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DOSSIÊ TÉCNICO – Estrutiocultura Criação de avestruz Lucimar Tunes Leite Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR Janeiro/2007

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DOSSIÊ TÉCNICO –

Estrutiocultura

Criação de avestruz

Lucimar Tunes Leite Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR

Janeiro/2007

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O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT fornece soluções de informação tecnológica sob medida, relacionadas aos

processos produtivos das Micro e Pequenas Empresas. Ele é estruturado em rede, sendo operacionalizado por centros de pesquisa, universidades, centros de educação profissional e tecnologias industriais, bem como associações que promovam a interface entre a oferta e a demanda tecnológica. O SBRT é apoiado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE e pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação – MCTI e de seus institutos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT.

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Dossiê Técnico LEITE, Lucimar Tunes Estrutiocultura Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR

18/1/2007

Resumo Este dossiê aborda diversas informações sobre o avestruz: raças, características, manejo da criação, alimentação, reprodução, manejo reprodutivo, abate e produtos.

Assunto CRIAÇÃO DE AVES, EXCETO GALINÁCEOS Palavras-chave Abatedouro; associação; avestruz; carne exótica; classificação;

criação; couro; estrutiocultura; fornecedor; legislação; manejo; nutrição animal; pluma; raça; reprodução

Salvo indicação contrária, este conteúdo está licenciado sob a proteção da Licença de Atribuição 3.0 da Creative Commons. É permitida a cópia, distribuição e execução desta obra - bem como as obras derivadas criadas a partir dela - desde que criem obras não comerciais e sejam dados os créditos ao autor, com menção ao: Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - http://www.respostatecnica.org.br

Para os termos desta licença, visite: http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/

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Sumário 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 2 CLASSIFICAÇÃO DO AVESTRUZ ............................................................................. 3 3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO AVESTRUZ ................................................... 4 4 PRINCIPAIS RAÇAS DE AVESTRUZ ......................................................................... 4 5 CRIAÇÃO .................................................................................................................... 6 5.1 Alimentação ............................................................................................................ 6 5.2 Água ......................................................................................................................... 6 5.3 Identificação ............................................................................................................ 7 5.4 Ovos ......................................................................................................................... 7 5.4.1 Incubação .............................................................................................................. 7 5.4.2 Nascimento ............................................................................................................ 9 6 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO NA CRIAÇÃO ................................................ 10 6.1 Fase 1 – formação de plantel ................................................................................. 10 6.2 Fase 2 – desenvolvimento genético e do manejo ideal para o Brasil ................. 10 6.3 Fase 3 – desenvolvimento dos segmentos que absorvem seus produtos ......... 10 6.3.1 Carne ..................................................................................................................... 10 6.3.2 Couro ..................................................................................................................... 10 6.3.3 Plumas ................................................................................................................... 10 6.3.4 Ovos ...................................................................................................................... 10 6.3.5 Unhas e bico .......................................................................................................... 11 6.3.6 Outros .................................................................................................................... 11 6.4 Fase 4 – abate e comercialização de seus produtos ............................................ 11 7 REPRODUÇÃO ........................................................................................................... 11 7.1 Época de reprodução ............................................................................................. 11 7.2 Comportamento reprodutivo e postura ................................................................. 12 7.3 Manejo reprodutivo nos piquetes .......................................................................... 12 8 VANTAGENS COMERCIAIS ....................................................................................... 13 8.1 Couro ....................................................................................................................... 13 8.1.1 Abate e esfola ........................................................................................................ 13 8.1.2 Conservação do couro ........................................................................................... 13 8.1.3 O processo de curtimento ...................................................................................... 14 8.1.4 Acabamento ........................................................................................................... 15 8.2 Plumas ..................................................................................................................... 15 8.3 Carne ....................................................................................................................... 16 9 PRODUTIVIDADE E SEGMENTAÇÃO DA ESTRUTIOCULTURA ............................. 16 10 ABATEDOURO E FRIGORÍFICO PARA AVESTRUZ ............................................... 17 11 FORNECEDORES DE CARNE DE AVESTRUZ ....................................................... 18 12 ASSOCIAÇÕES ........................................................................................................ 18 13 LEGISLAÇÃO ........................................................................................................... 20 Conclusões e recomendações .................................................................................... 21 Referências ................................................................................................................... 22

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Conteúdo 1 INTRODUÇÃO A criação de avestruz (estrutiocultura) vem se destacando no ramo de agronegócios, como uma das atividades de grande futuro para o Brasil. Da mesma forma que se destaca na bovinocultura, na avicultura e na suinocultura, acredita-se que o país poderá se tornar um dos grandes fornecedores de carne de avestruz do mundo, isso em um curto espaço de tempo. Conforme dados da Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil – ACAB, o país já possui um plantel de cerca de 200 mil aves distribuídas em várias regiões. A estrutiocultura, portanto, vem mostrando resultados positivos para os criadores nacionais, que já exportam couro para Israel, Estados Unidos e México; comercializam as plumas principalmente para a Europa; além de venderem a carne no mercado interno. O abate em grande escala, no entanto, somente será possível em um prazo estimado de aproximadamente 3 anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (<http://www.ibge.gov.br>) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA (<http://www.embrapa.br>), relativos ao consumo de carnes no Brasil, reforçam o potencial existente para a produção da carne de avestruz. Em 2003, o mercado interno consumiu 14,9 milhões de toneladas dos diferentes tipos de carnes, entre bovina, de frango, suína, caprina, etc. Desse total, 186 mil toneladas foram de produtos exóticos, como a carne de rã, jacaré e avestruz. Estima-se que, com o aumento da oferta, a melhoria na divulgação e a distribuição do produto junto aos consumidores, o consumo da carne desta ave atinja 9 mil toneladas somente no mercado interno até 2008. 2 CLASSIFICAÇÃO DO AVESTRUZ Filo: Chordata Classe: Aves Ordem: Struthioniformes Sub-ordem: Struthiones Família: Struthionidae Gênero: Struthio Espécie: Struthio camelus Nome vulgar: Avestruz A família Struthionidae apresenta um único gênero e uma espécie. Existem quatro subespécies selvagens de avestruz, cuja classificação é feita de acordo com o tamanho, plumagem, porosidade da casca dos ovos e outras diferentes características externas. O avestruz, conhecido cientificamente como "Strutio Camelus Australis", é originário da África e pertence à família das Ratitas - aves não voadoras. Para surpresa de muitos, embora seja uma ave, o avestruz (FIG. 1) produz uma deliciosa carne vermelha que possui o sabor muito parecido com o filet mignon, porém, com níveis de calorias, gordura e colesterol muito mais baixos.

