20
estruturas de mercado Um mercado é o ponto de encontro entre os produtores e os vendedores de um dado produto, isto é, entre a oferta e a procura desse bem. Correntemente, o termo é também utilizado para analisar a formação dos preços dos vários produtos objeto de troca. Consideram-se habitualmente, partindo do critério da atomicidade (respeitante ao número de vendedores e de compradores presentes no mercado), nove possíveis formas (ou estruturas) de mercado: concorrência, oligopólio, monopólio, oligopsónio, oligopólio bilateral, monopólio condicionado, monopsónio, monopsónio condicionado e monopólio bilateral. Focaremos de seguida, resumidamente, as quatro estruturas mais importantes. 1. Concorrência perfeita é, acima de tudo, uma estrutura caracterizada pela existência de inúmeros compradores e vendedores, de tal forma que nenhuma empresa consiga, por si só, ter influência sobre o preço de mercado (são aquilo a que se chama price-takers). Outras características importantes são a inexistência da possibilidade de se diferenciar (real ou ficticiamente) o produto (que é, portanto, homogéneo), a livre entrada e saída de empresas do mercado (indispensável aos ajustamentos de longo prazo conducentes ao lucro nulo), a perfeita mobilidade dos fatores de produção a longo prazo, a ausência de influências governamentais e o perfeito conhecimento, por parte de todos os intervenientes, das condições do mercado. O mercado de concorrência é, na sua essência, totalmente aberto. 2. Num mercado monopolista, por seu lado, existem muitos compradores, mas apenas um vendedor do produto (que não apresenta sucedâneos próximos). É um mercado fechado, em que existem barreiras à entrada de novas empresas. Há várias causas conducentes ao aparecimento de um monopólio: a posse exclusiva de matérias-primas, autorizações governamentais para produzir, exclusividade da tecnologia de produção (que será ainda mais restritiva se estiver protegida por patentes), imposições governamentais quanto à

Estruturas de Mercado

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Estruturas de Mercado

estruturas de mercado

Um mercado é o ponto de encontro entre os produtores e os vendedores de um dado

produto, isto é, entre a oferta e a procura desse bem. Correntemente, o termo é

também utilizado para analisar a formação dos preços dos vários produtos objeto de

troca.

Consideram-se habitualmente, partindo do critério da atomicidade (respeitante ao

número de vendedores e de compradores presentes no mercado), nove possíveis

formas (ou estruturas) de mercado: concorrência, oligopólio, monopólio, oligopsónio,

oligopólio bilateral, monopólio condicionado, monopsónio, monopsónio condicionado e

monopólio bilateral.

Focaremos de seguida, resumidamente, as quatro estruturas mais importantes.

1. Concorrência perfeita é, acima de tudo, uma estrutura caracterizada pela existência

de inúmeros compradores e vendedores, de tal forma que nenhuma empresa consiga,

por si só, ter influência sobre o preço de mercado (são aquilo a que se chama price-

takers). Outras características importantes são a inexistência da possibilidade de se

diferenciar (real ou ficticiamente) o produto (que é, portanto, homogéneo), a livre

entrada e saída de empresas do mercado (indispensável aos ajustamentos de longo

prazo conducentes ao lucro nulo), a perfeita mobilidade dos fatores de produção a

longo prazo, a ausência de influências governamentais e o perfeito conhecimento, por

parte de todos os intervenientes, das condições do mercado. O mercado de

concorrência é, na sua essência, totalmente aberto.

2. Num mercado monopolista, por seu lado, existem muitos compradores, mas apenas

um vendedor do produto (que não apresenta sucedâneos próximos). É um mercado

fechado, em que existem barreiras à entrada de novas empresas. Há várias causas

conducentes ao aparecimento de um monopólio: a posse exclusiva de matérias-primas,

autorizações governamentais para produzir, exclusividade da tecnologia de produção

(que será ainda mais restritiva se estiver protegida por patentes), imposições

governamentais quanto à dimensão do mercado (condicionamentos da dimensão da

indústria) ou questões relacionadas com economias de escala (que geralmente levam à

existência de monopólios naturais).

