188
7/27/2019 estatuto_desarmamento http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 1/188  Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Banco do Conhecimento  Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais DGCON/DIJUServiço de Pesquisa Jurídica DGCON/SEAPE Revista Jurídica Nº 12 ESTATUTO DO DESARMAMENTO  ARMA DESMUNICIADA – ARMA DEFEITUOSA – ARMA DESMONTADA  ATIPICIDADE TEMPORÁRIA – VACATIO LEGIS INDIRETA – ANISTIA CONDICIONADA – ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA  COMPETÊNCIA PARA PROCESSO E JULGAMENTO  PORTE COMPARTILHADO  PORTE E DISPARO DE ARMA DE FOGO  PORTE OU POSSE DE MUNIÇÃO OU ACESSÓRIO ([email protected])  

estatuto_desarmamento

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 1/188

 

Poder Judiciário do Estado do Rio de JaneiroBanco do Conhecimento 

DDiivviissããoo ddee GGeessttããoo ddee AAcceerrvvooss JJuurriisspprruuddeenncciiaaiiss DDGGCCOONN//DDIIJJUUR R  SSeerrvviiççoo ddee PPeessqquuiissaa JJuurrííddiiccaa DDGGCCOONN//SSEEAAPPEE 

Revista JurídicaNº 12

ESTATUTO

DO DESARMAMENTO

•  ARMA DESMUNICIADA – ARMA DEFEITUOSA – ARMA

DESMONTADA 

•  ATIPICIDADE TEMPORÁRIA – VACATIO LEGIS INDIRETA –ANISTIA CONDICIONADA – ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA 

•  COMPETÊNCIA PARA PROCESSO E JULGAMENTO 

•  PORTE COMPARTILHADO 

•  PORTE E DISPARO DE ARMA DE FOGO 

•  PORTE OU POSSE DE MUNIÇÃO OU ACESSÓRIO 

(jurisprudencia@tjrj. jus.br) 

Page 2: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 2/188

Revista Jurídica no 12 

Pág. 2/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Desembargador Luiz ZveiterPresidente do Tribunal de

Justiça do Estado do Rio de

Desembargador Antônio JoséAzevedo Pinto

Terceiro Vice-Presidente eCorregedor-Geral da Justiça

em exercício 

Desembargador CherubinHelcias Schwartz JúniorPresidente da Comissão de

Jurisprudência

Page 3: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 3/188

Revista Jurídica no 12 

Pág. 3/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

“ESTATUTO DO DESARMAMENTO”

APRESENTAÇÃO DO TEMA

O Estatuto do Desarmamento – Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 -

normatizou o registro, a posse e comercialização de arma de fogo e munições,

estabeleceu atribuições ao Sinarm – Sistema Nacional de Armas e tipificou diversas

condutas, tais como: posse irregular de arma de fogo de uso permitido; porte ilegal de

arma de fogo de uso permitido e de uso restrito; disparo de arma de fogo; dentre

outras.

Com mais de oito anos de vigência, o Estatuto trouxe novas questões para os

Tribunais, motivo pelo qual abordaremos esse assunto na presente Revista Jurídica.

Os temas trazidos à luz da jurisprudência serão os seguintes: arma

desmuniciada, defeituosa e desmontada; atipicidade temporária, vacatio legis indireta,

anistia condicionada, abolitio criminis temporária; competência para processo e

 julgamento; porte compartilhado; porte e disparo de arma de fogo e ainda porte ou

posse de munição ou acessório.

Esta edição da Revista contém, na íntegra, dezenas de acórdãos selecionados

sobre o assunto relacionado, no formato de um estudo comparativo da jurisprudência

nacional. Para tanto, foram pesquisadas decisões judiciais dos diversos Tribunais dos

Estados da Federação Brasileira e nos Tribunais Superiores. Todavia, o tema não se

esgota nesta breve abordagem, mas nos instiga a novas pesquisas e leituras para o

seu aprofundamento.

([email protected])  

Page 4: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 4/188

Revista Jurídica no 12 

Pág. 4/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

SUMÁRIO:

ARMA DESMUNICIADA – ARMA DEFEITUOSA – ARMADESMONTADA 

•  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL •  SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 

ATIPICIDADE TEMPORÁRIA – VACATIO LEGIS INDIRETA –ANISTIA CONDICIONADA – ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA 

•  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE TOCANTINS •  SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 

Page 5: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 5/188

Revista Jurídica no 12 

Pág. 5/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

COMPETÊNCIA PARA PROCESSO E JULGAMENTO .....

•  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL •  SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 

PORTE COMPARTILHADO 

•  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO •  SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 

PORTE E DISPARO DE ARMA DE FOGO 

•  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE • 

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ

 •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ • •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DOPARANÁ 

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO 

Page 6: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 6/188

Revista Jurídica no 12 

Pág. 6/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

•  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE •  SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 

PORTE OU POSSE DE MUNIÇÃO OU ACESSÓRIO 

• •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADODO RIO DE JANEIRO 

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL •  TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO •  SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 

Page 7: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 7/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 7/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Rio de Janeiro======================

0028519-78.2008.8.19.0202

(2009.050.07838) - APELAÇÃODES. SIRO DARLAN DE OLIVEIRAJulgamento: 19/01/2010 

APELAÇÃO CRIMINAL. TRANSPORTEDE ARMA DE FOGO. A SENTENÇAJULGOU PROCEDENTE A PRETENSÃOACUSATÓRIA PARA CONDENAR O RÉUCOMO INCURSO NAS SANÇÕES DOART. 14 DA LEI 10826/03, TENDOSIDO A PENA FIXADA EM 02 ANOS E

06 MESES DE RECLUSÃO EM REGIMEABERTO E 34 DM, SUBSTITUÍDA APENA PRIVATIVA DE LIBERDADEAPLICADA POR UMA PENARESTRITIVA DE DIREITOS DE

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ÀCOMUNIDADE. INCONFORMADA, ADEFESA INTERPÔS RECURSO DEAPELAÇÃO ARGÜINDO A NULIDADEDA SENTENÇA VEZ QUE NODISPOSITIVO DA SENTENÇA CONSTAO NOME DE OUTRO ACUSADO OU,SUBSIDIARIAMENTE, A ABSOLVIÇÃODO DENUNCIADO. FRISOU QUE AARMA DE FOGO ESTAVADESMUNICIADA E QUE NÃO HOUVE

COMPROVAÇÃO DA LESIVIDADE DACONDUTA INCRIMINADA. SENTENÇAQUE DEVE SER MANTIDA.PRIMEIRAMENTE, CABE AFASTAR ATESE DE NULIDADE DA SENTENÇA,ARGUMENTANDO A DEFESA QUE NODISPOSITIVO DA SENTENÇA CONSTAO NOME DE OUTRO ACUSADO. ORA,O NOME DO RÉU FOIEQUIVOCADAMENTE TROCADO NODISPOSITIVO DA SENTENÇA, SENDO

TAL ERRO MATERIAL FOIDEVIDAMENTE CORRIGIDO PELADECISÃO DE FL. 155. NO MÉRITO, ORECURSO NÃO MERECE SERPROVIDO. VERSA A HIPÓTESE SOBREO TRANSPORTE DE ARMA DE FOGO.IN CASU, O RÉU FOI PRESO PELOFATO DE OS POLICIAISENCONTRAREM DENTRO DO CARRODO ACUSADO DEBAIXO DO BANCOTRASEIRO UMA PISTOLA TAURUS E OCARREGADOR MUNICIADO NOCONSOLE. O APELANTE CONFESSOUQUE SÃO VERDADEIROS EM PARTEOS FATOS NARRADOS NA DENUNCIA,AFIRMANDO QUE TRANSPORTAVAARMA DE FOGO, QUE É REGISTRADAEM SEU NOME, DE SUA RESIDÊNCIAEM ANGRA DOS REIS PARA O RIO DEJANEIRO. O LAUDO PERICIAL DAARMA, DO CARREGADOR E DAS 09MUNIÇÕES CONSTANTE ÀS FLS.162/163 ATESTOU A CAPACIDADE

Arma desmuniciada –arma defeituosa – arma

desmontada

•  TRIBUNAIS DE JUSTIÇA:

•  RIO DE JANEIRO•  ACRE•  AMAPÁ•  BAHIA•  CEARÁ•  DISTRITO FEDERAL•  ESPÍRITO SANTO• 

GOIÁS•  MARANHÃO•  MATO GROSSO•  MINAS GERAIS•  PARÁ•  PARANÁ•  RIO GRANDE DO NORTE•  RIO GRANDE DO SUL

•  SUPERIOR TRIBUNAL DE 

JUSTI A

Page 8: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 8/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 8/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

LESIVA DA ARMA. NÃO PROSPERA ATESE DA ABSOLVIÇÃO PELO FATO DEA ARMA ESTAR DESMUNICIADA. ORA,A MUNIÇÃO NO CASO EM CONCRETOFOI APREENDIDA TAMBÉM DENTRO

DO CARRO JUNTAMENTE COM AARMA. COM EFEITO, A MUNIÇÃOENCONTRAVA-SE À VISTA, OU SEJA,ESTAVA A MUNIÇÃO ADEQUADA ÀMÃO DE MODO A VIABILIZAR SEMDEMORA SIGNIFICATIVA OMUNICIAMENTO, EM CONSEQÜÊNCIA,O EVENTUAL DISPARO,CONFIGURANDO TAL HIPÓTESE,CONDUTA PERIGOSA Á SEGURANÇAPÚBLICA. SENDO ASSIM, DIANTE DOS

DEPOIMENTOS CONSTANTES NOSAUTOS E A CONFISSÃO DO APELANTEO QUADRO PROBATÓRIO NÃO DEIXADUVIDAS A RESPEITO DA AUTORIA,TENDO O BEM JURÍDICO TUTELADOPELA NORMA PENAL CONSISTENTE NAINCOLUMIDADE PÚBLICA SIDOCOLOCADO CONCRETAMENTE EMRISCO. CONHECIMENTO DO RECURSOPARA AFASTAR A PRELIMNAR ENEGAR PROVIMENTO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0053626-19.2006.8.19.0001(2007.050.03857) - APELAÇÃODES. MARIA HELENA SALCEDOJulgamento: 10/01/2008 

EMENTA: Apelação Criminal. Artigos

12 e 14, ambos da Lei n.º 6.368/76, e16, parágrafo único, IV, da Lei n.º10.826/03. Condenação.Inconformismo. Pretendida absolvição.Procedência parcial do pedido. Provafrágil quanto à associação para otráfico. Arma desmuniciada edefeituosa. Atipicidade da conduta.Tráfico de entorpecente caracterizado.Correto juízo de reprovação, quanto aeste delito. Segundo apelante(Wagner) primário, de bons

antecedentes, não integrante deorganização criminosa. Aplicaçãoretroativa da Lei n.º 11.343/2006.Incidência do art. 33, § 4.º, dareferida lei. Recursos a que se dá

parcial provimento. Efeito extensivoaos co-réus que não apelaram - art.580 do CPP. Alvarás de soltura jáexpedidos.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0004896-63.2006.8.19.0037(2007.050.05961) - APELAÇÃO

DES. NILDSON ARAUJO DA CRUZJulgamento: 02/10/2008 

ROUBO: CONCURSO DE AGENTES EEMPREGO DE ARMAS DE FOGO.POSSE ILÍCITA DE ARMAS DE FOGO EMUNIÇÕES. PROVA SEGURA DOCRIME PATRIMONIAL E DE SUAAUTORIA. QUANTO AO OUTRO, NUMPASSO, NÃO FOI EVIDENCIADA SUACONFIGURAÇÃO E, NO OUTRO, NÃO

SE ESCLARECEU COM SEGURANÇA AAUTORIA. APELO DEFENSIVOCONJUNTO CONHECIDO. NÃOPROVIMENTO POR UNANIMIDADEQUANTO AO CRIME DE ROUBO.PROVIMENTO PARCIAL, POR MAIORIA,QUANTO AO CRIME DA LEI DE ARMADE FOGO. A confissão e oreconhecimento de um apelante, aidentificação do carro do outro, usadona prática do roubo e a apreensão, em

sua casa, de parte dos objetossubtraídos não permitem rever a r.sentença condenatória para absolvê-los. Contudo, não se pode ter comoconfigurado o crime de arma de fogo emunições, porque a espingardaapreendida na casa de um dosrecorrentes, além de desmontada, nãoestava acompanhada de munição,pelo que imprópria para um prontouso. Quanto a outra arma e asmunições, a prova não esclareceu se

Page 9: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 9/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 9/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

eram de um dos apelantes.Acondenação nas custas deriva dasucumbência (CPP, art. 804).Entretanto, isto não impede que osapelantes, no Juízo das Execuções,

requeiram a isenção, havendo motivoe observado o disposto no art. 12 daLei nº 1.060/60. Recurso conjuntoconhecido. Não provimento porunanimidade quanto ao crime deroubo. Provimento parcial por maioria,quanto ao crime da Lei de Arma deFogo, para editar decreto absolutório,nos termos do art. 386, III e VII, doCódigo de Processo Penal.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------0004555-58.2006.8.19.0030(2008.050.00735) - APELAÇÃODES. MARCUS BASILIOJulgamento: 19/06/2008 

EMENTA: PORTE DE ARMA DE FOGODESMUNICIADA. ATIPICIDADE.

Restando certo que o acusado foiflagrado com uma espingardadesmuniciada e desmontada namochila, nenhuma munição sendoencontrada em seu poder, deve sermantida a absolvição por ausência detipicidade material, eis que nãoviolado o bem jurídico protegido, nãocausando qualquer lesão ou ameaçade lesão à segurança coletiva.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------0045819-14.2007.8.19.0000(2007.059.02003)  - HABEASCORPUSDES. SUELY LOPES MAGALHAESJulgamento: 10/05/2007

HABEAS CORPUS. Trancamento deação penal. Paciente denunciado pelocrime tipificado no artigo 12 da Lei10.826/03 e do artigo 180 § 3º, n/f doartigo 69 do Código Penal, em razão

prisão em flagrante no dia 05 de janeiro de 2007, porque mantinha sobsua guarda duas espingardas Rossi,um calibre 12 e outra calibre 38,ambas desmuniciadas e desmontadasno momento da apreensão. Noticiadonos autos que, em 19/01/2007, foiposto em liberdade. O fato é típico eantijurídico. Foi encontrado em suaresidência duas espingardas, umadelas produto de roubo. Provada a

materialidade, constatando-se que asduas armas têm condições de efetuardisparos, conforme laudo acostado,não se justifica o trancamento da açãopenal. As provas devem serexaminadas, após a regular instruçãocriminal. Ordem denegada.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------0000551-06.2004.8.19.0205(2007.054.00063)  - EMBARGOSINFRINGENTES E DE NULIDADEDES. GIZELDA LEITAO TEIXEIRAJulgamento: 24/04/2007 

EMBARGOS INFRINGENTES E DENULIDADE. ARMA COM NUMERAÇÃORASPADA. Embargante que, com baseno voto vencido, buscaenquadramento da conduta típica aele imputada para aquela do artigo 14Lei 10 826/03. Voto vencido que,equivocadamente, diz que,desmontada a arma, possível se faz asua identificação. Voto vencedor quereconheceu o cometimento da condutatípica prevista no art.16 §único, IV,pois a arma apresentava numeraçãoraspada. Qualquer modificação nanumeração da arma realiza o tipopenal reconhecido no voto vencedor,

Page 10: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 10/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 10/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

porque causa inegável prejuízo àAdministração, acarretando dano aosregistros e cadastro públicos e aosistema de controle previsto na novellegislação. A supressão de dado

individualizador da arma aumenta operigo de sua utilização em práticasdelituosas outras. Voto vencedor quedecidiu corretamente a hipótese.Precedentes jurisprudenciais.EMBARGOS REJEITADOS.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

0001093-39.2004.8.19.0006(2006.050.04898) - APELAÇÃODES. MARCO AURELIO BELLIZZEJulgamento: 21/12/2006

APELAÇÃO. Porte ilegal de arma defogo de uso permitido e de munição.Pretendida absolvição por atipicidadecomportamental. Arma de fogoapreendida totalmente desmontada,desmuniciada e embrulhada em papel.

Prisão em flagrante próximo àresidência do apenado. Característicasda arma, utilização em área rural,forma de condicionamento eprimariedade do apelante queapontam no sentido da absolvição.Provimento do apelo.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0000653-68.2004.8.19.0030(2006.050.04073) - APELAÇÃODES. MARCUS QUARESMA FERRAZJulgamento: 31/10/2006

Artigo 14 da Lei nº 10.826/03 e artigo19 do Decreto-Lei nº 3.688/41.Condenação. Penas privativas deIiberdade substituídas por restritivasde direitos. Apelo defensivo: a)absolvição, sustentando que a arma

estava desmuniciada, desmontada etotalmente inoperante, pois se achavaguardada dentro do motor do veículo,não podendo, portanto, causar riscode dano à segurança pública, e que os

trabucos normalmente são utilizadospara atividades de caça, além do queas facas não precisam de licença eeram utilizadas no acampamento paracortar lenha e cozinhar; b) conversãodas penas privativas de liberdadeexclusivamente em pagamento decestas básicas. A conduta do réu detransportar armas de fogo emunições, estando os trabucosmuniciados, se subsume ao artigo 14

do Estatuto do Desarmamento.Independentemente da discussãosobre a posse dos facões e facascaracterizar conduta contravencionaltípica, a realidade é que o réu praticouum único delito, pois seucomportamento violou o mesmo bem jurídico tutelado por aqueles doisdiplomas legais. A pretensão deexclusivo pagamento de cestasbásicas viola o § 2º, do artigo 44, do

Código Penal, pois a pena de prisão ésuperior a um ano de reclusão. Apeloparcialmente provido, para excluir dacondenação a pena referente àinfração contravencional, pois éabsorvida pelo crime mais grave.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

0008099-92.2005.8.19.0061(2006.050.02755) - APELAÇÃODES. ORLANDO SECCOJulgamento: 20/07/2006 

DENÚNCIA IMPUTANDO AOS RÉUS APRÁTICA DO CRIME DE POSSEIRREGULAR DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO. SENTENÇACONDENATÓRIA. APELAÇÃOCRIMINAL DO 1º RÉU. PRETENSÃO DEABSOLVIÇÃO QUE SE MOSTRA

Page 11: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 11/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 11/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

COMPLETAMENTE INFUNDADA,DIANTE DA CONFISSÃO DO PRÓPRIODENUNCIADO E DA PROVA COLHIDANOS AUTOS, APONTANDO PARA ACERTEZA DA AUTORIA DELITIVA.

MATERIALIDADE COMPROVADA. APOTENCIALIDADE LESIVA DAS ARMASAPREENDIDAS FOI ATESTADA PELOLAUDO. IMPOSSIBILIDADE DEACOLHIMENTO DA TESE DEATIPICIDADE TÃO-SOMENTE POR NÃOHAVER MUNIÇÃO NA ARMA DE FOGOAPREENDIDA OU POR ESTAR AMESMA DESMONTADA, JÁ QUE AHIPÓTESE É DE CRIME DE MERACONDUTA. PRECEDENTES DAS

CORTES SUPERIORES E DESTA CORTEESTADUAL NO MESMO SENTIDO.CORRETA A DOSIMETRIA DA PENA,FIXADA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL,TENDO EM VISTA QUE MAUSANTECEDENTES NÃO SE CONFUNDEMCOM REINCIDÊNCIA. REGIME INICIALADEQUADO AOS DITAMES DOSARTIGOS 33, §3º E 59, AMBOS DOCÓDIGO PENAL. IMPOSSIBILIDADEDE SUBSTITUIÇÃO DA PENA

PRIVATIVA DE LIBERDADE PORRESTRITIVA DE DIREITOS OU DESUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA,DIANTE DA CONDUTA SOCIAL EANTECEDENTES DO SENTENCIADO.RECURSO AO QUAL SE NEGAPROVIMENTO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0074710-73.2006.8.19.0002(2007.050.05420) - APELAÇÃODES. MARIA CHRISTINA GOESJulgamento: 15/05/2008 

Art. 14 da Lei nº. 10.826/03. PorteIlegal de Arma de Fogo de UsoPermitido. Arma Defeituosa, semCapacidade de Produzir Disparos.Atipicidade da Conduta. Provimento doRecurso.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Acre======================

Processo: 2008.001692-8Julgamento: 17/09/2009 Classe: Câmara Criminal Relator:  Des. Feliciano

Vasconcelos 

Ementa:  APELAÇÃO CRIMINAL -PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGODESMUNICIADA - ATIPICIDADE DACONDUTA - ABSOLVIÇÃO -POSSIBILIDADE.

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do

Estado do Amapá======================

Número Processo: 454/07Relator: Juiz ConvocadoEDUARDO CONTRERASClasse: RECURSO EM SENTIDOESTRITONúmero Acórdão: 10944Data do Julgamento: 08/05/2007

EMENTA PROCESSUAL PENAL -Recurso em Sentido Estrito -Imputação de homicídio tentado -Arma de fogo desmuniciada - Crimeimpossível - Materialidade -Inexistência de prova - Ausência deum dos requisitos da pronúncia -Particularidade que rende ensejo a

Page 12: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 12/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 12/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

impronúncia (art. 409, caput, CPP) -Recurso - Improvimento - 1) A armade fogo desmuniciada, levando emconta as circunstância do casoconcreto, é meio inidôneo para a

prática do homicídio que, por isso,configura crime impossível - 2) Ex vido disposto no art. 409, caput, doCódigo de Processo Penal, se oconjunto probatório não contémelementos hábeis a caracterizar aocorrência, consumada ou tentada, dehomicídio ou de qualquer outro crimedoloso contra a vida, a impronúncia doagente é medida que se impõe - 3)Recurso em sentido estrito a que se

nega provimento.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

da Bahia======================

Classe: APELAÇÃONúmero do Processo: 68346-9/2007Relator: CASSIO JOSE BARBOSAMIRANDAData do Julgamento: 17/11/2009

PENAL E PROCESSUAL PENAL.

APELAÇÃO CRIME. PORTE ILEGAL DEARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO(ART. 16, PARAGRÁFO ÚNICO, INCISOIV, DA LEI 10.826/03). CONDENADOSÀ PENA DE 03 (TRÊS) ANOS DERECLUSÃO, EM REGIME ABERTO E 20(VINTE) DIAS-MULTA. SUBSTITUIÇÃODA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADEPOR DUAS RESTRITIVAS DE DIREITO(ART. 4, I, II, III E § 2º DO CÓDIGOPENAL). FATO OCORRIDO EM27.05.2005. PRISÃO DO RÉU EM

FLAGRANTE E APREENSÃO DE UMAARMA DE FOGO TIPO PISTOLA 7.65,SEM MARCA E DESMUNICIADA,NÚMERO DE SÉRIE 61205.FUNDAMENTO DO APELO: 1.

ABSOLVIÇÃO. TIPICIDADE DACONDUTA. INACOLHIMENTO. ARMADESMUNICIADA. IRRELEVÂNCIA PARAA CONFIGURAÇÃO DO DELITO.APTIDÃO DA ARMA DE FOGO PARAEFETUAR DISPAROS. COMPROVAÇÃOEM LAUDO PERICIAL. CRIME DEPERIGO ABSTRATO. PRESUNÇÃO DELESIVIDADE A BEM JURÍDICOTUTELADO. 2. PLEITO ALTERNATIVO.AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA

PREVISTA NO INCISO IV DO MESMONORMATIVO LEGAL DESCABIMENTO.ARMA COM SINAL DE IDENTIFICAÇÃOSUPRIMIDA. CORRETA ACAPITULAÇÃO LEGAL. APELOCONHECIDO E NÃO PROVIDO NAESTEIRA DO PARECER MINISTERIAL I- NA LINHA DE PRECEDENTES DOSUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, ACIRCUNSTÂNCIA DA ARMA ESTARDESMUNICIADA NÃO EXCLUI A

TIPICIDADE DO DELITO DE PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO, PREVISTONO ART. 16 DA LEI N.º 10.826/03,SENDO SUFICIENTE PARA A SUACONFIGURAÇÃO TÃO-SOMENTE OPORTE DO ARMAMENTO SEM ADEVIDA AUTORIZAÇÃO DAAUTORIDADE COMPETENTE.

Índice 

-------------------------Classe: APELAÇÃONúmero do Processo: 13310-7/2007Relator: GILBERTO DE FREITASCARIBEData do Julgamento: 28/02/2008

APELAÇÃO CRIME - ESTATUTO DODESARMAMENTO - POSSE IRREGULARDE ARMA DE FOGO COM"NUMERAÇÃO RASPADA (ART. 16,PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DA LEI

Page 13: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 13/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 13/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

10.826/03) - ABOLITIO CRIMINISTEMPORÁRIA - INOCORRÊNCIA -ARMA DESMUNICIADA -IRRELEVÂNCIA PARA ACONFIGURAÇÃO DO DELITO -

PENALIDADE APLICADACORRETAMENTE, EM OBEDIÊNCIAAOS DITAMES DO ART. 59, CP -RECURSO IMPROVIDO.

Índice -------------------------Classe: APELAÇÃONúmero do Processo: 34340-5/2009Relator: LOURIVAL ALMEIDA

TRINDADEData do Julgamento: 22/09/2009

DIREITO PENAL. DELITOS DE PORTEDE ARMA DE FOGO E FALSAIDENTIDADE. ATIPICIDADE DASCONDUTAS. RECURSO PROVIDO. I – AARMA, SEM A MUNIÇÃOCORRESPONDENTE, NÃO POSSUIEFICÁCIA DE ARTEFATO BÉLICO, DEMODO QUE O SEU PORTE NÃO

CONFIGURA O DELITO, ESTATUÍDOPELA NORMA, RESIDENTE NO ART.14, DA LEI 10826/03. O MERO PORTEDE ARMA, SEM QUE ESTA ESTEJACARREGADA, OU QUE O AGENTEPOSSUA PRONTA DISPONIBILIDADE,NÃO OCASIONA LESIVIDADE EFETIVA,OU POTENCIAL, A QUALQUER BEMJURÍDICO, HAJA VISTA QUE, EM TAISSITUAÇÕES, O INSTRUMENTOPORTADO NÃO PODE SER

CONSIDERADO COMO ARMA. ATIPICIDADE NÃO É, MERAMENTE,FORMAL, DEVENDO SER PERQUIRIDAA OCORRÊNCIA DE EFETIVA, OUPOTENCIAL LESÃO AO BEM JURÍDICO,O QUE NÃO SE VISLUMBRA NO CASO,SOB DESTRAME. II – “(...) SEGUNDOA JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIORTRIBUNAL DE JUSTIÇA, NÃO COMETEO DELITO PREVISTO NO ART. 307 DOCÓDIGO PENAL O RÉU QUE, DIANTEDA AUTORIDADE POLICIAL, ATRIBUI-

SE FALSA IDENTIDADE, EM ATITUDEDE AUTODEFESA, PORQUE AMPARADOPELA GARANTIA CONSTITUCIONAL DEPERMANECER CALADO, EX VI DO ART.5º, LXIII DA CF/88. (...)”. (HC

88.998/RS, REL. MINISTRONAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,QUINTA TURMA, JULGADO EM18/12/2007, DJ 25/02/2008 P. 345).NENHUM ACUSADO É OBRIGADO AFORNECER QUALQUER TIPO DEINFORMAÇÃO, QUE POSSA, APELAÇÃON° 46 064 – 4 / 2008 PORVENTURA,PREJUDICAR-LHE. O ESTADO POSSUIMEIOS PRÓPRIOS PARA OBTER AIDENTIFICAÇÃO CRIMINAL DOS

ACUSADOS (LEI 10054/2000), NÃOSENDO ESTES OBRIGADOS AFORNECÊ-LA. DESNECESSÁRIOSOBRELEVAR QUE O ÔNUSPERSECUTÓRIO COMPETE AOESTADO, SEM QUE SEJAIMPRESCINDÍVEL A COLABORAÇÃODO ACUSADO. IN SPECIE, OAPELANTE, EM JUÍZO, ASSEVEROUHAVER ATRIBUÍDO A SI FALSAIDENTIDADE, “PORQUE ERA

EXPRESIDIÁRIO E TEMIA POR SUAVIDA” (SIC), DEMONSTRANDOINILUDÍVEL EXERCÍCIO DEAUTODEFESA. III – PARECER DAPROCURADORIA DE JUSTIÇA PELOIMPROVIMENTO DO RECURSO. IV -RECURSO PROVIDO PARA ABSOLVERO APELANTE, DIANTE DAATIPICIDADE DE SUAS CONDUTAS,DETERMINANDO-SE A IMEDIATAEXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA,

A SER CUMPRIDO COM AS CAUTELASPRÓPRIAS.

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Ceará======================

Page 14: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 14/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 14/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

453190-68.2000.8.06.0000/0 -APELAÇÃO CRIMENúmero Antigo:200002825700 Relator: Des. CARLOS FACUNDO 

Ementa: PENAL E PROCESSUALPENAL. APELAÇÃO CRIME. PRISÃO EMFLAGRANTE. CONTRAVENÇÃO PENAL.PORTE ILEGAL DE ARMA.ANTERIORIEDADE DO FATO À LEI N.º9.437/96. APREENSÃO DA ARMADESMUNICIADA, SEM CONDUZIR OACUSADO, CARTUCHOS ÍNTEGROS DEFÁCIL UTILIZAÇÃO. CONFIGURAÇÃODO MERO TRANSPORTE, CONDUTAPENALMENTE IRRELEVANTE. MAUS

ANTECEDENTES CRIMINAIS.INVIABILIDADE DE SUSPENSÃOCONDICIONAL DO PROCESSO,SUBSTITUIÇÃO DA PENA OU SURSIS.Artigo 19, da Lei das ContravençõesPenais. Sentença condenatória à penade 02 (dois) meses de prisão simplese multa, no regime aberto.Irresignação deduzindo que não secaracterizou o porte ilegal, mas,apenas, o transporte, porque a arma

estava desmuniciada quando daapreensão. "Não tendo a armamunição, nem trazendo o portadorcartuchos consigo, não se caracterizaa infração do art. 19 da LCP" (JUTACrim SP 75/401). Recurso apelatórioprovido para, reformando a decisãorecorrida, absolver o acusado.Unânime.

Índice 

Íntegra de Acórdão 

-------------------------445590-93.2000.8.06.0000/0 -CONFLITO DE JURISDIÇÃONúmero Antigo: 200100473800 Relator: Des. JOSÉ EDUARDOMACHADO DE ALMEIDA 

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DECOMPETÊNCIA SUSCITADO PELOJUÍZO DA 2ª VARA DO JÚRI EM FACE

DO JUÍZO DA 12ª UJECC, AMBOSDESTA COMARCA DE FORTALEZA -CORRETA DEFINIÇÃO DO TIPO PENALEM QUE INCORREU O AGENTE -ATRIBUIÇÃO SUI GENERIS DO

TRIBUNAL AD QUEM - IMPOSIÇÃO,CONTUDO, DECORRENTE DANECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DOREGULAR DEVIDO PROCESSO LEGAL,POR SER A DETERMINAÇÃO DO JUÍZONATURAL DA CAUSA UM DE SEUSCOROLÁRIOS - ARMA DESMUNICIADA- CRIME IMPOSSÍVEL - HIPÓTESECONFIGURADA DE CRIME DE AMEAÇAE NÃO DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO- OCORRÊNCIA DE RETRATAÇÃO DA

REPRESENTAÇÃO - DECADÊNCIAOPERADA - EXTINÇÃO DAPUNIBILIDADE DECLARADA, DEOFÍCIO. ACÓRDÃO UNÂNIME.

Índice 

Íntegra do Acórdão 

-------------------------399-14.2005.8.06.0098/1 –APELAÇÃO 

Data Protocolo: 08/05/2008 Relator: Des. HAROLDO CORREIADE OLIVEIRA MAXIMO 

Ementa: RECURSO DE APELAÇÃO.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.ART. 14 DA LEI 10.826/03. ARMADESMUNICIADA. IRRELEVÂNCIA.RECURSO IMPROVIDO. 1. É legítima aatuação do legislador ao criminalizar oporte ilegal de arma de fogo,mormente no atual contexto social deinsegurança, à vista do risco que essaconduta traz à paz social, de modoque, para caracterização da tipicidadeda conduta inserta no art. 14 doEstatuto do Desarmamento, faz-senecessário, tão somente, o porte dearma sem a devida autorização daautoridade competente. Acircunstância desta se encontrardesmuniciada não afasta a tipicidade

Page 15: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 15/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 15/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

do delito. 2. Recurso conhecido eimprovido.

Índice Íntegra do Acórdão 

-------------------------22745-30.2003.8.06.0000/0 -REVISÃO CRIMINALNúmero Antigo: 2000014002856 Relator: Desa. MARIA ESTELAARAGÃO BRILHANTE 

Ementa: PROCESSO PENAL. AÇÃO DEREVISÃO CRIMINAL. CONDENAÇÃOPOR PORTE ILEGAL DE ARMA  DEFOGO. REEXAME DE PROVAS.

IMPOSSIBILIDADE. FRAGILIDADE DAPROVA. INOCORRÊNCIA.IRRELEVÂNCIA EM SEDE REVISIONAL.ARMA  APREENDIDA DESMUNICIADA. CRIME DE PERIGO ABSTRATO.TIPICIDADE RECONHECIDA. PEDIDOREVISIONAL IMPROCEDENTE. 1. Emsede de revisão criminal, só se admiteexame de provas quando estas foremsupervenientes ao desfecho do julgado, sob pena de reanálise dos

autos. 2.Na revisão, a fragilidade daprova, per si, não é suficiente parafundamentar a alteração da coisa julgada, devendo, conforme o inciso Ido art. 621 do CPP, ser a decisãocompletamente dissociada dos autos,o que, no caso, não ocorre. 3.O delitode porte ilegal de arma de fogoconsubstancia crime de perigoabstrato, não importando a presençade munição mesmo quando suprimida

a numeração ou identificação doobjeto. 4.Ação improcedente.Índice 

-------------------------20508-13.2009.8.06.0000/0 -HABEAS CORPUSRelator: Des. RAIMUNDO EYMARDRIBEIRO DE AMOREIRA 

Ementa: CONSTITUCIONAL. HABEASCORPUS. PRISÃO EM FLAGRANTE.POSSE DE ARMA DE FOGO TIPOESPINGARDA DE FABRICAÇÃOCASEIRA. EXCESSO DE PRISÃO SEM

PENA. PERÍODO DA VACATIO LEGIS EPOR CONSEQUÊNCIA O ABOLITIOCRIMINIS. HABEAS CORPUSCONCEDIDO DE OFÍCIO PARATRANCAR A AÇÃO PENAL. 1. O artigo32 do Estatuto do Desarmamentoapregoava que os possuidores eproprietários de armas de fogopoderiam entregá-las,espontaneamente, mediante recibo e,presumindo-se de boa-fé, inclusive

indenizados, com o prazo de entrega,mais uma vez prorrogado até o dia 31de dezembro de 2008, conformeestatuído na Medida Provisória nº417/2008, de 31 de janeiro de 2008,convertida na Lei nº 11.706, de 19 de junho de 2008, que conferiu novaredação aos arts. 30 e 32 da Lei10.826/03) 2. Na verdade, em casosque tais, incabível a imputação de atocriminoso, até porque, se assim não

fora, a utilidade prática dosdispositivos acima mencionadosestaria irremediavelmentecomprometida caso os proprietários dearma de fogo ainda não registradasfossem submetidos a processo-crimeao procurarem as autoridadescompetentes para legalizar a posse detais artefatos. 3. Com efeito, odescortino da discussão com base nanorma supracitada e, ainda, levando

em consideração que o prazoestabelecido na época da conduta tidacomo criminosa ainda não tinhaexaurido, conduz a que não restedúvida que o paciente não infringiu odispositivo legal objeto do auto deprisão em flagrante, mercê daausência de norma penal em vigorpara a persecução do delito de posseirregular de arma de fogo defabricação artesanal, sequer foi

periciada. 4. Com esse panorama,

Page 16: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 16/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 16/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

estamos diante de uma norma penalatípica temporária, porquanto o fatocomentado ocorreu no dia 02 demarço de 2006, quando a residênciado paciente foi invadida por Policiais

Militares para dar cumprimento a ummandado de prisão, portanto, dentrodo período da vacatio legis e porconsequência o abolitio criminis 5. HCconcedido de ofício para trancar aação penal. 6. Decisão unânime.

Índice Íntegra do Acórdão 

-------------------------

13098-40.2005.8.06.0000/0 -APELAÇÃO CRIMEData Protocolo: 17/08/2005 Relator: Des. FRANCISCOHAROLDO R. DE ALBUQUERQUE 

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO.ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.AUTORIA E MATERIALIDADECOMPROVADAS. ATIPICIDADE DACONDUTA. VACATIO LEGISINSTITUÍDA PELOS ARTS. 30 E 32 DOESTATUTO DO DESARMAMENTO.INAPLICABILIDADE. AUSÊNCIA DEDANO CONCRETO.PRESCINDIBILIDADE. SENTENÇAMANTIDA. I- Impõe-se oimprovimento do pedido de absolviçãoante a insuficiência de provas, poisque restaram sobejamentecomprovadas a autoria e amaterialidade do crime, esta pelo autode apresentação e apreensão e pelolaudo técnico e aquela, através daconfissão do acusado e da provatestemunhal. II- Não há que se falarem atipicidade da conduta do réu, emface da vacatio legis indireta (ouabolitio criminis temporária (paraalguns), instituída pelo Estatuto doDesarmamento (Lei no 10.826, de 22de dezembro de 2003), vez que osarts. 30 e 32 do mesmo diploma legal

são de aplicação restrita à posseirregular de arma de fogo, não seadequando, portanto, à conduta típicapraticada pelo apelante, que portavaum revólver, sem autorização legal,

em plena via pública. III- O porteilegal de arma de fogo, previsto noart. 14 da multicitada lei de regência,é um crime de mera conduta e deperigo abstrato, não se fazendonecessário, portanto, que haja efetivalesão ao bem jurídico tutelado. IV-Recurso improvido.

Índice Íntegra de Acórdão 

-------------------------======================

Tribunal de Justiça do Distrito

Federal====================== 

Classe do Processo: 2008 08 1005889-2 APR - 0005889-

61.2008.807.0008Registro do Acórdão Número:400716 Data de Julgamento:10/12/2009 Relator: EDSON ALFREDOSMANIOTTO 

Ementa: PENAL. APELAÇÃOCRIMINAL. PORTE DE ARMA DE FOGODE USO PERMITIDO. ART. 14, LEI N.

10.826/2003. ARMA DESMUNICIADA.IRRELEVÂNCIA. PEDIDO DEABSOLVIÇÃO. ATIPICIDADE DACONDUTA. ABOLITIO CRIMINISTEMPORÁRIA.1)IRRELEVANTE PARACONFIGURAÇÃO DO DELITO DEPORTE DE ARMA DE FOGO QUE AARMA ESTEJA MUNICIADA.2)O DELITO DO ART. 14 DA LEI N.10.826/2003 É CONSIDERADO DEMERA CONDUTA E DE PERIGO

Page 17: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 17/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 17/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

ABSTRATO, POIS O SIMPLES FATO DEPORTAR A ARMA SEM A DEVIDAAUTORIZAÇÃO ROMPE A CONFIANÇAEXISTENTE NA SOCIEDADE,CRIANDO, SIM, UM RISCO PROIBIDO.

IRRELEVANTE A CIRCUNSTÂNCIA DEO RÉU TER A INTENÇÃO DEEMPRESTAR A ARMA, JÁ QUE ELA ÉUM INSTRUMENTO DOTADO DELESIVIDADE LATENTE.3)OS PRAZOS A QUE SE REFEREM OSARTIGOS 30, 31 E 32, DO ESTATUTODO DES ARMAMENTO, SÓBENEFICIAM OS POSSUIDORES DEARMA DE FOGO, SE A CONDUTAATRIBUÍDA AO PACIENTE NÃO SE

AMOLDA UNICAMENTE AO VERBO"POSSUIR", A QUE FAZ MENÇÃO OARTIGO 16, DO REFERIDO DIPLOMALEGAL, MAS TAMBÉM A OUTROSNÚCLEOS, NÃO HÁ FALAR-SE EMABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Classe do Processo: APELAÇÃOCRIMINAL 2005 03 1 010315-4APR - 0010315-39.2005.807.0003 Registro do Acórdão Número:256937 Data de Julgamento: 31/08/2006 Relator: SÉRGIO BITTENCOURT 

Ementa: PENAL - ESTATUTO DO DESARMAMENTO - ART. 14, CAPUT, DALEI 10.826/2003 - ARMA DE FOGO

DEFEITUOSA - ABSOLVIÇÃO PORATIPICIDADE DA CONDUTA -IMPOSSIBILIDADE.NÃO É ATÍPICA A CONDUTA DEPORTAR OU TRANSPORTAR ARMA DEFOGO, AINDA QUE TAL OBJETO, PORFALTA DE MUNIÇÃO OU DEFEITO,PUDESSE DEIXAR DE REALIZARDISPAROS, POSTO TRATAR-SE DECRIME DE MERA CONDUTA, DEPERIGO ABSTRATO, NÃO HAVENDONECESSIDADE DA DEMONSTRAÇÃO

DE PERIGO REAL OU DE LESÃO DOBEM JURÍDICO TUTELADO.CARACTERIZA-SE, PORTANTO, PELOSIMPLES FATO DO AGENTE PORTAROU TRANSPORTAR QUAISQUER DOS

OBJETOS DESCRITOS, SEMAUTORIZAÇÃO E EM DESACORDOCOM DETERMINAÇÃO LEGAL OUREGULAMENTAR.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Classe do Processo: 2008 09 1016009-3 APR - 0016009-

63.2008.807.0009Registro do Acórdão Número:379217Data de Julgamento: 21/09/2009 Relator: SANDRA DE SANTIS 

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL- ESTATUTO DO DES ARMAMENTO -ARTIGO 14 DA LEI 10.826/03 - PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGODESMUNICIADA - CRIME DE MERA

CONDUTA - CONDENAÇÃO MANTIDA -POTENCIALIDADE LESIVAPRESUMIDA.I. O PORTE DE ARMA DE FOGODESMUNICIADA SEM AUTORIZAÇÃO EEM DESACORDO COM DETERMINAÇÃOLEGAL OU REGULAMENTARCONFIGURA O CRIME DO ART. 14 DALEI 10.826/2003.II. AO CRIMINALIZAR O PORTE DEARMAS E MUNIÇÕES SEM

AUTORIZAÇÃO LEGAL OUREGULAMENTAR, O LEGISLADORCONSIDEROU A CONDUTAPOTENCIALMENTE LESIVA ÀSOCIEDADE. A OFENSIVIDADE AOBEM TUTELADO É PRESUMIDA PELALEI.III. APELO IMPROVIDO.

Integra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Page 18: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 18/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 18/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Classe do Processo: 2004 01 1108158-7 APR - 0108158-44.2004.807.0001Registro do Acórdão Número:354472 

Data de Julgamento: 02/04/2009 Relator: MARIO MACHADO 

Ementa PENAL. PORTE IRREGULAR DEARMA DE FOGO. LEI Nº 10.826/2003.ARMA DESMUNICIADA.IRRELEVÂNCIA. CONDUTA TÍPICA.A VACATIO LEGIS INDIRETA,DECORRENTE DOS ARTS. 30, 31 E 32DO ESTATUTO DO DES ARMAMENTO,QUE CONCEDEU AOS POSSUIDORES

DE ARMA DE FOGO O PRAZO DE 180(CENTO E OITENTA) DIAS, PARAREGULARIZAÇÃO DO REGISTRO DAARMA OU SUA ENTREGA À POLÍCIAFEDERAL, É ESPECÍFICA PARA OSCASOS DE POSSE IRREGULAR DEARMA DE FOGO, NO INTERIOR DERESIDÊNCIA OU NO LOCAL DETRABALHO. SITUAÇÃO DISTINTA OFATO DE A ARMA TER SIDOFLAGRADA NO INTERIOR DO VEÍCULO

DO AGENTE, A CARACTERIZAR OPORTE DE ARMA DE FOGO, CONDUTANÃO INCLUÍDA NA ABOLITIOCRIMINIS TEMPORÁRIA.A NORMA PENAL INCRIMINADORA DOARTIGO 14 DA LEI Nº 10.826/2003NÃO EXIGIU PARA CARACTERIZAÇÃODO TIPO O MUNICIAMENTO DA ARMA,DE MODO QUE, EM SENDO TIPOPENAL DE CONTEÚDO MÚLTIPLO,BASTANTE A PLENA SUBSUNÇÃO DA

CONDUTA DO RÉU A UM DOS VERBOSALI PRESENTES. A CIRCUNSTÂNCIADE A ARMA ENCONTRAR-SEDESMUNICIADA E DESMONTADA ÉIRRELEVANTE PARA ACONFIGURAÇÃO DO DELITO.APELO MINISTERIAL PROVIDO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Classe do Processo: 2004 02 1002934-0 APR - 0002934-17.2004.807.0002Registro do Acórdão Número:307004 

Data de Julgamento: 03/04/2008 Relator: GISLENE PINHEIRO 

Ementa PENAL. PORTE ILEGAL DEARMA DE FOGO.PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO DA DEFESAPOR ATIPICIDADE DA CONDUTA.ABOLITIO CRIMINIS TEMPORALIS.INAPLICABILIDADE. ARMADESMUNICIADA, QUEBRADA E EMLOCAL DE DIFÍCIL ACESSO.

CIRCUNSTÂNCIAS IRRELEVANTES.CONDUTA TÍPICA. ERRO DEPROIBIÇÃO. INOCORRÊNCIA.CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE DOFATO. QUANTUM DA PENAMAJORADO.1 - O BENEFICIO DA ABOLITIOCRIMINIS TEMPORALIS NÃO SEAPLICA AO RÉU, VISTO QUE O PRAZOCONFERIDO PELO LEGISLADOR PARAQUE OS POSSUIDORES OU

PROPRIETÁRIOS DE ARMAS DE FOGOENTREGASSEM OU REGULARIZASSEMAS MESMAS NÃO SE APLICA ÀCONDUTA PREVISTA NO ARTIGO 14DO ESTATUTO DO DES ARMAMENTO.PRECEDENTES DO STJ E DESTEEGRÉGIO TRIBUNAL.2 - O CRIME DE PORTE DE ARMA ÉCONSIDERADO UM DELITO DE MERACONDUTA, INDEPENDENDO PARA SUACARACTERIZAÇÃO A OCORRÊNCIA DE

QUALQUER PREJUÍZO EFETIVO PARAA SOCIEDADE, SENDO IRRELEVANTEO FATO DA ARMA ESTARDESMUNICIADA, QUEBRADA E EMLOCAL DE DIFÍCIL ACESSO.3 - DEMONSTRADO NOS AUTOS QUEO ACUSADO POSSUÍA PLENOCONHECIMENTO DA ILICITUDE DOATO PRATICADO, NÃO HÁ QUE SEFALAR EM REDUÇÃO DA PENA PELAAPLICAÇÃO DO DISPOSTO NO ARTIGO

21, PARÁGRAFO ÚNICO DO CÓDIGO

Page 19: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 19/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 19/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

PENAL.4 - RECURSO DA DEFESA CONHECIDOE IMPROVIDO. RECURSO DOMINISTÉRIO PÚBLICO CONHECIDO EPROVIDO.

Íntegra do Acórdão

Índice -------------------------Classe do Processo: APELAÇÃOCRIMINAL 2005 09 1 006548-2APR - 0006548-72.2005.807.0009 Registro do Acórdão Número:259003Data de Julgamento: 28/09/2006 

Relator: EDSON ALFREDOSMANIOTTO 

Ementa  PORTE DE ARMAS.ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE DACONDUTA. ARMA DESMUNICIADA.PRAZO PARA ENTREGAR A ARMA ÀPOLÍCIA. PENA. INCIDÊNCIA DEATENUANTE PARA FIXAÇÃO DA PENAAQUÉM DO MÍNIMO.1. NÃO HÁ ATIPICIDADE DE CONDUTA

NO PORTE ILEGAL DE ARMAS SE,AINDA QUE POSSÍVEL FAZER OREGISTRO DA REFERIDA ARMADIANTE DA REGULAMENTAÇÃO DOESTATUTO DO DES ARMAMENTO, ORÉU NÃO DETÉM A AUTORIZAÇÃO DAAUTORIDADE COMPETENTE PARAPORTÁ-LA. É IRRELEVANTE O FATODE A ARMA ESTAR DESMUNICIADA,SEGUNDO PRECEDENTES DOEGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA. NEM SE HÁ QUE ACOLHER AARGUMENTAÇÃO DE QUE O RÉUESTAVA LEVANDO A SUA ARMA PARAENTREGAR À POLÍCIA, ATÉ PORQUEPARA TANTO ERA IMPRESCINDÍVELOBTER UMA AUTORIZAÇÃO ESPECIALEMITIDA PELA POLÍCIA FEDERAL, NOSTERMOS DO ART. 28 DO DECRETO N.5.123/04, QUE REGULAMENTA A LEIN.10826/03.2.INCIDÊNCIA DA CIRCUNSTÂNCIAATENUANTE NÃO PODE CONDUZIR À

REDUÇÃO DA PENA ABAIXO DOMÍNIMO LEGAL. INTELIGÊNCIA DASÚMULA N. 231 DO STJ.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Espírito Santo====================== 

48070003305 Classe: Apelação CriminalData de Julgamento: 09/07/2008Relator: ALEMER FERRAZ MOULIN 

APELAÇÃO CRIMINAL. ATOINFRACIONAL ANÁLOGO AO ART. 14DA LEI N° 10.826 ⁄03. ARTIGO 112,INCISO IV, DA LEI N° 8.069 ⁄90.REFORMA. ATIPICIDADE DACONDUTA. ARTIGO 189, INCISO III,

DO ECRIAD. ARMA DE FOGODESMUNICIADA E QUEBRADA(INEFICIENTE). IRRELEVÂNCIA.ADOÇÃO DA TEORIA SUBJETIVA.PRECEDENTES DO STJ. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.1. Extrai-se do conjunto probatóriocoligido nos autos, de forma indene dedúvidas, a autoria e a materialidadedelitivas concernentes ao atoinfracional equivalente ao delito de

porte ilegal de arma de fogo de usopermitido, o qual resta exposto noartigo 14 da Lei n° 10.826 ⁄06. 2. Muito embora haja divergênciaquanto à adoção das teorias objetiva(que defende o exame de eficácia e aexistência de munição em mãos paracaracterizar o tipo penal) ou subjetiva(que defende a simples existência daarma, municiada ou não, prestável ounão, como suficiente para caracterizara conduta típica) para os crimes

Page 20: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 20/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 20/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

delineados no Estatuto doDesarmamento, é cediço, sob o olharda doutrina majoritária, que taisdelitos, de perigo abstrato, nãonecessitam da ocorrência do dano

para sua caracterização, ainda maisdiante do simples fato de portar armade fogo causar à vítima (e à sociedadecomo um todo) temor concreto eevidente diante das condutas penaisenvolvendo arma de fogo.3. A essência dos delitos relacionadoscom armas de fogo está na lesão aointeresse jurídico da coletividade, quese consubstancia na segurança púbica,não pertencendo necessariamente ao

tipo incriminador a lesão ou o perigoconcreto de lesão a objeto materialindividual.4. As condutas delineadas no Estatutotêm o fito de amparar a sociedade doperigo abstrato que é portar umaarma de fogo. Logo, a prestabilidade(ou não), a eficiência (ou não), daarma de fogo é fato isolado para acaracterização do tipo.5. Recurso conhecido e improvido.

Conclusão: à unanimidade, negarprovimento ao recurso,Índice 

-------------------------24080139231 Classe: Apelação CriminalData de Julgamento: 16/12/2009Relator: JOSÉ LUIZ BARRETOVIVAS

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL -ARTIGO 14, CAPUT, DA LEI Nº10.826 ⁄03 - PORTE ILEGAL DE ARMADE FOGO - PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO -ALEGAÇÃO DE ARMA DESMUNICIADA- INCABÍVEL - CRIMECARACTERIZADO - PLEITO DEATIPICIDADE DA CONDUTA -IMPOSSIBILIDADE - CONDUTARELACIONADA A PORTE -RESTITUIÇÃO DA ARMA DE FOGO -IMPROCEDENTE - PERDIMENTO -

EFEITO DA SENTENÇACONDENATÓRIA - RECURSOCONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1.Incide no tipo penal do artigo 14, doEstatuto do Desarmamento quem, em

flagrante, é surpreendidotransportando arma de fogo de usopermitido sem registro, autorizaçãolegal ou regulamentar.  2. O simplesfato da arma de fogo encontrar-sedesmuniciada no momento daapreensão mostra-se irrelevante paraa configuração do delito tipificado noartigo 14, da Lei nº 10.826 ⁄03, por setratar de crime de perigo abstrato,para cuja caracterização desimporta o

resultado concreto da ação. 3. Aconduta de transpotar arma de fogoencontra-se, atualmente, definida noartigo 14, da Lei nº 10.826 ⁄03, nãoestando abrangida sob o manto dasanistias dos artigos 30 ou 32, da Leido Desarmamento. 4. Conformeassente na jurisprudência pátria, umdos efeitos da condenação no delito deporte ilegal de arma de fogo é operdimento da arma apreendida, haja

vista o disposto no artigo 91, inciso II,alínea a, do Código Penal. 5. Recursoconhecido e improvido.Conclusão: à unanimidade, negarprovimento ao recurso, nos termos dovoto do eminente Relator.

Índice 

-------------------------12070137166Classe: Apelação CriminalData de Julgamento: 21/10/2009Relator: SÉRGIO BIZZOTTOPESSOA DE MENDONÇA

APELAÇÃO CRIMINAL - PORTE ILEGALDE ARMA DE FOGO- CONDENAÇÃO-APELO DEFENSIVO- ATIPICIDADE DOFATO- ARMA DESMUNICIADA-AUSÊNCIA DE LESIVIDADE AO BEMJURÍDICO TUTELADO-TIPICIDADECARACTERIZADA- PRÁTICA DE UMDOS VERBOS DO CRIME-

Page 21: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 21/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 21/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

INCOLUMIDADE PÚBLICA E PAZSOCIAL- DEMONSTRAÇÃO DO PERIGOCONCRETO- INEXIGÍVEL- SUSPENSÃOCONDICIONAL- PENA SUBSTITUÍDA-INVIÁVEL- FATO QUE PIORARIA A

SITUAÇÃO DO REÚ- RECURSO NÃOPROVIDO.1-Como é sabido, os delitos elencadospela lei nº 10.826 ⁄03 são de perigoabstrato e coletivo, que se consumacom o simples ¿portar¿ a arma defogo, sem a devida autorização e emdesacordo com determinação legal ouregulamentar, sendo inexigível ademonstração de perigo concreto,notadamente porque o objeto jurídico

principal e imediato protegido peloEstatuto do Desarmamento é asegurança coletiva, resguardando-se,de forma mediata, bens individuaisrelevantes, tais como a vida, aincolumidade física e a saúde, nãonecessitando demonstração de quealguém foi efetivamente exposto aperigo de dano, bastando a ofensapresumida.2- O porte ilegal de arma de fogo

coloca em risco toda a paz social, bem jurídico a ser protegido pelo artigo delei ora em comento, não sendoescusável pelo fato de a arma estardesmuniciada.3- O próprio Código Penal, em seuartigo 77, inciso III, veda a aplicaçãoda suspensão condicional da penaquando imposta a substituição dapena. No caso dos autos, a pena doora apelante fora substituída por

prestação de serviços à comunidade epena pecuniária. Sabe-se que,nitidamente, tais institutos sãoincompatíveis, pois, conforme édefendido, a pena restritiva de direitosé mais favorável ao réu do que osursis.4- Assim sendo, se fosse emplacada atese da Defesa, estar-se-ia piorando asituação do recorrente. Por taisrazões, é incabível a benesse

pleiteada.

5- Recurso não provido, mantendo-seirretocável a r. sentença.Conclusão: à unanimidade, negarprovimento ao recurso.

Índice 

-------------------------48070070924 Classe: Apelação CriminalData de Julgamento: 22/10/2008Relator: JOSÉ LUIZ BARRETOVIVAS

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL -PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO -ARMA DEFEITUOSA - IRRELEVÂNCIA -

CRIME CARACTERIZADO - TIPICIDADEDA CONDUTA - RECURSO NÃOPROVIDO.1. Tendo o agente sido preso emflagrante portando uma arma de fogo,mostra-se irrelevante que a mesmaesteja quebrada, pois, paraconfiguração do delito tipificado noart. 14 da Lei nº 10.826 ⁄2003, ésuficiente o porte de arma de fogosem autorização ou em desacordo

com determinação legal ouregulamentar. 2. A arma de fogo,ainda que imprestável, detémindiscutível poder intimidatório emface da vítima, que, por seu turno,não possui elementos suficientes parasaber até que ponto a respectiva armaestá apta a causar ou não danos apessoa 3. Recurso não provido.Conclusão: à unanimidade, negarprovimento ao recurso, nos termos do

voto do Relator. Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de Goiás======================

Page 22: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 22/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 22/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

RECURSO....:35661-5/213 -APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:22/10/2009PROCESSO...:200900787141RELATOR....:DES. NELMA BRANCO

FERREIRA PERILO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA.EQUIPAMENTO DESMUNICIADO. PENABASE. LOCAL DE CUMPRIMENTO DESERVICOS A COMUNIDADE. JUIZO DEEXECUCAO. 1 - O CRIME DE PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO E DE MERACONDUTA OU DE PERIGO ABSTRATO,OU SEJA, CONSUMA-SE A INFRACAO

COM A SIMPLES PRATICA DACONDUTA TIPIFICADA, PORCONSEGUINTE, PARA A SUACONFIGURACAO, E IRRELEVANTE QUEO APARATO ESTEJA MUNICIADO. 2 -ANTE A EXISTENCIA DECIRCUNSTANCIAS DESFAVORAVEISAO AGENTE E TENDO A PENA BASESIDO FIXADA PROXIMO AO MINIMOLEGAL COMINADO A ESPECIE, NAOHA COMO MINORAR A SANCAO

APLICADA. 3 - RELATIVAMENTE AFORMA DE CUMPRIMENTO DA PENARESTRITIVA DE DIREITO OU DOLOCAL DE SUA PRESTACAO, A VIAELEITA E INADEQUADA, VISTO QUEDA COMPETENCIA DO JUIZO DAEXECUCAO. 4 - APELO CONHECIDO EIMPROVIDO. DECISÃO: ACORDAM OSINTEGRANTES DA SEGUNDA CAMARACRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, POR

UNANIMIDADE DE VOTOS, ACOLHERO PARECER DA PROCURADORIAGERAL DA JUSTICA, CONHECER DOAPELO E NEGAR-LHE PROVIMENTO,TUDO NOS TERMOS DO VOTO DARELATORA. CUSTAS DE LEI.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

RECURSO....:10122-4/220 -RECURSO EM SENTIDO ESTRITOACÓRDÃO....:21/10/2008PROCESSO...:200803155454RELATOR....: DES. LEANDRO

CRISPIM

EMENTA: RECURSO EM SENTIDOESTRITO. PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO. ARMA DESMONTADA EDESMUNICIADA. CRIME DE PERIGOABSTRATO. DENUNCIA. REJEICAOINVIABILIDADE. FATO DESCRITOCOMO CRIME, EM TESE. IMPOE-SE ORECEBIMENTO DA DENUNCIA,QUANDO ELA SE APRESENTA

FORMALMENTE PERFEITA E ATRIBUIAO AGENTE A AUTORIA DE UM FATOQUE CONSTITUI CRIME EM TESE, OUSEJA, DE PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO QUE E DE PERIGO ABSTRATO,NOS MOLDES EXIGIDOS PELO ART. 41DO CODIGO DE PROCESSO PENAL,NAO HAVENDO FALAR EMATIPICIDADE DA CONDUTA, POIS, NAESPECIE, E IRRELEVANTE ESTAR AARMA DESMONTADA E

DESMUNICIADA E DO FATO DE NAOHAVER SIDO PERICIADA NAO IMPLICAEM REJEICAO DA PECA ACUSATORIA.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.DECISÃO: ACORDAM OSINTEGRANTES DA TERCEIRA TURMAJULGADORA DA PRIMEIRA CAMARACRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, PORVOTACAO UNIFORME, ACOLHENDO OPARECER MINISTERIAL EM CONHECER

DO RECURSO E DAR-LHEPROVIMENTO, NOS TERMOS DO VOTODO RELATOR, EXARADO NAASSENTADA DO JULGAMENTO QUE AESTE SE INCORPORA. SEM CUSTAS.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------RECURSO....:31955-4/213 -APELAÇÃO CRIMINAL

Page 23: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 23/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 23/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

ACÓRDÃO....:27/11/2007PROCESSO...:200703470587RELATOR....:DES. CHARIFE OSCAR ABRAO

EMENTA: "I - A CONDUTA DE PORTARARMA DE FOGO DESMONTADA EDESMUNICIADA, ENROLADA EM UMCOLCHAO, SEM QUE O AGENTEPUDESSE DELA SE VALER E, AINDA,SEM ACESSO A MUNICAO, E ATIPICAPOR FALTA DE POTENCIALIDADELESIVA AO BEM JURIDICO TUTELADO.II - RECURSO PROVIDO." DECISÃO:"ACORDA O TRIBUNAL DE JUSTICADO ESTADO DE GOIAS, PELA

PRIMEIRA TURMA JULGADORA DE SUASEGUNDA CAMARA CRIMINAL, AUNANIMIDADE DE VOTOS,DESACOLHENDO O PARECER DAPROCURADORIA GERAL DE JUSTICA,EM CONHECER DO APELO E DAR-LHEPROVIMENTO, NOS TERMOS DO VOTODO RELATOR, QUE REFLUIU DO SEUVOTO. CUSTAS DE LEI."

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------RECURSO....:37294-6/213 -APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:17/12/2009PROCESSO...:

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.DESCLASSIFICACAO PARA O ARTIGO12 DA LEI 10.826/2003. ABOLITIOCRIMINIS TEMPORARIA. ARMADESMUNICIADA. CONDUTA ATIPICA.INOCORRENCIA. 1 - EXISTINDOPROVA SEGURA E COERENTEATESTANDO A MATERIALIDADE EAUTORIA DO CRIME DE PORTE DEARMA, NAO HA QUE SE FALAR EMDESCLASSIFICACAO. INEXISTENCIADE ABOLITIO CRIMINIS PARA O

CRIME DE PORTE. ATIPICIDADETEMPORARIA APENAS PARA O CRIMEDE POSSE. O TIPO PENAL DE PORTEDE ARMA DE FOGO, POR SE TRATARDE CRIME COMUM, DE MERA

CONDUTA E DE PERIGO ABSTRATO,NAO DEPENDE DA OCORRENCIA DENENHUM EFETIVO PREJUIZO PARA ASOCIEDADE E NAO IMPORTA QUE AARMA ESTEJA DESMUNICIADA,SENDO SUFICIENTE O SEU PORTESEM AUTORIZACAO E EMDESACORDO COM DETERMINACAOLEGAL OU REGULAMENTAR. 2 -SUBSTITUICAO DA PENA PRIVATIVADE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE

DIREITOS. IMPOE-SE ASUBSTITUICAO DA PENA PRIVATIVADE LIBERDADE POR DUASRESTRITIVAS DE DIREITOS QUANDOO AGENTE, CONDENADO A PENA DE02 (DOIS) ANOS DE RECLUSAO,PREENCHE OS REQUISITOSELENCADOS PELO ART. 44, E SEUSINCISOS, DO CODIGO PENAL.APELACAO CONHECIDA EPARCIALMENTE PROVIDA.

DECISÃO: ACORDAM OSINTEGRANTES DA SEGUNDA TURMAJULGADORA DA PRIMEIRA CAMARACRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, PORMAIORIA DE VOTOS, ACOLHENDO OPARECER MINISTERIAL, EMCONHECER DA APELACAO E LHE DARPARCIAL PROVIMENTO, TAOSOMENTE, PARA SUBSTITUIR A PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE POR 02

(DUAS) RESTRITIVAS DE DIREITOS,NOS TERMOS DO VOTO DARELATORA, EXARADO NA ASSENTADADO JULGAMENTO QUE A ESTE SEINCORPORA. SEM CUSTAS.

200903590691RELATOR....:DR(A). ROZANAFERNANDES CAMAPUM

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------RECURSO....:37169-3/213 -APELAÇÃO CRIMINAL

Page 24: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 24/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 24/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

ACÓRDÃO....:17/12/2009PROCESSO...:200903439136RELATOR....:DES. JOSE LENAR DEMELO BANDEIRA

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.ABSOLVICAO. ARMA DEFEITUOSA.ATIPICIDADE. INOCORRENCIA. OCRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO (ART. 14, LEI N. 10.826/2003)E DE MERA CONDUTA, PRESCINDE DANECESSIDADE DE COMPROVCAO DESUA POTENCIALIDADE LESIVA OU DAOCORRENCIA DE RESULTADONATURALISTICO PARA SUA

CONSUMACAO. CONFESSADA AAUTORA, DE SOMENOS IMPORTANCIATER O REU JOGADO A ARMA NO LIXOANTE A PRESENCA DE POLICIAIS.APELO CONHECIDO E IMPROVIDO.DECISÃO: ACORDA O TRIBUNAL DEJUSTICA DE GOIAS, PELA PRIMEIRATURMA JULGADORA DA SEGUNDACAMARA CRIMINAL, EM VOTACAOUNANIME, ACOLHENDO O PARECERDA PROCURADORIA GERAL DE

JUSTICA, EM CONHECER DO APELO ENEGAR-LHE PROVIMENTO, NOSTERMOS DO VOTO DO RELATOR, QUEA ESTE SE INCORPORA. CUSTAS DELEI.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Maranhão======================

Acórdão 0771342008Nº Processo 196032008 Relator JOSÉ BERNARDO SILVARODRIGUESData 07/11/2008

Ementa  PENAL. PROCESSOPENAL. HABEAS CORPUS.CONSTRANGIMENTO ILEGAL.ATIPICIDADE DA CONDUTA. ARMADESMUNICIADA. CONDUTA TÍPICA.

ORDEM DENEGADA. AUSÊNCIA DEFUNDAMENTAÇÃO. DESNECESSIDADEDA PRISÃO. SOLTURA DO PACIENTE.PRISÃO RELAXADA PELA AUTORIDADECOATORA. ORDEM PREJUDICADA. 1. Acircunstância de ter sido o acusadopreso sob a acusação de porte ilegalde ARMA sem a devida autorização,mesmo estando DESMUNICIADA, nãoimpede a configuração do delito. 2.Constatado que o pedido do remédio

constitucional se trata da concessãode liberdade, e tendo a autoridadecoatora relaxado a prisão decretadaem desfavor do acusado, caberá ao julgador declarar o pedidoprejudicado, atendendo ao disposto noart. 659 do Código de Processo Penal.3. Habeas Corpus conhecido.Denegada a ordem quanto ao primeiroargumento e prejudicada quanto aosegundo.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Acórdão 0711662008Nº Processo 240492007 Relator ANTONIO FERNANDOBAYMA ARAUJOData 26/03/2008Ementa  EMENTA: Penal.Processual. Habeas Corpus. Porte deARMA DESMUNICIADA. Laudo deapresentação e apreensão omisso nodetalhar sobre a existência demunição. Atipicidade.Reconhecimento. Impossibilidade. I -Inapta a tornar absoluta a certeza deque DESMUNICIADA a ARMA de fogo,e, assim, não constitutiva decircunstância capaz de configurarausência de justa causa suficiente aotrancamento da ação penal, a mera

Page 25: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 25/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 25/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

omissão do Laudo de Apresentação eApreensão no atestar da existência demunição. II - Ordem denegada.Unanimidade.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------Acórdão 0692922007Nº Processo 186232007 Relator JOSÉ JOAQUIMFIGUEIREDO DOS ANJOSData 30/10/2007

Ementa  PENAL. PROCESSUAL.

HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DEARMA DE FOGO DESMUNICIADA.ATIPICIDADE DE CONDUTA NÃORECONHECIDA. TRANCAMENTO DAAÇÃO PENAL. INVIABILIDADE. ORDEMDENEGADA. 1. Não comprovada, deplano, a alegada atipicidade daconduta, inviável o trancamento deAção Penal instaurada para aapuração de suposto crime de porteilegal de ARMA de fogo. 2. HABEAS

CORPUS conhecido; Ordem denegada.Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------Acórdão 0680462007Nº Processo 103232007 Relator MARIA DOS REMÉDIOSBUNA COSTA MAGALHÃESData 17/09/2007

Ementa  HABEAS CORPUS - CRIMEDE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO- ARMA DESMUNICIADA - FALTA DEPOTENCIALIDADE OFENSIVA -ATIPICIDADE DE CONDUTA - FALTADE JUSTA CAUSA - DETERMINAÇÃODE ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITOOU TRANCAMENTO DE EVENTUALAÇÃO PENAL. Para restar demonstradaa existência de conduta criminosa, éimperioso que o agente tenha agido

de acordo com o tipo penal, ou seja,aquele que possui ARMADESMUNICIADA e não traz consigonenhuma munição, não pratica ocrime descrito no art. 14, da Lei nº

10.826/03, vez que se a munição nãoexiste ou está em lugar incessível deimediato, não há a imprescindíveldisponibilidade da ARMA, portanto,não deve ser considerada comoartefato idôneo para produzir disparo,não configurando então a figura típica.- Ordem concedida.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Mato Grosso====================== 

Número  49912

Ano 2006Magistrado DR. CARLOSROBERTO C. PINHEIRO

Ementa: PROCESSUAL PENAL - PORTEILEGAL DE ARMA  DE FOGO -SENTENÇA CONDENATÓRIA -RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL -PRETENSÕES ABSOLUTÓRIASALTERNATIVAS - NEGATIVA DEAUTORIA - IMPUTAÇÃO FEITA A

OUTREM - INSUBSISTÊNCIA -AUSÊNCIA DE PROVA DO ALEGADO -ARMA DESMUNICIADA - INDIFERENÇAPARA A CONSUMAÇÃO - PLEITO DEAPLICAÇÃO DO IN DUBIO PRO REO -ALEGAÇÃO DE ESCASSEZ EFRAGILIDADE DO CONJUNTOPROBATÓRIO - INOCORRÊNCIA -LIVRE CONVENCIMENTO DOJULGADOR - IMPROVIMENTO. Nãosocorre o apelante a tese defensiva denegativa de cometimento do crime

Page 26: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 26/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 26/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

quando, para além das provas queincidem contra si, imputa a autoria aoutrem e sequer busca desvencilhar-se do ônus probante, mantendo-se nocampo das meras alegações.

Despicienda a discussão acerca domuniciamento do objeto material docrime ao tempo do cometimento dodelito de porte ilegal de arma de fogo,eis que suplanta o exigido para asubsunção ao tipo legal. Descabido opleito absolutório, com incidência daregra do in dubio pro reo, quando acondenação se arrima em depoimentopolicial, visto que inaceitável prévia eabstrata valoração da prova.

Contundentes e coerentes asdeclarações, cabe ao julgador exercera ponderação, segundo seu livreconvencimento.

Índice -------------------------Número  2361Ano 2009Magistrado DES. RUI RAMOSRIBEIRO

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL -PORTE ILEGAL DE ARMA  DE FOGO(ART. 14 LEI 10.826/03) - SENTENÇACONDENATÓRIA - RECURSOOBJETIVANDO A ABSOLVIÇÃO -ARGUMENTO DE NULIDADE DE LAUDOPERICIAL - EXAME REALIZADO PORINVESTIGADOR DE POLÍCIA -AUSÊNCIA DE COMPLEXIDADE -ASSINATURA POR APENAS UM PERITO- NULIDADE RELATIVA - AUSÊNCIA DEDEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO E DEALEGAÇÃO EM MOMENTO OPORTUNO- NULIDADE NÃO VERIFICADA -RECURSO DESPROVIDO - DE OFÍCIO -ARMA APREENDIDA - FALTA DEMUNIÇÃO - ATIPICIDADE DACONDUTA - ABSOLVIÇÃO DO DELITODE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO- CRIME RESIDUAL DE POSSE ILEGAL- IMPOSSIBILIDADE - ABOLITIOCRIMINIS TEMPORÁRIA. O exame

para aferição do funcionamento daarma de fogo não exige específicoconhecimento técnico-científico, sendocerto que sua verificação pode serrealizado por policiais civis, habituados

que são na utilização de armas defogo. A assinatura por apenas um dosperitos ad hoc, pode caracterizar-secomo sendo de nulidade relativa, vícioeste que exige para o seureconhecimento a existência deprejuízo a parte bem como a alegaçãono momento oportuno, aspectos essesnão verificados nestes autos. “1. Aarma, para ser arma, há de ser eficaz;caso contrário, de arma não se cuida.

Tal é o caso de arma de fogo semmunição, que, não possuindo eficácia,não pode ser considerada arma. 2.Não comete, pois, crime de porteilegal de arma de fogo aquele queconsigo tem arma de fogodesmuniciada.” (STJ - HC116.742/MG, Rel. Ministra JANE SILVA(DESEMBARGADORA CONVOCADA DOTJ/MG), Rel. p/ Acórdão MinistroNILSON NAVES, SEXTA TURMA,

 julgado em 11/12/2008, DJe16/02/2009) Em virtude dos fatosatribuídos ao apelante ter sidopraticado dentro do lapso temporaltrazido pela Lei 11.706/2008 queintroduziu no ordenamento jurídicouma abolitio criminis temporária parao crime de posse ilegal de arma defogo, descabe a condenação por essainfração penal.

Índice -------------------------Número  62755Ano 2009Magistrado DES. PAULOINÁCIO DIAS LESSA

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL -PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO -PRISÃO EM FLAGRANTE - SENTENÇACONDENATÓRIA - PRETENDIDAABSOLVIÇÃO EM VIRTUDE DE A ARMA 

Page 27: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 27/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 27/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

ESTAR DESMUNICIADA E EM ESTADOPRECÁRIO - IRRELEVÂNCIA - CRIMEDE MERA CONDUTA - TIPICIDADECONFIGURADA - PENA PRIVATIVA DELIBERDADE - ALMEJADA REDUÇÃO -

INVIABILIDADE - SANÇÃO APLICADAEM ATENÇÃO AOS PRINCÍPIOS DAPROPORCIONALIDADE ERAZOABILIDADE - AFASTAMENTO DAPENA PECUNIÁRIA - DIFICULDADESFINANCEIRAS - INSUBSISTÊNCIA -MISTER DECLINADO AO JUÍZO DASEXECUÇÕES INCLUSIVE NO QUE TOCAAO QUANTUM - RECURSODESPROVIDO. Não se admite pleitoabsolutório se a autoria e

materialidade restaram comprovadasnos autos, ante a confissão do agentecorroborada com os demais elementosde prova. Irrelevante, para aconfiguração do crime tipificado noart. 14 da Lei nº 10.826/2003, o fatode a arma estar desmuniciada,bastando que o agente a porte semautorização ou em desacordo com adeterminação legal ou regulamentar,por se tratar de crime de mera

conduta e de perigo abstrato. Penaprivativa de liberdade fixada de forma justa e necessária à prevenção ereprovação do delito e em obediênciaaos princípios constitucionais daproporcionalidade e razoabilidade. Aalegação de impossibilidade decumprimento da pena de multa, antea situação financeira precária doagente, deverá ser aferida pelo Juízode Execuções Penais.

Índice -------------------------Número  41448Ano 2006Magistrado DR. CARLOSROBERTO C. PINHEIRO

Ementa: HABEAS CORPUS - PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO-ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DETIPICIDADE - POTENCIALIDADE

LESIVA NÃO COMPROVADA - ARMA DESMUNICIADA - DESACOLHIMENTO- AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO NADECISÃO QUE INDEFERIU ALIBERDADE PROVISÓRIA - RÉU

PRIMÁRIO - PERICULUM LIBERTATISNÃO CONFIGURADO NO CASO -HOMOGENEIDADE -IMPOSSIBILIDADE DE CUSTÓDIACAUTELAR EM REGIME MAIS SEVERODO QUE AQUELE A SER IMPOSTO EMEVENTUAL CONDENAÇÃO -CONSTRANGIMENTO ILEGALCONFIGURADO - ORDEMPARCIALMENTE CONCEDIDA. Aindaque enseje algum debate a questão

relativa à tipicidade da conduta quemporta arma sem pronta disponibilidadede munição, não se questiona que ofato realiza adequadamente o tipo, nahipótese em que o agente possui aoalcance munição do mesmo calibre,possibilitando o imediatomuniciamento e conseqüente disparode arma de fogo Estabelecendo opreceito secundário do tipo penalincriminador a reprimenda de 02 a 04

anos de reclusão, e considerando aprimariedade ostentada pelo paciente,conclui-se que eventual decisãocondenatória resultará em regime decumprimento de pena menos gravosodo que a situação que lhe é impostaatualmente, restando pordesrespeitado o princípio dahomogeneidade, um dos que norteiama medida segregacional preventiva.

Índice -------------------------Número  219Ano 2007Magistrado DR. CIRIO MIOTTO

Ementa: RECURSO DE APELAÇÃOCRIMINAL - CONDENAÇÃO PELAPRÁTICA DO CRIME PREVISTO NOART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DALEI Nº 10.826/2003 - IRRESIGNAÇÃODEFENSIVA - PLEITOS ALTERNATIVOS

Page 28: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 28/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 28/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

DE ABSOLVIÇÃO COM BASE NANEGATIVA DE AUTORIA,DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITOESCULPIDO NO ART. 14 DA MESMALEI, OU ABSOLVIÇÃO EM RAZÃO DA

ATIPICIDADE DA CONDUTA - ANÁLISESOMENTE DA ALEGADA ATIPICIDADEDO COMPORTAMENTO, CUJOACOLHIMENTO PREJUDICA A ANÁLISEDOS DEMAIS ARGUMENTOS -ATIPICIDADE RECONHECIDA - ARMA DE FOGO  DESMONTADA  E COM ARMAÇÃO EMPENADA, ESTANDODESTITUÍDA DE POTENCIALIDADELESIVA NO MOMENTO EM QUE SEENCONTRAVA COM O RÉU - AUSÊNCIA

DE PERIGO À SOCIEDADE -INEXISTÊNCIA DE TIPICIDADE -ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÕE -RECURSO PROVIDO - DECISÃOUNÂNIME. Conduta atípica é aquelaem que o agente não ofereceu risco àsociedade, pois conforme atesta aperícia realizada na arma de fogo, amesma se encontrava desmontada ecom a armação empenada,necessitando da intervenção dos

peritos para que viesse a produzirdisparo, inexistindo a potencialidadelesiva do objeto no momento em quefoi apreendida com o réu. Apesar dese tratar de crime de mera conduta,há que se considerar a ausência deofensa ao bem jurídico tutelado pelalei, cuja finalidade protetiva nãoabrange aquele comportamento quenão colocou em risco a sociedade, nãopodendo, enfim, ser o agente

englobado pelo caráter punitivo danorma. Reconhecida a atipicidade daconduta, a absolvição do réu éimperiosa, restando prejudicada aanálise das demais teses defensivasarrazoadas.

Índice 

-------------------------Número  20357Ano 2007

Magistrado DES. RUIRAMOS RIBEIRO

Ementa: HABEAS CORPUS - AÇÃOPENAL CONDENATÓRIA - IMPUTAÇÃO

- PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGOPARCIALMENTE DESMONTADA EDESPROVIDA DE MUNIÇÃO -PRETEXTO DE ATIPICIDADE DO FATO- HIPÓTESE NÃO PACIFICADA - TEMAEM EQUACIONAMENTO NO PRETÓRIOEXCELSO (HC 85.240) - SENTENÇACONDENATÓRIA PROLATADA - PERDADO OBJETO - PEDIDO PREJUDICADO.Sobrevindo sentença condenatóriaapoiada no fato de porte de arma de

fogo em parte desmontada e semmunição, cuja ilicitude se debateinclusive na jurisprudência, seminteresse o writ constitucional para otrancamento da instânciacondenatória, que deve ser declaradocomo prejudicado.

Índice 

-------------------------

======================Tribunal de Justiça do Estado

de Minas Gerais======================

Número do processo:1.0134.04.040084-5/001(1)Númeração Única: 0400845-77.2004.8.13.0134 

Relator: HYPARCO IMMESIData do Julgamento: 05/07/2007

Ementa: PORTE DE ARMA DE FOGO -ART. 14 DA LEI 10.826/03 - ARMADESMUNICIADA. CONDUTA ATÍPICA -ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÕE -RECURSO PROVIDO. A conduta deportar ARMA de fogo DESMUNICIADA,sem que o agente tenha ao seualcance a munição, é atípica por faltade lesividade e perigo ao bem jurídico

Page 29: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 29/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 29/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

protegido. Ademais, quando o agentesequer possui a munição, ou se estase acha em lugar não accessível deimediato, a ARMA deixa de ser, poróbvio, meio idôneo a efetuar disparo,

tornando atípica a conduta. Esta,porém, ter-se-á por típica, se a ARMA,embora esteja DESMUNICIADA, oagente trouxer consigo a muniçãohábil a possibilitar seu rápidomuniciamento. Súmula:  DERAMPROVIMENTO, VENCIDA A REVISORA.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Número do processo:1.0034.04.022051-8/001(1)Númeração Única: 0220518-49.2004.8.13.0034 Relator: HÉLCIO VALENTIMData do Julgamento: 28/04/2009

Ementa: PENAL - PORTE DE ARMA DEFOGO - ART. 14, LEI 10.826/03 -ARMA PARA DEFESA PESSOAL -

ALEGAÇÃO INFUNDADA - ARMA DESMUNICIADA - ALEGAÇÃO DEFALTA DE LESIVIDADE -IMPROCEDÊNCIA - RECURSOIMPROVIDO. - A alegação de que aARMA apreendida com o agente sedestinava à sua defesa não afasta aconfiguração do crime de porte ilegalde ARMA de fogo, senão quando ele ésurpreendido se defendendo ou naiminência de fazê-lo. - Comprovada,

através de perícia, a potencialidadelesiva da ARMA, não há falar ematipicidade da conduta, ao argumentode que ela se encontravaDESMUNICIADA quando da apreensão.- Recurso improvido. Súmula:NEGARAM PROVIMENTO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Número do processo:1.0024.04.405082-1/001(1) Númeração Única: 4050821-89.2004.8.13.0024 Relator: ALEXANDRE VICTOR DE

CARVALHOData do Julgamento: 23/09/2008

Ementa: PORTE DE ARMA - ART. 14DA LEI 10.826/03 - FATO TÍPICO -ARMA DESMUNICIADA  -IRRELEVÂNCIA - AUTORIA EMATERIALIDADE COMPROVADAS -PERÍCIA NOS AUTOS - PODERVULNERANTE - CONDENAÇÃOMANTIDA - RECONHECIMENTO DA

CONFISSÃO ESPONTÂNEA -POSSIBILIDADE - DECOTEREINCIDÊNCIA - TRÂNSITO EMJULGADO APÓS OS FATOS EMCOMENTO - SUBSTITUIÇÃO DA PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE PORRESTRITIVA DE DIREITOS- RECURSOPARCIALMENTE PROVIDO. Sendoinequivocamente demonstrada aautoria e materialidade do delito deporte ilegal de ARMA  de fogo, assim

como a comprovação da sua eficiênciapara ofender a integridade física dealguém, impõe-se a condenação,sendo irrelevante o fato de estarDESMUNICIADA a ARMA  de fogoapreendida. Só há que se falar emreincidência se o crime for cometidoapós o trânsito em julgado desentenças condenatórias. V.V.Súmula:  DERAM PROVIMENTOPARCIAL, VENCIDO O

DESEMBARGADOR RELATOR.Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------Número do processo:1.0261.06.043184-6/001(1) Númeração Única:0431846-19.2006.8.13.0261 Relator: ELI LUCAS DE MENDONÇAData do Julgamento: 05/09/2007

Page 30: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 30/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 30/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Ementa: PENAL - PROCESSO PENAL -APELAÇÃO CRIMINAL - PORTE DEARMA DE FOGO - RESISTÊNCIA -DEPOIMENTOS DE POLICIAIS -CONDENAÇÃO MANTIDA. O porte

irregular de ARMA de fogo de usopermitido (art. 14, da Lei10.826/2003), ainda quedesmuniciada ou DESMONTADA,constitui fato típico. A oposição,mediante violência, a ato legal, emdesfavor do funcionário competentepara executá-lo, caracteriza o delitode resistência. Não obstante apossibilidade da desvalia (sempredependente de prova absoluta) confia-

se nos depoimentos de policiais queapontam a autoria do delito, atéporque seria ilógico credenciá-los paraa prevenção e repressão àcriminalidade e, ao depois,desautorizá-los quando, em juízo, dãoconta de suas funções.Súmula: NEGARAM PROVIMENTO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Número do processo:1.0216.07.044934-5/001(1) Númeração Única:  0449345-20.2007.8.13.0216 Relator: HÉLCIO VALENTIMData do Julgamento: 09/06/2009Ementa: PENAL - PORTE DE ARMA DEFOGO - ART. 14, LEI 10.826/03 -ARMA DESMONTADA - ALEGAÇÃO DEFALTA DE LESIVIDADE -IMPROCEDÊNCIA -DESCLASSIFICAÇÃO PARA AHIPÓTESE DO ART. 12, DA LEI N.10.826/03 - MANUTENÇÃO SOBGUARDA EM VIA PÚBLICA -IMPOSSIBILIDADE - RESTITUIÇÃO DAARMA DE FOGO - AUSÊNCIA DEPROVA DE POSSE LEGAL -INTELIGÊNCIA DO ART. 25, DA LEI N.10.826/03 - RECURSO IMPROVIDO.Comprovada através de perícia a

potencialidade lesiva da ARMA, não háfalar em atipicidade da conduta, aoargumento de que ela se encontravaDESMONTADA quando da apreensão.A mantença de ARMA sob sua guarda,

em local diverso da residência oudependência desta, mesmo em localde trabalho, caracteriza o porte daARMA de fogo, conforme prevê o art.14, da Lei n. 10.826/03. É impossívelde restituição ARMA de fogo utilizadaem crime cujo processo se encontraem andamento. Recurso improvido.Súmula: NEGARAM PROVIMENTO.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Pará====================== 

Nº ACÓRDÃO: 71942Nº PROCESSO: 200830031776RELATOR: MARIA DE NAZARESAAVEDRA GUIMARAESDATA DO JULGAMENTO: 05/06/2008 

EMENTA: EMENTA: APELAÇÃO CÍVELREPRESENTAÇÃO PELA PRÁTICA DEATO INFRACIONAL - ALEGAÇÃO DENÃO COMPROVAÇÃO DE AUTORIA EMATERIALIDADE EM RAZÃO DEAUSÊNCIA DE PERÍCIA PARAVERIFICAÇÃO DE LESIVIDADE E PORESTAR A ARMA DESMUNICIADA - NÃOCABIMENTO A PROVA PLENA DAMATERIALIDADE E AUTORIA NÃO SELIMITA NECESSARIAMENTE ÀEXISTÊNCIA DE LAUDO PERICIAL DAARMA CONJUNTO PROBATÓRIOHARMÔNICO EM CONFIRMAR TANTO AAUTORIA QUANTO A MATERIALIDADEDO ATO PARA A CONFIGURAÇÃO DO

Page 31: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 31/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 31/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

DELITO PREVISTO NO ART.14 DOESTATUTO DO DESARMAMENTO,BASTA QUE O AGENTE PORTE A ARMASEM AUTORIZAÇÃO OU EMDESACORDO COM A DETERMINAÇÃO

LEGAL - ADEQUAÇÃO DA MEDIDA DEINTERNAÇÃO APLICADAMANUTENÇÃO DA SENTENÇA -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDOPELOS FUNDAMENTOS CONSTANTESDO VOTO RELATOR. UNANIMIDADE.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

Nº ACÓRDÃO: 67406Nº PROCESSO: 200630062624RELATOR: BRIGIDA GONCALVESDOS SANTOSDATA DO JULGAMENTO:03/07/2007

EMENTA: EMENTA: APELAÇÃO PENALPORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGOARMA DESMUNICIADA IRELEVÂNCIADELITO CONFIGURADO RECURSO

IMPROVIDO.I NÃO MERECE PROSPERAR A TESEDEFENSIVA DE ATIPICIDADE DACONDUTA, FACE À AUSÊNCIA DEMUNIÇÃO NA ARMA APREENDIDA,POIS NÃO ATINGIRIA O BEMJURÍDICO TUTELADO, UMA VEZ QUE,A TEOR DAS DISPOSIÇÕES DO ART.14 DA LEI 10.826/2003, CONFIGURA-SE O CRIME DE PORTE ILEGALQUANDO O AGENTE PORTA A ARMA

DE FOGO SEM AUTORIZAÇÃO OU EMDESACORDO COM A DETERMINAÇÃOLEGAL, TORNANDO-SE IRRELEVANTE,O FATO DE A ARMA SE ENCONTRARDESMUNICIADA, SENDO SUFICIENTEPARA A CONFIGURAÇÃO DO DELITOTÃO SOMENTE O PORTE. II RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO, ÀUNANIMIDADE.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Nº ACÓRDÃO: 64266Nº PROCESSO: 200630058350RELATOR: VANIA FORTES BITAR DATA DO JULGAMENTO:

20/11/2006

EMENTA: HABEAS CORPUSPREVENTIVO PORTE ILEGAL DE ARMADE FOGO DESMUNICIADAATIPICIDADE AUSÊNCIA DEELEMENTOS INFORMATIVOS NOSAUTOS ORDEM DENEGADA. 1. Oalegado na inicial de que a arma defogo estava desmuniciada não estácabalmente comprovado nestes autos,

assim como não está comprovado senão havia munição adequada à mão,de modo a viabilizar o municiamento,fatos estes que descaracterizariam otipo penal do porte ilegal de arma. 2.Diante da falta de elementosinformativos constantes nos autos, etendo em vista o estreito limite doremédio heróico, o qual não admitedilação probatória, não há como serconcedido o writ sob o argumento da

atipicidade da conduta do paciente,bem como não há como ser concedidaa liberdade provisória nos termos doparágrafo único, do art. 310, do CPP,não só por serem desconhecidas ascondições pessoais do paciente, mas,principalmente, porque o referidobenefício deve ser pleiteadoprimeiramente no Juízo a quo, sobpena de supressão de instância.Ordem denegada. Decisão por

maioria.Íntegra do Acórdão

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Paraná====================== 

Page 32: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 32/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 32/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Nº do Acórdão: 21388 Órgão Julgador: 2ª CâmaraCriminalProcesso: 0421248-8Relator: Noeval de Quadros

Julgamento: 06/09/2007 

EMENTA: PENAL. PROCESSO PENAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO. INVERSÃO NAORDEM DA INQUIRIÇÃO DETESTEMUNHAS. TESTEMUNHASOUVIDAS POR PRECATÓRIA.INOCORRÊNCIA DE NULIDADE PELAOUVIDA DE TESTEMUNHAS DEDEFESA ANTES DA DEVOLUÇÃO DA

DEPRECATA. REPERGUNTAS FEITASPOR ESCRITO, JUNTADAS APENASDEPOIS DA REALIZAÇÃO DAAUDIÊNCIA. NULIDADE NÃORECONHECIDA. ARMA ENCONTRADAEM VEÍCULO DE PROPRIEDADE DOAPELANTE. CRIME DE PORTE.CONDUTA NÃO ABRANGIDA PELAANISTIA TEMPORÁRIA DO ESTATUTODO DESARMAMENTO. IRRELEVÂNCIADE ESTAR A ARMA DESMUNICIADA.

CONFISSÃO E PROVA TESTEMUNHALA COMPROVAR A AUTORIA. RECURSONÃO-PROVIDO. 1. Se as testemunhasde denúncia residem fora da Comarcapode o magistrado expedir as cartasprecatórias e designar, de imediato, aaudiência para ouvir as testemunhasde defesa que residem na sua área decompetência, sem que isto caracterizenulidade por inversão da ordem nacolheita de provas. 2. Se a defesa

requer o adiamento da audiência enão comparece para o ato designadopara outra data, nem justifica aausência, não há nulidade pelo fato deo juiz não ter feito as reperguntas queo advogado solicitara, por escrito. 3.Se a arma estava no interior de umveículo, estacionado na rua, a condutapraticada pelo réu não é a de "posse",mas sim de porte de arma de fogo. 4.Por ser o porte crime de perigo

abstrato, é irrelevante que o revólver

estivesse desmuniciado no momentoda prisão. 5. O art. 14 da Lei nº10.826/2003 pune o porte de arma defogo, sem se importar que essa armatenha como proprietário outra pessoa.

DECISÃO: ACORDAM os integrantesda Segunda Câmara Criminal doTribunal de Justiça do Estado doParaná, por unanimidade de votos, emnegar provimento ao recurso, nostermos do voto do Relator.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Nº do Acórdão: 25884 Órgão Julgador: 2ª CâmaraCriminalProcesso: 0527969-8Relator: Carlos Augusto A de MelloJulgamento: 10/12/2009

EMENTA: APELO 1: APELAÇÃOCRIMINAL - PORTE ILEGAL DE ARMADE FOGO DE USO PERMITIDO(ARTIGO 14, CAPUT, DA LEI

10.826/03) - PLEITO DO MINISTÉRIOPÚBLICO PARA ALTERAÇÃO DA PENARESTRITIVA DE DIREITOS EM SUAMODALIDADE DE PRESTAÇÃO DESERVIÇOS Á COMUNIDADE -RECURSO PROVIDO APELO 2:APELAÇÃO CRIMINAL - PORTE ILEGALDE ARMA DE FOGO DE USOPERMITIDO (ARTIGO 14, CAPUT, DALEI 10.826/03) - PRISÃO EMFLAGRANTE - PLEITO DO RÉU PELA

SUA ABSOLVIÇÃO, DIANTE DAATIPICIDADE DE SUA CONDUTA -ARMA DE FOGO APREENDIDADESMUNICIADA - IRRELEVÂNCIA -CRIME DE MERA CONDUTA -ALEGAÇÃO QUE A ARMA DETINHASEUS MECANISMOS DEFUNCIONAMENTO ANORMAIS NÃOGERANDO PERIGO A TERCEIROS -NÃO CABIMENTO - AUTO DEEFICIÊNCIA E PRESTABILIDADE EMARMA DE FOGO APONTANDO QUE A

Page 33: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 33/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 33/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

MESMA ENCONTRA-SE EFICAZ ÀPRÁTICA DE DISPAROS - RECURSONÃO PROVIDO E, DE OFÍCIO,REDUZIDA A QUANTIDADE DE DIAS-MULTA APLICADA NA SENTENÇA.

DECISÃO: ACORDAM os membrosintegrantes da Segunda CâmaraCriminal do Egrégio Tribunal de Justiçado Estado do Paraná, por unanimidadede votos, em dar provimento aorecurso interposto pelo MinistérioPúblico e, negar provimento aorecurso do réu/apelante, conforme ovoto do Relator.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------Nº do Acórdão: 25737Órgão Julgador: 2ª CâmaraCriminalProcesso: 0625710-9Relator: José Laurindo de SouzaNettoJulgamento: 12/11/2009

EMENTA: HABEAS-CORPUS - PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO (ART. 14DA LEI 10.826/03) - PRISÃO EMFLAGRANTE - PLEITO DETRANCAMENTO DA AÇAO PENAL -ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE DOLO -PORTAR ARMA DESMUNICIADA NÃOGERA PERIGO NEM LESÃO A BEMJURÍDICO - IMPOSSIBILIDADE -CRIME DE PERIGO ABSTRATO -ORDEM DENEGADA. 1. "O simples

porte de arma de fogo, semautorização legal, é o quanto bastapara caracterizar o tipo penal previstono art. 14, caput, da Lei 10.826/2003.Porquanto o delito em questão ofendea segurança pública, a segurançacoletiva, e representa crime de perigoabstrato, que se perfaz pela simplesconduta do agente executar um dosverbos mencionados na normaincriminadora, dispensando-se provade que pessoa determinada foi

exposta a efetiva situação de risco". 2."Portanto, inquestionável o crime deperigo abstrato, vez que o bem jurídico agasalhado pelo dispositivolegal é a segurança coletiva,

abrangendo bens individuais como avida, a incolumidade física, saúde,bem por isso, apenas a conduta deportar arma já implica emreconhecimento de perigo à ordempública e a própria arma já trazconsigo o potencial lesivo". DECISÃO:ACORDAM os Desembargadoresintegrantes da 2ª Câmara Criminal doTribunal de Justiça do Paraná, porunanimidade de votos, em denegar a

ordem.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Nº do Acórdão: 25038 Órgão Julgador: 2ª CâmaraCriminalProcesso: 0561515-8Relator: Carlos Augusto A de Mello

Julgamento: 25/06/2009 EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL -PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO (ARTIGO 14 DA LEI10.826/03) - ALEGAÇÃO DEAUSÊNCIA DE OFENSA AO BEMJURÍDICO - ARMA DESMUNICIADA EDESMONTADA GUARDADA NACARROCERIA DO VEÍCULO -IRRELEVÂNCIA - ARMA DE FOGO DE

MONTAGEM SIMPLES E MUNIÇÃOENCONTRADA NO INTERIOR DOVEÍCULO, O QUE PROPORCIONA OIMEDIATO USO DO ARMAMENTO -CONDUTA TÍPICA - PLEITO DEABSOLVIÇÃO INCABÍVEL - RECURSONÃO PROVIDO. O artigo 14 da Lei10.826/03 não se refere à arma defogo carregada ou municiada, prontapara disparos, refere-se apenas àarma de fogo, acessório ou munição.O perigo é presumido. DECISÃO:

Page 34: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 34/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 34/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

ACORDAM os magistrados integrantesda 2ª Câmara Criminal do Tribunal deJustiça do Paraná, por unanimidade devotos, em negar provimento aorecurso de apelação, nos termos do

voto do Relator.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Nº do Acórdão:  9294 Órgão Julgador: 4ª CâmaraCriminalProcesso: 0583985-4Relator: Fernando Antonio

PrazeresJulgamento: 20/08/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIME - TRÁFICOILÍCITO DE ENTORPECENTES - PASTADE COCAÍNA ENCONTRADA NA POSSEDO APELANTE - INDÍCIOS QUEREVELAM CLARA INTENÇÃO DECOMERCIALIZAR A DROGA -ABSOLVIÇÃO OU DESCLASSIFICAÇÃOQUE NÃO ENCONTRAM BOA

RESSONÂNCIA COM O CONJUNTOPROBATÓRIO. Não se acolhe apretensão recursal (absolvição oudesclassificação) quando o conjuntoprobatório, pelas circunstâncias detempo, lugar e modo, tais comoexpostas nos autos, dá conta de que adroga apreendida seria mesmodestinada a terceiros. SENTENÇACONDENATÓRIA - RÉU QUE POSSUIBONS ANTECEDENTES, É PRIMÁRIO E

NÃO FAZ PARTE DE ORGANIZAÇÃOCRIMINOSA E NEM MESMO SEDEDICA A ATIVIDADES ILÍCITAS -REQUISITOS DO ART. 33, § 4º, DALEI Nº 11.343/2006 PRECEDENTES -REDUÇÃO DA PENA QUE SE IMPÕE.Estando presentes os pressupostosprevistos no art. 33, § 4º da Lei nº11.343/2006, impõe a redução dapena aplicada, máxime quando ascircunstâncias judiciais são favoráveise é pequena a quantidade de droga

apreendida. APELAÇÃO CRIME -PORTE DE ARMA SEM AUTORIZAÇÃO -ARMA, CONTUDO, DESMUNICIADA -CIRCUNSTÂNCIA IRRELEVANTE -CRIME CARACTERIZADO - SENTENÇA

CORRETA - RECURSO DESPROVIDO. Otratamento conferido pela Lei nº10.826/2003 é diferenciado emrelação àquele dado pela lei anterior(9.437/97). A legislação atual punenão apenas o porte e posse irregularde armas de fogo como também damunição e de seus acessórios. Istoocorreu pela constatação, evidente, deque para tutelar a segurança públicanão basta coibir a circulação de armas

mas também o suprimento demunição e acessórios. Por isso, éirrelevante e a arma apreendidaestava municiada ou não, que refleteapenas a existência do perigoimediato ou mediato. (Acórdão nº24318 da 2ª CCrimTJPR. Rel. JuízaConv. Lilian Romero) DECISÃO:ACORDAM os magistrados integrantesda 4ª Câmara Criminal do Tribunal deJustiça do Paraná, por unanimidade de

votos, negar provimento ao recurso e,de ofício, reduzir a pena base do réuAlan Grigolli de Almeida.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Rio Grande do Norte======================

Processo: 2008.005884-7Data: 22/05/2009Órgão Julgador: CâmaraCriminalClasse: Apelação CriminalRelator: Desª. Judite Nunes

Page 35: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 35/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 35/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Ementa:  PENAL E PROCESSUALPENAL. APELAÇÃO. PORTE ILEGAL DEARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO.ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE

POTENCIALIDADE LESIVA. ARMADESMUNICIADA. IRRELEVÂNCIA.PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS.FORMA DE CUMPRIMENTO DA PENADE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ÀCOMUNIDADE. COMPETÊNCIA DOJUÍZO DA EXECUÇÃO. MANUTENÇÃODO DECISUM.

Índice 

-------------------------Processo: 2007.001526-0Data: 20/04/2007Classe: Apelação CriminalRelator: Desª. Clotilde Madruga 

Ementa:  PENAL E PROCESSUALPENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA(ARTIGO 14 DA LEI Nº 10.826/03).CONDENAÇÃO. APELAÇÃO CRIMINAL.PRETENSA ABSOLVIÇÃO.

FUNDAMENTOS: I - AUSÊNCIA DEPROVAS QUANTO À AUTORIA. II -EXAME PERICIAL VICIADO. III - ARMADESMUNICIADA, PORTANTO, SEMPOTENCIALIDADE LESIVA.ARGUMENTOS INCONSISTENTES.AUTORIA EVIDENTE. EXAME QUEPRESCINDE DE CONHECIMENTOTÉCNICO. PORTE ILEGAL DE ARMA.TIPO. CONFIGURAÇÃO. MUNIÇÃO.PRESCINDIBILIDADE. RECURSO

CONHECIDO E IMPROVIDO.Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Rio Grande do Sul====================== 

NÚMERO: 70032787624TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: Elba Aparecida Nicolli

BastosDATA DE JULGAMENTO:28/01/2010

EMENTA: APELAÇÃO PORTE ILEGALDE ARMA DE FOGO PERIGO DE DANOCONCRETO ARMA DESMUNICIADAAUSÊNCIA DE POTENCIALIDADELESIVA DESCABIMENTO DAALEGAÇÃO PENA-BASE. 1. Agente queé detido no interior de um bar

portando um pistolão artesanal, semautorização para o porte, pratica odelito do artigo 14, caput, da Lei n.10.826/03. 2. O delito é de perigoabstrato o bem atingido é aincolumidade pública e, no caso nemhá que se falar que ausentelesividade, pois alguém chamou apolicia. 3. O Estatuto doDesarmamento tem como objeto deproteção à incolumidade pública,

segurança coletiva. Arma apreendidacom o acusado, ainda quedesmuniciada, apresenta potencialperigo à incolumidade pública, sendotípica a conduta, independente doperigo de dano concreto. NEGADOPROVIMENTO. (Apelação Crime Nº70032787624, Terceira CâmaraCriminal, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Elba Aparecida Nicolli Bastos,Julgado em 28/01/2010)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------NÚMERO: 70022137145TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: Marco Aurélio deOliveira CanosaDATA DE JULGAMENTO:

22/10/2009

Page 36: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 36/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 36/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

EMENTA: APELAÇÃO DEFENSIVA.PORTE DE ARMA DE FOGO. ART. 14DA LEI 10.826/2003CONFIGURAÇÃO. PORTE DE ARMA.DELITO DE MERA CONDUTA E DE

PERIGO ABSTRATO. ARMADESMUNICIADA. - O Superior Tribunalde Justiça, em mais de um julgado,tem entendido que a circunstância dea arma se encontrar desmuniciada nãoafasta a tipicidade do delito. OPretório Excelso, por sua egrégiaPrimeira Turma, tem passado amesma orientação. Precedentes.APENAMENTO. - A pena-base foifixada no mínimo legal (02 anos). Na

segunda fase, embora reconhecida aatenuante da confissão, o dignoMagistrado não operou a redução, poisa presença de qualquer atenuante nãoautoriza levar a pena aquém domínimo legal. A questão não ensejamais discussão. Com efeito, a TerceiraSeção do Superior Tribunal de Justiça,há muito, aprovou Súmula sobre amatéria:Súmula 231 - Por outro lado,inviável é o acolhimento da pretensão

da exclusão ou isenção da pena demulta e das custas processuais.Precedentes do Superior Tribunal deJustiça. APELAÇÃO DESPROVIDA(Apelação Crime Nº 70022137145,Segunda Câmara Criminal, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Marco Auréliode Oliveira Canosa, Julgado em22/10/2009)

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------NÚMERO: 70029294154TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: Marcel Esquivel HoppeDATA DE JULGAMENTO:22/04/2009 

EMENTA: APELAÇÃO CRIME. PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO.

ESTATUTO DO DESARMAMENTO.ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.ARMA EM MAU ESTADO DEFUNCIONAMENTO. ATIPICIDADE DACONDUTA. INOCORRÊNCIA. Portar

ilegalmente uma arma de fogo,qualquer que seja o motivo do agente,a origem ou o estado de conservaçãodo objeto, é fato penalmenterelevante, que por si só representaperigo para a sociedade, razão pelaqual se encontra tipificado em Lei.Ademais, restou claro o potenciallesivo da arma, assim, perfeitamentecapaz de produzir disparos e,consequentemente, lesionar. ARMA

DESMUNICIADA. ATIPICIDADE.INOCORRÊNCIA. Perigo àincolumidade pública que permanecepresumido. O fato de a armaencontrar-se desmuniciada nãoimpede que a mesma seja,posteriormente, municiada e utilizadapara o cometimento de crimes.INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA.INOCORRÊNCIA. Materialidade eautoria comprovadas. NEGARAM

PROVIMENTO AO APELO DEFENSIVO.(Apelação Crime Nº 70029294154,Primeira Câmara Criminal, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Marcel EsquivelHoppe, Julgado em 22/04/2009)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------NÚMERO: 70029172236TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCívelRELATOR: José Conrado de SouzaJúniorDATA DE JULGAMENTO:13/05/2009 

EMENTA: ATO INFRACIONAL. ECA.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGOCOM NUMERAÇÃO RASPADA. ART. 16,PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO IV, DALEI 10.826/03. TIPIFICAÇÃO DO

Page 37: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 37/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 37/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

DELITO DE MERA CONDUTA. ARMADESMUNICIADA QUE NÃO ALTERA ACONFIGURAÇÃO DO ATOINFRACIONAL. ADEQUAÇÃO DAMEDIDA APLICADA. APELAÇÃO

PROVIDA, EM PARTE. (SEGREDO DEJUSTIÇA) (Apelação Cível Nº70029172236, Sétima Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator:José Conrado de Souza Júnior, Julgadoem 13/05/2009)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

NÚMERO: 70017581695TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: Lúcia de FátimaCerveiraDATA DE JULGAMENTO:28/10/2008

EMENTA: PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO. DENÚNCIA REJEITADA.APREENSÃO DE ESPINGARDA

DESMONTADA E DESMUNICIADA.FATO TÍPICO. PRECEDENTES DO STJ.O fato de que a arma apreendidaestava desmontada e desmuniciadanão retira sua potencialidade lesiva,atestada pelo auto de exame pericialdas fls. 32-3. Conseqüentemente,tratando-se de imputação por crimede perigo, o fato descrito na denúncia,em princípio, é típico, mostrando-sedescabida sua rejeição. PROVIMENTO

DO APELO DO MINISTÉRIO PÚBLICOPARA RECEBER A INICIALACUSATÓRIA. (Apelação Crime Nº70017581695, Segunda CâmaraCriminal, Tribunal de Justiça do RS,relator: Lúcia de Fátima Cerveira,Julgado em 28/10/2008)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

NÚMERO: 70016564841TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: Sylvio Baptista NetoDATA DE JULGAMENTO:

27/02/2008

EMENTA: PORTE ILEGAL DE ARMA.ARMA DESMUNICIADA. ATIPICIDADEDO FATO. Como recentemente decidiuo Supremo Tribunal Federal: Na figuracriminal cogitada, os princípiosbastam, de logo, para elidir aincriminação do porte da arma de fogoinidônea para a produção de disparos:aqui, falta à incriminação da conduta o

objeto material do tipo. Não importaque a arma verdadeira, mas incapazde disparar, ou a arma de brinquedopossam servir de instrumento deintimidação para a prática de outroscrimes, particularmente, oscomissíveis mediante ameaça - pois écerto que, como tal, também sepodem utilizar outros objetos - da facaà pedra e ao caco de vidro -, cujoporte não constitui crime autônomo e

cuja utilização não se erigiu em causaespecial de aumento de pena. Noporte de arma de fogo desmuniciada,é preciso distinguir duas situações, àluz do princípio de disponibilidade: seo agente traz consigo a armadesmuniciada, mas tem a muniçãoadequada à mão, de modo a viabilizarsem demora significativa omuniciamento e, em conseqüência, oeventual disparo, tem-se arma

disponível e o fato realiza o tipo; aocontrário, se a munição não existe ouestá em lugar inacessível de imediato,não há a imprescindíveldisponibilidade da arma de fogo, comotal - isto é, como artefato idôneo aproduzir disparo - e, por isso, não serealiza a figura típica.¿ DECISÃO:Apelo ministerial desprovido, pormaioria de votos. (Apelação Crime Nº70016564841, Oitava Câmara

Criminal, Tribunal de Justiça do RS,

Page 38: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 38/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 38/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Relator: Sylvio Baptista Neto, Julgadoem 27/02/2008)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------NÚMERO: 70032637688TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: Newton Brasil de LeãoDATA DE JULGAMENTO:10/12/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIME. DELITODE TRANSPORTE ILEGAL DE ARMA DE

FOGO DE USO PERMITIDO. ARMADESMONTADA E DESMUNICIADA.TIPICIDADE DO AGIR. PRINCÍPIO DAINSIGNIFICÂNCIA.INAPLICABILIDADE. DELITO DE MERACONDUTA. CONDENAÇÃO MANTIDA.PENA. FIXAÇÃO EM PATAMARINFERIOR AO MÍNIMO PREVISTO.IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 231, DOSTJ. APELO DEFENSIVO IMPROVIDO.(Apelação Crime Nº 70032637688,

Terceira Câmara Criminal, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Newton Brasilde Leão, Julgado em 10/12/2009)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Superior Tribunal de Justiça

====================== 

HC 146425 / GOHABEAS CORPUS 2009/0172634-9Relator(a): Ministro FELIXFISCHER (1109)Data do Julgamento: 03/12/2009

Ementa:  PENAL. HABEAS CORPUS.ARTIGO 14 DA LEI N.º 10.826/03.

PORTE ILEGAL DE ARMA. TIPICIDADE.ARMA DESMUNICIADA. IRRELEVÂNCIAPARA A CONFIGURAÇÃO DO DELITO.Na linha de precedentes desta Corte,pouco importa para a configuração do

delito tipificado no art. 14 da Lei n.º10.826/03 que a arma estejadesmuniciada, sendo suficiente oporte de arma de fogo semautorização ou em desacordo comdeterminação legal ou regulamentar(Precedentes desta Corte). Ordemdenegada.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------HC 143670 / MGHABEAS CORPUS 2009/0148522-0Relator(a): Ministro ARNALDOESTEVES LIMA (1128)Data do Julgamento: 19/11/2009

Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS.ART. 14 DA LEI 10.826/03. PORTEILEGAL DE ARMA  DE FOGO DE USO

PERMITIDO. ARMA DESMUNICIADA.

 

IRRELEVÂNCIA. CRIME DE PERIGOABSTRATO. TIPICIDADE DACONDUTA. ORDEM DENEGADA.1. A segurança coletiva é o objeto jurídico imediato dos tipos penaiscompreendidos entre os arts. 12 e 18da Lei 10.826/03, com os quais visa olegislador, mediatamente, proteger avida, a integridade física, a saúde, opatrimônio, entre outros bem jurídicos

fundamentais.2. Consoante o firme entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal deJustiça e do Supremo TribunalFederal, tais crimes são de perigoabstrato, do que se conclui serpresumida a ofensividade da condutaao bem jurídico tutelado, sendo típicaa conduta.3. Ordem denegada.

Íntegra do Acórdão

Page 39: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 39/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 39/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Índice 

-------------------------AgRg no HC 76998 / MSAGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS

CORPUS 2007/0031448-5Relator(a): Ministro HAROLDORODRIGUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/CE)Relator(a) p/ Acórdão: MinistroNILSON NAVESData do Julgamento: 15/09/2009

Ementa:  Arma de fogo (porte ilegal).Arma sem munição (caso). Atipicidadeda conduta (hipótese).

1. A arma, para ser arma, há de sereficaz; caso contrário, de arma não secuida. Tal é o caso de arma de fogosem munição, que, não possuindoeficácia, não pode ser consideradaarma.2. Assim, não comete o crime de porteilegal de arma de fogo, previsto na Leinº 10.826/03, aquele que tem consigoarma de fogo desmuniciada. 3. Agravo regimental provido.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------HC 56358 / RJHABEAS CORPUS2006/0058863-0Relator(a): Ministra MARIATHEREZA DE ASSIS MOURA (1131)Data do Julgamento: 18/10/2007

Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL.HABEAS CORPUS. TRANSPORTE DEARMA.1. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL.ARMA DESMUNICIADA, DESMONTADAE ARMAZENADA EM SACOLA NACARROCERIA DE CAMINHONETE.IMPOSSIBILIDADE IMEDIATA DEDISPARO. IRRELEVÂNCA.ATIPICIDADE. INOCORRÊNCIA.2.ORDEM DENEGADA.

1. Tratando-se de transporte de armade fogo, desmuniciada e desmontada,armazenada em sacola, na carroceriade caminhonete, comprovadamenteapta a efetuar disparos, não há falar

em atipicidade tendo em conta aredação abrangente do art. 14 doEstatuto do Desarmamento.2. Ordem denegada.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------HC 22741 / SPHABEAS CORPUS 2002/00658691

Relator(a): Ministro PAULOMEDINA (1121)Relator(a) p/ Acórdão: MinistroHAMILTON CARVALHIDO (1112)Data do Julgamento: 12/08/2003

Ementa:  HABEAS CORPUS. PENAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.ARMA DEFEITUOSA. TIPICIDADEOBJETIVA. TRANCAMENTO DA AÇÃOPENAL. INCABIMENTO. ORDEM

DENEGADA.1. A objetividade jurídica dos crimestipificados na Lei das Armas de Fogo,a nosso ver, não se restringe àincolumidade pessoal, alcançando, porcerto, também a liberdade pessoal,protegidas mediatamente pela tutelaprimária dos níveis da segurançacoletiva, o que determina airrelevância da ineficácia da arma paraa atipicidade delitiva do fato.

2. Em tema de porte de arma, apenashá falar em atipicidade objetiva em secuidando de arma ou réplica obsoleta,excluída do registro no SINARM pelodecreto vigente.3. Ordem denegada.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Page 40: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 40/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 40/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

======================

Tribunal de Justiça do Estadodo Rio de Janeiro

======================

0030656-83.2006.8.19.0014(2008.050.05235) - APELAÇÃODES. ADILSON VIEIRA MACABUJulgamento: 03/12/2009

GUARDA DE ARMA DE FOGO DE USOPERMITIDO EM RESIDÊNCIA ETRÁFICO DE DROGAS. ESTATUTO DODESARMAMENTO. ABSOLVIÇÃO PELOCRIME DE POSSE IRREGULAR DE

ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO,COM BASE NO ART. 386, III, DO CPP,E FUNDAMENTO NA VACATIO LEGIS,DEVENDO SER RECONHECIDA AATIPICIDADE DA CONDUTA DOAGENTE. O ART. 12, DA LEI Nº10.826/03, CARECIA DE EFICÁCIADURANTE O PERÍODO EM QUE AREFERIDA NORMA JURÍDICA ESTAVACOM SUA VIGÊNCIA SUSPENSA,CIRCUNSTÂNCIA QUE ACARRETA A

ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA.DEPOIMENTOS POLICIAIS SEGUROS ECOERENTES QUE IMPEDEM AABSOLVIÇÃO PELO CRIME PREVISTONO ART. 33, DA LEI Nº 11.343/06.PEDIDO DEFENSIVO DE REDUÇÃO DAMAJORAÇÃO PELA REINCIDÊNCIAPARA 1/6 (UM SEXTO), A QUE SEATENDE. PROVIMENTO PARCIAL DORECURSO.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------0058095-09.2009.8.19.0000(2009.059.07869)  - HABEASCORPUSDES. ELIZABETH GREGORYJulgamento: 24/11/2009

HABEAS CORPUS - ARTIGO 12 DA LEI

10826/03 TRANCAMENTO AÇÃOPENAL - ATIPICIDADE DA CONDUTAINOCORRÊNCIA - APLICAÇÃO DOARTIGO 32 DA LEI 10826/03, COM ANOVA REDAÇÃO DA LEI 11706/2008RETROATIVIDADE DE NORMATEMPORÁRIA IMPOSSIBILIDADE -DENEGAÇÃO DA ORDEM - UNÂNIME.Objetiva o presente "writ" otrancamento da ação penal a queresponde o Paciente junto a 1ª VaraCriminal da Comarca de Barra Mansa,

Atipicidadetemporária – vacatio

legis indireta –

anistia condicionada– abolitio criminis

temporária

•  TRIBUNAIS DE JUSTIÇA:

•  RIO DE JANEIRO•  ACRE•  AMAPÁ•  BAHIA• 

DISTRITO FEDERAL•  ESPÍRITO SANTO•  GOIÁS•  MARANHÃO•  MATO GROSSO DO SUL•  MINAS GERAIS•  PARÁ•  PARANÁ•  PERNAMBUCO•  RIO GRANDE DO NORTE•  RIO GRANDE DO SUL• 

SÃO PAULO•  SERGIPE•  TOCANTINS

•  SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Page 41: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 41/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 41/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

ora autoridade coatora, por infraçãocomportamental prevista no artigo 12da Lei 10.826/03, fato ocorrido em04/12/2006. Argumenta a defesa queatípica a conduta delitiva imposta ao

Paciente, porquanto perpetrada sob aincidência da norma prevista no artigo32 do Estatuto do Desarmamento.Ressalte-se que a redação primária doreferido artigo limitava em 180 (centoe oitenta) dias o prazo para aquelesque possuíam armamento, entregá-loa Policia Federal ou registrá-lo, prazoeste que foi prorrogado até 23/10/05,pela Lei 11.191/05. Com o advento daLei 11.706/2008 ficou fixado o prazo

até 31/12/2008 para que osproprietários ou possuidores de armade fogo efetuassem o respectivoregistro. Observa-se que o artigo 12da Lei 10.826/03 ficoutemporariamente suspenso até23/10/2005, vindo a ser novamentesuspenso em 01/02/2008 com oadvento da Lei 11.706/2008, sendocerto que o Paciente foi preso em04/12/2006, período em que o

referido artigo 12 era plenamenteaplicável, não restando dúvida quantoa tipificação da conduta a eleimputada. O cerne da presentequestão está na possibilidade ou nãoda retroatividade das normastemporárias, podendo ou não sertrancada a ação penal. Corrobora estaRelatora com entendimento que noscasos de normas temporárias aplica-se o artigo 3º do CP, não sendo

passível de retroatividade, faceausência das características dedefinitividade. Constrangimento ilegalinexistente. Ordem que se denega.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0002396-65.2009.8.19.0054(2009.050.06167) - APELAÇÃODES. MARCUS QUARESMA FERRAZ

Julgamento: 28/10/2009 

APELAÇÃO CRIMINAL Nº2009.050.06167APELANTE 1:MINISTÉRIO PÚBLICOAPELANTE 2 :

DANIEL DE PAULA DE OLIVEIRAAPELADOS: OS MESMOSORIGEM:JUÍZO DA 1ª VARA CRIMINAL DACOMARCA DE SÃO JOÃO DEMERITIRELATOR: DES. MARCUSQUARESMA FERRAZ. Receptação demotocicleta e posse de arma de fogo.Artigo 180 do Código Penal, e artigo16, parágrafo único, inciso IV, da Leinº 10.826/03, ambos c/c artigo 65,inciso I e artigo 69, do Código Penal.

Pena: 1 ano de reclusão e 10 dias-multa (receptação) e 3 anos dereclusão e 10 dias-multa (posse dearma de fogo). Regime semiaberto epena de multa no valor unitáriomínimo legal. Apelo ministerial: a)condenação pelo crime previsto noartigo 311 do Código Penal; b) maiorexasperação das penas bases, emfunção da má conduta social epersonalidade distorcida, bem como

pelo fato de, a um só tempo, tercometido três delitos. Apelo defensivo:a) absolvição do crime de posse ilegalde arma de fogo, em função daatipicidade de conduta diante daabolitio criminis temporária; b)absolvição do delito de receptação, eisque ausente o dolo específico do tipo;c) subsidiariamente, desclassificaçãopara o crime previsto no artigo 180, §3º, do Código Penal; d) fixação das

penas bases no mínimo legal; e)substituição das penas privativas deliberdade por restritiva de direitos. Opreço irrisório pago pela motocicleta, anão identificação do vendedor, aabsoluta falta de documentaçãocomprobatória do negócio, aapreensão do veículo com placa falsae não possuindo o réu os documentosdo mesmo, são circunstânciasveementes que conduzem à certeza

de que adquiriu a motocicleta, para

Page 42: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 42/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 42/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

proveito próprio, com plena ciência deque se tratava de produto de crime,entretanto, tais circunstâncias nãolevam a um juízo de certeza de quetenha participado da adulteração da

placa, podendo ter assim adquirido amotocicleta. O apelante não discute ofato de que foi preso em flagrante, em28 de janeiro de 2009, na posse dearma de fogo e munição, limitando-sea alegar atipicidade da conduta dianteda edição da Medida Provisória nº445, convertida na Lei nº 11.922, em19 de abril de 2009. Embora a MedidaProvisória nº 445/08 tenha sidoconvertida na Lei nº 11.922, a

realidade é que aquela medidadispunha exclusivamente sobre adispensa de recolhimento de parte dosdividendos e juros sobre capitalpróprio pela Caixa Econômica Federal,não dedicando uma palavra sequer arespeito do Estatuto doDesarmamento. Ao ser convertida emlei, o Congresso "contrabandeou" parao texto da Lei nº 11.922 o artigo 20,prorrogando os prazos de que tratam

o § 3º, do artigo 5º, e artigo 30,ambos da Lei nº 10.826/03, matériatotalmente estranha ao tema tratadopela Medida Provisória nº 445. Assim,os prazos referidos naqueles doisartigos do Estatuto do Desarmamentosomente foram prorrogados a partirde 14 de abril de 2009, data em queentrou em vigência a Lei nº 11.922.Segundo se verifica, a vigência destalei foi em data posterior à prisão do

apelante e a apreensão da arma defogo em sua posse, não tendo areferida norma legal efeito retroativo.Além do mais, a Lei nº 11.922prorroga o prazo para que oproprietário de arma de fogo comcertificado de registro opte pelaentrega espontânea da arma ourenove o certificado de registro (artigo5º, § 3º), e para a solicitação deregistro de possuidores e proprietários

de arma de fogo de uso permitido

ainda não registrada (artigo 30). Aarma de fogo com numeração raspadaapreendida na posse do apelante jamais poderia ser registrada, e,assim, a sua situação não estaria

alcançada pela Lei nº 11.922. Merececorreção a dosimetria da pena, umavez que na folha penal nada há quedesabone os antecedentes do réu, e,assim, inexistem motivos para aexasperação das penas basesimpostas na sentença. O regimeprisional fixado na sentença deve sermantido, bem como não há de serreconhecido que o réu preenche osrequisitos do artigo 44 do Código

Penal, levando-se em consideraçãoque o réu praticou dois delitos graves,quais sejam receptação e posse dearma de fogo. Apelo ministerialimprovido e apelo defensivoparcialmente provido, tão apenas parareduzir as penas bases ao mínimolegal, e, de ofício, corrigir erromaterial da sentença na capitulaçãodo delito de posse de arma de fogo,tendo como certo o artigo 16, e não

artigo 14, da Lei nº 10.826/03.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0000840-34.2007.8.19.0010(2008.050.02685) - APELACAODES. ADILSON VIEIRA MACABUJulgamento: 13/10/2009 

ESTATUTO DE DESARMAMENTO.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO. RECONHECIMENTODA ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA.DESCABIMENTO. A MEDIDAPROVISÓRIA Nº 417/08, QUE DEUNOVA REDAÇÃO AOS ARTS. 30 E 32DA LEI N° 10.826/03, ESTABELECEUEXPRESSAMENTE A EXTINÇÃO DAPUNIBILIDADE APENAS PARAEVENTUAIS CRIMES DE POSSEIRREGULAR DE ARMA DE FOGO

Page 43: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 43/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 43/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

ANTERIORES À SUA VIGÊNCIA, O QUENÃO SE CONFUNDE COM O CASO DOSAUTOS, NO QUAL SE APURA OCOMETIMENTO DO MENCIONADOCRIME. INACOLHÍVEL, IGUALMENTE,

A TESE DEFENSIVA ACERCA DAATIPICIDADE DA CONDUTA, ANTE ASUPOSTA AUSÊNCIA DECOMPROVAÇÃO DA POTENCIALIDADELESIVA DO ARTEFATO BÉLICOAPREENDIDO, PORQUANTO O LAUDOPERICIAL CONCLUIU PELA EFICÁCIADA PISTOLA ARTESANAL UTILIZADA,SENDO INQUESTIONÁVEL,INCLUSIVE, PELO DEPOIMENTO DOACUSADO, QUE A ARMA DISPAROU

ACIDENTALMENTE, EM SUARESIDÊNCIA. TRATA-SE DE CRIME DEMERA CONDUTA, BASTANDO, PARASUA CONFIGURAÇÃO, O PORTEILEGAL DA ALUDIDA ARMA. DECISUMQUE NÃO MERECE REFORMA.DESPROVIMENTO DO RECURSO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0000240-62.2005.8.19.0081(2009.050.03362) - APELAÇÃODES. MOTTA MORAESJulgamento: 15/09/2009

POSSE E GUARDA DE ARMA.ESTATUTO DO DESARMAMENTO. OART. 12 DESTA LEI CARECE DEEFICÁCIA DURANTE O PERIODO EMQUE A ALUDIDA NORMA JURÍDICA

ESTÁ COM SUA VIGÊNCIA SUSPENSA,CIRCUNSTÂNCIA QUE ACARRETA AABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA.PROVIMENTO QUE SE DÁ,RECONHECENDO-SE A ATIPICIDADEDA CONDUTA DO AGENTE, IMPONDO-SE A ABSOLVIÇÃO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

0029771-73.2009.8.19.0205(2009.051.00718)  - RECURSO EMSENTIDO ESTRITODES. GILMAR AUGUSTO TEIXEIRAJulgamento: 16/12/2009

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. ART.12, da LEI Nº 10.826/06.INCONFORMISMO DO MINISTÉRIOPÚBLICO COM A DECISÃO QUEREJEITOU A DENÚNCIA PORCONSIDERAR ATÍPICA A CONDUTA DOAGENTE. Hipótese em que a denúnciaimputou ao recorrido a posse de armade fogo de uso permitido verificada nodia 13 de agosto de 2009. O fato

imputado, portanto, teria ocorrido soba vigência da Lei nº 11.922, de 13 deabril de 2009, que prorrogou o prazodo art. 30, da Lei das Armas até o dia31 de dezembro de 2009. O decisumrejeitou a denúncia por entenderpresente o que chamou de "abolitiocriminis temporária". Algumasconsiderações devem ser feitas sobrea natureza jurídica do prazo previstono art. 30, da Lei nº 10.826/06, se

abolitio criminis, anistia, anistia, ouvacatio legis. Em primeiro lugar, aabolitio criminis só ocorre quando oEstado, principalmente, por razões depolítica criminal, aqui incluídos osprincípios da intervenção mínima e dalesividade, entende por bem não maisconsiderar determinado fato comoinfracional. Assim, o legislador,considerando que a conduta antesprevista como infração penal não é

mais idônea a ferir o bem jurídico quepretende tutelar, suprime do mundo jurídico a referida conduta comonorma incriminadora, subtraindo dodireito penal o dever de resguardo dobem jurídico antes tutelado. Esta nãoé a realidade jurídica, posto que olegislador não arrefeceu as penas,mas, ao inverso, tomou-as maisseveras, demonstrando que, mais doque nunca, devem as referidas

condutas merecer a guarida do direito

Page 44: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 44/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 44/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

penal por considerar que o bem jurídico tutelado, qual seja, asegurança pública, merece aintervenção da proteção sancionatóriado direito penal. Já na anistia, o

Estado renuncia ao seu ius puniendi,perdoando a prática de infraçõespenais que, normalmente, mas nãonecessariamente, possuem cunhopolítico. Sua concessão é decompetência da União, conformepreceitua o art. 21, inciso XVII, daConstituição Federal, estando no rolde atribuições do Congresso Nacional,segundo o comando do art. 48, incisoVIII, do Pacto Federativo já

mencionado. Em se tratando deanistia, esta pode ser condicional, ecomo tal até se amolda aosdispositivos já mencionados doEstatuto do Desarmamento, posto quea condição legal para a sua concessãoera o registro, na hipótese do art. 30 ea entrega, quando se tratasse dearma de uso não permitido (art. 32).Já a vacatio legis importa emprevisão, no próprio diploma legal, do

termo inicial de sua vigência, o que,na hipótese em comento, estariacontido, de forma indireta, nos jácitados artigos do Estatuto, quandoassinaram prazos, reiteradamenteprorrogados, para o registro e/ouentrega das armas de fogo. Quer seprefira adotar a segunda posição(anistia condicionada), quer a terceira(vacatio legis indireta), o certo é quesomente na última, para o caso em

exame, se pode vislumbrar aaplicação. Na anistia condicionada háa exigência da satisfação de umacondição (entrega ou registro) que oapelante não mais tinha condições decumprir, posto que a arma já estavaapreendida pela autoridade policialque efetuou a sua prisão. Fosse aanistia incondicionada, possuiria efeitoretroativo, operando-se ex tunc, masnão na hipótese onde a sua incidência

depende da satisfação de uma

condição de impossível implementopor parte do agente praticante do fatotípico. Se tal condição não é satisfeita,não há anistia. Quisesse o legislador,concomitantemente à anistia

condicionada, teria inserido dispositivode indulgência incondicionada, estasim, retroativa ex tunc e irrecusávelpor parte dos agraciados, mas tal nãoocorreu. Ademais, o referido prazo foium estímulo para a entrega ouregulamentação da situação, daquelesque, na clandestinidade, possuíamarma de fogo. Com o registro ou aentrega, dependendo da hipótese,haveria a indulgência do príncipe, se

assim entendido, sendo inaceitávelentendimento da retroatividade paraalcançar condutas já punidas onde oagente, mesmo que desejasse, nãomais poderia cumprir a condiçãoprevista em lei por absolutaimpossibilidade temporal. Na outrahipótese em exame, a vacatio legisindireta, assim considerados os prazosassinados para entrega e registro dasarmas de fogo, esta passa a ter

incidência em relação aos fatosocorridos desde a publicação dodiploma legal e durante o prazoprevisto na lei, cujo transcurso ésempre superveniente à suapublicação. Em outras palavras, olegislador assinou um prazo paraaqueles que já estavam praticandoalgumas das condutas típicasprevistas no Estatuto doDesarmamento, consideradas como

crimes permanentes, pudessem fazercessar a permanência criminosa,oferecendo o Estado, emcontrapartida, o não exercício do juspuniendi. É o caso dos autos, onde severifica que o recorrido já estavaacobertado pela vacatio legis indireta,e não poderia, assim, ver iniciadaação penal por fato praticado duranteo prazo de suspensão da eficácia danorma penal incriminadora. RECURSO

CONHECIDO E DESPROVIDO.

