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1 ESTUDO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM Elisabete dos Santos * RESUMO O presente trabalho aborda inteligência emocional (IE), habilidade que proporciona ao individuo lidar com suas emoções e sentimentos, beneficiando suas relações interpessoais. Este estudo busca identificar como profissionais de enfermagem avaliam suas habilidades emocionais. Para tal, foi realizada uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo, a partir da aplicação de um questionário de auto- avaliação, baseada no estudo de Davis (2006). O foco da pesquisa refere-se à habilidade do grupo envolvido, em perceber e controlar emoções em si e nos outros, levantando assim o nível de IE do grupo. A partir de teorias e conceitos os resultados do estudo apontam a grande importância em desenvolver essas habilidades no âmbito da saúde, principalmente em equipes de enfermagem e reconhecer essas emoções no âmbito organizacional. O resultado apontou, de maneira geral as médias em regular e reconhecer as habilidades emocionais em si e no outro, um amplo espaço de melhorias mediante a baixa pontuação principalmente nas habilidades que falam a respeito em regular em si e reconhecer em si. A habilidade de reconhecer suas próprias emoções em todos os testes, a amostra ficou no nível MÉDIO. Vimos que é mais fácil reconhecer as habilidades e emoções nos outros. E a grande variabilidade referente ao desvio padrão, foi em regular as emoções em nós mesmos, mostra a dificuldade que a equipe tem em regular as próprias emoções. Palavras-chave: Inteligência emocional. Habilidade emocional. Emoções. Enfermagem. * Discente do curso MBA em Gestão de Pessoas e Liderança Coach da Universidade La Salle Unilasalle, matriculada na disciplina de Trabalho de Conclusão de Cuso. E-mail: [email protected], sob a orientação da Prof.ª Mª. Alessandra Rodrigues Gonzaga. E-mail: [email protected]. Data de entrega: 27 jul. 2018.

ESTUDO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NAS RELAÇÕES DE … · Para Goleman (2001), quando as paixões surgem, esse equilíbrio se desfaz. E então, a mente emocional assume o comando

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ESTUDO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO EM

PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Elisabete dos Santos*

RESUMO

O presente trabalho aborda inteligência emocional (IE), habilidade que proporciona

ao individuo lidar com suas emoções e sentimentos, beneficiando suas relações

interpessoais. Este estudo busca identificar como profissionais de enfermagem

avaliam suas habilidades emocionais. Para tal, foi realizada uma pesquisa

quantitativa de caráter descritivo, a partir da aplicação de um questionário de auto-

avaliação, baseada no estudo de Davis (2006). O foco da pesquisa refere-se à

habilidade do grupo envolvido, em perceber e controlar emoções em si e nos outros,

levantando assim o nível de IE do grupo. A partir de teorias e conceitos os

resultados do estudo apontam a grande importância em desenvolver essas

habilidades no âmbito da saúde, principalmente em equipes de enfermagem e

reconhecer essas emoções no âmbito organizacional. O resultado apontou, de

maneira geral as médias em regular e reconhecer as habilidades emocionais em si e

no outro, um amplo espaço de melhorias mediante a baixa pontuação principalmente

nas habilidades que falam a respeito em regular em si e reconhecer em si. A

habilidade de reconhecer suas próprias emoções em todos os testes, a amostra

ficou no nível MÉDIO. Vimos que é mais fácil reconhecer as habilidades e emoções

nos outros. E a grande variabilidade referente ao desvio padrão, foi em regular as

emoções em nós mesmos, mostra a dificuldade que a equipe tem em regular as

próprias emoções.

Palavras-chave: Inteligência emocional. Habilidade emocional. Emoções.

Enfermagem.

* Discente do curso MBA em Gestão de Pessoas e Liderança Coach da Universidade La Salle –

Unilasalle, matriculada na disciplina de Trabalho de Conclusão de Cuso. E-mail: [email protected], sob a orientação da Prof.ª Mª. Alessandra Rodrigues Gonzaga. E-mail: [email protected]. Data de entrega: 27 jul. 2018.

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1 INTRODUÇÃO

O construto de Inteligência Emocional ganha espaço no meio cientifico a partir

dos anos 90, especialmente pelo trabalho dos professores Slovey e Mayer (1990).

Até pouco tempo atrás o sucesso de uma pessoa era avaliado pelo raciocínio lógico

e habilidades matemáticas. Os autores defendem que a inteligência emocional não é

o oposto da inteligência, mas sim a intersecção entre ela e a emoção. Assim, ela

seria uma habilidade cognitiva relacionada ao uso das emoções para ajudar na

resolução de problemas.

A IE enfatiza a noção de que o sucesso e adaptação na vida diária, nos mais

diversos âmbitos (pessoal, interpessoal e profissional) não dependem unicamente

da atividade intelectual. Ao contrário, eles são largamente influenciados por outros

fatores, como sensibilidade emocional, competências emocionais e sociais, além da

capacidade de sentir e pensar de forma integrada de modo a utilizar estas

informações para criação de comportamentos estratégicos e resolução de

problemas. (GOLEMAN, 2012).

Para os profissionais de saúde, a capacidade de relacionamento interpessoal,

bem como a sua influência no processo de tratamento de indivíduos com patologia

são aspectos que se mostram de importância fundamental no âmbito da atividade

profissional. Mais especificamente, o profissional de enfermagem tem a necessidade

de trabalhar e exercer a inteligência emocional com intuito de se fazer entender,

impedindo ou, até mesmo, dirigindo conflitos, isso porque o trabalho da enfermagem

baseia-se na prestação do cuidado a saúde ao ser humano- paciente a realização de

procedimentos que provam a saúde e práticas profiláticas. (FELICE, 2006).