3. No oligopólio, existem poucas empresas e poucos consumidores. Há interação entre

as empresas: as ações de umas são afetadas pelas (re)ações de outras, que por sua vez

são afetadas pelas ações das primeiras. De facto, a característica central do oligopólio é

a de que cada empresa toma em consideração o comportamento de todas as outras, ao

tomar as suas decisões quanto ao preço a praticar e ao volume da produção. Logo, na

determinação do equilíbrio tem um interesse fulcral a estabilidade da atuação das

Page 2: Estruturas de Mercado

empresas, isto é, o estado verificado quando terminam as reações de todas elas.

No estudo do oligopólio, considera-se em muitos casos a situação particular de duopólio

(oferta formada por duas empresas). É neste contexto que surgem variadíssimos

modelos, de entre os quais citaremos, a título de exemplo, os mais importantes, como

os clássicos modelos de Cournot (duas empresas seguidoras na quantidade produzida),

de Bertrand (duas empresas seguidoras nos preços), de Stackelberg (uma empresa líder

e outra seguidora na quantidade), aos quais se juntam o de liderança de preço (uma

empresa líder e outra seguidora nos preços), a solução de conluio ou o modelo

generalizante da variação conjetural.

4. Num mercado de concorrência monopolística, existe (tal como em concorrência pura)

um elevado número de empresas, cada uma das quais a produzir um produto que é um

substituto imperfeito dos das outras empresas. Esta estrutura está situada entre a

concorrência perfeita e o monopólio, mas introduz dados novos, como a possibilidade

de diferenciação do produto e a alteração dos gostos pela publicidade. É um mercado

em que também existe a possibilidade de entrada e saída de empresas. Os modelos de

concorrência monopolística mais importantes são o de Chamberlin e os modelos

espaciais.

ver definição de monopolística...

Como referenciar este artigo:

estruturas de mercado. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-11-02].

Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$estruturas-de-mercado>.

(Outro Site)

Forma de mercado

Page 3: Estruturas de Mercado

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

Na economia as estruturas de mercado ou formas de mercado descrevem os mercados e seus componentes, definindo a capacidade e a possibilidade de se operar tais em concorrência ou não no mercado. O estudo das formas de mercado avalia o tamanho e a capacidade que tem uma empresa para deter poder de mercado e definir o preço de um produto homogêneo. As vezes as condições para a deter poder de mercado são restritas, existindo muito poucos mercados com o pleno poder. Portanto algumas estruturas podem servir somente como ponto de referência para avaliar outros mercados no mundo real.

[editar] Formas de mercado

Concorrência monopolística , também chamado mercado competitivo, onde há um grande número de empresas, cada uma com uma pequena proporção da participação de mercado e produtos ligeiramente diferenciados.

Oligopólio , em que um mercado é dominado por um pequeno número de empresas que, juntas, controlam a maioria da quota de mercado.

Duopólio , um caso especial de um oligopólio com duas empresas. Oligopsônio , um mercado, onde muitos vendedores podem estar presentes, mas

encontram poucos compradores. Monopólio , onde existe apenas um fornecedor de um produto ou serviço. Monopólio natural , um monopólio em que economias de escala para aumentar a

eficiência causar continuamente com o tamanho da empresa. Uma empresa é um monopólio natural se ele é capaz de servir toda a demanda do mercado a um custo menor do que qualquer combinação de duas ou mais empresas menores e mais especializadas.

Monopsônio , quando há apenas um comprador no mercado. Concorrência perfeita é uma estrutura de mercado teórica descreve mercados em que

nenhum participante tem tamanho suficiente para ter o poder de mercado para definir o preço de um produto homogêneo.

A estrutura de concorrência imperfeita é bastante idêntica às condições de mercado realistas, onde alguns concorrentes monopolistas, monopólios, oligopólios, e duopolistas existem e dominam as condições de mercado. Os elementos da estrutura do mercado incluem o número, a distribuição, o tamanho das empresas, condições de entrada, e a extensão da diferenciação de seus produtos.

