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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO DEPARTAMENTO DE CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL E PERIODONTIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA ESTADO ATUAL DO DIAGNÓSTICO GENÉTICO EM PERIODONTIA GILIANO NICOLINI VERZELETTI Ribeirão Preto – SP 2005

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO

DEPARTAMENTO DE CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL E PERIODONTIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA

ESTADO ATUAL DO DIAGNÓSTICO GENÉTICO EM PERIODONTIA

GILIANO NICOLINI VERZELETTI

Ribeirão Preto – SP

2005

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GILIANO NICOLINI VERZELETTI

ESTADO ATUAL DO DIGNÓSTICO GENÉTICO EM PERIODONTIA

Orientador: Prof. Dr. Sérgio Luis Scombatti de Souza

Ribeirão Preto – SP

2005

Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de especialista em Periodontia.

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“Uma coisa sou eu, outra são meus escritos...”

Friedrich Nietzche

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RESUMO

O presente trabalho caracteriza-se por uma revisão da literatura, na busca de

evidências científicas que suportem a relação de fatores genéticos com a

suscetibilidade à periodontite. Foram incluídos nesta revisão estudos epidemiológicos,

estudos de associação e caso-controle a fim de elucidar esta relação. Destaca-se a

importância dos estudos em gêmeos, principalmente no entendimento da distribuição

familiar das doenças periodontais. Também foram analisados estudos verificando a

associação de polimorfismos genéticos à periodontite, devido ao possível caráter

poligênico desta relação. Polimorfismos dos genes promotores das interleucinas 1, 2,

4, 6 e 10, fator de necrose tumoral alfa, metaloproteinase-1, fator de crescimento

transformador beta-1, receptor de vitamina D, fibrinogênio e receptores de

imunoglobulinas foram discutidos. Concluiu-se que a utilização de polimorfismos como

marcadores de susceptibilidade para as periodontites ainda é prematura. Testes

genéticos para determinação do grau de predisposição poderão ser úteis quando um

número considerável de genes modificadores da resposta do hospedeiro forem

conhecidos e adequados aos diferentes grupos étnicos.

Palavras-chave: periodontite, doença periodontal, genética, polimorfismos, fatores de

risco.

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ABSTRACT

The present study is characterized by a review of the literature, finding scientific

evidence to support de relationship between genetic factors and periodontal diseases.

It were included in this review epidemiological, association and case-control studies,

with emphasis in the importance of the twins studies, specially in the determination of

periodontal disease’s familiar distribution. In addition, studies that verify the association

of polymorphisms and the periodontal disease were analyzed, due the potential

poligenic characteristic. Polymorphisms in the promoter gene of the interleukin 1, 2, 4,

6 and 10, tumor necrosis factor, metalloproteinase 1, transforming growth factor beta 1,

vitamin D receptor, fibrinogen and imunnoglobulin receptors were discussed. It were

concluded that polymorphisms utilization as susceptibility markers for periodontitis is

premature. Genetic tests for determination of predisposition would be useful when a

considerable number of host response modification genes were known and adequate to

different ethnic groups.

Key-words: periodontits, periodontal disease, genetic, polymorphisms, risk factors.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO……………...………………………………................…………………

1 ESTUDOS EM GÊMEOS......................................................................................

2 POLIMORFISMOS GENÉTICOS..........................................................................

2.1 Definições.......................................................................................................

2.2 Polimorfismos associados ao gene promotor da interleucina-1.....................

2.3 Polimorfismos associados ao gene promotor do fator de necrose tumoral

alfa..................................................................................................................

2.4 Polimorfismos associados aos genes promotores das interleucinas 2, 4, 6

e 10.................................................................................................................

2.5 Polimorfismos associados aos genes promotores da metaloproteinase-1 e

fator de crescimento transformador beta-1.....................................................

2.6 Polimorfismos associados aos genes promotores do receptor de vitamina

D, fibrinogênio e receptores de imunogloblinas..............................................

DISCUSSÃO.............................................................................................................

CONCLUSÃO...........................................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................

06 12 15 15 17 23 24 27 28 31 33 34

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INTRODUÇÃO

As periodontites são doenças infecto-inflamatórias que acometem os tecidos

periodontais de suporte e que, quando não tratadas, podem levar à perda dentária.

Caracterizam-se pela perda de inserção conjuntiva e de tecido ósseo. Têm como

agente desencadeador do processo o biofilme bacteriano subgengival, sendo que a

expressão da doença dependerá, em grande extensão, da resposta do hospedeiro

(LINDHE et al., 2005).

O acúmulo de placa bacteriana no sulco gengival leva a um aumento da reação

inflamatória clínica e microscópica. Nos estágios iniciais da classificação proposta por

PAGE & SCHROEDER (1976), a severidade da inflamação parece acompanhar o

acúmulo de placa. A partir da lesão classificada como estabelecida, uma resposta

tecidual forte e irreversível é ativada, caracterizada por migração apical do epitélio

juncional, degradação de fibras conjuntivas e reabsorção óssea alveolar.

