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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017
ISSN 2236-1855 875
ESTRELA DE MADUREIRA: A ESCOLA NORMAL CARMELA DUTRA: DE REFERÊNCIA CULTURAL DOS
SUBÚRBIOS AO DECLÍNIO DO PROGRAMA INSTITUCIONAL (1954 – 1982)
Fábio Souza Lima1
Nosso trabalho, inserido na linha da História, Sujeitos e Processos Educacionais, tem
por objetivo reconstruir a história da Escola Normal Carmela Dutra em seus anos de
crescimento em quantitativo de professores primários formandos (Anos 1950), além de
avaliar os possíveis efeitos das Leis dos anos 1960 e 1970 na qualidade da formação das
professoras primárias do Rio de Janeiro até o início dos anos 1980. Mais especificamente,
buscaremos conhecer o processo de expansão da ENCD no bairro de Madureira e as suas
relações com a construção de uma nova sede da escola, entregue em 1967; Examinar os
efeitos das Leis 4.024/61 nos jovens formandos2 no curso de normalistas da ENCD;
Identificar quais os efeitos na identidade das normalistas diante do fim do privilégio das
alunas das escolas oficiais em ascender automaticamente ao serviço público e Examinar os
efeitos das políticas públicas oriundas da Lei 5.692/71 no programa institucional da escola e
na identidade das normalistas do subúrbio.
Em qualquer breve momento de discussão entre os docentes do atual Instituto de
Educação Carmela Dutra — IECD, onde também lecionamos3, é possível ouvir os
comentários sobre a queda da qualidade do curso de formação de professores normalistas
nas últimas décadas. Além das falas dos professores mais jovens, os docentes mais antigos
relatam “tempos passados” de reconhecimento internacional pela competência da unidade e
de concursos públicos rigorosíssimos que mobilizavam o bairro de Madureira com cursinhos
preparatórios para o concorrido certame visando à entrada de novos alunos.
Sejam os docentes que entraram recentemente na escola, sejam aqueles profissionais
que já estão na unidade há muitos anos, os dois grupos parecem relatar experiências de
1 Graduado em História (UFF) e em Filosofia (UFRJ), mestre e doutorando em Educação (UFRJ). 2 A partir das pesquisas que realizamos no acervo do IECD, além da LDB de 1961, depois da primeira turma da
escola em que dois alunos se formaram em 1949, apenas no ano de 1962 os meninos puderam voltar a frequentar o curso de formação de normalistas da unidade.
3 Como autor do trabalho, este pesquisador decidiu pelo uso do “plural de modéstia” por motivações pessoais. Desta forma, todo o estudo será realizado com o uso da primeira pessoa do singular (nós).
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instituições diferentes. Entretanto, esses diferentes grupos de professores concordam quando
começam a enumerar juntos os atuais problemas do IECD. Neste momento, os dois grupos se
dissolvem em vários pequenos outros grupos que relatam as dificuldades de lecionarem suas
disciplinas ou suas áreas de pesquisa.
O grupo de pedagogos que trabalha com as disciplinas específicas de formação de
professores lamenta o fato de ser tolhida a sua capacidade de escolher os textos que usam
com o alunado. A autonomia de escolher textos de acordo com o pensamento de seus autores,
levando os alunos a discussões mais críticas, não pode ser mais praticada por conta do
fechamento da única cooperativa de fotocópias que funcionava dentro da unidade. Enquanto
as alunas adultas são autorizadas a sair da escola para tirar cópias para elas e para as alunas
menores de idade, a Secretaria Estadual de Educação mantém a proibição de sublocação de
espaços dentro da escola para qualquer fim, sem que ela própria faça o contrato e receba
diretamente o aluguel. Atualmente, a lanchonete, batizada com o nome de Carmelícia, resiste
funcionando sob liminar judicial, pois a responsável pela loja afirma não poder arcar com o
alto custo do aluguel e as restrições impostas pelo Estado.
