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MAURO EMDIO DE SOUZA JUNIOR
ESTUDO DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAO DE EMPREENDIMENTOS
IMOBILIRIOS NA CIDADE DE SO PAULO
Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Anhembi Morumbi no mbito do Curso de Engenharia Civil com nfase Ambiental.
SO PAULO 2005
MAURO EMDIO DE SOUZA JUNIOR
ESTUDO DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAO DE EMPREENDIMENTOS
IMOBILIRIOS NA CIDADE DE SO PAULO
Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Anhembi Morumbi no mbito do Curso de Engenharia Civil com nfase Ambiental. Orientador: Prof. Dr. Wilson Shoji Iyomasa
SO PAULO 2005
i
Dedico este trabalho a meus pais pelo carinho e incentivo para a concretizao de
meus objetivos.
Aos companheiros e amigos pela fora e encorajamento para vencer os obstculos,
que surgiram em torno do meu crescimento pessoal e profissional.
ii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao meu orientador, prof. Dr. Wilson Shoji
Iyomasa, pela dedicao e aprofundamento nas reflexes que nortearam o presente
trabalho.
Aos professores que ministraram o curso, contribuindo assim para o enriquecimento
de nossas prticas nessa luta incessante em busca do saber e da qualificao
profissional.
Meu agradecimento especial a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para
a finalizao deste estudo, auxiliando-me com suas sugestes e conhecimento
tcnico-cientfico.
iii
RESUMO O mercado imobilirio brasileiro visto como uma importante estratgia para a
economia do pas, que movimenta uma considervel quantia de recurso financeiro,
gerando empregos e rendas em diversos setores da sociedade. Trata-se de
importante ramo da indstria da construo civil que oferece empregos para boa
parcela da mo-de-obra com pouca qualificao. No entanto, usual encontrar
investimentos vultosos no setor imobilirio realizados de forma expedita ou
fundamentado em dados e mtodos empricos.
Este trabalho apresenta uma metodologia de estudo de viabilidade para implantao
de empreendimentos imobilirios comerciais, baseado em dados obtidos de anlises
tcnicas do mercado imobilirio de So Paulo, que insere conceitos de viabilidade e
risco econmico-financeiro.
Para atingir aos objetivos propostos neste trabalho, procurou-se realizar uma breve
pesquisa bibliogrfica sobre o tema que permitiu traar a evoluo da implantao
dos empreendimentos comercias na cidade de So Paulo. Com efeito, para a
aplicao prtica dos conceitos e dados coletados, desenvolveu-se um estudo de
um empreendimento (Empreendimento Plaza I), que exigiu a coleta de dados desse
empreendimento e a busca de informaes com profissionais por meio de
entrevistas tcnicas.
Ao final do trabalho verificou-se, que alm das interferncias inerentes ao setor da
construo imobiliria, como a concorrncia, existem outras que causam impactos
significativos, denominadas de no-monitorveis, como decises polticas, adoes
de medidas econmicas governamentais de mbito nacional ou at do comrcio
internacional.
Por fim, o presente estudo ofereceu oportunidade ao aluno entrar em contato com a
realidade da construo imobiliria na cidade de So Paulo, e permitiu ganho de
experincia prtica.
Palavras Chave: Estudo de Viabilidade; empreendimento imobilirio.
iv
ABSTRACT The Brazilian real estate market is seen as an important strategy to the countrys
economy, which moves a considerable amount of financial resources, generating
jobs and incomes in many areas of the society. That is an important part of the
building construction that offers jobs to a great portion of unqualified workers.
Nevertheless, is usual to find large investments in the real estate sector made in a
quick-fix way or based on empiric data as well as empiric methods.
This project presents a viability study methodology to the commercial real estate
enterprise, based on data achieved through the Sao Paulos real estate technical
analysis, that involve viability and financial-economical risks concepts.
To achieve these project proposed aims a brief bibliography research was done on
the theme, what allowed picturing the commercial enterprise set evolution in Sao
Paulo. Actually, in order to use the concepts and collected data, a study was
developed on a enterprise (Plaza I enterprise), that demanded a data acquisition of
this enterprise as well as the search of information among professional through
technical interviews.
At the end of this project it was realized that besides the real estate construction
sector obvious interferences, as the competition and the technical team qualification,
there are others that can bring significant impact, known as non-control ones, such
as political decisions, national economical measures adopted by the government or
even by the international commerce.
The project signalizes the real estate market need on investments and on new
technologies use, as well as on the work with technical multi-tasking teams.
Finally, the present project offers to the student the opportunity of get in touch with
real estate construction reality in Sao Paulo, and allowed practical experience gain.
Key Words: Viability Study; Real Estate;
v
LISTA DE ILUSTRAES
Figura 5-1 - Espao vago nas regies nobres classe AA.........................................13
Figura 5-2 - Novo Estoque, Taxa de Vacncia e Absoro Lquida. ........................15
Figura 5-3 - Novo Estoque, Taxa de Vacncia e Absoro Lquida. ........................15
Figura 5-4 - Espao vago regies nobres Classe A .................................................16
Figura 5-5 - Estoque total regies nobres Classe AA...............................................18
Figura 6-1 - Integrao Edifcio Plaza I e Centro Empresarial Naes Unidas .........51
Figura 6-2 - Localizao do Empreendimento...........................................................54
Figura 6-3 - Edifcio Plaza I. ......................................................................................62
Figura 7-1 - Edficio Bratke Collet..............................................................................64
Figura 7-2 - Edficio E - Tower...................................................................................64
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 6.1 - rea da proposta Edifcio Plaza I .......................................................56
Tabela 6.2 - Compra de terrenos estratgicos ..........................................................58
Tabela 6.3 - Repasse para investidores....................................................................58
Tabela 6.4 - Resultados de repasse de cotas de terreno para investidores..............59
Tabela 6.5 - Valores de mercado de edifcios comerciais .........................................60
Tabela 6.6 - Viabilidade Para Locao das Unidades Prontas..................................60
Tabela 6.7 - Viabilidade para venda das unidades prontas.......................................60
Tabela 6.8 - Estudo para Investimentos em 1 andar tipo ..........................................61
Tabela 6.9 - Estudo para receitas de 1 andar tipo.....................................................61
vii
LISTA DE FRMULAS
Frmula 5.1 - Taxa de rentabilidade..........................................................................28
Frmula 5.2 - Lucratividade Operacional .................................................................28
Frmula 5.3 - Prazo de Retorno do Investimento......................................................28
viii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BDI Bnus e Despesas Indiretas
BNDS Banco Nacional de Desenvolvimento Social
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica
COMAR Comandos Areos Regionais
CP Custo Peridico
FINAME Financiamento de Mquinas e Equipamentos
IL ndice de Lucratividade
IPEA Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada
Pay back Perodo de Retorno de Investimento
SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa
TIR Taxa Interna de Retorno
TMA Taxa Mnima de Atratividade
VPL Valor Presente Liquido
ix
GLOSSRIO
rea Computvel Soma das reas, includas paredes e pisos, cobertos ou no,
de todos os pavimentos de uma edificao.
rea no-computvel Somatrio de reas que no entram no clculo da rea mxima
de construo permitida em determinado terreno (rea
computvel), mas ainda assim deve ser considerada na rea
total.
Absoro Lquida
Quantidade total em m ocupado menos a quantidade total
ocupada no perodo anterior.
Taxa de Vacncia
Porcentagem de escritrios vagos, calculada em relao ao
estoque total.
x
SUMRIO
1 INTRODUO.....................................................................................................1
2 OBJETIVOS.........................................................................................................3
2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................3
2.2 Objetivos Especficos...............................................................................................3
3 MTODO DE TRABALHO ..................................................................................4
4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................5
5 EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS NA CIDADE DE SO PAULO................6
5.1 Panorama do Mercado Imobilirio de Empreendimentos Comerciais .......6 5.1.1 Evoluo do setor de comrcio e servios ......................................................8
5.1.2 Criao de novas centralidades ......................................................................10
5.1.3 Panorama do mercado de escritrios.............................................................12
5.2 Anlise de Mercado.................................................................................................18 5.2.1 Parmetros de anlise para o lanamento de um empreendimento
imobilirio ............................................................................................................................18
5.2.2 Exigncias dos agentes financeiros ...............................................................21
5.2.3 Princpios bsicos para anlise financeira de empreendimentos ..............24
5.2.4 Projeo de Vendas ..........................................................................................24
5.2.5 Anlise Financeira .............................................................................................25
5.2.6 Projeo do Capital ...........................................................................................25
5.2.7 Pesquisa Mercadolgica...................................................................................29
5.2.8 Definio do empreendimento.........................................................................34
5.3 Anlise de Viabilidade de Empreendimentos ..................................................35 5.3.1 Viabilidade econmica ......................................................................................36
5.3.2 Viabilidade financeira ........................................................................................37
xi
5.4 Princpios de Anlise e Indicadores de Qualidade da Anlise ...................38 5.4.1 Fluxo de caixa ....................................................................................................40
5.4.2 Taxa de desconto do fluxo de caixa ...............................................................41
5.4.3 Critrios de fluxo de caixa descontado critrio do valor presente lquido 43
5.4.4 Critrio do ndice de lucratividade (IL)............................................................44
5.4.5 Critrio da taxa interna de retorno (TIR) ........................................................44
5.4.6 Critrio do perodo de retorno do investimento (pay back).........................45
5.4.7 Aplicao da teoria da engenharia econmica aos estudos de viabilidade
45
5.5 Anlise de Riscos e Incertezas nas Decises de Investimentos ...............46 5.5.1 Incerteza quanto previso das receitas ......................................................47
5.5.2 Incerteza quanto previso dos custos.........................................................48
5.5.3 Incerteza quanto ao nvel de rentabilidade do reinvestimento dos fluxos
de caixa do projeto ............................................................................................................48
5.5.4 Risco de um projeto de investimento .............................................................49
5.5.5 Avaliao de empreendimentos em condio de risco ...............................49
6 ESTUDO DE CASO...........................................................................................51
6.1 Edifcio Plaza I ..........................................................................................................52 6.1.1 Caractersticas do Empreendimento ..............................................................53
6.1.2 Descrio do Projeto .........................................................................................54
6.2 Estudo de Viabilidade Econmico-Financeiro ................................................57 6.2.1 Montagem da Incorporao .............................................................................57
6.2.2 Pr Anlise de Resultados Para Incorporadores .........................................59
6.2.3 Pr Anlise de Resultados Para Investidores...............................................61
6.2.4 Construo do Edifcio ......................................................................................62
7 ANLISE E COMPARAO/CRTICA .............................................................63
8 CONCLUSES..................................................................................................66
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.........................................................................68
xii
1
1 INTRODUO
A construo civil uma indstria mgica que capaz de transformar um sonho em
realidade construindo rapidamente onde existia um terreno sem uso, ou com pouco
uso, um empreendimento que ir servir para muitas pessoas como moradia,
investimento ou local de trabalho. Muitas vezes ela se torna to fundamental para o
desenvolvimento de uma regio que difcil acreditar como se vivia sem um
determinado empreendimento na cidade. uma indstria singular, pois a nica em
que aps a concluso de um produto ele permanece no local e a indstria que se
transfere para outro local (Rondini, 2005).