A escolha da Inteligência Emocional prende-se com o fato de se tratar de um

conceito que, apesar de descrito como fundamental para a gestão, é ainda

relativamente recente e as suas possibilidades ainda estão por determinar, bem

como a confirmação do seu desenvolvimento ao longo da formação de equipes.

(MARQUIS; HUSTON, 2012).

A importância de estudar IE no contexto da enfermagem por conta de que os

profissionais de saúde trabalham diariamente com o risco da morte eminente, com

enfermidades, e perdas parciais ou totais de sentidos.

Situações que mexem com a mente humana até por não haver conhecimento

da existência de outra dimensão representando a continuidade da vida, clarificando

3

o egoísmo de cada indivíduo em manter na mesmo dimensão os entes queridos que,

por muitas vezes, estão em sobrevida sem qualquer esperança de recuperação

plena ou parcial dos seus sentidos e capacidades. (NASCIMENTO, 2013).

Assim esta pesquisa justifica-se por ser de grande relevância na relação de

trabalho entre equipes da área da saúde e nas organizações altamente competitivas,

mostra a importância de gerenciar as vidas emocionais de pacientes e colegas no

contexto de saúde com mais autoconsciência, autocontrole, consciência social e

serenidade nas equipes dentro do ambiente de trabalho.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar a percepção de Inteligência Emocional de profissionais de

enfermagem.

2.2 Objetivos específicos

a) Avaliar as habilidades de percepção das emoções dos profissionais de

enfermagem em si e nos outros;

b) Avaliar as habilidades de regulação das emoções dos profissionais de

enfermagem em si próprios;

c) Avaliar as habilidades de regulação das emoções dos profissionais de

enfermagem no contexto das situações do cotidiano.

3 REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo serão evidenciadas as bases conceituais e referências que

serão utilizadas para a construção do presente estudo.

3.1 Emoções no trabalho

As emoções têm a função de ajudar na sobrevivência da espécie, construção

histórica da civilização, aprendizagem e ajustamento social e na expressão da

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subjetividade e da individualidade. As emoções deixam transparecer as

características individuais. Ao mesmo tempo, elas fazem parte do processo de

socialização. Ao longo do crescimento e do desenvolvimento pessoal cada um é

realizada uma adequação dos estados emocionais de forma a atender às normas e

aos costumes de uma sociedade. Aprendemos que a raiva deve ser manifestada em

moderação em publico. (GARBER; DODGE, 2005).

As emoções nos auxiliam em muitas decisões que precisam ser tomadas de

forma rápida, sem que tenhamos que pensar muito sobre o que está acontecendo.

Quando sentimos medo, por exemplo, surge um impulso muito forte para fugir ou

evitar uma situação, antes mesmo que tenhamos tomado esta decisão. E esse

impulso pode nos prevenir de algumas situações que poderiam colocar nossa vida

em risco. (LOW, 2011).

No ambiente de trabalho, algumas emoções também podem ser úteis. O

entusiasmo, por exemplo, é essencial para acordarmos cedo todos os dias e irmos

trabalhar, cumprindo todas as tarefas que nos são designadas. Outras emoções

podem ser extremamente prejudiciais, como a raiva mal dosada. No dia a dia do

trabalho podem acontecer situações que consideramos como injustas. Ou alguém

pode dizer algo que nos ofenda. Tudo isso pode nos deixar com raiva. E quando

essa raiva é guardada, os problemas não se resolvem e ela tende a se acumular e

gerar estresse e conflitos desnecessários. (CAVALCANTE, 2005).

O autoconhecimento é o primeiro passo para perceber, lidar e gerenciar

melhor com as emoções, expressá-las na medida certa, nem de forma exagerada e

nem com frieza. Tolerar frustrações, aceitando tudo aquilo que foge do controle e

persistir, apesar das dificuldades, no intuito de realizar as metas, assim como,

controlar os impulsos para agir de determinada forma, são habilidades que podem

ser aprendidas. Mesmo quando nos sentimos injustiçados, provocados ou

ameaçados, o melhor caminho é tentar entender a situação do ponto de vista do

outro, procurando os motivos para determinada pessoa comportar-se daquela forma.

(SILVIA, 2008).

3.2 Conceitos de Inteligência Emocional

O termo Inteligência Emocional teve seu conceito original proposto por

Salovey e Mayer e foi popularizada por Goleman (1995). A IE é uma habilidade

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cognitiva relacionada ao uso das emoções para ajudar na resolução de problemas.

Para Salovey e Mayer (1999), inteligência emocional é a capacidade de

perceber emoções, ter acesso a emoções e gerá-las, de modo a ajudar o

pensamento a compreender as emoções e o conhecimento emocional e a controlar

as emoções de maneira reflexiva para promover o crescimento emocional e

intelectual.

Segundo Salovey e Mayer (1999), a inteligência tem sido vista como a

capacidade cognitiva, de raciocinar, formar conceitos, pensamente abstrato. Dessa

forma pode-se registrar essa afirmativa de que existem duas mentes no ser humano:

a que raciocina e a que sente. Para o bem ou mal, quando são as emoções que

dominam, o intelecto não pode nos conduzir a lugar nenhum.

Para Goleman (2001), quando as paixões surgem, esse equilíbrio se desfaz.

E então, a mente emocional assume o comando. Muitas das nossas ações são

determinadas pelas emoções que têm sua razão e uma lógica peculiares. A mente

emocional é muito mais rápida do que a racional, levando à ação, sem dar tempo

para pensar. Essa rapidez não permite a reflexão que caracteriza a mente racional.

Goleman (2004), caracteriza a inteligência emocional em quatro domínios

principais:

a) autoconsciência, que consiste em reconhecer um sentimento quando ele

ocorre, ou seja, conhecer as próprias emoções;

b) autocontrole emocional para lidar com os sentimentos;

c) reconhecer emoções nos outros, a partir de competências como empatia

que padrões de relacionamentos saudáveis, baseando-se nas emoções

alheias e agindo conforme as mesmas.

