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Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª Vara Federal de Guarapuava Rua Professor Becker, 2730, 1º andar - Bairro: Santa Cruz - CEP: 85015-230 - Fone: (42)3630-2250 - http://www.jfpr.jus.br - Email: [email protected] PROCEDIMENTO ESP.DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI Nº 5003526-44.2015.4.04.7006/PR AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ACUSADO: TIAGO FEITOZA DA SILVA ADVOGADO: ANDRÉIA FARIAS ACUSADO: KAIQUE GONÇALVES BATISTA ADVOGADO: AIRTON SANSON PESETTI ACUSADO: CARLOS ALBERTO DE MELO ALMERON ADVOGADO: DINARI ESTRELA PEREIRA SENTENÇA I - RELATÓRIO KAIQUE GONÇALVES BATISTA (Kaique), alcunha “Zóio”, brasileiro, em união estável, pedreiro, nascido aos 18/12/1993, em Juína/MT, filho de Antônio Batista e de Rosi Mary Gonçalves Batista, portador do RG nº 12.723.021-8 SESP/PR e do CPF nº 102.017.579-66, residente na Rua Leandro Dacheux do Nascimento Júnior, 858, apartamento 22, bloco 06, Cidade Industrial, em Curitiba/PR, e TIAGO FEITOSA DA SILVA (Tiago), alcunha “Tago”, brasileiro, servente de pedreiro, nascido aos 25/11/1994, em Curitiba/PR, filho de Antônio João da Silva e de Josemeire Feitoza da Silva, portador do RG nº 11.027.307 SESP/PR e do CPF nº 084.107.689-84, residente na Rua Leandro Dacheux do Nascimento Júnior, 858, apartamento 22, bloco 06, em Curitiba/PR, foram pronunciados pela possível prática dos crimes previstos no artigo 288, parágrafo único, do Código Penal, no artigo 16, caput e parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003, no artigo 157, § 2º, incisos I e II, por duas vezes, e no artigo 121, § 2º, inciso V, na forma do artigo 14, inciso II, combinados com o artigo 29, todos do Código Penal. CARLOS ALBERTO DE MELO ALMERON (Carlos), alcunha “Tiel” ou “Atiel”, brasileiro, em união estável/casado, motoboy, nascido aos 07/10/1986, em Guarapuava/PR, filho de Jorge Almeron e de Juçara de Melo Almeron, portador do RG nº 10.098.737-6 SESP/PR e do CPF nº 060.903.069-83, endereço atual na Localidade Ilhas Evento 376 - SENT1 https://eproc.jfpr.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=acessar_docum... 1 de 27 26/07/2016 14:24

Evento 376 - SENT1mpf.mp.br/pr/sala-de-imprensa/docs/Sentena500352644.2015...2015/04/04  · Bandeiras, zona rural, município de Turvo/PR, foi pronunciado pela possível prática

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  • Poder JudiciárioJUSTIÇA FEDERAL

    Seção Judiciária do Paraná1ª Vara Federal de Guarapuava

    Rua Professor Becker, 2730, 1º andar - Bairro: Santa Cruz - CEP: 85015-230 - Fone:(42)3630-2250 - http://www.jfpr.jus.br - Email: [email protected]

    PROCEDIMENTO ESP.DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRINº 5003526-44.2015.4.04.7006/PR

    AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

    ACUSADO: TIAGO FEITOZA DA SILVAADVOGADO : ANDRÉIA FARIAS

    ACUSADO: KAIQUE GONÇALVES BATISTAADVOGADO : AIRTON SANSON PESETTI

    ACUSADO: CARLOS ALBERTO DE MELO ALMERONADVOGADO : DINARI ESTRELA PEREIRA

    SENTENÇA

    I - RELATÓRIO

    KAIQUE GONÇALVES BATISTA (Kaique), alcunha“Zóio”, brasileiro, em união estável, pedreiro, nascido aos 18/12/1993,em Juína/MT, filho de Antônio Batista e de Rosi Mary GonçalvesBatista, portador do RG nº 12.723.021-8 SESP/PR e do CPF nº102.017.579-66, residente na Rua Leandro Dacheux do NascimentoJúnior, 858, apartamento 22, bloco 06, Cidade Industrial, emCuritiba/PR, e TIAGO FEITOSA DA SILVA (Tiago), alcunha “Tago”,brasileiro, servente de pedreiro, nascido aos 25/11/1994, emCuritiba/PR, filho de Antônio João da Silva e de Josemeire Feitoza daSilva, portador do RG nº 11.027.307 SESP/PR e do CPF nº084.107.689-84, residente na Rua Leandro Dacheux do NascimentoJúnior, 858, apartamento 22, bloco 06, em Curitiba/PR,foram pronunciados pela possível prática dos crimes previstos no artigo288, parágrafo único, do Código Penal, no artigo 16, caput e parágrafoúnico, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003, no artigo 157, § 2º, incisos I eII, por duas vezes, e no artigo 121, § 2º, inciso V, na forma do artigo 14,inciso II, combinados com o artigo 29, todos do Código Penal.

    CARLOS ALBERTO DE MELO ALMERON (Carlos),alcunha “Tiel” ou “Atiel”, brasileiro, em união estável/casado, motoboy,nascido aos 07/10/1986, em Guarapuava/PR, filho de Jorge Almeron ede Juçara de Melo Almeron, portador do RG nº 10.098.737-6 SESP/PRe do CPF nº 060.903.069-83, endereço atual na Localidade Ilhas

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  • Bandeiras, zona rural, município de Turvo/PR, foi pronunciado pelapossível prática dos crimes previstos no artigo 288, parágrafo único, doCódigo Penal, no artigo 16, caput e parágrafo único, inciso IV, da Lei nº10.826/2003 e no artigo 157, § 2º, incisos I e II, do Código Penal.

    Ante o que acima exposto, determinou-se o julgamentodos denunciados pelo Tribunal do Júri desta Subseção Judiciária deGuarapuava/PR (sentença do evento 111 e acórdão do evento 157).

    Carlos Alberto de Melo Almeron e Tiago Feitosa da Silvaestão custodiados na Cadeia Pública de Guarapuava/PR, ao passo emque Kaique Gonçalves Batista empreendeu fuga daqueleestabelecimento prisional em 07/03/2016 (certidão do evento 189).

    O sucinto relatório do processo, na forma do artigo 423, II,do Código de Processo Penal, consta do evento 173.

    Instalada a sessão de julgamento, formou-se o Conselho deSentença e, a seguir, foram ouvidos 6 (seis) ofendidos e 1(uma) testemunha arrolada, em conjunto, pela acusação e pelas defesas.Foram realizados, ainda, os interrogatórios dos réus presos.

    Em continuidade, as partes sustentaram suas pretensõesem plenário, tendo sido observadas todas as fases previstas nos artigos453 a 481 do Código de Processo Penal.

    Ato contínuo, foram formulados e explicitados em plenárioos quesitos, realizando-se a votação na sala secreta.

    Ao votar os quesitos, o Conselho de Sentença, por maioriade votos, desclassificou os crimes dolosos contra a vida para outrasinfrações, de competência do juiz singular.

    Em razão do acima exposto, na forma do artigo 492, §§ 1ºe 2º do Código de Processo Penal, passo a decidir.

    II - FUNDAMENTOS

    1. Preliminares e prejudiciais de mérito

    Não existem questões preliminares ou prejudiciaispendentes de apreciação, estando presentes os pressupostos processuaise as condições da ação.

    2. Mérito

    Disparo de arma de fogo

    Operada a desclassificação do delito doloso contra a vidapelo Conselho de Sentença, a conduta atribuída na denúncia aos

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  • acusados Kaique Gonçalves Batista e Tiago Feitosa da Silva configura aprática, em tese, da infração penal do artigo 15 da Lei nº 10.826/03, queassim dispõe:

    "Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugarhabitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção aela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática deoutro crime:

    Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa."

