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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Evolução das redes de comunicação Projeto FEUP 2014/2015 MIEEC: Armando Sousa & Manuel Firmino J. N. Fidalgo Equipa MIEEC05_07: Supervisor: Artur Moura Monitor: Sérgio Reis Estudantes & Autores: Bernardo Rodrigues Francisco Teixeira João Silva Miguel Aguiar Sara Soutinho Evolução das Redes de Comunicação 1/21

Evolução das redes de comunicação - paginas.fe.up.ptprojfeup/submit_14_15/uploads/relat_1... · Outubro de 1957 pela União Soviética e inaugurou a corrida espacial entre os

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

 

 

 

 

 

 

Evolução das redes de comunicação

 

 

 Projeto FEUP 2014/2015 ­ MIEEC: 

Armando Sousa & Manuel Firmino J. N. Fidalgo 

 

Equipa MIEEC05_07: 

  Supervisor: Artur Moura Monitor: Sérgio Reis 

 

Estudantes & Autores: 

Bernardo Rodrigues Francisco Teixeira 

João Silva  Miguel Aguiar 

Sara Soutinho 

   

 Evolução das Redes de Comunicação 1/21 

 

Resumo

 

Este trabalho, realizado no âmbito da Unidade Curricular “Projeto FEUP”, pretende 

fornecer uma perspetiva sobre a evolução das Redes de Comunicação com particular 

relevo atribuído aos marcos históricos e ao processo de evolução das comunicações. 

 

 

 

 

 

Palavras-Chave

REDES, COMUNICAÇÂO, TELÉGRAFO, TELEFONE, TELEVISÃO, SATÉLITE,           

COMPUTADOR, INTERNET 

 

 

 

 

 

 

   

 Evolução das Redes de Comunicação 2/21 

Agradecimentos

 

O grupo aproveita, desde já, para agradecer a todos aqueles que, direta ou                         

indiretamente, contribuíram para o sucesso deste projeto, querendo destacar a ajuda                     

prestada e o tempo disponibilizado pelo professor Artur Moura e monitor Sérgio Reis. 

Finalmente, queremos agradecer também à Faculdade de Engenharia da                 

Universidade do Porto, aos orientadores do Projeto FEUP e a todos os que estiveram                           

envolvidos nas palestras organizadas. 

   

 Evolução das Redes de Comunicação 3/21 

Índice

 

Glossário 

1. Introdução 

2. História das Comunicações 

2.1. Telégrafo 

2.2. Rádio 

2.3. Telefone 

2.4. Televisão 

2.5. Satélite 

2.6. Internet 

3. Conversão AD/DA e integração de múltiplos serviços numa só rede 

4. Conclusões 

Referências bibliográficas 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 Evolução das Redes de Comunicação 4/21 

Glossário   

(1) SISTEMA AUTOMÁTICO STROWGER ­ Da autoria de Almond Strowger, foi introduzido                       em Portugal pela The Anglo Portuguese Telephone Company (APT). É um sistema de                         unisselectores e selectores, activados pelo impulso dado pela marcação dos dígitos. [2]   

(2) ATU­52 ­ Foi montada, a título experimental em Leiria, possibilitando a automatização rural                           do País. Era uma estação automática de unisselectores, de pequenas dimensões, de fácil                         instalação e barata, com capacidade máxima para a ligação de 42 linhas de rede, cinco                             linhas partilhadas, e três junções de duplo sentido. Passou a assegurar o serviço                         permanente em todas as localidades, estando também preparada para o tráfego interurbano                       automático. Foi utilizada nas redes dos CTT. [2] 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Evolução das Redes de Comunicação 5/21 

1. Introdução

 

“(...) Está a chegar o dia em que os fios telefónicos estarão integrados nas casas                             assim como a água e o gás, e os amigos conversarão uns com os outros sem sair                                 das suas casas”  

­ Alexander Bell no dia em que demonstrou pela primeira vez o seu telefone (10 de Março de 1876) 

 Bell provavelmente não compreendia totalmente o quão correto estava quando                   

proferiu estas palavras. Hoje em dia a comunicação a longas distâncias através de                         

múltiplos meios é algo que tomamos como garantido. Os sistemas de comunicação                       

evoluíram imensamente ao longo do último século, e nas últimas duas décadas o                         

advento da internet inaugurou efetivamente uma nova era em comunicações. 