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Figura 1 – Avestruz

Fonte: (TERRITÓRIO DO AVESTRUZ)

A estrutiocultura, como é chamada a criação comercial de avestruz, é o agronegócio mais lucrativo no momento. A procura pelos produtos deste animal (carne, couro e plumas) cresce a cada dia no mercado mundial e a atual produção está longe de atender à demanda. Hoje, a criação do Struthio camelus, ou a Estrutiocultura é uma realidade cada vez mais presente para os brasileiros. O avestruz tem um grande potencial para ser criado com sucesso no Brasil, considerando a combinação das suas características de adaptação, rusticidade e produtividade com as características do país, com grande disponibilidade de terras e clima favorável. Outra grande vantagem é que, do avestruz, nada se perde, e também existe mercado para seus subprodutos. 3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO AVESTRUZ O avestruz está incluso no grupo das "Ratitas", que são aves corredoras de grande porte. O peito destas aves é plano, desprovido de asas, ao contrário das aves voadoras. Logo, o avestruz não tem peitorais desenvolvidos como o pato ou a galinha, deste fato decorre uma importante peculiaridade produtiva do avestruz: a maior quantidade de carne produzida não estará no peito, mas nas coxas, já que se trata de um animal corredor. O avestruz é uma ave que cresce, vive e se reproduz em áreas semiáridas, podendo ser criado nos campos, cerrados e caatingas. Adapta-se muito bem às pastagens, comendo grande variedade de capim. O convívio com outras espécies de animais, como a bovina e a ovina, é perfeitamente compatível e, devido à grande rusticidade dos animais adultos, os custos de produção são bastante reduzidos. Um macho adulto pode pesar 140 kg e medir até 2,5 m de altura. As fêmeas são normalmente um pouco mais baixas e mais leves. São aves que vivem em bandos e dividem seu habitat natural com outras espécies de animais. Os avestruzes apresentam visão excelente durante o dia, podendo distinguir cores. Têm atração por objetos brilhantes, apresentam um amplo canal auditivo, demonstrando certa acuidade que, aliada a sua visão, fazem com que perceba sinais de perigo à distância. 4 PRINCIPAIS RAÇAS DE AVESTRUZ A raça Blue Neck (pescoço azul) é originária do Zimbabwe e Botswana, possui temperamento agitado, de médio a grande porte, inicia a reprodução mais tarde e adapta-se melhor ao clima tropical (FIG. 2).

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Figura 2 – Avestruz da raça Blue Neck Fonte: (TERRITÓRIO DO AVESTRUZ)

A raça Red Neck (pescoço vermelho) é originária da região Norte da África, possui temperamento mais agressivo, grande porte, inicia a reprodução mais tarde do que as demais raças, e se adapta melhor ao clima árido (FIG. 3).

Figura 3 – Avestruz da raça Red Neck

Fonte: Território do avestruz

A raça African Black (preto africano), embora seja a de menor porte, é a mais indicada para se iniciar a criação. São animais dóceis, fáceis de lidar e com início precoce da fase de postura (FIG. 4).

Figura 4 – Avestruz da raça African Black Fonte: (TERRITÓRIO DO AVESTRUZ)

Não existe uma subespécie que produza mais filhotes. O que existe são animais, dentro de uma subespécie, que se destacam na produtividade e ganho de peso. Por isso, o futuro criador deve adquirir seus reprodutores de uma fonte confiável e que possua um rígido controle genético e de aperfeiçoamento.

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5 CRIAÇÃO

Descrição Valores

Idade média útil (anos) 40 Quantidade média de ovos (ano) 50 Idade média da primeira postura (meses) 30 Quantidade média de crias (ano) 30 Período de incubação (dias) 42 Produção média de plumas (kg/animal/ano) 1,2 Produção média de couro (m2/animal/ano) 1,2 Idade média de abate (meses) 13 Peso vivo de abate (kg) 120 Rendimento de carcaça (%) 50 Rendimento de carne limpa (kg/animal/ano) 40 Estação produtiva (meses) 07

Quadro 1 - Dados referentes aos índices zootécnicos Fonte: (RANCHO 4S)

5.1 Alimentação Os avestruzes são vegetarianos, capazes de digerir diversos tipos de fibras vegetais. Para atingirem um desempenho excelente, necessitam de rações balanceadas (própria para avestruz) assim como outros rebanhos criados intensivamente. Na alimentação deverá ser fornecido forragem verde (pasto de braquiara) e ração balanceada. A quantidade de ração que o avestruz deve comer será em média 1% do seu peso vivo em seus diversos estágios de desenvolvimento, sendo maior na fase intensa de crescimento (média de 2%). A pastagem pode ser variada (braquiara, tifton, etc.). A ração deverá ser dada metade na parte da manhã e a outra metade na parte da tarde.

Ração PV/kg % Proteína Cálcio % Fósforo Disponível

Pré-inicial 1-10 23 1,2-1,5 0,4-0,45 Inicial 10-35 20 - - Crescimento 35-58 15,5 - - Terminação 58-80 12-14 0,9-1,0 0,32-0,36 Pós-terminação 80-110 10-12 - - Manutenção - 10 0,9-1,0 0,32-0,36 Postura - 14 2,0-2,5 0,35-0,40

Quadro 2 - Níveis de proteína e macrominerais recomendados para avestruzes Fonte: (RANCHO 4S)

Idade (meses) Gramas

Pintinhos..................... 0 a 1 ................................... 2 a 3

100 200 a 300

Crescimento............... 3 a 6 ....................................7 a 11 ..................................11 a 14

400 a 800 900 a 1400 1500 a 1800

Manutenção 1500 Postura 1500 a 2000

Quadro 3 - Consumo médio diário de ração Fonte: (RANCHO 4S)

5.2 Água O fornecimento de água de boa qualidade é essencial para o desenvolvimento e estado de saúde dos avestruzes. É um dos nutrientes que o avestruz requer em maior quantidade. Os volumes necessários dependem de fatores como tamanho, atividade desenvolvida, umidade e temperatura do ambiente.

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O fornecimento de água deverá ser feito através de bebedouros com sistema de boia, para conservar o reservatório sempre cheio, evitando-se consumo de água morna, prejudicial ao animal. 5.3 Identificação Todas as aves devem ser identificadas com um sistema eletrônico de múltipla leitura – microchips, obedecendo às normas e padrões internacionais. - Implantação do microchip: o sistema de identificação – transponder – implantado na região do músculo bicador na parte superior do pescoço, próximo à cabeça; - Idade de implantação: em pintinhos de 10 a 14 dias; - Marcação dos pintinhos: logo após o nascimento, os pintos receberão números individuais em anilhas para perna ou pescoço e esses números são registrados. Posteriormente, é feita a implantação dos microchips. 5.4 Ovos O avestruz é a maior ave do planeta, logo, põe também o maior ovo do planeta, 12-16 cm de altura e 12-15 cm de largura. O peso dos ovos varia de 1,2 a 1,7 kg, sendo extremamente resistente à compressão, porém, muito suscetível a contaminações.

• Manejo O ovo deve ser recolhido o mais rapidamente possível, evitando o contato do ovo com a mão, usando para a coleta luvas cirúrgicas ou sacos plásticos limpos.

