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SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS Guilherme Antonio Lisita ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM TREINAMENTO FÍSICO MILITAR GOIÂNIA, 2013

estudo sobre a importância da implantação do curso de

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SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

Guilherme Antonio Lisita

ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO CURSO DE

APERFEIÇOAMENTO EM TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

GOIÂNIA, 2013

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Guilherme Antonio Lisita

ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO CURSO DE

APERFEIÇOAMENTO EM TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

Artigo Monográfico apresentado em cumprimento às exigências para conclusão do Curso de Formação de Oficiais sob a orientação CAP QOC Marcus Vinícius Borges Silva.

GOIÂNIA, 2013

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SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

Guilherme Antonio Lisita

ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO CURSO DE

APERFEIÇOAMENTO EM TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

Artigo Monográfico apresentado em cumprimento às exigências para conclusão do Curso de Formação de Oficiais sob a orientação CAP QOC Marcus Vinícius Borges Silva.

Avaliado em ______ / _____ / _____

Nota Final: ( ) _____________

_____________________________________________________

Orientador: CAP QOC Marcus Vinícius Borges Silva

GOIÂNIA, 2013

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RESUMO

As atividades operacionais, inerentes ao serviço bombeiro militar, exigem sempre

um bom nível de desempenho físico para uma execução correta e eficiente. Essa

profissão requer uma demanda vigorosa e o estresse físico que os bombeiros

enfrentam, aumenta os riscos de lesões musculares e complicações cardíacas. Com

isso, percebe-se a necessidade da prática de exercícios físicos regulares, bem

distribuídos e adequados ao cotidiano do bombeiro, sob a forma de Treinamento

Físico Militar (TFM). Dessa forma, é preciso que o treinamento físico seja orientado

com fulcro nos conceitos e princípios científicos da Educação Física, dentro de um

planejamento racional, como meio de conduzir o indivíduo à sua plenitude física,

técnica e psicológica, visando um nível de desempenho máximo. Nesse contexto, o

instrutor/monitor de treinamento físico desempenha papel essencial na assimilação

de resultados, sejam positivos ou negativos. Assim como o treino corretamente

orientado e executado traz melhorias ao condicionamento físico e à saúde, tanto a

falta, quanto a má orientação podem acarretar sérios problemas relacionados a

lesões, doenças ocupacionais e comprometimento da imunidade e saúde. Destarte,

a implantação de um Curso de Aperfeiçoamento em Treinamento Físico Militar tem

elevada importância para o Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás, como forma

de oferecer formação científica para os instrutores/monitores de TFM. Tal fato

incidiria diretamente na qualidade dos serviços prestados à sociedade e melhoria da

qualidade de vida do bombeiro, à medida que a aplicação do conhecimento científico

proporcionaria melhor condicionamento físico à tropa e redução dos riscos à saúde

ocasionados pela incorreta orientação da atividade física.

Palavras-chave: Treinamento Físico Militar. Curso de Aperfeiçoamento em

Treinamento Físico Militar. Bombeiro Militar

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ABSTRACT

Operating activities, inherent to the military firefighter service, always request a good

level of physical performance for a correct and efficient implementation. This

profession requires a vigorous demand and the physical stress that firefighters face,

increases the risk of muscle damage and cardiac complications. For this reason, we

note the necessity to practice exercise regularly, well distributed and suitable for the

firefighter’s every day, in the form of Military Physical Training (MPT). Thus, it is

necessary that the physical training is oriented with the core concepts and scientific

principles of physical education within a rational planning as a means to drive the

individual to their full physical, technical and psychological, aiming at a maximum

performance level. In this context, the instructor / monitor physical training plays an

essential role in the assimilation of results, whether positive or negative. As the skill

correctly oriented and run brings improvements to fitness and health, no, or poor,

guidance can lead to serious problems related to injuries, illnesses and compromised

immunity and health. Thus, the implementation of an Improvement Course of Military

Physical Training has high importance for the Fire Department of the State of Goiás,

in order to offer scientific training for instructors / monitors MPT. This fact would focus

directly on the quality of services provided to society and improving the quality of life

of the fireman, as the application of scientific knowledge to provide better physical

conditioning and troop reduction of the health risks inherent lack or misdirection of

physical activity.

Key words: Military Physical Training. Improvement Course of Military Physical

Training. Military Firefighter.

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INTRODUÇÃO

As instituições militares, devido à natureza de seus serviços, sempre

possuíram estrita relação com atividades físicas, servindo, inclusive, de base para a

criação de determinados tipos de treinamento. Para os militares, a aptidão e o vigor

físico são essenciais para que outras habilidades também importantes possam ser

desenvolvidas, visto que o trabalho realizado por esses profissionais, geralmente

marcado por situações complexas e inesperadas, traz carga física e psicológica

exigindo, por sua vez, capacidade de execução e empenho.

Para o bombeiro militar o bom condicionamento físico é também

imprescindível. As diversas atividades de resgate, salvamento, combate a incêndio

entre outras, desenvolvidas diariamente no serviço de bombeiro militar exigem uma

considerável capacidade física, sendo esta fator determinante para a qualidade de

sua atuação. Cabe ressaltar que, em tais atividades, geralmente, o bombeiro precisa

transportar materiais pesados, utilizar equipamentos de proteção individual que irão

causar muito desgaste físico e fadiga, além de ter que carregar vítimas.

Nesse sentido, Lisboa (2011, p.19) diz:

Em situações de incêndio, por exemplo, o Bombeiro Militar deve realizar atividades com vestimentas e aparatos específicos, que resultam em alto grau de exigência física (o equipamento de proteção individual mais equipamento de proteção respiratória possuem aproximadamente 23kg). Algumas atividades realizadas são subidas e descidas de escadas, transporte e içamento de mangueiras, entradas forçadas e transporte de vítimas. Estas combinações de atividades podem implicar em alta exigência física, o que requer do bombeiro uma elevada aptidão física geral (SMITH et al., apud LESSA, 2006).

Devido às exigências da profissão, brevemente relacionadas acima, fica

explícito a necessidade de preocupação com o nível de condicionamento físico do

Bombeiro Militar, pois sem um bom nível tais atividades se tornam de difícil

execução. Um Bombeiro Militar, com pouco condicionamento físico em uma

atividade operacional, pode colocar em risco a própria integridade física, assim como

a integridade física de seus colegas que estarão atuando junto. Sendo assim, um

bom condicionamento físico vai envolver diretamente a capacidade de trabalho de

um Bombeiro Militar frente as suas atividades.

A importância do condicionamento físico é um dos valores do Corpo de

Bombeiros Militar do Estado de Goiás, conforme descrito no Planejamento

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Estratégico de 2012-2022 (CBMGO, 2012, p.13) – “Aptidão para suportar fadiga,

escassez e esforço físico prolongado, forjando o bombeiro militar ao cumprimento de

missões, fazendo-o superar o medo, a dor, o perigo, a incerteza e/ou a intimidação”.

Para atingir um bom condicionamento físico voltado para um fim específico é

preciso uma organização que deverá seguir os princípios científicos do treinamento

desportivo. No caso do Bombeiro Militar, cujo padrão de desempenho físico deve ser

similar ao de um atleta profissional, torna-se necessário que haja o

acompanhamento do treinamento por um profissional habilitado na área.