Desde o tempo em que sinais de fumo e pinturas rupestres eram os únicos                           

meios de comunicação disponíveis até à era digital em que nos encontramos, o                         

homem efetuou uma longa caminhada, e apesar de no presente a mudança ocorrer                         

diariamente, certamente que ainda haverá espaço tanto para o progresso como para                       

meios que nos parecem ultrapassados continuarem a exercer uma função válida na                       

sociedade moderna. 

   

 Evolução das Redes de Comunicação 6/21 

2. História das redes de comunicação

2.1. O Telégrafo

 

O telégrafo não­elétrico foi inventado por Claude Chappe em 1794. Este 

sistema foi visual, um alfabeto baseado em bandeira, e dependia de uma linha de 

visão para a comunicação. 

Em 1809, um telégrafo de crude foi inventado na Baviera por Samuel 

Soemmering. Este usou 35 fios com elétrodos de ouro em água e a mensagem foi lida 

pela quantidade de gás causado por eletrólise. Em 1828, o primeiro telégrafo, nos 

EUA. foi inventado por Harrison Dyar que enviou faíscas elétricas através de fita de 

papel quimicamente tratado para queimar pontos e traços. 

Em 1830, um americano, Joseph Henry (1797­1878), demonstrou o potencial 

do electroíman de William Sturgeon para a comunicação de longa distância, enviando 

uma corrente eletrica por mais de uma milha de fio para ativar um electroíman que 

causa um bip. 

Em 1837, os físicos britânicos, William Cooke e Charles Wheatstone 

patentearam o telégrafo Cooke e Wheatstone utilizando o mesmo princípio do 

eletromagnetismo. 

No entanto, foi Samuel Morse (1791­1872) que explorou com êxito o 

electroíman e melhorou a invenção de Joseph Henry. Morse fez esboços de um “íman 

magnetizado", baseado na obra de Henry. Morse inventou um sistema de telégrafo 

que foi um sucesso prático e comercial. 

    

 Evolução das Redes de Comunicação 7/21 

2.2. O Rádio

“Quem nunca teve um rádio, nunca viveu”  

­ Manuel Castells  

 

O rádio é um dos meios de comunicação mais antigos e populares da                         

civilização moderna. 

Baseado na teoria de propagação das ondas eletromagnéticas no espaço                   

(formulada por James Clerk Maxwell e comprovada por Heinrich Hertz), Guglielmo                     

Marconi conseguiu pela primeira vez em 1895, num celeiro da sua casa, em Bolonha,                           

Itália, transmitir impulsos elétricos na extensão de mais que um quilómetro [1]. Apesar                         

dos seus sucessos, o governo italiano não apoiava as suas investigações. No ano                         

seguinte, Marconi muda­se com a sua família para Inglaterra, o que lhe permitiu                         

aprimorar os seus trabalhos e obter o apoio do governo inglês [2][3]. 

Após resultados positivos na comunicação entre países europeus, Marconi                 

tenta provar que estas ondas não são afetadas pela curvatura da Terra. Novamente                         

com êxito, Marconi consegue transmitir mensagens entre a Inglaterra e o Canadá,                       

tornando­se esta na primeira transmissão sobre o Atlântico [1]. 

Por todas as suas descobertas e experiências importantes, o “pai do rádio”                       

ganhou o Prémio Nobel da Física em 1909 [1][2]. 

Embora Marconi tenha feito grandes progressos, a transmissão de sons só foi                       

possível quando o americano Lee de Forest desenvolveu a válvula de três elementos                         

(tríodo). Em 1906, para testar experimentalmente a sua válvula, Forest realizou a                       

primeira transmissão radiofónica do mundo. 

Inicia­se, em 1920, a exploração regular do serviço de radiodifusão com a                       

KDKA (primeira emissora norte­americana de que há registo) a cobrir os resultados                       

das eleições presidenciais [4]. Desde então verificou­se uma "explosão" de emissoras                     

de rádio e empresas de fabrico de equipamento de rádio. 

Tal como acontecia no resto do mundo, também em Portugal surgiu a febre da                           

rádio. Muitas eram aqueles que tentavam construir as suas próprias emissoras de                       

rádio, mas a primeira estação emissora nacional profissional, surge em Outubro de                       

1925 de nome, CT1 AA, por intermédio de Abílio Nunes dos Santos. 

 Evolução das Redes de Comunicação 8/21 

Com a invenção do transístor em 1947, foi possível criar rádios mais pequenos                         

e práticos. Nos dias que correm, já existem mesmo rádios com a integração de                           

leitores de CDs. 

De facto, a criação e progresso da história do rádio só é possível devido ao                             

contributo dos muitos que investiram nesta tecnologia. 

