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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ESTUDO COMPARATIVO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS: PAREDES DE CONCRETO, STEEL FRAME E WOOD FRAME TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO AUGUSTO SENDTKO FERREIRA Santa Maria, RS, Brasil 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO COMPARATIVO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS: PAREDES DE

CONCRETO, STEEL FRAME E WOOD FRAME

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

AUGUSTO SENDTKO FERREIRA

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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ESTUDO COMPARATIVO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS: PAREDES DE

CONCRETO, STEEL FRAME E WOOD FRAME

Augusto Sendtko Ferreira

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro

Civil

ORIENTADOR: Prof. Dr. ROGÉRIO CATTELAN ANTOCHEVES DE LIMA

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Tecnologia

Curso de Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

ESTUDO COMPARATIVO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS: PAREDES DE

CONCRETO, STEEL FRAME E WOOD FRAME

elaborado por Augusto Sendtko Ferreira

Como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

Rogerio Cattelan Antocheves de Lima, Dr. (Presidente/Orientador)

Gustavo da Costa Borowski, Me. (UFSM)

Carlos José Kummel Félix, Dr. (UFSM)

Santa Maria, 23 de Setembro de 2014

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.

Aos meus familiares, dos mais próximos aos mais distantes, que participaram

da minha formação pessoal e profissional.

Ao meu orientador, Professor Doutor Rogério Cattelan Antocheves de Lima,

pela orientação e paciência durante a elaboração deste trabalho.

Por meio deste agradeço a todos os professores, não apenas pelo

conhecimento transmitido, mas por todo o acompanhamento de minha formação

profissional.

Aos meus amigos e colegas de faculdade, os quais foram essenciais na

minha formação, sem vocês, seguramente este momento não chegaria.

5

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfo e glória, mesmo expondo-se à

derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, que não gozam muito e nem sofrem

muito, porque vivem na penumbra cinzenta que não conhece nem vitória nem derrota.”

―Theodore Roosevelt

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RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso

Curso de Engenharia Civil

Universidade Federal de Santa Maria

ESTUDO COMPARATIVO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS: PAREDES DE

CONCRETO, STEEL FRAME E WOOD FRAME

AUTOR: AUGUSTO SENDTKO FERREIRA

ORIENTADOR: ROGÉRIO CATTELAN ANTOCHEVES DE LIMA

Data e local de defesa: Santa Maria, 23 de Setembro de 2014.

Os altos investimentos em habitação e a entrada de empresas estrangeiras

no setor impulsionam o setor nacional a buscar novas tecnologias de melhor

competitividade, podendo assim construir com maior velocidade, menores custos e

desperdícios. Dentro deste cenário, o trabalho apresenta um histórico da

industrialização com foco no setor da construção civil. Também são abordados três

sistemas construtivos industrializados: paredes de concreto, steel-frame e wood-

frame, assim como faz uma comparação quanto ao desempenho destes realizada

baseada em recursos bibliográficos e apresentada em forma de notas de 1 (um) a 4

(quatro). Comparados aos sistemas tradicionais, como a construção em alvenaria,

as vantagens dos sistemas construtivos industrializados são muitas, porém devido a

diversos motivos, os investimentos tecnológicos para que o setor avance quanto a

industrialização ainda são poucos.

Palavras chave: Construção civil. Industrializado. Steel-Frame. Paredes de Concreto.

Wood-Frame.

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ABSTRACT

Course Conclusion Paper

Civil Engineering School

Federal University of Santa Maria

ESTUDO COMPARATIVO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS: PAREDES DE

CONCRETO, STEEL FRAME E WOOD FRAME

AUTHOR: AUGUSTO SENDTKO FERREIRA

ADVISER: ROGÉRIO CATTELAN ANTOCHEVES DE LIMA

Date and place of the presentation: Santa Maria, September 23, 2014.

The high investments at housing and the incoming of international companies

at the sector stimulate the national companies to seek new technologies with better

competitive edge, thus being able to construct faster, with less expenses and wastes.

At this scenario, the paper presents a history of the industrialization focusing in the

civil construction sector. There's also three industrial construction systems

addressed: concrete walls, steel-frame and wood-frame, as a parallel between their

performance based on references and presented as scores between 1 (one) and 4

(four) . Compared to the traditional systems, the advantages of the industrial

construction systems are many, but due to several reasons, the technological

investments in order that the sector advance industrially are still short.

Key words: Civil Construction. Industrial. Steel-Frame. Concrete Walls. Wood-Frame.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Condominio Terra Nova Pelotas/RS ......................................................... 23

Figura 2 - Operários realizando diferentes etapas do sistema .................................. 24

Figura 3 - Comparação de acabamentos .................................................................. 25

Figura 4 - Procedimento de concretagem ................................................................. 27

Figura 5 - Tela Soldada ............................................................................................. 28

Figura 6 - Fôrma de Alumínio .................................................................................... 29

Figura 7 - Fôrma Mista .............................................................................................. 29

Figura 8 - Fôrma Plástica .......................................................................................... 30

Figura 9 - Radier ....................................................................................................... 30

Figura 10 - Linhas de Parede .................................................................................... 31

Figura 11 - Montagem de armaduras e Redes .......................................................... 31

Figura 12 - Encaixe das Fôrmas ............................................................................... 32

Figura 13 - Escoramentos ......................................................................................... 32

Figura 14 - Conforto Térmico .................................................................................... 33

Figura 15 - Conforto Acústico .................................................................................... 33

Figura 16 - Conjunto habitacional (Chile) .................................................................. 37

Figura 17 - Estrutura Steel Frame ............................................................................. 37

Figura 18 - Subestruturas .......................................................................................... 39

Figura 19 - Fechamento ............................................................................................ 40

Figura 20 - Placas Cimentícias .................................................................................. 40

Figura 21 - Placas OSB ............................................................................................. 41

Figura 22 - Orchard Hotel .......................................................................................... 43

Figura 23 - Mill Lane .................................................................................................. 43

Figura 24 - Estrutura Wood Frame ............................................................................ 44

Figura 25 - Revestimento siding ................................................................................ 46

Figura 26 - Instalações Embutidas ............................................................................ 47

Figura 27 - Telhado ................................................................................................... 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tipos de concreto ..................................................................................... 26

Tabela 2 - Avaliação dos sistemas construtivos industrializados (Visão Geral) ........ 56

Tabela 3 - Avaliação dos sistemas construtivos industrilizadosОшибка! Закладка не определена.

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SUMARIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1 Objetivos ............................................................................................................. 13

1.1.1 Objetivo geral .................................................................................................. 13

1.1.2 Objetivos específicos........................................................................................ 13

1.2 Justificativa .......................................................................................................... 14

1.3 Estrutura do Trabalho .......................................................................................... 15

2 INDUSTRIALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................................. 16

2.1 Histórico da Industrialização ................................................................................ 16

2.2 Industrialização de Ciclo Fechado ....................................................................... 17

2.3 Industrialização de Ciclo Aberto .......................................................................... 19

2.4 Industrialização de Ciclo Flexibilizado ................................................................. 21

3 SISTEMAS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS ............................................ 22

3.1 Sistema Paredes de Concreto ............................................................................. 23

3.1.1 Materiais ........................................................................................................... 25

3.1.1.1 Concreto ........................................................................................................ 25

3.1.1.2 Aço ................................................................................................................ 27

3.1.1.3 Fôrmas .......................................................................................................... 28

3.1.2 Conforto ............................................................................................................ 33

3.1.3 Vantagens e Desvantagens ............................................................................. 34

3.1.4 Normatização do Sistema Paredes em Concreto ............................................. 35

3.2 Steel Frame ......................................................................................................... 36

3.2.1 Vantagens e Desvantagens ............................................................................. 42

3.2.2 Estrutura ........................................................................................................... 38

3.2.3 Fundações ........................................................................................................ 39

3.2.4 Fechamento ..................................................................................................... 39

3.2.5 Impermeabilização ........................................................................................... 41

3.3 Wood Frame ........................................................................................................ 43

3.3.1 Vantagens e Desvantagens ............................................................................. 48

3.3.2 Fundações ........................................................................................................ 45

3.3.3 Paredes Estruturais .......................................................................................... 45

3.3.4 Revestimento ................................................................................................... 46

11

7.3.5 Instalações Elétricas e Hidráulicas ................................................................... 47

3.3.6 Cobertura e Telhados ....................................................................................... 47

3.3.7 Madeira ............................................................................................................ 48

4 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS ..................................................... 50

5 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 57

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1 INTRODUÇÃO

Desde a revolução industrial, diversos setores produtivos vêem se

aprimorando no sentido da industrialização dos seus processos. Na Europa pós-

guerra, houve um cenário de instabilidade econômica e política, seguido por um

crescimento causado por um grande contingente migratório, o qual ocasionou um

aumento na demanda por habitações. A solução para o problema foi industrializar a

construção civil, aonde foi empregada pela primeira vez, o que tornou o setor mais

eficiente, além de possibilitar um maior controle da expansão urbana por meio da

padronização dos métodos de construção.