Administração de relacionamentos, de forma a lidar, com as emoções alheias

interpessoais mais eficazes e produtivos.

Há um modelo quadrifatorial que divide inteligência emocional em quatro

amplitudes, dimensionando-as a capacidade de reconhecer, compreender, controlar

e usar as emoções. (SALOVEY; MAYER, 1997; SOTO, 2011; DAVIS, 2006).

A linha de Davis (2006), modelo escolhido para o desenvolvimento do

instrumento de pesquisa desse trabalho baseou-se em quatro pilares para o

desenvolvimento da sua obra Teste sua Inteligência Emocional, que são eles: a

capacidade de reconhecer, compreender, controlar e usar as emoções.

Davis (2006) entende que reconhecer com precisão estados emocionais é a

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base para o sucesso no âmbito da inteligência emocional e, que a inexistência dessa

torna as demais habilidades inúteis. Como se pode regular e controlar as emoções

com sucesso sem compreende suas próprias emoções ou até mesmo distinguir

corretamente entre uma ou outra.

A segunda habilidade para inteligência emocional é a habilidade de

compreender as emoções, este pilar vai além do reconhecimento das emoções ele

refere-se à capacidade do individuo de compreender o que cada emoção significa.

A habilidade de controlar as emoções, terceira habilidade fundamental no

modelo de Davis (2006) deriva-se da habilidade de controlar nossas próprias

emoções e as das outras pessoas e traz excelente resultados por possibilitar aos

indivíduos a mudar o resultado das situações a partir da manipulação das emoções.

A quarta habilidade do modelo de Davis (2006) trata do uso das emoções de

forma eficiente, as quatro habilidades estão interligadas entre si com um nível de

dependência que torna indispensável à presença de qualquer uma delas, a

habilidade de usar as emoções de forma eficiente refere-se ao ato de provocar as

emoções corretas para cada tipo de situação e, para tanto se necessário

compreender e reconhecer cada emoção e saber o efeito que cada uma provoca em

si mesmo e nas demais pessoas para um resultado eficiente.

3.2.1 Modelo de Inteligência Emocional de Goleman

Daniel Goleman (2007), faz um estudo acerca das quatro aptidões da

inteligência emocional proposta por Peter Salovey, e seu colega John Mayer. Por

meio de quatro habilidades que juntas formam a inteligência Emocional, será

possível entender como levar a inteligência as emoções e assim proporcionando

inúmeros benefícios no cotidiano profissional e/ou pessoal de uma pessoa.

Segundo Goleman (2001) a diferença em entre estar arrebatado por um

sentimento e ter a consciência de estar sendo arrebatado pelo mesmo, é a diferença

entre apenas viver as emoções ou tomar consciência das mesmas. Por isso a

importância de tomar consciência das emoções quando elas ocorrem.

Portanto conforme o autor, a autoconsciência é a atenção permanente ao que

estamos sentindo internamente. Sendo auto-reflexiva, a mente observa e investiga o

que está sendo vivenciado, incluindo as emoções. (GOLEMAN, 2001).

Dessa forma, Weisinger (2001) a autoconsciência emocional é à base deste

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aspecto da inteligência emocional: ser capaz de estar atento às emoções e estados

de humor, e ser capaz de dissipar as emoções perturbadoras e humores negativos.

3.2.2 Competência 2 Goleman – Empatia

A empatia é a capacidade de se colocar no lugar dos outros, sentir-se com

eles. Conforme Goleman (2001, p. 109) “a empatia é alimentada pelo

autoconhecimento, quando mais conscientes estivermos a cerca de nossas próprias

emoções, mais facilmente poderemos entender o sentimento alheio”.

E de acordo com Goleman (2001), assim como a forma de expressão da

mente racional é a palavra, a das emoções é a não-verbal. Na verdade, quando as

palavras de alguém entram em desacordo com o que é transmitido por seu tom de

voz, gestos ou outros canais não verbais, a verdade emocional está mais no como

ele diz alguma coisa do que no que no que ele diz.

Portanto a empatia como destaca Goleman (2001), é uma habilidade

adquirida desde a mais tenra idade, quando a criança chora junto com pessoas que

vê chorando. Essa ação de sofrer junto com o outro, desenvolve a capacidade de

futuramente se colocar no lugar do outro e poder sentir junto.

3.2.3 Competência 3 Goleman – Autocontrole

Segundo Goleman (2001), a capacidade de manter o autocontrole, de

suportar o turbilhão emocional tem sido considerada, como uma virtude.

O controle emocional, que vem sido falado desde os tempos mais remotos, é

fundamental para gerar um equilíbrio.

Portanto de acordo com Weisinger (2001), controlar as emoções é bem

diferente de sufocá-las, significa então compreendê-las. E neste processo de

compreensão das emoções, pode usá-las de maneira adequada e funcional, não

permitindo que elas tenham o controle.

E conforme Drucker (1996), o autocontrole pode ser definido como a

capacidade de escolher como vamos responder ao estímulo que chega pelo sistema

sensorial em dado momento no tempo. Embora existam certos programas do

sistema límbico (emocional) que podem ser acionados de maneira automática, são

necessários menos que 90 segundos para um desses programas ser acionado,

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percorrer nosso corpo, e depois ser completamente banido da corrente sanguínea.

Minha resposta de raiva, por exemplo, é uma resposta programada que pode ser

disparada automaticamente.

