveram-se muitos sentimentos. A expetativa, o entusiasmo, a curiosidade e alegria con-

31Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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tagiante foram claramente aqueles que predominaram. Houve tempo para fazer uma merenda a meio da manhã, já na

A chegada a Sete Rios aconteceu por volta das 11:30. Tal como em Campanhã, também aqui foi preciosa a ajuda

de diversos elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) que acompanharam e orientaram a deslocação de todos

facilmente alcançados.

O primeiro objetivo foi assegurar o almoço de todos os participantes, algo que o pic-nic previamente preparado

facilmente concretizou. Depois da refeição, todos usufruíram de um momento livre para visitar a conhecer as inúmeras

“Verdadeira Epopeia Solidária”

Obra Diocesana de Promoção Social32

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espécies animais que esta instituição de referência da capital alberga.

-

rados. Os macacos, pela sua curiosa natureza, foram também muito apreciados. Para alguns, a viagem de teleférico foi

não só as crianças, mas também os seniores.

Este espetáculo aquático foi o mote para a despedida do Jardim Zoológico. Uma vez mais, com o empenho da

33Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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PSP

Na viagem de regresso, e depois de um lanche para retemperar forças, algumas das crianças optaram por dormir

uma sesta, no entanto, muitas outras decidiram que o dia ainda não tinha acabado e prolongaram as suas brincadeiras,

boa disposição e alegria até Campanhã.

viagem de autocarro até cada um dos doze Centros Sociais da Obra Diocesana.

Desta forma concluiu-se um dia histórico, singular, inolvidável e muito especial para todos aqueles

que embarcaram nesta brilhante aventura.

“Verdadeira Epopeia Solidária”

Obra Diocesana de Promoção Social34

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Agosto > Compromisso pela Excelência do Servir Centro Social de Machado Vaz

Foi com grande entusiasmo que

o Centro Social Machado Vaz recebeu o

-

des que tinha proposto no âmbito das

sob o tema Compromisso Pela Exce-

lência do Servir.

Colaboradores e Clientes parti-

lharam uma tarde de festa, com um al-

moço convívio, que contou com a parti-

cipação do Presidente do Conselho de

Administração Senhor Américo Ribeiro

e do Senhor Pedro Pimenta.

A tarde foi animada pelo grupo

de canto do Centro, que presentearam

a todos com algumas musicas tradicio-

nais.

No dia 4 de Agosto, a tarde foi

preenchida por um Pic-Nic no Parque

de Merendas de Gondomar. Esta inicia-

tiva contou com a presença de clientes

de terceira idade de todos os Centros

Sociais da Obra Diocesana, num total

de cerca de duzentos idosos.

Como não podia deixar de ser, o

lanche foi muito convidativo e apreciado

por todos.

A animação esteve sob a res-

ponsabilidade do Grupo Musical

Albatroz, que nos trouxe uma tarde

com muito boa disposição e alegria.

Santa Maria da Feira, o qual denomi-

de extrema satisfação para o grupo de

idosos participantes.

A visita ao Castelo foi transfor-

mada numa autêntica diversão, pautada

no rosto de todos os idosos.

-

dizem aos nossos clientes.

A Palestra da Saúde sobre a

doença de Parkinson, foi da responsa-

bilidade da Enfermeira Vera Azevedo.

35Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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Foi uma Palestra que despertou o inte-

resse dos nossos clientes, os quais par-

ticiparam ativamente na mesma, dando

-

miliares. O Conselho de Administração

esteve representado pelo Senhor Pedro

Pimenta, o qual nos trouxe alguns con-

tributos de interesse.

De 18 a 27 de Agosto, o Centro

Social Machado Vaz dedicou-se á Cria-

Procurámos recolher no nosso

trabalho quotidiano de cada um de nós.

Apelamos também á participa-

ção de todos os Centros, na recolha de

testemunhos relativos ao nosso tema:

“Compromisso pela Excelência do

Servir”.

Consideramos que este traba-

lho resultou num bonito testemunho,

dado a colaboração e empenho de to-

dos os envolvidos.