• Instalação O ovo deve ser armazenado em câmara fria entre 14 e 17° C e umidade de 70 a 80%, este procedimento torna o sistema intraovular mais homogêneo, resultando em maiores índices de eclodibilidade. Importante: os ovos devem ser estocados com a câmara de ar voltada para cima, devendo ser rotacionados pelo menos 1 vez ao dia.

• Aspectos sanitários Os ovos não precisam ser lavados com água, apenas no caso de estarem sujos, recebendo assim um borrifamento de solução desinfetante (hipoclorito de sódio a 10%), sendo em seguida enxutos com papel toalha. Ovos fora do peso recomendado, com mau cheiro, trincados, muito porosos, deformados, rugosos e principalmente com manchas de sangue devem ser prontamente descartados. 5.4.1 Incubação A incubação na criação racional de avestruz deve ser feita artificialmente, com o objetivo de obter alta produtividade. O ovo, durante a incubação, deve perder de 15 a 18% de massa.

• Incubação artificial dos ovos de avestruz A incubação do ovo de avestruz é a parte mais interessante da criação e também a mais exigente em biossegurança. A incubação deve proporcionar ao ovo macro e micro-clima adequados para o desenvolvimento do embrião.

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Os ovos coletados são desinfectados, geralmente em fumigadores com paraformolaldeido, e estocados em máquinas que efetuam a viragem periodicamente dentro de salas climatizadas (temperatura de 15 a 18° C e umidade em torno de 40-50%) (FIG. 5).

Figura 5 – Incubação dos ovos

Fonte: (ARASMONTE AVESTRUZ)

Para otimização do processo esses ovos são conduzidos semanalmente às incubadoras que trabalham com temperaturas entre 35 a 37° C e umidade de 20-30%. Temperaturas baixas ou muito altas prejudicam o desenvolvimento do embrião. Os ovos são incubados com a câmara de ar colocada para cima. Um dos princípios básicos na incubação é a troca de gases entre a casca e o meio externo, ou seja, a entrada de oxigênio (O2) e a saída de dióxido de carbono (CO2) e água (H2O) pela casca do ovo. O embrião em desenvolvimento respira através do ovo e deve receber oxigênio e eliminar o dióxido de carbono. A umidade é responsável pela perda de peso do ovo. O ovo deve perde de 12 a 15% de seu peso inicial durante os 42 dias de incubação. Normalmente de 2 a 2,5% por semana, o que exige uma umidade no interior das incubadoras ao redor de 20-30%, dependendo da porosidade das cascas dos ovos. A fertilidade dos ovos pode ser observada através da técnica de ovoscopia, que consiste em iluminar de perto o ovo com uma luz forte e verificar o desenvolvimento do embrião. Geralmente, é efetuada uma verificação no 14º dia de incubação, quando já é possível observar se o embrião está se desenvolvendo. Se o ovo estiver infértil, ele aparecerá translúcido no exame e, portanto, deverá ser retirado da incubadora. Se estiver fértil, a presença de uma mancha escura, que vai aumentando com o passar dos dias, comprova o desenvolvimento do embrião. No 39º dia os ovos são transferidos para a sala dos nascedouros.

• Manejo O ovo deve ser incubado nas seguintes condições: -Temperatura: 36 a 36,4° C; -Umidade: 18 a 25° C; -Concentração de CO2: 200 - 400 ppm; -Verificar o desenvolvimento embrionário, a partir de ovoscopia:

-14º dia: observar se o ovo está fecundado. -28º dia: observar possíveis mortes embrionárias.

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• Instalação A incubadora deve estar em sala de fácil higienização, com temperatura controlada e, de preferência, com sistema de exaustão que mantenha pequena concentração de partículas no ar.

• Aspectos sanitários A manipulação de ovos (pesagem e ovoscopia) deve ser feita por pessoa treinada. 5.4.2 Nascimento Com o objetivo de evitar possíveis contaminações, a eclosão do pinto de avestruz não deve ocorrer na incubadora. Para tanto, pode-se utilizar um nascedouro ou uma sala de nascimento; recomenda-se o segundo caso (menor custo, maior produtividade e maior facilidade de manejo) (FIG. 6).

• Manejo O ovo deve ser retirado da incubadora no 39º dia (quando ocorre o começo da respiração pulmonar), quando o pinto eclode a câmara interna de ar. 41º dia: o pinto começa a romper a casca, neste momento, caso necessário, deve-se colocar a cabeça para fora com o objetivo de facilitar sua respiração. 42º dia: ocorre a eclosão completa; não se recomenda a ajuda na eclosão (pintos que não conseguem sair sozinhos da casca devem ser descartados).

Figura 6 – Eclosão dos ovos

Fonte: ARASMONTE AVESTRUZ

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6 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO NA CRIAÇÃO 6.1 Fase 1 - formação de plantel Esta fase deverá durar em torno de 05 anos e favorecerá muito os criadores que necessitam de uma atividade alternativa extremamente rentável, pois, considerando as cotações que esses animais recebem no mercado e o resultado das primeiras posturas, nota-se o excelente negócio e retorno nessa fase de desenvolvimento da criação. 6.2 Fase 2 - desenvolvimento genético e do manejo ideal para o Brasil Esta etapa é importantíssima para a qualidade da criação no Brasil, pois identificará os grandes reprodutores que deverão oferecer uma produção em torno de 40 filhotes por ano, esses animais terão uma enorme valorização devido a sua alta produtividade. 6.3 Fase 3 - desenvolvimento dos segmentos que absorvem seus produtos 6.3.1 Carne Tão saborosa quanto um bom filet mignon, não deixa nada a desejar aos tradicionais bifes de boi. Seus índices de calorias, colesterol e gorduras são inferiores aos da carne de frango e de peru sem pele. Como o mercado internacional hoje absorve toda produção mundial, o foco será o trabalho no mercado interno. O mercado de embutidos (salames, rosbife, hambúrguer, etc.) já está sendo desenvolvido por grandes frigoríficos, que tem interesse em fornecer ao mercado uma nova opção "light", devido aos baixos teores de gordura, calorias e colesterol, que essa carne possui. Tendo corte e sabor muito similar à carne bovina, acredita-se que também terá grande aceitação em churrascarias e rodízios. Atualmente, porém, a alta culinária é quem tem maior interesse por essa nova opção gastronômica tão rica em qualidades nutricionais e de ótima aceitação quanto ao seu sabor. 6.3.2 Couro O couro é o segundo mais caro do mundo e o mais resistente, dirigido a confecções de peças (bolsas, cintos, sapatos, pastas, casacos, etc.), para os segmentos de alto poder aquisitivo. As grandes grifes mundiais também aderiram a essa tendência. Já existem alguns curtumes interessados no beneficiamento do couro do avestruz, graças à grande valorização deste material. Na região de Franca (Estado de São Paulo), algumas indústrias e artesãos de artigos de couro já trabalham no desenvolvimento de técnicas para melhor absorver essa matéria-prima tão valorizada e imitada através da prensagem do couro do boi. 6.3.3 Plumas Atualmente, toda a produção mundial é consumida, em valores altamente atraentes, pelas suas características antimagnéticas - está sendo absorvida pelas indústrias automobilísticas e eletrônicas. O maior mercado é o de adornos e enfeites, sendo o Brasil o maior importador de plumas para os eventos do carnaval (consumindo 20 toneladas/ano). 6.3.4 Ovos Os ovos não galados (inférteis) também têm um destino no mercado como peças decorativas pintadas por artistas plásticos. Também pode ser consumido, pois o gosto é semelhante ao ovo da galinha, mas, em relação ao tamanho, o ovo do avestruz equivale a 24 ovos de galinha.

