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Edição #11 • dezembro 2009 SKATE para meninas ESTUDO E ESPORTE Como conciliar? OUTUBRO ROSA Portraits

ESTUDO E ESPORTE Como conciliar? - Ehlas · 2010. 4. 26. · EDITORIAL Chegamos a mais um fim de ano, o ano letivo escolar está terminando e as provas finais definem quem passa ou

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Edição #11 • dezembro 2009

SKATEpara meninas

ESTUDO E ESPORTEComo conciliar?

OUTUBRO ROSAPortraits

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EDITORIAL

C hegamos a mais um fim de ano, o ano letivo escolar está terminando e as provas finais definem quem passa ou não.Assim como a escola e a faculdade, o calendário esportivo termina e define os seus campeões.

Assim podemos traçar um paralelo: nos estudos, adquirir conhecimento, tirar boas notas e passar de ano pode ser comparadoà chegada ao mais alto lugar no pódio. Em resumo, um dos principais objetivos seria o mesmo: ter sucesso naquilo que se faz .

Vida de esportista não é nada fácil. A rotina diária se divide em várias horas de treinamento, musculação, alongamento e tudoaquilo que pede uma preparação adequada. A agenda é apertada e quase sempre o atleta não tem fim de semana – pois équando acontecem a maior parte dos campeonatos. Como conciliar tudo isso com os estudos, quando cada vez mais ascompetições e a profissionalização se dão precocemente?

Alguns conseguem. Outros, optam por deixar de lado o estudo sem nem mesmo terminar o ensino médio. Mas onde,quando e para quem pesa, ou não, o ensino básico na carreira de um esportista? Coletamos uma série de depoimentosde atletas, freesurfers, empresários, técnicos, patrocinadores, pais, dirigentes, e agora está lançado o debate.

Alguns podem afirmar que educação, informação, cultura e conhecimento podem vir de uma série de fontes. Entretanto, a escolacontinua sendo a principal base para a formação de um indivíduo, seja ele esportista ou não. O estudo e o esporte, na fase daformação de uma criança ou jovem, se completam. Raciocínio, interpretação, disciplina, concentração, paciência, autocontrole erespeito são apenas alguns exemplos que poderão ser colocados em prática em ambas as atividades.

Com disciplina, apoio familiar – dos educadores e das instituições escolares junto ao apoio dos seus patrocinadores –, levandoainda em conta a política social e educacional da sociedade brasileira, é possível manter os treinamentos e os estudos em dia.Assim, os jovens atletas brasileiros são estimulados e os futuros cidadãos e grandes campeões serão gratos a todos.

Em meio a esse debate, que pode e deve se estender, a edição traz também outro alerta social: a saúde da mulher. O assunto,que é recorrente aqui na EHLAS, dessa vez veio “vestido” de rosas. Em um gesto de cidadania, algumas surfistas vestiram a florrosa em prol do movimento “Outubro rosa”. Movimento este que educa, informa e conscientiza a todos sobre o câncer de mama.

E, para finalizar, muito surfe, bodyboard e skate coroando com charme mais um fim de ano.

Boas festas, boas “ondas” e até o ano que vem!

Brigitte MayerFoto:RobertaBorges

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ÍNDICE:Editorial

Cartas

Portrait ........................................... Outubro RosaBaterias........................................Suelen Naraisa

Circuito PetrobrasWQS

Skate ....................................Meninas do SkateBeach Tennis...................................... Joana CortezBodyboarding.......................Circuito MundialEhlas Acontecem

EcologiaFoto:Suelen

Naraisa

No ensaio para oMovimento Outubro Rosa,Michelle des Boulionsdistribuiu sorrisos.Quando surfa as ondasdo Rio de Janeiro, ela saidistribuindo muita águapara o céu.

Foto: Rick WerneckFoto ação: Arthur Toledo

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www.goprocamera.com

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ROBERTA BORGES • Editora e fotógrafa • [email protected]

LUIZ FLAVIO • TI Designer • [email protected]

MONIKA MAYER • Designer •[email protected]

RICARDO LARGMAN • Editor de textos • [email protected]

CLAUDIA GONÇALVES • Editora • [email protected]

BRIGITTE MAYER • Editora • [email protected]

RICK WERNECK • Editor de fotografia• [email protected]

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MARIANA CONSORTVideomaker

[email protected]

FABIO FANTAUZZISolariFilmes

[email protected]

RODRIGO TINOCOFotógrafo

[email protected]

KIM MILWARDVideomaker

[email protected]

COLABORADORORES DE FOTO:

NILTON [email protected]

BASILIO [email protected]

FABIO [email protected]

ARTUR [email protected]

AGRADECIMENTO ESPECIAL:

MATÉRIA SKATE:Texto: Evelyn Leine

[email protected]: Carol Carneiro

Vídeo: Mauricio Casarinwww.skateparameninas.com.br

LLAAIILLAAWERNECK Produtora e [email protected]

SORAIA ROCHA, ROBERTA MILAZZO E RENATA CAVALLEIRO

Bodyboarders www.garotasbodyboarders.com.br

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Leia as cartas no acesso online

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O “Outubro Rosa” teve início naCalifórnia e tem o objetivo de darvisibilidade à causa do câncer de mama, a fim de conscientizar aspessoas, mulheres, em particular, sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, e também ressaltar arelevância da mamografia, prestarinformações sobre a saúde da mama e contribuir para a erradicação destadoença que ameaça a vida. A popularidade do projeto alcançou o mundo de forma bonita, elegante efeminina, motivando e unindo diversasculturas em torno da causa.

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Nos últimos anos, durante o mês deoutubro, várias ações acontecem aoredor do mundo usando a cor rosa como símbolo da causa. Monumentoshistóricos e edifícios de algumas capitaisdo Brasil e do mundo são iluminados de rosa; o Cristo Redentor, no Rio deJaneiro, foi um desses monumentos.Além disso, vitrines e paginas inteiras dainternet se colorem de rosa e as pessoasusam o famoso laço rosa também.

O Circuito Petrobras de Surfe Feminino e a revista EHLAS abraçaram a causa econvidaram algumas surfistas do Brasilpara entraram no movimento. Usando o símbolo da “Rosa rosa”, as surfistasJacque Silva, Bárbara Müller, SuelenNaraisa, Mainá Thompson, ClaudiaGonçalves, Michele dês Boullions eEstrela Branco mostraram muita beleza e cidadania: vestiram a “rosa” como umalerta, contribuindo, assim, para essaimportante campanha.

Jacqueline Silva

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Estrela BlancoMainá Thompson

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Mainá Thompson

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Estrela Blanco

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Michelle des Bouillons Bárbara Müller

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Michelle des Bouillons

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Bárbara Müller

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Suelen NaraísaClaudia Gonçalves

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Claudia Gonçalves

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Suelen Naraisa

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Por Chantalla Furlanetto e Brigitte Mayer

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Oatleta começa uma vida deresponsabilidades muito cedo:

viagens, campeonatos, sempre muitolonge da família, amadurecimentoprecoce. Tudo isso em torno de umsonho, que é o de se tornar o melhor e aproveitar ao máximo asoportunidades para sua evolução.

Jovem, o atleta viaja cada vez mais e mais, e é comum ter que deixar a escola de lado, por opção, pornecessidade ou por ambos. Mas arealidade é que é muito difícil viver de um esporte para sempre. A ideia de que você terá um patrocinador quelhe pague bem, que você vai poder terestabilidade financeira para o resto dasua vida, que chegará um momentoque você vai se cansar e vai ganharuma bela de uma aposentadoria – tudo isso é pura ilusão.

A realidade é bem diferente. E bastante dura. O que se vê sãotalentos incríveis perdendo patrocínio e sem oportunidades. É certo, pararepresentá-lo ou representar a suaempresa, o patrocinador prefere –muitas vezes exige – alguém que saiba falar, que se comunica bem, que saiba dar entrevistas e passe uma boa imagem.

Às vezes, bons surfistas perdempatrocínio por só saberem surfar; a diferença de uns e outros não esta só dentro da água.

Assim, após coletarmos depoimentosde alguns dirigentes, técnicos eempresários do mundo do surfe,percebemos que a opinião é unânime:estudar pode ser o diferencial. Todos os entrevistados mencionam aimportância dos estudos na carreira

dos atletas do surfe. Concluímostambém, ao ler alguns depoimentosdos pais, que o apoio e incentivofamiliar são de enorme importânciapara a educação e para uma carreiraesportiva de sucesso.

E não poderíamos deixar de fora osdepoimentos de algumas atletas deponta, atletas com histórias diferentes,mostrando que realmente é possível seruma campeã, concluir o ensino médio eaté mesmo cursar faculdade. Você vaiconhecer meninas esforçadas,dedicadas e vencedoras dentro e fora d’água. Algumas conseguiramconciliar facilmente; outras tiverammais dificuldade. Mas tentaram, e demonstram ter consciência daimportância da educação paraqualquer pessoa, e isso inclue o esportista!

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Eu terminei a minha faculdadede comunicação e também já fizum MBA de Marketing. Continuocompetindo e atuo na minhaárea, trabalho na Bintang e naloja do meu marido, a Kitestore,mas o kite de competição aindaé a minha prioridade.

Acredito que conciliar os estudosjuntamente com o esporte éextremamente importante. Éverdade que tem certas fases nacarreira de um atleta querealmente temos de abrir mãode tudo e focar 100% nos treinose competições. Eu passei por essafase também. Logo no começoda minha carreira, fiz umaviagem longa de quase trêsmeses para gravar um filme dekitesurf; era uma oportunidadeque eu não podia deixar passar e tranquei a faculdade. Não vejoproblemas quando ocorre isso.Podemos trancar quantas vezesforem necessárias desde quetenhamos em mente aimportância dos estudos e nunca deixarmos eles de lado.

Em épocas de competições erauma correria só. Tentava assistir

as aulas, não perder as provas e,ao mesmo tempo, estar prontapara competir! Confesso que nãofoi uma tarefa fácil, mas tudovaleu a pena no final. Me ajudoua amadurecer de uma formageral e me sinto muito maissegura de saber que, nomomento em que eu decidirparar de competir, vou estarpronta para seguir a minha outra carreira.

É muito importante também ter a colaboração de amigos e,principalmente, dos professores.É impossível não perder provas;na verdade, parece até que écombinado: os campeonatossempre caem na semana deprovas! E nesses casos só osprofessores podem nos ajudar.Então, aí vai uma dica: sempretenha uma ótima relação comseus professores – desta formatudo se torna mais simples!

Tudo o que é feito com muitadedicação dá mais prazer nofinal! E passa bem rápido. Até amonografia que é tormento nanossa vida, quando você vê, já acabou!

Carol Freitas,28 anos, atleta do kitesurf

Foto: Arquivo pessoal

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Foto: Arquivo pessoal

Carol Freitas

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Quando ainda cursava o ginásio,eu já competia o circuitobrasileiro amador. Até ai tudobem, eram quatro ou cincoeventos no ano e eu perdiapoucas aulas neste período. Opior veio quando comecei a fazero ensino médio, pois foi tambémno ano que me iniciei no circuitomundial. Sempre tentei fazer asduas coisas bem feitas, surfar eestudar; em nenhum momentopensei em largar os estudos parasurfar, sempre tive isso em mentee também meus pais meeducaram pra isso. Iria terminaros estudos independentementese eu fosse optar em seguirsurfando, ou melhor,competindo ou não.

Mas ali, com 14 para 15 anos, eu já sabia que era o surfe queeu queria para a minha vida

como profissão. Junto com a maratona de competiçõescomeçaram as faltas constantesnas aulas, já que estava prestes a terminar o terceirão. Entreuma viagem e outra, sempreconversava com meus professorescom antecedência e eles mepassavam trabalhos e provasantes ou depois de eu ir viajar.Nunca tive problemas com eles,tanto que, quando retornava das competições, sempre erarecebida no colégio com festapelos professores, diretora ealunos de classe.

O difícil nisso tudo era ter quefazer a prova sozinha sem podercolar (risos). Foi uma fase muitolegal. Mesmo assim, ficavasempre em recuperação final,tendo que depois correr atrás do prejuízo, ou melhor, comer os

livros estudando para as provasfinais. Mas sempre deu certo eacabei terminando o segundograu. Então, no circuito mundial,foi só dar continuidade àsviagens e ao objetivo principal,que era viver do esporte no qualestou até hoje.