No dia 29 de Agosto encerra-

-

postas por Machado Vaz.

A tarde foi marcada por quatro

momentos:

1º - Apresentação pelas Ajudan-

tes de Ação Direta e Clientes do Centro,

dos Valores ODPS;

2º - Momento musical a cargo

da Colaboradora Susana Macedo;

3º- Passagem de testemu-

nho ao Centro Social da Pasteleira e

intervenção do membro do Conselho

de Administração Sr. Rui Cunha;

4º - Lanche convívio com todos

os participantes.

Agosto, mês por excelência

de férias, contudo para o Centro

Social Machado Vaz foi um mês de

alegria, confraternização, convívio,

empenhamento, vontade e esforço

partilhado por todos na concretiza-

ção do que nos propusemos reali-

zar.

Foi sentir ODPS, foi colocar

o trabalho, a dedicação e o Amor ao

serviço de todos.

Obra Diocesana de Promoção Social36

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Setembro > A transparência pela exaltação da verdade Centro Social da Pasteleira

“A Transparência pela Exal-

tação da verdade”, foi o tema que

lançou a equipa do Centro Social da

Pasteleira para um processo criativo,

-

sentar a transparência? Como pode-

crianças? Como envolver os idosos?

Poderão os pais colaborar? De que

forma?

Após um longo processo de

foi unanime em concordar que a trans-

parência pela exaltação da verdade,

-

sa busca diária em prestar serviços

verdadeiras e transparentes… esta

busca pode por vezes ter a forma de

labirinto, onde contornamos obstácu-

esquecemos o nosso principal obje-

tivo que é a -

Rapidamente idealizamos um

labirinto que conduziria a quatro ate-

lieres onde se fariam experiencias

com água.

Como concretizar esta ideia? O

projeto teria que ser seguro, e a obra

deveria ser grande para que todo o es-

paço do ginásio fosse transformado.

Foi aí que recorremos a alguns pais

arquitetos.

Estes compreenderam o nos-

so propósito e devolveram-nos um

projeto baseado em material recicla-

do. Construíram uma planta da obra

-

ção de todos os nossos clientes na

recolha de pacotes de leite, garrafas

higiénico. Estávamos em Novembro

de 2013.

A recolha de material durou

todo o ano letivo, e todos os momen-

tos de reunião com os nossos clientes

foram aproveitados para relembrar a

Paralelamente planeamos que

o labirinto deveria ser inaugurado. O

evento decorreria no exterior, com um

concerto realizado pelas várias crian-

ças, quer a cantar, quer a tocar oca-

rinas, e, um grupo de colaboradoras

a tocar Ukulelé. Posteriormente pen-

samos proporcionar um concerto na

Igreja de Lordelo para os idosos da

37Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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ODPS e idosos da comunidade. Con-

sequentemente todas as crianças da

ODPS, durante o mês de Setembro,

viriam visitar o labirinto. Para encerrar

-

cal no Seminário de Vilar, onde ocor-

reria a passagem de testemunho.

Simultaneamente, planeamos

a oferta que os idosos de Centro de

Dia/Convívio iriam construir, para pos-

-

lo; aos Serviços Centrais e todos os

Centros da ODPS

Construção do labirinto

Julho de 2014… depois de oito

meses a recolher material reciclado,

Com a ajuda preciosa de um grupo de

pais, foram feitas várias tentativas e

-

clusão de que não tínhamos material

Novo processo criativo, e nova

questão: como iremos resolver este

problema? A resposta veio de um

dos pais que conseguiu que genero-

samente a fábrica de enchidos Real

emprestasse 270 paletes, e,

com base neste material, os arquitetos

reestruturaram o projeto. A empresa

Klog ofereceu-nos o serviço de trans-

porte das paletes.

E assim iniciamos a constru-

ção do nosso labirinto. Um grupo de

pais, juntamente com os colaborado-

res, durante um dia, uma noite até de

madrugada, juntaram, aparafusaram e

Após esta montagem surgiu

a necessidade de tornar este espaço

mais apelativo e colorido, quer para

as crianças, quer para os idosos. Para

isso foi necessário decorá-lo para lhe

proporcionar cor e harmonia.