Conforme a Norma Administrativa n.02/2005 do CBMGO, as aulas de

educação física ficarão a cargo dos instrutores e monitores de treinamentos físicos

selecionados pelas OBM, tendo as seguintes atribuições:

- Planejar e executar as aulas: - Providenciar o material e local necessário para cada aula; - Aplicar a aula de acordo com a periodização planejada pelo Órgão de ensino do CBMGO; - Conscientizar a tropa por meio dos artigos sobre atividade física e saúde; - Realizar avaliações periódicas; - Confeccionar relatórios bimestrais e encaminhá-los ao Órgão de Ensino do CBMGO.

Assim, o papel assumido pelos instrutores e monitores de TFM no âmbito do

CBMGO é o mesmo de um profissional de Educação Física. Cumpre ressaltar o

artigo 3º da Lei n. 9.696/98 que regulamenta a atividade física no Brasil.

Art. 3º Compete ao Profissional de Educação Física coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e do desporto.

Especificamente neste ponto encontra-se argumento relevante para a tese

ora sustentada no trabalho. A inexistência de quadro de vagas específico para

profissionais de Educação Física faz com que voluntários, na sua maioria sem

formação acadêmica na área específica, sejam selecionados como instrutores e

monitores de TFM. A doutrina é unânime em afirmar que a prática de atividade física

sem a orientação adequada pode causar lesões não somente osteomuscular, como

também o comprometimento da imunidade. Tal situação é de fácil comprovação

devido às constantes baixas de militares em razão de problemas relacionados com a

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falta, ou inadequada prática de atividade física, como também já foi citado

anteriormente.

Outras instituições militares encontraram solução para o referido problema

oferecendo cursos específicos para treinamento físico militar. A título de exemplo

pode-se citar a Aeronáutica, com o Curso para Orientação do Treinamento Físico

(COTF), o Exército, com o Curso de Aperfeiçoamento em Treinamento Físico Militar

(CATFM) e o Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal, com o Curso de

Extensão em Treinamento Físico Militar (CETFM) oferecido pela Universidade de

Brasília (UnB). Nestes cursos são oferecidas disciplinas relacionadas a

planejamento, execução e avaliação de programa de TFM, além de conhecimento

teórico-prático sobre as bases fisiológicas do treinamento físico militar e demais

matérias também importantes.

Fornecer curso que proporcione conhecimento científico específico em

treinamento físico militar para instrutores e monitores é a forma mais rápida, e de

baixo custo financeiro para a corporação, de se otimizar os resultados e atenuar os

riscos presentes na atividade física.

Nesse contexto, pretende-se, com o presente trabalho, oferecer fundamentos

que demonstrem a importância de proporcionar conhecimento científico específico

em Treinamento Físico Militar aos instrutores e monitores de TFM, como meio de

alavancar a prática física nos quartéis da Corporação, bem como evitar os riscos

presentes na atividade física mal orientada.

1. DO TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

1.1. A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO

A aptidão física é fim necessário para a realização das tarefas desenvolvidas

pelos integrantes do Corpo de Bombeiros Militar. Todavia, para se obter tal aptidão,

é preciso que o Bombeiro Militar se mantenha exercitando a todo momento, pois o

rotineiro treinamento físico é elemento essencial para a atividade como um todo.

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Segundo Morrow Jr. (2003, p.22), “a atividade física é definida como qualquer

movimento corporal voluntário produzido pelos músculos esqueléticos que resulte

em um gasto energético acima do basal.”

Para Dantas (1994, p.20), “o treinamento físico é o conjunto de procedimentos

e meios utilizados para se conduzir um atleta à sua plenitude física, técnica e

psicológica dentro de um planejamento racional, visando executar uma performance

máxima num período determinado.”

No âmbito do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás, a Norma

Administrativa n.02/2005 traça orientações sobre o Treinamento Físico Militar com

base em um Padrão de Desempenho Físico Individual, a fim de melhorar a saúde e

qualidade de vida do militares da Corporação, bem como o aprimoramento das

qualidades e capacidades físicas necessárias ao desempenho da atividade

Bombeiro Militar.

Cumpre salientar o disposto no item 1.3 da referida Norma Administrativa,

sobre Treinamento Físico Militar:

Estará dimensionado para atender às seguintes necessidades: – promover a saúde e bem estar físico individual, condições essenciais para o desenvolvimento de funções operacionais e administrativas; – desenvolver o desempenho físico para obter o Padrão de Desempenho Físico Individual considerado (PBD, PAD ou PED); – manter o Padrão de Desempenho Físico Individual obtido; e – reabilitar o militar para atingir o Padrão de Desempenho Físico Individual eventualmente perdido.

De acordo com Barbanti (1997, p.1-2), treinamento tem o objetivo de melhorar

o rendimento dentro da aplicação de princípios científicos, implicando no

desempenho físico. Neste mesmo sentido, leciona que:

Na literatura internacional, está se tornando comum o termo “Treinamento Físico”, que significa o processo de fazer uso propositado de exercícios físicos, para desenvolver e melhorar as capacidades e os traços que afetam o nível de desempenho de atividades musculares específicas. O objetivo principal do treinamento físico é o desenvolvimento das capacidades motoras (condicionais e coordenativas) do praticante, necessárias para obter rendimentos motores elevados, que se faz através dos exercícios corporais. Na prática, isso se traduz pela execução variada de exercícios apropriados para determinados fins.

O treinamento é um processo de muitos fatores e não uma atividade que se possa fazer mecanicamente, e que se baseia no relacionamento humano, com pessoas de diferentes tipos de personalidades. Trata-se, pois, de trabalhar com um conjunto de situações bastante complexas, em que estão envolvidas de forma absolutamente decisiva as emoções humanas e as relações entre as pessoas.

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Portanto, fica evidente a diferença entre atividade física e treinamento físico,

sendo que a primeira é caracterizada por exercícios físicos acima do basal e não

objetiva o rendimento físico, ao passo que a segunda se refere ao treinamento físico

que tem por finalidade o rendimento com um objetivo específico. No caso do

Bombeiro Militar, este deve ser submetido a programas de treinamento físico, cujo

objetivo é específico, qual seja ter rendimento para desempenhar as atividades de

Bombeiro Militar.

Segundo Weineck (2003, p.18), “o termo “treinamento” é utilizado na

linguagem coloquial em diferentes contextos com o significado de “exercício”, cuja

finalidade é o aperfeiçoamento em uma determinada área.” Martin (1977) apresenta

uma definição bem geral de treinamento, como sendo um processo que favorece

alterações positivas de um estado (físico, motor, cognitivo, afetivo).

Nas atividades de Bombeiros, o treinamento físico reside na necessidade de o

profissional estar preparado, ao longo da carreira, respeitando-se os limites de idade

e sexo, para desempenhar sua missão. Podemos então definir Treinamento Físico

do Bombeiro Militar como um conjunto de exercícios físicos, com desenvolvimento

gradual e permanente de seu preparo, levando-se em consideração fatores físicos,

cognitivos, afetivos e ambientais, a fim de ter rendimento ideal para o

desenvolvimento das suas atividades.