A evolução da indústria da construção civil ocorreu em diversas fases, cada

qual caracterizada por uma diversidade de métodos e tecnologias. Entretanto, no

Brasil, diferente da maioria dos setores, a construção civil não se industrializou de

forma notável, tem-se uma grande variabilidade tecnológica em um cenário aonde

coexistem processos construtivos dos mais tradicionais aos mais modernos.

Atualmente o que impulsiona a industrialização do setor no Brasil é a

internacionalização da economia, com a participação no mercado de

empreendedores estrangeiros já habituados à utilização de pré-fabricados para a

realização de obras rápidas.

Assim, entende-se que há mercado para a industrialização da construção

civil, porém, devido a empecilhos como falta de mão-de-obra qualificada e até

mesmo o preconceito do consumidor final, o Brasil se encontra atrasado quando se

trata desta "evolução" do setor.

Estes empecilhos estão sendo combatidos da única forma possível, com o

avanço gradual da industrialização, tornando o consumidor mais habituado com o

tipo de edificação resultado do uso dos sistemas industrializados, e fazendo com

que o operário do setor adquira experiência para a execução de obras nestes

sistemas.

São inúmeras as vantagens da industrialização do setor de construção civil,

tem-se uma maior rapidez na conclusão da obra, elimina-se custos indiretos de difícil

contabilização, maior qualidade de material, substituição de mão de obra manual por

mecanizada, rastreabilidade de processos, canteiro de obras mais limpo e

organizado.

13

Dentre os sistemas construtivos industrializados usados no Brasil está o

sistema de Paredes de Concreto, podendo ser visto em diversas obras com alta

repitibilidade, como por exemplo em residência unifamiliares do programa Minha

Casa Minha Vida da Caixa Econômica Federal.

Apesar de ser mundialmente utilizada como matéria-prima na construção civil,

a madeira ainda é pouco empregada no setor brasileiro. Uma das opções para o uso

desta matéria prima é o sistema Wood-Frame, que consiste na produção das peças

em fábricas para posterior montagem no canteiro de obras.

O Steel-Frame é um sistema construtivo mais custoso, portanto é mais

comumente utilizado quando é necessário que o tempo de construção seja bastante

reduzido. É bastante utilizado para obras como galpões, supermercados, bancos e

outros edifícios comerciais.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem por finalidade fazer um estudo comparativo de

três sistemas construtivos industrializados, steel Frame, wood Frame e

paredes de Concreto.

1.1.2 Objetivos específicos

Apresentar uma abordagem geral sobre industrialização na construção civil,

incluindo uma cronologia sobre o tema;

Correlacionar o tema industrialização na construção civil com os sistemas

construtivos em paredes de concreto, steel frame e wood frame;

Detalhar tecnicamente os processos executivos inerentes a cada sistema analisado;

Comparar qualitativamente o desempenho dos sistemas construtivos em paredes de

concreto, steel frame e wood frame.

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1.2 Justificativa

Segundo a Fundação João Pinheiro, o déficit habitacional brasileiro em 2010

foi de 6,490 milhões de moradias, sendo a região sudeste a campeã na demanda

nacional, com necessidades estimadas de 2,674 milhões de unidades habitacionais,

38% do total (DÉFICIT HABITACIONAL MUNICIPAL NO BRASIL, 2010).

Na tentativa de minimizar o déficit habitacional e aquecer a economia, o

Governo Brasileiro criou o Programa Minha Casa Minha Vida, porém mesmo com

altos investimentos, a produtividade ainda não atingiu níveis suficientes para atender

a demanda da população (PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA, 2014).

Vive-se, pois, um cenário semelhante ao da Europa pós-guerra, com a

necessidade da construção de diversas unidades habitacionais em um espaço

mínimo de tempo. Neste sentido, uma maior industrialização da construção civil

traria benefícios sociais com a redução no tempo para se atingir as metas no setor

de habitação, e econômicas, visto que a industrialização de qualquer setor, implica

em maior rentabilidade e produtividade.

A escolha do tema foi feita devido ao rumo que a construção civil está

tomando no país, sendo de suma importância o conhecimento técnico e das normas

que abrangem os sistemas construtivos industriais em utilização e expansão.

Experiências profissionais como estagiário também pesaram para a escolha

deste tema, pois viu-se o processo construtivo do sistema de Paredes de Concreto

durante o estágio supervisionado final.

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1.3 Estrutura do Trabalho

A estrutura do trabalho é dividida em cinco etapas distintas, primeiro tem-se

uma contextualização do assunto, contemplando assim a introdução, objetivos,

justificativa e a estrutura do trabalho.

Na segunda etapa do trabalho foi realizado um histórico da industrialização,

abordando as diversas fases, tipos e conceitos referentes a esta. A abordagem é

feita em partes com caráter geral e em outras com ênfase na construção civil.

Em seguida são apresentados os três sistemas construtivos a serem

estudados, mostrando suas vantagens e desvantagens, bem como o processo

constritivo referente a cada um deles.

Após obtenção das informações necessárias, apresentadas na terceira etapa,

a quarta etapa é destinada a uma comparação quanto ao desempenho dos sistemas

construtivos industrializados estudados.

Por fim, a quinta etapa destina-se a conclusão da pesquisa.

16

2 INDUSTRIALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Industrialização da construção é o emprego de forma racional e mecanizada

de materiais, meios de transporte e técnicas construtivas para conseguir uma maior

produtividade (BRUNA, 1976).

A construção civil no Brasil é um setor considerado atrasado nos meios

industriais, porém com a expansão de empreendimentos voltados ao segmento

econômico aonde a margem de lucro sobre unidade é muito pequena, o negocio

apenas se viabiliza economicamente com a produção em massa, assim implicando

na industrialização do setor de elementos estruturais e vedações até elementos

menores como instalações elétricas e hidráulicas (FARIA, 2008).

Em contra partida Colombo e Bazzo (2009) defende que a indústria da

construção civil ainda possui como obstáculo para sua expansão agressiva as

singularidades do setor, principalmente tratando-se de edificações. Entre as

características que atrasam a industrialização do setor, destacam-se a: dependência

de fatores climáticos; períodos longos de construção; caráter não seriado de

produção no caso de edificações; complexa rede de interferência humana (usuários,

clientes, projetistas, financiadores, construtores); parcelamento de responsabilidade

por subcontratações.

2.1 Histórico da Industrialização

Segundo Bruna (1976), a industrialização é associada aos conceitos de

organização e produção em série, os quais devem ser compreendidos por uma

ampla analise entre relações de produção e mecanização dos meios de produção.

A história da industrialização se divide em três grandes fases, uma primeira

com o nascimento de maquinas polivalentes, podendo ser reguladas pelo operário

para realizar diferentes tipos de tarefas. Em uma segunda fase os mecanismos

passam a ser ajustados para a realização de uma tarefa específica, aonde o

operário é treinado para repetir determinados movimentos (estudo de método) no

menor tempo possível (estudo de tempo) tendo como objetivo obter melhores

17

resultados qualitativos e econômicos. Assim passa-se de uma idéia de unidade

artesanal para a idéia de multiplicidade industrial. Sucessivamente tem-se a

integração entre a produção e transporte do material e produto, assim resultando na

linha de montagem. A terceira fase, conhecida como segunda revolução industrial,

iniciou nos anos 50, na qual tem-se uma substituição gradual da mão-de-obra

exercida com ou sobre a maquina por sistemas automatizados. Essa mudança se

mostra uma possibilidade interessante para a construção civil pois assim pode-se

adequar a produção realizadas pelas maquinas para exigências especificas de cada

obra. Um exemplo são as centrais automáticas de produção de concreto que podem

produzir concretos de diferentes traços.

Na construção civil, o inicio do processo industrial se deu pela utilização de

peças de concreto pré-fabricadas, o que promoveu um salto de qualidade nos

canteiros de obras, pois através de uma produção mais controlada, materiais de

melhor qualidade e mão-de-obra treinada, as obras se tornaram mais organizadas e

seguras (BAPTISTA, 2005).

2.2 Industrialização de Ciclo Fechado

Segundo Bruna (1976), após o período de pós-guerra na França, devido a

necessidade de uma rápida reconstrução do país, foram utilizados em grande escala

os elementos pré-fabricados de concreto armado, com dimensões aproximadas de

0,60 a 0,90 x 2,50 x 0,20 m, pesando cerca de uma tonelada montados em uma

estrutura portante convencional. Porém, os tamanhos reduzidos dos painéis

geravam diversas juntas verticais, de difícil execução, sendo necessária a utilização

de painéis de maiores medidas, reduzindo assim o numero de juntas. Estes

elementos cresceram ao ponto de atingirem o tamanho de um vão completo, como

resultado, as juntas passaram a existir apenas entre elementos transversais e

longitudinais, as quais são ligações de maior facilidade na execução.