Sabe-se, porém, que nem todos indivíduos desenvolvem doença periodontal

destrutiva (LÖE et al., 1986). A necessidade de se estabelecer o porquê de

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determinadas lesões limitarem-se ao periodonto marginal enquanto outras progridem

para a destruição do periodonto de suporte, suscitou o interesse no estudo de fatores

de risco.

Segundo BECK (1998), fatores de risco podem ser definidos como fatores

ambientais, comportamentais ou biológicos. A confirmação de determinado fator de

risco deve envolver estudos longitudinais (seqüência temporal), nos quais a presença

do mesmo aumenta a probabilidade de ocorrência da doença e, se ausente ou

removido, reduz essa probabilidade. Por definição, são altamente modificáveis.

Em relação aos fatores de risco à periodontite, o fumo, a diabete e

determinadas bactérias apresentam a maior evidência do seu papel no

estabelecimento da doença. Outros fatores, como o estresse, a osteoporose, a má

nutrição, condições de higiene bucal, infecção causada pelo HIV, condições sócio-

econômicas, (SALVI et al., 1997), obesidade (DALLA VECCHIA, 2003), dentre outros,

também têm sido estudados. De acordo com BECK (1998), estes seriam indicadores

de risco por terem sido detectados em estudos sem acompanhamento longitudinal

(estudos transversais ou de caso-controle), ou ainda, segundo LOOS & VAN DER

VELDEN (2005), fatores de risco putativo.

Fatores de suscetibilidade são determinantes não-modificáveis (fatores prévios)

como sexo, idade e genótipo. No caso de serem confirmados apenas por estudos

transversais, ou de caso controle, são denominados fatores de suscetibilidade

putativos. No estudo genético relacionado à doença periodontal, utiliza-se o termo fator

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de severidade – investigado apenas em pacientes com periodontite, sem grupo

controle saudável, longitudinalmente – e fator de severidade putativo, em estudo

transversal. Um fator de severidade pode ou não, posteriormente, ser comprovado

como fator de suscetibilidade (LOOS & VAN DER VELDEN, 2005).

A importância do estudo de fatores de risco está na possibilidade de prevenção

do aparecimento da doença nos pacientes identificados previamente como de alto

risco, no diagnóstico e no tratamento precoce e conseqüente melhora no prognóstico

dos mesmos (FLETCHER; FLETCHER; WAGNER, 1996).

De acordo com FIGUEREDO (2001), a destruição tecidual em inflamações

crônicas está relacionada a hiperatividade celular, especialmente de polimorfos

nucleares neutrófilos. Parece não haver diferenças no número de neutrófilos presentes

em uma gengivite crônica e uma periodontite, sugerindo que a destruição não está

relacionada com a quantidade de células presentes no sítio inflamatório. A

hiperatividade celular está baseada na teoria de que os neutrófilos apresentam-se nos

estágios de quiescência, pré-ativado e ativado. Uma célula já pré-ativada, recebendo

um segundo estímulo, gera uma resposta oxidativa mais agressiva. A pré-ativação de

neutrófilos é realizada por citocinas pró-inflamatórias, como a interleucina 1 (IL-1),

interleucina 6 (IL-6), interleucina 8 (IL-8) e fator de necrose tumoral (TNF).

Na última década, tem-se percebido um grande interesse de pesquisadores no

sentido de elucidar o papel de fatores genéticos na patogênese das doenças

periodontais. É sabido que o biofilme bacteriano exerce o fator de agente etiológico

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(LÖE et al., 1965; LINDHE et al., 1973) mas outros aspectos estão envolvidos na

suscetibilidade e na severidade da destruição periodontal. Esse conhecimento

proporcionou o crescimento de linhas de pesquisa que visam determinar o papel de

fatores ambientais e genéticos na patogênese da doença periodontal.

Determinadas desordens genéticas são, reconhecidamente, suficientes para

causar certas doenças. Segundo FIGUEREDO (2001), distúrbios causados por fatores

genéticos podem ser: Monogênicos – causado por genes mutantes, podendo estar

apenas em um par, acompanhado por alelo normal, ou em ambos, e exibem padrões

óbvios e típicos; Cromossômicos – relacionado ao excesso ou deficiência de genes;

Herança multifatorial – pode ser caracterizada por distúrbios de desenvolvimento que

resultam em malformações congênitas ou distúrbios na idade adulta. Neste último

caso, fatores ambientais podem estar envolvidos.

Na determinação de fatores de risco, o papel genético advém provavelmente da

herança multifatorial. Apenas a presença de um componente genético não parece ser

suficiente para que ocorra a manifestação maior parte das doenças periodontais,

sendo necessária a presença de outros fatores, como por exemplo, o ambiental ou

microbiológico.

Existe, na evidência atual, apenas um gene principal associado à doença

periodontal que segue as Leis de Mendel. Este gene está localizado no cromossomo

11 e é responsável por uma forma bastante severa de periodontite pré-pubertal

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(agressiva) estando também relacionado à ocorrência da Síndrome de Pappilon-

Lefèvre (HART et al. 2000).