3.2.4 Competência 4 de Goleman - Gestão de Relacionamento

Conforme Goleman (2001), a expressão das emoções constitui uma

competência social bem importante, pois sugere um consenso de que forma mais

apropriada é demonstrar um sentimento. E que possui certas regras na exibição dos

mesmos, tais como: perceber o momento e maneira adequada de demonstrar a

emoção; minimizar a expressão da emoção; e substituição de um sentimento por

outro. Essa habilidade sugere que a competência emocional de ser controlada

conforme a necessidade do indivíduo.

De acordo com Goleman (2001), as emoções auxiliam a tomar decisões, pois

o sentimento tem uma importante contribuição para tomada de decisões na vida.

Embora sentimentos fortes possam causar devastações no raciocínio, a falta de

consciência do sentimento também pode ser destrutiva, sobretudo para avaliar

decisões das quais depende, em grande parte, o nosso destino: que carreira seguir,

ficar ou não no emprego, quem namorar e casar e entre outras. Decisões que

necessitam de raciocínio e das emoções para serem tomadas de forma adequada.

E como descreve os autores citados a cima, o gerenciamento reflexivo das

emoções refere-se às estratégias efetivas de gerência das experiências emocionais

para poder alterá-las, em si e nos outros, de forma a produzir efeitos desejados e

condizentes com a solução de problemas.

3.3 Equipe de saúde

O hospital na época atual, com o avanço tecnológico e científico, sofre as

contingências de grupos sociais, não podendo dissociar-se do desenvolvimento que

vem ocorrendo em outros setores. Ele precisa ser a expressão quantitativa e

qualitativa da assistência ao paciente. Os objetivos que norteiam a instituição

hospitalar são alcançados através da equipe multiprofissional onde cada elemento é

uma peça de engajamento de toda uma engrenagem. (NASCIMENTO, 2013).

Quando trabalha-se em equipe, principalmente com equipes de saúde, muitas

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vezes nos deparamos com dificuldades de não poder escolher as pessoas com

quem vamos trabalhar. Isso faz com que a gerência tenha que procurar estratégias

para exercer o trabalho voltados para resultados e manter os funcionários

motivados.

A gestão de pessoas é um processo importante para o bom andamento de

qualquer unidade, principalmente na área da saúde em que o trabalho é

multidisciplinar. Um bom gerenciamento de equipes pode fazer toda a diferença na

realização das atividades da unidade, pois com ela é possível manter a equipe

motivada e disposta a trabalhar.

4 METODOLOGIA

4.1 Delineamento do estudo

Visando alcançar os objetivos propostos neste estudo optou – se por realizar

uma pesquisa quantitativa, com abordagem descritiva, conforme Barros (2007), este

método caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de

coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas.

A pesquisa foi realizada com uma amostra de 26 profissionais de enfermagem, que

responderam um questionário sobre habilidades de inteligência emocional

desenvolvido adaptado de Davis (2006). O instrumento de coleta de dados e

amostra do estudo são detalhados na próxima seção.

4.2 Técnica de coleta de dados

Conforme explicado anteriormente, a coleta de dados desse estudo ocorreu

na forma de analise quantitativa, visando quantificar o nível de Inteligência

Emocional dos profissionais de enfermagem participantes da pesquisa.

Os participantes da pesquisa foi um grupo de profissionais de enfermagem

que atenderam o objetivo do estudo no que se refere a relevância das habilidades

emocionais destes profissionais.

A população do estudo é constituída por profissionais de enfermagem. O

questionário com quarenta questões criado através do Google Docs e enviado o link

por e-mail, dos quais retornaram 26, que compuseram a amostra desse estudo,

10

detalhada na primeira seção da análise de dados.

O questionário da pesquisa (anexo1) é composto de quarenta questões,

sendo trinta de autoavaliação. O resultado deve ser calculado considerando as

respostas que contribuem para a habilidade, diminuindo-se das que não contribuem,

gerando uma nota final de -20 a + 20. E as dez ultimas questões testam o

desempenho destes profissionais calculado da seguinte forma: marcando 5 pontos

para cada resposta correta que assinalou, é permitido assinalar mais de uma

resposta em cada questão e para cada resposta correta não assinalada, subtraia 5

pontos, em cada uma das perspectivas conforme resume o quadro.

Perspectiva Questões Apuração dos Resultados Resultados

Habilidade em

perceber as próprias

emoções

1 a 10 Some as respostas numéricas para os pontos 1, 3, 4,5 e 8. Então, dessa soma, subtraia as respostas numéricas para s pontos 2,6,7 9 e 10. O resultado desta contagem dará algo entre -20 e +20.

Excelente = 15 ou mais pontos Bom = 10 a 14 pontos Médio = 1 a 9 pontos Espaço para melhorar =Zero ou menos

Habilidade em

perceber as emoções

dos outros

11 a 20 Some as respostas numéricas para os pontos 1, 2, 5,6 e 9. Então, dessa soma, subtraia as respostas numéricas para s pontos 3,4,7,8 e 10. O resultado desta contagem dará algo entre -20 e + 20

Excelente = 15 ou mais pontos Bom = 10 a 14 pontos Médio = 1 a 9 pontos Espaço para melhorar =Zero ou menos

Habilidade em

regular as próprias

emoções

21 a 30 Some as respostas numéricas para os pontos 1, 5, 7,9 e 10. Então, dessa soma, subtraia as respostas numéricas para s pontos 2,3,4,6, e 8. O resultado desta contagem dará algo entre -20 e + 20.

Excelente = 11 ou mais pontos Bom = 3 a 10 pontos Médio = 4 a 2 pontos Espaço para melhorar = -5 ou menos.

Habilidade em

regular as emoções

dos outros

31 a 40 Marque 5 pontos para cada resposta correta que assinalou e para cada resposta correta não assinalada, subtraia 5 pontos.

Excelente= 90 ou mais Bom 75 a 85 Médio= 45 a 70 Espaço a melhorar 40 ou menos

Quadro 1 – Escala de IE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Davis (2006).

