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Outubro de 2010 | Ano 2 | Nº 9 Universidade Veiga de Almeida | Comunicação Social Jornal Laboratório do curso de Jornalismo Grátis Aulas de dança no Centro Coreográfico Salão, folclórica, contemporânea e afrobrasileira são alguns dos ritmos e estilos das oficinas do CCO 4 Império une educação e samba na Tijuca oferecendo oficina em chapelaria e adereços Aproximar a cultura da comunidade e proporcionar o desenvolvimento social fazem parte da missão do Grêmio Recreativo Escola de Samba Educativa Império da Tijuca. Através de ações como o Projeto Sinfonia Imperial os moradores têm acesso gratuito à cultura na comunidade da Forminga, que ainda pode contar com diversos cursos profissionalizantes 5 Obras de arte ao ar livre Feira hippie na Praça Saens Peña é uma ótima opção para compra de artigos artesanais 3 Rúgbi anima São Januário Estádio de futebol cede lugar ao peculiar esporte, praticamente desconhecido no Brasil 8 Refúgio Clima de bar Bares do Adão e Da Gema atraem moradores da Tijuca e redondezas com clima informal, chopp gelado e pastéis de diversos sabores 6 Nossa Senhora de Lourdes completa 110 anos em Vila Isabel. Arquitetura da Igreja chama a atenção de quem passa 2 Caminhada Alexandre Henderson escolheu a Tijuca para morar: lugar central e de fácil acesso a todas as regiões. Assim como ele, outros famosos já moraram no bairro 6 Exercício físico diminui o uso de medicamentos na terceira idade, além de ajudar no bem-estar 7

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Obras de arte ao ar livre Nossa Senhora de Lourdes completa 110 anos em Vila Isabel. Arquitetura da Igreja chama a atenção de quem passa 2 Outubro de 2010 | Ano 2 | Nº 9 Bares do Adão e Da Gema atraem moradores da Tijuca e redondezas com clima informal, chopp gelado e pastéis de diversos sabores 6 Exercício físico diminui o uso de medicamentos na terceira idade, além de ajudar no bem-estar 7 Estádio de futebol cede lugar ao peculiar esporte, praticamente desconhecido no Brasil 8

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Outubro de 2010 | Ano 2 | Nº 9

Universidade Veiga de Almeida | Comunicação SocialJornal Laboratório do curso de Jornalismo

Grátis Aulas de dança no Centro Coreográfico Salão, folclórica, contemporânea e afrobrasileira são alguns dos ritmos e estilos das oficinas do CCO 4

Império une educação e samba na Tijuca oferecendo oficina em chapelaria e adereçosAproximar a cultura da comunidade e proporcionar o desenvolvimento social fazem parte da missão do Grêmio Recreativo Escola de Samba Educativa Império da Tijuca. Através de ações como o Projeto Sinfonia Imperial os moradores têm acesso gratuito à cultura na comunidade da Forminga, que ainda pode contar com diversos cursos profissionalizantes 5

Obras de arte ao ar livreFeira hippie na Praça Saens Peña é uma ótimaopção para compra de artigos artesanais 3

Rúgbi anima São JanuárioEstádio de futebol cede lugar ao peculiar esporte, praticamente desconhecido no Brasil 8

RefúgioClima de barBares do Adão e

Da Gema atraem

moradores da Tijuca e

redondezas com clima

informal, chopp gelado

e pastéis de diversos

sabores 6

Nossa Senhora de Lourdes completa 110 anos em Vila Isabel. Arquitetura da Igreja chama a atenção de quem passa 2

Caminhada

Alexandre Henderson escolheu a Tijuca para morar: lugar central e de fácil acesso a todas as regiões. Assim como ele, outros famosos já moraram no bairro 6

Exercício físico diminui o uso de medicamentos na terceira idade, além de ajudar no bem-estar 7

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2 Outubro de 2010 | Ano 2 | Número 9

Igreja de Vila Isabel completa 110 anos

tem formato de gruta – uma referência ao local em que a Nossa Senhora apareceu na cidade de Lourdes, na França. Dez altares, construídos ali mesmo, com imagens de santos como Nª. Srª. de Fátima, Nª. Srª. Aparecida, Santo Expedito, São Sebastião e São Francisco de Assis, compõem as laterais. À esquerda, em capela fechada, encontra-se a Pia Batismal, com simbolismo do dogma do sacramento do batismo; painéis e pinturas bíblicas referentes à necessidade, à matéria e aos efeitos do sacramento.

