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Faculdade de Motricidade Humana Universidade Técnica de Lisboa METODOLOGIAS ESPECÍFICAS DE INTERVENÇÃO PSICOMOTORA: ESTUDO DO SEU IMPACTO EM CRIANÇAS DO 3º ANO DE ESCOLARIDADE COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA MATEMÁTICA Dissertação elaborada com vista à obtenção do Grau de Mestre em Reabilitação Psicomotora Orientador: Professor Doutor Vitor Manuel Lourenço da Cruz Júri Presidente: Professor Doutor Rui Fernando Roque Martins Vogais: Professor Doutor Vitor Manuel Lourenço da Cruz Professora Doutora Ana Maria Fité Alves Diniz Rita Filipa Almeida Santos (2012)

Estudo Do Impacto Da Psicomotoricidade Nas DAM

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Impacto da Psicomotricidade nas Dificuldades de Aprendizagem

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Faculdade de Motricidade HumanaUniversidade Tcnica de Lisboa METODOLOGIAS ESPECFICAS DE INTERVENO PSICOMOTORA: ESTUDO DO SEU IMPACTO EM CRIANAS DO 3 ANO DE ESCOLARIDADE COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA MATEMTICA Dissertao elaborada com vista obteno do Grau deMestre em Reabilitao Psicomotora Orientador: Professor Doutor Vitor Manuel Loureno da Cruz J ri Presidente: Professor Doutor Rui Fernando Roque Martins Vogais: Professor Doutor Vitor Manuel Loureno da Cruz Professora Doutora Ana Maria Fit Alves Diniz Rita Filipa Almeida Santos (2012) Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 2/26 ndice Resumo: ......................................................................................................................................... 3 Abstract: ......................................................................................................................................... 3 1.Introduo .................................................................................................................................... 4 2.Metodologia ................................................................................................................................. 7 2.1 Objectivos e Hipteses .......................................................................................................... 7 2.2 Participantes .......................................................................................................................... 7 2.3 Procedimento e instrumentos ................................................................................................ 8 2.4 Instrumentos de Avaliao .................................................................................................. 10 2.5. Instrumentos de Interveno .............................................................................................. 12 3. Apresentao e Discusso dos Resultados .............................................................................. 14 3.1 Estudo Intra-Grupo .............................................................................................................. 15 3.2 Estudo Inter-Grupo .............................................................................................................. 19 4. Concluso ................................................................................................................................. 22 5.Bibliografia ................................................................................................................................. 23 ndice de Tabelas e Ilustraes Esquema 1 - Desenho Experimental ............................................................................................... 9 Tabela 1 - Objectivos Interveno Psicomotora ............................................................................ 13 Tabela 2 - Estatstica Descritiva GRUPO A ................................................................................... 14 Tabela 3 - Estatstica Descritiva - Grupo B.................................................................................... 15 Tabela 4 - Estatstica Inferencial A1/A2 - GRUPO A ..................................................................... 15 Tabela 5 - Estatstica Inferencial A2/A3 - GRUPO A ..................................................................... 16 Tabela 6 - Estatstica Inferencial A1/A3 - GRUPO A ..................................................................... 17 Tabela 7 - Estatstica Inferencial B1/B2 - GRUPO B ..................................................................... 17 Tabela 8 - Estatstica Inferencial B2/B3 - GRUPO B ..................................................................... 18 Tabela 9 - Estatstica Inferencial B3/B4 - GRUPO B ..................................................................... 18 Tabela 10 - Estatstica Inferencial B2/B4 - GRUPO B ................................................................... 19 Tabela 11 - Estatstica Inferencial - A1/B1 .................................................................................... 20 Tabela 12 - Estatstica Inferencial - A2/B2 .................................................................................... 20 Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 3/26 Resumo: Oobjectivodesteartigoinvestigaroimpactodaintervenopsicomotoraemcrianascom Dificuldades de Aprendizagem na Matemtica (DAM). Participaram neste estudo 30 crianas com DAM,tendosidoavaliadasnosdomniosCognitivo(CognitiveAssessmentSystem),Aritmtica (Bateria de Kaufman) e Psicomotor (Bateria Piaget-Head e Bateria Psicomotora). Os participantes foramsujeitosaumplanodeintervenopsicomotoracomoobjectivodeoptimizaroseu desempenhonamatemtica.Verificou-sequetodasascrianassujeitasaintervenonos apresentaramganhossignificativosemtodososdomniosavaliados,comoessesganhos permaneceramnotempo.Estesresultadosparecemreforaraimportnciadainterveno Psicomotora no mbito das dificuldades de aprendizagem. Palavras-Chave:Psicomotricidade,Matemtica,DificuldadesdeAprendizagemnaMatemtica, Interveno Psicomotora, Processos Cognitivos Abstract:Theaimofthispaperistoinvestigatetheimpactofpsychomotorinterventioninchildrenwith MathematicLearningDisabilities.Thisstudyinvolved30childrenwithMathematicLearning Disabilitieswhowereevaluatedincognitive(CognitiveAssessmentSystem),Arithmetic(Battery Kaufman) and Psychomotor (Drums Piaget-Head and Psychomotor Battery) domains. Participants were integrated into a psychomotor intervention plan with the aim of optimizing their