Segundo Rondini (2005), nos ltimos quinze anos esta fantstica indstria passou
por perodos de turbulncia e transformao, provocando a decadncia de muitos e
uma excelente oportunidade para outros.
Ainda segundo Rondini (2005), at a dcada de oitenta, o preo de venda dos
imveis era formado considerando o custo para produo do produto e em funo
da lucratividade que as construtoras desejavam para cada empreendimento, por isso
o controle sobre processos industriais possuia menos relevncia. Criou-se tambm
uma aura, que persiste at hoje, envolvendo a palavra construtor, que significa na
mente da maioria das pessoas, extrema riqueza. Hoje os preos so formados a
partir do mercado, ou seja, da diferena entre preo de venda e custo que resulta
a lucratividade. Com margens reduzidas, s sobrevive quem planeja, controla e
monitora.
2
Este trabalho apresenta diretrizes para a anlise prvia de empreendimentos
imobilirios, desenvolvendo uma sistemtica simples, objetivando verificar de
antemo a viabilidade econmico-financeira das incorporaes imobilirias, num
momento anterior tomada de deciso por implantar (ou no) o empreendimento.
Para atingir esta finalidade, foi desenvolvido um mtodo de trabalho que consistiu
em reviso terica dos textos, artigos e livros sobre o tema; consultas a engenheiros
com experincia prtica no mercado imobilirio de So Paulo, busca por
informaes em empresas construtoras com atuao nesta capital. Por fim,
elaborou-se uma anlise crtica dos resultados obtidos, do mercado e de
informaes geradas pelo empreendedor, visando atingir um resultado esperado
para o negcio, por um fluxo de caixa descontado.
Apresentar-se-, ao fim deste trabalho, um exemplo de estudo prtico de viabilidade
prvia de empreendimentos. Para alcanar a proposta de apresentar diretrizes para
a anlise prvia de empreendimentos imobilirios, sero abordados conceitos de
engenharia econmica, princpios de risco e tomada de deciso, alm de conceitos
gerenciais especificamente voltados para o caso de empreendimentos imobilirios.
Enquanto os mtodos gerais de anlise de investimentos so bem conhecidos, h
pouco material especificamente ligado ao setor imobilirio. O estudo que precede o
lanamento de um novo empreendimento, muitas vezes, realizado de forma
expedita, e importante incrementar o grau de objetividade das decises,
geralmente tomadas em critrios meramente subjetivos (Gozalez, 1999).
3
2 OBJETIVOS
O presente trabalho sobre estudo de viabilidade tem como finalidade oferecer
oportunidade ao aluno em desenvolver uma pesquisa aplicada. Nesse sentido, este
trabalho foi desenvolvido tendo dois grupos de objetivo: o geral e os especficos.
2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral ordenar os dados tcnicos e apresentar a anlise de viabilidade
de empreendimentos comerciais, na cidade de So Paulo.
2.2 Objetivos Especficos
Como objetivos especficos, a presente pesquisa visou:
Apresentar a evoluo da implantao dos empreendimentos comercias na cidade de So Paulo.
Identificar fatores externos determinantes na construo de empreendimentos.
Demonstrar interferncias monitorveis e no-monitorveis na anlise de viabilidade tcnica, comercial e econmica para implantao de
empreendimentos na construo civil.
4
3 MTODO DE TRABALHO
Este trabalho de concluso de curso ser desenvolvido a partir de:
Pesquisa bibliogrfica; Anlise crtica de bibliografia; Coleta de dados no mercado imobilirio; Anlise do panorama do mercado imobilirio da cidade de So Paulo; Estudo de Caso; Coletas de dados, entrevista e visitas ao campo;
5
4 JUSTIFICATIVA
Devido instabilidade da economia mundial, que tem provocado a escassez de
investimentos no mercado imobilirio comercial, os investidores e empreendedores
esto se preparando cada vez mais para planejar empreendimentos utilizando
mecanismos para anlise e viabilidade para implantao de empreendimentos
imobilirios.
Para isso so desenvolvidos os estudos de viabilidade que analisam as
caractersticas do empreendimento e do mercado, como:
Competio no mercado imobilirio; Necessidade em reduzir custos; Evitar insucessos e reduzir riscos;
E sua relao com as caractersticas scio-econmicas da populao,
dimensionando o potencial de faturamento e o retorno financeiro do
empreendimento a curto, mdio e longo prazo.
6
5 EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS NA CIDADE DE SO PAULO
Nos anos 50, inicia-se o fenmeno de desconcentrao do parque industrial de So
Paulo que comeou a se transferir para outros municpios da Regio Metropolitana
(ABCD, Osasco, Guarulhoso) e do interior do Estado (Campinas, So Jos dos
Campos, Sorocaba). Esse declnio gradual da indstria paulistana insere-se num
processo de "terciarizao" do Municpio, acentuado a partir da dcada de 70. Isso
significa que as principais atividades econmicas da cidade esto intrinsecamente
ligadas prestao de servios e aos centros empresariais de comrcio, tornando-
se necessrio construo de edificaes para absorver esta nova tendncia da
economia paulistana (Porto, 1992).
5.1 Panorama do Mercado Imobilirio de Empreendimentos Comerciais
Canteiros de obras a todo vapor, mas ocupao lenta de escritrios. Esse o
panorama nos centros comercias da cidade (Julio,2005).
Nos ltimos quatro anos, o grande eixo de desenvolvimento foi a Avenida Brigadeiro
Faria Lima (zona oeste). Segundo a consultoria Jones Lang LaSalle, a taxa mdia
de crescimento da regio, de 2000 a 2004, foi de 28,11% ao ano, mas h muitas
salas vazias (Julio,2005).
7
Segundo Miguel Giacummo, a Berrini plo que mais cresceu nos ltimos dez anos e
na Faria Lima, 25% das unidades esto vagas (Julio,2005).
De acordo com a Jones Lang LaSalle, novos edifcios no sairo do projeto
enquanto os existentes no forem totalmente ocupados. Os maiores estoques que
sero entregues nos prximos quatro anos esto na Vila Olmpia e na Berrini, com
cerca de 120 mil metros quadrados cada um (Julio,2005).
Segundo Julio (2005), hoje, o metro quadrado mais caro (R$ 80) de locao de So
Paulo est no cruzamento da Avenida Brigadeiro Faria Lima com a Avenida Pres.
Juscelino Kubitschek. Mas as oportunidades de locao no esto s nos pontos
mais badalados.
Na regio da av. Paulista, plo comercial da cidade que menos cresceu entre 1994 e
2004, h boa infra-estrutura e bons preos, Segundo Cushman & Walkefield Semco,
na regio predominam empresas do setor financeiro (45%), o mesmo ocorre na
Faria Lima (33%). Na cidade, o setor de servios o de mais forte presena,
seguido pelo industrial (Julio, 2005).
Em longo prazo, surgiro edifcios comerciais tambm na Barra Funda, favorecida
pela disponibilidade de transporte pblico, e em Moema, aponta Miguel Giacummo.
J Carla Ponzio, consultora da Ponzio & Feo, prev o crescimento da regio da
marginal Pinheiros na altura da ponte do Socorro, na margem oposta da Berrini
(Julio, 2005).
8
5.1.1 Evoluo do setor de comrcio e servios
Segundo Leme, na dcada de 80 o mbito de atuao da regio metropolitana de
So Paulo se consolida a nacionalmente, a cidade comea a assumir, tambm, um
papel importante na Amrica do Sul como centro de atividades tercirias. As
referncias ao setor tercirio setor de comrcio e servios requer especial ateno
sob o ponto de vista conceitual e metodolgico. A composio de tercirio
bastante heterognea tanto do ponto de vista da produo (tecnologia empregada,
relaes de trabalho) integrao com o sistema produtivo, como da demanda.
A estruturao do setor tercirio foi determinada pela expanso e diversificao
industrial, a partir dos anos 70, que criou uma demanda intensiva de servios
especializados de produo e a expanso das ocupaes de alta qualificao que
passaram a demandar importantes servios pessoais (Arajo, 1992 apud Leme,
2003).
Ainda segundo Leme (2003) neste perodo observa-se, tambm, uma transformao
do setor pela absoro de novas tecnologias, principalmente a informtica e a
microeletrnica. No incio da dcada de 90 a anlise da composio setorial do
Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada -IPEA realizada por Arajo (1992) revela
que a distribuio de emprego segundo setor de atividade na regio Metropolitana
de So Paulo sofreu uma significativa alterao com aumento da participao do
tercirio e correspondente queda do secundrio . Este estudo mostra, ainda, que o
setor cresceu nas atividades mais modernas, servios especializados de apoio
9
produo - atividades de gerncia, planejamento, marketing, propaganda que
precisam estar prximos aos centros de deciso das grandes empresas. Tambm
est concentrada na Regio Metropolitana parcela expressiva dos equipamentos
mais modernos de fluxo de informaes.