Fernanda Cansanção

Este ano, os católicos moradores de Vila Isabel têm o que comemorar. A Igreja Nossa Senhora de Lourdes completa 110 anos e ainda chama atenção pela bela arquitetura. Antes de ser projetada no Boulevard 28 de Setembro, a Igreja era só uma pequena capela na Praça Drumond (hoje conhecida como Praça 7), onde funcionou de 1900 até 1914, quando a Pedra Fundamental ficou pronta. A paróquia já fo i administrada por oito padres e, atualmente, é conduzida pelo Padre Valtermario Frazão.

Projetada por Antônio Virzi, a Igreja Nossa Senhora de Lourdes foi construída com base em projetos de uma basílica – posição ocupada em maio de 1959, quando foi alçada ao título de ‘Basílica Menor’ pelo Papa João XXIII. A fachada foi construída em granito e possui uma imagem de Nossa Senhora Imaculada da Conceição. Bustos dos doze apóstolos circundam a porta principal de jacarandá e ornamentada com uma cruz de cristal e bronze. A entrada é tão marcante que aparece no brasão do bairro de Vila Isabel e virou referência turística na região.

No interior, a Igreja possui formato de cruz, símbolo da redenção que domina toda arquitetura da Paróquia. O altar Padre Valtemario Frazão

Foto

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ação

Réplica da gruta da cidade de Lourdes em que a Santa foi encontrada

Funcionamento da Secretaria Paroquial2ª a 6ª feira das 7h30 às 11h30 e das 15h às 19hMissas durante a semana: às 7h30 e 19hMissas nos fins de semana: sábado, às 16h, e domingo, às 7h, 9h30, 17h e 18h30Tel.: (21) 2568-3821 A fachada representada no brasão

Grande arquitetura da paróquia é contemplada no brasão do bairro

Reitor

Dr. Mario Veiga de Almeida Júnior

Vice-Reitor

Prof. Tarquínio Prisco Lemos da Silva

Pró-Reitor Acadêmico

Arlindo Cadarett Vianna

Pró-Reitor Comunitário

Dr. Antônio Augusto de Andrade

Magaldi

Diretor Administrativo-Financeiro

Mauro Ribeiro Lopes

Diretor do Campus Tijuca

Prof. Abílio Gomes de Carvalho Júnior

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca

Outubro de 2010 | Ano 2 | Número 9

Curso de Comunicação Social reconhecido

pelo MEC em 07/07/99, parecer CES 694/99

Coordenador:

Prof. Luís Carlos Bittencourt

Coordenador de Publicidade:

Prof. Oswaldo Senna

O Esquina Grande Tijuca é um produto da

Oficina de Jornalismo

Reportagens, edição e diagramação:

Alunos do 6º período, Edição

Professor-orientador e edição final:

Érica Ribeiro

AgênciaUVA

Redação: Rua Ibituruna 108, Casa da

Comunicação, 2º andar. Tijuca, Rio de

Janeiro - RJ 20271-020

Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319

e 416)

Site: www.agenciauva.com.br

e-mail: [email protected]

Oficina de Propaganda: [email protected]

Impressão: Gráfica O Lance

Tiragem: 2.000 exemplares

Nesta primeira edição do 2º semestre de 2010, o Esquina Grande Tijuca traz diversas opções de lazer, mas também aborda temas polêmicos como o aumento de moradores de rua na região e o fechamento do templo do futebol para os preparativos da Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil.

Mas as celebrações também estão na pauta, com o aniversário de 110 anos da Igreja Nossa Senhora de Lourdes em Vila Isabel e a escolha do estádio São Januário como sede dos jogos de rúgbi nas Olimpíadas de 2016.

A educação e profis-sionalização de jovens é o assunto das matérias sobre o Projeto Conexão, instalado no Shopping Tijuca, e as oficinas oferecidas pela Império da Tijuca.

Para relaxar, os mora-dores da região podem aprove i tar um passe io pela Rua das Flores, uma caminhada no entorno do Maracanã, dançar ao som de vários ritmos no Centro Coreográfico Rio de Janeiro ou ainda fazer compras na Feirarte da Praça Saens Peña. Ótimas opções de lazer para o verão que está por vir.

Boa leitura!

Carta ao leitor

Distribuição gratuita

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Outubro de 2010 | Ano 2 | Número 9 3

Rua da Tijuca é referência na venda de floresServiço que funciona 24 horas trouxe mais segurança ao localEduardo Bittencourt

O tijucano sabe exatamente onde encontrar flores. Seja para enfeitar a casa ou presentear uma pessoa querida basta ir à Rua das Flores. O local se tornou tradicional ponto de venda de plantas. Além disso, a instalação dos quiosques permitiu a revitalização da área, que anteriormente abrigava mendigos e era considerada perigosa pelos constantes assaltos.

