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AGES FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS BACHARELADO DE ADMINISTRAÇÃO EVERTON OLIVEIRA SANTOS ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL: O diferencial competitivo do Profissional de Marketing Político numa campanha eleitoral Paripiranga 2011

ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

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Page 1: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

AGES FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

BACHARELADO DE ADMINISTRAÇÃO

EVERTON OLIVEIRA SANTOS

ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL: O diferencial competitivo do Profissional de Marketing

Político numa campanha eleitoral

Paripiranga 2011

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EVERTON OLIVEIRA SANTOS

ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL: O diferencial competitivo do Profissional de Marketing

Político numa campanha eleitoral

Monografia apresentada no curso de graduação da Faculdade AGES como um dos pré-requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Esp. Thales Brandão Ferreira

Paripiranga 2011

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EVERTON OLIVEIRA SANTOS

ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL: O diferencial competitivo do Profissional de Marketing

Político numa campanha eleitoral

Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração, à Comissão Julgadora designada pelo Colegiado do Curso de Graduação da AGES – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais.

Paripiranga, 02 de junho de 2011.

BANCA EXAMINADORA

Prof.º Thales Brandão Ferreira Faculdade AGES

Prof.ª Sílvia Manoela de Jesus Machado Silva Faculdade AGES

Prof.º Rusel Marcos Batista Barroso Faculdade AGES

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Dedico...

... aos meus filhos, Carlos Emanuel e João Vítor, que são

a razão do meu viver.

Aos meus pais, Ilma e Manoel, por toda dedicação,

paciência, esperança e confiança a mim outorgadas. Às

minhas irmãs, Luciana, Érica e Alline, amigas e

companheiras.

À Tio Joãozinho (in memoriam).

E, especialmente, à minha esposa, Ana Gleise, que se

dedicou completamente para que eu alcançasse esta

vitória.

Page 5: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Jesus Cristo que me abençoou com o dom da inteligência,

paciência e perseverança para obtenção desta vitória.

À Faculdade AGES, que, à luz de sua metodologia, possibilitou o acesso a

uma educação de qualidade e prospera em nossa vida pessoal e profissional.

Ao mestre e amigo Prof. Thales Brandão, pois abraçou comigo o objetivo de

dissertar sobre um tema novo e questionável à luz da ciência, ainda assim soube

conduzir o meu trabalho para o merecido êxito. Durante o período da construção da

monografia conheci uma pessoa, um profissional e um amigo para levar por toda

vida como exemplo.

Aos meus professores, Augusto Teixeira, Marcos Antônio, Eleusa, Eliete

Rosa, Gleberval Carvalho, Ivan Fontes, Franklin, Carlos Eduardo, Sônia Raguer,

Márcio Gomes, e, em especial, aos mestres e amigos Edivaldo Rabelo e Silvia

Manoela, que sempre os considerei como parte de minha família, pois durante esta

caminhada estiveram comigo nos momentos mais difíceis, de plena aprendizagem,

participaram intensamente na minha formação profissional.

Aos meus amigos: Fagner, Fagno, Rodrigo, Thiago, Vera, Samara, Acássia,

Ucleriston, Eliel, Denilson Reis, Bruno Santos, Gilberto, Edna, Viviane, Dennis

Rodrigues, Patrícia, Larissa, Cleide, Clarisse, Daniela, Marta Virgínia, Tamires,

Monaliza, Mércia, Renata Dantas, Rosecleide, Salovandro, Isabela, Camila e tantos

outros colegas. Foram amigos que enfrentaram comigo o desafio de uma faculdade,

juntos lutamos por respeito e princípios profissionais, perpassamos por muitos

momentos de alegria, tristeza, dificuldades, mas em todos os momentos estávamos

juntos e firmes no mesmo propósito.

Aos amigos motoristas, Jailton Oliveira, José Lima (in memoriam) e Gilmácio

Santos, que, com total dedicação, atenção e cuidado, me ajudaram a chegar até

aqui.

Page 6: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

Aos funcionários da Faculdade AGES pela sua dedicação e eficiência

profissional nos serviços, em especial a Márcia Verônica, pela dedicação, paciência

e amizade sincera por mim.

Aos meus pais, Ilma e Manoel, mesmo sendo analfabetos, pois não tiveram

a mesma oportunidade, lutaram para que seus filhos tivessem a oportunidade de

estudar e subsequentemente conquistar valiosas vitórias na vida.

A minha esposa, Ana Gleise, que abençoada de paciência e compreensão

soube me ajudar diretamente para a conquista desta vitória. E ainda com carinho e

dedicação soube suprir a minha ausência para educar os nossos filhos: Carlos

Emanuel e João Vítor.

A todos, o meu muitíssimo obrigado!

Page 7: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

Tudo o que está acontecendo neste momento é

resultado de escolhas feitas no passado. Se você parar

um pouco e começar a observar suas escolhas no

momento em que elas ocorrem, mudará esse aspecto de

inconsciência. Quando você faz uma escolha pergunte-

se duas coisas: primeira, “quais serão as conseqüências

da escolha que estou fazendo?”; segunda, “essa escolha

trará felicidade a mim e aos outros ao meu redor?” a

resposta à primeira questão você sentirá no seu coração

e saberá imediatamente quais serão as conseqüências.

Quanto à segunda questão, se a resposta for sim, então

persiste nessa escolha.

Chopra, 1998

Page 8: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

RESUMO

A essência do marketing, em síntese, consiste na busca da satisfação do consumidor com a realização do seu desejo, desta forma constituindo uma fidelização do cliente. Já o marketing político, por sua vez, é compreendido pelo esforço de promover e manter a imagem do político na preferência popular, com foco no bem mais precioso do cidadão, o voto. Mas uma campanha eleitoral requer um planejamento estratégico eficiente e eficaz para que possa conduzir todo o plano estratégico de marketing eleitoral para uma campanha. Numa abordagem bibliográfica, este trabalho busca explicar e conceituar o marketing político e o marketing eleitoral, trazendo estes temas para conhecimento da sociedade, bem como apresenta os principais pontos a serem abordados numa campanha eleitoral, e no final apresenta uma abordagem crítica acerca do papel do profissional de marketing e assessores numa campanha, visto que uma campanha eleitoral, assim como numa guerra, não pode ser planejada, controlada, organizada e executada isoladamente pelo candidato.

PALAVRAS-CHAVE: Estratégia; Marketing Político; Marketing Eleitoral; Planejamento.

Page 9: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

ABSTRACT

The essence of marketing, in synthesis, is the search of customer’s satisfaction with the accomplishment of his/her wish, thus constituting a client’s loyalty. Already the political marketing, in turn, is understood by the effort to promote and maintain the image of politics in popular preference, focusing on the most precious of the citizen the vote. But an election campaign requires an efficient and effective strategic plan so it can drive all strategic plan of election marketing for a campaign. In a bibliographic approach, this work tries to explain and conceptualize the political and electoral marketing, bringing these issues to the knowledge of the society, as well as it presents the main topics to be addressed in an election campaign, and finally, it presents a critical analysis of the role of a marketing professional and advisers in a campaign, once an election campaign, as well as in a war, can’t be planned, controlled, organized and executed by the applicant alone. KEYWORDS: strategy; political marketing, election marketing; planning.

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LISTAS

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.0 – Os 4P’s do mix de marketing ............................................................... 20

Figura 2.0 – Comparação entre a orientação de vendas e a de marketing .............. 24

Figura 3.0 – As consequências de um valor superior para os clientes ................... 24

Figura 4.0 – Formação e consolidação da imagem ................................................ 39

LISTA DE QUADROS

Quadro 1.0 – Tipos de pesquisa de marketing ......................................................... 32

Quadro 2.0 – Metodologias de pesquisa: qualitativa versus quantitativa ................. 33

Quadro 3.0 – Relação dos Partidos Políticos registrados no TSE ........................... 54

Quadro 4.0 – Cronograma de Campanha ............................................................... 62

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13

2 FUNDAMENTOS DE ESTRATÉGIA E MARKETING ........................................... 16

2.1 O que é Estratégia.......................................................................................... 16

2.2 Conceituação, história e evolução do Marketing ............................................ 18

2.2.1 Mix de marketing (composto de marketing). ........................................ 20

2.2.2 Orientações organizacionais para o mercado ...................................... 22

2.2.2.1 Orientação de produção. ........................................................ 22

2. 2.2.2 Orientação de produto. .......................................................... 22

2. 2.2.3 Orientação de vendas. ........................................................... 23

2. 2.2.4 Orientação de marketing. ...................................................... 23

2. 2.2.5 Orientação de valor. .............................................................. 24

2.2.3 Necessidades e desejos ..................................................................... 25

2.2.4 Valor e satisfação ................................................................................ 25

2.2.4.1 Marketing de relacionamento. ................................................ 26

2. 2.4.2 CRM (Customer Relationship Management). ........................ 27

2. 2.4.3 Sistema de Informação de marketing. ................................... 28

2.2.5 Comportamento do consumidor .......................................................... 28

2.2.6 Segmentação de mercado ................................................................... 29

2.2.7 Vantagem competitiva .......................................................................... 31

2.2.8 Pesquisa de Marketing ......................................................................... 31

3 MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL. ............................................................. 34

3.1 Evolução pela história ................................................................................... 34

3.2 O conceito de Marketing Político ................................................................... 36

3.3 Fundamentos de Marketing Eleitoral ............................................................. 38

3.4 O composto Mercadológico de Marketing Político ........................................ 40

3.5 Pesquisa Eleitoral. ......................................................................................... 44

3.5.1 A opinião pública ................................................................................. 46

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3.6 A relação do Profissional de Marketing Político ............................................ 47

4 ANÁLISE AMBIENTAL DO PLANEJAMENTO DE MARKETING ....................... 50

4.1 Análise Ambiental ........................................................................................... 50

4.2 Comportamento do Eleitor. ............................................................................ 51

4.3 A influência da impressa ............................................................................... 52

4.4 Os Partidos e os Políticos ............................................................................. 53

4.5 Avaliação de sua da Equipe ......................................................................... 56

5 PLANEJAMENTO DE MARKETING ELEITORAL ............................................... 58

5.1 As campanhas eleitorais ................................................................................ 58

5.2 Orçamento Financeiro. .................................................................................. 60

5.3 Cronograma .................................................................................................. 62

5.4 Programa de Governo .................................................................................. 64

5.5 Propaganda Eleitoral ..................................................................................... 65

5.5.1 Logotipo e Jargão ............................................................................... 66

5.5.2 Fotos .................................................................................................... 68

5.5.3 Cores ................................................................................................... 68

5.5.4 Músicas ................................................................................................ 69

5.5.5 O poder do Rádio ................................................................................. 70

5.5.6 Televisão .............................................................................................. 71

5.5.7 Jornal e Revista ................................................................................... 72

5.5.8 Internet ................................................................................................. 73

5.6 O Discurso .................................................................................................... 74

5.7 Cabos Eleitorais: Simpatizantes e Militantes ................................................ 75

5.8 Boca de Urna ................................................................................................ 75

6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 77

REFERÊNCIAS. ...................................................................................................... 79

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1 INTRODUÇÃO

Com ascensão da democracia política após o movimento das Diretas Já,

1989, inicia no Brasil um processo eleitoral e político com a participação da

sociedade para eleger os seus governantes e, respectivamente, seus parlamentares.

Já na perspectiva da nova conjuntura política os institutos de pesquisa logo

realizaram as primeiras pesquisas qualitativas e em seguida as pesquisas

quantitativas para identificar o comportamento do eleitor, e, subsequentemente,

identificarem o candidato desejado pelo povo. É claro que os maiores partidos

políticos já sabiam como atingir o eleitorado, através do planejamento estratégico e

utilização certa dos canais de comunicações disponíveis na época, principalmente

pela rádio e TV, para a obtenção do bem mais precioso do cidadão brasileiro, o voto.

Entra em cena o marketing político para auxiliar os partidos e os candidatos

a compreender o ambiente no qual pretendem se inserir, o comportamento do

consumidor (o eleitor), e, ao mesmo tempo, oferecer o suporte técnico e político para

enfrentar uma campanha eleitoral. Constituindo-se numa análise sistemática e

criteriosa acerca do candidato, sua história política e social, suas reais

possibilidades, os potenciais financiadores da campanha, a formação de sua equipe,

o grau de aprovação e/ou rejeição do eleitorado e de todas as ferramentas do

marketing para promover a imagem do candidato e sua concepção administrativa

perante toda sociedade.

Porém, a má utilização do marketing, por parte de alguns profissionais em

algumas campanhas eleitorais pelo Brasil afora, construiu uma imagem negativa e

distorcida da essência do marketing, a ponto de relacionar pejorativamente o termo

“marqueteiro” a todos os profissionais especializados em marketing político e

eleitoral, como sendo um profissional que é capaz de construir uma imagem falsa

aliada a um discurso perfeitamente convincente, a ponto de confundir o eleitor das

verdadeiras intenções do mau candidato (produto).

Não menos importante do que o trabalho do marketing político numa

campanha, há o papel da estratégia eleitoral, o processo pelo qual o candidato e a

coligação partidária vão construir o planejamento estratégico para desenvolver a

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campanha eleitoral, no período permitido pela lei, bem como no ano que antecede o

período eleitoral, e, caso seja inviabilizada a vitória do candidato ao cargo eletivo

pleiteado por ele, também o período de pós-eleição. Ou seja, um plano que seja

capaz de conceder o roteiro eficaz e eficiente para obtenção da vitória nas urnas.

Este trabalho pretende discutir as entrelinhas e os principais pontos

estratégicos a serem trabalhados pelo pré-candidato durante a constituição e

concepção da sua plataforma política e eleitoral no ano que antecede a eleição, bem

como a utilização das ferramentas do marketing político e eleitoral, após indicação e

formalização pela coligação partidária que lhe apoiará na campanha eleitoral. Ainda

no âmbito estratégico, será abordado sobre a importância e magnitude da aliança

política que o candidato irá escolher, ou ser escolhido, para enfrentar o processo

eleitoral, entre outras necessidades, tais como: a busca dos financiadores da

campanha, a formação da equipe de apoio tático, a seleção dos coordenadores, os

cabos-eleitorais, a assessoria jurídica, a assessoria de impressa, os fornecedores de

materiais de campanha, equipe de publicidade, diretor de marketing e principalmente

do coordenador-chefe da campanha.

A metodologia deste trabalho monográfico é pautada numa pesquisa

bibliográfica, através da leitura e pesquisa em obras literárias e artigos científicos

dos principais autores de marketing político e eleitoral, como Rego, Manhanelli,

Kuntz, Teixeira e Dantas, eixo tema principal deste trabalho no qual Andrade (2005,

p. 36) afirma que “a pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de

graduação, uma vez que constitui o primeiro passo para todas as atividades

acadêmicas”. Marconi e Lakatos (2009, p. 57) corroboram com a seguinte

descrição:

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, etc., até meios de comunicação orais: rádios, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão.

Dada a importância do tema principal deste trabalho, “Estratégias de

marketing político e eleitoral: o diferencial competitivo do profissional de marketing

numa campanha eleitoral”, para toda sociedade brasileira, desta forma o objetivo

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geral é identificar as estratégias de marketing direcionadas para campanhas

políticas majoritárias, seguido dos objetivos específicos: de que forma

profissionalizar as campanhas políticas; como é realizado o planejamento do

marketing eleitoral, e como fortalecer uma candidatura através do marketing político

e eleitoral.

Em quatro capítulos está dividida a estrutura deste trabalho, numa forma

didática para auxiliar o leitor a compreender o eixo principal, Estratégia de marketing

político e eleitoral, e constitui a sua compreensão plena sobre o tema.

No segundo capítulo será abordado o conceito de estratégia, bem como os

fundamentos, a história e evolução de marketing, no mundo e no Brasil, assim como

será explicadas as orientações de marketing, segmentação, comportamento do

consumidor, seu composto mercadológico, e sua vantagem competitiva.

No segundo terceiro trata de conceituar o marketing político e eleitoral, na

sua história e evolução no cenário político brasileiro, a aplicabilidade do composto

mercadológico do marketing político, pesquisa eleitoral, e uma avaliação crítica

sobre a relação do profissional de marketing político.

No quarto capítulo aborda a análise ambiental do planejamento de

marketing, o pressuposto necessário para construção do quarto capítulo, pois será

pautado o comportamento do eleitor, a impressa e sua influência, os partidos, a

equipe de campanha, e o plano de captação de recursos para campanha.

O quinto capítulo trata do plano de marketing para uma campanha, numa

exposição didática, e dos principais pontos da obtenção da vitória numa campanha

eleitoral, o cuidado com a propaganda eleitoral e sua relação com os atuais meios

de comunicação, o discurso, o material promocional da campanha, bem como a

polêmica boca de urna.

E no final são apresentadas as conclusões sobre o trabalho, expondo

claramente as análises, os conceitos e as reflexões adquiridas durante o processo

de confecção deste trabalho, tendo a certeza da contribuição que trazemos para

todos os interessados a conhecer melhor sobre marketing político e eleitoral.

