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Página 1 de 4 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Departamento de Engenharia Civil ESTRUTURAS DE BETÃO 2 18 de Junho de 2008 Época Normal Duração: 3h Notas importantes: Responda com precisão e de forma concisa às questões formuladas. Em caso de dúvida na interpretação de qualquer questão tome uma opção e explicite-a com clareza. 1) (4 valores) Considere o sistema estrutural, ilustrado na figura, da fachada de um edifício em betão armado constituído por dois elementos rígidos nos extremos, nos quais se insere de forma monolítica a viga de 18m de comprimento e secção: h=2.0m e b=0.35m, apoiada igualmente em 2 pilares intermédios. Pretende-se nesta Questão efectuar a análise da fendilhação na viga de fachada representada. Dados: C30/37; S500; fctm=2.9MPa; c= 25mm. 6.00 6.00 6.00 6.00 6.00 6.00 4.00 2.00 b = 0.35 viga a) Atendendo ao impedimento à deformação axial da viga, as acções térmicas e a retracção geram esforços internos que podem levar à fendilhação da viga. Trace um gráfico que represente o comportamento da viga sujeita a uma deformação imposta de variação negativa de temperatura. O gráfico deve ter em ordenadas a força de tracção gerada e em abcissa a variação de temperatura (ou a deformação elástica média do eixo da viga). Descreva e pormenorize no gráfico o comportamento da viga na fase de formação de fendas. Qual o valor máximo esperado para o esforço axial da viga? b) Admitindo que o esforço gerado na viga devido às deformações impostas (variações de temperatura e retracção) é essencialmente um esforço axial, determine a armadura mínima a considerar nas faces laterais da viga de forma a verificar: i) A condição de não plastificação da armadura; ii) A largura máxima de fendas W k =0.30mm, (Nota: Efectue o controlo sem cálculo directo e sem correcção do diâmetro φ s ). Será conservativo desprezar o efeito do momento flector devido ao peso próprio da viga na solução desta alínea? Justifique. c) Efectue o cálculo da largura de fendas, W k , para o caso da solução obtida em b-ii). Unidades: m

Estruturas Betão 2

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Exame EN 2007-08

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    Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Departamento de Engenharia Civil

    ESTRUTURAS DE BETO 2

    18 de Junho de 2008 poca Normal Durao: 3h Notas importantes:

    Responda com preciso e de forma concisa s questes formuladas. Em caso de dvida na interpretao de qualquer questo tome uma opo e explicite-a com clareza.

    1) (4 valores) Considere o sistema estrutural, ilustrado na figura, da fachada de um edifcio em beto armado

    constitudo por dois elementos rgidos nos extremos, nos quais se insere de forma monoltica a viga de 18m de comprimento e seco: h=2.0m e b=0.35m, apoiada igualmente em 2 pilares intermdios. Pretende-se nesta Questo efectuar a anlise da fendilhao na viga de fachada representada. Dados: C30/37; S500; fctm=2.9MPa; c= 25mm.

    6.00 6.00 6.00 6.00 6.00

    6.00

    4.00

    2.00

    b = 0.35 viga

    a) Atendendo ao impedimento deformao axial da viga, as aces trmicas e a retraco geram

    esforos internos que podem levar fendilhao da viga. Trace um grfico que represente o comportamento da viga sujeita a uma deformao imposta de variao negativa de temperatura. O grfico deve ter em ordenadas a fora de traco gerada e em abcissa a variao de temperatura (ou a deformao elstica mdia do eixo da viga). Descreva e pormenorize no grfico o comportamento da viga na fase de formao de fendas. Qual o valor mximo esperado para o esforo axial da viga?

    b) Admitindo que o esforo gerado na viga devido s deformaes impostas (variaes de temperatura e retraco) essencialmente um esforo axial, determine a armadura mnima a considerar nas faces laterais da viga de forma a verificar:

    i) A condio de no plastificao da armadura;

    ii) A largura mxima de fendas Wk=0.30mm, (Nota: Efectue o controlo sem clculo directo e sem correco do dimetro s). Ser conservativo desprezar o efeito do momento flector devido ao peso prprio da viga na soluo desta alnea? Justifique.

    c) Efectue o clculo da largura de fendas, Wk, para o caso da soluo obtida em b-ii).