1.2. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO TREINAMENTO FÍSICO

O treinamento por muito tempo ficou restrito à área do esporte. Porém, com a

evolução e necessidade de treinamento físico para diversos setores na ocupação

funcional das organizações, este ganhou dimensões além do conhecimento

esportivo.

Segundo Barbanti (1997, p. 1), o treinamento possui quatro componentes

fundamentais e necessários para o bom desempenho, vejamos:

Na área do esporte fala-se em treinamento no sentido de preparar o esportista para níveis elevados de rendimento, daí o termo Treinamento Esportivo que, num sentido bastante estrito, é a preparação técnica, física, tática, psicológica [...] do atleta/jogador por meio de exercícios físicos.

Portanto, há a necessidade de treinamento para que o Bombeiro Militar tenha

um rendimento plausível, e o treinamento físico, obviamente através de exercícios,

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encontra-se nestes quatro componentes. Entre eles, aponta-se a preparação física

como componente primordial.

1.2.1. Preparação física

Segundo Barbanti (1997, p. 6), a preparação física visa ao “desenvolvimento

das capacidades motoras principais: força, velocidade, resistência aeróbia,

resistência anaeróbia, flexibilidade, habilidade, etc.”

E mais:

Ela tem dois aspectos: a) preparação física geral. b) preparação física específica. Na preparação física geral se objetiva desenvolver o potencial do individuo no conjunto das qualidades físicas de base (trabalho generalizado). Na preparação física especial visamos desenvolver as qualidades físicas particulares ao esporte ou disciplina praticada. Na prática, essa parte é chamada de condicionamento físico. Chama-se condição física ao estado de equilíbrio fisiológico conseqüente de uma preparação orgânica, muscular e articular que estão em função de uma especialidade esportiva determinada.

A preparação física é um dos sustentáculos da atividade de Bombeiro Militar,

pois é através da condição física, promovida pelos exercícios, é que constantemente

se irá buscar o condicionamento necessário para se obter um desempenho

esperado no atendimento de uma ocorrência.

1.2.2. Preparação técnica

A preparação técnica é o conjunto de atividades e ensinamentos que o atleta

assimila, visando à execução do treinamento físico com um máximo de eficiência e

com um mínimo de esforço.

Na atividade ocupacional de Bombeiro Militar, a preparação técnica é

desenvolvida com o propósito racional de que é dependente da preparação física.

Como já estudamos, o Corpo de Bombeiros Militar possui um leque grande de

atividades. Por exemplo, na atividade de guarda-vidas, além do condicionamento

necessário, é primordial saber as técnicas de aproximação e de reboque das vítimas

acometidas de afogamento.

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De forma análoga ao esporte, quando um saltador em distância treina

técnicas para um melhor salto, o Bombeio Militar treina técnicas para melhor atender

as ocorrências.

Conforme Barbanti (1997, p. 6), “a técnica depende muito da preparação

física. Ela pode ser mais bem assimilada quando as condições físicas são boas.”

1.2.3. Preparação tática

Preparação tática é o conjunto de procedimentos que irá assegurar ao

indivíduo ou à equipe a utilização de princípios técnicos mais adequados a cada

situação.

As táticas, quando empregadas, também se assemelham ao meio esportivo,

resguardadas as devidas proporções, pelo Bombeiro Militar, pois se procura o

melhor meio para atingir o resultado esperado.

A dosagem do esforço físico empregado nas atividades de Bombeiro Militar

possibilita o êxito na missão.

Com base no acima exposto, Barbanti (1997, p. 6) esclarece que a

preparação tática “consiste em achar o melhor meio para um indivíduo vencer uma

competição ou atingir o melhor resultado.”

O Bombeiro Militar sempre está travando uma batalha direta entre a vida e a

morte. Nosso objetivo é salvar vidas e preservar o patrimônio.

1.2.4. Preparação psicológica

O Bombeiro Militar possui uma carência no acompanhamento psicológico,

uma vez que as condições adversas e a memória fotográfica das ocorrências

atendidas vão se somando com o passar dos anos. Devemos motivar sempre

nossos profissionais que a preparação física é fundamental para o trabalho que vai

realizar.

Fica latente a aproximação que o esporte tem com a atividade de Bombeiro

Militar, na qual o desempenho do mesmo tem significado essencial para a

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sociedade. Do Bombeiro Militar sempre se espera o melhor resultado e, para isso

ocorrer, deve haver a presença destes componentes no treinamento.

Espera-se, ao longo de trinta anos de efetivo ou total de serviço, uma

produtividade satisfatória do referido profissional, com padrões de treinamento

estabelecidos.

1.3. PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO FÍSICO

O treinamento físico alude num processo contínuo para o Bombeiro Militar, a

fim de alcançar os objetivos que a atividade ocupacional impõe. Neste sentido,

Åstrand (1980, p.359) salienta que:

O treinamento físico implica expor o organismo a uma carga de treinamento ou força de trabalho de intensidade, duração e freqüência suficientes para produzir um efeito de treinamento observável ou mensurável, isto é, um aprimoramento das funções para as quais se está treinando. A fim de alcançar esse efeito de treinamento, torna-se necessário expor o organismo a uma sobrecarga, isto é, a uma força superior à que se encontra regularmente durante a vida cotidiana. [...] A intensidade da carga necessária para produzir um efeito aumenta à medida que a performance melhora no transcorrer do treinamento.

Como se observa, o organismo humano, para ter um bom rendimento, deve

ser submetido a esforços adequados para as funções que irá desempenhar. A carga

de treinamento deve possibilitar que o Bombeiro Militar, no presente e futuro, possua

aptidão física para o desempenho das missões. É bom lembrar que este profissional

tem que retirar pessoas de escombros, soterradas, presas em ferragens de veículos,

afogadas e em outras ocorrências. Devido a este e outros fatores adversos o

Bombeiro Militar precisa se submeter a treinamento regular e orientado.

Existem diversos fatores que influenciam diretamente nos métodos de

treinamento. A objetividade é fonte na busca do melhor desempenho. Na literatura

encontramos basicamente alguns tipos de princípios que direcionam o treinamento.

Todos, de certa forma, estão em interação durante as sessões de treinamento.

Os princípios que fundamentam o treinamento desportivo são os mesmos que

orientam a prática do treinamento físico militar (BRASIL, 2002). Esses princípios são:

a. Individualidade biológica - A diferenciação da capacidade de cada indivíduo deve ser respeitada quando da execução do treinamento físico militar, para obtenção de efeitos fisiológicos adequados e para evitar-se danos à saúde do praticante. Este princípio é fundamental para o bom desenvolvimento