Essa nova rea l i dade se deve a ação do casal de floricultores Cineyda e Humberto Lopes, ambos de 62 anos, que trabalham vendendo plantas há 35. Eles foram os primeiros a receber licença da prefeitura para instalação de quiosques de plantas no Rio de Janeiro, fato que se deu pela sanção da lei nº 772, de 1985, a qual ajudaram a redigir. Inicialmente

instalados no Centro da cidade, eles se mudaram para a Rua das Flores há 17 anos.

A luta pela legalização das bancas foi movida por um sentimento de afeto. Cineyda afirma que tem amor pelas plantas e não as troca por nada. “Não há dinheiro no mundo que me faça abandonar minhas flores”, comenta. Ela também conta que há sempre muito movimento no local e que as vendas são boas o ano inteiro, mas aumentam em ocasiões especiais, como o início da primavera, o dia das mães e, principalmente, o dia dos namorados.

Um dos segredos desse s u c e s s o é a v a r i e d a d e encont rada. Na Rua das Flores se vende todo tipo de plantas, desde as tradicionais orquídeas, rosas, violetas e margaridas até as exóticas plantas carnívoras. Encontra-

se, inclusive, árvores frutíferas recém-plantadas, como pés de romã, de manga e até mesmo de seriguela. Isso leva o público a ser diversificado também.

Por esse motivo é que experiência no assunto faz diferença. “Não adianta só vender flores. Temos que ensinar aos clientes como cuidar delas, pois cada uma deve receber tratamento específico”, diz Cineyda. Ela ainda acrescenta

que a relação com os demais vendedores da rua é boa e que eles atuam em parceria, de modo a oferecer serviços que atendam melhor os clientes.

Prova disso é que todos os quiosques entregam em domicílio, além de funcionar 24 horas por dia. Essa foi a solução que os floristas e a prefeitura encontraram para afastar de vez os mendigos e assaltantes que ficavam por lá.

Tranquilidade com os quiosques das florespraças, igrejas e escolas, bem como no meio cultural que a cerca.

Tereza Motta, de 33 anos, viveu boa parte de sua infância na Tijuca com sua avó, Margarida, de 75 anos, e conheceu o que hoje é a Rua das Flores. Ela conta que há alguns anos o local era realmente perigoso, difícil de transitar, e mais tarde, na busca de uma solução,

fizeram cinemas, que inclusive chegou a frequentar, mas que não resolveu o problema, pois a região continuou deserta e com muitos moradores de rua.

Fundada no local em 1993, a Rua das Flores já faz parte do dia-a-dia do tijucano que encontrou na instalação dos quiosques a solução para a tranquilidade, com um ambiente harmonioso e farto comércio.

A Rua das Flores está localizada em frente à Praça Saens Peña

Foto: Maria Fernanda

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A vendedora Cineyda está na Rua das Flores desde a abertura e ama o que faz

Maria Fernanda

A Rua Das Flores já foi um local de circulação de carros, que, durante a noite, era escuro, perigoso – reduto de moradores de rua e assaltantes – e intransitável. Atualmente, a Rua das Flores é um local de pedestres e sua história é encontrada em suas ruas,

Galeria de arte na praça detalhes, levou uma semana para ficar pronto.

Rodrigo Barbosa, morador da Tijuca e frequentador da Feirarte, admira a qualidade dos artistas que expõem na feira. “Sempre passo por aqui e fico ‘viajando’ nos quadros e esculturas. Me sinto como se estivesse visitando uma galeria a céu aberto”. E é isso que a feira representa para os artistas, que, pela dificuldade de expor em famosos bistrôs e galer ias, encontram na Fe i ra r te uma sa ída para mostrar e vender suas obras, ganhando não só dinheiro,

Mattheus Rocha

Sábado e domingo são dias para relaxar, descansar e ir à praia. Mas não para os expositores da famosa Feirarte, a feira hippie da Praça Saens Peña. Todo fim de semana, entre barracas de artesanato, roupas e bolsas, lá estão muitos artistas plásticos – novos e experientes –, como a pintora Maria Augusta Lopes, de 74 anos, que há quase quatro décadas expõe suas obras

em um dos mais procurados estandes da feira.

As formas e cores de seus quadros retratam paisagens guardadas pela artista em sua memória fotográfica. “Lembro com precisão de todos lugares que vou e a riqueza dos detalhes agrada a clientes de todas as idades”, diz Maria Augusta, que leva de um a dois dias para finalizar cada obra. O único quadro que levou mais tempo foi uma reprodução da Última Ceia, que, pela quantidade de

mas também reconhecimento pelo trabalho.