De forma a viabilizar as respostas, esse formulário foi compilado para o

Google Docs e enviado por e-mail. Após as respostas recebidas foi aplicado o fator

11

de cálculo sugerido pelo autor.

5 ANÁLISE DE DADOS

Esta pesquisa é uma analise quantitativa, utilizou-se para interpretação a

escala proposta por Davis (2006), a qual revelou o nível de habilidades dos

profissionais de enfermagem envolvidos no estudo, em perceber emoções em si e

nos outros, bem como controlar suas próprias emoções e as emoções dos outros.

As respostas obtidas foram trabalhadas com auxilio do programa Excel, onde se

construíram gráficos para análise dos dados obtidos pela pesquisa referente este

grupo.

5.1 Descrição da amostra

A pesquisa realizada, conforme visto na seção Coleta de Dados deste

capitulo. O questionário de Davis foi reproduzido a partir da ferramenta Google

Docs, a partir do qual gerou-se um link on-line para os entrevistados responderem

por e-mail, após receberem o convite com o link.

Pelo link enviado, os participantes responderem dados gerais de controle

(idade, sexo e função) e em seguida realizaram uma autoavaliação em relação ao

uso das emoções em quatro dimensões: (1) habilidade em reconhecer as próprias e

opções, (2) habilidade em reconhecer as emoções nos outros, (3) habilidade em

regular as próprias emoções e (4) habilidade em regular as emoções nos outros.

Conforme o Quadro 1 mostra a divisão por gênero e idade dos participantes da

pesquisa, sendo 23 mulheres e 3 homens.

Feminino Masculino

Idade entre 27-36 18 Idade entre 32 - 40 3

Idade entre 37-47 5

Total 23 3

Quadro 2 – Gênero (n=26)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Conforme o Quadro 2 a amostra tem a maioria dos participantes são do nível

12

técnico (N=19) e graduados (N=7).

Nível de Escolaridade/ Função

Técnico de Enfermagem Enfermeiro

19 7

Quadro 3 – Nível de Escolaridade/ Função

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

5.2 Percepção de regulação e reconhecimento das emoções

O gráfico a seguir apresentará os resultados apurados na equipe participante

da pesquisa a partir do questionário de Davis (2006), agrupados por perspectivas,

aplicando os testes de autoavaliação, Reconhecer em si (T1), Reconhecer no outro

(T2) e Regular em si (T3). A interpretação é através da contagem de pontos, o

resultado dessa contagem será ente -20 e +20, sendo Excelente para >15, Bom

entre 10 e 14, Médio entre 1 e 9 e se zero ou menor é Espaço para Melhorar.

Gráfico 1 – Percepção de regulação e reconhecimento das emoções

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

De acordo com a interpretação por Davis (2006), a habilidade de reconhecer

suas próprias emoções em todos os testes, a amostra ficou no nível MÉDIO, porém

é grande a diferença entre Regular em si o gráfico mostra um desempenho M=1,8

13

conforme escala de Davis (2006) e um Desvio Padrão 4,7 e Reconhecer em Si

mostrou um desempenho M=3,9 conforme escala de Davis (2006) e um Desvio

Padrão 3,7 e Reconhecer no Outro mostra um desempenho M= 6,6 conforme escala

de Davis (2006) e um Desvio Padrão 5,1. Vimos que é mais fácil reconhecer as

habilidades e emoções nos outros. E a grande variabilidade referente ao desvio

padrão, foi em regular as emoções em nós mesmos, mostra a dificuldade que a

equipe tem em regular as próprias emoções.

5.3 Diferenças entre perguntas das autoavaliação

Goleman (1995) define que a emoção sempre tem dois eixos, sendo um de

percepção e outro de controle, considerando que ambos são importantes e

interligados entre si, no entanto defende que o eixo de controle, aqui tratado como

habilidade em regular emoções em si e nos outros. De acordo com a escala de

Davis (2006) utilizada na interpretação dos dados, existe um espaço de melhoria

para este grupo no desenvolvimento das habilidades avaliadas. Nos três testes de

autoavaliação, mostrados nas figuras.

Na figura 1,está descrito o teste 1 de autoavaliação, reconhecer as emoções

em si, na figura abaixo mostra que o grupo tem maior facilidade em dizer e perceber

quando começa se sentir frustrado e irritado ( 4,2) do que estar em sintonia com

seus sentimentos (3,7). Prestam mais atençãao em seus estados emocionais do que

percebem a mudança em seu humor.

Figura 1 – Perguntas sobre reconhecer em si

Fonte: Elaborado pelo próprio autor, 2018.

Na figura 2, abaixo, segundo Davis (2006) para avaliar as emoções dos outros

14

é necessário prestar atenção ao comportamento e às expressões dos outros para

averiguar seus estados emocionais. O teste de auto avaliação abaixo nos mostrou

que para o grupo é mais fácil reconhecer quando um colega está triste ou deprimido

(4,3) ou o quanto sou hábil em reconhecer as emoções das outras pessoas (3,3).

Figura 2 – Perguntas sobre reconhecer no outro

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Na figura 3, temos as respostas referente a regulação das emoções em si.

Segundo Davis (2006), adiar as respostas é um dos métodos mais simples de

controle emocional. Isso não significa evitar o problema ou ignorar outras pessoas.

Em vez disso fornece tempo para escolher a resposta certa ao adiar seu impulso

inicial. A figura a seguir mostra que o grupo tem mai facilidade em manter o bom

humor por mais tempo (4,1) do que se sentir senhor dos seus sentimentos (3,2).