 

2.3. O Telefone

  No final do século XIX, quando se falava em telecomunicações surgia apenas o                         

famoso telégrafo de tal modo que toda a população desprezava o pequeno aparelho                         

que permitia a transmissão de mensagens orais à distância, o telefone. 

Alexander Graham Bell expôs esta sua invenção pela primeira vez numa                     

exposição internacional, nos Estados Unidos, Philadelphia Centennial Exposition               

onde apenas despertou o interesse de D. Pedro II que surpreendido exclamou “My                         

God, It Talks”, reação completamente diferente de toda a comunidade que encarava o                         

telefone no máximo como um “brinquedo eléctrico”. O mesmo aconteceu na Europa,                       

os setores ligados à telegrafia não lhe deram a mínima importância no entanto, esta                           

“pequena máquina” despertou o interesse dos meios científicos. 

As comunicações a longas distâncias sofreram um longo processo de                   

desenvolvimento devido à necessidade de instalação de amplificadores e intervalos                   

regulares. Assim surgiu um novo desafio, em 1943, criar amplificadores que                     

funcionassem sem manutenção em grandes profundidades, mas mesmo assim o                   

primeiro cabe transatlântico, com 36 canais em cada sentido, o TAP­I, só foi instalado                           

em 1956. [1] 

O telefone apareceu em Portugal, em 1877, um ano depois de Alexander Bell                         

ter registado a patente da sua invenção. Foi entre Lisboa e Carcavelos que se                           

realizaram as primeiras comunicações através deste meio. Uma vez que a experiência                       

foi bem sucedida, esta suscitou de imediato um enorme interesse e entusiasmo da                         

parte do Rei D. Luís passando a ser o primeiro monarca do continente ligado à rede                               

pública. 

 Evolução das Redes de Comunicação 9/21 

Cinco anos mais tarde foram inauguradas as primeiras redes públicas no país,                       

em Lisboa e no Porto, que no início se encontravam sob exploração de uma empresa                             

inglesa, Edison Gower Bell European Ltd, passando mais tarde a ser exploradas pela                         

Anglo­Portuguese Telephone, por cedência do Estado português. Entretanto surgiu                 

uma empresa portuguesa, Telefone de Lisboa e Porto (TLP) que na década de 90 foi                             

integrada na Portugal Telecom. [2] 

Em 1930, durante o processo de instalação da rede telefónica pelo país,                       

apareceu a primeira central automática, de sistema Strowger(1), que permitiu ligar                     

7500 linhas em Lisboa. Dois anos mais tarde surgiram as primeiras cabinas públicas                         

do estilo inglês em Lisboa e no Porto e foi criada a primeira central, a ATU­52(2), com                                 

a capacidade de ligar 42 assinantes, devido à necessidade de centrais automáticas                       

específicas. Seguiram­se centrais mais evoluídas e com maior capacidade de tráfego,                     

todas elas concebidas por técnicos nacionais até aparecerem as centrais digitais. [2] 

 

2.4. A Televisão

A televisão é um sistema eletrônico de reprodução de imagem e som. Foi                         

Vladimir Zworykin quem deu início a criação do tubo iconoscópio para câmaras de                         

televisão, o que tornou possível o desenvolvimento da televisão electrónica.                   

Posteriormente, John Logie Baird criou em 1924 o primeiro sistema semi­mecânico                     

de televisão analógica e, mais tarde, as imagens em movimento. 

O sistema eletrônico completo só foi concluído em 1927 por John  

Logie Baird e Philo Taylor Farnsworth. O primeiro serviço analógico, a WGY em                         

Schenectady, Nova Iorque, foi inaugurado a 11 de maio de 1928   

As primeiras televisões eram rádios com um dispositivo que era constituído por                       

um tubo de néon com um disco giratório mecânico (disco de Nipkow) que produzia                           

num ecrã televisivo uma imagem vermelha do tamanho de um selo postal. A alta                           

definição em preto e branco apareceu na Alemanha em março de 1935 pela primeira                           

vez. 

Televisão a cores: Só começou a aparecer, no mercado,no final da década de                         

1960 consiste numa tecnologia de radio difusão. Esta tecnologia permite a                     

 Evolução das Redes de Comunicação 10/21 

vizualização a cor que é criada pela emissão combinada de três imagens                       

monocromáticas, uma em cada banda de vermelho, verde e azul. 