Segundo Leme (2003) as grandes estruturas comerciais na dcada de 70 e 80
localizaram-se na zona sudoeste do municpio de So Paulo, prximas aos bairros
de residncia das classes de renda mais alta.
Ainda segundo Leme (2003), nos anos 90 esta situao se modifica pela abertura de
avenidas, em especial na zona leste, que cria novas acessibilidades a estas reas e
amplia as possibilidades de localizao de novos usos tornando-as atrativas ao
mercado imobilirio formal. Como conseqncia, observa-se a expanso de
hipermercados, shoppings centers e novos centros de negcios em outras regies
do Municpio, apesar da predominncia dos grandes empreendimentos continuar a
ser na zona sudoeste. Os investimentos em outras partes da cidade como na zona
Sul e na zona Leste, onde se implantaram recentemente os shoppings centers
Interlagos e Aricanduva. Inserem-se em espaos onde o uso comercial e de servios
tradicionais extremamente disseminado.
10
5.1.2 Criao de novas centralidades
Observa-se que a localizao de grandes empreendimentos de comrcio e servios
continua a se manifestar de forma diferenciada no espao intra-urbano. As
informaes, sobre o lanamento de edifcios de escritrios e hotis entre 1985 e
2000, evidenciam claramente os arredores da Marginal do Rio Pinheiros como o foco
dos maiores investimentos nesse setor. Nessa rea, juntamente com a Avenida
Paulista, concentram-se os edifcios de escritrios com mais de 10.000 metros
quadrados que avanam cada vez mais para a zona Sul atingindo reas prximas
da represa Guarapiranga (Leme, 2003).
Nobre (2000) apud Leme (2003), estuda a relao entre estes novos
empreendimentos e a organizao do mercado imobilirio. Entre 1980 e 1998, o
estoque de escritrios da Avenida Marginal do Rio Pinheiros pulou de 670 mil para
2,1 milhes de metros quadrados, enquanto que o da Paulista passou de 1 para 1,6
milhes e o do Centro de 2,4 para 2,7 milhes. Isso faz com que a Avenida Marginal
represente 33% do total de estoque til de escritrios contra 25% da Paulista e 42%
do Centro.
O crescimento do estoque da Avenida Marginal do Rio Pinheiros foi acompanhado
pela ao dos promotores imobilirios no sentido de cooptar possveis locatrios,
principalmente entre as grandes empresas. Em 1975 o Centro e a Paulista
concentravam a maioria das sedes dessas empresas em So Paulo com 68% do
total (54% no Centro e 14% na Paulista). Em 1998 a Marginal j despontava como a
11
primeira regio nessa concentrao com 41% do total, contra 21% da Paulista, 18%
do Centro e 20% em outras regies.
De toda forma a novidade desta nova centralidade o porte e o tipo de atividade das
edificaes, bem como o perfil dos empreendedores imobilirios, ambos
diferenciados em relao aos da Av. Paulista e do centro tradicional (Leme, 2003).
a presena do grande capital imobilirio nos grandes empreendimentos da
Marginal do Rio Pinheiros assim como a significativa presena de grandes empresas
que induzem a identificao desta rea como uma nova centralidade. Neste caso,
esta rea no seria uma especializao das reas centrais da cidade de So Paulo,
mas uma nova centralidade, diferenciada das demais centralidades (Centro
Tradicional e Av. Paulista) pela presena do "tercirio avanado", ou seja, pela
presena de aeroportos, linhas do Metr, hotis, centros de convenes, servios
empresariais, universidades, equipamentos culturais, de recreio, esportivos e
tursticos especficos para esta nova centralidade, bem como pela disponibilidade de
equipamentos de telecomunicaes (Leme,2003).
Existem controvrsias na interpretao do papel desempenhado pela nova
localizao de atividades tercirias na estrutura urbana do municpio de So Paulo.
Alguns entendem como a territorializao dos efeitos da globalizao da economia
em So Paulo. Segundo Ferreira (2003) apud Leme (2003), considera como uma
construo ideolgica a idia de So Paulo cidade global, com grande efetividade
para o mercado imobilirio na captao de investimentos pblicos em infra-estrutura.
Em sua tese de doutorado, ele procura desmontar o argumento difundido de que a
12
cidade de So Paulo estaria capacitada a alcanar a condio de cidade global,
como pareceria indicar o surgimento da centralidade da regio do vale do Rio
Pinheiros. Ele coteja os atributos de cidades globais definidos por estudiosos como
Saskia Sassen e Manuel Castells com dados empricos sobre as atividades
econmicas localizadas na cidade de So Paulo e em especial na regio do Vale.
Mostra que comparada a outras regies esta no uma localizao privilegiada
pelas empresas do que se denomina tercirio avanado.
O que pode se afirmar que de fato h uma nova territorialidade das atividades que
contm as sedes das grandes corporaes globalizadas, inclusive instituies
financeiras na marginal do Rio Pinheiros. Esta rea pode ser entendida como uma
especializao das reas centrais da cidade de So Paulo que vem territorialmente
seguindo a localizao da populao de renda mdia e alta da cidade, desde o
momento em que este centro especializado atravessou o vale do Anhangaba
buscando a Rua Baro de Itapetininga (Leme, 2003).
5.1.3 Panorama do mercado de escritrios
A economia brasileira vem mostrando estabilidade no primeiro trimestre de 2004,
com tendncia de crescimento, o mercado de escritrios coorporativos de So Paulo
registrou, desde o terceiro trimestre de 2003 leve crescimento na ocupao total. De
acordo com estudos efetuados pela Jones Lange LaSalle, a absoro lquida do
primeiro trimestre de 2004 foi de 30,8 mil m2 de rea til para escritrios
13
coorporativos de alto padro, sendo 24,5 mil m2 nos de Classe AA e 6,3 mil m2 nos
de Classe A. Sua parcela mais representativa funo da efetiva ocupao em
2004, de espaos comercializados no final do ano passado (Amaral e Dvila, 2004).
Segundo Amaral e Dvila (2004), merece destaque, dentre os edifcios
institucionais, os 66,5mil m2 teis absorvidos pelo Frum Trabalhista de So Paulo,
entregue em maro de 2004, entretanto, o mercado ainda dispe de cerca de 450
mil m2 teis vazios em edifcios AA e A, sendo que nesta ltima, mais da metade do
espao vago est em edifcios novos.
Ainda Segundo Amaral e Dvila (2004), para 2004, h expectativa de queda
progressiva na vacncia como conseqncia da reduo do novo estoque. No
mercado de escritrios de Classe AA verificou-se, no primeiro trimestre desse ano, a
reduo do espao ocupado nas regies nobres da Faria Lima, Vila Olmpia e
Paulista, responsvel pela ligeira queda da taxa de vacncia, segundo consta na
Figura 5.1.
Figura 5-1 - Espao vago nas regies nobres classe AA : Jones Lang LaSalle (2004).
36%
5%
12%20%
10%
13% 3%1%
Faria Lima Itaim Berrini Barra FundaVila Olmpia Paulista Marg. Pinheiros Verbo Divino
14
Embora a regio da Faria Lima seja a que possui maior rea vaga em edifcios
Classe AA na cidade de So Paulo (36% da rea total disponvel para locao), isso
ocorre unicamente em funo do estoque recorde entregue recentemente e ainda
no totalmente absorvido, e no indica que h possibilidade ou no da regio em
absorver novos empreendimentos (Amaral e Dvila, 2004).
De acordo com estudos elaborados pela Jones Lang LaSalle, cerca de 2/3 dos
espaos ocupados no primeiro trimestre do ano em edifcios AA foram em edifcios
entregues em 2003. No primeiro trimestre de 2004 foram ocupados 24,5 mil m2 teis
em edifcios Classe AA, sendo que a regio da Faria Lima foi responsvel por 77%
dessa absoro, seguida pela Vila Olmpia com 20% e pela Paulista com 19%
(Amaral e Dvila, 2004).
J os estudos da CB Richard Ellis indicaram que a ocupao ocorrida no primeiro
trimestre de 2004 foi de 164.100,00m2, sendo 3% inferior em relao ao trimestre
anterior e 59% superior ao primeiro trimestre de 2003 (Amaral e Dvila , 2004).
Segundo Jones Lang LaSalle (2004) apud Amaral e Dvila (2004), o primeiro
trimestre de 2004 fechou com um estoque total de 738 mil m2 teis de escritrios e
uma taxa de vacncia mdia de 28%. O novo estoque previsto at o final de 2004
de 68 mil m2 teis, sendo que 39 mil m2 em regies nobres, o que representa 40%
de todo o estoque AA entregue em 2003, segundo consta na Figura 5.2.
15
Figura 5-2 - Novo Estoque, Taxa de Vacncia e Absoro Lquida : Jones Lang LaSalle (2004).
Ainda segundo a Jones Lang LaSalle (2004) apud Amaral e DDvila (2004), de
janeiro a maro de 2004 foram entregues aproximadamente 67,6 mil m2 teis de
novo estoque corporativo, o que j ultrapassou o volume total entregue em 2003. O
estoque entregue nesse perodo, somado ao novo estoque previsto at o final de
2004, de cerca de 30 mil m2 teis, representar uma quantidade recorde, o maior
dos ltimos 8 anos, segundo consta na Figura 5.3.
Figura 5-3 - Novo Estoque, Taxa de Vacncia e Absoro Lquida : Jones Lang LaSalle (2004).
16
Ainda segundo a Jones Lang LaSalle (2004) apud Amaral e DDvila (2004), os
estoque de edifcios Classe A atingiu 1,2 milhes de m2 teis, e devido ao estoque
que ainda no foi absorvido, a taxa de vacncia subiu nesse trimestre de 18,6% para
23,8%, as regies da Marginal, da Berrini e da Vila Olmpia possuem juntas pouco
mais de 50% da rea vaga disponvel para locao na cidade em empreendimentos
de Classe A, conforme poder ser observado no Figura 5.4.
Figura 5-4 - Espao vago regies nobres Classe A: Jones Lang LaSalle (2004).