Os primeiros achados relacionando periodontite e o fator genético advém de

relatos de casos, nos quais encontrava-se com muita freqüência irmãos de portadores

de periodontite juvenil também desenvolvendo doença periodontal. BOUGHMAN

(1992) observou 77 irmãos de 39 pacientes diagnosticados com periodontite juvenil

localizada ou generalizada, observando que quase 50% dos irmão analisados também

apresentavam a periodontite juvenil. Nesta época surgiram também os primeiros

estudos em gêmeos, correlacionando os aspectos genéticos à ocorrência de

periodontite (MICHALOWICS, 1991).

MARAZITA (1994) diagnosticou 227 pacientes com periodontite juvenil, sendo

que desses, 104 tiveram pelo menos um parente de primeiro grau examinado. Neste

estudo realizou-se análise de segregação e os autores concluíram que a herança

autossômica dominante é o modo mais provável tanto nos grupos de caucasianos

como nos de origem afro-americana.

VAN DER VELDEN et al. (1993) avaliou a condição periodontal de irmãos

indonésios que não tinham acesso à assistência odontológica regular, portadores de

periodontite do adulto (crônica). A análise mostrou correlação entre o parentesco dos

indivíduos e os parâmetros clínicos e microbiológicos estudados, sugerindo que

mesmo em formas menos severas de periodontite pode haver um caráter genético.

Outros estudos envolvendo indivíduos com periodontite crônica (VAN DER VELDEN et

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al., 1989; PETIT et al., 1994) também sugerem uma concentração familiar da

distribuição da periodontite.

Segundo FIGUEREDO (2001), não existem desordens genéticas que possam

ser usadas como marcadores de risco a periodontite do adulto (crônica) severa.

Porém, substâncias pró-inflamatórias podem ser consideradas potenciais responsáveis

por uma resposta inflamatória desproporcional responsável pela transição de uma

gengivite para uma periodontite. Na periodontia, entre as desordens genéticas estudas

em substâncias pró-inflamatórias, destacam-se as relacionadas as interleucinas e ao

fator de necrose tumoral.

Atualmente, não está bem estabelecido na literatura quais os genes que podem

funcionar como modificadores do estabelecimento e do curso das periodontites.

Porém, acredita-se no importante papel da resposta imune na patogênese destas. A

partir deste conhecimento, busca-se o entendimento de fatores que estimulam a

inadequada formação destas citocinas. Isso tem direcionado as pesquisas no sentido

da identificação de polimorfismos de genes promotores destes mecanismos

relacionados a imunologia do hospedeiro.

O propósito do presente trabalho é revisar a literatura a respeito dos principais

conceitos genéticos relacionados à periodontite, evidenciando esta possível relação no

o contexto da etiopatogenia das doença periodontais.

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1 ESTUDOS EM GÊMEOS

De acordo com LOOS & VAN DER VELDEN (2005), o modelo de estudo

utilizando gêmeos é o método mais poderoso para o estudo dos aspectos genéticos da

doença periodontal. Mais interessante ainda parece ser a inclusão de gêmeos

univitelinos separados ao nascimento e que não tenham sido criados juntos, eliminado

fatores de confusão ligados ao meio familiar. Freqüentemente, nesses estudos, utiliza-

se os termos concordância e discordância, que refletem o grau de semelhança ou

diferença entre os gêmeos. No caso de gêmeos monozigóticos, discordâncias em

relação à doença devem ser atribuídas a fatores ambientais. Porém, tratando-se de

heterozigóticos, qualquer discordância pode ser advinda de fatores ambientais. Em

uma doença de fundo genético, taxas de concordância são maiores em gêmeos

univitelinos, quando comparados aos bivitelinos.

Estudos iniciais, de caráter epidemiológico, mostraram que a periodontite pode

ser parcialmente explicada por fatores genéticos desconhecidos. MICHALOWICZ et al.

(1991), estudando a condição periodontal de gêmeos, correlacionaram populações de

pares de homozigóticos vivendo próximos, heterozigóticos vivendo próximos e

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monozigóticos vivendo separados. Todos indivíduos foram examinados quanto a perda

de inserção, profundidade de sondagem, índice de placa e índice gengival. Os autores

concluíram que o fator ambiental interfere positivamente na influência genética. A

correlação entre os gêmeos monozigóticos criados juntos foram maiores que as

demonstradas pelos gêmeos heterozigóticos.

MICHALOWICZ et al. (1999) estudaram 169 gêmeos diagnosticados com

periodontite precoce (agressiva), avaliando fatores genéticos que poderiam influenciar

a presença na microbiota bucal de bactérias associadas a doença periodontal. Não

foram encontradas taxas de concordância significativamente diferentes entre os grupos

monozigóticos e heterozigóticos para todas as espécies bacterianas estudadas,

incluindo A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis e P. intermedia.

Seguindo a mesma linha, COREY et al. (1993), através do uso de questionário

aplicado a 4.908 pares de gêmeos, avaliaram 116 pares monozigotos e 233

dizigóticos, nos quais um ou dois membros do par relataram doença periodontal.