Page 45: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 45/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 45/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0002130-02.2008.8.19.0026

(2009.051.00377)  - RECURSO EMSENTIDO ESTRITODES. VALMIR RIBEIROJulgamento: 14/09/2009

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.-DELITO DE POSSE DE ARMA EMUNIÇÕES DE USO PERMITIDO, COMNUMERAÇÃO ILEGÍVEL.- DECISÃOQUE DECLAROU EXTINTA APUNIBILDADE ANTE A ATIPICIDADE

DA CONDUTA.ABOLITIO CRIMINISTEMPORÁRIA. CASSAÇÃO DADECISÃO. AUSÊNCIA DEDEMONSTRAÇÃO DE QUE A ARMA TEMORIGEM LÍCITA E É REGISTRÁVEL.-FALTA DE INTENÇÃO DE REGISTRAROU DE ENTREGAR OARMAMENTO.IMPOSSIBILIDADE.- Opleito ministerial não há como seracolhido, posto que a prisão dorecorrido pela prática posse arma de

fogo e munições sem o devido registro(art. 12, da Lei nº 10.826/04), dentrode sua residência, ocorreu no dia 17de março de 2008, durante o períodoestabelecido pela Medida Provisória417/2008, convertida na Lei nº11706/2008, para que os possuidoresou proprietários de arma de fogo semregistro regularizassem sua situaçãoou as entregassem à Polícia Federal,estando sua conduta encoberta pelo

instituto da abolitio criministemporária, ou vacatio legis indireta,prevista no referido dispositivo, que seencontrava em plena eficácia.OEgrégio Superior Tribunal de Justiça jáfirmou entendimento de que aconduta de possuir arma de fogo, noperíodo estabelecido pelo Estatuto doDesarmamento, seria atípica, sendoirrelevante cuidar-se de arma de usopermitido, mas com numeraçãoilegível, como na hipótese, pois que o

referido dispositivo conferiu, além daregularização da arma de fogo, apossibilidade de entrega à PoliciaFederal, o que inclui aquelas armasnão-passíveis de registro).- Ademais,

o recorrido reside num sítio, localizadona zona rural do município, tendodeclarado em sede policial que asarmas e munições encontradas emsua residência pertenciam ao seu pai,falecido há cerca de dez anos,deixando as tais armas e munições, oque é plenamente crível, não sendorazoável que se compare essasituação com a "do traficante que, nointerior de sua morada, tem a posse

de revólveres, ou mesmometralhadoras e fuzis", como alegadopelo recorrente.- Da mesma forma,não há como aceitar a tese de que nãohavia demonstração de que orecorrido tinha intenção de entregarou de registrar as armas, o que nãopassa de mera suposição, pois aapreensão das armas se deu em17/03/2008, e o término do períodoestabelecido pelo citado dispositivo

para registro ou entrega das armas àPolícia Federal somente ocorreria novemeses depois, ou seja, em31/12/2008, não sendo razoável,também, aceitar esse argumento.-Recurso improvido.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

0001265-85.2008.8.19.0023(2009.050.01814) - APELAÇÃODES. SIRO DARLAN DE OLIVEIRAJulgamento: 18/08/2009 

APELAÇÃO CRIMINAL. ESTATUTO DODESARMAMENTO. RÉU DENUNCIADOE CONDENADO COMO INCURSO NASSANÇÕES DO CRIME PREVISTO NOARTIGO 16, PARÁGRAFO ÚNICO,INCISO IV DA LEI 10.826/03, SENDOFIXADA A PENA EM 03 (TRÊS) ANOS

Page 46: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 46/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 46/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

DE RECLUSÃO, EM REGIME ABERTO, EAO PAGAMENTO DE 36 (TRINTA ESEIS) DIAS MULTA, ESTA ÚLTIMAARBITRADA NO VALOR DE 1/30 DOSALÁRIO MÍNIMO MENSAL VIGENTE

AO TEMPO DO FATO, NÃO TENDOSIDO SUBSTITUÍDA A PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE PORRESTRITIVAS DE DIREITO, PORENTENDER O I. MAGISTRADOSENTENCIANTE SER INCABÍVEL ASUBSTITUIÇÃO, CONSIDERANDO QUEA CULPABILIDADE DO AGENTE E OSPROVÁVEIS MOTIVOS DO CRIME, NÃOINDICAVAM FOSSE A MESMASUFICIENTE PARA A PREVENÇÃO E

REPROVAÇÃO DO CRIME.INCONFORMADA APELA A DEFESAREQUERENDO A ABSOLVIÇÃO DORÉU, COM FUNDAMENTO NAPRECARIEDADE DE PROVAS SOBRE AAUTORIA DO DELITO PARA EMBASARO DECRETO CONDENATÓRIO, BEMCOMO PELA ALEGADA ATIPICIDADETEMPORÁRIA DA CONDUTA DOMESMO, DE ACORDO COM A LEI11.706/08, OU, SUBSIDIARIAMENTE A

SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVADE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DEDIREITO. JUÍZO DE CENSURAMANTIDO. MATERIALIDADEINCONTESTE. IGUALMENTE É CERTA AAUTORIA, FUNDADA NO TESTEMUNHODOS POLICIAIS MILITARES QUEEFETUARAM A PRISÃO EM FRAGRANTEDO RÉU QUE CONFIRMARAM OSFATOS NARRADOS NA DENÚNCIA,DEPOIMENTOS ESSES PRESTADOS EM

JUÍZO SOB A GARANTIA DA AMPLADEFESA E SOB O CRIVO DOCONTRADITÓRIO, NADA HAVENDOQUE LHES RETIRE A VALIDADE, E EMPERFEITA CONSONÂNCIA COMAQUELES PRESTADOS EM SEDEPOLICIAL. DEVE-SE CONSIDERAR QUEA NEGATIVA DO FATO CRIMINOSO NOINTERROGATÓRIO DO ACUSADO ÉJUSTIFICÁVEL, JÁ QUE OINTERROGATÓRIO É MEIO DE

DEFESA, SENDO ASSIM É NORMAL A

VERSÃO DEFENSIVA QUE, TODAVIA,COLIDE COM A PROVA CARREADAAOS AUTOS, QUE DEMONSTROUCLARAMENTE O DELITO PRATICADOPELO MESMO. NÃO EXISTEM DÚVIDAS

SOBRE A CONDUTA DELITUOSA QUEFOI IMPUTADA AO RÉU, EM NADACONTRIBUINDO A PROVA ORALPRODUZIDA PELA DEFESA PARAAFASTAR O SEGUROCONVENCIMENTO DE QUE OS FATOSSE DERAM CONFORME NARRADO NADENÚNCIA. A DEFESA PLEITEIA ORECONHECIMENTO DA ATIPICIDADEDA CONDUTA DO APELANTE, EMRAZÃO DO QUE DISPÕE OS ARTIGOS

30 E 32 DA LEI 10826/03 CUJAREDAÇÃO FOI ALTERADA PELAMEDIDA PROVISÓRIA Nº 417, ESTAÚLTIMA CONVERTIDA NA LEI11706/08. OCORRE QUE, NÃOOBSTANTE A CONDUTA DO APELANTETER OCORRIDO DENTRO DO PERÍODOCHAMADO DE VACATIO LEGISINDIRETA, EM QUE ESTAVASUSPENSA A EFICÁCIA DODISPOSITIVO QUE LHE FORA

IMPUTADO, NÃO SE PODERECONHECER A ATIPICIDADE DE SUACONDUTA, PORQUE SE TRATA DEARMA COM NUMERAÇÃO SUPRIMIDA,E DAÍ DE IMPOSSÍVEL REGISTRO.PRECEDENTES DESTA CORTE E DO E.STF. A DOUTA SENTENÇAGUERREADA MERECE REPARO NOTOCANTE À DOSIMETRIA DA PENA EQUANTO A NÃO SUBSTITUIÇÃO DAPENA PRIVATIVA POR RESTRITIVA DE

DIREITOS. A PENA PECUNIÁRIA FOIFIXADA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL EMDESPROPROÇÃO COM A PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE QUE FICOUNESSE PATAMAR, DAÍ IMPÕEM-SE AREDUÇÃO DA PENA PECUNIÁRIA PARA10 (DEZ) DIAS-MULTA, CALCULADANO SEU VALOR MÍNIMO LEGAL. COMOÉ CEDIÇO, UM DOS REQUISITOSPARA A SUBSTITUIÇÃO DA PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE EM

RESTRITIVAS DE DIREITOS É

Page 47: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 47/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 47/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

EXATAMENTE A CERTEZA DE QUE ASUBSTITUIÇÃO SERÁ SUFICIENTE(INCISO III DO ART. 44 DO CP),NESSE CONTEXTO, NÃO SENDO ORÉU REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO

E PORTADOR DE BONSANTECEDENTES, E NÃO HAVENDOPROVA DE QUE ESSE ATUAR É UMESTILO DE COMPORTAMENTO, JÁREPETIDO ANTERIORMENTE E DEOUTRA FORMA, CONFORME SEDEPREENDE DE SUA FAC, BEM COMONÃO DEMONSTRADO O MOTIVO DOCRIME, ENTENDO QUE ASUBSTITUIÇÃO SEJA SUFICIENTEPARA A PREVENÇÃO E A REPRESSÃO

DO CRIME COMETIDO, JÁ QUE NÃOEXERCIDO COM VIOLÊNCIA OUGRAVE AMEAÇA, SENDODESNECESSÁRIA A MANUTENÇÃO DOAPELANTE NO CÁRCERE.SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVADE LIBERDADE IMPOSTA DE 03(TRÊS) ANOS DE RECLUSÃO PORDUAS RESTRITIVAS DE DIREITO,SENDO UMA PRESTAÇÃOPECUNIÁRIA, CONSISTENTE NO

PAGAMENTO DE 01 (UM) SALÁRIOMÍNIMO, E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ÀCOMUNIDADE OU À ENTIDADESPÚBLICAS POR PERÍODO IGUAL AODA CONDENAÇÃO, NAS CONDIÇÕES EEM LOCAL A SEREM INDICADOS PELOJUÍZO DA EXECUÇÃO. RECURSOCONHECIDO QUE DÁ PARCIALPROVIMENTO.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------0001815-17.2008.8.19.0044(2009.050.01947) - APELAÇÃODES. GERALDO PRADOJulgamento: 13/08/2009

EMENTA: APELAÇÃO. PENAL. ARTIGOS180, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL E 16,PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO IV, DALEI 10.826/03. CONDENAÇÃO. PROVA

INCONTROVERSA DA MATERIALIDADEDOS CRIMES. AUTORIA QUE,CONTUDO, FOI SUFICIENTEMENTECOMPROVADA APENAS EM RELAÇÃO AUM DOS APELANTES. ALEGAÇÃO DE

ATIPICIDADE DA CONDUTAAMOLDADA AO ARTIGO 16,PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO IV, DALEI 10.826/03. PRETENSÃO DEAPLICAÇÃO DO DISPOSTO NO ARTIGO32 DA MESMA LEI. IMPOSSIBILIDADE.DIREITO CONFERIDO SOMENTE AOSPOSSUIDORES E PROPRIETÁRIOS DEARMA DE FOGO. ACUSADO QUE NÃOSE ENCONTRA NAS HIPÓTESESDESCRITAS EM LEI. ARMAS

APREENDIDAS FORA DA RESIDÊNCIAOU DO LOCAL DE TRABALHO DOAPELANTE. ABSOLVIÇÃO DOS DEMAISACUSADOS. PRESUNÇÃO DEINOCÊNCIA. IN DUBIO PRO REO.REDUÇÃO DA PENA RELATIVA AOCRIME DEFINIDO NO ESTATUTO DODESARMAMENTO.PROPORCIONALIDADE. REGIMESEMIABERTO. Apelações interpostasem face de sentença que, acolhendo a

pretensão estatal, condena JEAN,ANTONIO LUIZ e WEVERTON pelaprática dos crimes definidos nosartigos 180, caput, do Código Penal e16, parágrafo único, inciso IV, da Lei10.826/03, na forma do artigo 69 doCódigo Penal. Materialidade dosdelitos comprovada. Autoria que,contudo, foi suficientementedemonstrada apenas em relação aANTONIO, que assumiu a propriedade

do veículo, com lacre da placa violadoe número do chassi adulterado e ondeestavam escondidos os revólveres.Acusado que transportava, no interiorde veículo de sua propriedade, quandotrafegava no Km 36 da Rodovia RJ220, dois revólveres, calibre 38, comnúmero de série raspado e municiadoscom seis cartuchos intactos. Alegaçãode que a conduta definida no Estatutodo Desarmamento é atípica, uma vez

que o fato ocorreu em 9 de junho de

Page 48: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 48/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 48/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

2008, momento em que havia anistiacondicionada, vacatio legis indireta ouabolitio criminis temporária. De fato,os artigos 30, 31 e 32 da Lei10.826/03 estabeleceram prazos para

que as pessoas que possuam armasde fogo não registradas em suaresidência ou local de trabalho possamregularizá-las ou entregá-las à PolíciaFederal, não respondendo a processocriminal. Prazos que foram dilatadospor sucessivas leis e medidasprovisórias. Ocorre que asmencionadas armas foramapreendidas fora da residência ou dolocal de trabalho do acusado.

Incabível, pois, a aplicação dodisposto no artigo 32 da Lei10.826/03, que se refereexpressamente aos possuidores eproprietários de arma de fogo.Absolvição dos demais apelantes, emrelação aos quais a acusação nãoobteve êxito em provarsuficientemente a aquisição e oconhecimento da proveniência ilícitado veículo, assim como a ciência da

existência de duas armas em seuinterior. Presunção de inocência. Indubio pro reo. Redução, todavia, dapena de ANTONIO no que toca aocrime definido no artigo 16, parágrafoúnico, inciso IV, da Lei 10.826/03.Pena-base que, embora se trate decrime único, foi incrementada emfração maior que aquela a ser aplicadaem caso de concurso formal decrimes. Proporcionalidade.

Culpabilidade atenuada. Pena que sereduz a 3 (três) anos, 4 (quatro)meses e 15 (quinze) dias de reclusãoe 11 (onze) dias-multa. Regimesemiaberto. RECURSOS DE JEAN EWEVERTON PROVIDOS. RECURSO DEANTONIO LUIZ PARCIALMENTEPROVIDO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0008666-95.2008.8.19.0004(2009.051.00128)  - RECURSO EMSENTIDO ESTRITODES. SUIMEI MEIRA CAVALIERI

Julgamento: 04/08/2009

Recurso em sentido estrito. Rejeiçãoda denúncia em razão da incidência devacatio legis indireta. Recursoministerial pugnando a reforma dadecisão. Desacolhimento. Denúnciaque narra o crime de posse ilegal dearma de fogo consistente no encontrode espingarda de fabricação caseira,espingarda calibre 28, ambas

desmuniciadas, e quatro cartuchoscalibre 32, na residência do réu porpoliciais militares através de denúnciaanônima. Fato ocorrido em04/03/2008. Aplicação da MedidaProvisória 417/2008, em vigor desde31/12/2007, e convertida na Lei11706/2008. Alteração dos arts. 30 e32 do Estatuto do Desarmamento.Previsão de abolitio criministemporária em relação ao delito de

posse de arma de fogo, sem distinguirse a arma era de uso permitido ouproibido. Aplicação dos referidosdispositivos em relação à pequenaquantidade de munição encontrada,não-obstante o art. 32 da Lei nãocontemplar a postergação do prazo daentrega em relação à munição.Aplicação de analogia in bonampartem. Afastamento da tese demutatio libelli. Inaplicabilidade.

Questão de atipicidade de conduta.Alegação ministerial de que a normado art. 23 do referido estatuto nãoseria auto-aplicável. Descabimento.Norma permissiva que se refere àatipicidade da conduta do réu.Incidência imediata. Recurso a que senega provimento.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

Page 49: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 49/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 49/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

-------------------------0012357-03.2007.8.19.0021(2009.050.03570) - APELAÇÃODES. GIZELDA LEITAO TEIXEIRAJulgamento: 21/07/2009 

APELAÇÃO - Art. 33 da Lei 11343/06 eArt. 12 da Lei 10.826/03 n/f do art. 69do CP - Pena: 06 anos de reclusãomais 500 dias-multa, regime fechado(pelo delito de tráfico) e de 02 anos e06 meses de reclusão mais 10 dias-multa, regime aberto (pelo delitoprevisto no Estatuto doDesarmamento). - Policiais lograramêxito em encontrar em poder do

apelante, dentro de um sofá, 99g decocaína em 330 sacolés além de umaespingarda, calibre 12, devidamentemuniciada e com dois cartuchosintactos. - Impossibilidade deabsolvição, eis que o conjuntoprobatório é robusto. - Depoimentosdos policiais perfeitamente válidospara embasar sentença condenatória,ainda mais quando harmônicos ecoerentes com os demais elementos

do processo. Improsperável o pleitode substituição da condenação pelaposse de arma pelo reconhecimentoda causa especial de aumento da penaprevista no art. 40 IV da Lei11343/06: tratam-se de condutasautônomas dirigidas a finalidadesdistintas; ausente a unicidade de açãoe desígnios na prática dos delitos dalei de armas e tóxicos, e que reclamaa aplicação do concurso material, na

forma do art. 69 do CP.Impossibilidade de proceder-se aopertinente registro, não há que sefalar em vacatio legis temporária.Posse ilegal de arma de uso permitido(escopeta) realiza conduta típica.Punição que se impõe.- Manutençãoda sentença IMPROVIMENTO DORECURSO DEFENSIVO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0015407-18.2003.8.19.0202(2009.050.02373) - APELAÇÃODES. RENATA COTTAJulgamento: 30/06/2009

APELAÇÃO. CRIME DE PORTE ILEGALDE ARMA DE FOGO PRATICADODURANTE A VIGÊNCIA DA LEI Nº9.437/97. INEXITÊNCIA DE ABOLITIOCRIMINIS TEMPORÁRIA. MedidaProvisória nº 417/2008, que prorrogouo termo final para a devolução ouregularização de arma, acessório oumunição, previstas no Estatuto doDesarmamento. Lei 11706/08. Medida

Provisória e Lei visando proteger ocidadão da incidência da norma penal.Nas hipóteses ocorridas dentro doprazo previsto para entrega dasarmas, ninguém poderá ser preso ouprocessado por possuir em casa ou notrabalho uma arma de fogo. O mesmonão ocorre se a conduta imputada aoréu for a de porte ilegal de arma defogo. Conduta do apelante que não seenquadra nas hipóteses excepcionais

dos arts. 30, 31 e 32, da Lei10826/03. Vacatio legis indireta eabolitio criminis temporária nãoconfigurados. Atenuante da confissão.Impossibilidade de sua aplicação se apena-base já foi fixada no mínimolegal. Suspensão condicional da pena.Não há que se falar em sursis se apena privativa de liberdade foisubstituída pela restritiva de direitos.Morte do co-réu que havia aceitado a

proposta de suspensão condicional doprocesso feita antes da sentença.Extinção da punibilidade que seimpõe. Desprovimento do recurso.Declaração ex officio de extinção dapunibilidade do co-réu.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Page 50: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 50/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 50/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

0002610-83.2005.8.19.0058(2009.050.00642) - APELAÇÃODES. ANTONIO JOSE CARVALHOJulgamento: 16/06/2009SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

EMENTA: PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO DE USO RESTRITO, COMNUMERAÇÃO SUPRIMIDA -PRETENSÃO DE REFORMA DASENTENÇA PARA ABSOLVER OAPELANTE EM RAZÃO DA EXISTÊNCIA,NA ÉPOCA DO FATO, DE ABOLITIOCRIMINIS TEMPORÁRIA - A VACATIOLEGIS RELATIVA AOS ARTS. 30 E 32DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO

BENEFICIOU, TÃO SOMENTE, OSPOSSUIDORES DE ARMA DE FOGO - ODELITO DE PORTE ILEGAL DE ARMADE FOGO EM VIA PÚBLICA NÃO FOIRECEPCIONADO, IN CASU, PELOLEGISLADOR - DESPROVIMENTO DOAPELO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0042555-35.2008.8.19.0038(2009.050.05870) - APELAÇÃODES. RENATA COTTAJulgamento: 24/11/2009

APELAÇÃO. CRIME DE PORTE ILEGALDE ARMA DE FOGO.DESCLASSIFICAÇÃO. DÚVIDA QUEFAVORECE O ACUSADO.CONDENAÇÃO PELO CRIME DE POSSE

ILEGAL DE ARMA DE FOGO QUE SEAFIGURA MAIS CORRETA. VACATIOLEGIS INDIRETA. ABOLITIO CRIMINISTEMPORÁRIA. CONFIGURAÇÃO.Desclassificação. As provas produzidaspela defesa não dão certeza de que oréu residia no local em que foi preso.Ao contrário, a dúvida persiste.Todavia, as provas produzidas pelaacusação também não fornecem acerteza necessária para a condenação

conforme imputação feita na exordial

acusatória. A dúvida e a incerteza, noprocesso penal, conforme já exposto,devem beneficiar o réu, aplicando oprincípio do in dubio pro reo, sendoesta a melhor solução para o caso em

tela. Vacatio legis e Abolitio criministemporária. Incidência imediata daMedida Provisória nº 417/2008, queprorrogou o termo final para adevolução ou regularização de arma,acessório ou munição. Lei 11706/08.Medida Provisória e Lei visandoproteger o cidadão da incidência danorma penal. Nas hipóteses ocorridasdentro do prazo previsto para entregadas armas, ninguém poderá ser preso

ou processado por possuir em casa ouno trabalho uma arma de fogo. Aconduta do apelante enquadra-se nashipóteses excepcionais dos arts. 30,31 e 32, da Lei 10826/03, restando,portanto, extinta a punibilidade.Vacatio legis indireta e abolitiocriminis temporária configurados.Provimento do recurso.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Acre======================

Processo: 2009.000837-1Julgamento: 03/12/2009Relator: Des. FelicianoVasconcelos 

Ementa:  APELAÇÃO CRIMINAL -PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO -ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA -LEI 11.922/09 - HIPÓTESE NÃOCONTEMPLADA - ABSOLVIÇÃO -IMPOSSIBILIDADE - BENEFÍCIO DOSURSIS - IMPROCEDÊNCIA -

Page 51: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 51/188

Page 52: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 52/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 52/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

=====================

Tribunal de Justiça do Estado

do Amapá====================== Número Processo: 2060/05Relator: Desembargador MELLOCASTROClasse: APELAÇÃO CRIMINALNúmero Acórdão: 9429Data do Julgamento: 07/02/2006

EMENTA: PENAL E PROCESSUAL

PENAL - PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO DE USO PERMITIDO - LEI9.437/97- FRAGILIDADE PROBATÓRIA- INOCORRÊNCIA - CRIME DE MERACONDUTA - PORTE COMPROVADO -DECOTE DA QUALIFICADORAPREVISTA NO ART. 10, § 3º, IV, DALEI DO PORTE ILEGAL DE ARMAS -CIRCUNSTÂNCIA NÃO INCRIMINADAPELO ESTATUTO DO DESARMAMENTO,QUE, EM SEU ART. 36,

EXPRESSAMENTE REVOGOU A LEI9.437/97 - CONDENAÇÃO RESTRITAAO PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGODE USO PERMITIDO, QUEPERMANECEU TIPIFICADO NA NOVELLEI - DESCLASSIFICAÇÃO DAINFRAÇÃO FEITA EM GRAU DERECURSO TORNANDO O CRIME DEMENOR POTENCIAL OFENSIVO -COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA PARA JULGAR - ABOLITIO

CRIMINIS RECONHECIDA DE OFÍCIO EADEQUAÇÃO DA PENA À NOVAINFRAÇÃO. 1) Inocorre fragilidade deprovas se estas mostram-seconclusivas e em sintonia com adinâmica e a lógica dos fatos,firmando a convicção do Magistradosegundo o direito aplicável; 2)Havendo a Lei n.º 10.826/03revogado expressamente a Lei9.437/97, não mais reproduzindo a

circunstância qualificadora

concernente à reincidência, antesprevista no art. 10, § 3º, IV, destediploma legal, impõe-se a aplicação daretroatividade da lei posterior maisbenéfica, conforme postulados

insertos no art. 5º, XL, da ConstituiçãoFederal e art. 2º do Código PenalBrasileiro. Assim, o agente ao qual foiimputado o crime de porte ilegal dearma de fogo de uso permitido,qualificado pela reincidência, terá suaincriminação resumida à prevista notipo contido no art. 10, "caput", da Lei9.437/97, vez que a conduta sobexame continua incriminada no art. 14do Estatuto do Desarmamento; 3) O

fato da desclassificação da infraçãofeita no Tribunal tornar o delitoremanescente – porte ilegal de armade uso permitido - infração de menorpotencial ofensivo, a teor da Lei n.º10.259/01, dado que a pena máximaabstratamente cominada é de 02anos, não tem o condão de impor aremessa dos autos à Turma Recursal,permanecendo a competência doTribunal de Justiça para julgar a

apelação, conforme orientação maisrecente do Excelso Supremo TribunalFederal e do Superior Tribunal deJustiça; 4) Recurso parcialmenteprovido para, reconhecida de ofício aabolitio criminis no tocante ao delitoprevisto no art. 10, § 3º, inciso IV, daLei n.º 9.437/97, desclassificar ainfração para a do art. 10, caput, domesmo diploma, promovendo aadequação da pena.

Íntegra do acórdãoÍndice 

-------------------------Número Processo: 0396/06Relator: Desembargador MÁRIOGURTYEVClasse: RECURSO EM SENTIDOESTRITONúmero Acórdão: 9730Data do Julgamento: 20/06/2006

Page 53: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 53/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 53/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

EMENTA PENAL E PROCESSUAL PENAL– Estatuto do Desarmamento (art. 14)– Elemento do tipo indefinido –Dependência de norma complementar– Eficácia somente após o Decreto nº

5.123/2004 – Porte desautorizado dearma de fogo – Ocorrência durante avacatio legis – Conduta atípica –Recurso em sentido estrito –Improvimento – 1) Por não haver otexto da lei definido com clareza osentido das expressões “arma de fogode uso permitido e restrito” queconstitui elemento dos tipos previstosno art. 14, do Estatuto doDesarmamento, as condutas

estampadas no referido dispositivolegal somente alcançaram eficáciaplena após sua regulamentação, o queocorreu com a vigência do Decreto nº5.123, de 1º.07.2004 – 2) Recursoimprovido.

Íntegra do acórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

da Bahia======================

Classe: MANDADO DE SEGURANÇANúmero do Processo: 66539-9/2008

Relator: IVETE CALDAS SILVAFREITAS MUNIZData do Julgamento: 09/07/2009

MANDADO DE SEGURANÇA EMMATÉRIA CRIMINAL. POSSE DE ARMADE FOGO DE USO PERMITIDO (ART.12, LEI 10.826/03). DECRETAÇÃO DEPERDA DO ARTEFADO EM FAVOR DAUNIÃO. ALEGAÇÃO DE APREENSÃOILEGAL DE ARMA DE FOGO DURANTEPERÍODO DE ANISTIA OUTORGADO

PELO ESTATUTO DO DESARMAMENTO.PEDIDO DE DECLARAÇÃO DENULIDADE DA DECISÃO JUDICIALQUE DECRETOU O PERDIMENTO DAARMA EM FAVOR DA UNIÃO.

OPINATIVO MINISTERIAL PELACONCESSÃO DA ORDEM.DEMONSTRAÇÃO DE QUE OARTEFATO FOI APREENDIDO DENTRODA RESIDÊNCIA DO PACIENTE, NADATA DE 29/08/2007, DURANTEPERÍODO DE 'ABOLITIO CRIMINIS'TEMPORÁRIA DO CRIME PREVISTO NOART. 12, DA LEI 10.826/03, TENDOHAVIDO, INCLUSIVE, REJEIÇÃO DEDENÚNCIA, PELO JUÍZO DE ORIGEM,

QUANTO AO CITADO DELITO.EXPEDIÇÃO DE CERTIFICADODEFINITIVO DA ARMA, APÓS ACONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR,DEMONSTRANDO A REGULARIDADEDA POSSE PELO IMPETRANTE.DIREITO LÍQUIDO E CERTOEVIDENCIADO. INEXISTÊNCIA DEFUNDAMENTO VÁLIDO PARA ADECRETAÇÃO DA PERDA DO BEM EMFAVOR DA UNIÃO. NULIDADE DA

DECISÃO. SEGURANÇA CONCEDIDA,POR DECISÃO UNÂNIME.

Índice -------------------------Classe: HABEAS CORPUSNúmero do Processo: 50733-6/2009Relator: VILMA COSTA VEIGAData do Julgamento: 10/11/2009

HABEAS CORPUS. PENAL EPROCESSUAL PENAL. POSSEIRREGULAR DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO E POSSE OU PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USORESTRITO. ARTIGOS 12 E 16 DA LEINº 10.826/2003. PACIENTE PRESO EMFLAGRANTE EM 29 DE JUNHO DE2009, SOB A ACUSAÇÃO DE POSSUIR,NO INTERIOR DA SUA RESIDÊNCIA,ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO EUMA CERTA QUANTIDADE DE

Page 54: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 54/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 54/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

MUNIÇÃO. FUNDAMENTOS DAIMPETRAÇÃO: 1. DESNECESSIDADEDA CUSTÓDIA CAUTELAR.ACOLHIMENTO. DECISÃOINDEFERITÓRIA DO PEDIDO DE

LIBERDADE PROVISÓRIA NÃOACOSTADA AOS AUTOS. INFORMESJUDICIAIS QUE NÃO EXPLICITAM OSMOTIVOS DA MANUTENÇÃO DASEGREGAÇÃO PROVISÓRIA.HIPÓTESE EM QUE NÃO É POSSÍVELVISLUMBRAR OS PRESSUPOSTOSENSEJADORES DA PRISÃOPREVENTIVA. LEI Nº 11.922, DE 13DE ABRIL DE 2009. PRORROGAÇÃODO PRAZO PARA REGULARIZAÇÃO OU

ENTREGA DE ARMA DE FOGO DE USOPERMITIDO. APREENSÃO DE ARMA DEFOGO DE USO PERMITIDO DURANTEO PERÍODO DE VACATIO LEGISTEMPORALIS. HIPÓTESE EM QUE OJUÍZO A QUO DEVERÁ ANALISAR OPROCESSO DE ORIGEM E VERIFICAR,COM A DEVIDA SEGURANÇA, SE É OCASO DE TRANCAMENTO DA AÇÃOPENAL QUANTO AO CRIMETIPIFICADO NO ARTIGO 12 DA LEI Nº

10.826/2003. 2. AUSÊNCIA DE PROVAHABEAS CORPUS Nº 50733-6/2009ACÓRDÃO 1 DA MATERIALIDADE DODELITO. 3. FAVORABILIDADE DASCONDIÇÕES PESSOAIS DO PACIENTE.ARGUMENTOS CUJA ANÁLISE RESTAPREJUDICADA EM VIRTUDE DORECONHECIMENTO DADESNECESSIDADE DA MANUTENÇÃODA CUSTÓDIA CAUTELAR. ORDEMCONHECIDA E CONCEDIDA, SE POR

OUTRO MOTIVO NÃO ESTIVER PRESOO PACIENTE.

Índice -------------------------Classe: APELAÇÃONúmero do Processo: 26200-1/2008Relator: GILBERTO DE FREITASCARIBEData do Julgamento: 02/10/2008

ARMA DE FOGO - POSSE - AUTORIA EMATERIALIDADE COMPROVADAS -CONDUTA QUE SE ADEQUA ÀTIPIFICADA NO ART. 12, DA LEI N.10.826/2003 E QUE SE ENCONTRA

INCLUÍDA NA VACATIO LEGISINDIRETA PREVISTA NOS ARTIGOS30/32 DO ESTATUTO DODESARMAMENTO E NAS MEDIDASPROVISÓRIAS POSTERIORES -APLICABILIDADE, PORTANTO, DAABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA -ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÕE -RECURSO PROVIDO.

Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Distrito

Federal======================

Classe do Processo: 2009 00 2011774-4 HBC - 0011774-

46.2009.807.0000Registro do Acórdão Número:378925Data de Julgamento: 17/09/2009 Relator: ROBERVAL CASEMIROBELINATI

Ementa HABEAS CORPUS. POSSEIRREGULAR DE ARMA DE FOGO.APREENSÃO DE ARMA DE FOGO NOINTERIOR DA RESIDÊNCIA. LEI Nº

11.922/2009. ABOLITIO CRIMINISTEMPORÁRIA. ATIPICIDADE DACONDUTA DO PACIENTE.TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL.ORDEM CONCEDIDA.1. NO DIA 13 DE MARÇO DE 2009,DURANTE REVISTA REALIZADA NARESIDÊNCIA DO PACIENTE,POLICIAIS MILITARES ENCONTRARAMUMA ARMA DE FOGO DE USOPERMITIDO EMBAIXO DO COLCHÃO

DE UMA CAMA DO QUARTO DO RÉU.

Page 55: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 55/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 55/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

2. DESDE A ENTRADA EM VIGOR DOESTATUTO DO DESARMAMENTO,FORAM EDITADAS SUCESSIVASMEDIDAS PROVISÓRIAS E LEISTEMPORÁRIAS PRORROGANDO O

PRAZO DO ARTIGO 30 DA LEI Nº10.826/2003, O QUALDESCRIMINALIZA A CONDUTA DEPOSSUIR IRREGULARMENTE ARMA DEFOGO DE USO PERMITIDO. A MAISRECENTE DELAS, A LEI Nº11.922/2009, DE 13 DE ABRIL DE2009, DESCRIMINALIZOU A REFERIDACONDUTA ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE2009.3. A MELHOR EXEGESE É QUE A LEI

Nº 11.922/2009 SIMPLESMENTEESTENDEU O PRAZO PREVISTO NOART. 30 DA LEI Nº 10.826/2003.NOUTROS DIZERES, ESTA NORMANÃO CRIOU UM NOVO PERÍODO DEDESCRIMINALIZAÇÃO DA CONDUTA,MAS ESTENDEU O PRAZO ORIGINAL.ASSIM, O PRAZO PARA REGULARIZAROU ENTREGAR ARMAS E MUNIÇÕESTEVE INÍCIO A PARTIR DA VIGÊNCIADA LEI Nº 10.826/2003, EM 23 DE

DEZEMBRO DE 2003, E FINDARÁ EM31 DE DEZEMBRO 2009, NOS MOLDESDO ARTIGO 20 DA LEI Nº11.922/2009.4. TENDO EM VISTA QUE A CONDUTADO PACIENTE SE AMOLDA AO CRIMEPREVISTO NO ARTIGO 12 DA LEI N.º10.826/2003, EM RELAÇÃO AO QUALA LEI Nº 11.922, DE 13 DE ABRIL DE2009, ESTABELECEU UMADESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA,

EMERGE A ATIPICIDADE DOS FATOSPRATICADOS, RAZÃO PELA QUAL AAÇÃO PENAL DEVE SER TRANCADA.5. HABEAS CORPUS ADMITIDO EORDEM CONCEDIDA PARA TRANCAR AAÇÃO PENAL NOS AUTOS N.º2009.05.1.002519-0, DIANTE DAATIPICIDADE DA CONDUTA,DECORRENTE DADESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIAINSTITUÍDA PELA LEI Nº

11.922/2009.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Classe do Processo: RECURSO EM

SENTIDO ESTRITO 2005 01 1078388-4 RSE - 0078388-69.2005.807.0001 Registro do Acórdão Número:250426Data de Julgamento: 13/07/2006 Relator: MARIO MACHADO 

Ementa PENAL. ESTATUTO DODESARMAMENTO. PORTE IRREGULARDE ARMA DE FOGO. ARTIGO 16 DA

LEI N. 10.826/2003. CONDUTATÍPICA. A VACATIO LEGIS INDIRETA,DECORRENTE DOS ARTS. 30, 31 E 32DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO,QUE CONCEDEU AOS POSSUIDORESDE ARMA DE FOGO O PRAZO DE 180(CENTO E OITENTA) DIAS, PARAREGULARIZAÇÃO DO REGISTRO DAARMA OU SUA ENTREGA À POLÍCIAFEDERAL, É ESPECÍFICA PARA OSCASOS DE POSSE IRREGULAR DE

ARMA DE FOGO, NO INTERIOR DERESIDÊNCIA OU NO LOCAL DETRABALHO. DISTINTA A CONDUTA DEPORTAR ARMA EM VIA PÚBLICA, NÃOINCLUÍDA, PORTANTO, NA ABOLITIOCRIMINIS TEMPORÁRIA.RECURSO A QUE SE NEGAPROVIMENTO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Classe do Processo: 2009 00 2001498-8 HBC - 0001498-53.2009.807.0000Registro do Acórdão Número:357024Data de Julgamento: 19/03/2009 Relator: JOÃO EGMONT 

PENAL E PROCESSUAL PENAL.MEDIDA PROVISÓRIA 417, DE 31 DE

Page 56: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 56/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 56/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

JANEIRO DE 2008, CONVERTIDA NALEI 11.706, DE 19.06.2008, QUEALTEROU DISPOSITIVOS DA LEI10.826/03, ESTABELECENDO OPRAZO ATÉ O DIA 31 DE DEZEMBRO

DE 2008, AOS POSSUIDORES EPROPRIETÁRIOS DE ARMAS, PARAREGULARIZÁ-LAS OU ENTREGÁ-LASESPONTANEAMENTE. RÉU QUEPOSSUIA E MANTINHA SOB SUAGUARDA, ARMA DE FOGO, NOINTERIOR DE SUA RESIDÊNCIA, NODIA 14 DE OUTUBRO DE 2007,QUANDO FOI PRESO EM FLAGRANTEPOR LESÔES CORPORAIS E POSSEIRREGULAR DE ARMA DE FOGO.

PRAZO CONCERNENTE ÀS HIPÓTESESDE POSSE DE ARMA DE FOGO QUENÃO SE CONFUNDE COM AS DEPORTE DE ARMA DE FOGO.ATIPICIDADE DAQUELA CONDUTA,QUE COM ESTA NÃO SE CONFUNDE.ARTIGO 32 DO ESTATUTO DODESARMAMENTO. ABOLITIO CRIMINISTEMPORALIS. PRECEDENTES DA CASAE DO C. STJ. 1. A VACATIO LEGISINDIRETA, DECORRENTE DOS ARTS.

30 E 32 DO ESTATUTO DODESARMAMENTO, QUE CONCEDEUAOS POSSUIDORES DE ARMA DEFOGO O PRAZO ATÉ O DIA 31 DEDEZEMBRO DE 2008, PARAREGULARIZAÇÃO DO REGISTRO DAARMA OU SUA ENTREGA À POLÍCIAFEDERAL, É ESPECÍFICA PARA OSCASOS DE POSSE IRREGULAR DEARMA DE FOGO, NO INTERIOR DERESIDÊNCIA OU NO LOCAL DE

TRABALHO. 1.1 A POSSE CONSISTEEM MANTER NO INTERIOR DARESIDÊNCIA (OU DEPENDÊNCIADESTA) OU NO LOCAL DE TRABALHOA ARMA DE FOGO. 1.1.1 O PORTE, ASEU TURNO, PRESSUPÕE QUE A ARMADE FOGO ESTEJA FORA DARESIDÊNCIA E ESTA CONDUTA NÃOESTÁ INCLUÍDA NA ABOLITIOCRIMINIS TEMPORÁRIA. 2. IN CASU,DEVE A LEI RETROAGIR EM

BENEFÍCIO DO PACIENTE, PRESO E

AUTUADO EM FLAGRANTE NO DIA 14DE OUTUBRO DE 2007, POR POSSEDE ARMA DE FOGO, QUANDO AMEDIDA PROVISÓRIA, EDITADA NODIA 31 DE JANEIRO DE 2008,

POSTERIORMENTE CONVERTIDA NALEI 11.706, DE 19.06.2008, AINDANÃO HAVIA SIDO EDITADA. 2.1LOGO, FORÇOSO RECONHECER AOCORRÊNCIA DE ATIPICIDADE DECONDUTA E POR CONSEGUINTE AAUSÊNCIA DE CAUSA JUSTA PARA AAÇÃO PENAL. 3. PRECEDENTES DO C.STJ. 4.1 "1. ESTA CORTE FIRMOUENTENDIMENTO NO SENTIDO DE SERATÍPICA A CONDUTA DE POSSE

IRREGULAR DE ARMA DE FOGO,TANTO DE USO PERMITIDO (ART. 12)QUANTO DE USO RESTRITO (ART.16), NO PERÍODO REFERIDO NOSARTIGOS 30 E 32 DA LEI Nº10.826/2003 EM RAZÃO DADESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA.2. CARACTERIZA-SE O DELITO DEPOSSE IRREGULAR DE ARMA DEFOGO QUANDO ESTA ESTIVERGUARDADA NO INTERIOR DA

RESIDÊNCIA (OU DEPENDÊNCIADESTA) OU NO TRABALHO DOACUSADO, EVIDENCIADO O PORTEILEGAL SE A APREENSÃO OCORREREM LOCAL DIVERSO. 3. OMISSIS. 4.RECURSO PROVIDO PARA TRANCAR AAÇÃO PENAL. (RHC 19.466/RS, REL.MINISTRO PAULO GALLOTTI, 6ªTURMA, DJ 26.02.2007 P. 641)". 3.PRECEDENTES DA CASA. 3.1 "1. OPORTE DE ARMA DE FOGO DE USO

RESTRITO, SEM AUTORIZAÇÃO E EMDESACORDO COM DETERMINAÇÃOLEGAL OU REGULAMENTAR,CONFIGURA O CRIME DO ART. 16 DALEI 10.826/2003. NÃO FOIALCANÇADO PELA MEDIDAPROVISÓRIA 417/2008, QUE ALTEROUO ARTIGO 30 DA LEI 10.826/2003, EDESCRIMINALIZOU SÓ A POSSEILEGAL ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE2008" (IN CLASSE DO PROCESSO:

20071010103764APR DF, DATA DE

Page 57: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 57/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 57/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

JULGAMENTO: 05/02/2009, 1ª TURMACRIMINAL , RELATORA: SANDRA DESANTIS, DJU: 17/02/2009 PÁG. : 99).3.2 "II. A LEI 11.706/08 DEU PRAZOATÉ O DIA 31 DE DEZEMBRO DE 2008

PARA QUE OS POSSUIDORES EPROPRIETÁRIOS DE ARMA DE FOGOPUDESSEM SOLICITAR O REGISTROOU ENTREGÁ-LAS À POLÍCIAFEDERAL. A BOA-FÉ É PRESUMIDA E,AUSENTE PROVA EM CONTRÁRIO,DEVE-SE EXTINGUIR A PUNIBILIDADEPELO CRIME DO ART. DA LEI10.826/2003". (IN PROCESSO :20080310206130RSE DF, DATA DEJULGAMENTO : 22/01/2009, 1ª

TURMA CRIMINAL , RELATORA:SANDRA DE SANTIS, DJU:03/03/2009 PÁG. : 80). 3.3 "1. AMEDIDA PROVISÓRIA Nº 417/2008,CONVERTIDA NA LEI Nº 11.706/2008,ALTEROU OS ARTIGOS 30 E 32 DA LEINº 10.826/2003, DILATANDO OPRAZO PARA REGULARIZAR A POSSEDE ARMAS E MUNIÇÕES, DE USOPERMITIDO, EM RESIDÊNCIA OU EMLOCAL DE TRABALHO, ATÉ

31/12/2008. ASSIM, A CONDUTATÍPICA DE POSSUIRIRREGULARMENTE EM RESIDÊNCIA,MUNIÇÕES, DE USO PERMITIDO(ARTIGO 12 DA LEI Nº 10.826/2003)ESTÁ TEMPORARIAMENTEDESCRIMINALIZADA ATÉ 31 DEDEZEMBRO DE 2008" (IN(20070410113756APR DF , DATA DEJULGAMENTO : 18/12/2008 , 2ªTURMA CRIMINAL, RELATOR :

ROBERVAL CASSEMIRO BELINATI,DJU: 11/02/2009 PÁG. : 368). 3.4 "AMEDIDA PROVISÓRIA Nº 417, DE31.01.2008, CONVERTIDA NA LEI Nº11.706, DE 19.06.2008, AO ALTERAROS ARTIGOS 30 E 32, DA LEI Nº10.826/2003, INSTITUIU UMAABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA EMRELAÇÃO À POSSE IRREGULAR DEARMA DE FOGO DE USO RESTRITO.PRECEDENTES DO STJ E DESTA

CORTE. 4. ASSIM, TENDO EM VISTA

QUE A CONDUTA DO PACIENTE SEAMOLDA AO CRIME PREVISTO NOARTIGO 12 DA LEI Nº 10.826/2003,EM RELAÇÃO AO QUAL A MEDIDAPROVISÓRIA Nº 417, DE 31.0A.2008,

CONVERTIDA NA LEI Nº 11.706, DE19.06.2008, ESTABELECEU UMADESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA,EMERGE A ATIPICIDADE DOS FATOSPRATICADOS, RAZÃO PELA QUALDEVE SER TRANCADA A AÇÃO PENAL"(IN 20080020146990HBC DF, DATADE JULGAMENTO : 07/11/2008 , 2ªTURMA CRIMINAL, RELATOR :ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, DJU:02/12/2008 PÁG. : 205). 4. ORDEM

CONHECIDA E CONCEDIDA PARA OFIM DE DETERMINAR OTRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL COMRELAÇÃO AO CRIME PREVISTO NOART. 12 DA LEI 10.826/2003.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Classe do Processo: APELAÇÃO

CRIMINAL 2004 09 1 008817-2APR - 0008817-21.2004.807.0009 Registro do Acórdão Número:235428Data de Julgamento: 15/12/2005 Relator: MARIO MACHADO 

Ementa PENAL. ESTATUTO DODESARMAMENTO. POSSE IRREGULARDE ARMA DE FOGO DE USOPERMITIDO COM NUMERAÇÃOADULTERADA. ARTIGO 16,PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO IV, DALEI Nº 10.826/2003. ATIPICIDADE DACONDUTA.A LEI 10.826/03, AO ESTABELECER OPRAZO DE 180 DIAS, PRORROGADOATÉ 23/06/2005 PELA LEI Nº11.118/2005, PARA OS POSSUIDORESE PROPRIETÁRIOS DE ARMAS DEFOGO SEM REGISTROREGULARIZAREM OU ENTREGAREM ASMESMAS À POLÍCIA FEDERAL,

Page 58: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 58/188

Page 59: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 59/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 59/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

nos artigos 12 e 16, da Lei nº10.826 ⁄03, por terem as condutas sidopraticadas durante a vacatio legis,sendo elas atípicas. 3. O agente, aindaque beneficiário da assistência

 judiciária gratuita, pode sercondenado ao pagamento das custasprocessuais, nos termos do artigo 804do Código de Processo Penal, ficando,todavia, o seu pagamento sobrestado,enquanto perdurar o seu estado depobreza, pelo prazo de cinco anos,quando então a obrigação estaráprescrita, conforme determinaçãoinserta no artigo 12 da Lei nº1.060 ⁄50. Ademais, a isenção do

pagamento de custas é matéria deexecução penal, quando,efetivamente, deverá ser avaliada amiserabilidade do beneficiário da justiça gratuita. 4. Recurso conhecidoe parcialmente provido.Conclusão: à unanimidade, dar parcialprovimento ao recurso, nos termos dovoto do Eminente Relator.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------7050003891 Classe: Apelação CriminalData de Julgamento: 07/10/2009Relator: ADALTO DIAS TRISTÃO 

APELAÇÃO CRIMINAL - MINISTÉRIOPUBLICO - ESTATUTO DODESARMAMENTO - ABSOLVIÇÃO DOAPELANTE NAS PENAS DO ARTIGO 12DA LEI 10826 ⁄2003 - POSSE ILEGALDE MUNIÇÕES DE USO PERMITIDO -VACATIO LEGIS - ABOLITIO CRIMINISTEMPORES - TOLERÂNCIA, NESSEPERÍODO, DA POSSE IRREGULAR DEARMA DE FOGO E MUNIÇÕES -ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE DACONDUTA - ARTIGO 386, III DO CPP -REFORMA DA R.SENTENÇA -EXTINÇÃO DA PUBIBILIDADE DOAPELANTE, BEM COMO DA CO-RÉ

(ARTIGO 107, III DO CP), NOSTERMOS DO ARTIGO 580 DO CPP -APELO PROVIDO. Consta dos autosque o apelante foi denunciado porposse ilegal de munições e acessório

de arma de fogo, eis que policiaismilitares, cumprindo mandado debusca e apreensão compareceram aresidência da também denunciadaJuliana Rosa, e após efetuarem buscasno local, constataram que a mesmamantinha sob a sua guarda acessóriode arma de fogo e munições, esegundo apurado, Juliana teriaguardado tais objetos, a pedido doapelante. Em sentença prolatada às

fls. 77 ⁄79, o douto magistradosuspendeu o processo em favor dadenunciada Juliana Rosa, pelo prazode 02 anos, face a mesma preencheros requisitos legais da Lei 9099 ⁄95.Quanto ao apelante, foi condenadonos termos do artigo 12 da Lei10.826 ⁄03. Temos, pois, que aconduta prevista do artigo 12 doEstatuto do Desarmamento, em razãodo fenômeno da abolitio criminis

tempores, tornou-se atípica. O casoem tela se deu numa circunstânciapeculiar criada pelo legislador, quetornou atípica por um período aconduta de possuir arma de fogo oumunição. Tal situação prorrogou avacatio legis de alguns dispositivos doreferido estatuto, que compreendeu apublicação da Lei 10826 ⁄03, em23.12.2003, tendo como últimaprorrogação concedida pela Lei

11191 ⁄05, a data de 23.10.2005(artigo 1º) e agora, com a MedidaProvisória nº 417, houve novaprorrogação do prazo para entrega eregistros das armas de fogo até o dia31 de dezembro de 2008. Novaprorragação se perfez com a edição daLei nº 11.706 ⁄2008, alterando osartigos 30 e 32 da Lei 10.826 ⁄03,instituindo-se nova 'abolitio criminis'temporária em relação aos crimes de

posse de arma de fogo, munições e

Page 60: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 60/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 60/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

acessórios de uso permitido, de modoque, durante o referido período, queduraria até 31 de dezembro de 2008,prorrogou-se até 31.12.2009 pela Leinº 10.922 ⁄09, a posse de arma de

fogo de uso permitido nãoconstituindo crime tal conduta. O atopraticado pelo apelante ocorreu nadata de 25 de fevereiro de 2005 ouseja no período da vacatio legis, nãoresta dúvida quanto à atipicidade daconduta praticada pelo recorrente,motivo pelo qual entendo deva ser omesmo absolvido da imputação docrime de posse irregular de muniçõesde uso permitido, devendo ser

estendida tal decisão à co-ré JulianaRosa, nos termos do artigo 580 doCódigo Penal. Apelo provido.Conclusão: à unanimidade, darprovimento ao recurso, nos termos dovoto do Relator.

Íntegra do acórdãoÍndice 

------------------------- 

7088012609 Classe: Apelação CriminalData de Julgamento: 27/05/2009Relator: ALEMER FERRAZ MOULIN 

APELAÇÃO CRIMINAL. SENTENÇACONDENATÓRIA. 1. CRIME DETRÁFICO DE DROGAS. NEGATIVA DEAUTORIA. INSUFICIÊNCIA DEPROVAS. NÃO COMPROVAÇÃO.CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIOADEQUADO E ROBUSTO. 2. AUTORIAINDUVIDOSA. MATERIALIDADEFLAGRANTE. CONDUTA TER EMDEPÓSITO. EVIDÊNCIA. 3. CRIME DEPOSSE IRREGULAR DE ARMA DEFOGO DE USO PERMITIDO. AUTORIAE MATERIALIDADE PRESENTES.EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. ART.107, INCISO III, DO CP.POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DOSARTS. 30 E 32 DA LEI N° 10.826 ⁄03.MP N° 253 ⁄05. CONVERSÃO NA LEI N°

11.191 ⁄05. 4. RECENTÍSSIMAS LEISNS° 11.706 ⁄08 E 11.922⁄09. VACATIOLEGIS INDIRETA. AMPLIAÇÃO DOPRAZO. ATIPICIDADE DA CONDUTA. ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA.

OCORRÊNCIA. 5. CONDUTA BASEADANOS VERBOS POSSUIR E MANTERSOB SUA GUARDA DO ART. 12 DOESTATUTO. ELEMENTAR DE "POSSE" ENÃO DE "PORTE". 6. RECURSOCONHECIDO E PARCIALMENTEPROVIDO.1. As teses absolutórias com fulcro nanegativa de autoria e na insuficiênciade provas não encontram guarida nosautos ante a fragilidade dos meios

probatórios para tal mister.2. O cotejo dos elementos fático-probatórios constantes na ação penal(provas periciais, documentais etestemunhais) faz subsumir a condutaperfilhada pelo réu como inserida naação ⁄conduta ¿ter em depósito¿prevista na norma de ação múltiplacaracterística do art. 33 da Lei n°11.343 ⁄06. 3. O legislador infraconstitucional, ao

prorrogar o prazo para entrega eregularização de armas de fogo emunições, nos termos dos artigos 30 e32 da Lei n° 10.826 ⁄03, criou umasituação sui generis, ocasião em que anorma referente ao tipo penalincriminador analisado, emborapresumidamente válida, deixou depossuir eficácia nos 180 (cento eoitenta) dias fixados pela MedidaProvisória n° 253 ⁄05, convertida na

Lei n° 11.191 ⁄05, período que adoutrina convencionou chamar devacatio legis indireta. Precedentes doC. STJ.4. As recentes Leis ns° 11.706, de 19de junho de 2008, e 11.922, de 13 deabril de 2009, trouxeram alteraçõesna redação dos artigos 30 e 32 doEstatuto do Desarmamento, sendoainda mais complacentes com ospossuidores e proprietários de armas

de fogo, eis que estenderam o prazo

Page 61: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 61/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 61/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

para regularização das armas dospossuidores e proprietários para o dia31 de dezembro de 2009.5. Evidente a atipicidade da condutado réu, dado que, praticada no

período de vacatio legis indireta, estásubsumida nos verbos ¿possuir¿ e¿manter sob sua guarda¿ do artigo 12da Lei n° 10.826 ⁄03, o que caracterizaa elementar "posse". Porconseqüência, patente a abolitio

criminis temporária no tocante àconduta perfilhada pelo acusado.6. Recurso conhecido e parcialmenteprovido, a fim de absolver o acusadoda conduta delitiva prevista no artigo

12 da Lei n° 10.826 ⁄03, com lastro noartigo 107, inciso III, do Código Penalc ⁄c artigo 386, inciso III, do Código deProcesso Penal, mantendo-se, poroutro lado, a condenação exarada no juízo a quo quanto ao crime lastreadono art. 33 da Lei n° 11.343 ⁄06. Conclusão: à unanimidade, darprovimento parcial ao recurso.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de Goiás======================

RECURSO....: 34169-5/213 -APELACAO CRIMINALACÓRDÃO....:17/12/2009PROCESSO...:

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.LEI Nº 11.922/09. VACATIO LEGISINDIRETA. PRORROGACAO DO PRAZOPARA REGULARIZACAO DA ARMA OU

ENTREGA ESPONTANEA. ABOLITIOCRIMINIS. TRATANDO-SE DE CRIMEDE POSSE IRREGULAR DE ARMA DEFOGO DE USO PERMITIDO, AABSOLVICAO, POR ATIPICIDADE DA

CONDUTA, EM DECORRENCIA DAABOLITIO CRIMINIS TEMPORALIS, EMEDIDA IMPERATIVA, DIANTE APRORROGACAO DO PRAZO PREVISTONO ARTIGO 30, DA LEI Nº 10.826/03,ALTERADO PELA LEI Nº 11.922/09,QUE PRORROGOU O TERMO FINALPARA O REGISTRO E/OU ENTREGA DEARMA DE FOGO POR POSSUIDORES EPROPRIETARIOS ATE 31 DEDEZEMBRO DE 2009. RECURSO

CONHECIDO E PROVIDO.DECISÃO:  ACORDAM OSINTEGRANTES DA TERCEIRA TURMAJULGADORA DA PRIMEIRA CAMARACRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, AUNANIMIDADE DE VOTOSACOLHENDO O PARECER DAPROCURADORIA-GERAL DE JUSTICA,EM CONHECER DO APELO E DAR-LHEPROVIMENTO NOS TERMOS DO VOTO

DO RELATOR.

200803754099RELATOR....: DES. ITANEYFRANCISCO CAMPOS

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------RECURSO....:36872-1/213 -APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:03/12/2009PROCESSO...:

EMENTA:  APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO EDE MUNICAO. ABSOLVICAO.ATIPICIDADE DA CONDUTA.INVIABILIDADE. REDUCAO DAREPRIMENDA. 1 - A CONDUTAALCANCADA PELA VACATIO LEGISINDIRETA. SE RESTRINGE AOSCRIMES DE POSSE IREGULAR DEARMA DE FOGO E NAO OS DE PORTEILEGAL. 2 - INVIAVEL A REDUCAO DA

200903130593RELATOR....:DES. HUYGENSBANDEIRA DE MELO

Page 62: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 62/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 62/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

PENA, MESMO PORQUE APLICADA NOMINIMO LEGAL. APELO IMPROVIDO.DECISÃO:  ACORDA O TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, PELA1A. TURMA JULGADORA DE SUA

PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL, AUNANIMIDADE, CONHECER DORECURSO DE APELACAO E NEGAR-LHEPROVIMENTO, NOS TERMOS DO VOTODO RELATOR E DA ATA DEJULGAMENTOS.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

RECURSO....:37054-1/213 -APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:03/11/2009PROCESSO...:

EMENTA:  APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA.ABSOLVICAO. JULGAMENTOANTECIPADO. DEVIDO PROCESSO

LEGAL. VIOLACAO. NULIDADEABSOLUTA. VACATIO LEGIS.INCOMPORTABILIDADE. I - RECEBIDAA DENUNCIA, O PROCEDIMENTOLEGAL APURATORIO DO FATOCRIMINOSO IMPUTADO DEVE CEDERLUGAR A SENTENCA ANTECIPADAPARA NAO SER ABSLUTAMENTE NULAPELA QUEBRA DEVIDO PROCESSOLEGAL. II - NAO FOSSE INOPORTUNA,A SENTENCA SERIA EQUIVOCADA AO

ABSOLVER SUMARIAMENTE OACUSADO RECONHECENDOATIPICIDADE NA SUA CONDUTA DEPORTAR ARMA DE FOGO DE USOPERMITIDO, MERCE DA VACATIOLEGIS INDIRETA PREVISTA NOSARTS. 30 E 32 DA LEI 10.826/ 03,POIS QUE ESSA CAUSA DEAFASTAMENTO DO TIPO NAO RESTAACRISOLADA PELOS REFERIDOSARTIGOS DA LEI, SENAO A POSSE E AGUARDA DE ARMA DE FOGO, ATE 31

DE DEZEMBRO DE 2009 (LEI11.922/09). APELO PROVIDO.DECISÃO:  ACORDA O TRIBUNAL DEJUSTICA DE GOIAS, PELA PRIMEIRATURMA JULGADORA DA SEGUNDA

CAMARA CRIMINAL, EM VOTACAOUNANIME, ACOLHENDO O PARECERDA PROCURADORIA GERAL DEJUSTICA, EM CONHECER DO APELO EDAR-LHE PROVIMENTO, NOS TERMOSDO VOTO DO RELATOR, QUE A ESTESE INCORPORA. CUSTAS DE LEI.

200903493319RELATOR....:DES. JOSE LENAR DEMELO BANDEIRA

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------RECURSO....:37294-6/213 -APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:17/12/2009PROCESSO...:

EMENTA:  APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.DESCLASSIFICACAO PARA O ARTIGO

12 DA LEI 10.826/2003. ABOLITIOCRIMINIS TEMPORARIA. ARMADESMUNICIADA. CONDUTA ATIPICA.INOCORRENCIA. 1 - EXISTINDOPROVA SEGURA E COERENTEATESTANDO A MATERIALIDADE EAUTORIA DO CRIME DE PORTE DEARMA, NAO HA QUE SE FALAR EMDESCLASSIFICACAO. INEXISTENCIADE ABOLITIO CRIMINIS PARA OCRIME DE PORTE. ATIPICIDADE

TEMPORARIA APENAS PARA O CRIMEDE POSSE. O TIPO PENAL DE PORTEDE ARMA DE FOGO, POR SE TRATARDE CRIME COMUM, DE MERACONDUTA E DE PERIGO ABSTRATO,NAO DEPENDE DA OCORRENCIA DENENHUM EFETIVO PREJUIZO PARA ASOCIEDADE E NAO IMPORTA QUE AARMA ESTEJA DESMUNICIADA,SENDO SUFICIENTE O SEU PORTESEM AUTORIZACAO E EMDESACORDO COM DETERMINACAO

200903590691RELATOR....:DR(A). ROZANAFERNANDES CAMAPUM

Page 63: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 63/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 63/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

LEGAL OU REGULAMENTAR. 2 -SUBSTITUICAO DA PENA PRIVATIVADE LIBERDADE POR RESTRITIVA DEDIREITOS. IMPOE-SE ASUBSTITUICAO DA PENA PRIVATIVA

DE LIBERDADE POR DUASRESTRITIVAS DE DIREITOS QUANDOO AGENTE, CONDENADO A PENA DE02 (DOIS) ANOS DE RECLUSAO,PREENCHE OS REQUISITOSELENCADOS PELO ART. 44, E SEUSINCISOS, DO CODIGO PENAL.APELACAO CONHECIDA EPARCIALMENTE PROVIDA.DECISÃO: ACORDAM OSINTEGRANTES DA SEGUNDA TURMA

JULGADORA DA PRIMEIRA CAMARACRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, PORMAIORIA DE VOTOS, ACOLHENDO OPARECER MINISTERIAL, EMCONHECER DA APELACAO E LHE DARPARCIAL PROVIMENTO, TAOSOMENTE, PARA SUBSTITUIR A PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE POR 02(DUAS) RESTRITIVAS DE DIREITOS,NOS TERMOS DO VOTO DA

RELATORA, EXARADO NA ASSENTADADO JULGAMENTO QUE A ESTE SEINCORPORA. SEM CUSTAS.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------RECURSO....:37144-0/213 -APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:24/11/2009PROCESSO...:

EMENTA:  APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.DESCLASSIFICACAO PARA O TIPO DOART. 12, DA LEI N. 10.826/03.IMPOSSIBILIDADE. ABSOLVICAO.ATIPICIDADE A CONDUTA. MP N.417/2008. LEI N. 11.706/2008.VACATIO LEGIS TEMPORARIA.

INAPLICABILIDADE. PRESCRICAO.EXTINCAO DA PUNIBILIDADE DEOFICIO. 1 - NAO E POSSIVEL ADESCLASSIFICACAO PARA O TIPO DOARTIGO 12, DA LEI N. 10.826/03,

QUANDO A ARMA DE FOGO FOIENCONTRADA COM O AGENTE FORADA RESIDENCIA OU LOCAL DETRABALHO DELE. 2 - ADESCRIMINALIZACAO TEMPORARIACRIADA PELA MP N. 417/2008,CONVERTIDA NA LEI 11.706/2008, EEXCLUSIVA DA CONDUTA DA POSSEILEGAL DE ARMA DE FOGO, NAO SEAPLICANDO AO PORTE. 3 - EIMPERATIVO RECONHECER, DE

OFICIO, A PRESCRICAO, QUANDO SEVERIFICA ENTRE AS CAUSAS DEINTERRUPCAO, PRAZO SUPERIOR AOESTABELECIDO NO ART. 109, C/C115, AMBOS DO CP. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.DECISÃO:  ACORDAM OSINTEGRANTES DA TERCEIRA TURMAJULGADORA DA PRIMEIRA CAMARACRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, A

UNANIMIDADE DE VOTOS,ACOLHENDO O PARECER DAPROCURADORIA-GERAL DE JUSTICADO ESTADO DE GOIAS, AUNANIMIDADE DE VOTOS,ACOLHENDO O PARECER DAPROCURADORIA-GERAL DE JUSTICA,EM CONHECER DO APELO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, E DE OFICIO,DECLARAR EXTINTA A PUNIBILIDADEPELA PRESCRICAO RETROATIVA, NOS

TERMOS DO VOTO DO RELATOR.200903522467RELATOR....:DES. ITANEYFRANCISCO CAMPOS

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------RECURSO....:37178-1/213 - APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:15/12/2009PROCESSO...:200903533540RELATOR....:DES. NEY TELES DEPAULA

Page 64: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 64/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 64/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

EMENTA: APELAÇÃO. I - TENDO AARMA DE FOGO SIDO APREENDIDANO LOCAL DE TRABALHO DOAPELANTE, O CRIME MERECE SERDESCLASSIFICADO PARA O

INSCULPIDO NO ART. 12, DA LEI10.826/03. II - A LEI 11.706/2008,QUE DEU NOVA REDACAO AOSARTIGOS 30, 31, E 32, DO ESTATUTODO DESARMAMENTO, SUSPENDEU AEFICACIA DO ART. 12, DA LEI 10.826/03, OCASIONANDO O FENOMENODA ABOLITIO CRIMINIS TEMPORALIS.ASSIM, IMPOE-SE A ABSOLVICAO DOREU COM FULCRO NO ART. 386, III,DO CPP. APELACAO CONHECIDA E

PROVIDA. DECISÃO:  ACORDAM OSCOMPONENTES DA SEGUNDA CAMARACRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, AUNANIMIDADE DE VOTOS, EMCONHECER DA APELACAO E DAR-LHEPROVIMENTO, DE CONFORMIDADECOM O VOTO DO RELATOR.

Índice 

-------------------------RECURSO....:35604-1/213 -APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:03/12/2009PROCESSO...:

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.INCONSTITUCIONALIDADE DOARTIGO 37 DO ESTATUTODESARMAMENTO. NAO VERIFICADA.ATIPICIDADE CONDUTA. PERIODO DEVACATIO LEGIS. NAO OCORRENCIA.ANALOGIA AO ARTIGO 32 DA LEI Nº10.826/03. INVIABILIDADE.ABSOLVICAO. ERRO DE TIPO E ERRODE PROIBICAO. NAO OCORRENCIA.INCONSTITUCIONALIDADE DOARTIGO 14 DO ESTATUTO. OFENSAPRINCIPIO PROPORCIONALIDADE.MUNIÇÃO. NAO CONSTATADA. CRIME

PERIGO ABSTRATO. PENA.DIMINUICAO ATENUANTEDESCONHECIMENTO DA LEI.INVIABILIDADE. PENA PRIVATIVA DELIBERDADE. SUBSTITUICAO PENA

RESTRITIVA DE DIREITO.CABIMENTO. NULIDADE DECISUM.RETORNO AO JUIZO ORIGEM. 1 - NAOHA NENHUMAINCONSTITUCIONALIDADE NO FATODE A LEI ENTRAR EM VIGOR NA DATADE SUA PUBLICACAO. 2 - TENDO ODELITO SIDO PRATICADO EM DATAPOSTERIOR A VIGENCIA DA LEI, NAOHA QUE SE FALAR EM ATIPICIDADEDA CONDUTA. 3 - INVIAVEL

ESTENDER A ABOLITIO CRIMINISTEMPORALIS PREVISTA TAO SOMENTEPARA O DELITO DE POSSEIRREGULAR DE ARMA DE FOGO PARAO CRIME DE PORTE, TIPIFICADO NOARTIGO 14 DO ESTATUTO DODESARMAMENTO, POIS SE TRATAMDE CONDUTAS DISTINTAS. 4 -COMPROVADO NOS AUTOS QUE OAPELANTE SABIA QUETRANSPORTAVA MUNICAO EM SEU

VEICULO, NAO HA QUE SE FALAR EMERRO DE TIPO. 5 - A ASSERTIVA NAOCOMPROVADA DE QUE NA DATA EMVIGOR DO ESTATUTO DODESARMAMENTO O APELANTEENCONTRAVA-SE EM UMA FAZENDA,NAO TEM O CONDAO DE EXCLUIR SUACULPABILIDADE, POR ERRO DEPROIBICAO. 6 - NAO HA OFENSA AOPRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADENO FATO DE O ESTATUTO TER

PREVISTO COMO OBJETO MATERIALARMA DE FOGO, ACESSORIO EMUNICAO EIS QUE O TIPO PENAL DOARTIGO 14 DA LEI Nº 10.826/03 TEMPOR OBJETIVIDADE JURIDICA AINCOLUMIDADE PUBLICA, TENDO OLEGISLADOR PRESUMIDO ALESIVIDADE DA CONDUTA. 7 -INVIAVEL O RECONHECIMENTO DAATENUANTE GENERICA PREVISTA NOINCISO II, DO ARTIGO 65, DO

CODIGO PENAL QUANDO NAO

200900873021RELATOR....:DES. HUYGENSBANDEIRA DE MELO

Page 65: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 65/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 65/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

DEMONSTRADO QUE O APELANTEDESCONHECIA A LEI. 8 - IMPOE-SE ORETORNO DOS AUTOS AO JUIZO DEORIGEM QUANDO NAO HOUVEANALISE ACERCA DO CABIMENTO DA

SUBSTITUICAO DA PENA PRIVATIVADE LIBERDADE POR RESTRITIVA DEDIREITO PARA COMPLEMENTACAO DAPRESTACAO JURISDICIONAL, NAOPODENDO ESTA CORTE FAZE-LO SOBPENA DE SUPRESSAO DE INSTANCIA.APELACAO CONHECIDA E PROVIDAPARCIALMENTE. DECISÃO:  ACORDAO TRIBUNAL DE JUSTICA DO ESTADODE GOIAS, PELA 1A. TURMAJULGADORA DE SUA PRIMEIRA

CAMARA CRIMINAL, A UNANIMIDADE,CONHECER DO RECURSO E DAR-LHEPARCIAL PROVIMENTO, NOS TERMOSDO VOTO DO, RELATOR E DA ATA DEJULGAMENTOS.

Íntegra do acórdão 

Índice -------------------------

======================Tribunal de Justiça do Estado

do Maranhão======================

Acórdão 0750012008Nº Processo 186682006 Relator MÁRIO LIMA REISData 28/08/2008Processo APELAÇÃO CRIMINALEmenta  PENAL. APELAÇÃOCRIMINAL. NULIDADE PROCESSUAL.FALTA DE INTIMAÇÃO PESSOAL PARACOMPARECIMENTO EM JUÍZO.PREJUÍZO NÃO CONFIGURADO ÀPARTE. PRINCÍPIO DAINSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS.RÉU DEVIDAMENTE PRESENTE NAAUDIÊNCIA EM JUÍZO. AUSÊNCIA DEQUALQUER NULIDADE. ARMADESMUNICIADA. ATIPICIDADE DA

CONDUTA. CONFIGURADA AEFICIÊNCIA DA ARMA PARA DISPARODE PROJÉTEIS. ILICITO PENAL.TIPIFICAÇÃO ADEQUADA DO ARTIGO14 DA LEI Nº. 10.826/2003.

INEXISTÊNCIA DA ABOLITIOCRIMINIS TEMPORÁRIA. RECURSOIMPROVIDO. EXTINÇÃO DAPUNIBILIDADE PELO CUMPRIMENTODA PENA EX OFFICIO. 1 - Nãovislumbra-se nulidade quando ocorreo comparecimento do réu em juízo,especificamente, quando não háprejuízo ao seu interrogatório, mesmoque a citação seja realizada porrequisição à Casa de Detenção; 2 -

Restando comprovado o porte dearma, independente de a mesma seencontrar municiada ou não, e acapacidade da arma em dispararprojéteis, é considerado como ilícitopenal tipificado no artigo 14 da Lei nº10.823/2006; 3 - A abolitio criministemporária ocorre nos crimestipificados como posse de armaressaltado no artigo 12 da Lei nº10.826/2006 e não do artigo 14 da

referida lei. Entende-se que são tiposdistintos, pois portar consiste emmera detenção do objeto e considera-se como ilícito no momento quepraticada sem autorização e emdesacordo com a determinação legal;4 - Ex officio, reconhece-se que háextinção da punibilidade, eis que apena aplicada ao caso em concreto jáfoi cumprida; Recurso improvido.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------Acórdão 0722002008Nº Processo 6982007 Relator JOSÉ JOAQUIMFIGUEIREDO DOS ANJOSData 03/04/2008Processo APELAÇÃO CRIMINAL

Page 66: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 66/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 66/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Ementa  PENAL. PROCESSUAL.RECEPTAÇÃO. CONFIGURAÇÃO.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.ATIPICIDADE DA CONDUTA.APELAÇÃO CRIMINAL. 1. Não carece

de fundamentação a sentençacondenatória que, em percucienteanálise da hipótese, faz expressareferência ao conjunto fático-probatório dos autos, sopesando aprova em Juízo produzida. 2.Configurada, IN CASU, a simplesposse, e não o porte, ilegal de armade fogo, e flagrado o acriminado noperíodo da chamada VACATIO LEGISINDIRETA, forçoso reconhecer, no

particular, atípica a conduta. 3.Apelação parcialmente provida, tão-somente para absolver o apelanteespecificamente quanto ao tipoprevisto no art. 14, da Lei nº10.826/2003 e, via de conseqüência,proceder a nova dosimetria da pena,mantida, no mais, a condenaçãoquanto ao crime de receptação.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------Acórdão 0653282007Nº Processo 13932007 Relator ANTONIO FERNANDOBAYMA ARAUJOData 09/07/2007Processo HABEAS CORPUS

Ementa Habeas Corpus. Porteilegal de arma de fogo de usopermitido. Tipicidade da conduta.VACATIO LEGIS INDIRETA.Inocorrência. Aplicabilidade dos arts.30 e 32, da Lei 10.826/2003, restritaàs hipóteses de posse de armaprevistas nos arts. 12 e 16 da referidaLei. Ação Penal. Trancamento.Impossibilidade I - Não há querelacionado ao art. 14, do Estatuto doDesarmamento, o prazo de quetratam os arts. 30 e 32, do mesmo

Diploma, concernente à regularizaçãopelo possuidor ou proprietário de armade fogo ou munição, por meio doregistro ou entrega à Polícia Federal,eis que restritos estes tão-somente às

hipóteses de posse, previstas nos arts.12 e 16. II - Ordem denegada.Unanimidade.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Acórdão 0555592005Nº Processo 108712005 Relator BENEDITO DE JESUS

GUIMARÃES BELOData 26/07/2005Processo HABEAS CORPUS

Ementa  PENAL E PROCESSUALPENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO EMFLAGRANTE. PORTE ILEGAL DE ARMADE FOGO DE USO PERMITIDO ECONSTRANGIMENTO ILEGAL.LIBERDADE PROVISÓRIA. AUSÊNCIADE MOTIVOS PARA A DECRETAÇÃO DE

PRISÃO PREVENTIVA. DIREITOSUBJETIVO CONFIGURADO. FATOOCORRIDO NO PERÍDO DE VACATIOLEGIS INDIRETA. TRANCAMENTO DEOFÍCIO DA AÇÃO PENAL QUANTO AOPORTE DE ARMA. UNANIMIDADE. I -Sendo o réu primário, possuidor deresidência fixa e atividade lícita e,diante da ausência dos motivos queautorizam a prisão preventiva,configura-se o direito à liberdade

provisória. II - Por não haver exauridoo prazo legal para entrega ouregularização de armas de fogo, éatípica a conduta prevista no artigo 14da Lei 10.826/03 e atribuída ao réu.III - Ordem concedida. Unanimidade.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Acórdão 0711902008

Page 67: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 67/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 67/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Nº Processo 134812006 Relator ANTONIO FERNANDOBAYMA ARAUJOData 11/03/2008Processo APELAÇÃO CRIMINAL

EMENTA: Penal. Processual. Apelação.Porte ilegal de arma de fogo. Artigo14, da Lei nº 10.826/03. Prorrogaçãodos prazos para entrega e registro dearmas (artigos 30 e 32, do mesmoEstatuto). VACATIO LEGIS INDIRETAque se aplica, única e exclusivamente,aos proprietários e possuidores dearma de fogo, não aproveitando aoportador. Delito configurado.