performance in mathematics. It was found that all the children subject to intervention showed significant gains in all areas evaluated, and these gains were maintained in time. These results seem to reinforce the importance of Psychomotor intervention in children with learning difficulties. Key-Words:Psychomotricity,Mathematics,LearningDisabilitiesinMathematics,Psychomotor Intervention, Cognitive Processes Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 4/26 1.Introduo Aaprendizagemumprocessointegradoepersistentenotempo,peloqualnovos comportamentossoadquiridospelosindivduoseoutrossomodificadoscomoresultadodas suas experincias (Fonseca, 2004; Godinho, Barreiro, Melo e Mendes, 2002; Martins, 2000). Esta alteraocomportamentaladvmdeumaalteraoestruturalprviaquefunodoSistema NervosoCentral(Fonseca,2004).Hebbs(1976citinMartins,2000)refereaintegrao neurolgica como a base do processo de aprendizagem.Contudo, estes processos nem sempre decorrem dentro dos parmetros normais, podendo verificar-se dificuldades no decorrer dos mesmos.Asdificuldadesdeaprendizagem(DA)tmumahistriabastanterecente,segundo Mihandoost(2011)estaconstitudaportrsfasesimportantes.AprimeirafaseFaseda Fundao (1800-1930) foi marcada pelos primeiros passos de investigao onde as funes e desordensdocrebroforamabordadas.AFasedaTransiodecorreude1930a1960;nesta faseestudoscientficosdocrebroforamcruzadoscomestudosclnicoscomcrianase traduzidosemformasdeinterveno.De1960a1980decorreuaFasedeIntegrao caracterizada pela integrao do conceito de DA nas escolas e implementao de programas nas escolas (Lerner, 2003; Mihandoost, 2011). Actualmente encontramo-nos na Fase Contempornea, onde se verifica uma tendncia para definir com maior preciso o termo DA, alargar a colaborao entre escolas, e optimizar o uso das novas tecnologias (Cruz, 1999; Lerner, 2003).A primeira definio de DA surgiu em 1963 por Samuel Kirk, que gerou uma boa aceitao massimultaneamentecriouumgrandedesafio(Lerner,2003).Aolongodosanosgerou-se algumacontrovrsiaeconfusodevidograndevariabilidadedeconceitosavanados(Martins, 2000).Finnetal(2001,citinMcNamara,2004),referiraminclusivamentequefcilconcordar com a ideia de DA, mas no to frequente a concordncia relativamente ao seu conceito.Apesar de algumas divergncias, possvel identificar quatro definies que surgem com maior aceitao e viabilidade profissional a do National Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD) , a do US Office of Education de 1977 (USOE), a do Interagency Committee on Learning Disabilities(ICLD)eadaLearningDisabilitiesAssociationofAmerica(LDAA)(Caldeira,2010; Cruz,1999;Lerner,2003).Dentrodasrefernciasacimaapresentadas,adefiniodoNJCLD que rene maior aceitao e consenso internacional (Cruz, 1999; Fonseca, 2004) e parece ser a mais apropriada para a problemtica em questo (Correia, 2008).Nestesentido,esegundooNJCLD(1991,p.3)(1998,pp.1,2),adefiniodeDA compreende o seguinte contedo: Dificuldades de Aprendizagem uma designao geral que se refereaumgrupohetergenodedesordensmanifestadaspordificuldadessignificativasna aquisio e na utilizao da compreenso auditiva, da fala, da leitura, da escrita, e das habilidades matemticas.Estasdesordensintrnsecasaoindivduoepresumindo-sequesejamdevidasa umadisfunodoSistemaNervosoCentral,podemocorrerdurantetodaavida.Problemasnos comportamentosdeauto-regulao,naperceposocialenainteracosocialpodemcoexistir Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 5/26 comasDA,masnoconstituemporelesprpriosumaDA.ApesardasDApoderemocorrer concomitantementecomoutrasdeficincias,oucominflunciasextrnsecas,elasnosoo resultado dessas condies ou influncias. Devidovariedadedeconceitosquesurgiramaolongodostempos,oconceitodeDA tornou-se uma esponja sociolgica absorvendo todas as problemticas e factores associados ao processo de ensino-aprendizagem (Fonseca, 2004). Neste sentido surgiu posteriormente o termo Dificuldades de Aprendizagem Especificas (DAE) que restringe o conceito de DA (Correia, 2008). Considerandoasvriasdefiniesaolongodotempo,possvelidentificaralgumas caractersticas e critrios comuns neste conceito, nomeadamente a origem neurolgica (disfuno nosistemanervosocentral);oenvolvimentoprocessualdeinformao(interfernciados processoscognitivos);asdificuldadesnumaoumaisreasacadmicasedeaprendizagem;a discrepnciaacadmica;opadrodesigualdedesenvolvimento;aexclusodeoutrascausas como,problemasintelectuaisgeneralizados;eacondiovitalciadaproblemtica(Correia, 2008).Numarevisobibliogrfica,Cruz(2009)referequeosproblemasmaisfrequentesnas crianascomDA,citadosporvriosautores,ocorremaonveldaateno,dapercepo,da memria,dacognio,daactividademotoraepsicomotoraeaindaaonvelemocional,scio emocional e psicolingustico.Comojreferido,oconceitodeDAapresentaumavariedadedepropostas,porsuavez, quando pretendemos fazer a classificao desta problemtica surgem tambm diversas formas de ofazer.Optou-seporapresentaraclassificaopropostapelaAmericanPsychiatricAssociation (2006)noDSM-IV-TRquedistinguequatrocategorias:PerturbaonaLeitura,Perturbaona Matemtica;PerturbaonaExpressoEscritaePerturbaonaAprendizagemSemOutra Especificao.Onossoestudodirecciona-separaasperturbaesnaMatemticasendoimportante perceberassuasespecificidades.Amatemticaoulinguagemquantitativaumalinguagem simblica universal (Lerner, 2003), dedicada s relaes de quantidade e de espao, envolvendo anoodenmero,contagem,seriaoeidentificao,assimcomoasestruturaseoperaes que as justificam (Fonseca, 2004). A matemtica um processo sequencial (Lerner, 2003) em que sepodemidentificartrsdomnios:aritmtica,lgebraegeometria;eaindadoistiposde conhecimento:declarativoeprocessual(Cruz,2009).Nesteprocessosonecessrias ferramentascomoaabstraco, representao emanipulaosimblica,ealgunspr-requisitos como a habilidade para seguir uma sequencial de instrues; sentido de direco, localizao no espao, orientao e organizao espacial; reconhecimento de padres; visualizao; estimao; raciocnio dedutivo e indutivo (Cruz, 2003).Quandoospr-requisitosnoestopresentes,ouexistemdificuldadesnaaprendizagem ouentendimentonascompetnciasbsicasassociadasaosdomniosdamatemticaestamos peranteDificuldadesdeAprendizagemnaMatemtica(DAM)(Cruz,2003).SegundoRourkee Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 6/26 Conway(1997),asdificuldadesnamatemticasoumdistrbioespecficonaaprendizagemde conceitos matemticos e computao, associado a uma disfuno do Sistema Nervoso Central. Crianas com DAM apresentam caractersticas comuns, como o dfice de