Artista plástica Maria Augusta

Foto: Mattheus Rocha

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4 Outubro de 2010 | Ano 2 | Número 9

Projeto encaminha jovens ao mercado de trabalhoPor Raquel Halfeld

Os jovens de comunidades carentes ganharam uma nova oportunidade de inserção no mercado de trabalho. O Projeto Conexão chega ao Shopping Tijuca, em uma parceria entre o Comitê para Democratização da Informática (CDI) e a Rede Cidadã, e encaminha jovens, entre 18 e 35 anos e Ensino Médio completo ou cursando, a empresas interessadas no

jovem assiste a palestras sobre postura em entrevistas e faz simulações de dinâmicas de grupo. A fase final possui um teste vocacional e, a partir daí, há o encaminhamento para as vagas disponíveis.

Mas não são somente os candidatos às vagas que beneficiam-se com a ação. De acordo com Bianca Marcenes, assistente de projetos do C o n e x ã o , e m p r e s a s d e qualquer porte podem buscar profissionais no Conexão, bastando preencher uma ficha na qual a empresa deve informar o perfil necessitado para que os candidatos sejam encaminhados para entrevistas.

No entanto, é preciso estar atento ao objetivo do projeto. “É importante que a empresa esteja preocupada na inserção de jovens com menos oportunidades no mercado de trabalho. O projeto não é um balcão de empregos, é uma ONG dedicada a mudar a vida das pessoas e inseri-las no mercado de trabalho e, consequentemente, na sociedade”, alerta Bianca.

aproveitamento de novos profissionais.

O p r o c e s s o p a r a participação no programa é simples. O candidato pode procurar o Comitê, localizado no piso G5 do shopping e preencher uma ficha com os dados pessoais. O segundo passo é a realização de uma prova no nível do 1º Ano do Ensino Médio, com questões de Matemática, Português e Redação. Após essa etapa, o

Centro coreográfico oferece oficinas gratuitas

A Rede Cidadã é uma •organização que atua na formação de redes, focadas no processo de articulação e de sinergia entre governos, empresas e entidades da sociedade civil, em torno de objetivos ou agendas comuns.

O Comitê para Demo-•cratização da Informática é uma organização não-governamental que utiliza a tecnologia como ferramenta para combater a pobreza e a desigualdade. O CDI recebe doações de computadores e atua em dez países, tendo feito diferença na vida de mais de 1,2 milhão de pessoas. No núcleo Tijuca, oferece à comunidade o curso “Informática para Iniciantes”, ao custo de apenas R$5. O contato com o Projeto pode ser feito diretamente no Shopping Tijuca (Av. Maracanã, 987, piso G5), pelo telefone 2567-9047 ou pelo blog conexaocdirc.blogspot.com.

Foto: Bianca Marcenes

Jovem é encaminhada para a primeira oportunidade de trabalho pelo Conexão

Viviane Oliveira do Nascimento

Um dos maiores espaços destinados à dança no mundo e único na América Latina está na Tijuca. Há seis anos, o Centro Coreográfico Rio de Janeiro (CCO) oferece aulas de dança de salão, de rua, contemporânea, afro-brasileira e até folclóricas, gratuitamente, aos moradores da região.

Idosos, adultos e crianças podem aproveitar as dezenas de at iv idades oferecidas, i nc lus ive aos sábados e domingos. O Centro abriga um teatro com 155 lugares – onde espetáculos de dança são apresentados a preços populares – três estúdios de dança, uma sala de vídeo, cinema e apartamentos para hospedagem de a r t i s tas que fazem intercâmbio. Até dezembro será inaugurado um centro de memória dedicado à dança.

Segundo a coreógrafa e diretora do CCO Carmem Luz, a infraestrutura oferecida pode ser comparada aos centros de dança dos Estados Unidos e da Europa. As aulas são ministradas por professores e coreógrafos gabaritados, o que acaba atraindo muitos moradores de outros bairros,

Centro Coreográfico Rio de JaneiroRua José Higino, 115, Tijuca, ao lado do Extra da Avenida Maracanã.Programação dos espetáculos e horário das aulas: www.centrocoreografico.blogspot.com

principalmente da Zonas Sul e Oeste da cidade.

O dançarino Danilo Cardoso, de 16 anos, é morador do Recreio dos Bandeirantes e participa de um programa de residência. Ele ensaia diariamente e só tem elogios ao local. “A estrutura e o atendimento são ótimos”. Já

Thiago de Souza, de 24 anos, morador do morro da Formiga, faz a oficina de dança de rua e aproveita os ensinamentos para repassar às crianças da comunidade. “Eu já dançava, mas com as aulas posso aprimorar o que sei, aprender mais e ensinar aos meus alunos”.