Absolvição. Impossibilidade. ***Penade multa. Aplicação em desarmoniacom a análise das circunstâncias judiciais. Redução. Imposição.***Pena restritiva de direito.Limitação de fim de semana.Delegacia de Polícia. Estabelecimentopenal inadequado. Substituição porinterdição temporária de direitos.Possibilidade. I - Praticado o atoquando não expirado o legal prazo

para registro e entrega de armas defogo (artigos 30 e 32, da Lei10.826/03), vedado queresponsabilizados criminalmente pelodelito de "posse de arma de fogo",proprietários e possuidores, situaçãonão alcançada para o portador. II -Para que configurado o tipo "portarilegalmente arma de fogo de usopermitido", bastante o fato de queflagrado o agente no portar da arma.

III - Se, no patamar mínimo, fixada apena privativa de liberdade,inexistente impedimento qualquerpara que aplicável nos mesmosmoldes, a pena de multa, mormentequando favoráveis as circunstâncias judiciais. IV - Inadequado oestabelecimento para o cumprimentoda pena de limitação de fim desemana, autorizativo o seu substituirpor uma outra restritiva de direitos. V

- Recurso parcialmente provido para

que reduzida a pena de multa aomínimo previsto, e, de ofício,substituída a de limitação de fim desemana por interdição temporária dedireitos, na modalidade de proibição

de freqüentar determinados lugares.Unanimidade.

Íntegra do Acórdão

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Mato Grosso====================== 

Número  68637Ano 2009Magistrado DES. JUVENALPEREIRA DA SILVA

Ementa: HABEAS CORPUS - POSSEIRREGULAR DE ARMAS DE FOGO DE

USO PERMITIDO E COM NUMERAÇÃORASPADA (ART. 14, CAPUT, E ART.16, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DA LEI Nº10.826/03) - PRELIMINAR DE NÃOCONHECIMENTO ARGUIDA PELAPROCURADORIA - NÃO ACOLHIMENTO- TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL -LEI Nº 11.706/08 - ABOLITIOCRIMINIS TEMPORÁRIA - ARMAS DEFOGO APREENDIDAS NA RESIDÊNCIAE DENTRO DA PROPRIEDADE RURAL -

ATIPICIDADE DAS CONDUTAS -CONSTRANGIMENTO ILEGALCONFIGURADO - ORDEM CONCEDIDA.1. Há que ser conhecida a impetraçãoquando a análise da questãoapresentada não demandar profundaanálise do acervo fático probatório. 2.Impõe-se o reconhecimento daextinção de punibilidade em favordaquele que for encontrado na posseirregular de arma de fogo, no períodocompreendido entre 23-12-2003 a 31-

Page 68: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 68/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 68/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

12-2008, em face da abolitio criministemporalis. Se as condutas previstasno art. 14, caput, e art. 16, parágrafoúnico, IV, da Lei nº 10.826/03 forampraticadas dentro desse período,

denominado de vacatio  legis  indireta, deve ser obstada a ação penal,movida em face do Paciente, por faltade tipicidade.

Índice 

-------------------------Número  119757Ano 2008Magistrado DES. GÉRSONFERREIRA PAES

Ementa: HABEAS CORPUS - POSSEILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USORESTRITO - VACATIO LEGIS INDIRETA- FLAGRANTE OCORRIDO DENTRO DOPERÍODO DE REGULARIZAÇÃO DA LEI11.706/08 - ATIPICIDADE DACONDUTA - ORDEM CONCEDIDA DEOFÍCIO PARA TRANCAR A AÇÃOPENAL INSTAURADA CONTRA OPACIENTE. O Estatuto do

Desarmamento estabelece que aposse consiste em manter no interiorda residência (ou dependência desta),ou no local de trabalho a arma defogo. O porte, por sua vez, pressupõeque a arma se encontre fora daresidência ou local de trabalho.Restando o Paciente denunciado pelaposse ilegal de arma de fogo de usorestrito, a conduta por ele praticada éatingida pela vacatio legis indireta

ocasionada pela alteração promovidapela Lei nº. 11.706/08 que suspende aeficácia do preceito legal que dispõeacerca do delito a ele imputado,merecendo ser reconhecida aatipicidade da conduta.

Índice 

-------------------------Número  44812Ano 2008

Magistrado DES. RUIRAMOS RIBEIRO

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL -PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO

(ART. 14 E 16, CAPUT E 16, IV DA LEINº 10.826/03) - PRETENSÃOPRELIMINAR DE LITISPENDÊNCIA -FATOS E PROCESSOS DIVERSOS -INOCORRÊNCIA DE DUPLICIDADE -REJEIÇÃO - MÉRITO - AUSÊNCIA DEPROVAS PARA A CONDENAÇÃO AOLADO DA ATIPICIDADE DA CONDUTAE ALTERNATIVAMENTEDESCLASSIFICAÇÃO PARA A POSSEILEGAL DE ARMA DE FOGO - PROVA -

REALIDADE DELITIVA - ARMASLOCALIZADAS NO VEÍCULO EMESTRADA VICINAL - CONFISSÃO DOAPELANTE EM SIMETRIA A DELAÇÃODO CO-RÉU - SUFICIÊNCIA PARASENTENÇA DE CONDENAÇÃO EAFASTAR A ABOLITIO CRIMINISTEMPORÁRIA - RECURSO IMPROVIDO.Inocorre a litispendência sem aidentidade típica. Se as circunstânciasdo fato demonstram o aspecto físico

do porte iluminado pelo elementosubjetivo do agir humano, inviável adesclassificação para a mera posse doinstrumento. O prazo previsto nosartigos 30 e 32 da Lei nº 10.826/2003é para que os possuidores eproprietários de armas de fogo asregularizem ou as entreguem àsautoridades. Somente as condutastípicas “possuir ou ser proprietário” foram abolidas temporariamente.

Índice 

-------------------------Número  46414Ano 2005Magistrado DES. JOSÉ LUIZDE CARVALHO 

Ementa: RECURSO EM SENTIDOESTRITO - POSSE IRREGULAR DEARMA DE FOGO DE USO RESTRITO -

Page 69: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 69/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 69/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

ART. 16 DA LEI Nº 10.826/03RELAXAMENTO DA PRISÃO EMFLAGRANTE POR ATIPICIDADE DOFATO - INCONFORMISMOMINISTERIAL - OFENSA AO ART. 93,

IX, DA CF/88 - INOCORRÊNCIA -DELITO COMETIDO DURANTE AVACATIO LEGIS, PREVISTO NO ART.32 DO MESMO DIPLOMA LEGAL -POSSIBILIDADE DE ENTREGA DAARMA - ABOLITIO CRIMINISTEMPORÁRIA - RECURSO IMPROVIDO.Não padece de fundamentação legal adecisão que relaxa o flagrante combase na atipicidade da conduta, umavez que a legislação aplicável ao caso

a regulamenta. Considera-se atípica aconduta de posse irregular de arma defogo, ainda que de uso restrito, emface da possibilidade da entrega doreferido armamento a Polícia Federal,no período da vacatio legis, previstono art. 32 da Lei.

Índice 

-------------------------Número  109422

Ano 2007Magistrado DES. JUVENALPEREIRA DA SILVA

Ementa: RECURSO DE APELAÇÃOCRIMINAL - POSSE ILEGAL DE ARMADE FOGO DE USO PERMITIDO (ART.16 DA LEI Nº 10.826/2003) -APREENSÃO NO LOCAL DE TRABALHO- SENTENÇA CONDENATÓRIA -DESCONSTITUIÇÃO -SUPERVENIÊNCIA DA LEI Nº11.706/2008 - APLICAÇÃORETROATIVA - ATIPICIDADE TEMPORÁRIA - ABOLITIO CRIMINIS -EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE -ABSOLVIÇÃO DECRETADA DE OFÍCIO- RECURSO IMPROVIDO. Com a ediçãoda Lei nº 11.706/2008, que prorrogouos prazos previstos nos artigos 30 e32 da Lei nº 10.826/2003, apontandocomo termo final para a regularizaçãoda posse de arma de fogo para a data

de 31 de dezembro de 2008, tornou-se atípica a conduta de manter sob aguarda em local de trabalho, arma defogo de uso permitido, em desacordocom determinação legal ou

regulamentar, quando praticadoanteriormente ou na vigência davacatio legis indireta. Assim, no caso,é de se aplicar o princípio daretroatividade da lei mais benigna ereconhecer a extinção da punibilidade,decretando de ofício a absolvição doApelado, quanto ao delito previsto noartigo 16 da Lei do Desarmamento,nos termos do artigo 107, inciso III,do Código Penal, combinado com o

artigo 61 do Código de ProcessoPenal.Índice 

-------------------------Número  78105Ano 2008Magistrado DR. CARLOSROBERTO C. PINHEIRO

Ementa: PROCESSUAL PENAL -RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL -

CONDENAÇÃO POR TRÁFICO EASSOCIAÇÃO - LEI 11.343/2006 -ALEGAÇÃO DE UM DOS RÉUS DEAUSÊNCIA DE PROVA QUANTO ÀTRAFICÂNCIA - IMPROCEDÊNCIA -RECONHECIMENTO DO PRÓPRIOAGENTE EM SEDE POLICIALCORROBORADO POR OUTROSELEMENTOS DE PROVA - PEDIDOCOMUM DE ABSOLVIÇÃO PELODELITO DE ASSOCIAÇÃO -

INOCORRÊNCIA - CIRCUNSTÂNCIASDA ATUAÇÃO DELITUOSAINDICATIVAS DA ESTABILIDADE EPERMANÊNCIA - PEDIDO DE REDUÇÃODA PENA EM RAZÃO DO ART. 33, §4º, DA LEI 11.343/2006 EM 2/3 -IMPOSSIBILIDADE - REDUÇÃO DE 1/6PROCEDIDA EM PRIMEIRA INSTÂNCIAQUE SE REVELA ESCORREITA -PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE BEMAPREENDIDO - IMPOSSIBILIDADE -PERDIMENTO DE BEM UTILIZADO

Page 70: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 70/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 70/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

PARA A PRÁTICA DO TRÁFICO -COMPROVAÇÃO DO USO DO VEÍCULOTANTO PARA AS OPERAÇÕES DEAQUISIÇÃO QUANTO DE VENDA DADROGA - PEDIDO COMUM DE

ISENÇÃO DA PENA PECUNIÁRIA -ALEGAÇÃO DE PENÚRIA ECONÔMICADOS RÉUS - IMPROCEDÊNCIA -NATUREZA SANCIONATÓRIA DAMULTA - SITUAÇÃO ECONÔMICA DORÉU CONSIDERADA NA SEGUNDAFASE DA APLICAÇÃO DA MULTA -RELEVÂNCIA DA SANÇÃO EMQUESTÃO NOS CRIMES DE TRÁFICO -PEDIDO COMUM DE ISENÇÃO DASCUSTAS PROCESSUAIS -

IMPOSSIBILIDADE - ORDENAMENTOESTABELECE SOBRESTAMENTO DOPAGAMENTO - COMPETÊNCIA DOJUÍZO DA EXECUÇÃO PARA AAPRECIAÇÃO DA QUESTÃO - APELOSIMPROVIDOS - ABSOLVIÇÃO DEOFÍCIO DO ACUSADO GILMARPEREIRA PAIDA DA CONDENAÇÃOPOR POSSE DE ARMA - ATIPICIDADEDA CONDUTA - ARTS. 30 E 32 DA LEI10.826/2003 - DESCRIMINALIZAÇÃO

TEMPORÁRIA - PRECEDENTES.Aliando-se às harmônicas e coerentesdeclarações do acusado na fasepolicial, tem-se o resultado da busca eapreensão realizada em suaresidência, em que os agentespoliciais lograram êxito em apreenderuma embalagem contendo substânciaentorpecente análoga a pasta-base decocaína, um pequeno papelote damesma substância, além de inúmeros

objetos utilizados noacondicionamento comercial da droga,merecendo destaque tanto a balançade precisão e quanto inúmerospedaços de plásticos individualmenterecortados, tudo a tornar inequívoca asua atuação no comércio deentorpecentes. Conformetradicionalmente afirmado peladoutrina, para a configuração do delitode associação para o tráfico, previsto

no caput do art. 35 da nova Lei de

drogas, faz-se necessária a atuaçãodos agentes em societas sceleris, ouseja, a atuação dos agentes comestabilidade e permanência. Uma vezcomprovada a atuação conjunta dos

agentes delitivos na comercializaçãodo entorpecente, a presença deelementos fáticos concretizadores daestabilidade e permanência na ação,v.g. a compra da droga em outracidade por intermédio de operaçãoenvolvendo diversos meios detransporte, e o estabelecimento deresidência em imóveis vizinhos, impõeo reconhecimento do tipo penal deassociação para o tráfico. Se a

finalidade da causa de diminuiçãotrazida pela nova Lei de Drogas éexatamente amenizar a resposta penalàqueles agentes delitivos que seiniciam na comercialização deentorpecentes, ou seja, àqueles “marinheiros de primeira viagem”, apresença de elementos probatóriosindicando o ideal de perpetuação dotráfico desenvolvido pelo agentedemonstra que a redução no patamar

mínimo, isto é, em 1/6 (um sexto),não merece qualquer reparo.Conforme preconizado nos artigos 62e 63 da Lei 11.343/2006, os veículosutilizados para a prática dos crimesprevistos na Lei de Drogas, deverãoser apreendidos, ficando inicialmentesob custódia da autoridade de polícia judiciária, cumprindo ao juiz, aoproferir a sentença de mérito, decidirsobre o perdimento do mencionado

bem. A indicação, em coerentes eharmônicas narrativas, de que oveículo apreendido era utilizado pelosagentes tanto para adquirir oentorpecente em outra cidade quantopara comercializá-lo a usuários tornaimperioso o perdimento do bem. Acondição econômica do condenado nãoresulta no afastamento da sanção demulta, merecendo cotejo, todavia, nomomento da fixação do valor da pena

de multa a ser aplicada. De acordo

Page 71: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 71/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 71/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

com o sistema bifásico de fixação dapena de multa, a desfavorávelsituação econômica do condenadodeve de ser considerada na segundafase da aplicação, ou seja, na

definição do valor dos dias-multaprecedentemente estabelecidos. Nosdelitos essencialmente destinados àarrecadação de vultuosos valores, aexemplo do tráfico de drogas e daassociação para o tráfico, a fixação desanções pecuniárias reveste-se dedestacada importância na medida emque constitui fator de desestímulo àconduta criminosa, evitando-se assimnão apenas o retorno de condenados à

delinqüência como também acooptação de novos indivíduos para amercancia de drogas. De acordo coma redação do art. 804 do EstatutoProcessual, ao vencido cumpre aobrigação de recolher a custasprocessuais. Ainda que se trate decondenado beneficiário da assistência judiciária gratuita, a condenação nascustas é medida que se impõe,ficando, entretanto, sobrestado o

pagamento enquanto persistir asituação de pobreza, pelo prazo de 05(cinco) anos, ao término do qualestará prescrita a obrigação. Oreconhecimento da situação depobreza, a ensejar o sobrestamentodo pagamento, há de feito apenas nafase da execução, momento em que areal situação financeira do condenadopode ser aferida, até porque subsistepossibilidade de a situação econômica

alterar-se entre as fases de aplicaçãoe execução da pena. Apesar de aconduta desenvolvida pelo acusado seamoldar à figura típica descrita no art.12 da Lei 10.826/2003, os artigos 30e 32 do mesmo diploma, com novaredação dada pela Lei n.º 11.706, de19 de junho de 2008, concederam deforma expressa aos acusados decrimes de posse ilegal de arma defogo, de uso permitido ou restrito,

uma espécie de anistia - ou

descriminalização temporária até o dia31.12.2008, razão pela qual esta devea conduta do agente ser consideradaatípica, na esteira dos julgados jáproferidos por esta egrégia Corte e

pelo colendo Superior Tribunal deJustiça.

Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de Minas Gerais

======================

Número do processo: 1.0702.01.002146-8/001(1) Númeração Única: 0021468-80.2001.8.13.0702 Relator:  ANTÔNIO ARMANDO DOSANJOSData do Julgamento: 27/02/2007

Ementa: PORTE ILEGAL DE ARMA -

DELITO PRATICADO NA VIGÊNCIA DALEI 9.437/97 - ATIPICIDADE -'ABOLITIO CRIMINIS' -INOCORRÊNCIA. Ainda que a novalegislação tenha trazido importantesinovações em relação à Lei n°9.437/97, não há como aplicarretroativamente as disposições dosartigos 30 a 32 da Lei nº10.826/2003, pois, além do porteilegal de arma continuar sendo crime

na nova legislação, teve suas penasagravadas. Além disso, os citadosdispositivos em nada afetam atipicidade da conduta de quem foipreso em flagrante portando arma defogo sem autorização legal, pois a'vacatio legis' tem aplicação restritaaos delitos de posse de armas, o que joga por terra a alegação deatipicidade da conduta, retroatividadeda lei mais benigna, ou 'abolitiocriminis'. - Recurso improvido.

Page 72: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 72/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 72/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Súmula: NEGARAM PROVIMENTO.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------Número do processo:1.0349.08.020967-0/001(1) Númeração Única:  0209670-86.2008.8.13.0349 Relator: HERBERT CARNEIRO Data do Julgamento: 10/06/2009 

Ementa:  RECURSO EM SENTIDOESTRITO - DECISÃO QUE NÃOCONHECEU DO RECURSO DE

APELAÇÃO - CONFIRMAÇÃO -INTEMPESTIVIDADE MANIFESTA -POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO -CONDUTA ATÍPICA - LEI 11.706/08 -ALTERAÇÃO DA REDAÇÃO DOS ARTS.30 E 32 DA LEI Nº 10.826/03 - NOVAABOLITIO CRIMINIS DA CONDUTA -RETROATIVIDADE DA NORMA PENALMAIS BENÉFICA - ABSOLVIÇÃODECRETADA EM HABEAS CORPUS DEOFÍCIO. - Interposto o recurso de

apelação após decorrido o prazo decinco dias da última intimação, nãopode ser conhecido, face a manifestaintempestividade. - A Lei nº11.706/2008, alterando os arts. 30 e32 da Lei nº 10.826/03, instituiu novaabolitio criminis temporária emrelação aos crimes de posse de armade fogo, munições e acessórios, e, porse tratar de "lex mitior"", retroagepara beneficiar o réu que praticou a

conduta em período anterior àvigência da lei. Súmula: NEGARAMPROVIMENTO AO RECURSO ECONCEDERAM HABEAS CORPUS, DEOFÍCIO, PARA ABSOLVER ARECORRENTE DO DELITO DO ART. 12DA LEI 10.826/03.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

Número do processo:1.0000.08.472119-0/000(1)Númeração Única: 4721190-92.2008.8.13.0000 Relator: JUDIMAR BIBER  

Data do Julgamento: 11/05/2009 

Ementa:  REVISÃO CRIMINAL -SUPRESSÃO DE SINAL DE ARMA DEFOGO - DESCLASSIFICAÇÃO PARA OCRIME DE POSSE IRREGULAR DEARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO -OBJETO ENCONTRADO NARESIDÊNCIA DO AGENTE -NECESSIDADE. Se a condenação fereo princípio da correlação ao impor

condenação no art. 16, § único, I, daLei Federal 10.826/03, inexistindo nadenúncia a ação narrativa condizente,mas tão somente com o contextonuclear do delito de posse de arma defogo irregular, na forma do art. 16, IV,da Lei Federal 10.826/03, não semostra possível desqualificar o fato dea arma, que não é de uso restrito,estar em local expressamentedeclinado pela legislação em tipo

diverso que apenas exige que a armade fogo seja de uso permitido, o quetorna inevitável a conclusão de que oarmamento, ainda que irregular, deveestar em local diverso da residênciado réu, ou dependência desta, ou,ainda, em local diverso de seutrabalho, desde que titular ou oresponsável legal do estabelecimentoou empresa, para que fosse possívelmanter o enquadramento da ação ao

art. 16, IV, impondo-se adesclassificação para o tipo maisbenéfico do art. 12 da Lei Federal10.826/03 em razão de suasespecificidades. ART. 12 OU ART. 16,IV, NA MODALIDADE DE POSSUIR,C/C ART. 30 E 32 DA LEI FEDERAL10.826/03 - LEI 11.706/08 - NOVOPRAZO PARA REGULARIZAÇÃO ATÉ31/12/2008 - APREENSÃO NOPERÍODO DA 'VACATIO LEGIS' -

'ABOLITIO CRIMINIS TEMPORALIS' -

Page 73: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 73/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 73/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

ABSOLVIÇÃO - NECESSIDADE. Ocrime previsto no art. 12, ou no art.16, IV, na modalidade de possuir,ambos da Lei 10.826/03, com asmodificações impostas pela Lei Federal

11.118/05, Lei Federal 11.191/05,bem da retroatividade de efeitosproduzidos pela modificação contidana Medida Provisória 417/08,convertida na Lei Federal 11.706/08,tudo em combinação com o art. 29 e30 da mesma legislação, perderamsua eficácia até 31/12/2008, períodoem que foi prorrogada a 'vacatiolegis', impondo, portanto, oreconhecimento da 'abolitio criminis

temporalis' que conduz à absolvição econsequentemente à impossibilidadede manutenção da decisãocondenatória. Julgada procedente aação revisional. Súmula: DEFERIRAMO PEDIDO, ESTENDENDO A FORÇA DOJULGADO AO CO-RÉU EDUARDOOLIVEIRA PESSOA AGUIAR.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------Número doprocesso:1.0000.08.4792126/000(2) Númeração Única:  4792126-45.2008.8.13.0000 Relator:  ANTÔNIO ARMANDO DOSANJOSData do Julgamento: 16/09/2008 

Ementa:  HABEAS CORPUS -TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL -POSSE DE ARMA DE FOGO -ABRANGÊNCIA PELO PERÍODO DAVACATIO LEGIS INDIRETA - CONDUTAATÍPICA - FALTA DE JUSTA CAUSACONFIGURADA. Verificando que o fatoocorreu durante o vacatio legisindireta instituída pelos arts. 30 e 32da Medida Provisória nº 417, de31.01.2008, que tornou atípicas ascondutas descritas no art. 12 e parte

do art. 16 da Lei 10.826/03, até o dia31 de dezembro de 2008, prazo pararegularização do registro de arma defogo ou mesmo sua entrega medianteindenização, resta caracterizada a

ausência de justa causa a ensejarinstauração de ação penal. Ordemconcedida. Súmula: CONCEDERAM AORDEM, COM COMUNICAÇÃO.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Pará====================== 

Nº ACÓRDÃO: 82457Nº PROCESSO: 200930086788RECURSO: Recurso em SentidoEstritoRELATOR: ALBANIRA LOBATO

BEMERGUYDATA DO JULGAMENTO:24/11/2009

EMENTA:

- A vacatio legis indireta e o abolitiocriminis temporalis dispostos na Lei10.826/03 são específicos para oscasos de posse irregular de arma defogo, ou seja, quando a arma estejano interior de residência ou no local detrabalho, e não se confunde com oporte ilegal de arma de fogo, que

RECURSO PENAL EMSENTIDO ESTRITO. PORTE ILEGAL DEARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO.SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. VACATIOLEGIS INDIRETA E ABOLITIOCRIMINIS TEMPORÁRIA. NÃOAPLICAÇÃO. EFEITOS QUE NÃO

ALCANÇAM A CONDUTA DE PORTARARMA DE FOGO. RECURSOCONHECIDO E PROVIDO.

Page 74: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 74/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 74/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

pressupõe que o artefato esteja forada residência ou local de trabalho.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------Nº ACÓRDÃO: 80920Nº PROCESSO: 200930071763RECURSO: Habeas CorpusRELATOR: RAIMUNDO HOLANDAREISDATA DO JULGAMENTO:05/10/2009

EMENTA: Habeas corpus substitutivo

de revisão criminal com pedido deliminar. Constrangimento ilegal.Condenação por posse ilegal de armade fogo. Art. 12 do Estatuto doDesarmamento. Atipicidade daconduta. Vacatio legis indireta.Precedentes. Se a conduta de posseilegal de arma de fogo foi praticada noperíodo de abolitio criministemporária, impõe-se a extinção dapunibilidade. Ordem concedida.

Decisão unânime.Íntegra do Acórdão 

Índice 

-------------------------Nº ACÓRDÃO: 67677Nº PROCESSO: 200730033608RECURSO: APELACAO PENALRELATOR: RAIMUNDO HOLANDAREISDATA DO JULGAMENTO:09/08/2007

EMENTA: APELAÇÃO PENAL PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO ART. 14DO ESTATUTO DO DESARMAMENTOVACATIO LEGIS INDIRETAATIPICIDADE CONFIGURADAPRECEDENTES ABSOLVIÇÃOCONFIRMADA. Considerando que osuposto crime foi cometido no períodoarbitrado pelo Executivo e Legislativo

para a entrega de armas de fogo àPolícia Federal, deve ser confirmada aabsolvição do Recorrido, posto que elenão pode ser prejudicado, emdetrimento da dúvida em relação à

tipicidade ou não do porte ilegal dearma no período da vacatio legisindireta, sendo que vários outrosindivíduos, mesmo com antecedentescriminais, foram assim beneficiados.Recurso conhecido e improvido, pormaioria.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

Nº ACÓRDÃO: 63371Nº PROCESSO: 200630048195RECURSO: APELACAO PENALRELATOR: RAIMUNDO HOLANDAREISDATA DO JULGAMENTO:17/04/2006

EMENTA: Ementa: Apelação penal -porte ilegal de arma adulterada - art.16, parágrafo único, estatuto do

desarmamento – vacatio legis indireta- atipicidade configurada - ausência deoutra imputação penal - precedentes -absolvição imposta. Considerando queo suposto crime foi cometido noperíodo arbitrado pelo executivo elegislativo para a entrega de armas defogo à polícia federal, bem como, ainexistência de qualquer outraimputação criminal em desfavor doapelante, não há como manter-se a

condenação imposta, posto que orecorrente não pode ser prejudicado,em detrimento da dúvida em relação àtipicidade ou não do porte ilegal dearma no período da vacatio legisindireta, sendo que vários outrosindivíduos, mesmo que comantecedentes criminais, foram assimbeneficiados. Recurso conhecido eprovido, à unanimidade.

Íntegra do Acórdão 

Page 75: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 75/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 75/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Índice 

-------------------------Nº ACÓRDÃO: 58239Nº PROCESSO: 200530038741

RECURSO: HABEAS CORPUSRELATOR: THEREZINHA MARTINSDA FONSECA

EMENTA: Ementa: Habeas corpusporte ilegal de arma de fogo flagrantelavrado na vigência do estatuto dodesarmamento. Atipicidade.Inocorrência. Pedido de liberdadeprovisória. Impossibilidade. I A Lei nº10.826/03, ao estabelecer o prazo de

180 dias para que os possuidores eproprietários de armas de fogo semregistro regularizassem a situação ouas entregassem à Polícia Federal, criouuma situação peculiar, pois, duranteesse período, a conduta de possuirarma de fogo deixou de serconsiderada típica. II Em relação aocrime de porte ilegal de arma de fogo,praticado na vigência do estatuto dodesarmamento, não se evidencia o

sustentado fenômeno da "vacatiolegis" indireta assim descrita nadoutrina criada pelo legislador. IIIAfastado o argumento segundo o qualteria ocorrido a "abolitio criministemporalis" da conduta de "portarilegalmente arma de fogo" imputadaao paciente, praticada sob a égide daLei nº 10.826/03, torna-se inviável opretendido trancamento da ação penalinstaurada. IV O conteúdo dos arts. 30

e 32 da Lei nº 10.826/03, dirigidosexclusivamente aos "possuidores eproprietários" de arma de fogo, nãopermite ao hermeneuta impedir apersecução penal contra o agente queé flagrado portando ilegalmente umaarma de fogo. V Embora a prisão emflagrante tenha sido lavrada de acordocom os ditames da lei e o juízocompetente a tenha mantido, oencarceramento cautelar não se justifica quando está cristalino nos

autos que os requisitos do art. 312não se encontram preenchidos e aprisão não se faz necessária. VIOrdem concedida, em parte, paraconceder a liberdade provisória do

paciente. Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Paraná====================== 

Nº do Acórdão: 23341 Processo: 0472547-5Recurso: Apelação CrimeRelator: Noeval de QuadrosJulgamento: 25/09/2008

EMENTA: APELAÇÕES CRIMINAIS.POSSE IRREGULAR DE MUNIÇÃO DEARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO,VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL, NAFORMA DE EXPOSIÇÃO À VENDA, E

TRÁFICO DE SUBSTÂNCIAENTORPECENTE (ARTS. 12 DA LEI10.826/03, 184 § 2º DO CÓDIGOPENAL E 12 DA LEI 6.368/76).APELAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO:1) VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL.EQUÍVOCO AO FIXAR A PENA DOCAPUT E NÃO A PENA PREVISTA NOART. 184 § 2º DO CP. 2) ABSOLVIÇÃOPELO CRIME DE TRÁFICO DESUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES E

NÃO APLICAÇÃO DO ART. 28 DA LEI11.343/06. NULIDADE DA SENTENÇA.ENCAMINHAMENTO AO JUIZADOESPECIAL CRIMINAL. PROVIMENTO.APELAÇÃO DE CARLOS ROBERTO DOSSANTOS: PLEITO DE ABSOLVIÇÃOQUANTO AO CRIME DE POSSEIRREGULAR DE MUNIÇÃO DE ARMADE FOGO DE USO PERMITIDO.ATIPICIDADE DA CONDUTA. PERÍODOCONCEDIDO PARA A REGULARIZAÇÃODA POSSE DAS ARMAS. ANISTIA

Page 76: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 76/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 76/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

TEMPORÁRIA. RECURSO PROVIDO. 1.Se na fundamentação a sentençaadmite a ocorrência da violação dedireito autoral capitulada no art. 184,§ 2º, do Código Penal, não cabe a

aplicação da pena prevista no caputdesse artigo, efetivamente maisbranda. 2. O crime de uso desubstância entorpecente previsto noart. 16 da Lei 6.368/76,correspondente ao atual art. 28 da Lei11.343/06 é de menor potencialofensivo e, assim, sua apreciação e  julgamento é de competência doJuizado Especial Criminal. 3. O prazopara os possuidores de armas de fogo

de uso permitido regularizarem aposse foi prorrogado até o dia 31 dedezembro de 2008 pelas Leis nº10.884/2004, Lei nº 11.118/2005, Leinº 11.191/2005 e Lei nº 11.706/2008(MP 417), de modo que, até esta data,é atípica a conduta do agente que temsua arma apreendida na residência ouno local de trabalho. DECISÃO:ACORDAM os integrantes da SegundaCâmara Criminal do Tribunal de

Justiça do Estado do Paraná, porunanimidade de votos, em darprovimento aos recursos do MinistérioPúblico e de Carlos Roberto dosSantos, nos termos do voto doRelator.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------Nº do Acórdão: 25861 Processo: 0612563-5Recurso: Apelação CrimeRelator: Noeval de QuadrosJulgamento: 10/12/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.CONDENAÇÃO PELO CRIME DE PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USOPERMITIDO. ALEGAÇÃO DE QUE AARMA FOI APREENDIDA NO LOCAL DETRABALHO DO RÉU E NÃO EM VIA

PÚBLICA. AUSÊNCIA DE PROVASSEGURAS CAPAZES DE AMPARAR UMÉDITO CONDENATÓRIO.APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO INDUBIO PRO REO. DESCLASSIFICAÇÃO

PARA O DELITO DE POSSEIRREGULAR DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO. ART. 12 DA LEI10.826/03. PERÍODO DEREGULARIZAÇÃO DA POSSE OUENTREGA DAS ARMAS E MUNIÇÃO.ANISTIA TEMPORÁRIA. CONDUTAATÍPICA. ABSOLVIÇÃO. 1. Odepoimento prestado por policiais em juízo tem presunção de veracidade enão pode ser desqualificado apenas

por emanar de agentes estataisincumbidos da repressão penal.Entretanto, o caso concreto deve seranalisado à luz de algumasparticularidades. 2. As provas nãogeram certeza de que o réu tenha sidoabordado no horário e local afirmadospelos policiais e nem se a arma foiapreendida com ele em via pública ouem seu local de trabalho. 3. É assentena jurisprudência o entendimento de

que na ausência de elementosconfiáveis e seguros para acondenação é recomendável aplicar oprincípio da prevalência do interessedo réu - in dubio pro reo. 4. O prazopara que o possuidor de armas defogo de uso permitido regularize aposse, ou a entregue à Polícia Federal,foi sendo sucessivamente prorrogadoaté o dia 31 de dezembro de 2009 (Leinº 11.922/09), de modo que, até esta

data, é atípica a conduta do agenteque possui uma arma na suaresidência ou no seu local de trabalho.RECURSO PROVIDO. DECISÃO:ACORDAM os integrantes da 2ªCâmara Criminal do Tribunal deJustiça do Estado do Paraná, porunanimidade de votos, em darprovimento ao recurso, no sentido deabsolver o réu, com expedição doalvará de soltura, se por outro motivo

Page 77: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 77/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 77/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

não estiver preso, nos termos do votodo Relator.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de Pernambuco====================== 

Tipo do Processo  Habeas Corpus 

Número do Acórdão  176423-0 Número de Origem 234200800003109 Relator  Marco AntonioCabral Maggi Data de Julgamento: 12/11/2008

Ementa  CONSTITUCIONAL.PROCESSUAL PENAL. HABEASCORPUS. POSSE ILEGAL DE MUNIÇÃODE USO RESTRITO. ALEGAÇÃO DE

ATIPICIDADE DA CONDUTA. VACATIOLEGIS INDIRETA DOS ARTIGOS 30 E32 DA LEI 10.826/2003 PRORROGADOPELA LEI 11.706/2008.TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL.ORDEM CONCEDIDA. DECISÃOUNÂNIME. 1. A conduta de posseilegal de «arma» de «fogo» ou«munição», de uso permitido ourestrito, é considerada atípica seflagrado o paciente dentro do período

de regularização ou entrega a PolíciaFederal. Prazo prorrogado até 31 dedezembro de 2008 pela lei nº11.706/2008.2. Trancamento da açãopenal, tendo em vista a atipicidade daconduta atribuída ao paciente pelavacatio legis indireta. Decisão  ÀUNANIMIDADE DE VOTOS,CONCEDEU-SE A ORDEM A FIM DETRANCAR A AÇÃO PENAL MOVIDA EMDESFAVOR DO PACIENTE.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------Tipo do Processo  Habeas Corpus 

Número do Acórdão  177939-7 Número de Origem 213200700023050 Relator  Romero deOliveira Andrade Data de Julgamento  19/3/2009

Ementa  PROCESSUALPENAL E PENAL - HABEAS CORPUS -POSSE IRREGULAR DE ARMA DEFOGO DE USO PERMITIDO - ARTIGO

12, DA LEI Nº 10.826/2003 -EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EM FACEDA ABOLITIO CRIMINIS ADVINDAPELA MEDIDA PROVISÓRIA Nº417/08, CONVERTIDA NA LEI Nº11.706/2008 - DIVERGÊNCIA NOENTENDIMENTO DA DOUTAPROCURADORIA DE JUSTIÇACRIMINAL - REDAÇÃO DO ARTIGO 30DA LEI 10.826/03 («ESTATUTO» DO«DESARMAMENTO»), FOI ATINGIDA

PELO INSTITUTO DA ABOLITIOCRIMINIS TEMPORALIS -ATIPICIDADE DA CONDUTA COMCONSEQUENTE EXTINÇÃO DAPUNIBILIDADE DOS FATOSIMPUTADOS AO PACIENTE - ARTIGO107, INCISO II DO CÓDIGO PENAL -ORDEM CONCEDIDA - ALVARÁ DESOLTURA RESTRITO AO PROCESSOEM EPÍGRAFE - DECISÃO UNÂNIME.Decisão  À UNANIMIDADE

DE VOTOS, CONCEDEU-SE A ORDEM,EXTINGUINDO-SE A PUNIBILIDADE,DETERMINANDO-SE A EXPEDIÇÃO DEALVARÁ DE SOLTURA EM FAVOR DOPACIENTE FERNANDO ANTÔNIOGOMES DIAS, VINCULADO A AÇÃOPENAL Nº 213.2007.002305-0, SEPOR OUTRO MOTIVO NÃO ESTIVERPRESO.

Íntegra do Acórdão Índice 

Page 78: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 78/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 78/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

-------------------------Tipo do Processo  ApelaçãoCriminal Número do Acórdão 151502-0Número de Origem 06000795 

Relator do Acórdão MauroAlencar De Barros Data de Julgamento  26/3/2009

Ementa  PENAL EPROCESSO PENAL. APELAÇÃOCRIMINAL. ARTS. 12 E 16 DA LEI10.826/2003. AUTORIA NÃOEVIDENCIADA QUANTO AO RÉUROBERTO ALTECINO DA SILVA.APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO IN DUBIO

PRO REU. ABSOLVIÇÃO. AUTORIADEMONSTRADA QUANTO AO RÉUNELSON RAIMUNDO DA SILVA.MANTIDA A CONDENAÇÃO PELO ART.16 DA LEI 10.826/2003. POSSEIRREGULAR DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO. ABOLITIOCRIMINIS. LEI 11.706/2008.ABSOLVIÇÃO. PROVIMENTO PARCIAL.DECISÃO UNÂNIME. 1. Da provaproduzida durante a instrução

criminal, não restam dúvidas quanto àautoria imputada ao réu NelsonRaimundo da Silva, o qual confessouparcialmente os fatos argüidos nainicial. Além da confissão, relativaapenas ao crime previsto no art. 12 daLei 10.826/2003, toda a provatestemunhal conduz à prática doscrimes descritos nos arts. 12 e 16 daLei 10.826/2003, posse de arma defogo de uso permitido e de uso

restrito, porquanto um verdadeiroarsenal foi encontrado na casa do réuNelson Raimundo da Silva. 2. Noentanto, em virtude da Lei 11.706/08que, segundo o Superior Tribunal deJustiça deve retroagir, por se tratar delei penal mais benéfica, deve-seconsiderar a conduta de possuirirregularmente arma de fogo de usopermitido como atípica. Opera-se,assim, na linha da jurisprudência

majoritária, em favor do acusado

Nelson Raimundo da Silva a abolitiocriminis exclusivamente quanto aocrime de posse de arma de usopermitido, não havendo a extensão damedida à posse irregular de arma de

fogo de uso restrito, prevista no art.16 do Estatuto do Desarmamento. 3.No que tange à dosimetria da pena,vê-se que o magistrado sentenciantesopesou adequadamente ascircunstâncias judiciais e seguiu osditames do sistema trifásico. 4.Quanto ao réu Roberto Altecino daSilva, entrementes, pensa-se que aprova produzida em juízo não ésuficiente para embasar um decreto

condenatório. Subsiste a dúvida e, noprocesso penal, como é cediço, indubio pro reu. 5. A prova produzidadurante a instrução criminal nãorevela de modo inconteste aparticipação do réu Roberto noscrimes de posse ilegal de arma defogo descritos na denúncia. Precisou omagistrado se basear na provaindiciária produzida em outrosinquéritos policiais e, bem assim, em

detalhes relativos aos depoimentosprestados pelos réus para embasar acondenação do réu Roberto. Ademais,a versão apresentada pela defesa foicorroborada pela prova testemunhalproduzida em juízo, inclusive pelastestemunhas da própria acusação. 6.Assim é que não se pode basear acondenação do réu Roberto nos crimesde posse ilegal de arma de fogoreferidos na denúncia com base em

delações levadas a efeito eminquéritos policiais referentes a crimesde tráfico de entorpecentes quesequer apontam o réu Roberto comoindiciado e nos quais não houvedenúncia. Impõe-se, portanto, a suaabsolvição.7. À unanimidade, deu-seprovimento parcial ao apelo interpostopor Nelson Raimundo da Silva, paraabsolvê-lo pelo delito capitulado noart. 12 da lei 10.826/2003, mantendo-

se a decisão do juízo monocrático,

Page 79: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 79/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 79/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

quanto à condenação pela prática docrime tipificado no art. 16 da lei10.826/2003. Em relação ao apelanteRoberto Altecino da Silva, deu-seprovimento total, para absolvê-lo

pelos crimes tipificados nos arts. 12 e16, da lei 10.826/2003,determinando-se a expedição dealvará de soltura em seu favor, se poroutro motivo não estiver preso.Decisão  À UNANIMIDADEDE VOTOS, DEU-SE PROVIMENTOPARCIAL AO APELO INTERPOSTO PORNELSON RAIMUNDO DA SILVA, PARAABSOLVÊ-LO PELO DELITOCAPITULADO NO ART. 12 DA LEI

10.826/2003, MANTENDO-SE ADECISÃO DO JUÍZO MONOCRÁTICO,QUANTO À CONDENAÇÃO PELAPRÁTICA DO CRIME TIPIFICADO NOART. 16 DA LEI 10.826/2003. EMRELAÇÃO AO APELANTE ROBERTOALTECINO DA SILVA, DEU-SEPROVIMENTO TOTAL, PARA ABSOLVÊ-LO PELOS CRIMES TIPIFICADOS NOSARTS. 12 E 16, DA LEI 10.826/2003,DETERMINANDO-SE A EXPEDIÇÃO DE

ALVARÁ DE SOLTURA EM SEU FAVOR,SE POR OUTRO MOTIVO NÃO ESTIVERPRESO.

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Rio Grande do Norte

====================== Processo: 2008.009467-8Data: 05/03/2010Classe: Apelação CriminalRelator: Juiz Henrique Baltazar(Convocado)

Ementa:  PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO - ART. 14 DA LEI Nº 10.826/03- CONDENAÇÃO - RECURSOAPELATÓRIO OBJETIVANDO A

ABSOLVIÇÃO DO RECORRENTE OU,ALTERNATIVAMENTE, A REDUÇÃO DAPENA IMPOSTA PARA O PATAMARMÍNIMO PREVISTO EM LEI,SUBSTITUINDO-SE A SANÇÃO

PRIVATIVA DE LIBERDADE PORRESTRITIVA DE DIREITOS -DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTAIMPUTADA AO APELANTE PARA OCRIME DE POSSE IRREGULAR DEARMA DE FOGO, TIPIFICADO NO ART.12 DO ESTATUTO DODESARMAMENTO - ARMA DE FOGOAPREENDIDA NA RESIDÊNCIA DAGENITORA DO AGENTE -CONSEQÜENTE ABSOLVIÇÃO DO RÉU,

POR HAVER O FLAGRANTE OCORRIDONO PERÍODO DA VACATIO LEGISINDIRETA - ABOLITIO CRIMININSTEMPORÁRIA - INOCORRÊNCIA DECONDUTA DELITUOSA - PROVIMENTODO APELO QUE SE IMPÕE. Se a armade fogo foi apreendida no interior daresidência da genitora do agente, emmomento, inclusive, em que o mesmonão se fazia presente no local, não háque se falar em porte, mas sim em

posse irregular de arma de fogo,conduta tipificada no art. 12 da Lei nº10.826/03. Aplica-se à conduta depossuir ilegalmente arma de fogo deuso permitido, ocorrida sob a vigênciada medida provisória nº 253/2005,convertida na Lei nº 11.191/2005, aabolitio criminis temporária decorrenteda prorrogação do prazo para arealização do procedimento previstono art. 32 do Estatuto do

Desarmamento. PORTE ILEGAL DEARMA DE FOGO - ART. 14 DA LEI Nº10.826/03 - CONDENAÇÃO -APELAÇÃO MINISTERIALOBJETIVANDO A DESCLASSIFICAÇÃOPARA O CRIME DE POSSE IRREGULARDE ARMA DE FOGO, TIPIFICADO NOART. 12 DA REFERIDA LEI - PLEITOQUE MERECE ACOLHIDA - REVÓLVERAPREENDIDO NA RESIDÊNCIA DOAGENTE - INSTANTANEIDADE DO

DELITO DE PORTE, NA MODALIDADE

Page 80: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 80/188

Page 81: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 81/188

Page 82: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 82/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 82/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

EMENTA: APELAÇÃO CRIME. DELITODE TRANSPORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO. INVIÁVEL RECONHECIMENTODA ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA

AO TRANSPORTE NA VIA PÚBLICA.PENA. REDUÇÃO. ATENUANTE DACONFISSÃO. INVIABILIDADE.FIXAÇÃO NO MÍNIMO. SÚMULA 231,DO STJ. APELO DEFENSIVOIMPROVIDO. (Apelação Crime Nº70032817744, Terceira CâmaraCriminal, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Newton Brasil de Leão,Julgado em 17/12/2009)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de São Paulo====================== 

Habeas Corpus 990092516795Relator(a): Borges PereiraData do julgamento: 12/01/2010

Ementa:  Habeas Corpus - Delitoprevisto no artigo 12 da Lei n.10.826/03 - Arma de fogo no interiorda residência do paciente - Incidênciada abolitio criminis temporária (artigo32 da Lei n° 10.826/03 com a redaçãoda Medida Provisória n. 417, de 2008,

convertida na Lei n. 11.706, de 2008)- Atipicidade dos fatos - Concessão daordem, para o fim de determinar otrancamento da ação penal instauradacontra o paciente.

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de Sergipe

====================== 

Nº do processo: 2007306108Relator: DES. MANUEL PASCOALNABUCO D ÀVILARecurso: APELAÇÃO CRIMINALJulgamento: 23-07-2007

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL -PORTE DE ARMA DE FOGO - ARTS. 14E 16 DO ESTATUTO DO

DESARMAMENTO DESCLASSIFICAÇÃODO CRIME DE PORTE PARA O CRIMEDE POSSE - VACATIO LEGIS - LEI Nº11.191 - EXTENSÃO DE PRAZO -ABOLITIO CRIMINIS TEMPORALIS -ATIPICIDADE RECONHECIDASOMENTE QUANTO AO CRIME DEPOSSE - PRECEDENTES DO STJ -ABSOLVIÇÃO - APELO PROVIDO.DECISÃO UNÂNIME. - Não se podeconfundir a posse irregular de arma de

fogo com o porte irregular, conquantoo novel diploma legal do Estatuto doDesarmamento tenha bem delineadoas suas diferenças. - É entendimentoassente do STJ o reconhecimento doabolitio criminis temporalis tãosomente para os delitos de posseirregular de arma de fogo. Sendoassim, in casu, como a conduta foirealizada nas dependências dotrabalho do apelante, imperioso

reconhecer a posse, afastando-se oporte.- Os prazos a que se referem osartigos 30, 31 e 32 da Lei nº 10.826foram estendidos com o advento daLei nº 11.191. Por isso, as condutasrelativas a posse que forem realizadasdentro do interstício previsto pelolegislador, não poderão dar ensejo acondenações.- Apelo Provido. Decisãounânime.

Íntegra do Acórdão 

Page 83: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 83/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 83/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Índice -------------------------Nº do processo: 2008317653Relator: DESA. CÉLIA PINHEIROSILVA MENEZES

Recurso: APELAÇÃO CRIMINALJulgamento: 27-07-2009

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL.DELITO DE POSSE ILEGAL DE ARMADE FOGO. ARTIGO 12 DA LEI10.826/03. APLICAÇÃO DA ABOLITIOCRIMINIS TEMPORÁRIA AO DELITO.ABSOLVIÇÃO DO RÉU. MANUTENÇÃO- Ainda que na época o fato fossecriminoso, deixou de ser por força do

prazo concedido para o registro dearmas de fogo, no Estatuto doDesarmamento - APELO MINISTERIALCONHECIDO E IMPROVIDO.MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.DECISÃO UNÂNIME...

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------Nº do processo: 2006301544Relator: DES. GILSON GOISSOARESRecurso: HABEAS CORPUSJulgamento: 28-11-2006

Ementa: HABEAS CORPUS - PORTE DEARMA DE FOGO - IMPUTAÇÃO DOARTIGO 14 DA LEI 10.826/2003 -TIPICIDADE DA CONDUTA - VACATIOLEGIS INDIRETA NÃO OCORRENTE NAHIPÓTESE - NÃO TRANCAMENTO DAAÇÃO PENAL. Não se tranca a açãopenal cuja imputação criminosa for aprevista no artigo 14 da Lei 10.826/03(porte ilegal de arma).O prazoconcedido nos arts. 30 e 32 doEstatuto do Desarmamento para quepossuidores e proprietários de armade fogo regularizem a situação, noprazo de 180 (cento e oitenta) dias,por meio do registro ou entrega daarma à Polícia Federal, restringe-se às

hipóteses de posse de arma de fogo, oque não se confunde com o porte,conduta retratada nos autos. Justacausa para a ação penal, nãoensejando o seu trancamento. Habeas

corpus denegado. Decisão unânime

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------Nº do processo: 2009309791Relator: DESA. CÉLIA PINHEIROSILVA MENEZESRecurso: APELAÇÃO CRIMINALJulgamento: 29-09-2009

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. 1-DELITO DE POSSE ILEGAL DE ARMADE FOGO DE USO PERMITIDO.ARTIGO 12 DA LEI 10.826/03.ABSOLVIÇÃO DOS RÉUS PELO JUIZOA QUO COM BASE NO ART. 386, VI DOCÓDIGO DE PROCESSO PENAL. 1 -INCONFORMISMO MINISTERIAL.PLEITO DE REFORMA DA DECISÃOCOM O FIM DE CONDENAR OS

APELADOS. INCABIMENTO.APLICAÇÃO DA ABOLITIO CRIMINISTEMPORALIS AO DELITO.DECLARAÇÃO DE OFÍCIO DAEXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DOSRECORRIDOS. 2- CRIME DE FALSAIDENTIDADE. ART. 307 DO CÓDIGOPENAL. ACATAMENTO DAS TESES DECRIME IMPOSSÍVEL E AUTODEFESA.ABSOLVIÇÃO PELO MAGISTRADOSENTENCIANTE NOS TERMOS DOART. 386, V, DO CÓDIGO DEPROCESSO PENAL. DECISÃOMANTIDA. 3 - APELO MINISTERIALCONHECIDO E IMPROVIDO. DECISÃOUNÂNIME 1. Ainda que na época ofato fosse criminoso, deixou de ser porforça do prazo concedido para oregistro de armas de fogo, no Estatutodo Desarmamento. 2. "O agente, aomentir, age no exercício daautodefesa. A própria ConstituiçãoFederal, em seu art. 5º, LXIII,

Page 84: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 84/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 84/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

assegura o direito ao silêncio, comomanifestação do direito de defesa.""Argumenta-se que o meio empregadopelo agente é absolutamente inidôneoà obtenção de qualquer vantagem,

uma vez que, a fornecer dados falsosacerca de sua identidade no momentode qualificação, fatalmente o falsoseria descoberto, em face daobrigatoriedade da identificação civile, na ausência desta, da identificaçãodo agente pelo processodatiloscópico." (in "Curso de DireitoPenal, parte especial. Vol. 3; 4ª edição- 2006. Editora Saraiva, pág.361/362)

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de Tocantins====================== 

Relator: Des. José Maria dasNevesHABEAS CORPUS Nº 3837RELATOR: DES. JOSÉ NEVES

EMENTA — PROCESSUAL PENAL —HABEAS CORPUS — PORTE ILEGAL DEARMA — LEI DO DESARMAMENTO —PRORROGAÇÃO DA ANISTIA —LIBERDADE PROVISÓRIA —

POSSIBILIDADE — ORDEMCONCEDIDA. A tipificação penal doporte ilegal de arma de uso permitido,regulado na Lei 10.826/2003 (Lei doDesarmamento), teve o seu prazo deanistia prorrogado tendo em vista aredação do art. 5º da MedidaProvisória nº 229/2004. Assim, érazoável que o paciente responda oprocesso em liberdade.

Índice 

-------------------------APELAÇÃO CRIMINALN.°4102/2009 (09/0072527-3).Relator: Desa. Jacqueline Adornode La Cruz Barbosa

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL -CRIME PREVISTO NO ARTIGO 14 DALEI 10.826/03 - ABSOLVIÇÃO -AUTORIA E MATERIALIDADECOMPROVADAS NOS AUTOS -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO- DECISÃO UNÂNIME. 1 - Amaterialidade do delito estácomprovada nos autos através doAuto de Prisão em Flagrante (fls.

06/11), Auto de Exibição e Apreensão(fls. 12). Quanto à autoria, o apelante,em seu interrogatório, confessou aprática do crime, devidamenteratificada pelos depoimentos dastestemunhas em juízo. 2 - A condutaatribuída ao réu não se enquadra nashipóteses excepcionais dos artigos 30,31 e 32 do Estatuto doDesarmamento, específicos para oscasos de posse de arma de fogo, para

os quais se faculta o período de 180(cento e oitenta) dias pararegularização do registro da arma ousua entrega à Polícia Federal. Já aconduta de portar arma de fogo nãose inclui na abolitio criministemporária. O agente que forsurpreendido portando arma de fogo,como no caso dos autos, mesmodurante o retromencionado lapsotemporal, incorre nas sanções dos

artigos 14 ou 16 do Estatuto doDesarmamento. 3 - Restou evidenteque a tipicidade da conduta imputadaao apelante não pode ser elidida pelavacatio legis indireta do Estatuto doDesarmamento. 4 - Em relação aopedido da defesa de absolvição porausência de lesividade, ao contrário doque afirma o apelante, verifica-se noLaudo de Exame Técnico-Pericial deEficiência em Arma de Fogo às fls. 32

que arma em questão estava

Page 85: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 85/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 85/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

municiada. 5 - Por fim, em relação aopedido da defesa de concessão dosbenefícios da Justiça Gratuita observa-se que a Magistrada sentenciante, emsua decisão, deixou de condenar o réu

ao pagamento das custas, por ser omesmo assistido por advogado dativonos termos da Lei 1.286/01, portanto,resta prejudicado tal pedido.

Índice 

-------------------------RECURSO EM SENTIDO ESTRITONº 2375 (09/0075659-4) RELATOR: Des. MARCO VILLASBOAS

EMENTA: RECURSO EM SENTIDOESTRITO. CRIME DOLOSO CONTRA AVIDA. HOMICÍDIO E TENTATIVA DEHOMICÍDIO. PRONÚNCIA. LEGÍTIMADEFESA. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. “INDUBIO PRO SOCIETATE”. TRIBUNALDO JÚRI. ART. 12 DA LEI N210.826/03. POSSE ILEGAL DE ARMADE FOGO DE USO PERMITIDO.CONDUTA OCORRIDA EM 4/10/2008.

 “VACA TIO LEGIS” INDIRETA.OCORRÊNCIA. A atual fase processual— pronúncia dos acusados — secaracteriza por um exame meramenteperfunctório das provas carreadas aosautos. Estabelecidas a materialidade eautoria do crime, a solução deve serdada pelo júri. Para a absolvição sumária é imprescindível a certeza, baseadaem prova incontroversa, de que o réupraticou o fato acobertado por

excludente de ilicitude. Não sendoesta a situação dos autos, visto que alegítima defesa alegada pelo acusadoé tese contro vertida, compete ao Júriapreciar os fatos, em face da maioramplitude da acusação e da defesa ciiiplenário. A Lei 10.826/03 — Estatutodo Desarmamento, com a novaredação conferida pela Lei 11.706, de19 de junho de 2008, dada pelaMedida provisória n 417, de 31 de janeiro de 2008, convertida naquela

lei, estipulou o dia 31 de dezembro de2008 para que todos os possuidores eproprietários de armas de fogo nãoregistradas e munições procedessemàs respectivas regulamentações de

acordo com as novas regras. O crimeprevisto no art. 12 da Lei n10.826/03, com as modificaçõesimpostas pela Lei Federal n11.118/05, acabaram por perder suaeficácia até 3 1/1 2/2008, período emque se prorrogou a “vacatio legis”,impondo-se, portanto, oreconhecimento da “abolitio criministemporalis”. Deve-se reconhecer a “abolitio criminis temporalis” com a

conseqüente declaração da extinçãoda punibilidade a acusado pronunciadopela prática de crime previsto no art.12 da Lei n 10.826/03, ocorrido em4/10/2008.

Índice -------------------------

======================

Superior Tribunal de Justiça

====================== 

HC 126962 / SPHABEAS CORPUS 2009/0013845-1Relator(a): Ministro JORGE MUSSI(1138)Data do Julgamento: 20/10/2009

Ementa:  HABEAS CORPUS.TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ART.

16 DA LEI N. 10.826/03. POSSEILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USORESTRITO. ABOLITIO CRIMINISTEMPORÁRIA. INEXISTÊNCIA. CRIMECOMETIDO NA VIGÊNCIA DA MEDIDAPROVISÓRIA N. 417. PRORROGAÇÃODO PRAZO SOMENTE PARA POSSEILEGAL DE ARMA DE USO PERMITIDO.TIPICIDADE DA CONDUTA. JUSTACAUSA PARA DEFLAGRAÇÃO DA AÇÃOPENAL. ORDEM DENEGADA.

Page 86: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 86/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 86/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

1. Para o trancamento da ação penal énecessário que exsurja, à primeiravista, sem exigência de dilação docontexto de provas, a ausência de justa causa para a sua deflagração

e/ou continuidade.2. Em sede de habeas corpus,somente deve ser obstado o feito serestar comprovado, de formaindubitável, a ocorrência decircunstância extintiva da punibilidade,de ausência de indícios de autoria oude prova da materialidade do delito eainda da atipicidade da conduta.3. É considerada atípica a condutarelacionada ao crime de posse de

arma de fogo, seja de uso permitidoou de uso restrito, incidindo achamada abolitio criminis temporárianas duas hipóteses, se praticada noperíodo compreendido entre 23 dedezembro de 2003 a 23 de outubro de2005. Contudo, este termo final foiprorrogado até 31 de dezembro de2008 somente para os possuidores dearma de fogo de uso permitido (art.12), nos termos da Medida Provisória

nº 417 de 31 de janeiro de 2008, queestabeleceu nova redação aos arts. 30a 32 da Lei nº 10.826/03, não maisalbergando o delito previsto no art. 16do Estatuto - posse de arma de usoproibido ou restrito.4. In casu, é típica a condutaperpetrada pelo paciente – posseilegal de arma de fogo de uso restrito-, pois não se encontra abarcada pelaexcepcional vacatio legis indireta

prevista nos arts. 30 e 32 da Lei nº10.826/03, tendo em vista que asbuscas efetuadas na sua residênciaocorreram em 27-3-2008, isto é, sederam após o período deinaplicabilidade da Lei em comentopara o referido tipo de armamento,qual seja, de 23 de dezembro de 2003a 23 de outubro de 2005, o queimpossibilita o trancamento da açãopenal movida em seu desfavor.

5. Ordem denegada.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------HC 129082 / RS

HABEAS CORPUS 2009/0030224-0Relator(a): Ministro ARNALDOESTEVES LIMAData do Julgamento: 16/06/2009

Ementa:  PENAL E PROCESSUALPENAL. HABEAS CORPUS. ART. 12 DALEI 10.826/03. POSSE ILEGAL DEARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO.CONDUTA FLAGRADA EM 7/4/08.TIPICIDADE. VACATIO LEGIS

INDIRETA. OCORRÊNCIA. PRAZOPARA REGULARIZAÇÃO OU ENTREGADA ARMA RESTRITO À HIPÓTESE DEPOSSE. ORDEM CONCEDIDA.1. A tipificação do delito de posseirregular importa que a arma de fogoseja encontrada no interior daresidência (ou em dependência desta)ou no local de trabalho do agente. Já oporte pressupõe que a arma de fogoesteja fora da residência ou do local

de trabalho. Precedente do STJ.2. Tendo o agente sido flagrando emsua moradia com a arma de fogo,mostra-se irrelevante o fato de estarcom o objeto "no bolso de sua calça",razão porque deve ser reconhecidaque sua conduta se amoldaperfeitamente à tipificação contida noart. 12 da Lei 10.826/03.3. A conduta do art. 12 da Lei10.826/03 (posse ilegal de arma de

fogo de uso permitido) flagrada em7/4/08 está acobertada pela hipótesede "atipicidade momentânea", nostermos do art. 30 da Lei 10.826/03,com redação dada pela Lei 11.706/08.4. Ordem concedida para restabelecera decisão de 1ª instância queextinguiu a punibilidade do agente.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

Page 87: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 87/188

Page 88: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 88/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 88/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

APENAS PARA O CRIME DE POSSEIRREGULAR. PORTE ILEGAL. DELITONÃO ABRANGIDO PELADESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA. 1. Esta Corte firmou entendimento no

sentido de ser atípica a conduta deposse irregular de arma de fogo, tantode uso permitido quanto de usorestrito, no período referido nos arts.30 e 32 da Lei nº 10.826/03, emrazão da descriminalizaçãotemporária.2. No presente caso, a condutaatribuída ao paciente – porte ilegal dearma – não foi alcançada pela abolitiocriminis temporária.

3. Ordem denegada.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------HC 133231 / RJHABEAS CORPUS 2009/0064406-6Relator(a): Ministro FELIXFISCHER (1109)Data do Julgamento: 13/10/2009

Ementa:  PENAL. HABEAS CORPUS.POSSE ILEGAL DE MUNIÇÃO.ABOLITIO CRIMINIS

II - Os prazos a que se referem osartigos 30, 31 e 32, da Lei nº10.826/2003, só beneficiam os

possuidores de arma de fogo oumunição, i.e., quem os possui em suaresidência ou emprego. Ademais,cumpre asseverar que o mencionadoprazo teve seu termo inicial em 23 de

dezembro de 2003, e possui termofinal previsto para 31 de dezembro de2008 (nos termos do art. 1º daMedida Provisória nº 417, de 31 de janeiro de 2008, convertida na Lei11.706, de 19 de junho de 2008, queconferiu nova redação aos arts. 30 e32 da Lei 10.826/03). Desta maneira,nas hipóteses ocorridas dentro de talprazo, ninguém poderá ser preso ouprocessado por possuir (em casa ou

no trabalho) uma arma de fogo oumunição (Precedentes).III -"Esta Corte firmou o entendimentode que

. APREENSÃO DEARMA DE FOGO NO INTERIOR DARESIDÊNCIA. PRAZO PARA AREGULARIZAÇÃO DA ARMA EACESSÓRIOS. ARTIGOS 30, 31 E 32,DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO.I - Não se pode confundir posse dearma de fogo, com o porte de arma de

fogo. Com o advento do Estatuto doDesarmamento, tais condutasrestaram bem delineadas. A posseconsiste em manter no interior deresidência (ou dependência desta) ouno local de trabalho a arma de fogo. Oporte, por sua vez, pressupõe que aarma de fogo esteja fora da residênciaou local de trabalho (Precedentes).

abolitio criminis temporária,prevista na Lei 10.826/03, deveretroagir para benefíciar o réu quecometeu o crime de posse ilegal dearma na vigência da Lei9.437/97."(RHC 24983/RJ, 5ª Turma,Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,DJe de 09/03/2009).

IV - In casu, a conduta atribuída aopaciente foi a de possuir arma defogo, no interior de sua residência, emdesacordo com determinação legal.Logo, enquadra-se tal conduta nashipóteses excepcionais dos artigos 30,31 e 32 do Estatuto doDesarmamento, restando, portanto,extinta a punibilidade, ex vi do art. 5º,XL, da CF c/c art. 107, III, do CódigoPenal. Ordem concedida.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Page 89: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 89/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 89/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Rio de Janeiro====================== 

0053654-75.2006.8.19.0004(2009.050.02357) - APELAÇÃO

DES. AGOSTINHO TEIXEIRA DEALMEIDA FILHOJulgamento: 24/11/2009

Apelação Criminal. Arts. 14 da Lei nº10.826/03 e 333 do CP. Preliminar denulidade afastada. Competência daJustiça Federal regulada pelo art. 109da CF/88, que não prevê o julgamentodos crimes previstos na Lei nº10.826/06. Matéria administrativa

inserida na lei que não interfere nacompetência, que é da JustiçaEstadual. Porte compartilhado.Impossibilidade. Crime de mãoprópria. A conduta deve ser atribuída

a quem efetivamente detinha a armaem seu poder no momento doflagrante. Absolvição dos demaisacusados. Atipicidade temporáriarelacionada tão somente à guarda ouposse da arma de fogo, e não ao seuporte, cuja tipicidade nunca foisuspensa. Pena-basedesproporcionalmente exasperada.Recurso parcialmente provido.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------0016853-80.2004.8.19.0021(2009.054.00102) - EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADEDES. GIZELDA LEITAO TEIXEIRAJulgamento: 25/08/2009 

EMBARGOS INFRINGENTES e deNULIDADE - Art. 16 da Lei 10826/03 -Sentença de 1º grau fixou em 04 anose 06 meses de reclusão, mais 15 dias-multa, regime semi-aberto a penacorporal. - Acórdão da 6ª CâmaraCriminal que, por maioria de votos,rejeitou a questão de ordem, exofficio, no sentido de remeter oprocesso à E. Seção Criminal paradecidir sobre os fatos delituosos,tendo em vista a competênciaoriginária daquela Seção. - Votovencido que reconheceu aincompetência do Juízo de primeirograu de jurisdição e, desta forma,votou no sentido de remeter os autosao Juízo competente (Seção Criminal)para determinar o que se entendessede direito. - No entanto, tendo emvista a informação de que o apelantenão foi reeleito, não resta qualquerdúvida de que cessaram os efeitos dalei 8083/90, que assegurava ao

Competência paraprocesso e julgamento

•  TRIBUNAIS DE JUSTIÇA:

•  RIO DE JANEIRO•  ACRE•  AMAPÁ•  BAHIA•  CEARÁ•  DISTRITO FEDERAL•  GOIÁS•  MARANHÃO•  MATO GROSSO•  MINAS GERAIS•  PARÁ•  PARANÁ•  PERNAMBUCO•  RIO GRANDE DO NORTE•  RIO GRANDE DO SUL

•  SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Page 90: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 90/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 90/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

denunciado, para seu julgamento, foroprivilegiado, por prerrogativa defunção. - Logo, deve prevalecer oentendimento majoritário ereconhecer a competência do juízo

comum. - Quanto ao pleitoabsolutório, a autoria e amaterialidade do delito restaramsobejamente comprovadas. Portanto,merece prosperar o acórdão oravergastado, pois havia "provasuficiente do porte e de que a arma éde uso proibido dotado de eficácia eestando municiada". O depoimento dopolicial militar LUIZ ANTONIO é firmee coeso ao ratificar a posse da arma

definida no artigo 16 da Lei 10826/03pelo ora embargante. Não semostrando críveis as versões deAndré. - E, com efeito, a decisão deperda do cargo público exigiriafundamentação (artigo 93, inciso IXda CF). E não tem competência oJuízo a quo para determinar aexclusão do servidor público militar,sendo a competência da SeçãoCriminal ou da autoridade

administrativa (Comandante Geral daPM). Deve ser excluída da condenaçãoa causa de aumento de pena previstano artigo 20 da Lei 10 826/03, porqueo embargante não estava, nomomento da prisão, no exercício dafunção e a perda da graduação pelasPraças é decisão da competênciaexclusiva da Seção Criminal: artigo7º, inciso II, letra "b" do RegimentoInterno do Tribunal de Justiça, a quem

cabe decidir sobre a perda da função:artigo 125, parágrafo 4º in fine daConstituição Federal. Mantida no maisa r. sentença recorrida.Administrativamente, cabe aoComandante-Geral excluir as Praças,conforme conclusão das provascoligidas em procedimentoadministrativo disciplinar. Afastada acausa de aumento do art. 20 da Lei10.826, resta a pena em seu mínimo

legal: três anos de reclusão,

substituída por 2 restritivas de direito,a ser fixada pelo Juízo da execução.REJEITADOS OS EMBARGOS. DEOFICIO AFASTA-SE ORECONHECIMENTO DA CAUSA DE

AUMENTO PREVISTA NO ART. 20 DALEI 10.826, FICANDO A PENACORPORAL EM 03 ANOS DERECLUSÃO e AFASTA-SE TAMBÉM APERDA DA FUNÇÃO PUBLICA.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0085885-24.2007.8.19.0004

(2008.050.07141) - APELAÇÃOJDS. DES. SIDNEY ROSA DA SILVAJulgamento: 17/02/2009 

APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DERECEPTAÇÃO E POSSE ILEGAL DEARMA DE FOGO. INCONFORMISMO DADEFESA. ALEGAÇÃO DE NULIDADEPOR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO EMRELAÇÃO A DEFESA TECNICA EDECLARAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA EM

RELAÇÃO AO CRIME DE PORTE ILEGALDE ARMA DE FOGO, NO MÉRITOREQUER SEJA RECONHECIDA AFRAGILIDADE DA PROVA. NÃO SEADMITE FRAGILIDADE QUANDO ORÉU É RECONHECIDO PELA VÍTIMA.NÃO HÁ QUALQUER NULIDADE NASENTENÇA QUANDO HÁ ANÁLISE DAPROVA APRESENTADA E DAS TESESTRAZIDAS. NÃO HÁ QUE SEQUESTIONAR A COMPETÊNCIA DO

JUÍZO ESTADUAL PARA JULGARCRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO, TESE JÁ RECHAÇADA PELAMAJORITÁRIA JURISPRUDÊNCIA. NÃOHAVENDO INTERESSE DA UNIÃO EMRELAÇÃO AOS SEUS BENS ESERVIÇOS, A COMPETÊNCIA PARAJULGAMENTO É A DA JUSTIÇAESTADUAL. RECURSO QUE SECONHECE E SE NEGA PROVIMENTO.