 

O Disco de Nipkow consiste no movimento de um local para outro, por meio de                             

um condutor eléctrico (Selénio devido à sua grande condutividade elétrica) para criar                       

uma imagem. Isto criava um conjunto de pontos escuros e luminosos, sendo estes                         

convertidos em em sinas de corrente elétrica, criando uma intensidade de claridade                       

nos pontos. 

 

2.5. Os Satélites

Em telecomunicações, chama­se comunicações por satélite ao uso de                 

satélites artificiais para estabelecer ligações e transmitir sinais entre vários pontos da                       

Terra [1]. O primeiro satélite artificial, Sputnik 1, foi lançado para o espaço a 4 de                               

Outubro de 1957 pela União Soviética e inaugurou a corrida espacial entre os Estados                           

Unidos e a URSS, e portanto catalisando uma série de desenvolvimentos políticos,                       

científicos, tecnológicos e militares [2]. 

No entanto, 12 anos antes deste evento, o escritor e inventor Arthur C. Clarke já                             

previra o uso de satélites em comunicações num artigo [3] (“Extra­Terrestrial Relays:                       

Can Rocket Stations Give World­Wide Coverage?”) publicado na revista Wireless                   

World em Outubro de 1945: 

“(...) uma órbita, com um raio de 42000 km, tem um período de exatamente 24                             

horas. Um corpo nesta órbita, se o plano desta coincidir com o plano do equador, iria                               

revolver com a terra e assim aparentar estar fixo acima do mesmo ponto do planeta.                             

Para um serviço mundial três estações bastariam (...).” [4] 

Assim Clarke previu não só o advento dos satélites de telecomunicações mas                       

também o uso da órbita estacionária. [3] 

Vários satélites artificiais soviéticos e americanos se seguiram ao Sputnik 1,                     

mas aquele que se pode considerar como o primeiro verdadeiro satélite de                       

telecomunicações foi o SCORE, um satélite americano lançado em 1958 que                     

transmitiu para o mundo uma mensagem de Natal do presidente Eisenhower gravada                       

em fita. [3] 

 Evolução das Redes de Comunicação 11/21 

Os anos que se seguiram foram palco de vários avanços. Em 1962, o satélite                           

Telstar 1 é lançado e transmite o primeiro sinal televisivo transatlântico, dos Estados                         

Unidos para a França, além da primeira chamada telefónica via satélite [1]. Esta                         

experiência cativou o mundo e demonstrou a conveniência do uso de satélites [5] em                           

comunicações. O primeiro satélite geoestacionário foi o SYNCOM, que em 1963                     

transmitiu sobre o Atlântico as imagens do assassinato do presidente Kennedy. Um                       

segundo SYNCOM transmitiu em 1964 imagens dos Jogos Olímpicos de Tóquio [3].  

O sucesso destes dois satélites levou à criação da Intelsat, que em 1965                         

estabelece o primeiro sistema global de comunicações por satélite e é ainda hoje o                           

maior provedor deste serviço [6]. O primeiro satélite da Intelsat, justamente INTELSAT                       

1, foi o primeiro satélite a proporcionar comunicações e radiodifusão regulares entre                       

os Estados Unidos e a Europa. A este seguiram­se outros três, o que permitiu então                             

cobertura quase mundial, levando a que em 1969 600 milhões de espectadores                       

pudessem assistir em direto ao primeiro homem a pisar a lua. [1] 

A URSS acompanhou estes avanços e criou também um sistema de satélites                       

de cobertura nacional (Molniya). Com o sucesso das comunicações por satélite,                     

outros países lançaram os seus próprios satélites de comunicação. [1] 

A comunicação global que hoje conhecemos seria inconcebível sem os                   

avanços na tecnologia dos satélites, e apesar das novas forma de transmissão que                         

hoje são adotadas, como a fibra ótica, os satélites irão muito provavelmente continuar                         

a ser uma peça essencial nos sistemas de telecomunicações modernos. [1] 

 

2.6. Os Computadores e a Internet

2.6.1. Introdução aos Computadores

"Os computadores não tinham de ser enormes máquinas colocadas numa sala, pelo                       contrário, poderiam ser humanos, máquinas íntimas, servindo­nos e ajudando­nos                 como indivíduos. Poderiam alcançar a criatividade humana, democratizar o acesso à                     informação, aproximar comunidades e construir uma nova comunidade global para                   comunicações e comércio. Em resumo, o computador poderia ser um instrumento                     de poder individual”. 

­ “The Origins of Personal Computing”, Waldrop, Mitchell, 2001. 