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2 FUNDAMENTOS DE ESTRATÉGIA E MARKETING

2.1 Estratégia

Existe uma herança militar nos conceitos pela administração junto à palavra

estratégia. Termos como objetivos, missão, pontos fortes e pontos fracos são

empregados nos dois contextos. A palavra estratégia vem do grego strategos, que

se referia ao general militar, e na sua raiz combina dois conceitos: stratos (a arma) e

ago (liderar). Os propósitos da estratégia, tanto no meio militar quanto no

administrativo, são o ganho de uma vantagem competitiva. O princípio básico dela é

aproveitar os pontos fortes da empresa ou do exército para explorar os pontos fracos

do inimigo. (SHIRAISHI, 2009).

Para Guemawat (2000), apud Andrade (2010), estratégia é um termo que

remonta aos antigos gregos, que usavam a palavra stragenos, da qual deriva, para

designar o magistrado-chefe ou comandante-chefe militar. Ao longo do tempo,

refinamentos do conceito continuaram a se tratar nos aspectos militares do termo.

Na primeira metade do século XIX, a tentativa de síntese de Carl Clausevitz, apud

Guemawat (2000), é um exemplo especialmente notável: escreve que, enquanto "a

tática... [envolve] o uso de forças armadas no confronto, a estratégia [é] a utilização

de confrontos no tocante ao objetivo da guerra". A adaptação da terminologia

estratégica a um contexto comercial, entretanto, teve de esperar o cenário da

Segunda Revolução Industrial, que se iniciou na metade final do século XIX, mas

realmente só deslancho no XX.

Inicialmente, estratégia referia-se a uma posição, tal como o general no

comando de um exército. Posteriormente, o termo veio a designar a aplicação das

competências do general no exercício de sua função, evoluindo para descrever

habilidades gerenciais de administração, liderança, oratória e poder. Com Alexandre,

o Grande (330 a.C), a palavra “estratégia” já significava o emprego de forças para

vencer o inimigo e, nas guerras helênicas, constituiu a fonte inesgotável das vitórias

militares, mesmo com recursos insuficientes diante do opositor. (CHIAVENATO;

SAPIRO, 2003).

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Oliveira (1991, p. 27), explica que no âmbito empresarial, a estratégia está

relacionada à arte de utilizar adequadamente os recursos físicos, financeiros e

humanos, tendo em vista a minimização dos problemas e a maximização das

oportunidades do ambiente da empresa. O autor ainda faz uma relação da palavra

estratégia como sendo um ajustamento organização ao seu ambiente, em geral, em

constante mutação, quase sempre a empresa alterando suas próprias

características, tendo em vista este ajustamento.

No contexto dos negócios, segundo Bruce e Langdon (2000), estratégia

consiste no mapeamento do futuro, posicionando-se acerca de quais produtos e

serviços deverão ser fornecidos, em quais mercados a organização irá atuar e como

será essa atuação. Para Grant (2005) apud Bermejo (2009), organizações

necessitam de estratégias de negócio assim como exércitos requerem estratégias

militares. Ainda segundo esse autor, isso se justifica pela necessidade de se ter uma

direção e um propósito, alocarem recursos de modo eficiente e coordenar decisões

feitas por diferentes pessoas envolvidas.

Já Mintzberg e Quinn (2006, p. 29) afirmam que estratégia é “o padrão ou

plano que integra as principais metas, políticas e sequências de ação da

organização em um todo coeso”. Os autores lembram que “uma estratégia bem

formulada ajuda a organizar e alocar os recursos de uma organização em uma

postura única e viável, baseada em suas competências e deficiências internas

relativas, mudanças antecipadas no ambiente e movimentos contingentes por parte

dos oponentes inteligentes”.

Acima de tudo, se for necessária uma definição de estratégia, a mais básica

poderia ser “a direção de longo prazo de uma organização”. Porém, as

características recém-descritas podem ser base para uma definição mais completa.

Os autores concluem que a estratégia é a direção e o escopo de uma organização

no longo prazo, que obtém vantagem em um ambiente em mudança através de sua

configuração de recursos e competências com o objetivo de atender as expectativas

dos stakeholders. (JOHNSON, SCHOLES, e WHITTINGTON, 2007, p. 45).

Porter (1999, p. 63) dá a seguinte resposta à pergunta o que é Estratégia?

“Estratégia é criar uma posição exclusiva e valiosa, envolvendo um diferente

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conjunto de atividades”. Definir estratégia seria um trabalho incessante, uma vez que

seu conceito flutua no centro de algumas palavras-chave como: competitividade,

mudanças, desempenho, disciplina, dedicação, integração, objetivos,

posicionamento, adequação, resultados. Essas palavras sintetizam o termo

estratégia e sua interferência organizacional no ambiente externo e interno a

organização.

2.2 Conceituação, história e evolução do Marketing

A essência do marketing está diretamente interligada aos principais fatos

históricos de troca da humanidade. A partir do escambo entre os povos há traços de

sua essência, na base da troca de produtos por produtos, perpassando pela

Revolução Industrial, na troca de produtos e/ou serviços por produtos e/ou serviços,

chegando à atual e modernidade do comércio digital, que finda com a objetividade

da realização das pessoas através da satisfação dos seus desejos atendidos.

Churchill e Petter (2005, p. 04) afirmam que a essência do marketing é o

desenvolvimento de trocas em que organizações e clientes participam

voluntariamente de transações destinadas a trazer benefícios para ambos.

Para ilustrar melhor, Cobra (2005, p. 26) explica evolução através das três

eras na história do marketing, era da produção, era da venda, e era do marketing:

Na produção, que ocorreu em meados de 1925, as empresas, mais

precisamente do Oeste Europeu e dos Estados Unidos, estavam voltadas a somente

a produzir, não se falando de vendas ou em marketing. Na era da venda, entre 1925

e 1950, as coisas mudaram, e passou a se preocupar com a produção excedente,

passando então a querer vender, utilizando-se de métodos como vendas a domicílio,

indo de porta a porta. Surgem também os catálogos de vendas e, como

consequência, a entrega de encomendas e documentos. Na era do marketing,

ocorreram grandes transtornos, visto que após a crise de 1929 e no Brasil acontecia

a queima de café, considerado produto principal no país, os EUA e o Brasil tiveram

uma crise financeira e deixaram de comprar, aí surgem as empresas com o modelo

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do marketing, passando a reconquistar clientes e a prestar mais atenção aos

anseios do mercado.

Diante da necessidade de atender os anseios do mercado, e ao mesmo

tempo esvaziar os depósitos das empresas, surgiram os profissionais de marketing

com o objetivo de buscar satisfazer o cliente através do processo de vendas.

Através das ferramentas aplicadas ao marketing, tais como: análise de ambiente,

satisfação, segmentação do mercado-alvo, ciclo de vida do produto ou serviços, e

demais ferramentas.

Las Casas (2008, p. 6) aborda sobre o surgimento do marketing:

Foi com o acirramento da concorrência dos anos 50 que as empresas passaram a preocupar-se com as novas formas de comercialização e constatou que, indo atrás dos consumidores, ficaria mais fácil vender. Surgiu assim a era do marketing cujo principal ingrediente, o conceito de marketing, inspiração para o desenvolvimento de ofertas.

De acordo com a Americam Marketing Association: “marketing é o processo

de planejar e executar a concepção de ideias, produtos e serviços definindo preço,

promovendo e distribuindo-os para criar trocas que atendam aos objetivos de

satisfação de necessidades e a realização de desejos individuais e organizacionais”.

COBRA (2009, p. 09).

Portanto, marketing é consagradamente definido por Kotler (2000, p. 30)

como “um processo social por meio do qual as pessoas e grupos obtêm aquilo de

que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de

produtos e serviços de valor com outros.

Crocco et al (2006, p. 05) afirma que:

“marketing é um conceito bem mais amplo do que a simples divulgação de uma idéia, pessoa ou produto. O marketing envolve uma série de atividades, que vão da concepção de um produto por uma empresa até sua entrega e seu consumo e descarte pelo cliente”.

E Kotler (2010, p. 188) atualiza o conceito de marketing quando diz que

“marketing é a atividade, conjunto de instituições e processos para criar, comunicar,

oferecer e trocar ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e

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para a sociedade como um todo”. Ainda o autor, ao acrescentar “sociedade”, a nova

definição reconhece que o marketing tem impactos de grande escala que vão além

do que acontece nas negociações privadas entre indivíduos e empresas (...).

Demonstra sua preocupação para com as comunidades a seu redor: comunidades

de consumidores, empregados, parceiros de canal e acionistas.

2.2.1 Mix de marketing (composto de marketing)

A execução do marketing se dá pela aplicação de técnicas ou programas às

diversas dimensões ou variáveis passíveis de intervenção no “objeto” do marketing –

isto é, o bem, o serviço, a ideia ou a pessoa (Crocco et al, 2006, p. 06). E os

profissionais de marketing têm de ir à busca de diversas ferramentas para obter as

respostas desejadas de seus mercados-alvo. Essas ferramentas constituem em mix

de marketing.

E Mix de marketing é o conjunto de ferramentas de marketing que a

empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo. (Kotler,

2000, p. 37). Crocco et al (2006, p. 07) entende como um “conjunto de ferramentas

que propiciam as ações de marketing; é formado por produto, preço, praça e

promoção”.

Figura 1.0 – Os 4P’s do mix de marketing Fonte: Kotler (2000, p. 37).

Page 21: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

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Cobra (2009, p. 10) explica que o “processo de adoção de estratégias de

marketing consiste de quatro elementos denominados composto de marketing. Os

elementos são: produto, preço, promoção e praça (os 4 Ps de Marketing)”. Que

McCarthy apud Crocco et al (2006, p. 06) relaciona com as seguintes variáveis:

• Produto – são as características de qualquer bem, serviço, ideia,

pessoa, instituição etc. que potencialmente possui valor de troca.

Entre essas características estão o design do produto em si, a

embalagem, suas cores, seu aroma, sabor, a tipologia dos rótulos, e

outras.

• Preço – são as variáveis que refletem o custo do produto para o

consumidor, como o preço propriamente dito, condições de

pagamento, aceitação ou não de cartões de crédito, entre outras.

• Praça – é tudo o que se relaciona à distribuição, localização física e

logística envolvida para fazer um produto chegar às mãos de

consumidor.

• Promoção – é o processo de comunicação ativa dos atributos e

benefícios de um produto para o mercado-alvo pretendido. Para tanto,

envolve a criação e veiculação de programas de propaganda,

relações públicas, além de venda pessoal.

O modelo dos 4 Ps representa o ponto de vista da empresa, ou seja, como

direcionar sua oferta ao mercado, o que vem contrariar o conceito de marketing, de

sempre buscar entender a ótica do consumidor. Então surgiu o modelo dos 4 Cs

cuja perspectiva é o foco no cliente. Assim, Crocco et al (2006, p. 06) explica:

• O produto passa a ser visto da ótica do cliente;

• O preço, em função do custo para o cliente;

• A praça, em função da comodidade ou conveniência para o cliente;

• A promoção, em função da comunicação;

4 Cs: modelo alternativo ao tradicional modelo dos 4 Ps, que enfoca a

perspectiva do público-alvo, incluindo cliente, custo, comodidade ou conveniência e

comunicação. CROCCO et al (2006, p. 06).

Page 22: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

22

2.2.2 Orientações organizacionais para o mercado

Definimos a administração de marketing como o esforço consciente para

alcançar resultados de troca desejados com mercados-alvo. Mas qual filosofia deve

guiar os esforços de marketing de uma empresa? (...) Obviamente, atividades de

marketing devem ser conduzidas sob a égide de uma filosofia bem pensada de

marketing eficiente, efetivo e socialmente responsável. Entretanto, há cinco

orientações concorrentes com bases nas quais as organizações conduzem

atividades de marketing: a orientação de produção, a orientação de produto, a

orientação de vendas, a orientação de marketing e a orientação de marketing de

valor. (KOTLER, 2000, p. 38).

2.2.2.1 Orientação de produção

Naturalmente as empresas buscam alcançar a eficiência máxima da

produção, apostando que em obter menores custos produtivos conseguirá ofertar

seus produtos em baixos preços para o mercado-alvo. Esta concepção é voltada

para empresas que desejam expandir seu mercado. Para Kotler (2000, p. 39) a

orientação de produção é sustenta que os consumidores dão preferência a produtos

fáceis de encontrar e de baixo custo.

2. 2.2.2 Orientação de produto

As empresas voltadas para orientação de produto trabalham com

objetividade de produzir produtos de alta qualidade e alto desempenho, por

acreditarem que os consumidores buscam produtos bem-feitos e inovadores no

mercado. Kotler (2000, p. 39) entende que orientação de produto sustenta que os

consumidores dão preferência a produtos que ofereçam qualidade e desempenho

superiores ou que tenham características inovadoras.

Page 23: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

23

2. 2.2.3 Orientação de vendas

A orientação de vendas parte do principio de que os consumidores e as

empresas, por vontade própria, normalmente não compram os produtos da

organização em quantidade suficiente. A organização deve, portanto, empreender

um esforço agressivo de vendas e promoção (Kotler, 2000, p. 40). Porém, essa

agressividade, na maioria das vezes, resulta com o cliente totalmente insatisfeito.

Crocco et al (2006, p. 12) diz: de que adianta muita propaganda e esforço de vendas

se o mercado não estiver disposto a adquirir o produto? Ou se o mercado somente

aceitar o produto a um preço aviltante, pouco lucrativo? Por esse motivo, é

recomendável às empresas envolverem-se, antes de mais nada, com a

compreensão do mercado, que, afinal, será o verdadeiro juiz da verdade e/ou

utilidade do produto lançado.

2. 2.2.4 Orientação de marketing

A empresa que concebe seus produtos e/ou serviços através de uma

criteriosa pesquisa de mercado, que é capaz de identificar o que realmente o cliente

deseja e a partir desta pesquisa lança o produto à frente do concorrente, então torna

seu produto atraente para o mercado-alvo e isso lhe rende maior participação de

mercado. Kotler (2000, p. 41) explica que:

Orientação de marketing sustenta que a chave para alcançar as metas organizacionais está no fato de a empresa ser mais efetiva que a concorrência na criação, entrega e comunicação de valor par ao cliente de seus mercados-alvo selecionados.

Theodore Levitt, apud Crocco et al (2006, p. 13), diferenciou de forma

definitiva as orientações para vendas e para marketing:

A diferença entre marketing e vendas é mais que semântica, Vendas se concentram nas necessidades do vendedor, marketing naquelas do comprador. Vendas se preocupam com a necessidade do vendedor, de converter seu produto em dinheiro, marketing com a idéia de satisfazer as necessidades dos clientes por meio do produto e de todo o conjunto de coisas associadas à sua criação, entrega e consumo final.

Page 24: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

24

Figura 2.0 – Comparação entre a orientação de vendas e a de marketing Fonte: Kotler (2000, p. 41)

2.2.2.5 Orientação de valor

Churchill e Peter (2000, p.10), incluem ainda uma nova orientação: a

orientação para valor. Esta consiste em uma extensão da orientação de marketing,

na qual desenvolver e entregar um valor superior aos clientes é visto como o

principal modo de alcançar os objetivos da organização. Desta forma, uma oferta de

marketing só alcançará êxito se proporcionar valor ao seu mercado-alvo.

Figura 3.0 – As conseqüências de um valor superior para os clientes. Fonte: Churchill e Peter (2005, p. 18)

O valor para o cliente consiste na diferença entre as percepções do cliente

com relação aos benefícios da compra e os custos incorridos para a efetivação da

mesma. Portanto, pressupõe-se que a relação de valor será tanto maior quanto

maior os benefícios da compra exceder seus custos. Os clientes comprarão da

empresa que, segundo a percepção deles, oferece maior valor. A probabilidade de

Page 25: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

25

satisfação e repetição da compra depende diretamente da oferta atender ou não a

expectativa de valor. (VAZ, 2006).

2.2.3 Necessidades e desejos

A identificação das necessidades e posteriormente potencializando essas

necessidades em desejos é uma das premissas do objetivo de marketing. Para

Cobra (2009, p. 05):

“Essas necessidades transformam-se em desejos quando são direcionadas para satisfação de objetivos específicos. Uma pessoa pode ter sede, que é uma necessidade, mas pode ter um desejo de saciar a sede tomando um guaraná. Hoje, o marketing está mais posicionado para realizar desejos do que atender necessidades”.

Kotler (2000, p. 43) ressalta que “compreender as necessidades e os

desejos dos clientes nem sempre é uma tarefa fácil. Alguns consumidores têm

necessidades das quais não têm plena consciência. Ou não conseguem articular

essas necessidades. Ou então empregam palavras que exigem alguma

interpretação”.

2.2.4 Valor e satisfação

Cada vez o mercado exige mais qualidade dos produtos, por um custo ainda

menor, o que exige das empresas um esforço exorbitante para alcançar o ápice da

satisfação do seu cliente, construindo um processo contínuo da empresa na

concepção do valor por parte do cliente-alvo desta organização.

Segundo Cobra (2005, p. 28):

Para cada consumidor, o produto ou serviço ofertado tem um valor. Para uns é o preço, para outros, a facilidade de uso, os atributos do produto – como durabilidade, resistência, qualidade – o serviço pós-venda, a imagem do fabricante, a facilidade de instalação do bem, entre outros fatores. (...) A estratégia de oferecer valor para os seus clientes é o foco de qualquer empresa que pretenda sobreviver em mercados competitivos.

Page 26: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

26

Kotler (2000, p. 33) explica que “o produto ou oferta alcançará êxito se

proporcionar valor e satisfação ao comprador-alvo. O comprador escolhe entre

diferentes ofertas com base naquilo que parece proporcionar o maior valor.

