50
Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Page 2: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 1

Indice

Apresentação

Pág. 3

Resumo Executivo

Pág. 5

Evolução dos Custos de TI e do Negócio

Pág. 8

Posicionamento das Entidades para o Futuro Pág. 11 Custos Discricionários Pág. 12 Flexibilidade Distribuição de Custos: Aplicações vs. Infraestrutura

Pág. 14 Pág. 15

Estrutura de Custos de TI Pág. 17

Aquisições de Infraestrutura Pág. 19 Manutenção de Infraestrutura Pág. 21 Fornecedores de Serviços Externos, Outsourcing de Infraestrutura e Pessoal Interno de TI

Pág. 23

Fornecedores de Serviços Externos e Outsourcing de Infraestrutura

Pág. 24

Pessoal Interno Pág. 25 Custo Tecnológico por Transação Pág. 28

Alto Desempenho na Gestão de TI Pág. 31

O Novo Mundo Digital Pág. 31 Posicionamento Digital do Setor Financeiro Português Pág. 32 A Resposta dos Gestores de TI do Setor Financeiro Português

Pág. 34

Conclusões

Pág. 43

Anexos Anexo I. Metodologia e Bases do Estudo

Pág. 46 Pág. 47

Page 3: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Apresentação

Page 4: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 3

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação Tenho o prazer de apresentar a edição do Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação das Instituições Financeiras Portuguesas em 2013.

O seu objetivo principal passa por proporcionar aos gestores do setor financeiro uma visão global de como evoluíram os custos e a utilização das Tecnologias de Informação (TI), bem como servir de ferramenta auxiliar para uma melhor compreensão na gestão da tecnologia, seus custos, importância e relevância no mercado português e espanhol. Este é um estudo que se realiza anualmente em Espanha (com publicação própria e em separado dos resultados). Pela representatividade de uma amostra de muitos anos é possível retirar um conjunto mais amplo de conclusões. Apesar da componente relativa ao estudo português focar o ano de 2013, considerou-se interessante proceder à comparação com o ano de 2008, em que decorreu um estudo idêntico.

No período em análise, verifica-se uma forte mudança de contexto na indústria financeira e nos resultados apurados pelas instituições, em particular, ao nível dos seus resultados e respetivos rácios.

As entidades participantes neste estudo representam cerca de oitenta por cento dos ativos do sistema financeiro português e espanhol sendo, por isso, uma amostra representativa e suscetível de se tirarem conclusões válidas, abrangentes e representativas do setor. No entanto, é de referir que se evitaram comparações diretas entre instituições com características, dimensões, tipologias ou mercados de atuação distintos. No estudo apresentam-se valores médios ou agrupados sendo a análise mais detalhada algo a desenvolver com as entidades participantes.

Agradeço a todos os participantes do estudo que trabalharam em estreita colaboração e a quem aproveito, desde já, para endereçar o convite para participar em futuras edições deste estudo.

Atentamente,

João Pedro Tavares

João Pedro Tavares Vice-Presidente responsável pela área de Serviços Financeiros

Page 5: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração
Page 6: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 5

Resumo Executivo Contexto

Como consequência da crise financeira a que se tem assistido nos últimos anos, as conclusões do estudo devem ser contextualizadas com a evolução dos resultados das entidades. As análises referem-se aos custos de TI no ano de 2013 e tomam como referência, para a mesma amostra, o ano de 2008, em que estas se efetuaram pela última vez (não se efetuam análises intermédias para Portugal, uma vez que o estudo não se realizou numa base anual como o espanhol).

A nível agregado, pode observar-se o seguinte comportamento nos indicadores básicos do setor português, para o período em análise: o Produto Bancário (PB) registou uma redução de 44,2%, os Ativos Totais Médios (ATM) diminuíram em 0,3% e os Gastos Gerais Administrativos (GGA) decresceram em 8,8%.

No mesmo período assistiu-se a uma grande alteração e reconfiguração na composição do setor espanhol, no seguimento da reestruturação do mapa financeiro iniciada há cinco anos onde se destaca a nacionalização ou absorção da maioria das caixas e as grandes fusões bancárias. O produto bancário registou uma redução de 34,8%, os ativos totais médios diminuíram em 21,8% e os gastos gerais administrativos decresceram em 24,9%.

Page 7: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

6 Copyright © 2015 Accenture

Resumo das Principais Conclusões

Em seguida resumem-se algumas das principais conclusões:

Verificou-se uma significativa redução dos investimentos em TI de, respetivamente em Portugal (PT) e Espanha (ES), 20,3% e 29,0%. Este decréscimo é justificado, em grande parte, pela diminuição de 43,8% (PT) e de 35,3% (ES) na componente dos custos discricionários, ou seja, pelo forte desinvestimento em componentes relativas ao investimento, a projetos de renovação ou ao desenvolvimento de novas capacidades de negócio.

Na componente de infraestrutura, verificou-se uma mudança de modelo com uma forte tendência de externalização desta componente e a adoção extensiva de serviços de outsourcing, a que corresponde um crescimento destas rubricas em 14,1% (PT) e 67,2% (ES) e um decréscimo significativo na componente de aquisições.

Incremento dos custos com o desenvolvimento da componente normativa e corretiva. Observou-se um movimento contrário em Portugal e Espanha na rubrica dos custos com a manutenção normativa e corretiva, apresentando um aumento de 47,7% em Portugal face à diminuição de 4,3% em Espanha.

Redução dos custos com o pessoal interno e fornecedores de serviços de TI externos. No período de 2008 a 2013, os custos de pessoal e serviços externos em conjunto diminuíram 12,8% em Portugal, registando-se uma redução de 18,4% com pessoal interno e de 11% com fornecedores externos (excluindo o outsourcing de infrestrutura, a redução foi de 31,6%). Espanha, apresentou também uma diminuição em ambas as rubricas, no entanto, o ajuste foi maior nos custos com o pessoal interno do que nos custos com fornecedores externos (-35,1% e -15,5%, respetivamente).

Incremento na utilização da tecnologia com diminuição em meios de suporte ao negócio. Alguns parâmetros tecnológicos relativos a volumetria (por exemplo, transações e MIPS) registaram aumentos de dois dígitos, enquanto outros, relativos aos meios de suporte ao negócio (por exemplo, empregados, balcões e Produto Bancário), diminuíram. Este parece ser um sinal da crescente importância e uso da tecnologia, com a maior parte da atividade suportada no mundo digital.