Figura 3 – Perguntas sobre regular em si

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

15

5.4 Desempenho em regular emoções nos outros

Em grande parte, ser uma pessoa emocionalmente inteligente é compreender

e administrar emoções em você mesmo, mas o trabalho de verdade vem ao

entender e regular as emoções dos outros. Ser emocionalmente inteligente significa

confortar, encorajar, motivar e acalmar os outros à medida que você constrói

relacionamentos, reduz a tensão e resolve conflitos. (DAVIS, 2006).

Neste teste de desempenho que difere dos anteriores, sendo um pouco mais

complexo. Pois os participantes selecionam todas as respostas que forem

adequadas, ou seja, podendo selecionar mais de uma alternativa, para cada

assunto.

Abaixo no gráfico o grupo ficou abaixo do MÉDIO conforme a escala de Davis

(2006) quando se trata de fazer regulação emocional de colegas. E em relação ao

chefe mostra ser mais fácil esta regulação da emoção ficando como melhor

resultado MÉDIO, mas nenhum chegou ao bom ou excelente.

Gráfico 2 – Desempenho em regular emoções dos outros

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Inteligência Emocional é um campo que está em constante

16

desenvolvimento. Cada vez mais as pessoas e as organizações procuram se inteirar

sobre este assunto. Nesse estudo, buscou-se atender, o objetivo de pesquisa e

analisar a percepção de habilidades emocionais de uma amostra de profissionais de

enfermagem atuantes no mercado de trabalho, a partir de um questionário de

autoavaliação.

Com relação ao primeiro objetivo especifico, para avaliar as habilidades dos

profissionais de enfermagem em perceber e controlar emoções em si e nos outros,

tornou-se necessário aplicar um teste de autoavaliação de emoções, de forma que

quantificasse o nível de IE desses profissionais de acordo com as habilidades

propostas.

O resultado apontou, de maneira geral as médias em regular e reconhecer as

habilidades emocionais em si e no outro, um amplo espaço de melhorias mediante a

baixa pontuação principalmente nas habilidades que falam a respeito em regular em

si e reconhecer em si. A habilidade de reconhecer suas próprias emoções em todos

os testes, a amostra ficou no nível MÉDIO, porém é grande a diferença entre

Regular em si o gráfico mostra um desempenho M=1,8 e um Desvio Padrão 4,7 e

Reconhecer em Si mostrou um desempenho M=3,9 e um Desvio Padrão 3,7 e

Reconhecer no Outro mostra um desempenho M= 6,6 e um Desvio Padrão 5,1.

Nota-se que é mais fácil reconhecer as habilidades e emoções nos outros. E a

grande variabilidade referente ao desvio padrão, foi em regular as emoções em nós

mesmos, mostra a dificuldade que a equipe tem em regular as próprias emoções.

De acordo com a escala de Davis (2006) utilizada na interpretação dos dados,

existe um espaço de melhoria para este grupo no desenvolvimento das habilidades

avaliadas. Nos três testes de autoavaliação, nos mostrou que existem situações

consideradas mais fáceis e outras mais difíceis pelo grupo.

No Teste 1 Reconhecer em Si as próprias emoções. Segundo Davis (2006) o

maior problema da maioria das pessoas ao reconhecer os próprios estados

emocionais é não focalizar, freqüentemente, atenção suficiente nesses estados.

Neste teste de autoavaliação, reconhecer as emoções em si, na figura abaixo

mostra que o grupo tem maior facilidade em dizer e perceber quando começa se

sentir frustrado e irritado (4,2) do que estar em sintonia com seus sentimentos (3,7).

Prestam mais atenção em seus estados emocionais do que percebem a

mudança em seu humor.

Para avaliar as emoções dos outros é necessário prestar atenção ao

17

comportamento a às expressões dos outros para averiguar seus estados

emocionais. O teste 2 de auto avaliação nos mostrou que para o grupo é mais fácil

reconhecer quando um colega está triste ou deprimido (4,3) ou o quanto sou hábil

em reconhecer as emoções das outras pessoas(3,3).

E no teste 3 mostrou que o grupo tem mai facilidade em manter o bom humor

por mais tempo (4,1) do que se sentir senhor dos seus sentimentos (3,2).

No último teste que difere dos demais é um teste de desempenho sendo um

pouco mais complexo. Pois os participantes selecionam todas as respostas que

forem adequadas, ou seja, podendo selecionar mais de uma alternativa, para cada

assunto. E em relação ao chefe mostra ser mais fácil esta regulação da emoção

ficando como melhor resultado MÉDIO, mas nenhum chegou ao bom ou excelente,

ou seja, é mais fácil analisar as emoções nos outros do que em si.

A partir desses resultados, o estudo sugere que a inteligência emocional é

uma competência relevante a ser observada, analisada, acompanhada e

desenvolvida. Os resultados são representativos para esse grupo de estudos, mas

não podem ser generalizados além da população pesquisada.

6.1 Pesquisa futura

Como sugestão de pesquisa futura, o aspecto considerado mais relevante,

seria essencial que os gestores busquem o desenvolvimento de habilidades

emocionais das suas equipes, sem necessidade de investimento financeiro, já que

as questões de custos são vistas pela empresa como impedimento para realizar

muitas questões dentro das empresas. Atualmente gestores e executivos tem

buscado desenvolver suas competências pessoais e/ ou profissionais através do

Coach, trazendo grandes resultados além de gerar benefícios mensuráveis para a

empresas as equipes que nelas trabalham.