    Não há que se falar em crime de latrocínio tentadoporquanto "tendo em conta as fontes do questionário formulado nojúri, vê-se que o Ministério Público não pode inovar em sua teseprincipal durante o julgamento em plenário, devendo ater-se ao quenarrado na denúncia e contido na pronúncia, sob pena de ofensa aocontraditório expressamente garantido na Constituição Federal" (STJ,HC 125.069, Relator para acórdão Ministro Jorge Mussi, DJe em29/08/2011), incidindo a limitação constante do artigo 476 do ProcessoPenal. Também corrobora tal entendimento:

    "APELAÇÃO CRIMINAL - JÚRI - HOMICÍDIO QUALIFICADO -PRONÚNCIA - PARÂMETRO PARA A FORMULAÇÃO DAACUSAÇÃO ORAL - INOVAÇÃO NA NARRATIVA DA DINÂMICADOS FATOS - IMPOSSIBILIDADE - CONDUTA SUSTENTADAPELO PROMOTOR DE JUSTIÇA EM PLENÁRIO - SURPRESAPARA A DEFESA - INFLUÊNCIA DOS JURADOS - ANULAÇÃO DADECISÃO POPULAR - NECESSIDADE - RECURSO PROVIDO. 1.Tendo sido a defesa surpreendida em Plenário com a atribuição aoréu, pelo Parquet, de conduta diversa daquela descrita na denúnciae reconhecida na sentença de pronúncia - ofendendo, assim, osprincípios dos limites da acusação, previsto no art. 476 do CPP, e,consequentemente, os da ampla defesa e do contraditório,insculpidos no art. 5º, LV, da CR/88 -, restando devidamenteconsignada sua irresignação em ata, a tempo e modo, nos termos doart. 571, VIII, do CPP, impõe-se a anulação do julgamento, comfulcro no art. 593, III, a, do CPP. 2. Recurso provido." (TJ-MG -APR: 10073120049777001 MG, Relator: Eduardo Brum, Data deJulgamento: 26/02/2014, Câmaras Criminais / 4ª CÂMARACRIMINAL, Data de Publicação: 11/03/2014)

    Como se vê da peça inicial acusatória, a figura típica dodisparo de arma de fogo está plenamente descrita, cumprindo com osrequisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal.

    A materialidade do delito está evidenciada pelo Auto deApresentação e Apreensão, pelo Boletim de Ocorrência Policial, pelosLaudos de Balística e Caracterização Física de Materiais nºs 1.595/15 e1.596/15, dos eventos 1 e 47 do Inquérito Policialnº 5003003-32.2015.4.04.7006. Conforme tais documentos, foramapreendidos em poder dos denunciados uma arma de fogo comcapacidade para 16 (dezesseis) cartuchos, de uso restrito e com onúmero de série suprimido, carregada com 11 (onze) cartuchos e aptos

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  • ao uso.

    Friso que, para a caracterização do delito em tela, nascircunstâncias em que foi narrado na denúncia, a palavra do agentepolicial tem especial valor, conforme os julgados que cito:

    "(...) PROVA. PALAVRA DO POLICIAL. VALOR. CONDENAÇÕESMANTIDAS. (...) I - Em termos de prova convincente, os depoimentosdos policiais envolvidos nas diligências preponderam sobre a do réu.Esta preponderância resulta da lógica e da razão, pois não seimagina que, sendo uma pessoa séria e idônea, e sem qualqueranimosidade específica contra o agente, vá a juízo e mentir,acusando um inocente. Deve-se examinar a declaração peloselementos que contém, confrontando-o com as outras provas ouindícios obtidos na instrução e discute-se a pessoa do depoente. Se aprova sobrevive depois desta análise, ela é forte para a condenação,não importando quem a trouxe. Foi o que ocorreu na hipótese emjulgamento. (...)" (TJ-RS - ACR: 70051275568 RS, Relator: SylvioBaptista Neto, Data de Julgamento: 13/03/2013, Primeira CâmaraCriminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 25/03/2013)

    "APELAÇÃO CRIMINAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO PERMITIDO (ART. 14 DA LEI 10.826/03) E DISPARO DEARMA DE FOGO (ART. 15). MATERIALIDADE E AUTORIACOMPROVADAS. TESTEMUNHO DE POLICIAIS. IDONEIDADE EVALIDADE QUANDO HARMÔNICOS COM O CONJUNTOPROBATÓRIO E NÃO HOUVER FUNDADA SUSPEITA SOBREELES. RÉU FLAGRADO PORTANDO A ARMA MINUTOS APÓS OACIONAMENTO DA POLÍCIA POR TER EFETUADO DISPAROSEM VIA PÚBLICA. ABSORÇÃO DO CRIME DE PORTE PELO DEDISPARO. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO.SENTENÇA CONDENATÓRIA CONFIRMADA. RECURSOCONHECIDO E NÃO PROVIDO. O testemunho de policiais é meioidôneo e válido de prova, quando for harmônico com o conjuntoprobatório e contra eles não houver fundada suspeição."(TJ-PR -ACR: 5831443 PR 0583144-3, Relator: Lilian Romero, Data deJulgamento: 01/10/2009, 2ª Câmara Criminal, Data de Publicação:DJ: 249)

    "HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DEENTORPECENTES. CONDENAÇÃO DEVIDAMENTE AMPARADANO CONJUNTO PROBATÓRIO DOS AUTOS. TESTEMUNHOPOLICIAL. EFICÁCIA PROBATÓRIA. VALORAÇÃO DAS PROVAS.IMPOSSIBILIDADE NA VIA ELEITA. PRECEDENTES DO STJ. 1.Ainda que a condenação tivesse sido amparada apenas nodepoimento de policiais - o que não ocorreu na espécie -, dequalquer forma não seria caso de anulação da sentença, porquantoesses não se encontram legalmente impedidos de depor sobre atosde ofício nos processos de cuja fase investigatória tenha participado,no exercício das funções. Em sendo assim, tais depoimentosrevestem-se de inquestionável eficácia probatória, principalmentequando prestados em juízo, sob a garantia do contraditório.(...)" (STJ-5ª Turma, HC 30.776/RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julg.03.02.2004, DJU 08.03.2004, p. 304)

    Posto isso, passo ao exame da autoria.

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  • Kaique Gonçalves Batista

    O réu nega a prática da conduta, seja na esfera policial,seja na audiência do evento 98.

    Conforme se depreende do auto de prisão em flagrante edos elementos de prova produzidos na audiência do evento 98 e nestadata, referido denunciado estava na condução do veículo roubado porocasião da perseguição policial, enquanto o corréu Tiago Feitosa daSilva, na posse da arma de fogo apreendida, efetuava os disparosdurante a perseguição policial.

    Neste panorama, tenho que, embora a arma de fogo fossede propriedade de Tiago e tenha sido apreendida em poder deste, é derigor a condenação do réu no ponto, em especial quando assim entendea jurisprudência:

    "APELAÇÃO-CRIME. ROUBO TRIPLAMENTE MAJORADO.EMPREGO DE ARMA. CONCURSO DE AGENTES. RESTRIÇÃO DALIBERDADE DAS VÍTIMAS. DISPARO DE ARMA DE FOGO.CONCURSO MATERIAL DE CRIMES. (...) Policiais Militares que,acionados, lograram êxito em localizar os indigitados, vindo aprendê-los em flagrante, na posse de parte da "res furtivae".Presunção de autoria. Inversão do "onus probandi". Relevância dapalavra das vítimas, em face da natureza do delito, especialmentequando não há qualquer indicativo de que tivessem razões paraimputar falsamente a prática do crime aos increpados. Condenaçãomantida. DISPARO DE ARMA DE FOGO. Materialidade e autoriademonstradas a partir dos relatos uníssonos dos agentes desegurança envolvidos na perseguição. Tratando-se de crimepraticado em coautoria, desimporta definir quem foi o (s) autor (es)dos disparos. Existência de liame entre os réus, objetivando todos ofim comum, qual seja, garantir o êxito da fuga e, consequentemente,a impunidade usando, para tanto, arma de fogo. Condenaçãomantida. (...) CONCURSO DE PESSOAS. AFASTAMENTOINVIÁVEL. Concurso de pessoas demonstrado pela prova oralcoligida aos autos, evidenciando a ação conjunta de três sujeitos, emclara divisão de tarefas, igualmente relevantes ao êxito daempreitada criminosa. Coautoria configurada. Conjugação devontades destinadas a um fim comum. Prescindibilidade de prova doprévio ajuste entre os agentes. (...)" (Apelação Crime nº70061329033, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Fabianne Breton Baisch, Julgado em 15/04/2015)

    "APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE DISPARO DE ARMA DEFOGO. ART. 15 DA LEI 10.826/2003. AGENTE QUE DEMADRUGADA DÁ CARONA A OUTRO ATÉ A CASA DA VÍTIMA -QUE O ÚLTIMO DESCONHECIA - ONDE SÃO EFETUADOSMÚLTIPLOS DISPAROS, CAUSANDO AVARIAS NA RESIDÊNCIA ENO VEÍCULO ALI ESTACIONADO. AUTORIA CONFESSADA PELOAUTOR DOS DISPAROS. PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO DOCORRÉU, AO ARGUMENTO DE QUE DESCONHECIA AINTENÇÃO DO OUTRO. TESE INVEROSSÍMIL DIANTE DASCIRCUNSTÂNCIAS E PROVAS DO CASO CONCRETO, INCLUSIVEA DELAÇÃO DO OUTRO AGENTE. COAUTORIA - ART. 29 DO CP