Outro fechamento recente dentro do IECD foi o da creche-escola conhecida como
Carmelinha. Uma experiência que rendeu premiações internacionais à escola, onde foi
montado um curso que iniciava no maternal e terminava na quarta-série do ensino
fundamental. As alunas do IECD poderiam colocar os seus filhos para estudar na creche e nos
primeiros anos do ensino fundamental ao mesmo tempo em que estagiavam na própria
Carmelinha (MELLO, 2002). Mas novamente, por ordem da Secretaria Estadual de
Educação durante o Governo Sérgio Cabral (2007 — 2014), a escolinha deixou de receber
novos alunos e foi diminuindo seu tamanho ano após ano até cerrar as portas em 2013.
Mas os grupos de professores mais antigos e os mais novos, sejam do currículo
pedagógico, sejam da formação regular, também concordam em apontar outros indícios de
que o curso está atualmente sendo desmontado. Os quadros brancos estão envelhecidos e
alguns estragados, faltam marcadores de quadros brancos e apagadores. Faltam materiais de
esporte, obrigando a alguns colegas professores e até alunos a trazer de casa seus
equipamentos para usarem aglomeradamente em apenas uma quadra poliesportiva. Faltam
materiais para as artes, sendo sugerido pela SEEDUC que aos alunos que tragam seus
próprios materiais para serem reciclados em um Instituto de Educação que já foi referência
de qualidade de ensino (MELLO, 2002). Enquanto os professores devem lecionar disciplinas
sobre uso tecnologias modernas como as lousas digitais, o uso de computadores em sala de
aula e a produção de novas tecnologias dentro do ensino, eles passam pelo ridículo de
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faltarem recursos técnicos como computadores funcionando, internet, projetores em
quantidade suficiente, salas escuras adequadas ao uso de vídeos.
Faltam funcionários; a sala de informática que não tem computadores funcionando ou
internet; também não existem responsáveis pelas máquinas ou para lecionar sobre o uso
dessa ferramenta. Faltam funcionários nos setores de Secretaria e Departamento de Pessoal
da escola; há apenas uma servidora em cada departamento que, prestes a se aposentarem,
trabalham em horários além do acordado para atender a demanda de ex-alunos e pais. Os
arquivos de 70 anos de história amontoam-se em duas salas sem higienização, ventilação e
iluminação adequada, sendo roídos por animais antes mesmo que os alunos da própria
instituição4 tenham a oportunidade de conhecer o seu passado e as suas origens.
A terceirização dos serviços impede qualquer sentimento de pertencimento de
educadores que trabalham na inspeção, na limpeza, na merenda. Cada semana ou mês, os
funcionários terceirizados são mudados, por conta de problemas enfrentados em suas
empresas. As questões mais comuns relatadas por essas pessoas são que os salários estão
abaixo do mínimo e recorrentemente estão atrasados, reclamações de que os vales-
transportes não são pagos, que o horário de trabalho é mal definido e que é necessário
exercer funções diferentes das quais foram contratados. Faltam professores apesar da
referência que a escola é para a região e para própria SEEDUC. Faltam salas de aulas, pois há
salas ocupadas que apenas conta com um basculante, e outras, onde não há carteiras ou
mesas adequadas para o cumprimento das tarefas. O auditório, sem acústica adequada, sem
equipamento de som, sem equipamento de vídeo fixo, sem ar condicionado ou ventilação
apropriada, tornou-se depósito de mesas antigas e novas, além de fiel depositário de livros
didáticos e avaliações regionais (SAERJ) a serem distribuídas para outras escolas da região.
Não seriam esses, ao menos possivelmente, efeitos de um processo de declive desta
Instituição Escolar? Efeitos que podem, por exemplo, ser ilustrados pelo sumiço de um dos
maiores distintivos do curso de formação de professores primários. Falamos da estrela
símbolo dos cursos normais do Rio de Janeiro, utilizada pelo prestigiado Instituto de
Educação (criado em 1932) e adotada pela escola que surgiu em 1946 sob sua tutela (Escola
Normal Carmela Dutra). Porém, nem o ISERJ, nem o IECD mantiveram essa tradição de uso
do anel de formatura com a estrela sobre a pedra negra. De fato, o uso do anel para a
formatura continua, embora este símbolo tenha sofrido uma série de transformações que se
4 A palavra “instituição” deriva do latim instituto, onis. Este vocábulo apresenta uma variação de significados que podem ser agrupados em quatro acepções: “1. Disposição; plano; arranjo. 2. Instrução; ensino; educação. 3. Criação; formação. 4. Método; sistema; escola; seita; doutrina (TORRINHA, 1945, p. 434).