Na regio da Marginal Pinheiros a alta de vacncia decorrente, sobretudo, dos
espaos que vagaram nos ltimos anos e que ainda no foram ocupados. J nas
regies da Berrini e da Vila Olmpia a alta vacncia conseqncia principalmente
do novo estoque entregue nos ltimos anos e ainda no totalmente absorvido,
Segundo projees traadas pela Jones Lang LaSalle, dentre as regies nobres de
So Paulo a Vila Olmpia a que apresenta maior potencial de crescimento de
escritrios de alto padro at 2.006. O estoque deve aumentar 70% nos prximos
8%12%
17%
5%15% 12%
18%
12% 1%
Faria Lima Itaim Berrini Alphaville Vila Olmpia Paulista Marginal Pinheiros Jardins
17
dois anos, o que far com que a regio passe da atual 8 posio para 5 em
tamanho de estoque (Amaral e Dvila ,2004).
Segundo Amaral e Dvila (2004), nos ltimos dez anos o estoque de escritrios do
bairro passou de 160 mil m2 de rea til para 400 mil m2, a maior parte deles de
Classe B. Os edifcios de Classe AA correspondem hoje a 6% do estoque local e
com o crescimento da oferta esse percentual dever chegar a 15% at 2006.
Ainda segundo Amaral e Dvila (2004), para receber os novos projetos previstos, a
regio, que sofre com congestionamentos, principalmente por causa de suas ruas
estreitas, deve se transformar num bairro modelo nos prximos meses. A
revitalizao da rea, patrocinada pelo poder privado, com o apoio do poder pblico,
por intermdio do Projeto Colmia, promete liberar as ruas para o trnsito de
pedestres, criar estacionamentos subterrneos, alargar as vias principais, entre
outras mudanas.
O projeto de revitalizao e o desenvolvimento dos empreendimentos comerciais
que esto previstos tendem a redesenhar a Vila Olmpia e ampliar sua importncia
no cenrio do mercado de escritrios corporativos da capital paulista.
Na Figura 5.5 poder ser observado o estoque de edifcios de Classe A e AA na
Cidade de So Paulo previsto pela empresa Jones Lang LaSalle para at 2006
(Amaral e Dvila, 2004).
18
ESTOQUE TOTAL 2006Classe A e AA So Paulo
0100200300400500
Berrin
i
Marg
inal
Faria
Lim
a
Pauli
sta
Verb
o Divi
noIta
im
Barra
Fun
da
Vila O
limpia
Jard
ins
Centr
o
Alpha
ville
Moem
a
Classe AA Classe A Em Construo ou Projeto 2004-2006
Figura 5-5 - Estoque total regies nobres Classe AA: Jones Lang LaSalle (2004).
5.2 Anlise de Mercado
Definida idia, o empreendedor j sabe exatamente o que pretende oferecer ao
mercado, a partir deste ponto chegou o momento de analisar o mercado, ou seja,
saber se existe ou no uma oportunidade real para seu empreendimento.
5.2.1 Parmetros de anlise para o lanamento de um empreendimento
imobilirio
Salgado (2002) descreve de maneira objetiva os parmetros necessrios para a
anlise que um empreendedor deve utiliz-los, visando o lanamento de um
empreendimento imobilirio com segurana.
19
Ainda segundo Salgado, (2002) seu foco inicial recai sobre as carncias e desejos
do mercado comprador seguindo-se do diagnstico deste mercado de tal sorte a
estimar os provveis valores de venda das unidades (pesquisa de mercado).
Ainda segundo Salgado (2002), escolhido o tipo de empreendimento volta-se
ateno para a escolha do melhor terreno. Em seguida, a elaborao do projeto
mais adequado e o levantamento do custo de produo, so etapas fundamentais
para a garantia do sucesso.
Cumpridas todas essas etapas pode-se finalmente iniciar as obras de construo.
Ainda segundo Salgado (2002), para a realizao das obras necessria a
existncia dos recursos que possam financiar a sua execuo e as despesas
complementares de publicidade e comercializao entre outras; a origem dos
recursos so as seguintes:
O emprego do prprio capital de giro da empresa, caso haja disponibilidade financeira, assim, se faz necessrio calcular, em um fluxo de caixa, a
remunerao do capital investido;
Segundo Gonzles e Formoso (2002), no processo decisrio, imprescindvel a considerao do valor do dinheiro no tempo, ou seja, a diferena entre a
disponibilidade de capital no presente e no futuro. Isso se faz necessrio por
20
dois motivos principais: a existncia de incertezas e a necessidade de
remunerar o capital, atravs de uma taxa de juros;
Ainda segundo Gonzles e Formoso (2002), para buscar recursos junto aos agentes financeiros necessrio pesquisar as taxas praticadas no mercado
escolhendo-se a mais atrativa e segura e fazer um estudo das exigncias e
restries que so feitas pelas financiadoras;
Ainda segundo Gonzles e Formoso (2002), a antecipao das vendas das unidades gera um desgio pela insero do empreendimento para a
comercializao com as unidades ainda no concludas. Assim, compara-se
as alternativas, escolhendo aquela que traz maior rentabilidade ao
empreendedor.
Sabe-se, mesmo que intuitivamente, que a venda antecipada de unidades, embora
capte capital para a cobertura das despesas com a execuo do empreendimento,
reduz fatalmente o valor de mercado das unidades, ou seja, se paga mais por uma
unidade pronta do que por uma outra idntica ainda em projeto (desgio) (Gonzles
e Formoso, 2002).
O que no de se espantar; enquanto o empreendimento no estiver concludo, o
risco disto no acontecer existe e o adquirente se transforma em investidor que
segundo Lavender (1990) apud Gonzlez e Formoso (2002), busca atingir algum
benefcio (financeiro, social ou de outro tipo) com o empreendimento.
21
necessrio conhecer o desgio para que a tomada de deciso seja de forma
consistente e aumente assim a probabilidade de lucratividade (lucro). Neste caso
cabe ao profissional de avaliaes conhecer qual a diferena entre os preos
praticados no mercado, considerando-se unidades iguais, porm negociadas em
momentos diferentes do ponto de vista do prazo de entrega do empreendimento
(Gonzlez e Formoso, 2002).
5.2.2 Exigncias dos agentes financeiros
So muitas as exigncias que os agentes financiadores impem para ter maior
segurana junto aos parceiros, empreendedores, nestas negociaes; tantas so as
exigncias que dificultam em muito a possibilidade de que um novo empreendedor,
sem estrutura financeira, conseguir algum financiamento.
A Caixa Econmica Federal desenvolveu, junto ao Banco Nacional de
Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), uma lista de condicionantes para
analisar propostas de financiamento, as quais devem conter:
Os principais dados da empresa, tais como razo social, cadastro nacional de pessoa jurdica Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica (CNPJ), nome fantasia,
sigla, endereo completo e contatos;
Valor total do projeto e financiamento pretendido; Finalidade do projeto, efeitos sobre a capacidade de produo, produtividade,
qualidade dos produtos, empregos a serem gerados e outros benefcios;
22
Tempo previsto para implantao total do projeto, com datas previstas de incio e fim;
Modo de execuo do projeto; Projeo das receitas / despesas ao longo do prazo do financiamento e suas
respectivas premissas;
Cronograma de usos e fontes; Relao de bens da empresa, com valor e situao; Garantias a serem oferecidas; Prazos solicitados para o financiamento - carncia e amortizao; Descrio dos objetivos e dos componentes do projeto, de forma precisa,
informando suas caractersticas especficas principais;
Situao atual e a pretendida com a execuo do projeto, mensurando reas, produtos, produes, faturamento, pessoal, processos, equipamentos
principais;
Poltica de compras e vendas, prazos mdios; Anlise do mercado de abrangncia regional e nacional, principais
concorrentes, demanda para os produto(s) ou servio(s) existentes e os que
possam vir a compor o portflio do proponente, a partir da implementao do
projeto (fundamentando sempre origem dos dados, na projeo de cenrio);
Cronograma de execuo fsico-financeiro do projeto; Oramento de investimento detalhado do projeto; Oramento das mquinas e equipamentos fornecido pelo fabricante ou seu
representante autorizado, apresentando o cdigo FINAME (Financiamento de
Maquinas e Equipamentos) dos itens a serem financiados;
23
Em caso de construo, ampliao ou reforma, tambm necessria a
apresentao dos documentos seguintes:
Projeto arquitetnico; Oramento; Especificaes tcnicas sobre a obra; Cronograma fsico-financeiro da obra; Certido de inteiro teor da matrcula atualizada para comprovar a propriedade
do imvel com inexistncia de quaisquer nus;
Fornecer aplicativo onde foram desenvolvidas as planilhas que sustentaram o projeto (quando for o caso) ou detalhar a forma de clculo (memria de
clculo).
Um grande problema inclusive de passivo ambiental, a ser resolvido pelo
empreendedor a aquisio do terreno, livre de qualquer nus, para a implantao
do empreendimento, como exigido pela financiadora. Sabe-se que, em mdia,
segundo Heineck (2002), o terreno custa 15% do valor total do empreendimento, o
que um custo muito elevado para a maioria dos empreendedores, principalmente
os novos.
24
5.2.3 Princpios bsicos para anlise financeira de empreendimentos
O Servio Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa SEBRAE (2005),
esclarece alguns itens, dentre outros, como projeo de vendas, anlise financeira e
pesquisa mercadolgica; trs itens extremamente importantes que devem ser
avaliados pelo empreendedor antes do incio das atividades inerentes ao novo
empreendimento.
5.2.4 Projeo de Vendas
Quando uma empresa est iniciando suas atividades ou um novo empreendimento,
uma das primeiras preocupaes relaciona-se com a quantidade de produtos,
servios ou vendas, em termos unitrios ou em valor monetrio (SEBRAE, 2005).
Para projetar o volume de produo, vendas ou servios, precisa-se considerar,
dependendo do caso:
A necessidade e a procura do mercado consumidor; Os tipos de mercadorias ou servios a serem colocados no mercado; A disponibilidade de pessoal; A capacidade dos recursos materiais mquinas, instalaes; A disponibilidade de recursos financeiros;
25
A disponibilidade de matria-prima, mercadorias, embalagens e outros materiais necessrios.