Estas preocupações um tanto quanto abstratas tendem a determinar alguns, mas não todos os detalhes de um concreto e específico sistema de mercado onde compradores e vendedores realmente conhecem e comprometer-se ao comércio. A competição é útil, pois revela a demanda real do cliente e induz o vendedor (operador) para fornecer níveis de serviço de qualidade e níveis de preço que os compradores (clientes) querem, tipicamente sujeitos à necessidade financeira do vendedor para cobrir seus custos. Em outras palavras, a concorrência pode alinhar os interesses do vendedor com os interesses do comprador e pode causar ou revelar seu verdadeiro custo e outras informações privadas do vendedor. Na ausência de concorrência perfeita, três abordagens básicas podem ser adotadas para lidar com problemas relacionados ao

Page 4: Estruturas de Mercado

controle do poder de mercado e a assimetria entre o governo e o operador em relação aos objetivos e informações: (a) sujeitando o operador às pressões da concorrência, (b) coleta de informações sobre o operador e do mercado, e (c) aplicação de regulação por incentivos.[1]

Quick Reference to Basic Market Structures

Estruturas de Mercado

Barreiras de entrada á

vendedores

Número de vendedores

Barreiras de entrada á compradores

Número de compradores

Concorrência perfeita

Não Muitos Não Muitos

Concorrência monopolística

Não Muitos Não Muitos

Oligopólio Sim Poucos Não MuitosOligopsônio Não Muitos Sim PoucosMonopolio Sim Um Não MuitosMonopsônio Não Muitos Sim Um

A seqüência correta da estrutura de mercado do maior até a de menor concorrência é a que segue concorrência perfeita, concorrência imperfeita, oligopólio e monopólio puro.

Os principais critérios pelos quais se pode distinguir entre diferentes estruturas de mercado são: o número eo tamanho dos produtores e consumidores no mercado, o tipo de bens e serviços comercializados, e o grau em que a informação possa fluir livremente.

Login Cadastro

Estruturas de Mercado

Fabio Renato row

Enviado por:

Fabio Renato Rossi do Nascimento | 10 comentários

Buscar arquivos, pessoas, cursos…

Page 5: Estruturas de Mercado

Arquivado no curso de Engenharia de Produção na UNICEP

Download

denunciarDenunciarrow

Creative CommonsLicença de uso: BY-NC-SArow

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Fabio Renato Rossi do Nascimento

Organização Industrial:

Estruturas de Mercado:

- Monopólio - Oligopólio

- Concorrência Monopolística

- Concorrência Perfeita

São Carlos, Dezembro de 2009

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Fabio Renato Rossi do Nascimento

Organização Industrial:

Estruturas de Mercado:

- Monopólio - Oligopólio

- Concorrência Monopolística

- Concorrência Perfeita

Page 6: Estruturas de Mercado

disciplina de Organização Industrial

Trabalho acadêmico apresentado à Centro Universitário Central Paulista. Unidade São Carlos

São Carlos, Dezembro de 2009

LISTA DE TABELAS 04

LISTA DE FIGURAS 04

RESUMO 05

ABSTRACT 06

1. INTRODUÇÃO 07

2. MONOPÓLIO 08

2.1 Definição e Causas do monopólio 08

2.2 Vantagens e desvantagens do monopólio08

2.3 Controle sobre o monopólio 09

2.4 Discriminação de preços no monopólio 09

2.5 Exemplos de empresas monopolistas 10

3. OLIGOPÓLIO 1

3.1 Definição e causas do Oligopólio 1

3.2 Tipos de Oligopólio 1

3.3 Formas de Oligopólio 1

3.4 Exemplos de oligopólio 12

4. CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA 13

4.1 Definição e causas da Concorrência Monopolística13

4.2 Exemplos de Concorrências Monopolísticas13

5. CONCORRÊNCIA PERFEITA 14

5.1 Definição e causas da Concorrência Perfeita14

Page 7: Estruturas de Mercado

5.2 Características da Concorrência Perfeita15

6. CONCLUSÃO 16

SUMÁRIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................................17

