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CARLOS AUGUSTO ABADE BERTOLINE
ESTUDO TEÓRICO DE VIGAS DE MADEIRA
LAMINADA COLADA REFORÇADAS POR FIBRAS
SINTÉTICAS
CAMPINAS
2015
ii
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO
CARLOS AUGUSTO ABADE BERTOLINE
"ESTUDO TEÓRICO DE VIGAS DE MADEIRA
LAMINADA COLADA REFORÇADAS POR FIBRAS
SINTÉTICAS"
Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade
de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da
Unicamp, para obtenção do título de Mestre em
Engenharia Civil, na área de Estruturas e Geotécnica.
Orientador: Prof. Dr. Nilson Tadeu Mascia
Co-orientador: Prof. Dr. Cilmar Donizeti Basaglia
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL
DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO CARLOS
AUGUSTO ABADE BERTOLINE, E ORIENTADO PELO
PROF. DR. NILSON TADEU MASCIA.
____________________________
CAMPINAS
2015
iv
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vi
vii
RESUMO
A necessidade de restaurar as propriedades de rigidez e resistência iniciais ou
do reforço de estruturas, bem como de projetar sistemas mais eficientes, combinada
com a redução de custos, peso e de impactos ambientais torna interessante a utilização
de sistemas compósitos de alto desempenho envolvendo materiais sintéticos na
construção civil. Nas estruturas de madeira, imperfeições do material no estado bruto
como nós, medula e pequenas fissuras causam um enfraquecimento do material. No
caso de peças de madeira laminada colada, embora o próprio processo de seleção das
lâminas permita reduzir este efeito, a incorporação de camadas de fibras sintéticas no
elemento resulta em um aumento significativo dos valores das propriedades mecânicas
desta composição. Atualmente, percebe-se um crescimento na aplicação deste tipo de
reforço, sendo que as fibras mais utilizadas são as de vidro e carbono. No entanto, a
busca por materiais capazes de apresentar melhor custo-benefício favorece o estudo
de novas alternativas, como a fibra Vectran®. No caso desta fibra específica, a
utilização no mercado internacional é direcionada principalmente às áreas aeroespacial,
militar, navegação, tecidos de proteção e esportes. Porém, devido ao baixo peso
específico e excelentes características de rigidez, resistência e elasticidade deste
material, torna-se interessante o estudo da aplicabilidade desta fibra na construção civil.
Desta forma, este trabalho consistiu em um estudo sobre vigas de madeira laminada
colada reforçadas com fibra Vectran®, comparando-a com outras fibras. A partir de um
modelo teórico já validado, foram programadas em código C equações que permitem
verificar o ganho de resistência e rigidez de peças reforçadas, determinar o momento
último resistente e inserir parâmetros de peso e custo com a finalidade de comparar
alternativas. Também foi desenvolvida uma análise complementar no software Ansys
para avaliar deslocamentos e tensões na estrutura. Foram comparados resultados
como ganhos de rigidez e resistência entre os dois modelos. Os resultados obtidos a
partir das análises propostas validaram o aumento de valores das propriedades
decorrente da aplicação de fibras sintéticas e justificam a aplicação da fibra Vectran®.
Palavras chave: reforço estrutural; compósitos; fibras sintéticas; Vectran®
viii
ix
ABSTRACT
The necessity to restore initial stiffness and resistance properties of structures or
structural reinforcements, as well as to design more efficient systems, combined with
cost, weight and environmental impact reduction makes the use of high performance
composite systems involving synthetic materials interesting on civil engineering.
Regarding timber structures, imperfections such as knots, pitch and small cracks cause
the weakening of the material. As for glued laminated timber, even though the process
of selecting the laminates reduce this effect, the use of layers of synthetic fibers on the
element result in a significant increase of these properties' values. Currently, it is noted
and increase in the application of this type of reinforcement and the most used fibers are
glass and carbon fibers. However, the search for materials that can present a better
cost-benefit ratio favor the study of new alternatives, such as Vectran® fiber. In the case
of this particular fiber, the use in the international scenario is intended primarily to
aerospacial, military, navigation, sports and protective fabrics area. Due to the low
specific weight and excellent characteristics of stiffness, strength and elasticity of this
material, it is interesting to study the applicability of this fiber in civil construction. Thus,
this work consisted on a study of glued laminated timber beams reinforced with Vectran®
fibers, comparing with other fibers. From a validated theoretical model, equations for
verifying the gain of strength and stiffness of a reinforced element were programmed in
C language, allowing to determine the ultimate resisting stress and to insert weight and
cost parameters in order to compare alternatives. It was also developed an additional
analysis on the software Ansys to evaluate the displacements and stresses in the
structure. Results such as stiffness and strength gains were compared with the
theoretical model. The results obtained from the proposed analyzes validated the gain of
these properties' values with the application of synthetic fibers and justify the application
of Vectran® fiber.
Key words: structural reinforcement; composite; synthetic fibers; Vectran®
x
xi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................1
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ………..……….………………………………….….................1
1.2 JUSTIFICATIVA ……………………………….……….……………………………….……..…2
2 OBJETIVOS .................................................................................................................5
2.1 OBJETIVOS GERAIS ………………………….………………………………………………...5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ………………….…………………………………………….......5
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................7
3.1 ESTRUTURAS DE MADEIRA ………………..………………………………………………...7
3.1.1 Generalidades .…………………………….……………………………………………..…7
3.1.2 Madeira Laminada Colada .……………….……………………………………………....9
3.2 REFORÇO COM FIBRAS SINTÉTICAS ……..………………………………………….......14
3.2.1 Visão Geral ……………………………….………….…………………….......................14
3.2.2 Análise Teórica ……………….......……..………………………………………………..16
3.2.2.1 Modos de Ruptura …………..……………………………………………………….17
3.2.2.2 Modelo e Formulação de Cálculo …….………..………………………………….20
3.3 SISTEMAS COMPÓSITOS ……………………………………………………….…………...28
3.3.1 Apresentação e Classificação ……………..…………………………………………...28
3.3.2 Sistemas Compósitos Fibrosos …………..……………………………………………29
3.3.3 Sistemas compósitos laminados …………...……………………………………….…30
3.3.4 Combinação de materiais compósitos ……..…………………………………….......31
3.4 FIBRA VECTRAN® …………………………………..………………………………………....31
3.4.1 Arranjo Químico ………………………………..…………………………………………32
3.4.2 Estrutura Molecular ……………………………..……………………………………..…33
3.4.3 Propriedades de Resistência …………...……………………………………………....34
3.4.4 Propriedades Térmicas …………………...…………………………………………......35
3.4.5 Alongamento ………………………………..……………………………………………..42
4 ESTUDO ANALÍTCO .................................................................................................43
4.1 MATERIAIS ……………………..……………………………………………………………….43
4.2 MÉTODO DE ANÁLISE ………..………………………………………………………………46
4.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ……..……………………………………….47
xii
4.3.1 Análise das vigas teóricas ……………………………...……………………………….47
4.3.2 Análise Gráfica ……………………………………………..…………………………......73
5 MODELAGEM NUMÉRICA ........................................................................................79
5.1 GEOMETRIA DOS MODELOS………………………………..……………………………....79
5.2 ELEMENTOS FINITOS UTILIZADOS ………………………..………………………………82
5.3 CRITÉRIOS PARA A ANÁLISE ………………………………..……………………………..85
5.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO…………………………………..…………………………....86
5.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO DA ANÁLISE NUMÉRICA …..………………………......89
6 CONCLUSÕES ........................................................................................................103
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................105
APÊNDICE A – CÓDIGO DE PROGRAMAÇÃO ........................................................109
APÊNDICE B – EXEMPLOS DE ARQUIVOS DE ENTRADA ....................................117
APÊNDICE C – EXEMPLOS DE SAÍDA DO PROGRAMA ........................................119
xiii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Antonio e Elisabete, por estarem sempre ao meu lado apoiando,
incentivando, acreditando e, diversas vezes, abrindo mão de seus interesses por mim.
Aos professores Dr. Nilson Tadeu Mascia e Dr. Cilmar Donizeti Basaglia, por
estarem sempre dispostos a ensinar e apoiar, por dedicarem-se à orientação deste
trabalho, pelos ensinamentos passados ao longo dos anos de convivência.
Aos professores Dr. Leandro Mouta Trautwein e Dr. Julio Soriano pelas
contribuições durante o desenvolvimento deste trabalho.
À professor Dra. Maria Cecília Amorim Teixeira da Silva pela motivação e
incentivo.
À Kuraray South America pelas informações técnicas e materiais fornecidos para
este estudo.
Aos professores da UNICAMP pelas contribuições em minha formação
acadêmica na área de estruturas.
Aos colegas e amigos, pelo companheirismo durante esta jornada, pelo apoio e
incentivo.
A todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste
trabalho.
xiv
xv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 - Tecido de fibra Vectran® ...........................................................................1
Figura 1.2 - Aplicação de reforço com tecido de fibras Vectran® em viga de
madeira ...........................................................................................................................2
Figura 3.1 - Esquema de montagem de viga de MLC ...............................................11
Figura 3.2 - Processo de Fabricação da MLC ...........................................................12
Figura 3.3 - Tipos de emendas em MLC ....................................................................12
Figura 3.4 - Aplicação de MLC em cobertura de madeira ........................................13
Figura 3.5 - Posições de aplicação do reforço .........................................................17
Figura 3.6 – Reforço com fibra Vectran® na extremidade inferior ..........................18
Figura 3.7 – Reforço com fibra de vidro entre as duas últimas lâminas ................18
Figura 3.8 - Modos de ruptura ....................................................................................19
Figura 3.9a - Notação utilizada no modelo teórico ...................................................20
Figura 3.9b - Relação tensão deformação da seção transversal ............................21
Figura 3.10 – Classificação dos sistemas compósitos ............................................29
Figura 3.11 - Fibra Vectran® ........................................................................................32
Figura 3.12 - Esquema da cadeia de moléculas da fibra .........................................33
Figura 3.13 - Estrutura molecular do LCP .................................................................33
Figura 3.14 – Resistência à temperaturas elevadas .................................................37
Figura 3.15 – Resistência após exposição térmica ..................................................38
Figura 3.16 – Tenacidade da fibra Vectran® HT ........................................................39
Figura 3.17 – Tenacidade do fio Vectran® HT 1500/300 ...........................................39
Figura 3.18 – Tenacidade após exposição térmica (250º C) ....................................40
Figura 3.19 – Tenacidade após exposição à vapor (120 ºC) ....................................40
Figura 3.20 – Propriedades à baixas temperaturas ..................................................41
Figura 3.21 – Comportamento do material - 30% da carga de ruptura ..................42
Figura 4.1 - Vigas Teóricas 1 a 3 - Conífera Classe C25 com 400 cm de
comprimento ................................................................................................................43
Figura 4.2 - Vigas Teóricas 4 a 6 - Dicotiledônea Classe C40 com 400 cm de
comprimento ................................................................................................................44
xvi
Figura 4.3 - Vigas Teóricas 7 a 9 - Conífera Classe C25 com 300 cm de
comprimento ................................................................................................................44
Figura 4.4 - Vigas Teóricas 10 a 12 - Dicotiledônea Classe C40 com 300 cm de
comprimento ................................................................................................................44
Figura 4.5 - Vigas Teóricas 13 a 15 - Conífera Classe C25 com 400 cm de
comprimento ................................................................................................................45
Figura 4.6 - Vigas Teóricas 16 a 18 - Dicotiledônea Classe C40 com 400 cm de
comprimento ................................................................................................................45
Figura 4.7 - Vigas Teóricas 19 a 21 - Conífera Classe C25 com 600 cm de
comprimento ................................................................................................................45
Figura 4.8 - Vigas Teóricas 22 a 24 - Dicotiledônea Classe C40 com 600 cm de
comprimento ................................................................................................................46
Figura 4.9 – Momento último resistente (kN.cm) ......................................................74
Figura 4.10 – Ganho de resistência (%) .....................................................................75
Figura 4.11 – Variação do custo estimado (R$) ........................................................76
Figura 4.12 – Comparação de custo estimado Vectran® e viga com seção
equivalente (R$) ...........................................................................................................77
Figura 4.13 – Peso estimado do elemento reforçado (kg) .......................................78
Figura 4.14 – Comparação de peso estimado Vectran® e viga com seção
equivalente (kg) ...........................................................................................................78
Figura 5.1 - Geometria típica (1) de viga com camada de reforço antes da última
lâmina ...........................................................................................................................80
Figura 5.2 - Geometria típica (2) de viga com camada de reforço após última
lâmina ...........................................................................................................................80
Figura 5.3 - Geometria típica (3) de viga não-reforçada ...........................................80
Figura 5.4 - Plano de coordenadas de elementos alinhado com plano global ......83
Figura 5.5 - Exemplo de malha gerada para VT-2B ..................................................84
Figura 5.6 - Exemplo de malha gerada para VT-2E....................................................85
Figura 5.7 - Tensão na madeira com carga de ruptura (kN.cm-2) ............................87
Figura 5.8 - Pontos de aplicação das condições de contorno ................................88
Figura 5.9 - Modelo de viga com condições de contorno aplicadas ......................89
Figura 5.10 - Modelo de distribuição de tensões em viga não reforçada VT-5
(kN.cm-2) .......................................................................................................................92
xvii
Figura 5.11 - Modelo de distribuição de tensões na VT-6C (kN.cm-2) .....................93
Figura 5.12 - Detalhe da distribuição de tensões na VT-6C (kN.cm-2) ....................94
Figura 5.13 - Distribuição de tensões na madeira - VT-6C (kN.cm-2) ......................94
Figura 5.14 - Distribuição de tensões na fibra- VT-6C (kN.cm-2) .............................95
Figura 5.15 - Modelo da distribuição de tensões na VT-6E (kN.cm-2) .....................95
Figura 5.16 - Detalhe da distribuição de tensões na VT-6E (kN.cm-2) ....................96
Figura 5.17 - Distribuição de tensões na madeira - VT-6E (kN.cm-2) ......................96
Figura 5.18 - Distribuição de tensões na fibra- VT-6E (kN.cm-2) .............................97
Figura 5.19 - Tensão máxima na madeira (kN/cm2) - VT-1 a VT-4F .........................98
Figura 5.20 - Tensão máxima na madeira (kN/cm2) - VT-5 a VT-8F .......................99
Figura 5.21 - Tensão máxima na madeira (kN/cm2) - VT-9 a VT-12F .....................99
Figura 5.22 - Deslocamento máximo da viga (cm) - VT-1 a VT-4F ........................100
Figura 5.23 - Deslocamento máximo da viga (cm) - VT-5 a VT-8F ........................100
Figura 5.24 - Deslocamento máximo da viga (cm) - VT-9 a VT-12F ......................101
Figura B.1 – Exemplo de entrada 1 ..........................................................................117
Figura B.2 – Exemplo de entrada 2 ..........................................................................117
Figura C.1 – Exemplo de saída 1 ..............................................................................119
Figura C.2 – Exemplo de saída 2 ..............................................................................119
xviii
xix
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Classes de umidade .................................................................................8
Tabela 3.2 – Classes de resistência das coníferas .....................................................9
Tabela 3.3 – Classes de resistência das dicotiledôneas ...........................................9
Tabela 3.4 - Características dos tecidos de fibras à 20 ºC ......................................16
Tabela 3.5 - Comparação de propriedades de materiais utilizados como reforço.35
Tabela 3.6 - Propriedades mecânicas médias do filamento Vectran® ....................35
Tabela 3.7 – Comparação de propriedades: Fibras Vectran® e aramida ................36
Tabela 3.8 – Recuperação da umidade de equilíbrio ...............................................36
Tabela 3.9 – Condutividade térmica da fibra Vectran® HT .......................................41
Tabela 3.10 – Coeficiente de expansão térmica (CTE) da fibra Vectran® HT .........41
Tabela 4.1 - Parâmetros de Entrada VT-1 ..................................................................49
Tabela 4.2 - Resultados Obtidos VT-1 .......................................................................50
Tabela 4.3 - Parâmetros de Entrada VT-2 ..................................................................50
Tabela 4.4 - Resultados Obtidos VT-2 .......................................................................51
Tabela 4.5 - Parâmetros de Entrada VT-3 ..................................................................51
Tabela 4.6 - Resultados Obtidos VT-3 .......................................................................52
Tabela 4.7 - Parâmetros de Entrada VT-4 ..................................................................52
Tabela 4.8 - Resultados Obtidos VT-4 .......................................................................53
Tabela 4.9 - Parâmetros de Entrada VT-5 ..................................................................53
Tabela 4.10 - Resultados Obtidos VT-5 .....................................................................54
Tabela 4.11 - Parâmetros de Entrada VT-6 ................................................................54
Tabela 4.12 - Resultados Obtidos VT-6 .....................................................................55
Tabela 4.13 - Parâmetros de Entrada VT-7 ................................................................55
Tabela 4.14 - Resultados Obtidos VT-7 .....................................................................56
Tabela 4.15 - Parâmetros de Entrada VT-8 ................................................................56
Tabela 4.16 - Resultados Obtidos VT-8 .....................................................................57
Tabela 4.17 - Parâmetros de Entrada VT-9 ................................................................57
Tabela 4.18 - Resultados Obtidos VT-9 .....................................................................58
xx
Tabela 4.19 - Parâmetros de Entrada VT-10 ..............................................................58
Tabela 4.20 - Resultados Obtidos VT-10 ...................................................................59
Tabela 4.21 - Parâmetros de Entrada VT-11 ..............................................................59
Tabela 4.22 - Resultados Obtidos VT-11 ...................................................................60
Tabela 4.23 - Parâmetros de Entrada VT-12 ..............................................................60
Tabela 4.24 - Resultados Obtidos VT-12 ...................................................................61
Tabela 4.25 - Parâmetros de Entrada VT-13 ..............................................................61
Tabela 4.26 - Resultados Obtidos VT-13 ...................................................................62
Tabela 4.27 - Parâmetros de Entrada VT-14 ..............................................................62
Tabela 4.28 - Resultados Obtidos VT-14 ...................................................................63