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6.3.5 Unhas e bico Tem seu mercado na confecção de joias e bijuterias. 6.3.6 Outros A gordura entra na preparação de cremes e pomadas; os cílios podem ser utilizados para a confecção de cílios postiços; a carcaça pode entrar na composição de rações, e as córneas estão sendo estudadas para transplantes em humanos. 6.4 Fase 4 - abate e comercialização de seus produtos A comercialização dos seus produtos deverá obedecer à evolução dos mercados internacionais e poderá seguir vários modelos, até o mais radical, encontrado em Israel, que mesmo sendo um grande criador mundial, exporta toda a sua carne para o mercado externo devido as suas tradições de não consumo de carne vermelha. Acredita-se que a aceitação pelo mercado interno deverá ser significativa, principalmente pelos embutidos e pela alta gastronomia. 7 REPRODUÇÃO A vida reprodutiva das fêmeas tem início aos 24 meses e a dos machos a partir dos 30 meses, durando aproximadamente 40 anos. São aves de vida longa, aproximadamente 70 anos. A estação reprodutiva dura em média 6 a 7 meses, sendo que no Brasil, este período ocorre entre os meses de agosto e fevereiro. Geralmente, a ave coloca um ovo a cada 48 horas (há alguns dias de intervalo e recomeça a postura). O período de incubação é de 42 dias; em média uma boa fêmea bota de 50 a 60 ovos por ano, algumas ultrapassam essa marca. A temporada de reprodução dos avestruzes e a obtenção de produtividade de ovos dependem de um manejo racional adequado e pode sofrer influência de diversos fatores (climáticos, tecnológicos e humanos). Não basta ter bons reprodutores ou excelentes incubadoras, pois uma pequena falha no manejo ou alimentação dos animais pode inviabilizar todo o projeto. Os avestruzes são reprodutores sazonais e, na maioria dos casos, se reproduzem durante uma estação particular do ano, que dura em torno de seis a oito meses e o tempo do período reprodutivo varia, conforme a latitude e outras condições de ambiente. Os avestruzes selvagens podem não atingir a maturidade antes dos quatro anos. Geralmente em cativeiro, as fêmeas, recebendo alimento de qualidade e em quantidades adequadas, atingem a maturidade sexual em dois anos. Os machos, na maioria das vezes, atingem esta maturidade entre 2,5 a 3 anos de idade. 7.1 Época de reprodução A época de reprodução é sincronizada fotoperiodicamente, iniciando entre julho e agosto nas regiões Sul e Sudeste. A postura atinge o pico máximo na primavera (setembro a dezembro), e depois cai até fevereiro, quando ocorre pequena queda de produção. Como são animais herbívoros e possuem um porte bastante avantajado, são criados a campo, em pastagens, inviabilizando assim a construção de galpões de alojamento, como ocorre com as aves em regime industrial, as quais são confinadas e submetidas a programas de luz, permitindo a reprodução continuamente, não dependendo, portanto, da luminosidade natural. Desta forma, devido à dependência da intensidade de luz natural e, sendo esta, variável de acordo com as diversas regiões, pode-se identificar períodos sazonais de reprodução, com início e fim diferentes.

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7.2 Comportamento reprodutivo e postura O macho e a fêmea costumam acasalar-se duas ou três vezes por dia, sendo que a fêmea põe um ovo em dias alternados, até completar 15 a 20 ovos, cujo peso médio ideal, varia de 1100 a 1700 g. Após uma pequena pausa, de 7 a 10 dias, o ciclo recomeça. Algumas aves podem botar até 120 ovos numa estação prolongada de postura, porém torna-se necessário a interrupção da postura, pois os ovos mais tardios são menos férteis e comprometem a produção total da fêmea, reduzindo a postura na estação seguinte. A média ideal seria de 50 a 60 ovos por ano com uma interrupção de 12 a 16 semanas entre os ciclos de postura. Este intervalo permite um descanso para a recuperação corporal da fêmea, culminando com um número satisfatório de ovos na estação seguinte e com boa porcentagem de fertilidade. Os casais devem ser formados por volta de quatro semanas antes do início da temporada de reprodução e submetidos a uma alimentação com concentrado específico para reprodutores, no início das semanas previstas para o ciclo produtivo, garantindo assim, o suplemento necessário para uma boa produção dos ovos. Os avestruzes que passam por um manejo nutricional excessivo ou irregular não apresentam bom desempenho reprodutivo. De um modo geral, são as fêmeas que tomam a iniciativa para o acasalamento, aproximando-se do macho e exibindo-se para seduzi-lo, abrindo as asas. No entanto, nem sempre a primeira tentativa é decisiva. Se o macho está receptivo, a cloaca da fêmea incha e apresenta-se fortemente colorida. Isto faz com que o macho, passe a se exibir, alçando a cauda, abrindo as asas e levantando-as em direção ao céu para depois as baixar, ou então, agitando-as ao mesmo tempo ou alternadamente. Em seguida, a fêmea começa, de forma sincronizada, a debicar o pasto. O macho coloca-se em frente da fêmea, deixa-se cair sobre os tarsos, abre as asas, agitando-as para frente e para trás, sendo que, neste momento, apóia a cabeça no lombo, movendo-a lenta e ritmicamente de um lado para o outro. Todo este ritual se prolonga por alguns minutos, até que, subitamente, o macho se ergue e se dirige para a fêmea com as asas abertas. A fêmea permanece com as asas na horizontal, agitando-as e mantendo a cabeça baixa. Quando a fêmea se agacha, o macho coloca a sua pata esquerda ao lado desta, e a sua pata direita sobre o dorso da fêmea. O macho emite um rugido, enquanto que a fêmea estala o bico e agita a cabeça. A cópula dura de um a dois minutos. 7.3 Manejo reprodutivo nos piquetes Em cada piquete para reprodução, constarão, durante toda a temporada reprodutiva, um trio (duas fêmeas e um macho) ou um casal de avestruzes. Para os animais de primeira postura, a escolha de cada trio ou casal é feita previamente, com a colocação provisória de todos os reprodutores num piquete comum. O critério utilizado, para a constituição dos trios ou casais baseia-se na observação do comportamento entre machos e fêmeas situados no mesmo piquete e que apresentem uma maior afinidade. No entanto, alguns produtores optam por formar os trios ou casais sem previamente observarem o comportamento entre os elementos do grupo e, no final da temporada de postura, no caso de se verificarem incompatibilidades entre estes e baixa produtividade, são substituídos por outros, até se obterem bons resultados. Outra hipótese escolhida por alguns produtores que possuem um grande número de reprodutores e matrizes é a formação de colônias permanentes num único piquete. Este sistema apresenta como vantagem o fato de requerer menos horas de trabalho e menores custos na construção de cercas e como desvantagens o controle da produção (origem e fertilidade do ovo), identificação de doenças e ainda pela frequente ocorrência de lutas entre os animais, estresse e, consequentemente, menor produção. Os adultos recebem durante a estação reprodutiva uma ração balanceada para avestruzes em reprodução e na estação não-reprodutiva outra ração balanceada para avestruzes em