 A primeira máquina de verdade foi construída por Wilhelm Schickard. Era um                       

 Evolução das Redes de Comunicação 12/21 

“computador” muito simples no qual só era possível somar, subtrair, multiplicar e                       

dividir. 

Babbage foi o nome da 1º máquina programável. Criada em 1801 por Joseph                         

Marie Jacquard, consistia num tear mecânico com um leitor automático de cartões.                       

Esta máquina realizava cálculos, a partir destes, criava o pretendido, neste caso,                       

tapeçarias e tecidos. 

Harvard Mark I ou ASCC (Automatic Sequence Controlled Calculator) foi o                     

primeiro computador eletro­mecânico automático. Era um computador que ocupava                 

120 metros cúbicos e conseguia multiplicar dois números de 10 dígitos em 3                         

segundos. 

ENIAC (Eletronic Numeric Integrator And Calculator) é o 1º computador a                     

válvulas, com uma capacidade de cálculo muito superior ao Harvard Mark I: era                         

capaz de fazer quinhentas multiplicações por segundo. É a partir desta altura que se                           

começa a usar o código binário, dando início à série de desenvolvimentos que                         

culminaram no aparecimento do computador atual. 

 

2.6.2. Internet Entre os meios de comunicação que utilizamos hoje, a Internet é sem dúvida                         

aquele do qual mais partido tiramos no dia­a­dia, já que é uma ferramenta útil tanto em                               

questões de trabalho ou estudo como em entretenimento. A Internet mudou muito                       

desde que surgiu, e em particular nos últimos 15 anos tem assistido a um crescimento                             

exponencial em utilizadores, funções e potencialidade. 

Origens da Internet A primeira vez conhecida em que surge a ideia de algo similar à Internet é em                               

algumas anotações de J. C. R. Licklider, uma figura seminal da computação [1]. Este                           

descrevia um sistema de computadores interligados no mundo inteiro. Licklider                   

imaginava a possibilidade de colaboração global entre centros de pesquisa e a                       

partilha de recursos [2], e procurou perpetuar essa visão na ARPA (Advanced                       

Research Projects Agency), onde, juntamente com outros nomes importantes,                 

desenvolveu a ARPANET, a predecessora da Internet. A ARPANET foi primeiramente                     

 Evolução das Redes de Comunicação 13/21 

proposta por Robert Taylor em 1965, que sugeriu que a criação de tal rede                           

representaria uma redução de custos para a ARPA [2]. 

Assim, em 1969, 4 computadores foram ligados à ARPANET, e nos                     

anos seguintes vários outros computadores foram sendo ligados, fomentando                 

pesquisas sobre a própria rede e como utilizá­la [1]. Nos anos seguintes                       

começaram­se a desenvolver aplicações para a rede e em 1972 surge o electronic                         

mail, inicialmente dotado apenas das funções “ler e “escrever”, mas rapidamente                     

expandido para abranger outras funções que conhecemos hoje tal como “arquivar” e                       

“encaminhar”. 

 

Nascimento da Internet propriamente dita Como a própria palavra denota, Internet é uma rede de computadores que liga 

duas ou mais redes de menor dimensão. A ARPANET transformou­se na Internet ao 

permitir a inclusão de outras redes [1]. Se os anos 70 foram uma década de pesquisa, 

os anos 80 foram uma década de desenvolvimento: de 1980 para 1992 o número de 

computadores ligados passou de 200 para mais de 1 milhão. Os principais protocolos 

que regem a Internet atual foram estabelecidos nesta década e em 1989 a ARPANET 

foi extinta um ano antes de surgir o protocolo HTTP que permitia o uso de imagens em 

páginas da Internet [3]. Em 1990, surge o primeiro motor de busca e em 1991 a 

Internet é aberta ao sector privado e ao domínio público com o lançamento da World 

Wide Web. [4] 

 

A World Wide Web

O conceito de WWW foi desenvolvido por Tim Berners­Lee e cientistas do                       

CERN (Suíça) em 1989, que procuravam um sistema para tornar o acesso a                         

documentos de pesquisa na Internet mais fácil. Foi criado um browser e surge também                           

a hiperligação em texto. Em 1992 existiam apenas 50 websites. A WWW transformou                         

a Internet numa rede mais acessível ao permitir o acesso à informação sem ser                           

necessário um conhecimento profundo dos computadores e do funcionamento da rede                     

[4].  