ateno, dfice visuoespacialdificuldadesnoprocessamentoauditivo,dificuldadesmotoraseproblemasde memria (Cruz, 2003).Mussolini et al (2009) refere a existncia de um dfice generalizado no sistema cognitivo, nomeadamente na memria de trabalho, recuperao de informaes da memria a longo prazo, ouhabilidadevisuoespacialnestascrianas.Porsuavez,outrosautoresindicamquecrianas comDAMrevelamproblemasnaconstruodalinhanumricamental(Bachot,Gevers,Fiase Roeyers,2005),ounoacessorepresentaointernademagnitudedanotaosimblica (Rousselle e Nel, 2007). Emconcluso,Lerner(2003)referequeestascrianastmfaltadeexperinciasque levam ao entendimento do espao, ordem, tempo, distncia e quantidade.EstudosrecentescomoosdeBarbaresi,Katusic,Colligan,WeavereJacobsen(2005), Gross-Tsur,Manor,eShalev(1996)eMussolinietall(2009),revelamque5a7%dascrianas em idade escolar apresentam DAM, valores estes que, devido divergncia conceptual, podero sofrer alteraes (Swanson, 2012). Contudo consensual que um nmero significativo de alunos tem esta dificuldade.Fonseca (2004) enquadra a linguagem quantitativa como um dos patamares mais elevados na hierarquia da linguagem, onde as aprendizagens bsicas de cada cultura exigem a realizao prviadasaquisiesbsicasreferentessfuneshumanassuperiores.Oquefaltacriana queiniciaaaprendizagemnalinguagemquantitativasoascompetnciasligadassnoes espaciais e de quantidade, o que implica o domnio de noes relacionadas com a forma, a cor, o tamanho,aquantidade,adistncia,aordem,estandoestasnoesintegradasinicialmentena experinciasensriomotoraeperceptivomotora,nestesentidoaPsicomotricidadecomoforma de interveno pode constituir uma mais-valia. Apsicomotricidadepodeserentendidacomoocampotransdisciplinarqueestudae investigaasinflunciasreciprocasesistmicasentreopsiquismoeamotricidade(Fonseca, 2001). Com uma abordagem holstica e sistmica do ser humano, a Psicomotricidade como forma deintervenopormediaocorporal,umrecursoindispensvelpararesponderasituaes onde o indivduo se encontra inadaptado, e onde fundamental uma compreenso interligada do funcionamentodoindivduonosseusvriosdomnioscomportamentais,desdeoafectivoao cognitivo(FonsecaeMartins,2001).Fonseca(2010)refereaindaqueaterapiapsicomotora, justifica-seemtermosdereorganizaoestruturaleemtermosdeprevenodedificuldades, peranteumadificuldadequepossainterferircomamudanadaestruturapsicolgicainerentea uma aprendizagem simblica.Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 7/26 Fonseca(2004)referequepodemoscontribuirparaamelhoriadaaprendizagemdas crianas com DAE, se adaptarmos os objectivos e mtodos de interveno, neste sentido, atravs deumaintervenoespecficanosvriosdomniospsicomotores,possveloptimizaras competncias nas funes mentais que se localizam nas respectivas localizaes cerebrais. FiateseRosaNeto(2001,citinMedina-PasteMarques,2010),tambmconfirmarama relao da aprendizagem escolar e o desenvolvimento psicomotor, concluindo que a observao atentadospadresmotorescontribuiudeformapreventivaereeducativaparaoptimizaro potencial de aprendizagem da criana. Neste sentido, o objectivo da investigao visa perceber a importncia de uma interveno Psicomotora na problemtica das DAM. 2.Metodologia 2.1 Objectivos e HiptesesOobjectivocentraldoestudoapresentadofoiareeducaodasDAMatravsdeuma intervenoPsicomotoraespecficaqueincluiotreinodascompetnciaspsicomotorase processos cognitivos subjacentes Matemtica, e ainda perceber qual o impacto de um programa deintervenoPsicomotoracommetodologiasespecficas,emcrianascomdificuldadesde aprendizagem na Matemtica.Paraatingiresteobjectivofoiutilizadoumprogramaespecficodeinterveno Psicomotora, elaborado pela investigadora. De acordo com os objectivos do estudo, as hipteses gerais foram:a)Nofinaldoprocessodeintervenopsicomotoraverificam-semelhoriassignificativasao nvel das competncias psicomotoras, aritmtica e processos cognitivos;b)O grupo sujeito a interveno psicomotora, obtm ganhos significativamente superiores ao grupo que no foi sujeito a interveno psicomotora, no mesmo perodo de tempo; c)Os ganhos obtidos aps o processo de interveno mantm-se no tempo. 2.2 Participantes Aamostrafoiconstitudapor30crianas(19dognerofemininoe11dognero masculino),quefrequentavamo3anodeescolaridadede9escolasdoconcelhodeLeiria integradasnoAgrupamentodeEscolasJosSaraivaeAgrupamentodeEscolasDr.Correia Mateus. As crianas seleccionadas foram referenciadas no incio do ano com DAM por indicao dosrespectivosprofessorestitulares,quesegundoSilva(1993,citinMartins,2000),um indicador de boa validade. Estascrianasapresentavamumamdiadeidadesde8anose9,17mesescom referncia data de incio do estudo (Janeiro 2012).Com o objectivo de formar 2 grupos de estudo homogneos e evitar diferenas potenciais entreeles,utilizaram-seosresultadosobtidosnaprovadeAritmtica(Bateriadetestesde Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 8/26 Kaufman).Apartirdosvaloresdasprovasreferenciadas,foifeitoumplaneamentodegrupos emparelhados (Pinto, 1990), a partir do qual foi possvel formar 2 grupos (grupo A e grupo B) que se pretendiam homogneos. Desta forma, seguiu-se o processo de emparelhamento dois a dois, ouseja,efectuou-seaseriaodosresultadosnaprovadearitmticaedistriburam-seasduas crianascomresultadosmaisbaixospelosdoisgrupos.Aplicou-seomesmoprocedimentos duascrianasquetiveramosdoisresultadosinferioresseguinteseassimsucessivamenteat terminar a distribuio (Pinto, 1990). Estadivisoemdoisgruposteveaindaemconsideraofactoresdeordemlogstica, nomeadamenteoshorriosdisponveisparaintervenoeonmerode alunosreferenciadopor cada escola.Da distribuio dos alunos resultaram dois grupos, o Grupo Experimental (A), e Grupo de Controlo(B).OgrupoAfoiconstitudopor16alunos(7dogneromasculinoe9dognero feminino), sendo que apresentavam uma idade mdia de 8 anos e 8,5 meses. Por sua vez o grupo Bfoiconstitudopor14alunos(4dogneromasculinoe10dognerofeminino),apresentando uma idade mdia de 8 anos e 9,14 meses.TalcomoCruz(2009)refere,consensualmentereconhecidoqueascrianascomDAE soumgrupoheterogneoevarivel,criandoalgumascondicionantesaosinvestigadoresno momentodaselecodaamostra,nestesentidoimportantereconhecerqueaamostra seleccionada foi tambm condicionada pela sua heterogeneidade. 