Íntegra do Acórdão

Page 91: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 91/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 91/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Índice -------------------------0029780-05.2008.8.19.0000(2008.059.08987) - HABEASCORPUS

DES. MARCIA PERRINI BODARTJulgamento: 05/02/2009 

HABEAS CORPUS. O Pacienteresponde ação penal por supostainfração ao disposto no art. 16,parágrafo único, IV, da Lei 10.826/03c/c art. 147, na forma do art. 69,ambos do Código Penal. O Impetranteobsecra o seguinte: que o Juízo a quoseja declarado incompetente, com a

redistribuição da ação penal para umadas varas criminais de Duque deCaxias, pois o crime de porte de armanão está abrangido pela Lei11.340/06; a declaração de nulidadeda ação penal, pois uma dastestemunhas arroladas pelo MinistérioPúblico não foi ouvida; a declaraçãode nulidade da ação penal, pois oPaciente permaneceu algemadodurante a audiência de instrução de

 julgamento em afronta à SúmulaVinculante nº 11; e a revogação daprisão preventiva imposta ao Pacientepor ausência dos requisitos elencadosno art. 312, do CPP. A tese deincompetência do Juízo deve serrejeitada. In casu, o crime de porte dearma de fogo com numeração raspadasomente foi constatado comodesdobramento do crime de ameaçaperpetrado no âmbito doméstico e

familiar, pois foi o instrumentoutilizado para levá-lo a efeito. Há,portanto, conexão instrumental ouprobatória estabelecida no art. 76, III,do Codex Processual. O presente casodeve ser analisado de acordo com aLei 11.340/06, que ensejou a criaçãodos Juizados da Violência Doméstica eFamiliar contra a Mulher, comcompetência para apreciar os crimescometidos contra a mulher no seiofamiliar. Trata-se, de competência

ratione materiae, e, portanto, decaráter absoluto. Também não mereceguarida o pleito de declaração denulidade por não ter sido ouvida umadas quatro testemunhas arroladas

pelo Parquet. A Defesa não arroloutestemunhas em sua defesapreliminar, e protestou na própriaAudiência de Instrução e Julgamento,pela oitiva das testemunhas arroladaspela acusação. É verdade que adenúncia elencou 4 (quatro)testemunhas e somente foram ouvidas3 (três), porém, tal fato ficouregistrado em ata, e em momentonenhum a defesa requereu a oitiva

dessa quarta testemunha. Melhorsorte não guarda o pedido dedeclaração de nulidade da ação penal,baseado no fato do Paciente terpermanecido algemado durante aaudiência. É de curial saber que aaplicação desse verbete deve serdecidida casuisticamente. Não estáproibido o uso das algemas, apenas seexige que tal providência seja justificada pelas circunstâncias da

hipótese em concreto. Em suasinformações, a autoridade apontadacomo coatora esclareceu que o Juízoconta com o auxílio de apenas umpolicial, o que evidencia que nãohouve qualquer arbitrariedade do juizde 1ª grau. Soma-se a isso o fato deque, em momento algum, a defesatécnica requereu a retirada dasalgemas. Por fim, também não mereceacolhida o pleito de revogação da

prisão preventiva. A decisão quemanteve a custódia cautelar doPaciente está calcada emcircunstâncias do caso concreto, edemonstra a necessidade de garantir aintegridade física da vítima. Ressalte-se que a instrução está no fim, pois aAudiência de Instrução e Julgamentoocorreu no dia 11 de dezembro de2008. Instrução na iminência de serfinalizada. CONSTRANGIMENTO

Page 92: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 92/188

Page 93: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 93/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 93/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

563 do Código de Processo Penal.Anote-se que o sistema de livreconvencimento do Juízo, permite avaloração das provas que o julgadorentenda suficientes à condenação,

desde que em obediência ao artigo 93,IX da Carta Magna, como ocorreu incasu. Em segundo lugar, o artigo 109da Constituição Federal, não prevê acompetência da justiça federal para oprocessamento e julgamento dosdelitos descritos na Lei 10.826/06,que, portanto, ficam sujeitos a julgamento pela justiça estadual, nãointerferindo na questão dacompetência, as inovações

administrativas constantes da Lei10.826/09, segundo a melhor jurisprudência de nossos Tribunais. Nomérito confirma-se o Juízo de censura,posto que induvidosas a materialidadee a autoria dos crimes,consubstanciadas nas peças técnicas juntadas aos autos, e especialmente,no depoimento dos policiaisresponsáveis pela prisão, seguros ecoerentes entre si, no sentido de que

o ora apelante guardava grande evariada quantidade de drogas, parafins de tráfico ilícito, portava arma defogo de numeração raspada emuniciada, e ainda associou-se aoadolescente co-representado e a umindivíduo não identificado, para aprática do primeiro crime, não sedesincumbindo a Defesa dedemonstrar a tese de negativa deautoria. O envolvimento do apelante

em atividade criminosa, impede aredução prevista no §4º, do artigo 33,da Lei 11.343/06, para o crime detráfico de drogas, incabíveis, ainda, asubstituição das penas privativas deliberdade por restritivas de direito, oude sursis, diante expressa vedaçãolegal contida nos artigos 33 e 44 doreferido diploma legal. Por último, oapelante foi preso em flagrante, tendorespondido a todo o processo nessa

condição, o que deve ser considerado

para efeito de negar-lhe o direito derecorrer em liberdade, não sendorazoável ainda permiti-lo, quando acondenação totalizou mais de 11 anos,em regime fechado. Recurso

desprovido.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0005524-52.2006.8.19.0037(2007.051.00219) - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO DES. LUIZ LEITE ARAUJOJulgamento: 26/08/2008

EMENTA - Posse ilegal de arma -Disparo de arma de fogo - Processo e julgamento - Competência estadual -Recurso provido. Não estando emquestão qualquer afronta a serviços,interesses ou bens da união, acompetência para processar e julgar ofeito em que se apura imputação decrimes definidos no estatuto dodesarmamento é do juízo estadual e,

conseqüentemente, importa prover-seo apelo para a respectiva declaração arespeito.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0042253-40.2007.8.19.0038(2008.055.00039) - CONFLITO DE JURISDIÇÃO DES. PAULO CESAR SALOMAOJulgamento: 14/08/2008

CONFLITO NEGATIVO DECOMPETÊNCIA. JUIZADO ESPECIALCRIMINAL DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICAE FAMILIAR CONTRA A MULHER EVARA CRIMINAL. CONEXÃO DECRIMES PRATICADOS CONTRA A EX-COMPANHEIRA DO RÉU. Data venia,no caso em tela, o delito de porte dearma, em tese, foi praticado como

Page 94: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 94/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 94/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

crime-meio para a prática do art.129,§9º, do Código Penal. Das poucaspeças presentes nos autos, que aindaestão em sua fase inicial, não tendosido sequer oferecida a denúncia,

verifica-se que o Réu foi preso,portando a arma de fogo, um poucoapós Policiais Militares empatrulhamento terem recebido acomunicação de que, momentosantes, sua ex-companheira havia sidoagredida fisicamente e ameaçada coma referida arma em logradouropúblico. A jurisprudência em casosanálogos é ainda incipiente, por setratar de questão recente, podendo

haver mudança ulterior deentendimento, conforme a evoluçãodos Tribunais. A questão merecetratamento distinto do caso deconexão entre crimes comuns e demenor potencial ofensivo, jáenfrentada por esta Câmara, pois,com efeito, se trata de hipótesepeculiar, em que houve a criação dosJuizados Especiais de ViolênciaDoméstica e Familiar contra a Mulher,

 justamente para permitir maiorproteção às vítimas dos crimes como odo caso em tela, bem como umamaior celeridade de julgamento eefetividade na prestação jurisdicional.Conflito conhecido e declarada acompetência do Juízo Suscitado.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0006013-46.2001.8.19.0205(2006.050.04664) - APELAÇÃODES. NILDSON ARAUJO DA CRUZJulgamento: 31/07/2008

CRIMES DE CONCUSSÃO E PORTEILEGAL DE ARMA DE USO PERMITIDOIMPUTADOS A POLICIAIS MILITARES.PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DOJUÍZO COMUM QUE SE ACOLHE. NOMÉRITO, PROVIDO UM DOS

RECURSOS PARA ABSOLVER O RÉUDO CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMADE FOGO. UNANIMIDADE. Concussão,infração penal específica de servidorpúblico, que foi imputada a policiais

militares, constitui crime militarimpróprio, razão por que o processo eo julgamento respectivos são dacompetência da justiça militarestadual. Por isso, fica acolhida apreliminar, para declarar a nulidade doprocesso desde a denúncia, inclusive.Militar da ativa que portava arma deuso permitido não comete crime deporte ilegal de arma de fogo. Recursoconhecido, acolhida a preliminar de

nulidade do processo quanto aosapelantes no que se refere ao crimede concussão e provido para absolverdo crime de porte ilegal de arma defogo, o apelante a quem isto foiimputado. Unanimidade.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

0001557-48.2006.8.19.0053(2008.050.00655) - APELAÇÃODES. GILMAR AUGUSTO TEIXEIRAJulgamento: 01/07/2008

APELAÇÃO. LESÃO CORPORAL.AMEAÇA E POSSE DE ARMA DE FOGO.RECURSO COM ALEGAÇÃO DENULIDADE DO PROCESSO PORINCOMPETÊNCIA DO JUÍZO EINOBSERVÂNCIA DE OPORTUNIZAÇÃODA OFERTA DAS MEDIDASDESPENALIZANTES. NO MÉRITO,POSTULAÇÃO DE ABSOLVIÇÃO. Apreliminar de incompetência do Juízodeve ser rejeitada. Embora a denúnciacontenha imputação do crime deameaça, cuja competência racionemateriae pertence ao Juizado EspecialCriminal, ainda há na vestibular aacusação de lesão corporal praticadano âmbito familiar, onde a penaprivativa de liberdade máxima alcança

Page 95: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 95/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 95/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

03 (três) anos, portanto, excluído oJuizado Especial, sendo o processo e julgamento da competência do Juizadode Violência Doméstica e Familiarcontra a Mulher. Por fim, imputa-se

também a prática do delito de possede arma de fogo, com competência daVara Criminal. Ocorre que, quando daprática do delito de lesões corporais,ainda não estavam instalados osJuizados de Violência Doméstica eFamiliar contra a Mulher,remanescendo a competência da VaraCriminal, conforme disposto no art.33, da Lei nº 11.340/06. No tocanteao crime de ameaça, a Lei nº

11.313/06, ofertou parágrafo único,ao art. 60, da Lei nº 9099/95,determinando em caso de conexão oucontinência entre infração penal demenor potencial ofensivo e crime quenão tenha tal qualidade, que acompetência é da Vara Criminal,respeitada a aplicação dos institutosdespenalizantes. De tal sorte, emhavendo conexão instrumental ouprobatória (art. 76, inciso III, do CPP),

pois o crime de posse irregular dearma de fogo só foi constatado emrazão do desdobramento dasinvestigações pelos crimes de lesãocorporal e ameaça, a competência éda Vara Criminal. Preliminar rejeitada.Quanto à alegação da necessáriaaplicação das medidas despenalizantesprevistas na Lei 9099/95, algunspontos devem ser destacados. Taismedidas afirmadas pelo recorrente se

subsumem na composição civil,transação penal e suspensãocondicional do processo. Quanto aodelito de ameaça, submetemos amatéria preliminar ao mérito, onde aquestão será decidida de formafavorável ao apelante. No tocante aodelito de lesão corporal dolosapraticada no âmbito familiar, ainfração, cuja pena máxima alcança03 (três) anos, não é considerada

infração de menor potencial ofensivo,

o que exclui, de plano, a possibilidadeda composição civil e transação penal,podendo apenas falar-se emaplicabilidade ou não da suspensãocondicional do processo, posto ser a

pena mínima de 03 (três) meses dedetenção. Ocorre que o art. 41, da Lei11.340/06, vedou a aplicação da Lei9099/95, onde reside tal instituto. Nãose vislumbra no dispositivo qualquerpecha de inconstitucionalidade.Primeiro, porque não há que se falarem trato desigual entre infraçõespenais idênticas, vez que agora areferida lesão corporal, peloquantitativo de pena, não é mais

considerada como infração penal demenor potencial ofensivo. Em segundolugar, entendeu por bem o legislador,afastar o referido institutodespenalizante, e o fez amparado no §8º, do art. 226, da ConstituiçãoFederal. Isto porque o pactoFundamental da República foi sensívelquanto à necessidade de maiorproteção, ante a vulnerabilidade dedeterminadas pessoas, vale citar, o

idoso, a criança, o adolescente e afamília, esta citada expressamente nodispositivo, onde há tambémdeterminação para criação demecanismos que visem coibir aviolência no âmbito de suas relações.Sob tal enfoque é visivelmente fácil acompreensão da autorizaçãolegislativa ordinária para que fosseafastada a possibilidade de aplicaçãodo sursis processual em determinadas

hipóteses delitivas. O mesmo ocorreucom a Lei 9839/99, que inseriu o art.90-A na Lei 9099/95, vedando aintegral aplicação do referido diplomaaos crimes militares. O fez porconsiderações especiais, visando amantença da disciplina e hierarquia nacaserna, ponderações consideradasproporcionais ao bem jurídicoprotegido, sem que até agora haja oreconhecimento de sua

inconstitucionalidade. No entanto,

Page 96: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 96/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 96/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

afastada a possibilidade de aplicaçãode tal instituo ao crime de lesãocorporal mencionado, ainda subsistiriao delito de posse de arma de fogo,onde a pena mínima abstrata é de um

ano. Não obstante o quantitativo dapena, não pode o referido crime serconsiderado isoladamente para efeitosde aplicação do instituto, postoestarmos diante de um concursomaterial de crimes, onde o somatóriodas penas mínimas ultrapassa umano, tudo na esteira do entendimentocontido na ementa de nº 243, daSúmula predominante do STJ. Nesseponto, deve a preliminar também ser

afastada. NO MÉRITO, quanto aocrime de posse de arma de fogo, elefoi até confessado, havendo provatestemunhal. A simples posse de armade fogo, independentemente domuniciamento, já constitui a figuratípica prevista na Lei nº 10.826/03.Entendimento diverso havia quandoda vigência da Lei 9437/97, mas quenão mais se coaduna com o atualdiploma. Além do mais, no caso

concreto, a arma estava municiada eainda foram encontrados outroscartuchos do mesmo calibre. Quantoao delito de ameaça a denúncia éomissa no concernente ao mal injustoe grave que o recorrente pretendiacausar. Tal omissão levanecessariamente à qualificação deinepta, razão pela qual deve serabsolvido neste ponto. Ao inverso, nopertinente ao delito de lesões

corporais, a prova é farta, no plano daautoria e da materialidade. A sentençamerece reparo apenas no campo dadosimetria, com mitigação da penabase, eis que excessiva, e exclusão daagravante, por resultar em verdadeirobis in idem, pois presente comoelementar do tipo. RECURSOCONHECIDO, REJEITADAS ASPRELIMINARES E, NO MÉRITO, AMAIORIA NEGA PROVIMENTO AO

RECURSO, VENCIDO O RELATOR QUEO PROVÊ PARCIALMENTE.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0000752-22.2005.8.19.0024(2008.051.00194)  - RECURSO EMSENTIDO ESTRITODES. LUIZ FELIPE HADDADJulgamento: 01/07/2008

Réu denunciado e pronunciado porhomicídio qualificado tentado e porteilegal de arma de fogo de usopermitido; consoante o Código Penal,

artigo 121 § 2º II, e 14 II, e segundoa Lei 10826/2003, artigo 14. Sentençaanterior que foi anulada pelo próprioJuízo, a pedido da defesa técnica, porirregularidades processuais. Prisão emflagrante, relaxada ao depois. Recursoem sentido estrito, da mesma defesa.Opinar do MP de 2º grau em seudesamparo. Razão manifesta. Institutoda pronúncia que jamais deve serconfundido com decisão condenatória.

Dúvida que, se existente no tema,milita não a favor do réu, mas sim,dentro do brocardo in dubio prosocietate. Competência dosrepresentantes da sociedade, à luz daCarta Republicana, para o julgamentodos crimes dolosos contra a vida.Soberania do Tribunal do Júri que nãopode ser estorvada pela JustiçaTogada. Indícios coligidos, na fasepolicial, nas palavras do réu no

interrogatório, e nos depoimentos dastestemunhas arroladas, que fazempositivar, na cognição acimacomentada, o fato de o réu portarrevólver, há bastante tempo; porcerto, usando-o muitas vezes; de terprocurado a vítima por causa de umadívida ou da recusa de umempréstimo; e ter efetivado doisdisparos contra a última, que lhecausaram lesões leves ou de maiorgravidade; o que impende de

Page 97: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 97/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 97/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

positivação. Versão defensória quenão encontra, até agora, respaldo noprocessado. Indícios referidos que,portanto, autorizam o julgamentopelos jurados, em toda a consonância

da peça vestibular. Sentença que seconfirma. Recurso que se desprovê.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Acre======================

Processo: 2009.005159-2Julgamento: 21/01/2010Classe: Câmara CriminalRelator: Des. Arquilau Melo

Ementa: CRIMINAL. CONFLITONEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CRIME

DE HOMICÍDIO CONEXO AO CRIME DEPORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.VARA DO TRIBUNAL DO JÚRICOMPETENTE PARA O JULGAMENTODE AMBOS OS DELITOS.INTELIGÊNCIA DO ART. 76, III, E 78,I, DO CPP. 1. Concluindo-se que oporte de arma de fogo constituicircunstância influente da prática docrime principal, qual seja, dehomicídio consumado, e firmada a

competência para julgamento destecrime pela Vara do Tribunal do Júri,dever-se-á proceder aoprocessamento de ambos os crimes,por força do disposto no art. 76, incisoIII, e no art. 78, inciso I, ambos doCPP. 2. Conflito conhecido paradeclarar competente o suscitado.

Índice -------------------------Processo: 2002.002321-9

Julgamento: 07/02/2003Classe: Câmara CriminalRelator: Desª. Eva Evangelista

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE

COMPETÊNCIA. JUIZADOS ESPECIAISCRIMINAIS E VARA CRIMINAL DAJUSTIÇA COMUM. INQUÉRITO. PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO EMCONCURSO COM LESÕES CORPORAISDE NATUREZA LEVE. CRIME DEMENOR POTENCIAL OFENSIVO. LEISORDINÁRIAS FEDERAIS: 9.099/95 e10.259/01. MESMO PLANOHIERÁRQUICO NORMATIVO.APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS

CONSTITUCIONAIS DA ISONOMIA DAPROPORCIONALIDADE. PRINCÍPIOSPROCESSUAIS DA APLICAÇÃO DA LEIPENAL - DA TEMPUS REGIT ACTUM(ART. 2º, CÓDIGO PENAL) E DARETROAÇÃO DA LEI PENAL MAISBENIGNA.

Índice 

-------------------------

======================Tribunal de Justiça do Estado

do Amapá======================

Número Processo: 2060/05Relator: Desembargador MELLOCASTROClasse: APELAÇÃO CRIMINAL

Número Acórdão: 9429Data do Julgamento: 07/02/2006

EMENTA: PENAL E PROCESSUALPENAL - PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO DE USO PERMITIDO - LEI9.437/97- FRAGILIDADE PROBATÓRIA- INOCORRÊNCIA - CRIME DE MERACONDUTA - PORTE COMPROVADO -DECOTE DA QUALIFICADORAPREVISTA NO ART. 10, § 3º, IV, DA

LEI DO PORTE ILEGAL DE ARMAS -

Page 98: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 98/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 98/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

CIRCUNSTÂNCIA NÃO INCRIMINADAPELO ESTATUTO DO DESARMAMENTO,QUE, EM SEU ART. 36,EXPRESSAMENTE REVOGOU A LEI9.437/97 - CONDENAÇÃO RESTRITA

AO PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGODE USO PERMITIDO, QUEPERMANECEU TIPIFICADO NA NOVELLEI - DESCLASSIFICAÇÃO DAINFRAÇÃO FEITA EM GRAU DERECURSO TORNANDO O CRIME DEMENOR POTENCIAL OFENSIVO -COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA PARA JULGAR - ABOLITIOCRIMINIS RECONHECIDA DE OFÍCIO EADEQUAÇÃO DA PENA À NOVA

INFRAÇÃO. 1) Inocorre fragilidade deprovas se estas mostram-seconclusivas e em sintonia com adinâmica e a lógica dos fatos,firmando a convicção do Magistradosegundo o direito aplicável; 2)Havendo a Lei n.º 10.826/03revogado expressamente a Lei9.437/97, não mais reproduzindo acircunstância qualificadoraconcernente à reincidência, antes

prevista no art. 10, § 3º, IV, destediploma legal, impõe-se a aplicação daretroatividade da lei posterior maisbenéfica, conforme postuladosinsertos no art. 5º, XL, da ConstituiçãoFederal e art. 2º do Código PenalBrasileiro. Assim, o agente ao qual foiimputado o crime de porte ilegal dearma de fogo de uso permitido,qualificado pela reincidência, terá suaincriminação resumida à prevista no

tipo contido no art. 10, "caput", da Lei9.437/97, vez que a conduta sobexame continua incriminada no art. 14do Estatuto do Desarmamento; 3) Ofato da desclassificação da infraçãofeita no Tribunal tornar o delitoremanescente – porte ilegal de armade uso permitido - infração de menorpotencial ofensivo, a teor da Lei n.º10.259/01, dado que a pena máximaabstratamente cominada é de 02

anos, não tem o condão de impor a

remessa dos autos à Turma Recursal,permanecendo a competência doTribunal de Justiça para julgar aapelação, conforme orientação maisrecente do Excelso Supremo Tribunal

Federal e do Superior Tribunal deJustiça; 4) Recurso parcialmenteprovido para, reconhecida de ofício aabolitio criminis no tocante ao delitoprevisto no art. 10, § 3º, inciso IV, daLei n.º 9.437/97, desclassificar ainfração para a do art. 10, caput, domesmo diploma, promovendo aadequação da pena.

Íntegra do Acórdão

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

da Bahia======================

Classe: APELAÇÃO

Número do Processo: 59305-6/2008Relator: CASSIO JOSE BARBOSAMIRANDAData do Julgamento: 17/03/2009

PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃOCRIMINAL. TRÁFICO DE DROGAS(ARTIGO 33 DA LEI N°. 11.343/06) EPORTE ILEGAL DE ARMA DE USOPERMITIDO (ART. 14 DA LEI

10.826/03). ALEGAÇÃO DEINEXISTÊNCIA DE PROVAS.INCABIMENTO. CONJUNTOPROBATÓRIO SÓLIDO.MATERIALIDADE E AUTORIACOMPROVADAS. TESTEMUNHOS DEPOLICIAIS EM CONSONÂNCIA COM OACERVO DE PROVAS. OBSERVÂNCIADO CONTRADITÓRIO E DA AMPLADEFESA. ALEGADA COMPETÊNCIA DAJUSTIÇA FEDERAL PARA JULGARCRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA.

Page 99: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 99/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 99/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

INCABIMENTO. AUSÊNCIA DEAGRESSÃO A INTERESSES, BENS ESERVIÇOS DA UNIÃO. COMPETÊNCIADA JUSTIÇA ESTADUAL. REDUÇÃO DEPENA. IMPOSSIBILIDADE.

REPRIMENDA FIXADA DE ACORDOCOM OS PARÂMETROS LEGAIS.DESCLASSIFICAÇÃO, EX OFFÍCIO, DODELITO DE PORTE ILEGAL PARAPOSSE ILEGAL DE ARMA (ART. 12 DALEI 10.826/03). ABSOLVIÇÃO.VACATIO LEGIS INDIRETA. PREVISÃODA LEI 11.706/2008. ALTERAÇÃODOS ARTS. 30 E 32 DA LEI 10.826/03.AMPLIAÇÃO DO PRAZO PARAREGULARIZAÇÃO E ENTREGA DE

ARMAS ADQUIRIDASIRREGULARMENTE ATÉ 31 DEDEZEMBRO DE 2008. I - APELANTEPRESO EM FLAGRANTE EM DIA 25 DESETEMBRO DE 2007, MANTENDOCONSIGO, EM SUA RESIDÊNCIA, 30(TRINTA) PEDRAS DE SUBSTÂNCIASEMELHANTE A CRACK, E 19(DEZENOVE) TROUXINHAS DECANNABIS SATIVA, VULGARMENTECHAMADA DE MACONHA, ALÉM DE

CERTA QUANTIA EM DINHEIRO, UMACARTEIRA CONTENDO NOMES EENDEREÇOS E UM REVÓLVER CALIBRE38, MUNICIADO COM 04 (QUATRO)PROJÉTEIS INTACTOS E NUMERAÇÃODE SÉRIE 1865768, SEMAUTORIZAÇÃO E EM DESACORDOCOM DETERMINAÇÃO LEGAL. II - ACONDENAÇÃO BASEOU-SE EMLASTRO PROBATÓRIO CONSISTENTE,COMO AUTO DE EXIBIÇÃO, LAUDOS

PERICIAIS E PROVAS TESTEMUNHAIS,RESTANDO DEMONSTRADASMATERIALIDADE E AUTORIA, NÃOCABENDO ILAÇÕES QUANTO AOSTESTEMUNHOS DE POLICIAIS,PORQUANTO EM CONSONÂNCIA COMO CONJUNTO PROBATÓRIO. III. NÃOCOMPETE À JUSTIÇA FEDERAL JULGARO DELITO INSCRITO NO ART. 14 DALEI 10.826/03, TENDO EM VISTA AAUSÊNCIA DE AGRESSÃO A

INTERESSE, BENS OU SERVIÇOS DA

UNIÃO. EMBORA A LEI 10.826/2003TENHA INSTITUÍDO O SISTEMANACIONAL DE ARMAS (SINARM),VINCULADO AO MINISTÉRIO DAJUSTIÇA E À POLICIA FEDERAL, A

COMPETÊNCIA PARA JULGAR ODELITO EM COMENTO NÃO FOIDEFINIDA COMO SENDO DA JUSTIÇAFEDERAL, EXCETO NOS CASOSPREVISTOS NO ART. 109 DA CF. IV -A REDUÇÃO DA PENA NO CRIME DETRÁFICO DE DROGAS AFIGURA-SEDESCABIDA, PORQUANTO A PENA FOIFIXADA DE ACORDO COM OSPARÂMETROS LEGAIS. ENTRETANTO,DEVE OCORRER A

DESCLASSIFICAÇÃO DE OFÍCIO DOCRIME DE PORTE ILEGAL PARA OCRIME DE POSSE DE ARMA. ISTOPORQUE A ARMA FOI ENCONTRADANO INTERIOR DA RESIDÊNCIA,CARACTERIZANDO O CRIME DEPOSSE ILEGAL DE ARMA, E NÃO DEPORTE, COMO EXPRESSO NADENÚNCIA E NA SENTENÇACONDENATÓRIA. V - DEVE OCORRERNO CASO CONCRETO A ABSOLVIÇÃO

DO CRIME DE POSSE ILEGAL DEARMA, EM FACE DO VACATIO LEGISINDIRETA, PREVISTO NA LEI11.706/2008, QUE ALTEROU OSARTS. 30 E 32 DA LEI 10.826/03,ESTENDENDO O PRAZO PARAREGULARIZAÇÃO E ENTREGA DEARMAS ADQUIRIDASIRREGULARMENTE ATÉ 31 DEDEZEMBRO DE 2008. RECURSOCONHECIDO E PARCIALMENTE

PROVIDO. Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Ceará======================

Page 100: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 100/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 100/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

6350-60.2003.8.06.0000/0 -CONFLITO NEGATIVO DECOMPETÊNCIA Data Protocolo: 25/02/2003Relator: Des. LUIZ GERARDO DE

PONTES BRÍGIDO 

Ementa: - Conflito negativo decompetência. -Iniciada a ação pelocrime de porte ilegal de arma de fogona jurisdição ordinária, muito emborareferido delito tenha sidocaracterizado, posteriormente, comode menor potencial ofensivo pela Lei10.259/01, é vedada a redistribuiçãodo processo ao Juizado Especial, em

face do disposto no art. 25 do mesmoDiploma, ressalvada, por óbvio, apossibilidade de aplicação, se for ocaso, dos benefícios da Lei 9.099/95. -Precedente do STJ. - Aptidão cognitivado Juízo da 10ª Vara Criminal deFortaleza. -Unanimidade.

Índice Íntegra de Acórdão 

-------------------------

20618-56.2002.8.06.0000/0 -CONFLITO NEGATIVO DECOMPETÊNCIA Data Protocolo: 01/10/2002Relator: Des. JOÃO BYRON DEFIGUEIREDO FROTA 

Ementa: EMENTA: PENAL. CONFLITONEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CRIMESDE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGOE DE RESISTÊNCIA À PRISÃO.CONCURSO MATERIAL DE CRIMES.SOMATÓRIO DAS PENAS MÁXIMASATRIBUÍDAS AOS DOIS CRIMES.COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM.Denunciado o réu pela prática de doiscrimes porte ilegal de arma de fogo(art 10, caput, da Lei n° 9.437/97) eresistência à prisão (art. 329 do CPB)deve-se proceder ao somatório daspenas em abstrato para determinaçãoda competência. Pena máxima nãomais inclusa dentre os crimes de

menor potencial ofensivo, reguladopela Lei n° 9.099/95, ampliado peloart. 2º, parágrafo único da Lei n°10.259/2001. Conflito decidido pelacompetência do Juízo da Vara Única

da Justiça Comum de Icó. Índice Íntegra de Acórdão 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Distrito

Federal

======================

Classe do Processo: APELAÇÃOCRIMINAL 2005 07 1 021275-3APR - 0021275-42.2005.807.0007Registro do Acórdão Número:261033Data de Julgamento: 23/11/2006Relator: LECIR MANOEL DA LUZ

Ementa PENAL - PROCESSO PENAL -

MILITAR - PORTE - MUNIÇÃO -CONDENAÇÃO - APELAÇÃO -PRELIMINAR - INCOMPETÊNCIA -JUÍZO - COMPETÊNCIA - JUSTIÇACOMUM - CRIME COMUM -ATIPICIDADE - CONDUTA - PERIGOABSTRATO - RECURSO DESPROVIDO -UNÂNIME.I - A JUSTIÇA MILITAR SOMENTE TEMCOMPETÊNCIA PARA JULGAR OSCRIMES COMETIDOS POR AGENTES

MILITARES, PELOS CRIMESDEFINIDOS NO ARTIGO 9.º, DOCÓDIGO PENAL MILITAR. SE ODELITO EM COMENTO NÃO ENCONTRAPREVISÃO NA JUSTIÇA MILITAR,COMPETENTE A JUSTIÇA COMUMPARA JULGÁ-LO.II - O DELITO PRECONIZADO NOARTIGO 16 DO ESTATUTO DODESARMAMENTO É DE MERACONDUTA, NÃO SE EXIGINDO AOCORRÊNCIA DE NENHUM

Page 101: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 101/188

Page 102: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 102/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 102/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

COMUM.2. SE O EXAME DE EFICIÊNCIA EMARMA DE FOGO FOI REALIZADO PORPERITOS DO INSTITUTO DECRIMINALÍSTICA DO DEPARTAMENTO

DE POLÍCIA TÉCNICA DA POLÍCIACIVIL DO DISTRITO FEDERAL EASSINADO POR DOIS PERITOSOFICIAIS, NÃO DE SE FALAR EMNULIDADE DA PROVA PERICIAL.3. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERALENTENDE QUE É DESPICIENDA AREALIZAÇÃO DE EXAME DEEFICIÊNCIA NA ARMA APREENDIDAPARA A CONFIGURAÇÃO DA CONDUTADE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.

4. INCABÍVEL A ABOLITIO CRIMINISTEMPORALIS NA VACATIO LEGISINDIRETA PREVISTA NOS ARTS. 30,31 E 32 DA LEI Nº 10.826/2003(ESTATUTO DO DES ARMAMENTO),VISTO QUE A REFERIDA LEIESTABELECE A REGULARIZAÇÃO DOREGISTRO DE ARMA OU SUAENTREGA À POLÍCIA FEDERAL, E NÃO,A AUTORIZAÇÃO DA CONDUTA DEPORTAR ARMA EM VIA PÚBLICA.

5. A EXISTÊNCIA DE DOCUMENTOSNOS AUTOS EM QUE CONSTAAUTORIZAÇÃO PARA "TRANSFERIR"ARMA DE FOGO, NÃO SE PRESTA APROVAR O ERRO DE TIPO, TENDO EMVISTA QUE O RÉU ADMITIU, EMJUÍZO, QUE NÃO POSSUÍAAUTORIZAÇÃO PARA PORTAR A ARMAAPREENDIDA.6. EM ENTENDIMENTO SUMULADOPELO SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA "A INCIDÊNCIA DACIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE NÃOPODE CONDUZIR À REDUÇÃO DAPENA ABAIXO DO MÍNIMO LEGAL."(SÚMULA231/STJ).7. RECURSO DE APELAÇÃOCONHECIDO E DESPROVIDO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de Goiás======================

RECURSO: 708-6/194 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA ACÓRDÃO: 05/08/2009PROCESSO:

EMENTA: CONFLITO DECOMPETÊNCIA. PORTE DE ARMA DEFOGO DE USO PERMITIDO. POSSE DEDROGA PARA CONSUMO PRÓPRIORESISTÊNCIA. CRIME AFETO AOPROCEDIMENTO ORDINÁRIO EINFRAÇÕES DE MENOR POTENCIALOFENSIVO. DELITOS PRATICADOSNAS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS DE

LUGAR, TEMPO E MODO DEEXECUCAO. CONEXAO PROBATORIA.PREVALENCIA DO FORO COMPETENTEPARA A INFRACAO MAIS GRAVE, PORSE TRATAR DE JURISDICOES DEMESMA CATEGORIA. 1. E DE SERECONHECER O LIAME DE NATUREZAOBJETIVA (CONEXAO PROBATORIAOU INSTRUMENTAL) ENTRE CRIMES,SE ESTES SAO PRATICADOS NASMESMAS CIRCUNSTANCIAS DE

LUGAR, TEMPO E MODO DEEXECUCAO, O QUE OCORRE QUANDOA EVENTUAL PRATICA DO PRIMEIRODELITO FOI A CAUSA DAINVESTIGACAO DOS DEMAIS. 2.HAVENDO CONEXAO ENTRE UMAINFRACAO DE MENOR POTENCIALOFENSIVO DE COMPETENCIA DOJUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E UMAINFRACAO PENAL DE COMPETENCIADE JUIZO COMUM, DEVE HAVER A

UNIDADE DE PROCESSO PERANTE O

200901877403RELATOR: DES. ITANEY

FRANCISCO CAMPOS

Page 103: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 103/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 103/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

JUIZO COMUM QUE E O JUIZO DEATRACAO, POR SER O FOROCOMPETENTE PARA O JULGAMENTODA INFRACAO MAIS GRAVE, EM SETRATANDO DE JURISDICOES DE

MESMA CATEGORIA. CONFLITOPROVIDO. DECISÃO: ACORDAMOS INTEGRANTES DA SECAOCRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, AUNANIMIDADE DE VOTOS,ACOLHENDO O PARECER DAPROCURADORIA-GERAL DE JUSTICA,EM CONHECER DO PEDIDO E JULGARPROCEDENTE, PARA DECLARARCOMPETENTE O JUIZ DE DIREITO DA

OITAVA VARA CRIMINAL DA COMARCADE GOIANIA, ORA SUSCITADO, NOSTEMROS DO VOTO DO RELATOR.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------RECURSO: 34371-5/213 -APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO: 18/12/2008

PROCESSO:

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.INCOMPETÊNCIA DA JUSTICAFEDERAL AFASTADA. FIGURA TÍPICAABRANGIDA PELA VACATIO LEGISINDIRETA. ABSOLVICAO EX OFFICIO.I- E COMPETENTE A JUSTICAESTADUAL PARA JULGAR OS CRIMESDESCRITOS NA LEI 10.826/03,QUANDO NAO DEMONSTRADOPERIGO DE LESAO A INTEGRIDADETERRITORIAL, A SOBERANIANACIONAL, AO REGIMEREPRESENTATIVO E DEMOCRATICO, AFEDERACAO, AO ESTADO DEDIREITO, OU A PESSOA DO CHEFEDOS PODERES DA UNIAO. II- DEVESER RECONHECIDA, DE OFICIO, AATIPICIDADE DA CONDUTA POR

FORCA DA VACATIO LEGIS INDIRETA,EM QUE SUSPENSA A EFICACIA DODISPOSITIVO LEGAL EM QUESTAO,COM A CONSEQUENTE ABSOLVICAODO ACUSADO DA IMPUTACAO

FORMALIZADA NA DENUNCIA. APELOCONHECIDO. ATIPICIDADE DACONDUTA DECLARADA, DE OFICIO,COM A CONSEQUENTE ABSOLVICAODO ACUSADO. MERITO RECURSALPREJUDICADO.DECISÃO: ACORDA O EGREGIOTRIBUNAL DE JUSTICA DO ESTADODE GOIAS, PELOS INTEGRANTES DA5A. TURMA JULGADORA DE SUA 1A.CAMARA CRIMINAL, A UNANIMIDADE

DE VOTOS, DESACOLHENDO OPARECER MINISTERIAL DE CUPULA,EM CONHECER DA APELACAO ENEGAR-LHE PROVIMENTO, MAS DEOFICIO, DECLAROU EXTINTA APUNIBILIDADE DO APELANTE, NOSTERMOS DO VOTO DA RELATORA.

200803873179RELATOR: DES. AMELIA MARTINSDE ARAUJO 

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------RECURSO: 10041-4/220 -RECURSO EM SENTIDO ESTRITOACÓRDÃO: 05/08/2008PROCESSO:

EMENTA: "RECURSOS EM SENTIDOESTRITO. DESPRONUNCIA.IMPOSSIBILIDADE. CONEXAO. I-PARAA PRONUNCIA, MERO JUIZO DEADMISSIBILIDADE DA ACUSACAO,SAO BASTANTES, A PROVA DAMATERIALIDADE DELITIVA EINDICIOS DA AUTORIA.INTELIGENCIA DO ARTIGO 408, DOCODIGO DE PROCESSO PENAL. II-CABENDO AO TRIBUNAL DO JURI OJULGAMENTO DO HOMICIDIOPRATICADO, E DE SUA COMPETENCIATAMBEM A APRECIACAO DO CRIME DEPORTE DE ARMA EM CONEXAO COM O

200802269936RELATOR: DR(A). AMELIA NMARTINS DE ARAUJO

Page 104: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 104/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 104/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA.APELOS CONHECIDOS EIMPROVIDOS." DECISÃO: "ACORDA OEGREGIO TRIBUNAL DE JUSTICA DOESTADO DE GOIAS, PELOS

INTEGRANTES DA 3ª TURMAJULGADORA DA SUA 1ª CAMARACRIMINAL, A UNANIMIDADE DEVOTOS, ACOLHENDO O APRECERMINISTERIAL DE CUPULA, EMCONHECER DOS RECURSOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO, NOS TERMOS DOVOTO DA RELATORA."

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------RECURSO: 624-7/218 -INQUÉRITOACÓRDÃO: 19/06/2008PROCESSO:

EMENTA: "PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO. PREFEITO MUNICIPAL.COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA.

CONDUTA NÃO CARACTERIZADA.INQUÉRITO. PEDIDO DEARQUIVAMENTO FORMULADO PELOPROCURADOR GERAL DE JUSTICA.TRATANDO-SE DE PROCESSO DECOMPETÊNCIA ORIGINARIA DESTETRIBUNAL DE JUSTICA E PARTINDO OPEDIDO DE ARQUIVAMENTO DOINQUÉRITO, DO PROCURADOR GERALDE JUSTICA, O ATENDIMENTO AOPLEITO E IMPOSITIVO, DIANTE DO

DISPOSTO NO ARTIGO 3., I DA LEI8.038/90, POIS REQUERIDO PELODOMINUS LITIS. INQUERITOARQUIVADO." DECISÃO: "ACORDAMOS INTEGRANTES DA QUINTA TURMAJULGADORA DA PRIMEIRA CAMARACRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, PORVOTACAO UNIFORME, ACOLHENDO OREQUERIMENTO MINISTERIAL, EMDETERMINAR O ARQUIVAMENTO DOINQUERITO, NOS TERMOS DO VOTO

DO RELATOR, EXARADO NAASSENTADA DO JULGAMENTO QUE AESTE SE INCORPORA. CUSTAS DELEI."

200801028870RELATOR: DES. LEANDRO CRISPIM

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Maranhão======================

Acórdão 0872502009Nº Processo 283452009Relator RAIMUNDO NONATODE SOUZAData 09/12/2009Ementa CONFLITO NEGATIVO DECOMPETÊNCIA. PENAL. PROCESSUALPENAL. CRIMES DE AMEAÇA E LESÃOCORPORAL. RETRATAÇÃO DAREPRESENTAÇÃO. AUSÊNCIA DE

AÇÃO PENAL. PORTE ILEGAL DEARMA. AÇÃO PENALINCONDICIONADA. VARA CRIMINAL.CONFLITO PROVIDO. - Caso Em quehouve o suposto cometimento doscrimes de ameaça E lesão corporal,com uso de ARMA de fogo, docompanheiro contra sua companheira.- A ação penal dos crimes de ameaçaE lesão corporal, ambos decorrentesde crime contra mulher, no âmbito

familiar, segundo Entendimento doSuperior Tribunal de Justiça, é públicacondicionada à representação. - SEElementos dos autos indicam aocorrência de retratação darepresentação Em relação aos crimesde ameaça E lesão corporal,subsistindo, tão somente, o processocriminal para apurar a condutadelituosa de porte ilegal de Ed">ARMAde fogo, é competente para oprocessamento E julgamento do feito

Page 105: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 105/188

Page 106: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 106/188

Page 107: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 107/188

Page 108: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 108/188

Page 109: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 109/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 109/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

VEZES), SEQÜESTRO (ART. 148,CAPUT, DO CP) E PORTE ILEGAL DEARMA DE FOGO (ART. 14 DA LEI Nº10.826/03). PRETENSÃO DEABSOLVIÇÃO. ALEGADA AUSÊNCIA DE

ANIMUS NECANDI E INEXISTÊNCIA DEPROVA DE QUE O RÉU TENHAPRATICADO O CRIME DE SEQÜESTRO.VERTENTE PROBATÓRIACOMPROVANDO A PRÁTICA, EM TESE,DOS FATOS DELITUOSOS DESCRITOSNA DENÚNCIA. EXCLUSÃO DAPRONUNCIA DA TENTATIVA DEHOMICÍDIO QUANTO A VÍTIMAANDRÉA RIBEIRO DAS NEVES.RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. -

Na decisão de pronúncia, que temcaráter declaratório de admissibilidadeda acusação para julgamento peloTribunal do Júri, juízo competenteconstitucionalmente para julgar oscrimes dolosos contra a vida (art. 5º,XXXVIII, "d", CF), o réu só pode serimpronunciado quando houver provaestreme de dúvida da inexistência docrime de que é acusado, ou, secomprovada a existência deste,

houver prova incontroversa de que oréu não seja seu autor ou não tenhaparticipado de seu cometimento, oque não se vislumbra no presentecaso. - Ademais, tendo em vistatratar-se de crimes conexos, acompetência do júri deve ser ampliadapara julgar, no presente caso, alémdos crimes de tentativa de homicídio,também os crimes de seqüestro (art.148, caput, do CP) e de porte ilegal de

arma (art. 14 da Lei nº 10.826/03),pelos quais o ora recorrente tambémfoi denunciado e pronunciado, talcomo dispõe o art. 78, I, do Código deProcesso Penal, pois também háprovas de que o réu privou a liberdadedas demais pessoas que estavam nacasa de Andréia, obrigando-as aentrar na caminhonete do Sr. GilbertoCavaleiro Torres, e que portavailegalmente armas de fogo, conforme

Autos de Exibição e Apreensão e de

Exame de Arma de Fogo (fls. 33/34),fatos estes que restaramsuficientemente comprovados, aomenos nesta fase processual dapronúncia, como visto dos

depoimentos transcritos ao longodeste voto. DECISÃO: ACORDAM osIntegrantes da Primeira CâmaraCriminal do Tribunal de Justiça doEstado do Paraná, por unanimidade,em dar parcial provimento ao recursoem sentido estrito interposto pelo réuJosé Carlos Nonato de Lima, de acordocom o voto do Relator.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------Nº do Acórdão: 393Processo: 0434340-2Recurso: Conflito de CompetênciaCrimeRelator: José Laurindo de SouzaNettoJulgamento: 10/01/2008 

EMENTA: CONFLITO DE COMPETÊNCIANEGATIVO - POSSE DE ARMA E PORTEDE MUNIÇÃO - FURTO - CONEXÃO -INOCORRÊNCIA - DELITOSAUTÔNOMOS. COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITADO. CONFLITOPROCEDENTE. "A hipótese dos autosnão demonstra a ocorrência dequalquer interligação entre ascondutas, aptas à configuração deuma conexão entre os delitos, de

modo a ensejar a reunião dosprocessos". DECISÃO: ACORDAM osDesembargadores integrantes daSegunda Câmara Criminal do Tribunalde Justiça do Paraná, por unanimidadede votos, em julgar procedente oconflito de competência.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Page 110: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 110/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 110/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Nº do Acórdão: 21880Processo: 0401930-5Recurso: Apelação CrimeRelator: Lilian RomeroJulgamento: 13/12/2007

EMENTA: PENAL. APELAÇÃOCRIMINAL. PORTE DE ARMA DE FOGODE USO PERMITIDO (ART. 14 DA LEI10.826/03) E CAÇA DE ANIMALSILVESTRE (ART. 29 DA LEI9.605/98). PORTE DE ARMA DE FOGO.NULIDADE DA PROVA PERICIAL EAUSÊNCIA DE MATERIALIDADE.ALEGADA NÃO COMPROVAÇÃO DAPRESTABILIDADE DA ARMA DE FOGO.

INOCORRÊNCIA. CONFIGURAÇÃO DOCRIME. LAUDO HÁBIL A DEMONSTRARA EFICIÊNCIA DA ARMA APREENDIDACOM O APELANTE. CONJUNTOPROBATÓRIO HARMÔNICO,INCLUSIVE COM A CONFISSÃO DOAPELANTE DE QUE UTILIZAVA A ARMAPARA SUA DEFESA, SEMAUTORIZAÇÃO LEGAL PARA PORTE.CAÇA DE ANIMAL SILVESTRE. CRIMEDE MENOR POTENCIAL OFENSIVO.

CONEXÃO COM O CRIME DE MAIORPOTENCIAL OFENSIVO. COMPETÊNCIADA JUSTIÇA CRIMINAL COMUM.PRESCRIÇÃO RETROATIVA. AGENTEMENOR DE 21 ANOS NA DATA DOFATO. ART. 115 DO CÓDIGO PENAL.RECONHECIMENTO DE OFÍCIO.EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.RECURSO CONHECIDO E NÃOPROVIDO, COM RECONHECIMENTO,DE OFÍCIO, DA PRESCRIÇÃO

RETROATIVA EM RELAÇÃO AO CRIMEAMBIENTAL. O delito de caça deanimal silvestre é de menor potencialofensivo, mas em conexão com crimede maior potencial ofensivo, deve serprocessado e julgado pelo juízocriminal comum. DECISÃO: ACORDAMos integrantes da Segunda CâmaraCriminal do Tribunal de Justiça doEstado do Paraná, por unanimidade devotos, em conhecer do recurso e

negar-lhe provimento, bem como, de

ofício, declarar a extinção dapunibilidade do apelante, pelaprescrição retroativa, quanto ao delitodo art. 29 da Lei nº 9.605/98, nostermos do voto da Juíza Relatora.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Nº do Acórdão: 333Processo: 0424128-3Recurso: Conflito de CompetênciaCrimeRelator: Oto Luiz SponholzJulgamento: 06/12/2007

EMENTA: DIREITO PENAL EPROCESSO PENAL - DELITO DELESÕES CORPORAIS E PORTE ILEGALDE ARMA DE FOGO - CONFLITONEGATIVO DE COMPETÊNCIA - 10.ªVARA CRIMINAL E JUIZADO DEVIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIARCONTRA A MULHER - DELITOCOMETIDO ANTES DA ENTRADA EMVIGOR DA LEI N.º 11.340/06 -

IRRETROATIVIDADE DA "NOVATIOLEGIS IN PEJUS" - PROCESSAMENTODO FEITO NO JUÍZO COMUM -CONFLITO CONHECIDO E JULGADOPROCEDENTE PARA DECLARARCOMPETENTE O JUÍZO SUSCITADO.Ocorrido o fato delituosoanteriormente à entrada em vigor daLei 11.340/06, o novo diploma legalnão se aplica retroativamente. Ouseja, como a referida lei contém

normas mistas - regras de direitoprocessual penal e direito penal - quetrouxeram vários gravames ao sujeitoinfrator, classificando-se como"novatio legis in pejus", a Lei daViolência Doméstica não é aplicávelaos fatos praticados anteriormente à22/09/2006, data em que a Leiconhecida como Maria da Penhaentrou em vigor. Conflito conhecido edeclarado competente o juízo da 10.ªVara Criminal. DECISÃO: ACORDAM

Page 111: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 111/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 111/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

os integrantes da Primeira CâmaraCriminal, em composição integral, doTribunal de Justiça do Estado doParaná, por unanimidade de votos, emconhecer e julgar procedente o

presente conflito para declararcompetente o juízo da 10.ª VaraCriminal, do Foro Central da Comarcada Região Metropolitana de Curitibapara processamento do feito, nostermos do contido no voto e suafundamentação.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Nº do Acórdão: 21731Processo: 0421258-4Recurso: Apelação CrimeRelator: Lilian RomeroJulgamento: 08/11/2007

EMENTA: Vistos, relatados e discutidosestes autos de Apelação Criminal nº421.258-4, de Iporã, em que figuramcomo apelante o Ministério Público do

Paraná e como apelado Elvis Santosdas Mercês. O Ministério Públicointerpôs recurso da sentença que julgou procedente a pretensãopunitiva deduzida na denúncia,condenando o apelado como incursonos seguintes dispositivos, àsseguintes penas: Dispositivo e na(s)art. 16 da Lei 6368/76 prestação deserviços à comunidade por um mêsart. 18 da Lei 10826/03 anos e 8

meses de reclusão e 8 dias-multa Orecurso do Ministério Público se voltaexclusivamente contra a redução dapena aplicada ao delito do art. 18 daLei 10.826/2003 - tráfico internacionalde arma de fogo - abaixo do mínimolegal (que seria de 4 anos), promovidapela magistrada a quo na segundafase da dosimetria da pena. Paratanto, aduziu que a questão já estápacificada na jurisprudência, sendoobjeto inclusive da Súmula 231 do

STJ. Finalizou pugnando pela reformada sentença, majorando-se a penaaplicada, uma vez que não pode ficaraquém do mínimo legal. A parteapelada contra-arrazoou o recurso,

postulando a manutenção dasentença, alegando que a Súmula 231do STJ é desarrazoada. A D.Procuradoria Geral de Justiça ofereceuparecer2 opinando pelo provimento dorecurso, para o fim de reformar asentença prolatada, fixando-se a penaaplicada ao crime de tráfico de armasao mínimo legal de 4 anos dereclusão. É o relatório. Verifico, deplano, a incompetência da Justiça

Estadual para processar e julgar oapelado, bem como desta Corte para o julgamento deste recurso, já que nãohá disposição legal específicaadmitindo o processamento e julgamento pelo juiz estadual deprimeiro grau, por delegação. O apelose volta contra o quantum da penaaplicada ao apelado pelo cometimentodo crime previsto no art. 18 da Lei10.826/2003, qual seja, tráfico

internacional de arma de fogo,acessório ou munição: "Art. 18.Importar, exportar, favorecer aentrada ou saída do territórionacional, a qualquer título, de arma defogo, acessório ou munição, semautorização da autoridadecompetente: Pena - reclusão de 4(quatro) a 8 (oito) anos, e multa."Com efeito, a denúncia atribuiu talconduta ao apelado (além do porte de

substância entorpecente), porque elefoi flagrado, em ônibus que fazia alinha Guaíra-Umuarama, portandouma caixa de munição contendocinqüenta cartuchos intactos, calibre38, de uso permitido, que ele haviarecém adquirido no Paraguai (fs.02/03). Ao ser interrogado, o apeladoconfirmou que, a pedido de um tal deFred estava transportando a muniçãodesde Salto del Guayra (Paraguai) até

Altônia, onde a entregaria para uma

Page 112: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 112/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 112/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

pessoa de nome João, na rodoviárialocal. Disse ainda que receberia, pelatarefa, quinze gramas de substânciaentorpecente (f. 39). Ocorre que odelito de tráfico internacional de arma,

munição ou acessório é decompetência da Justiça Federal, nostermos do art. 109, IV da ConstituiçãoFederal. Neste sentido é a lição deFernando CAPEZ, em seuscomentários ao art. 18 da Lei10.826/2003: "Competência. Trata-sede crime de competência da JustiçaFederal, pois presente está o interesseda União na proteção de suasfronteiras contra a entrada e saída de

armamentos sem a autorização daautoridade competente." ("Estatuto doDesarmamento - Comentários à Lei n.10.826, de 22-12-2003", Ed. Saraiva,3ª edição, 2005, p. 169) O art. 24 daLei 10.826/2003, atribuiu ao Comandodo Exército "autorizar e fiscalizar aprodução, exportação, importação,desembaraço alfandegário e ocomércio de armas de fogo e demaisprodutos controlados, inclusive o

registro e o porte de trânsito de armade fogo de colecionadores, atiradorese caçadores". A importação de armasde fogo, munições e acessórios,mesmo que de uso permitido,regulam-se, cf. o art. 54 do Decreto5.123/2004 (que regulamenta a Lei10.826/2003), pelo disposto nos arts.51 e 52 do mesmo diploma. Neles, háexpressa referência à necessidade daprévia anuência do Comando do

Exército, e ainda a obtenção deCertificado Internacional deImportação e o preenchimento daLicença de Importação no SistemaIntegrado de Comércio Exterior(Siscomex). Mesmo que, adargumentandum, se entenda que nãocabe ao Comando do Exércitofiscalizar o ingresso de tal bem noPaís, remanesceria o disposto no art.2º, II do Estatuto do Desarmamento,

o qual prevê que compete ao Sinarm -

Sistema Nacional de Armas, dentreoutras funções, a de "cadastrar asarmas de fogo produzidas, importadase vendidas no País". A respeito doSinarm, consiste ele em órgão federal

instituído pela lei de desarmamento,com circunscrição em todo o territóriofederal, encarregado de manter umcadastro geral, integrado epermanente de todas as armas defogo importadas, produzidas evendidas no país, bem como procedero controle do seu registro. Tal órgãointegra a estrutura orgânica doMinistério da Justiça, no âmbito daJustiça Federal, à qual compete

controlá-lo e geri-lo, conforme aInstrução Normativa nº 4, da DPF(publicada no DJU de 15.05.98). Daí aconclusão de que o delito em tela -tráfico internacional de arma de fogo,acessório ou munição, previsto no art.18 da Lei 10.826/2003 - é dacompetência da Justiça Federal. Valeobservar que tal tipo penal foiinstituído com a edição da Lei10.826/2003. Anteriormente ao tipo

especial, o ingresso desautorizado dearma de fogo, munição e acessóriospara o interior do País eracaracterizado como crime decontrabando ou descaminho (art. 334do CP) e considerado de competênciada Justiça Federal. Neste sentido:"PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DECOMPETÊNCIA. CONTRABANDO.PORTE ILEGAL DE ARMAS. DELITOAMBIENTAL. SÚMULA 122-STJ. ART.

76, INCISO III DO CP. A conexãoentre o contrabando e o porte ilegalde arma implica na incidência daSúmula 122 desta Corte. Conflitoconhecido para declarar acompetência do Juízo Federal, osuscitante." (STJ-3ª Seção, CC30.688/PR, Rel. Min. Felix Fischer, julg. 28.11.2001, DJU 18.02.2002, p.232) O caso referido referia-se ahipótese em que, em diligência,

apreendeu-se munição comprada

Page 113: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 113/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 113/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

também no Paraguai: "O EXMO. SR.MINISTRO FELIX FISCHER:Inicialmente, cumpre asseverar quenão há conflito de competência notocante ao delito ambiental (artigo 29,

§1º, inciso III da Lei 9605/98), umavez que o MM. Juiz Federal recebeu adenúncia quanto a esse crime (fls.10). Quanto aos demais delitos,contrabando (art. 334 do CódigoPenal) e porte ilegal de armas (artigo10, §2º da Lei 9437/97) acompetência é da Justiça Federal umavez que está configurada a conexãoentre os dois crimes. Primeiro,porque, conforme descreve a denúncia

(fls. 02/05), apurou-se no inquéritopolicial que a própria muniçãoapreendida teria sido comprada noParaguai. Segundo, porque os delitosforam descobertos a partir da mesmadiligência - busca e apreensão naresidência do acusado - através deinvestigação única. Assim, restoucaracterizada a conexão nos termosdo artigo 76, inciso III do Código deProcesso Penal, o que faz incidir, no

presente caso, o verbete da Súmula122 desta Corte: 'Compete à JustiçaFederal o processo e julgamentounificado dos crimes conexos decompetência federal e estadual, nãose aplicando a regra do art. 78, II, 'A',do Código de Processo Penal.'"Conforme destacado acima, o julgamento em tela é anterior à ediçãoe vigência do novo Estatuto doDesarmamento (Lei 10.826/2003),

que criou o tipo específico de tráficointernacional de arma de fogo,munição e acessórios. Verificado,assim, o delito transnacional, impõe-se o reconhecimento da competênciada Justiça Federal e incompetência daJustiça Estadual. Voto, assim, nosentido de reconhecer de ofício aincompetência da Justiça Estadual,anulando a sentença, com adeterminação de remessa do feito ao

Juízo Federal competente. O

 julgamento do recurso, assim, restaprejudicado. ACORDAM os integrantesda Segunda Câmara Criminal doTribunal de Justiça do Estado doParaná, por unanimidade de votos, em

reconhecer de ofício a incompetênciada Justiça Estadual, anulando asentença, com a determinação deremessa do feito ao Juízo Federalcompetente., nos termos do voto daJuíza Relatora. Votaram com aRelatora o Desembargador Noeval deQuadros e o Juiz Convocado JoséLaurindo de Souza Netto, em Sessãode julgamento presidida peloDesembargador Lídio José Rotoli de

Macedo. Curitiba, 8 de novembro de2007. LILIAN ROMERO Juíza RelatoraConvocada. DECISÃO: ACORDAM osintegrantes da Segunda CâmaraCriminal do Tribunal de Justiça doEstado do Paraná, por unanimidade devotos, em reconhecer de ofício aincompetência da Justiça Estadual,anulando a sentença, com adeterminação de remessa do feito aoJuízo Federal competente, nos termos

do voto da Juíza Relatora.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Nº do Acórdão: 324Processo: 0423395-0Recurso: Conflito de CompetênciaCrimeRelator: Lilian RomeroJulgamento: 02/08/2007

EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DECOMPETÊNCIA CRIME. POSSE DEARMA DE FOGO E DISPARO. DELITOSPRATICADOS NO CONTEXTO DEVIOLÊNCIA FAMILIAR. FATOSANTERIORES À VIGÊNCIA DA LEI11.340/06 (LEI MARIA DA PENHA).NORMA DE NATUREZA PENAL EPROCESSUAL. IRRETROATIVIDADE DA"NOVATIO LEGIS IN PEJUS".PROCESSAMENTO DO FEITO NO

Page 114: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 114/188

Page 115: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 115/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 115/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Data: 05/03/2008Órgão Julgador: Tribunal PlenoRelator: Juíza Patrícia Gondim(Convocada) 

Ementa: PROCESSUAL PENAL.CONFLITO NEGATIVO DEJURISDIÇÃO. VARAS CRIMINAIS.CONCURSO DE JURIDIÇÕES DEMESMA CATEGORIA. CRIMESCONEXOS. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EPORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 78,INCISO II, ALÍNEA A, DO CÓDIGO DEPROCESSO PENAL. COMPETÊNCIACONSIDERADO O LUGAR DA

INFRAÇÃO À QUAL FOR COMINADA APENA MAIS GRAVE. CONFLITOPROCEDENTE. REMESSA DOS AUTOSAO JUÍZO SUSCITADO.

Índice 

-------------------------Processo: 2006.006893-8Data: 20/04/2007Classe: Apelação CriminalRelator: Des. Caio Alencar

Ementa: PENAL E PROCESSUALPENAL. DISPARO DE ARMA DE FOGOEM VIA PÚBLICA. CONDENAÇÃO NASPENAS DO ART. 10, §1º, INC. III E§4º, DA LEI Nº 9.437/97.REVOGAÇÃO DA CAUSA DE AUMENTODE PENA PELO ESTATUTO DODESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03).MODIFICAÇÃO DA PENA MÁXIMAPARA 02 (DOIS) ANOS DE DETENÇÃO.

DELITO DE MENOR POTENCIALOFENSIVO. COMPETÊNCIA ABSOLUTADOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAISPARA PROCESSAR E JULGAR O FEITO.PRELIMINAR DE NULIDADE DOPROCESSO SUSCITADA PELAPROCURADORIA DE JUSTIÇA.ACOLHIMENTO.

Índice 

-------------------------NÚMERO: 70032728909

TIPO DE PROCESSO: Recurso emSentido EstritoRELATOR: José Antônio Hirt PreissDATA DE JULGAMENTO:27/01/2010

EMENTA: RECURSO EM SENTIDOESTRITO. PROCESSO DACOMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DOJÚRI. RECURSO DEFENSIVO. Estandopresentes os pressupostos do artigo413 do Código de Processo Penalindícios de autoria e prova damaterialidade do crime prevalente,deve o réu ser submetido ao crivo doTribunal do Júri. Quanto ao crime

conexo, porte ilegal de arma de fogo,por ser delito de mera conduta eestando provadas a autoria ematerialidade do mesmo, deve o réu,também, enfrentar o Tribunal do Júri,com relação a este crime, peloprincípio da especialidade. Quanto aodelito de disparo de arma de fogo emlocal habilitado 2º fato -, por estarcomprovada a autoria e amaterialidade do delito, deve o

mesmo ser perquirido junto aoTribunal do Júri, em face do Princípioda Especialidade. RECURSODEFENSIVO IMPROVIDO. DECISÃOUNÂNIME. (Recurso em SentidoEstrito Nº 70032728909, PrimeiraCâmara Criminal, Tribunal de Justiçado RS, Relator: José Antônio HirtPreiss, Julgado em 27/01/2010)

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Rio Grande do Sul======================

NÚMERO: 70032831414TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrime

Page 116: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 116/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 116/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

RELATOR: Marcel Esquivel HoppeDATA DE JULGAMENTO:16/12/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIME. PORTE

ILEGAL DE ARMA DE FOGO.ESTATUTO DO DESARMAMENTO.NULIDADE. A JUNTADA DA FOLHA DEANTECEDENTES CRIMINAIS AOSAUTOS NÃO OFENDE O ARTIGO 20 DOCÓDIGO DE PROCESSO PENAL.NULIDADE, EM RAZÃO DO JUÍZOINQUIRIR AS TESTEMUNHAS ANTESDAS PARTES, PRODUZINDO PROVASCONTRA A DEFESA. INOCORRÊNCIA.NÃO AFRONTA O ARTIGO 212, CPP.

ATIPICIDADE DA CONDUTA PORFALTA DE COMPETÊNCIACONSTITUCIONAL DA UNIÃO PARAREGULAR O PORTE E REGISTRO DEARMA DE FOGO. IMPOSSIBILIDADE.NEGARAM PROVIMENTO AO APELODEFENSIVO. (Apelação Crime Nº70032831414, Primeira CâmaraCriminal, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Marcel Esquivel Hoppe,Julgado em 16/12/2009)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------NÚMERO: 70031072994TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: José Antônio Hirt PreissDATA DE JULGAMENTO:09/12/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIME.ESTATUTO DO DESARMAMENTO. I -PRELIMINAR. Não há falar emincompetência da Justiça Estadualpara julgar os crimes e conhecer damatéria pertinente à Lei nº 10.826/03.A Constituição Federal de 1988 étaxativa, elencando quais são oscrimes de competência da JustiçaFederal, e, dentre estes, não seencontra o porte de arma. Outrossim,

não constitui afronta direta e imediataaos interesses da União, ocometimento do delito ora em análise,porquanto o bem jurídico atingidocondiz com a incolumidade pública em

geral. II - MÉRITO. MATERIALIDADE EAUTORIA PROVADAS. CONDENAÇÃOIMPOSITIVA. Provada a materialidadee a autoria, o acervo probatório foisuficiente para embasar o decretocondenatório, em especial pelapalavra dos policiais, que se mostroucoerente e lúcida. Não há porque seretirar a validade dos seusdepoimentos, já que sequer existemfatos concretos que indiciem intenção,

por parte destes, de prejudicar odenunciado. Ademais, é consabido queo porte ilegal de arma de fogo é crimede perigo presumido pela normapenal. Trata-se de infração de meraconduta, em que a lei não exigequalquer resultado de natureza causalnaturalístico, bastando o ato de portararma de fogo para que se presuma aameaça de lesão ao bem jurídicopenalmente tutelado. PRELIMINAR

REJEITADA. APELO IMPROVIDO.UNÂNIME. (Apelação Crime Nº70031072994, Primeira CâmaraCriminal, Tribunal de Justiça do RS,Relator: José Antônio Hirt Preiss,Julgado em 09/12/2009)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------NÚMERO: 70026200220TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: Marlene LandvoigtDATA DE JULGAMENTO:29/09/2009

EMENTA: APELAÇÃO-CRIME. PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO. LEI10.826/03. PRELIMINAR DEINCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇAESTADUAL. A matéria exposta é de

Page 117: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 117/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 117/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

competência da Justiça Estadual, vezque não constitui afronta direta eimediata aos interesses da União(artigo 109 da Constituição Federal).Preliminar rejeitada. MÉRITO.

MATERIALIDADE DELITIVA.COMPROVAÇÃO. ALEGAÇÃO DENULIDADE DA PERÍCIA.INOCORRÊNCIA. Inexiste qualqueróbice para que agentes da polícia judiciária realizem a perícia para quese constate a funcionalidade de armade fogo apreendida, dada a naturezasingela do encargo, não sendonecessário maiores conhecimentostécnicos de seus realizadores. No

caso, ainda, eles detinham nívelsuperior e, em razão de sua profissão,possuíam maiores conhecimentos paramanejar adequadamente uma arma.Outrossim, sequer participaram osperitos nomeados da realização do IP,improcedendo a suspeição alegada.MÉRITO. AUTORIA. PROVA.MANUTENÇÃO DO DECRETOCONDENATÓRIO. Autoria confessadapelo réu, corroborada pelos

depoimentos dos policiais militares,são elementos que não deixam dúvidaquanto à prática do fato criminoso.Condenação mantida. ART. 16,PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO IV, DALEI Nº 10.826/03. CONFIGURAÇÃO.ARMA DE USO PROIBIDO OURESTRITO. PRESCINDIBILIDADE.Desnecessário para caracterização doilícito previsto art. 16, parágrafoúnico, inciso IV, do Estatuto do

Desarmamento, que a arma de fogoapreendida seja de uso proibido ourestrito. Recurso ministerial provido.TIPICIDADE. Por tratar-se de ilícito demera conduta, o tipo penal emquestão caracteriza-se, dentre outrasforma de agir, com o simples porte dearma, sem autorização da autoridadecompetente. ESTADO DENECESSIDADE. NÃOCARACTERIZAÇÃO. Cabe a defesa

comprovar excludente de

antijuridicidade alegada. Exculpantenão demonstrada. ATENUANTE. ART.14, I, DA LEI 9.605/97.INAPLICABILIDADE. A circunstânciaatenuante de baixa escolaridade não

incide na espécie, pois pelo princípioda especialidade, só terá aplicação noscrimes ambientais previsto na Lei n. 9.605/98. ATENUANTE DA CONFISSÃOESPONTÂNEA. PENA-BASE FIXADA NOMÍNIMO. SÚMULA 231 DO STJ.Inviável a redução da pena aquém domínimo legal em razão de atenuantes,conforme Súmula 231 do STJ. Apelodefensivo desprovido. Apeloministerial provido, à unanimidade.