Tabela 4.29 - Parâmetros de Entrada VT-15 ..............................................................63
Tabela 4.30 - Resultados Obtidos VT-15 ...................................................................64
Tabela 4.31 - Parâmetros de Entrada VT-16 ..............................................................64
Tabela 4.32 - Resultados Obtidos VT-16 ...................................................................65
Tabela 4.33 - Parâmetros de Entrada VT-17 ..............................................................65
Tabela 4.34 - Resultados Obtidos VT-17 ...................................................................66
Tabela 4.35 - Parâmetros de Entrada VT-18 ..............................................................66
Tabela 4.36 - Resultados Obtidos VT-18 ...................................................................67
Tabela 4.37 - Parâmetros de Entrada VT-19 ..............................................................67
Tabela 4.38 - Resultados Obtidos VT-19 ...................................................................68
Tabela 4.39 - Parâmetros de Entrada VT-20 ..............................................................68
Tabela 4.40 - Resultados Obtidos VT-20 ...................................................................69
Tabela 4.41 - Parâmetros de Entrada VT-21 ..............................................................69
Tabela 4.42 - Resultados Obtidos VT-21 ...................................................................70
Tabela 4.43 - Parâmetros de Entrada VT-22 ..............................................................70
Tabela 4.44 - Resultados Obtidos VT-22 ...................................................................71
Tabela 4.45 - Parâmetros de Entrada VT-23 ..............................................................71
Tabela 4.46 - Resultados Obtidos VT-23 ...................................................................72
Tabela 4.47 - Parâmetros de Entrada VT-24 ..............................................................72
Tabela 4.48 - Resultados Obtidos VT-24 ...................................................................73
xxi
Tabela 5.1 – Geometria dos modelos ........................................................................81
Tabela 5.2 - Propriedades consideradas Pinus caribea ...........................................86
Tabela 5.3 - Propriedades consideradas das fibras .................................................86
Tabela 5.4 – Resultados da análise numérica ...........................................................90
xxii
xxiii
LISTA DE SÍMBOLOS
αi – fator adimensional que relaciona uma altura qualquer com a altura efetiva - notação
do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
αc – fator que relacionada a altura da região da seção onde ocorre plastificação com a
altura efetiva da seção - notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
αg - fator que relaciona a distância entre a face superior da camada de reforço e a face
superior da viga com a altura efetiva da seção - notação do modelo proposto por
Romani e Blaß (2001)
αNA - fator que relaciona a altura da linha neutra da seção com a altura efetiva - notação
do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
αR,t - fator que relaciona a altura da camada de reforço com a altura efetiva - notação
do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
αP,t - fator que relaciona a distância entre a face inferior da camada de reforço e face
inferior da seção com a altura efetiva da seção - notação do modelo proposto por
Romani e Blaß (2001)
αz,t - fator que relaciona a distância entre a face superior da camada de reforço e linha
neutra da seção com a altura efetiva da seção - notação do modelo proposto por
Romani e Blaß (2001)
A - área da seção
b – dimensão da base da viga analisada - notação do modelo proposto por Romani e
Blaß (2001)
bw - largura da viga - notação do modelo numérico
Δ - deslocamento observado
E0 - módulo de elasticidade da madeira analisada - notação do modelo proposto por
Romani e Blaß (2001)
Eco,m – valor médio do módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras
ER,t - módulo de elasticidade do material de reforço
(EI)ef – rigidez no estado elástico – linear - notação do modelo proposto por Romani e
Blaß (2001)
xxiv
εc – deformação de compressão - notação do modelo proposto por Romani e Blaß
(2001)
εt - deformação de tração- notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
εc,u – deformação última de compressão - notação do modelo proposto por Romani e
Blaß (2001)
εt,u – deformação última de tração - notação do modelo proposto por Romani e Blaß
(2001)
ft – resistência da madeira analisada à tração - notação do modelo proposto por Romani
e Blaß (2001)
fc – resistência da madeira analisada á compressão - notação do modelo proposto por
Romani e Blaß (2001)
fco,k - resistência característica à compressão paralela às fibras
fto,k - resistência característica à tração paralela às fibras
fvk – resistência característica ao cisalhamento na presença de tensões tangenciais
paralela às fibras
fR,t – resistência do material de reforço à tração
G - módulo de deformação transversal
h0 – altura total da seção transversal - notação do modelo proposto por Romani e Blaß
(2001)
h – altura efetiva - notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
hc – altura na qual a tensão de compressão é considerada constante - notação do
modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
hl - altura das lâminas de madeira - notação da análise numérica
hr - altura da camada de reforço - notação da análise numérica
ht - altura total da seção transversal - notação da análise numérica
hEI,u – altura necessária de uma viga de madeira não reforçada para atingir a mesma
rigidez de uma viga reforçada - notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
hP,t – distância da face inferior do reforço à face inferior da viga - notação do modelo
proposto por Romani e Blaß (2001)
xxv
hR,t – espessura da camada de reforço - notação do modelo proposto por Romani e
Blaß (2001)
hZ,t – distância da linha neutra da seção à face superior da camada de reforço - notação
do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
hNA – altura da linha neutra em relação á face inferior da viga - notação do modelo
proposto por Romani e Blaß (2001)
hg – distância da face superior do reforço à face superior da viga - notação do modelo
proposto por Romani e Blaß (2001)
hM,unrein – altura necessária de uma viga não reforçada para atingir o mesmo momento
último resistente de uma viga reforçada - notação do modelo proposto por Romani e
Blaß (2001)
I – momento de inércia da seção
kEI – fator correspondente ao aumento de rigidez da viga reforçada - notação do modelo
proposto por Romani e Blaß (2001)
kM – fator relacionado ao modo de ruptura gerado a partir do equilíbrio da seção -
notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
kM,a - fator de multiplicação gerado pelo equilíbrio da seção no modo de ruptura a -
notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
kM,b - fator de multiplicação o gerado pelo equilíbrio da seção no modo de ruptura a -
notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
kM,c - fator de multiplicação gerado pelo equilíbrio da seção no modo de ruptura a -
notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
kM,d - fator de multiplicação gerado pelo equilíbrio da seção no modo de ruptura a -
notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
kM,e - fator de multiplicação gerado pelo equilíbrio da seção no modo de ruptura a -
notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
kM,f - fator de multiplicação gerado pelo equilíbrio da seção no modo de ruptura a -
notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
xxvi
kM,0 - fator de multiplicação obtido a partir da relação entre as tensões de compressão e
tração da madeira utilizado para obter o momento último de uma viga de mesma seção
sem reforço - notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
kM,Mode,i - fator de multiplicação no modo de ruptura analisado - notação do modelo
proposto por Romani e Blaß (2001)
kf – relação entre as resistências à compressão e tração da madeira analisada -
notação do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
kt – relação entre módulos de elasticidade do material de reforço e madeira - notação
do modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
l - comprimento total da viga
L - vão livre da viga analisada
Mu - momento último resistente
Pu - carga última
ρbas,m – densidade básica média
ρaparente – densidade aparente
U - umidade
Uamb – umidade relativa do ambiente
Ueq – umidade de equilíbrio da madeira
σt – tensão normal de tração
σc – tensão normal de compressão
ν - coeficiente de Poisson
ψ - relação entre a deformação observada na fibra extrema comprimida da seção e a
deformação observada na fibra onde ocorre o início da plastificação - notação do
modelo proposto por Romani e Blaß (2001)
W – módulo de resistência à flexão
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Uma concepção estrutural adequada deve garantir que o elemento seja capaz de
resistir aos carregamentos de projeto a que estará submetido, desempenhando
adequadamente as funções para as quais será dimensionado. No entanto, conforme
citado por Mayer (2012), independente do material utilizado e da ocorrência ou não de
patologias, uma estrutura pode necessitar de reparos ou reforços ao longo de sua
existência para garantir sua capacidade às solicitações e condições de serviço. Isto
pode resultar de ações mecânicas atuantes sobre a estrutura ao longo do tempo,
degradação dos materiais devido à ação de agentes biológicos e químicos, alteração
nos carregamentos de projeto ou na finalidade da estrutura e também por falhas na
concepção ou execução.
Esta pesquisa trata especificamente da utilização de fibras sintéticas como
reforço estrutural em vigas de madeira laminada colada, com análise do
comportamento resultante da associação dos dois materiais. Foram analisados
deslocamentos finais e a distribuição de tensões no elemento reforçado. Neste ponto,
cabe citar que também se considerou na análise um tipo de fibra ainda não utilizado
para esta finalidade, sendo esta a fibra Vectran®, apresentado na figura 1.1.
Figura 1.1 - Tecido de fibra Vectran®
Fonte: Grupo de pesquisa sobre vigas laminadas reforçadas da FEC - Unicamp
2
Estruturas de madeira são utilizadas na construção civil há muito tempo, mas
com um aumento significativo de importância nas últimas décadas devido ao
desenvolvimento tecnológico que permitiu o surgimento de novos sistemas como o
MDF (Medium Density Fiberboard), o OSB (Oriented Strand Board), o GLT (Glulam
Laminated Timber) e mais recentemente o CLT (Cross Laminated Timber). A
necessidade crescente de produzir alternativas sustentáveis na construção civil, justifica
a substituição da madeira maciça pelo sistema compósito, já que dessa forma torna-se
possível diminuir as dimensões e peso dos elementos estruturais, bem como utilizar de
forma mais eficiente a madeira extraída da natureza, através da aplicação do reforço
nas regiões mais solicitadas da madeira. A Figura 1.2 evidencia a aplicação de camada
de reforço com tecido de fibras Vectran® em viga de madeira.
Figura 1.2 - Aplicação de reforço com tecido de fibras Vectran® em viga de madeira
Fonte: Grupo de pesquisa sobre vigas laminadas reforçadas da FEC - Unicamp
1.2 JUSTIFICATIVA
O uso de fibras e adesivos como reforço estrutural vem demonstrando
crescimento no Brasil e já é realizado com grande êxito em outros países, justificando o
3
grande número de pesquisas que podem ser desenvolvidas atualmente neste
segmento. A associação resulta em um sistema compósito onde o material de reforço
tem como objetivo otimizar as características inerentes da madeira, buscando restaurar
sua resistência inicial de projeto ou, ainda, aumentá-la.
Os principais elementos utilizados atualmente são as fibras naturais, fibras de
vidro, de carbono e de boro e chapas de aço. As fibras sintéticas apresentam vantagem
em relação ao aço pois não estão sujeitas ao processo de corrosão. Porém, grande
parte do material utilizado é importado, o que resulta em um custo da fibra aplicada
elevado, restringindo o uso no Brasil, em diversos casos, a situações em que outros
sistemas não atendam.
A fibra Vectran® consiste em um multifilamento de alta performance obtido do
LCP (Liquid Crystal Polymer) e é a única fibra obtida do LCP derretido disponível
comercialmente no mundo. Estas fibras exibem força e rigidez excepcionais e, levando
em consideração a relação resistência/densidade, são cinco vezes mais fortes que o
aço e dez vezes mais fortes que alumínio (Vectran® Informational Flyer, 2010). São
caracterizadas pelas seguintes propriedades: excelente resistência ao escoamento e
abrasão, excelentes características de flexibilidade e dobragem, mínima absorção de
umidade, excelente resistência química, baixo coeficiente de expansão térmica, alta
força dielétrica e grande resistência ao corte. Além disso, possui a capacidade de
manter suas propriedades tanto em temperaturas baixas como em temperaturas
elevadas e é capaz de resistir a grandes impactos.
A combinação das propriedades anteriormente citadas faz com que a fibra
Vectran® seja diferenciada em relação às outras fibras, resultando em uma excelente
performance mecânica e permitindo que estas fibras sejam utilizadas nos mais variados
campos como engenharia aeroespacial, exploração oceânica, estruturas de suporte
eletrônico, materiais de segurança, entre outros. A mínima absorção de umidade e a
possibilidade de utilizar as fibras em direções variadas, bem como o alto desempenho
mecânico, justificam o estudo deste material como reforço estrutural potencialmente
empregado em vigas de madeira.
4
5
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVOS GERAIS
- Estimar o ganho de rigidez e resistência proveniente da aplicação de fibras
sintéticas como reforço de vigas de madeira laminada colada.
- Verificar a viabilidade técnica e econômica da fibra sintética Vectran® como
reforço estrutural para vigas de madeira laminadas.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Comparar as propriedades mecânicas de peças de madeira laminada
reforçadas com fibras Vectran® com peças reforçadas com as principais fibras utilizadas
atualmente e com peças não reforçadas.
- Implementar o modelo teórico apresentado por Romani e Blaß (2001) e avaliar
a eficiência dos reforços com fibras sintéticas em vigas laminadas coladas.
- Avaliar a eficiência dos reforços com fibras sintéticas em vigas de madeira
laminada por meio de modelagem computacional no software Ansys, analisando
tensões e deslocamentos.
- Realizar uma análise de peso e custo estimados das vigas de madeira
laminada reforçadas e não reforçadas.
6
7
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nesta seção serão apresentadas informações provenientes de estudos
anteriores, bem como material resultante de estudo do autor em relação ao tema
abordado neste trabalho. Assim sendo, busca-se expor de forma sucinta o
comportamento de vigas de madeira maciça e de madeira laminada colada, bem como
discorrer sobre a utilização de fibras sintéticas como reforço estrutural, evidenciando,
principalmente, as propriedades e aplicações da fibra Vectran®.
3.1 ESTRUTURAS DE MADEIRA
3.1.1 Generalidades
A madeira é um dos materiais mais antigos utilizados pelo homem com finalidade
estrutural, apresentando algumas vantagens como a facilidade de execução de
ligações, baixa energia necessária para produção, bom isolamento térmico e acústico e
bom acabamento arquitetônico. No Brasil, entre as principais espécies utilizadas na
construção civil, encontram-se Cupiúba, Garapa, Tauari, Cedro, Angelim e Cumaru
(Nanhuz et al, 2013). Além disso, outras espécies como Pinus e Eucalipto também são
bastante comuns na a execução de estruturas de madeira.
É um material anisotrópico, de forma que suas propriedades físicas e mecânicas
variam dependendo da direção e posição analisadas. Ressalta-se, no entanto, que
dependendo da análise desejada, a madeira pode ser tratada como material ortotrópico
sem comprometimento do resultado. Este caso pode ser caracterizado, por exemplo,
quando os carregamentos e restrições atuam somente em uma direção, de forma que
os efeitos nas demais direções tornam-se desprezíveis.
De acordo com a ABNT-NBR 7190 (1997), as propriedades da madeira são
condicionadas por sua estrutura anatômica, de modo que os valores correspondentes à
tração e compressão devem ser distintos, bem como os valores relativos à direção
paralela às fibras devem ser diferentes daqueles relativos à direção ortogonal.
8
Ainda segundo a ABNT-NBR 7190 (1997), observa-se que o projeto de
estruturas de madeira deve ser feito admitindo-se uma classe de umidade. As classes
de umidade ajustam as propriedades de resistência e rigidez da madeira em função das
condições ambientais onde as estruturas serão executadas. A condição padrão de
referência é definida pelo teor de umidade de equilíbrio da madeira de 12%, de forma
que resultados de ensaios com teores variados de umidade contidos no intervalo entre
10% e 20% devem ser corrigidos para o valor padrão através das expressões contidas
na norma. As classes de umidade definidas pela norma podem ser observadas na
Tabela 3.1.
Tabela 3.1 – Classes de umidade
Classes de Umidade Umidade Relativa do Ambiente
Uamb
Umidade de Equilíbrio da Madeira
Ueq
1 ≤ 65% 12%
2 65% < Uamb ≤ 75% 15%
3 75% < Uamb ≤ 85% 18%
4 Uamb ≥ 85% durante longos períodos ≥ 25%
Fonte: ABNT-NBR 7190/1997
Cabe salientar que a madeira é bastante resistente a impactos de curta duração,
mas é mais susceptível à ruína quando submetida a carregamentos de longa duração.
Desta forma, a norma leva em consideração, além dos efeitos da umidade, aqueles
resultantes da duração do carregamento por meio de coeficientes de modificação.
Com o intuito de padronizar as propriedades das madeiras utilizadas com
finalidade estrutural, a ABNT-NBR 7190 (1997) define classes de resistência para
coníferas e dicotiledôneas. As classes de resistência podem ser observadas nas
Tabelas 3.2 e 3.3.
9
Tabela 3.2 – Classes de resistência das coníferas
Coníferas
(Valores na condição padrão de referência U = 12%)
Classes fc0,k
MPa
fvk
MPa
Ec0,m
Mpa
ρbas,m
kg.m-3
ρaparente
kg.m-3
C20 20 4 3500 400 500
C25 25 5 8500 450 550
C30 30 6 14500 500 600
Fonte: ABNT-NBR 7190/1997
Tabela 3.3 – Classes de resistência das dicotiledôneas
Dicotiledôneas
(Valores na condição padrão de referência U = 12%)
Classes fc0,k
MPa
fvk
MPa
Ec0,m
Mpa
ρbas,m
kg.m-3
ρaparente
kg.m-3
C 20 20 4 9500 500 650
C 30 30 5 14500 650 800
C 40 40 6 19500 750 950
C 60 60 8 24500 800 1000
Fonte: ABNT-NBR 7190/1997
fc0,k = resistência característica à compressão paralela às fibras
fvk = resistência característica ao cisalhamento na presença de tensões tangenciais paralela às fibras
Ec0,m = valor médio do módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras
ρbas,m = densidade básica média
ρaparente = densidade aparente
3.1.2 Madeira Laminada Colada
A fabricação de elementos de madeira laminada colada (MLC) é o resultado,
como já indicado pelo próprio nome, da associação dos processos de laminação e
colagem de lâminas de madeira. Segundo Teles (2009), é sugerida a utilização de
lâminas de maiores resistências nas regiões das bordas externas da viga e as de
10
menor qualidade próximas a linha neutra, pois observa-se um aumento na resistência e
rigidez dos elementos estruturais.
O processo de colagem da madeira é bastante antigo, e pode ser observado em
artefatos da antiga civilização egípcia onde elementos de madeira foram unidos com
cola orgânica, demonstrando eficiência e durabilidade do sistema resultante. No
entanto, de acordo com Calil Neto (2010), a aplicação do processo de laminação teve
início a partir do século XIX, quando passaram a ser observadas estruturas arqueadas
formadas por lâminas encurvadas e sobrepostas unidas por ligações mecânicas. Ainda
segundo o autor, a junção das técnicas de colagem e laminação da madeira ocorreu
conforme o aparecimento de colas de alta resistência (como cola de caseína),
substituindo as ligações metálicas de parafusos e braçadeiras. A aplicação da madeira
laminada colada em sistemas estruturais surgiu, principalmente, da necessidade de
reduzir defeitos encontrados na madeira quando extraída diretamente da natureza,
como o nó e a medula, além de outras limitações das seções comerciais serradas.
Os elementos em MLC podem ser fabricados com qualquer tipo e dimensão de
seção transversal. São utilizadas coníferas e dicotiledôneas de baixa densidade, com
pouco teor de resina e extrativos para permitir a colagem. A utilização deste método
resulta em estruturas de menor peso específico, permitindo vencer vãos maiores e
reduzindo, consequentemente, o número de ligações da estrutura.
Para Dias et al (2006), o processo de produção e as menores dimensões das
lâminas em relação à seção de madeira maciça equivalente fazem com que os defeitos
naturais da madeira fiquem mais dispersos, tornando o material mais homogêneo. Além
disso, as menores dimensões das lâminas garantem também uma melhor secagem e,
portanto, melhor controle do teor de água nos elementos. Assim, os elementos de
madeira laminada colada são menos dependentes dos defeitos pontuais da madeira,
reduzindo a variabilidade das características de resistência. Por consequência, são
observados valores de resistência média e rigidez superiores aos verificados na
madeira maciça.