    Unidades: m

  • Estruturas de Beto 2 poca Normal 18 de Junho de 2008

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    2) (4 valores) O prtico representado d suporte ao tabuleiro de um passadio para pees, tendo pilares de seco constante 0.550.80m2 (ver disposio na figura), ligados por duas vigas de rigidez com seco 0.551.20m2. Simplificadamente a aco do tabuleiro pode ser representada pelas duas foras verticais de clculo VSd = 2200 kN indicadas, aplicadas na viga superior e centradas nos eixos dos pilares (inclui pesos prprios). A fora horizontal de clculo HSd = 750 kN inclui os efeitos das imperfeies geomtricas no plano OYZ. O prtico no contraventado nas duas direces (OX e OY). Na direco OY (plano do prtico) os efeitos de 2 ordem podem ser ignorados. Materiais: C25/30, S500.

    Prtico Alado

    a) Recorrendo a uma anlise expedita do funcionamento estrutural do prtico representado, determine os diagramas de momentos flectores de 1 ordem devidos aco da fora HSd.

    b) Recorrendo ao mtodo do EC2 baseado numa curvatura nominal, avalie os efeitos de 2 ordem (encurvadura) na direco OX (perpendicular ao plano do prtico) para um dos pilares. Para o efeito admita serem nulos os momentos de 1 ordem em X devidos a aces exteriores (isto , M0Ed,y = 0), considere os efeitos das imperfeies geomtricas e considere o coeficiente de fluncia efectivo ef = 1.5. Justifique os clculos, assinalando a localizao da seco crtica do pilar analisado e determine o momento flector de dimensionamento MEd,y.

    c) Dimensione a armadura a dispor na seco da base do pilar analisado, considerando os esforos finais resultantes da soma dos efeitos de 1 e de 2 ordem. Desenhe a seco final escala 1/10, assinalando todas as armaduras necessrias. (Nota: Se no tiver resolvido as alneas anteriores considere MEd,x = 800 kNm e MEd,y = 600 kNm).

    4.0

    4.0

    1.20(0.55)

    1.20(0.55)

    0.80(0.55) 0.80(0.55)

    VSd = 2200 kN VSd = 2200 kN

    4.0

    Y

    Z

    O

    HSd = 750 kN

    X

    Z

    O

    0.55(0.80)

    10.0 10.0

    1.20

    1.20

    0.55

  • Estruturas de Beto 2 poca Normal 18 de Junho de 2008

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    3) (4 valores) Considere a viga de dois vos de 5m, com seco transversal 0.500.30m2 (d=0.26m), apoiada, sem continuidade, nos pilares. A armadura superior na seco da viga sobre o pilar central e a armadura inferior nas seces do vo so iguais a 812 (As=9.05cm2). A viga solicitada essencialmente por duas cargas concentradas P1 e P2 (considere o efeito do peso prprio da viga j includo), cujas parcelas permanente e varivel so, respectivamente, Gk=40kN e Qk=40kN (2=0.4). Materiais: C25/30, S500.

    5.0 m 5.0 m2.0 2.0

    P1 P2

    812

    812 812412

    412 412 A

    A'

    114.9 (comb. 1) 84.7 (comb. 2 e 3)

    92.8 (comb. 2) 74.7 (comb. 1) 17.2 (comb. 3)

    92.8 (comb. 3)74.7 (comb. 1)17.2 (comb. 2)

    Momentos flectores [kN.m]

    Envolvente Combinao 1: P1=119.7kN; P2=119.7kN Combinao 2: P1=119.7kN; P2=56.7kN Combinao 3: P1=56.7kN; P2=119.7kN

    a) Tendo em conta a envolvente de momentos flectores para o estado limite ltimo obtida com base numa anlise linear elstica, e a soluo de armaduras proposta, verifique se possvel garantir a segurana da viga flexo. Justifique convenientemente a sua resposta com base nas prescries do EC2.

    b) Para a combinao quase permanente de aces diga, justificando, qual ser a seco onde se iniciar a fendilhao. Verifique, com base no Quadro 7.3 do EC2, se a condio da largura mxima de fendas Wk=0.30mm cumprida. (Para o clculo de tenses em servio na armadura, considere simplificadamente s = M/(0.9dAs)).

    c) Verifique se a segurana ao estado limite de deformao se encontra garantida, utilizando mtodos expeditos de controlo de deformao.