Conforme Ferreira (2003 apud PIGOZZO, 2005), os sistemas pré-fabricados

de ciclo fechado representaram a tecnologia dominante na construção civil, sendo

adotados os mesmos conceitos de outros setores em busca da produção em série

com alto índice de repetibilidade dos elementos pré-moldados.

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Desta forma, os edifícios, principalmente os residenciais, passaram a ser

subdivididos em grandes elementos, em geral, painéis-parede, que eram fabricados

em usinas fixas ou móveis ao pé do canteiro e montados por gruas, com equipes

reduzidas de operários (BRUNA, 1976).

Segundo Baptista (2005), o maior problema do sistema Industrial de Ciclo

Fechado de grande série é que os sistemas mais difundidos sofrem com grandes

limitações no âmbito inventivo e mal orientados do ponto de vista cultural, pois

procuram uma solução do problema tecnológico e não de um ponto de vista global.

Outra dificuldade encontrada estava relacionada aos custos da mão-de-obra

da produção, pois para diminuir tais custos, houve um incremento na mecanização,

assim concentrando as operações em usinas moveis ou fixas, gerando um

acréscimo nos custos dos equipamentos e conseqüentemente na parcela de

amortização. Para rebater este aumento de custos, houve a necessidade de se

produzir séries maiores de elementos, porém com os mesmo equipamentos, para

que o acréscimo fosse dividido de forma uniforme. Novamente o setor se deparou

com um aumento de gastos, pois era preciso se produzir de forma mais

racionalizada e com maior precisão. Desta forma, aumentaram-se as despesas com

programação e projeto, e assim novamente o tamanho das séries cresceu (BRUNA,

1976)

A logística de transporte de elementos também gerou um problema. Haviam

três possíveis casos, um primeiro quando considerada a existência de uma usina

móvel capaz de suprir a necessidade do canteiro de obras, como segundo caso

havia a possibilidade da inexistência de usina, inviabilizando o processo, e um

terceiro possível cenário aonde o canteiro de obras estaria situado no raio limite de

atuação de uma usina fixa. O maior problema do terceiro caso não era a distancia

de transporte, mas sim o tamanho da série a ser produzida. Desta maneira, quanto

maior fosse a série contratada, mais viável tornar-se-ia a industrialização,

amortizando os custos do projeto e dos equipamentos (BRUNA, 1976).

Sendo assim, o sistema de ciclo fechado se mostrou ser uma solução para

produção em grande escala, porém pouco permitia a flexibilidade arquitetônica por

conta de sua padronização e modulação fechada. Não era possível modificar uma

linha de produção em curtos espaços de tempos, quanto mais mecanizada fosse a

produção, menos elástica era a possibilidade de modificações no ciclo produtivo.

19

2.3 Industrialização de Ciclo Aberto

Em um segundo momento, surge na Europa o Sistema de Pré-fabricados de

Ciclo Aberto, que tem como finalidade a criação de técnicas, tecnologias e

procedimentos de pré-fabricação mais flexíveis, menos rígidos, ou seja, realizar uma

produção de peças padronizadas compatíveis com diferentes elementos de diversos

fabricantes. Segundo Koncz (1977), fala-se em sistema aberto, quando o sistema

construtivo pode ser uma prescrição para a classificação dos componentes

introduzidos no mercado, e adquiríveis em distintas empresas.

Para Koncz (1977), uma forma de diferenciar os sistemas de pré-fabricados

de ciclo fechado e de ciclo aberto, é que o primeiro tem como produto industrializado

o edifício finalizado, enquanto para o segundo, o produto industrializado é o

componente a ser utilizado na construção.

Baptista (2005) comenta que os elementos assim produzidos poderão ser

combinados entre si numa grande variedade de modos, gerando os mais diversos

edifícios e satisfazendo uma larga escala de exigências funcionais e estéticas. É

preciso, porém, que os componentes feitos dos mais diversos materiais possuam as

características básicas de um sistema aberto, ou seja, devem ser:

Substituíveis por outros de diferentes origens.

Intercambiáveis para que possam assumir diferentes posições dentro de uma

mesma obra.

Combináveis para formarem conjuntos maiores (aditividade de termos).

Permutáveis por uma peça maior ou por um número de peças menores.

Salas (1981 apud Pigozzo et al. 2005) comenta algumas características que

definem os sistemas de pré-fabricados abertos:

A coordenação dimensional possibilita unir o maior número de elementos e

produtos de distintas procedências;

O catálogo de elementos padronizados possibilita ao usuário uma informação

exaustiva sobre o produto, de modo a facilitar o seu emprego;

O raio de ação é tanto maior quanto mais específicos sejam os elementos

pré-fabricados;

20

A flexibilidade dos processos de produção, de modo a atender encomendas

de produtos especiais, tirando de linha produtos que se tornaram obsoletos,

combatendo a tendência de fechamento paulatino do processo etc.

A montagem dos componentes pré-fabricados por terceiros, já que os

fabricantes preferem se responsabilizar, sobretudo, pelo bom comportamento

de seus produtos;

A possibilidade de manter elementos de catálogo em estoque, especialmente

se ocupar pouco volume.

Conforme Bruna (1976), para obter-se flexibilidade no sistema, era necessária

padronizar a fabricação com características básicas de um ciclo aberto de produção.

Era imprescindível que se preciso fosse, houvesse a possibilidade de substituir estes

elementos por peças de diferentes fornecedores, assim como realizar a combinação

entre peças de fornecedores distintos. Desta forma, a dificuldade maior estava na

necessidade em estabelecer critérios aceitáveis para todos os participantes da

cadeia produtiva do sistema aberto de industrialização, projetistas, fabricantes ou

construtores. Com o intuito de coordenar esses elementos foi criado um acordo

dimensional das peças pré-fabricadas, nomeado coordenação modular, que passou

a ser uma condição essencial para industrializar a construção civil.

Conforme Ferreira (2003), o modelo de fabricação de ciclo aberto foi

amplamente utilizado na Europa, como na Inglaterra, onde os painéis pré moldados

para fachadas apresentaram-se como os elementos que melhor se adequavam para

o fechamento de uma construção industrializada. Utilizando-se painéis fora do eixo

da estrutura, o parâmetro de compatibilidade painel-estrutura além de ser a

modulação, passou a ser também a padronização das soluções tecnológicas entre

as suas interfaces, como sistemas juntas e ligações.

Tratando-se da pré-fabricação brasileira, Campos (2003) diz que existe uma

grande influencia dos sistemas de ciclo aberto baseado no uso intensivo de

componentes desde a década de 90. Prova disso está na transição de várias

empresas brasileiras de sistemas pré- fabricados fechados para galpões industriais,

para fabricantes de componentes para sistemas abertos, entre estes: lajes

alveolares, painéis arquitetônicos e estruturas baseadas no conceito de pré-fôrmas.

21

2.4 Industrialização de Ciclo Flexibilizado

Um novo sistema de pré fabricação surge na Europa, apresentando novas

tendências e inovações, segundo Elliot (2002). Esta, tida como terceira geração de

sistemas pré fabricados para edificações, vem criando forma na Europa nas ultimas

décadas e possui um alto grau de especificação. Dentro desta nova tendência, a

combinação entre sistemas construtivos, como os de concreto, aço e madeira, foi

empregada com maior freqüência.

Conforme Ferreira (2003), os sistemas de ciclos flexibilizados abrangem tanto

aspectos existentes nos sistemas de ciclo fechado quando de ciclo aberto. De fato, o

conceito de sistemas flexibilizados na produção vai além da fábrica, com a

possibilidade da produção de componentes no canteiro, dentro de um sistema com

alto grau de controle da qualidade e de organização da produção.

Ferreira (2003) ainda menciona que a modulação criada no sistema de ciclo

aberto continua tendo grande importância como parâmetro de controle nos

elementos do edifício, porém quando estamos tratando da fachada, a modulação

perde importância, salvo em questões de produção e montagem, dando uma maior

flexibilidade na composição e projeto. Os sistemas de ligações e de juntas nas

interfaces entre os elementos passa a assumir uma importância fundamental para

viabilizar todo o potencial industrial no sistema construtivo pré- fabricado.

Um dos principais entraves para o avanço tecnológico no setor é a

padronização das soluções tecnológicas destes sistemas de ligações e juntas.

22

3 SISTEMAS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS

Entende-se como elementos industrializados desde as peças mais simples

como pequenos elementos de instalações hidráulicas até elementos maiores como

painéis, lajes de piso, etc. A derivação qualitativa do conceito de elemento até o de

componente sugere a individualização das partes de uma edificação em sub-

sistemas, tais como cobertura, vedações, fundações e estruturas. Os sub-sistemas,

constituídos de elementos agrupados, tendem a ser unidades auto-suficientes de

agregação e desenvolvimento, unidades funcionalmente unitárias e independentes

entre si, com respeito à função e possibilidades de desenvolvimento. Sendo assim, o

componente construtivo é resultado de uma decomposição da estrutura

arquitetônica em unidades de projeto. Sendo assim, o significado adquirido pela

expressão "sistema construtivo" em nossos dias equivale ao conjunto de

componentes entre os quais se possa atribuir ou definir uma relação, coordenados

dimensionalmente e funcionalmente entre si, como estrutura organizada (PEREIRA,

2005).