Segundo Miotto e Dias (2009), a escassez de madeiras nativas representa uma
forte justificativa para o uso da madeira laminada colada. Tal fato incentiva o
11
desenvolvimento de pesquisas e aplicações de madeiras reflorestadas, principalmente
pinus e eucalipto.
Nas Figuras 3.1, 3.2 e 3.3 são apresentados o processo de fabricação, o
esquema de montagem e os tipos de emendas de estruturas em MLC. A figura 3.4
ilustra a aplicação deste tipo de estrutura. O processo demonstrado na Figura 3.2,
compreende as seguintes etapas:
Etapa 1 - separação e classificação das lâminas;
Etapa 2 - secagem e acondicionamento;
Etapa 3 - união das emendas;
Etapa 4 - corte no tamanho das lâminas;
Etapa 5 - aplicação do adesivo;
Etapa 6 - prensagem;
Etapa 7 - montagem da viga;
Etapa 8 - teste de resistência e linha de cola;
Etapa 9 - aplainamento e acabamento da viga.
Figura 3.1 - Esquema de montagem de viga de MLC
Fonte: Teles (2009)
12
Figura 3.2 - Processo de Fabricação da MLC
Fonte: Teles (2009)
Figura 3.3 - Tipos de emendas em MLC
Fonte: Teles (2009)
13
Figura 3.4 - Aplicação de MLC em cobertura de madeira
Fonte: Calil Madeiras (2014)
Segundo Calil Neto (2010), a madeira laminada colada apresenta vantagens em
relação a outros produtos de madeira. Entre as principais, pode-se citar:
- Combinação de alta capacidade de carga com baixo peso próprio, permitindo
que elementos de pequenas dimensões vençam grandes vãos;
- Possibilidade de formas livres, permitindo curvaturas e dobras em sua forma;
- Estabilidade dimensional, uma vez que a madeira laminada colada é produzida
em umidade de 12%, correspondendo a umidade de equilíbrio;
- Resistência do material, sendo que a madeira laminada colada é resistente a
substâncias químicas e agressivas;
- Alta resistência ao fogo, uma vez que a camada carbonizada do elemento
atingido forma-se ao redor do núcleo, o que reduz a entrada de calor e oxigênio e
atrasa o colapso.
Conforme citado por Dias et al (2006), a resistência à flexão de vigas de madeira
laminada colada é condicionada pela resistência à tração da madeira das lâminas. Por
14
esta razão, buscam-se novas soluções baseadas no reforço da zona tracionada das
vigas. Dentre os materiais utilizados para reforço observados, destacam-se o aço, o
alumínio e os polímeros reforçados com fibras.
3.2 REFORÇO COM FIBRAS SINTÉTICAS
3.2.1 Visão Geral
Os sistemas estruturais estão submetidos ao longo de sua vida útil a ações
permanentes e variáveis, interação com agentes químicos e biológicos, variações da
carga de projeto, entre outros. Os fatores citados e a necessidade de manutenção das
estruturas faz com que a resistência de projeto precise ser restaurada, gerando a
necessidade de reparos e reforços estruturais.
Segundo Miotto e Dias (2006), existem dois métodos principais para reabilitar os
elementos de madeira, sendo estes a substituição das peças ou a utilização de
materiais atuando como reforço que, solidarizados com a madeira, complementam a
capacidade mecânica dos elementos estruturais comprometidos. O problema é que a
primeira alternativa encontra restrições como o impacto ambiental, a escassez ou
incompatibilidade do material envolvido e os custos elevados. Isso resulta na
necessidade de buscar sistemas alternativos, tornando a aplicação dos chamados
PRF’s (Polímeros Reforçados por Fibras) interessante e passível de estudos aplicados.
Orumu e Ephraim (2014) citam a grande aplicabilidade de polímeros reforçados
por fibras em estruturas de concreto, principalmente em reforços decorrentes do
aumento da carga solicitante. Os autores também citam a aplicação deste tipo de
material atuando como reforço em vigas de madeira laminada colada, evidenciando o
uso de fibras de vidro e carbono.
Conforme exemplificado pelos trabalhos de Mayer (2012) e Gonçalves (2010),
um grande número de investigações científicas com fibras naturais (como a de sisal,
por exemplo) está sendo realizado. Estes são de importância indiscutível, já que estas
fibras apresentam boa gama de vantagens como facilidade de encontrar, extrair e
15
processar o material, baixo custo e biodegradabilidade. Marinelli et al (2008) destacam
outros aspectos positivos da aplicação de fibras naturais, dentre os quais evidencia-se:
- fibras naturais são menos abrasivas que as fibras sintéticas usualmente
utilizadas como reforço e assim geram um menor desgaste dos equipamentos
envolvidos no seu processamento;
- compósitos reforçados com fibras naturais são considerados menos agressivos
ao meio ambiente;
- apresentam baixo custo em relação aos reforços atualmente empregados.
As fibras sintéticas, por sua vez, oferecem um interessante campo de análise, já
que apresentam boa resistência mecânica e à corrosão, além de um baixo peso
específico e boa manutenção de suas propriedades mesmo quando submetidas a
situações de grande amplitude térmica.
De forma similar ao concreto, a madeira sofre ruptura frágil. Além disso,
conforme já citado, apresenta diferentes propriedades mesmo dentro de uma mesma
espécie. Segundo estudo de Dagher (1999), observa-se que este comportamento de
ruptura frágil é alterado quando o elemento de madeira é devidamente reforçado, de
forma que a ruptura do lado tracionado passa a ser dúctil e que ocorra uma grande
plastificação da região comprimida, causando grandes deslocamentos verticais na fase
de ruptura. O trabalho de Tsalkatidis (2014) também demonstra esta diferença de
comportamento, demonstrando a ocorrência de ruptura frágil em vigas de madeira não-
reforçada e ruptura dúctil em vigas reforçadas.
A partir da modificação de comportamento observado da estrutura reforçada, o
dimensionamento poderia ser analisado de forma diferente, permitindo que tanto a
majoração dos carregamentos atuantes como a redução da resistência característica da
madeira sejam menores.
Tanto em elementos de madeira maciça como de madeira laminada colada, é
possível conseguir um aumento nas propriedades de rigidez e resistência utilizando
fibras sintéticas com função de reforço estrutural na região mais solicitada da viga.
Dessa forma, a associação dos materiais forma um sistema chamado de compósito de
avançado desempenho, permitindo um dimensionamento mais eficiente.
16
Dagher (1999) também cita as vantagens obtidas pela utilização do sistema
madeira-fibra, evidenciando o aumento da resistência e rigidez. Pode-se citar o
aumento da ductilidade, aumento da manutenção das propriedades mecânicas,
redução do efeito de volume nas vigas de MLC, possibilidade da utilização de madeira
de qualidade inferior, melhora da eficiência estrutural (permite a utilização de estruturas
mais leves) e redução de custos.
Segundo Miotto e Dias (2006), estudos revelam que aplicação de 2% a 3% de
fibra de vidro na região tracionada de vigas de madeira pode aumentar a resistência à
flexão em até 100% e a rigidez em 10% a 15%.
De acordo com Fiorelli (2002), a máxima porcentagem de fibra que deve ser
utilizada como reforço em vigas de madeira laminada colada é de 3,3% da seção da
peça, já que a partir dessa proporção o aumento de rigidez e resistência torna-se não
significativo. As principais fibras utilizadas no Brasil são as fibras de vidro, carbono e
aramida. A Tabela 3.4 apresenta as propriedades das fibras de vidro e carbono para
posterior comparação com a fibra Vectran®.
Tabela 3.4 - Características dos tecidos de fibras à 20 ºC
Resistência à Tração
(MPa)
Módulo de Elasticidade
(GPa)
Densidade
(g.cm-3
)
Fibra de vidro 900 76 2,55
Fibra de carbono 2200 160 – 300 1,75
Fonte: Barracuda (2000) apud Fiorelli (2002)
3.2.2 Análise Teórica
Nesta seção será exposto o modelo teórico apresentado por Romani e Blaß
(2001). Serão abordados os modos de ruptura apresentados por vigas de madeira
laminada colada, bem como formulação para cálculo da capacidade de carga.
17
3.2.2.1 Modos de Ruptura
A plastificação na região comprimida resultante de um reforço estrutural
dificilmente ocorre em vigas não - reforçadas. Dessa forma, os modelos teóricos
tradicionais não consideram esse efeito, de forma que torna-se necessário o
desenvolvimento de um modelo específico para o caso de vigas reforçadas.
O estudo de Romani e Blaß (2001) considera a possibilidade de aplicação do
reforço em FRP (Fibre Reinforced Plastic) tanto externamente da face inferior da viga
(Tipo 2 - Figuras 3.5 e 3.6) como entre as duas lâminas inferiores (Tipo 1 - Figuras 3.5 e
3.7). Segundo os autores, o modelo tipo 1 é mais usual na prática, por razões estéticas
e de segurança (uma vez que a camada de reforço não fica diretamente exposta à ação
do fogo em caso de incêndios), por isso a análise teórica será feita a partir deste
modelo. No entanto, é importante citar que em situações de reforço estrutural é mais
comum o reforço do tipo 2, uma vez que o elemento estrutural normalmente já está
posicionado e por isso torna-se complicado aplicar o processo de prensagem na última
lâmina após o reforço.
Figura 3.5 - Posições de aplicação do reforço
Fonte: Romani e Blaß (2001) – Adaptada
18
Figura 3.6 – Reforço com fibra Vectran® na extremidade inferior
Fonte: Grupo de pesquisa sobre vigas laminadas reforçadas da FEC - Unicamp
Figura 3.7 – Reforço com fibra de vidro entre as duas últimas lâminas
Fonte: Fiorelli (2005)
Assumindo como constantes o módulo de elasticidade e as resistências à tração
e compressão, bem como uma relação tensão-deformação elasto-plástica-linear ideal
na seção transversal, são observados os modos de ruptura na Figura 3.8.
19
Figura 3.8 - Modos de ruptura
Fonte: Romani e Blaß (2001) - Adaptada
Os modos a seguir correspondem a ruptura global na parte tracionada:
- Modo a: ruptura da lâmina da extremidade - seção transversal em estado
elástico - linear.
- Modo b: ruptura acima da camada de reforço - seção transversal em estado
elástico - linear.
- Modo c: ruptura da lâmina da extremidade - seção transversal em estado
elasto-plástico-linear ideal.
- Modo d: ruptura acima da camada de reforço - seção transversal em estado
elasto-plástico-linear ideal.
Os modos a seguir correspondem a ocorrência do estado limite no lado
comprimido devido à deformação última por compressão:
- Modo e: deformação última de compressão antes que a lâmina da extremidade
rompa por tração.
- Modo f: deformação última de compressão depois da lâmina da extremidade
romper por tração, seguida pela ruptura por tração da lâmina acima da camada de
reforço.
Romani e Blaß (2001) concluem que a utilização de reforço à tração fará com
que a tensão de compressão exceda a tensão de tração na lâmina em vigas solicitadas
20
à flexão, de maneira que deformações plásticas são mais prováveis em vigas com
reforço à tração. Já nas situações onde é aplicada fibra tanto na face inferior como
superior das vigas, os modos lineares ocorrerão, principalmente, devido à redução da
área plástica na zona comprimida.
3.2.2.2 Modelo e Formulação de Cálculo
O modelo desenvolvido por Romani e Blaß (2001) apresentado nas Figuras 3.9a
e 3.9b ilustra a notação utilizada nas fórmulas e a relação tensão - deformação
assumida.
Figura 3.9a - Notação utilizada no modelo teórico
Fonte: Romani e Blaß (2001) - Adaptada
21
Figura 3.9b - Relação tensão deformação da seção transversal
Fonte: Romani e Blaß (2001) - Adaptada
No modelo apresentado são assumidos os fatores αi (fator geométrico) e ki
(fatores gerais) que permitem o cálculo de seções com geometria similares a partir do
cálculo destes fatores uma única vez. Na Equação 1, é demonstrada a relação que
representa o fator geométrico, onde hi representa a altura no ponto “i” da seção.
(1)
A altura efetiva h é a altura ainda íntegra da seção transversal. Antes da ruptura
da lâmina da extremidade a altura h é igual a altura h0 que corresponde à altura total da
seção transversal. Após a ruptura da lâmina de extremidade a altura h é dada por h = h0
- hP,t, onde hP,t corresponde à espessura da lâmina rompida. As Equações 2 e 3
representam a relação entre as tensões de compressão e tração da madeira e a
relação entre os módulos de elasticidade do material de reforço e da madeira, onde:
kf – relação entre as resistências à compressão e tração da madeira analisada;
kt – relação entre módulos de elasticidade do material de reforço e madeira;
fc - resistência da madeira analisada à compressão;
ft - resistência da madeira analisada à tração;
εc,u - deformação última de compressão;
εt,u - deformação última de tração;
ER,t - módulo de elasticidade do material de reforço;
22
Eo - módulo de elasticidade da madeira analisada.
(2)
(3)
A capacidade de carga da viga é expressa por um momento último, dependente
do modo de ruptura, e não por uma tensão última, devido à distribuição não linear da
tensão. Na zona de tração, considera-se que o estado limite é atingido quando a fibra
extrema da seção transversal atinge a tensão última (ft) ou a deformação última (εt.u).
Na região comprimida a deformação é limitada pela deformação última de compressão
(εc.u).
A posição da linha neutra é demonstrada pela distância h.αNA da Figura 3.9a é
obtida pelo equilíbrio das forças atuantes na seção transversal da viga.
O momento último é então dado por:
(4)
onde:
kM é um fator dependente do modo de ruptura gerado a partir da condição de
equilíbrio da seção e será apresentado nas seções que seguem.
W = módulo de resistência à flexão
Para seções retangulares:
(5)
É importante citar que, nos casos onde ocorre a plastificação da região de
compressão, a correção do módulo de resistência à flexão é obtida pelos fatores
KM do modo de ruptura correspondente.
a) Região tracionada:
O limite é atingido quando a deformação última ε,tu é atingida na posição I ou
posição II, respectivamente (ver Figura 3.8).
No modo de ruptura a, tem-se:
23
Neste modo de ruptura a tensão σ2,c não ocorre, pois não há plastificação da
seção. Ver Figura 3.8a.
(6)
onde:
αNA = fator que relaciona a altura da linha neutra da seção com a altura efetiva da
seção;
αR,t = fator que relaciona a altura da camada de reforço com a altura efetiva da
seção;
αP,t = fator que relaciona a distância entre a face inferior da camada de reforço e
face inferior da seção com a altura efetiva da seção;
O fator de multiplicação kM,a gerado pelo equilíbrio da seção no modo de ruptura
a é obtido através da Equação 7:
(7)
onde:
αz,t = fator que relaciona a distância entre a face superior da camada de reforço e
linha neutra da seção com a altura efetiva da seção;
No modo de ruptura b, tem-se:
Neste modo de ruptura a tensão σ2,c não ocorre, pois não há plastificação da
seção. Ver Figura 3.8b.
(8)
O fator de multiplicação kM,b gerado pelo equilíbrio da seção no modo de ruptura
b é obtido através da Equação 9:
24
(9)
No modo de ruptura c, tem-se:
, onde αc corresponde ao fator que relacionada a altura da região da
seção onde ocorre plastificação com a altura efetiva da seção
Neste modo de ruptura, o fator αc maior que zero indica que ocorre plastificação
na região comprimida da seção. O valor deste coeficiente é calculado pela Equação 11.
(10)
(11)
O fator de multiplicação kM,c gerado pelo equilíbrio da seção no modo de ruptura
c é obtido através da Equação 12:
(12)
No modo de ruptura d, tem-se:
Neste modo de ruptura, o fator αc maior que zero indica que ocorre plastificação
na região comprimida da seção. O valor deste coeficiente é calculado pela Equação 14.
(13)
(14)
25
O fator de multiplicação kM,d gerado pelo equilíbrio da seção no modo de ruptura
c é obtido através da Equação 15:
(15)
Para efeito de comparação, é possível obter um coeficiente kM,0 que pode ser
utilizado para estimar a altura necessária de uma viga não reforçada para atingir a
mesma resistência da viga reforçada. O cálculo, no entanto, adota a hipótese de que
deformações plásticas também são possíveis em vigas não - reforçadas.
O coeficiente kM,0 é obtido assumindo-se que o estado limite ocorra na região
tracionada e pode ser utilizado para calcular o momento último da viga sem reforço,
para efeitos de análise comparativa. Sua determinação é dada pela Equação 16.
(16)
Onde kM,0 = fator de multiplicação obtido a partir da relação entre as tensões de
compressão e tração da madeira utilizado para obter o momento último de uma viga de
mesma seção sem reforço.
A Equação 17 possibilita a determinação da altura necessária de uma viga não
reforçada para atingir o mesmo momento último resistente (no modo de ruptura
analisado) de uma viga reforçada.
(17)
Onde:
hM,unrein = altura necessária de uma viga não reforçada para atingir o mesmo
momento último resistente de uma viga reforçada;
kM,Mode,i = fator de multiplicação no modo de ruptura analisado;
b) Região comprimida:
A ruína na compressão é dependente da deformação última εc,u = ε2,c (Figura
3.9b) na fibra extrema da zona comprimida. Para que este estado ocorra é necessário
26
que não tenha ocorrido ruína na região tracionada. Para finalidade de cálculo, estima-se
conforme apresentado por Romani e Blaß (2001) que ε2,c = 1,3.ε1,c (Figura 3.9b). Neste
caso, tem-se:
(18)
Onde ψ corresponde à relação entre a deformação observada na fibra extrema
comprimida da seção e a deformação observada na fibra onde ocorre o início da
plastificação.
No modo de ruptura e:
Neste modo de ruptura, o fator αc maior que zero indica que ocorre plastificação
na região comprimida da seção. O valor deste coeficiente é calculado pela Equação 20.
(19)
(20)
(21)
(22)
(23)
No modo de ruptura f:
27
Como os modos "e" e "f" são independentes da tensão de tração, as equações
para o modo de ruptura f podem ser obtidas adotando αP,t = 0 e os coeficientes αi
ajustados para esse modo nas equações demonstradas no modo e. Neste modo de
ruptura:
Neste modo de ruptura, o fator αc maior que zero indica que ocorre plastificação
na região comprimida da seção.
(24)
(25)
Finalmente, é possível calcular a rigidez à flexão. Neste caso, as deformações
plásticas não são consideradas porque trata-se de uma análise de estado limite de
serviço. Assim, utilizando comportamento elástico-linear, tem-se:
(26)
Onde:
I = momento de inércia da seção;
E0 = módulo de elasticidade da madeira;
Para seções retangulares:
(27)
O fator kEI representa o aumento de rigidez da viga reforçada e é dado por:
R,t22+12 . P,t . NA P,t22
(28) Onde:
αg = fator que relaciona a distância entre a face superior da camada de reforço e
a face superior da viga com a altura efetiva da seção;
O fator αNA é obtido de acordo com equação demonstrada no modo a ou modo b,
com αP,t = 0.