Page 8: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 7

Page 9: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

8 Copyright © 2015 Accenture

Evolução dos Custos de TI e do Negócio

O setor apresentou uma significativa redução nos custos com TI entre os anos de 2008 e 2013, o que demonstra o esforço efetuado pelas instituições no sentido de reduzir globalmente os custos (com TI em particular), em linha com os desafios decorrentes do clima macroeconómico a que se tem assistido. Para uma base de 100 (em 2008), a redução dos custos com TI nestes 5 anos, em Portugal e Espanha, foi de 20,3% e 29,0% respetivamente.

Gráfico 1: Evolução 2008-2013 (base 100 em 2008) dos Custos de TI

No gráfico seguinte apresentam-se três importantes rácios a reter em termos de custos de TI, relativos aos resultados (produto bancário), aos gastos gerais administrativos e ao total de ativos financeiros sob gestão. De referir que o produto bancário, em Portugal, teve uma redução mais drástica do que Espanha nestes 5 anos (-44,2% vs. -34,8%).

Apesar das instituições terem reduzido os custos com TI, o rácio destes custos relativamente ao produto bancário (TI/PB) sofreu um significativo agravamento em Portugal devido à abrupta redução de resultados (passando de um peso relativo de 7,6% para 10,7%). Em Espanha a variação não é tão significativa (passando de 6,5% para 7,1%), o que advém de um menor impacto dos resultados e de uma maior capacidade de adaptação/reação, como adiante se verá.

O rácio entre custos de TI e gastos gerais administrativos (TI/GGA) foi o que, no geral, apresentou um maior descréscimo de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração (em Portugal e Espanha apresentou um valor médio de 14,7%, sendo a evolução em Portugal ligeiramente superior nesta relação).

79,7%71,0%

0%

25%

50%

75%

100%

Portugal Espanha

2008-2013

Page 10: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 9

Gráfico 2: Evolução 2008-2013 dos rácios TI/GGA, TI/PB e TI/ATM

De referir que a redução dos resultados em Portugal foi mais significativa do que Espanha e, por outro lado, os custos tiveram um maior ajuste em Espanha do que em Portugal. Nesse sentido, o rácio TI/PB foi, em média, bastante mais penalizado em Portugal do que em Espanha.

Gráfico 3: Evolução 2008-2013 dos custos TI, GGA, PB e Rácio de Eficiência

74,4%

48,1%

45,5%

41,8%

-44,2%

-34,8%

-8,8%

-24,9%

-20,3%

-29,0%

-60% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Variação TI

Variação GGA

Variação PB

Rácio Eficiência 2008

Rácio Eficiência 2013

Portugal

Espanha

Page 11: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

10 Copyright © 2015 Accenture

Page 12: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 11

Posicionamento das Entidades para o Futuro Para além da quantidade total de recursos dedicados a TI, referidos no capítulo anterior analisou-se, e é de vital importância, a adequação ou o contributo dos custos ou investimentos para o resultado das instituições. Na verdade, os fatores de análise que determinam a adequação e qualidade dos custos são ainda mais importantes do que o montante global investido, como forma de maximizar o retorno do investimento em TI para o negócio. Neste capítulo, analisaram--se essas componentes com base em três indicadores-chave.

A relação de custos discricionários e não-discricionários. A evolução dos custos discricionários é de especial importância, uma vez que são os recursos alocados e destinados ao desenvolvimento e construção de novas capacidades ou à renovação das capacidades existentes (consideradas obsoletas). São, por isso, os custos que mais contribuem para o futuro posicionamento das entidades. Em contrapartida, os custos não-discricionários dizem respeito à manutenção da operação existente. Nesta análise é usado como indicador o rácio dos custos discricionários ou a percentagem total de recursos dedicados a desenvolver novas capacidades (sejam aplicações ou infraestrutura).

Flexibilidade ou análise da relação entre custos fixos e variáveis. A flexibilidade é um dos fatores-chave para o posicionamento futuro de uma entidade, uma vez que determina não só a capacidade da entidade fazer ajustes rápidos nos custos, mas também a capacidade de alterar a composição e a qualidade dos recursos utilizados sem aumentar os custos. Incorpora, por exemplo, equipas com experiência no mundo digital ou substitui recursos especializados em linguagens de programação obsoletas. É usado como indicador o rácio de flexibilidade ou a percentagem de custos variáveis sobre o total de custos de TI. De referir que a adoção de serviços de outsourcing contribui para uma maior variabilidade dos custos mas que, no limite, há componentes de baseline mínimo para a operação que se devem tratar como “fixos”.

Distribuição de custos: aplicações vs. infraestrutura. É fundamental avaliar a adequação da distribuição dos meios utilizados para atingir os objetivos de negócio da organização ou, se não for o caso, encontrar uma forma de uso mais eficaz destes recursos. Este aspeto tem especial importância para permitir iniciar um processo de ajuste de custos, com o objetivo de reduzir rapidamente o custo total de manutenção, garantindo em simultâneo uma estrutura equilibrada de meios. O presente estudo centra-se nos aspetos básicos, em concreto no equilíbrio entre os recursos destinados a aplicações e a infraestrutura.

Page 13: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

12 Copyright © 2015 Accenture

Custos Discricionários

Em Portugal, o setor regista, no seu todo, uma redução dos custos discricionários e não-discricionários de 20,3%. Esta forte contração deve-se, praticamente na sua totalidade, à redução dos custos discricionários, que registaram uma diminuição de 43,8%. Por outro lado, verifica-se que os custos não-discricionários, fruto da sua própria natureza, se mantiveram praticamente inalterados entre o ano de 2008 e 2013, registando apenas uma redução de 4,2%.

O rácio de discricionariedade situa-se assim nos 29,1% (2013) tendo evoluído de 40,8% (2008). Verifica-se aqui, novamente, o efeito da política de contenção de custos que o setor praticou desde 2008, reduzindo fundamentalmente os custos de curto prazo ou novos investimentos. O desinvestimento em aquisição de infraestrutura, o desenvolvimento de novos projetos e a manutenção evolutiva são os fatores que justificam esta forte redução do rácio dos custos discricionários.

Em todas as entidades verificou-se uma redução dos custos discricionários, com maior ou menor expressão. No entanto, no que diz respeito aos custos não-discricionários verificou-se uma redução a nível global, embora se tenham registado aumentos e reduções nos diferentes casos.

Em Espanha, entre 2008 e 2013, a redução em termos agregados é de 29,0% nos custos globais de TI e resulta de uma diminuição de 35,3% nos custos discricionários e de 22,9% nos custos não-discricionários.