(Apelação Crime Nº 70026200220,Segunda Câmara Criminal, Tribunal deJustiça do RS, Relator: MarleneLandvoigt, Julgado em 29/09/2009)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Superior Tribunal de Justiça

======================

CC 98787 / RJCONFLITO DE COMPETÊNCIA 2008/0209321-6Relator(a): Ministro ARNALDOESTEVES LIMA (1128)Data do Julgamento: 26/08/2009

Ementa: PENAL. CONFLITO DECOMPETÊNCIA. CRIME DE PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO COMNUMERAÇÃO RASPADA. ART. 16,PARÁGRAFO ÚNICO, INCISOS I E IV,DA LEI 10.826/03. OFENSA À FÉPÚBLICA DA UNIÃO. NÃO-OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE OFENSAA BENS, SERVIÇOS OU INTERESSESDA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA

JUSTIÇA ESTADUAL.

Page 118: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 118/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 118/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

1. A Lei 10.826/03 (Estatuto doDesarmamento) visa melhorar asegurança pública, através dorecolhimento de armas de fogo emunições sem os registros

pertinentes, tendo como bem jurídicotutelado a segurança pública.2. Em regra, a competência paraprocessar e julgar os crimes elencadosna Lei 10.826/03 é da competência daJustiça Estadual.3. O fato de o registro de armasserem efetuados no órgão submetidoao Ministério da Justiça, por si só, nãoenseja o deslocamento dacompetência para a Justiça Federal, o

que revela interesse genérico e reflexoda União, pois não há ofensa a seusbens, serviços ou interesses.4. Conflito conhecido para declararcompetente o Juízo de Direito da 2ªVara Criminal de Campo Grande/RJ,ora suscitante.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------CC 101413 / MGCONFLITO DE COMPETÊNCIA 2008/0264113-4Relator(a): Ministra MARIATHEREZA DE ASSIS MOURAData do Julgamento: 12/08/2009

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DECOMPETÊNCIA. POSSE DE MUNIÇÕESE DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTEPARA USO PRÓPRIO. INFRAÇÃOPENAL DE MENOR POTENCIALOFENSIVO. LEI N.º 11.343/06.CONEXÃO ENTRE OS DELITOS.INEXISTÊNCIA. REJEIÇÃO DADENÚNCIA QUANTO AO DELITO DO

1. Inexistindo liame entre o crime de

ART. 12 DA LEI N.º 10.826/03.SÚMULA N.º 235/STJ.

competência da Justiça Comum(possuir munições) e o delito decompetência do Juizado Especial

(posse de entorpecente para usopróprio), não há falar em conexão.2. Vê-se, ainda, que a denúncia foirejeitada na parte relativa ao delito deposse de munições, haja vista o

reconhecimento, pelo Juízo de Direitoda Vara Criminal de BeloHorizonte/MG, da atipicidade daconduta, não havendo interposição derecurso quanto ao decisum. Aplicávelà espécie a Súmula n.º 235 destaCorte.3. Conflito conhecido para declararcompetente o Juízo de Direito da Varado Juizado Especial Criminal de BeloHorizonte/MG, ora suscitado.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------CC 100628 / SPCONFLITO DE COMPETÊNCIA2008/0243735-9Relator(a): Ministro JORGE MUSSIData do Julgamento: 10/06/2009

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE

COMPETÊNCIA. PROCESSO PENAL.CRIME MILITAR, EM TESE, CONEXO ACRIME COMUM. IMPOSSIBLIDADE DEREUNIÃO DOS FEITOS PARAJULGAMENTO CONJUNTO PERANTE AJUSTIÇA CASTRENSE.1. Nos termos do art. 102, alínea a,do Código de Processo Penal Militar, edo art. 79, inciso I, do CodexProcessual Criminal, não há que sefalar em unidade de julgamento de

crime comum e militar, mesmopresente a conexão probatória.2. In casu, os acusados foram presosem flagrante pelo delito de porte ilegalde arma de fogo de uso restrito,previsto no art. 16 do Estatuto doDesarmamento, cuja competência

3. A possível existência de conexão dealudido delito com crime anteriormilitar de desvio de muniçãopertencente ao Exército não tem o

éda Justiça Comum.

Page 119: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 119/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 119/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

condão de estabelecer a unidade deprocesso e julgamento.4. Conflito conhecido para declarar-secompetente o Juízo de Direito da 1ªVara Criminal de Jundiaí-SP, o

suscitado.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------CC97148/RSCONFLITO DE COMPETÊNCIA 2008/0151405-8Relator(a): Ministro JORGE MUSSIData do Julgamento: 25/03/2009

Ementa: CONFLITO DECOMPETÊNCIA. MUNIÇÃO DE USORESTRITO APREENDIDA NA MESMAOCASIÃO EM QUE ESTAVA SENDOCUMPRIDO MANDADO DE BUSCA EAPREENSÃO EXPEDIDO POR JUIZFEDERAL EM INVESTIGAÇÃO DECRIMES COMETIDOS CONTRA APREVIDÊNCIA SOCIAL. INEXISTÊNCIADE CONEXÃO. COMPETÊNCIA DA

JUSTIÇA ESTADUAL.1. Inexistindo conexão entre o crimeprevisto no art. 16 da Lei 10.826/2003e o de falsidade de atestado médico,este último cometido, em tese, contraa Previdência Social, não há que sefalar em competência da JustiçaFederal.2. In casu, o único liame entrereferidas infrações penais é o fato daapreensão da munição de uso restrito

ter sido realizada durante ocumprimento de mandado de busca eapreensão expedido por Juiz Federalem investigação relativa a crimescometidos contra a Previdência Social,dentre eles o previsto no art. 302 do

3. Conflito conhecido para declarar-secompetente o Juízo de Direito da

Terceira Vara Criminal da comarca deRio Grande/RS, o suscitado, paraprocessar e julgar o delito previsto noart. 16 da Lei 10.826/2003.

Código Penal. Assim, por se tratarem,aparentemente, de condutasindependentes, não há conexãoprobatória entre os mesmos.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------CC 98440 / MGCONFLITO DE COMPETÊNCIA2008/0195851-2 Relator(a): Ministro NAPOLEÃONUNES MAIA FILHOData do Julgamento: 08/10/2008

Ementa: CONFLITO DECOMPETÊNCIA. PROCESSUAL PENAL.EMBRIAGUEZ AO VOLANTE, PORTEILEGAL DE ARMA DE USO PERMITIDOE RECEPTAÇÃO DE PRODUTO FRUTODE CONTRABANDO. AUSÊNCIA DELIAME CIRCUNSTANCIAL AJUSTIFICAR A CONEXÃO E OJULGAMENTO EM CONJUNTO DOSDELITOS. INAPLICAÇÃO DA SÚMULA122/STJ. CONFLITO CONHECIDO

PARA DECLARAR COMPETENTE OJUÍZO DE DIREITO DE MINASNOVAS/MG, O SUSCITADO, PARA OPROCESSAMENTO E JULGAMENTO DO FEITO, EM RELAÇÃO AOS CRIMES DEEMBRIAGUEZ AO VOLANTE E PORTEILEGAL DE ARMA DE USO PERMITIDO,DE ACORDO COM O PARECER MPF.1. Não há conexão a justificar areunião dos processos perante àJustiça Federal se suposta receptação

de cigarros contrabandeados (art.334, § 1o., alínea d do CPB), decompetência da Justiça Federal, e oscrimes de porte ilegal de arma de fogode uso permitido (art. 14 da Lei10.826/03) e embriaguez ao volante(art. 306 do CTB), de competência

2. O simples fato de ter sido aapuração

daJustiça Estadual, não guardam liamecircunstancial algum, seja subjetivo,material ou instrumental.

dos referidos crimes iniciada

Page 120: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 120/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 120/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

a partir da mesma diligência, qualseja, a prisão em flagrante e a buscarealizada em seu carro, não os insereno caso de conexão probatória, esta,na realidade, só se dá quando a prova

de uma infração ou de qualquercircunstância influir direta enecessariamente na prova de outra.3. O MPF manifestou-se peloconhecimento do  conflito e peladeclaração da competência da JustiçaEstadual.4. Conflito conhecido para,reconhecendo a ausência de conexão,declarar a competência do Juízo deDireito de Minas Novas/MG, o

suscitado, para o processamento e julgamento do feito referente aoscrimes de porte ilegal de arma de fogode uso permitido e embriaguez aovolante.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------HC79264/PR 

HABEAS CORPUS 2007/0060662-4Relator(a): Ministro ARNALDOESTEVES LIMAData do Julgamento: 11/09/2008

Ementa: HABEAS CORPUS.PROCESSUAL PENAL. POSSE ILEGALDE ARMA DE USO RESTRITO. ART. 16DA LEI 10.826/03. PRISÃO EMFLAGRANTE. VALIDADE DO MANDADODE BUSCA E APREENSÃO. SUPRESSÃODE INSTÂNCIA. ARMADESMUNICIADA. IRRELEVÂNCIA.COMPETÊNCIA. DESCLASSIFICAÇÃODO

1. Não havendo manifestação

DELITO. DILAÇÃO PROBATÓRIA.ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDAE, NESSA EXTENSÃO, DENEGADA.

doTribunal de origem – acerca daregularidade do mandado de busca eapreensão realizado na residência dopaciente –, não pode o SuperiorTribunal de Justiça analisar o tema,

sob pena de indevida supressão deinstância. Precedentes do STJ.2. "A Lei nº 10.826/2003 (Estatuto doDesarmamento não modificou acompetência para o processamento e

 julgamento dos crimes de porte ilegalde arma de fogo, que continua naJustiça Estadual" (CC 44.129/RJ, Rel.Min. PAULO MEDINA, Terceira Seção,DJ 3/11/04)3. A objetividade jurídica dos crimesde porte e posse de arma de fogotipificados na Lei 10.826/2003 não serestringe à incolumidade pessoal,alcançando, por certo, também, aliberdade pessoal, protegidas

mediatamente pela tutela primária dosníveis da segurança coletiva, do quese conclui ser irrelevante a eficácia daarma para a configuração do tipopenal.4. Analisar a tese de desclassificaçãodo delito imputado para o de posseilegal de arma de fogo de usopermitido (art. 12 da Lei 10.826/03)implica reexame do conjunto fático-probatório, peculiar ao processo de

conhecimento, o que é inviável emsede de habeas corpus, remédio jurídico-processual, de índoleconstitucional, que tem como escoporesguardar a liberdade de locomoçãocontra ilegalidade ou abuso de poder,marcado por cognição sumária e ritocélere.5. Ordem parcialmente conhecida e,nessa extensão, denegada.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------CC 90131 / MGCONFLITO DE COMPETÊNCIA2007/0226999-3Relator(a): Ministra MARIATHEREZA DE ASSIS MOURAData do Julgamento: 27/02/2008

Page 121: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 121/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 121/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Ementa: CONFLITO DECOMPETÊNCIA. 1. DISPARO DE ARMADE FOGO EM VIA PÚBLICA. ART. 15DA LEI 10.826/03. POLICIAL MILITARQUE ATIRA NO PNEU DO  CARRO DE

CAMINHÃO PARA EVITAR A FUGA DEPOSSÍVEL INFRATOR. CRIME QUENÃO ENCONTRA CORRESPONDÊNCIANO CÓDIGO PENAL MILITAR.COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITARAFASTADA. 2. COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE. 1. Tratando-seda conduta de efetuar disparos dearma de fogo em via pública,cometida por policial militar emsituação de atividade, crime que não

encontra correspondente previsãolegal no Código Penal Militar, é de seafastar a competência da Justiçacastrense. 2. Reconhecida acompetência do juízo de Direito daVara Criminal de Inquéritos Policiaisde Belo Horizonte/MG, suscitado, paraconhecer de eventual denúnciaoferecida contra o investigado eprocessá-lo e julgá-lo se for o caso.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Rio de Janeiro======================

0083928-95.2008.8.19.0054(2009.050.02812) - APELAÇÃODES. MOACIR PESSOA DE ARAUJOJulgamento: 14/12/2009 

CRIME CONTRA A INCOLUMIDADEPÚBLICA. Estatuto do Desarmamento.Porte ilegal de arma de fogo. Sentença

absolutória. Reforma. Hipótese.Demonstrando as provas dos autosque o agente portava, de formacompartilhada com o menor, orevólver apreendido, de uso permitido,sem autorização legal ouregulamentar, impõe-se a suacondenação por violação ao artigo 14da Lei nº 10.826/03. Preenchendo oagente os requisitos do artigo 44 daLei Penal, é de se aplicar a

substituição da pena privativa deliberdade por restritivas de direitos.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------0018133-23.2007.8.19.0202(2009.050.06958) - APELAÇÃODES. MARCUS BASILIOJulgamento: 25/11/2009

EMENTA: PENAL - LATROCINIOTENTADO - ROUBO DIFERENÇA -DOLO DE MATAR - RECEPTAÇÃO -PORTE DE ARMA - CONCEITO Nãohavendo dúvida que o agente abordoua vítima e dela subtraiu diversos bensmóveis e que a ação foi praticadamediante grave ameaça exercidaatravés de aponte de arma de fogo,apenas havendo dúvida quanto ao

disparo efetuado no curso da instrução

Porte compartilhado

•  TRIBUNAIS DE JUSTIÇA:

•  RIO DE JANEIRO•  DISTRITO FEDERAL•  MINAS GERAIS•  PARANÁ•  SÃO PAULO

•  SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Page 122: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 122/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 122/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

e que causou lesão no amigo dolesado que com ele se achava, deveser a imputação de latrocínio tentadodesclassificada para roubo duplamentemajorado, eis que também certo que

a ação foi praticada por doiselementos que estavam ligados emum mesmo ideal criminoso. Apesar dese tratar de questão bastantepolêmica no campo doutrinário etambém na jurisprudência do STF,admite-se a tentativa de latrocínioquando evidenciado o animus necandina ação criminosa, não ocorrendo àmorte da vítima por circunstânciaalheia à vontade do agente. Havendo

dúvida quanto à vontade de matar porparte do agente, parecendo que odisparo foi acidental quando da reaçãoda vítima, que não veio a falecer, adesclassificação para o delito de roubose impõe, mormente quando ausentea lesão grave que levaria adesclassificação para o modeloprevisto na primeira parte do § 3º doartigo 157 do Código Penal. O delitode receptação, chamado pela doutrina

de acessório, tem como pressupostoque a coisa seja produto de crime,sendo do Ministério Público o ônusdesta prova, tudo de acordo com oque dispõe o artigo 156 do CPP. Nãobasta, porém, a presença doselementos objetivos do tipo para oreconhecimento da receptação, sendonecessária a prova de que o agentetinha conhecimento daquela origemilícita, tratando-se do elemento

subjetivo do tipo o dolo, ou seja, aprévia ciência da proveniênciacriminosa do material apreendido.Esta prova é muito difícil de ser feita,lecionando Munoz Conde, citandoHassemer, que "a vertente subjetiva,diversamente da objetiva, é muitomais difusa e difícil de comprovação,de vez que reflete uma tendência oudisposição subjetiva que pode serdeduzida, mas não observada". Assim,

para o reconhecimento da infração,

deve o julgador se valer dascircunstâncias da prisão. Restando daprova que os acusados foram presosquando se achavam no veículoroubado, sendo também apreendidas

na ocasião duas armas que conduziamde forma compartilhada, correta acondenação pelo crime de receptação.Para o reconhecimento do crime doartigo 16 da Lei 10826/03 deve oagente ter praticado qualquer dosverbos lá indicados no preceitoprimário, tratando-se de crime deconteúdo variado. Na hipótese, foiimputada aos acusados a conduta deportar de forma compartilhada a arma

de fogo lá referida. O porte consisteem o agente trazer consigo a arma,sendo indispensável que ele possafazer pronto uso da arma, para istodevendo ser rápido, direto e imediatoo seu acesso e utilização, apesar denão se exigir o contato físico com oobjeto, bastando à condição de usoimediato. Não precisa estar nas mãosdo agente. O porte pode ocorrerquando a arma estiver em lugar de

fácil apossamento, sem obstáculos,como na cintura, na bolsa, no portaluvas do veículo. Assim, é possível quetrês agentes estejam portando umaarma que se encontre no interior docarro, todos tendo a ela acessoimediato.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------0014585-66.2008.8.19.0036(2009.050.05418) - APELAÇÃODES. MARCUS QUARESMA FERRAZJulgamento: 07/10/2009

Artigo 16, parágrafo único, inciso IV,da Lei 10.826/03, e artigo 180, caput,do Código Penal, ambos c/c artigo 61,inciso I, e na forma do artigo 69, estesúltimos do Código Penal. Penas: 4anos de reclusão, regime fechado, e

Page 123: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 123/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 123/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

13 dias-multa (porte de arma), e 1ano e 4 meses de reclusão, regimesemiaberto, e 13 dias-multa(receptação). Pena pecuniária fixadano valor unitário mínimo. Apelo

defensivo pleiteando a absolvição deambos os crimes, sustentando ainexistência de prova de queexercesse qualquer ato de posse sobrea arma de fogo, o que inclusive foiafirmado pelo co réu Maicon, e de quesoubesse da origem criminosa doveículo que adquirira. Ascircunstâncias fáticas deixamabsolutamente isolada a versão doapelante de que desconhecia a origem

ilícita do Voyage, tendo em vista a nãoidentificação do suposto vendedor, aabsoluta falta de documentaçãocomprobatória do negócio, aapreensão do veículo sem queestivesse na posse dos documentos domesmo, e, assim, correto o decretocondenatório em relação ao crime dereceptação.Não há prova cabal daprática do crime de porte de arma defogo compartilhada, tendo em vista

que: o apelante negou em seuinterrogatório a propriedade e a posseda arma; o coréu em seuinterrogatório confessou ser o únicopossuidor da arma apreendida; osdepoimentos das vítimas do rouborealizado pelo coréu com a utilizaçãoda referida arma afirmaram ereconheceram que somente o coréupraticou o assalto; a arma de fogo foiencontrada no porta-luvas do

automóvel roubado horas antes pelocoréu, no momento em que oestacionava quase em frente a casado apelante, estando este no banco docarona. Assim, não é possível afirmar,sem margem de dúvida, que Jonestinha conhecimento de que o coréupossuía no porta-luvas uma arma defogo. Apelo parcialmente provido,para, mantendo a condenação, a penae o regime prisional impostos na

sentença pela prática do crime

tipificado no artigo 180, caput, c/cartigo 61, inciso I, ambos do CódigoPenal, absolver o apelante do crime doartigo 16, parágrafo único, inciso IV,da Lei 10.826/03, nos termos do

artigo 386, inciso VI, do Código deprocesso Penal.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0043136-55.2008.8.19.0004(2009.050.03400) - APELAÇÃODES. EUNICE FERREIRA CALDASJulgamento: 08/09/2009

APELAÇÃO CRIMINAL. ART. 16,PARÁGRAFO ÚNICO, IV DA LEI10.826/03. PORTE DE ARMACOMPARTILHADA. CONDENAÇÃO.RECURSO DA DEFESA QUE PRETENDEA ABSOLVIÇÃO DO PRIMEIROAPELANTE POR FALTA DE PROVAS.IMPOSSIBILIDADE. AUTORIA,MATERIALIDADE E CULPABILIDADECOMPROVADAS. PROVA ORAL APTA A

EMBASAR A CONDENAÇÃO. RÉUS QUEREVELAM AO POLICIAL QUEPRETENDIAM PRATICAR ROUBOS.ALÉM DISSO, O CONDUTOR DAMOTO, QUE NÃO TRAZIA A ARMA,EMPREENDEU FUGA AO AVISTAR AVIATURA POLICIAL.SUBSIDIARIAMENTE, PRETENDE AFIXAÇÃO DA PENA-BASE DE AMBOSOS ACUSADOS NO MÍNIMO LEGAL.POSSIBILIDADE.ALTERNATIVAMENTE,

REQUER A APLICAÇÃO DE REGIMEPRISIONAL MAIS BRANDO AOS RÉUS.POSSIBILIDADE. POR FIM, PLEITEIA,COM RELAÇÃO AO PRIMEIROAPELANTE, A SUBSTITUIÇÃO DA PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE PORRESTRITIVA DE DIREITOS.IMPOSSIBILIDADE, DIANTE DAAGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA.POSSÍVEL, PORÉM, QUANTO AOSEGUNDO APELANTE. ADEQUAÇÃO

Page 124: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 124/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 124/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

DAS PENAS E REGIMES PRISIONAIS.RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0161397-56.2006.8.19.0001(2008.050.02167) - APELAÇÃODES. GERALDO PRADOJulgamento: 31/08/2009

EMENTA: APELAÇÃO. PENAL.APELANTES DENUNCIADOS ECONDENADOS PELA PRÁTICA DOCRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE

USO PERMITIDO (ARTIGO 14 DA LEI10.826/03) NA FORMACOMPARTILHADA. IMPOSSIBILIDADE,POR SE TRATAR DE CRIMEUNISSUBJETIVO. PROVA SUFICIENTEDA AUTORIA NO QUE CONCERNEEXCLUSIVAMENTE A JOSÉ CLÁUDIO.OMISSÃO DE MACIEL, IRMÃO DOCORRÉU, QUE NÃO EVIDENCIA ODOLO DE INTERFERIRRELEVANTEMENTE NO DELITO,

CONDIÇÃO PARA A CARACTERIZAÇÃODA PARTICIPAÇÃO. Apelantescondenados pela prática do crime deporte ilegal de arma de uso permitidona forma compartilhada.Impossibilidade, por se tratar de crimeunissubjetivo. Prova oral que nãodeixa dúvidas sobre o porte da armapelo acusado JOSÉ CLÁUDIO, masnada esclarece sobre a conduta deMACIEL. Ausência de provas acerca do

dolo de MACIEL de interferirrelevantemente no delito. Inexistênciado dever jurídico de noticiar a práticado crime pelo irmão que igualmentedescaracteriza a participação.Absolvição. RECURSO DE MACIELPROVIDO. RECURSO DE JOSÉCLÁUDIO DESPROVIDO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0003904-10.2007.8.19.0024(2008.050.04369) - APELAÇÃODES. JOSE AUGUSTO DE ARAUJONETO

Julgamento: 21/07/2009

APELAÇÃO CRIMINAL. PORTECOMPARTILHADO DE DUAS ARMAS DEFOGO DE USO PERMITIDO, SENDOUMA COM NUMERAÇÃO RASPADA.PROVA TESTEMUNHAL CONSTITUÍDADE DEPOIMENTOS DE POLICIAISMILITARES. APELOS DEFENSIVOSPOSTULANDO A ABSOLVIÇÃO DOSRÉUS, COM BASE NA TESE DE

PRECARIEDADE DA PROVA. PLEITOSSUBSIDIÁRIOS DEDESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTAPARA O CRIME PREVISTO NO ARTIGO14 DA LEI N.º 10.826/03, DEREDUÇÃO DAS REPRIMENDAS AOMÍNIMO LEGAL, DE ABRANDAMENTODOS REGIMES PRISIONAIS, DESUBSTITUIÇÃO DAS PENASPRIVATIVAS DE LIBERDADE PORRESTRITIVAS DE DIREITOS.

POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DASREPRIMENDAS. RECURSOS A QUE SEDÁ PARCIAL PROVIMENTO. 1. Deacordo com o seguro conjuntoprobatório, os apelantes foram presosem flagrante por policiais militares,em via pública, eis que portavam,ostensivamente, de formacompartilhada, dois revólveres calibre.38, marca Taurus, devidamentemuniciados, um dos quais com a

numeração raspada, bem assimporque tinham em seu poder, parareposição, outras munições intactasdo referido calibre, o que faziam semautorização e em desacordo comdeterminação legal ouregulamentar.2. Diante dessarealidade, impossível se mostra aabsolvição dos réus, formulada combase na tese de precariedade daprova, a pretexto de se tratar

exclusivamente de depoimentos de

Page 125: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 125/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 125/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

policiais, porquanto tal alegação, atoda evidência, não pode ser acolhida,pois, como assente na doutrina e na jurisprudência, a mera qualidadefuncional da testemunha não constitui,

por si só, qualquer impedimento oususpeição, sendo certo que, in casu,os citados agentes da lei sequerconheciam os apelantes, não tendo,por conseguinte, qualquer motivopessoal para, injustamente, procurarincriminá-los. 3. Sendo desfavoráveisaos réus as condições previstas noartigo 59 do Código Penal, mormentepelas circunstâncias que envolveram ofato, eis que, em via pública,

empunhavam ostensivamente osreferidos revólveres, de formacompartilhada, mais munições pararecarga, indicando a intenção deutilizá-los imediatamente,irrepreensível se mostra a fixação daspenas-base acima do seu patamarmínimo legal, ou seja, em 4 (quatro)anos de reclusão, devendo, noentanto, se reduzida a sançãopecuniária aplicada aos acusados - de

20 (vinte) dias-multa para cada umdos réus para o patamar de 13 dias-multa, a fim de guardarcompatibilidade com a pena privativade liberdade aplicada. 4. Sendo oprimeiro apelante reincidente, corretase revela, na segunda fase dadosimetria, a elevação da reprimenda,não, porém, na forma excessiva edesproporcional estabelecida nasentença - ou seja, aumento de 1/4 -,

afigurando-se mais acertada amajoração na fração de 1/6,concretizando a respectiva pena em 4(quatro) anos e 8 (oito) meses dereclusão e 15 (quinze) dias-multa.5.Considerando que o segundo apelanteera, na data do fato, menor de 21(vinte e um) anos de idade, é de seaplicar a circunstância atenuanteprevista no artigo 65, I, do CódigoPenal, abrandando-se a reprimenda na

fração de 1/6, tornando-a definitiva

em 3 (três) anos e 4 (quatro) mesesde reclusão e 10 dias-multa.6. Sendoa "teoria da co-culpabilidade doEstado" resultado de mera construçãodoutrinária, sem qualquer suporte ou

respaldo no direito positivo, inviávelse revela, no caso concreto, aincidência da atenuante inominadaprevista no artigo 66 do Código Penal.7. Revelando-se desfavoráveis aosréus as circunstâncias judiciais - comoacima demonstrado e levando-se emconta o quantum das penas aplicadas,acertada se apresenta a fixação doregime fechado para o início documprimento da reprimenda em

relação ao primeiro apelante - que éreincidente -, e do regime semi-abertorelativamente ao segundo recorrente,sendo descabida, pelos mesmosmotivos, a pretendida substituição daspenas privativas de liberdade porrestritiva de direitos, ou mesmo aconcessão de sursis.8. Recursosparcialmente providos.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------0000189-30.2008.8.19.0054(2008.050.04531) - APELAÇÃODES. ANTONIO JOSE CARVALHOJulgamento: 10/02/2009

EMENTA: CRIME CONTRA A SAÚDEPÚBLICA - TRÁFICO ILÍCITO DEDROGAS COM A MAJORANTE DOPORTE DE ARMA DE FOGO PARAASSEGURAR O CONTEXTO DASATIVIDADES ILÍCITAS - ARMA DEFOGO QUE ERA COMPARTILHADAPELOS AGENTES CRIMINOSOS -PLEITO DEFENSIVO ABSOLUTÓRIOQUE NÃO SE SUSTENTA - RÉUSPRESOS EM FLAGRANTE E QUECONFESSARAM A PRÁTICACRIMINOSA PARCIALMENTEEXPRESSIVA QUANTIDADE DE DOISTIPOS DE DROGAS APREENDIDAS -

Page 126: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 126/188

Page 127: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 127/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 127/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

imputada aos apelantes, vinculadospreviamente pelo desiderato dohomicídio, sendo as provas calcadasnas declarações da própria vítima empotencial, de um terceiro elemento -

que fora também convidado para aempreitada criminosa e a recusara - enos depoimentos dos policiaismilitares acionados por ocasião doevento. Autoria e materialidade dodelito de tráfico de substânciasentorpecentes plenamentecomprovadas. Penas-base do delito doartigo 16, parágrafo único, inciso IVda Lei n.º 10.826/2003 que sofreramexacerbação indevida e por demais

severa, devendo remanescer noquantum mínimo. Juízo decondenação mantido, sendo revista asentença quanto à dosimetria daspenas pelo delito do Estatuto doDesarmamento. Decisão majoritáriaquanto ao compartilhamento da armade fogo. Provimento parcial aosrecursos para reduzir as penas dodelito de porte ilegal de arma de fogo.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------0010100-64.2009.8.19.0205(2009.050.06223) - APELAÇÃODES. NILZA BITAR Julgamento: 03/11/2009

EMENTA - PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA.

CONDUTA DESCRITA NO ARTIGO 16,PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DA LEI10.826/2003. Apelante e apeladospresos em flagrante portando umapistola 380, com numeração raspada,municiada com oito cartuchos domesmo calibre. Contexto probatórioeficiente e que torna sem sentido aabsolvição de dois acusados. Não sepode perder de vista as circunstânciasda prisão, quando três homenscomeçaram a perseguir uma senhora

que havia acabado de sacar dinheirodo banco. Após parar num posto degasolina, a vítima pediu ajuda aospoliciais, que procederam à busca noveículo suspeito e encontraram a arma

de fogo. Restou certa a figura do portecompartilhado, pois todos tinhamciência da existência da pistola e amesma estava ao alcance dos três.Depoimentos dos policiais militaresque narram com detalhes aabordagem. O fato de um delesassumir a posse da arma não afasta aresponsabilidade dos comparsas, sehá elementos seguros do vínculoexistente entre eles. Entender de

outra forma significa dizer que casonenhum deles confessasse a autoriado delito, não haveria provas para acondenação. Sentença que deve serreformada para condenar os apeladoscomo incursos nas sanções do artigo16, parágrafo único, IV, do Estatutodo Desarmamento. Quanto ao pedidodo apelo defensivo para substituir alimitação de fim de semana por outrapena restritiva de direitos, tal pleito

deve ser deduzido perante o Juízo dasExecuções, a teor do que dispõe oartigo 148, da Lei de Execução Penal.Desprovimento do recurso defensivo eprovimento ao apelo ministerial.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================Tribunal de Justiça

do Distrito Federal====================== Classe do Processo: APELAÇÃOCRIMINAL 2005 07 1 014563-6APR 001456336.2005.807.0007Registro do Acórdão Número:254761

Page 128: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 128/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 128/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Data de Julgamento:04/05/2006 Relator: ARNOLDO CAMANHO DEASSIS

Ementa: PENAL. LEI Nº 10.826/03.PORTE DE ARMA DE USO PERMITIDOE PORTE DE ARMA COM NUMERAÇÃORASPADA. DELITOS TIPIFICADOS NOSARTS. 14 E 16, PARÁGRAFO ÚNICO,INCISO IV. UM SÓ CRIME. PENA DOCRIME MAIS GRAVE. IRRELEVÂNCIADE SE PERQUIRIR QUEM É OPROPRIETÁRIO DA ARMA COMNUMERAÇÃO RASPADA PARA QUE ACONDUTA SE AMOLDE À PREVISTA

NUM DOS NÚCLEOS DO ART. 16,INCISO IV, DO ESTATUTO DODESARMAMENTO. 1.MESMO TENDOSIDO ENCONTRADAS DUAS ARMASDE FOGO COM O APELANTE E SEUCOMPARSA, O CRIME É ÚNICO, ÚNICAÉ A CONDUTA E A SOCIEDADE ÉATINGIDA APENAS UMA VEZ. ASSIM,APLICA-SE A PENA DO CRIME MAISGRAVE - A PREVISTA PARA O PORTEDE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO

RASPADA. 2.A CIRCUNSTÂNCIA DENÃO SE SABER QUEM É OPROPRIETÁRIO DA ARMA COMNUMERAÇÃO RASPADA ÉIRRELEVANTE PARA A TIPIFICAÇÃODO DELITO DO ART. 16, INCISO IV,DA LEI Nº 10.826/03, UMA VEZ QUEUM DOS NÚCLEOS DO TIPO PENAL É"PORTAR", QUE ERA EXATAMENTE OQUE FAZIAM O APELANTE E O SEUCOMPARSA QUANDO DE SUA PRISÃO

EM FLAGRANTE. DESNECESSÁRIO,TAMBÉM, E POR IGUAIS RAZÕES,PERQUIRIR QUEM TERIA SIDO ORESPONSÁVEL PELA ALTERAÇÃO.3.RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇACONFIRMADA.

Inteiro do Acórdão

Índice -------------------------

Classe do Processo: 2006 07 1011883-2 APR - 0011883-44.2006.807.0007 Registro do Acórdão Número:317800

Data de Julgamento:21/08/2008 Relator: GEORGE LOPES LEITE 

Ementa: PENAL E PROCESSUALPENAL. AQUISIÇÃO DE ARMA DEFOGO NA "FEIRA DO ROLO". PORTEEM VIA PÚBLICA. CRIME DE MERACONDUTA OU DE PERIGO ABSTRATO.CONFISSÃO DA AQUISIÇÃOCONJUNTA. PENA-BASE FIXADA NO

MÍNIMO LEGAL. PRESENÇA DECIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE.IMPOSSIBILIDADE DE REDUÇÃO1 A AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO ESUA POSTERIOR APREENSÃO PORPORTE EM VIA PÚBLICA É CRIME DEMERA CONDUTA OU DE PERIGOABSTRATO, QUE NÃO EXIGE AEFETIVA EXPOSIÇÃO DE OUTREM ARISCO; BASTA PARA SUACARACTERIZAÇÃO O FATO DE O

AGENTE PORTAR A ARMA DE FOGO,SEM REGISTRO OU AUTORIZAÇÃO DAAUTORIDADE COMPETENTE, EM VIAPÚBLICA. RECURSOS DESPROVIDOS.2 A CIRCUNSTÂNCIA DE A ARMA DEFOGO APREENDIDA ENCONTRAR-SENA POSSE DE UM DOS RÉUS NÃOEXCLUI A PARTICIPAÇÃO DO CO-RÉUNA SUA AQUISIÇÃO.3 A INCIDÊNCIA DA ATENUANTE DACONFISSÃO ESPONTÂNEA NÃO TEM O

CONDÃO DE REDUZIR A PENA PARAPATAMAR AQUÉM DO LIMITE MÍNIMOLEGAL. (PRECEDENTES E SÚMULA 231DO SUPERIOR TRIBUNAL DEJUSTIÇA).4. RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

Íntegra do Acórdão 

Índice 

-------------------------

Page 129: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 129/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 129/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Classe do Processo: 2007 01 1010921-9 APR - 0010921-05.2007.807.0001Registro do Acórdão Número:304555

Data de Julgamento:17/04/2008 Relator: EDSON ALFREDOSMANIOTTO

Ementa: PORTE DE ARMAS - ARTIGOS14 E 16, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISOIV, DA LEI 10.826/03 - CO-AUTORIA -CONDENAÇÃO - RECURSO -PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO -IMPROCEDÊNCIA - OMISSÃO DA

MENORIDADE RELATIVA NADOSIMETRIA DA PENA - PROVIMENTOPARCIAL. 1. SE DOIS COMPARSASTRANSPORTAM VÁRIAS ARMAS, UMADELAS COM NUMERAÇÃO RASPADA,SEM QUE SE POSSA ESTABELECERCOM PRECISÃO A PROPRIEDADE DECADA UM DOS OBJETOS, TEM-SE QUEAMBOS INCIDIRAM NOS ARTIGOS 14E 16, PARÁGRAFO ÚNI CO, INCISO IV,DA LEI 10.826/03. 2. A MENORIDADE

RELATIVA CONSTITUICIRCUNSTÂNCIA PREPONDERANTE NOCONCURSO DE ATENUANTES EAGRAVANTES, MERECENDOPREVALECER CONTRA AREINCIDÊNCIA, NOS TERMOS DOART. 67, DO CÓDIGO PENAL.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de Minas Gerais======================

Número do processo: 1.0000.00.285389-3/000(1)Númeração Única:  2853893-02.2000.8.13.0000 

Relator: JANE SILVA Data do Julgamento: 11/03/2003 

Ementa: TRÁFICO DE ENTORPECENTES- DIVERGÊNCIA ENTRE LAUDOS -

DENÚNCIA - INDIVIDUALIZAÇÃO -EXAME TOXICOLÓGICO -INDEFERIMENTO - ARMA DE FOGO -NOVA PERÍCIA - DESNECESSIDADE -DOIS PROPRIETÁRIOS - AUSÊNCIA DEPROVAS - ABSOLVIÇÃO - QUADRILHAOU BANDO ARMADO - NÚMEROINSUFICIENTE - CONFISCO DE BENS -UTILIZAÇÃO SISTEMÁTICA - DETENÇÃO- REGIME MENOS GRAVOSO -ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO -APLICABILIDADE - REGIME

INTEGRALMENTE FECHADO -INCONSTITUCIONALIDADE - Eventualdivergência entre os laudos deconstatação e definitivo se resolvem emfavor deste último, posto que realizadocom amparo em recursos técnicosapropriados. Nulidade rejeitada.Entende-se individualizada a conduta nadenúncia, mesmo se praticada por maisde um agente, quando é descritalevando-se em conta esta pluralidade.Nulidade rejeitada. O juiz não estáobrigado a deferir pedido de exametoxicológico em agente que não sedeclara viciado em entorpecentes.Nulidade rejeitada. A perícia em armade fogo, quando realizada dentro datécnica, e sem que haja oposiçãoconsistente, dispensa a realização denovo exame. Nulidade rejeitada. Merosindícios não são suficientes paramodificar a sentença absolutória. Parase caracterizar a formação de quadrilha

ou bando armado é necessária aparticipação de mais de três agentes.Havendo mais de um agentecompartilhando a posse da arma defogo, todos incorrem nas sançõespenais. A utilização sistemática de bensno tráfico de entorpecentes é razãosuficiente para seu confisco. Sendofavoráveis as condições judiciais doartigo 59 e cumpridos os requisitos daprimariedade e tempo da pena, pode oréu iniciar o cumprimento da pena de

Page 130: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 130/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 130/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

detenção, até quatro anos, no regimeaberto. As penas dos crimes da Lei deEntorpecentes serão aumentadas sequalquer deles for fruto de associaçãopara sua prática. O Regime

integralmente fechado éinconstitucional. Recursos parcialmenteprovidos. Súmula: DERAM PROVIMENTOPARCIAL A TODOS OS RECURSOS,VENCIDA PARCIALMENTE A RELATORANO TOCANTE AO APELO DOS RÉUS,NOS TERMOS DOS VOTOSPROFERIDOS.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Paraná====================== Nº do Acórdão: 25459 Processo: 0568802-4 

Recurso: Apelação Crime Relator:  José Laurindo de SouzaNetto Julgamento: 08/10/2009 

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO E COM SINAL DEIDENTIFICAÇÃO SUPRIMIDO (ARTS.14 E 16, INC. IV DA LEI N.º10.826/03). FORMAÇÃO DE

QUADRILHA (ART. 288, PARÁGRAFOÚNICO, DO CP). CORRUPÇÃO DEMENORES (ART. 1º DA LEI Nº2.252/54). FALSA IDENTIDADE (ART.307, DO CP). INÉPCIA DA DENÚNCIA.INOCORRÊNCIA. PLEITOABSOLUTÓRIO. CONDUTA DEPOSSUIR E PORTAR ARMA DE FOGO.INAPLICABILIDADE DA ANISTIATEMPORÁRIA. VACATIO LEGIS.PROVAS SUFICIENTES DA AUTORIA

DO CRIME DE PORTE

COMPARTILHADO. CONDENAÇÃOMANTIDA. DELITO DE QUADRILHAARMADA. VÍNCULO ASSOCIATIVOESTÁVEL E PERMANENTECONFIGURADO. CONDENAÇÃO

MANTIDA. CORRUPÇÃO DE MENORES.CRIME FORMAL. PRESCINDIBILIDADEDA PROVA EFETIVA DE CORRUPÇÃODOS ADOLESCENTES. CONDENAÇÃOMANTIDA. CRIME DE IDENTIDADEFALSA. ART. 307, CAPUT, DO CP.REJEIÇÃO DAS TESES DEAUTODEFESA E DE ATIPICIDADESUBJETIVA. CONDENAÇÃO MANTIDA.DOSIMETRIA. CULPABILIDADE,ANTECEDENTES, PERSONALIDADE,

MOTIVO E CIRCUNSTÂNCIAS DOCRIME. FUNDAMENTAÇÃOINSUFICIENTE PARA AUTORIZAR AELEVAÇÃO DA PENA MÍNIMA.READEQUAÇÃO DA PENA, DE OFÍCIO.POSSE DE ARMAS DE FOGO EMUNIÇÕES DE USO PERMITIDO E DEUSO RESTRITO. RECONHECIMENTO,DE OFÍCIO, DO CONCURSO FORMALENTRE TODOS OS CRIMES PREVISTOSNO ESTATUTO DO DESARMAMENTO.

PRESCRIÇÃO RETROATIVA DAPRETENSÃO PUNITIVA EM RELAÇÃOAO APELANTE JONATHAS E AO CO-RÉU ATAYDES. ART. 107, INC. IV,C.C. 109, INC. V C.C. 110, §1º E §2º,C.C. 115, TODOS DO CÓDIGO PENAL.RECURSOS PARCIALMENTEPROVIDOS, COM ALTERAÇÕES, DEOFÍCIO, NAS PENAS APLICADAS. 1."Não é inepta a denúncia que contéma exposição clara e objetiva dos fatos

delituosos, com narração de todos oselementos essenciais e circunstanciaisque lhes são inerentes, permitindo aosréus o exercício pleno do direito dedefesa, assegurado pelo ordenamentoconstitucional". 2. "A 'abolitio criminis'restringe-se às hipóteses de posse dearma de fogo, que pressupõem estejaa arma no interior de residência doacusado (ou dependência desta) ou nolocal de trabalho, o que não se

confunde com o porte". 3. "II. Para

Page 131: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 131/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 131/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

caracterizar a co-autoria do crime deporte de arma não é necessário queexista uma arma para cada acusado,bastando que ela possa sercompartilhada por qualquer um deles,

fazendo seu imediato uso. (...)" (TJPR- II CCr - Ap Crime 0435145-1 - Rel.:Lidio José Rotoli de Macedo). 4."Demonstrado o vínculo associativo,estável e permanente entre osdenunciados para a execução decrimes, impõe-se a manutenção dacondenação pelo crime de quadrilha".5. "(...) O delito de corrupção demenores é formal, sendodesnecessária à sua caracterização a

prova da efetiva corrupção do menorem decorrência da prática da condutailícita ou mesmo sua prévia inocênciamoral, vez que ambas ascircunstâncias se presumem. (...)"(TJPR - IV CCr - Ap Crime 0458574-0- Rel.: Miguel Pessoa). 6. "Tipifica ocrime de falsa identidade o fato de oagente, ao ser preso, identificar-secom nome falso, com o objetivo deesconder seus maus antecedentes."

(STF - 2ª Turma, HC 72.377/SP, Rel.Min. Carlos Velloso). 7. "Das certidõesde antecedentes do apelante Márcioconstata-se que as informações nelascontidas não têm o condão decaracterizar antecedentes criminais,vez que nenhuma das ações penaistransitaram em julgado, ensejando aexclusão do aumento de pena poraquela circunstância judicial previstano artigo 59 do Código Penal". 8. "A

fundamentação da circunstância judicial 'personalidade voltada para aprática de crimes' deve ser evitada. O juiz deve se valer de dados concretosexistentes nos autos, tais comoindicativos suficientes de'agressividade, insensibilidadeacentuada, maldade, ambição,desonestidade e perversidadedemonstrada e utilizada pelocriminoso na consecução do delito'

(STJ-HC 50.331/PB)" (TJPR - II CCr -

Ap Crime 0552501-5 - Rel.: Noeval deQuadros). 9. "Constitui bis in idem avaloração da personalidade voltadapara ao crime, quando presente aagravante da reincidência. (...)" (TJPR

- III CCr - Ap Crime 0504743-6 - Rel.:Jefferson Alberto Johnsson). 10. "Oscrimes de posse irregular de arma defogo de uso permitido, posse ilegal dearma de fogo de uso restrito e portede arma com numeração adulteradaforam praticados em concurso formal,porque decorrentes de uma só ação".11. "Não há óbice à fixação de regimefechado se o julgador considera evalora os maus antecedentes, a

reincidência e a particular condição doréu, foragido do sistema prisionalquando da prática do delito" (STJ -Quinta Turma, REsp 427446/SP. Min.Gilson DIPP). 12. "A prescrição, depoisde a sentença condenatória transitarem julgado para a acusação, regula-sepela pena aplicada. No caso de o autorser menor de 21 anos ao tempo docrime, o prazo da prescrição éreduzido pela metade". DESICAO:

ACORDAM os Desembargadoresintegrantes da Segunda CâmaraCriminal do Tribunal de Justiça doEstado do Paraná por unanimidade devotos, em dar parcial provimento aosrecursos, nos termos do voto.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Nº do Acórdão: 25346 Processo: 0580127-0 Recurso: Apelação Crime Relator: José Laurindo de SouzaNettoJulgamento: 24/09/2009 

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL -PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO RESTRITO (ART. 16, CAPUT, DALEI 10.826/03) - NEGATIVA DEAUTORIA DISSOCIADA DO CONTEXTO

Page 132: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 132/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 132/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

PROBATÓRIO - TESTEMUNHOS DEPOLICIAIS MILITARES QUEEFETUARAM O FLAGRANTE -POSSIBILIDADE - ARMADESMONTADA E DESMUNICIADA -

CONDUTA CARACTERIZADA - PORTECOMPARTILHADO - POSSIBILIDADE -RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Ostestemunhos de policiais militares queefetuaram a prisão em flagrante,coerentes entre si, são hábeis paracompor o conjunto probatório e servirde base para a condenação dos réus,"especialmente quando prestado em juízo, sob a garantia do contraditório -reveste-se de inquestionável eficácia

probatória, não se podendodesqualificá-lo pelo só fato de emanarde agentes estatais incumbidos, pordever de ofício, da repressão penal"(STF - HC n° 73.518-5/SP). 2. "Oporte de arma de fogo desmuniciada e desmontada caracteriza crime umavez que a conduta causa perigo àincolumidade pública e o bem jurídicotutelado é a segurança dacoletividade". 3. "É plenamente

possível a co-autoria no crime deporte de arma de fogo quandoqualquer um dos réus temdisponibilidade imediata sobre aarma". DECISÃO: ACORDAM osSenhores integrantes da 2ª CâmaraCriminal do Tribunal de Justiça doParaná, por unanimidade de votos, emnegar provimento ao recurso.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------Nº do Acórdão: 24181 Processo: 0435145-1 Recurso: Apelação Crime Relator: Lidio José Rotoli deMacedo Julgamento: 19/03/2009 

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. -CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE

FOGO (ART. 14, DA LEI 10.826/03). -PRELIMINAR DE NULIDADE EM FACEDA INÉPCIA DA INICIAL, NÃOCOMPROVADA. - DENÚNCIA QUECUMPRE REQUISITOS DO ART. 41 DO

CÓDIGO PENAL. - PRELIMINARDEVIDAMENTE AFASTADA. -ATIPICIDADE DA CONDUTA. -INOCORRÊNCIA. - CRIME DE MERACONDUTA. - AUTORIA COMPROVADAPOR MEIOS IDÔNEOS E SUFICIENTES.- PORTE COMPARTILHADO. -PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. -SENTENÇA MANTIDA. - RECURSO NÃOPROVIDO. I. "É entendimento pacíficodesta Corte Superior de Justiça que,

para a configuração do delito previstono art. 14 da Lei nº 10.826/03, bastaque o agente porte arma de fogo semautorização ou em desacordo com adeterminação legal. Precedentes".(STJ. AgRg no REsp 913986. Relatora:Min. Conv. Jane Silva. DJ.18.03.2008). II. Para caracterizar aco-autoria do crime de porte de armanão é necessário que exista uma armapara cada acusado, bastando que ela

possa ser compartilhada por qualquerum deles, fazendo seu imediato uso.III. O crime de porte ilegal de arma defogo é crime de mera conduta, ouseja, de perigo abstrato, não exigindoa lei, a efetiva exposição de outrem arisco. Ademais, a ofensividade de umaarma de fogo não está apenas na suacapacidade de disparar projéteis,causando ferimentos graves ou morte,mas também, no seu potencial de

intimidação. IV. No presente caso, oapelante, alega não estar portando aarma de fogo no momento daabordagem, entretanto, de acordocom as provas testemunhais, verifica-se que a conduta restou incontesteante aos depoimentos. DECISÃO:ACORDAM os Desembargadoresintegrantes da Segunda CâmaraCriminal do Tribunal de Justiça doEstado do Paraná, por unanimidade de

Page 133: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 133/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 133/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

votos, em negar provimento aorecurso, nos termos do voto relatado.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Nº do Acórdão: 23393 Processo: 0471039-4 Recurso: Apelação Crime Relator: Lilian Romero Julgamento: 02/10/2008

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGOCOM NUMERAÇÃO SUPRIMIDA. ART.

16, IV, DA LEI 10.826/03. AGENTEFLAGRADO COM MAIS QUATROOCUPANTES, DIRIGINDO VEÍCULO,DE MADRUGADA, ONDE FORAMENCONTRADAS TRÊS ARMAS E DOISGORROS TIPO 'NINJA', E AINDA NASIMEDIAÇÕES DE ESTABELECIMENTOONDE TINHAM SIDO RECÉM-DESFERIDOS DISPAROS. ALEGADAINSUFICIÊNCIA DE PROVAS DAAUTORIA E MATERIALIDADE DO

DELITO AFASTADA. DECLARAÇÕES DEALGUNS DOS OCUPANTES DE QUE OAPELANTE PORTAVA UMA DASARMAS. SITUAÇÃO FÁTICA,OUTROSSIM, QUE EVIDENCIAVA OPLENO E IMEDIATO ACESSO EDISPONIBILIDADE PELO APELANTEDAS ARMAS, ALÉM DE RESTARCARACTERIZADO O DOLO COMUM DETODOS OS OCUPANTES DO VEÍCULO.PORTE COMPARTILHADO.

POSSIBILIDADE. TESTEMUNHO DOSPOLICIAIS RESPONSÁVEIS PELOFLAGRANTE. VALIDADE EIDONEIDADE COMO MEIO DE PROVA,ESPECIALMENTE QUANDOCONSENTÂNEOS COM O CONJUNTOPROBATÓRIO. CONDENAÇÃOMANTIDA. RECURSO CONHECIDO ENÃO PROVIDO. 1. Admite-se a co-autoria por porte de arma de fogoainda que se trate de um menornúmero de artefatos em relação ao de

agentes, desde que estejademonstrado que todos mantinhamcom as armas uma relação de plenoacesso e disponibilidade, além de ficarevidenciado o dolo comum direcionado

à vontade de estarem armados. 2. Odepoimento de policiais é meio idôneoe válido como prova, especialmentequando não há fundado e concretomotivo de suspeição contra estesagentes do Estado, e suas declaraçõesforem consentâneas com o contextoprobatório. 3. A circunstância daprisão do agente também é meio deconvencimento da sua culpa. Assim éa hipótese em que o acusado portador

de maus antecedentes é flagradoconduzindo um veículo, demadrugada, com mais quatroocupantes, armados e portando gorrostipo "ninja', diante de umestabelecimento comercial recém-alvejado por tiros. DECISÃO:ACORDAM os integrantes da SegundaCâmara Criminal do Tribunal deJustiça do Estado do Paraná, porunanimidade de votos, em conhecer

do recurso, bem como negar-lheprovimento, nos termos do voto daJuíza Relatora.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de São Paulo====================== Apelação 990092555340Relator(a): Wilson Barreira Data do julgamento: 25/02/2010 

Page 134: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 134/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 134/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Ementa: Art. 16, parágrafo único, IV,da Lei n° 10.826/03 - Caracterização -Condenação mantida. Quem possuie/ou porta arma de fogo  comnumeração, marca ou qualquer outro

sinal de identificação raspado,suprimido ou adulterado pratica odelito previsto no art. 16, parágrafoúnico, IV, da Lei n° 10.826/03. Uso dedocumento falso - Prova - Suficiência -Condenação mantida. Suficiente oacervo probatório composto porprovas oral e documentalincriminadoras, de rigor a manutençãodo decreto condenatório.

Índice 

-------------------------

======================

Superior Tribunal de Justiça

====================== 

Ag 1129829Relator(a): Ministro OG

FERNANDES Decisão: AGRAVO DEINSTRUMENTO Nº 1.129.829 - RJ(2008/0278072-5) RELATOR:  MINISTRO OGFERNANDES

DECISÃO. Vistos, etc. Trata-se deagravo de instrumento interposto porAlex Sander André de Lima contradecisão que inadmitiu recurso

especial, fundado nas alíneas "a" e "c"do permissivo constitucional.Depreende-se da leitura dos autos queo ora agravante foi condenado, juntamente com outro coréu, comoincurso nas sanções do art. 16 da Leinº 10.826/03, à pena de 4 (quatro)anos e 6 (seis) meses de reclusão, emregime semiaberto, e 54 (cinquenta equatro) dias-multa. Inconformada,apelou a defesa. A Primeira CâmaraCriminal do Tribunal de Justiça do

Estado do Rio de Janeiro, porunanimidade, deu parcial provimentoao apelo defensivo, a fim de diminuiras penas dos réus para 4 (quatro)anos de reclusão e 48 (quarenta e

oito) dias-multa. Os embargosdeclaratórios opostos foramrejeitados. Daí a interposição derecurso especial, no qual se alegaviolação aos arts. 386, IV, do Códigode Processo Penal, e 44, III, doCódigo Penal, além de dissídio jurisprudencial, sustentando que "osdepoimentos dos policiais queabordaram o então réu, orarecorrente, socorrem ao mesmo. Eis

que os milicianos em nenhummomento atribuíram a posse doarmamento a Alex Sander, aocontrário alegaram que Domingos, co-réu assumiu sozinho a posse dasarmas

A irresignação não merece prosperar.O acórdão impugnado está assim

ementado: APELAÇÃO CRIMINAL.ART. 16, DA LEI 10926/03.CONDENAÇÃO. PROVA FIRME ECOESA. CONDENAÇÕES MANTIDAS.DIMINUIÇÃO DAS PENAS. Os réus, emseus interrogatórios, apresentamversões contrárias entre si. Coerentese harmônicos os depoimentos dosPoliciais no sentido de que as

(...)". (Fl. 46). Aduz ainda que,fixada a pena no mínimo legal, esendo o réu primário, policial militar,com bons antecedentes, além deresidência fixa, faz jus à substituiçãoda pena privativa de liberdade pela

restritiva de direitos. No presenteagravo, assevera que o objetivo dorecurso não é reapreciação da prova,mas a devolução da matéria jurídicaapontada. O Ministério PúblicoFederal, em parecer da lavra doSubprocurador-Geral da RepúblicaMaurício Vieira Bracks, opinou pelonão conhecimento do recurso. Decido.

armas eacessórios estavam dentro do veículodo segundo Apelante. O porte

compartilhado pelos réus restou

Page 135: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 135/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 135/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

demonstrado não apenas pelo fato deque ALEX SANDER fazia a segurançade DOMINGOS, mas também porqueao menos uma das armas,

(....)" ( HC nº 84.180/RJ, Relator oMinistro JORGE MUSSI, DJU de20.10.08) "PENAL. HABEAS CORPUS.ART. 12 E ART. 14, AMBOS DA LEI Nº6.368/1976 (ANTIGA LEI DE

TÓXICOS). DOSIMETRIA DA PENA.

conformeos depoimentos acima transcritos,

estava entre os bancos dianteiros, emseu campo visual. A Súmula nº 70,deste Tribunal, é no sentido de que 'ofato de restringir-se a prova oral adepoimentos de autoridades policiais eseus agentes não desautoriza acondenação'. Aumento excessivo daspenas. A substituição, por sua vez,não se afigura adequada, nos termosdo art. 44, III, do Código Penal,mormente que não é medida

suficiente para réu que ostenta mausantecedentes - caso de DOMINGOS -e que infringe seu dever legal deprofissional de policial militar da ativa,realizando tarefas de segurançaparticular e cometendo infração penalque deveria reprimir, como faz ALEXSANDER. Recursos parcialmenteprovidos. (Fl. 12). Dessarte, analisar aalegada ausência de provas para acondenação, torna imprescindível o

revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos, o que não seadmite em sede de recurso especial,atraindo a incidência, na espécie, doóbice da Súmula 7 desta Corte. Noque concerne à substituição da penaprivativa de liberdade, ainda semrazão o recorrente. Com efeito, colhe-se do acórdão combatido a seguintefundamentação: Não há nenhumaoutra anotação na FAC de ALEX

SANDER (...). A douta decisãorecorrida estabeleceu a pena-baseacima do mínimo legal em razão deser o Réu Policial Militar, que deveriacoibir e não praticar a condutacriminosa. De fato não pode o agentepúblico receber reprimenda igual à deum cidadão que não tem a obrigaçãolegal de reprimir a criminalidade.contudo, excessivo o aumento de umano e meio de reclusão, devendo ser

reajustado para 1 (hum) ano de

reclusão, atingindo, ao fim, 4 (quatro)anos de reclusão e 48 (quarenta eoito) dias-multa. Dispõe o art. 44 doCódigo Penal que as penas restritivasde direitos, substituem as privativas

de liberdade, quando estas não foremsuperiores a 4 (quatro) anos, e ocrime tenha sido cometido semviolência ou grave ameaça à pessoa.É necessário, ainda, o preenchimentodo requisito subjetivo previsto noinciso III do aludido diploma legal, ouseja, que a culpabilidade, osantecedentes, a conduta social e apersonalidade do condenado, bemcomo os motivos e as circunstâncias

indiquem que a substituição ésuficiente. Essas circunstânciaspessoais, que também devem serobservadas na fixação da pena-base,é que darão a medida da conveniênciada substituição. Na hipótese, paraafastar o benefício da substituição dapena corporal, as instâncias ordináriasapontaram a existência decircunstâncias judiciais desfavoráveisao paciente, suficientes para justificar

a vedação aplicada. Vejam-se osprecedentes:"(....) SUBSTITUIÇÃO DA SANÇÃORECLUSIVA POR RESTRITIVAS DEDIREITOS. CIRCUNSTÂNCIASJUDICIAIS QUE NÃO SE MOSTRAM DETODO FAVORÁVEIS. INDEFERIMENTODA BENESSE FUNDAMENTADO.CONSTRANGIMENTO ILEGALINEXISTENTE.1. Encontrando-se a negativa de

substituição fulcrada na presença decircunstâncias judiciais desfavoráveis,inviável acoimar de flagrantementeilegal a decisão que entendeu nãopreenchidos os requisitos subjetivosexigidos pelo art. 44 do Código Penal.

Page 136: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 136/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 136/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

FIXAÇÃO DA PENA-BASE. GRANDEQUANTIDADE DE DROGAAPREENDIDA. SUBSTITUIÇÃO DAPENA PRIVATIVA DE LIBERDADE PORRESTRITIVA DE DIREITOS.

CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAISDESFAVORÁVEIS. IMPOSSIBILIDADE.I - Para efeito de apreciação em sedede writ, a r. decisão condenatóriareprochada está suficientementefundamentada, uma vez que, nãoobstante tenha estabelecido a pena-base acima do mínimo legal, o fezmotivadamente.II - A grande quantidade desubstância entorpecente apreendida é

circunstância judicial que justifica oaumento da pena-base acima domínimo legal. (Precedentes do STJ edo STF).III - Para que o réu seja beneficiadocom a substituição da pena privativade liberdade por restritiva de direitos,é indispensável o preenchimento dosrequisitos objetivos e subjetivosconstantes do art. 44 do Código Penal,o que não ocorreu no caso.

(Precedentes). Ordem denegada." (HCnº 82.233/DF, Relator o MinistroFELIX FISCHER, DJU de 15/10/2007)"HABEAS CORPUS. PENAL. FALSIDADEIDEOLÓGICA. DOSIMETRIA DA PENA.AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTOILEGAL. OBSERVÂNCIA DOSCRITÉRIOS LEGAIS QUE REGEM AMATÉRIA. SUBSTITUIÇÃO DA PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE PORRESTRITIVA DE DIREITOS.

IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DEPREENCHIMENTO DOS REQUISITOSLEGAIS. ORDEM DENEGADA.1. Eventual constrangimento ilegal naaplicação da pena, passível de sersanado por meio de habeas corpus,depende, necessariamente, dademonstração inequívoca de ofensaaos critérios legais que regem adosimetria da resposta penal, deausência de fundamentação ou de

flagrante injustiça.

2. No caso, a pena-base encontra-sedevidamente fundamentada em dadosconcretos, tais como a existência demaus antecedentes – já que há váriassentenças condenatórias transitadas

em julgado em desfavor do paciente –, a personalidade mal formada e asgraves conseqüências de sua conduta.3. A substituição da pena privativa deliberdade por restritivas de direitosnão se mostra adequada, pois nãoatendido o requisito subjetivoconstante do art. 44, inciso III, doCódigo Penal.4. Ordem denegada." (HC nº 50.164/RS, Relator o Ministro ARNALDO

ESTEVES LIMA, DJU 27/11/2006) Poresses motivos, apesar de o pacientenão ser reincidente, não faz jus ao beneficio por não preencher orequisito subjetivo. Quanto aodissenso pretoriano, melhor sorte nãosocorre ao recorrente. Conquantotenha sido interposto o apelo extremo,também pela alínea "c", o recorrentenão apontou qualquer julgadoparadigma e, por conseguinte, não

cumpriu os ditames do art. 541,parágrafo único, do Código deProcesso Civil, e art. 255, § 2º, doRegimento Interno do SuperiorTribunal de Justiça. Ante o exposto,nego provimento ao agravo. Publique-se. Intimem-se. Brasília, 23 de marçode 2009.

Íntegra da DecisãoÍndice 

-------------------------

Page 137: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 137/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 137/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Rio de Janeiro======================

0002212-73.2008.8.19.0045(2009.050.02458) - APELAÇÃO

DES. RICARDO BUSTAMANTEJulgamento: 02/12/2009

PORTE E DISPARO DE ARMA DEFOGO. PROVA. CONTINUIDADEDELITIVA. CONTEXTO FÁTICO. CRIMEÚNICO. PENA. REINCIDÊNCIA.INOCORRÊNCIA. Se o acusado fazdisparos de arma de fogo demadrugada e logo após é preso comum revólver que estava com alguns

cartuchos deflagrados, não há dúvida

acerca da autoria do crime, mesmoque não haja testemunha ocular doprimeiro delito, tanto mais queninguém em sã consciência iria demadrugada verificar quem está

atirando na rua. A conduta do art. 14,da Lei 10.826/03 porte de arma,constitui crime-meio para a condutado art. 15, disparo de arma de fogo,devendo aquela ser absorvida poresta, que constitui o crime-fim. Se nãohá nos autos certidão de que o fim daexecução das condenações do réu éinferior a 5 anos, as anotações da FACnão servem para caracterizar areincidência, mas somente maus

antecedentes.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0010116-29.2006.8.19.0203(2009.050.05055) - APELAÇÃODES. SIRO DARLAN DE OLIVEIRAJulgamento: 27/10/2009

APELAÇÃO CRIMINAL - SENTENÇACONDENATÓRIA QUE JULGAPROCEDENTE EM PARTE APRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO,PARA CONDENAR O ACUSADO NASPENAS DO ARTIGO 15 DA LEI10.826/03, E ABSOLVE-LO DO CRIMEDO ART. 157, APLICANDO OPRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO NO QUEDIZ RESPEITO AO DELITO DO ART. 14DA LEI 10.826/03, ABSORVIDO PELO

DISPARO DE ARMA DE FOGO. ASENTENÇA FIXOU A PENA EM DOISANOS E TRÊS MESES DE RECLUSÃO, EONZE DIAS MULTA, NO REGIMEABERTO, SUBSTITUINDO-A POR DUASPENAS RESTRITIVAS DE DIREITO,CONSISTINDO EM PRESTAÇÃO DESERVIÇOS À COMUNIDADE. INSURGE-SE O APELANTE, PUGNANDO PELAREFORMA DA SENTENÇA PARA QUESEJA ABSOLVIDO PELO CRIME DOART. 14 DA LEI 10.826/03 (SIC), E A

Porte e disparo de armade fogo

•  TRIBUNAIS DE JUSTIÇA:•  RIO DE JANEIRO•  ACRE•  AMAPÁ•  BAHIA•  CEARÁ•  DISTRITO FEDERAL•  ESPÍRITO SANTO•  GOIÁS•  MATO GROSSO• 

MINAS GERAIS•  PARÁ•  PARANÁ•  PERNAMBUCO•  RIO GRANDE DO NORTE•  RIO GRANDE DO SUL•  SÃO PAULO•  SERGIPE

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 

Page 138: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 138/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 138/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

FIXAÇÃO DE APENAS UMA PENARESTRITIVA DE DIREITOS. NÃOMERECEM SER ACOLHIDAS ASRAZÕES DO APELO. VERIFICA-SE QUEO PRIMEIRO REQUERIMENTO, DE

ABSOLVIÇÃO DA IMPUTAÇÃO DEPORTE DE ARMA, PERDEU O SEUOBJETO, NA MEDIDA EM QUE AMAGISTRADA, APLICANDO OPRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO,ENTENDEU QUE A CONDUTA DEDISPARAR ARMA DE FOGO EM LUGARHABITADO TERIA ABSORVIDO ODELITO DE PORTE DE ARMA. NO QUESE REFERE À APLICAÇÃO DESOMENTE UMA PENA RESTRITIVA DE

DIREITOS EM SUBSTITUIÇÃO A PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE, TAMBÉMNÃO MERECE PROSPERAR. O JUIZSUBSTITUIU A PENA PRIVATIVA DELIBERDADE POR DUAS RESTRITIVASDE DIREITOS EM RAZÃO DACONDENAÇÃO TER SIDO SUPERIOR AUM ANO, CONFORME DISPÕE OART.44, §2O, SEGUNDA PARTE, DOCP. RECURSO CONHECIDO PARA NOMÉRITO NEGAR-LHE PROVIMENTO NA

FORMA DO ARTIGO 55 DO CP.

Íntegra do Acórdão 

Índice -------------------------0002523-90.2005.8.19.0038(2008.050.02714) - APELAÇÃODES. ADILSON VIEIRA MACABUJulgamento: 13/10/2009

ESTATUTO DE DESARMAMENTO.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO. PRETENSÃOABSOLUTÓRIA, AO ENTENDIMENTODE QUE O SUBSEQUENTE DISPAROABSORVE O PORTE ILEGAL DE ARMA,PERDENDO ESTE A SUA AUTONOMIA.ARGUMENTO INCONSISTENTE,CARECENDO O PLEITO DEFENSIVO DEFUNDAMENTAÇÃO LEGAL. A R.SENTENÇA ABSOLVEU O RÉU QUANTOAO DELITO CONTIDO NO ART. 15, DA

LEI 10.826/03, EM RAZÃO DAAUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE QUE OAGENTE TENHA EFETUADODISPAROS, LICITAMENTE, EM ESTADODE NECESSIDADE, NÃO SE

ESTENDENDO, DESSA FORMA, AOCRIME- MEIO IMEDIATAMENTEANTECEDENTE. DECISUM QUE NÃOMERECE REFORMA. DESPROVIMENTODO RECURSO.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------0000332-17.2006.8.19.0045

(2008.050.03005) - APELAÇÃODES. FRANCISCO JOSE DEASEVEDOJulgamento: 29/09/2009

PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO E DISPARO DE ARMADE FOGO, EM CONCURSO MATERIAL(ARTS. 14 E 15 DA LEI N.º 10.826/03,NA FORMA DO ART. 69 DO CÓDIGOPENAL). PRETENSÃO DO MINISTÉRIO

PÚBLICO AO AUMENTO DAS PENAS-BASE FIXADAS PARA AMBOS OSDELITOS. ACOLHIMENTO. ASCIRCUNSTÂNCIAS E CONSEQUÊNCIASDO CRIME, ALÉM DA PERSONALIDADEDO ACUSADO, JUSTIFICAM O AEXASPERAÇÃO DAS PENAS-BASE.PRETENSÃO DEFENSIVA ÀABSOLVIÇÃO QUANTO AO DELITOPREVISTO NO ART. 14 DA LEI N.º10.826/03, FACE AO PRINCÍPIO DACONSUNÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.ABSORÇÃO QUE NÃO SE APLICA,PORQUE OS DESÍGNIOS SÃOAUTÔNOMOS. PROVIMENTO DORECURSO MINISTERIAL PARAMAJORAR AS PENAS-BASE DE AMBOSOS CRIMES, CASSANDO-SE, EMCONSEQUÊNCIA, A SUBSTITUIÇÃO DEPENA, E DESPROVIMENTO DO APELODEFENSIVO.