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dos demais princípios e, sendo assim, deve ser respeitado, mesmo, em algumas ocasiões, em detrimento da padronização dos movimentos durante o treinamento físico militar. b. Adaptação (1) O treinamento físico militar deverá adequar as atividades físicas, de maneira que elas estejam dentro de uma faixa de trabalho que provoque o efeito de adaptação fisiológica desejado. Deverá ter, portanto, duração e intensidade suficientes para provocar modificações na aptidão física do militar. Uma carga insuficiente não produzirá efeitos de treinamento, mas simplesmente uma excitação. Uma carga exagerada pode vir a provocar danos no organismo e levar o militar a atingir a exaustão. (2) Para que haja adaptação, é fundamental respeitar um tempo suficiente de repouso entre sessões de treinamento físico militar e programar uma alimentação conveniente para suprir o desgaste. c. Sobrecarga (1) É a aplicação coerente da carga de treinamento físico militar, de modo que haja uma progressão controlada e metódica. O organismo humano, após ser submetido a um esforço de médio para forte, adaptar-se-á a essa nova situação aumentando a sua capacidade. (2) Segundo o princípio da sobrecarga, após a adaptação a um esforço (carga), o próximo esforço deve ser mais intenso ou de maior duração que o anterior, para que atinja a faixa de adaptação. (3) A aplicação sistemática de uma nova carga de treinamento, progressivamente aumentada, caracteriza o princípio da sobrecarga. d. Continuidade (1) É verificada no inter-relacionamento das sessões durante um período anual de instrução. (2) Para que os efeitos do treinamento físico militar sejam alcançados, o treinamento não deve ser interrompido por mais de 48h, pois considera-se que após este período já ocorre uma diminuição no condicionamento. (3) A regularidade na prática do treinamento físico militar é fundamental para que ele possa promover a manutenção preventiva da saúde e para que os padrões de desempenho físico sejam normalmente alcançados. e. Interdependência volume-intensidade - O volume é a quantidade de treino (distância, número de repetições, duração do trabalho, número de séries e horas de treinamento) e a intensidade é a qualidade de treinamento (quilagem utilizada, velocidade, tempo de intervalo) aplicada. Esses dois tipos de fatores atuam como sobrecarga e, por isso mesmo, deverão estar sempre agindo em estreita correlação. Em outras palavras, se o volume aumenta significativamente, a intensidade deve diminuir, e vice-versa. f. Especificidade (1) É a necessidade de aplicação de estímulos similares aos utilizados na execução da atividade-fim. (2) Os exercícios previstos no treinamento físico militar visam trabalhar as qualidades físicas necessárias para as atividades militares da Força Terrestre. g. Variabilidade (1) A diversificação nas formas e modalidades de treinamento físico militar é importante para que se obtenha a motivação e o empenho dos militares durante a atividade física. (2) Podem ser empregados métodos diferentes para treinamento de qualidades físicas semelhantes. No entanto, não se deve variar as formas de trabalho principal sem levar em consideração os princípios da continuidade e da sobrecarga, para que as qualidades físicas sejam corretamente desenvolvidas. Isso implica que, por exemplo, um método de treinamento cardiopulmonar, como a corrida contínua, não pode ser substituído por um método de treinamento utilitário, como lutas (BRASIL, 2002, p. 3-2).

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De acordo com Weineck (2003, p.27), a base geral dos princípios do

treinamento tem alta relevância para o planejamento, e nos ensina que:

São inúmeros os fatores que influenciam num processo de treinamento – biológicos, psicológicos, pedagógicos, etc. o conhecimento destes fatores também tem seu peso no estabelecimento eficaz. Os princípios do treinamento esportivo servem para otimizar a escolha e execução de métodos por atletas e treinadores. Entretanto, deve-se estar atento para que estes princípios não sejam considerados ou utilizados isoladamente, mas no contexto em que se inserem. Os princípios do treinamento esportivo referem-se a todas as modalidades esportivas e funções do treinamento.

Temos, portanto, que adotar as bases científicas e estabelecer um

planejamento para a preparação física do Bombeiro Militar, através dos princípios de

treinamento que chamamos de treinamento físico para Bombeiro Militar. As regras

devem ser estabelecidas para que este profissional possa ter condições de

desempenho individual para cumprir seu papel constitucional. Além disso, o

treinamento possibilita que a organização invista na saúde física e mental, que,

certamente, leva o profissional a ter hábitos saudáveis.

A carga de trabalho, aliada ao alto grau de exigência fisiológica do Bombeiro

Militar, durante as tarefas ocupacionais, exige dele um planejamento de treinamento

para fazer frente ao esforço desenvolvido durante as atividades. Desta forma,

acredita-se também que a organização esteja investindo em qualidade de vida para

o profissional.

Para entender bem a concepção do treinamento, Weineck (2003, p. 40)

assevera que:

A concepção do treinamento é a orientação básica, planejamento e estabelecimento do treinamento e compreende objetivos claros e concretos, determina funções e propõe soluções que devem ser considerados para atingir os objetivos.

Considera-se a preparação física essencial para o desenvolvimento das

atividades ocupacionais de Bombeiro Militar, pois o que a sociedade quer é um

profissional capacitado e apto.

Mais uma vez afirmamos que um dos sustentáculos da atividade é a aptidão

física, e isso só irá acontecer se o Bombeiro Militar tiver plena consciência desta

importância.

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O Bombeiro Militar deve ter o compromisso com o seu desempenho físico,

entretanto, a Corporação precisa possibilitar o treinamento físico periódico, e exigir

destes profissionais o mínimo de desempenho através de avaliações periódicas.

Neste sentido, Malacrida (2008, p. 12), ao questionar se o desempenho é

preocupação do militar ou da corporação, chegou à seguinte conclusão:

Tal como na manutenção de equipamentos e viaturas, onde a Administração Pública investe pesadamente para manter o aparato de socorro em perfeitas condições de uso, em perfeita prontidão para as operações desenvolvidas pelas Corporações de Bombeiros, também o indivíduo bombeiro deve ser lembrado como merecedor de atenção periódica quanto ao desempenho e “funcionamento”. Inobstante a importância reconhecida das máquinas, o homem Bombeiro Militar ainda é a principal ferramenta no desenvolver das ações operacionais dos Corpos de Bombeiros. Uma ferramenta inadequada, no entanto, pode quebrar, realizar a tarefa desejada com qualidade aquém da esperada ou mesmo ser motivo de impedimento para a conclusão do serviço. Aí, portanto, é que se consolida o pensamento de que a condição física satisfatória não deve ser interesse apenas do indivíduo. Já que da soma de desempenhos individuais resulta o sucesso de uma operação de bombeiros, a condição física deve ser interesse da Administração Pública. Dada a intimidade do processo treinamento versus performance, cabe solidariamente à Administração, enfim, dispor de mecanismos que permitam e determinem permanentemente o treinamento e avaliem, periodicamente, a performance dos bombeiros militares.

1.4. A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO DO TREINAMENTO FÍSICO

Seguindo a linha de raciocínio alcançada no título anterior, o treinamento

físico é, portanto, um conjunto de atividades, bastante complexo, compreendendo

diversos conceitos e princípios de alta relevância para o planejamento,

direcionamento e estabelecimento da metodologia a ser aplicada.

A maneira de se trabalhar o treinamento físico vem evoluindo muito. Hoje

antes de se pensar no resultado final, fortalecer membros, pensa-se primeiramente

em um trabalho de base para dar saúde e qualidade de vida ao indivíduo.

Orientações profissionais nesse contexto se tornam uma “bola de neve” positiva. O

individuo não terá simplesmente uma visão de que aquela prática de atividade física

vai lhe servir somente no seu trabalho, pelo contrario, procurará sempre estar ativo

fisicamente para uma melhora global do seu corpo e mente.