2.3 Procedimento e instrumentos Paraarealizaodoestudo,iniciou-seumconjuntodecontactosnofinaldo1perodo lectivo(Dezembro2011)nosentidodeiniciaraconstituiodaamostra.Foramestabelecidos contactospessoaiscomosdirectoresdosagrupamentosCorreiaMateuseJosSaraivano concelho de Leiria, no sentido de autorizarem o contacto directo com as escolas do 1Ciclo. Esta autorizao foi concedida e os directores das escolas bsicas agregadas a estes agrupamentos e os respectivos professores titulares que leccionavam o 3 ano de escolaridade foram contactados em Janeiro de 2012.Comaaceitaodosresponsveisenvolvidos,iniciou-seoprocessodeselecode alunos com DAM. Esta seleco foi efectuada pelos professores titulares, que referenciaram dois atrsalunosdaturmaqueevidenciavamDAM,situaoquesereflectianosmomentosde aprendizagem e na avaliao lectiva. Neste sentido, foram seleccionados 36 alunos. Apsidentificaodosalunos,osrespectivosencarregadosdeeducaoforam contactadosporcartaparaautorizaremaparticipaodosseuseducandosnasvriasfasesdo projecto. Tendo-se verificado a autorizao de participao de 30 crianas, iniciou-se a avaliao das mesmas (momento A1 e B1) no domnio Cognitivo, Psicomotor (Estruturao Espcio-temporal e Lateralidade) e no domnio da Aritmtica. Para tal utilizaram se as baterias de testes do Sistema de Avaliao Cognitiva - Cognitive Assessment System (CAS) para o primeiro domnio referido, a Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 9/26

A1 A2A3

GRUPO AInterveno

B1 B2 B3 B4

GRUPO B Interveno

bateriapsicomotora(BPM)ebateriaPiaget-HeadparaavaliaodaestruturaoEspcio-temporaleLateralidaderespectivamente,eporfimabateriadeKaufmanparaodomnioda aritmtica. Posteriormente aplicou-se ao grupo A um programa de interveno Psicomotora de cerca de5semanas,comumafrequnciabissemanal(sessesdesessentaminutos),perfazendoum totalde10sesses(10hdeinterveno).Nesteperodo,oGrupodeControlonofoisujeitoa qualquer interveno Psicomotora.AoterminaroprogramadeintervenonogrupoA,efectuaram-seavaliaes(momento A2) utilizando as provas aplicadas inicialmente (Processamento Cognitivo, Aritmtica, Estruturao Espcio-temporal, Lateralidade). As Avaliaes foram efectuadas igualmente no grupo B, que no foialvoeinterveno(momentoB2).ApsestasavaliaesoProgramadeInterveno Psicomotora j aplicado ao grupo A foi aplicado ao grupo B, com a mesma frequncia e horas de interveno.OGrupoAfoinovamentesujeitoaavaliao2semanasemeiaapsoterminarda interveno(MomentoA3),oquecorrespondeaproximadamentea50%daduraoda interveno. Por sua vez o Grupo B foi avaliado aps a interveno Psicomotora (momento B3). O grupo B foi ainda sujeito a um quarto momento de avaliao, cerca de 2 semanas e meia aps a interveno (momento B4).Parapercepcionarosmomentosdeavaliaodeformamaisclaranosdiferentesgrupos apresenta-sedeseguidaoEsquema1,explicativodosvriosmomentoserepresentativodo desenho experimental.Tendoemcontaasvariveisambientais,os trsmomentosderecolhadeinformaoforam efectuadosnomesmolocaldecadaescola,oqual eraconhecidopelascrianas.aindaimportante referir, que os dois grupos estiveram integrados nas actividadesacadmicasregularesdurantetodoo perodo de investigao. Relativamente s variveis podemos considerar que estiveram envolvidas neste estudo as variveisdependentes,quecorrespondemaonveldeaquisiodaAritmtica,avaliadapela provadeAritmtica (BateriadeKaufman);oprocessamentoCognitivo,avaliadopelasprovasde ProcessamentoCognitivonomeadamenteProcessamentoSucessivoeSimultneo,Atenoe Planificao;aOrganizaoEspcio-temporalavaliadapelaBateriaPsicomotora(Provasde EstruturaoEspacial)eLateralidade,avaliadapelaBateriadePiagetHead.Porsuavez, podemosconsiderarqueoPlanodeIntervenoPsicomotorafoiavarivelindependenteno estudo.No podemos esquecer ainda as variveis parasitas, que esto relacionadas com as variveis no controladas por ns, mas que podem de alguma forma ter afectado o estudo e que se podem Esquema 1 - Desenho Experimental Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 10/26 consideraremtrsnveis:Associadasaosalunos(motivao,tipodedificuldadesde aprendizagememgeral,etc.);associadasaosprofessoresesescolas(e.g.expectativase investimentodosprofessoresemrelaoaosalunos,tipodehorrio,qualidadepedaggicados professores, etc.); associadas ao envolvimento (e.g. Participao dos pais, ambiente familiar, etc.) (Martins, 2000). 2.4 Instrumentos de Avaliao Processamento Cognitivo Cognitive Assessment System Osproblemasdeprocessamentosoasmanifestaesmaisdirectasdadisfuno neurolgicaassociadasDA(McNamara,2004),nestesentidoaavaliaodestafuno fundamental. O processamento cognitivo constitudo por quatro componentes, a Planificao, a Ateno, o Processamento Simultneo e o Processamento Sucessivo (Naglieri e Das, 1997) e para o avaliar foram utilizadas as oito provas que constituem bateria bsica do Sistema de Avaliao Cognitiva - CognitiveAssessementSystem(CAS)-propostosporNaglierieDas(1997).Estabateriaum modelo de avaliao da inteligncia baseado na teoria de desenvolvimento cognitivo PASS, sendo apropriadoparautilizaremindivduoscomidadescompreendidasentreoscincoedezoitoanos (Cruz, 2007). Conformesupracitado,foramutilizadasasoitoprovasdabateriabsicaquepassamosa referir, indicando a componente de avaliao inerente. Para avaliar a Planificao aplicaram-se as provasdeEmparelhamentodeNmeros(EN)ePlanificaodeCdigos(PC);paraavaliara Atenoutilizaram-seasprovasAtenoExpressiva(AE)eDetecodeNmeros(DN);no domniodoProcessamentoSimultneoaplicaram-seasprovasMatrizesNo-Verbais(MNV)e RelaesVerbais-Espaciais(RVE),porfim,paranodomniodoProcessamentoSucessivo utilizaram-se as provas Repetio de Frases (RF) e Sries de Palavras (SP). A bateria aqui apresentada (CAS), no est validada para a populao portuguesa, contudo foi utilizadaemvriosestudosdeinvestigaocientficataiscomoosredigidosporCruz(2004)e Gomes (2011). Prova de Aritmtica Bateria de Kaufman de Avaliao para Crianas Nesteestudoutilizou-seaprovadearitmtica(AR)queintegraaBateriaKaufmande AvaliaoparaCrianas(K-ABC),tendoporbaseummodelodeprocessamentodeinformao sequencial e simultneo (Martins, 2000).SegundoKaufmaneKaufman(1983citinMartins,2000)oK-ABCavaliaaintelignciade acordocomestiloprpriodoindivduoresolverproblemasedeprocessarainformao.uma escala composta por 16 subtestes, aplicados de acordo com a idade da criana, que pode variar dos 3 aos 12 anos de idade. Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 11/26 Esta prova de aritmtica (AR) encontra-se inserida na escala de desempenho e avalia factores como o conhecimento dos nmeros, conceitos matemticos, capacidade de clculo matemtico e outras capacidades acadmicas (Martins, 2000).ABateriaK-ABCnoestaferidapopulaoportuguesa,contudovriosestudos portuguesesnombitoeducacionalepsicomotortmutilizadoestabateria(e.g.Caldeira,2010; Costa, 2010; Cruz, 1998; Martins, 2000; Vilar, 2010) Prova de Estruturao Espcio-temporal - Bateria Psicomotora SegundoFonseca(2010)aBateriaPsicomotora(BPM)uminstrumentooriginalde observaoquepretendeanalisardinamicamenteoperfilpsicomotordacriana,detectando dficesfuncionaisecontribuindoparaacompreensodosproblemasdeaprendizagemede desenvolvimentonacriana.ABPMcontemplaaintegraosensorialeperceptivaqueest relacionada com o potencial de aprendizagem da criana e baseia-se no modelo psiconeurolgico de A. R. Luria.ABPMcompostaporsetefactorespsicomotores:Tonicidade,Equilibrao, Lateralizao,NoodoCorpo,EstruturaoEspcio-temporal(ET),PraxiaglobalePraxiaFina (Fonseca,2010)quesedistribuempelasunidadesfuncionaisdeLuria.Aprimeiraunidade funcionaldeLuriaregulaotnuscorticaleafunodevigilncia,estandoaTonicidadeea Equilibrao compreendidas nesta unidade. A segunda unidade de Luria que responsvel pela recepo,anliseearmazenamentodeinformao,compreendeosseguintesfactores psicomotores: Lateralizao, Noo de Corpo e Estruturao Espcio-temporal. Por fim, a terceira unidadedeLuriacompreendeaPraxiaGlobaleaPraxiafina,sendoestaunidaderesponsvel pela programao, regulao e verificao da actividade mental (Fonseca, 2010) AscrianascomDAapresentamumatrasogeneralizadodascompetnciasmotoras, nomeadamentenoEsquemaCorporaleNoodeEspao-Tempo(Medina-PasteMarques, 2010), neste sentido no estudo aqui apresentado, foi apenas aplicada a sub-escala Estruturao Espcio-temporal (ET), que avalia as capacidades de estruturao do espao e do tempo atravs deprovasdeOrganizao,Estruturaodinmica,RepresentaoTopogrficaeEstruturao Rtmica (Fonseca, 2010). Lateralidade Bateria Piaget Head A Bateria Piaget-Head foi criada por Nadine Galifret-Granjon (1971) e surgiu da juno dos testes de Piaget Direita-Esquerda, e de Head Olho-Mo-Orelha. Esta bateria apresenta um crescente de dificuldade e foi criada com o objectivo de avaliar a Lateralidade de crianas dos 6 aos 14 anos.Nesta bateria foram aplicadas as provas de reconhecimento da direita-esquerda em si prprio, reconhecimentodadireita-esquerdanooutro,eaindaasprovasdereconhecimentodaposio em relao a trs objectos, que se baseiam nos testes direita-esquerda, e que consideramos os Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 12/26 testesdeLateralidade1(LT1).ForamaindaaplicadosasprovasdeImitaodosmovimentos, ExecuodemovimentoseImitaodefigurasesquemticas,quesebaseiamnotesteOlho-Mo-Orelha, ao conjunto destas provas denominamos Lateralidade 2 (LT2), na apresentao de resultados.Este instrumento no est aferido populao portuguesa, contudo tem sido utilizado em vrios estudos no nosso pas como o exemplo dos estudos de Codeo (2010), Costa (2010) e Gomes (2011). 2.5. Instrumentos de Interveno Programa de Interveno Psicomotora OProgramadeIntervenoPsicomotora,criadopelainvestigadorateveporbasepara almdaexperinciaformativaeprofissional,diversosautoresquepropemalgumassugestes de interveno no mbito das dificuldades de aprendizagem, nomeadamente Cruz (2009) (2003), Kirk (2005), Lerner (2003) e Meyen e Greer (2009). SegundoMeyeneGreer(2009),oplaneamentoantecipadodassesses,oseu acompanhamentoerevisodiriofundamentalparaumainstruomaiseficaz,contribuindo paraosucessodastarefasdosalunos,nestesentido,todasassessesforamplaneadas antecipadamente,deacordocomumesquemadeorganizaotipoparatodasassesses revelando continuidade.Assessesapresentaramumesquema-tipo,ondeoterapeutainiciavaassessescom pequenoperodoondeerarelembradaasessoanterioreondesecriavaumambiente confortvel para que fosse possvel iniciar a sesso. A fase seguinte era composta por duas a trs actividadespreviamentepreparadasquevisavamatingirosobjectivosdelineadosparaogrupo. Numaterceiraeltimafase,oobjectivoeraentrarnumperododerelaxaoedilogo relativamente ao contedo da sesso.Noprogramadeintervenopsicomotoraplicado,delinearam-seosprincipaisobjectivos com base nos pr-requisitos que a matemtica exige. Desta forma priorizou-se, numa fase inicial, otreinodosentidodedireco,sentidodelocalizaonoespaoedeorientao,organizao espacial, reconhecimento de padres, sequncia de instrues e raciocnio dedutivo e indutivo, e aindaosentidodenmero(primeiracomponentedaaritmtica).Nestafase,cadasesso contemplavamltiplosobjectivos,poiseramdefinidasecriadasactividadesquepermitiam trabalhar diversas competncias. Posteriormente,numafasefinaldoprogramadeintervenoassessesabordaram tambm a realizao de operaes ou clculo (segunda componente da aritmtica), de uma forma ldica e contemplando sempre diversos objectivos.Todasassessestiveramumabaseldicaedinmicaondediversosmateriaisforam criadospeloinvestigadorparatornarastarefasmaisapelativasediversificadas.Nassesses Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 13/26 realizadas, as crianas eram sempre conhecedoras dos objectivos a atingir, estando conscientes da sua prpria evoluo.Apresenta-sedeseguidaumatabela(tabela1)resumodosobjectivosconsideradosem cada sesso: Tabela 1 - Objectivos Interveno Psicomotora SessoObjectivos GeraisObjectivos Especficos Sesso 1 Desenvolver a lateralidade. Identificar adequadamente direita-esquerda em si, no outro, e relativamente a objectos.Sesso 2 Desenvolver a estruturao espcio-temporal. Desenvolver a lateralidade. Ser capaz de efectuar percursos atravs de indicaes escritas, atravs de um desenho ou indicaes verbais. Sesso 3 Desenvolver a estruturao espcio-temporal.Identificar e organizar nmeros associados a objectos que se inserem num contexto da vida real (magnitude, seriao, sentido de nmero). Sesso 4 Desenvolver a capacidade de seguir uma sequncia de instrues. Fazer percursos de actividades de acordo com instrues verbais ou escritas, memorizando a sequencia de instrues e concretizando todos os passos.Recordar conceitos de magnitude, cardinalidade e seriao.Sesso 5 Desenvolver a capacidade de reconhecimento de padres. Saber identificar padres de acordo com a lgica apresentada. Sesso 6 Desenvolver a fluidez numrica e a memria.Melhorar a capacidade de identificar e diferenciar algarismos semelhantes. Melhorar a capacidade de memorizao.Sesso 7Treino de Operaes ou Clculo. Identificar e associar o conceito de somar a situaes reais. Realizar com sucesso operaes de somar em contexto ldico. Melhorar a fluidez numrica. Sesso 8Treino de Operaes ou Clculo. Identificar e associar o conceito de subtrair a situaes reais. Melhorar a percepo do conceito de magnitude.Sesso 9 Treino de Operaes ou Clculo. Desenvolver a Estruturao Espcio-temporal. Associar as operaes de somar e subtrair a vrios contextos. Realizar percursos de actividades de acordo com a sequncia de instrues solucionando as diversas operaes matemticas. Sesso 10Treino de Operaes ou Clculo. Realizar com sucesso operaes de somar e subtrairMelhorar a capacidade de efectuar diversos clculos. Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 14/26 3. Apresentao e Discusso dos Resultados Paraaapresentaoderesultadosdesteestudo,utilizou-sedoistiposdeanlise,Intra-grupoeInter-grupos.OestudocomparativoIntra-grupocomparaosvriosmomentosde avaliaodeummesmogrupo,porsuavez,oestudocomparativoInter-grupocomparaos momentos de avaliao de dois grupos distintos (grupo A e grupo B). Para o tratamento de dados deste estudo foram utilizados mtodos da estatstica descritiva assimcomoestatsticainferencial.Aestatsticadescritivapermite-nos,comumconjuntode tcnicas apropriadas, recolher, organizar, reduzir e apresentar os dados estatsticos. Por sua vez, a inferncia estatstica, nomeadamente atravs da tcnica dos testes de hipteses, permite testar suposiesacercadascaractersticasdeumadeterminadapopulao(AfonsoeNunes,2011). Tendo em conta que no se verificaram as premissas da dimenso da amostra (N>30), optou-se pela estatstica no paramtrica (Afonso e Nunes, 2011). Nestesentido,utilizmosaestatsticadescritivarecorrendosmdiasedesviospadro paracaracterizaraamostranosdiferentesmomentosdeavaliaoeutilizmosaestatstica inferencial para obtermos resultados comparativos nos estudos Intra-grupo e Inter-grupos. Para a anliseIntra-grupo,utilizmosotestenoparamtricodeWilcoxon,umavezqueomesmo referenciadoporAfonsoeNunes(2011)comoidealparatestaramdiaediferenademdias populacionais no caso de duas amostras emparelhadas. Para a anlise Inter-grupos optou-se pelo testenoparamtricodeMann-Whitneypoisomesmoindicadoparaobteradiferenade mdias populacionais no caso de amostras independentes (Afonso e Nunes, 2011).OtratamentoestatsticodosdadosreferidosfoiefectuadocomoprogramaIBMSPSS Statistics 19.0 for Windows. Os resultados foram interpretados a um nvel de significncia de 0.05, valoraceitvelemtermosestatsticosequeseaplicadeformageneralizadanombitodas cincias sociais (Pinto, 1990). De seguida apresentam-se as tabelas de resultados dos grupos A e B, nos vrios momentos de avaliao nos diversos testes aplicados. Avaliao 1Avaliao 2Avaliao 3 ProvaMdiaMdiaMdia Emparelhamento de Nmeros11.382.0914.252.1113.622.06 Planificao de cdigos52.2515.8963.8812.3660.9412.41 Ateno Expressiva23.066.6330.195.4929.006.00 Deteco de Nmeros37.3810.2242.068.5340.887.86 Matrizes No-Verbais11.753.3016.253.4414.873.56 Relao Verbal-Espacial9.562.4511.632.9611.562.68 Sries de Palavras7.751.7310.381.829.381.89 Repetio de Frases4.190.985.811.565.381.89 Prova de Aritmtica 18.752.4922.562.1321.562.28 Estruturao Espacial 2.000.242.670.332.450.28 Lateralidade 110.312.4715.062.0813.381.59 Lateralidade 229.946.0636.134.9234.165.12 Tabela 2 - Estatstica Descritiva GRUPO A Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 15/26 3.1 Estudo Intra-Grupo Comojreferido,oobjectivodoestudoIntra-Grupocompararosresultadosquecada grupo obteve nos vrios momentos de avaliao. Pelo que se apresenta de seguida o estudo dos resultados do Grupo A e posteriormente do Grupo B. Grupo A H0:NoexistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoA1 comparativamente ao momento de avaliao A2, no grupo A. H1:ExistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoA1 comparativamente ao momento de avaliao A2, no grupo A. Tabela 4 - Estatstica Inferencial A1/A2 - GRUPO A ENPCAEDNMNVRVESPRFARLT1LT2ET Z-3.442-3.233-3.417-2,562-2,436-2,990-3,438-3,307-3,542-3,546-3,522-3,593 p,001,001,001,010,001,003,001,001,000,000,000,000 Na tabela acima apresentada (4), os resultados de p para todas as provas inferior a 0.05. Nestesentidorejeita-seH0paratodasasprovas.Talcomoesperado,existemdiferenas significativasdomomentodeavaliaoA1paraomomentodeavaliaoA2,emtodosos testes aplicados.Estesresultadosindicamque,ogrupoA,aoobtermelhoresresultadoemtodosos domnios avaliados (Cognitivo, Aritmtica, Psicomotor) no momento de avaliao A2, evoluiu aps a aplicao do programa de interveno psicomotora. Estudos de Codeo (2010) e Gomes (2011), revelaramevoluonosparmetrospsicomotoresapsumperododeintervenopsicomotora, Avaliao 1Avaliao 2Avaliao 3Avaliao 4 ProvaMdiaMdiaMdiaMdia Emparelhamento de Nmeros9.431.509.362.0613.642.3113.212.91 Planificao de cdigos50.5010.7850.0710.4566.0013.0963.369.14 Ateno Expressiva25.713.0526.643.5935.214.0234.144.09 Deteco de Nmeros37.146.7937.796.5044.8612.3844.577.80 Matrizes No Verbais12.143.5712.642.9817.433.7816.714.10 Relao Verbal-Espacial10.791.7211.291.8215.291.5914.501.70 Sries de Palavras6.210.896.860.8610.071.909.501.29 Repetio de Frases4.290.914.431.096.361.556.431.34 Prova de Aritmtica 17.071.9418.142.8522.213.1921.433.25 Estruturao Espacial 2.050.262.090.332.800.222.630.29 Lateralidade 18.862.189.142.9815.572.02713.861.96 Lateralidade 228.753.6429.753.8638.214.1538.265.57 Tabela 3 - Estatstica Descritiva - Grupo B Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 16/26 apoiando os nossos resultados. Contudo, necessrio saber se esta evoluo se mantm com o tempo, pelo que se apresenta a seguinte hiptese: H0:NoexistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoA2 comparativamente ao momento de avaliao A3, no grupo A. H1:ExistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoA2 comparativamente ao momento de avaliao A3, no grupo A. Tabela 5 - Estatstica Inferencial A2/A3 - GRUPO A ENPCAEDNMNVRVESPRFARLT1LT2ET Z-1,781-2,657-1,857-1,266-3,131-,686-2,395-1,941-3,087-3,002-3,054-3,125 P,075,008,063,205,002,493,017,052,002,003,002,002 Na tabela acima apresentada (5) podemos concluir que para a maioria dos testes do CAS, nomeadamenteEmparelhamentodeNmeros,AtenoExpressiva,DetecodeNmeros, RelaesVerbais-EspaciaiseRepetiodeFrases,noserejeitaahiptesenula(H0), concluindo-sequenoexistemdiferenassignificativasentreomomentodeavaliaoA2,eo momento de avaliao A3. Este facto sugere que os ganhos obtidos com a interveno se mantm no tempo. Contudo,eaocontrriodoqueseriadeesperar,ostestesdePlaneamentoCdigos, MatrizesNoVerbais,SriesdePalavras,Aritmtica,LateralidadeeEstruturaoEspacial, apresentamumvalorpinferiora0.05,nestesentido,rejeitamosH0,logoexistemdiferenas significativasentreosdoismomentosdeavaliaoreferidos.Estefactopodeserexplicado,no casodasprovasdeSriesdePalavras,Aritmtica,LateralidadeeEspao-Tempo,pelosscores reduzidosqueseobtmnasprovas,eascotaesmximaspermitidasseremtoreduzidas. Contudo,necessrioanalisarseexistemdiferenasdomomentodeavaliaoA1parao momento de avaliao A3 Nosentidodeseperceberaevoluo,domomentodeavaliaoinicialparaoltimo momentodeavaliaonogrupoA(apsperododepausa)seguem-seasestatsticasque revelamessesdadoseiropermitirconclusesmaisajustadas.Foiformuladaaseguinte hiptese: H0:NoexistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoA1 comparativamente ao momento de avaliao A3, no grupo A. H1:ExistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoA1 comparativamente ao momento de avaliao A3, no grupo A. Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 17/26 Tabela 6 - Estatstica Inferencial A1/A3 - GRUPO A ENPCAEDNMNVRVESPRFARLT1LT2ET Z-3,455-3,210-3,530-2,279-3,344-3,114-3,114-1,941-3,551-3,424-3,443-3,602 p,001,001,000,023,001,002,002,052,000,001,001,000 Ao analisar a tabela 6, podemos concluir que todos os testes, excepo da Repetio de Frases, apresentam valores de estatstica de teste inferiores a 0.05, logo rejeita-se H0. Podemos constatar ento que existem diferenas significativas do momento de avaliao 1 para o momento de avaliao 3, em todos os testes aplicados excepto para a prova Repetio de Frases.AnalisandoosresultadosdaprovaRepetiodeFrasesatravsdatabela1,verificamos que a mdia inicial no grupo A para este teste era, de 4.19, tendo o grupo evoluindo para um valor mdio de 5.81, e posteriormente, com a interrupo da interveno verificou-se uma descida para 5.38. Com estes resultados conclumos que houve um ganho mdio de 1.62 pontos, e uma perda de 0.5 pontos com a interrupo da interveno. Portanto, houve um ganho final de 1.12 pontos, registando-se uma evoluo por parte das crianas.Em suma, parece verificar-se uma evoluo significativa nas crianas aps a aplicao do programa de Interveno Psicomotora, sendo que esses ganhos permanecem no tempo. Grupo B OgrupoB(controlo)foisujeitoaquatromomentosdeavaliaocomoreferidonos procedimentos,numesquemadeintervenosemelhanteaogrupoA,contudonumalinha temporal diferenciada, no sentido de despistar factores externos investigao. Foram formuladas hiptesesidnticasparaperceberaevoluodosindivduosapsaaplicaodoprogramade interveno para tornar o estudo mais consistente e coerente. H0:NoexistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoB1 comparativamente ao momento de avaliao B2, no grupo B. H1:ExistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoB1 comparativamente ao momento de avaliao B2, no grupo B. Tabela 7 - Estatstica Inferencial B1/B2 - GRUPO B ENPCAEDNMNVRVESPRFARLT1LT2ET Z-,247-,880-,792-1,070-1,811-1,933-2,309-,816-2,358-,550-2,071-1,000 p,805,379,428,284,070,053,021,414,018,582,038,317 Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 18/26 Nos resultados apresentados na tabela 6, podemos concluir que para a maioria dos testes no se rejeita H0, pelo que no existem diferenas estatisticamente significativas do momento de avaliao B1 para o momento de avaliao B2. Neste intervalo de tempo o grupo B no foi sujeito a interveno, no se registando alteraes significativas nos domnios avaliados. Contudo,verificamosexcepoparaostestesdeAritmtica,Lateralidade1eSriesde Palavras.Podemos justificarestasexcepes como factodeo grupo B,apesardaausnciade intervenoespecializadaemPsicomotricidade,ogrupomanteveeacompanhouasaulas regulares, tendo naturalmente uma pequena evoluo, nomeadamente ao nvel da aritmtica. Deseguidaformula-seahiptesequenosindicaaevoluodogrupoBapsa interveno. H0:NoexistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoB2 comparativamente ao momento de avaliao B3, no grupo B. H1:ExistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoB2 comparativamente ao momento de avaliao B3, no grupo B. Tabela 8 - Estatstica Inferencial B2/B3 - GRUPO B ENPCAEDNMNVRVESPRFARLT1LT2ET Z-3,317-2,358-3,309-2,417-3,200-3,321-3,232-3,217-3,307-3,321-3,301-3,320 p,001,018,001,016,001,001,001,001,001,001,001,001 Os resultados acima indicados na tabela 8, revelam que para todos os testes, no grupo B, a estatstica de teste inferior a 0.05, rejeita-se por isso a hiptese nula H0. Neste sentido, pode considerar-sequeexistemdiferenassignificativasapsomomentodeintervenonogrupoB. Estesresultadosvmreforaraideiadequeaintervenopsicomotorabenficaparaa populaodealunoscomdificuldadesdeaprendizagem,apresentandoresultadospositivosao longo do tempo. Para concluir se esta evoluo se mantem no tempo, formulou-se a hiptese: H0:NoexistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoB3 comparativamente ao momento de avaliao B4, no grupo B. H1:ExistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoB3 comparativamente ao momento de avaliao B4, no grupo B. Tabela 9 - Estatstica Inferencial B3/B4 - GRUPO B ENPCAEDNMNVRVESPRFARLT1LT2ET Z -,763a-2,236-1,801-1,695-1,653-1,925-1,809-,276-1,768-2,620-1,252-2,428 p ,445,025,072,090,098,054,070,783,077,009,211,015 Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 19/26 Pelaanlisedosdadosdatabela9,podemosconcluirque,excepodostestes PlaneamentodeCdigos,Lateralidade1eEstruturaoEspacial,noseverificaramdiferenas estatisticamentesignificativas,noserejeitandoahiptesenula(H0).Aocontrriodoesperado, paraotestedaLateralidade1eparao testedeEstruturaoEspacialverificaram-sediferenas significativas,contudomaisumavez,osscoresreduzidosdestasprovaspodemestarnabase destesresultados,poisaofazerumaanlisedescritivadosdados(tabela2)possvelverificar umaperdadaavaliaoB3paraaavaliaoB4.Contudoumaperdainferioraoganhoobtido desde o incio da interveno ao final da mesma. O mesmo acontece com o teste de Planificao deCdigosemqueamdiainicial(avaliaoB2)erade50.07,apsaintervenoerade66e com a interrupo de interveno registou-se um valor de 63.36, posto isto verifica-se um ganho de 15.03 contra uma perda de 2.74, constatando-se um saldo positivo de 12.29.Emsuma,osefeitosdaintervenopsicomotoraparecemmanter-seatodososnveis mesmoapsainterrupodainterveno,podendoregistar-seligeirasperdaspouco significativas.O grupo B foi novamente avaliado, duas semanas e meia aps o trminus da interveno, nosentidodeavaliarmosoresultadofinaldaintervenoeaindaseestaevoluoperdurano tempo, pelo que descrevemos a seguinte hiptese: H0:NoexistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoB2 comparativamente ao momento de avaliao B4, no grupo B. H1:ExistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoB2 comparativamente ao momento de avaliao B4, no grupo B. Tabela 10 - Estatstica Inferencial B2/B4 - GRUPO B ENPCAEDNMNVRVESPRFARLT1LT2ET Z-3,152-2,984-3,302-2,828-3,181-3,322-3,223-3,133-3,324-3,302-3,300-3,341 p,002,003,001,005,001,001,001,002,001,001,001,001 Natabelaapresentada(10),todososvaloresdeestatsticadetestesoinferioresa0.05,e portanto rejeita-se H0 para todos os testes. Estes resultados parecem demonstrar que houve uma evoluo positiva dos indivduos ao longo do plano de interveno, tendo essa evoluo mantido os seus efeitos mesmo aps o terminar da mesma. 