Greven & Baldauf (2007) dizem que os sistemas construtivos industrializados

têm se tornado cada vez mais necessários para a construção civil moderna, devido a

necessidade de termos uma maior produtividade dentro de menores espaços de

tempo. Assim, os canteiros de obra vêm se transformando, na verdade, em locais de

montagem dos sistemas, também trazendo como vantagens uma maior organização

do canteiro de obras e uma redução do desperdício de material, impactante em

termos de despesas e também de meio ambiente.

A execução de um sistema construtivo industrializado consiste, inicialmente,

da definição de qual projeto será executado, denominado “projeto meta”, vencida

essa etapa, reúnem-se informações referentes a este projeto quanto a suas

especificações, e então escolhe-se o tipo de projeto de produção seriada, que

significa a escolha dos moldes do processo, e por final a montagem do projeto.

23

3.1 Sistema Paredes de Concreto

O sistema construtivo Parede de Concreto, ilustrado na Figura 1, é um

método que utiliza fôrmas que são montadas no local da obra e depois preenchidas

com concreto, já com as instalações hidráulicas e elétricas embutidas. A principal

característica desse sistema é que a vedação e a estrutura constituem um único

elemento (MISURELLI e MASSUDA, 2009).

Figura 1 - Condomínio Terra Nova Pelotas/RS (ABESC, 2011)

Os construtores têm encarado a moldagem in loco de paredes de concreto

como a alternativa industrializada mais viável para a produção de unidades

habitacionais em larga escala. Alta produtividade, custos competitivos e

familiaridade com material e processo de execução são fatores importantes na

escolha dessa solução tecnológica (FARIA, 2009).

Segundo Cesta (2008), o sistema mostra-se mais competitivo se comparado a

paredes pré-moldadas, pois esta demanda equipamentos para movimentação das

peças. Além disso, o custo mais baixo do sistema Paredes de Concreto em relação

a outras técnicas industrializadas possibilita atender um público de menor poder

aquisitivo, sendo assim uma solução de maior versatilidade. Outro fator importante é

a aceitação dos consumidores, visto que a solidez das paredes monolíticas

transmite maior sensação de segurança.

Em comparação ao sistema de alvenaria convencional para a construção de

conjuntos habitacionais, o sistema reduz as atividades artesanais e improvisações,

contribuindo para diminuir o número de operários no canteiro, com maior produção

24

em menos tempo, o sistema se viabiliza a partir de escala, velocidade, padronização

e planejamento sistêmico (ABCP, 2007).

Uma das principais características do sistema Paredes de Concreto é a

racionalização dos serviços. A produtividade da mão-de-obra é potencializada pelo

treinamento direcionado ao sistema. Os operários (figura 2) são multifuncionais e

atuam como montadores especializados, executando todas as tarefas necessárias:

armação, instalações elétricas e hidráulicas, montagem das fôrmas, concretagem e

desforma (ABESC, 2011).

Figura 2 - Operários realizando diferentes etapas do sistema

(ABCP, 2007)

Em termos de custos, tem-se uma redução dos custos indiretos. Quanto a

produtividade, as vantagens são uma maior velocidade de construção e garantia de

prazos de entrega (ABCP, 2007). O desperdício deste sistema também é bastante

reduzido, em comparação com a alvenaria convencional, tendo uma redução de

80% (D'AMBROSIO, 2009).

Dependendo do acabamento, logo após a desforma, a parede já está pronta

para ser pintada ou receber assentamento cerâmico, dando uma maior praticidade

em comparação com sistemas tradicionais, como é ilustrado na figura 3. Caso o

acabamento final não esteja dentro do esperado, é feita a correção das falhas e

emendas do concreto. Outra vantagem é ganho na área útil para uma mesma área

total. pois as paredes possuem espessuras menores, em contra partida, isto se torna

pior em termos de conforto térmico (ABCP, 2007).

25

Figura 3 - Comparação de acabamentos

(HESKETH, 2009)

3.1.1 Materiais

Dentro os materiais utilizados no sistema de Paredes de Concreto, temos o

concreto, aço, e formas.

3.1.1.1 Concreto

Exige-se uma atenção especial a este elemento, por ser o principal dentro do

sistema de Paredes de Concreto.

Há quatro tipos de concreto recomendados para este sistema.

Concreto Celular (Tipo L1)

O concreto celular é preparado com agregados convencionais, cimento

Portland, água e minúsculas bolhas de ar uniformemente distribuídas em sua

massa. Adquire características como a baixa massa especifica e o bom

desempenho térmico e acústico provenientes das bolhas de ar. É usualmente

utilizado para estruturas de até dois pavimentos, quando a resistência especificada

seja igual à resistência mínima de 4MPa (ABCP, 2007).

Concreto com elevado teor de ar incorporado - até 9% (Tipo M)

26

Tem características acústicas, térmicas e mecânicas parecidas às do

concreto tipo L1, é usualmente utilizado em residências térreas e assobradas, desde

que especificado com resistência igual à resistência mínima de 6Mpa (ABCP, 2007).

Concreto com agregados leves ou baixa massa especifica (Tipo L2)

Esse concreto é composto com agregados leves, tem características como

bom desempenho térmico e acústico, mas levemente inferior aos concretos Tipos L1

e M. É usado em qualquer estrutura que necessite de resistência de até 25Mpa

(ABCP, 2007).

Concreto convencional ou auto-adensável (tipo N)

Tem duas principais características: aplicação é muito rápida, feita por

bombeamento e a mistura é extremamente plástica, dispensando o uso de

vibradores (ABCP, 2007).

Tabela 1 - Tipos de concreto

Tipo Concreto Massa Especifica

(kg/m³) Resistência mínima a

compressão (MPa) Tipologia usualmente

utilizada

L1 Celular 1500 - 1600 4 Casa de até dois

pavimentos

L2 Com agregado leve 1500 - 1800 20 Qualquer tipologia

M Com alto teor de ar

incorporado 1900 - 2000 6

Casa de até dois pavimentos

N Convencional ou auto-

adensável 2000 - 2800 20 Qualquer tipologia

Para ser feito o lançamento do concreto nas fôrmas é necessário que antes

tenha sido feito um planejamento detalhado, como mostra a figura 4, levando em

consideração as características do concreto que será utilizado, a geometria das

fôrmas e o layout do canteiro. O procedimento para ser feito o lançamento consiste

em iniciar a concretagem por um dos cantos da edificação, depois de uma

significativa parcela das paredes próximas ao ponto esteja totalmente cheia, muda-

se a posição em direção ao canto oposto, até que se complete o rodízio dos quatros

cantos opostos da estrutura (ABCP, 2007).

27

Figura 4 - Procedimento de concretagem

(ABCP, 2007)

O concreto deve ser vibrado com equipamento adequado durante e

imediatamente após o lançamento de modo que a mistura preencha todos os

espaços da fôrma. Deve-se também acompanhar o enchimento das fôrmas por meio

de leves batidas com martelo de borracha nos painéis. O concreto autoadensável

(Tipo N) ou celular (Tipo L1) não tem necessidade de ser vibrado, pelo fato de ter

maior fluidez, plasticidade e viscosidade, evitando a segregação dos materiais

(ABCP, 2007).

Para ser feito a cura corretamente, o concreto deve ser protegido contra

agentes que lhe são prejudiciais, como mudanças bruscas de temperatura,

secagem, vento, chuva forte, água torrencial, agentes químicos, choques e

vibrações de intensidade que possam ocasionar fissuras no concreto ou afetar a

aderência com a armadura (ABCP, 2007).

3.1.1.2 Aço

A armação adotada no sistema parede de concreto é a tela soldada

posicionada no eixo vertical da parede, como mostra a figura 5. Bordas, vãos de

janelas e portas recebem reforços barras de armadura convencional ou de telas.

(ABESC, 2011). No caso de edifícios mais altos, deve-se utilizar nas paredes duas

camadas de telas soldadas, posicionadas verticalmente, e reforços verticais nas

28

extremidades das paredes. São três os requisitos básicos que devem ser atendidos

pela armadura: resistir a esforços de flexo-torção nas paredes, controlar a retração

do concreto e estruturar e fixar as tubulações de elétrica, hidráulica e gás (ABCP,

2007).

Figura 5 - Tela Soldada

(IBTS, 2007)

3.1.1.3 Fôrmas

São estruturas provisórias com a função de moldar o concreto fresco. Sua

resistência deve ser suficiente para as pressões causadas pelo lançamento do

concreto até que este adquira resistência suficiente para a desfôrma. O projeto de

fôrma deve detalhar o: posicionamento dos painéis, equipamentos auxiliares, peças

de travamento e prumo, escoramento e sequência de montagem e desmontagem.