Definimos valor como a razão entre o que o cliente recebe e o que ele dá”.

Já “satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamento

resultante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um produto

em relação às expectativas do comprador” (KOTLER, 2000, p. 58).

O que determina a satisfação do cliente é, por um lado, sua expectativa

quanto ao produto e/ou serviço adquirido e, por outro, o desempenho desse produto

e/ou serviço. (...) O grau de expectativa dos clientes obviamente vai variar de acordo

com cada pessoa, pois está ligado à estrutura de referência de cada individuo: há os

que já tiveram contato anterior com o produto, e há os que não tiveram tal contato

(CROCCO et al, 2006, p. 24).

2. 2.4.1 Marketing de Relacionamento

Atualmente os profissionais de marketing vêm buscando construir uma

relação duradoura entre o consumidor e a empresa, com objetivo de fidelizar o

cliente. Pois a concorrência globalizada exige que a empresa tenha a possibilidade,

de tratar cada cliente de forma personalidade e individual, tornando-o cliente único e

especial para a empresa, na filosofia de one to one.

Kotler afirma que marketing de relacionamento:

“pode ser definido com o objetivo de criar, conquistar e manter clientes, estabelecendo relacionamentos mutuamente satisfatórios de longo prazo com partes-chave como clientes, fornecedores e distribuidores, a fim de ganhar e reter sua preferência e seus negócios”. (1998, p. 6).

De acordo com Drucker (1999), o relacionamento com o cliente é de

responsabilidade da empresa. Para o autor, a empresa deve constantemente se

perguntar o que pode ser feito para facilitar e melhorar a vida de seus clientes.

Page 27: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

27

Portanto, marketing de relacionamento é um compromisso constante e

permanentemente um processo contínuo de melhoramento da relação da empresa

com os clientes, caso a empresa não o faça tenha plena certeza de que sua

concorrência fará, e automaticamente conquistará o seu cliente.

2. 2.4.2. CRM

O CRM significa Customer Relashionship Management, ou seja,

gerenciamento do relacionamento. Esta ferramenta utiliza-se da tecnologia de

informação para criar um sistema funcional que integra e automatiza muitos dos

processos de atendimento ao cliente em vendas, marketing, serviços e produtos,

permitindo que a empresa identifique e escolha seus melhores clientes, os mais

lucrativos para a empresa, possibilitando a personalização de produtos e serviços

com base nos desejos e necessidades (ANDRADE, 2010).

Para Zenone (2001, p. 19):

Trata-se, assim, de uma tarefa que exige ações capazes de identificar seus clientes com o maior número de informações possíveis, diferenciar seus clientes pelo grau de fidelidade e categorizá-los por suas necessidades, a fim de interagir com eles, buscando feedbacks contínuos e personalizando alguns aspectos do comportamento de sua empresa; ações que, por sua vez, são realizadas não só com o uso da tecnologia, mas com ações de marketing que visam ao relacionamento.

A gestão de relacionamento com o cliente (customer relationship

management – CRM) é (...) a implementação de uma estratégia centrada no cliente,

que coloca em primeiro lugar, possibilitando o sucesso do negócio. O CRM envolve

tratar o cliente da mesma maneira que o empreendedor gostaria de ser tratado se

fosse um (LONGENECKER, 2007, p. 232).

Segundo a nova definição da Americam Marketing Association, apud Vicente

(2005, p. 73), “marketing é uma função organizacional e uma série de processos

para a criação, comunicação e entrega de valor para clientes, e para a gerência de

relacionamentos com eles de forma que beneficie a organização e seus

stakeholders”.

Page 28: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

28

Esta definição tem consequências importantes para os negócios, pois coloca

o cliente (e não o produto) como elemento central na razão de ser da organização,

estabelece uma visão de processos para atendê-lo, atribui papel fundamental e

integrador ao marketing, e valoriza os relacionamentos com os clientes como

estratégia de sobrevivência. (VICENTE, 2005, p. 73).

A aplicação do CRM é indispensável para qualquer organização que deseja

constituir uma relação íntima com o cliente, a tal ponto desta ferramenta propiciar

subsídios técnicos para adaptação ou reformulação das estratégias de marketing a

serem desenvolvidas pela empresa para atingir o seu mercado-alvo com eficácia e

eficiência.

2. 2.4.3 Sistema de Informação de marketing

Para acompanhar a amplitude da informação e transformá-la em

conhecimento estratégico, os profissionais de marketing devem buscar a

constituição de um sistema de informação que ofereça um conjunto de informações

detalhadas sobre as necessidades e desejos do consumidor, a fim de que possa

resultar em oportunidades e vantagem competitiva para organização.

E um sistema de informação de marketing (SIM) é constituído de pessoas,

equipamentos e procedimentos dedicados a coletar, classificar, analisar, avaliar e

distribuir as informações necessárias de maneira precisa e oportuna para aqueles

que tomam as decisões de marketing. O sistema é desenvolvido a partir de registros

internos da empresa, atividades de inteligência de marketing e pesquisa de

marketing (KOTLER, 2006, p.71).

2.2.5 Comportamento do consumidor

A perspectiva de marketing como filosofia de gestão presume uma busca

incessante da satisfação das necessidades e dos desejos dos consumidores, ou

seja, da criação de produtos e serviços que venham ao encontro das expectativas

do consumidor ou as superem. (CROCCO et al, 2006, p. 69).

Page 29: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

29

O objetivo do marketing é satisfazer necessidades e desejos dos

consumidores por meio de produtos e serviços. E para tanto é preciso conhecer as

pessoas, seus desejos, suas necessidade e até mesmo suas fantasias (...),

conhecer os seus clientes não é tarefa fácil para nenhuma empresa. (...) para

compreender como e por que as pessoas compram é importante o estudo do

comportamento do consumidor. (COBRA, 2009, p. 81).

Segundo o Crocco et al, (2006, p. 69), para conhecer o consumidor,

geralmente inicia-se pela obtenção de informações em quatro áreas principais:

• Características demográficas do consumidor, como número e

localização geográfica, distribuição em termos de renda, sexo, idade, nível

de instrução;

• Comportamento de consumo (quem, o que, quando, onde e como

consume), comportamentos de compra (quem, quando, como e onde

compra) e de utilização de mídias (onde procura informação, hábitos de

leitura, rádio e televisão, freqüência a congressos, exposições);

• Atitudes, como o conhecimento que o consumidor tem de uma marca

ou a imagem que lhe atribui ou, ainda, medidas de satisfação;

• Processo de compra, como motivações, envolvimento, critérios de

escolha de uma marca.

Já Blackwell, Miniard e Engel (2005) caracterizam o comportamento do

consumidor como atividades que estão diretamente envolvidas em obter, consumir e

dispor de bens e serviços, além dos processos de decisão que antecedem e

sucedem essas respectivas ações

2.2.6 Segmentação de mercado

É importante compreender o comportamento de compra do consumidor para

poder identificar e agrupar compradores com perfis semelhantes e, dessa maneira,

realizar uma segmentação de mercado. O processo de segmentação de mercado

possibilita formulações estratégicas e táticas, visando atender de forma mais ampla

Page 30: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

30

e dirigida as expectativas, necessidades e desejos de consumo de cada segmento

de mercado. (COBRA, 2009, p. 121).

Segmentos de mercado podem ser identificados analisando-se diferenças

demográficas, psicográficas e comportamentais existentes entre compradores. A

empresa decide então que segmentos apresentam as maiores oportunidades –

aqueles a cujas necessidades a empresa pode atender de maneira superior.

(KOTLER, 2000, p. 30)

Quando o mercado é adequadamente estudado, geralmente podem ser

identificados grupos de consumidores com características afins, tais como idade,

sexo, poder de compra, entre outras. Aos grupos de consumidores com

características semelhantes chamamos de segmento de mercado. (CROCCO et al,

2006, p. 69).

Kotler (2000, p. 279) explica que “comparado ao marketing de massa, o

marketing de segmento oferece vários benefícios a mais. A empresa pode criar um

produto ou serviço mais adequado e oferecê-lo a um preço apropriado ao público-

alvo. A escolha de canais de distribuição e de comunicação torna-se mais fácil. A

empresa também enfrenta menos concorrentes em um segmento específico”.

É possível definir segmentos de consumidores com o uso, individual ou

combinado, de variáveis geográficas, demográficas, psicográficas e

comportamentais. Variáveis geográficas estão ligadas à localização do consumidor.

Variáveis demográficas estão ligadas a características como sexo, idade e renda do

consumidor. Variáveis psicográficas exploram características da personalidade das

pessoas e seu estilo de vida. Variáveis comportamentais são aquelas que nos

mostram em que ocasiões e com qual intensidade o consumidor adquire o produto,

bem como sua lealdade à marca. . (CROCCO et al, 2006, p. 115).

Portanto, a segmentação de mercado é uma ferramenta estratégica para os

profissionais de marketing, pois garante a utilização de recursos e metodologia

mercadológica voltada individualmente para o agrupamento de consumidores

criteriosamente estudados e identificados por suas características comuns, levando

em questão as respectivas variáveis do mercado.

Page 31: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

31

2.2.7 Vantagem competitiva

Fica evidente que o rumo mais adequado para a futura estratégia

empresarial ou política será aquele em que a empresa possa distinguir-se,

favoravelmente, de suas concorrentes. Portanto, se uma empresa quiser ser eficaz

no mercado, ela deve ter significativa vantagem competitiva.

Barney (1991) apud Vasconcelos e Brito (2004), diz-se que uma empresa

possui uma vantagem competitiva quando está implementando uma estratégia de

criação de valor que não esteja sendo simultaneamente implementada por seus

concorrentes ou concorrentes potenciais, os quais são incapazes de repetir os

benefícios dessa estratégia.

Existe vantagem competitiva quando uma empresa oferece determinado

produto ou serviço no qual os clientes percebem qualidade superior à dos

concorrentes, o que significa que a empresa deve ser capaz de atingir um patamar

capaz de suportar os desafios de organizações vivas (LONGENECKER, 2007, p.

48).

Porter (1996) acrescenta que a vantagem competitiva surge

fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para seus

compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pela empresa, e que a base

fundamental do desempenho acima da media no longo prazo e a vantagem

competitiva sustentável que só pode ser conquistada a partir de baixo custo ou

diferenciação que, combinados com o escopo de atividades pretendido pela

empresa (alvo amplo ou restrito).

2.2.8 Pesquisa de Marketing

David Aaker, apud Crocco et al (2006, p. 41), define pesquisa de marketing

como a coleta de informações primárias, normalmente provenientes de fontes

externas, para resolver um problema específico.

Page 32: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

32

Para Kloter (2000), pesquisa de marketing corresponde à elaboração, à

coleta, à analise e à edição de relatórios sistemáticos de dados e descobertas

relevantes sobre uma situação específica de marketing enfrentada pela empresa.

Ainda para o autor, o processo de pesquisa de marketing compreende:

• Definição do problema e dos objetivos da pesquisas;

• Desenvolvimento do plano de pesquisa;

• Coleta de informações;

• Análise das informações;

• Apresentação dos resultados.

Todas as pesquisas podem ser classificadas em três categorias gerais:

exploratórias, descritivas e causais. No quadro abaixo são apresentados os tipos de

pesquisa de marketing em função dos seus conceitos, objetivos, características e

métodos. (CROCCO et al, 2006, p. 42).

Quadro 1.0 – Tipos de pesquisa de marketing

Tipo de pesquisa Exploratória Descritiva Causal

Conceitos

Tipo de pesquisa cujo principal objetivo é prover maior compreensão do problema

Tipo de pesquisa que se destina a descrever características de determinada situação ou funções do mercado

Tipo de pesquisa utilizada para se obter relações de causa e efeito

Objetivos da pesquisa

Maior compreensão do problema.

Gerar idéias e dados

Descrever características ou funções do mercado

Descobrir relações de causa e efeito

Características Flexível e versátil

Normalmente é onde o processo se inicia

Necessita da formulação prévia de hipóteses especificas

Manipula uma ou mais variáveis independentes

Requer uma concepção planejada e estruturara

Métodos

Análise de dados secundários

Entrevistas com especialistas

Pesquisa qualitativa

Surney

Painéis

Observação

Experimentos

Fonte: Adaptado de Crocco et al (2006, p. 42)

Quanto à sua natureza, os dados primários podem ser qualitativos ou

quantitativos. A metodologia utilizada para obtenção de dados primários qualitativos

Page 33: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

33

costuma ser a pesquisa qualitativa, do tipo exploratório. Já os dados primários

quantitativos costumam ser obtidos por meio de pesquisas quantitativas, do tipo

descritivo ou causal. (CROCCO et al, 2006, p. 45).

Quadro 2.0 – Metodologias de pesquisa: qualitativa versus quantitativa Metodologia

Qualitativa Quantitativa

Conceitos

Metodologia de pesquisa não estruturada, exploratória, baseada em pequenas amostras, que proporciona insights e compreensão do contexto do problema

Metodologia que tem por objetivo quantificar os dados e generalizar os resultados da amostra para a população-alvo, com base em um grande número de casos

Objetivo Obter uma compreensão qualitativa das razões e motivações envolvidas

Quantificar os dados e generalizar os resultados da amostra para população-alvo

Amostra Casos em pequeno número e não representativos

Casos em grande número e representativos

Coleta de dados Não estruturada Estruturada

Análise de dados Não estatística Estatística

Resultado Oferece uma compreensão inicial do problema em questão

Recomenda um curso final de ação

Fonte: Adaptado de Crocco et al (2006, p. 45)

Page 34: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

34

3 MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

3.1 Evolução pela história

A história como um todo demonstra os modos e as formas de

relacionamento entre os que estão no poder e seus súditos, esta forma de se

relacionar com o coletivo e o ilimitado em suas variáveis, adaptações e flexibilidade,

atualmente é compreendida pelos princípios de marketing. Assim como hoje, na

antiguidade os poderosos precisavam se valer do poder da comunicação, influência

e da sua imagem, na tentativa de tornar o seu governo viável e aceito pelo povo,

haja vista que, na maioria dos povos, o comando era feito pela monarquia e o seu

exército.

Maquiavel frisava que o importante é “parecer ser”, ou seja, na linguagem

contemporânea do marketing significa a imagem. Ainda para Maquiavel, o desejo de

conquistar o poder é natural e louvável, porém para ele um rei precisa fazer com que

as pessoas gostassem dele, que se sentissem seguras em seu reinado, eliminando

os conflitos internos e a ociosidade, a fim de que seu reinado ficasse livre de

conflitos e invasões externas, o que seriam hoje, emprego e segurança, duas

vertentes de qualquer plataforma de governo.

Para Teixeira (2006, p. 15), Maquiavel:

foi o primeiro pensador a perceber que um governante precisa do apoio popular, além das demais instituições, pois, um povo forte e organizado seria o principal colaborador na manutenção do sistema, o que desestimularia ataques externos ou qualquer perturbação de ordem pública. Pregava a autonomia da política usando a eloqüência, as artes, a música e os esportes como instrumentos para convencer as pessoas.

De acordo com Manhanelli (1992), em estudo mais aprofundado sobre as

eleições nos tempos remotos, foram encontrados, em escritos deixados pelos povos

de Esparta, Atenas e pelo povo de Roma, documentos em que são percebidos, com

muito poucas modificações, que as ações que se fazem presentes nas eleições

contemporâneas repetem-se na base das da Antiguidade.

Page 35: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

35

Somente a partir do século XIX, com o surgimento de diversas ciências

humanas, com a psicologia e a sociologia, o estudo do comportamento da sociedade

passou a ser um dos focos principais. Marx, em seus estudos, provou que é a

conjuntura que determina os resultados de uma eleição e não o contrário, como se

pensava anteriormente, indicando que o povo tem sua opinião própria e reage de

diversas maneiras aos estímulos que recebe, inclusive com votos. Com o advento

das repúblicas democráticas como forma e regime do Governo em muitas nações

nesse período, a necessidade de planejamento estratégico para as campanhas

eleitorais já se fez presente. (TEIXEIRA, 2006, p. 17).

De acordo com Figueiredo (1994), o início do marketing político esteve

associado ao desenvolvimento da propaganda. Como, por exemplo, o que ocorreu

em 1952, quando o general Eisenhower, um dos pioneiros a utilizar a publicidade

nas campanhas eleitorais na propaganda de televisão, sendo, até ironizado de

“tentar se vender como se vende um sabonete”. A partir daí o marketing político

começou a surgir como importante elemento na campanha, sendo uma das

preocupações dos profissionais de marketing adaptar o discurso do candidato de

acordo com as necessidades e especificidades da televisão. Ainda conforme o autor,

alguns anos depois, o marketing político surgia nas campanhas americanas, as

primeiras ferramentas utilizadas eram os ataques aos “concorrentes”, e a televisão

foi o principal canal utilizado para alcançar a população.

No cenário mundial, o marketing político ganhou forças na década de 1960,

subdividindo-se em marketing eleitoral e marketing governamental. Ambos são

relevantes na carreira de um político que deseja alcançar um bom conceito baseado

em seu estilo pessoal, história de vida, qualidades e convicções políticas mais

fortemente identificadas com o povo (TEIXEIRA, 2006, p. 18).