Gráfico 4: Evolução 2008-2013 (base 100 em 2008) dos Custos Discricionários e Não-Discricionários

O próximo gráfico tem como objetivo analisar o posicionamento das instituições no que diz respeito ao seu rácio de TI face aos custos gerais administrativos (TI/GGA), confrontando-o com a percentagem dos custos discricionários. Destacam-se os seguintes pontos:

A maioria das instituições em análise situa-se no quadrante de contenção (quadrante inferior esquerdo), com custos de TI abaixo da média do setor assim como um baixo nível de investimento.

As outras instituições situam-se no quadrante superior esquerdo, apresentando custos de TI ligeiramente mais elevados que a média do setor e um baixo nível de investimento. Esta situação demonstra potencial para as instituições melhorarem a sua eficiência.

Page 14: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 13

É possível também constatar neste gráfico a tendência de contenção de custos entre os anos de 2008 e 2013, onde tanto os custos de TI como os novos investimentos diminuíram.

Gráfico 5: Comparação entre o rácio TI/GGA e a percentagem de Custos Discricionários

Apesar da significativa redução que os custos discricionários sofreram, o produto bancário sofreu igualmente uma forte redução, permitindo que em Portugal a percentagem de custos discricionários por cada euro do produto bancário se tenha mantido entre 2008 e 2013. No que diz respeito aos custos não-discricionários não foi possível ajustar da mesma forma, atendendo à menor flexibilidade desta rubrica.

Comparando com o setor espanhol, verificámos um comportamento idêntico na percentagem de custos discricionários sobre o produto bancário e um ligeiro aumento da percentagem dos custos não-discricionários.

Gráfico 6: Evolução 2008-2013 da percentagem Discricionária e Não-Discricionária sobre o Produto Bancário

2008

2013

2008

2013

0%

10%

20%

30%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

TI/G

GA

% Discricionária

Portugal

Espanha

SOMOS EFICAZES?

GERAMOS VALOR SUFICIENTE?

SOMOS EFICIENTES?

GERAMOS VALOR?

2008

2013

Page 15: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

14 Copyright © 2015 Accenture

Flexibilidade

O índice de flexibilidade é um importante fator de qualidade dos custos com TI e corresponde à percentagem dos custos variáveis sobre o custo total com as TI. Com esta relação, determina-se a rapidez na resposta e na adaptação da estrutura de custos das instituições financeiras.

Em Portugal, no período de 2008 a 2013, verificou-se um decréscimo de 14,6% nos custos variáveis. Esta redução global é acompanhada da redução de todas as rubricas que os compõem, com exceção do outsourcing de infraestrutura que registou um acréscimo de 14,1% (devido à adoção de novos modelos de contratação de serviços). Em contrapartida, a rubrica de manutenção e aluguer de infraestrutura nos custos fixos regista uma redução de 41%, a mais significativa.

Adicionalmente, no que diz respeito aos custos fixos, a rubrica com o pessoal interno apresentou uma redução de cerca de 18,4% no período.

Em Espanha, no mesmo período, verificou-se um comportamento semelhante, embora com reduções superiores tanto na categoria de custos fixos (-44,3% comparado com 2008) como na categoria de custos variáveis (-18,8%).

Gráfico 7: Evolução 2008-2013 dos Custos Fixos e Variáveis (base 100 em 2008)

36,8%32,2%

40,1%

31,5%

63,2%

67,8%

59,9%

68,5%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2008 2013 2008 2013

Portugal Espanha

Custos Variáveis

Custos Fixos

100,0%

79,7%

100,0%

71,0%

Page 16: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 15

Distribuição de Custos: Aplicações vs. Infraestrutura

A análise da distribuição dos custos de TI entre aplicações e infraestrutura realiza-se através da avaliação do equilíbrio na alocação de recursos entre estas duas componentes. O custo com aplicações inclui o desenvolvimento e manutenção de aplicações (evolutivo, corretivo e normativo), aquisições de software aplicacional e respetiva manutenção. O custo associado a infraestrutura inclui a aquisição de infraestrutura, a manutenção de hardware, o software de sistemas e comunicações, o outsourcing de infraestrutura e os serviços de produção e direção.

No período em análise verificou-se, em Portugal, uma redução do peso dos custos com aplicações de 39,5% para 33,6% do total dos custos de TI. Por conseguinte, a infraestrutura assumem agora um peso de 66,4% do total desses custos.

Em Espanha, observou-se um movimento contrário no período, traduzido num aumento relativo dos custos com aplicações (de 35,9% para 42%) face à infraestrutura (de 64,1% para 58%).

Gráfico 8: Evolução 2008-2013 dos Custos com Aplicações e Infraestrutura (base 100 em 2008)

Page 17: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

16 Copyright © 2015 Accenture

Page 18: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 17

Estrutura de Custos de TI

No período em análise os custos com TI reduziram-se em 20,3%, em Portugal, e em 29,0% em Espanha.

Assistiu-se a um crescimento importante em algumas rubricas de infraestrutura em detrimento de outras, sendo necessário analisar a evolução nos próximos anos para determinar se o setor se encontra perante uma mudança estrutural.

Gráfico 9: Evolução 2008-2013 dos Custos de TI. Distribuição por natureza Discricionária dos Custos

Ao analisar as rubricas individuais que compõem os custos com TI, pela sua natureza discricionária (gráfico 9) conclui-se o seguinte:

Registou-se uma redução nas aquisições em Portugal (31,6%) e em Espanha (54,9%), bem como na rubrica de desenvolvimento e manutenção evolutiva de aplicações (48,3% em Portugal e 20,5% em Espanha).

A evolução foi contrária em Portugal e Espanha na rubrica de manutenção normativa e corretiva, apresentando um aumento de 47,7% em Portugal e uma diminuição de 4,3% em Espanha.

O outsourcing de infraestrutura apresentou um acréscimo em Portugal e Espanha em termos de percentagem sobre o total de custos, registando um aumento em termos absolutos de 14,1% e 67,2%, respetivamente, o que resulta da tendência de externalização desta componente em todo o setor (com maior relevância em Espanha).

Page 19: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

18 Copyright © 2015 Accenture

Gráfico 10: Evolução 2008-2013 dos Custos de TI. Distribuição por natureza Flexível e Não Flexível dos Custos

Ao analisar a evolução dos custos desagregados em termos de flexibilidade (gráfico 10) observou-se o seguinte:

Em Portugal, os custos de fornecedores e serviços externos de TI diminuíram globalmente em 14,6%, valor para o qual contribuiu a redução de 31,6% nos custos com aquisições e fornecedores externos e o acréscimo de 14,1% no outsourcing de infraestrutura (pelos motivos anteriormente apresentados). Os custos com o pessoal interno diminuíram 18,4% e a manutenção de infraestrutura apresentou uma redução de 41%.