 Evolução das Redes de Comunicação 14/21 

Já em 1993 surge o Mosaic X, um browser fácil de instalar e de usar cujo                               

nascimento coincide com a massificação do Personal Computer [4]. Talvez se possa                       

afirmar que é aqui que começa a história da Internet como a conhecemos hoje. Desde                             

os milhões de sites apenas com texto e imagem que foram sendo criados até às                             

milhentas funcionalidades da web que conhecemos hoje deu­se um passo gigante, tal                       

que a nossa vida sem a Internet é inconcebível no presente. A comunicação à                           

distância em imagem e som, as redes sociais, o e­learning e todas as diversas formas                             

de acesso à informação que hoje estão disponíveis são certamente também apenas o                         

princípio daquilo que a Internet poderá vir a oferecer­nos no futuro. 

   

 Evolução das Redes de Comunicação 15/21 

3. Conversão AD/DA e a integração de vários serviços uma só

rede

3.1. Conversão AD/DA

Os sinais analógicos que se pretende digitalizar recorrendo a um ADC provêm                       

normalmente de sensores ou transdutores que captam um sinal (som, pressão, luz,                       

ondas de rádio, etc) e transformam­na numa voltagem que é proporcional à amplitude                         

do sinal. A operação necessária para converter o sinal gerado pelo sensor para o seu                             

equivalente digital é realizada pelo ADC como um processo de duas fases. Este                         

processo é ilustrado pelo seguinte esquema: 

 

 

O primeiro passo consiste em tomar um captura instantânea da tensão de                       

entrada do ADC e congelá­lo durante a conversão: esta é a parte de amostragem do                             

processo, e é executada pelo sample­and­Hold (S / H), também conhecido como                       

Track­and­hold (T / H), que se situa na entrada do ADC : O S / H abre brevemente a                                     

sua janela de abertura para capturar a tensão de entrada na extremidade da curva de                             

nível do sinal do relógio, e em seguida, fechá­lo para manter sua produção no nível                             

recém­adquirido: Como mostrado no diagrama acima t, o sinal presente na saída S / H                             

 Evolução das Redes de Comunicação 16/21 

(interno para o ADC e invisível a partir do exterior) tem uma aparência semelhante a                             

uma escada: O nível do S / H saída é atualizado em cada borda de subida da entrada                                   

de clock do ADC. 

Há uma grande quantidade de redução de dados quando se está a trabalhar                         

com uma quantidade limitada de informações (amostras discretas) em vez de um sinal                         

contínuo e infinitamente detalhado. 

Se tratada adequadamente, os números não se irão degradar, por isso a                       

informação digitalizada pode durar para sempre. 

Números digitais são expressos como séries de zeros e uns que podem ser                         

movidos ao redor, armazenados, transmitidos, transformados em outros números, e                   

assim por diante: desde que a informação permaneça em formato digital, que podem                         

ser manipulados e processados, usando meios e ferramentas comuns. Tal situação                     

não pode ser dita dos sinais analógicos, que exigem meios específicos para                       

processar cada tipo sinal. 

  

3.2. Integração de Serviços

Com os avanços tecnológicos, as possibilidades da conversão AD/DA e o                     

surgimento de novos serviços, as redes que hoje utilizamos integram vários tipos de                         

 Evolução das Redes de Comunicação 17/21 

serviços possibilitando pois que disfrutemos de vários tipos de conteúdo e de vários                         

meios de comunicação diferentes num só dispositivo. 

O exemplo mais flagrante será provavelmente o telemóvel: os smartphones                   

permitem não só efetuar chamadas de voz, mas também enviar imagens (estáticas ou                         

em movimento), aceder à Internet (o que pela sua vez garante acesso a uma outra                             

gama de serviços, tal como as redes sociais, o e­mail, as “clouds”, etc), assistir                           

televisão, entre outros.  

Assim podemos afirmar que no presente as comunicações funcionam a um nível                       

extremamente mais complexo do que no passado em que cada um dos serviços                         

dispunha da própria rede. Hoje em dia os serviços podem comunicar entre si, trocando                           

assim informações e dados de diversos suportes (imagem, som, texto, etc), evoluindo                       

em conjunto complementando as necessidades uns dos outros: não existe                   

provavelmente maior testemunho dos avanços humanos em comunicações. 

 

 

 

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4. Conclusões

 

Após a extensiva pesquisa que realizamos consideramos que os meios de                     

comunicação que aqui exploramos mudaram realmente a forma como vivemos na                     

sociedade moderna, e que ainda existe muito por onde avançar e desenvolver. 

   

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http://nutaq.com/en/blog/analog­digital­%E2%80%93­part­2­conversion­process 

 

 

 

 

 

   

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