No incio das operaes, sempre aconselhvel que a expectativa de vendas seja
moderada, pois a empresa necessita de tempo para adquirir experincia e tornar
seus produtos ou servios conhecidos no mercado (SEBRAE, 2005).
5.2.5 Anlise Financeira
Deve-se estabelecer indicadores financeiros que permitam conhecer quais as
condies financeiras relacionadas com o negcio. Faz-se uma estimativa do
resultado da empresa, a partir de dados projetados, bem como uma projeo do
capital necessrio para comear atividade, pois ter que fazer investimentos em
local, equipamentos, materiais e despesas diversas, para instalao e
funcionamento inicial da empresa (SEBRAE, 2005).
5.2.6 Projeo do Capital
Projeo do capital feita uma comparao entre os cronogramas fsico-financeiro
(despesas) e o cronograma de vendas (receita). importante que o cronograma de
vendas seja elaborado de trs maneiras distintas; uma com o resultado esperado
26
pelo mercado, a segunda mais otimista, ou seja, mais receitas, e, por ltimo, de
forma pessimista, prevendo uma vendagem baixa e ainda, inadimplncia alta
(SEBRAE, 2005).
importante elaborar o cronograma destas trs formas pelo fato de o empreendedor
ter noo de at quanto ele pode ganhar, o cronograma otimista, e at quanto ele
pode precisar para concluir as atividades, o cronograma de receitas pessimista.
Assim diminui-se o risco da empresa entrar em um negcio o qual no tenha suporte
financeiro para lev-lo adiante ou no ter a lucratividade esperada.
Considera que o empreendimento j nasce com todas as unidades vendidas e que o
perodo de financiamento igual ao da construo.
Em uma anlise grosseira, necessrio ter em caixa, nos momentos equivalentes, a
diferena gerada pelo confronto das receitas e despesas. Isso ocorre porque, neste
caso, o prazo de financiamento maior que o prazo de construo e a lucratividade
no grande o suficiente para impedir o dficit de caixa.
Assim, o lucro com o empreendimento no ser, igual a diferena final que o caixa
sugere. necessrio remunerar o emprego do prprio capital, inserindo juros, os
quais tambm devem entrar como despesa para calcular a lucratividade que se
espera com o lanamento do novo empreendimento.
27
Quanto se apresenta uma situao menos otimista e mais prxima da realidade que
o mercado impe no momento do lanamento. Leva em considerao a vendagem
de trinta por cento das unidades no momento do lanamento do empreendimento e
a cada ms mais dez por cento das mesmas, at a concluso da vendagem. A cada
ms que a unidade no vendida, esta sofre uma valorizao de venda de um por
cento em relao ao preo base.
Assim, neste caso, quem comprar uma unidade no lanamento, vai estar comprando
um imvel mais barato em um por cento que o cliente que adquirir no ms seguinte
ao lanamento e dois por cento mais barato que outro cliente que comprar o imvel
no segundo ms aps o lanamento, e assim por diante.
Nota-se, em primeira anlise, que o empreendimento desta forma, gera uma
necessidade maior de caixa, em contrapartida, sobra um montante maior em
aproximadamente trinta e trs por cento no final. Mais adiante, para outras anlises
financeiras, usar-se- indicadores.
O ponto de equilbrio (F) indica a partir de quando, relacionado s receitas
provenientes de vendas, o empreendedor passa a ter lucro com o empreendimento
ou a produo mnima para no ter prejuzos.
importante que se conhea a rentabilidade do seu projeto, o que corresponde,
segundo Sebrae (2005), remunerao do capital investido.
28
Taxa de rentabilidade = Lucro lquido x 100
Investimento
Frmula 5.1 - Taxa de rentabilidade : SEBRAE (2005).
Calcula-se ainda quanto rende a atividade operacional da empresa, ou seja, a
lucratividade operacional, a qual representa percentualmente o lucro operacional da
mesma em relao s vendas:
Lucratividade Operacional = Lucro operacional x 100
vendas
Frmula 5.2 - Lucratividade Operacional: SEBRAE (2005).
Por fim, verifica-se em quanto tempo ter-se- o perodo de retorno do capital
investido - Pay Back, considerando-se um determinado nvel de vendas e lucros:
Prazo retorno do investimento = investimento
Lucro lquido
Frmula 5.3 - Prazo de Retorno do Investimento: SEBRAE (2005).
Para um empreendimento mobilirio, o lucro liquido, sugerido da forma acima por
Sebrae (2005), ser o somatrio das diferenas de receitas e despesas que se
daro ao longo da implantao. Somente aproximadamente, no dcimo stimo ms,
conseguido, na totalidade, o retorno do capital investido; quando o caixa que era
negativo passa a positivo em favor do empreendedor.
29
Convm tambm salientar que o Pay Back, embora muito usado, no uma medida
de lucratividade do investimento, reflete mais a preocupao do empresrio com a
recuperao do capital investido; no considera o valor do dinheiro no tempo.
Por isso, recomenda-se que este mtodo seja usado como elemento auxiliar na
tomada de deciso.
5.2.7 Pesquisa Mercadolgica
Todas as decises sobre novos empreendimentos contm um certo grau de
incerteza, tanto em relao informao nas quais esto baseadas, como em
relao s suas conseqncias. Assim, o sucesso de uma pesquisa mercadolgica
a principal orientao para a deciso. Isto significa que a pesquisa deve ser
empreendida somente quando os seus resultados possam contribuir para diminuir a
incerteza ou influenciar decises.
No h qualquer razo para se fazer uma pesquisa mercadolgica se, ainda
segundo Sebrae (2005), o tomador de deciso (o empreendedor) no pretende
alterar sua posio inicial, no acredita ou no compreende os seus verdadeiros
resultados. A pesquisa no deve ser conduzida para satisfazer curiosidade pessoal
ou para justificar uma deciso que j est tomada.
Para o sucesso de um projeto de pesquisa mercadolgica, o empreendedor deve
despir-se de todos e quaisquer pressupostos. A informao, por si s, no leva
30
deciso nem ao sucesso: preciso escolher um curso de ao que ajude a
identificar problemas e oportunidades e que indique caminhos que reduzam as
incertezas.
A grande maioria dos dados externos necessrios s empresas secundria, isto ,
so regularmente obtidos e organizados por entidades pblicas ou privadas, como
prefeituras municipais, secretarias de estado, rgos do Governo Federal, entidades
de classe, universidades, entre outras fontes, como:
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica; SEBRAE - Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas; Associaes Comerciais, Industriais e Sindicatos; Centro de Pesquisa, Cooperativas e Agncias de Desenvolvimento; Centros Tecnolgicos; Jornais, revistas e publicaes especializadas.
Somente nas circunstncias e hipteses de esgotamento das fontes secundrias e
se as necessidades de informao persistirem, deve-se pensar na consulta direta s
fontes originais, ou seja, na obteno de dados primrios.
Os dados primrios servem para a abertura ou expanso de um novo negcio, a
primeira providncia que um empreendedor deve tomar desenvolver uma anlise
mercadolgica. A pesquisa um recurso vital que serve para:
Conhecer o perfil do cliente: caracterizao dos clientes nos aspectos quantitativos (potencial do mercado, participao da empresa no mercado,
31
etc) e qualitativos (estilo de vida, caractersticas comportamentais, hbitos de
consumo, escolaridade, renda, etc);
Perceber a estratgia dos concorrentes e observar seus pontos fortes e fracos;
Analisar os fornecedores e as empresas que fornecem produtos e servios: sistema de vendas e distribuio; polticas de preos e cobrana; qualidade
dos produtos e servios. O objetivo possibilitar ao empreendedor a
avaliao comparativa de seus potenciais fornecedores e, a partir de certos
critrios, definir uma classificao dos mesmos para orientar o processo de
compras, ou, se for ocaso, de terceirizao de atividades;
Dimensionar o mercado; Identificar o segmento de mercado mais lucrativo; Detectar novas tendncias; Avaliar a performance de seus produtos e servios; Identificar a quantidade ou volume que o mercado capaz de absorver e a
que preos estes produtos podero ser vendidos.
Pode-se analisar com estes parmetros: o tamanho do mercado; a sua
segmentao; costumes e hbitos do consumidor; melhorias tcnicas ou comerciais
em produtos j existentes; novas utilidades para produtos; novos produtos; deciso
de abandono de produtos; testes de longevidade (ciclo de vida); testes de
confiabilidade (problemas tcnicos); testes de desempenho (produtividade); testes
de funcionamento; testes de viabilidade; o que os clientes internos e externos acham
da marca; quais as mais conhecidas; qual a sua simbologia; quanto cobra os
32
concorrentes; qual a margem de contribuio; quanto paga os consumidores; quanto
se deve produzir (ponto de equilbrio); problemas de localizao; de comercializao;
estudos de implantao; definio de rotas e logstica; mapeamento da concorrncia
direta e indireta; estudo dos diferenciais competitivos; estudo para parceria e
terceirizao; definies e levantamentos de cenrios; estudos de viabilidade
econmico-financeiros mercadolgicos; definir as estratgias de promoo; estudos
de otimizao de mdia; testes de recall e de lembrana; campanhas de incentivos e
de endomarketing.
Para o desenvolvimento, o empreendedor deve seguir os seguintes passos:
Primeiro passo: definir, de forma clara, os objetivos que se pretende atingir, os dados ou informaes necessrias;
Segundo passo: selecionar as fontes de pesquisa que sero abordadas, sejam as envolvidas com o problema, ou outras, que mantenham pontos
diferentes de interao com o mercado;
Terceiro passo: abordar as fontes selecionadas, coletando informaes e subsdios para solucionar o problema;
Quarto passo: obter dados diretamente das fontes primrias; sejam consumidores, usurios de um servio, fornecedores ou sociedade em geral.
Esta etapa requer conhecimentos de estatstica, metodologia de coleta e
anlise de dados;
33
Ainda segundo Sebrae (2005), faz-se necessrio elaborao de um projeto de
pesquisa que defina claramente:
O motivo ou problema que d origem pesquisa; Os objetivos a serem atingidos; A definio da populao-alvo e do tamanho e tipo de amostra; A metodologia a ser utilizada; As estratgias e instrumentos para coleta de dados; Os resultados esperados; O cronograma de execuo; O oramento do trabalho a ser considerado pelo empreendedor como
investimento pr-operacional.