Encontrou-se uma importante relação entre os fatores genéticos e o risco a

periodontite.

MICHALOWICZ et al. (2000), estudaram 53 pares de gêmeos dizigóticos e 64

pares de gêmeos monozigóticos, avaliando fatores como fumo e acesso a serviço

odontológico. Os autores estimaram, após os resultados, que a periodontite do adulto

(crônica) apresenta aproximadamente 50% de hereditariedade, mesmo após ajuste

para outros fatores, como o fumo. Escores de gengivite mantiveram-se mais

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semelhantes entre os gêmeos monozigóticos, porém nenhuma evidência da

hereditariedade de gengivite pôde ser estabelecida, mesmo após ajustes para outras

variáveis.

Estes estudos forneceram as evidências iniciais do papel genético na

etiopatogênse das doenças periodontais, confirmando também o caráter de

distribuição familiar das periodontites. A partir de então, obteve-se subsídios para o

início da busca por genes específicos que poderiam estar associados à doença

periodontal. Nesse sentido, destaca-se o estudo dos polimorfismos dos genes

promotores de algumas substâncias inflamatórias, em especial as interleucinas e o

fator de necrose tumoral.

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2 POLIMORFISMOS GENÉTICOS

2.1 Definições

Um ser humano normal apresenta um total de 23 pares de cromossomos (22

pares autossômicos e 01 par de cromossomos sexuais). Cada cromossomo é

constituído de uma hélice dupla de ácido desoxirribonucléico (DNA), que por sua vez é

formado por uma seqüência de nucleoídeos quimicamente ligados. Um nucleotídeo

sempre contém uma base nitrogenada, que pode ser: adenina (A), guanina (G),

citosina (C) e timina (T). Uma seqüência específica de nucleotídeos determina o

código genético do DNA, responsável pela codificação dos aminoácidos. O código

genético é estabelecido por uma seqüência de 03 nucleotídeos, denominada códon.

Os genes são compostos por duas regiões. A região codificadora, responsável

pela codificação dos aminoácidos, e a região promotora, que contem os elementos

essenciais para a transcrição da região codificadora. Na região codificadora existem

áreas de DNA não-codificador, conhecidas como íntrons. As verdadeiras áreas

codificadoras são chamadas de éxons.

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O lócus, local ocupado pelo gene, pode eventualmente alocar uma forma

variante de gene. Quando diferentes alelos de um mesmo gene coexistem na

população, tem-se a situação conhecida como polimorfismo genético.

As desordens relacionadas a polimorfismos têm recebido atenção especial por

possuírem capacidade de alterar localmente o processo inflamatório. Polimorfismos

são usados como marcadores genéticos a fim de distinguir diferentes formas

hereditárias de um gene. Um gene, para ser considerado polimorfo, deve apresentar a

ocorrência de múltiplos alelos num lócus, onde pelo menos dois alelos aparecem com

freqüência maior que 1%.

Segundo LOSS & VAN DER VELDEN (2005), os polimorfismos ocorrem como

conseqüência das mutações. Interações com o meio ambiente e o próprio

funcionamento normal celular podem ser a causa destas situações. Nem todas

mutações são corrigidas ao longo do tempo, e podem ser transmitidas entre gerações.

A alteração de apenas um par de bases é conhecida como ponto de mutação. A

situação mais comum do ponto de mutação é a transição, na qual um nucleotídeo é

substituído por outro. Outras situações são os polimorfismos decorrentes de inserções

ou exclusões de nucleotídeos

Polimorfismos podem, em algumas situações, produzir efeitos biológicos. Caso

a transição tenha ocorrido na região codificadora do gene, poderá resultar na

substituição de algum aminoácido, levando à produção de uma proteína modificada

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com possível efeito biológico importante. Porém, quando a mutação ocorre na região

promotora poderá, ou não, resultar na regulação alterada do gene (SCHORK et al.

2000).

Em estudos genéticos populacionais a detecção de polimorfismos genéticos

consiste numa ferramenta de pesquisa muito interessante. Pode-se avaliar a

freqüência dos genótipos entre os grupos estudados e calcular a freqüência de alelos

normais e alelos polimórficos. Sendo um determinado gene associado à

susceptibilidade e/ou fator de severidade, podem ser iniciados estudos funcionais para

investigar o envolvimento do mesmo na etiopatogênese da doença (LOSS & VAN DER

VELDEN, 2005).

Com relação a periodontite, o estudo genético tem se voltado para a

determinação de polimorfismos nos genes promotores de citocinas inflamatórias,

principalmente das interleucinas e o fator de necrose tumoral. A seguir, serão

discutidos os principais polimorfismos abordados nestes estudos.

2.2 Polimorfismos associados ao gene promotor da interleucina-1 (IL-1)

A relação entre a IL-1 e a doença periodontal tem sido reportada por vários

estudos. A IL-1 apresenta-se na forma α e β, sendo gerada por genes diferentes,

porém utilizando o mesmo tipo de receptor. É produzida principalmente a partir de

macrófagos, mas também pode ser produzida por neutrófilos.