Todos temos que estudar: se umdia acontece um acidente, e senão tivermos estudado, o quevamos fazer da vida?

Jacqueline Silva, 27 anos, surfista profissional e bicampeã do WQS

Foto: Arquivo pessoal

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Jacqueline Silva

Foto

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Bruna Schmitz,19 anos, surfista profissional, top WCTEu sempre gostei de estudar.Da primeira à quarta série,minhas notas eram sempre dezem todas as matérias e, quandotirava um 9,6, já questionavae até pedia uma segunda prova,porque não queria aquelanota. Quando comecei a surfar e competir ficou mais difícilestudar.

Quando começaram as viagens,eu sempre tentava negociar e sóviajava nos finais de semana paranão ficar com as matériasatrasadas. Enquanto eu pude,levei a escola em primeiro lugar.Quando me profissionalizei, sofrimuito porque amava estudar equeria me graduar em um cursosuperior na área de design demoda – caso eu descobrisse quenão teria chance no surfe, aminha segunda opção era seruma estilista. Com tantas viagense compromissos, acabei porterminar apenas o ensino médio,e acho que é o mínimo que sedeve esperar de um atleta. Se por

ventura não der certo no esporte,você já tem meio caminhoandado para uma segunda opção profissional.

Sempre tive muito apoio daminha família e da minha escolapara conseguir estudar e viajar.Não tive muitas dificuldadesporque sempre fui uma alunamuito disciplinada, e só não entro pra universidade hojeporque realmente seria difícildemais conciliar e eu acabaria por fazer duas coisas malfeitas.

O que me consola é que estou mededicando a fazer aquilo que eumais amo e que desde o inicio foio maior sonho: profissionalizar-me no surfe e um dia chegar ao lugar mais alto do pódio.

As viagens pelo mundo nãodeixam de ser também umaescola, pois me obrigaram aaprender inglês. Conheci diversasculturas, culturas muito diferentesda nossa “tupiniquim”. Por ondeeu passo, faço novas amizades e

posso até não enriquecersurfando, mas tenho certeza deque a experiência e a bagagemcultural me acompanharão parasempre.

E se um dia eu descobrir que otempo das ondas se foi, coloco a “pastinha” debaixo do braço e volto para a sala de aula. O destino exige que eu siga em frente, seja qual for a minhaaptidão, e eu pretendo remarmuito, surfar muito, viver muito!

FERNANDA SCHMITZ, mãe daBruna Schmitz

Eu sempre deixei claro que osestudos deveriam estar emprimeiro lugar. Admito que não éfácil conciliar a vida de estudantecom os compromissos de atleta,mas é preciso encontrarum ponto de equilíbrio entre as duas coisas. Provas e viagens,treinos e competições, tudoprecisa ser analisado para

Fotos: Arquivo pessoal

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que a gente possa priorizar um ou outro.

A família sempre deu o suportenecessário para a Bruninhaterminar o ensino médio e essefoi concluído, apesar dasdificuldades. Quando elachegava das viagens, eu jáestava com toda a matériaatrasada para ela repor. Euficava acordada com ela até queela terminasse de repor todas asmatérias, e isso acabava semprepor volta de uma hora damanhã. O dia seguinte eraextremamente cansativo, poisela acordava às 06h40min parair à escola. Eu ficava morrendode dó, mas aguentava firme.

Quando ela começou a competiro WQS, a coisa ficou ainda maisgrave: ela vinha para o Brasil eficava a semana inteira dentro decasa, nem surfava enquanto nãocolocava tudo em dia; não paravade escrever, fazia calo nos dedos.Foi necessário ir ao colégioconversar com os professorespara ela poder digitar algumasmatérias no computador. Osprofessores sempre ajudavam no

que era preciso dando trabalhose provas atrasadas.

O surfe, assim como a maioriados esportes, não é para sempre,mas o conhecimento adquiridoem sala de aula, sim, é para todaa vida. Quando ela concluiu oensino médio, achou que podiafazer faculdade e competir aomesmo tempo, mas percebeuque não daria certo, pois fariaduas coisas malfeitas, ao invésde uma só em que ela pudesseser a melhor.

Ela não se deu por vencida edisse que ia tentar durante trêsanos alcançar a elite mundial dosurfe, o WCT. Se nãoconseguisse, iria se afastar dascompetições para se graduar emalgum curso superior na área demoda e design. Quis o destino eo empenho dela que esseresultado viesse muito antes doesperado, já no primeiro ano emque ela competiu na categoriade acesso (WQS): ela conquistouo direito à vaga no WCT, eagora, quem sabe, a faculdadefica adiada para o fim dacarreira no esporte.

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Bruna Schmitz

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Nathalie Martins,19 anos, surfista profissionalSempre consegui conciliar osestudos com as competições. Às vezes, perdia muito conteúdo,mas meus colegas e a maioria dosmeus professores me davam umaforça para recuperar tudo e irbem nas provas. Era um ou outroque ferrava com a minha vida,por isso eu tinha que me esforçarbastante. Minha mãe sempreficou no meu pé, então, eutentava manter as notas em dia.

Este ano eu comecei a graduaçãoe o pessoal da universidade estádando o maior apoio para eucontinuar competindo. Acreditoque dá para ganhar dinheirosurfando, mas talvez seja umacarreira curta. Apesar de eu nãogostar tanto de estudar, achomuito importante buscar maisconhecimento. Além do queaprendemos no dia a dia eda experiência de vida paraenriquecer nossas ideias.

A galera sem

pre me ajuda

com as aulas

perdidas.

Marcelo Andrade, diretor executivo da Abrasp(Associação Brasileira deSurfe Profissional)O atleta sem estudo dificilmentedá o mesmo retorno que uminformado e bem articulado. Com o mundo globalizado, a informação ficou mais rápida e os meios de comunicaçãoprocuram conteúdo paraalimentar seu editorial. Aspessoas bem articuladas têmpossibilidades maiores deconquistar esse espaço abertopelos meios de comunicação. Émuito importante um atleta saberse expressar em português – e depreferência também em inglês –para saber lidar com qualquertipo de situação. Para isso, eletem que estudar e se portar comoprofissional e, assim, serreconhecido na sua carreira. O atleta com talento, preparadofisicamente e com estudo temgrandes chances de ser bem-sucedido em sua carreira.

Fotos: Arquivo pessoal; Ação: Rick Werneck

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Isabela Lima, 14 anos, surfista categoria Mirim

Eu estou no primeiro ano do ensino médioda Escola Parque. O colégio não me dáapoio financeiro, mas, se eu precisar, elesfazem até quatro chamadas para mim.Sempre ao meu lado, junto com o apoio do colégio, minhas amigas também meajudam muito me passando as matérias. Eu sempre consegui conciliar bem o surfecom a escola. Sempre que volto de viagemprocuro saber o que foi dado em aula.Estudo bastante, me dou bem no colégio e passo de ano.

LLIIDDIIAA LLIIMMAA, mãe da Isabela

A Isabela se dá bem no colégio. Ela é meiopreguiçosa, mas nada que uma bronquinhanão resolva. Sempre que ela volta deviagem, eu já peguei a matéria e a ajudocom os deveres e trabalhos. Acho o estudoimportante, já que não podemos adivinharo futuro. Além da escola, ela vai para ocurso de inglês, que também é importante.

Assista ao vídeo no acesso online

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Claudia Gonçalves, 24 anos, surfista profissional e jornalistaAcho que a educação é a base detudo. Comecei a competir aos 14anos e já viajava bastante; nunca foifácil conciliar a escola, os treinos e as viagens. Mas, com esforço ededicação, consegui terminar ocolegial. A minha escola sempre me apoiou bastante, isso é algo que eu julgo ser superimportante,pois a instituição de ensino tem que entender que temos uma vidadiferenciada. Esse apoio é essencial.

Quando comecei a viajar para forado País, fiz um intercâmbio de inglêsna Austrália. No ano seguinte,comecei a maratona de cursar umafaculdade, correr o circuito brasileiroe o WQS. Tudo junto!

Não acho que todos ossurfistas/atletas tenham que fazeruma faculdade, pois é muito difícil sedividir entre essas atividades. Masacho que deveria ser obrigatórioterminarem ao menos o ensino

médio: quando somos adolescentes,achamos que é um saco estudar, ir àescola e que não iremos usar nadadaquilo para o nosso futuro. Eutambém pensava assim. Mas, hoje,vejo que em cada segundo do meudia eu coloco em prática muita coisaque eu aprendi na escola, nafaculdade e nos cursos de línguasque fiz no exterior!

Devido a isso, tenho plena certezade que, quando eu terminar a minhacarreira como surfista profissional,poderei exercer qualquer outraprofissão, e isso me deixa muito maistranquila em relação ao meu futuro.

Pedro Robalinho, técnico de surfe, CADES(Centro de Aprendizagem eDesenvolvimento do Surfe) Considero os estudos fundamentais. Já tive atletas que deixaram de estudarpara ficarem “livres para surfar”. Nuncaachei uma boa ideia e sempre combatiisso. Existem diferentes formas de estudo,de ensino. Viajar é muito importante parao surfista atingir seu melhor nível técnico,então a solução é um método alternativode ensino à distância combinado comaulas de reforço em períodos selecionadosdentro de um planejamento, quando oatleta está na sua base, onde elemora. Inglês, contabilidade, informática econhecimentos gerais são determinantespara uma pessoa ter sucesso em suasviagens pelo mundo.

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Alberto Jacob,coordenador de turma de treinamento da Escola Municipal de Surf de UbatubaCom certeza, o estudo não pode faltar. Na Escola de Surf da Prefeitura deUbatuba, é obrigatório estar devidamentematriculado e frequentar a escola parapoder participar das aulas de surfe.

Quando o atleta se torna profissional,tendo assim muitas competições, viagens,obrigações com o patrocinador, é obvioque fica difícil conciliar surfe e estudo.Porém, isto acontece na maioria das vezescom o atleta depois dos 16, 17 ou 18 anos.Com esta idade, já deu para terminar osegundo grau, que é o mínimo que temos que exigir de um atleta.

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Renata Tambon, 20 anos, surfistaO ano que passei sem estudar foimuito importante para a minhavida de atleta. Esse tempo foinecessário para saber o que euqueria, tanto nos estudos como nosurfe. Nesse período, passei oitomeses em Florianópolis e vi quepara ser uma atleta de verdadenecessitava de uma dedicaçãointensa. Pensei em não largar o

surfe, mas também vi dificuldadepara viver dele aqui no Brasil.

Retornei para minha casa emSalvador e prestei vestibular;escolhi o curso de Administração,algo que realmente eu gostavaentre todas as opções dos cursos.Ganhei uma bolsa na minhafaculdade (FTC, Faculdade deTecnologia e Ciências). Se eu nãotivesse o apoio da minha faculdade,sem dúvida seria muito mais difícil– e mais uma vez teria que fazerescolhas.

Minha faculdade me ajudabastante. Confesso que perder umdia de aula é um atraso muitogrande. A maioria das vezes percomais que um dia de aula e faltasreprovam. Mas a minha faculdade éciente do meu calendário esportivo,e é isso que me ajuda bastante.

Educação é a coisa mais importantenesse mundo, inclusive para nós,atletas, pois os estudos nos dãosabedoria, e é disso que precisamos na vida.

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Pepe Ram

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Laila Werneck, UIDU Produções, organizadora doCircuito Petrobras de Surfe FemininoEstudo na vida de qualquer profissional éprimordial. Conhecimento nunca é demais.O estudo exercita o raciocínio, a dedicaçãoe a necessidade de superação, três coisasmuito importantes na competição.

Estudar promove um alargamento cultural,necessário em diversas situações, como, porexemplo, em uma entrevista.

A atleta de hoje tem que ser completa e deve atuar com profissionalismo dentro e fora d’água, focando na performance ena sua imagem. Atletas são ídolos e têm aobrigação de dar bom exemplo e “acrescentar”dados positivos para a nova geração.

Uma atleta em idade escolar, e até o ensinomédio, deve valorizar o estudo tantoquanto as competições e tentar conciliarambas atividades dentro do possível,mesmo que depois tenha que adiar a suaentrada em uma faculdade (a meu ver,também de significante importância navida de qualquer pessoa, mesmo que sejadepois de parar de competir).