28
Assim, para efeito de comparação, pode-se determinar a altura necessária de
uma viga não - reforçada para atingir a mesma rigidez à flexão pela expressão:
(29)
Onde hEI,u representa a altura necessária de uma viga de madeira não reforçada
para atingir a mesma rigidez de uma viga reforçada.
3.3 SISTEMAS COMPÓSITOS
3.3.1 Apresentação e Classificação
Conforme definição de Jones (1999), o termo sistema compósito significa que
dois ou mais materiais são combinados em uma escala macroscópica para formar um
terceiro material com propriedades adequadas a uma finalidade específica. Assim,
salienta-se que a grande vantagem deste tipo de material é que o sistema resultante
apresenta qualidades superiores do que a dos materiais constituintes individualmente.
Inclusive, o material compósito resultante pode apresentar propriedades que nenhum
dos constituintes possua individualmente. Em relação aos componentes analisados
individualmente, o sistema compósito resultante pode apresentar melhora na
resistência, rigidez, resistência à corrosão, peso, condutividade e isolamento térmico,
isolamento acústico e resistência ao desgaste.
Os sistemas compósitos podem ser divididos em três grandes grupos, sendo
estes os materiais compósitos fibrosos, particulados e estruturais. A Figura 3.10 exibe
esta classificação e suas subdivisões, sendo que o tema abordado enquadra-se em
uma combinação de um sistema estrutural laminado com um compósito fibroso.
29
Figura 3.10 – Classificação dos sistemas compósitos
Fonte: Gonçalves (2010)
3.3.2 Sistemas Compósitos Fibrosos
De acordo com Jones (1999), as fibras podem ser caracterizadas
geometricamente pela elevada relação comprimento/diâmetro e pelo diâmetro com
tamanho próximo ao de cristais e apresentam grande resistência e rigidez. Sua
efetividade pode ser medida pelas relações resistência/densidade ou rigidez/densidade,
permitindo a comparação entre o ganho de resistência e a redução do peso total da
estrutura.
Embora as fibras sintéticas citadas (sejam elas de vidro, carbono ou a própria
fibra Vectran®) apresentem, por si só, elevado módulo de elasticidade e grande
resistência à tração, estas ainda não podem ser consideradas como um material com
finalidades estruturais, diferente das chapas de aço, por exemplo. Tal caracterização,
só pode ser garantida quando da aplicação associada com o material a ser reforçado,
bem como com uma matriz de ligação que garanta a aderência entre a fibra e a
madeira (no caso particular abordado por este estudo). Esta associação define a
orientação das direções de trabalho, onde espera-se que o emprego do sistema
compósito originado resulte, efetivamente, em ganho de rigidez e resistência.
A falta de aderência adequada entre as camadas de fibra e madeira pode fazer
com que a junta de ligação entre os materiais se torne um ponto crítico do material
compósito, conforme citado no trabalho de Neubauerová (2012).
30
Ainda segundo Jones (1999), percebe-se que a constituição dos materiais
compósitos pode ser dividida de forma simplificada nas fases matriz e dispersa. A fase
dispersa é representada pelas fibras sintéticas (fornecendo resistência e rigidez) e a
matriz é responsável por unir as fibras, garantir a distribuição da tensão solicitante,
manter a integridade estrutural do sistema, proteger as fibras nela imersas e garantir a
orientação das fibras na direção solicitada.
O material utilizado na matriz não possui função estrutural e geralmente
apresenta menor densidade, rigidez e resistência que as fibras. Este material deve ser
escolhido levando em consideração fatores como o tipo de esforço, tipo de reagente
químico passível de reação, tipo de exposição à qual o material estará submetido,
trabalhabilidade do material e temperatura de exposição. Algumas alternativas
observadas são os materiais poliméricos (poliésteres, vinil-éster, resinas fenólicas,
epóxi), metálicos, cerâmicos e carbono, sendo que o custo e a resistência à
temperatura aumentam na ordem citada.
Conforme indicado por Santos (2006), as resinas mais frequentes são as
termorrígidas, pois apresentam algumas vantagens como resistência à fluência e
deformação sob carregamento, alta estabilidade dimensional, bom isolamento térmico e
elétrico e elevada rigidez. Com a finalidade de reforço estrutural na construção civil, a
resina mais utilizada é o epóxi DGEBA (diglicidil éter de bisfenol A), onde estudos neste
campo revelaram um bom desempenho deste material. Este é convertido em um
material termorrígido a partir da reação com endurecedores, apresentando alta
resistência (devido às ligações cruzadas entre cadeias poliméricas), boa resistência à
abrasão e impactos, estabilidade química e boa impermeabilidade.
3.3.3 Sistemas compósitos laminados
Conforme explicado por Jones (1999), materiais compósitos laminados
consistem em pelo menos duas camadas de materiais diferentes combinados. A
laminação é utilizada com o objetivo de combinar as melhores propriedades de cada
material, de forma a obter um material otimizado. Como resultados positivos
31
observados decorrentes da aplicação de sistemas compósitos laminados, pode-se citar
o aumento de rigidez e resistência, a redução no peso, melhor da estética, além de
melhora na resistência térmica e a corrosão.
3.3.4 Combinação de materiais compósitos
Ainda segundo Jones (1999), os materiais compósitos podem apresentar
características de mais de uma das classificações apresentadas na Figura 3.8. Dessa
forma, materiais laminados reforçados por fibras enquadram-se tanto na classificação
de sistemas compósitos laminados quanto na classificação de sistemas compósitos
fibrosos.
Os materiais compósitos laminados reforçados por fibras consistem em uma
classe híbrida de sistemas compósitos, envolvendo materiais compósitos fibrosos
combinados com técnicas de laminação. Neste tipo de configuração, o material
compósito fibroso é conectado ao material laminado com o objetivo de proporcionar
diferentes características de resistência e rigidez ao material laminado.
3.4 FIBRA VECTRAN®
A fibra Vectran® é uma fibra multifilamento termoplástica de alta performance
obtida de LCP (Polímero de Cristal Líquido), oferecendo um conjunto de propriedades
que não pode ser atingido por outras fibras de alta performance. A Figura 3.11 ilustra
fios desta fibra.
As informações apresentadas nesta seção a respeito desta fibra são baseadas
nos dados apresentados por Vectran® Informational Flyer (2010).
32
Figura 3.11 - Fibra Vectran®
Fonte: Próprio Autor (2014)
3.4.1 Arranjo Químico
As moléculas do polímero LCP são estruturas rígidas organizadas em domínios
ordenados tanto em forma sólida como líquida. Esses domínios ordenados resultam em
um comportamento anisotrópico na forma líquida, originando o termo "liquid crystal
polymer". A fibra é formada pela extrusão do LCP derretido através de capilares, sendo
que durante este processo de extrusão os domínios moleculares estão orientados
paralelamente ao eixo da fibra.
A estrutura altamente orientada resulta em excelentes propriedades tensoras da
fibra, conforme demonstrado na Figura 3.12.
33
Figura 3.12 - Esquema da cadeia de moléculas da fibra
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010) - Adaptada
3.4.2 Estrutura Molecular
A estrutura molecular do LCP pode ser observada na Figura 3.13.
Figura 3.13 - Estrutura molecular do LCP
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010)
Em poliésteres convencionais, as cadeias moleculares são aleatórias e flexíveis,
de forma que fibras obtidas destes materiais devem ser posteriormente orientadas para
obter um melhor resultado nas propriedades relacionadas à tensão. No caso das fibras
Vectran®, a estrutura altamente orientada é obtida diretamente no processo de
34
extrusão, graças a estrutura molecular do LCP e a natureza líquido-cristalina do
polímero utilizado.
A fibra Vectran® é diferente de outras fibras de alta performance como aramida e
polietileno de peso molecular ultra elevado (ultra-high molecular weight polyethylene -
HMPE). Em uma comparação básica, salienta-se que a fibra Vectran® é obtida através
do derretimento do polímero e é um material termotrópico, fundindo quando sujeita a
temperaturas elevadas (próximo a 200ºC). Já a fibra aramida não derrete quando
submetida a temperaturas elevadas e é um liotrópico, necessitando da adição de um
solvente ao material base para ser produzida. A fibra obtida do HMPE é produzida com
adição de um gel e derrete quando submetida à baixas temperaturas.
3.4.3 Propriedades de Resistência
Comparada com os metais convencionais que podem ser utilizados para reforçar
estruturas, as fibras Vectran® apresentam uma grande vantagem em termos de relação
resistência por peso (apresentando baixa densidade e elevada resistência). Nas
Tabelas 3.5 e 3.6, pode-se observar as propriedades de resistência de alguns materiais
utilizados como reforço, bem como as propriedades mecânicas médias do filamento
Vectran®.
35
Tabela 3.5 - Comparação de propriedades de materiais utilizados como reforço
Material Densidade
(g.cm-3
)
Tensão de
Ruptura (GPa)
Comprimento
de Ruptura
(1)
Módulo de
Elasticidade
(GPa)
Módulo
Específico
(2)
Vectran® NT 1,4 1,1 79 52 3700
Vectran® HT 1,4 3,2 229 75 5300
Vectran® UM 1,4 3,0 215 103 7400
Titânio 4,5 1,3 29 110 2500
Aço Inox 7,9 2,0 26 210 2700
Alumínio 2,8 0,6 22 70 2600
Fibra de
Vidro 2,6 3,4 130 72 2800
Fibra de
Grafite AS4 1,8 4,3 240 230 13000
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010)
(1) - Corresponde ao comprimento (em km) da fibra que poderia ser mantido em uma direção
vertical sem que ocorra o rompimento da fibra.
(2) - Corresponde à relação Módulo de Elasticidade/Densidade, dividida pela força gravitacional
nas unidades do SI. O valor aumenta à medida que a rigidez aumenta e a densidade diminui.
Tabela 3.6 - Propriedades mecânicas médias do filamento Vectran®
Vectran® HT Vectran
® UM
Tensão de Ruptura (GPa) 3,2 3,0
Módulo Inicial (GPa) 75 103
Deformação de ruptura (%) 3,8 3,8
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010)
3.4.4 Propriedades Térmicas
Quando comparadas com fibras aramida, as fibras Vectran® demonstram um
bom desempenho, apresentando os seguintes resultados:
- Adequado LOI – Limiting Oxygen Index – Índice Limite de Oxigênio (refere-se a
quantidade de oxigênio necessário na atmosfera para suportar a combustão) e baixa
geração de fumaça;
36
- Baixa retração térmica;
- Adequada manutenção da constituição em testes de inflamabilidade vertical;
- Adequada manutenção de resistência após exposição ao ar quente;
- Coeficiente de expansão térmica negativo e baixo;
- Excelente manutenção das propriedades em uma ampla variação de
temperaturas.
As Tabelas 3.7 e 3.8 demonstram, respectivamente, a comparação de
propriedades térmicas das fibras Vectran® e aramida e a recuperação da umidade de
equilíbrio destas duas fibras.
Tabela 3.7 – Comparação de propriedades: Fibras Vectran® e aramida
Vectran® Aramida
HT UM Padrão Módulo Elevado
LOI – Índice limite de oxigênio
( Low Oxigen Index) 28 30 30 30
HAS - Contração ao ar quente
(Hot Air Shrink, 180 ºC, 30 min.), % < 0.2 < 0.1 < 0.2 < 0.1
BWS - Contração em água fervendo
(Boiling water shrinkage, 100 ºC, 30 min.), % < 0.2 < 0.1 < 0.2 < 0.1
Temperatura com retenção de 50% da
resistência, ºC 145 150 400 230
TGA - Análise termogravimétrica (Thermal
gravimetric analysis - 20% weight loss, ºC) > 450 > 450 > 450 > 450
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010)
Tabela 3.8 – Recuperação da umidade de equilíbrio
Vectran® Aramida
Temperatura
(ºC) Umidade Relativa (%) HT UM Padrão Módulo Elevado
20 65 < 0.1 < 0.1 4.2 4.1
20 80 < 0.1 < 0.1 4.8 4.8
20 90 < 0.1 < 0.1 5.4 5.5
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010) - Adaptada
37
Uma vez que a capacidade de manter as propriedades mecânicas durante ou
após a exposição térmica é de extrema importância nas mais variadas aplicações, é
relevante conhecer o comportamento das fibras utilizadas nestas situações. As Figuras
3.14 a 3.20 fornecem uma comparação entre as fibras Vectran® e aramida, expondo a
resistência das fibras em determinadas situações. A comparação com a fibra aramida
ocorre devido à concorrência direta entre os dois materiais no mercado internacional.
A Figura 3.14 refere-se à resistência em temperaturas elevadas, quando
submetida simultaneamente ao carregamento mecânico e térmico. Já a Figura 3.15
evidencia a resistência da fibra testada à temperatura ambiente, após ser submetida
por 24 horas a uma temperatura elevada. Percebe-se que, durante a exposição térmica
as fibras aramida demonstram-se mais eficientes. No entanto, quando solicitadas após
exposição térmica as fibras Vectran® apresentam melhor manutenção da tenacidade.
Figura 3.14 – Resistência à temperaturas elevadas
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010) - Adaptada
38
Figura 3.15 – Resistência após exposição térmica
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010) - Adaptada
Salienta-se que em ocasiões em que ocorre uma exposição cíclica ou de longa
duração ao efeito térmico a fibra Vectran® possui um grande período de vida útil. As
Figuras 3.16 e 3.17 demonstram, respectivamente, que a perda de resistência da fibra é
quase nula quando exposta a 120 ºC por vários ciclos e que quando submetida
ciclicamente à temperaturas ainda mais elevadas, a fibra Vectran® é superior a fibra
aramida quando se trata de perda de resistência.
Também são demonstradas outras duas situações comparando as fibras nas
Figuras 3.18 e 3.19. No primeiro caso avalia-se a exposição à temperaturas elevadas e
no segundo caso a exposição ao vapor. Em ambas a situações, a fibra Vectran® é mais
eficiente.
39
Figura 3.16 – Tenacidade da fibra Vectran® HT
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010) - Adaptada
Figura 3.17 – Tenacidade do fio Vectran® HT 1500/300
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010) - Adaptada
40
Figura 3.18 – Tenacidade após exposição térmica (250º C)
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010) - Adaptada
Figura 3.19 – Tenacidade após exposição à vapor (120 ºC)
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010) - Adaptada
Quando analisada a temperaturas baixas, a fibra Vectran® também se destaca,
apresentando um comportamento diferenciado. Pode-se perceber, pela Figura 3.20 a
seguir, que a fibra Vectran® apresenta um ganho de resistência nos testes realizados à
-62 ºC.
41
Figura 3.20 – Propriedades à baixas temperaturas
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010) - Adaptada
Finalmente, expõe-se nas Tabelas 3.9 e 3.10 a condutividade térmica da fibra e o
coeficiente de expansão térmica negativo, sendo que este último facilita o controle
dimensional dos compostos.
Tabela 3.9 – Condutividade térmica da fibra Vectran® HT
Direção Temperatura Densidade
Calor
Específico Condutividade Térmica
ºC g/cm-3
J/kg.ºK W/m.ºK 10-3
cal/cm.s.ºC
Longitudinal 23 1.4 1100 1.5 3.5
Longitudinal 100 1.4 1420 2.0 4.7
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010)
Tabela 3.10 – Coeficiente de expansão térmica (CTE) da fibra Vectran® HT
Temperatura Direção CTE (m/m.ºC)
-150 a 100 ºC Longitudinal -4.8 x 10-6
100 a 200 ºC Longitudinal -11.6 x 10-6
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010)
42
3.4.5 Alongamento
A análise do alongamento do material é de extrema importância, principalmente
quando este será submetido a um carregamento de longa duração. O gráfico da Figura
3.21, obtido de ensaios realizados em filamentos submetidos a carregamentos de até
30% da carga de ruptura (a temperatura ambiente), apresenta a deformação lenta
observada do material.
Figura 3.21 – Comportamento do material - 30% da carga de ruptura
Fonte: Vectran® Informational Flyer (2010) - Adaptada
43
4 ESTUDO ANALÍTCO
4.1 MATERIAIS
Uma vez que o escopo desta seção trata de uma análise teórica do
comportamento de vigas reforçadas, os materiais necessários para a execução do
estudo foram o compilador Dev-C++ (BloodshedSoftware, 2014) e as 24 seções de
vigas teóricas apresentadas nas Figuras 4.1 a 4.8. Em relação às configurações das
seções propostas, tem-se:
- variação da espessura da camada de reforço entre valores próximos a 1,0% e
3,5% da seção transversal, com o objetivo de avaliar os ganhos de rigidez e resistência;
- utilização de duas espécies diferentes de madeira, uma vez que se espera que
resultados mais significativos sejam observados em madeiras de menor resistência;
- variação das dimensões da seção e do comprimento do vão livre, com o
objetivo de avaliar se há situações onde o reforço resulta em um ganho mais
significativo.
Também por tratar-se de modelação teórica, foram utilizadas as propriedades da
madeira encontradas na ABNT-NBR 7190 (1997), na condição padrão de referência,
sem comprometimento dos resultados.
Figura 4.1 - Vigas Teóricas 1 a 3 - Conífera Classe C25 com 400 cm de comprimento
Fonte: Próprio Autor (2014)
44
Figura 4.2 - Vigas Teóricas 4 a 6 - Dicotiledônea Classe C40 com 400 cm de comprimento
Fonte: Próprio Autor (2014)
Figura 4.3 - Vigas Teóricas 7 a 9 - Conífera Classe C25 com 300 cm de comprimento
Fonte: Próprio Autor (2014)
Figura 4.4 - Vigas Teóricas 10 a 12 - Dicotiledônea Classe C40 com 300 cm de comprimento
Fonte: Próprio Autor (2014)
45
Figura 4.5 - Vigas Teóricas 13 a 15 - Conífera Classe C25 com 400 cm de comprimento
Fonte: Próprio Autor (2014)
Figura 4.6 - Vigas Teóricas 16 a 18 - Dicotiledônea Classe C40 com 400 cm de comprimento
Fonte: Próprio Autor (2014)
Figura 4.7 - Vigas Teóricas 19 a 21 - Conífera Classe C25 com 600 cm de comprimento
Fonte: Próprio Autor (2014)
46
Figura 4.8 - Vigas Teóricas 22 a 24 - Dicotiledônea Classe C40 com 600 cm de comprimento
Fonte: Próprio Autor (2014)
4.2 MÉTODO DE ANÁLISE
O método de análise adotado foi aquele proposto por Romani e Blaß (2001),
demonstrado no item 3.2.2. O método abrange a variação do comportamento da seção
transversal de uma viga de madeira laminada colada reforçada, onde esta apresenta
deformações plásticas na região de compressão, divergindo do modelo tradicional
elástico-linear apresentado por elementos de madeira. A escolha do método é
justificada pelo trabalho exposto por Romani e Blaß (2001), onde foram executadas
análises experimentais com resultados bastante próximos aos obtidos pelo modelo
teórico, tornando-o aplicável a esta situação.