Dentre as tcnicas de pesquisa mais utilizadas, pode-se destacar:
Pesquisa documental e bibliogrfica - consiste na anlise de fontes secundrias (documentos, livros, fitas de udio e vdeo, fotografias, etc);
Observao direta - consiste na utilizao dos sentidos (neste caso especifico a utilizao da viso) para estudos e levantamentos;
Entrevistas (pessoais e por telefone) - consistem na conversao, de forma sistemtica e objetiva, entre duas pessoas, a respeito do fenmeno em
estudo;
Questionrios - consistem numa srie ordenada de perguntas, efetuadas por escrito e respondidas sem a interferncia do entrevistador;
34
Estudos de grupo - consistem no levantamento de opinies ou testes de utilizao atravs de uma reunio ou dinmica de grupo.
O conhecimento de alguns aspectos da vida das empresas deve permitir a avaliao
do grau de atratividade do empreendimento, subsidiando a deciso do futuro
empresrio na escolha do negcio que pretende desenvolver. Basicamente, os
riscos do negcio referem-se a:
Sazonalidade - Caracteriza-se pelo aumento ou reduo significativos da demanda
pelo produto em determinada poca do ano. Os negcios com maior sazonalidade
so perigosos e oferecem riscos que obrigam os empreendedores a manobras
precisas. Quando em alto grau, considerado fator negativo na avaliao do
negcio.
A anlise de mercado dever levar em considerao os empreendimentos em
operao.
5.2.8 Definio do empreendimento
A anlise de rvore de deciso o mtodo que pode ser utilizado para identificar o
melhor ato inicial, bem como os melhores atos subseqentes.
35
A primeira etapa desta anlise consiste em construir a rvore de deciso que
corresponde situao de deciso seqencial. A rvore construda da esquerda
para a direita com a identificao apropriada dos pontos de deciso (pontos
seqenciais nos quais deve ser feita uma escolha) e pontos casuais (pontos
seqenciais nos quais ocorrer um evento probabilstico). A construo de uma
rvore de deciso vlida para uma situao de deciso seqencial depende
particularmente da anlise apropriada da situao de deciso geral (Kaziemer,
1982).
Depois de ter sido construda a rvore de deciso, os valores de probabilidade
associados com os eventos ao acaso e as conseqncias econmicas que podem
ocorrer so, ambos, colocados no diagrama. Muitas das conseqncias econmicas
so diversas etapas retiradas do ponto de deciso inicial. Com o fim de determinar
os valores esperados dos atos alternativos no ponto de deciso inicial, os valores
esperados so sistematicamente calculados da direita para a esquerda na rvore de
deciso. Este processo chamado, s vezes, de reverso. Como resultado da
aplicao deste processo analtico, pode ser identificado o melhor ato para o ponto
de deciso inicial (Kaziemer, 1982).
5.3 Anlise de Viabilidade de Empreendimentos
Segundo Kaziemer (1982), a anlise de investimentos consiste em coletar as
informaes e aplicar tcnicas de engenharia econmica, considerando as taxas de
36
desconto, os prazos e os valores previstos em um fluxo de caixa. A anlise de
viabilidade est relacionada especificamente ao estudo de uma nova construo.
Versa sobre a comparao entre as receitas e as despesas da obra considerando o
tempo decorrido. Se os resultados apontam benefcios, o processo pode prosseguir;
caso contrrio, o projeto deve ser ajustado ou at abandonado.
5.3.1 Viabilidade econmica
Parte-se do pressuposto de que a viabilizao de qualquer negcio comea sempre
pelo aspecto econmico. Dentre as vrias oportunidades, existe sempre a
possibilidade de se identificar a mais atraente para escolher melhor um
empreendimento pelo qual se possa cobrar um bom preo, receber rpido e que
custe pouco. Tudo dentro de estimativas realistas de venda e levantamento de
custos confiveis. Em outras palavras, busca-se inicialmente o lucro, o benefcio
projetado para o futuro e alguma garantia de que ele ser realmente obtido (SILVA,
1995).
O preo dever ser maior do que o custo, e as receitas, ou entradas, devero ser
maiores que os gastos, ou sadas. Resumindo, quando a deciso de investir est
baseada apenas na anlise comparativa da quantidade de recursos entrantes e de
sadas referentes ao custeio do empreendimento, resultando em um lucro, trata-se
de viabilizao econmica (SILVA, 1995).
37
5.3.2 Viabilidade financeira
Segundo Silva (1995), a grande maioria dos negcios de construo civil exige o
investimento de capital, embora o preo seja, via de regra, superior aos custos, a
receita entra no caixa bem depois da necessidade de pagamentos de despesas.
Contratos de prestao de servios de construo civil por empreitada e
incorporaes imobilirias quase sempre exigem que se coloque antecipadamente
uma quantidade de recursos para alavancar a sua produo. Em suma, quando a
deciso de investir est baseada na disponibilidade de recursos, com objetivo de se
obter o equilbrio das entradas e sadas, levando-se em conta os saldos a cada
momento (fluxo de caixa), trata-se de viabilizao financeira.
Portanto, o estudo de viabilidade econmico-financeira tal que pretende
caracterizar um empreendimento que proporcione um lucro aos investidores ao final
do negcio, bem como ser capaz de evitar saldos negativos proporcionando,
conseqentemente, um fluxo de caixa positivo em qualquer momento do
empreendimento (Silva, 1995).
Entretanto, no deve, uma anlise prvia de viabilidade, se restringir a uma anlise
econmico-financeira, pois esta no leva em considerao fatores no quantificveis
que influenciam na qualidade dos indicadores do resultado final do negcio (Silva,
1995).
38
5.4 Princpios de Anlise e Indicadores de Qualidade da Anlise
Para que o estudo de viabilidade se aproxime da realidade, deve-se partir de um
bom cenrio, dispor de um bom modelo matemtico para simulao, conhecer os
indicadores de qualidade fornecidos pelo modelo de clculo e saber interpretar os
indicadores, estabelecendo critrios particulares de deciso (Silva, 1995).
As caractersticas especiais do mercado imobilirio tornam muito difcil o processo
de deciso de investimento ou de lanamento de novas construes. Principalmente
na anlise de viabilidade, na qual, muitas vezes, esta deciso tomada pelo
empresrio de forma intuitiva, de acordo com sua experincia e sua percepo das
condies momentneas do mercado, sem ter como base uma anlise criteriosa,
embasada em dados (Gonzles e Formoso, 1999).
Na prtica, os parmetros da anlise sofrem ainda por influncia de variveis
monitorveis e no monitorveis. As variveis monitorveis so aquelas que o
incorporador pode exercer algum tipo de controle ou pode alter-las de alguma
forma. As variveis no-monitorveis so as que fogem totalmente do raio de ao
do incorporador, sendo impostas pelo mercado. Pode-se citar, como variveis
monitorveis, os custos de produo, o cronograma fsico da obra, o cronograma de
desembolso da produo, as taxas de Bnus e Despesas Indiretas - BDI e a
remunerao dos servios; quanto s variveis no monitorveis, encontram-se,
dentre outras, a expectativa de inflao e dos juros da economia, a variao no valor
dos imveis e a velocidade de vendas ( Gonzles e Formoso, 1999).
39
As tcnicas mais comuns para a tarefa de anlise econmica e financeira so a
Taxa Interna de Retorno - TIR e o Valor Presente Lquido - VPL. Emprega-se
tambm o Custo Peridico - CP, perodo de retorno do investimento (pay back) e o
ndice de Lucratividade - IL. Geralmente, a anlise busca identificar o lucro ou se a
taxa de retorno maior do que a taxa de atratividade.
Decidir escolher entre alternativas disponveis, aps uma anlise baseada nos
critrios da engenharia econmica. Caso haja apenas um investimento em estudo,
seu rendimento dever ser comparado ao rendimento de aplicaes financeiras
correntes no mercado, disponveis ao investidor para o mesmo volume de recursos.
As taxas destas aplicaes sero os parmetros de comparao, definindo a taxa
mnima de atratividade deste investimento.
sempre importante trabalhar com tcnicas que considerem o momento em que
ocorrem as despesas e receitas, por meio de um fluxo de caixa descontado, o que
no incrementa significativamente a dificuldade de anlise. A seguir so revisados
conceitos sobre as tcnicas empregadas na anlise financeira de investimentos.
Para incorporar o custo-tempo do dinheiro, torna-se fundamental determinar uma
taxa de desconto adequada. Esta a primeira questo.
40
5.4.1 Fluxo de caixa
Fluxo de caixa a apreciao das contribuies monetrias (entradas e sadas de
dinheiro) ao longo do tempo a uma caixa simblica j construda. Pode ser
representada de uma forma analtica ou grfica (Galesne, 1999).
O fluxo de caixa de uma incorporao, por ser complexo, exige a montagem de uma
matriz, que relacione as transaes financeiras com os perodos em que foram
efetuadas, podendo ser chamada de matriz do fluxo de caixa (Galesne, 1999).
O diagrama de fluxo de caixa uma representao dos fluxos de dinheiro ao longo
do tempo. Graficamente, emprega-se uma linha horizontal representando o tempo,
com vetores identificando os movimentos monetrios, adotando-se convenes
cartesianas: fluxos positivos para cima e negativos para baixo. So considerados
fluxos positivos os dividendos, as receitas ou economias realizadas; so
considerados fluxos negativos as despesas em geral, a aplicao de dinheiro, o
custo de aplicaes ou as parcelas que foram deixadas de receber (Galesne, 1999).
Fluxos de caixa so construdos para dar apoio a decises empresariais, estudar
aplicaes de resduos de caixa de permanncia temporria e servir de base para a
obteno dos indicadores necessrios para a anlise financeira. No caso do caixa
da incorporao, pode-se mencionar os seguintes indicadores, entre outros:
exposio mxima (ms onde se verifica o maior saldo positivo);
41
prazo de retorno;
taxa de retorno.
