Estrategia e Gestao Da Inovacao Tecnologica

7/25/2019 Estrategia e Gestao Da Inovacao Tecnologica

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TECNOLOGIAS

EPESSOAS

Jos Antnio Baptista da Costa

UNIVERSIDADE LUSADA

FAMALICO,1995


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ESTRATGIA E GESTO DA INOVAO TECNOLOGICA

Introduo

No passado ano lectivo, a convite do Sr. Professor Albino Reis apresentei, naUniversidade Lusada, uma comunicao sobre os desafios que as novas tecnologiaslanam sociedade.

Com a inovao tecnolgica as tarefas e as responsabilidades dos quadros e dirigentesdas empresas vo alterar-se profundamente, particularmente na gesto dos RecursosHumanos.

As novas tecnologias, em particular a informtica, que marcaram a dcada passada esto

a generalizar-se a todos os postos de trabalho.

Mas se por um lado esta generalizao e velocidade de difuso apresenta grandesvantagens para as empresas e as pessoas, por outro lado podem provocar "efeitos derejeio".

Por outro lado, no h um determinismo tecnolgico. As mesmas tecnologias produzemresultados contraditrios conforme os modelos de organizao e de implementao etm impactos muito diferentes segundo a formao e o perfil de cada indivduo.

1- A GENERALIZAO DAS TECNOLOGIAS AOS POSTOS DE TRABALHO

Na gesto da mudana, nos anos 90 o conceito mais importante deixa de ser o das novastecnologias, como na dcada passada, para passar a ser o da generalizao de certastecnologias.

Esta generalizao apresenta grandes vantagens para as empresas e para os homens:aumento da produtividade; aumento da qualidade; aumento da competitividade;diminuio do esforo fsico; novas actividades; etc.

Esta generalizao e velocidade de difuso provocam um efeito de rejeio por parte deuma grande parte de pessoas, pelo que o "deixa andar" tecnolgico, deixando asdecises para os fornecedores e especialistas nessas tecnologias, no mais possvelpois ela fonte de excluses, desigualdades e injustias.


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excludos da velocidade

Em numerosos postos de trabalho, as empresas exigem novas capacidades: capacidades

de flexibilidade (mudar de posto de trabalho em qualquer momento) , capacidade desuportar a insegurana (postos de trabalho de fluxo continuo ou a segurana querepresentam os stocks a desaparecer) capacidade de ir "mais rpido" (porque o mercadoexige).

excludos do diagnstico

Os sistemas " altamente integrados" representam riscos de avarias importantes derivadasdas interrelaes entre cada componente: geralmente quando so bem concebidos, estessistemas tm poucas avarias importantes, mas pelo contrario, subsistem frequentes enumerosas micro-avarias.

1% dos empregos so ocupados porespecialistas informticos

39% dos empregos so ocupados por pessoasque j utilizam, sem grandes problemas, eporvezes com prazer, as tcnicas informticas

60% dos empregos so ocupados por pessoasque se vo tornar utilizadores de tcnicas informaticas.Uma parte utilizar estas tcnicas sem problemas

Entre os proximos utilizadores, uma parte

ser : TECNOPATA

-Excluidoos da abstrao

- Excluidos da interactividade - Excluidos da velocidade - Excluidos do diagnsticio

Generalizao atodos os empregos

Grande prazer

Algum prazer

GENERALIZAO DE CERTAS TECNOLOGIASAOS POSTOS DE TRABALHO


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Por esta razo todos os responsveis pela gesto dos recursos humanos devem reflectirsobre as questes que lhes permita antecipar os ofcios de amanh.

Pelo que, deixar toda a responsabilidade das mudanas tecnolgicas nas mos dos

fornecedores e dos especialistas destas tecnologias no suportvel, pois pode ser fontede excluses, desigualdades e injustias.

A nossa responsabilidade de engenheiro e gestor

Evitar que os tecnopatas sejam excludos

1 - 2 - AS DESIGUALDADES

Toda a mudana tecnolgica modifica as desigualdades: certas desigualdadesdesaparecem ou so minimizadas como por exemplo o esforo fsico, mas outras h queaparecem ou se desenvolvem.

o caso das desigualdades em relao ao tempo de trabalho, que est em fase de grandemodificao. Assiste-se a uma sobre-ocupao de uns e a uma sub-ocupao de outrosque pode ir at ao desemprego.

Mesmo o conceito de tempo de trabalho est posto em causa.

Desaparecimento das fronteiras trabalho/no trabalho

As fronteiras tradicionais ente o local de trabalho, local de formao , local de lazer ,local de consumo, vo-se romper sobre a influncia das tecnologias de comunicao.


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Os gestores de recursos humanos devem levar em considerao as diversas reaces epermitir desestruturar as actividades dos que o desejem e de garantir uma certaestrutura diferenciadora " trabalho/formao/lazer" para os que o desejem.