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manutenção. O fornecimento de alimento nesta fase deve ser distribuído em três tratos diários e consiste numa ração com 50% de concentrado e 50% de volumoso. O consumo médio diário por cada avestruz deste grupo, cujo peso vivo varia entre 120 e 150 kg é de aproximadamente 2,5% do peso vivo, além da suplementação específica para reprodução, conforme indicação do técnico responsável. 8 VANTAGENS COMERCIAIS Uma das principais vantagens para a produção de avestruz é a sua grande produtividade, oferecendo um amplo aproveitamento de seus produtos, sendo produtiva da cabeça aos pés. É considerado pelo mercado internacional um produto de alto valor, garantindo sua criação, um grande retorno para os investidores. 8.1 Couro O tamanho da pele de um avestruz varia de 12 a 21 pés quadrados (1,2 a 2,0 metros quadrados) quando completado 1 ano de idade, segundo a subespécie criada. A pele classifica-se de primeira a quinta, em função da sua preservação, forma, tamanho, qualidade da esfola, tamanho e localização das cicatrizes, cortes, machucados, etc. O tamanho médio de uma pele curtida é de 14 pés quadrados (1,3 metros quadrados) e pesa 1,25 Kg. Seu preço depende da qualidade, mas a média está em torno de US$ 15,00 por pé quadrado. A pele curtida de primeira se cota em torno de US$ 230,00 a US$ 250,00 cada uma, segundo o país e a qualidade. O couro das patas de avestruz é cotado em torno de US$ 5,00 a US$ 7,00, segundo o país e a qualidade (UNIVERSIDADE). 8.1.1 Abate e esfola Assim que a ave for sacrificada, retira-se as penas e dá-se inicio à esfola. Primeiramente, retira-se a pele das patas, tendo o cuidado de deixar as escamas no centro, caso contrário, esta perderá seu valor. Esta é uma etapa extremamente delicada e que deve ser feita por pessoas experientes. Para retirar a pele deve-se utilizar somente um operário para que a carcaça não se mexa evitando cortes desnecessários. Furos e cortes ocasionados por facas desvalorizam muito a pele. O Programa Brasileiro da Qualidade do Couro recomenda que a esfola seja feita com a mão (COUROBUSINESS). O pescoço deve ser cortado uns 20 cm da base do mesmo e as patas de 10 a 15 cm acima do joelho. Assim que a pele for retirada da carcaça, esta deve ser descarnada imediatamente retirando toda a gordura possível do lado carnal e tomando todo o cuidado para não ocasionar qualquer tipo de corte ou riscos à pele. Após o descarne, as peles devem ser lavadas para retirar restos de gordura e sangue, para depois serem salgadas. Antes da salga se recomenda aplicar um banho em uma solução de bactericida por 30 minutos para dar mais segurança ao processo de conservação. 8.1.2 Conservação do couro Logo após o abate, as peles devem ser descarnadas (retirar a gordura do lado carnal), bem lavadas (água) e escorridas na sombra por alguns minutos. Em seguida, deve-se forrar o chão com uma camada de sal triturado de uns 5 cm, abrir o couro com os folículos para baixo (em contato com o sal) e cobrir o carnal com sal e, assim sucessivamente, um couro encima do outro até formar uma pilha de vários couros. Os couros não podem ter dobras (devem ser bem esticados). Após um tempo, os couros vão começar a se desidratar (isto é normal) e soltar sangue e água. Após 2 dias, as peles devem ser levantadas e deve ser repetida a operação de salga (não lavar), para garantir que

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os couros foram bem salgados. Da mesma forma, deve-se proceder com os couros das patas de avestruz (LEATHERJET). 8.1.3 O processo de curtimento Segundo documento elaborado pelos profissionais do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, do Espírito Santo - SEBRAE-ES, o processo de curtimento segue as seguintes etapas:

• Remolho As peles conservadas devem ser reidratadas, assim, a água perdida durante o processo de conservação é reincorporada. As peles destinadas ao curtimento devem estar isentas de carne, gordura, terra, sangue, urina, fezes, etc.

• Caleiro Nesta fase, são utilizados dois produtos químicos (cal hidratada e sulfeto de sódio), que promovem o entumescimento da pele, pois determinam um pH de aproximadamente 12. É empregado um volume de água de 400% em relação ao peso das peles. O tempo de duração desta etapa varia de 18 a 24 horas. O fulão roda a uma velocidade de 4 rpm durante 5 minutos a cada 2 horas. Fulão com capacidade de até 12.000 Kg.

• Desencalagem Nesta etapa, procura-se remover toda cal e sulfeto de sódio que se encontram no interior das peles, através do emprego de desencalantes como cloreto e sulfato de amônio, bissulfito de sódio, assim como ácidos orgânicos como o lático, fórmico e butírico. O pH diminui a valores próximos de 7,0, o que determina o desentumescimento da pele. O controle da desencalagem é feito aplicando o indicador fenolftaleína no corte em um pedaço da pele. A reação deve ser incolor.

• Purga É a operação onde a pele é submetida à ação de enzimas proteolíticas para a limpeza da estrutura fibrosa. A purga, associada a um bom caleiro e engraxe desempenha um papel importante na maciez das peles.

• Píquel O volume do píquel é de aproximadamente 100% de água em relação ao peso das peles.

• Curtimento As peles preparadas no píquel recebem o produto curtente que irá transformá-las em material imputrescível (que não apodrece). O curtente mais utilizado na indústria é o sulfato de cromo com 33% de basicidade. O curtimento é realizado durante, aproximadamente, 8 horas. A velocidade do fulão de curtimento é de 8 rpm. Após a penetração do curtente, deve-se fazer a basificação com bicarbonato de sódio até o pH 3,8 a 4,0.

• Cavaletar Após o curtimento, os couros são empilhados, permanecendo em repouso durante 24 horas. Nesta etapa, a pele está curtida e é denominada “wet-blue”.