Com a ajuda do fluxo de caixa, pode-se determinar o momento em que a
incorporao requisitar o ingresso de recursos de financiamento ou investimento, e
ainda, determinar o momento que parte do faturamento poder ser transferido para o
retorno (Galesne, 1999).
5.4.2 Taxa de desconto do fluxo de caixa
O capital equivalente a um real aplicado durante t anos a uma taxa de juros de k% a
.a . equivale a (1+k)t ao final de t anos. Para se dispor de um real ao cabo de t anos
seria suficiente aplicar hoje, a uma taxa de juros k, o valor de 1/(1+k)t. Ou seja,
1/(1+k)t o valor presente de um real a ser recebido dentro de t anos. Assim, um
projeto ser dito rentvel se o total das entradas de caixa trazidas ao presente, a
uma taxa k, tiver um valor superior ao total das sadas de caixa do projeto, tambm
trazidas ao presente mesma taxa k (Galesne, 1999).
Convm discutir a taxa a ser utilizada para descontar os fluxos de caixa de um
projeto, antes de se passar descrio destes critrios de anlise. Para a avaliao
um projeto de investimento, a taxa de desconto k ser a taxa mnima de
rentabilidade exigida do projeto, tambm chamada Taxa Mnima de Atratividade -
(TMA). Esta taxa representa o custo de oportunidade do capital investido ou uma
42
taxa definida pela empresa em funo de sua poltica de investimentos. Para a
anlise desenvolvida neste trabalho, ser considerada a taxa de desconto k como a
taxa mnima de rentabilidade que a empresa exige de seus projetos de
investimentos, ou simplesmente taxa mnima de atratividade. Em ltima anlise, a
taxa de desconto k tem a finalidade de tornar os valores dos fluxos de caixa
equivalentes aos valores presentes (Galesne, 1999).
A taxa de desconto, referida como taxa mnima de atratividade, tambm tratada
como custo de capital, ou como custo de oportunidade. Estes termos, contudo, no
so sinnimos e, de outra parte, o valor assumido para cada taxa depende do porte
da empresa e da conjuntura momentnea da economia. Pode-se discriminar essas
taxas em:
Custo de oportunidade do capital de terceiros (ka) a taxa de captao dos recursos no mercado, seja atravs de instituies financeiras ou investidores
privados;
Custo de oportunidade de capital prprio (ke) o custo de uso do capital prprio da empresa. Representa as oportunidades de uso de capital perdidas
quando decidida determinada alocao de recursos;
Taxa de reinvestimento (rs) a taxa de aplicaes futuras dos fluxos de caixa positivos gerados pela empresa. No deve ser tomada como o custo do
capital prprio (ke), porque os fluxos positivos nem sempre podem ser
aplicados a esta taxa, por questes de prazo e volume de recursos. Deve ser
ligada taxa efetiva de reaplicao dos fluxos futuros, nas aplicaes em que
dispe;
43
Taxa mnima de atratividade - TMA do ponto de vista terico, a taxa de desconto deveria ser igual ao custo de oportunidade do capital prprio (k=ke).
Porm, pode ser substituda por uma taxa politicamente definida pelo decisor,
em funo da poltica de investimento da empresa (k=TMA). A taxa de
atratividade representa a rentabilidade mnima exigida pelo investidor, ou
seja, sua motivao para investir. Como no tem sentido que a TMA seja
inferior ao custo de oportunidade do capital prprio, geralmente adota-se TMA
ke, pois a empresa desejar obter mais do empreendimento do que obteria
em uma alternativa de investimento comparvel e segura, devendo ainda
incluir uma parcela de risco (Galesne, 1999).
Assim, a taxa k de desconto poder assumir um dos valores acima, conforme as
premissas e o enfoque da anlise. Na construo civil, deve-se verificar ainda que
geralmente o investimento prprio pequeno, trabalhando-se fundamentalmente
com os recursos dos compradores e, na verdade, a taxa de atratividade reflete a
viabilidade do empreendimento globalmente (Galesne, 1999).
5.4.3 Critrios de fluxo de caixa descontado critrio do valor presente lquido
O valor presente lquido (VPL) de um projeto de investimento igual diferena
entre o saldo dos valores presentes das entradas e sadas lquidas de caixa
associadas ao projeto e ao investimento inicial necessrio, com o desconto dos
fluxos de caixa feito a uma taxa k definida pela empresa (TMA). Todo projeto de
44
investimento que tiver um VPL positivo ser rentvel; para um projeto analisado,
havendo mais de uma variante rentvel, o de maior VPL ser o mais lucrativo. o
valor presente dos retornos diminudos dos investimentos, descontados at a data
da anlise pela taxa de juros do custo do capital (Galesne, 1999).
5.4.4 Critrio do ndice de lucratividade (IL)
Este critrio consiste em estabelecer a razo entre o saldo dos valores presentes
das entradas e sadas lquidas de caixa do projeto e o investimento inicial. Neste
critrio tambm, os clculos so efetuados com base na taxa mnima de atratividade
(k) da empresa. Este ndice informa a percentagem de quanto se est ganhando,
alm do custo do capital, em relao ao valor presente do investimento (Galesne,
1999).
5.4.5 Critrio da taxa interna de retorno (TIR)
Por definio, a taxa que anula o valor presente lquido do empreendimento
chamada de taxa interna de retorno (TIR). uma taxa mdia de desconto do fluxo
de caixa, ou, em outras palavras, a taxa que torna o valor presente dos fluxos de
caixa igual ao investimento inicial. a mnima taxa de retorno que garante a
recuperao da quantidade investida (Gonzalez e Formoso,1999). Todo projeto cuja
45
taxa de retorno seja superior taxa mnima de rentabilidade que o dirigente da
empresa exige para seus investimentos, o negcio interessante (Galesne, 1999).
5.4.6 Critrio do perodo de retorno do investimento (pay back)
Consiste na anlise do perodo necessrio para se obter o retorno do investimento
inicial sem considerar nenhum tipo de juros. O que falho neste critrio que ele
utilizado como um critrio de rentabilidade de projetos, quando, na verdade, ele se
caracteriza mais como uma medida da liquidez do capital investido no projeto. O uso
deste critrio pode ser justificado quando empregado em conjunto com os critrios
baseados nos fluxos de caixa descontados, jamais como critrio principal (Galesne,
1999).
5.4.7 Aplicao da teoria da engenharia econmica aos estudos de
viabilidade
Raros so os estudos especificamente direcionados aplicao das tcnicas
apresentadas acima na avaliao de empreendimentos imobilirios.
As tcnicas atualmente em uso para avaliao prvia de empreendimentos utilizam
formatos mais simples, baseando-se exclusivamente no comparativo entre custos e
46
receitas totais. Como o tempo elemento significativo e a incidncia de custos e
receitas ocorrem em diferentes momentos, importante descontar (ou capitalizar)
tais ocorrncias para uma data nica, usualmente a data do estudo de viabilidade.
Para tanto, identifica-se a taxa de atratividade e/ou custos financeiros incidentes,
para a aplicao dos mtodos disponveis, atravs da engenharia econmica
(Balarine, 1997).
5.5 Anlise de Riscos e Incertezas nas Decises de Investimentos
A incerteza o desconhecimento das condies de variabilidade de um parmetro,
impedindo a adequada previso de seu comportamento.
A previsibilidade do futuro, por parte do dirigente de uma empresa, est diretamente
influenciada por diversos fatores externos sobre os quais este dirigente no tem
domnio. O clima, os acontecimentos polticos e sociais e as descobertas cientficas
so exemplos de fatores que influenciam as decises de investimento. Assim, o
dirigente da empresa deve, para manter a empresa no mercado, assumir riscos: o
risco de fracasso do empreendimento um deles. este risco que o dirigente da
empresa vai se esforar em reduzir, tentando prever, quando no influenciar, a
evoluo futura dos elementos determinantes da rentabilidade de seu investimento
(Galesne, 1999).
47
5.5.1 Incerteza quanto previso das receitas
O sucesso ou fracasso de um investimento depende da maneira como o produto
resultante do investimento aceito pelo mercado consumidor. Contudo, depender
tambm do tipo de organizao do mercado para o produto considerado. O mercado
consumidor muda ao sabor da alterao dos gostos e das necessidades de cada
consumidor individual. assim que muitos produtos de grande aceitao, num dado
momento, declinam e, at mesmo, desaparecem, enquanto outros podem
apresentar um crescimento muito rpido. Em geral, pode-se constatar que a
incerteza das receitas tanto maior quanto mais inovador o produto (Galesne,
1999).
Para uma situao de monoplio de mercado, o grau de incerteza menos elevado
e pode ser reduzido por meio de estudos de mercado. Para uma situao
concorrencial, o sucesso da estratgia de uma empresa depender, em grande
parte, da reao das demais tomada de sua ao. Esta segunda fonte de incerteza
mais incmoda que a primeira por fugir totalmente ao controle da empresa que
inicia a ao (Galesne, 1999).
48
5.5.2 Incerteza quanto previso dos custos
A necessidade de se reduzir a incerteza existente na estimativa de custos de
produo tem levado as empresas a implantarem sistemas de custos e estrito
controle dos oramentos. Estes oramentos so baseados em experincias
anteriores da empresa (Galesne, 1999).
Entretanto, esta experincia anterior no se constitui, de forma alguma, em garantia
de repetio de fatores no futuro. Fatores relacionados a agentes externos, como
aumentos de preos de matrias-primas, podem contribuir para que as previses
baseadas em sries histricas possam fracassar (Galesne, 1999).
5.5.3 Incerteza quanto ao nvel de rentabilidade do reinvestimento dos fluxos
de caixa do projeto
A conseqncia essencial desta incerteza parece ser a variabilidade potencial da
rentabilidade esperada. Visto que no se pode assegurar a rentabilidade, pode-se
concluir que a incerteza quanto ao resultado dos fluxos lquidos de caixa seja
tambm elevada (Galesne, 1999).