Com boa vontade e dedicação, não seráuma tarefa impossível. E os benefícios

serão sentidos tanto na hora dascompetições quanto, por exemplo, nasviagens. O atleta que leva em consideraçãoa importância do estudo se ambienta maisfacilmente em outro país. Entende erespeita sua cultura, e com certeza, se locomove e se alimenta com muito mais habilidade.

Estudar línguas, principalmente o inglês,para o atleta que compete fora do Brasil,também é de extrema importância, não só para o entendimento no país de destino,mas para sua imagem. E o patrocinadorquer ver sua atleta arrebentando dentro e fora d’água. Afinal, assim como a atleta,as marcas investem e vivem de sua imagem.

No Circuito Petrobras de Surfe Feminino, ao fazermos o cronograma, levamos emconsideração as categorias amadoras.Presumimos que as atletas amadorasabaixo de 18 anos, estejam estudando e,por isso, as competições das categoriasamadoras só caem no sábado – para queassim não precisem faltar aula.

Quanto a surfista estar ou não matriculadana escola, acho que é um dever dos pais etambém das federações regular e exigir.Fica muito difícil para nós, organizadores,ficar fiscalizando esse item.

Foto: Roberta Borges

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Alfio Lagnado, fundador da Hang Loose e SurfCoConsidero este um dos maiores problemasdo surfe brasileiro. Não só porque osmeninos deixam de frequentar a escola, o que por si só já é um absurdo, na maioriadas vezes apoiados pelos pais, que vêemnos seus filhos a oportunidade de umfuturo melhor para toda a família. Oestudo, a rotina da escola e a formaçãoeducacional é são pilares para que umsurfista tenha um preparo para competir,analisar todos os fatores envolvidos numacarreira competitiva.

E a prova de que nosso modelo está erradoé que temos atletas de ponta enquantoamadores e, quando profissionais acabam deixando a desejar.

Educação, a meu ver, é um dos maioresproblemas que o surfe brasileiro enfrenta.

No caso da Surf Co, aconselhamos osatletas a seguirem os estudos, mas adecisão cabe aos próprios surfistas, seustécnicos, managers e pais.

Tenho certeza de que bem preparados naescola faz a diferença no longo prazo paraqualquer atleta, não só na sua vidacompetitiva, mas para seu futuro após acarreira competitiva.

Shayana Avelino, 20 anos, longboarderSou uma pessoa que, aos 20 anos, já estácom tempo faltando. De manhã, estudo, à tarde trabalho, e quando posso eu surfo.Infelizmente encaixar o surfe com as outrasresponsabilidades é quase impossívelatualmente, mas faço o que posso paraequilibrar tudo o que quero. Preciso mesustentar e, consequentemente trabalhar.No meu caso, se o surfe substituísse otrabalho, estudaria e surfaria o tempotodo. Talvez tenha até que deixar decompetir, pois meu trabalho não suportatantas faltas. A vida é abrir mão das coisasque gostamos pela sobrevivência.

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Fotos: Arquivo pessoal

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Netão, chefe de equipe MormaiiSempre priorizamos o atleta queestuda e damos toda a assessoriapossível para que ele continueestudando.

A empresa conta com mais umagrande força para nossos atletas, que é o CDC Aragua (CentroDesportivo e Cultural), que tem aproposta de formar atletas deautorrendimento, dentro e fora daágua, tornando-os uma referência –e a escola é a nossa grande aliada.

Quanto às viagens para competiçõesou para treinamentos e produções deimagens, sempre procuramos umacordo entre aluno e escola, sendoque o aluno-atleta fica com o maiordesafio: estudar, competir e treinar. O surfe é uma opção e os estudos sãouma necessidade para sua formação.Com disciplina, tudo é possível!

Chloe Calmon, 15 anos, longboarderEu tenho um apoio do Colégio Qi doRecreio, onde estudo. Como sou boa alunae gosto de estudar, é mais fácil conciliar osurfe com o estudo.

Tenho hora para surfar e hora para estudar. O Qi é um colégio muito bom, que preparao aluno para os desafios da vida adulta. Eume sinto motivada por estudar lá; ir à aula éum prazer, e não um fardo. Quando perco

alguma prova por causa das competiçõesnacionais, eles são compreensivos e meajudam a reagendar as provas perdidas.

É claro que o estudo vem em primeiro lugar,pois, no Brasil ainda não há como seguir emuma carreira de atleta de longboardfeminino, nem viver disso. Pretendo fazerfaculdade de marketing e trabalhar nessaárea, talvez junto com o esporte. Mas osurfe sempre vai ser minha paixão: vou surfar até ficar velhinha! Aproveito aoportunidade para reforçar a importânciade continuar estudando!

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Vivian Mesquita, repórter da ESPNAntes de ser jornalista eu já era surfista. São quase 13 anoscom as “letras” e 18 com as “ondas”. A ESPN é o segundocanal em que trabalho, mas o primeiro na editoria deesporte. Levando isso em consideração quando chegueiaqui em 1999 eu era mais surfista do que jornalista.

De cara me mandaram para quase todos os campeonatosde surf que rolavam. Virei figurinha carimbada. Comoquase não podia mais pegar as minhas ondas – tive que memudar de Santos, no litoral, para São Paulo, vivia um sonhoe pensava: “Que maravilha! Posso ser jornalista, minhaprofissão de alma, e ainda fazer matérias do meu esporte”!Que ilusão!

Eu juro! Não levou nem duas coberturas de campeonatopara eu chegar à redação e desabafar: “Acho que voumontar uma assessoria de imprensa para ensinar surfista adar entrevista”. E olha que eu sempre soube comoentrevistar um surfista... Ninguém nunca me viu deterninho na praia, né?! Aquilo acabava comigo. Pior aindaera agüentar as piadas dos editores nas ilhas de edição. Euficava brava, não queria que ninguém falasse mal do meuesporte. Só eu, afinal minha crítica era construtiva...

Teve uma época em que eu comecei a evitar oscampeonatos de surf, mas foi aí que eu percebi que aquilotambém se repetia nos outros esportes. Entendi então quea minha atitude é que deveria mudar. Passei a corrigir os

atletas. Sempre com a maior educação possível, haviadecretado: nenhum surfista ia falar errado nas minhasmatérias. Assim, comecei também a me aproximar maisdeles e, para alguns, cheguei a falar abertamente queprecisava melhorar o português e estudar. Logo comeceitambém a fazer programas e como apresentadora passeia aproveitar toda a chance de falar sobre a importânciada escola.

Outro dia, num programa com o Edinho Leite, nósfalamos que é um crime o que se faz com essa molecadade 13, 14 e 15 anos. Muitos abandonam a escola paracomeçar a viver uma vida de surfista profissional,viajando pelo mundo. Tem espaço para todos eles nomercado? Nem sempre o talento é a garantia. Só existeum Slater, só existe um Mineirinho. Quem é que vairesolver a vida de um adulto frustrado no esporte e sem outra opção? Não digo para não viajarem, apenassugiro que suas carreiras sejam planejadas com atenção.

Num bate-papo com a Simone, a mãe do GabrielMedina, para marcar uma pauta, eu perguntei: “ele jáestará de volta em casa agora no mês de novembro”?Ela respondeu: “Ai dele se não voltar pra casa! Ele precisa ir à escola fazer as provas e os trabalhos para compensar as faltas”! Palmas para a Dona Simone.

Fiz aqui um desabafo público que só alguns amigospróximos sabiam, mas também tenho que dizer que arealidade de 1999 já mudou bastante. Pais estão maisresponsáveis e as empresas sérias também estãopreocupadas com a educação dos atletas. Fo

tos: Arquivo pessoal

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Foto: Rick Werneck

Andrea Lopes, 34 anos, surfista profissional etetracampeã brasileiraAcho superimportante a informação,no geral. Precisamos, sim, estudar,nos formar no primeiro grau,segundo grau e numa faculdade.

No caso da faculdade, cada um acabaescolhendo sua hora, pois acompetição nos toma muito tempo(viagens, treinos, dedicação).Conciliar o estudo de um cursosuperior com uma vida de atleta dealta performance é difícil, mas não éimpossível!

De qualquer forma, comecei o textofalando sobre a informação; a leituraé essencial, nos livros, que podem serde todos os tipos, como biografias,educação financeira, ficção,autoajuda... Podemos aprendermuito. A leitura acompanha você em todas as idades e viagens.

Hoje, com internet, escola efaculdade à distância, cursos e palestras online e etc., não tem desculpa para uma pessoanão estudar. Quem não se informa e não estuda paga um preço caro no futuro.

Fotos: Arquivo pessoal

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Edinho Leite, jornalista especializado em surfeDurante um bom tempo, emuito tempo atrás, fui chefe deequipe de uma bela marca desurfe. Minha colocação noranking talvez não fossesuficiente para me manternaquela posição, mas a empresavia grandes vantagens em teralguém com uma visão eentendimento além das ondas.Sei que a parceria funcionoupor conta do meu grau deestudos [universitário, naquela

época], pois trazia outraspossibilidades – além dasobviamente desejadas poralguém que contrata umsurfista.

Século 21. Acabei de assistir aCloud 9, com Kelly “modelo depro universal” Slater. Uma dasdeclarações que me chamou aatenção foi justamente aquelana qual ele diz o quanto estavaa fim de competir, mas tinhaque terminar os estudosprimeiro. Sim, ele concluiu oequivalente ao segundo graudos gringos, como seu brotherRob Machado, antes de setornar profissional. Isso é umdos fatores que o coloca naponta das decisões do futuro,seu e do esporte, hoje em dia.Seu envolvimento com aestrutura do profissionalismovai muito além de suasperformances surreais.

Vocês já repararam na mudançade comportamento da imprensa

diante das declaraçõesbem feitas, em inglês

fluente, do

Mineirinho? Ele é compreendido,pode expressar o que pensa [epensa] e é bem acolhido erespeitado. Não é apenas porsua colocação no topo doranking, mas, em grande parte,por ter se tornado uma figuraque a imprensa estrangeirapode usar como exemplo“comercialmente viável” dentrodo cenário que eles queremvender. Adriano terminou seusestudos, mesmo longe da escoladurante largos períodos.

Sim, graças às tecnologiasdisponíveis, é possível, comotenho visto muita gente fazer,estudar pela internet, porexemplo. Coisa séria, comexame final e tudo. Háinúmeras opções e formas denão se tornar um “surfistauuuhuuu”. Seja através dosestudos convencionais,frequentando uma escolatradicional, ou formando-se poroutros caminhos, a verdade éque na hora de contrataralguém para ser “team rider”uma empresa séria levará em

conta o nível intelectual dopretendente ao cargo.

Considerações finais:

– Há que mudarmos a estruturado esporte no País. Competirdesde criança não faz do sujeitoum grande profissional,inclusive diminui essapossibilidade. Considero umcrime tirar uma criança daescola para viver atrás decampeonatos. Isso, na maioriados casos, não termina bem.

– Lembre-se: você não serásurfista profissional a vida toda.Seus contratos e futurosempregos dentro do surfedependem de quanto você sepreparou.

– Estudar sem ir para umcolégio é uma tendênciamundial. A seriedade nessaempreitada tem que partir doaluno, e não da instituição queo ensina. O mundo proporcionaótimas e diferentes opções deestudos formais.

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Fotos: Rick Werneck

Renan Rocha, ex-atleta do WCT eapresentador da ESPN BrasilComo os atletas começam a viajarcedo e abandonam as salas deaulas, a falta de informação acabaatrapalhando a carreira de alguns.O estudo, seja ele na escola, emlivros ou até mesmo nas vivênciasdo cotidiano, é muito, mais muitoimportante para o esporte e oesportista. Acho que, mesmo semtempo para ir a escola nomomento do auge do competidor,esse competidor pode adquirircultura por outros meios, mas ossurfistas, de certa forma, sãopreguiçosos e acabam deixandopassar um momento que poderiater dado mais informação e culturase estudado pela pessoa.

Portanto, você não precisa ir àescola para aprender, mas, seconseguir, terá mais chance deevoluir com rapidez – basta a força de vontade. Estude, que o Brasil agradece!