• Recurtimento, tingimento e engraxe O recurtimento é um tratamento que os couros recebem após terem sido curtidos. Os recurtentes podem ser de origem mineral, vegetal ou orgânica. Após o curtimento, os couros são tingidos e engraxados. O recurtimento é feito em fulões com velocidade de 15 rpm. O

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volume é de 50 a 100% em relação ao peso das peles. A água deve ser aquecida a uma temperatura de 45 a 60° C.

• Secagem e amaciamento Após o recurtimento, os couros são estendidos ou pendurados à sombra para a secagem natural. Após a secagem, devem ser parcialmente reumidecidos e amaciados. 8.1.4 Acabamento O acabamento é feito com aplicação de resinas e lacas através de pulverização com revólver. É necessária a prensagem com chapa aquecida para realçar o brilho. Esta operação é executada utilizando o equipamento denominado prensa hidráulica. A indústria de cosméticos está produzindo cremes extraídos do óleo do couro do avestruz, pois, durante toda a vida do avestruz, o couro permanece intacto mesmo debaixo de chuva e sol e, às vezes, da neve. Esses cremes de uso no rosto ou corpo estão sendo utilizados para prevenir o envelhecimento. 8.2 Plumas Um avestruz adulto pode produzir penas de excelente qualidade por 40 anos ou mais, desde que receba cuidados apropriados. No entanto, as melhores penas são produzidas por avestruzes de 3 a 12 anos de idade. As mais valiosas são aquelas penas longas, largas e completamente simétricas. As penas estão maduras para coleta aos 8 meses. Quando se faz a retirada, deve-se deixar uma camada de penas na parte superior do animal para evitar queimaduras de sol. Separam-se bem as plumas para arrancar, puxando com movimento de zíper. Arrancam-se em média 4 camadas de plumas, também as penas da parte de trás das coxas. Na região da cauda, as penas são retiradas individualmente. Só arrancam-se as penas que apresentam o cálamo bem maduro, pois se arrancado quando "verde" causa dor e sangramento no animal. Arrancam-se as plumas abaixo das brancas para deixá-las bem expostas. As penas brancas são cortadas, verificando se estão bem maduras. Geralmente, consegue-se 3 produções a cada 2 anos. Há 200 tipos de classificação de penas, sendo as principais: - Brancas (da asa do macho); - Pretas (da asa do macho); - Ornamentais (da extremidade da asa); - Feminas (da asa da fêmea); - Pardas (da asa da fêmea); - Penugem (de baixo das asas); - Caudas (das caudas do macho e da fêmea). Em média, obtém-se 1 a 2 kg de pluma/animal/ano. As penas brancas são as mais procuradas porque tingem bem, embora as cinzas e as pretas possam ser alvejadas. O preço das penas brancas de melhor qualidade é de US$ 80.00 a US$ 90.00 por quilo para o produtor e as de qualidade secundária US$ 40.00 por quilo. As penas de excelente qualidade são exportadas para a Europa e América e as penas pequenas são usadas para fabricar espanadores, leques e enfeites. Dados de 1993 mostram que o Brasil importou 8 toneladas de plumas só da África do Sul, sendo o maior importador de plumas do mundo.

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8.3 Carne A preocupação cada vez maior com a alimentação saudável aliada ao sabor e a maciez, tornou a carne de avestruz um produto de grande aceitação e presente nos cardápios mais refinados em todo mundo. No mercado brasileiro, os primeiros criadores iniciaram suas atividades em 1995/96, com o mesmo objetivo do mercado mundial: uma opção diferenciada para o setor gastronômico e uma alternativa saudável de consumo, recomendada pelas Sociedades Brasileira e Americana de Cardiologia. A carne de avestruz: - possui baixos índices de gordura e colesterol; - é rica em proteína, ferro e ômega 3 (proporcionando uma alternativa de dieta balanceada); - tem alto índice de proteína; - é livre de hormônios; - é natural, sem aditivos bioquímicos; - é livre de esteroides e antibióticos; - virtualmente não encolhe. O avestruz é um animal tão precoce (abate aos 13 meses), que o produtor rural não precisa administrar hormônios, aditivos ou esteroides a eles, deixando sua carne totalmente natural. 9 PRODUTIVIDADE E SEGMENTAÇÃO DA ESTRUTIOCULTURA O avestruz apresenta algumas características de produção superiores às dos mamíferos, em especial dos bovinos (QUADRO 4).

Características Avestruz Gado bovino

Gestação/incubação (em dias) 42 280 Tempo de engorda (em anos) 1 2-3 Crias/ano 20-25 1 Vida reprodutiva (em anos) 30-40 10 Abate (em meses) 12-14 30 Carne (kg) 30-40 250 Couro (kg) 1-2 4-5 Plumas 1-2 -

Quadro 4 – Comparação entre a criação de avestruz x gado bovino Fonte: (ACAB)

De acordo com os produtores, para iniciar uma criação de avestruzes são necessários 30 aves de três meses e um terreno de 3 mil m2. A relação ideal é de um casal de avestruz para cada 700 m² de terreno. O custo do filhote de 3 a 4 meses varia entre R$ 800,00 a R$ 1.200,00, dependendo da qualidade genética e do fornecedor. As fêmeas iniciam a postura dos ovos com cerca de 2 anos, com uma postura média de 50 a 60 ovos/ano, com índice de aproveitamento de 40%, o que significa que um casal de avestruzes tem condições de gerar entre 20 a 30 filhotes ano, compensando o custo da aquisição e manutenção dos animais. A principal atividade dos primeiros criadores (e não só dos grandes) é a matrizeira, devido à necessidade de difundir e desenvolver a estrutiocultura rapidamente, em todas as regiões do Brasil. Isto é, formar um plantel nacional consistente, não só em quantidade, mas, também em qualidade de produção (genética).

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A tendência da estrutiocultura é se segmentar. Por exemplo, na criação de nelore, há quem se dedica ao melhoramento genético, a cria e seleção, a engorda e terminação para abate, e a indústria e comércio dos produtos derivados, em suma, a todos os segmentos da cadeia produtiva do boi. Em breve, este caminho será trilhado também pelos estrutiocultores brasileiros. E, assim como na atual criação de nelore, nada impede que um novo estrutiocultor resolva explorar o segmento matrizeiro. O que determinará o sucesso desse novo estrutiocultor, comercialmente, será a qualidade genética (de produção) de seus reprodutores (machos) e matrizes (fêmeas). Esta é a grande questão. No Brasil, todos se dizem matrizeiros, mas, poucos ou pouquíssimos se dedicam ao melhoramento genético e a seleção de reprodutores e matrizes, de uma forma adequada. Um exemplo de segmentação é o da Cooperativa dos Criadores de Avestruz do Brasil – CooperAvestruz, que foi criada para prestar serviço de incubação com qualidade para as cooperativas de matrizes. É cobrada uma taxa em filhotes do resultado da incubação, e o saldo de filhotes é devolvido para os cooperados. O abate e o curtume são terceirizados por empresas que estão há mais de 40 anos no mercado. A fase de engorda também não é realizada na Cooperativa, mas em outras fazendas destinadas exclusivamente à engorda, instaladas próximas aos frigoríficos abatedouros para que o custo de frete não seja alto. Segundo o presidente, Vassili Demetrius Panagoulias, o objetivo é ter qualidade de incubação para possibilitar o aumento do número de filhotes nascidos por ovos incubados. Com a equipe técnica, qualidade de incubação das máquinas e tratamento especial do ar das incubadoras, a CooperAvestruz está conseguindo uma taxa de 85% a 92% de nascidos vivos pós-fertilidade, valor muito superior ao da média nacional que é de 30% a 40% de nascimento dos ovos férteis. Este fato permite que, em um futuro próximo, seja possível reduzir o custo da ave e colocar sua carne no prato do consumidor de classe média a preços acessíveis. 10 ABATEDOURO E FRIGORÍFICO PARA AVESTRUZ Um abatedouro ou frigorífico que cumpra as regras exigidas pelo Ministério da Agricultura e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, deve ser estabelecido com as seguintes seções:

Insensibilização de avestruzes

Evisceração

Departamento de Inspeção (DIF)

Câmara fria para estocagem de carcaças

Expedição de carcaças

Sala para plumas

Sala para couro

Câmara fria para couro

Bucharia e triparia

Câmara fria para miúdos

Sala de desossa

Sala para ossos

Túnel de congelamento

Câmara de congelamento para carnes

Expedição

Escritórios

Refeitórios

Sala inspeção

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11 FORNECEDORES DE CARNE DE AVESTRUZ AVESTRO S.A. Calçada das Samambaias, 10 Centro Comercial de Alphaville - Barueri CEP: 06453-026 - São Paulo - SP Fone: (11) 4191-0495 e-mail: [email protected] COOPERATIVA DOS ESTRUTIOCULTORES DO PARANÁ - ESTRUTIOPAR Rua Estados Unidos, 237 loja 1 Bacacheri CEP: 82510-050 - Curitiba - PR Fone: (41) 3244-7128 e-mail: [email protected] 12 ASSOCIAÇÕES ASSOCIAÇÃO BAHIANA DOS CRIADORES DE AVESTRUZ - ABCAV Dr. José Peroba ,275 -Ed. Metrópoles Empresarial, Sala 208 Stiep Salvador –BA Fone: (71) 3342-7455 / Cel: (71) 9102-9669 e-mail: [email protected] Site: www.abcav.com.br ASSOCIAÇÃO BRASIL AVESTRUZES - ABA BR 277 - KM 583,01 Cx. Postal 253 Fronteria Cascavel – PR Fone: (45) 3322-5618 / Cel: (45) 996-6800 / Fax: (45) 322-5618 e-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTRUTIOCULTURA - ABRE Rua Amazonas, 2796 Fone: (67) 3326-7276 e-mail: [email protected] Site: http://www.abreonline.com.br ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DOS CRIADORES DE AVESTRUZ - ACCA Avenida Juscelino Kubitscheck, 603 sala 02 Centro Joinvile – SC Fone: (47) 3433-4755 / Cel: (47) 9984-3013 e-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO DE CRIADORES DE AVESTRUZ DO NOROESTE DO PARANÁ - ACANORPA Avenida Gov. Parigot de Souza,168 apto. 204 Centro Maringá – PR Fone: (44) 3028-8898 / Cel: (44) 8404-5333 e-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO DE CRIADORES DE AVESTRUZ DO SUL DE MINAS - ACASM Rua Major Evaristo Paiva,156 Centro Varginha – MG Fone: (35) 3222-9747 / Cel: (35) 9989-0093 / Fax: (35) 3214-5503 e-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO DE ESTRUTIOCULTURA DO CEARÁ - ASTRUCE Fone: (85) 9117-2349 Site: http://www.astruce.org.br/

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ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE AVESTRUZ DO RIO DE JANEIRO - ACAERJ Rua Frei Caneca, 58 Centro Rio de Janeiro – RJ Fone: (21) 2242-3525 / Cel: (21) 9476-0347 / Fax: (21) 3433-9396 e-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE AVESTRUZ DO VALE DO ITAJAÍ - ACAVI Rua Rui Barbosa, 2072 Sumaré Rio do Sul – SC Fone: (47) 3521-2533 / Cel: (47) 9998-8109 e-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE AVESTRUZES DE MINAS GERAIS - ACAMIG Rua Guajaras, 361 sobreloja, Centro Belo Horizonte – MG Fone: (31) 3213-8366 / Cel: (31) 8726-5721 e-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE AVESTRUZES DO BRASIL - ACAB Avenida Brig. Faria Lima, 1912 cj. 12a CEP: 01452-001 – São Paulo - SP Fone: (11) 3812-7666 / Fax: (11) 3815-5964 e-mail: [email protected] Site: www.acab.org.br ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE AVESTRUZES DO PLANALTO CENTRAL - PLANALTRUZ SHIS QI 19, 20 conj. 04 Lago Sul Brasília – DF Fone: (61) 3366-1519 / Cel: (61) 9978-2528 e-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE AVESTRUZES DO RIO GRANDE DO SUL - ACARS Casa Rural - Farsul Avenida Borges de Medeiros, 541 cj. 501 CEP: 90020-023 - Porto Alegre - RS Fone/Fax: (51) 3211-0930 / (51) 3211-0820 e-mail: [email protected] Site: http://www.acars.com.br ASSOCIAÇÃO DOS EMPREENDEDORES CEARENSES DA ESTRUTIOCULTURA - AECE Rua Silva Jatahy, 15 1° andar sala 104, Meireles Fortaleza – CE Fone: (85) 3248-2784 / Cel: (85) 9151-6881 e-mail: [email protected] Site: www.aece.com.br ASSOCIAÇÃO DOS EMPREENDEDORES PAULISTAS DA ESTRUTIOCULTURA - AEPE Avenida Orozimbo Maia, 500 Centro Campinas – SP Fone: (19) 3276-1298 e-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO MINEIRA DOS CRIADORES DE AVESTRUZ - AMCA Rua Álvaro Reis, 190 apto. 104, Esplanadinha Governador Valadares – MG Fone: (33) 3245-1015 / Cel: (33) 9953-4513 / Fax: (33) 3221-6883 e-mail: [email protected]