Há três tipos de fôrma recomendados para este sistema:

Fôrma Metálica

29

Utilizam quadros e chapas metálicas. O material mais usado é o alumínio, por

ser mais leve e resistente outro material usado nesse tipo de fôrma é o aço. Apesar

do custo mais elevado, podem ser reutilizadas cerca de 1000 vezes (ABCP, 2007).

A figura 6 mostra as fôrmas de alumínio montadas.

Figura 6 - Fôrma de Alumínio

(MILLS)

Forma Mista

Utilizam quadros em peças metálicas e chapas não metálicas, normalmente

de madeira compensada. As chapas são parte da fôrma que mantém o contato com

o concreto (ABCP, 2007).

Temos na figura 7 uma ilustração de uma fôrma mista com peças metálicas e

chapas de madeira compensada.

Figura 7 - Fôrma Mista

(MILLS)

30

Forma Plástica

Utilizam quadros e chapas feitas em plástico reciclável, ilustrado na figura 8.

São consideradas as fôrmas mais baratas e que menos podem ser reutilizadas,

cerca de 100 vezes (ABCP, 2007).

Figura 8 - Fôrma Plástica

(TÉCHNE, 2009)

A montagem do sistema de fôrmas deve seguir a sequência do projeto

original, porém a grande maioria segue a mesma sequência, com pequenas

alterações de acordo com o fabricante.

Nivelamento da laje de piso. A figura 9 mostra uma fundação radier sendo

feita, esta também age como laje do piso.

Figura 9 - Radier

(TECHNE, 2009)

31

A figura 10 mostra a marcação de linhas de parede.

Figura 10 - Linhas de Parede

(TECHNE, 2009)

Na figura 11 temos os montadores realizando posicionando as armaduras e

redes hidráulica e elétrica. São posicionados os eletrodutos, as caixas

elétricas, os quadros de distribuição do circuito e as tubulações hidráulica;

Figura 11 - Montagem de armaduras e Redes

(TECHNE, 2009)

Encaixe das fôrmas das paredes, deixando sempre os vãos de portas e

janelas, conforme a figura 12.

32

Figura 12 - Encaixe das Fôrmas

(TECHNE, 2009)

Após estruturar as paredes, preparar a laje e colocar as armaduras, as

tubulações e as fôrmas.

A figura 13 mostra o montador posicionando os escoramentos das fôrmas da

laje;

Figura 13 - Escoramentos

(TECHNE, 2009)

Colocação de ancoragens: fechamento das fôrmas de paredes.

33

3.1.2 Conforto

O conforto está ligado diretamente aos desempenhos acústicos e térmicos da

edificação. As figuras 14 e 15 ilustram as orientações para um melhor conforto

térmico e acústico.

Figura 14 - Conforto Térmico

(WENDLER, 2009)

Figura 15 - Conforto Acústico

(WENDLER, 2009)

Nosso País possui oito diferentes zonas bioclimáticas, e para cada uma

dessas há recomendações sobre tamanho e sombreamento das aberturas e

condições gerais de ventilação (WENDLER, 2009).

Os níveis de ruídos admitidos na habitação devem proporcionar isolamento

acústico entre o meio externo e interno, bem como entre unidades distintas de no

mínimo 45dB e complementarmente entre cômodos de uma mesma unidade de no

34

mínimo 30dB, sendo o conforto acústico diretamente proporcional a massa das

paredes (WENDLER, 2009).

3.1.3 Vantagens e Desvantagens

As vantagens do sistema, segundo Franco (2004), são:

alta produtividade;

custo global competitivo;

execução simultânea da estrutura e vedação;

as tubulações hidráulicas e elétricas ficam embutidos dentro da parede de

concreto;

alta resistência ao fogo;

baixo custo construtivo se aplicado em um empreendimento de grande porte;

pode dispensar revestimentos, ou utilizá-los com pequena espessura;

no campo da sustentabilidade, é um sistema que causa pouco desperdício de

materiais.

Também segundo Franco (2004), o sistema possui as seguintes

desvantagens:

baixa flexibilidade;

o custo é em função da reutilização das formas e da velocidade de execução,

sendo o custo para aquisição das fôrmas extremamente elevado, o que

geralmente impede que pequenos construtores possam conseguir aplicar este

método construtivo;

se faz necessário grande domínio tecnológico sobre o sistema;

devido a pequena espessura da parede, há uma perda no conforto térmico e

acústico;

quando disputa mercado com a alvenaria estrutural em edifícios residenciais,

costuma ficar em desvantagem.

35

3.1.4 Normatização do Sistema Paredes em Concreto

A NBR 10655 (2012) é aplicada para toda edificação, independente da geometria,

com paredes de concreto moldadas in loco com formas removíveis, determinando as

seguintes características de projeto:

a concretagem das paredes e lajes deve ocorrer de forma simultânea (ou com

especificação de ligação armada entre os componentes);

deve ser utilizado concreto comum ou autoadensável, com densidade normal

de 2,0 tf/m³ a 2,8 tf/m³, com resistência característica à compressão aos 28

dias entre 20 MPa e 40 MPa;

deve ser utilizado telas soldadas distribuídas em toda a parede, com

armaduras

mínimas indicadas na norma;

a espessura mínima das paredes com altura de até 3 m deve ser de 10 cm,

porém admite-se espessura de 8 cm nas paredes internas de edificações de

até dois pavimentos. Para paredes com alturas maiores, a espessura mínima

deve ser 1/30 do menor valor entre a altura e metade do comprimento

equivalente da parede;

para paredes de até 15 cm, pode-se utilizar uma tela centrada. Paredes com

mais de 15 cm, assim como qualquer parede sujeita a esforços horizontais ou

momentos fletores aplicados, devem ser armadas com duas telas;

a especificação do concreto para esse sistema construtivo deve estabelecer:

a) resistência à compressão para desfôrma compatível com o ciclo de

concretagem;

b) resistência à compressão característica aos 28 dias (fck)

c) classe de agressividade do local de implantação da estrutura conforme a

NBR 12.655

d) trabalhabilidade, medida pelo abatimento do tronco de cone (NBR NM 67)

ou pelo espalhamento do concreto (NBR 15.823-2);

o espaçamento máximo das juntas de controle deve ser determinado com

dados de ensaios específicos (na falta desses ensaios, adotar o

36

distanciamento máximo de 8 m entre juntas para paredes internas e 6 m para

paredes externas);

em face da dilatação da última laje, deve ser prevista uma junta de controle

imediatamente sob essa laje;

não se admitem tubulações horizontais, a não ser trechos de até um terço do

comprimento da parede, não ultrapassando 1 m (desde que este trecho seja

considerado não estrutural). Não são permitidas tubulações, verticais ou

horizontais, nos encontros de paredes;

os projetos de fôrma, escoramentos, detalhes embutidos ou vazados e os

projetos de instalações devem ser validados pelo projetista de estrutura;

o modelo de análise estrutural de edifícios de paredes com vigas de fundação

ou de transição deve considerar a flexibilidade relativa entre paredes e vigas.

3.2 Steel Frame

O aço tem sido utilizado através dos tempos, como um material de versátil

aplicação, alto desempenho técnico e adaptável às mais severas condições de

serviços.

Devido as suas características técnicas e acompanhando a evolução

tecnológica, tem substituído outros materiais em vários setores industriais (CBCA,

2003).

O sistema construtivo Steel-Frame tem sido muito utilizado em diversos

países, com maior freqüência em países como Estados Unidos, Inglaterra, Canadá,

Japão e Espanha. Por séculos, o material de construção para as edificações

residenciais mais utilizado pelos norte-americanos foi a madeira. No entanto, o

grande aumento dos preços, devido à escassez desse material na natureza, levou

esses construtores a buscarem alternativas de produtos que substituíssem a

madeira, um deles foi o aço (HERNANDES, 2009).

37

Figura 16 - Conjunto habitacional

(CBCA, 2010)

Figura 17 - Estrutura Steel Frame

(CBCA, 2010)

No Brasil, a produção de aço é concentrada no parque siderúrgico brasileiro e

sua produção é integrada com outros componentes industrializados. O aço

empregado no sistema Steel Frame, substitui com vantagens técnicas, econômicas

e ambientais, materiais como tijolos, madeiras, vigas e pilares de concreto;

proporcionando um salto qualitativo no processo produtivo e posicionando a

indústria nacional de construção civil de uma forma mais competitiva frente a um

mercado globalizado (CBCA, 2003).

No ano de 1998 as primeiras construções no sistema Steel Frame foram

implantadas no Brasil, dando prosseguimento à necessidade de um produto

industrializado e as vantagens intrínsecas desse processo construtivo frente ao

sistema tradicional; portanto, podemos considerar que é um produto tecnológico

novo no país (CBCA, 2003).