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  • - EVIDENCIADA.ADESÃO INEQUÍVOCA À INTENÇÃO DOCOAUTOR E PRÁTICA DE CONDUTAS IMPRESCINDÍVEIS PARA ACONSECUÇÃO DO DELITO. TESE DE PARTICIPAÇÃO DEMENOR IMPORTÂNCIA AFASTADA. ART. 29, §1º DO CP.CONDENAÇÕES CONFIRMADAS. DOSIMETRIA DA PENA.EXASPERAÇÕES DEVIDA E IDONEAMENTE FUNDAMENTADAS.RECURSO NÃO PROVIDO COM EXCLUSÃO, DE OFÍCIO, DAPRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE COMO CONDIÇÃOESPECIAL DO REGIME ABERTO. SÚMULA 493/STJ.1 Autosrecebidos por ocasião do período de substituição ao DesembargadorLaertes Ferreira Gomes TRIBUNAL DE JUSTIÇA ApelaçãoCriminal nº 1.174.709-8" (TJPR - 2ª C.Criminal - AC - 1174709-8 -Paranaguá - Rel.: Lilian Romero - Unânime - - J. 03.07.2014)

    É que resta patente que, embora apenas na direção doveículo roubado, Kaique apresentava liame subjetivo claro em relaçãoa Tiago, na busca de objetivo comum, consistente em fuga apósa prática dos crimes de roubo. Não se poderia falar, em outras palavras,que Kaique dirigia com finalidade diversa de Tiago, que atirava paraafastar a polícia, na tentativa de assegurar a impunidade pelos crimescontra o patrimônio recém praticados.

    Logo, a autoria é certa e recai sobre tal réu, não havendo,no bojo dos autos, quaisquer elementos descaracterizadores do dolo ouda ilicitude da conduta, nem mesmo que afastem a culpabilidade ou apunibilidade do agente.

    Tiago Feitosa da Silva

    Referido denunciado admitiu a aquisição da arma de fogoem momento anterior à prática dos roubos, para finalidade diversa(cerca de dois meses antes do fato objeto destes autos, para proteçãopessoal).

    Embora negue ter disparado a arma contra os policiais,militam em seu desfavor as alegações uníssonas das vítimas que,conforme precedentes acima transcritos, não podem ser desprezadasquando, em cotejo com outras circunstâncias, indicam a veracidade danarrativa constante da denúncia - cito, neste sentido, que a arma tinhasido adquirida de forma premeditada, havia menos cartuchos do que aplena capacidade do instrumento (apenas 11 de 16 possíveis) e haviaaptidão plena ao uso.

    Portanto, a autoria é certa e recai sobre tal réu, nãohavendo, no bojo dos autos, quaisquer elementos descaracterizadoresdo dolo ou da ilicitude da conduta, nem mesmo que afastem aculpabilidade ou a punibilidade do agente.

    Roubo

    Imputa-se aos denunciados a prática do crime previsto no

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  • artigo 157, §2º, I e II, do Código Penal, que assim dispõe:

    "Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la,por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

    Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

    (...)

    § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:

    I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;

    II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

    (...)"

    A materialidade está demonstrada por meio do auto deprisão em flagrante, do boletim de ocorrência policial, do auto deapresentação e apreensão de valores em dinheiro e veículo, dos arquivosde vídeo contendo imagens das câmeras internas da agência doscorreios e das declarações dos ofendidos constantes do evento 1 doInquérito Policial nº 5003003-32.2015.4.04.7006.

    Passo ao exame da autoria.

    Carlos Alberto de Melo Almeron

    Quanto a este denunciado, pende a acusação de somenteum dos roubos descritos na peça inicial acusatória: aquele praticado naagência dos Correios.

    O acusado nega o cometimento do crime, porque nãoadentrou a agência dos Correios na companhia dos corréus e teriadesistido da ação criminosa. Todavia, do que se depreende do processo,não houve qualquer desistência de participar do roubo previamentecombinado; na verdade, após ligação anônima, Carlos foi abordado porpoliciais enquanto, próximo dos Correios, aguardava no carro por elealugado, certamente com o fim de promover, com maior facilidade, afuga dos comparsas, que efetivamente adentraram o local do crimecontra o patrimônio.

    Não há como se desistir da conduta mas, de formacontraditória, levar os alegados ex-comparsas ao local do cometimentodo crime, tal como afirmado nesta Sessão do Tribunal do Júri. Ademais,se tivesse, de fato, se desvinculado totalmente da atividade delituosaanteriormente combinada, não ficaria próximo do local do crime nempermaneceria na guarda de objetos pessoais dos demais réus. Tudo issoindica, portanto, que, embora em menor grau, Carlos concorreu para aprática do roubo aos Correios e somente não auxiliou na fuga de Kaique

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  • e Tiago porque foi preso antes disso.

    Portanto, a autoria é certa e recai sobre o réu, nãohavendo, no bojo dos autos, quaisquer elementos descaracterizadoresdo dolo ou da ilicitude da conduta, nem mesmo que afastem aculpabilidade ou a punibilidade do agente.

    Kaique Gonçalves Batista e Tiago Feitosa da Silva

    Durante a fase inquisitorial, os funcionários dos Correiosreconheceram os acusados Kaique Gonçalves Batista e Tiago Feitosa daSilva como aqueles que adentraram aquele local para subtrair dinheiro,no que efetivamente lograram êxito - em Juízo, referida versão foicorroborada.

    Ademais, o proprietário do veículo roubado por ocasião datentativa de fuga também reconheceu os denunciados, reiterando tal fatoem Juízo.

    Somado a isso, os réus são confessos quanto a estes doisroubos, admitindo que saíram de Curitiba com destino a Turvo com oobjetivo de praticar roubo contra a agência de Correios, portando armade fogo e fazendo uso de veículo alugado na cidade de origem.

    Não há que se falar, ademais, em eventual absorção entreos crimes de porte de arma de fogo e roubo, porque as ações se deramem contextos distintos, na medida em que Tiago admitiu ter adquirido aarma de fogo apreendida cerca de dois meses antes da condutadelituosa descrita nestes autos, afirmando tê-lo feito para proteçãopessoal. Cito, neste sentido:

    "ROUBO MAJORADO E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DEUSO RESTRITO (ART. 157, § 2º, INCS. I, II, IV e V, DO CP, E ART.16, CAPUT, DA LEI Nº 10.826/03).1. PLEITO ABSOLUTÓRIOQUANTO AO DELITO DE ROUBO MAJORADO. ALEGADAINSUFICIÊNCIA DE PROVAS.IMPROCEDÊNCIA. CONJUNTOPROBATÓRIO QUE EVIDENCIA, SATISFATORIAMENTE, AMATERIALIDADE E A AUTORIA DO CRIMEPATRIMONIAL.CONDENAÇÕES MANTIDAS.2. PRETENDIDAABSORÇÃO DO DELITO DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGODE USO RESTRITO PELO ROUBO MAJORADO, PAUTADA NAINCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO.DESCABIMENTO.CONDUTAS ILÍCITAS PRATICADAS EMDIVERSIDADE DE CONTEXTOS. CONCURSO MATERIAL DECRIMES CONFIGURADO. Apelação Crime nº 1.475.451-7 Fl. 23.PEDIDO DE EXCLUSÃO DA MAJORANTE DESCRITA NO ARTIGO157, § 2º, INCISO IV, DO CP. CABIMENTO. TRANSPORTE DOVEÍCULO SUBTRAÍDO PARA O EXTERIOR NÃOCONCRETIZADO.4. PLEITO DE MINORAÇÃO DO QUANTUM DEAUMENTO DA PENA. IMPOSSIBILIDADE.EXISTÊNCIA DEFUNDAMENTAÇÃO CONCRETA PARA A ELEVAÇÃO DAREPRIMENDA EM FRAÇÃO SUPERIOR À MÍNIMA. DOSIMETRIAPENAL EM CONFORMIDADE COM A SÚMULA 443 DO

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  • STJ.RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTEPROVIDO." (TJPR - 4ª C.Criminal - AC - 1475451-7 - Jandaia doSul - Rel.: Lidia Maejima - Unânime - - J. 30.06.2016)