Neste sentido, “orientação de treinamento” foi definida da seguinte forma por

Carl/Grosser (em Röthig 1992):

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Orientação de treinamento compreende a harmonia entre todos os procedimentos de um treinamento – planejamento, execução, controle, competições e suas avaliações – para a manipulação do desempenho, tendo em vista atingir o seu máximo.

Esse panorama aponta a necessidade do conhecimento científico como

elemento essencial ao desenvolvimento da aptidão e do treinamento. A doutrina de

Educação Física é unânime em considerar inconcebível a aplicação de treinamento

desportivo sem atender aos princípios científicos da individualidade biológica, da

adaptação, da sobrecarga, da continuidade, da interdependência volume-

intensidade e da especificidade.

Sobre o assunto, Dantas (1995, p.21) traz os seguintes dizeres:

Esse cenário de constante aperfeiçoamento científico multidisciplinar soterra, definitivamente, a figura do técnico dos períodos Empírico e Pré-científico que, normalmente, era um ex-praticante do desporto, ou pessoa com afinidade ao mesmo, com algum sucesso como atleta. Seu limite era, obviamente, a sua própria capacidade, pois não tivera tempo, nem interesse, de absorver conhecimentos de outras fontes. [...] O desenvolvimento de treinamento baseado meramente na vivência desportiva do treinador significa reproduzir as limitações físicas e intelectuais daquele. Por motivos óbvios, tal comportamento compromete o máximo desempenho físico a ser obtido pelo atleta em treinamento, vinculando seus resultados aos índices alcançados por seu treinador à época em que, o último, ainda era atleta.

Portanto, o planejamento e execução de um treinamento baseado na

experiência prática, na “vivência”, será o mesmo que traçar limites baseados nos

resultados obtidos anteriormente pelo treinador, cerceando a possibilidade de

alcance de um desempenho em nível superior ao conhecido. Mesmo que haja êxito,

esse tipo de treinamento significa a reprodução das capacidades condicionais, bem

como dos problemas já enfrentados pelo treinador quando ainda era atleta.

O desenvolvimento do desempenho individual ideal deve ocorrer de acordo

com os objetivos (alto desempenho esportivo, reabilitação, manutenção da saúde,

etc.), o direcionamento do treinamento, obtido pela escolha seletiva dos

componentes esportivos (periodização, métodos, programas de treinamento, etc.) e

dos estímulos adequados. É necessário que exista compatibilidade entre a

intensidade do treinamento, volume, frequência, forma de trabalho e as qualidades

físicas do indivíduo (princípio da individualidade biológica).

Quanto à intensidade, cabe ressaltar Dantas (1995, p.131), que diz:

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O princípio da adaptação ensina que há um limiar mínimo, para que um exercício produza efeito de treinamento suficientemente positivo, bem como um limite máximo que, se for ultrapassado, causará danos irreversíveis ou mesmo permanentes ao organismo. [...] O objetivo de cada dia de trabalho do microciclo é levar o atleta ao limiar da fadiga. Isto será possível pela correta determinação da carga de treino. No entanto, podem ocorrer erros tanto na determinação como na aplicação da carga. Se o erro for para menos, estar-se-á subtreinando o atleta e reduzindo o seu desempenho; no caso de se errar para mais, ocorrerá uma sobrecarga no organismo dele.

Erros cometidos durante o planejamento e execução relacionados à

mensuração da carga, intensidade de treino, volume, frequência e forma de trabalho

acarretam quadros crônicos que representam risco à saúde do atleta. Em verdade, o

organismo do atleta adapta-se aos diversos métodos de treinamento. Por esta

razão, convém variar medidas e técnicas adotadas, assim como a intensidade e a

combinação destes. É insalubre, e até inviável, ao indivíduo manter-se em nível

máximo de desempenho o ano todo.

Como um atleta não se mantém em forma o ano todo, o ciclo anual é

subdividido em fases de “aquisição, manutenção e perda da forma esportiva” numa

periodização cíclica que se repete continuamente. Destarte, devem ser tomadas

medidas de recuperação condizentes ao estímulo, fadiga e esgotamento gerados

durante o período de treinamento, sob pena de se causar síndromes crônicas de

sobrecarga de diferentes naturezas, isto é, de natureza física ou psíquica.

Desta forma, a dinâmica do desenvolvimento do desempenho físico apresenta

uma fase de estagnação ou retrocesso, caracterizada pela falta de recuperação. Tal

circunstância gera a necessidade de uma correta mensuração do processo de

recuperação do organismo de modo que não seja demasiado, vindo a comprometer

a evolução do desempenho físico, bem como não seja irrisório, ocasionando o

sobretreinamento (overtraining), fadiga, exaustão, disfunção metabólica e lesões em

músculos, tendões e ligamentos.

Por fim, reafirmamos a importância da aplicação do conhecimento científico

no treinamento físico, através de conceitos e princípios inerentes à Educação Física,

e concluímos o presente título concordando com Oliveira e Silva (2005, p. 54), nos

seguintes dizeres:

Assim como qualquer área profissional o resultado do trabalho de quem é realmente qualificado tem resultados de qualidade, com embasamento cientifico e seguro. Diferente de meramente reproduzirmos algo que

Page 19: estudo sobre a importância da implantação do curso de

aprendemos, sendo que na maioria das vezes não sabemos de onde veio ou porque veio. A exemplo disso temos ainda os dentistas práticos. Levando isso para prática de atividade física militar, reproduzimos gestos e linguajares que absorvemos de outros tempos (Fazer flexão para ter força na hora de ocorrências, sendo que muita das vezes a musculatura exigida será outra diferente). [...] O treinador físico deve estar pronto para contribuir com uma atividade física técnica e possuir competência para gerir esses resultados. Se precisamos de razões maiores para pensar nisso, vamos direcionar nossa visão na especificidade que é a prevenção de lesões. O treinamento orientado e planejado vai trazer um equilíbrio muscular e estará preparando realmente as musculaturas que irão ser utilizadas para uma funcionalidade específica.

2. DO CURSO ESPECÍFICO EM TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

A importância e valorização, pelas instituições militares, da prática

sistematizada de exercícios físicos, se inseriram, por sua utilidade, na manutenção

da preparação física do combatente, como também, por sua utilidade, no processo

disciplinar da tropa e no desenvolvimento do espírito de corpo. Por essa razão, em

vários países, a origem e introdução dos currículos dos cursos de graduação em

Educação Física se deram com grandes influências militares.

No Brasil, o primeiro curso superior em Educação Física foi criado pela

EsEFEX (Escola de Educação Física do Exército), no ano de 1933. Tal pioneirismo

do Exército Brasileiro foi enfatizado por MELO (2000), ao afirmar que "(...) parece

claro que os militares foram os pioneiros a incluir em seus programas de formação,

disciplinas ligadas à prática de exercícios físicos" (p.3) e "(...) fundamentalmente

foram os militares os primeiros professores de Educação Física do país" (p.1).

Outras instituições militares, a nível nacional, também oferecem cursos

específicos para a formação de instrutores e orientadores de treinamento físico

militar. Pode-se citar, por exemplo, a Aeronáutica, com o Curso para Orientação do

Treinamento Físico (COTF) realizada em seu Centro de Instrução Especializada

(CIEAR). Dentro da atividade Bombeiro Militar, as Academias dos Corpos de

Bombeiros do Distrito Federal e de Santa Catarina são reconhecidas nacionalmente

por seus cursos de especialização em TFM.