18

STUDY OF EMOTIONAL INTELLIGENCE IN WORK RELATIONS IN NURSING

PROFESSIONALS

ABSTRACT

The present work deals with emotional intelligence (IE), an ability that allows the

individual to deal with their emotions and feelings, benefiting their interpersonal

relationships. This study seeks to identify how nursing professionals evaluate their

emotional abilities. For this, a descriptive quantitative research was carried out,

based on the application of a self-assessment questionnaire, based on the study by

Davis (2006). The focus of the research is on the ability of the group involved to

perceive and control emotions in themselves and in others, thus raising the group's

IE level. From theories and concepts, the results of the study point out the great

importance in developing these skills in health, especially in nursing teams and to

recognize these emotions in the organizational scope.The result pointed, in general,

the averages in regulating and recognizing the emotional abilities in themselves and

in the other, a wide space of improvements by means of the low score mainly in the

abilities that talk about in regulate in itself and recognize in itself. The ability to

recognize your own emotions in all tests, the sample was AVERAGE. We have seen

that it is easier to recognize the skills and emotions in others. And the great variability

regarding the standard deviation was in regulating the emotions in ourselves, shows

the difficulty that the team has in regulating their own emotions.

Keywords: Emotional intelligence. Emotional ability. Emotions. Nursing.

REFERÊNCIAS

CAVALCANTE C. A. A. et al. Riscos ocupacionais do trabalho em enfermagem: uma análise contextual. Cienc Cuid Saúde, v. 5, n. 1, p. 88-97. 2006. DAVIS, Mark. Teste sua inteligencia emocional. São Paulo: Arx 2006 DRUCKER, Peter. O líder do futuro. São Paulo: Futura, 1996. FELICE, Sebastião André de. Equipe Multiprofissional Conceito e funções. Rev. Paulista de Hospitais, São Paulo, v. 14, n. 8, p. 370-74, ago. 1976.

19

GARDNER, Howard. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. ______. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva; 2001. HERSEY, Paul. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional. São Paulo: EPU, 1986. LOW, G. et al. Emotional intelligence: a new student development model. In NATIONAL CONFERENCE OF THE AMERICAN COLLEGE PERSONNEL ASSOCIATION, Philadelphia, Pennsylvania, 2004. Anais…Proceedings. Washington, DC: American College Personnel Association, 2004. MARQUIS B. L. , HUSTON, C. J. Administração e liderança em enfermagem: teoria e prática. 4. ed. Porto Alegre: Artmed; 2005. MAYER, J. D.; SALOVEY, P.; CARUSO, D. R. Emotional intelligence test (MSCEIT) user’s manual. Toronto, Canada: MHS, 2002. NASCIMENTO, Zélia P. O enfermeiro membro da equipe multiprofissional. Rev. Paulista de Hospitais, São Paulo, v. 24, n. 5, p. 213-15, maio 2013. SALOVEY, P. et al. Measuring emotional intelligence as a set of mental abilities with the MSCEIT. In: LOPES, S. J.; SNYDER, C. R. Handbook of positive psychology assessment. Washington, DC: American Psychological Association, 2001. SILVIA, J. M. et al. Agrotóxico e trabalho: uma combinação perigosa para a saúde do trabalhador rural. Cien Saude Colet.; v. 10, n. 4, p. 891-903. 2008. WEISINGER, Hendrie. Inteligência emocional no trabalho. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997.

20

ANEXO A – TESTE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: DAVIS (2006)

Dados de Controle

Idade

Sexo

Tempo de Empresa

Função

Teste 1 Reconhecendo as próprias emoções – Auto avaliação

Indique quão precisamente cada uma das seguintes afirmações o descreve.

Seja tão franco e honesto quanto possível em suas respostas; o teste só terá

utilidade se suas respostas forem sinceras e exatas. Ao responder cada quesito,

une uma das seguintes alternativas:

1= Isso nunca é verdade sobre mim.

2= isso raramente é verdade sobre mim.

3= Isso algumas vezes é verdade sobre mim.

4= Isso é freqüentemente verdadeiro sobre mim.

5= Isso sempre é verdade sobre mim.

( ) 1. Sei exatamente o que estou sentindo.

( ) 2. Não consigo descrever com precisão meu estado emocional para outras

pessoas.

( ) 3. Estou altamente consciente das mudanças no meu humor.

( ) 4. Em situações emocionais, reparo nas mudanças em meu corpo.

( ) 5. Sei dizer quando começo a me sentir frustrado ou irritado.

( ) 6. Outras pessoas reparam nas mudanças do meu humor antes do que eu.

( ) 7. Presto pouca atenção aos meus estados internos 9 pensamentos e

emoções).

( ) 8. Estou em sintonia com meus sentimentos.

( ) 9. Estou surpreso pelas reações emocionais que tenho.

( ) 10. Acho difícil colocar meus sentimentos em palavras.

Teste 2 Reconhecendo as emoções nos outros – Auto avaliação

Indique quão precisamente cada uma das seguintes afirmações o descreve.

Seja tão franco e honesto quanto possível em suas respostas; o teste só terá

utilidade se suas respostas forem sinceras e exatas. Ao responder cada quesito,

une uma das seguintes alternativas:

1= Isso nunca é verdade sobre mim.

21

2= isso raramente é verdade sobre mim.

3= Isso algumas vezes é verdade sobre mim.

4= Isso é freqüentemente verdadeiro sobre mim.

5= Isso sempre é verdade sobre mim.

( ) 1. Reconheço quando alguém está ficando zangado.

( ) 2. Reconheço quando um colega está triste ou deprimido.

( ) 3. Não tenho a menor idéia do que os outros estão sentindo.

( ) 4. Errei ao interpretar o que aconteceu em outras situações emocionais.

( ) 5. Presto atenção ao estado emocional das outras pessoas.

( ) 6. Sou hábil em reconhecer as emoções das outras pessoas.

( ) 7. Quando um amigo está estressado, demoro a perceber.

( ) 8. As emoções das outras pessoas são difíceis de reconhecer.

( ) 9.Quando faço parte de um grupo de pessoas, sou sensível em relação ao

“clima” emocional entre elas.

( ) 10. Demoro para reparar quando o chefe está bem-humorado.