De acordo com Almeida et al (1986), a relação entre a resistência à compressão
e a resistência à tração da madeira (fc0,k/ft0,k) deve ser considerada igual a 0,77 - valor
também considerado pela ABNT-NBR 7190 (1997). Embora não exista uma norma
específica para o dimensionamento de estruturas em madeira laminada colada no
Brasil, a norma ABNT-NBR 7190 (1997) recomenda que a espessura das lâminas não
exceda 30 mm, condição adotada neste trabalho.
Para satisfazer os objetivos propostos por este estudo, foram criadas as seções
teóricas demonstradas no item 4.1, buscando variar as dimensões da seção
47
transversal, a espécie da madeira e a espessura da camada de reforço. Considerando
os modos de ruptura possíveis, as equações demonstradas no item 3.2.2 foram
programadas com auxílio do software Dev-C++, permitindo determinar o momento
último resistente e a rigidez à flexão de cada uma das seções propostas no item 4.1.
Além disso, é possível determinar o aumento de rigidez ocasionado pela aplicação da
camada de fibras, bem como a altura necessária de uma viga não reforçada para atingir
a mesma resistência do elemento com camada de reforço.
Finalmente, inserindo também no programa as propriedades mecânicas das
fibras de vidro e de carbono, torna-se possível comparar os resultados obtidos pela
aplicação destes diferentes materiais com os da fibra Vectran®. A comparação do custo
necessário também é viável, utilizando como dados de entrada o custo de cada material
envolvido. É importante salientar que para a finalidade proposta, foram utilizados os
valores característicos de resistência. Portanto, deve-se atentar para os coeficientes e
reduções aplicáveis a cada caso específico indicados na norma ABNT-NBR 7190
(1997) nas situações de dimensionamento estrutural, uma vez que estes não foram
considerados neste estudo.
4.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
4.3.1 Análise das vigas teóricas
A análise com o código programado permite determinar o ganho de resistência e
rigidez decorrente da aplicação da camada de reforço nas vigas teóricas de madeira
laminada colada, bem como comparar os resultados obtidos decorrentes do emprego
da fibra Vectran® com aqueles obtidos pelo emprego de fibras de vidro e carbono, que
são as alternativas mais utilizadas atualmente. As propriedades mecânicas das fibras
utilizadas são aquelas exibidas nas Tabelas 3.4 e 3.5. Já as propriedades mecânicas
das madeiras utilizadas são aquelas apresentadas nas Tabelas 3.2 e 3.3.
Com o objetivo de viabilizar análises de peso e custo da estrutura resultante e
suas respectivas variações entre alternativas possíveis, foram adotadas as espécies
48
Pinus caribea para representar uma conífera classe C25 e a espécie Eucalyptus
grandis para representar uma dicotiledônea classe C40, de forma que a densidade
conhecida destas espécies e das fibras estudadas possibilitou estimar o peso da
estrutura resultante. Além disso, foi possível estimar o custo destas espécies e das
fibras sintéticas, permitindo a observação da variação do custo estimado.
É importante salientar que a escolha destas espécies foi utilizada exclusivamente
para avaliar custo e peso, não interferindo nas propriedades da madeira utilizadas na
análise. Estas por sua vez, foram obtidas das tabelas 3.2 e 3.3, conforme já citado.
Para a estimativa de custo das madeiras utilizadas foi realizada uma pesquisa de
mercado. O custo médio por metro quadrado para lâminas entre 1,5 cm e 3 cm foi de
R$ 39,92/m2 para lâminas de Pinus e R$ 188,80/m2 para lâminas de Eucalipto.
Já a estimativa de custo por metro quadrado do material deu-se a partir das
informações a seguir, considerando a cotação de US$1,00 = R$2,62 (17/01/2015).
- Fibra Vectran (Fonte das Informações: Kuraray South America)
Custo médio = US$ 50 / kg
densidade = 1,4 g/cm3 (Tabela 3.5) = 1400 kg/m3
Custo médio = US$ 70000,00/m3 = R$ 183400.00/m3
- Fibra de Carbono (Fonte das Informações: Fibermax Composites)
Custo médio considerando rolo de 100 m x 0,50 m (C130P - taxa de 130 g / m2)
= US$ 12,71 / m2
Preço por kg = 12,71 / 0,130 = US$ 97,77 / kg
densidade = 1,75 g/cm3 (Tabela 3.4) = 1750 kg/m3
Custo médio = US$ 171097,50/m3 = R$ 448275,45/m3
- Fibra de Vidro (Fonte das Informações: Fibermax Composites)
Custo médio considerando rolo de 100 m x 0,50 m (G162 - taxa de 162 g / m2) =
US$ 2,87 / m2
Preço por kg = 2,87 / 0,162 = US$ 17,72 / kg
49
densidade = 2,55 g/cm3 (Tabela 3.4) = 2550 kg/m3
Custo médio = US$ 45186,00/m3 = R$ 118387,32/m3
É importante salientar que embora o conhecimento de valores de custo e
densidade estimados tornem a observação destes critérios viável, o resultado obtido
não pode ser tomado como valor real em nenhuma das situações. Em relação ao custo,
o processo de aplicação do reforço não envolve apenas o custo do material, mas
também a mão de obra envolvida na preparação e aplicação da camada. De forma
similar, ao adotar uma viga não reforçada com seção transversal de maior área, será
necessário aplicar mais adesivo, aumentando o custo. Já em relação ao peso, deve-se
lembrar também que também fazem parte do elemento os materiais de interface entre
as lâminas de madeira, bem como entre lâmina e fibra, cujas densidades não foram
consideradas neste trabalho.
Nas Tabelas 4.1 a 4.58 apresentam-se os parâmetros de entrada e os resultados
obtidos para as viga teóricas VT-1 a VT-24. Nestas tabelas, “e” representa a espessura
das lâminas de madeira ou da camada de reforço.
Tabela 4.1 - Parâmetros de Entrada VT-1
VT-1
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
40,75 20,00 2,00 20 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 0,75 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 0,75 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 0,75 2200 1,75 448275,45
50
Tabela 4.2 - Resultados Obtidos VT-1
VT-1
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 25981,57 23869,31 31560,02
Mu viga sem reforço (kN.cm) 17447,94 17447,94 17447,94
Ganho de resistência (%) 48,91 36,80 80,88
Ganho de rigidez (kEI) 48,88 19,44 306,30
Custo estimado da viga reforçada (R$) 1739,12 1349,04 3328,37
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 798,40 766,46 894,21
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 2395,20 1756,48 4407,17
Peso estimado da viga reforçada (kg) 168,40 175,30 170,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 200,00 192,00 224,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 600,00 440,00 1104,00
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.3 - Parâmetros de Entrada VT-2
VT-2
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
41,00 20,00 2,00 20 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,00 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 1,00 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Carbono 200000 1,00 2200 1,75 448275,45
51
Tabela 4.4 - Resultados Obtidos VT-2
VT-2
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 28286,71 25818,37 33886,15
Mu viga sem reforço (kN.cm) 17662,68 17662,68 17662,68
Ganho de resistência (%) 60,15 46,17 91,85
Ganho de rigidez (kEI) 91,86 36,97 550,05
Custo estimado da viga reforçada (R$) 2105,92 1585,82 4224,92
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 830,34 798,40 926,14
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 2970,05 2203,58 5365,25
Peso estimado da viga reforçada (kg) 171,20 180,40 174,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 208,00 200,00 232,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 744,00 552,00 1344,00
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.5 - Parâmetros de Entrada VT-3
VT-3
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
41,25 20,00 2,00 20 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,25 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 1,25 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,25 2200 1,75 448275,45
52
Tabela 4.6 - Resultados Obtidos VT-3
VT-3
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 30251,17 27577,88 35376,38
Mu viga sem reforço (kN.cm) 17878,74 17878,74 17878,74
Ganho de resistência (%) 69,20 54,25 97,87
Ganho de rigidez (kEI) 147,77 60,38 853,97
Custo estimado da viga reforçada (R$) 2472,72 1822,59 5121,47
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 862,27 830,34 958,08
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 3512,96 2586,82 6259,46
Peso estimado da viga reforçada (kg) 174,00 185,50 177,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 216,00 208,00 240,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 880,00 648,00 1568,00
Atinge deformação última de
compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.7 - Parâmetros de Entrada VT-4
VT-4
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
40,75 20,00 2,00 20 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 0,75 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 0,75 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Carbono 200000 0,75 2200 1,75 448275,45
53
Tabela 4.8 - Resultados Obtidos VT-4
VT-4
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 33739,64 31927,61 39593,59
Mu viga sem reforço (kN.cm) 27874,80 27874,80 27874,80
Ganho de resistência (%) 21,04 14,54 42,04
Ganho de rigidez (kEI) 4,02 2,00 29,61
Custo estimado da viga reforçada (R$) 4121,20 3731,12 5710,45
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 3473,92 3322,88 3776,00
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 4984,32 3927,04 9666,56
Peso estimado da viga reforçada (kg) 264,40 271,30 266,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 294,40 281,60 320,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 422,40 322,80 819,20
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.9 - Parâmetros de Entrada VT-5
VT-5
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
41,00 20,00 2,00 20 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,00 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 1,00 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,00 2200 1,75 448275,45
54
Tabela 4.10 - Resultados Obtidos VT-5
VT-5
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 35826,54 33515,05 42983,56
Mu viga sem reforço (kN.cm) 28217,87 28217,87 28217,87
Ganho de resistência (%) 26,96 18,77 52,33
Ganho de rigidez (kEI) 7,10 3,01 56,14
Custo estimado da viga reforçada (R$) 4488,00 3967,90 6607,00
Custo estimado da viga sem reforço
com mesma resistência (R$) 3624,96 3473,92 3927,04
Custo estimado da viga sem reforço
com mesma rigidez (R$) 6041,60 4531,20 11932,16
Peso estimado da viga reforçada (kg) 267,20 276,40 270,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 307,20 294,40 332,80
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 512,00 384,00 1011,20
Atinge deformação última de
compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.11 - Parâmetros de Entrada VT-6
VT-6
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
41,25 20,00 2,00 20 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,25 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 1,25 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,25 2200 1,75 448275,45
55
Tabela 4.12 - Resultados Obtidos VT-6
VT-6
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 37813,73 35053,10 45976,81
Mu viga sem reforço (kN.cm) 28563,04 28563,04 28563,04
Ganho de resistência (%) 32,39 22,72 60,97
Ganho de rigidez (kEI) 11,38 4,44 91,13
Custo estimado da viga reforçada (R$) 4854,80 4204,67 7503,55
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 3624,96 3473,92 4078,08
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 7098,88 5135,36 14046,72
Peso estimado da viga reforçada (kg) 270,00 281,50 273,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 307,20 294,40 345,60
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 601,60 435,20 1190,40
Atinge deformação última de
compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.13 - Parâmetros de Entrada VT-7
VT-7
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
30,25 10,00 3,00 10 300
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 0,25 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 0,25 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 0,25 2200 1,75 448275,45
56
Tabela 4.14 - Resultados Obtidos VT-7
VT-7
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 5752,05 5499,00 6554,42
Mu viga sem reforço (kN.cm) 4807,39 4807,39 4807,39
Ganho de resistência (%) 19,65 14,39 36,34
Ganho de rigidez (kEI) 7,71 3,41 51,26
Custo estimado da viga reforçada (R$) 257,31 208,55 455,97
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 143,71 131,74 143,71
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 239,52 191,62 455,09
Peso estimado da viga reforçada (kg) 46,05 46,91 46,31
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 54,00 49,50 54,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 90,00 72,00 171,00
Atinge deformação última de
compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.15 - Parâmetros de Entrada VT-8
VT-8
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
30,50 10,00 3,00 10 300
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 0,50 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 0,50 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Carbono 200000 0,50 2200 1,75 448275,45
57
Tabela 4.16 - Resultados Obtidos VT-8
VT-8
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 6604,04 6177,99 7757,10
Mu viga sem reforço (kN.cm) 4887,18 4887,18 4887,18
Ganho de resistência (%) 35,13 26,41 58,72
Ganho de rigidez (kEI) 36,03 14,34 228,23
Custo estimado da viga reforçada (R$) 394,86 297,34 792,17
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 143,71 143,71 155,69
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 407,18 299,40 754,49
Peso estimado da viga reforçada (kg) 47,10 48,83 47,63
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 54,00 54,00 58,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 153,00 112,50 283,50
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.17 - Parâmetros de Entrada VT-9
VT-9
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
30,75 10,00 3,00 10 300
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 0,75 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 0,75 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 0,75 2200 1,75 448275,45
58
Tabela 4.18 - Resultados Obtidos VT-9
VT-9
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 7301,28 6771,66 8496,30
Mu viga sem reforço (kN.cm) 4967,63 4967,63 4967,63
Ganho de resistência (%) 46,98 36,32 71,03
Ganho de rigidez (kEI) 87,72 35,39 521,87
Custo estimado da viga reforçada (R$) 532,41 386,13 1128,38
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 155,69 143,71 167,66
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 550,90 407,18 994,01
Peso estimado da viga reforçada (kg) 48,15 50,74 48,94
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 58,50 54,00 63,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 207,00 153,00 373,50
Atinge deformação última de compressão NAO NÃO NÃO
Tabela 4.19 - Parâmetros de Entrada VT-10
VT-10
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
30,25 10,00 3,00 10 300
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 0,25 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
vidro 76000 0,25 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 0,25 2200 1,75 448275,45
59
Tabela 4.20 - Resultados Obtidos VT-10
VT-10
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 8293,60 8099,64 8956,58
Ganho de resistência (%) 7,99 5,46 16,62
Mu viga sem reforço (kN.cm) 7680,29 7680,29 7680,29
Ganho de rigidez (kEI) 1,37 1,12 4,85
Custo estimado da viga reforçada (R$) 703,95 655,19 902,61
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 623,04 623,04 623,04
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 679,68 623,04 1019,52
Peso estimado da viga reforçada (kg) 73,05 73,91 73,31
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 79,20 79,20 79,20
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 86,40 79,20 129,60
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.21 - Parâmetros de Entrada VT-11
VT-11
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
30,50 10,00 3,00 10 300
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 0,50 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
vidro 76000 0,50 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 0,50 2200 1,75 448275,45
60
Tabela 4.22 - Resultados Obtidos VT-11
VT-11
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 8986,77 8622,63 10164,43
Mu viga sem reforço (kN.cm) 7807,76 7807,76 7807,76
Ganho de resistência (%) 15,10 10,44 30,18
Ganho de rigidez (kEI) 3,14 1,69 21,82
Custo estimado da viga reforçada (R$) 841,50 743,98 1238,81
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 623,04 623,04 679,68
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 849,60 736,32 1642,56
Peso estimado da viga reforçada (kg) 74,10 75,83 74,63
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 79,20 79,20 86,40
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 108,00 93,60 208,80
Atinge deformação última de
compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.23 - Parâmetros de Entrada VT-12
VT-12
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
30,75 10,00 3,00 10 300
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 0,75 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 0,75 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Carbono 200000 0,75 2200 1,75 448275,45
61
Tabela 4.24 - Resultados Obtidos VT-12
VT-12
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 9635,44 9123,72 11193,19
Mu viga sem reforço (kN.cm) 7936,28 7936,28 7936,28
Ganho de resistência (%) 21,44 14,96 41,04
Ganho de rigidez (kEI) 6,80 2,88 53,70
Custo estimado da viga reforçada (R$) 979,05 832,77 1575,02
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 679,68 623,04 736,32
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 1132,80 849,60 2208,96
Peso estimado da viga reforçada (kg) 75,15 77,74 75,94
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 86,40 79,20 93,60
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 144,00 108,00 280,80
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.25 - Parâmetros de Entrada VT-13
VT-13
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
40,75 20,00 2,50 16 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 0,75 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 0,75 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 0,75 2200 1,75 448275,45
62
Tabela 4.26 - Resultados Obtidos VT-13
VT-13
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 25497,01 23514,61 30700,42
Mu viga sem reforço (kN.cm) 17447,94 17447,94 17447,94
Ganho de resistência (%) 46,13 34,77 75,95
Ganho de rigidez (kEI) 48,36 19,24 302,59
Custo estimado da viga reforçada (R$) 1208,53 915,97 2400,47
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 479,04 455,09 526,94
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 1437,12 1053,89 2634,72
Peso estimado da viga reforçada (kg) 126,30 131,47 127,88
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 150,00 142,50 165,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 450,00 330,00 825,00
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.27 - Parâmetros de Entrada VT-14
VT-14
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
41,00 20,00 2,50 16 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,00 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
vidro 76000 1,00 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,00 2200 1,75 448275,45
63
Tabela 4.28 - Resultados Obtidos VT-14
VT-14
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 27667,79 25358,32 32892,61
Mu viga sem reforço (kN.cm) 17662,68 17662,68 17662,68
Ganho de resistência (%) 56,65 43,57 86,23
Ganho de rigidez (kEI) 90,83 36,58 543,04
Custo estimado da viga reforçada (R$) 1483,63 1093,56 3072,88
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 502,99 479,04 550,90
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 1772,45 1317,36 3209,57
Peso estimado da viga reforçada (kg) 128,40 135,30 130,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 157,50 150,00 172,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 555,00 412,50 1005,00
Atinge deformação última de
compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.29 - Parâmetros de Entrada VT-15
VT-15
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
41,25 20,00 2,50 16 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,25 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
vidro 76000 1,25 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,25 2200 1,75 448275,45
64
Tabela 4.30 - Resultados Obtidos VT-15
VT-15
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 29516,39 27020,74 34327,61
Mu viga sem reforço (kN.cm) 17878,74 17878,74 17878,74
Ganho de resistência (%) 65,09 51,13 92,00