Em entrevista realizada em 11/07/2013, no Centro de Capacitação Física do

CBMDF em Brasília, o Major Dátames Pereira Soares, subcomandante da referida

unidade, afirmou que a situação de sua Corporação, em relação à prática de TFM,

Page 20: estudo sobre a importância da implantação do curso de

era similar à atualmente vivenciada no CBMGO. A inexistência de quadro de vagas

específico para educadores físicos fazia com que, em muitos quartéis do Distrito

Federal, as instruções de TFM ficassem sob a responsabilidade de voluntários sem

formação acadêmica na área. Mesmo nas OBM onde haviam militares com o curso

de Educação Física, vários não queriam ser instrutores. Segundo o Major, tal

problema encontrou solução com a implantação do Curso de Extensão em

Treinamento Físico Militar (CETFM) realizado em convênio com a Universidade de

Brasília (UnB). Neste curso, são oferecidas disciplinas relacionadas ao

planejamento, orientação, execução e avaliação de programa de TFM, além de

conhecimento teórico-prático sobre as bases fisiológicas do TFM e demais matérias

complementares.

O sucesso das instituições modernas é consequência direta do conhecimento,

habilidades, criatividade e motivação das pessoas. Neste contexto, a gestão do

aprendizado organizacional permite atuar nos fatores que promovem o

desenvolvimento da organização, enquanto detentora de ativos intangíveis, como o

capital intelectual.

No âmbito do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, o sucesso das

ações operacionais desenvolvidas pela Corporação é influenciado diretamente pelo

grau de conhecimento dos bombeiros militares, neste sentido, a especialização dos

profissionais da Corporação é um tema constantemente considerado e pesquisado.

Os especialistas, através de suas habilidades específicas, são recursos importantes

que propiciam maior eficiência e eficácia. No entanto, um fator é primordial para que

tais habilidades específicas sejam desenvolvidas, qual seja, a aptidão física.

O bom condicionamento físico é a base para o desenvolvimento das

habilidades operacionais de um Bombeiro Militar. Tal essencialidade se comprova

pela necessidade de aplicação de Teste de Aptidão Física como meio de avaliação

dos candidatos aos cursos de especialização da Corporação. Por exemplo: seria

inconcebível a existência de um militar com baixa aptidão física para natação,

concluir um curso de Guarda-Vidas. Desta forma, assim como existem diversos

cursos de especialização operacional (CMAUT, CSTER, CSALT, CPCIF etc), deve,

também, haver um curso específico para a área de Treinamento Físico Militar como

meio de formação de uma melhor base física com maior alcance dos níveis de

Page 21: estudo sobre a importância da implantação do curso de

desempenho da tropa, bem como meio de evitar lesões, doenças ocupacionais e

demais riscos inerentes à atividade física mal orientada.

Assim sendo, de forma similar ao CBMDF, seria possível ao Corpo de

Bombeiros Militar do Estado de Goiás estabelecer convênio com Universidade que

oferecesse, a seus instrutores e monitores, curso de aperfeiçoamento em

treinamento físico militar. Neste caso, seria mais interessante que tal convênio fosse

estabelecido com a Universidade Estadual de Goiás, a qual possui Faculdade de

Educação Física (ESEFFEGO) e estreita relação de cooperação e afinidade com o

CBMGO.

Em contato com os Professores Wanderley de Paula Junior, Diretor da

ESEFFEGO, e Ademar Azevedo Soares Júnior, Coordenador do curso de

graduação em Educação Física, os mesmos se mostraram favoráveis em oferecer

um Curso de Aperfeiçoamento em Treinamento Físico Militar. Com base nas

atribuições dos instrutores e monitores de TFM elencadas na Norma Administrativa

n.02/2005 do CBMGO e na grade curricular do Curso de Extensão em TFM da UnB,

os referidos professores concordaram com o plano de curso constante no Anexo II

do presente trabalho.

3. DA PESQUISA DE CAMPO E DISCUSSÃO

De acordo com Mendonça, Rocha e Nunes (2008), as técnicas e

procedimentos para a realização prática de uma pesquisa são entrevista,

questionário e formulários, que são instrumentos utilizados por diferentes instituições

para aferir dados relevantes para a confirmação de problemas e possíveis soluções.

Como o presente trabalho se trata de uma pesquisa qualitativa, o procedimento

escolhido para coleta de dados foi o questionário.

Assim, realizou-se, nos dias 2, 3 e 4 do mês de outubro de 2013, pesquisa de

campo na Academia Bombeiro Militar e no 1º Batalhão Bombeiro Militar, totalizando

a amostra de 200 (duzentos) militares, por meio de questionário (Anexo I), contendo

perguntas pertinentes à problemática ora discutida. Dentre as questões lançadas,

destacam-se as seguintes:

Page 22: estudo sobre a importância da implantação do curso de

Questão 4 - Você acha que oferecer Curso de Aperfeiçoamento em TFM aos

Instrutores/Monitores de treinamento físico ajudaria a reduzir a incidência de

lesões e doenças ocupacionais relacionadas à atividade BM?

Todos os militares (100%) responderam “sim”. Conforme o gráfico abaixo.

Figura 1: Redução de lesões e doenças ocupacionais

Questão 6 - Você considera importante que os Instrutores/Monitores de TFM

tenham curso específico em Treinamento Físico Militar?

Novamente houve unanimidade e todos responderam “sim”. Conforme gráfico

abaixo.

Figura 2: Importância do curso de aperfeiçoamento em TFM

Questão 7 - Você se sentiria mais motivado em participar de treinamento

físico caso o Instrutor/Monitor à frente possuísse Curso de Aperfeiçoamento

em TFM?

100%

0%

Você acha que oferecer Curso de Aperfeiçoamento em TFM aos Instrutores/Monitores de treinamento físico ajudaria a

reduzir a incidência de lesões e doenças ocupacionais relacionadas à atividade BM?

Sim

Não

100%

0%

Você considera importante que os Instrutores/Monitores de TFM tenham curso específico em Treinamento Físico Militar?

Sim

Não

Page 23: estudo sobre a importância da implantação do curso de

Única questão que não obteve unanimidade nas respostas. Mesmo assim,

dentre aquelas obtidas, 194 militares (97%) responderam “sim”. Enquanto 6 militares

(3%) responderam “não”. Segue o respectivo gráfico.

Figura 3: Fator motivacional do curso de aperfeiçoamento em TFM

Questão 9 - Você acha que um Curso de Aperfeiçoamento em TFM

contribuiria para um maior desenvolvimento do condicionamento físico da

tropa?

Todos os 200 militares (100%) responderam “sim”, conforme o gráfico a

seguir.

Figura 4: Contribuição do curso no desenvolvimento do condicionamento físico da tropa

Nas demais questões a opção “Sim” também obteve índice de 100% das

respostas, o que demonstra que a tropa tem interesse e reconhece a importância do

Curso de Aperfeiçoamento em TFM. Portanto, a implantação do curso reforça a

97%

3%

Você se sentiria mais motivado em participar de treinamento físico caso o Instrutor/Monitor à frente

possuísse Curso de Aperfeiçoamento em TFM?