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Os efeitos da IL-1, tais como a ativação das células endoteliais (aumento do

fluxo de leucócitos) e a ativação de osteoclastos, aumentam a resposta inflamatória e,

conseqüentemente, podem causar degradação do periodonto de sustentação

(FIGUEREDO, 2001), desempenhando um papel importante na patogênese da

periodontite – reabsorção óssea e regulação da proliferação fibroblástica. Um aumento

na produção de IL-1 pode levar ao aumento da destruição dos tecidos periodontais em

resposta a agressão do biofilme bacteriano.

Segundo LOOS & VAN DER VELDEN (2005), os níveis de IL-1 e TNF-α

encontram-se aumentados no fluido sulcular quando uma periodontite está

estabelecida, observando-se níveis mais elevados em tecidos periodontais inflamados

quando comparados aos níveis em tecidos clinicamente saudáveis. Alguns alelos da

IL-1 têm sido sugeridos como potenciais marcadores genéticos para outras doenças,

como a doença inflamatória de Bowel, síndrome de Sjögren e psoríase.

Em relação a periodontite, KORNMAN et al. (1997), no estudo pioneiro nesta

relação, reportaram um aumento na severidade da periodontite em indivíduos não-

fumantes com um genótipo IL-1α (-889) e IL-1β (+3954), o que os autores

denominaram de genótipo composto do IL-1. Estudos posteriores, de desenho

transversal (MCDEVITT et al. 2000, PAPAPANOU et al. 2001), corroboram estes

achados. Estes três estudos foram conduzidos em indivíduos caucasianos, e os

resultados só podem ser considerados para tais.

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GORE et al. (1998) investigaram a freqüência do alelo polimórfico (T) da IL-1β

na posição +3954 em pacientes caucasianos com doença periodontal severa,

moderada e leve. Este alelo foi fortemente associado a pacientes com doença

periodontal severa, onde um aumento na produção de IL-1β pelos linfócitos foi

observado.

MEISEL et al. (2002) avaliaram a influência genética nos parâmetros clínicos

periodontais e sua relação com fatores ambientais. Participaram do estudo 154

indivíduos de origem caucasiana, examinados quanto a parâmetros clínicos e

radiográficos. Verificou-se ainda o hábito de fumar e os alelos dos genes promotores

da IL-1. Após a avaliação dos resultados, os autores concluíram que os genótipos

estudados demonstraram interação com o hábito de fumar. Indivíduos não fumantes

não apresentaram risco aumentado, mesmo quando portadores de alelos polimórficos.

Com o objetivo de avaliar parâmetros microbiológicos em indivíduos com o

genótipo composto para a IL-1, SOCRANSKY et al. (2000) conduziu um estudo

utilizando técnicas de detecção de DNA bacteriano. Observou-se uma maior

freqüência da existência de periodontopatógenos nos indivíduos com genótipo

composto, que demonstraram elevadas contagens destas bactérias – principalmente

dos grupos “vermelho” e “laranja”, complexos bacterianos fortemente associados aos

parâmetros clínicos da periodontite.

Em um estudo de avaliação retrospectiva de 10 anos, CATTABRIGA et al.

(2001) não encontraram diferenças estatisticamente significantes no número de dentes

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perdidos por razões periodontais entre os grupos com ou sem genótipo composto da

IL-1. Porém, os autores encontraram correlação entre o nível ósseo inicial e genótipo,

sugerindo que a combinação desses parâmetros pode ser útil na predição de futura

variação no nível ósseo.

Em avaliação longitudinal, com acompanhamento de 5 a 14 anos, MCGUIRE &

NUNN (1999) demonstraram um aumento de 2,7 vezes na chance de perder dentes

em indivíduos portadores do genótipo composto da IL-1. Quando combinado ao fumo,

a chance se eleva para 7,7 vezes.

CULLINAN et al. (2001), acompanharam por um período de 05 anos, 295

indivíduos portadores de gengivite e periodontite moderada, nos quais foram

determinados os genótipos para IL-1. Observou-se profundidades de sondagem

maiores para os indivíduos positivos para o genótipo composto da IL-1. Encontrou-se

também uma interação entre os indivíduos positivos para o genótipo composto e a

idade, além de fumo e presença de P. gingivalis, sugerindo que este fator genético

deveria ser considerado adjuvante, porém não um fator de suscetibilidade essencial.

Estudando uma população grega, SAKELARRI et al. (2003) detectaram uma

alta prevalência de polimorfismos para a IL-1α e IL-1β. Foram avaliados 110 indivíduos

sistemicamente saudáveis, de condição periodontal desconhecida e 45 pacientes com

periodontite crônica. Os resultados deste estudo demonstraram que os alelos

polimórficos não foram bons preditores da existência ou ausência de doença

periodontal nesta pupulação.

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GUZMAN et al. (2003) verificaram a associação entre o genótipo da IL-1 e

doença periodontal num grupo de diabéticos. Houve uma baixa prevalência de

polimorfismos, o que limitou as conclusões desse estudo, mas houve uma tendência

maior de indivíduos diabéticos com doença periodontal apresentarem o alelo1 para IL-

1β (-511) e IL-1β (+3954).