    "APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO MAJORADO PELO EMPREGODE ARMA DE FOGO E CONCURSO DE AGENTES. PORTEILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO.MATERIALIDADE E AUTORIA DEMONSTRADAS. CONDENAÇÃO.AFASTAMENTO DO CONCURSO MATERIAL ENTRE OS CRIMESDE ROUBO E O DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USORESTRITO. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO(ABSORÇÃO). IMPROCEDÊNCIA. CRIMES COMETIDOS DEFORMA AUTÔNOMA. AFASTAMENTO DAS MAJORANTES.AFRONTA À SÚMULA 443 DO SUPERIOR TRIBUNAL DEJUSTIÇA. REDUÇÃO DA FRAÇÃO DO AUMENTO DE PENA DE5/12 (CINCO DOZE AVOS) PARA 1/3 (UM TERÇO).INACOLHIMENTO. FUNDAMENTAÇÃO ESCORREITA. REDUÇÃO,DE OFÍCIO, DA PENA PECUNIÁRIA.RECURSO CONHECIDO EDESPROVIDO E, DE OFÍCIO, ADEQUADA A PENA DE MULTA.I."1. Realizados em contextos fáticos distintos, não há consunçãoentre o delito de roubo majorado pelo uso de arma de fogo e porteilegal de arma de fogo. (TJPR. Apelação Criminal nº 1.159.821-3.Relator: Desembargador LUIZ CARLOS GABARDO. 5ª CâmaraCriminal. Julgado em 24.04.2014)". II. Cabível o aumento na fraçãode 5/12 (cinco doze avos) em razão das majorantes, como fixadopelo Juiz singular, pois os motivos encontram-se devidamentefundamentados. III. A pena de multa deve guardar proporcionalidadecom a pena privativa de liberdade imposta." (TJPR - 5ª C.Criminal -AC - 1442505-9 - Campo Largo - Rel.: Maria José de ToledoMarcondes Teixeira - Unânime - - J. 31.03.2016)

    Disso, extrai-se que a autoria é certa e recai sobre os réusacima mencionados, não havendo nos autos quaisquer elementosdescaracterizadores do dolo ou da ilicitude da conduta, nem mesmo queafastem a culpabilidade ou a punibilidade dos agentes.

    Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

    Pende contra os réus a acusação da prática do crimeprevisto no artigo 16, caput e parágrafo único, IV, da Lei nº 10.826/03:

    "Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter emdepósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar,remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização eem desacordo com determinação legal ou regulamentar:

    Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

    Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

    (...)

    IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogocom numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificaçãoraspado, suprimido ou adulterado;

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  • (...)"

    A materialidade do delito está demonstrada por meio doslaudos periciais acostados ao evento 47 do Inquérito Policialnº 5003003-32.2015.4.04.7006, bem como pelo Auto de Apresentaçãoe Apreensão do evento 1 daqueles mesmos autos, que evidenciam aapreensão de arma de fogo de uso restrito e com numeração raspada.

    A autoria, em que pese haja a confissão apenas por partedo réu Tiago Feitosa da Silva e negativa dos demais acusados, pode serimputada a todos os denunciados, na medida em que o instrumento seriautilizado para crime diverso (roubo) que, por ter sido previamenteacertado, era de conhecimento dos três sentenciados. Cito apossibilidade de porte compartilhado de arma de fogo, conformerecentes julgados do Superior Tribunal de Justiça:

    "PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO(ARTIGO 14 DA LEI 10.826/2003). ALEGADA ATIPICIDADE DACONDUTA. AVENTADA IMPOSSIBILIDADE DE PORTECOMPARTILHADO DE ARMA DE FOGO. CRIME COMUM.ADMISSIBILIDADE DO CONCURSO DE PESSOAS.CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CARACTERIZADO. 1. O crimeprevisto no artigo 14 da Lei 10.826/2003 é comum, podendo sercometido por qualquer pessoa. 2. Não se exigindo qualquerqualidade especial do sujeito ativo, não há dúvidas de que se admiteo concurso de agentes no crime de porte ilegal de arma de fogo, nãose revelando plausível o entendimento pelo qual apenas aquele queefetivamente porta a arma de fogo incorre nas penas do delito emcomento. 3. Ainda que apenas um dos agentes esteja portando aarma de fogo, é possível que os demais tenham concorrido dequalquer forma para a prática delituosa, motivo pelo qual devemresponder na medida de sua participação, nos termos do artigo 29do Código Penal. Precedentes. (...)" (STJ, HC nº 198.186⁄RJ,Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 5/12/2014)

    "HABEAS CORPUS . PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGOCOM NUMERAÇÃO SUPRIMIDA. COAUTORIA. POSSIBILIDADE.TESE DE ATIPICIDADE DA CONDUTA. IMPROCEDÊNCIA.TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. ORDEMDE HABEAS CORPUS DENEGADA. 1. Conforme consignou oTribunal de origem, as circunstâncias em que a prisão dos Acusadosfoi efetuada evidenciam que o porte ilegal da arma de fogoapreendida era compartilhado. Assim, presente a unidade dedesígnios para o cometimento do delito, descabe falar-seem atipicidade da conduta. Precedentes. 2. Ordem de habeas corpusdenegada." (STJ, HC n. 158.931⁄RJ, Ministra Laurita Vaz, QuintaTurma, DJe 5/9/2016)

    Portanto, a autoria é certa e recai sobre todos osdenunciados, não havendo, no bojo dos autos, quaisquer elementosdescaracterizadores do dolo ou da ilicitude da conduta, nem mesmo queafastem a culpabilidade ou a punibilidade dos agentes.

    Associação criminosa

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  • A denúncia imputou aos réus a prática do crime previstono artigo 288 do Código Penal:

    "Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fimespecífico de cometer crimes:

    Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos."

    Para a configuração do crime, a jurisprudência é firme nosentido de que, para configuração do aludido delito, deve restardemonstrada a estabilidade e permanência da associação criminosa:

    "PENAL. CONTRABANDO POR MEIO DE TRANSPORTE FLUVIAL.ARTIGO 334-A, CAPUT C/C § 3º, DO CÓDIGO PENAL.ADEQUAÇÃO TÍPICA. MATERIALIDADE, AUTORIA E DOLOCOMPROVADOS. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. ARTIGO 2º DALEI Nº 12.850/2013. ASSOCIAÇÃO ESTÁVEL E PERMANENTENÃO COMPROVADA. REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA. 1.Aquele que importa mercadoria proibida por meio de transportefluvial pratica a conduta prevista no artigo 334-A, caput c/c § 3º, doCódigo Penal. 2. A função de retirada das caixas de mercadoriaproibida dos barcos e de sua distribuição terrestre faz parte dacadeia delitiva do crime de contrabando praticado por meio detransporte fluvial. 3. Caso em que os acusados foram presos emflagrante, ao atracarem e descarregarem barcos com centenas decaixas de cigarro contrabandeado no Rio Paraná. 4. A existência deuma circunstância judicial desfavorável não impede, por si só, afixação do regime aberto ao condenado não reincidente a penainferior a quatro anos de reclusão. 5. Aquele que promove, constitui,financia ou integra, pessoalmente ou por interposta pessoa,organização criminosa pratica o crime do artigo 2º da Lei nº12.820/2013. 6. Caso em que, a despeito da existência de estruturaorganizada por divisão de tarefas com mais de quatro pessoas, nãofoi comprovada a associação estável e permanente do grupo,necessária à configuração de organização criminosa. 7. Sentençaparcialmente reformada." (TRF4, ACR 5001283-15.2015.404.7011,Sétima Turma, Relator p/ Acórdão Sebastião Ogê Muniz, juntado aosautos em 23/02/2016)

    "PENAL E PROCESSO PENAL. ARTIGO 288 DO ESTATUTOREPRESSOR. QUADRILHA OU BANDO. ESTABILIDADE E/OUPERMANÊNCIA. NÃO VERIFICAÇÃO. ABSOLVIÇÃO. CRIMECONTRA AS TELECOMUNICAÇÕES. ARTIGO 183 DA LEI9.472/97. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DO ARTIGO 70DA LEI 4.117/62. CONJUNTO PROBATÓRIO INSUFICIENTE. INDUBIO PRO REO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. ARTIGO 334, §1º,ALÍNEA "B", DO CÓDIGO PENAL. SUSPENSÃO CONDICIONALDO PROCESSO. REQUISITOS OBJETIVOS. PREENCHIMENTOPOR DOIS RÉUS. CISÃO DA AÇÃO PENAL NA ORIGEM.PROSSEGUIMENTO DO FEITO EM RELAÇÃO AO CORRÉU.MATERALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. DEPOIMENTO DEAGENTES POLICIAIS. VALIDADE. TRANSPORTADOR.PROPRIEDADE DAS MERCADORIAS. DESNECESSIDADE.DOSIMETRIA. MAUS ANTECEDENTES. REFORMATIO IN PEJUS.MANUTENÇÃO DA PENA FIXADA NA SENTENÇA.SUBSTITUIÇÃO POR PENA RESTRITIVA DE DIREITOS.