Sim

Não

100%

0%

Você acha que um Curso de Aperfeiçoamento em TFM contribuiria para um maior desenvolvimento do

condicionamento físico da tropa?

Sim

Não

Page 24: estudo sobre a importância da implantação do curso de

motivação para a prática de treinamento físico e valorização dos militares pela

Corporação.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa, dentro de suas limitações, procurou investigar critérios de

referência para demonstrar a importância da formação dos instrutores de

Treinamento Físico Militar frente ao desempenho físico da tropa. O Bombeiro Militar

deve ter o compromisso com o seu condicionamento físico, entretanto, a Corporação

precisa possibilitar o treinamento físico periódico, e exigir destes profissionais o

mínimo de desempenho, como elemento essencial ao serviço e à segurança do

próprio militar.

Nesse sentido, temos que a eficiência de um Bombeiro Militar na realização

de atividades operacionais está diretamente, e proporcionalmente, relacionada ao

condicionamento físico deste. Por essa razão, a capacidade física deve ser

desenvolvida através da determinação de objetivos e programas de treinamento

(numa imitação terminológica da didática do esporte), com um aperfeiçoamento

orientado, mediante a aplicação de um direcionamento e regulação baseados em

princípios e conceitos científicos pertinentes ao treinamento desportivo.

É, portanto, importante que a Corporação ofereça um Curso de

Aperfeiçoamento em Treinamento Físico Militar, como forma de atribuir

conhecimento científico aos seus instrutores de TFM. Tal investimento no capital

intelectual de seus militares significaria a evolução do treinamento físico comumente

praticado nos quartéis, acarretando melhorias dos níveis de desempenho e

condicionamento, além de prevenir lesões, doenças ocupacionais e fortalecer

grupos musculares específicos muito utilizados nas atividades BM.

Ademais, durante a pesquisa, restou comprovado o fator motivacional que a

implantação do referido curso proporcionaria ao efetivo, sob dois aspectos.

Primeiramente, a tropa se sentiria mais motivada à realização do treinamento físico

por ter maior confiança baseada na formação científica dos instrutores. Por outro

lado, a implantação do curso geraria um sentimento de valorização aos militares por

ser mais um exemplo de incentivo, dado pela Corporação, à especialização, à busca

pelo conhecimento e ao desenvolvimento intelectual do Bombeiro Militar.

Page 25: estudo sobre a importância da implantação do curso de

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRUDA, Sandro Rogério. A Importância do treinamento físico militar nas

atividades operacionais do Corpo de Bombeiros do Estado do Mato Grosso.

2012. Monografia (curso superior de Bombeiro) – Academia de Bombeiro Militar,

Goiânia. 2012.

BAPTISTA, Marco Túlio. Influência da Escola de Educação Física do Exército na

origem do currículo da Educação Física no Brasil. Disponível em:

http://www.efdeportes.com/efd62/brasil.htm. Acesso em: 23 de julho de 2013.

BOMPA, T O. Periodização: Teoria e Metodologia do Treinamento, 4.ed. São

Paulo: Phorte Editora, 2003.

BRASIL. Ministério do Exército. Manual de campanha – Treinamento Físico

Militar. 3 ed., Brasília. 2002.

CBMGO. Norma Administrativa n.02/2005. Disponível em:

http://www.bombeiros.go.gov.br/wp-content/uploads/2012/06/NA-02-TFM-e-TAF.pdf.

Acesso em: 03 de março de 2013.

CBMGO. Planejamento Estratégico do Corpo de Bombeiros Militar do Estado

de Goiás: 2012 – 2022. 42p.Goiânia.2012.

COSTA, Beth Graziele Claudino. Análise da necessidade de padronização do

treinamento físico militar e aplicação do TAF na turma CFO 2008-2011. 2011.

Trabalho de avaliação final do Curso de Formação de Oficiais – Academia de

Bombeiro Militar – CBMGO, Goiânia. 2011.

DANTAS, Estélio Henrique Martin. A prática da preparação física. 3ª ed., Rio de

Janeiro: Shape, 1995.

Page 26: estudo sobre a importância da implantação do curso de

LESSA, Ronaldo. Aptidão aeróbica e anaeróbica de bombeiros militares de

Santa Catarina e a atividade de Combate a Incêndios. Monografia de Graduação

em Educação Física. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),

Florianópolis. 2006.

LISBOA, Bruno Azevedo. Condicionamento físico do bombeiro militar: a

importância de programa regular. Monografia-Academia de Bombeiro Militar –

CEBM, Florianópolis. 2011.

MODENEZE, Dênis Marcelo. Treinamento Físico e Qualidade de Vida: princípios

da Educação Física. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd154/educacao-

fisica-no-brasil-tendenciasconstitui das.htm. Acesso em: 23 de julho de 2013.

MORETTI, Sergio Ricardo. Bombeiro e atividade física têm tudo a ver. Corpore

Brasil, 2009. Disponível em: www.corpore.org.br. Acesso em: 14 agosto 2013.

NADER, Victor Augusto. A importância do condicionamento físico para a

profissão de Bombeiro Militar. Artigo de avaliação final do Curso de

Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO) – Academia Bombeiro Militar – CBMGO,

Goiânia. 2012.

WEINECK, Jürgen. Treinamento ideal. 9ª ed, São Paulo: Manole, 2003.

Page 27: estudo sobre a importância da implantação do curso de

ANEXO I

Questionário para pesquisa - Trabalho de Conclusão de Curso

Idade: _______

Tempo de serviço no CBMGO: _______

Unidade/OBM: _______________

1. Você acha que um bom condicionamento físico é essencial no serviço operacional do

CBMGO?

Sim ( ) Não ( )

2. Qual a sua avaliação do Treinamento Físico Militar praticado em sua OBM?

Péssimo( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Muito bom ( ) Excelente ( )

3. Você já teve alguma lesão que possa estar relacionada ao Treinamento Físico Militar

desenvolvido em sua unidade?

Sim ( ) Não( )

4. Você acha que oferecer Curso de Aperfeiçoamento em TFM aos Instrutores/Monitores de

treinamento físico ajudaria a reduzir a incidência de lesões e doenças ocupacionais

relacionadas à atividade BM?

Sim ( ) Não ( )

5. Você considera importante que os Instrutores/Monitores de TFM possuam conhecimento

científico em Educação Física para ministrar as instruções?

Sim ( ) Não ( )

6. Você considera importante que os Instrutores/Monitores de TFM tenham curso específico

em Treinamento Físico Militar?

Sim ( ) Não ( )

7. Você se sentiria mais motivado em participar de treinamento físico caso o

Instrutor/Monitor à frente possuísse Curso de Aperfeiçoamento em TFM?

Sim ( ) Não ( )

8. Você considera importante que seja oferecido um Curso de Aperfeiçoamento em

Treinamento Físico Militar para os Instrutores/Monitores de TFM?

Sim ( ) Não ( )

9. Você acha que um Curso de Aperfeiçoamento em TFM contribuiria para um maior

desenvolvimento do condicionamento físico da tropa?