38

Estrategicamente, os primeiros grandes projetos em Steel Frame tiveram

como foco as construção residenciais de médio e alto padrão, para romper conceitos

culturais, formar opinião e adequar as possibilidades de financiamento existentes.

Outros objetivos importantes no processo de desenvolvimento e sedimentação do

sistema no Brasil é atender às construções comerciais, industriais e casas populares

(CBCA, 2003).

Apesar da similaridade visual entre o sistema Steel Frame e o Dry-Wall,

conceitualmente apresentam características bem distintas. O Steel Frame é a

conformação do “esqueleto estrutural” composto por painéis em perfis leves, com

espessuras nominais usualmente variando entre 0,80mm à 3,00 mm e revestimento

de 180g/m² para áreas não marinhas e 275g/m² para áreas marinhas, em aço

galvanizado, projetados para suportar todas as cargas da edificação, assim se

tratando de um sistema estrutural. Já o Dry-Wall é um sistema de vedação, não

estrutural, que utiliza aço galvanizado em sua sustentação, com espessura nominal

de 0,50mm, com necessidade de revestimento de Zinco menor do que o Steel

Frame (média mundial de 120g/m²) e que necessita de uma estrutura externa ao

sistema para suportar as cargas da edificação (HERNANDES, 2009).

3.2.1 Estrutura

O sistema Steel Frame é uma proposta para racionalizar a concepção da

estrutura da edificação utilizando-se perfis dobrados a frio. As chapas têm entre 0,8

mm e 3,0 mm de espessura, sendo a mais utilizada a de espessura de 0,95 mm,

com revestimento anticorrosivo zincado por imersão a quente.

No sistema Steel Frame há basicamente três tipos de subestruturas: os pisos

estruturais, as paredes estruturais e o sistema de cobertura. Na figura 18 apresenta-

se cada uma dessas subestruturas componentes do sistema.

39

Figura 18 - Subestruturas

(CBCA, 2009)

3.2.2 Fundações

A solução mais empregada nos casos da utilização do sistema Steel Frame é

o "radier", fundação rasa, constituída de uma laje em concreto armado com a cota

bem próxima da superfície do terreno, na qual toda estrutura se apóia (CBCA, 2003).

3.2.3 Fechamento

As paredes de elevação, lajes e estrutura do telhado que compõem a

estrutura da edificação, são completadas com chapas de fechamento, que

contribuem de forma importante no contraventamento da estrutura, como mostrado

na figura 19 (CBCA, 2003).

40

Figura 19 - Fechamento

(CBCA, 2010)

Para o fechamento da estrutura de aço, são mais utilizados atualmente três

tipos de painéis: as placas cimentícias, os painéis de madeira (OSB), a projeção

manual ou mecânica de argamassa de cal, cimento e areia sobre telas aço

expandida (CBCA, 2003).

Segundo Junior (2004) as placas cimentícias, mostradas na figura 20, são

placas delgadas de cimento, fabricadas a partir de argamassas especiais contendo

aditivos e uma elevada porcentagem de cimento. Geralmente são confeccionadas a

partir de moldes metálicos, utilizando a mesma tecnologia do concreto pré-moldado.

Figura 20 - Placas Cimentícias

(TECHNE, 2009)

41

As placas OSB (Oriented Strand Board), ilustradas na figura 21, são um tipo

de painel de madeira fabricado com três a cinco camadas de tiras de madeira

reflorestada, cruzadas perpendicularmente, prensadas e unidas com resinas

(TECHNE, 2009).

Figura 21 - Placas OSB

(TECHNE, 2009)

As paredes externas tem normalmente espessura final de 165 mm. As

paredes internas tem espessura final de 120 mm (CBCA, 2003).

3.2.4 Impermeabilização

Se tratando de um sistema com uso maciço de materiais metálicos

suscetíveis a corrosão, a impermeabilização se torna ainda mais importante.

As faces externas dos perfis que compõem a estrutura das paredes de

elevação externas, e a estrutura do telhado são revestidos com manta impermeável,

com característica de evitar condensação interna, garantindo estanqueidade contra

presença de água ou umidade.

As bases inferiores que compõem os painéis de aço galvanizado são

revestidos por mantas impermeabilizantes auto-adesivas de polietileno, como

interface ao concreto da laje de fundação (CBCA, 2003).

42

3.2.5 Vantagens e Desvantagens

Segundo a CBCA (2003), dentre as vantagens do sistema Steel Frame, vale

destacar:

apresenta uma redução temporal de 1/3 nos prazos de construção quando

comparada com o método convencional de construção em alvenaria;

devido a redução no peso da estrutura e a uniforme distribuição dos esforços

através de paredes leves e portantes, proporciona um alivio nas fundações;

consegue um adequado desempenho acústico através da instalação da lã de

rocha e lã de vidro entre as paredes e forro;

facilita a manutenção de instalações de hidráulica, elétrica, ar condicionado,

gás, etc.

custos diretos e indiretos menores, devido aos prazos reduzido e inexistência

de perdas comuns nas construções convencionais;

devido à sua comprovada resistência, o aço é capaz de vencer grandes vãos,

eliminando colunas e paredes intermediárias. Com isso, oferece maiores

espaços e confere flexibilidade na concepção e execução de projetos;

os perfis de aço galvanizado não contribuem para a propagação do fogo.

Dentre as desvantagens:

a necessidade de alto conhecimento tecnológico para a utilização do sistema;

custos elevados em comparação com outros sistemas industrializados;

baixa aceitabilidade nos consumidores, principalmente devido as paredes

"ocas";

necessidade de insumos próximos para que não se eleve o custo de

transporte de materiais.

43

3.3 Wood Frame

A história principal dos sistemas construtivos leves de Wood Frame, tem seu

inicio no desenvolvimento do oeste norte-americano, devido ao processo de

construção desse sistema ser ágil e utilizavam da coletividade (SACCO e

STAMATO, 2010).

É comum a prática dessa construção em países desenvolvidos como Estados

Unidos e Canadá, isso se dá devido à rentabilidade, a diminuição do tempo de

execução, a economia de energia e o alto grau de industrialização desse sistema.

No Brasil ainda é pouco conhecida, a dez anos vem tentando ganhar seu espaço na

construções civil (SACCO e STAMATO, 2010).

Podemos ver diferentes usos para as edificações em Wood Frame nas figuras

22, 23 e 24.

Figura 22 - Orchard Hotel

(Wood for Good, 2012)

Figura 23 - Mill Lane

(Wood for Good, 2013)

44

Figura 24 - Estrutura Wood Frame

(Globalframe Brasil, 2010)

Embora a madeira esteja entre os materiais para construção mais antigos em

todo o mundo, o aproveitamento desse material como elemento estrutural no Brasil

ainda é cercado de muito desconhecimento. Nos últimos anos, porém, iniciativas

para introduzir o light Wood Frame como mais uma alternativa para a construção

industrializada tem buscado romper com essa limitação e mostrar que é possível

erguer edificações de qualidade, de forma veloz e sem desperdício.

A dificuldade de visualizar a madeira como solução interessante para a

construção de residências nas cidades brasileiras não deixa de ser paradoxal. A

indústria de reflorestamento nacional é uma das mais competitivas no mundo. Além

disso, há disponibilidade de áreas para reflorestamento praticamente do Oiapoque

ao Chuí (TECHNE, 2009).

A NBR 7190 (1997) especifica dimensões mínimas para os elementos

estruturais, que foram definidas considerando-se a segurança de estruturas

isostáticas de treliças. Porém, essas são impraticáveis em estruturas de Wood

Frame. Por existir repetição de elementos cumprindo a mesma função, existe a

chamada redundância, ou seja, uma redistribuição de esforços caso um dos

elementos venha a falhar, permitindo a utilização de seções menores e otimizando o

consumo de madeira. Uma analogia grosseira desse comportamento é a armação

de lajes de concreto. É fácil imaginar que, se uma única barra dessa armação falhar,

haverá uma redistribuição dos esforços para as demais no seu entorno. As paredes

do Wood Frame também apresentam esse comportamento. Dessa forma, o

45

dimensionamento pode ser feito baseado em normas de outros países, sendo o

Eurocode 5 semelhante a norma brasileira, o que permite uma utilização

complementar destas (TECHNE, 2009).

3.3.1 Fundações

A solução mais comum para este sistemas construtivo é o mesmo que para o

Steel Frame, o "radier". A sapata corrida também é empregável devido a estrutura

nesse sistema ser bastante leve, com carga distribuída ao longo das paredes

(TECHNE, 2008).

3.3.2 Paredes Estruturais

A estrutura é composta por paredes portantes que são o suporte para o

primeiro piso ou plataforma. O conceito é que a plataforma trava os apoios e faz o

contraventamento horizontal da estrutura. A partir daí novos painéis de paredes

portantes são levantados sobre a plataforma e, assim sucessivamente, até o

telhado, podendo usualmente serem construídas obras de até quatro pavimentos,

sem mudanças muito significativas no método prescrito.