Gilvanilta Ferreira, 20 anos, surfistaEquilibrar os dois ésupercomplicado. Viajamos bastante e acabamos perdendomuitas matérias e, às vezes, a escola não aceita sua justificativa.Exemplo: você tem que viajarpara um evento em outro estado e a direção da escola não permite a sua ausência na aula. Então, torna-se difícil equilibrar os dois.

Mas a escola é fundamentalpara todos nós. Às vezes, deixei de surfar para ficar emcasa estudando; valia mais a penado que pegar altas ondas em um dia clássico. Estou no nono ano.Desisti este ano por causa dascompetições, mas ano que vem irei voltar com tudo e fazersupletivos e terminar os estudos, se Deus quiser!

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Jéssica Becker, bodyboarder profissional e vice-campeã mundialEu voltei aos estudos este ano. Decidi fazer EducaçãoFísica, pois é uma área na qual, desde pequena, eusempre estive presente. É bem complicado conciliar osestudos e o esporte: tem as faltas de aulas devido àsviagens para campeonatos; algumas vezes, as viagenscoincidem com as provas e entrega de trabalhos.Quando isso acontece, eu tento adiantar minhasprovas com os professores e explico a situação. Hojetodos me conhecem bem dentro da faculdade e, porisso, fica mais fácil fazer essas mudanças, mas isso mefaz ter que estudar mais ainda, já que meu tempo atéa data das provas acaba diminuindo em relação aorestante da turma. E a matéria é a mesma para todos.

É superimportante o atleta continuar estudandomesmo com muitos campeonatos e viagens. Sempretem uma maneira de organizar tudo. Você pode levarlivros para as viagens, e se ficar muito pesado é sófazer cópias das páginas que precisa. Pode mantercontato por e-mail com professores e outros alunos dasala. É só se esforçar um pouco mais e sempre lembrarque, infelizmente, o esporte um dia acaba para todomundo; o corpo é uma máquina que envelhecetambém e vai perdendo suas capacidades. Em umdeterminado momento, você vai cansar, enjoar defazer sempre a mesma coisa e até mesmo ficarimpossibilitado de continuar, e, nesse momento, o que você vai fazer?

Nunca trabalhou, nunca fez cursinhos, faculdade e etc.Está totalmente fora dos pré-requisitos da vida“normal”, e então? Você não vai conseguir se adaptara um trabalho simples ou ser subordinado. E se vocêsempre teve uma vida boa como atleta, essa é umatransformação radical.

Para isso não acontecer, é bom ter um suporte por trásde tudo, para, no futuro, não ficar à mercê. Sem dizerque os estudos podem ajudar muito com sua carreiraprofissional de atleta, pode incrementar coisas quevocê desconhecia antes de estudar e fazer vocêmelhorar seu desempenho. Eu estou aproveitandomuito a Educação Física dentro do meu esporte, masnão é só essa área que ajuda. Há muitas outras quetêm tanto valor quanto.

Além de tudo isso, ainda vem a parte moral diante da sociedade: hoje, quem não tem estudos é vistocomo um “alienígena”, eu já me sentia supermalquando as pessoas me perguntavam: “O que vocêfaz?” E eu respondia: “Sou atleta profissional debodyboarding”. E aí: “Mas você não estuda? Não tem algum curso ou faculdade?”

Eu ficava muito constrangida com isso, porque temmuita gente que não entende que somos atletas deautorendimento, e que vivemos disso. Quando eucomecei a estudar, as pessoas começaram a me ver com outros olhos – e hoje até me respeitam mais.

Estudar nunca é muito. É algo que vai ficar com você para sempre e ninguém pode te tirar isso.

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Luis Campos “Pinga”, marketing da OakleyCom certeza, achamos o estudo fundamental tanto para o desenvolvimento do atleta como da pessoa. Pesa, e muito, o fato de estudar ou não na hora da contratação de um surfista.Acredito que, pela nossa postura e maneira de conduzir as coisas, isto fica sempre bem claro. O atleta deve, sim, terminar o segundo grau. Não há dúvida de que a base educacional é muito importante na hora que o atleta entra em um nível de competição de alta performance.Acompanhamos todos os surfistas contratados e ficamos atentos à frequência e a real situaçãodele para que não perca o ano.

Temos alguns exemplos, como o Adriano voltar do Hawaii logo após Haleiwa para não perder o ano e, agora, o Caio Ibelli abrir mão da sua vaga no Pan-Americano de Ilhéus para não perdero ano também. No caso do Adriano, isto já havia sido programado com bastante antecedênciajunto à escola. E no caso do Caio, ele teve de seguir a orientação da escola para correr atrás. O segredo é não repetir de ano e, quando estiver em casa, ir às aulas, estudar e fazer ostrabalhos e sempre estar em contato com a escola explicando os fatos. Fora a importância de se enviar um plano de viagens para a escola. Pois ela tem de entender a importância doesporte também para o garoto e, assim, as coisas se organizarem.

Até terminar o colegial, caso o atleta não tenha perdido nenhum ano, fica mais fácil conciliar as aulas com viagens. Com certeza, o Circuito Brasileiro Amador, devido a suas datas, é o quemais atrapalha as aulas. Acho que os dirigentes deveriam criar um calendário de forma a ajudaros atletas a não perderem tantas aulas. Com eventos durante as férias e feriados escolares.

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Silvana Lima, 25 anos, surfista profissional,vice-campeã mundialNasci e fui criada na cidade deParacuru, interior do Ceará. Minhasituação financeira era bastante ruim:eu não tinha boa alimentação, poisminha mãe não tinha trabalho e eunão tive pai presente.

Comecei a faltar a escola para tomarconta de carros nas ruas e, assim, tirarum dinheiro para poder comprar algopara dentro de casa. Então, desdenovinha, eu quase não ia as aulas. O tempo foi passando e eu fui meioque empurrada de uma série paraoutra até que cheguei à sétima sériecom 16 anos.

Surgiu a oportunidade de eu virmorar no Rio e foi aí que tudocomeçou para mim. Fui sendodescoberta por algumas marcas desurfwear, que começaram a investirno meu surfe. Comecei a viajar muitopara competir e treinar e medistanciei totalmente de estudos. Piorainda foi quando entrei para o WCT,pois as viagens só aumentaram

devido àsetapasrealizadasfora doPaís, etambém ostreinos noexterior.

Penso que, commais alguns anos,chegando a uma certaidade, vou acabarquerendo parar de competirno WCT e querer ficar mais noBrasil – e assim vou voltar aestudar de forma presente, em salade aula. Mas, no momento, estoufazendo algumas pesquisas paradescobrir uma boa escola à distância,pois tenho planos de, em 2010,começar a estudar pela internet eassim tentar terminar o ensino médio.

Acho que a nova geração não deveriade forma alguma deixar a escola: omercado de trabalho está cada vezmais competitivo e, sem estudo, ficaráainda mais difícil. Tem um detalheque não abro mão: estudo inglês,sempre. É muito importante, pois éuma língua universal.

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Foto: Rick Werneck

Foto: Brigitte Mayer

Monik Santos, 17 anos, surfista profissionalSurfar e estudar é bem complicado.Dependendo qual seja a sua prioridade – sevocê quer ser uma atleta e se dedicar omáximo ao esporte –, é difícil conciliar osdois. Porém, não dá para ser um atletaburro, sem instrução, principalmente noBrasil, onde as oportunidades são mínimas.

Não adianta você ter só talento; para osurfe só isso não basta. O meu caso foidifícil porque eu sempre viajava e, quandovoltava, os professores pediam trabalhos,faziam segunda chamada. Isso ajudavamuito. Mas eu sabia que não era osuficiente porque, mesmo me esforçandoem correr atrás das notas, eu perdia toda aexplicação das matérias.

Passei por várias escolasdiferentes; algumas meapoiaram, outras não ajudavammuito. Eu fiz um supletivo do

segundo e terceiro anos, terminei a escola eacredito que o surfe tem muito ame oferecer ainda, mesmo com tudo issoque está acontecendo com o surfe femininono Brasil (poucos campeonatos, atletas sempatrocinadores e sem incentivo).

Eu tenho o interesse em fazer umafaculdade, mas ainda não sei o que quero.Estou adiando isso um pouco. Para serqualquer coisa na vida, você precisa de uma base, ter cultura, conhecimento, saber se expressar etc. Acredito que sem estudo é difícil obter tudo isso.

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Paulo Kid, técnico da equipe Surf CO Acho um absurdo atletas jovens amadoresou profissionais que colocam ascompetições à frente dos estudos, sejameles atletas do surfe ou de outros esportes.O pior é que tenho visto pais apoiaremeste tipo de situação, achando que oesporte vem na frente dos estudos.

Isso é um absurdo. Vejam o exemplo dobasquete, natação, entre outros esportesnos Estados unidos, onde os atletas fazemfaculdade. Sei que fica difícil conciliar osurfe profissional com uma faculdade, mas,pelo menos, a garotada deveria terminar o segundo grau.

Outra coisa: a garotada não lê! Leitura é essencial para o desenvolvimento dequalquer um. Temos exemplos como KellySlater e Taj Burrow, que terminaram os

estudos. A escola faz parte dodesenvolvimento de todo jovem.

A maioria dos atletas com quem trabalhoestudou. Tive alguns atletas que nãoterminaram os estudos, mas foram poucasexceções, felizmente. Inclusive, para alguns,como Heitor Pereira, Junior Faria, JesséMendes, Caio Faria e Victor Bernardo,consegui bolsas de estudos em colégiosparticulares.

Julio Leite, pai da surfista profissional Gabriela LeiteAcredito que os estudos são prioridade na vida dequalquer pessoa, indiferente de ser atleta ou não, pois educação é a base de tudo. No caso da Gabriela, as coisas ficaram complicadas, já que, devido às muitasviagens, ela terminou só o colegial. Mas este ano vamosretomar os estudos por módulos à distância e terminaro ensino médio; no final de sua carreira será muitoimportante fazer uma faculdade. Infelizmente não foi possível conciliar os estudos com o surfe.

Gabriela Leite

Foto: Rick Werneck

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Suelen NaraisaCampea Brasileira de 2009

Foto: Nilton Santos Supersurf

EEste ano, o Circuito Brasileirode Surfe Profissional definiu o

ranking e a campeã brasileiracom a soma dos três melhoresresultados – já que apenasquatro etapas foram realizadasem 2009. Observamos umequilíbrio muito grande nasdisputas. Prova disso foi a vitóriade quatro surfistas diferentes emcada etapa: Suelen Naraisa(Guarujá), Juliana Quint(Ubatuba), Gabriela Teixeira(Costão do Santinho) e NatalieMartins (Barra da Tijuca).

Consequência desse equilíbrio,na última etapa 12 das 18surfistas que faziam parte daelite estavam com chancesmatemáticas de se consagrarem

campeã. A disputa do títuloprofissional feminino brasileironunca havia sido tão disputadocomo neste ano.

Desde 2000, primeiro ano darealização do SuperSurf, o títulose alternou entre três surfistas edois estados brasileiros: o Rio deJaneiro, com Andrea Lopes(2001, 2002 e 2006), e o Ceará,com Tita Tavares (2000, 2003,2007 e 2008) e Silvana Lima(2004 e 2005). A hegemonia das surfistas e dos dois estadosfoi quebrada pela local deItamambuca, Ubatuba, litoral sul de São Pulo, Suelen Naraisa.

No domingo, dia decisivo daúltima etapa, realizada na Barrada Tijuca, a disputa estava entre

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Foto: Minduim

ela e Andrea Lopes. A primeirasemifinal entrou na água comAndrea enfrentando NatalieMartins e em busca do seupentacampeonato; ela precisariapassar por essa bateria paramanter a esperança. Suelenaguardava a sua hora de encararCamila Cássia na segunda semie, assim, fazer a sua parte.

Durante a primeira semifinal, em uma entrevista exclusivapara a EHLAS, Suelen deu umdepoimento emocionado: ali,toda a emoção de quem vinhahá anos correndo atrás do títulobrasileiro aflorou. Agradecemosa entrevista e, emocionadas,deixamos Suelen se concentrar.Andrea perde e ela, já no mar,aguardando o início de suabateria, é declarada campeã.Finalizando o ano, vence a suasemi e parte em busca de maisuma vitória. Mas, na final, ofrontside de manobrasmodernas de Natalie venceu o “power backside attack” da recém-declarada campeãbrasileira.