    0.5

    0.3

    412

    812

    corte A-A' Momentos flectores de clculo (kN.m)

  • Estruturas de Beto 2 poca Normal 18 de Junho de 2008

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    4) (4 valores) A planta indicada na figura representa uma laje de pavimento constituda por vrios painis com espessura de 0.2 m. A solicitao do piso compreende o peso prprio da laje, o peso de paredes divisrias e de revestimentos (3.5 kN/m2) e uma sobrecarga de 3.0 kN/m2 (2=0.3). Materiais: C25/30, S400

    a) Avalie os momentos flectores principais ao longo dos cortes AA e BB. Proceda sua representao esquemtica. Nota: Para o painel bidireccional utilize as tabelas do regulamento Britnico fornecidas em anexo.

    b) Dimensione as armaduras principais dos painis LM1, LM2 e LM3. Represente todas as armaduras no corte B-B fornecido em anexo.

    c) Verifique o estado limite de deformao do painel LM1 recorrendo a uma verificao expedita de acordo com o EC2. (Para o clculo de tenses em servio na armadura, considere simplificadamente s = M/(0.9dAs))

    5) (4 valores) Considere a fundao conjunta dos pilares P1 e P2 representada na figura, a qual est limitada

    a um comprimento de 5m devido presena de construes vizinhas, sendo composta por uma viga de rigidez de 0.30x1.20 m2 e por uma laje de contacto com o solo de espessura h e de largura B. Considere as seguintes aces de clculo nos pilares Materiais: C25/30, S500.

    P1: NSd1=1000kN ; MSd1=300kN P2: NSd2=1000kN ; MSd2=300kN (ver sentidos indicados na figura)

    Lim

    ite d

    e pr

    oprie

    dade

    Lim

    ite d

    e pr

    oprie

    dade

    5.00m

    P1(0.50x0.30) (0.50x0.30)

    P2

    B

    PLANTA

    Viga de rigidez

    ALADO

    Hh

    MSd1

    NSd1 Sd2N

    MSd2

    a) Explique qual o interesse em utilizar uma viga de rigidez na soluo da fundao.

    b) Determine a dimenso B da sapata considerando um valor de clculo na tenso do terreno de 300 kPa.

    c) Determine a altura h da laje de fundao tendo em considerao a condio de sapata rgida e a verificao de resistncia ao corte. Dimensione as armaduras de flexo desta laje.

    d) Dimensione as armaduras longitudinais e transversais da viga de rigidez.

    e) Represente em corte transversal, num desenho devidamente cotado, a soluo final de armaduras da laje de fundao e da viga de rigidez.

    1.2

  • Tip de painel e

    momen

    1 Quatro ladMomento no lado cont

    Momento pa meio vo

    2 Um lado mMomento no lado cont

    Momento pa meio vo

    3 Um lado mMomento no lado cont

    Momento pa meio vo

    4 Dois ladosdescontnMomento no lado cont

    Momento pa meio vo

    5 Dois ladosdescontnMomento no lado cont

    Momento pa meio vo

    6 Dois ladosdescontnMomento no lado cont

    Momento pa meio vo

    7 Trs lados(um lado mMomento no lado cont

    Momento pa meio vo

    8 Trs lados(um lado mMomento no lado cont

    Momento pa meio vo

    9 Quatro ladMomento pa meio vo

    Coeficientes para o menor vo, sx

    par

    a o

    o,

    sy,

    odos

    os

    de l y

    /l x

    Cas

    o

    o tos considerados

    1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.75 2.0os contnuosegativo sobrenuo

    ositivo

    en descontnuoeg vo sobrenu

    ositivo

    aior descontnuoegativo sobrenuo

    ositivo

    adjacentesuosegativo sobrenuo

    ositivo

    menoresuosegativo sobrenuo

    ositivo

    maioresuosegativo sobrenuo

    ositivo

    descontnuosaior contnuo)

    egativo sobrenuo

    ositivo

    descontnuosenor contnuo)