Os painéis de paredes são compostos por montantes verticais de madeira

com seção típica de 2" x 4" que, quando aparelhados, têm seção 38 mm x 90 mm.

Os montantes estão dispostos com espaçamentos entre si que podem ser de 40 cm

ou 60 cm, possibilitando o emprego conjunto de drywall e de OSB. Cada painel é

fechado com duas guias de madeira de mesma seção, uma superior e outra inferior.

Após a disposição dos painéis, sobre a fundação ou sobre a plataforma,

conformando a planta do pavimento, uma segunda guia de madeira é pregada sobre

a guia superior, só que essa sobrepõe os encontros de painel, solidarizando-os.

Para as ligações, empregam-se pregos galvanizados, normalmente a fogo,

pois devem ter uma longa vida util. Os tipos de pregos utilizados são ardox e

anelado, dificultando assim o arrancamento.

Para aberturas de portas e janelas, os montantes que se encontram na região

devem ser deslocados lateralmente, nunca eliminados. Além dos montantes

acumulados nas laterais, deve ser incluído mais um, com a altura da abertura para

que sirva de apoio para as vergas. Na parte inferior devem ser colocados ainda mais

46

dois pedaços de montantes com 38 mm a menos que a altura inferior da abertura,

de forma que receba mais uma peça de montante horizontal. Para os vãos inferiores

e superiores da abertura devem ser colocados pedaços de montantes de forma que

mantenham o espaçamento padrão de 40 cm ou 60 cm e sirvam de apoio para as

placas, sejam de drywall ou OSB.

O contraventamento vertical da estrutura é feito com a fixação de placas de

OSB nas faces externas da parede e, eventualmente, em alguma parede interna

(TECHNE, 2008).

3.3.3 Revestimento

O revestimento externo tem como função a proteção contra as intempéries,

em especial contra a ação do sol. Pode ser executado com o uso de diferentes

sistemas, como sidings (chapas em formato de réguas, conforme figura 25) de

madeira, PVC ou até mesmo o aço, que foram desenvolvidos especialmente para o

sistema Wood Frame. Revestimento mais tradicionais como o tijolo aparente,

argamassa armada ou placas cimenticias também podem ser utilizados.

Figura 25 - Revestimento siding

(Globalframe Brasil, 2010)

Do lado interno, a placa de drywall garante acabamento e excelente

desempenho acústico, reforçado pela lã mineral que pode ser ou não colocada no

interior da parede para a obtenção de desempenhos específicos no que tange ao

isolamento térmico e acústico (figura 14). Como se vê, trata-se de um sistema aberto

47

e muito adequado para se tirar partido da nova norma de desempenho NBR 15.575

(2013) - desempenho esse que será determinado de acordo com a composição dos

vários materiais e do custo que se define como parâmetro (TECHNE, 2008).

3.3.4 Instalações Elétricas e Hidráulicas

Pode ser idêntico ao de uma construção convencional, mas em comparação

com as construções com alvenaria o uso de paredes agrega praticidade e agilidade

à construção em eventuais reparos ao permitir embutir as instalações nos vãos

internos aos montantes, como mostrado na figura 26 (WFCM, 2001).

Figura 26 - Instalações Embutidas

(Werner, 2007)

3.3.5 Cobertura e Telhados

Sobre as paredes portantes do último piso são aplicadas treliças pré-

industrializadas. Seu espaçamento pode ser de 60 cm ou 120 cm, variando de

acordo com o tipo de telha a ser utilizada.

Pode ser visto na figura 27 o telhado de uma edificação em Wood Frame

sendo construído.

48

Figura 27 - Telhado

(Globalframe Brasil)

3.3.6 Madeira

No sistema de Wood Frame normalmente a madeira utilizada é o pinus. A

madeira de pinus, por ser conífera é mais leve, não apresenta cerne e seu lenho é

totalmente permeável ao tratamento preservante, o que não ocorre com a maioria

das madeiras nativas brasileiras e com o eucalipto que são folhosas. O tratamento

mais recomendado para Wood Frame é aquele feito em autoclave com produtos

hidrossolúveis, sendo que estes tornam a madeira imune ao ataque de fungos e

cupins (TECHNE, 2009).

3.3.7 Vantagens e Desvantagens

Segunda Souza (2012), dentre as vantagens do sistema Wood Frame, vale

destacar:

obra seca e limpa, com menor geração de resíduos;

fabricação das peças em ambiente industrializado, reduzindo o tempo de

obra;

utiliza madeira de reflorestamento, única matéria prima renovável na

construção civil;

estabilidade do preço da matéria prima;

bom desempenho em conforto térmico e acústico.

49

dentre as desvantangens:

requer mão-de-obra treinada;

altura das edificações de no máximo quatro pavimentos;

necessita maiores cuidados quanto a impermeabilização;

resistência do mercado a mudança devido ao preconceito da sociedade.

50

4 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS

Tendo por base a pesquisa cientifica realizada por Dias et al (2014) intitulada

"Concreto-PVC, madeira serrada e madeira plástica: estudo comparativo de

adequabilidade para construções em ilhas oceânicas", foram definidos parâmetros

para o estudo comparativo dos sistemas construtivos industrializados considerando

aspectos relacionados à segurança, ao conforto do usuário, à logística e aos

critérios de sustentabilidade.

Primeiramente foi realizada uma pesquisa bibliográfica acerca dos sistemas

construtivos industrializados. Utilizando-se dessas informações sobre cada sistema e

os critérios da NBR 15575.

Para cada critério foi designado um peso, assim como para o grupo no qual

foi inserido; os pesos variam entre 1 e 2 para os critérios, e para os grupos de 0,5 a

2 de acordo com sua relevância.

Por fim os sistemas construtivos foram avaliados nos critérios seguindo uma

escala variando de 1 a 4, abaixo a equivalência qualitativa para cada valor.

1 - Péssimo 2 - Ruim 3 - Bom 4 - Excelente

4.1 Segurança

O grupo de segurança recebe peso máximo, pois toda a construção deve

primeiramente prover segurança para seus usuários.

4.1.1 Segurança estrutural

Paredes de Concreto: A resistência a cargas verticais e horizontais são dadas

pelo concreto e pela armadura das paredes estruturais, portanto o projeto

pode se adequar a diferentes intensidades de cargas, alterando a quantidade

de aço e a espessura das paredes.

51

Steel-Frame: O sistema constituído de perfis contraventados com placas OSB

estrutural confere resistência superior aos sistemas convencionais, resistindo

a ventos de até 300 km/h. Elimina-se também pontos frágeis de ruptura, visto

que não são empregues pontos de soldadura. Pode-se construir até 4

pavimentos (CBCA, 2010).

Wood-Frame: Pode ser utilizado com segurança para edifícios de até quatro

pavimentos (TECHNE, 2009).

4.1.2 Segurança ao Fogo

Paredes de Concreto: o concreto dosado em central é uma excelente escolha

como material resistente ao fogo, sendo que uma parede de 15 cm de

espessura resiste a uma média de 15 horas de fogo (ABESC, 2011).

Steel-Frame: Possui revestimento interno de drywall, material com alta

resistência ao fogo. O aço não contribui como combustível para a propagação

de incêndios (CBCA, 2010).

Wood-Frame: O Instituto de Pesquisas Tecnológicas avaliou a resistência ao

fogo de uma casa Wood Frame. O resultado foi que todas as exigências da

ABNT NBR 15200 (2004) são adequadas (IPT, 2009). Porém a madeira pode

servir como combustível para a propagação do fogo.

4.2 Conforto ao Usuário

O grupo de conforto recebeu peso 2 pois é diretamente ligado a qualidade

final da construção.

52

4.2.1 Conforto Térmico

Paredes de Concreto: Para os casos mais desfavoráveis, são necessárias

medidas adicionais. Em zonas climáticas muito frias, a ABCP recomenda

considerar a insolação ou aquecimento interno, enquanto para zonas muito

quentes a proteção térmica da cobertura, ventilação dos ambientes e também

um maior sombreamento (FRANCO, 2004).

Steel-Frame: Um imóvel com estrutura em ST é completamente isolado do

exterior por placas de poliestireno expandido, OSB e/ou placa cimentícias,

vários centímetros de lã mineral e gesso cartonado, conferindo uma proteção

térmica que não é encontrado em uma construção de alvenaria (CBCA,

2010).

Wood-Frame: Sozinho o sistema apresenta um conforto térmico superior em

comparado a sistemas tradicionais de alvenaria, o qual pode ainda ser

melhorado pela instalação de isolamentos tanto internos quanto externos

(MOLINA, 2010).

4.2.2 Conforto Acústico

Paredes de Concreto: Uma parede maciça de concreto é considerada

acústica, pois apresenta alto índice de redução sonora, porém seus níveis de

reflexão de som são elevados (FRANCO, 2004).