Tabela 1. Comparação das Estruturas de Mercado07

Figura 1. Monopólio preço único e discriminação10

Estruturas de mercado são modelos que captam aspectos inerentes à organização dos mercados, realçando

características tais como: o tamanho das empresas, a diferenciação dos produtos, a transparência do mercado, os

objetivos dos participantes, o acesso de novas empresas. No mercado de bens e serviços, as formas e mercado,

segundo essas cinco características, são as seguintes: concorrência perfeita, monopólio, concorrência

monopolística (ou imperfeita) e oligopólio. Existe uma série de modelos sobre o comportamento das empresas na

formação de preços de seus produtos. A diferença maior entre esses modelos está condicionada ao objetivo ao qual

a firma se propõe: maximizar lucros, maximizar participação no mercado, maximizar margem de rentabilidade sobre

os cursos, etc. Quanto aos seus objetivos, as empresas defrontam-se com duas possibilidades principais: maximizar

lucro e maximizar mark-up (margem sobre os custos diretos). Dentro da teoria neoclássica ou marginalista, o

objetivo da empresa é sempre maximizar o lucro total. Este trabalho acadêmico visou apresentar de uma forma

sistêmica estas quatro estruturas de mercado dando definições e exemplos reais de empresas atuais.

Palavras-Chave: Estrutura de Mercado, Empresas, Produto, Mercado, Serviços, Preços, Lucros.

Market structures are models that capture aspects of organizing markets, enhancing features such as the size of

companies, product differentiation, market transparency, the goals of participants, access to new businesses. In the

market for properties and services, forms and market, according to these five characteristics are: perfect competition,

monopoly, monopolistic competition (or imperfect) and oligopoly. A number of models on the behavior of companies

in pricing their products. The major difference between these models is subject to the objective which the firm are: to

maximize profits, maximize market share, maximize profitability margin on the courses, etc.. As for its goals,

companies are faced with two main possibilities: maximizing profit and maximizing mark-up (margin on direct costs).

Within the neoclassical or marginalist, the company's goal is to maximize its total profit. This academic work was to

present a systemic form of these four market structures giving definitions and examples of companies today.

Key words: Market Structure, Company, Product, Market, Services, Prices, Profits.

Page 8: Estruturas de Mercado

1. INTRODUÇÃO

A partir da demanda e da oferta de mercado são determinados o preço e quantidade de equilíbrio de um dado bem

ou serviço. O preço e a quantidade, entretanto, dependerão da particular forma ou estrutura desse mercado, ou

seja, se ele é competitivo, com muitas empresas produzindo um dado produto, ou concentrado em poucas ou uma

única empresa. (WAGNER, 2007).

Na análise das estruturas de mercado avaliam-se os efeitos da oferta e da demanda, tanto no mercado de bens e

serviços quanto no mercado de fatores de produção. As estruturas do mercado de bens e serviços são as

relacionadas na tabela 1 disposta abaixo: (WAGNER, 2007).

Estruturas de Mercado Número de Empresas

Diferenciação do Produto

Condições de

Entrada e Saída

Controle sobre o Preço Exemplo

Monopólio Só há uma empresa Produto Único Bloqueada Forte Petrobrás

Oligopólio Poucas

Diferenciado ou

Padronizado

Difícil Considerável

Ford, Fiat, Chevrolet, Volkswagen

Concorrência

Monopolística

Considerável Produto

Page 9: Estruturas de Mercado

Diferenciado

Relativamente

Fácil Leve Restaurantes

Concorrência

Perfeita

Muitas Produtos

Padronizados

Fácil Nenhum Não existe na prática

Tabela 1. Comparação das Estruturas de Mercado – Fonte Prof. Roberto Machado Wagner

Há de se destacar que no estudo microeconômico é analisado as imperfeições observadas no mercado, onde é

possível observar algumas situações em que os preços são determinados através de distorções provocadas em

mercados distintos, tais como: monopólios, oligopólios, concorrência monopolista e concorrência perfeita. (KUPFER,

2002).

As várias formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três características: (KUPFER, 2002).

• O número de empresas que compõem esse mercado.

• O tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados).

• Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.

2. MONOPÓLIO

2.1 Definição e Causas do monopólio

Monopólio é uma condição de mercado caracterizada pelo controle, por um só produtor, dos preços e das

quantidades de bens ou serviços oferecidos aos usuários e consumidores. Estes usuários e consumidores não

possuem alternativas senão comprar do monopolista. Isso faz com que o monopolista opere sempre com lucros

Page 10: Estruturas de Mercado

extraordinários. O preço cobrado pelo monopolista será sempre maior do que em competição perfeita e a

quantidade vendida sempre menor. (KUPFER, 2002).