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relacionam diretamente com o nosso estudo, pois percebemos suas alterações como efeitos
de mudanças no campo das disputas políticas.
Os sentidos estão sempre “administrados”, não estão soltos. Diante de qualquer fato, de qualquer objetivo simbólico somos instados a interpretar, havendo uma injunção a interpretar. Ao falar, interpretamos. Mas, ao mesmo tempo, os sentidos parecem já esta sempre lá (ORLANDI, 2015, p. 8).
E esse trabalho de percepção da realidade, no uso dos nossos sentidos, e posterior
interpretação dos eventos históricos, realizadas as devidas imersões teóricas e metodológicas,
nos levam a questão que vai aguçar nosso sentido nessa pesquisa: Mas afinal, onde está a luz
da Estrela que sumiu de cima da pedra negra que representa as trevas da ignorância?
Nas escolas normais, os anéis de formatura das professoras primárias tradicionalmente
são compostos por um Brasão da República ou Armas da Municipalidade, o que remete a
formação desses profissionais diretamente a ideia de construção de uma nação (Ver SOUZA
LIMA, 2015). A pena sobre o livro ou pergaminho, disposta do outro lado do anel, representa
ainda o privilégio do trabalho intelectual de escrita e transmissão dos conhecimentos, tal
como faziam os sacerdotes e escribas antigos.
Além desses símbolos que remetem à própria história do Brasil, também foi adotada a
pedra de ônix preta, uma variante relativamente barata do quartzo. A palavra em português
tem origem no homônimo grego ônix, que significa unha. Como as ônix variam de cor,
passando da preta para branca, acreditava-se que eram pedaços das unhas da deusa Vênus
que caiam do céu, cortadas pelo deus Eros. Entretanto, a pedra preta, volumosa sobre o anel,
ainda não completava a imagem de que a normalista vinha trazendo a luz do conhecimento
com fins de mudar a sociedade. Faltava ainda a adoção de mais um item que deveria, sobre
todos os outros símbolos, afirmar o papel da professora normalista na sociedade: a estrela.
A alteração do anel simbólico da diplomanda da Escola Normal deveu-se ao decreto nº 2775 de 15 d novembro de 1922, de modo que passou “a ser composto de uma pedra de ônix em forma cabochon, circundada de brilhantes e encimada por uma estela de platina, no centro daquela existe um brilhante, conservando-se o mesmo aro e distintivos; de um lado um livro aberto atravessado por uma pena, do outro as armas da Municipalidade” (SILVEIRA, 1954; p.43-44).
Embora as escolas do Rio de Janeiro, na época, Distrito Federal do país, adotassem
esse modelo de anel apenas a partir de 1922, conforme nos aponta Silveira (1954) sua
simbologia nos remete a algumas centenas de anos antes, no continente europeu. O uso da
estrela como fonte de luz na escuridão definitivamente faz referência aos usos do saber
durante o período histórico conhecido como iluminismo francês dos séculos XVII e XVIII,
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quando as obras de Jean-Jacques Rousseau, Montesquieu, Voltaire, Locke, Diderot,
D’Alembert, entre outros, divulgavam que o saber iluminava as trevas da ignorância. Tal
influência que cobriu o país europeu de Liberdade, Igualdade e Fraternidade neste período,
inevitavelmente chegou aos novos bancos escolares que se desenvolviam no sentido de
espraiar tais luzes por todo o mundo.
A primeira Escola com as características das que existem ainda hoje foi inaugurada na
França, em 1794, por iniciativa do clérigo Jean-Baptiste La Salle. Foram criados diversos
seminários que buscavam constituir professores para atuar no seguimento primário da
educação. Mais tarde, com a geração de rigorosas normas para as escolas de formação de
professores, o curso passou a ser conhecido como Curso Normal (SCHAFFRATH, 2008).
Acreditamos que a estrela tenha sido adotada pelos cursos normais dentro deste contexto,
chegando oficialmente ao Brasil no ano de 1922, conforme vimos na citação anterior.