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  • MODALIDADE. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. FIANÇA.PERDIMENTO. 1. Não há como se inferir, com base nas provas dosautos e circunstâncias da infração penal, que existisse vínculo entretodos os agentes, de forma estável ou permanente, que apontasseefetivamente para a existência de uma quadrilha formada por essescom o fim de praticar crimes. Apelação provida. (...)" (TRF4, ACR5005629-69.2011.404.7004, Oitava Turma, Relator p/ Acórdão VictorLuiz dos Santos Laus, juntado aos autos em 10/09/2015)

    O Ministério Público Federal, ao denunciar os réus, serestringe a dizer o seguinte:

    "FATO 01

    Em data não precisada, mas antes de 07 de julho de 2015, emCuritiba/PR, CARLOS ALBERTO DE MELO ALMERON, KAIQUEGONÇALVES BATISTA e TIAGO FEITOSA DA SILVA associaram-se,de forma estável e permanente, para o fim específico de cometercrimes, valendo-se do emprego de arma de fogo.

    No celular apreendido com CARLOS havia uma mensagem trocadacom KAIQUE em 07/02/2015.

    Quando da lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, KAIQUE eTIAGO afirmaram residir no mesmo endereço. (...)"

    Como se vê, a imputação do delito está alicerçada, tãosomente, no fato de que um acusado teria se comunicado pormensagem de texto com outro, sem dizer nada de relevante ao deslindeda causa, bem como pela declaração de endereço conjunto de dois dosdenunciados.

    Nada mais veio aos autos para comprovação daestabilidade e da permanência alegada na denúncia: não há indicativo deque a ação delituosa objeto dos autos não constitua fato isolado.

    O fato de existirem outras anotações criminais emdesfavor dos réus não é suficiente a alterar o entendimento supra,porque, por si só, não indicam que havia estabilidade e permanênciaentre eles.

    Por esse motivo, não tendo o órgão acusador obtido êxitona comprovação da acusação, neste ponto a denúncia é improcedente eos réus devem ser absolvidos.

    3. Dosimetria das penas

    3.1. Carlos Alberto de Melo Almeron

    Roubo

    A pena prevista para a infração capitulada noartigo 157, do Código Penal, é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)

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  • anos, e multa.

    A culpabilidade, considerada como a reprovação socialda conduta do réu, não excede a normalidade do tipo penal. Não háinformações de que possua maus antecedentes, assim entendidoscomo a existência de condenação criminal transitada em julgado quenão se amolde aos requisitos para a caracterização da reincidência. Nãoexistem elementos para aferir a conduta social e a personalidade doacusado. O motivo do crime é inerente ao tipo penal.As circunstâncias são desfavoráveis em razão do número de vítimas dodelito. As consequências não são graves, porque o produto do crime foiapreendido e nenhuma vítima foi ferida com gravidade. Não houvecontribuição do comportamento das vítimas para a prática do delito.

    Nesses termos, tendo em vista a existência de umacircunstância judicial desfavorável ao réu, fixo a pena-base em 4(quatro) anos, 4 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão.

    Na segunda fase, incide a agravante da reincidência (artigo61, I, do Código Penal), porque condenado definitivamente por furto naAção Penal 0006080-37.2011.8.16.0013, na Comarca de Curitiba/PR,com fato delituoso em 29/03/2011 e trânsito em julgado da sentençacondenatória em 22/08/2014 (evento 178, CERTANTCRIM1). Assim,aumento a pena e fixo-a, provisoriamente, em 5 (cinco) anos, 1 (um)mês e 7 (sete) dias de reclusão.

    Não incidem outras circunstâncias agravantes ouatenuantes.

    Incidem as causas de aumento de pena do artigo 157, §2º,I e II, do Código Penal, porque o roubo foi praticado mediante empregode arma de fogo e em concurso de pessoas. Na forma da Súmula nº 443do Superior Tribunal de Justiça, justifica-se o aumento da reprimendaem 2/5 (dois quintos), além da multiplicidade de majorantes,pelo deslocamento de significativa distância entre Curitiba/PR eTurvo/PR pelos agentes apenas para o fim de praticar o crime, pelo quefixo a pena, de forma definitiva, em 7 (sete) anos, 1 (um) mês e 21(vinte e um) dias de reclusão.

    De modo a guardar a proporcionalidade em relação à penacorporal, fixo a pena de multa em 92 (noventa e dois) dias-multa.

    Considerando a situação econômica informada nos autos,atribuo a cada dia-multa o valor de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo nacional vigente na data do fato (julho de 2015), valor este quedeverá ser corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiais,observando-se os critérios de atualização estabelecidos pelo Manual deOrientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal,elaborado pelo Conselho da Justiça Federal.

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  • Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

    A pena prevista para a infração capitulada no artigo 16 daLei nº 10.826/03 é de reclusão de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

    A culpabilidade, considerada como a reprovação socialda conduta do réu, não excede a normalidade do tipo penal. Não háinformações de que possua maus antecedentes, assim entendidoscomo a existência de condenação criminal transitada em julgado quenão se amolde aos requisitos para a caracterização da reincidência. Nãoexistem elementos para aferir a conduta social e a personalidade doacusado. O motivo e as circunstâncias são inerentes àespécie. As consequências não são graves, porque a arma defogo irregular foi apreendida. Não há que se falar em comportamentoda vítima.

    Nesses termos, tendo em vista a inexistência decircunstância judicial desfavorável ao réu, fixo a pena-base em 3 (três)anos de reclusão.

    Na segunda fase, incide a agravante da reincidência,porque condenado definitivamente por roubo na AçãoPenal 0005572-57.2012.8.16.0013, na Comarca de Curitiba/PR, comfato delituoso em 09/03/2012 e trânsito em julgado da sentençacondenatória em 06/12/2013 (evento 178, CERTANTCRIM3).

    Assim, aumento a pena, e, ante a inexistência de outrascircunstâncias agravantes ou atenuantes ou de causas de aumento ou dediminuição, fixo-a, definitivamente, em 3 (três) anos e 6 (seis) mesesde reclusão.

    De modo a guardar a proporcionalidade em relação à penacorporal, fixo a pena de multa em 50 (cinquenta) dias-multa.

    Considerando a situação econômica informada nos autos,atribuo a cada dia-multa o valor de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo nacional vigente na data do fato (julho de 2015), valor este quedeverá ser corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiais,observando-se os critérios de atualização estabelecidos pelo Manual deOrientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal,elaborado pelo Conselho da Justiça Federal.

    Concurso de crimes

    Há concurso material entre os delitos praticados pelosentenciado, uma vez que constituem delitos autônomos entre si,realizados mediante ações distintas, possuindo elementos volitivospróprios, e, ainda, um não é pressuposto do outro delito, como crimemeio e crime fim. Por isso, entre os aludidos delitos, deve ser aplicada a

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  • regra do artigo 69 do Código Penal para a definição da pena total.

    Assim, resta o denunciado Carlos Alberto de MeloAlmeron definitivamente condenado às penas de 10 (dez) anos, 7(sete) meses e 21 (vinte e um) dias de reclusão, e 142 (cento equarenta e dois) dias-multa.

    O dia-multa é fixado no valor unitário de 1/30 do saláriomínimo vigente em julho de 2015. O valor deve ser atualizado porocasião da execução.

    Fixo o regime fechado para início de cumprimento depena de reclusão (artigo 33, §2º, do Código Penal). Incabíveis, pelomontante da pena aplicada e pela reincidência, a suspensão condicionalda pena e a substituição da pena privativa de liberdade.

    3.2. Kaique Gonçalves Batista

    Disparo de arma de fogo

    A pena prevista para a infração capitulada no artigo 15 daLei nº 10.826/03 é de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

    A culpabilidade, considerada como a reprovação socialda conduta do réu, não excede a normalidade do tipo penal. Não háinformações de que possua maus antecedentes, assim entendidoscomo a existência de condenação criminal transitada em julgado quenão se amolde aos requisitos para a caracterização da reincidência. Nãoexistem elementos para aferir a conduta social e a personalidade doacusado. O motivo do crime não poderá ser valorado nesta fase porqueserá considerado para aumento da pena pela presença de agravante.As circunstâncias são inerentes à espécie. As consequências não sãograves, porque a arma de fogo foi apreendida e não houve feridos. Nãohá que se falar em comportamento da vítima.

    Nesses termos, tendo em vista a inexistência decircunstância judicial desfavorável ao réu, fixo a pena-base em 2 (dois)anos de reclusão.

    Na segunda fase, incidem as agravantes da reincidência,porque condenado definitivamente por roubo na AçãoPenal 0005572-57.2012.8.16.0013, na Comarca de Curitiba/PR, comfato delituoso em 09/03/2012 e trânsito em julgado da sentençacondenatória em 06/12/2013 (evento 178, CERTANTCRIM3), e daprática do crime para "facilitar ou assegurar a execução, a ocultação,a impunidade ou vantagem de outro crime" (artigo 61, I e II, b, doCódigo Penal).