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Apresentação de dança do CCO

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Outubro de 2010 | Ano 2 | Número 9 5

Um império do ensino no Morro da FormigaPrestes a completar 70 anos, o Império da Tijuca mantém sua principal preocupação desde a fundação: a educação da comunidade

Império da TijucaRua Medeiros Pássaro, nº 84, na Comunidade da Formiga.

Por Gustavo Borges

Samba é paixão, diversão e alegria. Educação é futuro e cidadania. Na tentativa de unir esses dois elementos nasceu o Grêmio Recreativo Escola de Samba Educativa Império da Tijuca. Uma agremiação no mínimo diferente. É a única a ter “Educativa” em seu nome oficial. A principal preocupação no momento da fundação era o ensino. Havia uma escola de alfabetização para crianças que atuou anos na comunidade. Era um grupo de escoteiros denominado como Tropa José do Patrocínio. Quase setenta anos depois, projetos sociais e culturais ainda fazem parte da agremiação.

Realizado na sede, o Projeto Sinfonia Imperial, que completou quatro anos em julho, conta com aulas gratuitas de percussão para meninos e meninas de todas as idades. "Só é preciso ter disposição. Peço apenas aos menores que levem documento de identidade ou certidão de nascimento e comprovante escolar. Todo ano renovamos nosso quadro de ritmistas integrando os melhores alunos do projeto à bateria", diz o mestre Capoeira.

Além desse projeto, a escola oferece a especialização em chapelaria e adereços, que criam fantasias para o desfile. “Não temos mais projetos por falta de espaço na quadra. São poucos, mas eficientes”, afirma

o presidente do Império da Tijuca Antônio Marcos Teles, o Tê. Prova dessa eficiência é que o muro principal da quadra da escola foi construído por mulheres que participaram do projeto de construção civil, que oferece curso de pedreiro só para elas.

Morro da Formiga e o celeiro de bambas

O caminho de descida da favela, que dá acesso ao asfalto, é uma estrada sinuosa encravada na encosta do morro. Quando os primeiros moradores viram o movimento de sobe e desce de pessoas na trilha, fizeram logo a comparação: "Parece um monte de formiga em fila indo trabalhar". A brincadeira "morro das formigas" acabou pegando.

Grande parte dos morros da Tijuca eram antigas fazendas de café da Zona Norte. A quadra e sede da Império da Tijuca tem a estrutura de uma fazenda da época. O fumo e o café ainda estão presentes no local simbolizando as riquezas da região.

O mundo em carnavalO C a r n a v a l 2 0 1 1 j á

começou no Império. O enredo ‘O mundo em carnaval – Um olhar sobre a cultura dos povos’ teve sete sambas na disputa. A escolha do samba que irá representar a escola tijucana será no dia 23 de outubro, na quadra da Unidos da Tijuca, na Leopoldina, Zona Portuária. O presidente Antônio Marcos Teles, o Tê, elogiou os sambas concorrentes. “Independentemente do samba que ganhar essa disputa, vamos com toda força para o carnaval do ano que vem. Nossa ideia é fazer um belo espetáculo e voltar à elite do carnaval carioca”.

O Império da Tijuca está no Grupo de Acesso há quatro anos, depois de ter ficado no Grupo B por outros quatro. A última vez que disputou no Grupo Especial foi em 1996, com o enredo ‘O Reino Unido Independente do Nordeste’, do então carnavalesco Miguel Falabella.

Todo ano renovamos

nosso quadro de ritmistas

integrando os melhores alunos

do projeto à bateria

Mestre Capoeira

Fotos: Gustavo Borges

A sala de troféus do Império da Tijuca guarda lembranças dos anos de glórias e vitórias da escola

Tê e Carlos Eduardo Júnior (Mosquito) fazem parte da equipe do Império

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6 Outubro de 2010 | Ano 2 | Número 9

Dois pastéis e um choppPetisco atrai cariocas de outros bairrosThales Carneiro

Carioca tem fama de ser descontraído. Gosta de happy-hour. Para acompanhar o chopp gelado e o bate-papo no botequim, umas das opções mais pedidas é o pastel. Na região da Grande Tijuca, o aperitivo faz sucesso e põe em evidência estabelecimentos que têm o petisco como ponto forte.