No Brasil, o então presidente Getúlio Vargas já utilizava os princípios de

marketing para divulgar e manter sua imagem pública como o “pai dos pobres”, de

tal forma que se consagrou, até hoje, como o melhor presidente deste país.

Contudo, somente após a queda da ditadura militar que foi perceptível a utilização

dos princípios de marketing no contexto político, por meio de pesquisas qualitativas

e quantitativas os partidos buscaram melhorar o desempenho de seus projetos de

campanha haja vista a acirrada concorrência eleitoral. “Mudanças que poderão ser

Page 36: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

36

ganhos e, ou, perdas de capacitação, aquisições, fusões, incorporações, venda da

imagem, mudanças organizacionais, alterações nas estratégias e no candidato,

disponibilidade ou não de recursos de vários tipos, além de dificuldades

momentâneas” (NOVAES, 2008).

O marketing político vem ganhando grande destaque no país não só em

relação às discussões realizadas pela mídia, como a repercussão entre os eleitores.

Sabe-se que muito se tem estudado e escrito sobre, mas ainda assim em muitas

vezes o termo é empregado de maneira equivocada e pejorativa, criando uma visão

diminutiva do assunto, uma confusão em torno do verdadeiro modo de utilização na

área política e do profissional (NOVAES, 2008).

3.2 O conceito de Marketing Político

Uma dificuldade inicial surge de uma falta de precisão dos aspectos do

processo político a que cada autor se refere. Não há uma conceituação dos diversos

momentos do processo político, necessária para uma inquirição sobre a utilização

dos recursos de marketing em momentos diferentes. Basicamente, essa

investigação envolveria a identificação de técnicas utilizadas por partidos e políticos

no período de poder, bem como de conceitos e ferramentas específicas para

campanhas eleitorais. (BERNDT, PINTO e MIRANDA, 1985).

Shama (1976), apud Berndt, Pinto e Miranda (1985), define marketing

político como sendo “o processo pelo qual candidatos e ideias políticas são dirigidos

a eleitores a fim de satisfazer suas necessidades políticas e, dessa forma, ganhar

seu apoio para o candidato e ideias em questão”.

Para Lindon (1976), apud Berndt, Pinto e Miranda (1985), marketing político

é “um conjunto de teorias e métodos de que se podem utilizar as organizações

políticas e poderes públicos, ao mesmo tempo para definir seus objetivos e

programas e para influenciar o comportamento de seus cidadãos”.

Para compreender, Bongrand (1985) apud Novaes (2008), define o

marketing no âmbito político como sendo a união de técnicas e comportamentos

Page 37: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

37

utilizados para adaptar ideias, entidade e/ou pessoas ao ambiente que integram,

tornando-o conhecido e realçando as diferenças que possui em relação aos demais

concorrentes, para conquistar o máximo possível da preferência juntos aos

destinatários.

Rego (1985, p. 14) afirma que o marketing político é entendido como o

esforço planejado para se cultivar a atenção, o interesse e a preferência de um

mercado de eleitores, é o caminho indicado e seguro para o sucesso de quem

deseja entrar na política.

Já Figueiredo (1994, p. 10), conceitua que o marketing político como:

Um conjunto de técnicas e procedimentos, utilizados para equipar um candidato ao eleitor, tornando-o visível e conhecido à maior quantidade possível de eleitores, para então poder enfatizar suas diferenças em relação aos seus concorrentes políticos, se mostrando uma opção mais vantajosa como representante da população.

Teixeira (2006, p. 21) explica que:

O marketing político é um conjunto de conceitos e procedimentos que, interagindo adequadamente, procura adequar as ações de uma campanha eleitoral e/ou de uma contínua comunicação entre o político como líder público e seus liderados, de modo consistente ao planejamento e organização próprios e com a máxima eficiência dos recursos disponíveis, buscando a melhor eficácia para angariar o maior possível de votos e a efetividade no longo prazo, por meio de uma intensa credibilidade conquistadora. Evoluindo para o conceito específico do marketing político, trata-se de um conjunto de técnicas e procedimentos que procuram adequar um candidato ao seu eleitorado potencial, procurando torná-lo conhecido do maior número de eleitores possível.

Dantas (2010, p. 46) acrescenta:

O marketing político é um conjunto de atividades que começa com a identificação de necessidades do público em geral, por meio das pesquisas, continua com o planejamento, que cuida das estratégias de produto (o político), preço (valor percebido pelos eleitores em relação ao político e tangibilizado no voto), promoção e distribuição, segue com a “comercialização” do produto (a oferta do candidato ao seu público) e termina com a “gerência do produto”, ou seja, a manutenção da imagem do candidato junto ao público durante todo o período em que durar seu mandato. Durante as fases de comercialização e gerência do produto utiliza-se a propaganda política.

Page 38: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

38

Interessante observar a evolução conceitual do marketing político, partindo

dos princípios básicos do marketing que originalmente focava seus esforços apenas

no produto (candidato), chegando ao marketing contemporâneo que visa a

satisfação do cliente (eleitor), obviamente que os profissionais de marketing político

utilizam as técnicas do marketing para identificar o público-alvo (eleitorado), suas

necessidades e desejos, bem como suas expectativas e o comportamento do

consumidor (eleitor), assim como a segmentação de mercado, para então, delinear o

planejamento estratégico de marketing a ser adotado para campanha, seja ela

proporcional ou majoritária.

É importante compreender que diferente do marketing eleitoral, que visa

mais ao curto prazo, o marketing político traz resultados no longo prazo. Em outras

palavras, o marketing político permite ao cidadão ou governante a utilização de

ferramentas e técnicas descritivas para o desenvolvimento de uma candidatura,

assim como a continuidade de um governo, ou eleger o seu sucessor. Já o

marketing eleitoral é para ser aplicado durante o período da campanha eleitoral, ou

seja, em apenas cento e vinte dias, o que é traduzido num elevado esforço gerencial

para constituir e desenvolver uma candidatura

3.3 Fundamentos de Marketing Eleitoral

No princípio, os candidatos e os partidos políticos valiam-se apenas da

concepção básica de divulgação como única ferramenta para promover a campanha

eleitoral, demonstrando de forma singular os interesses do candidato e não os

anseios da sociedade. Logo os políticos perceberam que a propaganda provocaria

uma maior atenção por parte da sociedade, com isso atingiria um público maior, que

desta forma ampla poderia expor a proposta da coligação mais abrangente à

comunidade. Diante da evolução política e cultural, as populações europeias e

americanas tornaram-se mais exigentes em seus anseios e desejos, e os políticos

começaram a perceber que somente a propaganda não é suficiente para fazer com

que as pessoas aceitassem as ações sociais como atendimento pleno dos seus

anseios e desejos.

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39

Informa e

Emite opiniões

Pesquisa

Capta

Na fase de propaganda, os candidatos desenvolviam esforços para “vender”

e “difundir” as ações sociais que produziam, tentando persuadir a sociedade a

“comprá-las” como sendo o melhor que poderia ser feito. Na fase do marketing

eleitoral, primeiro o candidato procura obter informações sobre aquilo que a

sociedade quer, para aí então produzir propostas sociais adequadas a estes

desejos. (MANHANELLI, 1992, p. 20).

Ainda o autor o objetivo do marketing eleitoral consiste em implantar

técnicas de marketing político e comunicação social integrados, de forma a angariar

a aprovação e simpatia da sociedade, construindo uma imagem do candidato que

seja sólida e consiga transmitir confiabilidade e segurança à população elevando o

seu conceito em nível de opinião pública. (MANHANELLI, 1992, p. 22).

Figura 4.0 – Formação e consolidação de Imagem.

Fonte: adaptado de Manhanelli (1992, p. 13)

O autor conclui que marketing eleitoral abrange todas as técnicas de

comunicação disponíveis no mercado, iniciando-se por um trabalho de pesquisa e

sondagem, que irá nortear a construção da espinha dorsal da comunicação eleitoral

com um todo e do projeto de marketing político. (MANHANELLI, 1992, p. 23).

Necessidades, Desejos e Anseios Populares

Ações Eleitorais

Formadores de Opinião

Fatores de Influência: jornais telejornais radiojornais programas populares testemunhal subliminar

Quem

Analisa Fazem

Florescer

Page 40: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

40

Kuntz (2006, p. 19-20) afirma que:

“O marketing eleitoral é o marketing da conquista, que reúne a força e a convicção obstinada da paixão com a astúcia, o planejamento e a estratégia de guerra. (...). Ele é vibrante e seria afoito se não fossem as pesquisas, dado seu objetivo a curto prazo e imediatismo. (...) E você conquista eleitores do mesmo jeito que conquista as pessoas que você considera importantes na sua vida pessoal ou no seu projeto profissional: adaptando o que pensa, acha importante ou quer, àquilo que as pessoas querem.

Para Pimentel (2004, p. 23) o marketing eleitoral diz respeito à grande cena

teatral da política que acontece em torno das eleições. Cena, onde as mobilizações

e as alianças ficam cada vez mais fortes e o político vai à busca do bem mais

precioso que o eleitor pode lhe oferecer: o seu voto.

3.4 O composto Mercadológico de Marketing Político

Como o público-alvo do marketing político é o mercado eleitor, os

profissionais de marketing direcionam as suas estratégias para satisfazer este

segmento de maneira lucrativa. Em uma campanha eleitoral, depois de uma

pesquisa detalhada dos eleitores, o composto mercadológico é direcionado aos

resultados dessa pesquisa. Embora dezenas de variáveis estejam envolvidas, a

tomada de decisões em marketing pode ser dividida em quatro estratégias básicas,

conhecidas como “quatro P’s”: Produto, Preço, Ponto (distribuição) e Promoção. Seu

conjunto forma o composto de marketing - mistura dos quatro elementos de

estratégia para atender às necessidades e preferências de um mercado específico.

(GARCIA, ZUCCOLOTTO, e SILVA, 2004).

Para Teixeira (2006), enquanto a classificação em quatro itens é útil para um

estudo e análise, a combinação das variáveis determina o grau de sucesso do

marketing. A chave para formar o melhor composto de marketing é saber quais são

os desejos das pessoas a servidas.

Kotler (1978), apud Garcia, Zuccolotto, e Silva (2004), relata as abordagens

de marketing necessárias para que um cidadão saia do anonimato e consiga ser

eleito, permanecendo eleito, isto é, que um político possua uma meta dominante a

Page 41: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

41

fim de ser eleito e de que todos os seus planos e ações sejam escolhidos, visando a

essa meta. O candidato é um novo produto procurando um lançamento bem

sucedido no mercado de eleitores. “Assim que for eleito, o candidato deverá sempre

manter e cultivar a satisfação dos eleitores através de seu bom desempenho,

organização, retórica apropriada e carisma, pois candidato carismático é aquele que

dá a um grande número de eleitores a sensação de que irão, pessoalmente,

beneficiar-se através da eleição do candidato”.

De acordo com Teixeira (2006), Garcia, Zuccolotto, e Silva (2004), o

composto especificamente dentro do marketing político:

Produto – Em marketing, a palavra produto significa mais do que bem,

serviço ou ideia. O produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para sua

apreciação, aquisição, uso ou consumo para satisfazer um desejo ou necessidade.

O valor do produto está na capacidade que ele tem de ajudar a satisfazer as

necessidades do usuário. As pessoas não pensam somente em um produto, e sim

na satisfação que ele oferece. No marketing político, o produto é o próprio político

que precisa vender sua imagem ao eleitor com suas ideias e programas de atuação,

buscando moldar seu perfil ao escolhido por seu público-alvo.

Preço – É o valor justo pago pela posse de um bem ou serviço. A

determinação do preço recebe diversas influências externas. Uma das áreas mais

difíceis para decisão do marketing é a estratégia de preço que trata de métodos de

estabelecimento de preços lucrativos e justificáveis. Ela está estritamente

regulamentada e sujeita à exaustiva e minuciosa vigilância pública. (...) No marketing

político o preço pago pelo eleitor é seu voto decidido com base nas propostas do

político avaliadas, justificáveis e apreciadas pelos eleitores. Por isso, o candidato

precisa apresentar as melhores propostas para agradar o eleitor e ultrapassar a

concorrência.

Praça / Ponto de Distribuição – Os profissionais de marketing desenvolvem

estratégias de distribuição para assegurar que seus produtos estejam disponíveis

nas quantidades apropriadas em lugares e momentos certos. A distribuição envolve

toda a atividade que visa a conduzir o produto do fabricante até o consumidor final.

É necessário criar e/ou utilizar canais de distribuição que permitam que o produto

Page 42: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

42

chegue ao seu cliente. No marketing político, a distribuição é feita através dos meios

de comunicação, como revistas, jornais, folhetos informativos, televisão, internet,

entre outros, e também através de cabos eleitorais, para que a imagem do candidato

e suas propostas cheguem a tempo hábil ao eleitor. Por isso, um dos fatores críticos

de sucesso da campanha é sua acessibilidade, ou seja, que ela se faça presente em

todos os pontos onde acontecem as eleições. Em eleições municipais, por exemplo,

é possível fazer campanha fora do município, nas vias próximas a locais muito

frequentados por seus moradores, como aeroportos, praias e estradas.

Promoção – O composto promocional compreende a promoção de vendas,

que consiste num conjunto diversificado de ferramentas de incentivo de curto prazo,

que visa a estimular a compra ou venda de um produto ou serviço. A publicidade é

um conjunto de estímulos para monitorar e atender a demanda de um produto

através de meios de comunicação. Essa estratégia é muito utilizada, pois comunica

a existência do produto e suas qualidades. (...) As relações públicas são um

processo de informação, conhecimento e educação com fim social e utilizam, para

tanto, técnicas para conseguir a boa vontade e a cooperação das pessoas. São

utilizadas como meio de fixação da imagem institucional, divulgação de usos e

aplicações. São usadas também para melhorar o relacionamento com os diversos

públicos-alvo. Em qualquer tipo de comunicação, a maneira como se passa uma

mensagem potencializa diversos tipos de interpretação e isso não poderia ser

diferente para a comunicação política. (...) No marketing político, a promoção varia

de ações executadas pelo político, como transportes, alimentos, entre outras ajudas

que possam incentivar o eleitor a escolher determinado candidato ou partido, e a

disseminação dessas atitudes através da propaganda, publicidade e relações

públicas. A propaganda, assim como a ponta do iceberg, é parte visível de todo o

marketing político, que começa muito antes do tempo oficial da campanha.

Para Teixeira (2006), a comunicação é eficiente se alcança três objetivos

básicos, que são:

• Cognitivo: Fazendo com que a pessoa compreenda a mensagem;

• Afetivo: Para que a pessoa aceite a mensagem por ter gostado dela;

• Comportamental: Incentiva a pessoa agir em prol da concretização do

conteúdo da mensagem.

Page 43: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

43

É evidente que dentro do composto mercadológico a ferramenta

comunicação é a principal vertente promocional para qualquer campanha, pois

através objetivo comportamental o candidato se fará compreendido em suas

propostas, ser estimulado pela população, e principalmente angariar correligionários

para sua campanha. Uma vez que no marketing político o primordial não é divulgar o

político com sua formação e experiência, e sim transparecer a capacidade que o

político tem de resolver os problemas sociais da comunidade devido a sua

compreensão e identidade com o povo. Contudo, deve ter o máximo de cuidado a

utilização das técnicas de comunicação fora do período de eleição, possa que dê

uma ajuda singular para o desenvolvimento da imagem do candidato, mas a lei

eleitoral é severa quando caracteriza qualquer publicidade como propaganda

eleitoral, e como punição até a cassação do cargo eleito.

Para ilustrar a recomendação e o cuidado com comunicação fora do período

da eleição, no último dia 13/Abril/2011 a Folha.com postou a seguinte matéria: TSE

multa Mercadante por propaganda antecipada no Twitter.

O ministro Hamilton Carvalhido, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), aplicou multa de R$ 5.000 ao ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, por propaganda eleitoral antecipada, via Twitter, em seu favor e da então presidenciável Dilma Rousseff, antes do início da campanha eleitoral de 2010. À época, Mercadante era pré-candidato ao governo de São Paulo.

A ação foi ajuizada no TSE pelo Ministério Público Eleitoral contra decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, que concluiu que Mercadante não realizou propaganda eleitoral antecipada ao publicar mensagens em seu microblog.

Segundo o Ministério Público, nas mensagens, Mercadante dizia: "Se eleito governador darei prioridade ao ensino público em período integral, especialmente no ensino médio p/ criar curso profissionalizante" e "Estou com a futura presidente Dilma em São Paulo. Ela veio me dar um abraço e o apoio a nossa Convenção Estadual, amanhã no Expo Center Norte".

Para o Ministério Público, as postagens do candidato "demonstram, de forma explícita e inequívoca, sua pretensão de disputa ao cargo de governador nas eleições 2010".

Segundo a defesa do ministro, não se teria configurado propaganda eleitoral irregular, pois "não há pedido de votos, não há exaltação do candidato como o mais qualificado, não há divulgação de plataforma política".

Em sua decisão, Carvalhido citou a jurisprudência do TSE, no sentido de que, "deve ser entendida como propaganda eleitoral antecipada qualquer manifestação que, previamente aos três meses anteriores ao pleito e fora das exceções previstas no artigo 36-A da Lei 9.504/97, leve ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo

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44

que somente postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou as razões que levem a inferir que o beneficiário seja o mais apto para a função pública".