HODGE et al. (2001) também não identificaram uma associação entre o

genótipo composto da IL-1 com a periodontite agressiva em 56 indivíduos europeus

caucasianos, indicando serem estes polimorfismos fracos candidatos a marcadores de

suscetibilidade. Outro estudo (TUNES, 2004) corrobora estes achados.

Da mesma forma, ANUSAKSATHIEN et al. (2003), investigando os

polimorfismos para IL-1 propostos pelos estudos anteriores, não encontraram

associação positiva com periodontite. Todos os indivíduos deste estudo (123) eram

tailandeses, dos quais apenas 1,6% apresentaram o genótipo composto da IL-1. A

despeito da baixa prevalência, os polimorfismos genéticos da IL-1, não parecem ser

bons preditores de severidade de periodontite nesta população.

A Tabela 1 relaciona parte dos estudos que investigaram o genótipo composto

da IL-1 proposto pro KORNMAN (1997) em relação à periodontite.

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Tabela 1 – Genótipo composto da IL-1 em relação à periodontite

A. Estudos Transversais

Estudo N pacientes n controles suscetibilidade

putativa

severidade

putativa

Kornman et al. 1997 99 não testada -

Gore et al. 1998 32 32 - -

Walker et al. 2000 37 37 - -

Armitage et al. 2000 300 - -

McDevitt et al. 2000 90 não testada -

Hodge et al. 2001 56 56 - -

Papanou et al. 2001 132 73 - -

Laine et al. 2001 105 53 - -

B.Estudos longitudinais

Estudo N pacientes suscetibilidade severidade

McGuire & Nunn 1999 42 não testada +

Ehmke et al. 1999 33 não testada -

De Sanctis & Zucchelli 40 não testada +

Cattabriga et al. 2001 60 não testada -

Cullinam et al. 2001 295 Tendencia +

Adaptado de LOOS & VAN DER VELDEN (2005)

De modo geral, os polimorfismos dos genes promotores das IL-1 não podem ser

considerados fatores de suscetibilidade ou severidade para a periodontite. Porém, em

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pacientes com periodontite crônica, o genótipo composto da IL-1, pode existir como

fator de severidade, principalmente em indivíduos caucasianos não-fumantes.

2.3 Polimorfismos associados ao gene promotor do fator de necrose

tumoral alfa (TNF-α)

O TNF-α é um reconhecido mediador pró-inflamatório, estando associado a

reabsorção e a inibição da formação óssea. O gene do TNF-α está localizado no

cromossomo 6 e alguns polimorfismos têm sido relacionados a transição de uma base

G para A nas posições dos nucleotídeos –376, –308, –238 e +489.

SHAPIRA et al. (2001) avaliou a relação da periodontite com o polimorfismo do

gene do TNF-α na posição –308. Não houve associação positiva do alelo polimórfico

com a ocorrência de periodontite agressiva. Um outro estudo avaliou a severidade da

periodontite em indivíduos portadores do alelo raro para TNF-α, decorrente do

polimorfismo nas posições nucleotídeas –308 e –238, nos quais não foram

encontradas diferenças de perda óssea alveolar em relação ao grupo controle

(CRAANDIJK et al. 2002).

Outro estudo, realizado por GALBRAITH et al. (1998), também reportou a falta

de associação entre a severidade da periodontite e os polimorfismos dos genes do

TNF-α. Assim, baseado nas evidências atuais, parece não haver relação entre os

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polimorfismos dos genes desta citocina com o estabelecimento e severidade de

periodontite.

2.4 Polimorfismos associados aos genes promotores das interleucinas 2,

4, 6 e 10

Interleucina-2 (IL-2)

A IL-2 é uma citocina pró-inflamatória derivada das células Th1. Está envolvida

na estimulação de macrófagos, células natural-killer, ativação células-B, proliferação

células-T e atividade osteoclástica e tem sido implicada na estimulação da atividade de

osteoclastos na reabsorção óssea. SCAREL-CAMINAGA et al. (2002) estudaram a

relação entre o polimorfismo –330 (T>G) no gene da IL-2 em diferentes severidades de

periodontite crônica. Foram avaliados 113 pacientes, de diferentes grupos raciais,

quanto a suas condições periodontais e genótipo da IL-2. Os resultados obtidos

nesses estudos puderam sugerir um papel ativo da IL-2 na patogênese da doença

periodontal e o polimorfismo estudado esteve associado com a severidade da doença

periodontal.

Interleucina-4 (IL-4)

Estudos avaliando a influência da IL-4 na resposta do hospedeiro demonstraram

que a ausência desta citocina induziria a destruição do periodonto, sugerindo um

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possível papel protetor da IL-4 nos tecidos periodontais. A presença desta interleucina

resultaria na modulação da função dos macrófagos, a fim de limitar o dano ao

organismo decorrente da resposta imune (SHAPIRA et al. 1992).