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ASSOCIAÇÃO NORDESTINA DE ESTRUTIOCULTURA - ANE Rua Marise Bastier, 282 apto. 701, Lagoa Nova Natal – RN Fone: (84) 3231-6065 / Cel: (84) 9982-1835 e-mail: [email protected] 13 LEGISLAÇÃO BRASIL. Instrução Normativa Conjunta n. 2, de 21 de fevereiro de 2003. Aprova o Regulamento Técnico para Registro, Fiscalização e Controle Sanitário dos Estabelecimentos de Incubação, de Criação e Alojamento de Ratitas, complementares à Instrução Normativa Ministerial n. 04, de 30 de dezembro de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 fev. 2003. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=3273>. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Instrução Normativa n. 4, de 30 de dezembro de 1998. Aprova as Normas para Registro e Fiscalização dos Estabelecimentos Avícolas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 1998. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=1763>. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Instrução Normativa n. 6, de 02 de junho de 2003. Dispõe sobre a autorização para importação de material genético avícola, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, além das exigências de ordem sanitária estabelecidas no Regulamento do Serviço de Defesa Sanitária Animal, obedecerá às condições zootécnicas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 04 jun. 2003. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=3657>. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Instrução Normativa n. 17, de 07 de abril de 2006. Aprovar, no âmbito do Programa Nacional de Sanidade Avícola, o Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de New Castle. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10

abr. 2006. Disponível em: http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-

consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=16743. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Instrução Normativa n. 44, de 24 de julho de 2002. As importações de avestruzes de um dia serão permitidas somente de países habilitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA) e de estabelecimentos criadores e incubatórios habilitados pelo Serviço Veterinário Oficial do país exportador e reconhecidos pelo MAPA. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jul. 2002. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=1255>. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Instrução Normativa n. 44, de 23 de agosto de 2001. Aprova as Normas Técnicas para o Controle e a Certificação de Núcleos e Estabelecimentos Avícolas para a Micoplasmose Aviária (Mycoplasma gallisepticum, synoviae e melleagridis). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 ago. 2001. Disponível em:

http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-

consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=8810. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Instrução Normativa n. 60, de 06 de novembro de 2002. As importações de ovos férteis de avestruzes serão permitidas somente de países habilitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA) e de estabelecimentos criadores habilitados pelo Serviço Veterinário Oficial do país exportador, reconhecidos pelo MAPA. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 07 nov. 2002. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=1698>. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Instrução Normativa n. 67, de 19 de dezembro de 2002. As autorizações para importação de animais, vegetais, seus produtos, derivados e partes, subprodutos, resíduos de valor econômico e dos insumos agropecuários constantes do Anexo desta Instrução

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Normativa deverão ser objeto de solicitação prévia aos setores técnicos competentes do órgão central do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou da Delegacia Federal de Agricultura na jurisdição do interessado. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 2002. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=8296>. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Portaria n. 1, de 09 de outubro de 2001. Submete à Consulta Pública por um prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data da publicação desta portaria a uniformização da nomenclatura de produtos cárneos não formulados em uso para aves, suídeos, caprinos, ovinos, bubalinos, equídeos, emas, avestruzes e outras espécies animais, em conformidade com os Anexos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 out. 2001. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=17220>. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Portaria n. 23, de 27 de junho de 2002. Submeter à consulta pública, pelo prazo de sessenta (60) dias, a contar da data da publicação desta Portaria, a minuta da Instrução Normativa que estabelece Normas para disciplinar a importação de avestruzes para reprodução. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 jun. 2002. Disponível em:

http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-

consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=3837. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Portaria n. 136, de 02 de junho de 2006. Submete à consulta pública, por um prazo de 60 (sessenta) dias, a partir da data de publicação desta Portaria, a Minuta de Instrução Normativa, que estabelece os procedimentos operacionais do PNSA, no que se refere às Normas Técnicas para Registro, Fiscalização e Controle de Estabelecimentos de Aves Comerciais de Corte e de Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 05 jun. 2006. Disponível em:

http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-

consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=16866. Acesso em: 17 jan. 2006. BRASIL. Portaria n. 264, de 27 de outubro de 2006. Cria a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Aves e Suínos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 fev. 2003. Disponível

em: http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-

consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=3273. Acesso em: 17 jan. 2007. BRASIL. Resolução N. 1, de 09 de janeiro de 2003. Aprova a uniformização da nomenclatura de produtos cárneos não formulados em uso para aves e coelhos, suídeos, caprinos, ovinos, bubalinos, equídeos, ovos e outras espécies de animais. Diário Oficial da

União, Brasília, DF, 10 jan. 2003. Disponível em: http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-

consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=2711. Acesso em: 17 jan. 2007. Conclusões e recomendações O Brasil tem um grande potencial para criação de avestruz com sucesso, considerando a combinação das suas características de adaptação, rusticidade e produtividade com as características do país, como grande disponibilidade de terras e clima favorável. Antes de iniciar um criatório, é aconselhável: • Consultar a associação de criadores mais próxima de sua região para orientação técnica; • Visitar vários criatórios, acompanhado do técnico responsável da empresa (zootecnista ou veterinário); • Verificar, antecipadamente, se as aves possuem atestado de sanidade (sorologias negativas para News Castle, salmonela e micoplasma) e ausência de ectoparasitas (principalmente piolhos); • Certificar-se que o criatório está inscrito nos órgãos de fiscalização competentes;

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• Verificar se a empresa tem condições de garantir treinamento de pessoal e suporte técnico e comercial na pré-venda, venda e pós-venda; • Verificar se a empresa possui número de Inscrição Federal (CNPJ) e Estadual; • Verificar a idoneidade dos proprietários da empresa; • Antes de iniciar o criatório, procure a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal – IAGRO e Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA; • Uma publicação indicada para os criadores de avestruzes é o livro “A Criação do Avestruz: guia completo de A a Z”, escrito por Celso Carrer, Roberto Arana, Marcelo Kornfeld e Márcio Carvalho, editado pela EDUSP. Contato: (19) 3561-8200. Na criação de avestruzes, assim como em qualquer outra exploração animal, as instalações têm uma função de apoio às atividades ligadas ao processo produtivo. As principais funções são: facilitar o manejo alimentar, sanitário e reprodutivo; oferecer conforto e segurança aos animais; proporcionar condições para obtenção de índices de produtividade à exploração e condições de contenção e biossegurança, impedindo que as aves tenham contato com outros animais da fauna regional, sendo esta uma exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA (http://www.ibama.gov.br/). Com relação ao local para a criação de avestruz deve-se levar em conta se ele é apropriado para o desenvolvimento da estrutiocultura. Procure o IBAMA para saber sobre as exigências dos locais para viabilizar a criação de avestruz e se orientar sobre a região apropriada para o desenvolvimento desse tipo de produção. A atividade leva em conta vários fatores, como o clima, o solo, a infraestrutura, o tipo de recursos disponíveis (água, energia elétrica, etc.), limpeza e outros. Quanto à escolha de reprodutores, a melhor forma de obter bons animais é comprar de um criador idôneo e contratar uma assessoria veterinária para exames dos animais. Deve-se atentar ao fato de que todo animal comprado deve passar por exame para pesquisa de doença de New Castle, Micoplasma e Samonelose. Referências ARASMONTE AVESTRUZ. Fotos. Disponível em: <http://www.arasmonteavestruz.com.br/arquivos/foto/>. Acesso em: 17 jan. 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTRUTIOCULTURA (ABRE). Disponível em:

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