Carlos Alberto Monteiro, vendedor de joias de formatura para as escolas normais
Inácio Azevedo do Amaral, Heitor Lira, Carmela Dutra, Julia Kubitschek, Júlia Kubitschek e
Presidente Dutra, além do Instituto de Educação até o ano 20005, descreve o anel da seguinte
forma:
Esses anéis antigos (...) quando na época não existia pedra sintética, só existia pedra natural e diamantes, brilhantes. (...) Na época era ouro 18k, e era até um ouro que se usava na época, que também é 18k mas era um ouro mais avermelhado, que antigamente dava-se mais valor aquele ouro mais avermelhado. (...) Eram caríssimos. (...) anéis realmente muito volumosos. Então um anel que tradicionalmente a indústria de anéis de grau hoje... dependendo do modelo é de 2 ou 3 gramas que é a média geral... claro, existem anéis mais pesados. Mas não como antigamente: anéis de 6, 7, 8 gramas feminino [de ouro]. Hoje, o poder aquisitivo com relação aquela época, acredito que seja menor, porque hoje não se admite um anel feminino com 7 gramas de ouro. Um anel para se vender aí a 4 mil reais. Não existe isso. (...) Anel com carreiras de brilhantes, chuveirado mesmo, duas ou três carreiras, com aquela pedra grande. Então cabia-se, cravava-se ali uma estrelinha em ouro branco (MONTEIRO, 2015).
De acordo com o que comentamos anteriormente, os anéis de normalistas formandas
sofreram pequenas, porém, significativas alterações. A pena sobre o livro continuou sendo
usada, sendo representada, por vezes, sobre um papiro ou pergaminho. Quanto às Armas da
Municipalidade, características da época do Distrito Federal transformaram-se no Brasão da
República e o ouro do corpo do anel foi substituído pela prata, mais barata. Os diamantes
cravejados em volta das grandes pedras pretas de ônix foram substituídos pelas zircônias
5 No ano 2000 Instituto de Educação formou a última turma de professores normalistas de nível médio.
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cúbicas, popularizadas por conta do seu baixíssimo custo a partir de 19766. Além disso, as
mudanças estéticas e o refino das joias tornaram o anel menos chamativo. A pedra de ônix foi
diminuída consideravelmente, tornando-se apenas mais um detalhe. E quanto à estrela, ela
sumiu, pois nas palavras do vendedor de joias das escolas normais “A estrela abafa a pedra!”
(MONTEIRO, 2015).
Figura 1 — Anel dos anos 1940 – Acervo pessoal da aluna do IECD Natália Almeida, 2015.
Nas três imagens acima, temos o anel de formatura em 2015 da aluna do IECD Natália
Almeida. Entretanto, dentre várias formandas, apenas Natália apresentou um anel com tais
características que já descrevemos anteriormente. Trata-se, de um anel herdado de sua avó,
formanda do Instituto de Educação nos anos 1940. Já nas imagens abaixo, colhidas também
no IECD (anel que é padrão para as demais escolas normais) mostram outra constituição do
anel de normalista, que podem sair até pelo preço de R$ 135,00 (MONTEIRO, 2015).
Figura 2 — Imagens de anéis vendidos para as formandas de 2015 — Fotos geradas pelo autor.
6 A Zicônia Cúbica (CZ) é uma imitação de alta qualidade dos diamantes. Disponível em: http://www.heartjoia.com/4167-zirconia-cubica-sintetica. Acessado dia 13/08/15.
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Evidentemente, ao gerarmos tais imagens a partir dos modelos de anéis disponíveis
para venda às formandas da ENCD, nos concentramos na significação deste anel para
história das normalistas desde quando o seu uso foi estabelecido. Desta forma, nos
preocupamos em mostrar as mudanças na joia, trazendo as imagens como documento.
Afinal,
Uma fotografia — na sua dimensão documental — não é o produto livre da imaginação de alguém, mas, pelo contrário, é sempre o resultado da ação da luz sobre um suporte sensível, ou seja, uma pegada da realidade (GURAN, 2000, p. 158).
Assim, para além dos modismos e das estéticas que são rediscutidas, recriadas,
alternadas, a principal questão não está entre os valores de R$ 135,00 ou 4 mil reais, mas sim
em Onde está a Estrela? Para além de uma resposta óbvia, gostaríamos de pensar essa
ausência material no campo do simbolismo. Onde está a estrela que não ilumina mais as
trevas?