As causas da existência do monopólio são várias, algumas políticas, outras econômicas e outras técnicas. As

principais causas apontadas pela teoria econômica neoclássica são: (KUPFER, 2002).

• Propriedade exclusiva de matérias-primas ou de técnicas de produção;

• Patentes sobre produtos ou processos de produção;

• Licença governamental ou imposição de barreiras comerciais para excluir competidores, especialmente

estrangeiros;

• O caso do monopólio natural quando o mercado não suporta mais do que uma única empresa, pois a tecnologia

de produção impõe que a operação eficiente tenha economias de escala substanciais.

2.2 Vantagens e desvantagens do monopólio

Os argumentos favoráveis aos monopólios concentram-se principalmente nas vantagens da produção em grande

escala, como a elevação de rendimento propiciado pelas inovações tecnológicas e a redução dos custos. Também

se afirma que os monopólios podem racionalizar as atividades econômicas, eliminar os excessos de capacidade e

evitar a concorrência desleal. Outra das vantagens que lhes são atribuídas é a garantia de um determinado grau de

segurança no futuro, o que torna possível o planejamento a longo prazo e introduz maior racionalidade nas decisões

sobre investimentos. (VASCONCELLOS, 2004)

Os argumentos contrários estão centrados no fato de que o monopólio, graças a seu poder sobre o mercado,

prejudica o consumidor ao restringir a produção e a variedade, e ao obrigá-lo a pagar preços arbitrariamente fixados

pelo monopolista. Também se assinala que a ausência de concorrência pode incidir negativamente sobre a redução

dos custos e levar à subutilização dos recursos produtivos. (VASCONCELLOS, 2004).

2.3 Controle sobre o monopólio

A economia de livre empresa afirma, como norma geral, a inconveniência dos monopólios e a necessidade de

estrito controle sobre eles. Embora acentue as vantagens do fornecimento monopolizado em determinadas áreas

específicas, exige que os monopólios se restrinjam aos setores nos quais sejam absolutamente necessários e que,

além disso, se adotem medidas de proteção ao consumidor. (KUPFER, 2002).

Um exemplo da utilidade dos monopólios é o fornecimento de gás canalizado a um centro urbano. O fornecimento

de gás aos consumidores por companhias concorrentes, por meio de gasodutos e sistemas de distribuição

paralelos, representaria um esbanjamento de recursos em infra-estrutura. (KUPFER, 2002).

Page 11: Estruturas de Mercado

2.4 Discriminação de preços no monopólio

O poder monopolista permite que ele tenha uma política de discriminação de preços voltada para extrair o máximo

possível de excedente do consumidor e para aumentar a sua receita total. (MANKIW, 2005).

Para que haja discriminação de preços de preços o mesmo produto tem que ser vendido a diferentes preços para

diferentes compradores. O custo de produção é o do monopolista, isto é, o mesmo para todos os produtos vendidos.

(MANKIW, 2005).

A discriminação de preços vai depender da renda dos consumidores, das suas preferências, da localização e da

facilidade de encontrar substitutos para o produto. O monopolista vai procurar segmentar a sua curva de demanda

em diferentes elasticidades, para criar mercados distintos para o seu produto. (MANKIW, 2005). Existem três tipos

para discriminação dos preços:

• O monopolista vende cada unidade do produto a preços diferentes. É a discriminação perfeita de preços. Cada

unidade é vendida ao consumidor, pelo preço máximo que ele está disposto a pagar. Não há excedente do

consumidor neste mercado. O monopolista extrai todo o excedente do consumidor;

• O monopolista vende diferentes unidades do produto a preços diferentes, mas todos os compradores que

adquirem a mesma quantidade pagam o mesmo preço. O preço por unidade não é constante, depende da

quantidade que o consumidor compra. Exemplos são os prestadores de serviços de água, esgoto, eletricidade;

• O monopolista vende o produto para diferentes compradores por preços diferentes, mas cada unidade vendida

para um grupo de compradores é vendida ao mesmo preço. Esta é a forma mais comum de discriminação de

preços que se aplica bastante nos descontos para idosos, estudantes, ou as diferentes classes de tarifas aéreas. A

Figura 1 ilustra o processo de discriminação perfeita de preços. Cada consumidor paga o máximo que está

predisposto a pagar, todas as trocas (livres) têm lugar, não há perda peso-morto e o excedente total vai para o

monopólio na forma de lucro. (VASCONCELLOS, 2004).