Destaque na mídia e no mercado de bares e restaurantes do Rio de Janeiro, um bar que surgiu há 18 anos no coração do Grajaú conquista boêmios de outras regiões da capital. O Bar do Adão chega à maioridade funcionando em sete bairros – entre eles a Tijuca – e com planos de expansão. Uma filial na Barra já está entre os objetivos dos sócios que controlam a marca.

O Bar do Adão deixou de ser exclusividade do Grajaú em 2006, quando foi inaugurada uma unidade em Botafogo. De lá para cá, Tijuca, Lapa, Leblon e Copacabana também receberam o restaurante, que tem mais de 80 sabores de pastel no cardápio, além de outros pratos apreciados por frequentadores.

Cliente desde 2003, quando leu uma matéria sobre o Bar do Adão no jornal O Globo, Claudio Faria é fã do pastel de camarão, servido sempre pelo mesmo garçom na unidade Grajaú. “Alguns eu chamo pelo nome, como o Fábio, que também me conhece pelo nome e faz questão de me atender”, conta o jornalista.

O clima informal atrai frequentadores também para outros bares da região. Famoso pelo inusitado pastel de feijoada, o tijucano Da Gema recebe cariocas de todos os cantos. Segundo colocado no Comida di Buteco 2010 – concurso anual de petiscos promovido pelo jornal O Globo –, o bar passou a receber clientes de bairros como Brás de Pina, Copacabana e Laranjeiras; gente de vários lugares, descontraída e disposta a experimentar novidades. O Bar do Adão tem mais de 80 sabores de pastéis no cardápio

Fotos: Thales Carneiro

Orgulho de ser tijucanoTim Maia e Erasmo Carlos já moraram no bairro, berço da Jovem Guarda

A atriz Rosane Gofman, irmã da também atriz Betty Gofman, é uma das “tijucanas de carteirinha”. Vizinho de Rosane, Luan Vascocelos, confirma a paixão e o encanto dela pela Tijuca. “Ela sempre demonstra muita simpatia e atenção com todos que a abordam”.

Outro tijucano que aparece nas tel inhas é Alexandre Henderson, apresentador do Globo Ciência, no Canal Futura e na TV Globo e morador do bairro há 13 anos. “A escolha se deu por ser um local estratégico, próximo ao Centro, à Zona Sul e

Thayane Dibb

“Quando eu deixar a Tijuca / sinto que o Céu não irá me agradar / pois não basta um Paraíso inteiro / pra saudade que a Tijuca dá...". Em seus versos o compositor e escritor tijucano, Aldir Blanc, já demonstrava sua paixão pelo bairro de origem. Conhecida como a Zona Sul da Zona Norte, a Tijuca é um dos bairros mais tradicionais e famosos do Rio de Janeiro e o único que qualifica seus moradores.

Pode-se dizer que o tijucano possui personalidade ímpar, com um sentimento de orgulho de bairro. Apesar de todos os problemas, os tijucanos gostam do local e partilham um sentimento de fraterninade ao encontrar moradores da região em outro lugar, como se conhecesse a pessoa a vida toda.

E em um lugar tão rico de história e cultura, porque não destacar os famosos que já passaram ou ainda residem no bairro? A Jovem Guarda, um dos maiores movimentos de música e comportamento dos anos 60, nasceu nas ruas da Tijuca, com moradores que ficaram famosos como Erasmo Carlos e Tim Maia.

à Zona Oeste. O bairro também tem uma boa infraestrutura, onde é possível resolver tudo a pé. Resumindo, acho a Tijuca um bairro prático”.

Para Henderson, a Tijuca hoje vive um momento muito interessante, com redução dos índices de violência e com os investimentos, sobretudo para a próxima Copa. “O bairro é super tradicional e já foi uma das maiores rendas do Rio. Acredito, por exemplo, que as imediações do Maracanã ficarão um espetáculo com as obras que estão sendo feitas. Outro ponto forte do bairro são as plantas dos imóveis. Há apartamentos, sobretudo os mais antigos, super charmosos e enormes, o que é um atrativo para quem busca morar com conforto”.

Entre os famosos que já passaram pelo bairro também estão Antonio Car los Jobim, Claudia Jimenez, Jorge Ben Jor, Milton Nascimento, Gabriel Pensador, José Trajano, Eri Johnson.

O apresentador do Globo Ciência escolheu o bairro para morar há 13 anos

Foto: divulgação

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Outubro de 2010 | Ano 2 | Número 9 7

Preconceito e falta de oportunidadesLeonardo Torres

A Tijuca se destaca pela quantidade de moradores de rua que abriga. Segundo Paulo Vianna, assessor de imprensa da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS),

a maioria vem das favelas da região em busca de dinheiro e comida. Esse é um assunto polê-mico, que gera reclamações – muitas vezes preconceituosas – dos moradores.