O sociólogo francês François Dubet, em seu livro El declive de la instituición:
profissiones, sujeitos e indivíduos ante la reforma del Estado (2006), descreve a atuação de
pessoas e instituições, sejam elas ligadas a fé, a educação e no labor social, entre outras.
Dubet descreve a instituição como locus do trabalho de influência e de inculcação valores;
procedimento este realizado por um grupo de profissionais especializados sobre um grupo de
alunos em sua passagem pela unidade escolar. Neste sentido, a escola enquanto instituição
não transmite simplesmente uma cultura ou saber, mas, através do processo de socialização,
transforma os valores de uma pessoa adequando-a aos interesses do Estado, tema que
discutiremos mais adiante ao relacionar as categorias de análise Instituições Escolares e
Cultura Escolar.
A ENCD/ IECD enquanto instituição criada pelo Decreto-Lei 8.548, de 22 de junho de
19467, levou ao bairro de Madureira o ethos da normalista, até então de produção exclusiva
do Instituto de Educação aos jovens que na Tijuca se formavam. O que nos leva, finalmente, a
tese central do livro de Dubet (2006): o processo de desestruturação dessas instituições na
segunda metade do século XX.
Segundo o sociólogo, não existe uma ruptura ou quebra das instituições, mas uma
evolução que pode ser melhor verificada a partir dos anos 1960, quando é possível identificar
a paulatina perda do poder de “crer e fazer crer” (DUBET, 2006, p. 64, tradução nossa). Em
outro exemplo de que as instituições estão em declínio, Dubet cita a perda dos monopólios de
7 Disponível em: www.jusbrasil.com.br. Acessado em 6 de dezembro de 2015.
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homogeneização de valores e princípios nestes procedimentos de adequação de indivíduos a
um perfil social. No caso da ENCD, nos anos 1940, formou-se uma instituição diferenciada
por conta dos conflitos entre o Instituto de Educação e a Escola Normal Carmela Dutra (Ver
SOUZA LIMA, 2015), mas no final dos anos 1950 e início dos anos 1960, a até então única
escola normal suburbana perde também o seu monopólio quando surgiram várias outras
escolas normais com o mesmo propósito de formação de professores normalistas8.
Além desses exemplos, o autor aponta que a maioria dos elementos que compõem as
instituições originam-se do período da modernidade, época onde se desenvolvem os ideais do
iluminismo. Neste sentido, voltando ao anel de formatura das normalistas, podemos
perguntar se a ausência da estrela enquanto luz do saber não seria mais um sinal de que a
Instituição Escolar, particularmente os cursos de formação de professores, estão em crise?
Para François Dubet (2006),
Por mais que em todas as partes, na escola, no hospital ou no trabalho social, se encontrem rastros ou seguimentos do programa institucional, parece evidente que grande quantidade de práticas e de símbolos se esvaem dela paulatinamente (DUBET, 2006, p. 63, tradução nossa).
Assim, perante a mais essa insígnia que se desfaz diante das nossas experiências
pessoais como professores, diante nas nossas recorrentes conversas com os colegas de
trabalho sobre a degradação do curso de formação de normalistas, decidimos que seria
interessante buscar a ponta do fio dessa história iniciando pelo simbolismo que a estrela dos
cursos de normalistas representa em todo Rio de Janeiro.
Escola Normal dos Subúrbios, Vedete do Subúrbio e Estrela de Madureira
A estrela das normalistas chegou a Madureira em 1946, quando a Escola Normal
Carmela Dutra foi fundada, na então Estrada Marechal Rangel, nº 31, região fronteiriça ao
Sertão Carioca9.
Entre os anos de 2013 e 2015 nos dedicamos a contar a sua história de sua criação em
nossa dissertação de mestrado intitulada As normalistas chegam ao subúrbio — A história da
8 Escolas normais que iniciaram suas atividades no Distrito Federal, depois no Estado da Gunanabara, na década de 1960: Escola Normal Heitor Lira (Penha), Escola Normal Júlia Kubitscheck (Centro), Escola Normal Sara Kubitscheck (Campo Grande) e Escola Normal Inácio Azevedo Amaral (Jardim Botânico).