    Assim, aumento a pena, e, ante a inexistência de outrascircunstâncias agravantes ou atenuantes ou de causas de aumento ou de

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  • diminuição, fixo-a, definitivamente, em 2 (dois) anos e 8 (oito) mesesde reclusão.

    De modo a guardar a proporcionalidade em relação à penacorporal, fixo a pena de multa em 40 (quarenta) dias-multa.

    Considerando a situação econômica informada nos autos,atribuo a cada dia-multa o valor de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo nacional vigente na data do fato (julho de 2015), valor este quedeverá ser corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiais,observando-se os critérios de atualização estabelecidos pelo Manual deOrientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal,elaborado pelo Conselho da Justiça Federal.

    Roubos

    Correios

    A pena prevista para a infração capitulada noartigo 157, do Código Penal, é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)anos, e multa.

    A culpabilidade, considerada como a reprovação socialda conduta do réu, não excede a normalidade do tipo penal. Não háinformações de que possua maus antecedentes, assim entendidoscomo a existência de condenação criminal transitada em julgado quenão se amolde aos requisitos para a caracterização da reincidência. Nãoexistem elementos para aferir a conduta social e a personalidade doacusado. O motivo do crime é inerente ao tipo penal.As circunstâncias são desfavoráveis em razão do número de vítimas dodelito. As consequências não são graves, porque o produto do crime foiapreendido e nenhuma vítima foi ferida com gravidade. Não houvecontribuição do comportamento das vítimas para a prática do delito.

    Nesses termos, tendo em vista a existência de umacircunstância judicial desfavorável ao réu, fixo a pena-base em 4(quatro) anos, 4 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão.

    Na segunda fase, incidem a agravante da reincidência(artigo 61, I, do Código Penal), porque condenado definitivamente porroubo na Ação Penal 0005572-57.2012.8.16.0013, na Comarca deCuritiba/PR, com fato delituoso em 09/03/2012 e trânsito em julgado dasentença condenatória em 06/12/2013 (evento 178, CERTANTCRIM3),e a atenuante da confissão espontânea (artigo 65, III, d, do CódigoPenal). Saliente-se que a reincidência em questão é específica,porquanto condenado anteriormente pelo mesmo crime, devendo incidircompensação apenas em parte entre a confissão e a reincidência. Nestesentido: HC 258.693/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ,SEXTA TURMA, julgado em 15/03/2016, DJe 28/03/2016. Diante

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  • disso, elevo a reprimenda pela reincidência específica, compensando emparte o aumento pela confissão, e fixo a pena, ainda provisoriamente,em 4 (quatro) anos e 8 (oito) meses de reclusão.

    Não incidem outras circunstâncias agravantes ouatenuantes.

    Incidem as causas de aumento de pena do artigo 157, §2º,I e II, do Código Penal, porque o roubo foi praticado mediante empregode arma de fogo e em concurso de pessoas. Na forma da Súmula nº 443do Superior Tribunal de Justiça, justifica-se o aumento da reprimendaem 2/5 (dois quintos), além da multiplicidade de majorantes,pelo deslocamento de significativa distância entre Curitiba/PR eTurvo/PR pelos agentes apenas para o fim de praticar o crime, pelo quefixo a pena, de forma definitiva, em 6 (seis) anos, 6 (seis) meses e 12(doze) dias de reclusão.

    De modo a guardar a proporcionalidade em relação à penacorporal, fixo a pena de multa em 85 (oitenta e cinco) dias-multa.

    Considerando a situação econômica informada nos autos,atribuo a cada dia-multa o valor de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo nacional vigente na data do fato (julho de 2015), valor este quedeverá ser corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiais,observando-se os critérios de atualização estabelecidos pelo Manual deOrientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal,elaborado pelo Conselho da Justiça Federal.

    Veículo e valores de Eliseu Verhagen

    A pena prevista para a infração capitulada noartigo 157, do Código Penal, é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)anos, e multa.

    A culpabilidade, considerada como a reprovação socialda conduta do réu, não excede a normalidade do tipo penal. Não háinformações de que possua maus antecedentes, assim entendidoscomo a existência de condenação criminal transitada em julgado quenão se amolde aos requisitos para a caracterização da reincidência. Nãoexistem elementos para aferir a conduta social e a personalidade doacusado. O motivo do crime é inerente ao tipo penal.As circunstâncias são normais à espécie. As consequências não sãograves, porque o veículo foi recuperado, o prejuízo financeiro foi depequena monta e a vítima não foi ferida. Não houve contribuiçãodo comportamento da vítima para a prática do delito.

    Nesses termos, tendo em vista a inexistência decircunstâncias judiciais desfavoráveis ao réu, fixo a pena-base em 4(quatro) anos de reclusão.

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    17 de 27 26/07/2016 14:24

  • Na segunda fase, incidem a agravante da reincidência(artigo 61, I, do Código Penal), porque condenado definitivamente porroubo na Ação Penal 0005572-57.2012.8.16.0013, na Comarca deCuritiba/PR, com fato delituoso em 09/03/2012 e trânsito em julgado dasentença condenatória em 06/12/2013 -(evento 178,CERTANTCRIM3), e a atenuante da confissão espontânea (artigo 65, Ie III, d, do Código Penal). Saliente-se que a reincidência em questão éespecífica, porquanto condenado anteriormente pelo mesmo crime,devendo incidir compensação em parte entre a confissão e areincidência. Neste sentido: HC 258.693/SP, Rel. Ministro ROGERIOSCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 15/03/2016, DJe28/03/2016. Diante disso, elevo a reprimenda pela reincidênciaespecífica, compensando em parte o aumento pela confissão, e fixo apena, ainda provisoriamente, em 4 (quatro) anos e 4 (quatro) meses dereclusão.

    Não incidem outras circunstâncias agravantes ouatenuantes.

    Incidem as causas de aumento de pena do artigo 157, §2º,I e II, do Código Penal, porque o roubo foi praticado mediante empregode arma de fogo e em concurso de pessoas. Na forma da Súmula nº 443do Superior Tribunal de Justiça, justifica-se o aumento da reprimendaem 2/5 (dois quintos), além da multiplicidade de majorantes,pelo deslocamento de significativa distância entre Curitiba/PR eTurvo/PR pelos agentes apenas para o fim de praticar o crime, pelo quefixo a pena, de forma definitiva, em 6 (seis) anos e 24 (vinte e quatro)dias de reclusão.

    De modo a guardar a proporcionalidade em relação à penacorporal, fixo a pena de multa em 79 (setenta e nove) dias-multa.

    Considerando a situação econômica informada nos autos,atribuo a cada dia-multa o valor de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo nacional vigente na data do fato (julho de 2015), valor este quedeverá ser corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiais,observando-se os critérios de atualização estabelecidos pelo Manual deOrientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal,elaborado pelo Conselho da Justiça Federal.

    Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

    A pena prevista para a infração capitulada no artigo 16 daLei nº 10.826/03 é de reclusão de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

    A culpabilidade, considerada como a reprovação socialda conduta do réu, não excede a normalidade do tipo penal. Não háinformações de que possua maus antecedentes, assim entendidoscomo a existência de condenação criminal transitada em julgado que

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  • não se amolde aos requisitos para a caracterização da reincidência. Nãoexistem elementos para aferir a conduta social e a personalidade doacusado. O motivo do crime e as circunstâncias são inerentes àespécie. As consequências não são graves, porque a arma defogo irregular foi apreendida. Não há que se falar em comportamentoda vítima.

    Nesses termos, tendo em vista a inexistência decircunstância judicial desfavorável ao réu, fixo a pena-base em 3 (três)anos de reclusão.

    Na segunda fase, incidem a agravante da reincidência,porque condenado definitivamente por roubo na AçãoPenal 0005572-57.2012.8.16.0013, na Comarca de Curitiba/PR, comfato delituoso em 09/03/2012 e trânsito em julgado da sentençacondenatória em 06/12/2013 (evento 178, CERTANTCRIM3).

    Assim, aumento a pena, e, ante a inexistência de outrascircunstâncias agravantes ou atenuantes ou de causas de aumento ou dediminuição, fixo-a, definitivamente, em 3 (três) anos e 6 (seis) mesesde reclusão.

    De modo a guardar a proporcionalidade em relação à penacorporal, fixo a pena de multa em 50 (cinquenta) dias-multa.

    Considerando a situação econômica informada nos autos,atribuo a cada dia-multa o valor de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo nacional vigente na data do fato (julho de 2015), valor este quedeverá ser corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiais,observando-se os critérios de atualização estabelecidos pelo Manual deOrientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal,elaborado pelo Conselho da Justiça Federal.