A trajetória de Suelen até otítulo não foi fácil. Após ter

começado bem a temporada,vencendo a primeira etapa noGuarujá, a surfista sentiu apressão e perdeu nas quartas-de-final em casa, na segunda etapa,em Itamambuca. Sentiu aindamais ao perder na segunda fase em condições de ondas que lhe favoreciam no Costãodo Santinho. Foi aí que parou,reavaliou todos os erros e partiupara um treinamento muitomais intenso do que o usual,visando ao título. Não que ela já não estivesse treinando forte;Suelen tem uma equipemultidisciplinar aacompanhando – técnico,fisioterapeuta, nutricionista,psicóloga. Todos trabalhandocomo uma equipe, em busca debons resultados.

Mas algo lhe faltava – o título. E agora não falta mais! No anoem que o circuito SuperSurfcompletou dez anos e fechouum ciclo na história do surfeprofissional brasileiro, SuelenNaraisa foi a grande campeã epôde comemorar todos os anosde dedicação. 2009

Assista ao vídeo no acesso online

Campea Brasileira

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C I R C U I T O P E T R O B R A S

CIRCUITO PETROBRAS

define campeãs de 2009Por Brigitte Mayer

OCircuito Petrobras de SurfeFeminino termina sua nona

edição em um fim de semanatipicamente carioca – sol, praialotada e ondas de valinha.

A última etapa aconteceujustamente em outubro, mês emque acontece o movimento“Outubro Rosa”. O circuitoabraçou a causa. A cor rosa, quejá predomina habitualmente noscampeonatos de surfe feminino,foi ainda mais visto nas areias.As surfistas tiraram do armárioos biquínis, cangas, chapéus, etodas se vestiram de rosa. Astendas e a tradicional camisaoficial do evento foram rosa.Aliás, foi muito legal ver toda acomissão técnica vestindo acamisa na cor da campanha.

Enquanto a disputa corria soltanas pequenas ondas da praia da Barra da Tijuca, várias açõesaconteciam em paralelo. O circuito é conhecido pelasgrandes performances dassurfistas brasileiras no mar epelos movimentos ecológicos,culturais, sociais e de saúde e direitos das mulheres, queacontecem simultaneamente na areia.

As campeãs da etapa e docircuito foram definidas emcinco categorias. As disputas nas categorias de base foramemocionantes: Barbara Segatto(Open), Natalie Paola (Junior),Isabela Lima (Mirim) e SandraMaria (Iniciantes) levaram ostítulos da etapa. Ao término do Circuito Petrobras, Ubatuba

Foto: Rick Werneck

Foto: Roberta Borges

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mostrou que é celeiro decampeãs, levando a categoriaIniciante com a pequena SandraMaria e a categoria Junior comNatalie Paola: as duas foramsoberanas em suas categorias,ganhando todas as três etapas.

Nas categorias Open e Mirim, otítulo ficou no Espírito Santo,com Barbara Segatto. Acapixaba, de quebra, aindalevou o troféu Brigitte Mayer,dado para a surfista revelaçãodo Circuito Petrobras dm 2009.

Na categoria Profissional, LuanaCoutinho surpreendeu asfavoritas e foi a grande campeãcom um excelente performancede backside. Essa foi a primeiravitória da surfista desde que seprofissionalizou. A paraibanaDiana Cristina teve quase 100%de aproveitamento: vencedoradas etapas de Natal e doGuarujá, no Rio de Janeiro elaficou com a segunda colocação –e este resultado a levou ao títulodo circuito pela terceira vezconsecutiva.

O Circuito Petrobras de SurfeFeminino na categoria

Profissional também éresponsável pela definição dasseis atletas que irão se juntar àsnove classificadas pelo SuperSurfe compor as tops da Abrasp de2010. Classificaram-se para aelite: Claudia Gonçalves, BrigitteMayer, Gabriela Leite, ChantallaFurlanetto, Bruna Queiroz eMichaela Fragonese.

Atividades paralelas:

Campanha Outubro Rosa –Mulher Consciente Contra oCâncer de Mama com a presençado “Rosamóvel”; bate-papo coma Dra. Mônica Travassos, daAssociação Brasileira deMastologia; oficinas de fibrasnaturais; apresentação e clínicade beach tennis com a atletaJoana Cortez; pinturas deprancha com Ana Paula Alves,apresentação do grupoChegando de Surpresa (projetoambiental da Comlurb);exposição de fotos de RickWerneck do projeto “Maldivas,um olhar d’Ehlas”, na BintangHouse.

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2 Diana Cristina

4 Juliana Quint3 Suelen Naraisa

1 Luana Coutinho

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Fotos: Roberta Borges e Rick Werneck

Fotos: Roberta Borges

Nessa etapa,a transmissão pelainternet foi feita das areias da praia.Bruno Bocayuva e a equipe decomentaristas daEHLAS (ClaudiaGonçalves, BrigitteMayer e BrunaQueiroz) receberamvárias convidadas,entre elas, SandraMaria, a grandecampeã da categoria Grommets.

A artista Ana PaulaAlves estava na areiapintando as pranchasdas meninas. CamillaCallado homenageoua surfista DéboraFarah, que dá nomeao circuito, enquantoDiana Cristina optoupor muitas flores.

Assista ao vídeo

no acesso online

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2 Ana Ceccarelli

4 Natalie Paola3 Luana Braga

1 Barbara Segatto

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Fotos: Rick Werneck

2 Barbara Segatto

4 Luana Braga3 Isabela Lima

1 Natalie Paola

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Fotos: Roberta Borges e Rick Werneck

O movimentoOutubro Rosa foi aprincipal campanhada última etapa de2009. As areias dapraia da Barra no Rio de Janeiroreceberam o “rosamóvel” ondeinformações como aobrigatoriedade damamografia eramdivulgadas. CamilaCássia vestiu acamisa dacampanha.

Todos foramconvidados a vestiro rosa; o stafftécnico vestiu acamisa rosa doevento, enquanto asmeninas tiraram doarmário seusbiquínis rosa.

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2 Barbara Segatto

4 Caca Rampa3 Letícia Freitas

1 Isabela Lima

Fotos: Rick Werneck

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Fotos: Roberta Borges

Na tenda das atletas,o espaço Essendioferecia massagens.

Diana Cristinarelaxando as pernasantes de se consagrarcampeã.

A Equipe JoanaCortez também vestiu a camisa domovimento OutubroRosa na clínica debeach tennis, quedivulgava esta novamodalidade do tênis.

Dominique Puposoltou o seu domartístico na oficina de fibras naturais.

O grupo Chegandode Surpresa (projetoambiental daComlurb) alertousobre o lixo deixadona areia das praias.

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2 Karol Ribeiro

3 Luara Thompson

1 Sandra Maria

Foto: Rick Werneck

Foto: Roberta Borges

Foto: Rick Werneck

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Mariana Thomaz de AquinoRibeiro acabou de fazer

14 anos. Ela mora em Itaipu,Niterói, estuda no ColégioLogosófico “González Pecotche”e está na oitava série. Marianaparticipou do concurso emcomemoração ao Dia das Criançaspromovido pelo jornal O Globo.O caderno O Globinhoperguntou: “Que notícia vocêgostaria de ler no jornal no Diadas Crianças?” Sete repórteres-mirins foram escolhidos e tiverama oportunidade de conhecer aseditorias nas quais suas matériasforam publicadas.

Mariana foi uma das escolhidaspelo jornal. Ela, que estáaprendendo a surfar, escreveusolicitando mais atenção, apoio ematérias sobre o surfe feminino.Ficamos surpresos ao nos depararcom o excelente texto e o seuinteressante pedido.

Assim, a revista EHLAS, emparceria com o Circuito Petrobras,convidou-a para conhecer umpouco mais do universo do surfefeminino e como é umcampeonato profissional de surfe.Na última etapa do circuito, queaconteceu na Barra da Tijuca, Rio

de Janeiro, Mariana foiapresentada a diversas surfistas e pode ver de perto algumas das melhores atletas do Brasil em ação.

ehlas: Você imaginava que a sua carta fosse publicada nojornal? Imaginava que iria tertamanha repercussão?Realmente, não imaginava que minha reportagem fossepublicada. Eu imaginei queseriam temas sobre o planetaTerra, o aquecimento global,enfim, assuntos “comuns”.Quando percebi, estava tudopublicado no jornal! Foi difícilacreditar! E, depois, a revistaEHLAS e a organização doCircuito Petrobras de SurfeFeminino me convidou paraparticipar da última etapa. Aí mesmo que eu não conseguiacrer... Fiquei realmente muitofeliz!

ehlas: Você já conhecia oCircuito Petrobras de SurfeFeminino e a revista EHLAS?Como foi a oportunidade deestar entre as meninas quesurfam e competem?

Foto: Rick Werneck

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Não conhecia o CircuitoPetrobras nem a revista EHLAS efiquei realizada de saber quegostaram da minha reportagem.No circuito, foi incrível veraquelas meninas surfando epraticando. Queria estar ali! Mas, infelizmente, eu não estava com treino para isso...

ehlas: Quem é a sua surfistapreferida?Uma surfista que eu admiromuito é a Maia Gabeira. Elasurfa ondas tão grandes!

ehlas: Onde você costumasurfar? Surfa há quanto tempo? E os seus pais, apóiam oesporte?

Foto: Rick Werneck Bem, eu costumava aprender

a surfar no canal em Itaipu, mas estou começando a irpara Itacoatiara, para aspraias de Búzios e pretendopraticar na Barra, Prainha e Macumba. Eu “tentoaprender a surfar” desde osdez anos! Sei que faz tempo,mas é que eu parei um ano,depois voltei, parei setemeses, voltei... e agora(depois de oito meses) nãoquero mais parar! Todos daminha família me apóiam,mas a pessoa que me apóiaque eu mais admiro é minhamãe. Ela tem um pouco de medo quando eu falo: “Mãe, amanhã vou surfarcedo”. Mas uma coisa que ela me disse que eu nuncavou esquecer é: “Filha, eutenho medo de você nessasondas, mas eu sei que é uma coisa que você gostamuito, que te faz bem, e sei que você não vai parar.”

ehlas: E o surfe decompetição? Ano que vem poderemos ver a Mariana em ação nos campeonatos?

Então, este ano e o ano que vem eu vou treinarmuito, para estar nacompetição, quem sabe,ainda em 2010!

ehlas: Qual é, na suaopinião, a importância dos estudos na vida ecarreira de uma surfista que compete?Acho que, para competir,para você fazer o que te faz bem, para se sentir realizada mesmo, o estudo faz parte. Ajuda você a entender muitas coisas, e pode te ajudar com o surfe. Muitas pessoas dizem: “Ah, é surfista, não precisa estudar”. Isso é pura ignorância! Para surfar, você tem que aprender. Tem que ter conhecimento do mar, por exemplo. Então, acho que o estudo faz parte também.

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Diana Cristina: PROFISSIONALBarbara Segatto: OPEN E MIRIMNatalie Paola: JUNIORSandra Maria: GROMMETS

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Diana CristinaFotos: Rick Werneck

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Barbara SegattoFoto: Rick Werneck e arquivo pessoal

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Fotos: Rick Werneck

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Natalie Paola

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Barbara SegattoFotos: Rick Werneck

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Sandra MariaFoto: Rick Werneck

Foto: Roberta Borges

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Curti demais ter ganhado o “Troféu de Revelação BrigitteMayer” do Circuito Petrobras, até porque eu não esperavaganhar. Vi uma evolução muito grande no surfe da Natali

Paola também; então, estava apostando nela a todo momento.

Fiquei muito feliz em saber que, entre tantas meninas, eu fui aescolhida. Mais feliz ainda por saber que minha dedicação emeus treinamentos não foram em vão, e que, graças a Deus,

estou conseguindo alcançar alguns dos meus objetivos. Só tenho que agradecer e curtir esse momento tão maravilhoso.

Barbara SegattoFoto: Roberta Borges

Foto: Rick Werneck

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Texto: Brigitte Mayer; Fotos: Rick Werneck

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Oano passado foi marcado pelo recorde de etapas do circuitomundial realizadas no Brasil. Além do WCT, tivemos três etapas

de quatro e uma de cinco estrelas do circuito WQS. Em 2009, o surfefeminino recebeu um balde de água fria: no calendário constava somenteuma etapa cinco estrelas e a etapa do WCT havia sido cancelada.