Figura 1: Monopólio preço único e discriminação – Fonte: VASCONCELLOS, 2004 2.5 Exemplos reais de empresas

monopolistas

Page 12: Estruturas de Mercado

Segue abaixo alguns exemplos reais de empresas monopolísticas:

• A Petrobrás no que tange a exploração do petróleo em águas profundas no

Brasil. De certa forma, mesmo que a legislação já permita que outras empresas explorem petróleo no Brasil a

Petrobrás é grande o suficiente para que, se quisesse, controlar o preço dos produtos por ela vendidos.

• A CPFL no que tange a distribuição de energia elétrica em São Carlos/SP. • O SAAE no que tange a distribuição

de água e esgoto em São Carlos/SP.

• Determinada empresa de ônibus que serve a um determinado bairro.

Normalmente isso acontece em grandes centros urbanos, nos bairros mais afastados, onde há apenas uma linha de

ônibus (uma única viação), que presta o serviço àquela comunidade ou bairro. O mesmo acontece na maioria das

concessões de linhas entre cidades no país.

• A DeBeers na África do Sul. Esta empresa produz diamantes e ela controla 80% da produção mundial. A DeBeers

paga milhões em publicidade, o que pode parecer estranho.

3. OLIGOPÓLIO

3.1 Definição e causas do Oligopólio

Designa-se por oligopólio a situação de um mercado com um número reduzido de empresas, de tal forma que cada

uma tem que considerar os comportamentos e as reações das outras quando toma decisões de mercado. A

característica fundamental do oligopólio é a existência da interdependência entre as empresas. Dado a importância

de cada empresa no setor, as decisões de uma quanto a preços, qualidade, propaganda, etc., afetam o

comportamento das demais. (MANKIW, 2005).

As causas típicas do aparecimento de mercados oligopolistas são a escala mínima de eficiência e características da

procura. Em tais mercados existe ainda alguma concorrência, mas as quantidades produzidas são menores e os

preços maiores do que nos mercados concorrenciais (ainda que relativamente ao monopólio as quantidades sejam

superiores e os preços menores). Tipicamente, nos mercados oligopolistas a concorrência incide em características

dos produtos distintas do preço (p. ex., qualidade, imagem, fidelização). (MANKIW, 2005).

3.2 Tipos de Oligopólio

O oligopólio pode ser dividido em dois tipos conforme descritos abaixo: (Paulo Nunes, 2007)

Page 13: Estruturas de Mercado

• Oligopólio Puro: Neste tipo de oligopólio os produtos são homogêneos (substitutos perfeitos) como por exemplo:

indústria de cimento, alumínio, aço, etc.

• Oligopólio Diferenciado: Neste tipo de oligopólio os produtos são diferenciados como por exemplo: indústria

automobilística, de cigarros, informática, etc.

3.3 Formas de Oligopólio

Existem quatro formas básicas de oligopólio: (TOSCHI, 2002).

• Cartel: Associação entre empresas do mesmo ramo de produção com objetivo de dominar o mercado e disciplinar

a concorrência. As partes entram em acordo sobre o preço, que é uniformizado geralmente em nível alto, e quotas

de produção são fixadas para as empresas membro. No seu sentido pleno, os cartéis começaram na Alemanha no

século XIX e tiveram seu apogeu no período entre as guerras mundiais. Os cartéis prejudicam a economia por

impedir o acesso do consumidor à livre-concorrência e beneficiar empresas não-rentáveis. Tendem a durar pouco

devido ao conflito de interesses.

• Truste: Reunião de empresas que perdem seu poder individual e o submetem ao controle de um conselho de

trustes. Surge uma nova empresa com poder maior de influência sobre o mercado. Geralmente tais organizações

formam monopólios. Os trustes surgiram em 1882 nos EUA, e o temor de que adquirissem poder muito grande e

impusessem monopólios muito extensos fez com que logo fossem adotadas leis antitrustes, como a Lei Sherman,

aprovada pelos norte-americanos em 1890.