Todos os colaborados e clien-

tes estiveram envolvidos na decora-

ção realizada com o aproveitamento

famílias. Ao longo deste processo foi

divertido ver crianças a pintar rolos de

papel e caixas de cartão, os idosos a

recortarem e amachucarem revistas

garrafas, bem como a realizarem vá-

rios trabalhos em tecido para preen-

cherem as paredes.

Demos cor a garrafas, a ro-

los, a pedaços de cartão, e depois de

todo o material preparado, foi colado

nas paredes do nosso labirinto trans-

formando-o em pequenos retalhos de

cor.

O projeto com as paletes aca-

bou por ser enriquecido com uma

escada que ligou o labirinto ao palco,

zona destinada a um registo da pre-

sença de cada criança que nos visi-

tasse.

Obra Diocesana de Promoção Social38

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A entrada para o polivalente

sofreu também uma grande transfor-

mação, criaram-se expositores (com

caixas de diferentes tamanhos e pa-

cotes de leite recortados pelos idosos)

e construiu-se uma pequena exposi-

ção de todos os cientistas criados por

cada Centro Social da ODPS.

-

dos em garrafas vazias, decoramos a

entrada, recriando a transparência da

água.

O labirinto foi um projeto que

envolveu famílias, clientes desde o

pré-escolar ao Centro de Dia, todos

os colaboradores que generosamente

abdicaram das suas horas de almoço,

ou de passar mais tempo com as suas

famílias para concretizar uma ideia tão

ambiciosa, mas ao mesmo tempo rica

nas oportunidades de convívio, de

partilha, de cooperação que gerou.

Quando idealizado, o nome

escolhido para o projeto foi Obraco-

mArte, e de facto foi com arte, empe-

nho, responsabilização, e muita dedi-

cação que todos contribuíram para a

sua concretização.

A Inauguração da ObracomArte

Dia 5 de Setembro de 2014 foi

um dia inesquecível para a Equipa do

Centro Social da Pasteleira…

Com simplicidade mas algu-

-

sos jardins; com a pureza das vozes

das nossas crianças; com a mestria

do coro do Centro de Dia / Convívio,

e, com a generosa colaboração da

Professora Margarida Almond, rece-

bemos ilustres convidados, que par-

tilharam connosco este momento tão

importante.

O Sr. Padre Lino Maia, o nos-

so Presidente do Conselho de Admi-

nistração Sr. Américo Ribeiro, ilustres

membros do Conselho de Administra-

ção como o Sr. Rui Cunha, Dr.ª Helena

Costa Almeida e Sr. Pedro Pimenta

acompanhado por sua esposa; os Di-

retores de Serviço, os Coordenadores

de todos os nossos Centros Sociais,

o Sr. Padre Domingos e Padre Artur

(Párocos da freguesia de Lordelo do

Ouro), os pais das crianças e familia-

res dos idosos que atuaram, e todos

os colaboradores do C.S. da Paste-

leira, testemunharam o momento da

inauguração e puderam visitar todo o

espaço.

d’Honra, repletos de alegria e orgulho

em sermos ODPS.

Concerto na Igreja de Lordelo do

Ouro

Dia 9 de Setembro de 2014,

cerca das 15 horas, teve início na Igre-

ja de Lordelo do Ouro um pequeno

39Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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concerto dedicado a todos os idosos

da ODPS.

Crianças, colaboradores do

grupo de Ukulelés e coro do Centro

inundados de alegria, cantaram e en-

cantaram todos os presentes.

O local e a seleção das músi-

cas ajudaram a criar um ambiente ca-

-

les que representam uma parte muito

importante do trabalho da ODPS, que

são os nossos idosos. Não esquece-

mos a comunidade que sempre nos

apoia, e por isso estiveram também

presentes os idosos do Centro de Dia

de Lordelo e Centro de Dia da Arrá-

bida.