    Concurso de crimes

    Há concurso material entre os delitos praticados pelosentenciado, uma vez que constituem delitos autônomos entre si,realizados mediante ações distintas, possuindo elementos volitivospróprios, e, ainda, um não é pressuposto do outro delito, como crimemeio e crime fim. Por isso, entre os aludidos delitos, deve ser aplicada aregra do artigo 69 do Código Penal para a definição da pena total.

    Assim, resta o denunciado Kaique GonçalvesBatista definitivamente condenado às penas de 18 (dezoito) anos, 9(nove) meses e 6 (seis) dias de reclusão, e 254 (duzentos ecinquenta e quatro) dias-multa.

    O dia-multa é fixado no valor unitário de 1/30 do saláriomínimo vigente em julho de 2015. O valor deve ser atualizado por

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  • ocasião da execução.

    Fixo o regime fechado para início de cumprimento depena de reclusão (artigo 33, §2º, do Código Penal). Incabíveis, pelomontante da pena aplicada e pela reincidência, a suspensão condicionalda pena e a substituição da pena privativa de liberdade.

    3.3. Tiago Feitosa da Silva

    Disparo de arma de fogo

    A pena prevista para a infração capitulada no artigo 15 daLei nº 10.826/03 é de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

    A culpabilidade, considerada como a reprovação socialda conduta do réu, não excede a normalidade do tipo penal. Não háinformações de que possua maus antecedentes, assim entendidoscomo a existência de condenação criminal transitada em julgado quenão se amolde aos requisitos para a caracterização da reincidência. Nãoexistem elementos para aferir a conduta social e a personalidade doacusado. O motivo do crime não poderá ser valorado nesta fase porqueserá considerado para aumento da pena pela presença de agravante.As circunstâncias são inerentes à espécie. As consequências não sãograves, porque a arma de fogo foi apreendida e não houve feridos. Nãohá que se falar em comportamento da vítima.

    Nesses termos, tendo em vista a inexistência decircunstância judicial desfavorável ao réu, fixo a pena-base em 2 (dois)anos de reclusão.

    Na segunda fase, incide a atenuante da menoridaderelativa (artigo 65, I, do Código Penal).

    Considerando a impossibilidade de reduzir a pena abaixodo mínimo legal nesta fase, e, ainda, a inexistência de outrascircunstâncias agravantes ou atenuantes ou de causas de aumento ou dediminuição, fixo a pena, definitivamente, em 2 (dois) anos de reclusão.

    De modo a guardar a proporcionalidade em relação à penacorporal, fixo a pena de multa em 32 (trinta e dois) dias-multa.

    Considerando a situação econômica informada nos autos,atribuo a cada dia-multa o valor de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo nacional vigente na data do fato (julho de 2015), valor este quedeverá ser corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiais,observando-se os critérios de atualização estabelecidos pelo Manual deOrientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal,elaborado pelo Conselho da Justiça Federal.

    Roubos

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  • Correios

    A pena prevista para a infração capitulada noartigo 157, do Código Penal, é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)anos, e multa.

    A culpabilidade, considerada como a reprovação socialda conduta do réu, não excede a normalidade do tipo penal. Não háinformações de que possua maus antecedentes, assim entendidoscomo a existência de condenação criminal transitada em julgado quenão se amolde aos requisitos para a caracterização da reincidência. Nãoexistem elementos para aferir a conduta social e a personalidade doacusado. O motivo do crime é inerente ao tipo penal.As circunstâncias são desfavoráveis em razão do número de vítimas dodelito. As consequências não são graves, porque o produto do crime foiapreendido e nenhuma vítima foi ferida com gravidade. Não houvecontribuição do comportamento das vítimas para a prática do delito.

    Nesses termos, tendo em vista a existência de umacircunstância judicial desfavorável ao réu, fixo a pena-base em 4(quatro) anos, 4 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de reclusão.

    Na segunda fase, incidem as atenuante da confissãoespontânea e da menoridade relativa (artigo 65, I e III, d, do CódigoPenal). Diante disso, reduzo a pena e a fixo, provisoriamente, em 4(quatro) anos de reclusão.

    Não incidem outras circunstâncias agravantes ouatenuantes.

    Incidem as causas de aumento de pena do artigo 157, §2º,I e II, do Código Penal, porque o roubo foi praticado mediante empregode arma de fogo e em concurso de pessoas. Na forma da Súmula nº 443do Superior Tribunal de Justiça, justifica-se o aumento da reprimendaem 2/5 (dois quintos), além da multiplicidade de majorantes,pelo deslocamento de significativa distância entre Curitiba/PR eTurvo/PR pelos agentes apenas para o fim de praticar o crime, pelo quefixo a pena, de forma definitiva, em 5 (cinco) anos, 7 (sete) meses e 6(seis) dias de reclusão.

    De modo a guardar a proporcionalidade em relação à penacorporal, fixo a pena de multa em 74 (setenta e quatro) dias-multa.

    Considerando a situação econômica informada nos autos,atribuo a cada dia-multa o valor de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo nacional vigente na data do fato (julho de 2015), valor este quedeverá ser corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiais,observando-se os critérios de atualização estabelecidos pelo Manual deOrientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal,

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  • elaborado pelo Conselho da Justiça Federal.

    Veículo e valores de Eliseu Verhagen

    A pena prevista para a infração capitulada noartigo 157, do Código Penal, é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)anos, e multa.

    A culpabilidade, considerada como a reprovação socialda conduta do réu, não excede a normalidade do tipo penal. Não háinformações de que possua maus antecedentes, assim entendidoscomo a existência de condenação criminal transitada em julgado quenão se amolde aos requisitos para a caracterização da reincidência. Nãoexistem elementos para aferir a conduta social e a personalidade doacusado. O motivo do crime é inerente ao tipo penal.As circunstâncias são normais à espécie. As consequências não sãograves, porque o veículo foi recuperado, o prejuízo financeiro foi depequena monta e a vítima não foi ferida. Não houve contribuiçãodo comportamento da vítima para a prática do delito.

    Nesses termos, tendo em vista a inexistência decircunstâncias judiciais desfavoráveis ao réu, fixo a pena-base em 4(quatro) anos de reclusão.

    Na segunda fase, incidem as atenuante da confissãoespontânea e da menoridade relativa (artigo 65, I e III, d, do CódigoPenal). Todavia, diante da impossibilidade de reduzir a pena abaixo domínimo legal nesta fase, mantenho a pena, provisoriamente, em 4(quatro) anos de reclusão.

    Não incidem outras circunstâncias agravantes ouatenuantes.

    Incidem as causas de aumento de pena do artigo 157, §2º,I e II, do Código Penal, porque o roubo foi praticado mediante empregode arma de fogo e em concurso de pessoas. Na forma da Súmula nº 443do Superior Tribunal de Justiça, justifica-se o aumento da reprimendaem 2/5 (dois quintos), além da multiplicidade de majorantes,pelo deslocamento de significativa distância entre Curitiba/PR eTurvo/PR pelos agentes apenas para o fim de praticar o crime, pelo quefixo a pena, de forma definitiva, em 5 (cinco) anos, 7 (sete) meses e 6(seis) dias de reclusão.

    De modo a guardar a proporcionalidade em relação à penacorporal, fixo a pena de multa em 74 (setenta e quatro) dias-multa.

    Considerando a situação econômica informada nos autos,atribuo a cada dia-multa o valor de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo nacional vigente na data do fato (julho de 2015), valor este que

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  • deverá ser corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiais,observando-se os critérios de atualização estabelecidos pelo Manual deOrientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal,elaborado pelo Conselho da Justiça Federal.

    Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

    A pena prevista para a infração capitulada no artigo 16 daLei nº 10.826/03 é de reclusão de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

    A culpabilidade, considerada como a reprovação socialda conduta do réu, não excede a normalidade do tipo penal. Não háinformações de que possua maus antecedentes, assim entendidoscomo a existência de condenação criminal transitada em julgado quenão se amolde aos requisitos para a caracterização da reincidência. Nãoexistem elementos para aferir a conduta social e a personalidade doacusado. O motivo do crime e as circunstâncias são inerentes àespécie. As consequências não são graves, porque a arma defogo irregular foi apreendida. Não há que se falar em comportamentoda vítima.

    Nesses termos, tendo em vista a inexistência decircunstância judicial desfavorável ao réu, fixo a pena-base em 3 (três)anos de reclusão.

    Na segunda fase, incidem as atenuantes da confissãoespontânea e da menoridade relativa (artigo 65, I e III, d, do CódigoPenal).