Em Espanha, os custos de fornecedores e serviços externos de TI diminuíram globalmente em 18,8%, com uma redução de 54,9% nos custos com aquisições, uma redução de 15,5% com fornecedores externos e um acréscimo de 67,2% no outsourcing de infraestrutura. Os custos com o pessoal interno diminuíram 36,1% e a manutenção de infraestrutura apresentou uma redução de 49,3%.

Page 20: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 19

Aquisições de Infraestrutura

No período em análise (2008-2013) assistiu-se a uma redução significativa na rubrica relativa à aquisição de infrestrutura, sendo de 30,6% em Portugal e de 54,9% em Espanha.

Como consequência desta redução, o peso das aquisições de infraestrutura sobre o total dos custos de TI diminuiu, representando em 2013 cerca de 9,5% (PT) e 13,4% (ES) do custo total de TI.

Gráfico 11: Evolução 2008-2013 (base 100 em 2008) das Aquisições de Infraestrutura e percentagem sobre o total de TI

Portugal Espanha

7,8% 6,3% 8,0%2,8%

26,6%38,6%

14,9%

11,4%

65,6%

24,6%

53,7%

26,1%

23,3%

4,8%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

2008 2013 2008 2013

Portugal Espanha

HW Mainframe

HW Distribuído

Software

Comunicações

100,0%

69,4%

100,0%

45,1%

Page 21: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

20 Copyright © 2015 Accenture

Analisando em detalhe as diferentes rubricas que compõem as aquisições de infrestrutura verificam-se as seguintes evoluções no período (gráfico 12):

Em Portugal, registou-se uma diminuição em todas as rubricas, exceto na categoria de licenças de software onde se verificou um acréscimo de 45,3%. As aquisições de infraestrutura de hardware distribuído e de comunicações apresentaram uma redução de 62,6% e 19,1%, respetivamente.

Em Espanha, verificou-se uma diminuição em todas as rubricas, registando-se reduções bastante significativas nas aquisições de infraestrutura de hardware mainframe (79,5%) e distribuído (51,4%), assim como na rubrica de comunicações (65,7%).

Gráfico 12: Evolução 2008-2013 dos custos de Aquisição da Infraestrutura e percentagem sobre o total de TI

Portugal Espanha

Page 22: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 21

Manutenção de Infraestrutura

Os custos totais de manutenção de infraestrutura de hardware, software e comunicações diminuíram significativamente no período em análise, tanto em Portugal (41%) como em Espanha (49,3%).

Gráfico 13: Evolução 2008-2013 (base 100 em 2008) da Manutenção de Infraestrutura e percentagem sobre o total de TI

Portugal Espanha

Como consequência desta redução, o peso relativo das rubricas de manutenção de infraestrutura sobre o total dos custos de TI diminuiu, representando em 2013, 14,2% em Portugal e 18,4% em Espanha.

Deve ter-se em consideração que o custo médio da manutenção de infraestrutura é um pouco superior ao aqui indicado, pois os números deste capítulo não incluem a totalidade dos custos de infraestrutura, uma vez que os fornecedores externos das componentes em outsourcing suportam estes custos diretamente. Na verdade, se por um lado se verificou a redução dos custos diretos com a manutenção de infraestrutura, também se verificou que, com o aumento da externalização, têm aumentado os custos com o outsourcing desta componente.

Analisando em detalhe a evolução das diferentes rubricas (gráfico 14), observaram-se reduções em todas elas na categoria de manutenção de infraestrutura. Alterou-se a tendência dos últimos anos e os custos de manutenção com hardware mainframe e com comunicações reduziram significativamente de 2008 para 2013, tanto em Portugal (98,8% e 71%, respetivamente) como em Espanha (60,6% e 57,6%, respetivamente).

53,8%

15,6%

42,5%

18,0%

28,7%

28,9%

31,3%

20,4%

16,6%

14,5%

21,3%

10,3%

0,9%

0,0%

4,9%

1,9%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2008 2013 2008 2013

Portugal Espanha

HW Mainframe

HW Distribuído

Software

Comunicações

100,0%

59,0%

100,0%

50,7%

Page 23: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

22 Copyright © 2015 Accenture

Gráfico 14: Evolução 2008-2013 dos custos de Manutenção da Infraestrutura Hardware, Software e Comunicações e percentagem sobre o total de TI

Portugal Espanha

Os gráficos seguintes ilustram a evolução do custo total das comunicações sobre o número de funcionários e balcões, registando uma drástica diminuição em ambos os rácios1, tanto em Portugal, como em Espanha.

Gráfico 15: Custo das Comunicações por Empregado

Gráfico 16: Custos das Comunicações por Balcão

1 Em Portugal as comunicações diminuíram 71%, o número de empregados diminuiu 1,7% e o número de balcões diminuiu 3,8%. Em Espanha as comunicações diminuíram 57,6%, o número de empregados diminuiu 40,9% e o número de balcões diminuiu 47,8%.

Page 24: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 23

Fornecedores de Serviços Externos, Outsourcing de Infraestrutura e Pessoal Interno de TI

No período em análise, em Portugal, os custos com pessoal e com serviços de TI em conjunto diminuíram 12,8%, valor para o qual contribuiu uma redução de 18,4% nos custos com pessoal interno e de 31,6% com fornecedores de serviços externos. No mesmo período, a rubrica de outsourcing de infraestrutura, registou um aumento de 14,1%, pelos motivos anteriormente referidos.

No mesmo período, em Espanha, os custos com pessoal interno e fornecedores externos diminuíram 8,8%, registando-se em particular uma diminuição de 35,1% com pessoal interno e de 15,5% com fornecedores externos. A rubrica de outsourcing apresentou um acréscimo significativo aumentando 67,2% no período em análise.

Gráfico 17: Evolução 2008-2013 da distribuição dos Custos com Fornecedores Externos e percentagem sobre o total de TI

Portugal Espanha

Em 2013, os custos de fornecedores externos representavam 24,6% do total de custos de TI em Portugal e 37,1% em Espanha, registando uma redução de 31,6% e 15,5% desde 2008, respetivamente. Os custos com pessoal interno sofreram uma redução de 18,4% (PT) e 35,1% (ES) e representavam em 2013 18% (PT) e 13% (ES) dos custos totais de TI (gráfico 17).

Page 25: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

24 Copyright © 2015 Accenture

Fornecedores de Serviços Externos e Outsourcing de Infraestrutura

O custo total da categoria fornecedores de serviços externos e outsourcing de infraestrutura em termos agregados apresentou, em Portugal, uma redução de 11% e em Espanha registou um ligeiro acréscimo no período em análise.