• Holding: Empresa, que pela posse majoritária das ações, mantém o controle e administra outras empresas

(subsidiárias). O Holding geralmente nada produz, centralizando o controle de um complexo de empresas.

Considerado uma das formas mais avançadas do capitalismo, pois permite uma determinada estrutura controle

investimentos muitas vezes superiores e em outros países.

• Conglomerados: várias empresas que atuam em setores diversos se unem para tentar dominar determinada oferta

de produtos e/ou serviços, sendo em geral administradas por uma holding. Um exemplo são as grandes

corporações que dominam desde a extração da matéria-prima como o transporte de seu produto já industrializado,

ou seja, um truste. Um exemplo de conglomerado é a empresa Mitsubishi, que fabrica desde carros até canetas.

3.4 Exemplos reais de Oligopólios

Segue abaixo alguns exemplos reais de Oligopólios: • Empresas aéreas: TAM, GOL, AZUL.

• Empresas de telefonia móvel e celular: Vivo, Claro, Oi, Tim.

• Empresas de Gases Industriais e hospitalares - White Martins, Oximil, Air Liquide.

Page 14: Estruturas de Mercado

• Montadoras de veículos: Fiat, Chevrolet, Volkswagen, Ford.

• Indústria de Bebidas: Guaraná Antártica, Coca-Cola, Guaraná São Carlos, Tubaína.

4. CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

4.1 Definição e causas da Concorrência Monopolística

A concorrência monopolista (também chamada de concorrência imperfeita) é uma estrutura de mercado em que são

produzidos bens diferentes, entretanto, com substitutos próximos passíveis de concorrência. Trata-se de uma

estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o

oligopólio, pelas seguintes características: (KUPFER, 2002).

• Número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial, porém com segmentos de mercados e

produtos diferenciados, seja por características físicas, embalagem ou prestação de serviços complementares;

• Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no

mercado;

• Muitos compradores e muitos vendedores;

• Consumidores têm as suas preferências definidas e vendedores tentam diferenciar os seus produtos, daqueles

produzidos pelos seus concorrentes diretos, ou seja, os bens e serviços são heterogéneos;

• Existem barreiras de entrada, como diferenciação do produto, canais de distribuição (quanto mais controlada a

distribuição no atacado e no varejo mais difícil é à entrada de novos concorrentes.

Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço de seu produto, embora o

mercado seja competitivo (daí o nome concorrência monopolista). (KUPFER, 2002).

4.2 Exemplos reais de Concorrências Monopolísticas

Segue alguns exemplos de Concorrências Monopolísticas: • Lanchonetes: MacDonalds, Giraffas, Habib´s, Burguer

King, Bobs

• Empresas de Informática: Apple, Compac, HP, Sony

• Fabricantes de Cigarros: Souza Cruz, Philip Morris, Cia Sul-americana de Tabacos;

Page 15: Estruturas de Mercado

5. CONCORRÊNCIA PERFEITA

5.1 Definição e causas da Concorrência Perfeita

A estrutura de mercado caracterizada por concorrência perfeita é uma concepção mais teórica, ideal, porque os

mercados altamente concorrenciais existentes, na realidade, são apenas aproximações desse modelo, posto que,

em condições normais, sempre parece existir certo grau de imperfeição que distorce o seu funcionamento. Portanto

o conceito de concorrência perfeita é usado apenas por seu valor analítico, pois não existe na prática. (Paulo

Nunes, 2007).

O seu conhecimento é importante não só como estrutura ideal, que é empregada em muitos estudos que procuram

descrever o funcionamento econômico de uma realidade complexa, como também pelas inúmeras conseqüências

derivadas de suas hipóteses, que condicionam o comportamento dos agentes econômicos em diferentes mercados.

(Paulo Nunes, 2007). As hipóteses do modelo de concorrência perfeita são:

• Existe um grande numero de compradores e vendedores. Um grande número de compradores e vendedores se

refere não a um valor acima de uma determinada quantidade, mas sim a que o preço do e dado para as firmas e

para os consumidores; (Paulo Nunes, 2007).