DESAPARECIMENTO DAS FRONTEIRAS

TRABALHO / NO TRABALHO

TRABALHO

FORMAO

CONSUMO

LAZER

HABITAO

ANTES DO SCULO XIXAs actividades humanas esto muito agrupadas na agricultura e no artesanato


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TRABALHO

FORMAO CONSUMO

LAZER HABITAO

NOS SCULOS XIX E XXCom a criao de fbricas, dos grandes armazns, zonas de lazer, houve etendncia para distinguir cada vez mais as actividades em tempo e lugar



TRABALHOFORMAO CONSUMO

LAZER HABITAO

FIM DO SCULO XX E XXISobre a influncia das tecnicas de comunicao e da evoluo das relaessociais, as fronteiras entre as diferentes actividades tm tendncia a desaparecer

Trabalho misto

pouco provvel que o teletrabalho ao domicilio se desenvolva nos prximos 20 anos,mas, pelo contrario o trabalho misto (parte em casa e parte na empresa) toma umaimportncia crescente.


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TELETRABALHO ou TRABALHO MISTO?

Nem as necessidades das empresas nem os desejos dos trabalhadores apontam parao desenvolvimento doteletrabalho nos proximos anos.

Em contrapartida bem possivel que se desenvolva o trabalho misto:em casa e na empresa

O desenvolvimento do trabalho misto cria um sentimento de autonomia, mas tambmde priso: necessrio de negociar rpidamente as modalidades de implementao, porforma a no se criarem injustias insuportveis.

Concluso

Os quadros e dirigentes devem reflectir sobre a negociao das modalidades que

permitam o desenvolvimento do trabalho misto.

1 - 3 - AS INJUSTIAS

As remuneraes, ainda hoje tm por base cinco grandes factores: O tempo de trabalho,o rendimento pessoal, a qualificao, as responsabilidades, a individualizao.

Tempo de preocupao

Cada vez mais, estar disponvel para intervir rapidamente em caso de incidente maisimportante que trabalhar muito por via da fragilidade crescente dos sistemas tcnicos,

razo pela qual necessrio encontrar a forma de remunerar - o que no fcil - adisponibilidade do trabalhador.

Ainda no domnio do tempo h que constatar que em muitos dos trabalhos sobresistemas informticos, em particular os sistemas interactivos, exigem uma implicaototal do indivduo. Este quando sai do local de trabalho, continua a pensar nele. Peloque alguns utilizadores de sistemas interactivos so pagos tradicionalmente pelo tempo


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de ocupao no seu posto de trabalho pelo que ser importante ter em considerao o"tempo de preocupao" como j hoje se faz em relao a alguns quadros.

AS INJUSTIAS

- Tempo de preocupao

- Rendimento individual ou solidariedade

- Complexidade e qualificao

- As grande responsabilidades dos operadores

- O fim da individualizao dos salrios

Rendimento individual ou solidariedade

Na produo tradicional frequente o estabelecimento de prmios correspondentes produo individual de cada um.

Na produo automatizada, o numero de peas produzidas depende da fiabilidade dosistema automatizado., donde, necessrio procurar sistemas de remunerao quelevem em considerao a eficcia colectiva do conjunto " equipa de projecto + equipade organizao + equipa de produo".

Complexidade e qualificao

Nas grelhas tradicionais a remunerao indexada qualificao. No caso de postos detrabalho interactivos constata-se que uma parte importante da qualificao dosindivduos obtida , no em cursos ou estgio profissionais sancionados por diploma,mas sim no prprio local de trabalho. preciso encontrar os meios de reconhecer estasqualificaes adquiridas pela utilizao quotidiana dos sistemas informticos.

As grandes responsabilidades dos operadores


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Os grandes salrios so, frequentemente, justificados pela noo de responsabilidade.Com a automatizao generalizada, aparecem novas responsabilidades frequentementemais importantes que as responsabilidades administrativas tradicionais.

Por exemplo numa linha de produo automatizada de grande cadencia de produo a

paralisao da linha de produo ou a produo de peas defeituosas em grandequantidade pode tomar uma dimenso catastrfica. Por esta razo ser justo concebernovos sistemas de remunerao, que levem em considerao as novasresponsabilidades.

Este problema se mal gerido tornar-se- a principal fonte de conflitos sociais.

O fim da individualizao dos salrios

A individualizao dos salrios cada vez mais difcil. Pagar a um colectivo, segundo otempo disponvel, o tempo de preocupao, a rapidez no incio das operaes aps umaavaria difcil e mesmo a informtica pouco ajuda.. Reconhecer uma qualificao

adquirida "sobre o terminal" no fcil. portanto nesta via que preciso que osintervenientes sociais negoceiem e experimentem.

Os sistemas automticos s sero eficazes se a solidariedade entre os servios, entre oshomens, se desenvolver. Evitar criar conflitos pela concepo de novos sistemas deremunerao adaptados aos constrangimentos do trabalho interactivo, dever ser umadas prioridades se no queremos que as novas tecnologias sejam fonte de desigualdadese de ineficcia.

Concluso

Desde hoje os dirigentes e quadros devem reflectir sobre a negociao de novossistemas de remunerao adaptados civilizao da avaria.

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