Ganho de rigidez (kEI) 146,03 59,71 842,67
Custo estimado da viga reforçada (R$) 1758,73 1271,14 3745,30
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 526,94 502,99 550,90
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 2083,82 1556,88 3736,51
Peso estimado da viga reforçada (kg) 130,50 139,13 133,13
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 165,00 157,50 172,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 652,50 487,50 1170,00
Atinge deformação última de
compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.31 - Parâmetros de Entrada VT-16
VT-16
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
40,75 20,00 2,50 16 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 0,75 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 0,75 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 0,75 2200 1,75 448275,45
65
Tabela 4.32 - Resultados Obtidos VT-16
VT-16
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 33426,81 31714,30 38939,21
Mu viga sem reforço (kN.cm) 27874,80 27874,80 27874,80
Ganho de resistência (%) 19,92 13,77 39,69
Ganho de rigidez (kEI) 3,98 1,98 29,31
Custo estimado da viga reforçada (R$) 3517,04 3126,96 5106,29
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 2718,72 2718,72 3020,80
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 3927,04 3171,84 7703,04
Peso estimado da viga reforçada (kg) 264,40 271,30 266,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 288,00 288,00 320,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 416,00 336,00 816,00
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.33 - Parâmetros de Entrada VT-17
VT-17
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
41,00 20,00 2,50 16 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,00 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 1,00 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,00 2200 1,75 448275,45
66
Tabela 4.34 - Resultados Obtidos VT-17
VT-17
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 35415,59 33233,92 42139,63
Mu viga sem reforço (kN.cm) 28217,87 28217,87 28217,87
Ganho de resistência (%) 25,51 17,78 49,34
Ganho de rigidez (kEI) 7,02 2,98 55,54
Custo estimado da viga reforçada (R$) 3883,84 3363,74 6002,84
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 2869,76 2718,72 3171,84
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 4833,28 3624,96 9515,52
Peso estimado da viga reforçada (kg) 267,20 276,40 270,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 304,00 288,00 336,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 512,00 384,00 1008,00
Atinge deformação última de
compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.35 - Parâmetros de Entrada VT-18
VT-18
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
41,25 20,00 2,50 16 400
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,25 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
vidro 76000 1,25 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,25 2200 1,75 448275,45
67
Tabela 4.36 - Resultados Obtidos VT-18
VT-18
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 37308,44 34705,91 44962,19
Mu viga sem reforço (kN.cm) 28563,04 28563,04 28563,04
Ganho de resistência (%) 30,62 21,51 57,41
Ganho de rigidez (kEI) 11,26 4,39 90,10
Custo estimado da viga reforçada (R$) 4250,64 3600,51 6899,39
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 2869,76 2869,76 3171,84
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 5588,48 4229,12 11176,96
Peso estimado da viga reforçada (kg) 270,00 281,50 273,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 304,00 304,00 336,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 592,00 448,00 1184,00
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.37 - Parâmetros de Entrada VT-19
VT-19
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
61,00 25,00 3,00 20 600
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,00 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 1,00 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,00 2200 1,75 448275,45
68
Tabela 4.38 - Resultados Obtidos VT-19
VT-19
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 70686,95 65182,66 85897,37
Mu viga sem reforço (kN.cm) 48871,83 48871,83 48871,83
Ganho de resistência (%) 44,64 33,37 75,76
Ganho de rigidez (kEI) 37,58 14,93 239,68
Custo estimado da viga reforçada (R$) 3948,60 2973,41 7921,73
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 1497,00 1437,12 1616,76
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 4131,72 3053,88 7604,76
Peso estimado da viga reforçada (kg) 471,00 488,25 476,25
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 562,50 540,00 607,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 1552,50 1147,50 2857,50
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.39 - Parâmetros de Entrada VT-20
VT-20
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
61,25 25,00 3,00 20 600
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,25 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
vidro 76000 1,25 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,25 2200 1,75 448275,45
69
Tabela 4.40 - Resultados Obtidos VT-20
VT-20
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 75345,24 69020,42 91263,80
Mu viga sem reforço (kN.cm) 49273,24 49273,24 49273,24
Ganho de resistência (%) 52,91 40,08 85,22
Ganho de rigidez (kEI) 61,71 24,61 380,42
Custo estimado da viga reforçada (R$) 4636,35 3417,36 9602,76
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 1556,88 1497,00 1676,64
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 4850,28 3592,80 8862,24
Peso estimado da viga reforçada (kg) 476,25 497,81 482,81
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 585,00 562,50 630,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 1822,50 1350,00 3330,00
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.41 - Parâmetros de Entrada VT-21
VT-21
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
61,50 25,00 3,00 20 600
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C25 8500 32,5 25,0 0,50 39,92
Reforço -
Vectran®
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,50 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
vidro 76000 1,50 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,50 2200 1,75 448275,45
70
Tabela 4.42 - Resultados Obtidos VT-21
VT-21
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 79556,36 72614,15 95304,80
Mu viga sem reforço (kN.cm) 49676,29 49676,29 49676,29
Ganho de resistência (%) 60,15 46,17 91,85
Ganho de rigidez (kEI) 91,86 36,97 550,05
Custo estimado da viga reforçada (R$) 5324,10 3861,31 11283,80
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 1556,88 1497,00 1736,52
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 5568,84 4131,72 10059,84
Peso estimado da viga reforçada (kg) 481,50 507,38 489,38
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 585,00 562,50 652,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 2092,50 1552,50 3780,00
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.43 - Parâmetros de Entrada VT-22
VT-22
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
61,00 25,00 3,00 20 600
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,00 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 1,00 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,00 2200 1,75 448275,45
71
Tabela 4.44 - Resultados Obtidos VT-22
VT-22
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 74298,33 70621,39 86336,35
Mu viga sem reforço (kN.cm) 62462,05 62462,05 62462,05
Ganho de resistência (%) 18,95 13,06 38,22
Ganho de rigidez (kEI) 3,26 1,75 22,73
Custo estimado da viga reforçada (R$) 6732,00 5951,85 9910,51
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 5210,88 4984,32 5437,44
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 7023,36 5664,00 13140,48
Peso estimado da viga reforçada (kg) 592,80 606,60 597,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 662,40 633,60 691,20
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 892,80 720,00 1670,40
Atinge deformação última de compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.45 - Parâmetros de Entrada VT-23
VT-23
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
61,25 25,00 3,00 20 600
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,25 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vidro 76000 1,25 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
Fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,25 2200 1,75 448275,45
72
Tabela 4.46 - Resultados Obtidos VT-23
VT-23
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 77504,54 73040,21 91730,35
Mu viga sem reforço (kN.cm) 62975,09 62975,09 62975,09
Ganho de resistência (%) 23,07 15,98 45,66
Ganho de rigidez (kEI) 4,92 2,29 37,49
Custo estimado da viga reforçada (R$) 7282,20 6307,01 11255,33
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 5210,88 4984,32 5664,00
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 7929,60 6117,12 15632,64
Peso estimado da viga reforçada (kg) 597,00 614,25 602,25
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 662,40 633,60 720,00
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 1008,00 777,60 1987,20
Atinge deformação última de
compressão NÃO NÃO NÃO
Tabela 4.47 - Parâmetros de Entrada VT-24
VT-24
Parâmetros de Entrada
Seção h0 (cm) b (cm) e lâminas (cm) n lâminas l (cm)
61,50 25,00 3,00 20 600
Madeira Classe E (MPa) ft (MPa) fc (MPa) (g/cm
3) (R$/m
2)
C40 19500 51,9 40,0 0,80 188,80
Reforço -
Vectran®
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
Vectran® 103000 1,50 3000 1,4 183400,00
Reforço -
Vidro
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
vidro 76000 1,50 900 2,55 118387,32
Reforço -
Carbono
fibra E (MPa) e camada (cm) ft (MPa) (g/cm3) (R$/m
3)
carbono 200000 1,50 2200 1,75 448275,45
73
Tabela 4.48 - Resultados Obtidos VT-24
VT-24
Resultados Obtidos
Vectran® Vidro Carbono
Mu (kN.cm) 80609,49 75408,87 96713,01
Mu viga sem reforço (kN.cm) 63490,22 63490,22 63490,22
Ganho de resistência (%) 26,96 18,77 52,33
Ganho de rigidez (kEI) 7,10 3,01 56,14
Custo estimado da viga reforçada (R$) 7832,40 6662,17 12600,13
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (R$) 5437,44 5210,88 5890,56
Custo estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (R$) 9062,40 6796,80 17898,24
Peso estimado da viga reforçada (kg) 601,20 621,90 607,50
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma resistência (kg) 691,20 662,40 748,80
Peso estimado da viga sem reforço com
mesma rigidez (kg) 1152,00 864,00 2275,20
Atinge deformação última de
compressão NÃO NÃO NÃO
4.3.2 Análise Gráfica
Nesta seção são apresentados gráficos gerados a partir da análise descrita na
seção 4.3.1. Desse modo, torna-se possível comparar visualmente a aplicação das
diferentes alternativas de fibras sintéticas, bem como sintetizar os resultados,
evidenciando os aspectos mais importantes.
A Figura 4.9 apresenta o momento último resistente de cada uma das vigas
teóricas analisadas. Percebe-se que a fibra mais eficiente para aumentar a resistência
das vigas de madeira é a fibra de carbono. Este tipo de reforço proporcionou um
aumento médio na resistência cerca de 18% superior ao proporcionado pelo reforço
com fibras Vectran® e 26% superior ao proporcionado pelo reforço com fibras de vidro.
Observou-se, também, que o aumento médio na resistência proporcionado pelo reforço
74
com fibras Vectran® foi cerca de 7% superior ao proporcionado pelo reforço com fibras
de vidro.
Figura 4.9 – Momento último resistente (kN.cm)
Fonte: Próprio Autor (2015)
Este ganho de resistência pode ser observado de forma mais detalhada na
Figura 4.10, que apresenta a relação entre o momento último resistente de vigas
reforçadas com o momento último resistente de uma viga de mesma seção, sem
reforço. Os ganhos de resistência médio observados são de aproximadamente 36%
para fibra Vectran®, 27% para fibra de vidro e 61% para fibra de carbono. Cita-se que,
conforme esperado, o ganho de resistência foi maior para os casos onde a madeira
analisada era do tipo conífera classe C25, pois esta apresenta valores de resistência e
rigidez inferiores ao tipo dicotiledônea classe C40. Considerando somente as vigas de
classe C25, os ganhos de resistência médio observados são de aproximadamente
50,47% para fibra Vectran®, 38,62% para fibra de vidro e 78,64% para fibra de carbono
A análise deste aspecto confirma que o ganho proporcionado pelo reforço com
fibras de carbono é bastante superior ao proporcionado pelos demais tipos de fibras
analisados.
75
No entanto, percebe-se também pelas Figuras 4.9 e 4.10 que, ao aumentar a
espessura da camada de reforço com fibras Vectran®, pode-se aproximar do ganho de
resistência proporcionado pelo reforço com fibras de carbono de espessura inferior. Nas
situações de seções e vãos menores, pode-se inclusive superar a resistência
proporcionada pelo reforço em fibras de carbono de uma determinada espessura,
aplicando-se um reforço de espessura superior com fibras Vectran®.
Situação análoga ocorre entre as fibras de vidro e Vectran®. A resistência
proporcionada por um reforço com fibras Vectran® pode ser atingida com a aplicação de
um reforço com fibras de vidro de espessura superior.
Figura 4.10 – Ganho de resistência (%)
Fonte: Próprio Autor (2015)
Como o custo do reforço é um aspecto bastante relevante, a Figura 4.11
apresenta o valor estimado para cada viga reforçada. Percebe-se que o custo
apresentado pelo reforço com fibras de carbono é muito superior aos outros tipos. Este
tipo de reforço apresentou custo médio cerca de 78% superior ao reforço com fibras
Vectran® e 125% superior ao reforço com fibras de vidro. O custo médio observado no
76
reforço com fibras Vectran® foi cerca de 25% superior ao apresentado pelo reforço com
fibras de vidro.
Como análise adicional, a Figura 4.12 apresenta a comparação entre o custo de
vigas reforçadas com fibras Vectran® e de vigas sem reforço com seção transversal
equivalente, proporcionando o mesmo ganho de resistência. O valor observado foi, em
média, cerca de 96% superior no caso do reforço com fibras Vectran®.
No entanto, é importante salientar que o custo da viga não reforçada com seção
transversal equivalente foi obtido a partir da consideração de uma seção de madeira
maciça. O custo médio da madeira laminada colada no Brasil é da ordem de R$
2.000,00 por metro cúbico. Se fosse considerado este valor, o custo de uma viga sem
reforço que proporciona o mesmo ganho de resistência, em madeira laminada colada,
seria superior ao custo da viga reforçada com fibras Vectran®.
Figura 4.11 – Variação do custo estimado (R$)
Fonte: Próprio Autor (2015)
77
Figura 4.12 – Comparação de custo estimado Vectran® e viga com seção equivalente (R$)
Fonte: Próprio Autor (2015)
Outro aspecto analisado bastante relevante é o peso resultante dos elementos
reforçados, uma vez que a adição de materiais de reforço gera uma sobrecarga
adicional na estrutura. A comparação do peso resultante entre os tipos de reforço
analisados é apresentada na Figura 4.13. Observa-se que neste aspecto o tipo de
reforço mais eficiente é com fibras Vectran®, resultando em um peso médio total da
estrutura cerca de 3,7% inferior ao observado no reforço com fibras de vidro e 1,1%
inferior ao observado no reforço com fibras de carbono (também muito eficiente neste
aspecto).
A comparação entre o peso total de vigas reforçadas com fibras Vectran® e o
peso de vigas sem reforço é apresentada na Figura 4.14. Nesta situação percebe-se
que o reforço executado com as fibras gera uma sobrecarga muito menor na estrutura
(além de alterar muito pouco a seção do elemento). O valor médio observado foi cerca
de 14% menor no caso das vigas reforçadas com fibras.
78
Figura 4.13 – Peso estimado do elemento reforçado (kg)
Fonte: Próprio Autor (2015)
Figura 4.14 – Comparação de peso estimado Vectran® e viga com seção equivalente (kg)
Fonte: Próprio Autor (2015)
79
5 MODELAGEM NUMÉRICA
Esta seção trata dos aspectos da modelagem numérica executada no software
Ansys (Swanson Analysis Systems, 2009) de vigas de madeira com diferentes
dimensões. A partir da análise de alguns modelos com diferentes configurações, busca-
se avaliar o comportamento do elemento reforçado, observando a magnitude dos
deslocamentos máximos obtidos, além da distribuição de tensões resultante em cada
situação.
Como a aplicação do reforço demonstrou-se mais significativa em madeiras de
menor resistência (fato verificado no estudo analítico), optou-se por desenvolver a
modelagem numérica considerando as propriedades da espécie “pinus caribea”. É
importante citar que, embora as duas análises aqui estudadas sejam independentes,
buscou-se utilizar aspectos semelhantes nas duas situações, para garantir a
aplicabilidade deste estudo.
5.1 GEOMETRIA DOS MODELOS
Os modelos de vigas teóricas utilizados para esta análise foram desenvolvidos a
partir das seções criadas na seção 4.1. Foram adotadas configurações tanto do tipo 1
quanto do tipo 2, conforme caracterização da Figura 3.5.
Dessa forma, foram obtidos os seguintes 3 tipos genéricos de vigas para
modelagem, apresentados nas Figuras 5.1, 5.2 e 5.3.
80
Figura 5.1 - Geometria típica (1) de viga com camada de reforço antes da última lâmina
Fonte: Próprio Autor (2015)
Figura 5.2 - Geometria típica (2) de viga com camada de reforço após última lâmina
Fonte: Próprio Autor (2015)
Figura 5.3 - Geometria típica (3) de viga não-reforçada
Fonte: Próprio Autor (2015)
A partir das geometrias típicas, foram definidos os seguintes modelos
apresentados na Tabela 5.1.
81
Tabela 5.1 – Geometria dos modelos
Modelo Seção Típica L (cm) bw (cm) hr (cm) hl (cm) ht (cm) Madeira Fibra
VT-1 3 400 20,00 ---------- ---------- 40,00 Pinus ----------
VT-2A 1 400 20,00 0,75 2,00 40,75 Pinus Vectran®
VT-2B 1 400 20,00 0,75 2,00 40,75 Pinus Vidro
VT-2C 1 400 20,00 0,75 2,00 40,75 Pinus Carbono
VT-2D 2 400 20,00 0,75 2,00 40,75 Pinus Vectran®
VT-2E 2 400 20,00 0,75 2,00 40,75 Pinus Vidro
VT-2F 2 400 20,00 0,75 2,00 40,75 Pinus Carbono
VT-3A 1 400 20,00 1,00 2,00 41,00 Pinus Vectran®
VT-3B 1 400 20,00 1,00 2,00 41,00 Pinus Vidro
VT-3C 1 400 20,00 1,00 2,00 41,00 Pinus Carbono
VT-3D
VT-3E
VT-3F
VT-4A
VT-4B
2
2
2
1
1
400
400
400
400
400
20,00
20,00
20,00
20,00
20,00
1,00
1,00
1,00
1,25
1,25
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
41,00
41,00
41,00
41,25
41,25
Pinus
Pinus
Pinus
Pinus
Pinus
Vectran®
Vidro
Carbono
Vectran®
Vidro
VT-4C 1 400 20,00 1,25 2,00 41,25 Pinus Carbono
VT-4D 2 400 20,00 1,25 2,00 41,25 Pinus Vectran®
VT-4E 2 400 20,00 1,25 2,00 41,25 Pinus Vidro
VT-4F 2 400 20,00 1,25 2,00 41,25 Pinus Carbono
VT-5 3 300 10,00 ---------- ---------- 30,00 Pinus ----------
VT-6A 1 300 10,00 0,25 3,00 30,25 Pinus Vectran®
VT-6B 1 300 10,00 0,25 3,00 30,25 Pinus Vidro
VT-6C 1 300 10,00 0,25 3,00 30,25 Pinus Carbono
VT-6D 2 300 10,00 0,25 3,00 30,25 Pinus Vectran®
VT-6E 2 300 10,00 0,25 3,00 30,25 Pinus Vidro
VT-6F 2 300 10,00 0,25 3,00 30,25 Pinus Carbono
VT-7A 1 300 10,00 0,50 3,00 30,50 Pinus Vectran®
VT-7B 1 300 10,00 0,50 3,00 30,50 Pinus Vidro
VT-7C 1 300 10,00 0,50 3,00 30,50 Pinus Carbono
VT-7D 2 300 10,00 0,50 3,00 30,50 Pinus Vectran®
VT-7E 2 300 10,00 0,50 3,00 30,50 Pinus Vidro
VT-7F 2 300 10,00 0,50 3,00 30,50 Pinus Carbono
82
(continuação)
Modelo Seção Típica L (cm) bw (cm) hr (cm) hl (cm) ht (cm) Madeira Fibra
VT-8A 1 300 10,00 0,75 3,00 30,75 Pinus Vectran®
VT-8B 1 300 10,00 0,75 3,00 30,75 Pinus Vidro
VT-8C 1 300 10,00 0,75 3,00 30,75 Pinus Carbono
VT-8D 2 300 10,00 0,75 3,00 30,75 Pinus Vectran®
VT-8E 2 300 10,00 0,75 3,00 30,75 Pinus Vidro
VT-8F 2 300 10,00 0,75 3,00 30,75 Pinus Carbono
VT-9 3 600 25,00 ---------- ---------- 60,00 Pinus ----------
VT-10A 1 600 25,00 1,00 3,00 61,00 Pinus Vectran®
VT-10B 1 600 25,00 1,00 3,00 61,00 Pinus Vidro
VT-10C 1 600 25,00 1,00 3,00 61,00 Pinus Carbono
VT-10D 2 600 25,00 1,00 3,00 61,00 Pinus Vectran®
VT-10E 2 600 25,00 1,00 3,00 61,00 Pinus Vidro
VT-10F
VT-11A
2
1
600
600
25,00
25,00
1,00
1,25
3,00
3,00
61,00
61,25
Pinus
Pinus
Carbono
Vectran®
VT-11B 1 600 25,00 1,25 3,00 61,25 Pinus Vidro
VT-11C 1 600 25,00 1,25 3,00 61,25 Pinus Carbono
VT-11D 2 600 25,00 1,25 3,00 61,25 Pinus Vectran®
VT-11E 2 600 25,00 1,25 3,00 61,25 Pinus Vidro
VT-11F 2 600 25,00 1,25 3,00 61,25 Pinus Carbono
VT-12A 1 600 25,00 1,50 3,00 61,50 Pinus Vectran®
VT-12B 1 600 25,00 1,50 3,00 61,50 Pinus Vidro
VT-12C 1 600 25,00 1,50 3,00 61,50 Pinus Carbono
VT-12D 2 600 25,00 1,50 3,00 61,50 Pinus Vectran®
VT-12E 2 600 25,00 1,50 3,00 61,50 Pinus Vidro
VT-12F 2 600 25,00 1,50 3,00 61,50 Pinus Carbono
5.2 ELEMENTOS FINITOS UTILIZADOS
Para a modelagem das vigas no software Ansys, optou-se por utilizar elementos
estruturais do tipo "Solid Brick 8 Node 45". Observa-se que o sistema de coordenadas
83
de cada elemento deve coincidir com o sistema de coordenadas global da viga
modelada, conforme verificado na Figura 5.4.