9 A ideia de bairro afastado também poderia ser medida pela a assistência de saúde ou estrutura de atendimento público, conforme podemos ver nesta citação: “Se raros escapam à doença, muitos têm duas ou mais infestações [...]. Vêem–se, muitas vezes, confrangido e alarmado, nas nossas escolas públicas, crianças a bater os dentes com o calafrio das sezões [...]. E isto, não nos ‘confins do Brasil’, aqui no DF, em Guaratiba, Jacarepaguá, na Tijuca [...]. Porque, não nos iludamos, o ‘nosso sertão’ começa para os lados da Avenida [Central]” [...] (HOCHMAN apud CARDOSO, 2007, p. 71).
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Escola Normal Carmela Dutra: da criação a autonomia administrativa (1946-1953)10. Em um
brevíssimo resumo, destacaremos nas próximas linhas a origem da escola nos anos 1940,
quando, após a Segunda Guerra Mundial, teve início o governo de Eurico Gaspar Dutra,
eleito com apoio do ex-presidente Getúlio Dornelles Vargas (1930-1945).
Com o intuito de homenagear a primeira dama, conhecida como Santinha Dutra, o
então secretário de educação e cultura do Distrito Federal, médico pessoal da esposa do
presidente da República, apoiador desde a primeira hora de Getúlio e de seu sucessor por
meio do jornal que dirigia (Gazeta de Notícias), criou por Decreto a ENCD11 sob a alegação de
que o então Instituto de Educação não conseguia mais dar conta do quantitativo de
professores necessários para suprir a rede escolar da capital do país12.
A criação de uma nova escola normal, desta vez no bairro mais populoso do Rio de
Janeiro, não foi, nem de longe, uma unanimidade entre políticos, professores e alunos. A
ENCD nasceu completamente sob a tutela do IE, tendo seus recursos financeiros, a sua
administração e sua pedagogia controladas pelo Instituto da Rua Mariz e Barros, na Tijuca. A
criação de mais uma escola normal, chamada pela mídia de Escola Normal dos Subúrbios13,
contrariou muitos interesses, pois atingiu diretamente a exclusividade das normalistas do IE
de formarem professoras e oferecê-las ao funcionalismo público que automaticamente as
admitia. Além disso, a ideia de ascensão social das classes médias tijucanas fora diretamente
levada às classes menos abastadas em um processo geral de expansão do ensino iniciado com
o pós-segunda guerra mundial. O sonho do crescimento social pela educação ganhara as
áreas mais afastadas do subúrbio carioca. Isso porque as famílias mais pobres começaram
procurar as cadeiras escolares sob três promessas: desenvolvimento, igualdade e mobilidade
social (CANÁRIO, 2008).
No final de 1947, o privilégio que essas jovens estudantes do IE viam em usar as
insígnias de Normalistas teve que ser forçosamente dividido com o público que se
identificava cada vez mais com Madureira. Mesmo assim, durante os primeiros sete anos de
existência a escola ela esteve ameaçada de fechar e ser novamente reincorporada pelo IE.
10 Dissertação defendida em março de 2015. Disponível em: http://www.educacao.ufrj.br/ppge/dissertacoes2015/dfabiosouza.pdf. Acessado dia 23/09/15.
11 Decreto-Lei n.º 10 8.548, de 22 de junho de 1946. Disponível em: www.jusbrasil.com.br. Acessado em 6 de janeiro de 2015.
12 Fioravanti Di Piero anuncia reformas e escola normal na Zona Suburbana. Jornal Gazeta de Notícias, 26 de fevereiro de 1946. Disponível em: www.hemerotecadigital.bn.br. Acessado dia 13 de junho de 2014.
13 Termo usado pela imprensa da época conforme o Jornal do Brasil. Jornal do Brasil. As visitas inesperadas do Prefeito – Precária a situação da Escola Normal Carmela Dutra e do Ginásio Barão do Rio branco. Quinta-feira, 6 de novembro de 1947.; JORNAL DO BRASIL, 6 de novembro de 1947, página 4.