Gráfico 18: Evolução 2008-2013 da distribuição dos Custos com Fornecedores Externos e percentagem sobre o total de TI

Portugal Espanha

Neste período, a análise das várias rubricas registou as seguintes evoluções (gráfico 18):

A rubrica de desenvolvimento e manutenção evolutiva de aplicações registou uma diminuição de 53,2% para Portugal e de 15,8% para Espanha sendo responsável pela diminuição da categoria dos custos com fornecedores externos.

A manutenção normativa e corretiva de aplicações registou um maior incremento em Portugal (24,4%) face a Espanha (2,4%).

O outsourcing de infraestrutura apresentou um acréscimo de 14,1% em Portugal e de 67,2% em Espanha.

Na rubrica de produção e outros serviços, observou-se um aumento de 39% em Portugal e uma diminuição de 15,8% em Espanha.

Page 26: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 25

Pessoal Interno

No período em análise (2008 a 2013) observou-se, em Portugal, uma diminuição de 18,4% nos custos com o pessoal interno, registando-se reduções em todas as rubricas, exceto em manutenção corretiva e normativa onde houve um acréscimo de 222,7%. As entidades passaram a responder apenas a questões legais e normativas.

Em Espanha, os custos com o pessoal interno diminuíram 35,1% entre 2008 e 2013, registando reduções em todas as rubricas.

Gráfico 19: Evolução 2008-2013 da distribuição dos Custos com o Pessoal Interno de TI e percentagem sobre o total de TI

Portugal Espanha

Page 27: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

26 Copyright © 2015 Accenture

A análise às diferentes rubricas que compõem o custo com o pessoal interno de TI mostra os seguintes comportamentos (gráfico 19):

Em Portugal:

O custo com desenvolvimento e manutenção evolutiva reduziu 36,2%.

O custo com a manutenção corretiva e normativa aumentou 222,7%, não sendo este valor significativo em termos relativos devido ao baixo peso absoluto.

O custo com a produção e outros registou um decréscimo de 19,3%.

Em Espanha:

O custo com o desenvolvimento e manutenção evolutiva reduziu 33,4%.

O custo com a manutenção corretiva e normativa diminuiu 28,8%.

O custo com a produção e outros registou um decréscimo de 39%.

A redução do número de recursos internos de TI em Portugal foi menos significativa do que em Espanha, devido aos processos de integração e transformação terem sido menos profundos (gráfico 20).

Page 28: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 27

Gráfico 20: Evolução dos Recursos Internos de TI (base 100 em 2008)

No período em análise observou-se, em Portugal, uma redução do custo médio com pessoal interno de TI de 7,5% e, em Espanha, deu-se um aumento de cerca de 10%. No entanto, verificou-se uma redução de 9,9% no último ano.

Gráfico 21: Evolução do custo médio de Recursos Internos de TI

Neste período, a percentagem de empregados internos de TI sobre o total de empregados diminuiu em Portugal, situando--se nos 3,6% em 2013 face aos 4% registados em 2008. Em Espanha, a percentagem de recursos internos de TI sobre o total de recursos situava-se em 2,9% em 2013, mantendo-se em linha com o valor de 2008 (gráfico 22).

88%

59%

0%

25%

50%

75%

100%

Portugal Espanha

2008-2013

72.851

67.35870.750

81.754 81.160 81.081

86.166

77.662

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

100.000

2008 2009 2010 2011 2012 2013

Cust

o M

édio

de

Recu

rso

Inte

rno

de T

I (€)

Portugal

Espanha

Page 29: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

28 Copyright © 2015 Accenture

Gráfico 22: Percentagem de Recursos Internos de TI sobre o total de recursos

Custo Tecnológico por Transação

Nesta secção analisou-se o custo tecnológico médio por transação e a sua relação com o volume de negócios, em termos de produto bancário. É necessário realçar que, embora o conceito de transação não seja estritamente homogéneo devido às diferentes estruturas ou configurações técnicas dos sistemas nas instituições, as diferenças são suficientemente pequenas para que os dados aqui apresentados sejam significativos.

O custo de TI por transação representa o custo tecnológico (e não o custo operativo total) necessário para processar uma operação bancária básica.

Gráfico 23: Aumento do N.º de Transações Gráfico 24: Evolução de MIPS em Produção

O aumento do número de transações, no período 2008 a 2013, observou-se tanto em Portugal como em Espanha, sendo de, respetivamente, 31,2% e 15,8% (gráfico 23).

No que diz respeito à evolução dos MIPS totais instalados em ambientes de produção, verificou-se um aumento de 13,8% em Portugal e de 16,3% em Espanha (gráfico 24).

4,0%

3,6%

2,9% 2,9%

0,0%

1,0%

2,0%

3,0%

4,0%

5,0%

6,0%

2008 2013

Recu

rsos

TI /

Tot

al d

e re

curs

os

Portugal

Espanha

31,2%

15,8%

0%

20%

40%

2008-2013

Portugal

Espanha

13,8%16,3%

0%

10%

20%

30%

2008-2013

Page 30: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 29

O número de transações aumentou em sentido contrário ao negócio (o produto bancário registou reduções de 44,2% em Portugal e de 34,8% em Espanha). Como resultado, para o total das instituições participantes, o número de transações necessárias para gerar um euro de produto bancário em 2013 foi de 3,25 transações por euro, em Portugal, e de 2,25 transações por euro em Espanha (gráfico 25).

O custo médio, em 2013, para o total das instituições participantes no estudo foi de 0,035 euros por transação em Portugal e de 0,031 euros por transação em Espanha, sendo este inferior ao registado em 2008 devido ao aumento do número de transações (gráfico 26).

Gráfico 25: Evolução 2008-2013 do N.º transações/PB Gráfico 26: Evolução 2008-2013 dos Custos TI/N.º transações

Gráfico 27: MIPS em produção por Milhão de transações ano Gráfico 28: MIPS em produção por N.º de empregados

O número de MIPS instalados em produção por milhão de transações processadas reduziu para 1,70 em Portugal e aumentou para 3,22 em Espanha (gráfico 27).

O aumento do número de MIPS em produção em relação ao número de empregados, levou ao aumento do rácio MIPS/pessoal que registou o valor de 0,65 em Portugal e de 1,58 em Espanha (gráfico 28).