Mariana, de 31 anos, é da favela do Jacaré e, sem emprego, vai para as ruas com o filho de 2 anos. “Me tratam com ignorância. Pensam que eu sou vagabunda, que vou assaltá-los”, diz. Ela confessa que, antes do menino nascer, já roubou. “Mas parei. Tenho que dar bom exemplo. É melhor pedir do que roubar”, explica.

Essa é a maior crítica dos tijucanos aos moradores de rua: a de que eles preferem pedir a buscar emprego. Para Mariana,

isso é mentira. “Participei de uma campanha política, mas nunca me pagaram. Não consigo trabalho. É muita discriminação”.

Além do preconceito, Paulo Vianna aponta outro agravante: a maioria das pessoas que está na rua é dependente química e paciente psiquiátrica e isso os impossibilita quanto ao trabalho. Renato, de 35 anos, é um exemplo. Ele anda pela Tijuca todo sujo e com os olhos vermelhos, jurando que não usa drogas e que tem uma casa. Mas não é o que diz Edilene Rigoto, de 22 anos, moradora da área. “É mentira. Ele é mendigo há anos. Todo mundo o conhece”.

O fato de dormir muito também é outro fato levantado. A nutricionista Lia Madueño explica que isso se deve à anemia e à desnutr ição. Segundo ela, o organismo mal alimentado leva ao sono para poupar energia. “Mas isso também pode acontecer por ingerir álcool em grande quantidade”, informa.

A SMAS tenta encaminhar os moradores de rua para abrigos – mas só vai quem quer, já que não pode obrigar as pessoas a sair da rua. A tentativa é reintegrá-los à sociedade, por meio de cursos profissionalizantes, evitando o retorno às ruas. Paulo Vianna acredita que pode dar certo. “Esperamos que, com as constantes abordagens, a situação melhore”.Caso preocupante na região

Caminho para a saúdeIdosos caminham no entorno do templo do futebol e mantém a forma Luana Neri da Rosa

A i n d a é c e d o e o Maracanã já está cheio deles. Os esportistas da terceira idade não fazem feio não. Eles dão voltas e mais voltas em torno do Estádio Jornalista Mário Filho. Com 1.770 metros de distância, ele é frequentado por vovôs e vovós que não

hoje não consigo dar mais de três voltas. A caminhada é fundamental para manter a saúde equilibrada, e, com isso, as mazelas não aparecem com tanta freqüência”.

A atividade física tem grande importânc ia para todas as idades, mas na fase da vida em que todas as doenças aparecem com mais assiduidade, ela se torna essencial. Para a aposentada Conceição Perdigão, de 67 anos, a caminhada é uma m a n e i r a d e s o b r e v i v e r. “Há sete anos, comecei a caminhar a pedido do médico, para baixar o nível do açúcar. Hoje me exercito seis vezes por semana, é uma questão de sobrevivência”.

Os médicos especialistas em geriatria recomendam a atividade física até para quem não se queixa de nada. “O exercício físico é importante em todas as idades, mas conforme se vai envelhecendo, se torna mais importante. O co rpo humano é uma máquina que foi criada para se movimentar e queimar o açúcar que ingerimos. A caminhada associada a uma alimentação saudável, além de ajudar essa máquina, proporciona bem estar”, diz o geriatra Dr. Roberto Vasconcelos.

Dono de um corpo de dar inveja a qualquer rapaz,

tem mais aquela aparência de velhinho frágil.

E s s e é o c a s o d o a p o s e n t a d o J o s é V i a n a Pereira, de 78 anos, que fez da caminhada um hábito. “Cheguei a frequentar academia, mas prefiro o ar livre. Há cerca de dez anos, eu dava até 20 voltas no Maracanã, cheguei até a correr a maratona, mas

aos 81 anos Vinícius Mendes pratica exercício físico há dez. “Criei uma rotina de caminhar todos os dias para melhorar o estado de saúde em geral, e o resultado foi positivo. Com essa prática emagreci 15 quilos”.