49
5.5.4 Risco de um projeto de investimento
Risco e incerteza, embora ligados, so noes distintas; so ligados no sentido de
que o risco de um projeto de investimento a conseqncia da incerteza associada
ao projeto; so distintos medida que um projeto de investimento, com resultados
incertos, somente arriscado quando suscetvel de apresentar resultados no
desejados (Galesne, 1999).
5.5.5 Avaliao de empreendimentos em condio de risco
Como visto, em presena de risco, admite-se que h uma probabilidade conhecida
de variao dos parmetros. Conforme infere Riggs (1968) apud Gonzlez (1999),
algumas vezes, o risco to remoto que pode ser desconsiderado como fator; em
outras ocasies precisa ser ignorado pela falta absoluta de dados para anlise ou
porque esta anlise envolve demasiado tempo ou custo.
O risco deve ser considerado se as atividades so projetadas para um futuro
distante e os resultados esto sujeitos a influncias condicionais. necessrio
determinar as alternativas possveis e deve-se desenvolver uma rvore de deciso
(Galesne, 1999)
Ainda segundo o autor supracitado, a identificao das alternativas inclui:
50
Definio dos estados ou condies futuros (mercado e macro economia); Predio da probabilidade de cada estado ocorrer; Determinao dos retornos associados a cada estado.
Estados futuros podem ser antecipados, mas no controlados. A questo chave
decidir quais estados so relevantes para a soluo do problema, limitando a
complexidade de anlise a um nvel razovel.
Algumas questes esto sob o controle da empresa, ao menos relativamente, tais
como datas de lanamento e entrega do produto, custo de produo, tamanho e
especificaes do empreendimento e projetos, entre outros, e, com algum esforo, a
empresa poder antecipar as variaes possveis e mant-las nestes nveis durante
a execuo.
Para a anlise do risco, h tcnicas complexas, entre elas, a teoria dos jogos e as
rvores de deciso. Ainda se pode realizar a anlise da sensibilidade do fluxo de
caixa, percebendo-se a influncia na variao de parmetros importantes, tentando
de forma simplificada prever situaes futuras.
51
6 ESTUDO DE CASO
O empreendimento Plaza I, enquadrado na faixa top do mercado imobilirio de So
Paulo, foi idealizado para um publico alvo do tipo alto padro (Goldman,2004),
motivo pelo qual escolheu-se como caso prtico do presente estudo. Outra questo
relevante na escolha do empreendimento estudado foi o fato de estar associado ao
um outro empreendimento de muito sucesso na capital paulista, denominado Centro
Empresarial Naes Unidas - CENU, conforme ilustrado na Figura 6.1.
Figura 6-1 - Integrao Edifcio Plaza I e Centro Empresarial Naes Unidas Edifcios de Escritrios em So Paulo (2005).
O objetivo do estudo desse empreendimento identificar como a fase de viabilidade
se refletiu na formatao do produto, pela anlise de seus indicadores especficos, e
52
comparar os resultados gerados pelo estudo de viabilidade com o resultado real do
empreendimento.
Para realizao do estudo utilizaram-se valores de custos desatualizados, sem a
devida correo monetria, pela impossibilidade em divulgar os valores reais do
empreendimento. Portanto os valores de custos do empreendimento apresentados
no estudo de caso so irreais, devendo ser considerados apenas para apresentao
deste trabalho de concluso de curso. Tal fato no impediu o desenvolvimento
desse trabalho.
6.1 Edifcio Plaza I
No ano de 2000 um grupo de incorporadores, incluindo alguns que participaram da
construo do Centro Empresarial Naes Unidas CENU, hoje visto como um
marco no mercado de empreendimentos imobilirio de So Paulo, associaram-se
para viabilizar o Plaza I, um edifcio de escritrios com cerca de 800 metros
quadrados de rea de laje. Com unidades do tipo AA - padro que abrange
sofisticadas instalaes prediais com comunicao de dados e voz - o edifcio situa-
se entre a avenida Engenheiro Lus Carlos Berrini e a marginal do rio Pinheiros,
regio paulistana que teve significativa expanso imobiliria na ltima dcada.
O edifcio Plaza I est classificado como um edifcio de escritrios de alto padro,
conforme Goldman (2004). A formatao deste empreendimento, no entanto, foi
focada em um nicho dentro deste pblico, que est associado aos grandes
53
investimentos de multinacionais que associam os empreendimentos moda, e
composto fundamentalmente por corporaes que escolhem um empreendimento
com o mesmo critrio que os indivduos da classe alta escolhem uma roupa ou
acessrio, ou seja, pela grife associada ao produto, acredita-se que a imagem esteja
associada regio da Berrini que , atualmente, o local de maior concentrao das
grandes corporaes na capital paulista.
A partir do conhecimento desse pblico, de suas preferncias e ansiedades, a
formatao do empreendimento procurou traduzir o que o mercado est buscando, e
para isso foram criados diferenciais relacionados localizao, facilidades e
estrutura oferecida que tem como objetivo levar o empreendimento a se destacar
dentro de seu mercado.
6.1.1 Caractersticas do Empreendimento
Terreno Disponvel
Endereo: Rua James Joule x Edward Weston x Leon Foucal Z3 rea do Terreno: 2.681,76 m2 Aproveitamento mximo: 4 x rea total = 10.727,07 m2 Ocupao mxima permitida: 31,25% = 838,05 m2 Categoria de uso: S2 e C2 Escritrios e Lojas Recuos: R1 = 5,00m / R2 = 4,00m
54
A Figura 6.2 mostra a real localizao do terreno disponvel para a construo do
edifcio Plaza I.
Figura 6-2 - Localizao do Empreendimento: Edifcios de Escritrios em So Paulo (2005).
6.1.2 Descrio do Projeto
Uso Proposto: S2 e C2 Escritrios e Lojas
Ocupao proposta: 29,83% = 800,00 m2
Aproveitamento Proposto: 4 x rea total = 10.727,04 m2
Edifcio contendo 4 subsolos para estacionamento e equipamentos, capacidade de at 330 vagas com manobristas (01 vaga para cada 32,80 m2
55
de rea computvel), sendo o mnimo legal 216 vagas (01 vaga para cada
50,00 m2 de rea computvel).
Pavimento trreo contendo acesso, pilotis, hall, escritrios e loja com 310,00 m2 de rea computvel. A loja ter mezanino com rea computvel de 90,00
m2, num total de 400,00 m2. O pavimento trreo conter ainda mezanino com
rea para zelador e sala de segurana.
Pavimento tipo 1 ao 14 - andares divisveis em at 02 unidades autnomas, rea computvel na laje de 680,00 m2 e rea no computvel
(terraos) de 13,00 m2, num total de 693,00 m2, mais reas de vazios,
elevadores e shafts de 35,00 m2.
Pavimento duplex com rea total computvel de 886,00 m2 e rea no computvel de 26,00 m2, mais 65,00 m2 no computvel para circulao.
A distribuio de vagas na garagem ser de 20 vagas por pavimento tipo, 20 vagas para pavimento duplex, 13 vagas para loja e 12 vagas para o
condomnio.
Pavimento tcnico para equipamentos (16), acesso ao heliponto, com dimenses permitir a homologao pelo Comando Areo Regionais -COMAR.
Circulao vertical, previsto 05 elevadores comuns, mais 01 elevador de segurana (h= acima de 60,00m) e 2 escadas de segurana.
Nmero de unidades autnomas no projeto = 30 unidades.
A Tabela 6.1 demonstra a distribuio de reas por unidades autnomas e as reas
comuns do edifcio.
56
Tabela 6.1 - rea da proposta Edifcio Plaza I
PREFEITURA CONDOMNIO
Local rea computvel
(m2)
rea no
computvel
(m2)
Shafs,
Elevadores (m2)
rea Desp.
S/Laje (m2)
1 ao 4 Subsolos 4 x
2.018,00 m2 - 8.072,00 90,00 -
Trreo - Acessos e loja 310,00 490,00 - 1.218,00
Mezanino = 136,00 m2
Zelador = 100,00 m2 90,00 100,00 - -
1 ao 14 Pavimento. Tipo
14 x(680,00+13,00 m2) 9.520,00 182,00 490,00 -
15 Pavimento Duplex N.
Inf. - 680,00+13,00 m2 N.
Sup. 206,00+13,00 m2
680,00
206,00
13,00
78,00
35,00
35,00
-
-
16 Pavimento - 400,00 - 328,00
Heliponto - - - 400,00
Total 10.806,00 9.335,00 650,00 1.946,00
rea total para Prefeitura = 20.141,00 m2
rea Total construda= 22.737,00 m2
rea provvel de venda Laje tipo com 20 vagas = 1.400,00 m2
57
6.2 Estudo de Viabilidade Econmico-Financeiro
Devido ao grande sucesso do Centro Empresarial Naes Unidas - CENU, e a
consolidao da regio da Avenida Lus Carlos Berrini como novo centro empresarial
de So Paulo, para a implantao do empreendimento Plaza I foi criado pelos
incorporadores um cenrio otimista com relao anlise do mercado, pois no fim
dos anos noventa o mercado se mostrava carente desse tipo de empreendimento
para atender uma classe especifica elevada.
Portanto, o estudo de viabilidade para implantao do Plaza I se baseou na anlise
econmico-financeira do empreendimento.
6.2.1 Montagem da Incorporao
Para implantao do empreendimento Plaza I, a incorporao foi dividida em dois
momentos:
Momento 1: Compra de terrenos estratgicos, neste momento a incorporao formada por trs cotistas com 33,33% cada , definiu o preo final das
compras e o aporte mximo dos incorporadores, e para o empreendimento
estudado foi definido o preo alvo-final da compra das casas e o aporte
mximo dos incorporadores, conforme demonstrado na Tabela 6.2
58
Tabela 6.2 - Compra de terrenos estratgicos
Definies Valor Total Valor por m2
Preo alvo-final da compra das casas R$ 8.786.108,00 R$ 3.276,25
Aporte mximo de cada incorporador R$ 3.000.000,00 R$ 3.356,00
Momento 2: Repasse para investidores, neste momento os incorporadores formataram o preo de venda do empreendimento para os investidores,
considerando o preo por adeso ao empreendimento por investidores, o
lucro bruto dos incorporadores, o valor da intermediaes das