O Tribunal de Superior Eleitoral já havia punido o Senador Mercadante com

outras multas, bem como outros políticos na última eleição, em 2010. Portanto, os

profissionais de marketing e partidos devem se policiar no período que antecede a

convenção partidária para formalização das candidaturas, a fim de não prejudicar

todo um trabalho constituído através de uma longa negociação política e partidária.

As últimas eleições demonstraram uma enorme modificação na forma que

partidos e políticos buscaram atingir o eleitorado, graças à comunhão das

ferramentas de marketing político utilizadas pelos profissionais de marketing, como

por exemplo: a utilização do composto mercadológico e segmentação do eleitorado.

Desta maneira norteou o planejamento, desenvolvimento e execução do programa

de campanha, com intuito real de satisfazer o desejo do eleitor (consumidor), uma

vez que este passou a elevar o seu grau de exigência política, e de certa forma

buscando nas mídias as informações básicas e históricas de seus candidatos.

3.5 Pesquisa Eleitoral

Na Era do Conhecimento, a informação é a maior fonte de poder, ou melhor,

informação é poder. Vivemos um tempo em que não há fórmulas a ser aplicadas

como verdades absolutas em qualquer contexto para tomar a decisão ótima e

chegar à solução ideal. É preciso estar preparado para administrar, convivendo com

o imprevisto. Daí a importância das pesquisas do cenário político. (TEIXEIRA, 2006,

p. 35).

Dantas (2010, p. 183) explica que a pesquisa de marketing, conforme

definição da Associação Americana de Marketing pode ser entendida como:

coleta, registro e análise sistemáticos de dados sobre problemas relacionados à comercialização de bens e servidos. (...) Da mesma forma, no marketing político dos dias atuais, pode-se dizer que todo político que se arvora a um cargo público ou que se deseja preservar sua imagem e/ou a de seu partido não pode abrir mão da pesquisa de marketing.

Page 45: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

45

A pesquisa eleitoral mostra uma realidade estática. Ou seja, qual é a

situação do momento. Várias pesquisas sobre o mesmo assunto, feitas durante

certo intervalo de tempo, é que poderão mostrar a tão famosa “tendência” (...). Por

outro lado, as pesquisas não se prestam apenas para indicar “quem está na frente”

na corrida eleitoral: este é apenas um dos pontos detectados por ela.

(MANHANELLI, 1992, p. 37).

Pimentel (2004, p. 67) ressalta que “as pesquisas devem ser objeto de total

atenção, tal a sua importância em uma campanha. Precisamos saber quando

solicitar e como utilizar essas pesquisas. Nenhum candidato, que seja para

vereador, quer para presidente, pode enfrentar uma campanha sem pesquisas (...).

Sem pesquisa não tem campanha que tenha sucesso (...), sem as pesquisas os

candidatos vão funcionar na base do achômetro, sem sustentação para seus

argumentos, o que não leva a lugar algum”.

Kuntz (2006, p. 103) explica que a pesquisa é o principal instrumento à

disposição de um candidato para a elaboração de suas estratégias de campanha.

De nada adianta que ele ou sua equipe sejam dotados de inteligência, bom senso,

experiência e outras qualidades, se não puder contar, como ponto de partida, com

informações confiáveis. Ainda para o autor, a não utilização de pesquisas na

formulação estratégica de uma campanha implica a aceitação da intuição,

sensibilidade e formulações mal fundamentadas, elevando consideravelmente o

fator risco da cada campanha eleitoral.

É através das pesquisas que se conhecem os principais adversários diretos,

os potenciais para o futuro, que se definem os segmentos eleitorais mais

promissores e os mais hostis. Isso também é importante, já que planejamento deve

ser para longo prazo. Além disso, pode-se dividir a cidade em diversas regiões

geográficas ou segmentos populacionais homogêneos, identificando a prioridade e

os assuntos mais preocupantes de cada região ou segmento, fazendo um

mapeamento político e social da cidade no organismo vivo que é a cidade.

(TEIXEIRA, 2006, p. 36).

A pesquisa eleitoral não é por si só a resposta para todos os

questionamentos acerca do eleitorado, apenas demonstra a tendência política e não

Page 46: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

46

a realidade dos acontecimentos que afligem a sociedade e o que a sociedade

espera de cada candidato. Mas é uma essencial ferramenta estratégica para

elaboração da plataforma de campanha, para tal êxito os profissionais de marketing

precisam utilizar as pesquisas qualitativas para identificar o perfil do eleitorado e

qual o perfil ideal do candidato, além dos temas mais ventilados pela população

sobre seus problemas, anseios, desejos e necessidades, que servirão de base para

elaboração da pesquisa quantitativa, serve para saber o grau de popularização do

candidato e dos concorrentes, por faixa etária, sexo, distribuição geográfica etc. É

esta a pesquisa mais divulgada nos órgãos de comunicação. (MANHANELLI, 1992).

3.5.1 A opinião pública

A opinião pública, juntamente com as necessidades do povo, deve ser a

única e verdadeira legitimadora dos discursos e ações dos políticos, inclusive para

modificar leis que se tornaram obsoletas pelas mudanças comportamentais da

sociedade (...). A opinião pública torna-se a lei informal para direcionar as ações e

as estratégias da campanha eleitoral (...). A opinião pública é uma realidade abstrata

que se forma em atitudes verbalizadas sobre um determinado tema (...).

Teoricamente, a opinião pública é a somatória das opiniões de todos os indivíduos,

porém devidamente ponderadas pelo momento da pesquisa, pelos fatos que

possam interferir na percepção das pessoas, mas, principalmente, pelo grau de

influência dos líderes naturais de cada grupo em que são formadores de opinião

(TEIXEIRA, 2006).

Kuntz (2006, p. 231) acrescenta que “a opinião pública é o grande monstro

sagrado que a todos atemoriza ou impõe respeito, ao mesmo tempo em que é por

todos perseguida, na afã de se conseguir penetrá-la e conquistá-la. Representada

pela média das opiniões correntes e expectativas de uma sociedade, seu processo

de formação é complexo, composto pelo somatório de todas as tendências sociais,

correntes intelectuais, costumes, moda, moral, tecnologia etc., de todos segmentos

socioeconômicos e culturais de cada comunidade. À medida que aumenta o número

de votos necessários para a consecução da meta que o candidato postula, maior é a

Page 47: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

47

sua necessidade de conseguir o imprescindível respaldo junto a faixas mais amplas

do eleitorado nas comunidades onde disputa esses votos”.

Mensurar a opinião pública com total exatidão não é tarefa fácil para o

profissional de marketing, pois a mutação na opinião pública é constantemente

incentivada pelos fatos que acontecem no cenário social e político local e regional.

Teixeira (2006) chama atenção para um erro muito grotesco do marketing político

que é pesquisar somente as opiniões dos afiliados do partido e simpatizantes com

alto envolvimento com o candidato. Segundo a autora, embora as opiniões dos

simpatizantes ao candidato sejam tão relevantes como as de qualquer cidadão, não

se pode deixar de considerar que são muito distorcidas pela visão emocional em

relação ao candidato, deixando de identificar pontos fracos percebidos por outros

cidadãos com uma visão mais crítica.

3.6 A relação do Profissional de Marketing Político

Essa profissão exige um esforço de relacionar saberes ainda dispersos em

diferentes campos de conhecimento, um conjunto de conhecimentos teóricos e

práticos relacionados à política, e à opinião pública, além da moderna concepção de

propaganda política, todas as áreas interagindo com as atividades de marketing. O

Profissional de marketing político – com o apoio de especialistas em comunicação

social, ciência política, propaganda e pesquisas – trabalha no convencimento do

eleitor. (TEIXEIRA, 2006, p. 30).

Os autores Macedo e Manhanelli (2007) contribuem quando afirmam que

Profissional de marketing político “deve ser um profissional com conhecimento

multidisciplinar, pois as várias ciências que interferem no marketing político devem

ser entendidas e interpretadas por ele. Sociologia, Pesquisas, Ciências Políticas,

Psicologia das Massas, Comunicação, Jornalismo, TV, Rádio, Jornalismo,

Propaganda, Publicidade e Marketing são apenas algumas das ciências que

interferem na análise e no entendimento do mundo Político/Eleitoral”.

Fontes (2006) explica que este segmento profissional, relativamente recente

no Brasil, já encontra ressonância há mais de quatro décadas nos Estados Unidos e

Page 48: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

48

Europa. Portanto, a visibilidade destes profissionais está, também, diretamente

ligada à alternância de poder, ao aperfeiçoamento das regras democráticas, à

necessidade de atender de forma diferenciada aos grupos distintos de eleitores e à

impossibilidade do candidato manter contato direto e próximo com o universo

eleitoral numa sociedade cada vez mais complexa.

Em muitos momentos os profissionais de marketing político são

caracterizados como mágicos e poderosos estrategistas, em outros momentos com

conotações nem sempre positivas sobre manipulação de massa. Os consultores

políticos ganharam grande destaque nos últimos anos e passaram a ocupar páginas

de importantes jornais e consideráveis espaços da mídia eletrônica. (...) Além de

parte da imprensa, é inegável que segmentos de eleitores observam os consultores

com demasiado rigor, outorgando-lhes poderes extra-humanos, quase sempre para

o mal, como se fosse possível eleger alguém sem votos, usando apenas as

estratégias de marketing. Se existem vencedores, certamente, houve a decisão da

maioria dos votantes. (MACEDO e MANHANELLI, 2007).

Teixeira (2006, p. 30) chama atenção ao tratamento dado a esses

profissionais como “mágicos com poderes místicos”, pois essa visão confunde muito

mais do que esclarece suas responsabilidades e limites de atuação. (...) A

importância desses profissionais está diretamente ligada à necessidade de atender

de forma diferenciada aos segmentos distintos e dificuldade de o candidato manter

contato direto e próximo com o povo. (...) Pois, quando o político ascende ao poder

ou fracassa, há sempre a tendência de atribuir o fato ao consultor numa atitude

simplista, que não profunda o debate e distorce a realidade sem buscar verdadeiras

razões.

Muitos candidatos com a imagem arranhada perante o eleitorado buscam

em alguns Profissionais de marketing político, com perfil agressivo, a solução rápida

para atenuar sua impopularidade social, ao mesmo tempo em que se dispõem

literalmente como verdadeiros, que momentaneamente, “marionetes” nas mãos de

seus consultores. E sob sua responsabilidade os consultores acabam por distorcer o

sentido e objetivo da campanha, o que a torna desalinhada com as necessidades e

anseios do eleitorado, ou pior, acabam por constitui uma imagem falsa do candidato

através dos discursos persuasivos, baratos e sensacionalistas. Sendo o profissional

Page 49: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

49

de marketing responsável pelas ações dos eleitores que não possuem autonomia,

conhecimento e recursos para decidirem o rumo de suas vidas. Por esse contexto

que Teixeira (2006) afirma que “a campanha ideal deve refletir o candidato ideal a

partir da visão do eleitor e não do profissional de marketing com suas ideologias e

estilos próprios de campanha. O profissional de marketing é um conselheiro

cabendo ao político aderir ou não a seus conselheiros.

O importante nesta relação é a clara distinção da atuação das partes

envolvidas, de um lado político com seu plano de governo constituído a partir da sua

experiência aliada aos debates com a sociedade, através de seus lideres

comunitários. E do outro lado, o profissional de marketing que tem sob a sua

responsabilidade de tornar claro e compreendido o projeto de governo do candidato,

bem como a avaliação das ferramentas necessárias de marketing a serem aplicadas

no período eleitoral.

Page 50: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

50

4 ANÁLISE AMBIENTAL DO PLANEJAMENTO DE MARKETING

4.1 Análise ambiental

Antes de iniciar qualquer empreitada, seja ela empresarial ou política, é

imprescindível para o êxito do planejamento que seja realizada uma criteriosa

análise do ambiente (oportunidades e ameaças) a fim de que possa diminuir os

riscos e potencializar a vitória do empreendimento, haja vista que toda sociedade

como um organismo vivo tem seus fatores ambientais que interagem e

interrelacionam de tal forma que influencia toda conjuntura social. Teixeira (2006)

elenca os fatores que mais interferem numa campanha eleitoral: a imprensa, as

pesquisas, a situação e características particulares do local da eleição, os elementos

da política, e, principalmente, o comportamento das pessoas em relação à política e

em relação à própria sociedade em que estão inseridas.

Ainda segundo a autora, “uma análise ambiental para qualquer

empreendimento, mesmo sendo de curto e predeterminado prazo, como uma

campanha eleitoral, envolve questões referentes à ecologia, mercados, economia,

política, tecnologia, concorrências, demografia, cultura e sociedade. Os fatos se

dividem basicamente em questões culturais, sociais e econômicas. Todos esses

aspectos conjuntamente atuam no ambiente criando as condições temporais que

acarretam oportunidades e ameaças. Analisá-los, separada e comparativamente,

requer, além de conhecimento, muita perseverança para minimizar os riscos das

estratégias a ser adotadas no horizonte de futuro traçado pelo planejamento”.

(TEIXEIRA, 2006, p. 60).

Peter et al (2005, p. 23) explica que análise do ambiente é o processo de

monitoramento do ambiente organizacional para identificar as oportunidades e os

riscos atuais e futuros que podem vir a influenciar a capacidade das empresas de

atingir suas metas. Para ele, o ambiente organizacional é o conjunto de todos os

fatores, tanto internos como externos, que podem influenciar o processo obtido por

meio da realização dos objetivos.

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51

Com o objetivo de maximizar as possibilidades de qualquer candidato obter

a vitória nas urnas, é preciso que o profissional de marketing e a equipe política

(candidato, políticos, cabos eleitorais e assessores de campanha) compreendam e

mensurem os pontos fracos e os pontos fortes do candidato, com foco na sua

evolução política e social, a viabilidade de sua vitória na eleição, o grau de rejeição,

seus redutos eleitorais e, principalmente, as condições financeiras. Com base na

análise ambiental será possível identificar os principais pontos e fatores para serão

trabalhados pela coordenação de campanha, neste trabalho serão abordados os

principais fatores que influenciam na confecção do plano de marketing para uma

campanha eleitoral, que será tratado no próximo capítulo.

4.2 Comportamento do Eleitor

Quem é que vota? O Eleitor. Com uma resposta curta e direta pode-se

concluir que o eleitor é o centro das atenções dos candidatos e o foco principal dos

profissionais de marketing político. Nesse contexto o eleitor é compreendido como o

consumidor final do produto (candidato). E como tal é necessária a busca pela

compreensão do fator social, cultural, econômico e político em que este consumidor

esteja inserido, pois somente com a devida compreensão dos fatores que

influenciam o comportamento do eleitor é que os profissionais de marketing poderão

constituir o plano de marketing para campanha eleitoral.

Teixeira (2006, p. 61) explica que normalmente procura-se explicar o

comportamento por análises de atitudes e percepções individuais. As pessoas se

diferem por seus recursos, grau de conhecimento, atitudes, motivação,

envolvimento, personalidade, valores, estilo de vida, classe social, influência

pessoal, formação familiar e inúmeros fatores que as rodeiam desde muito antes do

seu nascimento.

É importante compreender que uma sociedade é composta de uma

população heterogênea, com necessidades diferentes e percepção de valor

diferenciada umas das outras. Praticamente o contexto social é que vai ditar a

formação de conceitos e ideais de parte da população, que para uma parte é

necessário atender as necessidades básicas e fisiológicas. Para outra parte da

Page 52: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

52

população são os desejos de transformação social e econômica que ditam o

comportamento e sua intenção de voto.

O pragmatismo eleitoral pode ser explicado pela Teoria da Pirâmide de

Necessidades Hierarquizadas de Maslow, que defende a ideia de que as pessoas

procuram satisfazer suas necessidades na seguinte ordem: necessidades

fisiológicas, segurança, aceitação social, auto-estima e realização pessoal. Partindo

dessa teoria, é mais oportuno elaborar uma campanha de marketing que estimule as

pessoas a tomar suas decisões de voto com base em seus problemas de cidadãos

(Teixeira, 2006). Ainda de acordo com a autora, “no Brasil, o voto é emocional, parte

da identidade entre o eleitor e o candidato, a tal ponto de evangélicos votarem

somente em evangélicos, descendentes de imigrantes votarem sempre em pessoas

da mesma colônia”.

Contudo, isso não é suficiente para garantir o sucesso e a vitória numa

campanha eleitoral, a sociedade hoje tem acesso à informação e expressa os seus

desejos, seria um equívoco do candidato e de sua assessoria pensar que o povo

não sabe o que quer. Em comunidades pequenas, ainda há manipulação da

concepção social por parte dos políticos, eles conseguem determinar o que o povo

precisa e deseja, porém já são casos isolados. As últimas eleições vêm

demonstrando através das urnas que o povo quer, além das necessidades

fisiológicas, o povo quer, e conseguirão com o tempo, a realização pessoal através

do voto.

4.3 A influência da impressa

Sempre houve a ideia de que a mídia é muito poderosa a ponto de formar a

opinião popular, moldar comportamentos e atitudes das pessoas, colocar e tirar

assuntos da pauta das discussões, construir e destruir imagens, tornar um

desconhecido qualquer uma celebridade e até interferir em processos políticos de

acordo de interesses próprios ou até por mero exercício de poder para um grande

número de receptores completamente passivos (...). Entretanto, o poder da imprensa

tem suas limitações. (TEIXEIRA, 2006, p. 78).