PONTES (2002) verificou a ocorrência de polimorfismos no gene IL-4 e sua

relação com a doença periodontal em uma amostra brasileira de indivíduos negros

não-fumantes. A partir da análise dos resultados, concluiu-se que os polimorfismos do

gene IL-4 não estão relacionados com a severidade da doença periodontal nesta

população.

SCAREL-CAMINAGA et al. (2003) investigaram a relação entre o polimorfismo

no gene da IL-4 e diferentes níveis de periodontite crônica. Inicialmente, foram

examinados 113 indivíduos maiores de 25 anos, habitantes da região sudeste do

Brasil, em boas condições de saúde geral. Exames de profundidade de sondagem e

perda de inserção periodontal foram realizados, a partir do qual os indivíduos foram

divididos em grupo saudável, grupo com periodontite crônica moderada e grupo com

periodontite crônica severa. O genótipo da IL-4 foi obtido pela análise do DNA através

da técnica de PCR. Nenhuma diferença significante foi encontrada na freqüência do

alelo polimórfico entre o grupo saudável e os grupos com doença periodontal. Os

autores concluíram que o polimorfismo no gene promotor da IL-4 não está associado à

susceptibilidade ao desenvolvimento de periodontite crônica.

Interleucina-6 (IL-6)

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A IL-6 é uma citocina multifuncional que faz mediação da destruição tecidual

inflamatória, estimula a hematopoese e acelera a reabsorção óssea. Elevados níveis

de IL-6 são reportados em infecções, trauma e doenças inflamatórias crônicas. Um

polimorfismo em seu gene, caracterizado pela substituição de uma base G por uma C

na posição –174 têm sido associado com doenças inflamatórias, como a artrite

crônica. TREVILATTO et al. (2003), concluíram que este polimorfismo está associado

à susceptibilidade a periodontite, em estudo realizado em indivíduos brasileiros.

HOLLA et al. (2004), porém, não encontraram esta relação de suscetibilidade ao

avaliar o mesmo polimorfismo em um estudo de caso-controle numa população

caucasiana tcheca. Mas, a alteração de uma base G para C na posição –572 pareceu

exercer um fator de proteção, associado a uma menor susceptibilidade a doença

periodontal.

Interleucina-10 (IL-10)

A IL-10 exerce papel regulador de citocinas pró-inflamatórias como a IL-1 e o

TNF-α. Alterações na função desta interleucina pode estar relacionada à destruição

tecidual e à suscetibilidade a periodontite. KINANE et al. (1999) investigaram a relação

de polimorfismos da IL-10 com a periodontite agressiva em 79 pacientes caucasianos,

pareados com um grupo controle. Não foram encontradas diferenças significativas de

freqüência da forma polimórfica do gene entre os dois grupos.

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2.5 Polimorfismos associados aos genes promotores da metaloproteinase-

1 e fator de crescimento transformador beta-1

Metaloproteinase-1 (MMP-1)

Diversos tipos de metaloproteinases têm sido encontrados nos tecidos

periodontais inflamados, estando relacionadas à destruição tecidual pela degradação

da matriz extracelular. Encontra-se relatada na literatura a existência de um

polimorfismo associado ao gene promotor da MMP-1, estando este relacionado a

algumas doenças inflamatórias e também à doença periodontal (DE SOUZA et al.

2003). Porém, TUNES (2004) avaliando 9 famílias de pacientes com periodontite

agressiva, não encontrou associação com a ocorrência desse polimorfismo,

questionando a utilização deste gene como marcador de suscetibilidade para esta

forma doença periodontal.

Fator de crescimento transforamador beta-1 (TGF-β1)

O TGF-β1 é uma citocina envolvida em alguns mecanismos pró e anti-

inflamatórios, envolvida na regulação desses eventos. Possui atividade

imunossupressora, diminuindo a transcrição de outros mediadores inflamatórios, como

a IL-1, o TNF-α e metaloproteinases. De outra forma, atua também de forma pró-

inflamatória, agindo como agente quimiotático para células envolvidas na resposta

imune-inflamatória do hospedeiro. Pôde-se verificar um efeito de polimorfismos no

gene promotor do TGF-β1 na modulação da inflamação nos processos de destruição

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dos tecidos periodontais durante a resposta frente a agressão (DE SOUZA et al.

2003a).

HOLLA et al. (2002) estudaram 90 pacientes com periodontite do adulto e 108

indivíduos saudáveis, todos tchecos caucasianos. Foram investigados, no total, 5

polimorfismos associados ao gene do TGF-β1. Nenhum dos polimorfismos influenciou

na suscetibilidade e severidade da periodontite. TUNES (2004) estudou 11 famílias de

pacientes diagnosticados com periodontite agressiva, com idade entre 18 e 35 anos,

não encontrando associação entre o polimorfismo do TGF-β1 e a ocorrência de

periodontite agressiva.