O corpo humano é uma máquina e a caminhada

associada a uma alimentação

saudável, além de ajudar essa máquina,

proporciona bem estar

Dr. Vasconcelos

O exerc íc io f í s ico na terceira idade ajuda a diminuir o uso de medicamentos para as doenças que vão chegando. Entre os diversos benefícios gerados pela caminhada, ela ajuda a evitar problemas e d iminuir os existentes. Nunca é tarde para começar a caminhar.José Pereira prefere exercícios ao ar livre a frequentar as academias

Foto: Leonardo Torres

Foto: Luana Neri da Rosa

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8 Outubro de 2010 | Ano 2 | Número 9

Fechado para obras

Olimpíadas Rio 2016

Thaynan Camara

D e p o i s d e m u i t o s adiamentos, o Maracanã está em obras para receber a Copa de 2014. O fechamento trouxe certa reprovação de muitos torcedores, que deixaram de frequentar os jogos, por, pelo menos, dois motivos: o difícil acesso aos demais estádios e a ba ixa in f ra-estrutura que oferecem. A previsão de reabertura é para 2013, quando o Brasil receberá a Copa das Confederações.

Para cumprir as exigências da Federação Internacional de Futebol (FIFA), era necessário esse início imediato. A secretária de Turismo, Esporte e Lazer,

Márcia Lins, explica que somente assim será possível fazer um bom trabalho e dentro do prazo estipulado.

“Fizemos um pedido ao presidente Mauricio Assunção (Botafogo) para que tenhamos toda a estrutura dos grandes jogos no Engenhão. O Governo do Estado é responsável por toda a parte de segurança, ordenamento e logística, e vamos continuar envolvidos mesmo com o Maracanã fechado. Vamos dar o suporte para que o Engenhão tenha tudo que é feito no Maracanã”, afirma Márcia.

O torcedor Thiago Loques, flamenguista, não concorda com o fechamento do estádio,

pois, em primeiro lugar, seu clube não possui um estádio próprio e, depois, para ele, o acesso aos jogos a partir de agora será impraticável. “O local é distante e tem um péssimo acesso”, conclui.

A meta é finalizar todos os projetos dentro dos prazos

est ipu lados pela F IFA . A melhora na imagem do país é o foco principal. Essa foi a palavra dada aos dirigentes da entidade. O fechamento é provisório, mas certamente o Maracanã será muito bem avaliado e aproveitad pelos torcedores.

Marcel Pesah

Inaugurado no dia 21 de abril de 1927, o estádio de São Januário começa a escrever mais um capítulo em sua longa história no cenário brasileiro. Palco de jogos memoráveis, inclusive da Seleção Brasileira, manifestações políticas na época da ditadura do Estado Novo e discursos do então Presidente da República, Getúlio Vargas, a Colina, como também é conhecida, foi escolhida para sediar os jogos de rúgbi nas Olimpíadas Rio 2016.

Oficializado no dia 20 de julho de 2010, a assinatura do termo contou com a presença dos presidentes de ambas as entidades responsáveis – Car los Arthur Nuzman, rep resentando o Comi tê Olímpico Brasileiro (COB) e Roberto Dinamite, ex-jogador do Vasco e presidente da atual gestão. Por conta dessa escolha, melhorias terão que ser feitas no estádio, que já tem 83 anos. O objetivo é claro: que este não deixe a desejar no ano que os Jogos acontecerem.

Mas enquanto não existe nenhuma previsão de quando as obras que transformarão o estádio em arena terão início, apenas o motivo de ter sido escolhido como um dos lugares que serão usados nas Olimpíadas, faz com que o orgulho que os torcedores vascaínos cultivam pelo estádio só aumente. “Achei excelente. Por toda sua história, ele merecia ser lembrado”, afirma o estudante e torcedor cruzmaltino, Alexandre Nogueira, de 19 anos.

Também torcedor do clube, o estudante Rodrigo

Marques, de 21 anos, possui uma opinião parecida. “Como brasileiro, fiquei feliz pela oportunidade dada ao rúgbi. Como vascaíno, bem mais. Esse é o empurrão que faltava para acontecer a sonhada reforma no estádio”. Mas se engana quem acha que o pensamento dos torcedores rivais é muito diferente. Para o to rcedor do Bota fogo, Eduardo Beneviedes, de 21 anos, a escolha ficou de bom tamanho. “Nessas horas sou torcedor do Brasil. Pela história e melhorias que acontecerão, gostei da opção, sim”.

De acordo com a assessoria Rio 2016, o estádio foi vistoriado pela Federação Internacional de Rúgbi e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), sendo aprovado por ambos. Com essa certeza, os torcedores, sejam eles vascaínos ou não, podem se orgulhar, afinal, o brasileiro, esse sim, ganhará mais um estádio do qual poderá se orgulhar.

São Januário é escolhido como sede do rúgbi

Saiba sobre o esporte no site da Associação Brasileira de Rúgby:www.brasilrugby.com.br

Foto: Thaynan Camara

As máquinas já operam no estádio que deve estar pronto em 2013

Foto: Divulgação

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