Ponto para o “Oakley apresenta Rio Surf Pro International, que passoua ser o único evento nas ondas brasileiras e ainda aumentou apremiação de quatro para cinco estrelas. O evento foi de grandeimportância para o surfe feminino nacional e internacional. Últimaetapa do calendário do WQS feminino, o campeonato teve a presençagarantida das melhores do mundo e do Brasil e definiu as seis surfistasque iriam compor a elite mundial de 2010, além de coroar a grandecampeã do circuito WQS de 2009.

O Arpoador, berço do surfe nacional e do surfe feminino também – jáque as pioneiras do esporte, como Fernanda Guerra, lá se iniciaram nasondas –, iria entrar para a história: pela primeira vez o Brasil iria coroar acampeã do WQS feminino e esta decisão aconteceria no mais tradicionalpico do surfe brasileiro. Aconteceria, pois um flat geral invadiu a cidade doRio de Janeiro. O evento, cuja realização estava prevista junto com a daetapa de seis estrelas do WQS masculino, ficou totalmente paralisado,deixando por vários dias todas as surfistas e os surfistas fora d’água.Depois de muitas chamadas na tentativa de o evento começar, em umadecisão acertada o campeonato somente teve início quando aondulação chegou na Zona Sul carioca.

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Com isso, o evento teve que se dividir em dois palanques – e o feminino foi transferido para o canto do Leblon. Debaixo de muita chuva, mas com altas ondas, na final Jessi Miley Dyerderrotou Laura Enever, da nova geração australiana. Com avitória, ela se reclassificou para o WCT. Coco Ho, filha do surfistahavaiano Michael Ho, que vem se consolidando como “Rookie of the Year”, sagrou-se campeã do WQS. Destaque para: ClaireBevilacqua, que foi até as quartas-de-final e reconquistou suavaga na elite após um ano fora; Lee Ann Curren, filha do lendáriosurfista Tom Curren, que também garantiu a sua classificação; eBethany Hamilton, que apresentou um surfe de altíssimo nível,mostrando que o acidente que sofrera não afetou em nada assuas performances.

Tais de Almeida foi a brasileira mais bem colocada nocampeonato. Acostumada com as ondas pesadas de Saquarema,surfou com muita pressão as ondas do Pontão e mostrou um surfede quem não deveria estar fora do circuito mundial. Não foi maisadiante pela falta de ondas na sua bateria; parou nas quartas-de-final, ficando na quinta colocação.

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Jessi Miley Dyler

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Tais Almeida

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Airine Mason

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Bethany Hamilton

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Claire Bevilacqua

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Laura Enever

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Lee Ann Curren

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NOTA: infelizmente, não podemos deixar demencionar o lamentável vazamento de esgoto in natura que invadiu o mar no Pontão do Leblondurante o campeonato. De acordo com a Cedae(Companhia de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro), o vazamento foi causado pela rachadura da caixa detransferência que desvia a água do Rio Rainha paraa elevatória do Leblon. Com a quebra, a águaacabou sendo desviada para uma galeria de águaspluviais que deságua no canal da Rua Visconde deAlbuquerque – que desemboca no Canto do Leblon.Milhares de litros de esgoto foram flagradosvazando. O acidente provocou mau cheiro e o mar ficou bastante poluído, gerando diversoscomentários entre as competidoras e as pessoas que foram prestigiar o evento.

Diversas surfistas passaram mal após o evento,causando uma péssima impressão do Rio de Janeiro.Fica aqui um alerta às autoridades para que fatoscomo esses não tornem a ocorrer: o Rio de Janeironão merece ser destratado dessa maneira. A natureza e as próximas gerações agradecem.

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S K A T E

AS MENINAS

das rodinhasTexto: Evelyn Leine; Fotos: Carol Carneiro; Vídeo: Mauricio Casarin

No sábado, dia 31 de outubro,a Praça Franklin Roosevelt

voltou a fazer parte do mapa doskate na capital paulista. Picosagrado dos skatistas desde ofinal da década de 80, a praçavoltou a receber o público damodalidade depois de um tempoesquecida por assíduos usuários.Dessa vez, o andar superior foratomado por um público não tãocomum na história da praça: asmeninas do skate.

A sábado de sol intensorecepcionou as skatistas que iamchegando aos poucos. Um atrasoimprevisto na chegada do palcoque seria utilizado no evento nãofoi motivo para as mais animadasda sessão investirem em outraspossibilidade – e, dessaempolgação, até um trilho

apareceu no meio do evento paravariar as possibilidades. Algunsburacos que atrapalhavam foramcobertos com massa plástica, e,logo, várias manobrascomeçaram a surgir.

Na competição de melhorcombo, os destaques ficarampara Ohana Subhadra, quequebrou a rampa com“bigspin” e, na sequência,um “halfcab noseslide” no palco CONS Bench, criadoespecialmente para o formato do evento. Karina Bambooalternava manobras em sualinha, mandou “nollie” eestilosos “ollies” sobre o gap e“Fs nosegrind” e “crooked” nopalco. Jéssica Florêncio, que veiode Artur Nogueira, também foiuma das que não conseguiu

BEST COMBO

1º Déborah Badel – Flip para rampa + Fs Fifty to Shove it2º Ligiane Antunes, Xuxa – Ollie + Fs Smith Grind3º Daniele Martins – Ollie + Fs Fifty to Fs Ollie

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completar a sequência decombo, e não voltou o“hardflip” no tempo de suabateria, mas acertou noaquecimento, seguido de “FsSmith grind” no palco.

Daniele Martins ficou emterceiro lugar com uma linha de“ollies” no gap e “Fs fifty to Fsollie”. Na segunda colocação,Ligiane Xuxa mostrou seu skatecheio de estilo e velocidade comum “ollie” gigante sobre o gap,que passou a rampa, e no palcomostrou variação de “nolliefifty” e “Fs Smith grind”. Mas naopinião dos juízes do time daConverse, Daniel Crazy, Jay Alves,Biano Bianchin (que fez alocução) e Ed Scander, diretoresportivo da CBSK, o melhorcombo de manobra ficou comDéborah Badel: ela mandouprecisos “flips” para a rampa e“Fs fifty to shove it” no palco, elevou, assim, o vale-compras deR$ 250 na Maze Skate Shop e otênis exclusivo da CONS no Brasil.

No Best Trick, surpresa paraaqueles que não acreditam noskate feminino. Tâmara Cardiamandou “Bs noseslide”deslizando por toda a borda;Daniele Martins e Déborah

Badel emendaram com “Bsfifty”; Ligiane Antunes se dividiuentre “Fs Smith grind” e umquase, quase “nosegrind”. Masquem levou a melhor foi JéssicaFlorêncio, que deixou a galerade queixo caído ao voltar umperfeito “flip Bs fifty”.

O Best CONSbo Skate ParaMeninas é uma versão femininado Best CONSbo da Converse doBrasil, um formato decompetição compacto para serrealizado com frequência. Dessavez, as meninas tomaram oformato com propriedade paramostrarem suas bases em umacompetição que serviu paraelevar o nível esportivo, além deincentivarem as meninas aandarem mais na rua, sendorealizada num pico onde nemtodas andam. Algumasterminaram por seremespectadoras. Outras, investiramem elevar seu nível e se jogaramnas linhas. Mas, com certeza,agora os registros das skatistasfeitos por diversos fotógrafos,videomakers e pessoas da mídiaque estavam presentes farãoparte de uma história digna daPraça Franklin Roosevelt, onde oskate feminino fez parte.

Karina Bamboo

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Best Trick foi para Jêssica Florêncio que mandouum Flip Bs Fifty na borda descendo.Acima, ela manda Feeble no palco CONS Bench

Ligiane Xuxa Antunes mostrando paraque veio, mandou um “Fs Smith grind”

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Karina Bamboo

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Tâmara Cardia mandandoum “Bs noseslide”

Karen Jonzprestigiando o evento

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Jéssica Florêncio, que deixou a galera de queixo caído ao voltar um perfeito “flip Bs fifty”. Na foto ao lado, ela manda um "Hardflip"

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Déborah Badel arrebentando com a manobra “Flip" Evelyn e Christie consertando a rampa Ana Paula Araujo

Reunião das meninas para definir a pista

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Ohana Subhadra quebrou a rampa com “bigspin”

Karina Bamboo mandando um “Smith Grind”

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Daniele Martins e seu “Bs fifty”

Meninas do skate e a mídia

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B E A C H T E N N I S

BEACH TENNIS COM

Joana Cortez Texto e fotos por Roberta Borges

Obeach tennis foi criado naItália na década de 80: é uma

mistura de tênis, vôlei de praia,frescobol e badminton. Jogado na areia com raquetes de fibra de carbono, graphite ou fibra de vidro, e com bolasdespressurizadas, pode serdisputado em simples ou duplas.Existem mais de quinhentos milpraticantes no mundo inteiro, em países como Itália, Portugal,Espanha, França, Alemanha,Estados Unidos, Aruba, Austrália,Japão e Brasil. O beach tennischegou ao Brasil em 2008.

O esporte vem crescendorapidamente, conquistando cada vez mais adeptos nas praiascariocas – e prometendo ser oesporte do próximo verão.

Durante o Circuito Petrobras deSurfe Feminino, conversamos comJoana Cortez que, com a suaequipe, estava fazendo umaclínica para apresentar esta novamodalidade. Joana tem 30 anos é ex-tenista profissional de tênis,técnica de tênis e beach tennis e, atualmente, está cursandoComunicação Social na FaculdadeEstácio de Sá.

www.joanacortez.com.brwww.beachtennisbrasil.com.brwww.beachtennis.com

ehlas: Por anos, você foi umadas principais atletas brasileirado tênis de quadra, competindocom as melhores do Brasil e domundo. Você ainda competeprofissionalmente no tênis de quadra?

Foto: Arquivo pessoal

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Parei de competirprofissionalmente no final de2007 e comecei a trabalhar como tênis. De vez em quando jogoalguns campeonatos. O tênis faz parte da minha vida. Anopassado descobri o beach tennise tenho competido em algunseventos no Brasil e no exterior.

ehlas: Como foi essa transição,de parar de competirprofissionalmente e partiru para outros projetos?

Foi uma decisão difícil porque adorava competirprofissionalmente no tênis. Parei num bom momento daminha carreira. Mas já sentia que era a hora de traçar novosobjetivos. Montei uma equipemultidisciplinar, ondetrabalhamos com tênis e beachtennis. Um de nossos projetos élevar o tênis às escolas. Trabalhojustamente na “Equipe JoanaCortez” que, além de ofereceraulas de tênis e beach tennis,atua também com assessoriaesportiva, organizando eventos,torneios e clínicas.

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Roberta Borges

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ehlas: O que fez você seinteressar pelo Beach Tennis equando foi seu primeiro contatocom o esporte? O beach tennis é um esportemuito divertido, até pelo fato deser jogado na praia. Além disso,agrega um número maior depessoas do que o tênis em si, por ser mais fácil de jogar. Gostei do esporte logo de caraquando o Leopoldo Correa e o Adão Chagas me contataramfalando que estavam pensandoem divulgar o esporte no Brasil e me chamaram para participarde um evento mundialrepresentando o Brasil.

ehlas: Você enfrentoudificuldades no início por aindanão ser muito difundido aqui no Brasil? O esporte foi muito bem aceitono Rio de Janeiro. No início, eu ainda não trabalhava com obeach tennis, apenas jogava nos finais de semana. A partir do momento que as pessoascomeçaram a se interessar peloesporte, fui começando a meenvolver no trabalho.

Foto: Roberta Borges

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ehlas: Como são os eventos do beach tennis?Existem vários tipos de eventos. Os eventos internacionaisnormalmente são grandes, contam com um grande númerode participantes, divididos emdiversas categorias. Além disso,muitas redes são montadas econtam com o apoio de muitospatrocinadores. Os eventosnacionais ainda estão emdesenvolvimento e normalmentepossuem menos categorias eparticipantes. Contudo, os eventos,em geral, são bastante divertidos.

ehlas: Você participou dealguma Olimpíada no tênistradicional?Sim, participei das Olimpíadas deSidney (2000). Conquistei tambémmedalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em1999, nos Jogos Pan-Americanosde Santo Domingo, em 2003, emedalha de bronze nos JogosPan-Americanos do Rio, em 2007.

ehlas: Você acha que o beachtennis será um esporte olímpicoalgum dia?