2.6 Polimorfismos associados aos genes promotores do receptor de

vitamina d (VDR), fibrinogênio e receptores de imunoglobulinas (FcץR)

Polimorfismos do gene do VDR têm sido identificados como marcadores de

predisposição a doenças ligadas à perda de densidade óssea, estando associada a

homeostase óssea. O conhecimento de que a perda óssea alveolar é resultado da

progressão da periodontite fez surgir o interesse na possibilidade destes polimorfismos

estarem associados à doença periodontal (HENNIG, et al. 1999).

INAGAKI et al. (2003), em estudo longitudinal, avaliou 125 indivíduos

sistemicamente saudáveis, quanto a existência e severidade dos parâmetros clínicos

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periodontais associados a periodontite e quanto ao genótipo para o VDR.

Polimorfismos do gene VDR mostraram associação com perda óssea alveolar, perda

de inserção periodontal e perda dental.

Outro estudo envolvendo polimorfismos do gene VDR encontrou associação

com perda de inserção periodontal (BRITO JUNIOR, et al. 2004). Os autores avaliaram

113 indivíduos, divididos em dois grupos de acordo com o exame de profundidade de

sondagem e perda de inserção. Todos eram habitantes do sudeste brasileiro, de

diferentes grupos raciais. A partir da análise estatística dos resultados, os autores

concluíram que o genótipo de VDR pode ser um indicador de risco para suscetibilidade

a periodontite crônica.

O fribrinogênio é uma proteína da fase aguda que apresenta níveis elevados na

presença de doença periodontal. Estudos recentes sugerem que a excessiva produção

de fibrinogênio pode desempenhar um papel de exacerbar a resposta imune do

hospedeiro. Além disso, há uma relação da presença de um polimorfismo no gene

promotor do fibrinogênio com o aumento dos níveis da proteína. SAHINGUR et al.

(2003) compararam 79 pacientes diagnosticados com periodontite crônica a 75

indivíduos periodontalmente saudáveis, quanto a presença do polimorfismo na posição

–455A/G do gene do fibrinogênio. Os resultados indicaram maior porcentagem de

pacientes com periodontite crônica exibindo genótipos associados a elevados níveis de

fibrinogênio, em relação aos indivíduos saudáveis. Os autores concluíram que, em

conjunto com outros fatores, a presença do genótipo decorrente do polimorfismo pode

indicar um aumento do risco de desenvolver doença periodontal.

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Na pesquisa de polimorfismos, uma área promissora parece ser o estudo de

alelos dos genes de receptores de imunoglobulinas (FcץR). Estudos iniciais

encontraram relação positiva com a periodontite (WILSON et al. 1996), porém

utilizaram amostras pequenas e deficiências metodológicas importantes, sendo

necessário hoje o desenvolvimento de pesquisas em populações maiores.

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DISCUSSÃO

Baseando-se na evidência abordada na presente revisão, é possível concluir

que a concentração familiar da periodontite parece possuir um caráter de transmissão

genética. Já está bem estabelecido que a periodontite desenvolve-se numa parcela

bem limitada da população (LÖE, 1986). É também conhecido o papel primordial da

presença de microrganismos periodontopatógenos, além de alterações sistêmicas que

alteram a resposta orgânica do hospedeiro e de alguns fatores ambientais e

comportamentais.

Genes modificadores da resposta do hospedeiro contribuem para a

suscetibilidade e severidade da periodontite. Para esses genes modificadores, os

princípios propostos por Mendel não podem ser aplicados. Indivíduos portadores de

um gene, tanto heterozigóticos como homozigóticos, não necessariamente

desenvolverão doença, sendo necessária a exposição simultânea a outros fatores de

risco.

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Até os dias de hoje, os estudos relacionando fatores genéticos e periodontite

têm associado à doença apenas um gene que segue os princípios mendelianos. Deve-

se considerar que o número e tipo de genes modificadores para a mesma doença

podem não ser iguais entre diferentes raças e podem sofrer influência de fatores

ambientais. A maior parte das periodontites provavelmente seja poligênica, estando

associada a genes modificadores múltiplos, especialmente genótipos decorrentes de

polimorfismos. Quanto maior for a quantidade de fatores de suscetibilidade herdada

pelo indivíduo, maior a predisposição genética e maior a chance de desenvolver

periodontite precocemente.

A partir do conhecimento corrente, é esperado que surja brevemente, um

número considerável de testes genéticos, a fim de diagnosticar o grau de

predisposição e potencializar ações preventivas. Porém, estes testes só poderão ter

aplicabilidade prática no momento em que uma quantidade suficiente de genes

modificadores da resposta orgânica do hospedeiro seja conhecida, sendo importante a

individualização e adequação destes testes para os diferentes grupos étnicos.

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CONCLUSÃO

A utilização de polimorfismos como marcadores de susceptibilidade para as

periodontites ainda é prematura. O diagnóstico precoce de indivíduos de alto risco

dependerá, muito provavelmente, da identificação conjunta de vários marcadores

genéticos, associada aos outros fatores já bem estabelecidos. Esta identificação

poderá fornecer melhores subsídios para estratégias preventivas, além de possibilitar a

utilização de planos de tratamento mais individualizados, no qual a resposta dos

pacientes possa ser mais previsível.

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