Page 53: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

53

Embora não seja negado o poder da imprensa, principalmente a imprensa

televisiva, no Brasil as empresas de comunicação são empresas de capital aberto, e

como qualquer empresa é imprescindível o cuidado e a manutenção de sua

credibilidade perante o público, tendência a favor de algum candidato é um alto risco

para sua credibilidade, pois a classe política brasileira não é bem vista pelo público.

Ainda correm o risco de perder os contratos de publicidade governamental, caso o

candidato opositor venha ser eleito.

O poder da imprensa, como instituição, é inquestionável, tanto que é

considerada como o quarto poder e se constitui no principal instrumento formador da

opinião pública. Isso se dá porque as pessoas e ações, o que se comprova

facilmente nas próprias conversas entre cidadãos, onde é comum o início de um

diálogo com a frase: – “Você viu a entrevista de fulano de tal na TV?”, ou no jornal Y,

ou então ter-se como a uma indagação qualquer: – “Li isto no jornal X” ou: – “Você

não assiste à TV?” (...). Tornando-se individualmente os veículos por meio dos quais

se manifesta a imprensa, a aferição do poder se faz com base em três critérios

fundamentais: o alcance do veículo e sua penetração, a credibilidade deste frente ao

seu público e a sua independência. (KUNTZ, 2006, p. 251).

4.4 Os Partidos e os Políticos

Um partido político é um grupo de pessoas comprometidas aparentemente

com os mesmos pensamentos e interesses, tentando fazê-los predominar sobre o

restante do corpo social; uma associação voluntária prolongada com programa de

governo de acordo com sua ideologia política, que canaliza interesses setoriais e

cujos integrantes aspiram por exercer o poder político ou participar dele mediante

aceitação eleitoral, com o intento de alcançar o poder para o controle estatal. Na

prática, os partidos são instrumentos e forma de organização do poder (TEIXEIRA,

2006, p. 86).

Rego (1985, p. 19) ressalta que “a serviço do candidato, um dos elementos

de grande eficácia é o Partido, que transfere para os políticos seu poder de

persuasão e influência. Por isso, o candidato deve ser bem-visto pelo Partido.

Page 54: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

54

Quando a máquina partidária acolhe o candidato com vontade e determinação, as

possibilidades de ajuda são maiores”.

Os partidos políticos no Brasil não possuem uma identidade ideológica

homogênea, seja ele de esquerda ou de direita, o resultado desta concepção é que

o eleitorado comum não relaciona o candidato ao partido político e sim a sua

pessoa. Contudo, a filiação a um partido está diretamente condicionada ao poder

deste partido, sua experiência e seu catálogo de políticos, que poderá auxiliar o

candidato na campanha eleitoral.

Quadro 3.0 - Relação dos Partidos Políticos registrados no TSE

SIGLA NOME DEFERIMENTO Nº

1 PMDB PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO 30.06.1981 15

2 PTB PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO 03.11.1981 14

3 PDT PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA 10.11.1981 12

4 PT PARTIDO DOS TRABALHADORES 11.02.1982 13

5 DEM DEMOCRATAS 11.09.1986 25

6 PCdoB PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL 23.06.1988 65

7 PSB PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO 01.07.1988 40

8 PSDB PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA 24.08.1989 45

9 PTC PARTIDO TRABALHISTA CRISTÃO 22.02.1990 36

10 PSC PARTIDO SOCIAL CRISTÃO 29.03.1990 20

11 PMN PARTIDO DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL 25.10.1990 33

12 PRP PARTIDO REPUBLICANO PROGRESSISTA 29.10.1991 44

13 PPS PARTIDO POPULAR SOCIALISTA 19.03.1992 23

14 PV PARTIDO VERDE 30.09.1993 43

15 PTdoB PARTIDO TRABALHISTA DO BRASIL 11.10.1994 70

16 PP PARTIDO PROGRESSISTA 16.11.1995 11

17 PSTU

PARTIDO SOCIALISTA DOS TRABALHADORES UNIFICADO

19.12.1995 16

18 PCB PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO 09.05.1996 21

continua

Page 55: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

55

continuação

19 PRTB PARTIDO RENOVADOR TRABALHISTA BRASILEIRO 28.03.1995 28

20 PHS PARTIDO HUMANISTA DA SOLIDARIEDADE 20.03.1997 31

21 PSDC PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA CRISTÃO 05.08.1997 27

22 PCO PARTIDO DA CAUSA OPERÁRIA 30.09.1997 29

23 PTN PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL 02.10.1997 19

24 PSL PARTIDO SOCIAL LIBERAL 02.06.1998 17

25 PRB PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO 25.08.2005 10

26 PSOL PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE 15.09.2005 50

27 PR PARTIDO DA REPÚBLICA 19.12.2006 22

Fonte: TSE (Tribunal Superior Eleitoral) – Seção: Partidos > Partidos Políticos > Registrados no TSE

Diante da quantidade de partidos político no Brasil a sociedade está mais

sensível ao comportamento dos políticos e do seu partido, principalmente com

atitudes de alguns políticos que só agem por conta própria e não na concepção

ideológica do partido, e dos atos de partidos, principalmente de esquerda e de

representatividade menor no legislativo, que agem isoladamente para prejudicar o

trabalho do governo e subsequentemente a qualidade de vida da população, a fim

de angariar recursos e atenções para o próprio partido.

A maior dificuldade do pré-candidato inicia com aceitação dos “caciques” dos

partidos políticos, pois, na sua maioria, ainda são controlados pelos fundadores ou

por políticos experientes e que se consideram indispensáveis para o grupo. Por isso

que alguns políticos em início de carreira filiam-se em partidos pequenos com o

objetivo de ganhar espaço no cenário político regional com olhar nos partidos de

alcance estadual, e, subsequentemente, em alcance nacional. Desta forma esses

políticos perdem sua identidade ideológica, agindo como verdadeiros atores de

telenovela, buscando apenas sua autopromoção política.

Teixeira (2006) acrescenta que “os partidos e os políticos precisam adotar

um posicionamento, inteirar-se das reais necessidades da população, adotar

práticas de responsabilidade social e ética, pois a sociedade com seu pragmatismo

eleitoral tende a cobrar, cada vez mais, as prestações de conta. Não há mais espaço

para o político que se comporta como um ator interpretando diferentes papéis a cada

Page 56: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

56

nova peça ou novela”. E ainda a autora “o troca-troca de partidos por parte de

alguns políticos confunde a visão das pessoas e dificulta um posicionamento mais

definido e, consequentemente, a construção de um envolvimento com o povo. Mas,

o fato de alguns políticos (brasileiros) trocarem constantemente de partidos não

afeta tão gravemente sua imagem perante o povo, visto ser esse um pequeno

defeito entre muitos observados nos políticos.

4.5 Avaliação de sua equipe

O “compadrismo” e a amizade podem ajudar, mas não tanto como

antigamente. Os amigos do candidato são importantes para fomentarem a criação

de grupos de trabalho voluntários, mas é um perigo deixar a campanha em mãos

amadorísticas. Equipes profissionais veem o candidato como um produto que quer

ter sucesso e planejam as medidas necessárias para isso, sem erros ditados por

paternalismo e “emocianalismo”. Para algumas tarefas, o candidato certamente

poderá se utilizar dos amigos. Mas em funções que exijam conhecimento

profissional, não deverá haver concessões. A escolha de agências e assessorias na

área de comunicação dever se dar não apenas em função do porte da empresa mas

em função da capacidade de compreensão e planejamento do marketing integrado

do candidato (REGO, 1985, p. 21).

Pimentel (2004, p. 37) explicar que:

para realizar um bom trabalho, o candidato político tem que se organizar e para isso tem que ter equipe, tem que contratar. O político tem que estar consciente de que ele não pode fazer uma campanha sozinho. Ele tem que ter inúmeros assessores de comunicação e de marketing. Estamos vivendo um momento novo: o da profissionalização dos processos de marketing político.

Para Kuntz (2006):

uma campanha desorganizada é inadmissível, por mais hábeis que sejam o candidato e sua assessoria. É preciso ter sempre presente que não existe boa vontade ou dedicação capaz de substituir a eficácia da organização, pois a complexidade das atividades a ser desenvolvidas durante uma campanha eleitoral exige que se disponha de uma estrutura ágil e

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57

equilibrada, capaz de exercer controles, absorver alto volume de informações e determinar estratégias de ação em curtíssimo espaço de tempo.

Estruturar uma equipe de campanha não é fácil, o fator confiança sempre

será predominante neste momento para o candidato político, porém há um senso

comum entre os autores mencionados, o amadorismo já não é mais aceito dentro do

cenário competitivo de uma campanha eleitoral, principalmente pelo espaço de

tempo muito curto. Por isso que os grandes partidos políticos estão contratando

especialistas em marketing político, assessoria de comunicação, assessoria jurídica,

e como uma empresa surge a figura de Chefe de Campanha, em termos o

Administrador, o CEO do empreendimento, ficando para o candidato a essência do

processo eleitoral, o que de melhor ele saber fazer, política.

Kuntz (2006) acrescenta:

É bom lembrar aos candidatos que nenhuma inteligência é prescindível num embate eleitoral, recomendando-se a arregimentação contínua de cabeças, que possam trazer novas idéias e enfoques diferenciados, eliminando-se assim riscos de ocorrência de vícios de campanha, comuns e involuntários, nas equipes integralmente compostas por velhos companheiros (...). Qualquer candidato, veterano ou iniciante, deve procurar, na medida do possível, contar em seu staff com o apoio ou assessoria de profissionais de marketing, publicidade, imprensa, relações públicas e pesquisas, a fim de assegurar o respaldo técnico necessário para a formulação adequada das estratégias e diretrizes adotadas na campanha.

Page 58: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

58

5 PLANO DE MARKETING PARA UMA CAMPANHA ELEITORAL

Uma campanha para ser eficiente, eficaz e efetiva deve ser bem planejada e

organizada com um mínimo de improvisos, “achismos”, sem exageros e sem erros

de marketing. Assim como uma grande organização avalia todas as perspectivas do

mercado para lançar um novo produto, o candidato deve utilizar-se de um

planejamento estratégico eficiente para antecipar suas vulnerabilidades,

potencializar suas virtudes e suavizar seus defeitos.

Para tal êxito é necessário, com antecedência, realizar a análise ambiental

das circunstâncias sociais e econômicas que cercam o candidato, assim como sua

capacidade de financiamento da campanha, pois qualquer dificuldade financeira

poderá comprometer totalmente o processo eleitoral, haja vista que o marketing

eleitoral é, no curto prazo, o seu sucesso; nas urnas, é conseqüência de um trabalho

de marketing político no longo prazo. Sendo assim, o trabalho de profissionais

especialistas na área de marketing político somado ao conhecimento político do

candidato e de seu partido certamente levá-lo-á à vitória nas urnas.

5.1 As campanhas eleitorais

De acordo com Mao Tsé-Tung: “A política é uma guerra sem derramamento

de sangue, ao contrário da guerra que é uma política sangrenta. Quem relaxa sua

vigilância, se desarma politicamente e reduz a uma posição passiva”. Eleição é, de

fato, uma guerra de discursos, propagandas e até psicológica, que necessita de

organização e estratégia como se fosse uma guerra de verdade. (TEIXEIRA, 2006,

p. 114).

O planejamento de campanhas políticas, cada vez mais, está se

profissionalizando. Isso porque, com a evolução da tecnologia, que facilita a

proliferação de notícias negativas a respeito dos políticos e a devassa feita pela

imprensa em suas vidas, o eleitor passa a ter acesso a essas informações com

muito mais clareza. As pessoas, graças a essa disseminação da informação, estão

Page 59: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

59

se tornando, a cada dia, mais criteriosas na escolha de candidatos a cargos políticos

(DANTAS, 2010).

Kuntz (2006, p. 79) acrescenta dizendo que:

o planejamento da campanha tem, por objetivos centrais, o de reunir toda informação existente ou possível de se obter sobre aliados, adversários, o histórico dos fatos e eleições passadas, forças sociais que possam interferir no processo eleitoral e tudo o que for possível para estabelecer um balanço dos pontos fortes e vulnerabilidades próprias, de aliados e adversários.

O grande objetivo [da campanha eleitoral] é conquistar e fidelizar o eleitor,

ou seja, conquistar votos e cristalizar na mente das pessoas a intenção de voto,

minimizando a possibilidade de desistência (...). O carisma do político é

fundamental, mas não garante vitória. A campanha deve demonstrar vibração,

criatividade na comunicação, garra e empenho dos envolvidos, passando a ideia de

que se acredita muito na eleição e que é um fato importante para a melhoria da vida

do povo. (TEIXEIRA, 2006, p. 114).

Ainda Teixeira (2006, p. 116), o maior objetivo de uma campanha é

influenciar o comportamento das pessoas na direção de obter delas os votos, em

uma perspectiva holítisca, respeitando as premissas da soberania e consciência do

eleitor na busca de benefícios sociais pelos instintos naturais de proteção e pela

ética e legitimidade das ações baseadas em princípios éticos.

Manhanelli (1992) explica que campanha eleitoral ganha-se na rua e não

sentando no comitê central tratando de fornecedores, pagamentos, recebimento de

materiais, transporte, agenda, reuniões com assessoria e com cabos eleitorais. O

autor faz uma relação de conselhos úteis aos candidatos para uma boa campanha

eleitoral.

1. Faça política; 2. Conheça a natureza humana; 3. Não hesite em ceder no acessório para preservar o principal; 4. Não delegue a ninguém o papel de líder; 5. Tenha cuidado com o que falar em público; 6. Saiba guardar segredo; 7. Prepare-se para trair e ser traído (“até tu, Brutus!”); 8. Articule-se sempre com a pessoa certa para não ter de negociar duas

vezes;

Page 60: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

60

9. A campanha vitoriosa é sempre aquela que consegue despertar emoções no eleitorado;

10. Uma campanha é construída em função das oportunidades. Fique de olho;

11. A organização é fundamental; 12. Escolha alguém que saiba administrar bem seus materiais; 13. Nunca perca o contato com a realidade; 14. Escolha com muito critério seus assessores mais próximos e, se

puder pagar, valorize o profissionalismo. 15. Não se esqueça das campanhas voltadas aos grandes centros e

outra dirigida às comunidades menores; 16. Cuidado com o “Já Ganhou”. Não subestime nem superestime os

adversários; 17. Aprenda ouvir. Ninguém é tão insignificante que não possa contribuir

ou ensinar alguma coisa; 18. Não descuide de manter o moral das tropas elevado; 19. Seja original e criativo. Dinheiro ajuda, mas não garante a vitória; 20. Aprenda a administrar bem o seu tempo; 21. Busque ser polêmico e saiba escolher bem seus adversários; 22. Quem tem a informação tem o poder (procure ter acesso às

pesquisas dos candidatos majoritários); 23. Consolide ao menos um reduto eleitoral antes de lançar-se à

conquista de outros; 24. Prepare-se para apanhar e para bater duro, se necessário; 25. Harmonize os métodos tradicionais aos modernos ao programar sua

campanha; 26. Invista nos recursos humanos.

Para a obtenção do êxito da campanha o candidato e a coligação deverão

buscar enfatizar todo o processo eleitoral com os princípios da administração

clássica (planejar, organizar, dirigir e controlar). Com base nesses princípios eles

[candidato e políticos] entenderão que o período eleitoral é mais constituído por

gestão estratégica do que puramente de ações políticas, até porque o prazo limitado

não permite ações desorganizadas e mal planejadas.

5.2 Orçamento Financeiro

Os orçamentos de uma campanha ou de outras ações constituem um item

importante para o planejamento estratégico de marketing político, uma vez que para

um político ser eleito, ele necessita, não raras vezes, de muito dinheiro. A captação

de verbas para uma campanha, por exemplo, constitui-se em uma tarefa árdua e

difícil, de convencimento de eleitores e empresários dispostos a investirem dinheiro

para terem um representante em algum cargo público (Dantas, 2010, p. 213).

Pimentel (2004, p. 71) aborda que:

Page 61: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

61

A questão dos recursos [financeiros] é uma das situações mais nevrálgicas de uma campanha, porque muitas vezes se começa um processo sem ainda ter conseguido esses recursos. Vai ser preciso ir buscá-los entre os amigos, principalmente na família, os amigos mais próximos e os empresários com quem o candidato poderia contar.

A elaboração do orçamento de uma campanha é uma tarefa muito mais

complexa do que possa parecer à primeira vista, levando candidatos experientes a

cometer diversos erros, que podem prejudicar seriamente suas campanhas, senão

arruiná-las, muitas vezes, quando estão na reta de chegada (KUNTZ, 2006, p. 126).

Ainda o autor tal fato ocorre porque é comum subavaliarem-se os valores

inseridos no plano orçamentário e, quando a campanha já se encontra em fase

adiantada, descobre-se que os recursos estimados não serão suficientes para cobrir

os custos atuais se prosseguir no mesmo ritmo, levando os candidatos menos

privilegiados financeiramente ao desespero, pois uma queda no ritmo de

desenvolvimento de uma campanha pode significar um avanço dos concorrentes e,

consequentemente, uma derrota nas urnas. (KUNTZ, 2006, p. 126).