Íntegra do Acórdão

Page 139: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 139/188

Page 140: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 140/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 140/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

de arma de fogo e o disparo de armade fogo, não sendo aquele crime meiodeste. São condutas e desígniosabsolutamente autônomos,caracterizando o concurso material.

Desprovimento do recurso.Ementário: /4117 - N. 12 -11/11/2009

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0002386-53.2007.8.19.0066(2009.050.00507) - APELAÇÃO DES. ZELIA MARIA MACHADO

Julgamento: 11/08/2009APELAÇÃO CRIMINAL. Crimes de portede arma de fogo, com numeraçãoraspada e disparo. Condenação. Penasmínimas. Recurso defensivo. Pleitopara redução das penas.Subsidiariamente, a concessão dosbenefícios do artigo 44 ou do artigo77, ambos do Código Penal. Princípioda consunção, que se conhece de

ofício. Redimensionamento da penaprivativa de liberdade, comsubstituição por duas penas restritivasde direitos. 1- A denúncia imputou aoapelante, a prática dos delitosprevistos nos artigos 15 e 16,Parágrafo único, inciso IV ambos daLei nº 10.826/03, em concursomaterial, sobrevindo sentença que ocondenou à pena total de 05 (cinco)anos de reclusão, em regime aberto eao pagamento de 20 (vinte) DM. 2-Presença de dolo nas condutas doagente. A tese defensiva não encontrao mínimo respaldo na prova produzidanos autos, que demonstrou de formaindubitável que o apelante portavaarma de fogo, com numeraçãoraspada e por meio dela efetuoudisparos em via pública. 3- Conduta-meio. Afigurando-se os crimesprevistos nos artigos 14 e 15 da Lei nº10.826/03 em um único contexto

fático, é de se aplicar o princípio daconsunção, pois o disparo de arma defogo pressupõe o porte/transporte dearma na mesma ocasião. 4- Afasta-sea condenação quanto ao crime de

porte de arma de fogo comnumeração raspada e mantém-se areferente ao crime do artigo 15, da Leinº 10.826/03 no quantum fixado,substituindo-se a pena privativa deliberdade por duas restritivas dedireitos consistentes na prestação deserviços à comunidade. 5. Recursoconhecido e provido, parcialmente.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------0000346-87.2005.8.19.0060(2009.050.02438) - APELAÇÃODES. GIZELDA LEITAO TEIXEIRAJulgamento: 23/06/2009

APELAÇÃO - Art. 15 da Lei 10826/03 -Pena de 02 anos de reclusão mais 30dias-multa, regime aberto, substituída

por prestação de serviços àcomunidade por um ano. - Apeladoameaçou de mal justo e grave, compalavras a vítima, asseverando queesta deveria "calar a boca" senãoatiraria em sua cabeça. E também, namesma data e local, após a ocorrênciados fatos, portava um revólver calibre32, com numeração raspada e efetuoudisparo de arma de fogo em localhabitado, no qual estavam a referida

vítima e mais outra pessoa. -Sentença que julgou extinta apunibilidade pelo crime de ameaça,absolveu o apelado do crime de portede arma, condenando-o pelo delito doart. 15 da Lei 10.826/03. - Recurso doMP para condenar também pelo art.16 § único IV da lei 10826/03, bemcomo a pena restritiva de direitos sejasubstituída por uma restritiva dedireitos e multa ou duas restritivas dedireito, pelo mesmo período da pena

Page 141: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 141/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 141/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

privativa de liberdade. - Com razão oMP: a materialidade e autoria do crimedo art.16, § único, IV, da Lei10.826/03 restaram demonstradaspelo auto de apresentação e

apreensão (fls. 15), pela confissão deque portava a arma de fogo com anumeração raspada e pelosdepoimentos das testemunhas. -Provimento ao recurso ministerial paracondenar também pelo delito do art.16, § único, IV da Lei 10.826/03:"Atenta às diretrizes do art. 59 do CP,considero e verifico que aculpabilidade não excedeu o normalnestes casos. Fixo sua pena-base no

mínimo legal, ou seja, em 03 anos dereclusão mais 10 dias-multa. Àmíngua de outras circunstâncias oucausas de aumento e de diminuição,torno definitiva neste patamar. Oregime de pena será o semi-aberto.Assim resta o apelado condenado a 02anos de reclusão mais 30 dias-multapelo delito do art. 15 da Lei 10826/03e a 03 anos de reclusão mais 10 dias-multa pelo delito do art. 16, § único,

IV da Lei 10.826/03, penas que sesomam na forma do art. 69 do CP,totalizando 05 anos de reclusão mais40 dias-multa."- Quanto à alegaçãoministerial de que a sentençacontrariou o disposto no § 2º do art.44 do CP ao substituir a pena privativade liberdade por uma restritiva dedireitos, também com razão: o I. Juizsubstituiu a pena privativa deliberdade de 02 anos de reclusão,

apenas por uma pena restritiva dedireito, quando deveriam ser duasrestritivas, a teor do art. 44 § 2º doCP, ou uma restritiva e multa. E apena de prestação de serviços àcomunidade deve ter a mesmaduração da pena privativa deliberdade, consoante o art. 46, § 3º,c/c art. 55, do CP. - Não obstante,ante o novo quantum alcançado, qualseja, 05 anos de reclusão, deixo de

substituir a pena privativa de

liberdade por restritivas de direitos, ateor do disposto no art. 44, I, do CP. -PROVIMENTO DO RECURSOMINISTERIAL - EXPEÇA-SE MANDADODE PRISÃO

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0011793-90.2005.8.19.0054(2006.050.04525) - APELACAODES. MOACIR PESSOA DE ARAUJOJulgamento: 12/12/2006 

CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE

PÚBLI-CA e CONTRA AADMINISTRAÇÃO EM GERAL. Posseilegal e disparo de arma de fogo emlocal público e corrupção ativa.Sentença condena-tória. Absolvição.Insuficiência de provas. Nãoocorrência. Penas. Redução.Possibilidade. Não há que se cogitarda absolvição se as provas sãopacíficas em demonstrar que o agenterealmente portava ilegalmente a

metralhadora apreendida e, em outraconduta autônoma e totalmenteindependente, efetuou disparos emlocal público com a mesma. Tendo emvista a fundamentação utilizada nasentença, é de se reduzir a pena-base,e por conseqüência, a final relativaaos delitos de porte ilegal e de disparode arma de fogo de uso restrito ouproibido em local público.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Acre======================Processo: 2009.001944-6

Page 142: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 142/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 142/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Julgamento: 10/12/2009Classe: Câmara CriminalRelator: Des. FelicianoVasconcelos

Ementa:  APELAÇÃO CRIMINAL -LESÃO CORPORAL GRAVE E DISPARODE ARMA DE FOGO - CONDENAÇÃO -OCORRÊNCIA - PRELIMINAR DEEXTINÇÃO DA PUNIBILIDADEREFERENTE AO DELITO DE DISPARODE ARMA DE FOGO - ACOLHIMENTO -MÉRITO: REDUÇÃO DA PENA-BASE AOMÍNIMO LEGAL - INADMISSIBILIDADE- RECONHECIMENTO DA CAUSA DEDIMINUIÇÃO DE PENA PREVISTA NO

ARTIGO 29, § 1º DO CÓDIGO PENAL -RECONHECIMENTO FEITO PELOMAGISTRADO - REGIME ABERTO PARAO CUMPRIMENTO DA PENA -IMPROCEDÊNCIA. 1. Comprovado queocorreu a prescrição da pretensãopunitiva estatal, acolhe-se apreliminar arguida para declarar aextinção da punibilidade do apelantereferente ao delito de disparo de armade fogo, nos termos dos arts. 107, IV

e 110, § 1º, c/c o art. 109, V, todosdo Código Penal. 2. Deve permanecerinalterado o quantum fixado comopena-base para o crime previsto noart. 129,§ 1º, I, c/c o art. 29, caput,do Código Penal, posto que omagistrado ficou atento aos critériosque a norteiam. 3. É inviável aalteração do regime prisional fixado nasentença condenatória, mormente seestá em perfeita harmonia com as

normas penais vigentes (arts. 59 e 33,§ 3º, ambos do Código Penal. 4. Apeloparcialmente provido.

Índice 

-------------------------Processo: 2008.000495-4Julgamento: 21/05/2009Classe: Câmara Criminal Relator:  Des. FelicianoVasconcelos 

Ementa:  APELAÇÃO CRIMINAL -CONDENAÇÃO NOS CRIMES DEDISPARO DE ARMA DE FOGO EM VIAPÚBLICA, CONSTRANGIMENTO ILEGALE VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO -

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE COMRELAÇÃO AOS DELITOS PREVISTOSNOS ARTS. 146 § 1º C/C O ART. 14, IIE 150 § 1º, TODOS DO CÓDIGOPENAL - EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE- DECLARAÇÃO DE OFÍCIO -POSSIBILIDADE - REDUÇÃO DA PENA-BASE AO MÍNIMO LEGAL EM RAZÃODOS BONS ANTECEDENTES DOAPELANTE - INADMISSIBILIDADE.

Índice 

-------------------------Processo: 2008.001172-2Julgamento: 29/05/2008Classe: Câmara CriminalRelator: Des. Francisco Praça

Ementa:  HABEAS CORPUS. AMEAÇA.DANO. PORTE ILEGAL DE ARMA DEFOGO DE USO PERMITIDO E DISPARO

EM VIA PÚBLICA. PRISÃO EMFLAGRANTE. REGULARIDADE.SUBSISTÊNCIA DOS PRESSUPOSTOSAUTORIZADORES DA PRISÃOPREVENTIVA, PREVISTOS NO ARTIGO312 DO CPP. DENEGAÇÃO DA ORDEM.

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do

Estado do Amapá====================== 

Número Processo: 1471/06Relator: Desembargador MÁRIOGURTYEVClasse: HABEAS CORPUSNúmero Acórdão: 9745Data do Julgamento: 13/07/2006

Page 143: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 143/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 143/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

EMENTA PROCESSUAL PENAL –Disparo de arma de fogo – Crimeinafiançável – Requisitos da prisãopreventiva – Ausência – Condiçõespessoais do agente favoráveis –

Liberdade provisória – Possibilidade –Vedações previstas nos arts. 323 e324, do CPP – Inexistência –Concessão do benefício – 1) Ainafiançabilidade do crime não impedea liberdade provisória, quandoausentes os requisitos justificadoresda prisão preventiva e as condiçõespessoais do agente autorizem obenefício – 2) Inexistentescircunstâncias que se enquadrem nas

vedações previstas pelos arts. 323 e324, do Código de Processo Penal,impõe-se a concessão de liberdadeprovisória, a acusado da prática docrime de disparo de arma de fogo.

Íntegra do acórdãoÍndice 

-------------------------Número Processo: 454/07

Relator: Juiz ConvocadoEDUARDO CONTRERASClasse: RECURSO EM SENTIDOESTRITONúmero Acórdão: 10944Data do Julgamento: 08/05/2007

EMENTA PROCESSUAL PENAL -Recurso em Sentido Estrito -Imputação de homicídio tentado -Arma de fogo desmuniciada - Crime

impossível - Materialidade -Inexistência de prova - Ausência deum dos requisitos da pronúncia -Particularidade que rende ensejo aimpronúncia (art. 409, caput, CPP) -Recurso - Improvimento - 1) A armade fogo desmuniciada, levando emconta as circunstância do casoconcreto, é meio inidôneo para aprática do homicídio que, por isso,configura crime impossível - 2) Ex vido disposto no art. 409, caput, do

Código de Processo Penal, se oconjunto probatório não contémelementos hábeis a caracterizar aocorrência, consumada ou tentada, dehomicídio ou de qualquer outro crime

doloso contra a vida, a impronúncia doagente é medida que se impõe - 3)Recurso em sentido estrito a que senega provimento.

Íntegra do acórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do

Estado da Bahia====================== 

Classe: HABEAS CORPUSNúmero do Processo: 67370-8/2009Relator: VILMA COSTA VEIGAData do Julgamento: 15/12/2009

HABEAS CORPUS. PENAL EPROCESSUAL PENAL. CRIMES DEPORTE ILEGAL E DISPARO DE ARMADE FOGO. ARTS. 14 E 15 DA LEI Nº10.826/2003. PACIENTE PRESO EMFLAGRANTE NO DIA 08/03/2009,PORTANDO UMA ARMA DE FOGO,TIPO PISTOLA, DE MARCA TAURUS,CALIBRE 7.65 MM., MUNICIADO COM06 (SEIS) CARTUCHOS INTACTOS E

UM PICOTADO, BEM COMO, POR TERDISPARADO A REFERIDA ARMA EMVIA PÚBLICA. FUNDAMENTOS DAIMPETRAÇÃO: 1. AUSÊNCIA DOSPRESSUPOSTOS PARA A DECRETAÇÃODA PRISÃO PREVENTIVA.INACOLHIMENTO. REVOGAÇÃO DALIBERDADE PROVISÓRIA EDECRETAÇÃO DA SEGREGAÇÃOCAUTELAR. DESOBEDIÊNCIA DASCONDIÇÕES IMPOSTAS À LIBERDADE.CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO

Page 144: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 144/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 144/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

CRIMINAL. PRESENÇA DOSREQUISITOS DISPOSTOS NO ART.311 E 312 DO CÓDIGO DE PROCESSOPENAL. 2. FAVORABILIDADE DASCONDIÇÕES PESSOAIS DO PACIENTE.

IRRELEVÂNCIA. MANUTENÇÃO DACUSTÓDIA RECOMENDADA POROUTROS ELEMENTOS CONSTANTESDOS AUTOS. ORDEM CONHECIDA EDENEGADA, NA ESTEIRA DO PARECERMINISTERIAL.

Índice 

-------------------------Classe: APELAÇÃONúmero do Processo: 78288-

7/2008Relator: MARIO ALBERTO SIMOESHIRSData do Julgamento: 28/05/2009

APELAÇÃO CRIME. DISPARO DE ARMADE FOGO EM VIA PÚBLICA. AUTORIAE MATERIALIDADE DEVIDAMENTECOMPROVADAS. DESNECESSIDADEDE PERÍCIA NA ARMA DE FOGO PARAJUSTIFICAR A CONDENAÇÃO.

APLICAÇÃO DA PENA COM BASE NOSPRINCÍPIOS DA DOSIMETRIA.NECESSIDADE DA MODIFICAÇÃO DOREGIME DE CUMPRIMENTO DA PENAIMPOSTA AO ACUSADO. 1. ACONFIGURAÇÃO DO CRIME DESCRITONO ART. 15 DA LEI N° 10.826/03PRESCINDE DA APREENSÃO DA ARMADE FOGO PARA A REALIZAÇÃO DEPERÍCIA, NÃO CONSTITUINDO ÓBICEÀ CONDENAÇÃO. 2. EM ATENÇÃO AO

QUE DISPÕE O ART. 33, § 2°, "C", DOCÓDIGO PENAL, FAZ JUS O APELANTEÀ FIXAÇÃO DO REGIME INICIALMENTEABERTO PARA O CUMPRIMENTO DAREPRIMENDA QUE LHE FOIIMPUTADA. APELO PARCIALMENTEPROVIDO.

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Ceará

======================

970-30.2004.8.06.0062/1 -APELAÇÃO CRIMEData Protocolo: 17/04/2006Relator: Desa. MARIA SIRENE DESOUZA SOBREIRA 

Ementa: PENAL. PROCESSO PENAL.CRIME DE DISPARO DE ARMA DEFOGO. CONDENAÇÃO. INTERPOSIÇÃO

DE APELAÇÃO PRETENDENDOABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DEPROVAS. IMPOSSIBILIDADE.TESTEMUNHAS QUE APONTAM OACUSADO COMO AUTOR FREQUENTEDE DISPAROS EM VIAS PÚBLICAS EHABITADAS, O QUE CONSTITUI OCRIME PREVISTO NO ART. 15 DA LEI10.826/03. RECURSO CONHECIDO EDESPROVIDO.

Íntegra do Acórdão  Índice 

-------------------------9522-34.2008.8.06.0000/0 -HABEAS CORPUS CRIMEData Protocolo: 26/03/2008Relator: Desa. MARIZAMAGALHÃES PINHEIRO 

Ementa: HABEAS CORPUS -

PROCESSUAL PENAL. DISPARO DEARMA DE FOGO - ART. 14 DA LEI10.826/2003. EXCESSO DE PRAZODENTRO DO PRINCÍPIO DARAZOABILIDADE. ORDEM DENEGADA.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------5567-68.2003.8.06.0000/0 -RECURSO DE APELAÇÃO CRIME

Page 145: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 145/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 145/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Data Protocolo: 18/02/2003Relator: Des. JOSÉ EDUARDOMACHADO DE ALMEIDA 

Ementa: DISPARO DE ARMA DE FOGO

EM VIA PÚBLICA - EQUIPARAÇÃOLEGAL AO PORTE ILEGAL DE ARMA -DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA DOTRIBUNAL DE JUSTIÇA -COMPETÊNCIA DAS TURMASRECURSAIS - PRELIMINAR DENULIDADE DA SENTENÇA -DOCUMENTO JUNTO AOS AUTOSPARA INSTRUIR JULGAMENTO. APÓSMEMORIAIS DAS PARTES - ATA DOJUIZ - DOCUMENTOS JÁ EXISTENTES

NOS AUTOS - ATUALIZAÇÃO -CERCEAMENTO DE DEFESA NÃOCARACTERIZADO - IRRELEVÂNCIA -INEXISTÊNCIA DE NULIDADE -REJEIÇÃO - FATO TÍPICO,ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL -MATERIALIDADE E AUTORIACOMPROVADAS - SENTENÇACONDENATÓRIA CONFIRMADA.

Íntegra do Acórdão 

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Distrito

Federal======================

Classe do Processo: 2008 09 1005092-8 APR - 0005092-82.2008.807.0009Registro do Acórdão Número:334076Data de Julgamento:07/11/2008Relator: DONIZETI APARECIDO

Ementa: PENAL. CRIMES AQUISIÇÃOE DISPARO DE ARMA DE FOGO.CONCURSO MATERIAL.

INAPLICABILIDADE PRINCÍPIOCONSUNÇÃO. REINCIDÊNCIA ECONFISSÃO. PREPONDERÂNCIAAGRAVANTE. CORREÇÃO REGIMEFIXADO. IMPOSSIBILIDADE

SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVA DELIBERDADE PELA RESTRITIVA DEDIREITO. SENTENÇA MANTIDA.1 - INAPLICÁVEL NA ESPÉCIE OPRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO, EIS QUEAS CIRCUNSTÂNCIAS DE TEMPO ELUGAR DA AQUISIÇÃO E DOSDISPAROS ESTÃO COMPLETAMENTEDISSOCIADAS, POIS OCORRERAM EMMOMENTOS DISTINTOS E EMCONTEXTOS FÁTICOS TOTALMENTE

DIFERENTES. OS DESÍGNIOS SÃOAUTÔNOMOS. INACEITÁVEL COGITARDE SITUAÇÃO DE DEPENDÊNCIA DASCONDUTAS DE PORTAR E DISPARAR,MORMENTE QUANDO O CRIME É DECONTEÚDO VARIADO, A EXEMPLO DOPORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. AAQUISIÇÃO ANTERIOR CONFIGUROUCRIME AUTÔNOMO, ENQUANTO OPORTE, POR SER CRIME MENOSGRAVE, É ABSORVIDO PELO

CONCERNENTE AO DISPARO DE ARMADE FOGO EM VIA PÚBLICA.2 - A AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIAENCONTRA PRIMAZIA SOBRE AATENUANTE DA CONFISSÃOESPONTÂNEA, DE MODO QUE A PENASEJA EXASPERADA EM DETRIMENTODA REDUÇÃO, VALE DIZER, OAUMENTO HÁ SEMPRE DE SUPERARQUANTUM MINORADO.3 - A FIXAÇÃO DO REGIME PARA

CUMPRIMENTO DE PENA DEVEGUARDAR OBSERVÂNCIA AOSCRITÉRIOS PREVISTOS NO ARTIGO59 DO CP, CARECENDO AINDAVALORAR OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS,OBSERVANDO-SE A ESCALAPROGRESSIVA NA FIXAÇÃO.CONFORME DICÇÃO EXTRAÍDA DASALÍNEAS DO § 2° DO ARTIGO 33, DOCÓDIGO PENAL, O CONDENADO NÃOREINCIDENTE, CUJA PENA SEJA IGUAL

OU INFERIOR A 4 (QUATRO) ANOS,

Page 146: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 146/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 146/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

PODERÁ, DESDE O INÍCIO, CUMPRI-LA EM REGIME ABERTO. CONTRÁRIOSENSO, NA HIPÓTESE DAREINCIDÊNCIA E EM DECORRÊNCIADA QUANTIFICAÇÃO SUPERIOR AO

MONTANTE, DIANTE DACONDENAÇÃO ANTERIOR DORECORRENTE PELO CRIME DEHOMICÍDIO À PENA DE 14(QUATORZE) ANOS DE RECLUSÃO, OREGIME CABÍVEL É O FECHADO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Classe do Processo: 2007 06 1012687-3 APR - 0012687-78.2007.807.0006Registro do Acórdão Número:375899Data de Julgamento:27/08/2009Relator: ROBERVAL CASEMIROBELINATI

Ementa APELAÇÃO CRIMINAL.

DISPARO DE ARMA DE FOGO EM VIAPÚBLICA. PEDIDO DEDESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIMEDE PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDEDE OUTREM. IMPOSSIBILIDADE.CONFIGURAÇÃO DE CRIME MAISGRAVE. RECURSO CONHECIDO E NÃOPROVIDO.1. O CRIME DE PERIGO PARA A VIDAOU SAÚDE DE OUTREM, PREVISTO NOARTIGO 132 DO CÓDIGO PENAL, É

SUBSIDIÁRIO, DEVENDO SERATRIBUÍDO APENAS QUANDO ACONDUTA PRATICADA NÃOCONFIGURAR CRIME MAIS GRAVE.2. NA ESPÉCIE, O APELANTE EFETUOUDISPAROS DE ARMA DE FOGO EM VIAPÚBLICA, ADJACENTE A LUGARESHABITADOS, O QUE CONFIGURACONDUTA MAIS GRAVE DO QUEAPENAS COLOCAR EM PERIGO A VIDAOU SAÚDE DE OUTREM. EM RAZÃODISSO, DEVE RESPONDER PELO

CRIME PREVISTO NO ARTIGO 15,CAPUT, DA LEI 10.826/2003 (ESTATUTO DO DESARMAMENTO).3. RECURSO CONHECIDO E NÃOPROVIDO, MANTENDO-SE INCÓLUME

A SENTENÇA QUE CONDENOU O RÉUNAS SANÇÕES DO ART. 15, CAPUT,DA LEI Nº 10.826/2003, À PENA DE02 (DOIS) ANOS E 06 (SEIS) MESESDE RECLUSÃO, EM REGIME INICIALSEMI-ABERTO, E 13 (TREZE) DIAS-MULTA, NO VALOR LEGAL MÍNIMO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Classe do Processo: APELAÇÃOCRIMINAL 2000 03 1 011102-0APR - 0011102-44.2000.807.0003Registro do Acórdão Número:265609Data de Julgamento: 23/11/2006Relator: VAZ DE MELLO

Ementa PENAL E PROCESSUAL PENAL.DISPARO DE ARMA DE FOGO (ARTIGO

10, § 1º, INCISO III, C/C O § 4º, DALEI N. 9.437/97). OFENSIVIDADE.DISPARO EM LOCAL HABITADO.LESÃO À INCOLUMIDADE PÚBLICA.PENA. APLICAÇÃO DO NOVOESTATUTO DO DESARMAMENTO.MAIOR GRAVIDADE. ALTERAÇÃO.APLICAÇÃO DA LEI N. 9.437/97 PORSER MAIS BENÉFICA. 1. AOFENSIVIDADE REPRESENTADA PELODISPARO DE ARMA DE FOGO EM

LOCAL HABITADO REPOUSA NALESÃO À INCOLUMIDADE PÚBLICA,SEJA ELA CONSIDERADA DE FORMAABSTRATA OU CONCRETA. 2. O FATODE O RÉU TER PORTE DE ARMA NÃOO AUTORIZA A EFETUAR DISPAROSEM QUALQUER MOTIVO APARENTE.3. EMBORA O APELANTE TENHA SIDOCONDENADO ÀS SANÇÕES DOARTIGO 10, § 1º, INCISO III, C/C O §4º, DA LEI N. 9.437/97, FOIAPLICADA A PENA PREVISTA NO

Page 147: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 147/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 147/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

NOVO ESTATUTO DO DESARMAMENTO(LEI N. 10.826/03). VERIFICANDO-SESER A LEI N. 9.437/97 MAISBENÉFICA AO ACUSADO, A PENADEVE SER REFORMADA. DEU-SE

PARCIAL PROVIMENTO. UNÂNIME.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado do

Espírito Santo======================

39099000018 Classe: Apelação CriminalData de Julgamento: 05/08/2009Relator: JOSÉ LUIZ BARRETOVIVAS

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL -DISPARO DE ARMA DE FOGO (ARTIGO

15, DA LEI Nº 10.826 ⁄03) -MATERIALIDADE E AUTORIACOMPROVADAS - NÃO INCIDÊNCIADOS ARTS. 30 E 32 DA LEI Nº10.826 ⁄03 - TIPICIDADECONFIGURADA - CONDENAÇÃOMANTIDA - RECURSO NÃO PROVIDO.1. Havendo provas judicializadas nosautos suficientes acerca do delitoprevisto no art. 15, da Lei nº10.826 ⁄03, é de rigor a manutenção

do édito condenatório firmado narespeitável sentença. 2. Os artigos 30e 32 do Estatuto do Desarmamentonão têm o condão de excluir a condutade portar arma de fogo, sendoinaplicáveis à figura delitiva previstano art. 15, da Lei nº 10.826 ⁄03, hajavista que a incidência daquelesdispositivos legais restringe-se aoscasos de simples posse irregular nointerior da residência ou do local detrabalho. 3. Recurso não provido.

Conclusão: à unanimidade, negarprovimento ao recurso, nos termos dovoto do eminente Relator.

Íntegra do Acórdão

Índice 

------------------------- 26070016030 Classe: Apelação CriminalData de Julgamento: 18/03/2009Relator: ALEMER FERRAZ MOULIN

APELAÇÃO CRIMINAL. DISPARO DEARMA DE FOGO. ART. 15 DA LEI N°10.826 ⁄03. 1. PRELIMINAR. NULIDADE

DA SENTENÇA. OFENSA AO PRINCÍPIODO DEVIDO PROCESSO LEGAL.INOCORRÊNCIA. MERO ERROMATERIAL. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO ÀDEFESA. 2. CERCEAMENTO DEDEFESA. NÃO COMPROVAÇÃO. 3.MÉRITO. ABSOLVIÇÃO. AUTORIA EMATERIALIDADE COMPROVADAS. 4.AUSÊNCIA DE DOLO. INOCORRÊNCIA.DOLO ESPECÍFICO PARA O TIPO. 5.ATIPICIDADE DA CONDUTA. MERA

CONJECTURA. CONDUTA TÍPICA,ILÍCITA E CULPÁVEL. 6. ERRO SOBREA ILICITUDE DO FATO (ERRO DEPROIBIÇÃO). AUSÊNCIA DOSELEMENTOS PREVISTOS NO ART. 21DO CP. 7. EXCLUDENTE DEILICITUDE. ESTADO DE NECESSIDADEOU LEGÍTIMA DEFESA.INOCORRÊNCIA. 8. PENA. REDUÇÃO.CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES.MENORIDADE. DESCONHECIMENTO

DA LEI. INFLUÊNCIA DE VIOLENTAEMOÇÃO. REFORMA EM PARTE. 9.RECURSO CONHECIDO EPARCIALMENTE PROVIDO.1. Descabe se falar em ofensa aoprincípio do devido processo legal, nãoexistindo irregularidade na denúnciaministerial, eis que consonância comos requisitos do art. 41 do CPP. Osingelo erro material condizente aonome do acusado ao final da denúncianão traz prejuízo à defesa, máxime

Page 148: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 148/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 148/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

porque ao longo da ação penalocorreu a irrestrita e incondicionalpossibilidade de elaborar provasfavoráveis ao verdadeiro acusado.Finalmente, o Parquet, em alegações

finais, realizou pedido expresso decondenação quanto ao corretoacusado.2. Está a amparar o julgador oprincípio da persuasão racional (art.155 do CPP), sendo certo que suasdecisões podem estar lastreadas emdiversas provas produzidas ao longodo conjunto fático-probatório, e nãoapenas a uma ou outra específicaprova a qual muitas vezes não surtirá

o efeito desejado por alguma daspartes (acusação ou defesa).Também o juiz, nos termos do art.182 do CPP, não está adstrito aqualquer laudo pericial, podendoaceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou emparte, justamente em razão de seulivre convencimento motivado. E, nasiras do art. 184 do CPP, poderá negara perícia requerida pelas partes,quando não for necessária ao

esclarecimento da verdade.3. A análise dos autos demonstra asubsunção da conduta do acusado nocrime de disparo de arma de fogo (art.15 da Lei n° 10.826 ⁄03), eis quehouve disparo de arma de fogo em viapública ou adjacências.4. Ao disparar a arma de fogo em viapública, o sujeito ativo, se não quis oresultado (dolo direto), pelo menosassumiu o risco de produzi-lo (dolo

indireto). Impossível, pois, afirmarque não teve dolo específico dedisparar a sua arma, até porque fê-lo,segundo os depoimentostestemunhais, para dispersar brigaenvolvendo amigo seu.5. Patente a subsunção da conduta doagente no verbo "disparar", dado quea arma de fogo foi utilizada em lugarhabitado ou em suas adjacências (art.15 do Estatuto do Desarmamento), o

que demonstra, por conseqüência, sera conduta típica, ilícita e culpável.6. O erro sobre a ilicitude do fato (errode proibição), que recai sobre oconteúdo proibitivo de uma norma

penal, seja porque o agente adesconhece, seja porque a conhecemal, seja finalmente porque nãocompreende o seu verdadeiro âmbitode incidência, encontra-se ausentenos autos, máxime diante da assertivado réu em interrogatório aduzindo quesabia que era proibido sair à rua comarma de fogo sem documento¿.7. O agente delitivo, ao praticar aconduta "disparar arma de fogo",

apesar de alegar que o fez paraauxiliar ⁄ajudar outrem, não trazelementos de prova suficientes parademonstrar situação correspondenteao elemento principal do estado denecessidade, qual seja, o perigo atual(é o que está prestes a concretizar-seem um dano), muito menos aexistência de dois bens antagônicosem conflito, daí porque impossívelacolher a excludente de ilicitude sob a

modalidade estado de necessidade.Da mesma forma, inexistemelementos a amparar eventuallegítima defesa de terceiro nos autos,razão pela qual improcedente a tesede excludente de ilicitude.8. A atenuante da menoridade (art.65, inciso I, do CP) é extraída da cópiada Carteira de Trabalho e PrevidênciaSocial anexada aos autos em apenso,sendo, pois, necessário reconhecê-la

quando da dosimetria da pena.Já o desconhecimento da lei não seencontra caracterizado nos autos,dado ter o agente afirmadocategoricamente saber [...] que eraproibido sair à rua com arma de fogosem documento [...]Por fim, sequer há comprovação deter o sujeito ativo cometido o delitosob influência de violenta emoção¿(art. 65, inciso III, ¿c¿, do CP), já que

o próprio agente afirma ter cometido o

Page 149: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 149/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 149/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

disparo de arma de fogo para auxiliaramigo que estava supostamentesofrendo agressões de terceiros.9. Recurso conhecido e parcialmenteprovido, tão-somente para reconhecer

a circunstância atenuante damenoridade na parte da dosimetria dapena.Conclusão à unanimidade, rejeitar aspreliminares suscitadas e, no mérito,dar provimento parcial ao recurso.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado de

Goiás======================

RECURSO....:36560-5/213 -APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:03/11/2009

PROCESSO...:

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.DISPARO DE ARMA DE FOGO.NULIDADE DO LAUDO PERICIAL.ATIPICIDADE DE CONDUTA.AUSENCIA DE PROVA. ABSOLVICAO.IMPROCEDÊNCIA. I - O LAUDOPERICIAL CONCLUIU QUE A ARMA DEFOGO E CARTUCHOS APREENDIDOS,

MOSTRAM-SE EFICIENTES PARAPRODUZIR TIROS DE GRANDEPOTENCIAL LESIVO. AUSENCIA DENULIDADE. II - O PORTE ILEGAL DEARMA DE FOGO, EM VIA PUBLICA SEMAUTORIZACAO E EM DESACORDOCOM DETERMINACAO LEGAL, POR SISO, JA CARACTERIZA CRIME.CONTUDO, COMO HOUVE DISPARO,ESTA CONDUTA (CRIME-FIM)ABSORVEU AQUELA (CRIME- MEIO),SENDO TIPICA A CONDUTA. III -

COMPROVADA A MATERIALIDADE PORPERICIA TECNICA, INCLUSIVE COM AAPREENSAO DE UM CARTUCHODEFLAGRADO, BEM COMO A AUTORIACRIMINOSA, PELA CONFISSAO

PARCIAL DO ACUSADO ETESTEMUNHAS QUE ATESTAM SERELE A PESSOA QUE EFETUOU ODISPARO, TANTO QUE FOI PRESO EMFLAGRANTE COM A REFERIDA ARMA,TORNA-SE INFRUTIFERA APRETENSAO ABSOLUTORIA. IV -RECURSO CONHECIDO E NAOPROVIDO. DECISÃO:  ACORDAMOS COMPONENTES DO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, PELA

TERCEIRA TURMA JULGADORA DASEGUNDA CAMARA CRIMINAL, AUNANIMIDADE, ACOLHENDO OPARECER DA PROCURADORIA-GERALDE JUSTICA, EM CONHECER DOAPELO E O IMPROVER, NOS TERMOSDO VOTO DO RELATOR. CUSTAS DELEI.

200902483484RELATOR....:DES. PRADO

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------ACÓRDÃO....:30/07/2009PROCESSO...:

EMENTA:  APELACAO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO RESTRITO. PRINCIPIO DASUBSIDIARIEDADE. 1. A CONDUTA DEPORTAR ILEGALMENTE ARMA DEFOGO DE USO RESTRITO NAO PODESER ABSORVIDA PELO CRIME DEDISPARO DE ARMA DE FOGO,PORQUANTO OS CRIMES FORAMCONSUMADOS EM CONTEXTOSFATICOS DISTINTOS, RESTANDOEVIDENCIADA A EXISTENCIA DECRIMES AUTONOMOS, SEM NEXO DEDEPENDENCIA ENTRE AS CONDUTASOU SUBORDINACAO, INCIDINDO,

200901227000RELATOR....: DES. PRADORECURSO....:35905-3/213 -APELACAO CRIMINAL

Page 150: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 150/188

Page 151: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 151/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 151/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

DE ARMA DE FOGO E DISPARO EM VIAPÚBLICA EM CONCURSO MATERIAL -PRETENSÃO RECURSAL - APLICAÇÃODO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO -REALIDADES FÁTICAS DISTINTAS E

SEM RELAÇÃO DE MEIO E FIM -INVIABILIDADE - RECURSOIMPROVIDO. Para que o porte ilegalde arma de fogo de uso permitidoconfigure ante factum impunível, énecessário que se tivesse o fimespecífico voltado ao disparo deprojétil em via pública. Desatendida arelação de meio e fim estreitamentevinculadas, inaplicável a absorção.

Índice 

------------------------- Número  32192Ano 2002Magistrado DES. DONATOFORTUNATO OJEDA

Ementa: E M E N T A - APELAÇÃOCRIMINAL - CRIMES DE PORTE  DEARMA DE FOGO E DISPARO DE ARMA 

DE  FOGO  EM VIA PÚBLICA -CONFIGURAÇÃO DE CONCURSOMATERIAL - CORREÇÃO DE ERROSMATERIAIS PRESENTES NA SENTENÇAMONOCRÁTICA - SUBSTITUIÇÃO DAPENA PRIVATIVA DE LIBERDADE PORDUAS RESTRITIVAS DE DIREITOS -ADMISSIBILIDADE - INTELIGÊNCIADO ART. 44 E §§ DO CP - RECURSOIMPROVIDO. Os erros materiaispresentes no decisum a quo são

passíveis de correção via EmbargosDeclaratórios. Ante a inércia daspartes, são analisados,preliminarmente, em recurso deApelação. Se presentes os requisitossubjetivos e objetivos elencados peloart. 44 e seus §§ do Código Penal,imperiosa se faz a substituição dapena privativa de liberdade pelasrestritivas de direitos.

Índice 

------------------------- Número  28026Ano 2009Magistrado DES. GÉRSONFERREIRA PAES

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL -CONDENAÇÃO PELOS DELITOS DEPORTE  ILEGAL DE ARMA  DE  FOGO E DISPARO  EM VIA PÚBLICA (ARTS. 14E 15 DA LEI Nº 10.826/2003) -ABSOLVIÇÃO DO CRIME PREVISTO NOARTIGO 307 DO CÓDIGO PENAL(FALSA IDENTIDADE) -IRRESIGNAÇÃO MINISTERIAL -PRETENDIDA CONDENAÇÃO PELO

CRIME DE FALSA IDENTIDADE -IMPOSSIBILIDADE - EXERCÍCIO DEAUTODEFESA - PLEITEADAMAJORAÇÃO DA PENA-BASE -INVIABILIDADE - PENA APLICADA DEFORMA FUNDAMENTADA PELOMAGISTRADO A QUO - REQUERIDAMODIFICAÇÃO DO REGIME PRISIONALESTABELECIDO NA SENTENÇA -ADMISSIBILIDADE -CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ART.

59 DO CÓDIGO PENALDESFAVORÁVEIS - MAUSANTECEDENTES - COMPROVADAREINCIDÊNCIA - ALTERAÇÃO QUE SEIMPÕE - RECURSO PARCIALMENTEPROVIDO. Se pode o acusado, em seuinterrogatório omitir-se,permanecendo em silêncio, ou preso,possa fugir, sem emprego deviolência, é natural que a atribuição defalsa identidade para atingir o mesmo

fim não possa ser punida por nãohaver ele falado a verdade, mormentepor considerar-se o extenso rol deantecedentes criminais a eledesfavorável. Se ao estabelecer apena-base em sete meses acima domínimo legal, o Magistrado assim ofez de forma fundamentada, apóscriteriosa análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal,apontando aquelas desfavoráveis ao

sentenciado, não há que se falar em

Page 152: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 152/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 152/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

majoração da reprimenda aplicada naSentença combatida. Impõe-se oregime fechado para o cumprimentoda pena se, além da reincidência, o julgador analisa desfavoravelmente ao

réu algumas das circunstâncias judiciais elencadas no art. 59 doCódigo Penal.

Índice -------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado de

Minas Gerais======================

Número do processo:1.0720.04.017406-5/001(1) Númeração Única: 0174065-72.2004.8.13.0720 Relator: PEDRO VERGARAData do Julgamento: 25/03/2008

Ementa: PENAL - DESCLASSIFICAÇÃO

DO DELITO DO ARTIGO 14 PARAARTIGO 12, DA LEI Nº. 10.826/03 -IMPOSSIBILIDADE - PORTE  DE ARMAEM VIA PÚBLICA - PORTE ILEGAL DEARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO -ABSORÇÃO PELA INFRAÇÃO MAISGRAVE - DISPARO DE ARMA DE FOGOEM VIA PÚBLICA - PRINCÍPIO DACONSUNÇÃO - APLICABILIDADE -JUSTIÇA GRATUITA - VIABILIDADE -RECURSO CONHECIDO E

PARCIALMENTE PROVIDO. -Impossível a desclassificação do delitode PORTE de ARMA previsto no artigo14, para o crime de posse do artigo12, da Lei nº. 10.826/03, quando oacusado sai à rua com ARMA de fogo eadentra à residência de terceiro. - Ocrime de PORTE de ARMA deve serabsorvido pelo delito de DISPARO deARMA em via pública por força doprincípio da consunção. - O delitotipificado no artigo 15 da Lei n.º

10.826/03, pressupõe,necessariamente, anterior PORTE daARMA. No caso dos autos não existeconcurso de crimes, pois o desvalor jurídico do delito de PORTE ilegal se

encontra abrangido pelo DISPARO daARMA, em local habitado. Penaredimensionada. - O reconhecimentoda atenuante da confissão espontâneanão conduz à redução da pena aquémdo mínimo legal, conformeentendimento doutrinário e jurisprudencial predominante,fazendo-se a aplicação da Súmula nº.231, do STJ. - Comprovando oacusado sua situação de

hipossuficiência financeira pelosdocumentos anexados, justifica aconcessão dos benefícios da JustiçaGratuita. Súmula:  DERAMPROVIMENTO PARCIAL.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

------------------------- Número do processo:1.0569.05.003479-6/001(1) Númeração Única: 0034796-49.2005.8.13.0569 Relator: EDUARDO BRUMData do Julgamento: 31/07/2007

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - ARTS.14 E 15 DO ESTATUTO DODESARMAMENTO - AUTORIA EMATERIALIDADE CARACTERIZADAS -NÃO-INCIDÊNCIA DOS ARTS. 30 E 32DA LEI Nº 10.826/03 AO TIPO DOART. 14 - TIPICIDADE CONFIGURADA- PORTE  - CONDUTA ABSORVIDAPELO CRIME DE DISPARO QUANDOPRATICADOS NO MESMO CONTEXTOFÁTICO - CONSUNÇÃO - DELITOPRATICADO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº10.826/03 - ADEQUAÇÃO -CONFISSÃO ESPONTÂNEA -APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA -RECURSOS PARCIALMENTE

Page 153: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 153/188

Page 154: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 154/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 154/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

conduta-meio de portar ou possuirilegalmente a ARMA de fogo. Súmula: À UNANIMIDADE, NEGARAMPROVIMENTO, COM RECOMENDAÇÃO.

Íntegra do Acórdão Índice 

------------------------- Número do processo:1.0000.08.472722-1/000(1) Númeração Única: 4727221-31.2008.8.13.0000 Relator: HYPARCO IMMESIData do Julgamento: 29/05/2008

Ementa:  'HABEAS CORPUS' -TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL -DUAS AÇÕES PENAIS ORIGINÁRIASDO MESMO FATO DELITUOSO -TENTATIVA DE HOMICÍDIO - PORTE ILEGAL E DISPARO DE ARMA -ABSORÇÃO DO PORTE E DISPAROPELA TENTATIVA DE HOMICÍDIO -PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO -LEGALIDADE E OPORTUNIDADE DOTRANCAMENTO - Se ambas as ações

penais são originárias do mesmo fatodelituoso, ou seja, a primeira, portentativa de homicídio, em que oacusado se utilizou, para perpetrá-la,de ARMA de fogo (com a qual efetuouos disparos contra a vítima), e asegunda , por PORTE ilegal e DISPAROde ARMA, impõe-se o trancamentodesta última ação penal. Ademais, osilícitos de PORTE  ilegal e DISPARO deARMA ficam absorvidos pelo de

tentativa de homicídio, emdecorrência do princípio da consunção.Súmula:  CONCEDERAM A ORDEM.COMUNICAR.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

------------------------- Número do processo:1.0471.07.088319-7/001(1) 

Númeração Única: 0883197-78.2007.8.13.0471 Relator: ANTÔNIO ARMANDO DOSANJOSData do Julgamento: 05/05/2009

Ementa: PORTE E DISPARO DE ARMADE FOGO - ANT FACTUM IMPUNÍVEL -PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. Malgradoo dissenso pretoriano acerca do tema,deve o réu ser absolvido do delito dePORTE de ARMA de fogo, pois paraefetuar DISPARO em lugar habitadoou em suas adjacências, é necessárioprimeiro portar a ARMA, constituindo-se em crime-meio para o DISPARO e,

sendo este o delito menos grave(PORTE ilegal de ARMA) é absorvidopelo mais grave (DISPARO de ARMAde fogo), em obediência ao princípioda consunção. Recurso provido.Súmula: RECURSO PROVIDO.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado do

Pará======================

Nº ACÓRDÃO: 78319Nº PROCESSO: 200930011595RECURSO: APELACAO PENAL

RELATOR: VANIA FORTES BITAR DATA DO JULGAMENTO:02/06/2009

EMENTA: Apelação penal Arts. 14 e15, da Lei nº 11.826/03 Porte ilegalde arma de fogo de uso permitido edisparo de arma de fogo em concursomaterial Pedido de substituição dapena privativa de liberdade porrestritiva de direitos InviabilidadeAfora a consideração equivocada de

Page 155: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 155/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 155/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

antecedente a prática delitivaposterior as que geraram acondenação do acusado, oenvolvimento do mesmo no delito deroubo duplamente qualificado, ex vi às

fls. 51, justamente no período em quegozava do benefício da liberdadeprovisória nestes autos, depõenegativamente sobre a sua condutasocial e personalidade, como entendeuo Juízo monocrático, cujo fatoevidencia que a substituição de penapretendida não é socialmenterecomendável A pena de multa deveobedecer ao mesmo critério para afixação da reprimenda corporal, diante

do princípio da proporcionalidade,obedecendo-se o sistema trifásico deaplicação da reprimenda Redução dapena de multa de ofício, para adequá-la à pena corporal fixada na sentença– Recurso conhecido, porémimprovido, e, de ofício, reduzida apena de multa. Decisão Unânime.

Íntegra do Acórdão Índice 

------------------------- Nº ACÓRDÃO: 61094Nº PROCESSO: 200430037003RECURSO: APELACAO PENALRELATOR: RAIMUNDA DO CARMOGOMES NORONHADATA DO JULGAMENTO: -

EMENTA: Apelação - crimes de porteilegal de arma de fogo e disparo dearma de fogo - provas - concurso decrimes.1. O crime do art.14 da lei nº10.826/03 só passará a ter eficácia apartir do dia 23.06.2005, quando jáexaurido o prazo que alude o art.30da mesma lei - abolitio criminis. 2 . Ocrime pelo qual o apelante foicondenado ( disparo de arma de fogo) não traz dano maior, devendo havera devida proporcionalidade do crimecom a pena - redução da penaoperada e conseqüente substituição

por uma pena restritiva de direito, naforma de prestação pecuniária de umacesta básica de produtos alimentícios,pelo período de três mesesconsecutivos. 3. Recurso conhecido e

provido parcialmente, no que dizrespeito à absolvição, sendo taldecisão por maioria dos votos, eunânime no que se refere à aplicaçãoda pena restritiva de direito.

Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado doParaná

======================

Nº do Acórdão: 25967 Processo: 0590631-2Recurso: Apelação CrimeRelator: José Mauricio Pinto deAlmeidaJulgamento: 17/12/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.DENÚNCIA IMPUTANDO AO RÉU ODELITO DE DISPARO DE ARMA DEFOGO (ART. 15 DA LEI 10.826/2003).JUIZ SENTENCIANTE QUECORRETAMENTE ATRIBUIU NOVADEFINIÇÃO JURÍDICA AOS FATOS,CONDENANDO O APELANTE NO CRIMEDE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO(ART. 14 DO ESTATUTO DO

DESARMAMENTO). LOCAL DOSDISPAROS COMPROVADAMENTEDESABITADO. ENTENDIMENTOESCORREITO. TESE RECURSALVISANDO À ABSOLVIÇÃO DOSENTENCIADO. INACOLHIMENTO.AUTORIA E MATERIALIDADEROBUSTAMENTE COMPROVADAS. RÉUQUE CONFESSOU A AUTORIA DODELITO EM AMBAS AS FASES DOPROCEDIMENTO INVESTIGATIVO.IRRELEVÂNCIA DA INTENÇÃO DO

Page 156: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 156/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 156/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

AGENTE OU DO RESULTADO. DELITOCLASSIFICADO COMO DE PERIGOABSTRATO OU DE MERA CONDUTA.QUANTUM DA PENA DEVIDAMENTEFIXADO. CONDENAÇÃO MANTIDA.

RECURSO DESPROVIDO. Os crimes deporte ilegal e de disparo de arma defogo são espécies de delitosclassificados como de perigo abstratoou de mera conduta, tornando-seirrelevante a intenção do agente ou oresultado à sua tipificação. Basta quese pratique quaisquer das condutascontidas nos artigos 14 e 15 da Lei10.826/2003, independentemente doresultado, para configuração de ambos

os crimes. DECISÃO: ACORDAM osMagistrados integrantes da SegundaCâmara Criminal do egrégio Tribunalde Justiça do Paraná, à unanimidade,em negar provimento ao apelo.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

------------------------- Nº do Acórdão: 25396

Processo:0578837-0

 Recurso: Apelação CrimeRelator: Lidio José Rotoli deMacedoJulgamento: 08/10/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. -PORTE ILEGAL E DISPARO DE ARMADE FOGO (ARTIGOS 14 E 15, AMBOSDA LEI 10.826/2003). - ANT FACTUMIMPUNÍVEL. - NECESSÁRIA

APLICAÇÃO DE OFÍCIO DO PRINCÍPIODA CONSUNÇÃO. - SUBORDINAÇÃOENTRE AS CONDUTAS PERPETRADAS.- OFENSA AO MESMO BEM TUTELADO.- LAUDO DE PRESTABILIDADE DEARMA DE FOGO AS FLS. 14. -EXTIRPAÇÃO DO CONCURSOMATERIAL. - SENTENÇA REFORMADADE OFÍCIO. - ANÁLISE RECURSALPREJUDICADA. I. Da narrativa daexordial acusatória, observa-se que ocrime de porte de arma serviu como

meio fim ao de disparo, tendo o réuutilizado o revólver calibre 32, marcaRossi, nº de série 145.217 para tanto,havendo sem sombra de dúvida asubordinação entre as condutas

perpetradas. II. "No caso de disparode arma de fogo com a sua apreensãoimediata, quer por porte ilegal, querpor qualquer outra conduta tipificadanos arts. 14 ou 16, objetivamentehaveria duas condutas típicas.Todavia, não posso admitir concursomaterial, eis que se trata de lesão aomesmo bem jurídico. É a mesmasituação de quem transporta uma oudez armas, pois só haverá um crime

(arts. 14, 16 ou 17). Vale a infraçãomais grave, afastando-se o concurso".(THUMS, Gilberto. Estatuto doDesarmamento. Editora Lumen Juris:Rio de Janeiro, 2005, p. 119) III."PORTE E DISPARO DE ARMA DEFOGO - ANT FACTUM IMPUNÍVEL -PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. Malgradoo dissenso pretoriano acerca do tema,deve o réu ser absolvido do delito deporte de arma de fogo, pois para

efetuar disparo em lugar habitado ouem suas adjacências, é necessárioprimeiro portar a arma, constituindo-se em crime-meio para o disparo e,sendo este o delito menos grave(porte ilegal de arma) é absorvidopelo mais grave (disparo de arma defogo), em obediência ao princípio daconsunção. Recurso provido." (TJMG.Apelação Criminal 1.0471.07.088319-7/001. Relator Des. ANTÔNIO

ARMANDO DOS ANJOS. TerceiraCâmara Criminal. Julgado em05/05/2009) DECISÃO: ACORDAM osDesembargadores integrantes daSegunda Câmara Criminal do EgrégioTribunal de Justiça do Estado doParaná, por unanimidade de votos, em julgar prejudicado o mérito, e de ofícioreformar a sentença, nos termos dovoto relatado.

Íntegra do Acórdão

Page 157: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 157/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 157/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Índice 

------------------------- Nº do Acórdão: 25359 Processo: 0583144-3

Recurso: Apelação CrimeRelator: Lilian RomeroJulgamento: 01/10/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO (ART. 14 DA LEI10.826/03) E DISPARO DE ARMA DEFOGO (ART. 15). MATERIALIDADE EAUTORIA COMPROVADAS.TESTEMUNHO DE POLICIAIS.

IDONEIDADE E VALIDADE QUANDOHARMÔNICOS COM O CONJUNTOPROBATÓRIO E NÃO HOUVERFUNDADA SUSPEITA SOBRE ELES.RÉU FLAGRADO PORTANDO A ARMAMINUTOS APÓS O ACIONAMENTO DAPOLÍCIA POR TER EFETUADODISPAROS EM VIA PÚBLICA.ABSORÇÃO DO CRIME DE PORTE PELODE DISPARO. POSSIBILIDADE.PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO.

SENTENÇA CONDENATÓRIACONFIRMADA. RECURSO CONHECIDOE NÃO PROVIDO. O testemunho depoliciais é meio idôneo e válido deprova, quando for harmônico com oconjunto probatório e contra eles nãohouver fundada suspeição. DECISÃO:ACORDAM os integrantes da SegundaCâmara Criminal do Tribunal deJustiça do Estado do Paraná, porunanimidade de votos, em conhecer

dos recursos, bem como negar-lhesprovimento, nos termos do voto daJuíza Relatora.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

------------------------- Nº do Acórdão: 25406 Processo: 0571618-7Recurso: Apelação Crime

Relator: José Laurindo de SouzaNettoJulgamento: 01/10/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL -

PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO(ART. 14, CAPUT, DA LEI Nº10.826/2003) - MATERIALIDADE EAUTORIA COMPROVADAS - PLEITOABSOLUTÓRIO - IMPOSSIBILIDADE -RÉU FLAGRADO PORTANDO ARMA DEFOGO - PORTE DE ARMA VENCIDO -CRIME DE PERIGO ABSTRATO -PLEITO DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIODA CONSUNÇÃO COM O DELITO DEDISPARO - IMPOSSIBILIDADE -

CONDUTAS PRATICADAS EMMOMENTOS DISTINTOS - RECURSODESPROVIDO. 1. "Extrai-se dos autos,que não é possível a absolvição, vezque o apelante apesar de ter oregistro junto ao órgão competente,não possuía autorização para portá-la.2. "A declaração de fls. 91, evidenciaque o apelante possuía um porte dearma de fogo, em situação transitória,sendo que o referido porte foi

recolhido pelo Ministério da Defesa,para fins de destruição e futurarenovação, assim, na data dos fatos, oapelante não possuía porte de armade fogo". 3. "O simples porte de armade fogo, sem autorização legal, é oquanto basta para caracterizar o tipopenal previsto no art. 14, caput, daLei 10.826/2003. Porquanto o delitoem questão ofende a segurançapública, a segurança coletiva, e 

representa crime de perigo abstrato,que se perfaz pela simples conduta doagente executar um dos verbosmencionados na norma incriminadora,dispensando-se prova de que pessoadeterminada foi exposta a efetivasituação de risco". 4. "O princípio daconsunção pressupõe a existência deum nexo de dependência dascondutas ilícitas, para que se verifiquea possibilidade de absorção daquela

menos grave pela mais danosa.

Page 158: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 158/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 158/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Incabível a aplicação automática doprincípio da consunção, emdesconsideração às circunstânciasfáticas do caso concreto, em que asinfrações ocorreram em momentos

distintos. Quando constatado que oscrimes de porte ilegal de armas e dehomicídio qualificado se afiguramabsolutamente autônomos, inexistindoqualquer relação de subordinaçãoentre as condutas, resta inviabilizadaa aplicação do princípio da consunção,devendo o réu responder por ambasas condutas." (STJ-5ª Turma, HC51.660/DF, Rel. Min. Gilson Dipp, julg.10.03.2006, DJU 10.04.2006, p.

260)". DECISÃO: ACORDAM osSenhores integrantes da SegundaCâmara Criminal do Tribunal deJustiça do Estado do Paraná, porunanimidade de votos, negarprovimento ao recurso.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado de

Pernambuco======================

Tipo do Processo  ApelaçãoCriminal Número do Acórdão  146580-1 

Número de Origem 0500004608 Relator do Acórdão MauroAlencar De Barros Data de Julgamento  2/10/2008 

Ementa  PENAL EPROCESSUAL PENAL. APELAÇÃOCRIMINAL. DISPARO DE ARMA DEFOGO. ART. 15 LEI 10826/03.ALEGAÇÃO DE EXCLUDENTE DEILICITUDE PENAL. LEGÍTIMA DEFESANÃO CONFIGURAÇÃO. LAUDO

PERICIAL ATESTANDO O PERFEITOESTADO DE FUNCIONAMENTO DA«ARMA». TIPICIDADE DA CONDUTA.AUTORIA DEMONSTRADA. PROVASSUFICIENTES PARA FUNDAMENTAR A

CONDENAÇÃO. MANUTENÇÃO DASENTENÇA EM TODOS OS SEUSTERMOS. IMPROVIMENTO DORECURSO. DECISÃO UNÂNIME. 1. Deacordo com depoimento prestado em juízo, o apelante confessou apropriedade e disparo da arma defogo, entretanto alegou excludente deilicitude penal. 2. A tese trazida naapelação, de que o réu teria atiradoem legítima defesa, não deve

prosperar, tendo em vista que não háprovas nos autos que comprove que oapelante efetuou o «disparo» a fim dese defender de agressão injusta eiminente. 3. Laudo de Perícia Balísticaatesta que a «arma» de «fogo»aprendida encontra-se em condiçõesde funcionamento e que foramrealizados disparos antes da mesma chegar ao Instituto de Criminalísticapara exames. 4. Recurso Improvido.

Decisão unânime. Decisão  NEGOU-SEPROVIMENTO AO APELO. DECISÃOUNÂNIME.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

------------------------- Tipo do Processo  ApelaçãoCriminal Número do Acórdão  154580-6 Número de Origem 0500145437 Relator do Acórdão GustavoAugusto Rodrigues De Lima Data de Julgamento  17/9/2008 

Ementa  PENAL EPROCESSUAL PENAL. APELAÇÃOCRIMINAL. ARTIGOS 14 E 15 DA LEINº 10.826/03. PEDIDO DE REFORMADA SENTENÇA. INACOLHIDO. PROVASDEMONSTRAM QUE O DISPARO FOIINTENCIONAL. CRIME DE PORTE

Page 159: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 159/188

Page 160: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 160/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 160/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

no mesmo contexto fático, sendoaquele meio de consecução deste.Incide o princípio da consunção, sendoo delito de porte de arma absorvidopelo disparo. Sentença mantida neste

ponto. 2. Do apenamento. Quando doapenamento, o ilustre julgadormonocrático fixou a pena-base emdois anos, mínimo legal. Talcircunstância impede que a valoraçãode atenuante reduza a pena-baseabaixo deste patamar. Provimento aorecurso ministerial, neste ponto. 3. Doreconhecimento da prescrição.Considerando que o réu era menor devinte e um anos à época do fato e

dada a pena aplicada, aliada àcircunstância de que entre orecebimento da denúncia e apublicação da sentença transcorrerammais de três anos, operou-se aprescrição retroativa pela pena emconcreto, fato que fulmina a pretensãopunitiva e impõe o reconhecimento daextinção da punibilidade do réu. ÀUNANIMIDADE, DERAM PROVIMENTOAO APELO MINISTERIAL, PARA

REDIMENSIONAR A PENA IMPOSTA E,DE OFÍCIO, RECONHECERAM APRESCRIÇÃO RETROATIVA PELA PENAEM CONCRETO, DECLARANDOEXTINTA A PUNIBILIDADE DO RÉU M.M. M., FORTE NO ARTIGO 107,INCISO IV DO CÓDIGO PENAL.(Apelação Crime Nº 70029928660,Segunda Câmara Criminal, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Mario RochaLopes Filho, Julgado em 10/02/2010)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

------------------------- NÚMERO: 70033907619TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: Newton Brasil de LeãoDATA DE JULGAMENTO:28/01/2010

EMENTA: APELAÇÃO-CRIME. DELITOSDE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGOE DISPARO. APLICAÇÃO DOPRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. PORTE ÉCRIME MEIO EM RELAÇÃO AO

DISPARO. APELO MINISTERIALIMPROVIDO. (Apelação Crime Nº70033907619, Terceira CâmaraCriminal, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Newton Brasil de Leão,Julgado em 28/01/2010)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

------------------------- 

NÚMERO: 70028761070TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: Jaime PitermanDATA DE JULGAMENTO:10/12/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIME. PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO EDISPARO DE ARMA DE FOGO. AMATERIALIDADE E A AUTORIA

COMPROVADAS. INOCORRÊNCIA AALEGADA INCOMPETÊNCIACONSTITUCIONAL LEGISLATIVA DAUNIÃO. OS CRIMES TIPIFICADOSPELA LEI N.º 10.826/03 NÃO SÃOCRIMES DE LESÃO, MAS SIM DEPERIGO ABSTRATO. INEXIGÍVEL ADEMONSTRAÇÃO DO RISCO DE DANOCONCRETO À INCOLUMIDADEPÚBLICA. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃOINAPLICÁVEL AO CASO. PENASADEQUADAMENTE FIXADAS, NÃOCOMPORTANDO QUALQUERMODIFICAÇÃO. MANUTENÇÃO DASENTENÇA EM SUA INTEGRALIDADE.RECURSOS DEFENSIVOSIMPROVIDOS. (Apelação Crime Nº70028761070, Segunda CâmaraCriminal, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Jaime Piterman, Julgado em10/12/2009)

Íntegra do Acórdão

Page 161: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 161/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 161/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Índice 

------------------------- NÚMERO: 70031839400TIPO DE PROCESSO: Apelação

CrimeRELATOR: Marcel Esquivel HoppeDATA DE JULGAMENTO:07/10/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIME. DISPAROE PORTE DE ARMA DE FOGO.ARTIGOS 14 E 15 DA LEI N°10.826/03. CRIME DE DISPAROABSORVE O CRIME DE PORTE DEARMA DE FOGO. PRINCÍPIO DA

CONSUNÇÃO. NOS CRIMES DEDISPARO DE ARMA DE FOGO, AAPREENSÃO DA ARMA NÃO ÉIMPRESCINDÍVEL, POIS, QUANDO APROVA ORAL É CONSISTENTE ESEGURA, SUPRE A NECESSIDADEDESTA. AUTORIA E MATERIALIDADECOMPROVADAS. NÃO HÁ DÚVIDAS DEQUE O RÉU EFETUOU OS DISPAROS.MANTIVERAM A CONDENAÇÃO. APROVA NÃO É SEGURA PARA

COMPROVAR QUE O RÉU ATIROU COMOUTRA ARMA DE FOGO, QUE NÃO AAPREENDIDA PELOS POLICIAIS. INDUBIO PRO REO. ABSOLVIÇÃO.DERAM PARCIAL PROVIMENTO AOAPELO PARA ABSOLVER O ACUSADODA CONDUTA DE PORTE DE ARMA DEFOGO. (Apelação Crime Nº70031839400, Primeira CâmaraCriminal, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Marcel Esquivel Hoppe,

Julgado em 07/10/2009)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado de

São Paulo======================

Recurso em Sentido Estrito990081926300Relator(a): Pedro MeninÓrgão julgador: 16ª Câmara deDireito CriminalData do julgamento: 09/02/2010

Ementa: Recurso em Sentido Estrito -

Pronúncia -Tentativa de homicídioduplamente qualificado e abortoprovocado - 1. Preliminar paraconversão do julgamento emdiligência para realização de exameindireto para constatação do aborto -Desnecessidade, face os elementos deprova contidos nos autos, queevidenciam a pratica desse crime, oque basta para a pronúncia, nãodescartando a hipótese de realização

desse exame na fase do artigo 422 doCódigo de Processo Penal - 2.Negativa da autoria - Impossibilidadede reconhecê-la nesta fase deadmissibilidade de acusação, diante doconjunto probatório em contrário,evidenciando que o réu-recorrenteteria sido, em tese, o autor dosdisparos que atingiu a vítima gestante-3. Ausência de dolo quanto ao abortoprovocado - Impossibilidade do

reconhecimento dessa tecla nesta fasede admissibilidade de acusação -Quem dispara arma de fogo contramulher em avançado estado degravidez, em tese, assume o risco deproduzir a morte do feto, só afastávelmediante profunda análise doconjunto probatório, o que é de Júri -4. Absorção do aborto provocado pelocrime de tentativa de homicídio dagestante - Impossibilidade de

discussão a respeito nesta fase

Page 162: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 162/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 162/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

sumária do processo - Preliminarafastada e no mérito recursoimprovido.

Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado de

Sergipe======================

Nº do processo: 2007301494Relator: DES. MANUEL PASCOAL

NABUCO D`AVILARecurso: APELAÇÃO CRIMINALJulgamento: 28-05-2007

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL -RECURSO DO PARQUET- PORTEILEGAL E DISPARO DE ARMA DEFOGO - DESCLASSIFICAÇÃO DACONDUTA APONTADA NA DENÚNCIADO ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, IV,DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO -

AUSÊNCIA DE PROVA TÉCNICAACERCA DA PERMISSIBILIDADE OUNÃO DO USO DA ARMA E MUNIÇÕES-FATO MAIS GRAVE -IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO -ACERTO QUANTO À TIPIFICAÇÃO DACONDUTA ACOLHIDA NO COMANDOSENTENCIAL- RATIFICAÇÃO DADOSIMETRIA - SENTENÇA MANTIDAINTEGRALMENTE. - Não existindo nosautos nenhuma prova técnica no

sentido de comprovar apermissibilidade ou não do uso daarma e munições apreendidas, restaimpossibilitada a imputação da práticade um delito mais gravoso ao Apelado,tornando acertada a tipificaçãoacolhida pelo sentenciante;- Apeloconhecido e improvido. Unânime

Íntegra do acórdãoÍndice 

-------------------------======================

Superior Tribunal de Justiça

======================

HC 92256 / PBHABEAS CORPUS 2007/0238719-0Relator(a): Ministra LAURITA VAZData do Julgamento: 11/09/2008

Ementa:  HABEAS CORPUS. PENAL.SEQÜESTRO, ROUBO, PORTE ILEGALE DISPARO  DE ARMA DE FOGO.PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. NÃO-

INCIDÊNCIA NO CASO EM TELA.CRIMES AUTÔNOMOS. DOSIMETRIADA PENA. FIXAÇÃO DA PENA-BASE.ILEGALIDADE. EXASPERAÇÃO NOMÁXIMO LEGAL SEMFUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA EUTILIZAÇÃO DE PROCESSO CRIMINALEM ANDAMENTO COMO MAUSANTECEDENTES. INCIDÊNCIA DACONFISSÃO ESPONTÂNEA NACONDENAÇÃO. AUSÊNCIA DE

INTERESSE DE AGIR. PENA FIXADACOM O RECONHECIMENTO DAATENUANTE.1. Para aplicação do princípio daconsunção pressupõe-se a existênciade ilícitos penais que funcionam comofase de preparação ou de execução,ou como condutas, anteriores ouposteriores de outro delito mais grave.2. In casu, as condutas de portararmas ilegalmente e disparar arma de

fogo em via pública não podem serabsorvidas pelo crime de roubo,porquanto os crimes foramconsumados em contextos fáticosdistintos, restando evidenciada aexistência de crimes autônomos, semnexo de dependência entre ascondutas ou subordinação, nãoincidindo, portanto, o princípio daconsunção.