Joana Cortez e TelianaPereira comemoram aconquista da medalha debronze na chave de duplasdos Jogos Pan-Americanos

Fotos: Arquivo pessoal

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Foto: Rick Werneck

Acredito que sim. O esporte temcrescido muito mundialmente.Vários países estão começando adesenvolver o esporte. Vejo obeach tennis seguindo os passosdo vôlei de praia. E o Brasil temtudo para ser uma potêncianesse esporte. Estamostrabalhando para isso.

ehlas: Em seu primeiro mundialde beach tennis, você foimedalha de bronze. Qual é o próximo passo?Estive nos mundiais queaconteceram em Ravenna, na Itália, em 2008 e 2009, e lá o nível é altíssimo. Nos doismundiais, a equipe brasileiraficou em terceiro lugar. Mas este ano chegamos mais pertodas italianas. Nosso objetivo no longo prazo é conquistar o ouro, mas sabemos queprecisamos conhecer mais oesporte e ganhar experiência em nível internacional. Estamosno caminho certo. Em novembro,estivemos em Curaçao e emAruba e ganhamos da Itália na final da Copa das Nações.

Fotos: Arquivo pessoal

Beach Tennis Brasileirobem representado nos campeonatos

mundiais 2008 e 2009

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ehlas: Como é seu treinamento?Treino em média duas vezes porsemana (duas horas por dia),fazendo um preparo específicona areia com a preparadora física Carla Damazio, além do acompanhamento dafisioterapeuta Roberta Barreto.Nos sábados e domingos, jogocom o pessoal ou participo detorneios.

ehlas: Você consegue apoio?Tem patrocinadores?Ao longo da minha carreira notênis tive alguns patrocinadorese, hoje em dia, eu e minhaequipe temos os patrocínios dematerial esportivo Power BeachTennis e Tennishop. Nos eventos,contamos com novos apoios eparcerias.

ehlas: Qual é a sua meta para2010?Pretendo prosseguir o trabalhocom a Equipe Joana Cortez econtinuar divulgando o beachtennis no Brasil, organizandoeventos, torneios e clínicas. Alémdisso, estou bastante envolvida

com projetos de tênis, entre eles oTênis nas Escolas. Pretendo tambémcontinuar cursando ComunicaçãoSocial na Faculdade Estácio de Sá.

ehlas: Nesta edição,questionamos a importância dosestudos na vida dos atletas,antes, durante e depois do seuciclo competitivo. Qual é a suaopinião sobre o impacto daeducação na carreira de umatleta? Acho fundamental. Sem estudoninguém vai a lugar algum.Quando terminei o segundograu, tive a opção de estudar ecompetir por uma universidadeamericana. Optei por seguircarreira profissional. No tênis,como são muitas competiçõesmundiais e passamos mais dametade do ano fora, é impossívelcursar uma faculdade. Mas agoraque parei de competir, estoucursando Comunicação Social na Estácio de Sá.

ehlas: Como foi a experiênciade ter participado do CircuitoPetrobras de Surfe Femininodivulgando o beach tennis?

Fotos: Roberta Borges

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Foi muito legal porque o beachtennis tem tudo a ver com oambiente do surfe. Para nós, é importante divulgar o beachtennis num circuito tãoimportante de surfe. É um esporteainda pouco conhecido no Brasil,mas com grande potencial.

ehlas: Já havia assistido a algumcampeonato de surfe? Não. Sempre gostei de assistir pela televisão, mas nadacomparado em assistir de perto,ao vivo, na praia. O evento foimuito bem organizado e adorariafazer parte de mais eventos comoo Circuito Petrobras.

ehlas: Durante o eventodivulgamos o movimento OutubroRosa, que faz um alerta sobre a importância do diagnósticoprecoce do câncer de mama, entreoutros. Como você vê o esporte e atletas atuando em campanhasdesse tipo? Acho uma ótima iniciativa. Toda causa aliada ao esporte éimportante. Alertar as pessoas da importância de se prevenir é fundamental. E o atleta vive isso constantemente.

Fotos: Arquivo pessoal

Equipe Joana Cortezparticipando do

MovimentoOutubro Rosa

Em Aruba, na final daCopa das Nações

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“Eu amo viajar com os meninos, nós temos umarivalidade saudável. Tenho certeza de que aindavamos viajar juntos, mas não tanto como nestesúltimos anos", afirma Patrick.

Durante a sua estada no Brasil, o californianoarrancou muitos suspiros da mulherada e foi o nosso eleito. E aí, meninas, quem se habilita a acompanhar o bonitão caso ele fique muitocarente?

PatrickGudauskas

Fotos: Basilio Ruy

Patrick surfa, compete e viaja pelo mundo comDane, seu irmão gêmeo, e Tanner, irmão maisnovo. O trio é superfamoso no circuito mundialpela simpatia que contagia a todos. No anopassado, Patrick ficou de fora do WCT por uma vaga, mas neste ano, Patrick está na vice-liderança do ranking WQS. No ano que vem, fará parte da elite mundial e irá viajar paraalguns lugares sem seus irmãos.

24 anos – San Clemente, Califórnia

E H L E S P O R E H L A S

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B O D Y B O A R D I N G

CIRCUITO MUNDIAL

na reta final Por Renata Cavalleiro

Em nossa última edição, EHLASdestacou a atleta basca

Eunate Aguirre. A bodyboardercontinua quebrando e faturandopontos altos em sua escalada noranking mundial, mas tivemosuma reviravolta nas etapas daEuropa. Neymara Carvalho, quevem em 2009 com o objetivo detornar-se a primeirapentacampeã mundial nobodyboard, está muito focadaem sua meta. Vamos ver o querolou nestas etapas européias eem Búzios.

SOPELANA (ESPANHA)

Para que esta etapa contassepontos para o feminino, foinecessário um esforço tremendopor parte da organização, que

conseguiu confirmar opatrocinador nos momentosfinais. No entanto, as meninasnão compareceram em peso,somando 20 inscritas somente. O mar estava pequeno e comondas bastante irregulares. De cara, uma eliminaçãoinesperada: Neymara foiderrotada pela estreante Roxane Bonet, da França, e deuadeus à competição. Isso deixavao caminho aberto para EunateAguirre. Porém, a festa na finalfoi brasileira, com Jéssica Beckerna ponta e Roberta Bitzer(brasileira que compete pelosEUA) em segundo. Para Jéssica,foi um passo importantíssimo, já que com o resultado elapassou para a terceira colocaçãodo ranking.

Jéssica Becker campeã em Sopelana, Espanha

Foto: Arquivo pessoal, Jéssica Becker

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Mar grande fazendo jus ao nome da praia, Praia Grande, em Sintra, Portugal

PRAIA GRANDE (SINTRA,PORTUGAL)

Neste evento, que é considerada amais tradicional de todas as etapasdo circuito, a categoria femininateve a presença de 34 atletas. No mar, a “esquadra” brasileira:além de Neymara Carvalho, JéssicaBecker e Isabela Sousa, Karla Costa, Renata Cavalleiro e MayllaVenturin. A previsão era de ondasgrandes durante todos os dias. O primeiro deles foi o menor de todos – então a organizaçãodecidiu começar o evento com asmeninas. Embalada com a vitóriana Espanha, Jéssica Becker foi abrasileira que novamente maischegou longe. Barrada na semifinalpela portuga Rita Pires, ela ocupoua terceira colocação e, com isso, a vice-liderança no ranking. Isabela também fez bonito, mas foi superada justamente porJéssica Becker em uma disputaemocionante nas quartas. A vitóriainédita foi para uma inspiradaCatarina Sousa, que contagiou apraia toda ao vencer a conterrâneaRita Pires em uma final com poucas ondas..

A portuguesa Catarina Sousa realizou o sonho de vencer em casa

Fotos: Renata Cavalleiro

Assista ao vídeo no acesso online

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Maylla, Neymarae Jéssica em açãona segunda faseem Sintra

Fotos: Renata Cavalleiro

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MISS SUMOL (COSTA NOVA, PORTUGAL)

Depois de Sintra, as meninas seguiram para Ílhavo, onde desfrutaram de ótimosmomentos proporcionados pelaorganização do Miss Sumol. O evento,exclusivamente feminino, é realizado hácinco anos e conta poucos pontos para o mundial, mas serve como um “relax”merecido para as atletas. Mas “relax”,mesmo, elas só tiveram nos pufesespalhados na areia, pois o mar ficou casca-grossa a partir do segundo dia dedisputa. “Guinchadas” pelo jet-ski, asatletas enfrentaram um mar balançando e com forte correnteza (e água bemgelada, diga-se de passagem). Neymara foi o grande destaque da segunda fase,arrancando um somatório de 18,50(incluindo aí uma nota 10) e muitosaplausos do público presente. Jéssica Becker só não foi para final por muitopouco, recebendo uma virada daportorriquenha Natasha Sagardia nossegundos finais. Natasha, aliás, surfoumuito bem na final e faturou a etapa,deixando Eunate em segundo, Neymara,em terceiro, e Rita Pires, em quarto.

Finalistas no Miss Sumol

Mulherada reunida após opasseio no barco moliceiro

Fotos: Renata Cavalleiro

Assista ao vídeo no acesso online

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Sequência nota dez de Neymara Carvalho

RenataCavalleiro foi eleita Miss Simpatiado evento

Fotos: Jéssica Becker

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PENICHE (PORTUGAL)

Após uma semana de descanso, chegava o momentode Peniche receber pela primeira vez uma etapa domundial de bodyboard. Supertubos, que era a praiaonde o campeonato aconteceria inicialmente, nãoreagiu e acabou ficando de fora. Lagide foi, assim, a praia escolhida para o evento, que contou comondas tipo “Disnelyandia” para a galera. O pico eraum “point break” de esquerdas muito manobráveis, e quem conseguisse uma manobra mais explosiva láfora garantiria as notas mais altas. E foi o que vimosao longo da competição: um show de manobras etécnicas de conexão com o inside, em ondas de meiometrão. Dessa vez, Jéssica Becker não avançou muitoe terminou o evento na 13ª colocação. Sorte dacapixaba Neymara, que fez final com a tambémbrasileira Isabela Sousa e faturou 1.000 pontos noranking – e a liderança provisória no ranking.

Catarina Sousachegou emquinto lugar

Eunate Aguirretambém ficouem quintonesta etapa

Isabela Sousa foia vice-campeã emPeniche

Fotos: Renata Cavalleiro

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Joselaine Amorin: a gaúcha veio com força total e ficou na segunda colocação

Com o 3º lugar em Búzios, a catarinense Fabiana Correaé agora a líder no ranking brasileiro

BÚZIOS (BRASIL)

Menos de um mês após a etapa de Peniche, as atletasvoltaram a se encontrar em mais um evento – que valiatanto para o mundial como para o circuito brasileiro, nossofamoso “2 em 1”. O mar da Praia de Geribá estava gigantenos primeiros dias (ondas de 3,5 metros), tanto é que até acategoria masculina teve uma paralisação. Com o mardiminuindo gradativamente, as meninas entraram na águano sábado (dia 3). A primeira fase foi composta por 25atletas divididas em oito baterias, que entraram no marantes das oito da manhã. Lorraine Lima, Joselaine Amorim,Soraia Rocha, Maylla Venturin e Neymara Carvalho foram

Fotos: Renata Cavalleiro

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A capixaba Maylla Venturin em um 360 invertido

Jéssica Becker teve sua segunda vitóriano tour e aproxima-se das líderes

os destaques destas disputas. Ainda no sábado, a segundafase voltou para o mar e, desta vez, oito atletas avançarampara as quartas-de-final, formando quatro baterias noformato “mulher x mulher” para o domingo. No diaseguinte, pela manhã, uma surpresa. Ou melhor, duas. As líderes Neymara e Eunate caíram diante de suasadversárias e deixaram caminho aberto para a atualterceira colocada, Jéssica Becker. A atleta teve umexcelente desempenho nas esquerdas de Geribá, faturou a etapa e encostou de vez nas líderes.