Rego (1985) ressalta sobre a importância de planejar muito bem as

despesas da campanha:

Se o candidato quer ter custos inflacionados, basta ir deixando as contas “penduradas”. Mas o inflacionamento das contas a que nos referimos não é (...) do aumento dos custos, simplesmente por conta da “boa vontade”, dos “amigos” e das promoções realizadas sem planejamento. Quando as contas ficam “penduradas”, geralmente ocorrem alguns exageros. Daí o cuidado de planejar as contas do evento.

Segundo Dantas (2010, p. 214), a determinação do orçamento de campanha

é uma das decisões mais difíceis a serem tomadas pelo administrador de marketing.

Trata-se de um elemento determinante, de vez que todos os aspectos de uma

campanha de propaganda dependem dele.

Os custos totais de uma campanha são inversamente proporcionais à

popularidade do candidato, ou seja, quanto menos conhecido e envolvido com a

população-alvo, mais terá de gastar para se tornar conhecido e aceito em curto

espaço de tempo. As despesas devem ser discriminadas em detalhes como:

alimentação, panfletos, placas, tintas, cartazes, anúncios em jornais, revistas e

internet, combustível, telefones, distribuição de material, contratações de jornais e

Page 62: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

62

empresas de outdoor. Uma forma de controlar os custos praticados pelas empresas

é eliminar tarefas inúteis e excesso de burocracia documentando ações menores

(TEIXEIRA, 2006, p. 125).

O desafio de confeccionar e gerenciar o orçamento financeiro da campanha

é de toda equipe estratégica da coligação, porém eleva a responsabilidade do

consultor de marketing político, pois ele é responsável para elaboração do plano de

marketing da campanha, as estratégias de propaganda e publicidade do candidato.

E quanto maior for à descriminação dos detalhes dos custos e das despesas da

campanha maior a probabilidade de conseguir financiadores éticos e comprometidos

com o desenvolvimento da sociedade. Rompendo, desta forma, com a possibilidade

de constituir um processo de troca de favores entre o eleitor e os financiadores da

campanha.

5.3 Cronograma

O cronograma é um instrumento importante para que o candidato e seus

assessores tenham, de forma sintética, todo o plano de ação a ser executado

durante a campanha eleitoral. Quanto mais detalhado, mais útil se torna o

cronograma (DANTAS, 2010, p. 245). O autor apresenta um modelo de cronograma

de campanha onde são definidas as principais fases da campanha e os respectivos

períodos.

Quadro 4.0 – Cronograma de Campanha

Período Fases/Características

1º e 2º meses Pré-campanha: realização de pesquisas, levantamento de dados, montagem da equipe. Negociações de alianças.

3º e 4º meses Lançamento/Convenção: apresentação do posicionamento do candidato, seus aliados, suas principais propostas. Exploração midiática do evento.

5º e 6º meses Crescimento: levar a campanha para a rua, agenda de campanha, reiteração das principais propostas, com os devidos ajustes, início dos programas de rádio e TV.

7º meses Consolidação/Maturidade: responder aos ataques, consolidar base de apoio, conquistar o voto útil, ajustes nos programas de rádio e televisão baseados em pesquisas, grandes concentrações e carreatas.

continua

Page 63: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

63

continuação

1ª quinzena do 8º meses

Reta Final - Votação: preparar boca de urna, ato de encerramento da campanha, organizar fiscalização e apuração, focar os indecisos, atentar para o volume da campanha. Preparar a participação nos últimos debates da campanha.

2ª quinzena do 8º meses

Segundo turno: Em 28 dias é necessário montar outra campanha, com novos apoiadores, com mais tempo de rádio e televisão e com o posicionamento ajustado ao novo cenário.

Fonte: Dantas (2010, p. 246), adaptado da Secretaria Nacional de Comunicação do PPS. 2004.

Teixeira (2006, p. 126) explica que “a campanha precisa de prazos

estabelecidos para melhor execução das ações planejadas (...). O cronograma evita

que o candidato e a equipe ajam impulsivamente com base em informações, às

vezes inverídicas, provindas da concorrência para perturbar a paz no ambiente,

também evita que se assumam compromissos que jamais poderão ser cumpridos

por falta de tempo e/ou recursos”. A autora apresenta o seguinte exemplo de

cronograma:

• Até janeiro: Estabelecimento dos primeiros contatos para a divulgação

da candidatura.

• De fevereiro a abril: Recrutamento e treinamento de possíveis

candidatos a cargos legislativos e colaboradores internos, inclusive

assessores de imprensa e secretários.

• De março a junho: Realização de pesquisas qualitativas e

quantitativas pela equipe ou por instituto terceirizado para

levantamento de relevantes informações. Convenções dos partidos.

• De julho a agosto: Contato, negociação, seleção e contrato dos

fornecedores de serviços terceirizados, como gráfica, letreiros,

agências de filmagens e fotografias. Gravações antecipadas dos

programas de rádio e televisão e avaliação rigorosa dos programas

para que haja tempo de regravação dos que não estiverem

adequados. Início de campanha nas ruas, visitando os bairros e

presença em importantes programas de rádio e televisão.

• Agosto: Início do período permitido pelo Tribunal Regional Eleitoral

para a campanha no rádio e na televisão com o horário eleitoral

gratuito.

Page 64: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

64

• Setembro: Acompanhamento através da imprensa, realização de

novas pesquisas qualitativas e quantitativas para conhecer as

opiniões das pessoas sobre a campanha com interação permanente

com os colaboradores para passar os resultados.

• Outubro: Prepara-se para a posse ou para o apoio aos candidatos do

segundo turno ou começar a planejar para campanhas futuras

conforme o resultado do primeiro turno.

Rego (1985, p. 20) ressalta a importância de preparar um bom plano e um

eficiente cronograma:

O calendário eleitoral no Brasil está sujeito a marchas e contramarchas das negociações políticas nos Estados. Mas, pode-se dizer que, em eleições majoritárias, o prazo de um ano é bastante razoável para o início de uma campanha, afunilando-se esse prazo para 9 meses, em média, para campanhas de eleições proporcionais. O marketing político, para ser eficaz, há de ajustar muito bem o calendário de uma campanha, sob pena de prejudicar o candidato. Diz-se que se começa a trabalhar após as convenções e escolha dos candidatos, mas a verdade é que muitos candidatos começam a desenvolver suas campanhas, mesmos antes das Convenções. O importante é saber que a trajetória do candidato passa pelas etapas das Convenções, de lançamento, de desenvolvimento, atravessa o período de maturidade e pico até o declínio. O calendário deve ser programado para o candidato atingir o pico da maturidade no momento das eleições, de forma a ganhar a melhor performance. Se começar a declinar antes das eleições, o que é comum em campanhas mal projetadas, o candidato sofrerá decepções e amargará derrota.

Observa-se que não há um cronograma exato e modelo padrão a ser

seguido pelos candidatos, porém os autores ilustraram um roteiro básico com

objetivo de auxiliar o candidato e sua equipe na elaboração do cronograma de sua

campanha, evitando, assim, qualquer processo de turbulência ou ingerência na

campanha. Ou seja, o cronograma parte do princípio do planejamento estratégico da

equipe do candidato.

5.4 Programa de Governo

O programa de governo ou de ação parlamentar é um dos principais

instrumentos de personalização da campanha à disposição dos candidatos, pois é

por meio dele que se divulgam as propostas administrativas e de ação política que

Page 65: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

65

se pretende desenvolver uma vez obtido o mandato, e que esclarece ao eleitor a

diferença entre votar neste ou naquele candidato (KUNTZ, 2006, p. 97).

Para Dantas (2010, p. 233), “o programa de governo é um instrumento de

personalização da campanha, colocado à disposição dos candidatos, por meio do

qual são divulgadas as propostas administrativas e de ação política que se pretende

desenvolver, uma vez obtido o mandato, e que esclarece ao eleitor a diferença entre

votar neste ou naquele candidato”. O autor complementa afirmando que o programa

de governo deve ser entendido como uma carta de intenções do político para com

os seus eleitores, onde estão sintetizados os diversos planos de ação a serem

implementados, no caso de ele ser eleito. Sua importância, portanto, é muito grande,

uma vez que contará todas as diretrizes para a realização das promessas

assumidas durante a campanha.

Contudo, para que um programa de governo seja eficaz, este deve enfatizar

a realidade da sociedade e consiga um relacionamento envolvente com o eleitor

(consumidor), uma vez que a sua natureza é expor as intenções do político e sua

capacidade administrativa de gerir uma organização de interesse público. Kuntz

(2006) conclui que “um programa serve para divulgar o quanto o candidato é

inteligente, conhecedor dos problemas da comunidade e sensível a eles, provando

ao eleitorado a sua competência, seriedade, honestidade e capacidade de

solucionar problemas, mostrando-se moderno e afinado com as aspirações

populares”.

5.5 Propaganda Eleitoral

Dantas (2010, p. 105) explica que:

a propaganda é um dos principais instrumentos que as organizações têm à sua disposição para dirigir as comunicações persuasivas para consumidores e público-alvo. Na política, usa-se bastante a propaganda, diluída entre os diversos veículos de comunicação, parte paga, parte gratuita, como é o caso da televisão, em que o horário gratuito eleitoral é amplamente utilizado por partidos e políticos. Nas cidades menores opta-se pelo uso de veículos considerados não convencionais para sensibilizar os eleitores. É o caso dos carros de som e das faixas, de grande apelo no interior”.

Page 66: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

66

A primeira regra da comunicação e propaganda eleitoral reza que, por

melhor que possa ser, a tecnologia de comunicação não substitui o trabalho pessoal

do candidato. Seu objetivo é amplificar e mensagem e a projeção social da fonte da

mensagem (o candidato). O marketing político se vale e administra todos os meios e

instrumentos disponíveis para alavancar e otimizar a comunicação do candidato

(KUNTZ, 2006, p. 51).

Segundo Manhanelli (1992, p. 41), nas campanhas eleitorais, a propaganda

tem o papel de valorizar ideias e indivíduos, mediante processos bem delimitados, e

de promover a fusão de ideologia e da política (...). Não se trata de uma atividade

parcial e passageira, mas de vontade política em movimento, um processo de

conquista e de exploração (...). Cabe à propaganda eleitoral criar e produzir os

símbolos, músicas, cores, tipo de material condizente com o público-alvo, estudos

de mídia, formas de propagação das atividades oriundas do marketing. Ainda para o

autor, fazer propaganda eleitoral é exercer em toda sua plenitude a criatividade. A

propaganda eleitoral é ilimitada em suas variações, em sua flexibilidade de

adaptação e em seus efeitos.

Teixeira (2006, p. 128) lembra que:

uma campanha eleitoral é uma disputa de imagens e discursos, um embate de argumentos racionais com seus contrapontos emocionais, como numa estratégia de conquistas a cada dia. O logotipo, o jargão e as fotos são mensagens afetivas que vão direto ao centro das emoções nas pessoas. O logotipo é a representação visual da força da marca e o jargão é o “grito de guerra”. Em hipótese alguma, podem ser confundidas com os de outros candidatos.

5.5.1 Logotipo e Jargão

O principal objetivo do jargão é introduzir facilmente na mente das pessoas

(eleitores) a figura do candidato, tornando-o a figura singular no meio de tantas. Um

jargão ideal deve prender a atenção e conquistar a simpatia, ao mesmo tempo que

gera na memória, sendo curto e incisivo, agravável aos ouvintes, inteligente e

elegante. Deve ser um resumo de todo o conteúdo da mensagem da campanha

além de envolver as pessoas (TEIXEIRA, 2006, p. 128).

Page 67: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

67

A imagem do logotipo, bem como todas as imagens da campanha, é

planejada e composta para passar tanto o sentido visual da mensagem explícita

como o sentido simbólico da mensagem implícita. Podem-se adotar imagens que

traduzam vida e qualidade nobres, há uma grande quantidade de ideias, como

flores, crianças, insetos trabalhadores e sociais, como a abelha, alimentos que

simbolizam a fartura, como um ramo de trigo, ícones de pontos turísticos. O

importante é que esteja de acordo com a imagem do político (TEIXEIRA, 2006, p.

129).

Ainda a autora “a composição das imagens contribui para conquistar as

pessoas e seus votos de tal forma que, ao olhar o logotipo da campanha, sua

mensagem implícita vá direto ao centro de emoções, facilitando o entendimento e

aceitação do conteúdo racional. Os sinais gráficos devem representar a

personalidade do candidato, sua experiência, valores e princípios que direcionam a

campanha e sua administração pública. (TEIXEIRA, 2006, p. 129).

O logotipo está para uma campanha assim como a marca está para uma

multinacional, ou seja, o logotipo ideal será aquele que conseguir interligar na mente

do eleitorado a imagem positiva do candidato, pois visualmente sua interferência é

fator predominante na concepção e formação da imagem do político e futuro

administrador.

Outro componente importante para a construção de uma marca forte é o

slogan. E é fácil entende por que. As palavras são símbolos e como tais são

capazes de gerar inúmeras associações na imaginação das pessoas que vão muito

além dos seus significados principais num dicionário. Além disso, a forma como as

palavras são utilizadas e combinadas por especialistas em comunicação para a

elaboração de um discurso publicitário pode torná-las poderosas, atrativas e

extremamente persuasivas (se esse for o objetivo da mensagem). Textos bem

escritos e com um toque de criatividade podem motivar os consumidores a desejar

determinados produtos ou serviços num dado momento. O slogan também ajuda a

posicionar uma empresa na mente do público-alvo como sendo detentoras de certos

valores intangíveis ou atributos diferenciadores únicos e exclusivos. (COLOMBO,

2006).

Page 68: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

68

Perez (2004, p. 87) afirma que o propósito dos slogans é:

o de aproximar os consumidores [eleitores] das marcas de dos produtos [candidatos] que pretende promover. sua função é colaborar para a fixação e o reconhecimento da marca (...). O slogan faz parte do discurso da empresa da empresa e é entendido como sua identidade, constituindo um dos fortes elementos que contribui para a formação da imagem da empresa junto ao target. Por isso, deve estar alinhado aos objetivos e ao valor que o produto pretende entregar.

5.5.2 Fotos

Será prejudicial a campanha eleitoral que tenha uma enorme diversidade de

fotos do candidato circulando no período da campanha. Teixeira (2006) afirma que o

ideal é a utilização fixa de três fotos oficiais:

• De rosto inteiro até o busto, sorrindo e um pouco de lado;

• De corpo inteiro com gestos de expressão facial de quem está

discursando na presença de uma multidão com olhares de admiração

voltados para o político como seu líder;

• Sentado numa mesa realizando alguma atividade, assinando um

documento como se já estivesse em pleno trabalho do cargo

pleiteado com um semblante de concentração e otimismo.

Contudo, será imprudente e antiecológico, para qualquer campanha, nos

dias atuais, fixar em muros, postes e paredes grandes quantidades de foto do

candidato, de tal forma seria inversamente o propósito do marketing contemporâneo.

Até porque a própria legislação eleitoral vigente proíbe o abuso de exposição de

material de campanha, pois o considera com poluição visual.

5.5.3 Cores

A técnica de cromoterapia vem para auxiliar na formatação e definição das

cores que irão compor todos os materiais promocionais, bem como que cores serão

as roupas do candidato em atividade de campanha, as cores do comitê central.

Contudo essa técnica de cromoterapia fica limitada pela imposição das cores oficiais

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69

do partido, cabendo ao profissional de marketing político a adaptação e ajustes para

equilibrar e envolver as cores. Numa campanha eleitoral essa técnica é muito usada

para reter a imagem positiva do candidato na mente das pessoas.

Teixeira (2006) explica a teoria das cores:

O azul celeste é calmante natural, é bom para a memória e concentração, diminuído a agitação. O vermelho causa efeito fisiológico sobre as multidões e deve aparecer em pequenos detalhes, apenas o suficiente para chamar a atenção das pessoas, pois, em excesso, estimula o sistema nervoso central aumentando a produção de adrenalina, deixando-as mais agitadas. Já o amarelo é próprio para chamar a atenção das pessoas. Uma forma de tornar essa combinação harmoniosa é usar as cores escuras com intensa luminosidade e a cor clara com baixa luminosidade, pois, sendo a cor de fundo, não pode forçar muito as vistas das pessoas o que seria irritante contrariando os princípios da campanha (...). Outra cor muito interessante a ser explorada é o verde-escuro em baixas luminosidades, lembrando as cores das matas fechadas. A cor laranja, em tons cremosos com luminosidade de alta para média também é simpática, principalmente se combinada com qualquer tom de azul. Já o marrom é calmante e impõe respeito, passando a idéia de que a pessoa é muito experiente.

Vale ressaltar que é impossível utilizar todas as cores no material

promocional, contudo o uso delas em detalhes promovendo uma harmonia e sintonia

visual, com certeza resultará numa abertura proporcional de diálogo entre o

candidato e o eleitor. Obviamente que o uso errado das cores despertará antipatia

por parte do eleitorado, deixando o candidato sem entender a razão da rejeição

indutiva do seu eleitor.

5.5.4 Músicas

A música é uma linguagem inconsciente que evita conflitos entre o intelecto

e a emoção, que ocorrem naturalmente na captação de sensações pelos sentidos

(...). A música contribui para que, num ambiente com intensa aglomeração de

pessoas, elas entrem no mesmo ritmo de movimentação, despertando-lhes a

atenção (...). Antes de começar um diálogo ou um discurso, a presença da música

estabelece um diálogo não-verbal que induz ao relaxamento muscular, aumentando

a concentração (TEIXEIRA, 2006, p. 134).