Page 163: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 163/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 163/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

3. O julgador deve, ao individualizar apena, examinar com acuidade oselementos que dizem respeito ao fato,obedecidos e sopesados todos oscritérios estabelecidos no art. 59, do

Código Penal, para aplicar, de forma justa e fundamentada, a reprimendaque seja, proporcionalmente,necessária e suficiente parareprovação do crime.4. Especialmente, quando considerardesfavoráveis as circunstâncias judiciais, deve o magistrado declinar,motivadamente, as suas razões, pois ainobservância dessa regra implica emofensa ao preceito contido no art. 93,

inciso IX, da Constituição Federal.5. Na hipótese, o juiz sentenciante, aoconsiderar desfavoráveis todas ascircunstâncias judicias dos crimestipificados nos arts. 148, § 2º; 157, §2º, I e II, 157, § 3º (primeira figura),todos do Código Penal, e 10, § 1º, III,e § 2º, da Lei n.º 9.437/97, nãotrouxe, em sua maioria, elementosconcretos, capazes de descrever aconduta do Paciente como de tamanha

e especial gravidade, a ponto deensejar a fixação das penas-bases nomáximo legal.6. Ademais, a jurisprudência dosTribunais Superiores é uníssona nosentido de que a anotação deinquéritos e processos em andamentonão pode ser considerada como mausantecedentes, com a finalidade deagravar a pena-base.7. Tendo sido considerado pelo

Magistrado a quo, por ocasião dadosimetria da pena, a atenuante daconfissão espontânea, portanto, deforma idêntica ao que ora pretendealcançar o Impetrante, através dopresente writ, inexiste, pois, interessede agir quanto a esse aspecto.8. Habeas corpus conhecido em partee, na parte conhecida, concedidaparcialmente a ordem para, mantida acondenação, reformar a sentença e o

acórdão no tocante à individualização

da pena, determinando que outra sejaproferida em primeira instância, deforma devidamente fundamentada esem a consideração dos mausantecedentes, em observância ao

princípio da presunção da inocência.Por se encontrarem em idênticasituação, salvo quanto aos mausantecedentes, que deverão seranalisados individualmente pelo Juízomonocrático, estendo os efeitos daordem aos demais co-réus, a teor doart. 580, do Código de Processo Penal.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

------------------------- REsp 731331 / RSRECURSO ESPECIAL2005/0036840-2Relator(a): Ministro JOSÉARNALDO DA FONSECAData do Julgamento: 28/09/2005

Ementa:  RECURSO ESPECIAL. PENAL.PORTE ILEGAL E DISPARO

IMPOSSIBILIDADE. VERBETESUMULAR N.º 231 DO STJ. PRINCÍPIODA CONSUNÇÃO. A diminuição dapena aquém do mínimo legal em facede circunstância atenuante destoa doentendimento cristalizado na Súmulan.º 231 desta Egrégia Corte Superiorde Justiça. Para aplicação do princípioda consunção pressupõe-se aexistência de ilícitos penais quefuncionam como fase de preparaçãoou de execução, ou como condutasanteriores ou posteriores de outrodelito mais grave. In casu, a condutade portar ilegalmente arma não podeser absorvida pelo crime de

DE ARMA

DE FOGO. CIRCUNSTÂNCIAATENUANTE. PENA ABAIXO DOMÍNIMO LEGAL.

disparo dearma de fogo, porquanto os crimesforam consumados em contextosfáticos distintos, restando evidenciadaa existência de crimes autônomos,

Page 164: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 164/188

Page 165: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 165/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 165/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

======================

Tribunal de Justiça do Estadodo Rio de Janeiro

====================== 

0000101-16.2007.8.19.0025(2009.050.06891) - APELAÇÃO -DES. SIRO DARLAN DE OLIVEIRAJulgamento: 24/11/2009 

APELAÇÃO CRIMINAL. PORTE DE

MUNIÇAO DESACOMPANHADA DARESPECTIVA ARMA ADEQUADA A SUADEFLAGRAÇÃO. ATIPICIDADE DACONDUTA. O APELANTE FOIDENUNCIADO E CONDENADO COMOINCURSO NAS SANÇÕES DO ARTIGO14 DA LEI 10.826/03 À PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE DE 02(DOIS) ANOS DE RECLUSÃO E À PENAPECUNIÁRIA, DE 10 (DEZ) DIAS-MULTA, ESTA CALCULADA NO SEU

VALOR MÍNIMO LEGAL, OUTROSSIM,

FOI SUBSTITUÍDA A PENA PRIVATIVADE LIBERDADE EM DUAS PENASRESTRITIVAS DE DIREITO,CONSISTENTES NA PRESTAÇÃO DESERVIÇO À COMUNIDADE,

ESTABELECIDO O CUMPRIMENTO DAPENA PRIVATIVA DE LIBERDADE NOREGIME INICIAL ABERTO EM CASO DEDESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADODA PENA SUBSTITUTIVA. RECURSODEFENSIVO PUGNANDO PELORECONHECIMENTO DA ATIPICIDADEOBJETIVA DA CONDUTA DO RÉU PELAAUSÊNCIA DE VULNERABILIDADE DOBEM JURÍDICO TUTELADO, EIS QUE AMUNIÇÃO CONSIDERADA

ISOLADAMENTE NÃO TEMCAPACIDADE LESIVA, A AUSÊNCIA DEDOLO DE PERIGO PELO FATO DAMUNIÇÃO ESTAR DESACOMPANHADADE ARMA, E AINDA PELA AOCORRÊNCIA DA ABOLITIO CRIMINISANTE A POSSIBILIDADE DEDEVOLUÇÃO DAS MUNIÇÕESAPREENDIDAS À POLÍCIA, BEM COMOO RECONHECIMENTO DAGRATUIDADE DE JUSTIÇA A FIM DE

ISENTAR O RÉU DO PAGAMENTO DASCUSTAS PROCESSUAIS. IN CASU, ORÉU FOI PRESO EM FLAGRANTE PELOFATO DE POLICIAIS MILITARESENCONTRAREM EM SEU PODER 05MUNIÇÕES DE CALIBRE 38, BEMCOMO MANTER SOB SUA GUARDA, EMUMA SACOLA PLÁSTICA, 06MUNIÇÕES DE CALIBRE 38, TENDO OMESMO ADMITIDO SER OPROPRIETÁRIO DAS REFERIDAS

MUNIÇÕES, FRISANDO-SE QUE AAPREENSÃO OCORREU NA VIAPÚBLICA. NÃO ASSISTE RAZÃO AORECORRENTE, NO SENTIDO DEPRETENDER O RECONHECIMENTO DAABOLITIO CRIMINIS EIS QUE OPRAZO CONCEDIDO PELA LEI11.417/08 PARA QUE POSSUIDORES EPROPRIETÁRIOS DE ARMA DE FOGOREGULARIZEM A SITUAÇÃO, PORMEIO DO REGISTRO OU ENTREGA DA

ARMA À POLÍCIA FEDERAL,

Porte ou posse demunição ou acessório

•  TRIBUNAIS DE JUSTIÇA:

•  RIO DE JANEIRO•  ACRE•  CEARÁ•  DISTRITO FEDERAL•  ESPÍRITO SANTO•  GOIÁS•  MINAS GERAIS•  PARÁ• 

PARANÁ•  RIO GRANDE DO SUL•  SÃO PAULO

•  SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Page 166: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 166/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 166/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

RESTRINGE-SE ÀS HIPÓTESES DEPOSSE DE ARMA E/OU MUNIÇÃO,PREVISTAS NOS ARTS. 12 E 16 DALEI 10.826/03, QUE NÃO SECONFUNDE COM O PORTE, PREVISTO

NO ART. 14 DA CITADA NORMA.INSTA ACENTUAR QUE CONSTA COMOELEMENTO DO TIPO QUE A MUNIÇÃOESTEJA NO INTERIOR DE SUARESIDÊNCIA OU DEPENDÊNCIADESTA, OU AINDA, NO SEU LOCAL DETRABALHO, O QUE NÃO SE VERIFICANO PRESENTE CASO, EIS QUE ASMUNIÇÕES ENCONTRADAS EM PODERE SOB A GUARDA DO ACUSADOFORAM APREENDIDAS EM VIA

PÚBLICA, CARACTERIZANDO, ASSIM,O PORTE. POR OUTRO LADO, ASSISTERAZÃO À DEFESA AO PLEITEAR AABSOLVIÇÃO DO ACUSADO SOB OARGUMENTO DA ATIPICIDADEOBJETIVA DA CONDUTA DO MESMOPELA AUSÊNCIA DEVULNERABILIDADE DO BEM JURÍDICOTUTELADO, EIS QUE A MUNIÇÃOCONSIDERADA ISOLADAMENTE NÃOTEM CAPACIDADE LESIVA.

REALMENTE O PORTE OU POSSE DEMUNIÇÃO DESACOMPANHADA DAARMA É FATO ATÍPICO VISTO QUE OBEM JURÍDICO TUTELADO PELA LEI10.826/03, QUAL SEJA, AINCOLUMIDADE PÚBLICA, NÃO FOICOLOCADO CONCRETAMENTE EMRISCO. O BEM JURÍDICO TUTELADOPELA NORMA PENAL CONSISTENTE NAINCOLUMIDADE PÚBLICA NÃO FOICOLOCADO CONCRETAMENTE EM

RISCO, SENDO ATÍPICO OCOMPORTAMENTO RESPECTIVO.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO,PARA ABSOLVER O ACUSADO PELAATIPICIDADE DA CONDUTA, COMFULCRO NO ART. 386, III DO CPP.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

0000748-11.2007.8.19.0025(2009.050.04986) - APELAÇÃO -DES. GIZELDA LEITAO TEIXEIRAJulgamento: 06/10/2009

Apelação Criminal - Art.14 da Lei10.826/03 Pena de 02 anos dereclusão mais 10 dias-multa, emregime aberto, substituída por umarestritiva de direitos consistente naprestação de serviços à comunidade. -Tranporte de munição, de uso proibidoou restrito, sem autorização e emdesacordo com determinação legal ouregulamentar. Munição apreendida nointerior do veículo dirigido pelo

apelante. - Alegação de que ocorreuabolitio criminis em razão da MedidaProvisória que alterou o prazo dosarts. 30 e 32 da Lei 10.826/03.Atipicidade e abolitio criministemporária: incidência somente para odelito de posse irregular. O delito empauta refere-se a porte de muniçãoem via pública. - Autoria ematerialidade devidamentecomprovadas. - Sentença

condenatória que bem ponderou asprovas carreadas nos autos,condenando o acusado à pena mínimade reclusão, substituindo-a porrestritiva de direito. Equívocoevidente, sem o devido recurso porparte do M. P. Manutenção dasentença. - IMPROVIMENTO DORECURSO.

Íntegra do Acórdão

Índice -------------------------0005823-30.2008.8.19.0014(2008.050.06702) - APELAÇÃODES. JOSE MUINOS PINEIROFILHOJulgamento: 18/08/2009

PENAL. PROCESSO PENAL. APELAÇÃOCRIMINAL. CONDENAÇÃO PELO CRIMEDE TRÁFICO ILÍCITO DE

ENTORPECENTE E PORTE ILEGAL DE

Page 167: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 167/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 167/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

MUNIÇÃO, SEM AUTORIZAÇÃO LEGAL.PLEITO DE ABSOLVIÇÃO. ALEGAÇÃODE PRECARIEDADE DE PROVASQUANTO À AUTORIA.DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME DE

TRÁFICO PARA O DELITO DE POSSEDE ENTORPECENTE PARA USOPRÓPRIO. REDUÇÃO DA PENA-BASEQUANTO AO CRIME DO ESTATUTO DODESARMAMENTO. REJEIÇÃO DA TESEDE CRIME IMPOSSÍVEL. APREENSÃOISOLADA DE MUNIÇÃO.SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVADE LIBERDADE POR RESTRITIVA DEDIREITOS PARA AMBOS OS CRIMES.MATERIALIDADES CRIMINOSAS

INCONTROVERSAS. NEGATIVA DEAUTORIA. PROVA ORAL ACUSATÓRIAIDÔNEA. REDUÇÃO DA PENA DOCRIME DE TRÁFICO. PROVIMENTOPARCIAL DO RECURSO DA DEFESA.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0006515-97.2006.8.19.0014

(2009.050.01811) - APELAÇÃODES. MARCO AURELIO BELLIZZEJulgamento: 05/08/2009

Ementa: APELAÇÃO. Crimes de Tráficode Drogas e porte ilegal de Munição.Sentença que impõe censura penalpelo crime do art. 33 da Lei nº11.343/06 e absolve o agente pelocrime de posse e guarda de umprojétil de arma de fogo. Recurso

ministerial buscando a condenaçãopelo crime da Lei de Armas emajoração da pena pelo crime detráfico, em razão da existência deduas condenações com trânsito em julgado, uma delas valorada comoreincidência, a outra se prestandopara caracterizar maus antecedentes.Porte de munição. Absolvição sob ofundamento de "abolitio criministemporária." Absolvição que semantém, ainda que por fundamento

diverso, ou seja, a irrelevância daconduta consistente na guarda deprojétil único. Somente em situaçõesexcepcionais a posse, guarda ou portede ínfima quantidade de munição ou

de acessório é suficiente para acaracterização do crime e imposiçãode censura penal, o que apenas sedaria diante de inequívoca epremeditada atuação do agente nosentido fracionamento da quantidadede munição portada, depositada outransportada para frustrar a incidênciada lei penal. .Pena bem dosada, naqual o juiz sentenciante utilizou umadas condenações para reconhecer a

reincidência. Impossibilidade deconsiderar a outra anotação, querefere a fato ocorrido em 1990, semdata de trânsito em julgado, ainda quecomo circunstância caracterizadora demaus antecedentes. Recurso defensivocom pretensão de absolvição,desclassificação para o crime de usode drogas, redução da pena,substituição da pena e aplicação dosursis. Circunstâncias da prisão que

deixam evidente a caracterização docrime de tráfico. Apreensão decocaína, munição, anotações do tráficoe fotos em que o recorrente aparecearmado e ao lado de mesa comapetrechos adequados à produção dadroga. Inexistência deincompatibilidade entre a condição deusuário de droga e de conduta detráfico. Dosagem da pena emconsonância com as circunstâncias do

caso concreto e com o laudo de examede dependência de substânciaentorpecente que reconhece asíndrome de dependência de álcool euso nocivo de cocaína. Condenaçãopor crime de tráfico, equiparado acrime hediondo, quantidade de pena ereincidência, situações que impedem asubstituição da pena privativa deliberdade e a concessão do sursis.

Íntegra do Acórdão

Page 168: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 168/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 168/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Índice -------------------------0051577-34.2008.8.19.0001(2009.050.00068) - APELAÇÃODES. FRANCISCO JOSE DE

ASEVEDOJulgamento: 28/04/2009 

PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO DE USORESTRITO (ART. 16 DA LEI N.º10.826/03) APELANTE PRESO NAPOSSE DE MUNIÇÃO DE USORESTRITO E UM RÁDIO-TRANSMISSOR. PRETENSÃODEFENSIVA À ABSOLVIÇÃO PORPRECARIEDADE DE PROVA OU EM

RAZÃO DA ATIPICIDADETEMPORÁRIA. IMPOSSIBILIDADE.PROVA SEGURA E INQUESTIONÁVELQUANTO À AUTORIA E AO CRIME,ESPECIALMENTE PELO AUTO DEAPREENSÃO DE FL. 08, LAUDOS DEFLS. 54/56, 57/58 E 59, ALÉM DAPROVA TESTEMUNHAL PRODUZIDA.MUNIÇÃO DE USO RESTRITO AAFASTAR A ATIPICIDADETEMPORÁRIA. DESPROVIMENTO DO

RECURSO.Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------0018016-19.2008.8.19.0001(2008.050.03857) - APELAÇÃODES. RICARDO BUSTAMANTEJulgamento: 17/02/2009 

PORTE DE MUNIÇÃO DESARMADA.ATIPICIDADE. PRINCÍPIOS DAOFENSIVIDADE, RAZOABILIDADE EPROPORCIONALIDADE.CONTROVÉRSIA DOUTRINÁRIA EJURISPUDENCIAL. Assiste razão aorecorrente quando busca a suaabsolvição da acusação de infração aoartigo 16 da Lei 10.826/03 por estarele na posse e guardar um únicocartucho calibre 40 adequado a armade uso restrito. Primeiro porque,

discussão sobre a tipicidade damunição desarmada ou armadesmuniciada à parte, certo é que alesividade que a lei pretende punir nãorestou violada, já que um único

cartucho seria incapaz de gerar perigoconcreto ao bem jurídico que seafirma protegido. Depois porque olaudo atesta apenas que se trata deum cartucho calibre 40 que seencontra íntegro e tem capacidadepara ser disparado, mas não afirma asua eficácia, vale dizer, se disparadode fato a espoleta percutiria e oprojétil seria lançado?

Íntegra do Acórdão

Índice -------------------------0000483-43.2004.8.19.0080(2008.050.02447) - APELAÇÃODES. VALMIR RIBEIROJulgamento: 06/08/2008

PORTE DE MUNICOESLEI N. 10826, DE 2003

CRIME DE MERA CONDUTAPERIGO ABSTRATOTIPICIDADE DO DELITOPORTE DE MUNIÇÕES.- ABSOLVIÇÃO.-FRAGILIDADE DA PROVA.-ATIPICIDADE DA CONDUTA.-LESIVIDADE MÍNIMA.- O apelantepermaneceu em silêncio em ambas asfases da persecução criminal,entretanto, a prova testemunhalproduzida não deixa a mais ínfima

dúvida quanto à autoria, pois astestemunhas arroladas pelo MinistérioPúblico foram uníssonas ao declararque se dirigiram ao local descrito napeça inaugural para verificar aprocedência de uma denúnciaanônima, procederam revista pessoalno apelante e com ele encontraramseis cartuchos de arma de fogo,calibre 38, no bolso frontal de suacalça, entretanto, nenhuma arma foiencontrada em seu poder.- Sob o

Page 169: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 169/188

Page 170: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 170/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 170/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

LAUDO DEFINITIVO E PELO ARTIGO16 CAPUT DA LEI Nº. 10.826/03 -POSSE DE MUNIÇÃO DE USORESTRITO LAUDO TÉCNICO QUE OCORROBORA - PRÉVIA DE NULIDADE -

FLAGRANTE FORJADO - QUE SECONFUNDE COM O MÉRITO -DENÚNCIA ANÔNIMA - APELANTE NOINTERIOR DO IMÓVEL QUE ÉAPONTADO E QUANDO APÓS O CERCOPOLICIAL, INOBSERVADO PELO ORAAPELANTE, ESTE SAI DO LOCAL COMSUBSTÂNCIA TÓXICA E MUNIÇÃO -DEFESA QUE NÃO ELIDE O ACERTODO JUIZO DE REPROVAÇÃO - IRMÃDO APELANTE (FLS. 80) QUE NÃO

ESTAVA PRESENTE QUANDO DAPRISÃO MAS CHAMADA PORFAMILIARES - ALEGAÇÃO DETORTURA AFASTADA EM LAUDO PARAVERIFICAÇÃO DE LESÃO VIOLENTA,PORÉM NECESSIDADE DE QUE SEJAAPURADO PEÇAS A SEREMENCAMINHADAS AO EXMO. SR.PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA(INTERROGATÓRIO, AUDIÊNCIA COMAS OITIVAS - LAUDO TÉCNICO) NA

FORMA DA LEI SUBSTÂNCIAAPREENDIDA NO LOCAL DOFLAGRANTE EM PODER DO APELANTEEM QUANTIDADE QUE LEVA ÀCERTEZA DO ILÍCITO ASSIM COMO OPORTE DE MUNIÇÃO CALIBRE 45MMDE USO RESTRITO. CONDUTA QUENÃO É ISOLADA MAS A SERCOADUNADA COM A DO TRÁFICO -ATESTANDO PERIGO CONCRETO -DOSIMETRIA QUE SE REDIMENSIONA,

REDUZINDO-A PELO ARTIGO 12 DALEI 6368/76 EM 04(QUATRO) ANOS E62 (SESSENTA E DOIS) DIAS-MULTAE PELO ARTIGO 16 DA LEI 10.826/03EM 04(QUATRO) ANOS E 22 (VINTE EDOIS) DIAS-MULTA A 1ª, A CUMPRIREM REGIME INICIAL FECHADO - LEI11.464/07 - E A DO 2º DELITO EMSEMI-ABERTO, FACE À REINCIDÊNCIAQUE NÃO PERMITE FATOR DEREDUÇÃO DA NOVA LEI. POR

MAIORIA DE VOTOS, FOI DADO

PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSOPARA ALTERAR O REGIME PRISIONALPARA O INICIALMENTE FECHADOPARA O ARTIGO 12 DA LEI DETÓXICOS, ASSIM COMO O DO ARTIGO

16 DA LEI 10.826/03 PARA O SEMI-ABERTO. REDUZINDO AS PENASRESTRITIVAS DE LIBERDADE A UMQUANTUM DE 04 (QUATRO) ANOS DERECLUSÃO PARA CADA E APECUNIÁRIA DO ART. 12 DA LEI6368/76 EM 60 (SESSENTA) DIAS-MULTA E DO ART. 16 EM 20 (VINTE)DIAS-MULTA. OFICIANDO-SEENCAMINHANDO-SE PEÇAS ÀPROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA

PARA AS PROVIDÊNCIAS LEGAISCABÍVEIS. VENCIDO O EMINENTEDESEMBARGADOR LUIZ LEITEARAUJO QUE DAVA PROVIMENTOPARA ABSOLVER O APELANTE DAIMPUTAÇÃO COM RESPALDO NOARTIGO 386, VI DO CPP EPOSICIONOU-SE CONTRÁRIO AEXTRAÇÃO DE PEÇAS PROCESSUAISPARA ENVIO À PROCURADORIA GERALDE JUSTIÇA.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------0015848-85.2006.8.19.0204(2008.050.00732) - APELAÇÃODES. ANTONIO JAYME BOENTEJulgamento: 19/06/2008

APELAÇÃO CRIMINAL. Artigo 33 da Lei

n.º 11.343/06 e artigo 14 c/c artigo20 e ARTIGO 16 caput c/c artigo 20 daLei n.º 10.826/03. Recurso defensivovisando a absolvição, sob o argumentode fragilidade probatória. Depoimentode policiais. Validade. Absolvição.Impossibilidade. Porte e posse demunições de diversos calibres,restritos e permitidos. Crime único.Provimento parcial do recurso. Se porum lado a negativa de autoria nãorevela motivo suficiente para um

Page 171: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 171/188

Page 172: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 172/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 172/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

excesso de prazo" (STJ, Súmula 52)."Impossibilidade de se aferir o excessocom contabilização meramentearitmética do lapso temporal pararealização dos atos do processo.

Apreciação que deve ser balizada emparâmetros de razoabilidade. Aaferição de eventual excesso nainstrução de demanda penal não podeser feita com a contabilização,meramente aritmética, dos prazospara realização dos diversos atos doprocesso, sejam próprios ouimpróprios, mas sobretudo com aapreciação, balizada em parâmetrosde razoabilidade, das razões que

determinam a velocidade que seimprimiu à marcha respectiva" (RT817/724). "Não se configura coaçãoilegal quando o excesso de prazo naformação da culpa decorre deincidentes processuais não imputáveisao Juiz ou ao Ministério Público"(RJSTJ 8/236). Constrangimento ilegalnão caracterizado. Ordem denegada.Unânime. Vistos, relatados ediscutidos estes autos de Habeas

Corpus Crime Nº 2007.0017.4399-4/0da Comarca de Fortaleza, em que sãoimpetrantes Aroldo de Barros Verino eAntônio Thaumaturgo Barroso,paciente Francisco Helder CorreiaMáximo Júnior e impetrado o Juiz deDireito da 7ª Vara Criminal daComarca de Fortaleza.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Distrito

Federal======================

Classe do Processo: 2007 05 1009916-3 APR - 0009916-33.2007.807.0005

Registro do Acórdão Número:351338 Data de Julgamento: 02/04/2009Relator: SANDRA DE SANTIS

Ementa APELAÇÃO CRIMINAL - PORTEILEGAL DE MUNIÇÃO - CRIME DEMERA CONDUTA E PERIGO ABSTRATO- CONTROLE ESTATAL - SEGURANÇAPÚBLICA - IMPOSSIBILIDADE.I. O PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO ÉCRIME DE MERA CONDUTA E DEPERIGO ABSTRATO. APROBABILIDADE DE VIR A OCORRERALGUM DANO, PELO MAU USO DAARMA DE FOGO COM A MUNIÇÃO

APREENDIDA, É PRESUMIDA PELOTIPO PENAL.II. O MAIOR RIGOR DO ESTATUTO DODESARMAMENTO, A PAR DASCRÍTICAS RECEBIDAS, OBJETIVA OCONTROLE ESTATAL CONTRA APROLIFERAÇÃO DAS ARMAS DE FOGOSEM REGISTRO E AUTORIZAÇÃO,COM REFLEXOS NEGATIVOS NASEGURANÇA PÚBLICA, DIREITOFUNDAMENTAL DO CIDADÃO.

III. APELO IMPROVIDO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Classe do Processo: APELAÇÃOCRIMINAL 2004 05 1 009130-7APR - 0009130-91.2004.807.0005 Registro do Acórdão Número:230952Data de Julgamento: 01/09/2005 Relator: LECIR MANOEL DA LUZ 

Ementa: PENAL E PROCESSO PENAL -PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO - PEDIDODE ABSOLVIÇÃO - ATIPICIDADE DOFATO - INEXISTÊNCIA DE OFENSA ÀINCOLUMIDADE PÚBLICA -IMPOSSIBILIDADE - APLICAÇÃO DOPRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA -RECURSO DESPROVIDO - UNÂNIME.A AFERIÇÃO DO GRAU DE LESÃO

Page 173: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 173/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 173/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

EMPREGADO AO BEM JURÍDICOTUTELADO É DADO DISPENSÁVELPARA A TIPIFICAÇÃO DO DELITOPREVISTO NO ART. 14 DO ESTATUTODO DESARMAMENTO, UMA VEZ QUE,

TRATANDO-SE DE CRIME DE MERACONDUTA, NÃO SE EXIGE AOCORRÊNCIA DE NENHUMRESULTADO NATURALÍSTICO PARASUA CONFIGURAÇÃO.NÃO SE DEVE PERQUIRIR SE AMUNIÇÃO APREENDIDA COM OAPELANTE INDUZ AMEAÇA OUOFENSA À SEGURANÇA PÚBLICA,VISTO PRESCINDIR O TIPO PENAL DAVERIFICAÇÃO DE DANOS CONCRETOS

OU DE PERIGO REAL, UMA VEZTRATAR-SE DE CRIME DE PERIGOABSTRATO. PARA QUE SERECONHEÇA A APLICAÇÃO DOPRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ÉNECESSÁRIO QUE A CONDUTAPERPETRADA PELO AGENTE REVISTA-SE DE LESIVIDADE MÍNIMA, NÃOJUSTIFICANDO A MOVIMENTAÇÃO DAMÁQUINA ESTATAL PARA PUNIR OAGENTE, O QUE, A MEU SENTIR, NÃO

SE ENQUADRA NA HIPÓTESE EMCOMENTO, VEZ QUE O BEM JURÍDICOTUTELADO É A INCOLUMIDADEPÚBLICA.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Classe do Processo: APELAÇÃOCRIMINAL 2004 01 1 006641-5

APR - 0006641-93.2004.807.0001Registro do Acórdão Número:213894Data de Julgamento: 04/03/2005 Relator: MARIO MACHADO 

Ementa: PENAL. POSSE DE MUNIÇÃODE ARMA DE FOGO DE USOPERMITIDO E DE USO RESTRITO EPORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO RESTRITO (ARTIGOS 12 E 16,PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DA LEI Nº

10.826/03). AUSÊNCIA DEREGULAMENTAÇÃO. DECRETO3.665/2000. DECRETO Nº5.123/2004. ATIPICIDADE DACONDUTA (ARTIGOS 30 E 32 DO

ESTATUTO DO DESARMAMENTO).O DECRETO Nº 3.665/2000 (R - 105,REGULAMENTO PARA AFISCALIZAÇÃO DE PRODUTOSCONTROLADOS), QUE CLASSIFICA ASARMAS DE FOGO DE USO PERMITIDOE DE USO RESTRITO, CONTINUAAPLICÁVEL AO ESTATUTO DODESARMAMENTO, POIS SEUCONTEÚDO NÃO FOI SUBSTITUÍDOPELO DECRETO Nº 5.123/2004, QUE

REGULOU TÃO SOMENTE A MATÉRIAREFERENTE AO REGISTRO, POSSE ECOMERCIALIZAÇÃO DE ARMAS DEFOGO E MUNIÇÃO, DE QUE TRATA ALEI 10.826/03.DE ACORDO COM OS ARTIGOS 30 E32 DA LEI 10.826/03, "OSPOSSUIDORES E PROPRIETÁRIOS DEARMAS DE FOGO NÃO REGISTRADASDEVERÃO, SOB PENA DERESPONSABILIDADE PENAL, NO

PRAZO DE 180 (CENTO E OITENTA)DIAS APÓS A PUBLICAÇÃO DESTALEI, SOLICITAR O SEU REGISTROAPRESENTANDO NOTA FISCAL DECOMPRA OU A COMPROVAÇÃO DAORIGEM LÍCITA DA POSSE, PELOSMEIOS DE PROVA EM DIREITOADMITIDOS" OU PODERÃO, NOMESMO PRAZO, "ENTREGÁ-LAS ÀPOLÍCIA FEDERAL". O TERMO INICIALDE TAIS PRAZOS INICIOU-SE EM

02/07/2004, QUANDO PUBLICADO ODECRETO REGULAMENTADOR Nº5.123. AUSENTE AREGULAMENTAÇÃO, NA DATA EM QUEFOI APREENDIDA A MUNIÇÃO NACASA DO AGENTE, NÃO SE PODECONFERIR EFICÁCIA AOS ARTIGOS 12E 16 DO ATUAL ESTATUTO DODESARMAMENTO E, PORTANTO,CONSIDERA-SE ATÍPICA A CONDUTAIMPUTADA AO ACUSADO, QUE

MANTINHA SOB SUA GUARDA

Page 174: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 174/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 174/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

MUNIÇÃO DE ARMA DE FOGOIRREGULAR, DE USO PERMITIDO E DEUSO RESTRITO, EM SUA RESIDÊNCIA.APELO DO MINISTÉRIO PÚBLICOIMPROVIDO E CONCEDIDO, DE

OFÍCIO, HABEAS CORPUS PARAAFASTAR A CONDENAÇÃO PELOCRIME PREVISTO NO ARTIGO 12 DOESTATUTO DO DESARMAMENTO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Espírito Santo======================

35080051549 Classe: Recurso Sentido EstritoData de Julgamento: 08/06/2009Relator: SÉRGIO LUIZ TEIXEIRAGAMA

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. POSSE DEMUNIÇÃO DE USO PERMITIDO.PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.INAPLICABILIDADE NO CASO. CRIMEDE PERIGO ABSTRATO. LESIVIDADEDA CONDUTA RECONHECIDA.RECURSO PROVIDO.I - A aferição do grau de lesãoempregado ao bem jurídico tutelado é

dado dispensável para a tipificação dodelito previsto no art. 14 do Estatutodo Desarmamento, uma vez que,tratando-se de crime de meraconduta, não se exige a ocorrência denenhum resultado naturalístico para asua configuração.II - A opção política do PoderLegislativo em considerar o fato,formal e materialmente típico,independentemente de alguém, nocaso concreto, vir a sofrer perigo real,

não acoima a lei definidora deatentatória aos princípios garantistasque iluminam o Direito Penal e nem aodenominado Direito Penal Mínimo. Aocontrário. Revela, por parte do

legislador, disposição ainda maior detutelar o bem jurídico, reprimindo aconduta violadora desde o seunascedouro, procurando não lhe darqualquer chance de desdobramentoprogressivo capaz de convertê-la emposterior perigo concreto e, depois,em dano efetivo.III - Trata-se de legítima opçãopolítica de resguardar, de modo maisabrangente e eficaz, a vida, a

integridade corporal e a dignidade daspessoas, ameaçadas com a meraconduta de sair de casa ilegalmentearmado ou portando munição.III - Não obstante o fato de o agenteter sido preso portando apenas 02(duas) munições,mostra-se inaplicávelao caso o princípio da insignificância,na medida em que o delito de arma defogo é classificado como de perigoabstrato, não exigindo a efetiva lesão

ao bem jurídico tutelado. Realizando aconduta descrita no tipo, o autor jáestá colocando a incolumidade públicaem risco, pois protegê-la foi o desejomanifestado pela lei. Negar vigênciaao dispositivo nos casos em que nãose demonstra perigo real, sob oargumento de que se trata de apenas02 (duas) munições, implica reduzir oâmbito protetor da norma, com baseem justificativas no mínimo

discutíveis, na medida em que apenas01 (projétil) já se mostra suficiente àcessação da vida humana.IV - Para que se reconheça a aplicaçãodo princípio da insignificância serianecessário que a conduta perpetradapelo agente se revestisse delesividade mínima, o que, a meusentir, não se enquadra na hipóteseem comento, vez que o bem jurídicotutelado é a própria incolumidade

pública. Trata-se, na verdade, de

Page 175: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 175/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 175/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

conduta que deve ser rechaçada emtodas as suas formas, pelo sentimentode insegurança que gera nacomunidade e, ainda, pela sensaçãode poder que dá aos seus agentes,

que se sentem capazes de, por vezes,atentar contra os próprios organismosestatais. Não há dúvida de que o portede munição, ainda que esta estejadesacompanhada de arma de fogo,oferece potencial poder de lesão,sobretudo se em mãos indevidas.V - A aplicação do princípio dainsignificância deve nortear-se não sópela afetação do bem jurídico oudesvalor do resultado, mas também

pelo juízo de valor negativo da ação,pelas circunstâncias do crime etambém pela vida pregressa doacusado. Na hipótese, sem quereradentrar no mérito da condutaperpetrada pelo recorrido, observoque o mesmo, no momento da prisão,estava próximo à local conhecido pelavenda de drogas, relatando aospoliciais ser fugitivo do presídio deNovo Horizonte, em virtude de

responder processo pelos crimes deformação de quadrilha e posse dearma de fogo - artigos 288, do CódigoPenal e art. 12, da Lei 10.826 ⁄03,respectivamente, fatos estescorroborados pelo documento de fl. 58acostado aos presentes autos.VI - Conforme já decidiu o SuperiorTribunal de Justiça, em caso análogo,Inviável a aplicação do princípio dainsignificância para o crime de posse

ilegal de munição, pretendida emrazão da pequena quantidadeapreendida (três cartuchos de calibre38), pois ela contém suficientepotencialidade lesiva contra asegurança e incolumidade públicas,mormente em poder de réu foragidoda Justiça, condenado por roubo eprocessado por outros dois homicídios(HC 71.372 ⁄MS, Rel. Ministro  ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA

TURMA, DJ 26 ⁄05⁄2008). 

VII - Como já proclamou o PretórioExcelso, o juiz, na interpretação dalegislação penal, há de encontrar-seatento à realidade dos fatos e aomomento presente, não podendo

deixar de considerar a importância desuas decisões na contenção da ondade violência que se vem alastrando demaneira quase incontornável,alarmando a população eintranquilizando as famílias.VIII - Recurso provido, comobservância da Súmula 709, do STF.Conclusão: à unanimidade, darprovimento ao recurso, nos termos dovoto do eminente Relator.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

de Goiás

======================RECURSO....:10496-5/220 -RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ACÓRDÃO....:03/09/2009PROCESSO...:

EMENTA: RECURSO EM SENTIDOESTRITO. PORTE DE MUNICICAO E

ACESSORIOS DE ARMA DE FOGO.REJEICAO DA DENUCNIA. FATOTIPICO E LICITO. CRIME DE PERIGOABSTRATO. VIABILIDADE. 1 -QUNADO A CONDUTA DO AGENTECARACTERIZAR FATO TIPICO EILICITO, A DENUNCIA DEVE SERRECEBIDA, PORQUANTO NESSA FASEHA MERO JUIZO DE PRELIBACAO. 2 -NAO SE DEVE QUESTIONAR SE AMUNICAO E OS ACESSORIOSAPREENDIDOS COM O RECORRIDO

200901771397RELATOR....: DES. ITANEYFRANCISCO CAMPOS

Page 176: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 176/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 176/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

IMPLICA AMEACA OU OFENSA ASEGURANCA PUBLICA, VISTOPRESCINDIR O TIPO PENAL DAVERIFICACAO DE DANOS CONCRETOSOU DE PERIGO REAL, UM VEZ

TRATAR-SE DE CRIME DE PERIGOABSTRATO, SENDO SUFICIENTE PARASUA CONFIGURACAO APROBABILIDADE DE LESAO AINCOLUMIDADE FISICA DAS PESSOASPELO FATO DE ALGUEM TER NASMAOS INSTRUMENTOS OFENSIVOS.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.DENUNCIA RECEBIDA.DECISÃO: ACORDAM OSINTEGRANTES DA QUARTA TURMA

JULGADORA DA PRIMEIRA CAMARACRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, AUNANIMIDADE DE VOTOS,ACOLHENDO O PARECER DAPROCURADORIA-GERAL DE JUSTICA,EM CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, NOS TERMOS DOVOTO DO RELATOR.

Íntegra do Acórdão

Índice 

-------------------------RECURSO....:35886-8/213 -APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:13/08/2009PROCESSO...:

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. 1 -MOSTRA-SE INVIAVEL A PRETENDIDAABSOLVICAO, PORQUANTO A PROVAPRODUZIDA EM JUIZO, ALIADA ACONFISSÃO DO APELANTE,DEMONSTRAM QUE O ACUSADOPRATICOU UMA DAS CONDUTASTIPIFICADAS NO ART. 14 DA LEI N.10.826/03, QUAL SEJA O PORTE DEMUNIÇÃO DE USO PERMITIDO, SEMAUTORIZAÇÃO E EM DESACORDOCOM DETERMINAÇÃO LEGAL OUREGULAMENTAR. 2 - CONFORME

LICOES DOUTRINARIAS E JÁDECIDIDO PELO STJ, O DISPOSTO NOART. PRIMEIRO DO CODIGO PENALVEDA EXPRESSAMENTE O EMPREGODA INTERPRETACAO EXTENSIVA OU

DA ANALOGIA PARA PUNIR. ASSIM, OAUXILIO OU FAVORECIMENTO QUE OTIPO PENAL DO ART. 348 INCRIMINAE SOMENTE O PRESTADO AQUELEQUE JA TIVER SIDO CONDENADO PORDECISAO COM TRANSITO EMJULGADO. RECURSOS CONHECIDOS EIMPROVIDOS. DECISÃO: ACORDAMOS COMPONENTES DA SEGUNDACAMARA CRIMINAL DO EGREGIOTRIBUNAL DE JUSTICA DO ESTADO

DE GOIAS, A UNANIMIDADE DEVOTOS, EM CONHECER DOSRECURSOS E NEGAR-LHESPROVIMENTO, DE CONFORMIDADECOM O VOTO DO RELATOR.

200901080530RELATOR....: DES. NEY TELESDE PAULA

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------RECURSO....:35075-7/213 -

APELAÇÃO CRIMINALACÓRDÃO....:19/03/2009PROCESSO...:

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE MUNICAO EACESSORIO DE USO RESTRITO.MATERIALIDADE E AUTORIACOMPROVADAS. ABSOLVICAO.IMPOSSIBILIDADE. MANUTENCAO DACONDENACAO. COMPROVADO QUE AMUNICAO E O ACESSORIO DE USORESTRITO PERTENCIAM AOAPELANTE, DEVE SER MANTIDA ASENTENCA QUE O DECLAROU COMOINCURSO NAS PENAS DO ART. 16, DALEI N. 10.826/03. NAO HA SE FALAREM PROVA DA LESIVIDADE DO ATOCOMO CONDICAO PARA SERECONHECER A CONSUMACAO DODELITO, POIS O FATO CONSTITUI

200805764920RELATOR....: DES. ITANEYFRANCISCO CAMPOS

Page 177: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 177/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 177/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

CRIME DE PERIGO ABSTRATO, CUJOOBJETIVO E A PRESERVACAO DAINCOLUMIDADE PUBLICA. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.DECISÃO:  ACORDAM OS

INTEGRANTES DA QUARTA TURMAJULGADORA DA PRIMEIRA CAMARACRIMINAL DO EGREGIO TRIBUNAL DEJUSTICA DO ESTADO DE GOIAS, AUNANIMIDADE DE VOTOS,ACOLHENDO O PARECER DAPROCURADORIA-GERAL DE JUSTICA,EM CONHECER DA APELACAO ENEGAR-LHE PROVIMENTO, NOSTERMOS DO VOTO DO RELATOR.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado de

Minas Gerais======================

Número do processo:1.0024.07.683869-7/001(1) Númeração Única: 6838697-02.2007.8.13.0024 Relator: ALEXANDRE VICTOR DECARVALHOData do Julgamento: 19/08/2008

Ementa:  APELAÇÃO CRIMINAL -TRÁFICO DE DROGAS - CONDENAÇÃO

MANTIDA - PORTE ILEGAL DEMUNIÇÃO - ABSOLVIÇÃO. 1. Acondenação deve ser mantida quandoa prova testemunhal corrobora aprática do crime de tráfico de drogas.2. Considerar o PORTE de MUNIÇÃO,isolado, como conduta perigosa quelegitima a intervenção penalcaracteriza presunção juris et de juree viola a exigência de ofensividadeinerente ao modelo penalconstitucional. V.P. PENAL - PORTE DE

MUNIÇÃO E TRÁFICO DE DROGA -MUNIÇÃO - CRIME DE PERIGOABSTRATO - BEM JURÍDICOTUTELADO - SEGURANÇA PÚBLICA -ADEQUAÇÃO AO PRINCÍPIO DA

LESIVIDADE -INCONSTITUCIONALIDADE AFASTADA- APROXIMAÇÃO DA DOGMÁTICA ÀPOLÍTICA CRIMINAL PREVENTIVA -ART. 14, DA LEI Nº 10.826/03 -CONDENAÇÃO MANTIDA - TRÁFICO -PROVA ORAL, TÉCNICA EDOCUMENTAL - CONDENAÇÃOMANTIDA - RECURSOS IMPROVIDOS.O PORTE de arma é crime formal e deperigo abstrato, sendo irrelevante a

efetiva comprovação do perigo,porque ele é presumido. Quando obem jurídico tutelado pelo tipo penal ésupra-individual (v.g. a segurançapública) e a sua proteção depende deesforço conjunto das ciências penais,a tipificação de crime de perigoabstrato não viola o princípio dalesividade, porquanto, nessa hipótese,a orientação político-criminalpreventiva seguida pelo legislador está

obedecendo a outros muitos princípiose metas do Estado Democrático deDireito, dentre os quais a proteção daprópria segurança coletiva.Evidenciada, por perícia, amaterialidade delitiva, a provatestemunhal, aliada aos demaiselementos de convicção dos autos, ésuficiente para fundamentar o éditocondenatório lançado por crime detráfico de droga. Recursos improvidos.

Súmula:  DERAM PROVIMENTOPARCIAL, VENCIDO PARCIALMENTE ODESEMBARGADOR VOGAL.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Número do processo:1.0327.07.024321-4/001(1) Númeração Única: 0243214-68.2007.8.13.0327 Relator: HÉLCIO VALENTIM

Page 178: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 178/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 178/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Data do Julgamento: 14/07/2009

Ementa:  PENAL - PORTE ILEGAL DEMUNIÇÃO DE USO PERMITIDO ETRÁFICO DE ENTORPECENTES -

AUTORIA E MATERIALIDADECOMPROVADAS - TESTEMUNHO DEPOLICIAIS - CONDENAÇÃO MANTIDA -MUNIÇÃO - CONCEITO NORMATIZADO -MATERIALIDADE DO DELITO -EXAMEPERICIAL - IMPRESCINDIBILIDADE -ABSOLVIÇÃO - RECURSOPARCIALMENTE PROVIDO. A provatestemunhal, aliada aos demaiselementos de convicção disponíveis nosautos, é suficiente para fundamentar oédito condenatório lançado por crime de

tráfico de substância entorpecente. Asimples condição de policial não torna atestemunha impedida ou suspeita,mormente se os autos não revelamincorreção em sua conduta ou quedetivesse algum interesse em incriminarfalsamente o réu. MUNIÇÃO, enquantoobjeto material do delito previsto no art.14, da Lei 10.826/03, é um conceitotécnico e normatizado (art. 3º, LXIV, doDecreto nº 3.665/00), de modo que setorna impossível, em princípio, acomprovação da materialidade do delitode PORTE ilegal de MUNIÇÃO sem orespaldo em prova técnica. Recursoparcialmente provido. Réu absolvido docrime de PORTE de MUNIÇÃO  de usopermitido.Súmula: DERAM PROVIMENTOPARCIAL.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Número do processo:1.0518.08.144804-6/001(1) Númeração Única: 1448046-21.2008.8.13.0518 Relator: JANE SILVAData do Julgamento: 8/09/2009

Ementa:  APELAÇÃO CRIMINAL -TRÁFICO DE DROGAS - PORTE ILEGAL

DE MUNIÇÕES DE USO RESTRITO -

NULIDADE DA SENTENÇA POR EXAMEINCORRETO DAS CIRCUNSTÂNCIASJUDICIAIS - INOCORRÊNCIA -AUTORIA E MATERIALIDADECOMPROVADAS - MÁCULAS NO

LAUDO PERICIAL REFERENTE ÀSDROGAS APREENDIDAS -INOCORRÊNCIA - EXAMES FEITOSCOM BASE NOS DITAMES LEGAIS QUEREGEM A MATÉRIA - INEXISTÊNCIADE DADOS CONCRETOS QUEPUDESSEM COLOCAR EM DÚVIDA ACONCLUSÃO DOS PERITOS -MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO -REDUÇÃO DA PENA-BASE -APREENSÃO DE GRANDE

QUANTIDADE DE DROGAS - QUASEUM QUILOGRAMA DE COCAÍNA -CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME QUEPERMITEM A APLICAÇÃO DA PENA EM'QUANTUM' LIGEIRAMENTE ACIMA DOPISO LEGAL - RECONHECIMENTO,POR OUTRO LADO, DECIRCUNSTÂNCIA MINORANTE -'QUANTUM' DA REDUÇÃO - CRITÉRIOSNÃO ESTABELECIDOS PELOLEGISLADOR - CIRCUNSTÂNCIAS QUE

ENVOLVEM O CASO AFERIDASPARCIALMENTE EM FAVOR DOAGENTE - GRANDE QUANTIDADE DEDROGAS, POR OUTRO LADO -NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DAREDUÇÃO NO GRAU MÍNIMO, ISTO É,EM UM SEXTO - PORTE ILEGAL DEMUNIÇÕES - AUSÊNCIA DO LAUDO DEEFICIÊNCIA - IRRELEVÂNCIA - AUTODE APREENSÃO - CRIME DE MERACONDUTA - AUSÊNCIA DE ARMA DE

FOGO JUNTO COM A MUNIÇÃO -IRRELEVÂNCIA - FATO TÍPICO -CRIME DE PERIGO ABSTRATO -'ABOLITIO CRIMINIS' TEMPORÁRIA -IMPOSSIBILIDADE - HIPÓTESE DEPORTE  DE MUNIÇÕES, MAS NÃO DEPOSSE - NEGADO PROVIMENTO AOSRECURSOS. I. É válida a sentençaque, ao fixar a pena dos agentes,observa fielmente o critério trifásico,examinando todas as circunstâncias

 judiciais, aplicando atenuantes e

Page 179: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 179/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 179/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

agravantes e, ao final, causas deredução e de aumento de pena. II.Eventual desacerto no momento desopesar as circunstâncias judiciais justifica, se for o caso, apenas a

reforma da sentença, mas não suaanulação. III. Devidamentecomprovadas autoria e materialidadedo tráfico de drogas praticado pelosacusados e ausentes quaisquercircunstâncias que afastem aresponsabilidade penal de ambos,imperiosa a manutenção do éditocondenatório. IV. Confeccionado olaudo pericial com base nos ditameslegais que regem a matéria e

inexistindo qualquer fator concretoapto a colocar em dúvida a conclusãodos peritos, afasta-se a alegação,desprovida de provas, de que aquele juntado aos autos seria insuficientepara demonstrar a materialidade dotráfico. V. Apesar do exame em partefavorável das circunstâncias judiciaisreferentes aos agentes, acircunstância desfavorável do delito,por conta da grande quantidade de

drogas apreendida (quase umquilograma de cocaína), permite aaplicação da pena-base ligeiramenteacima do patamar mínimo, mormentepor se tratar de circunstânciapreponderante. Inteligência do artigo42 da Lei 11.343/2006. VI. Nãohavendo o legislador definido oscritérios para a escolha do 'quantum'de diminuição referente à minoranteprevista no artigo 33, §4.º, da Lei

11.343/2006 (reconhecida nasentença para um dos agentes), masevidenciando-se que parte dascircunstâncias judiciais foi sopesadaem seu favor, porém, grande foi aquantidade de droga encontrada, derigor a redução no patamar mínimo,isto é, em um sexto. VII.Devidamente comprovadas autoria ematerialidade do PORTE ilegal demunições praticado por um dos

acusados e ausentes quaisquer

circunstâncias que afastem suaresponsabilidade penal, imperiosa amanutenção do édito condenatóriotambém nesse ponto. VIII. Referidocrime é de mera conduta e de perigo

abstrato, consumando-se com osimples PORTE da MUNIÇÃO, motivopelo qual mostra-se prescindível aconfecção de laudo de eficiência eprestabilidade, também sendoirrelevante a inexistência de arma defogo junto a ela. Precedentes do STJ.IX. Tratando-se de PORTE demunições, mas não de mera posse,pois encontradas no bolso da calça doagente enquanto ele fazia entregas

em sua motocicleta, afasta-se aaplicação da 'abolitio criminis'temporária restabelecida pela Lei11.706/2008. X. Negado provimentoaos recursos. Súmula: REJEITARAMPRELIMINAR E NÃO PROVERAM ORECURSO, VENCIDO PARCIALMENTEO VOGAL.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Número do processo:1.0024.06.225821-5/001(1) Númeração Única: 2258215-32.2006.8.13.0024 Relator: JUDIMAR BIBER Data do Julgamento: 04/08/2009

Ementa: PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO- ART. 14 DA LEI 10.826/03 - PROVADA EFICIÊNCIA - PRETENSAATIPICIDADE DA CONDUTA PORAUSÊNCIA DE LESIVIDADE EMFUNÇÃO DA INEXISTÊNCIA DE ARMAACOMPANHADA - IRRELEVÂNCIA -CRIME DE PERIGO ABSTRATO. OPORTE ilegal de MUNIÇÃO, tipificadono art. 14 da Lei 10.826/03, normaque se completa pela exigência delicença ou PORTE de tráfego previstono art. 9º, VI, do Decerto Federal3.665/00, que foi recepcionado

Page 180: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 180/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 180/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

parcialmente pela nova legislação,expõe crime de mera conduta e deperigo abstrato que não exige aocorrência de nenhum resultadonaturalístico para sua configuração,

mas apenas potencial risco dedetonação do artefato, de modo que asó constatação já expõe lesão àobjetividade jurídica tutelada pelanorma que é a incolumidade pública.Recurso não provido. Súmula:RECURSO NÃO PROVIDO.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Pará======================

RECURSO: HABEAS CORPUSNº ACÓRDÃO: 69781Nº PROCESSO: 200730082184

RELATOR: VANIA LUCIA SILVEIRADATA DO JULGAMENTO:21/01/2008

EMENTA: Habeas Corpus. Prisão emFlagrante. Porte ilegal de munição deuso permitido (art. 14 da Lei nº10.826/2003). Trancamento da AçãoPenal por falta de justa causa.Impossibilidade. Conduta típica. Crimede perigo abstrato. Constrangimento

ilegal não evidenciado. 1- Ausência delaudo pericial sobre o poder de disparoda munição apreendida, sendoimpossível a análise aprofundada domérito em sede restrita de habeascorpus, onde a prova é préconstituída.O porte de munição é delito de perigoabstrato, sendo, em tese, típica aconduta daquele que é preso portandomunição sem autorização e emdesacordo com determinação legal ouregulamentar, não exigindo a

ocorrência de perigo concreto, mesmoporque trata-se de crime de meraconduta ou crime formal. 2- Pacienteque já responde por crime grave deroubo qualificado com emprego de

arma de fogo, denotando possuir altapericulosidade, o que tornaconveniente a manutenção dasegregação cautelar, principalmentepelo fato do paciente ter confessado oporte de arma de fogo antes daabordagem policial. 3- Ordemdenegada.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Paraná======================

Nº do Acórdão: 25796 

Processo: 0573565-9Recurso: Apelação CrimeRelator: Carlos Augusto A de MelloJulgamento: 26/11/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL -PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO (ART. 14DA LEI N.º 10.826/2003) -ATIPICIDADE DA CONDUTA -IMPOSSIBILIDADE - PREVISÃOESPECÍFICA NO ORDENAMENTO

JURÍDICO - DELITO DE PERIGOABSTRATO, QUE DISPENSA AOCORRÊNCIA DE RESULTADONATURALÍSTICO - PRECEDENTES -ALEGAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DEPROVAS PARA ENSEJAR O DECRETOCONDENATÓRIO - INOCORRÊNCIA -DEPOIMENTOS DOS POLICIAISMILITARES QUE, EM CONJUNTO COMOS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVACOLIGIDOS NO CADERNOPROCESSUAL, CONVERGEM PARA A

Page 181: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 181/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 181/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

INCRIMINAÇÃO DO RECORRENTE -SENTENÇA MANTIDA - RECURSODESPROVIDO. 1. "A singelaargumentação de que 'muniçãoisolada sem chance de uso por uma

arma de fogo, assim como a posse deacessórios de uma arma não contamcom nenhuma danosidade real' (...)não se mostra aceitável para, deplano, configurar a atipicidade,porquanto o delito de posse/porteisolada de munição de uso restrito écrime de perigo abstrato,configurando-se, portanto, através damera conduta." (TJ/PR. 2.ª CâmaraCriminal. Habeas Corpus n.º 541498-

6. Relator: Des. José Maurício Pinto deAlmeida. DJ: 12.01.2009). 2. O valordo depoimento testemunhal deservidores policiais - especialmentequando prestado em juízo, sob agarantia do contraditório - reveste-sede inquestionável eficácia probatória,não se podendo desqualificá-lo pelo sófato de emanar de agentes estataisincumbidos, por dever de ofício, darepressão penal. O depoimento

testemunhal do agente policialsomente não terá valor, quando seevidenciar que esse servidor doEstado, por revelar interesseparticular na investigação penal, agefacciosamente ou quando sedemonstrar - tal como ocorre com asdemais testemunhas - que as suasdeclarações não encontram suporte enem se harmonizam com outroselementos probatórios idôneos." (STF.

1.ª Turma. Habeas Corpus n.º 73518-SP. Relator: Min. Celso de Mello. DJ:18.10.1996). DECISÃO: ACORDAM osDesembargadores integrantes daSegunda Câmara Criminal do Tribunalde Justiça do Estado do Paraná, porunanimidade de votos, em negarprovimento à apelação, nos termos dovoto do Relator.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------Nº do Acórdão: 25665 Processo: 0559216-9Recurso: Recurso em SentidoEstrito

Relator: João KopytowskiJulgamento: 12/11/2009 

EMENTA: RECURSO CRIME EMSENTIDO ESTRITO. POSSE ILEGAL DEMUNIÇÃO DE USO RESTRITO. ART.16, "CAPUT", DA LEI N.º 10.826/03.REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. APREENSÃODE PEQUENA QUANTIDADE DEMUNIÇÃO, DESACOMPANHADA DEARMA DE FOGO. FALTA DE

LESIVIDADE. IRRELEVÂNCIA.PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.INAPLICABILIDADE. CRIME DEPERIGO ABSTRATO OU DE MERACONDUTA. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. 1. "A singela argumentaçãode que munição isolada sem chancede uso por uma arma de fogo, assimcomo a posse de acessórios de umaarma não contam com nenhumadanosidade real (fl. 3) não se mostra

aceitável para, de plano, configurar aatipicidade, porquanto o delito deposse/porte isolada de munição deuso restrito é crime de perigoabstrato, configurando-se, portanto,através da mera conduta." (TJPR, HCn.º 541498-6, Rel. Des. JOSÉMAURÍCIO PINTO DE ALMEIDA, julg.11/12/08) 2. "Inviável a aplicação doprincípio da insignificância para ocrime de posse ilegal de munição,

pretendida em razão da pequenaquantidade apreendida (três cartuchosde calibre 38), pois ela contémsuficiente potencialidade lesiva contraa segurança e incolumidade públicas,mormente em poder de réu foragidoda Justiça, condenado por roubo eprocessado por outros doishomicídios." (STJ, HC 71372/MS, Rel.Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, julg.21/02/2008) DECISÃO: ACORDAM os

Julgadores integrantes da Segunda

Page 182: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 182/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 182/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Câmara Criminal do Tribunal deJustiça do Estado do Paraná, porunanimidade, em dar provimento aorecurso, nos termos do voto, doRelator.

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------Nº do Acórdão: 24196 Processo: 0534227-6Recurso: Apelação CrimeRelator: José Mauricio Pinto deAlmeidaJulgamento: 12/03/2009

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL.PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO DE USOPERMITIDO (ARTIGO 14, CAPUT, DALEI Nº 10.826/03). TESE RECURSALDE ABSOLVIÇÃO, EM RAZÃO DAATIPICIDADE DA CONDUTA, PORDETERMINAÇÃO DOS ARTIGOS 30 E32, AMBOS DO ESTATUTO DODESARMAMENTO, INTRODUZIDOSPELA LEI Nº 11.706/08.

INAPLICABILIDADE. VACATIO LEGISQUE INCIDE TÃO-SOMENTE AO TIPOPENAL DE POSSE DE ARMA DE FOGO,ACESSÓRIOS E MUNIÇÃO.DENUNCIADO QUE PORTAVAMUNIÇÃO EM LOCAL PÚBLICO.MATERIALIDADE E AUTORIADEVIDAMENTE CARACTERIZADAS.PLEITO DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIODA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA.RÉU QUE PORTAVA PEQUENA

QUANTIDADE DE MUNIÇÃO.IRRELEVÂNCIA. CRIME DE MERACONDUTA E DE PERIGO PRESUMIDO.PEDIDO DE REDUÇÃO DA PENA EMRAZÃO DAS ATENUANTES DAMENORIDADE E DA CONFISSÃOESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE.ENTENDIMENTO DA SÚMULA 231 DOSTJ. ALEGAÇÃO DE OCORRÊNCIA DECAUSA DE DIMINUIÇÃO ESPECIAL DAPENA CONSISTENTE EM ERROEVITÁVEL SOBRE A ILICITUDE DO

FATO. ACOLHIMENTO. APLICAÇÃO DODISPOSTO NO ART. 21 DO CP.DIMINUIÇÃO DA PENA APLICADA NAFRAÇÃO DE 1/3. PEDIDO DESUBSTITUIÇÃO DA PENA RESTRITIVA

DE DIREITOS PELA SUSPENSÃOCONDICIONAL DA PENA.INACOLHIMENTO. AUSÊNCIA DEPROVAS DA IMPOSSIBILIDADE DOCUMPRIMENTO DA RESTRITIVA DEDIREITOS. PLEITO DE DIMINUIÇÃODO NÚMERO DE HORAS DEPRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ÀCOMUNIDADE EM RAZÃO DOAPENAMENTO REDUZIDORECURSALMENTE. DECORRÊNCIA

LÓGICA DA DIMINUIÇÃO OPERADA.RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.1.É pacífica a jurisprudência doColendo Superior Tribunal de Justiça edesta egrégia Corte de Justiça nosentido de a vacatio legis imposta nosartigos 30 e 32, ambos do Estatuto doDesarmamento, alcançar tão-somentea conduta de posse de arma de fogo,acessório e munição de uso permitido(art. 12 da Lei nº 10.826/03), não

abarcando o delito de porte de armade fogo, acessório e munição (art. 14da Lei 10.826/03). 2.A mera condutade manter sob guarda munição de usopermitido, sem autorização e emdesacordo com determinação legal ouregulamentar, caracteriza o delitoprevisto no artigo 14 da Lei10.826/03. É crime de perigopresumido, em que a quantidade demunição é irrelevante. 3."A incidência

da circunstância atenuante não podeconduzir à redução da pena abaixo domínimo legal" (Súmula 231/STJ). 4.Oerro sobre a ilicitude do fato, seevitável, poderá diminuir a pena deum sexto a um terço. 5.De acordocom o art. 77, inc. III, do CP, érequisito para a aplicação dasuspensão condicional da pena, aimpossibilidade de substituição dapena corporal por pena restritiva de

direitos. DECISÃO: ACORDAM os

Page 183: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 183/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 183/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

Magistrados integrantes da SegundaCâmara Criminal do egrégio Tribunalde Justiça do Paraná, à unanimidade,em dar parcial provimento ao recurso

Íntegra do Acórdão Índice 

-------------------------

======================

Tribunal de Justiça do Estado

do Rio Grande do Sul======================

NÚMERO: 70033896127TIPO DE PROCESSO: ApelaçãoCrimeRELATOR: Marcel Esquivel HoppeDATA DE JULGAMENTO:11/02/2010

EMENTA: APELAÇÃO CRIME. PORTEILEGAL DE MUNIÇÃO. ARTIGO 14 DOESTATUTO DO DESARMAMENTO.

PORTE DE MUNIÇÃO. PRINCÍPIO DALESIVIDADE. AS MUNIÇÕES, POR SISÓ, PÕEM EM RISCO A SAÚDEPÚBLICA QUANDO PORTADASILEGALMENTE, SENDODESNECESSÁRIA A APREENSÃO DEARMA CONJUNTAMENTE.CARACTERIZAÇÃO DO DELITOPREVISTO NO ART. 14 DA LEI10.826/03. O PORTE ILEGAL DEMUNIÇÃO CONSTITUI CRIME DE

PERIGO ABSTRATO, OU SEJA, ÉPRESCINDÍVEL QUE A CONDUTA DOAGENTE RESULTE NA PRODUÇÃO DEUM PERIGO REAL PARA O BEMJURÍDICO TUTELADO, NO CASO, ASEGURANÇA COLETIVA. AINDA, PORSER TAMBÉM DELITO DE MERACONDUTA, É DISPENSÁVEL A MÁ-FÉDO PORTADOR, POIS, COMO ÉSABIDO, TIPOS PENAIS DESTAESPÉCIE SE CONSUMAM COM ASIMPLES REALIZAÇÃO DA CONDUTA.

A INCIDÊNCIA DE ATENUANTE NÃOPODE CONDUZIR A REDUÇÃO DAPENA ABAIXO DO MÍNIMO LEGAL.SÚMULA 231 DO STJ. NEGARAMPROVIMENTO AO APELO DEFENSIVO.

(Apelação Crime Nº 70033896127,Primeira Câmara Criminal, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Marcel EsquivelHoppe, Julgado em 11/02/2010)

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------NÚMERO: 70032988438TIPO DE PROCESSO: Apelação

CrimeRELATOR: Marcel Esquivel HoppeDATA DE JULGAMENTO:11/02/2010 

EMENTA: APELAÇÃO CRIME. PORTEILEGAL DE ARMA COM NUMERAÇÃORASPADA E PORTE DE MUNIÇÃO.ESTATUTO DO DESARMAMENTO.APELAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.CONDENAÇÃO PELO ART. 16, CAPUT,

DA LEI 10826/03. IMPOSSIBILIDADE.PORTE DE ARMA DE FOGO E DEMUNIÇÃO NO MESMO CONTEXTOFÁTIO. CRIME ÚNICO. A arma de fogoe a munição foram apreendidas com oacusado no mesmo contexto fático,caso em que inocorre concursomaterial de crimes, e sim crime único.A quantidade de materiais, contudo,deverá ser considerada na fixação doapenamento, pois não se deve olvidar

que portar arma de fogo e munição éconduta mais grave do que portarapenas a arma. APELAÇÃODEFENSIVA. DESCLASSIFICAÇÃO DACONDUTA DO ARTIGO 16,PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO IV PARAO ARTIGO 14, DA LEI 10826/03.IMPOSSIBILIDADE. Apesar de a armaser de uso permitido, essaencontrava-se com a numeraçãosuprimida, motivo pelo qual incide nassanções do artigo 16, parágrafo único,

Page 184: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 184/188

Page 185: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 185/188

Page 186: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 186/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 186/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

reconhecimento da reincidência nestaCorte não pode atuar em seu desfavorou prejuízo - Assim, aplica-se aredução prevista na nova Lei deDrogas, em seu artigo 33, §4°, de Vi

(metade), levando-se em conta aquantidade de entorpecenteapreendida (245g de "maconha") - Apena será ao final fixada em 02 (dois)anos e 06 (seis) meses de reclusão, eao pagamento de 250 (duzentos ecinqüenta) dias-multa – RegimeinícTSÇ fechado corretamente fixado -DÁ-SE PROVIMENTO ao apelo doacusado, para rea pena imposta para02 (dois) anos e 06 (seis) meses de

reclusão, e ao pagamento de 250(duzentos e cinqüenta) dias-multa,mantendo-se, no mais, a r. sentençapor seus próprios e jurídicosfundamentos, no que pertine ao delitoprevisto no artigo 33 da Lei11.343/06.

Índice 

-------------------------Apelação 990091218448

Relator(a): Borges PereiraData do julgamento: 12/01/2010

Ementa: Apelação - Porte de muniçõesem via pública - Materialidade eautoria delitiva demonstradas -Confissão do réu corroborada pelolaudo pericial e pelos depoimentos dospoliciais - Pena fixada no mínimo legal- Substituição da pena privativa deliberdade por duas restritivas dedireitos - Regime prisional abertocorretamente fixado - Sentençamantida - Apelo não provido.

Índice -------------------------Apelação 990081970589Relator(a): Borges PereiraData do julgamento: 12/01/2010

Ementa: Apelação Criminal - Artigo16, "caput", da Lei 10.826/03 - Armas

encontradas na residência do acusado,guardadas no interior do guarda-roupa- Estatuto do Desarmamento - Comoos fatos relatados na denúnciaocorreram em 12 de março de 2008, a

conduta imputada ao apelante estáabrangida pelo período da vacatiolegis, previsto na Medida Provisória n°417/08, convertida na Lei n° 11.706,de 19 de junho de 2008, queprorrogou os prazos anteriormenteestabelecidos - Atipicidade temporária- Prorrogação do prazo - Possibilidadede regularização da posse ou deentrega da arma e munições - Vacatiolegis indireta e abolitio criminis

temporária - Apelo provido, para comfundamento no artigo 386, inciso III,do Código de Processo Penal, absolvero recorrente, com fundamento noartigo 386, inciso III, do CPP.

Índice 

-------------------------Apelação 990091909491Relator(a): Pinheiro Franco

Data do julgamento: 26/11/2009Ementa: Porte de munição. Crime demera conduta. Verificaçãoindependentemente de resultado,mesmo potencial. Acusado que ésurpreendido por policiais trazendoconsigo 1 munição intacta, passível dedeflagração, como atestou a perícia.Confissão do recorrente nas duasfases da persecução em sintonia comos depoimentos ofertados por policiaiscivis Conduta típica, na medida emque a lei pune, além daquelesurpreendido com arma de fogo,municiada ou não, também o que trazou guarda munições ou outrosacessórios de uso permitido.Impossibilidade de reconhecimento,na hipótese, do princípio dainsignificância. Condenação de rigorPenas, em razão do reconhecimentoda menoridade, fixadas abaixo do

Page 187: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 187/188

 Revista Jurídica no 12 

Pág. 187/189Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento – DECCO

Divisão de Gestão de Acervos Jurisprudenciais – DIJURServiço de Pesquisa Jurídica - SEAPE

mínimo legal. Circunstância que já obeneficia em demasia Questão,contudo, superada, ã míngua derecurso ministerial. Substituição eregime aberto adequados. Apelo

improvido.

Índice -------------------------

======================

Superior Tribunal de Justiça

======================

HC 132919 / SPHABEAS CORPUS 2009/0062082-9Relator(a): Ministro NAPOLEÃONUNES MAIA FILHO (1133)Data do Julgamento: 15/09/2009

Ementa:  HABEAS CORPUS. PORTEILEGAL DE  ARMA DE FOGO (ART. 14DA LEI 10.826/03). PACIENTECONDENADO A 2 ANOS DERECLUSÃO, EM REGIME

SEMIABERTO. PORTE ILEGAL DEMUNIÇÃO. CRIME DE  PERIGOABSTRATO. CONDUTA TÍPICA.PRECEDENTES DESTA CORTE.PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃODA ORDEM. ORDEM DENEGADA.1. Na linha de precedentes destaCorte, para configuração do delitoprevisto no art. 14 da Lei 10.826/03,basta o porte de munição sem adevida autorização da autoridade

competente.2. É irrelevante a não-apreensão dearma de fogo compatível com osprojéteis para o reconhecimento datipicidade do delito, eis que a condutade portar munição  coloca em risco apaz social, bem jurídico a serprotegido pelo artigo art. 14 da Lei10.826/03. Precedentes.3. Parecer do MPF pela denegação daordem.

4. Ordem denegada.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

AgRg no HC 76998 / MSAGRAVO REGIMENTAL NO HABEASCORPUS 2007/0031448-5Relator(a): Ministro HAROLDORODRIGUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/CE)Relator(a) p/ Acórdão:MinistroNILSON NAVESData do Julgamento: 15/09/2009

Ementa:  Arma de  fogo (porte  ilegal).

Arma sem munição (caso). Atipicidadeda conduta (hipótese).1. A arma, para ser arma, há de sereficaz; caso contrário, de arma não secuida. Tal é o caso de arma de fogosem munição, que, não possuindoeficácia, não pode ser consideradaarma.2. Assim, não comete o crime de porteilegal de arma de fogo, previsto na Leinº 10.826/03, aquele que tem consigo

arma de fogo desmuniciada.3. Agravo regimental provido.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

HC 130172 / SPHABEAS CORPUS 2009/0037314-8Relator(a): Ministro FELIXFISCHER (1109)Data do Julgamento: 23/06/2009

Ementa:  PENAL E PROCESSUALPENAL. HABEAS CORPUS. PORTEILEGAL DE MUNIÇÃO  PARA ARMA DEFOGO. ART. 16 DA LEI Nº 10.826/03.DELITO DE PERIGO ABSTRATO. Nalinha de precedentes desta Corte oporte de munição é delito de  perigo

Page 188: estatuto_desarmamento

7/27/2019 estatuto_desarmamento

http://slidepdf.com/reader/full/estatutodesarmamento 188/188

 Revista Jurídica no 12 

abstrato, sendo, portanto, em tese,típica a conduta daquele que é presoportando munição, de uso restrito,sem autorização e em desacordo comdeterminação legal ou regulamentar

(precedentes). Ordem denegada.

Íntegra do AcórdãoÍndice 

-------------------------

Revista Jurídica elaborada pelo Serviço de Pesquisa Jurídica e disponibilizada no Banco do Conhecimento pelo Serviço de

Estruturação do Conhecimento em:JUNHO 2010