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Quanto à Escola Normal Carmela Dutra, estava prevista a sua extinção gradual, mediante a assimilação progressiva de cima para baixo, de suas alunas do curso normal, no curso equivalente da seção do Instituto de Educação da Rua Mariz e Barros. (...) unificando os dois cursos normais existentes ao invés de multiplica-los. (BRITO, Mário de. Diário de Notícias, 5 de agosto de 1953, p. 2)14.
No entanto, naquele mesmo ano de 1953, por conta das discussões públicas em âmbito
federal, estadual e municipal, envolvendo nomes de peso da educação como Anísio Teixeira,
Lourenço Filho e Fernando de Azevedo, a questão sobre centralização ou descentralização
dos sistemas de ensino acirrou os ânimos. O Instituto de Educação fora chamado de
“instituição feudal” (LAUS, 1953)15, o prefeito fora acusado de ter o “propósito de quebrar a
homogeneidade do ensino normal do Distrito Federal, já manifestado de diversas maneiras, o
que constitui uma retrogradação em matéria de ensino” (BASTOS, 1953)16 e, neste conflito,
com muitas trocas de farpas, coube ao procurador-geral da prefeitura dar a última palavra.
Sem mais obstáculos ao novo decreto da prefeitura17, o ano de 1953 marcou a conquista da
autonomia da ENCD e a garantia de seria ela a primeira Escola Normal carioca independente
frente ao IE (SOUZA LIMA, 2015).
Esta história de disputas docentes, discentes e políticas sobre a criação da ENCD
fatalmente levou ao subúrbio carioca de Madureira um dos grandes símbolos das
normalistas, a estrela. A ENCD, entre todas as outras escolas normais, é a primeira estrela
dos subúrbios, e ainda é, como referência bairrista, Estrela de Madureira. Porém, em
verdade, a Escola Normal dos Subúrbios não ficou conhecida dessa forma nos anos 1950.
Esse título coube a uma vedete chamada Zaquia Jorge, uma estrela em ascensão, que levou
para o subúrbio carioca a sua pailleté18 na arte ao mesmo tempo em que o bairro de
Madureira crescia nessa época.
Zaquia Jorge nasceu no ano de 1925 e aos vinte anos já atuava no Teatro do Recreio
como uma das girls brasileiras, subindo à soubrette, a vedetinha e depois estrela, quando
em 1952 resolveu fazer o inusitado: criar o Teatro de Madureira (MANTUANO, 2008). O
novo e inédito empreendimento contou com 450 lugares entre muitos camarotes, 12
camarins e além de uma localização de fácil acesso no bairro, isto é, Rua Carolina Machado,
14 Disponível em: www.hemerotecadigital.bn.br. Acessado dia 11/01/15. 15 Lausimar Laus. JORNAL DO BRASIL, 9 de agosto de 1953, p. 6. Disponível em: www.hemerotecadigital.bn.br.
Acessado dia 8/01/15. 16 Ligia Lessa. DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 4 de agosto de 1953, p. 2. Disponível em: www.hemerotecadigital.bn.br.
Acessado dia 8/01/15. 17 Decreto 12.171, de 31 de julho. Disponível em: www.jusbrasil.com.br. Acessado dia 06/01/15. 18 Em diversos artigos sobre a vedete, encontramos referência ao seu destaque nos jornais e revistas que usaram o
termo francês pailleté, cuja tradução melhor contextualizada é “Brilho”.
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nº 368, a poucos passos da estação de três e a apenas 290 metros da Escola Normal Carmela
Dutra19.
Ana Mantuano (2008), musicista e pesquisadora, conta, em seu artigo Zaquia Jorge –
coragem, simplicidade e pailleté, que a Estrela de Madureira enfrentou um público arredio,
resistente à ideia de terem um teatro como atividade cultural tão perto. Porém, os primeiros
problemas de bilheteria foram sanados com o investimento em marketing da própria atriz,
que realizava passeios que pelas ruas do bairro convidando os transeuntes a se tornarem
espectadores do teatro. A Vedete do Subúrbio, outro epíteto pelo qual também era conhecida,
contracenou com atores de renome como Oscarito, Dercy Gonçalves e Grande Otelo nos
palcos, bem como também o fez no cinema, tornando-se uma referência na região. Zaquia
também fomentava a arte, mantendo em seu teatro uma escola de canto, outra de
representação e outra de coreografia.