Fotos: Renata Cavalleiro

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1: Jogo de boliche promovido pela organização do evento 2: A catarinense Soraia Rochaencontrou umas pitangas Foto: Renata Cavalleiro

3: Maylla Venturin apreciando apaisagem belíssima em BúziosFoto: Renata Cavalleiro

4: Paola Simão e Lorraine Lima na área dos atletas Foto: Renata Cavalleiro

5: Atletas durante a coletiva de imprensa Foto: Chico Garritano

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ISLA MARGARITA (VENEZUELA)

Após a etapa do mundial em Búzios,as meninas rumaram para aVenezuela no final de outubro, mais precisamente, Isla Margarita,para mais uma disputa.Infelizmente, o mar desta vez nãocolaborou, já que as ondas nãopassaram de meio metro.

O evento também contou pontospara o ranking latino-americano.Três brasileiras estavam na disputa:Maylla Venturin (ES), Jéssica Becker(RJ) e Isabela Sousa (CE).

No primeiro dia, domínio brazucatotal, com Maylla Venturin (ES),Renata Cavalleiro (RJ), TatianaBeraldinelli (SP) e Maria Alice (PR)garantindo vaga na fase seguinte.No sábado, entraram em ação asTOP 8 e, das 8 classificadas, mais da metade era brasileira. NeymaraCarvalho e Renata Cavalleirofinalizaram a participação emquinto lugar.

Em três dias de disputa da categoriafeminina, justamente o domingo(dia da semifinal e da final) foi omenor de todos, com menos demeio metro. As duas semifinaisforam entre Isabela Sousa e MayllaVenturin, e Jéssica Becker contra a

Maylla Venturin

Foto: Renata Cavalleiro

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portuguesa Catarina Sousa. As trêsbrasileiras que concorriam ao títulolatino-americano ainda estavam nabriga, mas quem passou para a finalforam Jéssica e Maylla. Assim, quevencesse a competição seria também a campeã latino-americana de 2009.Tudo indicava que a experiência deMaylla seria o diferencial nestadisputa. A capixaba estava com umsurfe muito fluido e potente. Mas amacaense mais uma vez mostrou queestá com a corda toda e faturou suaterceira vitória no tour, com boaescolha de ondas e manobras fortes.Assim, Jéssica pôde comemorar seutítulo de Campeã Latina 2009.

A última parada do tour será nas Ilhas Canárias, de 1 a 6 de dezembro.A briga promete ser boa, já que agoratrês atletas têm chances ao título: alíder Neymara Carvalho, que se vencerserá a primeira pentacampeã mundialda história do bodyboard feminino; a basca Eunate Aguirre e a cariocaJéssica Becker, ambas lutando pela suaprimeira conquista. Jéssica, em 2008,foi vice-campeã do mundo, perdendojustamente para Neyamra, na final em Canárias. A chapa vai esquentar!

Renata Cavalleiro

Iguana, que tambémestava hospedada nohotel das atletas

Fotos: Jessica Becker

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ENTENDA A CORRIDA PELO TÍTULO MUNDIAL DE 2009ENTENDA A CORRIDA PELO TÍTULO MUNDIAL DE 2009

NEYMARA CARVALHO – 5.240 pontos. Se ela chegar em segundo,não importando quem vença, será a campeã.

EUNATE AGUIRRE – 5.225 pontos. Precisa vencer e torcer paraNeymara ficar no máximo em terceiro.

JÉSSICA BECKER – 5.015 pontos. Precisa vencer e torcer paraEunate e Neymara terminarem em terceiro lugar, no máximo.

Jéssica Becker

Isabela Sousa

Fotos: Renata Cavalleiro

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1: Renata e Tatianaantes de entrarem nabateria onde ambaspassaram Foto: Jéssica Becker

2: Jéssica Becker sendoentrevistada logo apóssua vitória Foto: Renata Cavalleiro

3: Desfecho do desfile,com todas as atletas emodelos na passarelaFoto: Arquivo Wahine

4: Jéssica BeckerdesfilandoFoto: Arquivo Wahine

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Gabriela Teixeira comemoroumuito a sua primeira vitória

como profissional no circuitobrasileiro. Além de derrotar assuas oponentes até a grande final,ela teve que driblar as condiçõesextremas do mar no Costão doSantinho, em Florianópolis, ondeaconteceu a segunda etapa doSuperSurf. As ondas variaram demenos de um pé, com umfortíssimo vento sul, até oito pésdebaixo de muita chuva.

Da nova geração do surfefeminino do Rio de Janeiro, Gabi mostrou que estápreparada para as diversascondições que podem acontecerdurante um campeonato. Comum surfe moderno, vemmostrando aos poucos que o Riocontinuará sendo bemrepresentado nos próximos anos.A surfista, que é de Búzios, naregião dos Lagos, mudou-se para

o Rio de Janeiro investindo na sua carreira; agora, ela treina nas praias do Recreio doBandeirantes. Após um tempoparada por conta de umacontusão no joelho, ela vemmostrando que está 100%curada da lesão, soltando a rabeta nas manobras e mostrando muita

determinação.

Ehlas acontecem

GabrielaTeixeira

Fotos: Nilton Santos, Supersurf

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Aúltima etapa do circuitobrasileiro foi vencida

também por uma surfistaque ainda não tinha em seu currículo vitórias noSuperSurf. A paranaensecomemorou ao seu estilo a vitória que a levou dadécima segunda para aquarta colocação no rankingbrasileiro, garantindo, assim,a sua reclassificação na elitenacional em 2010.

Natalie quase não participouda última etapa. Após umaexcelente estréia no começodo ano, quando obteve aterceira colocação naprimeira etapa, no Guarujá,ela estava desmotivada comduas derrotas seguidas: na primeira fase, nas etapasde Ubatuba e Costão doSantinho.

Com o incentivo de sua mãe,a surfista chegou ao Rioainda sentindo dores dascontusões no joelho eombro. Mas ao longo dasbaterias, Natalie foi seachando nas direitas daBarra da Tijuca e, bateria a

bateria, foi encaixando suasmanobras e derrubandovárias surfistas que estavamna disputa do títulobrasileiro de 2009. Na final,com a já coroada campeã de2009 Suelen Naraísa, soltoumais ainda a rabeta e pôdesentir o gostinho deganhar uma etapa doCircuito BrasileiroProfissional.

Natalie é uma surfistaque tem em seurepertório manobrasmodernas, como oaéreo edesgarradas derabeta.Apontada pormuitos como ofuturo do surfefemininoprofissionalbrasileiro, émais uma surfista queestá sem patrocínio – ealgo desmotivada.Esperamos que essavitória lhe traga gáspara o ano que vem e também novospatrocinadores.

NathalieMartins

Fotos: Nilton Santos, Supersurf

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Diana CristinaFoto: Basilio Ruy

Onúmero três acompanhouDiana Cristina este ano.

Tininha, como também éconhecida, sagrou-se pela terceiravez campeã do Circuito Petrobrasde Surfe Feminino e do Brasil Tour.Diana foi soberana também nacategoria Pro Junior da ASP SouthAmerica: ao vencer as três etapasrealizadas, tornou-se mais uma vez campeã. Com mais esse títulona mão, ela parte agora para a Austrália, juntamente comGabriela Leite, para o tradicionalmundial Pro Junior, que aconteceem Narrabeen no começo do ano.

Ela vem se mostrando umamáquina de vencer baterias e emquase todos os campeonatos dosquais participou fez final; ficou defora somente das finais do CircuitoProfissional Brasileiro SuperSurf.

Tininha está sem patrocínio há um bom tempo, mas não deixouque o fato interferisse nas suasperformances; muito pelocontrário, continua aprimorandoseu surfe e vem demonstrando issodurante os campeonatos. Fica aquia torcida e o alerta para que noano que vem ela e outras surfistasprofissionais brasileiras consigampatrocínio.

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C O L U N A E C O - L Ó G I C A

POR UM NATAL

mais sustentávelPor Laila Werneck

Paz, amor e solidariedade sãoas mensagens que, ano após

ano, todos nós fazemos questãode veicular na época natalícia.Neste Natal seja diferente ecoloque o meio ambiente no seusapatinho e no sapatinho dosque lhe são mais queridos.

As ruas já estão iluminadas e animadas pelas músicas deNatal; as árvores e os enfeitesnatalícios multiplicam-se peloscentros comerciais e pelas nossascasas. As lojas e os supermercados“borbulham” com as vendas, ascrianças escrevem as suas cartasao Papai Noel pedindo opresente mais desejado... É aeuforia característica do Natalque já chegou!

Mas o Natal também é sinônimode impactos ambientais: são ospinheirinhos para enfeitar, os papéis de embrulho e aspróprias embalagens de cartãoque seguem junto com osbrinquedos – sem falar nosdeslocamentos de automóvelpara que na noite de 24 dedezembro não falte nada.

Simpatizante das tradiçõesnatalinas, mas sem esquecer da importância de contribuirpara um futuro melhor paratodos nós e para nossa família, a revista EHLAS, em total climanatalício, deixa, aqui, algunsconselhos simples para um Natalmais ecológico e sustentável.

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para reduzir o seu gastoenergético e ambiental;

– Utilize os transportes públicospara fazer as suas compras deNatal, ou então, junte-se comamigos ou familiares nummesmo veículo e vão às comprasconjuntamente. Além de ficarmais barato, você estarácontribuindo para a redução das emissões de dióxido decarbono na atmosfera;

– Na hora de comprar, privilegieos produtos amigos do meioambiente e prefira aqueles nãoembalados em excesso ou emembalagens complexas; além deserem mais caros, eles misturamvários materiais e dificultam areciclagem;

– Leve sacos de pano para ascompras; caso não os tenha,tente utilizar o menor númeropossível de sacos plásticos.Oferecer sacos de pano para ascompras poderá ser uma ideiapara uma lembrança! Privilegieos produtos nacionais, queajudam no desenvolvimento da economia do País e tambémreduzem o impacto ambientalassociado ao transporte deprodutos;

Desejamos a todos vocês um Natal de muito amor, um Ano Novo de muita paz,saúde, felicidade – e com muitasustentabilidade e altas ondas!

Até ano que vem! Boa leitura. E continuem surfando!

– Enfeite uma árvore de Natalartificial ou, se preferir asverdadeiras, recorra apenas a árvores vendidas comautorização (bombeiros, serviçosmunicipais), como garantia dasustentabilidade do corte;

– Substitua o azevinhoverdadeiro, uma espécie vegetalem vias de extinção, pelasbonitas imitações artificiais deazevinho que existem nomercado e que têm a vantagemde poderem ser reutilizadas deuns anos para os outros;

– Utilize enfeites de Natal que possa reutilizar por muitos e longos anos ou crie os seuspróprios enfeites a partir dareciclagem e reutilização de materiais;

– Adquira lâmpadasenergeticamente eficientes

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– Guarde os laços, papéis deembrulho e as caixas depresentes para seremreutilizadas em outrassituações;

– Seja original e, no final da troca depresentes, promovaum jogo ecológicoentre as crianças,separando as embalagens –papel/cartão, plástico e metal;

– Esteja sempre aberto anovas práticas ambientais!

– Envie mensagens de boasfestas usando e abusando do e-mail, orkut, twitter entreoutras redes sociais virtuais. Com isso, você poupa em papele diminui os impactos dostransportes;

– Se ainda assim optar porenviar cartões de Natal, sejasolidário e envie postais deassociações, cujas receitasrevertam a favor dos refugiadosambientais;

– Se for consumir o bacalhau na ceia de Natal, opte pelo de média/grande dimensão e consuma-o com moderação,dado o perigo de extinção daespécie em algumas áreas domundo;

– Utilize as pilhas recarregáveisnos brinquedos que asnecessitam. São uma alternativamais econômica e ecológica. Esugira que as mesmas sejamdescartadas corretamente;

– Prefira os produtosbiodegradáveis nas limpezas de fim de ano (e durante todo o ano);

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Surfe ou Karate?

SAIDEIRA

Julina Quint tentando assimilar a nova maneira que seu técnico, Fernando, encontrou para

aprimorar as suas manobras.

KARATE STYLE.

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Escreva para Ehlas.Seja uma dEhlas,

conte suas aventuras, mande suas fotos e experiências.

Foto: Suelen Naraisa