    egativo sobrenuo

    ositivo

    os descontnuosositivo

    0.024

    0.065 0.032

    0.0 0.028 0.032 0.036 0.039 0.041 0.045 0.049

    0.047 0.051 0.053 0.0600.032 0.037 0.043

    Relao l y/ l x

    Coe

    f.m

    aior

    vpa

    ra t

    valo

    res

    0.0

    0.0

    0.0

    0.0

    0.0

    0.0

    0.0

    0.0

    -

    0.0

    0.0

    0.0

    -

    0.0

    0.0

    l

    syM

    sxM

    y2437 0.043 0.048 0.051 0.055 0.057 0.064 0.068 0.037oratio28 0.032 0.036 0.039 0.041 0.044 0.048 0.052 0.028

    37 0.044 0.052 0.057 0.063 0.067 0.077 0.085 0.037

    28 0.033 0.039 0.044 0.047 0.051 0.059 0.065 0.028

    47 0.053 0.060 0.065 0.071 0.075 0.084 0.091 0.047

    35 0.040 0.045 0.049 0.053 0.056 0.063 0.069 0.035

    45 0.049 0.052 0.056 0.059 0.060 0.065 0.069 -

    35 0.037 0.040 0.043 0.044 0.045 0.049 0.052 0.035

    - - - - - - - 0.04

    35 0.043 0.051 0.057 0.063 0.068 0.080 0.088 0.035

    57 0.064 0.071 0.076 0.080 0.084 0.091 0.097 -

    43 0.048 0.053 0.057 0.060 0.064 0.069 0.073 0.043

    - - - - - - - 0.05

    43 0.051 0.059 0.065 0.071 0.076 0.087 0.096 0.043

    56 0.064 0.072 0.079 0.085 0.089 0.100 0.107 0.056

    5

    7

    yx ll

    2xdsxsx lSM =

    2xdsysy lSM =

    x l

    nelsonvpText BoxCOEFICIENTES DE MOMENTO PARA PAINIS RECTANGULARES SUPORTADOS NOS 4 LADOS, COM ARMADURA DE TORO NOS CANTOS

  • REGRAS SIMPLIFICADAS PARA DISPENSA DE ARMADURAS EM LAJES

    100%

    40%

    0.2 l

    100%

    50% armadura paramomentos negativos

    eixo do apoio

    vo efectivo l

    face do apoio

    l0.15> 0.45

    l0.3

    momentos positivosarmadura para

    100%

    vo efectivo

    eixo do apoioface do apoio

    0.1 l

    40% momentos positivosarmadura para

    l

    a) Apoio interior

    b) Extremidade simplesmente apoiada

    No vo efectivo

    > 0.45

    eixo do apoioface do apoio

    l / 2

    100%

    50%momentos negativosarmadura para

    l

    d / 2

    c) Consola

    ta: d - altura til Vlido para: l - vo efectivo Cargas distribudas - dimetro dos vares Vos aproximadamente iguais

  • 59

    BACO R4 FLEXO DESVIADA Seces rectangulares C12-C50 S500

    10.011 ==bc

    ha ;2

    cd

    SdySdy fbh

    M= ;2cd

    SdxSdx fhb

    M= ;cdfbhRdN=

    cd

    ydtots

    ff

    bhA ,=

    0,9

    0,8

    0,7

    0,6

    0,5

    0,4

    0,3

    0,2

    0,1

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,90,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9

    0=

    2.0=

    4.0=

    6.0=8.0=

    0.1=

    2.1=

    4.1=

    Se SdxSdySdxSdy ==> 21 ; Se SdySdxSdxSdy ==< 21 ;

    1

    21

    22

    2

    1

    22

    1

    22

  • Reg_Britnico_Exame_new.pdfMsdARMADURAS INFERIORES DIRECO XARMADURAS INFERIORES DIRECO YARMADURAS SUPERIORES DIRECO XARMADURAS SUPERIORES DIRECO YARMADURAS SUPLEMENTARES AMBAS AS DIRECES\(A ADICIONAR S ARMADURAS PRINCIPAIS\)CORTE NUM APOIO DESCONTNUOREGRAS SIMPLIFICADAS PARA DISPENSA DE ARMADURAS EM LAJES