1,29

3,25

1,27

2,25

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

2008 2013

Euro

Portugal

Espanha

0,058

0,035

0,051

0,031

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

2008 2013

2,041,70

2,903,22

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

2008 2013

Portugal

Espanha

0,550,65

0,83

1,58

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2008 2013

Page 31: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

30 Copyright © 2015 Accenture

Page 32: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 31

Alto Desempenho na Gestão de TI

O Novo Mundo Digital

É um facto que estamos perante um novo período denominado, de forma generalizada, como “a era digital” e caracterizado pela presença de novos players no mundo financeiro, que utilizam tecnologias digitais inovadoras, oferecem novos serviços financeiros e plataformas de pagamentos. Neste contexto, os canais digitais tornaram-se mais relevantes e a sua importância vai continuar a aumentar nos próximos anos, potenciando a banca móvel, o banco online e as operações através das redes sociais.

Este novo cenário exige uma profunda transformação para a qual a tecnologia é uma alavanca fundamental de adaptação dos canais de interação com o cliente, oferta de novos produtos e serviços, redução dos tempos de resposta, otimização do uso da informação de clientes, automação de processos e, finalmente, de renovação da experiência que o cliente tem com a instituição (“personalizada: quando e como o cliente quer”). Para isso, os gestores de TI também têm de se adaptar ao novo contexto e estar no centro da mudança.

Nesta secção, foi analisado o posicionamento digital das instituições bancárias portuguesas, comparando as principais prioridades das entidades de alto rendimento a nível internacional com as do setor financeiro português.

Page 33: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

32 Copyright © 2015 Accenture

Posicionamento Digital do Setor Financeiro Português

Para lidar com a “era digital” descrita na secção anterior é necessário desenvolver novas capacidades. Nesta edição incluímos um estudo da visão que as instituições têm sobre o grau de implementação destas novas capacidades, tanto do ponto de vista do negócio como da gestão de tecnologia.

O gráfico seguinte mostra a percentagem de instituições do setor financeiro português em cada um dos níveis de posicionamento do negócio digital.

Gráfico 29: Percentagem de Instituições por nível de posicionamento do Negócio Digital

As instituições destacaram os seguintes aspetos:

Nenhuma capacidade digital está implementada de forma transversal.

A estratégia de TI tem-se refletido a nível da eficiência e agilização das instituições (onde se destaca a redução de custos, o time-to-market e a capacidade de análise e decisão em tempo real).

Os outros focos de atenção das instituições foram ao nível da conectividade (interação com os clientes em múltiplos canais) e da personalização (quando e como o cliente quer).

A utilização de redes sociais está ainda numa fase muito inicial.

A abordagem a soluções de big data ainda não é considerada prioritária.

Page 34: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 33

Como discutido anteriormente, para além da análise de desenvolvimento de capacidades de negócio, estudámos as mudanças na gestão de tecnologia a partir de diferentes perspetivas, conforme se reflete no gráfico seguinte.

Gráfico 30: Percentagem de Instituições por nível de posicionamento Tecnologia Digital

As instituições destacaram os seguintes aspetos:

A segurança é a característica que as instituições consideram estar num nível mais avançado.

Ainda está bastante vincada a abordagem de desenvolvimento interno contrária à integração com outros sistemas.

Instituições bastante focadas em modelos operativos para responderem a necessidades relacionadas com o mundo das novas tecnologias (digital).

A externalização de recursos é ainda relevante, mas também começa a ter dimensão a externalização de tecnologia (hardware e software).

Page 35: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

34 Copyright © 2015 Accenture

A Resposta dos Gestores de TI do Setor Financeiro Português

Nesta secção, analisamos as principais prioridades da agenda dos CIOs de empresas de alto rendimento na gestão de TI e o posicionamento do setor financeiro em cada uma delas.

1. Foco no cliente: No setor da banca em Portugal, destaca-se como objetivo de negócio prioritário para a estratégia de investimento em TI, a disponibilização de melhores meios de interação com o cliente, estando a redução de custos operacionais em segundo lugar, seguida da inovação como forma de diferenciação. Conforme se pode observar no gráfico 31, as entidades de alto rendimento dão prioridade aos objetivos relacionados com a transformação digital (fornecendo informação correta à pessoa adequada e no momento certo, encontrando melhores maneiras de interagir com os clientes e entregando novos produtos ou serviços).

Gráfico 31: Avaliação dos objetivos de negócio para a estratégia de investimento em TI

2. Tecnologia cloud: o gráfico 32 mostra que a utilização de soluções baseadas em tecnologias cloud é vista como desejável, mas é algo que não está no horizonte mais próximo dos gestores em Portugal.

Gráfico 32: Percentagem de entidades que estão evoluindo a sua arquitetura, assentando nos avanços da tecnologia Cloud

Page 36: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 35

3. Necessidade de renovar a arquitetura: Apenas ao nível da segurança, as instituições bancárias consideram ter uma arquitetura com o nível de maturidade adequado. Nenhuma sente que a sua arquitectura no que respeita à informação e ao tratamento de dados está ao nível desejado.

Gráfico 33: Percentagem de entidades que consideram alta ou muito alta a maturidade da arquitetura da empresa

4. Adoção de tecnologias digitais: A virtualização é a área onde a evolução para tecnologias digitais tem sido mais evidente (perspetiva comum a todo o benchmark). Outras áreas têm tido uma evolução positiva, como a segurança, a mobilidade e a informação (tendência geral). De referir ainda que Portugal está alinhado com o comparativo (bancos considerados de alto rendimento e sistemas financeiros). Ainda nesta perspetiva, a cloud é a área menos prioritária.

Gráfico 34: Taxa média de adoção de tecnologias digitais

Page 37: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

36 Copyright © 2015 Accenture

5. Posicionamento face à utilização de open source: O open source já é utilizado de uma forma geral na banca portuguesa, sobretudo ao nível das infraestrutura, desenvolvimento, middleware e bases de dados. Pelo contrário, a utilização de open source em aplicações está mais atrasada, não havendo qualquer instituição que registe um grau de implementação significativo.

Gráfico 35: Grau de implementação de Open Source (respostas com grau alto ou muito alto)

6. Desempenho no desenvolvimento e manutenção de aplicações: O desempenho no desenvolvimento e manutenção de aplicações tem, na perspetiva dos inquiridos, resultados mais visíveis na redução do risco operacional e dos seus próprios custos. Não se considera porém, que haja um contributo relevante ao nível da entrega tanto na inovação como na redução do seu ciclo.

Gráfico 36: Percentagem de Instituições que considera o desempenho da sua organização como alto ou muito alto em relação ao Desenvolvimento e Manutenção de Aplicações

Page 38: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 37

7. Externalização de serviços: Um dos fatores de flexibilidade das entidades está associado à externalização dos serviços. No próximo gráfico podem verificar-se os principais objetivos associados à contratação de serviços de outsourcing.