Figura 5.4 - Plano de coordenadas de elementos alinhado com plano global
Fonte: Próprio Autor (2015)
Ao definir o tamanho e quantidade de elementos a utilizar, adotou-se como ponto
de partida que as dimensões de cada elemento devem enquadrar-se em uma relação
onde a maior dimensão de cada elemento não exceda 3 vezes a menor dimensão deste
mesmo elemento (Zienkiewicz, 1977). Exceção é feita para a modelagem da camada
de reforço, onde em alguns modelos a altura da camada é pequena se comparada as
demais dimensões da seção transversal do elemento.
Assim, o tamanho dos elementos foi definido a partir das seguintes relações:
84
- Direção x: xelem = L/100
- Direção y: yelem = bw/6
- Direção z: zelem = h/10
A Figura 5.5 apresenta exemplo da divisão de elementos para vigas com
geometria típica tipo 1. Já a Figura 5.6 apresenta exemplo desta divisão para vigas com
geometria típica 2.
Figura 5.5 - Exemplo de malha gerada para VT-2B
Fonte: Próprio Autor (2015)
85
Figura 5.6 - Exemplo de malha gerada para VT-2E
Fonte: Próprio Autor (2015)
5.3 CRITÉRIOS PARA A ANÁLISE
Conforme observado por Tsalkatidis (2014), a interação entre as lâminas de
madeira e o adesivo, bem como entre as camadas de reforço e o adesivo, formam um
vínculo de cisalhamento entre as respectivas camadas. Assim sendo, quando a carga
solicitante supera a resistência à tração do adesivo ocorre a ruptura da viga laminada
colada.
Durante a análise numérica, optou-se por desconsiderar os efeitos causados
pelo tipo de adesivo, de forma que as ligações madeira-adesivo e adesivo-fibra são
consideradas como homogêneas e rígidas. Além disso, não serão consideradas
variações das propriedades entre as lâminas da madeira, de forma que se torna
desnecessário modelar a seção dividida em lâminas. Dessa forma, assume-se também
um modelo de ligação homogêneo e rígido entre as lâminas da madeira.
86
Segundo indicado por Fiorelli (2005), o modelo teórico que produz melhores
resultados para análise de vigas de madeira laminada colada reforçadas é obtido
adotando-se comportamento elástico-linear, quando se pretende analisar a região
tracionada. Em conformidade com esta indicação, optou-se por realizar a análise
numérica considerando modelos estruturais lineares elásticos ortotrópicos para todos
os materiais utilizados. É importante citar também que nesta análise não foi
considerado o peso próprio da estrutura.
Nas Tabelas 5.2 e 5.3, são apresentadas as propriedades dos materiais
utilizadas para a modelagem:
Tabela 5.2 - Propriedades consideradas Pinus caribea
Espécie Ex
(kN.cm-2
)
Ey
(kN.cm-2
)
Ez
(kN.cm-2
)
Gxy
(kN.cm-2
)
Gyz
(kN.cm-2
)
Gxz
(kN.cm-2
) νxy νxz νxz
Pinus
caribea 547,10 73,76 104,94 30,70 11,63 54,26 0,3346 0,4509 0,3701
Fonte: Mascia (1991) apud Moraes e Mascia (2012)
Tabela 5.3 - Propriedades consideradas das fibras
Fibra Ex
(kN.cm-2
)
Ey
(kN.cm-2
)
Ez
(kN.cm-2
)
Gxy
(kN.cm-2
)
Gyz
(kN.cm-2
)
Gxz
(kN.cm-2
) νxy νxz νxz
Vidro E 7400 7400 7400 2960 2960 2960 0,25 0,25 0,25
Carbono HR 23000 23000 23000 8846,15 8846,15 8846,15 0,30 0,30 0,30
Vectran® UM (1) 10300 10300 10300 3961,54 3961,54 3961,54 0,30 0,30 0,30
Fontes: Shigue (2007) / Vectran®
Informational Flyer (2010)
(1) - Como ainda há poucos dados disponíveis sobre a fibra Vectran®, o coeficiente de Poisson
aproximado 0,30 foi adotado para realização da modelagem numérica.
5.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO
Utilizando como base os resultados decorrentes dos cálculos realizados a partir
do modelo teórico apresentado, torna-se possível analisar o momento último resistente
aproximado das seções modeladas. Adotando-se para modelagem o esquema estático
87
de vigas bi-apoiadas com carregamento concentrado no meio do vão, a carga de
ruptura correspondente é dada pela solução da equação
.
Com o objetivo de validar esta consideração, a partir do momento último de uma
viga não-reforçada obtido a partir da Tabela 4.2, determinou-se a carga última
resistente desta viga. Ao aplicar esta carga no modelo numérico proposto, observou-se
conforme Figura 5.7 uma tensão máxima de tração na madeira de 3,30 kN/cm2. A partir
dos valores apresentados pela Tabela 3.2 e considerando a relação (fc0,k/ft0,k) = 0,77
apresentada pela ABNT-NBR7190 (1997), tem-se que a tensão de ruptura a tração
seria de 3,25 kN/cm2. Uma vez que os dois modelos não adotam exatamente as
mesmas considerações, tem-se que o resultado obtido pelo modelo numérico é
satisfatoriamente próximo ao valor apresentado pela norma.
Figura 5.7 - Tensão na madeira com carga de ruptura (kN.cm-2
)
Fonte: Próprio Autor (2015)
Nesta modelagem, foi utilizada uma carga igual a 2/3 da carga de ruptura da viga
sem reforço, de forma a padronizar a avaliação dos resultados. Por tratar-se de uma
88
análise tri-dimensional, a carga aplicada é distribuída ao longo dos nós da seção no
meio do vão.
Em relação às restrições de deslocamento, a distribuição é feita de forma
análoga à distribuição do carregamento no meio do vão. São restringidos os
deslocamentos horizontais e verticais dos nós ao longo da seção transversal
localizados a 10 cm das extremidades das vigas. Além disso, para evitar a
singularidade do modelo, cria-se uma restrição de deslocamento horizontal em um dos
nós da seção transversal, no meio do vão livre.
Dessa forma, o resumo das condições de contorno é apresentado na Figura 5.8.
Figura 5.8 - Pontos de aplicação das condições de contorno
Fonte: Próprio Autor (2015)
- Pontos 1 e 2: Restringidos deslocamentos Δz e Δy nos nós ao longo da seção
da viga;
- Ponto 3: Restringido deslocamento horizontal Δx em um dos nós;
- Ponto 4: Aplicado carregamento incremental Fz ao longo da seção transversal
da viga.
A Figura 5.9 ilustra a aplicação das condições de contorno na modelagem
numérica.
89
Figura 5.9 - Modelo de viga com condições de contorno aplicadas
Fonte: Próprio Autor (2015)
5.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO DA ANÁLISE NUMÉRICA
Conforme descrito na seção 5.4, foram aplicadas cargas correspondentes a 2/3
da carga de ruptura das vigas não reforçadas, com o objetivo de observar o
comportamento da distribuição de tensões ao longo da viga. Também busca-se verificar
os deslocamentos finais, comparando os elementos com as diferentes configurações de
reforço entre si e com o elemento não reforçado. É importante citar que, a concentração
de tensões de compressão no local de aplicação da carga concentrada foi desprezada
neste trabalho.
A partir das diversas configurações criadas, observou-se os resultados
apresentados na Tabela 5.4. O efeito da aplicação do reforço com fibras sintéticas é
expresso nesta tabela através da redução na tensão máxima observada na madeira e
na redução do deslocamento final do elemento. Estas reduções são consideradas a
partir da comparação com uma viga de mesma seção, sem reforço. A tensão máxima
90
de compressão apresentada nesta tabela desconsidera a região de esmagamento
observada no ponto de aplicação da carga.
Em relação à tensão máxima de tração observada na madeira, observou-se uma
redução média de 56% para fibra Vectran®, 49% para fibra de vidro e 72,60% para fibra
de carbono. Já em relação à redução no deslocamento final, observou-se uma média
de 36,61% para fibra Vectran®, 31,81% para fibra de vidro e 46,89% para fibra e
carbono.
Tabela 5.4 – Resultados da análise numérica
Viga Carga (kN)
Tensão máxima de tração na madeira (kN/cm2)
Tensão máxima de compressão na
madeira (kN/cm2)
Tensão máxima de
tração na fibra (kN/cm2)
Deslocamento máximo da
viga (cm)
Redução na
tensão máxima
de tração da
madeira (%)
Redução no deslocamento
final (%)
VT-1 119 2.250 -1.637 -------- 3.237 -------- --------
VT-2A 119 1.103 -1.338 16.886 2.129 50.97 34.23
VT-2B 119 1.281 -1.305 14.350 2.287 43.06 29.35
VT-2C 119 0.722 -1.230 22.693 1.783 67.92 44.92
VT-2D 119 0.843 -1.217 17.331 1.981 62.54 38.80
VT-2E 119 1.027 -1.273 14.969 2.150 54.34 33.58
VT-2F 119 0.467 -1.100 22.529 1.627 79.24 49.74
VT-3A 119 0.965 -1.289 14.508 1.983 57.11 38.74
VT-3B 119 1.138 -1.337 12.583 2.136 49.44 34.01
VT-3C 119 0.620 -1.191 18.848 1.672 72.42 48.35
VT-3D 119 0.684 -1.165 14.707 1.831 69.59 43.44
VT-3E 119 0.858 -1.218 12.956 1.991 61.88 38.49
VT-3F 119 0.354 -1.061 18.520 1.517 84.25 53.14
VT-4A 119 0.865 -1.251 12.816 1.873 61.53 42.14
VT-4B 119 1.030 -1.297 11.264 2.018 54.23 37.66
VT-4C 119 0.554 -1.163 16.382 1.592 75.38 50.82
VT-4D 119 0.569 -1.126 12.871 1.720 74.72 46.86
VT-4E 119 0.729 -1.176 11.484 1.870 67.58 42.23
VT-4F 119 0.277 -1.034 15.973 1.441 87.68 55.48
VT-5 49 2.468 -1.710 -------- 2.649 -------- --------
VT-6A 49 1.792 -1.638 24.211 2.165 27.39 18.27
VT-6B 49 1.937 -1.675 19.098 2.262 21.54 14.61
VT-6C 49 1.381 -1.532 38.771 1.888 44.04 28.73
VT-6D 49 1.437 -1.408 27.885 1.974 41.79 25.48
91
(continuação)
Viga Carga (kN)
Tensão máxima de tração na madeira (kN/cm2)
Tensão máxima de compressão na
madeira (kN/cm2)
Tensão máxima de
tração na fibra (kN/cm2)
Deslocamento máximo da
viga (cm)
Redução na
tensão máxima
de tração da
madeira (%)
Redução no deslocamento
final (%)
VT-6E 49 1.631 -1.465 22.636 2.103 33.92 20.61
VT-6F 49 0.949 -1.260 41.572 1.638 61.57 38.17
VT-7A 49 1.449 -1.533 18.683 1.907 41.30 28.01
VT-7B 49 1.623 -1.578 15.498 2.024 34.24 23.59
VT-7C 49 1.038 -1.427 26.460 1.631 57.93 38.43
VT-7D 49 0.998 -1.272 20.268 1.669 59.55 37.00
VT-7E 49 1.204 -1.334 17.356 1.810 51.22 31.67
VT-7F 49 0.568 -1.139 26.787 1.366 76.99 48.43
VT-8A 49 1.242 -1.464 15.420 1.743 49.69 34.20
VT-8B 49 1.417 -1.508 13.168 1.860 42.60 29.78
VT-8C 49 0.872 -1.369 20.699 1.495 64.69 43.56
VT-8D 49 0.750 -1.192 16.142 1.493 69.60 43.64
VT-8E 49 0.941 -2.029 14.222 1.625 61.89 38.66
VT-8F 49 0.388 -1.078 20.323 1.235 84.26 53.38
VT-9 217 2.187 -1.557 -------- 4.716 -------- --------
VT-10A 217 1.292 -1.285 17.408 3.189 40.92 32.38
VT-10B 217 1.302 -1.991 14.662 3.420 40.47 27.48
VT-10C 217 0.746 -1.835 23.803 2.669 65.88 43.41
VT-10D 217 0.885 -1.169 17.956 2.975 59.55 36.92
VT-10E 217 1.067 -1.224 15.375 3.224 51.23 31.64
VT-10F 217 0.503 -1.051 23.731 2.436 76.99 48.35
VT-11A 217 1.022 -1.248 15.553 3.021 53.28 35.94
VT-11B 217 1.193 -1.296 13.318 3.250 45.44 31.09
VT-11C 217 0.663 -1.146 20.611 2.534 69.69 46.27
VT-11D 217 0.762 -1.130 15.888 2.800 65.17 40.63
VT-11E 217 0.938 -1.184 13.828 3.044 57.12 35.45
VT-11F 217 0.412 -1.672 20.384 2.304 81.16 51.15
VT-12A 217 0.938 -1.218 14.107 2.885 57.13 38.83
VT-12B 217 1.105 -1.265 12.235 3.109 49.47 34.08
VT-12C 217 0.602 -1.123 18.323 2.431 72.46 48.45
VT-12D 217 0.665 -1.098 14.300 2.662 69.60 43.55
VT-12E 217 0.834 -1.150 12.598 2.897 61.89 38.57
VT-12F 217 0.344 -0.997 18.006 2.204 84.26 53.27
92
A distribuição das tensões observada nas vigas não reforçadas (geometria típica
3) é exemplificada pela Figura 5.10. Esta figura apresenta o resultado da análise
realizada para a viga VT-5.
Figura 5.10 - Modelo de distribuição de tensões em viga não reforçada VT-5 (kN.cm-2
)
Fonte: Próprio Autor (2015)
Já a distribuição de tensões observada nas vigas reforçadas é exemplificada nos
modelos apresentados nas Figuras 5.11 a 5.14 (vigas com geometria típica 1) e nas
Figuras 5.15 a 5.18 (vigas com geometria típica 2).
Nestas situações as Figuras 5.11, 5.12, 5.15 e 5.16 apresentam de forma geral a
distribuição de tensões analisadas nas vigas VT-6C e VT-6E. Conforme esperado, a
camada de reforço absorve grande parte das tensões solicitantes, provocando o alívio
da tensão máxima na madeira.
É importante citar que, pela análise destas figuras a distribuição de tensões na
madeira aparenta ser uniforme, porém isto não ocorre efetivamente. Este efeito
acontece devido à diferença muito grande entre as tensões máximas observadas na
93
fibra e na madeira, de forma que a escala de cor do software não representa a
realidade.
Por esta razão, apresenta-se a distribuição de tensões resultantes de forma
separada. Dessa forma, as Figuras 5.13 e 5.17 apresentam a distribuição real de
tensões no elemento de madeira da viga reforçada e as Figuras 5.14 e 5.18 a
distribuição real de tensões no elemento de fibra de reforço.
Figura 5.11 - Modelo de distribuição de tensões na VT-6C (kN.cm-2
)
Fonte: Próprio Autor (2015)
94
Figura 5.12 - Detalhe da distribuição de tensões na VT-6C (kN.cm
-2)
Fonte: Próprio Autor (2015)
Figura 5.13 - Distribuição de tensões na madeira - VT-6C (kN.cm-2
)
Fonte: Próprio Autor (2015)
95
Figura 5.14 - Distribuição de tensões na fibra- VT-6C (kN.cm-2
)
Fonte: Próprio Autor (2015)
Figura 5.15 - Modelo da distribuição de tensões na VT-6E (kN.cm-2
)
Fonte: Próprio Autor (2015)
96
Figura 5.16 - Detalhe da distribuição de tensões na VT-6E (kN.cm-2
)
Fonte: Próprio Autor (2015)
Figura 5.17 - Distribuição de tensões na madeira - VT-6E (kN.cm-2
)
Fonte: Próprio Autor (2015)
97
Figura 5.18 - Distribuição de tensões na fibra- VT-6E (kN.cm-2
)
Fonte: Próprio Autor (2015)
Com o objetivo de viabilizar a comparação visual e facilitar a interpretação dos
resultados, resume-se os dados apresentados na Tabela 5.4 nos gráficos das Figuras
5.19 a 5.24. Estas figuras foram separadas de acordo com as dimensões das seções
transversais, permitindo de maneira mais clara a observação dos efeitos provocados
pela variação no tipo de reforço.
As Figuras 5.19 a 5.21 apresentam a tensão máxima observada na madeira
para cada configuração analisada. Assim como no modelo teórico apresentado,
percebe-se que o reforço com fibra de carbono é o que apresenta maior ganho de
resistência. A redução média na tensão máxima foi cerca de 16,6% maior que a
proporcionada pelo reforço com fibra Vectran® e 23,6% que a proporcionada pelo
reforço com fibra de vidro.
O reforço com fibra Vectran® apresentou um redução média na tensão máxima
observada na madeira cerca de 7% maior que o proporcionado pela reforço com fibra
de vidro. Além disso, percebe-se que é possível atingir a mesma redução de tensão
98
proporcionada pelo reforço com fibra de carbono aplicando um reforço com fibra
Vectran® com camada de espessura superior.
Outro aspecto interessante foi a diferença na tensão máxima observada,
comparando as configurações do posicionamento da camada de reforço adotadas.
Observou-se que, ao adotar a camada de reforço entre as duas últimas lâminas de
madeira (vigas com geometria típica 1 - Figura 5.2) a tensão máxima na madeira foi
superior àquela observada adotando-se a camada externa de reforço (vigas com
geometria típica 2 - Figura 5.3). Esta variação foi de cerca de 15% para fibra Vectran® e
13% para as fibras de vidro e carbono.