    Considerando a impossibilidade de reduzir a pena abaixodo mínimo legal nesta fase, e, ainda, a inexistência de outrascircunstâncias agravantes ou atenuantes ou de causas de aumento ou dediminuição, fixo a pena, definitivamente, em 3 (três) anos de reclusão.

    De modo a guardar a proporcionalidade em relação à penacorporal, fixo a pena de multa em 44 (quarenta e quatro) dias-multa.

    Considerando a situação econômica informada nos autos,atribuo a cada dia-multa o valor de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo nacional vigente na data do fato (julho de 2015), valor este quedeverá ser corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiais,observando-se os critérios de atualização estabelecidos pelo Manual deOrientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal,elaborado pelo Conselho da Justiça Federal.

    Concurso de crimes

    Há concurso material entre os delitos praticados pelosentenciado, uma vez que constituem delitos autônomos entre si,realizados mediante ações distintas, possuindo elementos volitivos

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  • próprios, e, ainda, um não é pressuposto do outro delito, como crimemeio e crime fim. Por isso, entre os aludidos delitos, deve ser aplicada aregra do artigo 69 do Código Penal para a definição da pena total.

    Assim, resta o denunciado Tiago Feitosa daSilva definitivamente condenado às penas de 16 (dezesseis) anos, 2(dois) meses e 12 (doze) dias de reclusão, e 214 (duzentos equatorze) dias-multa.

    O dia-multa é fixado no valor unitário de 1/30 do saláriomínimo vigente em julho de 2015. O valor deve ser atualizado porocasião da execução.

    Fixo o regime fechado para início de cumprimento depena de reclusão (artigo 33, §2º, do Código Penal). Incabíveis, pelomontante da pena aplicada, a suspensão condicional da pena e asubstituição da pena privativa de liberdade.

    3.4. Indenização aos ofendidos

    Com relação à indenização ao ofendido, o artigo 387 doCódigo de Processo Penal, alterado pela Lei nº 11.719/08, passou adeterminar que o julgador deve, ao proferir a sentença, fixarindenização pelos danos causados, em valor mínimo:

    "Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:

    (...)

    IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pelainfração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; "

    No caso dos autos, todavia, não foi narrado danoreparável.

    3.5. Bens apreendidos

    Os veículos apreendidos já foram restituídos a seuslegítimos proprietários (eventos 1 do Inquérito Policial nº5003003-32.2015.4.04.7006 e autos de Incidente de Restituição deCoisas Apreendidas nº 5003025-90.2015.4.04.7006).

    Os aparelhos de telefone celular e a mochilaapreendidos não mais interessam à esfera criminal (artigos 118 e 120Código de Processo Penal) e podem ser restituídos a seus legítimosproprietários, mediante demonstração desta condição perantea repartição pública em que estão depositados.

    Há numerário no valor de R$ 5.465,00 (cinco mil,quatrocentos e sessenta e cinco reais) apreendido no caderno apuratório

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  • (evento 23 daqueles autos). Restitua-se o valor de R$ 5.346,95 (cincomil, trezentos e quarenta e seis reais e noventa e cinco centavos) àagência dos Correios em Turvo/PR e o remanescente depositadonaquela conta judicial à vítima Eliseu Verhagen, mediante expedição dosrespectivos Alvarás de Levantamento.

    Encaminhem-se a arma e as munições apreendidas aoComando do Exército para destruição, conforme artigo 25 da Lei nº10.826/03.

    3.6. Prisão preventiva e outras medidas cautelares

    A situação fática que ensejou a decretação da prisãopreventiva dos réus não restou alterada, não havendo elementos novos aautorizar a colocação em liberdade. Ao contrário, em cogniçãoexauriente, restou comprovada a autoria dos crimes, sendo fixado parao início do cumprimento da pena de reclusão o regime fechado.

    Além disso, os denunciados permaneceram presos(excetuado o período de fuga de Kaique Gonçalves Batista) durantetoda a instrução processual penal.

    Por isso, não se mostra adequada a substituição da prisãopreventiva por outras medidas cautelares diversas da prisão, na forma doartigo 310, II, do Código de Processo Penal, diante das circunstânciasdos crimes.

    Por conseguinte, deve ser mantida a custódia cautelar dossentenciados, com a rotina do regime prisional fechado, expedindo-se,de imediato, mandado de prisão para recaptura de KaiqueGonçalves Batista.

    3.7. Detração

    O período de prisão provisória dos sentenciados deverá sercomputado na pena privativa de liberdade, na forma do artigo 42 doCódigo Penal, o que não altera o regime inicial de cumprimento da penaprivativa de liberdade aplicado nesta sentença.

    III - DISPOSITIVO

    Ante o exposto, julgo procedente em parte a denúncia,para os seguintes fins:

    a) absolver todos os réus quanto à prática do delito doartigo 288 do Código Penal, nos termos do artigo 386, VII, do Códigode Processo Penal;

    b) condenar o réu Carlos Alberto de Melo Almeron nassanções do artigo 16, caput e, parágrafo único, inciso IV, da Lei nº

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  • 10.826/2003 e do artigo 157, § 2º, incisos I e II, do Código Penal, àspenas de 10 (dez) anos, 7 (sete) meses e 21 (vinte e um) dias dereclusão, em regime inicial fechado, e 142 (cento e quarenta edois) dias-multa, arbitrado o valor do dia-multa em 1/30 (um trintaavos) do salário mínimo vigente na data do fato delituoso (julho de2015), corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiaisquando do pagamento.

    Incabível a substituição da pena ou a suspensãocondicional da pena, na forma da fundamentação.

    c) condenar o réu Kaique Gonçalves Batista nassanções do artigo 157, §2º, incisos I e II, por duas vezes, e dos artigos15 e 16, caput e, parágrafo único, inciso IV, ambos da Lei nº10.826/2003, em concurso material na forma do artigo 69 do CódigoPenal, às penas de 18 (dezoito) anos, 9 (nove) meses e 6 (seis) dias dereclusão, em regime inicial fechado, e 254 (duzentos e cinquenta equatro) dias-multa, arbitrado o valor do dia-multa em 1/30 (um trintaavos) do salário mínimo vigente na data do fato delituoso (julho de2015), corrigido monetariamente desde então pelos índices oficiaisquando do pagamento.

    Incabível a substituição da pena ou a suspensãocondicional da pena, na forma da fundamentação.

    d) condenar o réu Tiago Feitosa da Silva nas sanções doartigo 157, §2º, incisos I e II, por duas vezes, e dos artigos 15 e16, caput e, parágrafo único, inciso IV, ambos da Lei nº 10.826/2003,em concurso material na forma do artigo 69 do Código Penal, às penasde 16 (dezesseis) anos, 2 (dois) meses e 12 (doze) dias de reclusão,em regime inicial fechado, e 214 (duzentos e quatorze) dias-multa,arbitrado o valor do dia-multa em 1/30 (um trinta avos) do saláriomínimo vigente na data do fato delituoso (julho de 2015), corrigidomonetariamente desde então pelos índices oficiais quando dopagamento.

    Incabível a substituição da pena ou a suspensãocondicional da pena, na forma da fundamentação.

    Condeno cada um dos sentenciados ao pagamento de 1/3(um terço) das custas processuais.

    Deixo de fixar valor mínimo de indenização aos ofendidose mantenho a prisão preventiva dos sentenciados, na forma dafundamentação.

    Fixo honorários advocatícios em favor dos defensoresdativos, Dr. Airton Sanson Pesetti, Dra. Andreia Farias e Dra. DinariEstrela Pereira, no valor máximo da tabela anexa à Resolução nº

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  • 5003526-44.2015.4.04.7006 700002229675 .V68 CBJ© FBO

    305/2014, do Conselho da Justiça Federal, a serem pagos após otrânsito em julgado.

    Expeça-se, com absoluta prioridade, mandado de prisãopreventiva do sentenciado foragido Kaique Gonçalves Batista, quedeverá ser intimado desta sentença por edital.

    Demais partes intimadas nesta Sessão do Tribunal do JúriFederal.

    Intimem-se os ofendidos, na forma do artigo 201, §2º, doCódigo de Processo Penal.

    Após o trânsito em julgado, caso seja mantida estasentença, cumpra-se o disposto no artigo 335 da ConsolidaçãoNormativa da Corregedoria Regional da Justiça Federal da 4º Região.

    Via desta sentença pode servir de ofício ou mandado deintimação.

    Documento eletrônico assinado por FERNANDA BOHN, Juíza Federal Substituta naTitularidade Plena, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência daautenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador700002229675v68 e do código CRC be4adb10.

    Informações adicionais da assinatura:Signatário (a): FERNANDA BOHNData e Hora: 25/07/2016 20:07:14

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