Steel-Frame: Nas paredes interiores, a utilização do gesso cartonado contribui

para reduzir a transmissão do som. Nas exteriores, além do gesso numa das

faces, há ainda que contar com o OSB e/ou placas cimentícias e ainda com o

poliestireno expandido. As lãs minerais são também colocadas no espaço

entre as vigas de piso, minimizando bastante os ruídos aéreos (CBCA, 2010).

53

Wood-Frame: Sozinho o sistema apresenta um conforto acústico superior em

comparado a sistemas tradicionais de alvenaria, o qual pode ainda ser

melhorado pela instalação de isolamentos tanto internos quanto externos

(MOLINA, 2010).

4.3 Logística

O grupo logística recebeu peso 1 pois acompanha critérios não essenciais,

porém que são importantes financeiramente.

4.3.1 Manutenção

Paredes de Concreto: Os painéis de concreto dosado em central moldados in

loco dispensam manutenção, sendo apenas necessária uma re-pintura

periódica a título de conservação de aparência (ABESC, 2011).

Steel-Frame: Devido à qualidade e a durabilidade dos materiais empregados

nesse sistema, há uma redução de custos de manutenção em 1/3 quando

comparado aos sistemas convencionais (CBCA, 2010).

Wood-Frame: A cada cinco anos deve ser feita uma avaliação da

necessidade de se executar alguma intervenção. Cuidados especiais devem

ser tomados quanto a manutenção das instalações de água e esgoto, pois

vazamentos constantes podem deteriorar a madeira (TECHNE, 2008).

4.3.2 Logística

Paredes de Concreto: Não é necessária mão-de-obra especializada, apenas

treinada. O concreto é de fácil acesso, visto que é um material empregado em

grande escala em obras de engenharia. Um ponto negativo, é que é

necessário a compra de formas antes do inicio da construção (TECHNE,

2008).

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Steel-Frame: Necessita mão-de-obra treinada, os montadores. As peças do

steel-frame são bastante leves, porém para a viabilização do sistema, é

necessário uma metalúrgica próxima que as produza (HERNANDES, 2008).

Wood-Frame: É necessário mão-de-obra treinada para a montagem da

edificação. A produção das peças é feita em uma fabrica e posteriormente

transportada para o local da obra aonde é montada (TECHNE, 2009).

4.3.3 Custo

Paredes de Concreto: Para a viabilização de obras com este sistema

construtivo, é necessário que haja uma grande repetição de unidades, para

que se aproveite as fôrmas o maior número possível de vezes (TECHNE,

2008).

Steel-Frame: Devido aos custos elevados dos materiais, o sistema é mais

empregado quando o fator tempo de construção é mais importante que os

custos (HERNANDES, 2008).

Wood-Frame: O custo dos materiais é levemente superior ao de uma

construção no sistema convencional de alvenaria, porém há economia na

mão-de-obra (MOLINA, 2010).

4.4 Sustentabilidade

O grupo de sustentabilidade possui o menor peso (0,5) pois além de

não essenciais, os critérios são características únicas de cada sistema.

55

4.4.1 Flexibilidade

Paredes de Concreto: É de difícil adaptação, pois as paredes também

possuem função estrutural, e não é viável cortar uma parede de concreto com

10cm de espessura para a inclusão de uma porta por exemplo (WENDLER,

2014). A alteração das instalações técnicas também é de difícil realização.

Steel-Frame: Possui grande flexibilidade arquitetônica. Segundo Wood for

Good (2008), dentre os processos construtivos nacionais, o steel-frame

possui o maior grau de flexibilidade para ampliações ou eventuais alterações.

Wood-Frame: Assim como no caso do steel-frame, possui alto nível de

flexibilidade se tratando de um sistema pré-fabricado, com encaixes e

parafusações, permitindo o desmonte e a remontagem com facilidade (Wood

for Good, 2008)

4.4.2 Durabilidade

Paredes de Concreto: Obteve um desempenho superior aos sistemas

construtivos tradicionais quanto a durabilidade e resistência contra a

deterioração (ABCP). Porém, segundo Franco, a pouca utilização do sistema

no presente se da devido a manifestações patológicas já vistas no passado,

como fissuras (WENDLER, 2014).

Steel-Frame: Existem construções nos EUA com mais de 250 anos ainda em

funcionamento (CBCA, 2010).

Wood-Frame: Segundo Caio Bonnato, a vida útil de uma casa construída no

sistema wood frame é de cerca de 50 anos (Wood for Good, 2008).

56

4.4.3 Geração de Resíduos

Paredes de Concreto: As paredes de concreto produzem mais de 50% a mais

de resíduos em comparação com o sistema wood-frame, porém ainda está

bastante a frente dos tradicionais (WERNER, 2007).

Steel-Frame: Apesar da pouca diferença, Werner (2007)diz que o steel-frame

produz uma quantidade maior de residuos que o wood-frame.

Wood-Frame: Segundo Werner (2007), dentre os sistemas estudados, o que

possui menor geração de resíduos é o wood-frame.

4.5 Calculo de desempenho

Os desempenhos nos grupos foram calculados utilizando média ponderada

utilizando as notas dadas para cada sistema e os pesos de cada critério de

desempenho. O desempenho geral do sistema construtivo é uma média ponderada

entre os desempenhos por grupo e os pesos de cada um desses grupos.

Tabela 2 - Avaliação dos sistemas construtivos industrializados

Grupo (Peso) Critério de Desempenho Peso Paredes de Concreto Steel-Frame Wood-Frame

Segurança (2) Segurança estrutural 2 2,0 3,0 2,0

Segurança ao fogo 1 3,0 4,0 2,0

Desempenho do sistema construtivo no grupo 2,3 3,3 2,0

Conforto ao usuário (2)

Conforto térmico 2 2,0 4,0 4,0

Conforto acústico 1 2,0 4,0 4,0

Desempenho do sistema construtivo no grupo 2,0 4,0 4,0

Logística (1)

Manutenção 2 3,0 4,0 1,0

Logística 2 4,0 2,0 3,0

Custo 2 2,0 1,0 3,0

Desempenho do sistema construtivo no grupo 3,2 1,7 3,0

Sustentabilidade (0,5)

Flexibilidade 1 1,0 4,0 4,0

Durabilidade 2 3,0 4,0 2,0

Geração de Resíduos 2 3,0 4,0 4,0

Desempenho do sistema construtivo no grupo 2,7 4,0 3,0

Desempenho geral do sistema construtivo 2,4 3,3 3,0

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5 CONCLUSÃO

A imensa maioria dos setores produtivos já passou por várias etapas de

industrialização, a construção civil inevitavelmente deve seguir o mesmo caminho.

Métodos tradicionais como, por exemplo, a construção com alvenaria, em

comparação com sistemas industrializados, já se mostram bastante inferiores em

inúmeros aspectos.

Dentre as vantagens dos sistemas industrializados, merecem destaque a

maior produtividade, a qual vem da padronização e racionalização dos sistemas e

um melhor controle de qualidade, principalmente nos sistemas aonde a produção

das peças é feita em ambiente fabril.

O fator ambiental possui cada vez mais peso para a sociedade, com os

sistemas construtivos industrializados reduzimos intensivamente o desperdício de

materiais em comparação com os métodos construtivos tradicionais. No quesito

meio ambiente o wood-frame recebe destaque, pois utiliza a madeira como principal

matéria-prima, a única renovável no setor da construção civil.

Infelizmente, mesmo com as inúmeras vantagens apresentadas sobre os

sistemas industrializados, o sistema construtivo convencional ainda é usado em

maior escala no Brasil.

Um dos problemas para a difusão dos sistemas construtivos industrializados é

a falta de mão-de-obra qualificada. Ainda no assunto mão-de-obra, os sistemas

construtivos industrializados necessitam de menor numero de trabalhadores, e como

no Brasil um dos setores que mais emprega atualmente é o setor da construção civil,

uma mudança repentina entre os sistemas convencionais para os sistemas

industrializados poderia gerar uma onda de desemprego. Sendo assim, para o

governo não seria vantajoso um investimento em larga escala nos sistemas

industrializados.

Outro empecilho é o fator cultural, muitas pessoas não estão preparadas para

estes avanços, estão acostumadas com a aparente maior solidez dos sistemas

convencionais, e por isso não aceitam muito bem os sistemas industrializados.

Por último, tem-se dificuldade de empregar alguns sistemas pela falta de

fornecedores de material, principalmente no caso do steel-frame e do wood-frame.

58

As paredes de concreto moldadas in-loco, apesar de possuírem um sistema fixo de

montagem, ainda apresentam algumas características artesanais.

Ao compararmos os três sistemas, temos uma superioridade clara do steel-

frame, porém as paredes de concreto ainda são mais usadas. Os fatores que podem

explicar isto são que no Brasil, o concreto é abundantemente estudado, portanto

temos mais conhecimentos técnicos para projetar e construir usando o sistema de

paredes de concreto, além disso há maior dificuldade para a obtenção dos materiais

necessários para a construção em steel-frame.

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