Os jingles são verdadeiros discursos envolventes e persuasivos na mente

das pessoas, a utilização deste recurso é capaz de induzir as pessoas a agirem

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70

como verdadeiros soldados, em prol único do seu líder, no caso o candidato. Porém

o abuso deste recurso compromete o caráter competitivo e moral da campanha, pois

é comum a utilização de jingles como ferramenta de agressão verbal a outro

candidato, demonstrando a falta respeito e consideração para com os eleitores.

5.5.5 O poder do Rádio

O rádio representa a quarta maior mídia no Brasil, atingindo o maior número

de domicílios, entre todos os meios de comunicação de massa no país. As

estatísticas indicavam, em 2008, que aproximadamente 2,8% dos investimentos em

propaganda eram distribuídos em divulgação em rádio. Cerca de 49,5 milhões de

lares brasileiros eram atingidos por cerca de 2.990 emissoras de rádio (DANTAS,

2010, p. 148).

Para Manhanelli (1992, p. 44), o rádio é outro meio excelente para angariar

eleitores, tanto nas zonas rurais quanto urbanas. Nas zonas rurais os lavradores

costumam levar seus rádios para o trabalho, enquanto que nas zonas urbanas as

donas de casa costumam ouvir sua estação preferida enquanto arrumam a casa,

assim como os motoristas, quando em trânsito. Para o autor, no rádio deve-se evitar

temas complexos, para evitar a dispersão dos ouvintes. Procurar usa a analogia e

“causos” para reforçar uma explicação. Lembrar que o rádio deve estimular a

imaginação do ouvinte.

Como não existe o recurso da imagem, o timbre da voz e a entonação são

os únicos à disposição do entrevistado para impressionar os ouvintes, o que exige

bom treinamento, a fim de evitar atropelamento de frases, erros de pronúncia,

pausas muito prolongadas ou fora de hora etc. (...) Deve evitar, também, o uso de

termos técnicos e palavras “sofisticadas” nas suas colocações, tentando não ser

monótono, alongando-se mais do que o necessários (Kuntz, 2006). O autor

complementa que, na linguagem do rádio, as comparações, casos e exemplos

ajudam a esquentar a entrevistas, diminuindo um pouco a desvantagem do meio em

relação à televisão, pois essas figurações retóricas ajudam o ouvinte a criar imagens

em sua mente.

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71

Percebe-se a força do rádio como meio promocional, o rádio consegue

atingir em cheio os ouvintes em milhões de lares e empresas, é um acompanhante

certo dos transportes coletivos de passageiros e na boleia dos caminhões. Cabe à

assessoria de comunicação o cuidado e a atenção para orientar o candidato para

que o mesmo tenha a postura alinhada ao veículo de comunicação que utiliza e a

forma de conduzir a entrevista e empolgar o eleitor (ouvinte).

5.5.6 Televisão

A introdução da propaganda na televisão talvez seja o mesmo

acontecimento que provocou a consciência mais nítida do fenômeno publicitário em

vários setores da opinião pública que, até então, desconheciam sua existência e sua

força, quer para a empresa, quer para a economia nacional. Afinal, a economia

moderna só se desenvolve num clima de informações e comunicações e o

atingimento dos mercados-alvo atuais só se admite através de modernos veículos

de promoção (DANTAS, 2010, p. 148).

A televisão é o maior veículo de massa que a propaganda eleitoral pode

utilizar. No Brasil, a existência do horário eleitoral gratuito restringe o acesso a este

meio, permitindo a sua utilização apenas nos 45 dias anteriores ao pleito, e dentro

do horário reservado a cada partido (...). Sem dúvida, são as entrevistas, debates e

noticiários na televisão que irão garantir maior audiência e repercussão para as

palavras e atitudes do candidato (MANHANELLI, 1992, p. 43).

Para Kuntz (2010), na televisão, a melhor receita é falar curto e grosso (...).

Uma entrevista de televisão é feito como uma partida de pingue-pongue, com

perguntas e respostas objetivas, cabendo sempre ao repórter dar a deixa para uma

explanação mais detalhada, pois este, normalmente, tem a exata noção do tempo

ideal.

É importante lembrar que a televisão não é um palanque, não há lugar para

improviso, o candidato deve transmitir confiança, credibilidade e autenticidade sobre

o tema que aborda, seja numa entrevista ou no horário eleitoral. Sua assessoria de

imprensa será responsável por treinar o comportamento do candidato perante as

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72

câmaras, para que este possa envolver o telespectador (eleitor) no assunto, assim

como um apresentador do telejornal cria uma expectativa e confiança no momento

que transmite a mensagem ou comentário.

5.5.7 Jornal e Revista

A imprensa diária, constituída em sua maioria pelos jornais, e a periódica,

por alguns periódicos e revistas, representam em 2008, segundo informações

obtidas na Mídia Dados, cerca de 24,8% dos gastos de mídia no Brasil, dos quais os

jornais respondem por cerca de 16,3% e as revistas e periódicos, por 8,5%. Trata-se

de um dado importante, já que essa mídia representa a segunda maior força

publicitária local, apesar de ser considerada elitista em função do alto índice de

analfabetismo do país (DANTAS, 2010, p. 144).

Para Kuntz (2006), a linguagem dos jornais e revistas é a que mais se

aproxima da conversação normal, na qual o entrevistado [candidato] tem condições

de ficar mais à vontade e menos preocupado com sua postura, entonação, timbre e

os muitos cuidados que devem cercar entrevistas destinadas a rádio ou à televisão.

Segundo o autor, o candidato deve se apresentar como um empresário quando

recebe a visita de um cliente, de forma cordial e respeitosamente, o empresário irá

demonstrar todas as qualidades do seu produto com o objetivo direto de vendê-lo

(KUNTZ, 2006, p. 264).

O trato com a imprensa impressa é singular, primeiro que no Brasil nem

todos têm o hábito de ler jornal ou revista diariamente, o que torna mais segmentado

o público-alvo deste mercado, e segundo a abrangência de mercado de cada jornal

e revista. Portanto, a assessoria de imprensa deve ter consciência de que assunto o

candidato irá abordar numa entrevista para cada jornal e revista, com objetivo de

atingir direto o leitor e assinante daquele jornal ou revista, lembrando que este leitor

é um potencial eleitor.

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73

5.5.8 Internet

Considerada a mídia mais nova do mercado, a internet é tida como um meio

híbrido de comunicação: suas características envolvem tanto aspectos eletrônicos

quanto digitais, além do poder ser usada como meio de massa ou como meio de

comunicação dirigida (DANTAS, 2010, p. 153).

O uso eficiente da internet está na divulgação do site nos demais meios e

em links nos principais provedores do mercado, formatados de modo que despertem

a curiosidade da pessoa em acessar. A formação do site da campanha e do partido

deve seguir os mesmos padrões de cores, imagens e sons dos demais meios para

que não haja confusão na percepção do usuário parecendo com outra campanha.

(TEIXEIRA, 2006, p. 198).

Segundo Iten e Kobayashi (2002), apud Dantas (2010), os principais usos da

internet no marketing político são:

• Para apresentação do candidato;

• Para divulgar a agenda de atividades de campanha;

• Para apresentar apoios;

• Para apresentar as realizações passadas do político;

• Instrumentos de uso próprio da mídia;

• Serviços de utilidade pública;

• Difusor de material publicitário;

Atualmente o sucesso na internet está interligado aos blogs e as redes

sociais (Blogs, Orkut, Facebook, MySpace, Twitter, YouTube), por isso que essa

nova força de comunicação não pode ser desprezada pelo profissional de marketing,

haja visto que o público-alvo está concentrado e interligados, o que facilita as ações

de marketing promocional do candidato. Para Barefoot (2010, p. 27), blogs, redes

sociais (...) são simplesmente tecnologias que incentivam a comunicação, o

compartilhamento e a colaboração (...). Embora a interação on-line não seja algo

novo, essas tecnologias inseridas na rede tornam a comunicação on-line global e

massiva acessível a qualquer pessoa que tenha uma conexão com a internet. Ainda

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mais significativo, elas adicionam em elemento de participação às comunicações on-

line.

5.6 O Discurso

O discurso do candidato é fundamental para a maioria, pois creem no poder

de persuasão do candidato, em suas crenças, promessas. Discutir a eficiência de

um discurso bem estruturado, maduro, falado com emoção, transmitindo confiança.

Alguns eleitores já confirmaram mudança de voto após serem persuadidos por um

bom discurso. (GARCIA, ZUCCOLOTTO, e SILVA, 2004).

Para Kuntz (2006, p. 94), o discurso é o principal instrumento de que o

candidato dispõe para a divulgação de sua plataforma (...), também deve ser claro,

objetivo, acessível e interessante, mas a isto se deve acrescer o fato de que é o

discurso que vai dar vida e movimentação aos temas, despertando e manipulando

as emoções do público ouvinte.

Teixeira (2006, p. 166), diz que no:

Discurso deve também reunir as inúmeras esparsas vontades individuais em uma única vontade coletiva: o bem comum. As verdadeiras conquistas de uma mudança são as inscritas no mais íntimo das almas. Se o discurso incentiva o coletivismo partindo da somatória dos individualismos, deve pregar o amor à pátria e à cidade. Deve-se apelar para os sentimentos preponderantes e latentes no íntimo das pessoas. Se o povo está desalento e inseguro, o discurso deve ser um consolo, uma mensagem de esperança de dias melhores, uma luz no fim do túnel.

Em síntese, o discurso se torna a mensagem mais eficiente para o

candidato, pois o mesmo transmite a esperança que o povo precisa, a partir das

exposições de testemunhos e da demonstração da capacidade administrativa e

social do candidato, e somado ao contexto emocional embutido no discurso. A

assessoria de imprensa e comunicação deve planejar e constituir o discurso

alinhado ao perfil do candidato com o objetivo de transmitir o que o povo quer ouvir.

Não é recomendável distorcer a opinião do candidato para agradar os ouvidos dos

eleitores, até porque, a qualquer momento, de forma espontânea, o próprio

candidato irá desfazer todo o seu discurso.

Page 75: ESTRATÉGIAS DE MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL

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5.7. Cabos Eleitorais: Simpatizantes e Militantes

Os cabos eleitorais são a vanguarda de uma campanha municipal.

Conversam com eleitores, transmitem as ordens, promovem o enquadramento para

o dia das eleições, barganham, mentem, desconversam, lançam bolões de ensaio.

As relações pessoais dos cabos eleitorais com o eleitorado são fundamentais para o

sucesso da campanha. Cabo eleitoral que não circula, não é bom. O cabo eleitoral

“quebra galho”, atende, ouve, despacha, encaminha e, sobretudo, cobra do eleitor

os compromissos. (REGO, 1985, p. 33).

Teixeira (2006, p. 201) afirma que:

Os cabos eleitorais são “vendedores de idéias” e multiplicadores de opiniões. Além de “vender a idéia da imagem do político”, o cabo eleitoral, devido ao seu contato direto e mais íntimo com o povo, pode obter muitas idéias e informações preciosas dispersas pela imensa massa populacional para ajudar a campanha, realizando verdadeiras pesquisas informais. (...) O cabo eleitoral precisa conhecer o político e seus idéias que está representando para não cair em contradições e estar preparado para debater com pessoas contrárias sem jamais perder a compostura.

Todo o apoio dos cabos eleitorais, simpatizante e militantes, é de

fundamental importância para o desenvolvimento da campanha, principalmente nas

ruas, na logística da informação, e como termômetro da opinião pública. Contudo,

para obtenção do sucesso dos serviços prestados pelos cabos eleitorais a

coordenação geral de campanha deve promover constante treinamento e orientação

comportamental para os cabos eleitorais, para que os mesmos, em nome do

candidato, não promovam intrigas políticas, ou alimentem alguma informação

indesejada e que venha comprometer a opinião pública em relação ao candidato.

5.8. Boca de Urna

Já é cultural a “virtude” do brasileiro de deixar para a última hora decisões ou

ações que não lhe agradam (entrega do imposto de renda, compra de ingressos

para eventos, etc.). Com isso, é grande o percentual de eleitores que deixam para a

última hora a escolha dos seus candidatos, votando ou modificando seu voto,

através do trabalho dos boqueiros que invadem as juntas eleitorais e os caminhos

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para se chegar a elas. Isto posto, é de suma importância a organização da boca de

urna numa eleição (MANHANELLI,1992, 85).

No jargão político, boca de urna é o conjunto de atividades a ser

desenvolvidas pelos candidatos, destinados a cobrir promocionalmente o

encerramento das campanhas eleitorais, no afã de conquistar os votos do eleitorado

ainda indefinido ou indeciso no dia da eleição. É a última cartada e o derradeiro

instrumento que cada candidato tem para influir no resultado das eleições,

representando a chave de ouro com a qual se encerra a acirrada disputa, após a

qual resta apenas a expectativa de aguardar e acompanhar os resultados da urna.

(KUNTZ, 2006, p. 313).

O dia da eleição é o dia “D” no processo eleitoral, neste dia há enorme

movimentação dos eleitores pela rua, principalmente em direção aos colégios

eleitorais. Neste momento surge uma oportunidade ímpar e a última chance para

convencer o eleitor em votar num determinado candidato. Para que possa conseguir

angariar os votos destes eleitores a coordenação de campanha deverá expor

cartazes do candidato em pontos estratégicos que dão acesso aos colégios

eleitorais, obviamente que dias antes da eleição, período permitido por lei.

Outra questão fundamental é a arregimentação de voluntários e militantes

para o exercício de fiscal de seção eleitoral, pois é necessário demonstrar unidade e

presença nas seções e nas ruas para que a concorrência não venha de valer de

atos ilícitos para conquistar [comprar] os votos dos eleitores indecisos, ou que não

tiveram a oportunidade para conhecer o candidato. Portanto, é um dia de muito

trabalho e como tal necessita de total atenção do candidato e de sua equipe de

campanha, deve ser preparado com antecedência para evitar desastres gerenciais e

resulte num afastamento e perca do eleitor.

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6 CONCLUSÃO

A política, no Brasil, tem recebido a atenção e tratamento cada vez mais

profissional visando à eficiência e eficácia nas urnas. Porém, ainda há políticos e

candidatos que ignoram os princípios básicos de marketing, até para promover sua

imagem na sociedade em que está inserido, e como resultado comum caem no

esquecimento popular, e não há profissional de marketing que consiga trazer o

nome deste candidato para preferência popular.

O marketing consegue traduzir para organização o comportamento do

consumidor, suas necessidades e desejos, identifica o público-alvo e o que é

necessário para constituir uma cadeia de valor suficiente para fidelizar o consumidor.

Nesses preceitos administrativos modernos compreende o marketing político, que no

processo de longo prazo busca constituir uma relação de confiança e credibilidade

com o eleitor (cidadão).

Contudo, o eleitor de hoje tem acesso a muito mais informações do que o

eleitor de tempo atrás, o que torna esse processo de constituição de uma cadeia de

valor no marketing político muito mais complexo, o que, para um político, esses

princípios não estão inseridos no seu contexto profissional. Pois o político brasileiro

conhece apenas o princípio da troca de favores, o que o torna míope no que diz

respeito sobre o marketing, muitos afirmam que propaganda já é marketing, um

equívoco total.

Neste trabalho são abordadas as principais ferramentas de marketing

político que promovem o desenvolvimento de um político e a sua candidatura, assim

como o marketing tradicional desenvolve o seu produto para o seu mercado alvo, o

que vem culminar no período da eleição. E agora entrar em cena as técnicas de

marketing eleitoral, que no em curto prazo tentará promover a evolução do produto

(candidato) ao seu público-alvo (eleitorado).

Lembrando Kuntz (2006, p. 19) que “o marketing eleitoral é o marketing da

conquista, que reúne a força e a convicção obstinada da paixão com a astúcia, o

planejamento e a estratégia de guerra. (...). Ele é vibrante e seria afoito se não

fossem as pesquisas, dado seu objetivo a curto prazo e imediatismo. (...) E você

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conquista eleitores do mesmo jeito que conquista as pessoas que você considera

importantes na sua vida pessoal ou no seu projeto profissional: adaptando o que

pensa, acha importante ou quer aquilo que as pessoas querem”.

Mas o processo eleitoral requer muito além da conquista, requer um

planejamento estratégico ao nível de uma guerra, sem sangue. Envolve vários

fatores primários e o desdobramento das etapas secundárias para o

desenvolvimento da candidatura. Um exemplo disso é a formação da equipe de

campanha, que envolve políticos, assessores, consultores, cabos eleitorais e

militantes. Algo muito complexo para o dia a dia da empresa e para uma

organização de campanha é algo quase impossível de gerenciar.

Para o sucesso de uma campanha eleitoral o candidato deve delegar aos

principais assessores de campanha o trabalho de gestão gerencial e estratégica da

campanha, cabendo-lhe o acompanhamento e a palavra final de cada etapa. Ao

candidato é intransferível o papel de fazer política, algo que de melhor ele sabe

fazer. Pois nenhum candidato obterá êxito nas urnas trabalhando isoladamente no

planejamento, controle e execução da campanha eleitoral. Como foi apresentado, tal

processo demanda esforços extraordinários e uma habilidade excepcional para

qualquer profissional envolvido numa campanha, que, repetimos, torna impossível o

exercício centralizado pelo candidato.

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