Gráfico 37: Objetivos de externalização e percentagem de entidades que se identificam com cada um deles

Em função do tipo de externalização, são alcançados resultados distintos, segundo os inquiridos. Assim, o outsourcing de aplicações tem um impacto muito visível na redução de custos com o pessoal, mas também na redução de custos gerais em TI, no acesso a estruturas variáveis de preços, no incremento de agilidade, de flexibilidade e na capacidade de potenciar o crescimento.

O outsourcing de infraestrutura tem um impacto na redução de custos gerais em TI, na disponibilização de sistemas críticos e na racionalização de TI.

Finalmente, o outsourcing de recursos humanos não acarreta, na perspetiva dos inquiridos, impactos muito visíveis no desempenho das organizações (essa é também uma tendência que se verifica no sistema financeiro espanhol).

PT ES PT ES PT ES

Aumento da eficiência das operações de TI 50% 42% 50% 42% 0% 0%

Adoção de novas tecnologias 17% 25% 17% 33% 0% 25%

Redução de custos com pessoal 83% 17% 50% 17% 0% 17%

Menor custo total (TCO) 67% 25% 67% 50% 17% 0%

Acesso a uma estrutura variável de preços 67% 67% 33% 33% 17% 8%

Incremento da produtividade 33% 42% 33% 17% 0% 8%

Melhoria da qualidade 33% 17% 17% 17% 17% 25%

Incremento da agilidade/ flexibilidade 67% 58% 33% 17% 17% 0%

Incremento da capacidade para potenciar o crescimento 67% 25% 50% 33% 50% 8%

Inovação 33% 17% 17% 8% 33% 33%

Acesso a novos conhecimentos de TI/processos críticos 0% 8% 17% 8% 33% 50%

Disponibilidade de sistemas de negócio críticos 33% 8% 67% 33% 0% 17%

Racionalização de TI (simplificar ambientes de TI) 33% 25% 67% 50% 0% 0%

Entrega integrada recorrendo a múltiplas localizações 33% 25% 50% 33% 17% 0%

Outsourcing de Aplicações

Outsourcing de Infraestruturas

Aumento de efetivos

Page 39: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

38 Copyright © 2015 Accenture

8. Integração do negócio com os sistemas: A crescente integração do negócio com os sistemas tem tido um impacto reconhecido permitindo que a informação fique disponível em múltiplos canais, agilizando o processo de decisão e melhor quantificando os custos e os benefícios associados a cada processo de negócio.

Gráfico 38: Percentagem de Instituições que considera os benefícios de integração como altos ou muito altos

Page 40: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 39

9. Desenvolvimento de capacidades analíticas: Os bancos inquiridos estão, em certa medida, comprometidos com as inovações tecnológicas. Neste domínio, têm estado particularmente atentos à mobilidade, aos novos dispositivos (smartphones e tablets) e à potenciação da capacidade de transportar dados (voz e imagem) em tempo real. Do lado oposto, as ferramentas de gestão de dados massivos e do respetivo tratamento estão ainda em fase mais embrionária.

Gráfico 39: Percentagem de Instituições com solução implementada ou em fase piloto

Page 41: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

40 Copyright © 2015 Accenture

10. Importância da segurança e risco: De uma forma geral, os bancos estão empenhados em garantir a segurança dos seus sistemas, sobretudo no contexto atual onde a abrangência de serviços disponibilizados é cada vez maior e mais complexa. A existência de múltiplos canais de acesso vem adicionar ainda mais desafios em temas de segurança.

Gráfico 40: Percentagem de Instituições com solução implementada ou em fase piloto

Page 42: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 41

A prioridade comum a todas as instituições tem sido a identificação e resolução de vulnerabilidades nas aplicações, bem como a prevenção de possíveis ataques cibernéticos. Adicionalmente, estão empenhadas na segurança associada à mobilidade, na segurança da infraestrutura e nos processos de segurança associados à informação residente que circula pelos sistemas.

Gráfico 41: Percentagem de Instituições com prioridade alta e muito alta relativa a questões de segurança

Page 43: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

42 Copyright © 2015 Accenture

Page 44: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 43

Conclusões

Face à crise e à consequente contração do mercado financeiro, com o consequente impacto significativo nos resultados, as instituições bancárias tiveram de reagir procedendo, entre outras medidas, a um ajuste na estrutura de custos, nomeadamente nos que se relacionam com as TI. Neste contexto, destacam-se os seguintes pontos, como principais conclusões do estudo:

Optou-se, em geral, por reduzir custos discricionários, adiando o desenvolvimento de novas capacidades ou cancelando um conjunto de iniciativas de desenvolvimento e de manutenção evolutiva, como melhor forma de responder às incertezas do panorama macroeconómico. Desta forma, delimitaram-se novos investimentos, tendo-se aproveitando para reduzir ainda os custos com pessoal. No entanto, esta redução dos custos com TI foi parcialmente neutralizada pela necessidade de manter os sistemas atuais e, em particular, pela necessidade de responder às novas obrigações legais e normativas (em que se incluem a introdução do SEPA, os requisitos de reporting do Banco de Portugal e as novas obrigações relativas à segurança).

A flexibilidade da estrutura de custos de IT (medida pela relação entre custos fixos e variáveis) mantém-se elevada, em grande parte devido à adoção de modelos de outsourcing, com particular incidência na componente de infraestrutura. Apesar da redução de custos nesta componente, o peso relativo dos custos de infraestrutura aumentou. De referir ainda, a significativa redução dos custos de telecomunicações que se registou no período em análise, porventura, uma das componentes de redução mais acentuada.

A redução dos custos com pessoal e serviços de TI, referida anteriormente, abrange a componente de pessoal interno e também a que se relaciona com fornecedores externos. Provavelmente com menos peso, o aumento na externalização de infraestrutura terá levado a uma redução das atividades internas de TI e, desta forma, a uma menor procura de pessoal interno.

A redução nos investimentos em hardware é parcialmente explicada pela diminuição no desenvolvimento e manutenção evolutiva das aplicações uma vez que, à partida, a capacidade de processamento existente suporta as operações atuais. Por outro lado, é interessante destacar a diminuição considerável dos investimentos em hardware mainframe, não havendo qualquer investimento em Portugal durante 2013 e verificando-se um forte decréscimo em Espanha. Em princípio, tal deve-se à completa externalização de infraestrutura adotada pela totalidade das instituições no universo em análise, acompanhada de uma maior transferência de processos de negócio para sistemas distribuídos.

Já a redução acentuada no custo médio de comunicações por empregado poderá ser explicada por uma renegociação dos acordos com as operadoras de telecomunicações (em pacote integrado), pela evolução da rede VOIP bem como pelo maior peso do self-service dos clientes, em detrimento do contacto com os colaboradores do banco.