3.2 Estudo Inter-Grupo Apsoestudoeanlisederesultadosemcadagrupo,necessriaumaanlise comparativa dos resultados dos dois grupos para completar o estudo.Nosentidodeperceberahomogeneidadedaamostra,necessriocompararosdois grupos no momento de avaliao inicial, formulando a seguinte hiptese: Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 20/26 H0:NoexistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentoinicialdeavaliaoA1 comparativamente ao momento de avaliao B1.. H1:ExistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentoinicialdeavaliaoA1 comparativamente ao momento de avaliao B1 Tabela 11 - Estatstica Inferencial - A1/B1 ENPCAEDNMNVRVESPRFARLT1LT2ET MW-U49,5100,583,00111,5105,071,5052,00106,068,0072,5092,0099,00 p,009,630,225,983,770,087,010,793,063,094,405,573 Analisandoosresultadosdatabela11,conclui-seque,comexcepodasprovas EmparelhamentodeNmeroseSriesdePalavras,noserejeitaH0, ouseja,noseverificam diferenas significativas entre os dois grupos, revelando homogeneidade. Outracomparaoaefectuar,entreomomentoA2eB2. NestemomentoogrupoAj teria sido sujeito a um programa de interveno Psicomotora, ao contrrio do grupo B, esperando-se diferenas estatisticamente significativas. H0:NoexistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoA2 comparativamente ao momento de avaliao B2. H1:ExistemdiferenasestatisticamentesignificativasdomomentodeavaliaoA2 comparativamente ao momento de avaliao B2. Tabela 12 - Estatstica Inferencial - A2/B2 ENPCAEDNMNVRVESPRFARLT1LT2ET MW-U15,038,055,070,043,5106,506,054,022,08,038,026,5 p,000,002,016,080,004,817,000,013,000,000,002,000 Analisandoatabela12,verificamosque,excepodasProvasRelaesVerbais-EspaciaiseDetecodeNmeros,todasasrestantesprovasapresentamvaloresdeestatstica detestequepermitemrejeitarH0.Nestesentidoverificam-sediferenassignificativasneste momentodeavaliaoentreosdoisgrupos.Talfactoleva-nosainferirqueainterveno psicomotorateveumefeitopositivonogrupoqueusufruiudamesma(A),epodeserbenfica para os indivduos que apresentam esta problemtica.Pedro(2010),numestudorelacionadocomDA,mostrouquededoisgruposcomDA,o grupoqueseriasujeitoaintervenoPsicomotoraobtevemelhoresresultadoseevoluomais evidentequeogrupo quenofoisujeitoainterveno,concluindoalteraesduranteoperodo de interveno psicomotora ao nvel da lateralidade, percepo, noes espaciais e memria. NostestesdeDetecodeNmeroseRelaesVerbaisEspaciais,apesardenose encontrarsignificnciaestatstica,aoefectuarmosumaanlisedescritivadosdados,podemos Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 21/26 confirmar que os valores mdios se mantm muito prximos nos dois grupos. Contudo na primeira prova,registou-seum ganhode4.68pontosnogrupoA,apsinterveno,contraum ganhode 0.85pontosnogrupoBquenousufruiudeinterveno.PorsuaveznaprovadeRelaes VerbaisEspaciais,ogrupoAobteveumganhode2.07pontoscontra0.5pontosdogrupoB. Nestesentido,podemosconfirmarqueoganhonogrupoAmuitosuperior,peloquea interveno psicomotora parece assumir um papel determinante nestes resultados. Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 22/26 4. Concluso Desde1963queadefiniodeDAtemvindoaconstruirumcaminhoprprio,comuma evoluointeressantedevidoaoesforodetodososintervenientes,contudo,esteprogresso ainda no est completo (McNamara, 2004), pois necessrio chegar a um entendimento comum entre todos os intervenientes relativamente ao conceito de DA. O consenso ir permitir desenhar umalinhaorientadoranainvestigaoefacilitaracomparaodeestudoseselecoda populaodeinteresseetrabalharedesenvolverprogramasdeintervenomaiseficazes,que sofundamentaisparaascrianascomDAsendonecessrioreforarainvestigaoneste sentido (Cruz, 2009).Os resultados deste estudoparecem revelar que crianas com DAque usufruam de uma intervenoPsicomotoracontnua,apresentammelhoriassignificativasnascompetnciasdo domniocognitivo,psicomotorearitmtica,contribuindoestaintervenoparaummelhor desempenho escolar. ainda importante sublinhar que os ganhos obtidos se mantm ao longo do tempo em caso de interrupo da interveno, o que refora o papel desta interveno. McNamara (2004)refere que apesar da disfuno neurolgica, uma interveno adequada eumainstruoeprogramasdeacompanhamentoeficazes,soavariveldemaiorpeso,pois sugerem alteraes e contribui para o sucesso acadmico da criana. Este estudo contribui ainda parareforarestaconclusodoautorsupracitado,sendonecessriocriarmeiosnasescolas, formar professores, e rever condicionantes polticas para que se proporcione s crianas com DA umaintervenoadequadaquecontribuaparaaoptimizaodoseudesempenhoescolare consequentemente para um melhor desempenho na vida adulta e profissional. NestesentidonecessriocontinuarocaminhodainvestigaonocampodasDA,no sentidodemaiorconsenso,consistnciaeaindanosentidodecriareaferirinstrumentosde avaliao. Desta forma a construo de modelos de interveno torna-se mais completa e eficaz, gerando um contributo directo para as crianas com DA. Nesteestudosurgiualgumadificuldadenapesquisadeestudossemelhantesesuporte bibliogrfico, revelando a necessidade de reforar a investigao da relao da psicomotricidade comascompetnciasmatemticaseseudesenvolvimento,assimcomo,sobreoefeitodeuma interveno psicomotora nas crianas com DA.Outraslimitaesverificadasnesteestudoresidemnotamanhodaamostra,quedeveria sermaissignificativaparaumamaiorvalidadedoestudo,assimcomoafaltadeinstrumentos aferidos populao portuguesa para diagnosticar e avaliar competncias. Metodologias Especficas de Interveno Psicomotora 23/26 5.Bibliografia Afonso, A., & Nunes, C. (2011). Estatstica e Probabilidades: Aplicaes e Solues em SPSS. Lisboa: Escolar Editora. Association, A. P. (2006). Manual de Diagnstico e Estatstica das Perturbaes Mentais. Lisboa: CLIMEPSI Editores. Bachot, J., Gevers, W., Fias, W., & Roeyers, H. (2005). Number sense in children with visuoespatial disabilities: Orientation of the mental number line. Psychology Science, 47, pp. 172-183. Barbaresi, W. 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