Figura 3 — MANTUANO, Ana Estachiote. “Zaquia Jorge – coragem, simplicidade e pailleté”. Revista João do Rio, Rio de Janeiro, Ano 6, nº 32, Ago/Set 2008.
Disponível em: http://www.joaodorio.com/site/index.php?option=com_content&task=view&id=184&Itemid=53. Acessado dia 24/09/15.
Entretanto, a Estrela de Madureira morreu afogada com apenas 33 anos em um
acidente na praia da Barra da Tijuca, no dia 22 de abril de 1957 (PIMENTEL, 2013), pouco
tempo depois da criação de seu teatro. O enterro da vedete teria arrastado o número de 4 mil
pessoas ao velório, sendo até o presidente Juscelino Kubitschek um dos presentes, não
fossem questões a resolver no Palácio do Catete (RAIZ DO SAMBA, 2014). A imagem abaixo
é posterior a sua morte, provavelmente do ano de 1958 (por conta da vitória do Brasil na copa
da Suécia), quando o teatro foi rebatizado com o seu nome.
19 A referência espacial usada é o Google Maps, utilizando os mesmos endereços de onde funcionavam as instituições no período.
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Figura 4 — Teatro Zaquia Jorge — Imagem disponível em: http://lyricalbrazil.com/2014/07/02/estrela-de-madureira-and-madureira-chorou/. Acessado em 23/09/15.
No mesmo ano de 1958, foi composto o samba Madureira Chorou, tornando-se a mais
popular música tocada daquele ano e de muitos outros que se seguiram (PIMENTEL, 2013).
MADUREIRA CHOROU Madureira chorou Madureira chorou de dor Quando a voz do destino Obedecendo ao Divino A sua estrela chamou Gente modesta Gente boa do subúrbio Que só comete distúrbio Se alguém lhe menosprezar Aquela gente Que mora na Zona Norte Até hoje chora a morte Da estrela do lugar CARVALHINHO; MONTEIRO (companheiro de Zaquia), 195820
Sua passagem foi cantada também em 1975 pela escola de samba Império Serrano,
sendo o enredo Zaquia Jorge, A vedete do Subúrbio, Estrela de Madureira21.
Evidentemente, nesta época, a vida e a obra desta mulher já haviam se tornado referências da
cultura imaterial do subúrbio carioca, fazendo com que a sua história se constituísse,
verdadeiramente, como a história da Estrela de Madureira.
20 Disponível em http://www.multirio.rj.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=817&Itemid=115. Acessado dia 23/09/15.
21 Galeria do Samba. Disponível em: http://www.galeriadosamba.com.br/V41/. Acessado dia 23/09/15.
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Neste texto, portanto, esperamos ter deixado claras as nossas motivações iniciais para a
construção desse estudo que está em curso, além de justificar a escolha do título Estrela de
Madureira como uma referência não apenas à estrela das normalistas que chegaram ao
bairro em 1946, mas também uma homenagem à vedete-estrela que fundou o primeiro teatro
na região.
Evidentemente, a história dessas estrelaS, como expusemos anteriormente,
relacionam-se ao crescimento do bairro e da escola nos anos 1950, da mesma maneira que se
relaciona ao surgimento de mais escolas normais nesse tempo. Mas também se relaciona,
dentro de uma olhar macro histórico, aos anos de crise no programa institucional da
formação de professores normalistas no Distrito Federal/ Estado da Guanabara/ Rio de
Janeiro22, que como pretendemos estudar, parece despontar no final dos anos 1960 e se
estender, pelo menos, até os anos 1980.
Desta maneira, destacamos o caminho que faremos de análise da história da formação
de Professores Normalistas como uma instituição, apontando os eventos que no âmbito
Federal, Estadual e Municipal que acabam por influenciar, em nível micro, a cultura escolar
da unidade Escola Normal Carmela Dutra.
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22 A Escola Normal Carmela Dutra foi criada em 1946 pela Secretaria Municipal de Educação e Cultural do Distrito Federal. Em 1960 a capital do país passa para Brasília e a ENCD passa a ser uma unidade escolar do então criado Estado da Guanabara. No ano de 1975 o Estado da Guanabara e o Estado do Rio de Janeiro se fundem e a ENCD passa a estar submetida a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro.
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