Page 45: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

44 Copyright © 2015 Accenture

Contrariando a tendência de redução de gastos em hardware, observa-se um acréscimo acentuado na aquisição de software aplicacional. Não é linear atribuir este crescimento a novos desenvolvimentos, pois estes diminuíram face a 2008. No entanto, poder-se-á assumir que este investimento é a resposta às necessidades normativas e é necessário para assegurar a estabilidade das operações existentes através de versões mais recentes de software.

Por fim, em Espanha, o ajuste foi bastante mais significativo do que em Portugal devido à reestruturação operada no mercado, com múltiplas fusões. Por outro lado, a redução de custos incidiu de forma mais equilibrada sobre um conjunto mais amplo de rubricas. De referir, a título de exemplo, que os custos com infraestrutura e com aplicações reduziram de forma equiparada (mantendo-se os rácios relativos), tal como os custos discricionários e não-discricionários (mantendo-se o desenvolvimento de capacidades futuras e um conjunto de projetos ativos).

No que diz respeito ao posicionamento digital da banca portuguesa, é possível aferir as seguintes conclusões principais:

A maioria dos investimentos incide no serviço ao cliente, assumindo uma enorme centralidade na atenção dada a este pelos bancos e na busca de formas diferenciadoras de serviço. Há uma aposta séria do setor em melhorar a interação com os seus clientes, através de canais alternativos aos tradicionais (presencial e telefónico). Praticamente metade dos inquiridos demonstrou um claro interesse em adequar a interação às preferências dos seus clientes.

Uma parte significativa dos bancos já está a apontar para novos modelos de contratação de serviço, incluindo a externalização de ativos e funções em troca de modelos “as a service”. Semelhante ao observado na evolução dos custos com as TI, é legítimo aferir que a indústria procura formas inovadoras de evoluir rapidamente, sem penalizar o seu cost-to-income e mantendo uma elevada flexibilidade em tempos de incerteza.

Page 46: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 45

Page 47: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

46 Copyright © 2015 Accenture

Anexos

Page 48: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

Copyright © 2015 Accenture 47

Anexo I. Metodologia e Bases do Estudo Em seguida descrevem-se os principais aspetos conceptuais e metodológicos seguidos na realização do estudo.

Amostra

As entidades participantes neste estudo representam cerca de oitenta por cento dos ativos do sistema financeiro português e espanhol.

Conceitos Base

Para os fins deste estudo, consideramos o conceito de custo de TI como a soma das despesas correntes e investimentos em tecnologia, excluindo as amortizações. Neste sentido, não se aplica o conceito dos custos da contabilidade. Esta abordagem deve-se a três razões:

Este custo corresponde ao que realmente é gerido pelos departamentos de TI das entidades.

Com este valor é possível trabalhar com dados homogéneos e eliminar o efeito de distorção das diferentes políticas de amortização e de financiamento dos ativos entre as várias entidades.

Os dados económicos reportados pelas entidades participantes incluem IVA.

Os Custos de TI incluem o seguinte:

Custos de manutenção e aluguer de infraestrutura, incluindo equipamentos de hardware, licenças de software e custos de comunicações de voz e dados.

Investimentos em compras de infraestrutura de hardware, produtos e pacotes de software e equipamentos de comunicações.

Custos com o pessoal interno de TI.

Custos com fornecedores externos de serviços de TI, incluindo todo o tipo de contratação: projecto fechado, outsourcing, subcontratados, etc.

Page 49: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas Instituições Financeiras Portuguesas

48 Copyright © 2015 Accenture

A análise da estrutura de custos de TI distinguiu custos discricionários de custos não- discricionários:

Os custos discricionários são os que a entidade pode escolher como usar. Incluem os investimentos em compras de infraestrutura, os custos de desenvolvimento de novas aplicações e os custos de manutenção evolutiva. Os custos discricionários brutos são os recursos alocados e destinados ao desenvolvimento e construção de novas capacidades ou à renovação das capacidades existentes e consideradas obsoletas. Os custos discricionários líquidos são aqueles que se destinam ao desenvolvimento de novas capacidades excluindo os custos de renovação das capacidades obsoletas.

Os custos não-discricionários são os custos necessários para o funcionamento diário das TI. Dizem respeito à manutenção da operação existente e são condicionados por decisões passadas. Estes custos incluem a manutenção de hardware, software, comunicações, funcionamento da infraestrutura e manutenção corretiva e normativa das aplicações.

De igual forma, também foi analisada a estrutura de custos tendo em consideração a flexibilidade, ou seja, foi feita a distinção entre custos fixos e custos variáveis:

Os custos fixos são os que não são fáceis de alterar no curto-prazo e incluem os custos de pessoal interno e manutenção de infraestrutura.

Os custos variáveis são aqueles que podem ser alterados de forma relativamente rápida pela entidade e incluem os custos de fornecedores externos (incluindo o outsourcing de infraestrutura) e as compras de infraestrutura.

Dados fornecidos pelas entidades que participaram no estudo

O estudo é baseado em dados fornecidos pelas entidades participantes. Estes dados foram revistos e trabalhados com cada uma delas para assegurar que se ajustam aos critérios e metodologia utilizados.

Page 50: Estudo dos Custos de Tecnologias de Informação nas ......de 2008 a 2013 o que se deveu, fundamentalmente, à maior redução em custos de TI face aos custos gerais de administração

Estudio de Costes de Tecnologías de la Información en las Entidades Financieras en 2013

Copyright © 2015 Accenture 49

© Copyright 2015 Accenture All rights reserved. Accenture, its logo, and High Performance Delivered are trademarks of Accenture.

Sobre a Accenture

A Accenture é uma organização global de serviços de consultoria de gestão, tecnologias de informação e outsourcing, com mais de 323 mil profissionais a servir clientes em mais de 120 países. Através da combinação de uma experiência ímpar, um conhecimento profundo dos vários setores de atividade e funções de negócio, e uma extensa pesquisa sobre as empresas mais bem sucedidas do mundo, a Accenture colabora com os clientes ajudando-os a tornarem-se organizações de alto desempenho. A empresa gerou receitas no valor de 30 mil milhões de dólares, no exercício terminado em 31 de agosto de 2014. A homepage da Accenture é www.accenture.pt.

Contacto

João Pedro Tavares Vice-Presidente responsável pela área de Serviços Financeiros [email protected] Tel.: 21 380 3500

Siga a nossa atividade nas redes sociais:

Linkedin.com/company/accenture-portugal

Facebook.com/AccenturePortugal

Youtube.com/AccenturePortugal

Google Plus