Sim ( ) Não ( )

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E

JUSTIÇA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

Page 28: estudo sobre a importância da implantação do curso de

ANEXO II

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO – 60 HORAS-AULA

Planejamento de Programa de TFM – 12 horas-aula

Ementa: Estudar os princípios básicos do treinamento e sua aplicação para atletas e não

atletas. Modelos de periodização e controle do treinamento. Utilização dos resultados da

avaliação física na prescrição de treinamento individualizado ao longo do macrociclo.

Micros, mesos e macrociclos dentro da organização temporal do treinamento considerando

os protocolos de avaliação da capacidade aeróbica, métodos de treinamento para aptidão

física e performance, aplicados à concepção das organizações militares.

Bibliografia:

KOMI, P. V. Força e potência no esporte. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

PLATONOV, V. N. Teoria geral do treinamento desportivo olímpico. POA: Artmed, 2004.

SELUIANOV, V. N.; SARSANIA, S. K.; SARSANIA, K. S. Futebol: aspectos fisiológicos e

metodológicos. Curitiba: Juruá, 2005.

VERKHOSHANSKI, Y. K. Treinamento desportivo: teoria e metodologia. Porto Alegre:

Artmed, 2001.

WEINECK, J. Treinamento ideal: instruções técnicas sobre o desempenho fisiológico,

incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. 9ed. São Paulo:

Manole, 1999.

Execução de Programa de TFM – 12 horas-aula

Ementa: Estudar a evolução do treinamento desportivo, os. Princípios científicos e

Fundamentos do treinamento desportivo e as Qualidades e Capacidades Físicas.

Bibliografia:

BARBANTI, Valdir José. Teoria e prática do treinamento desportivo. São Paulo: EDGARD

BLUCHER, 2000.

Page 29: estudo sobre a importância da implantação do curso de

BOMPA, Tudor O. PERIODIZAÇÃO: Teoria e Metodologia do Treinamento. São Paulo:

PHORTE, 2002.

DANTAS, Estélio H. M. A Prática da Preparação Física. 3. Ed. Rio De

Janeiro: SHAPE, 1995.

FERNANDES, José Luis. O treinamento desportivo: procedimentos, organizações, Métodos.

São Paulo: EPU, 1981.

GOMES, Antônio C. Treinamento desportivo : estruturação e

periodização. Porto Alegre: ARTMED, 2002.

MATVEEV, Lev P. Treino desportivo: metodologia e treinamento. Guarulhos: PHORTE,

1997.

TUBINO, Manoel J. G. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. São Paulo:

IBASA, 1984.

VERKHOSHANSKI, Yuri V. Treinamento desportivo: teoria e metodologia. Porto Alegre:

ARTMED, 2001.

Avaliação de Programa de TFM – 12 horas-aula

Ementa: Trata dos métodos de avaliação para identificar deficiências e necessidades do

sistema muscular. Aborda, ainda, a necessidade de periodizar o treinamento de força a fim

de garantir uma evolução constante e segura das adaptações musculares.

Bibliografia:

BROWN, L.E. 2007. Strength Training / National Strength and Conditioning Association.

1ªEd. Human Kinetics, Champaign, IL.

KRAEMER, W.J.; FLECK S.J. 2007. Optimizing Strength Training. 1ªEd. Human Kinetics,

Champaign, IL.

Difusão do Conhecimento – 4 horas-aula

Ementa: Reunir e discutir informações acerca da temática estilo de vida da população em

diferentes ambientes. Identificando os efeitos das atividades físicas e esportivas na saúde e

bem estar. Relacionar os efeitos da hipocinesia sobre a saúde e a qualidade de vida. Busca

reunir e discutir informações dos estudos acerca da temática identificando os efeitos do

exercício físico, da atividade física, da hipocinesia e dos aspectos básicos de higiene

pessoal sobre a saúde e doenças crônico-degenerativas.

Page 30: estudo sobre a importância da implantação do curso de

Bibliografia:

ASSUMPÇÃO, LOT; de Morais. PP; Fontoura. H. Relação entre atividade física, saúde e

qualidade de vida. Notas Introdutórias. Lecturas em Educacion Fisica e

deportes, http://www.efdeportes.com, Bueno Aires.

GUEDES, D. P. & GUEDES, J. E. R. P. Exercício físico na promoção da saúde. Londrina,

Midiograf, 1995.

GUEDES, D.P. e Guedes,J.E.R.P. Exercício físico na promoção da saúde. Londrina,

Midiograf. 1995

GUEDES, D. P. & Guedes J.E.R.P – Atividade Física, aptidão física e saúde. Rev Bras

Atividade física e saúde, 1(1), 1995.

Guedes, D. P.; Guedes, JERP. Atividade física, aptidão física e saúde. Revista Brasileira de

Atividade Física e Saúde. 1995.

LOVISOLO, H. Atividade Física, Educação e Saúde. Rio de Janeiro, Sprint. 2000.

NAHAS, M. V. Revisão de métodos para determinação dos níveis de atividade física habitual

em diversos grupos populacionais. Rev. Brás. Atividade Física e Saúde 1(4):27-37,1996

NAHAS, M. V. Educação para atividade física e Saúde. Revista Brasileira de Atividade

Física e Saúde, v.1, n.1, 1995, p. 57-65.

NAHAS, M.V. Fundamentos da aptidão física relacionada à saúde. Florianópolis, Editora da

UFSC. 2001

POWERS, SK; HOWLEY, ET. Fisiologia do Exercício. Ed Manole, 2000.

SILVEIRA Jr, P.C.S. Os efeitos da atividade física na prevenção da hipertensão. Revista

Brasileira de Medicina do Esporte 5(2): 66-72, 1999.

TROST, S.G. Objective measurement of physical activity in youth: current issues, future

directions. Exercise and Sport Science Reviews 29(1):32-36,2001.

Prática de Programa de TFM – 20 horas-aula

Ementa: A disciplina de Prática de TFM tem como objetivo descrever as bases fisiológicas

do treinamento físico militar, discutir a validade e significado dos diferentes testes de campo

utilizados no TAF, assim como a avaliação das características individuais que influenciam o

desempenho esportivo, e relacionados a saúde. Avaliar os principais regulamentos voltados

para a avaliação física nas instituições Militares do Brasil.

Bibliografia:

American College of Sports Medicine. Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua

Prescrição. Editora Gunabara Koogan, 2007.

Page 31: estudo sobre a importância da implantação do curso de

American College of Sports Medicine. Manual de Pesquisa das Diretrizes do ACSM para os

Testes de Esforço e sua Prescrição. Editora Gunabara Koogan, 2003.

HEYWARD VH. Avaliação e prescrição de exercício: técnicas avançadas. 4 ed. Porto

Alegre: Artmed, 2004.

HOWLEY ET, Franks BD. Manual do instrutor de condicionamento físico para saúde. 3 ed.

Porto Alegre: Artmed, 2000.

Med. Sci.Sports Exercise. Official Journal of the American College of Sports

Medicine. Indianapolis, USA, 2005.

MORROW, JR. et al. Medida e avaliação do desempenho humano. 2 ed. Porto Alegre:

Artmed, 2002.

NEDER, J.A. e Neri L.E. Fisiologia Clinica do Exercício. Editora Artes Médicas: São Paulo,

2003

SHARKEY BJ. Condicionamento físico e saúde. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

WILMORE, T. e CAVANAGH, P. Fisiologia do Esporte e do Exercício. Editora Manole, 2001.