Figura 5.19 - Tensão máxima na madeira (kN/cm2) - VT-1 a VT-4F
Fonte: Próprio Autor (2015)
0.000
0.500
1.000
1.500
2.000
2.500
VT-
1
VT-
2A
VT-
2B
VT-
2C
VT-
2D
VT-
2E
VT-
2F
VT-
3A
VT-
3B
VT-
3C
VT-
3D
VT-
3E
VT-
3F
VT-
4A
VT-
4B
VT-
4C
VT-
4D
VT-
4E
VT-
4F
Sem Reforço
Vectran®
Vidro
Carbono
99
Figura 5.20 - Tensão máxima na madeira (kN/cm2) - VT-5 a VT-8F
Fonte: Próprio Autor (2015)
Figura 5.21 - Tensão máxima na madeira (kN/cm2) - VT-9 a VT-12F
Fonte: Próprio Autor (2015)
Os deslocamentos máximos no elemento reforçado são apresentados nas
Figuras 5.22 a 5.24. Os resultados observados são análogos à tensão máxima
observada na madeira. A redução no deslocamento máximo no elemento para o reforço
com fibra de carbono foi cerca de 10,28% superior ao reforço com fibra Vectran® e
15,08% superior ao reforço com fibra de vidro.
0.000
0.500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
VT-
5
VT-
6A
V
T-6
B
VT-
6C
V
T-6
D
VT-
6E
VT-
6F
VT-
7A
V
T-7
B
VT-
7C
V
T-7
D
VT-
7E
VT-
7F
VT-
8A
V
T-8
B
VT-
8C
V
T-8
D
VT-
8E
VT-
8F
Sem Reforço
Vectran®
Vidro
Carbono
0.000
0.500
1.000
1.500
2.000
2.500
VT-
9
VT-
10
A
VT-
10
B
VT-
10
C
VT-
10
D
VT-
10
E V
T-1
0F
VT-
11
A
VT-
11
B
VT-
11
C
VT-
11
D
VT-
11
E V
T-1
1F
VT-
12
A
VT-
12
B
VT-
12
C
VT-
12
D
VT-
12
E V
T-1
2F
Sem Reforço
Vectran®
Vidro
Carbono
100
Figura 5.22 - Deslocamento máximo da viga (cm) - VT-1 a VT-4F
Fonte: Próprio Autor (2015)
Figura 5.23 - Deslocamento máximo da viga (cm) - VT-5 a VT-8F
Fonte: Próprio Autor (2015)
0.000
0.500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
VT-
1
VT-
2A
V
T-2
B
VT-
2C
V
T-2
D
VT-
2E
VT-
2F
VT-
3A
V
T-3
B
VT-
3C
V
T-3
D
VT-
3E
VT-
3F
VT-
4A
V
T-4
B
VT-
4C
V
T-4
D
VT-
4E
VT-
4F
Sem Reforço
Vectran®
Vidro
Carbono
0.000
0.500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
VT-
5
VT-
6A
V
T-6
B
VT-
6C
V
T-6
D
VT-
6E
VT-
6F
VT-
7A
V
T-7
B
VT-
7C
V
T-7
D
VT-
7E
VT-
7F
VT-
8A
V
T-8
B
VT-
8C
V
T-8
D
VT-
8E
VT-
8F
Sem Reforço
Vectran®
Vidro
Carbono
101
Figura 5.24 - Deslocamento máximo da viga (cm) - VT-9 a VT-12F
Fonte: Próprio Autor (2015)
0.000
0.500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
5.000
VT-
9
VT-
10
A
VT-
10
B
VT-
10
C
VT-
10
D
VT-
10
E V
T-1
0F
VT-
11
A
VT-
11
B
VT-
11
C
VT-
11
D
VT-
11
E V
T-1
1F
VT-
12
A
VT-
12
B
VT-
12
C
VT-
12
D
VT-
12
E V
T-1
2F
Sem Reforço
Vectran®
Vidro
Carbono
102
103
6 CONCLUSÕES
Considerando-se o aumento nos valores das propriedades de rigidez e
resistência do elemento reforçado, pôde-se concluir que o reforço com fibras Vectran®
proporcionou, de um lado, ganhos mecânicos superiores aos verificados pelo reforço
com fibras de vidro e, de outro lado, inferiores quando foi utilizado reforço com fibras de
carbono. Este resultado foi coerente com os valores de resistência à tração e módulo
de elasticidade das fibras Vectran® em relação às outras alternativas estudadas.
Neste contexto, a partir das análises realizadas sobre vigas reforçadas, tanto
pelo modelo teórico proposto por Romani e Blaß (2001) quanto pela modelagem
numérica, comprovou-se que quando foi utilizado reforço com fibras de carbono os
resultados de tensões e deslocamentos foram superiores àqueles apresentados quando
utilizado reforço com fibras Vectran® ou fibras de vidro. Além disto, os dois
procedimentos também revelaram que o ganho de resistência proporcionado pelo
reforço com fibras de carbono pode ser alcançado com a aplicação de novas camadas
ou camadas mais espessas de reforço com fibras Vectran® ou fibras de vidro.
Ao analisar o custo do elemento reforçado, constatou-se que o uso do reforço
com fibras de carbono apresentou um custo muito superior ao das demais alternativas.
Considerando-se esta análise, tem-se que uso do reforço com fibras de carbono gerou
custos cerca de duas vezes maiores que o do reforço com fibras Vectran®. Por sua vez,
o custo observado pelo uso do reforço com fibras Vectran® foi cerca de 25% superior
que o do reforço com fibras de vidro.
Já em relação ao peso da peça reforçada, a utilização de fibras Vectran® foi a
mais eficiente, embora o reforço com fibras de carbono apresentou resultados
semelhantes. Os pesos das vigas reforçadas com fibras de vidro foram cerca de 5%
maiores que daquelas reforçadas com fibras Vectran®. Por sua vez, os pesos das vigas
reforçadas com fibras de carbono foram, em média, apenas 1% superiores aos
daquelas reforçadas com fibras Vectran®.
Considerando-se todos os aspectos estudados, pode-se concluir que a aplicação
da fibra Vectran® como material de reforço na construção civil é válida. Embora o
104
reforço com fibras de carbono tenha proporcionado os maiores ganhos de rigidez e
resistência, é possível atingir este mesmo ganho aplicando um número maior de
camadas de reforço com fibras Vectran®. Com base no custo inferior e na sobrecarga
menor verificados nas vigas reforçadas, a aplicação destas fibras como alternativa à
utilização de fibras de carbono torna-se interessante.
Analogamente é possível atingir resultados equivalentes aos obtidos com fibras
Vectran® ou de carbono aplicando-se mais camadas de reforço com fibras de vidro. No
entanto, apesar de apresentar custo mais baixo, o uso de fibras de vidro resultou nos
maiores pesos das peças reforçadas. Levando-se em consideração que, ao se aplicar
um número maior de camadas, a diferença de custo entre as fibras Vectran® e as de
vidro não seria tão significativa, sendo a aplicação do reforço com fibras Vectran® mais
interessante.
Pesquisas futuras relacionadas com a aplicação de fibras Vectran® devem
envolver procedimentos experimentais para se buscar conhecimento mais amplo do
desempenho estrutural dessas fibras quando utilizadas em reforços estruturais de vigas
de madeira.
105
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Madeira – BT/PEF/9602, São Paulo, EPUSP, 1986.
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108
109
APÊNDICE A – CÓDIGO DE PROGRAMAÇÃO
# include <stdlib.h> # include <stdio.h> # include <conio.h> # include <math.h> # include <locale.h> int main (){ FILE *entradas; char titulo[200], auxiliar[200]; int i=0; double h0=0, b=0, hrt=0, hpt=0, nlam=0, comp=0; double Eo=0, ft=0, fc=0, Ert=0, frt=0, denmad=0, denfib=0; double h=0, I=0, W=0, Mua=0, Mub=0, Muc=0, Mud=0, Mue=0, Muf=0, S1t=0, S1c=0, kt=0, kf=0; double aNA=0, art=0, apt=0, azt=0, hNA=0, hzt=0, ac=0, hc=0, hmu=0, hg=0, ag=0; double Kma=0, Kmb=0, Kmc=0, Kmd=0, Kme=0, Kmf=0, Kmtra=0, Km0=0, Mutra=0, Kmcomp=0, Mucomp=0, Mun=0, Mu=0; double etu=0, ecu=0, kEI=0, hEIu=0, efEI=0, aate=0, aare=0, gre=0, gri=0, customad=0, custofib=0; double custovr=0, custovnrrig=0, custovnrres=0, hnrres=0, hnrrig=0, pesref=0, pesnrres=0, pesnrrig=0; entradas = fopen("dados.txt", "r"); // Leitura do título for(i=0; titulo[i-1] != '\n'; i++){ fscanf(entradas, "%c", &titulo[i]); } titulo[i] = '\0'; // Impressão do título setlocale(LC_ALL, "Portuguese"); for(i=0; titulo[i] != '\n'; i++){ putc (titulo[i], stdout); } printf("\n"); setlocale(LC_ALL, "English"); // Leitura dos dados da seção transversal for(i=0; auxiliar[i-1] != ':'; i++){ fscanf(entradas, "%c", &auxiliar[i]); } fscanf(entradas, "%lf", &h0); fscanf(entradas, "%lf", &b); fscanf(entradas, "%lf", &hrt);
110
fscanf(entradas, "%lf", &hpt); fscanf(entradas, "%lf", &nlam); fscanf(entradas, "%lf", &comp); // Leitura das propriedades da madeira for(i=0; auxiliar[i-1] != ':'; i++){ fscanf(entradas, "%c", &auxiliar[i]); } fscanf(entradas, "%lf", &Eo); fscanf(entradas, "%lf", &ft); fscanf(entradas, "%lf", &fc); fscanf(entradas, "%lf", &denmad); fscanf(entradas, "%lf", &customad); // Leitura das propriedades do material de reforço for(i=0; auxiliar[i-1] != ':'; i++){ fscanf(entradas, "%c", &auxiliar[i]); } fscanf(entradas, "%lf", &Ert); fscanf(entradas, "%lf", &frt); fscanf(entradas, "%lf", &denfib); fscanf(entradas, "%lf", &custofib); kt = (Ert/Eo)-1; kf = fc/ft; if(kf <= 1){ Km0 = kf*(3-kf)/(1+kf); } else{ Km0 = 1; } etu = ft/Eo; ecu = fc/Eo; // Análise da região tracionada // Modo de ruptura a h = h0; apt = hpt/h; art = hrt/h; aNA = ((1+art*kt*(2*apt+art))/(1+art*kt))/2; hNA = h*aNA; hzt = hNA-hpt-hrt; azt = hzt/h; Kma = (pow((1-aNA),3)+pow(aNA,3)-kt*(pow(azt,3)-pow((azt+art),3)))*2/aNA; W = b*h*h/6; Mua = ft*W*Kma; Kmtra = Kma; Mutra = Mua;
111
// Modo de ruptura b h = h0 - hpt; apt = hpt/h; art = hrt/h; aNA = ((1+art*kt*art)/(1+art*kt))/2; hNA = h*aNA; hzt = hNA-hpt-hrt; azt = hzt/h; Kmb = (pow((1-aNA),3)+(1+kt)*pow(aNA,3)-kt*pow(azt,3))*2/azt; W = b*h*h/6; Mub = ft*W*Kmb; if(Mub < Mutra){ Mutra = Mub; Kmtra = Kmb; } // Modo de ruptura c h = h0; apt = hpt/h; art = hrt/h; aNA = ((kf-art*kt+sqrt(pow((art*kt-kf),2)+art*kt*pow((1+kf),2)*(art+2*apt))))/pow((1+kf),2); hNA = h*aNA; hzt = hNA-hpt-hrt; azt = hzt/h; ac = 1-aNA*(1+kf); if(ac < 0){ printf("\nO modo de ruptura c não ocorre!\n"); } else{ hc = h*ac; Kmc = 2*kf*(3*ac*(1-aNA-ac/2)+pow((1-aNA-ac),2))-2*kt/aNA*(pow(azt,3)-pow((azt+art),3))+2*pow(aNA,2); W = b*h*h/6; Muc = ft*W*Kmc; if(Muc < Mutra){ Mutra = Muc; Kmtra = Kmc; } } // Modo de ruptura d h = h0 - hpt; apt = hpt/h; art = hrt/h; aNA = ((kf+art*(kf*(1+kf)-kt)+sqrt(pow((art*kt-kf),2)+pow(art,2)*kt*(1-pow(kf,2))-2*art*kf*(1+kf))))/pow((1+kf),2); hNA = h*aNA;
112
hzt = hNA-hpt-hrt; azt = hzt/h; ac = 1+kf*art-aNA*(1+kf); if(ac < 0){ printf("\nO modo de ruptura d não ocorre!\n"); } else{ hc = h*ac; Kmd = 2*(kf*(3*ac*(1-aNA-ac/2)+pow((1-aNA-ac),2))-kt*pow(azt,2)+pow(aNA,3)/azt*(1+kt)); W = b*h*h/6; Mud = ft*W*Kmd; if(Mud < Mutra){ Mutra = Mud; Kmtra = Kmd; } } // Determinação da altura equivalente da viga sem reforço hmu = h0*sqrt(Kmtra/Km0); Mun = ft*b*h0*h0/6*Km0; // Análise da região comprimida // Modo de ruptura e h=h0; apt = hpt/h; art = hrt/h; aNA = ((1-2*1.3-1.3*1.3*art*kt+1.3*sqrt(2*1.3+1.3*1.3*art*kt*(kt+1)+2*apt*0.3*0.3*art*kt-1+art*kt*(2-art)*(2*1.3-1))))/(0.3*0.3); hNA = h*aNA; hzt = hNA-hpt-hrt; azt = hzt/h; ac = (1-aNA)*0.3/1.3; if(ac < 0){ printf("\nO modo de ruptura e não ocorre!\n"); } else{ hc = h*ac; Kme = ((3*ac*(0.5*ac-aNA)*(1-ac-aNA)+pow((1-ac-aNA),3)+pow(aNA,3)+kt*pow((aNA-apt),3)-kt*pow(azt,3)))*2*kf/(1-ac-aNA); W = b*h*h/6; Mue = ft*W*Kme; Kmcomp = Kme; Mucomp = Mue; }
113
// Modo de ruptura f h = h0 - hpt; apt = 0; art = hrt/h; aNA = ((1-2*1.3-1.3*1.3*art*kt+1.3*sqrt(2*1.3+1.3*1.3*art*kt*(kt+1)+2*apt*0.3*0.3*art*kt-1+art*kt*(2-art)*(2*1.3-1))))/(0.3*0.3); hNA = h*aNA; hzt = hNA-hpt-hrt; azt = hzt/h; ac = (1-aNA)*0.3/1.3; if(ac < 0){ printf("\nO modo de ruptura f não ocorre!\n"); } else{ hc = h*ac; Kmf = ((3*ac*(0.5*ac-aNA)*(1-ac-aNA)+pow((1-ac-aNA),3)+pow(aNA,3)+kt*pow((aNA-apt),3)-kt*pow(azt,3)))*2*kf/(1-ac-aNA); W = b*h*h/6; Muf = ft*W*Kmf; if(Muf < Mucomp){ Mucomp = Muf; Kmcomp = Kmf; } } // Momento de ruptura Mu = Mutra; if(Mucomp < Mutra && Mucomp!=0) { Mu = Mucomp; printf("\nRuptura na zona comprimida!\n"); } if(Mu == Mua){ printf("\nOcorre o modo de ruptura a!\n"); } if(Mu == Mub){ printf("\nOcorre o modo de ruptura b!\n"); } if(Mu == Muc){ printf("\nOcorre o modo de ruptura c!\n"); } if(Mu == Mud){ printf("\nOcorre o modo de ruptura d!\n"); }
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if(Mu == Mue){ printf("\nOcorre o modo de ruptura e!\n"); } if(Mu == Muf){ printf("\nOcorre o modo de ruptura f!\n"); } // Cálculo da rigidez à flexão I = b*h0*h0*h0/12; h = h0; apt = hpt/h; art = hrt/h; aNA = ((1+art*kt*(2*apt+art))/(1+art*kt))/2; hg = h0-hpt-hrt; ag = hg/h; hzt = hNA-hpt-hrt; azt = hzt/h; kEI = pow(ag,3)+1*pow(art,3)+pow(apt,3)+12*ag*pow((0.5+(art+apt)/2-aNA),2)+12*art*pow((azt+art/2),2)+12*apt*pow((aNA-apt/2),2); efEI = kEI*Eo*I; // Altura da viga sem reforço com mesma rigidez à flexão hEIu = h*cbrt(kEI); // Aumento de área para viga sem reforço com mesma resistência aate = (hmu/h0-1)*100; // Aumento de área para viga sem reforço com mesma rigidez à flexão aare = (hEIu/h0-1)*100; // Ganho de resistência gre = (Mu/Mun-1)*100; gri = kEI; // Custo da viga reforçada custovr = (customad*nlam*b/100*comp/100 + custofib*b/100*comp/100*hrt/100); // Custo da viga não reforçada equivalente hnrres = ceil(hmu/hpt)*hpt; hnrrig = ceil(hEIu/hpt)*hpt; custovnrres = (hnrres/hpt)*b/100*comp/100*customad; custovnrrig = (hnrrig/hpt)*b/100*comp/100*customad; // Peso da viga reforçada pesref = (denmad*nlam*hpt*b*comp + denfib*hrt*b*comp)/1000; // Peso da viga não reforçada equivalente pesnrres = denmad*hnrres*b*comp/1000; pesnrrig = denmad*hnrrig*b*comp/1000*; // Impressão de dados no prompt de comando setlocale(LC_ALL, "Portuguese"); printf("Momento último = %.2lf\n", Mu); printf("Rigidez à flexão = %.2lf\n", efEI);
115
printf("Ganho de resistência (porcentagem) = %.2lf \n", gre); printf("Ganho de rigidez (porcentagem) = %.2lf %\n", gri); printf("Custo estimado da viga reforçada (R$) = %.2lf %\n", custovr); printf("Custo estimado da viga não reforçada com mesma resistência (R$) = %.2lf %\n", custovnrres); printf("Custo estimado da viga não reforçada com mesma rigidez (R$) = %.2lf %\n", custovnrrig); printf("Peso estimado da viga reforçada (kg) = %.2lf %\n", pesref); printf("Peso estimado da viga não reforçada com mesma resistência (kg) = %.2lf %\n", pesnrres); printf("Peso estimado da viga não reforçada com mesma rigidez (kg) = %.2lf %\n\n", pesnrrig); fclose (entradas); system ("PAUSE"); return 0; }
116
117
APÊNDICE B – EXEMPLOS DE ARQUIVOS DE ENTRADA
Figura B.1 – Exemplo de entrada 1
Fonte: Próprio Autor (2015)
Figura B.2 – Exemplo de entrada 2
Fonte: Próprio Autor (2015)
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APÊNDICE C – EXEMPLOS DE SAÍDA DO PROGRAMA
Figura C.1 – Exemplo de saída 1
Fonte: Próprio Autor (2015)
Figura C.2 – Exemplo de saída 2
Fonte: Próprio Autor (2015)