Teste 3 Regulando as próprias emoções – Auto avaliação

Indique quão precisamente cada uma das seguintes afirmações o descreve.

Seja tão franco e honesto quanto possível em suas respostas; o teste só terá

utilidade se suas respostas forem sinceras e exatas. Ao responder cada quesito,

une uma das seguintes alternativas:

1= Isso nunca é verdade sobre mim.

2= isso raramente é verdade sobre mim.

3= Isso algumas vezes é verdade sobre mim.

4= Isso é freqüentemente verdadeiro sobre mim.

5= Isso sempre é verdade sobre mim.

( ) 1. Quando começo a sentir emoções fortes, sou bom em controlá-las.

( ) 2. Deixo minhas emoções revelarem o melhor de mim.

( ) 3. Descobri que meus sentimentos são suficientemente fortes para controlar

meu comportamento.

( ) 4. Fico tão zangado que não consigo me controlar.

( ) 5. Sou capaz de me manter emocionalmente equilibrado.

( ) 6. É fácil para todos perceberem quando estou infeliz.

( ) 7. Sou senhor dos meus sentimentos.

( ) 8. Meus estados de espírito são incontroláveis.

( ) 9. Mantenho um controle forte sobre minhas emoções.

( ) 10. Consigo manter meu bom humor durante muito tempo.

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Teste 4 Regulando as emoções dos outros – Teste de Desempenho

Cada um dos pontos seguintes descreve uma situação social envolvendo

outra pessoa, na qual ela experimenta determinada emoção. Depois de cada

descrição você deve indicar o método mais efetivo – ou métodos – pelo qual você

poderia regular aquela emoção. Em alguns casos apenas uma resposta é mais

efetiva; em outros, existirá mais de uma. Circule todas as respostas que acredita

serem prováveis – não apenas teoricamente possíveis – nessa situação.

1. Um amigo o deixou mito preocupado com um problema pessoal que está

vivendo. Qual das seguintes alternativas seria um método eficiente para

diminuir seu nível de estresse?

a. Oferecer seu conselho sobre como resolver o problema

b. Escutar o que ele diz sem emoção

c. Escutar e encorajar a pessoa a continuar falando

d. Dizer a ela que tudo vai ficar bem

2. Um colega está em estado triste e deprimido há vários dias. Qual das

seguintes alternativas seria um método eficiente para melhorar sua

disposição?

a. Perguntar por que ele se sente triste

b. Dizer a ele para ser mais razoável e sair dessa

c. Conseguir que ele se junte a você numa atividade que você

d. Contar a ele sobre uma época em que você também estava deprimido

3. Você e seus colegas têm trabalhado duro ultimamente, e você gostaria de

melhorar o clima emocional no ambiente de trabalho. Qual das seguintes

alternativas seria um método eficiente para realizar isso?

a. Fazer alguns biscoitos e bolos, e levá-los ao trabalho.

b. Pedir que seus colegas se animem

c. Aprender uma nova piada para contar a eles

d. Fazer comentários sarcásticos sobre o chefe

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4. Seu Cônjuge está irritado com você, porque você esqueceu de fazer algo

importante que tinha prometido. Qual das seguintes alternativas seria um

método eficiente para reduzir a irritação do seu cônjuge?

a. Evitar seu cônjuge até que as coisas se acalmem

b. Lembrar ao seu cônjuge as ocasiões em que ele mesmo se esqueceu

de fazer suas tarefas

c. Pedir desculpas

d. Prometer não repetir esse erro no futuro

5. Você tem um assistente que possui habilidade e técnica, mas não é muito

motivado. Qual das seguintes alternativas seria um método eficiente para

melhorar a motivação do seu assistente?

a. Elogiar suas habilidades

b. Dizer o quanto você o valoriza

c. Dizer que melhore ou será despedido

d. Sugerir que venha para o trabalho mais cedo

6. Seu chefe torna- se exigente demais quando se aproxima o prazo final de

um trabalho, e um colega vem dizer isso a você, altamente estressado e

aborecido. Qual das seguintes alternativas seriaum método eficiente para

reduzir as preocupações de seu colega?

a. Deixar que ele fale sobre os sentimentos dele

b. Demonstrar que você entende exatamente como ele se sente

c. Dizer a ele para trabalhar mais

d. Fazer piadas ofensivas sobre o chefe

7. Seu filho está doente e fica desapontado por não poder comparecer à

festa do melhor amigo na escola. Qual das seguintes alternativas seria um

método eficiente para ajudá-lo a se sentir melhor?

a. Dizer a ele que a vida muitas vezes é injusta

b. Dizer a ele que não vale a pena preocupar-se com um assunto tão sem

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importância

c. Dizer que você sente muito pelo que aconteceu

d. Dizer que a festa provavelmente não seria muito divertida

8. Seu cônjuge está muito nervoso sobre uma apresentação importante no

trabalho. Qual das seguintes alternativas seria um método eficiente pra

reduzir o nível de estresse de seu cônjuge?

a. Dizer que não se preocupe

b. Oferecer-se para ensaiar com ele a apresentação

c. Levar seu cônjuge ao cinema para se distrair

d. Fazer nele uma mensagem relaxante

9. Seu patrão é um homem tempestuoso, que muitas vezes usa um tom

zangado ao falar com os empregados. Qual das seguintes alternativas

seria um método eficiente para responder ao seu chefe?

a. Responder com calma

b. Evitar o chefe sempre que possível

c. Usar o humor, quando for apropriado

d. Responder também em tom irritado

10. Seu colega sente-se freqüentemente cínico e negativo, insatisfeito com

quase tudo. Qual das seguintes alternativas seria um método eficiente

para responder a ele quando age assim?

a. Usar o humor para melhorar o dele

b. Não responder

c. Concordar a ele

d. Dizer a ele que está errado