• Os produtos são homogêneos, isto é, são substitutos perfeitos entre si; dessa forma não pode haver preços

diferentes no mercado; (Paulo Nunes, 2007).

• Existe completa informação e conhecimento sobre o preço do produto; esta hipótese é conhecida como

transparência de mercado; (Paulo Nunes, 2007).

• Entrada e saída de firmas no mercado são livres, não havendo barreiras. Esta hipótese também é conhecida como

livre mobilidade. Isso permite que as empresas menos eficientes saiam do mercado e que nele ingressem firmas

mais eficientes. (Paulo Nunes, 2007).

5.2 Características da Concorrência Perfeita

A característica do mercado em concorrência perfeita é que, a longo prazo, não existem lucros extras ou

extraordinários (onde as receitas superam os custos), mas apenas os chamados lucros normais, que representam a

remuneração implícita do empresário (seu custo de oportunidade, ou o que ele ganharia se aplicasse seu capital em

outra atividade, que pode ser associado a uma espécie de rentabilidade média de mercado). Assim, no longo prazo,

quando a receita total iguala o custo total, o lucro extraordinário é zero, embora existam lucros normais, pois nos

custos totais estão incluídos os custos implícitos (que não envolvem desembolso), o que inclui os lucros normais. A

hipótese de que a empresa, individualmente, seja incapaz de alterar o preço do produto tem uma conseqüência

importante, porque implica a curva de demanda do produto ser perfeitamente elástica, ou seja, horizontal (Figura 2).

Page 16: Estruturas de Mercado

Em concorrência perfeita, como o mercado é transparente, se existirem lucros extraordinários, isso atrairá novas

firmas para o mercado, pois que também não há barreiras ao acesso. Com o aumento da oferta de mercado (devido

ao aumento no número de empresas), os preços de mercado tenderão a cair, e consequentemente os lucros extras,

até chegar a uma situação onde só existirão lucros normais, cessando o ingresso de novas empresas nesse

mercado . (Paulo Nunes, 2007).

Figura 2: Demanda da Concorrência Perfeita – Fonte: Paulo Nunes, 2007 6. CONCLUSÃO

Este trabalho acadêmico visou apresentar de uma forma sistêmica as estruturas de mercado Monopólio, Oligopólio,

Concorrência Monopolística e Concorrência Perfeita de forma a compará-las mostrando exemplos reais do mercado

nacional e internacional. Além disso, foi possível verificar que a economia se resume basicamente em conseguir os

preços certos através da quantidade certa vendida. A permanência da hipótese de perfeito conhecimento e

maximização de lucros nos modelos de monopólio e competição monopolística, isto é, a racionalidade perfeita do

tomador de decisões, leva a que todas as modificações teóricas feitas a seguir continuem a se construir como um

caso especial, do caso geral, a competição perfeita. Tudo mais que não se enquadre nas hipóteses básicas do

modelo é considerado uma falha ou imperfeição de mercado.

CIÊNCIAS ECONOMICAS EMPRESARIAIS. Economia. Concorrência Perfeita. Disponível em:

<http://w.knoow.net/cienceconempr/economia/concorrperfeita.htm> acessado em 18/1/2009 às 10h07min. (Autor:

Paulo Nunes)

CIÊNCIAS ECONOMICAS EMPRESARIAIS. Economia. Conceitos de Oligopólio. Disponível em :

<http://w.knoow.net/cienceconempr/econom ia/oligopolio.htm> acessado em 30/1/2009 às 12h07min. (Autor: Paulo

Nunes)

ECONOMIA. Acadêmico. Teorias. Oligopólio. Disponível em:

<http://w.economiabr.net/teoria_escolas/oligopolio.html> acessado em 30/1/2009 às 12h40min. (Autor: Emerson

Luis Toschi)

KUPFER, David. Economia Industrial: Fundamentos Teóricos e Práticos no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia: Princípios de micro e macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus,

2005.

Page 17: Estruturas de Mercado

VASCONCELLOS, Marco Antônio S. e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2004.

WAGNER, Roberto Machado. Economia I – Apostila. Edição própria. 2007.