Visitas ao Labirinto

Ao longo de duas semanas

recebemos crianças das valências de

CATL e Pré-escolar, e idosos de todos

os Centros de dia/convívio da ODPS.

Foram recebidos e acompa-

nhados ao longo de toda a visita por

duas personagens, a Inhas e a Tia

Nesta.

A Inhas… uma menina irre-

quieta e traquinas que durante todo

o tempo prega partidas e faz dispa-

rates…

A Tia Nesta… a jardineira e

técnica de manutenção do labirinto,

a sua sobrinha para o trabalho já que

as aulas ainda não tinham começa-

do…

acredita, já que passou todo o tempo

a pregar partidas. Nesse momento é

consequência da mentira.

Durante a visita as crianças

realizaram experiências relacionadas

com água e construíram uns óculos

“da verdade. Estas experiências foram

conduzidas por quatros personagens

(cientistas: Picuinhas; Rosinhas; Bó

Rosinhas e professora Léna )

Os idosos tiveram a oportuni-

quadros de rolhas de cortiça em ate-

lieres nos jardins da Pasteleira, orien-

tados pela Educadora Social Sónia

Silveira. Após estas atividades realiza-

ram uma visita guiada ao labirinto com

a explicação das experiências pelas

personagens (cientistas).

Todas as crianças terminaram

-

cia.

Musical e passagem de testemu-

nho

Dia 26 de Setembro de 2014…

pelas 15 horas teve inicio, no auditório

do Seminário de Vilar, um musical que

Obra Diocesana de Promoção Social40

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deliciou idosos, crianças, famílias e

colaboradores.

Antes do início do espetáculo,

todos os Centros foram acolhidos e

acompanhados aos seus lugares, pe-

los pais das crianças do nosso Cen-

foram usados os cientistas que tinham

sido elaborados pelos mesmos.

O musical teve início com a en-

trada da Inhas e da Nesta que provo-

caram o delírio dos mais pequenos e

o espanto dos adultos.

No palco estavam todas as

crianças do pré-escolar, CATL, idosos

do Centro de Dia / Convívio, e colabo-

todos os presentes. A estes, de forma

inesperada mas divertida, juntaram-se

O musical foi planeado de for-

-

ção dos mais pequenos, com uma se-

leção cuidada das músicas a cantar,

das danças a apresentar e de todos

os pequenos sketch que antecederam

cada uma das músicas.

Finalizamos com a passagem

do testemunho e a entrega de peque-

nas lembranças a todos os centros e

Serviços Centrais, não esquecendo

de convidar todos os presentes a dan-

Foi um mês exigente e traba-

lhoso, mas todos nos sentimos gra-

-

riência criativa e inovadora que nos

propusemos vivenciar e partilhar.

Para que tudo isto fosse pos-

sível reconhecemos e agradecemos a

motivação do Sr. Presidente do C.A.,

a disponibilidade do Dr. João Pratas,

a colaboração da Professora Marga-

rida Almond, a generosidade do Sr.

Padre Domingos e o empenhamento

e disponibilidade de todos os cola-

boradores incluindo o Sr. Acácio. Um

especial obrigado a todos os pais que

nos ajudaram.

(…) Que seja a nossa hu-

mildade o caminho de regresso ao

melhor de nós, para que possamos

ter a vontade de deixar cair o que

nos rouba o tempo, e abraçar o

que nos espera rumo à felicidade,

vencendo e sendo cada vez mais

felizes, alegres e transparentes

uns com os outros… Alice Barros.

41Ano IX . n.º36 . Trimestral . Setembro 2014

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-

-

-

Frei José Pinto, OFM

-

--

-

Maria Teresa Dias Teixeira de Morais, Prof.

Aposentada - Trofa

--

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-

-

José Manuel Ribeiro Cardoso, Dr. - Fafe

--

-

-

-

-

Ana Maria Taveira - Oeiras

---

Justina Ouro - Lisboa

-

-

-

-

Propósitos

Elvira Almeida - Ílhavo

espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo

Obra Diocesana de Promoção Social42

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Descrição Contribuição Descrição Contribuição

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