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Brasília, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014 E E x x c c e e l l ê ê n n c c i i a a e e m m c c a a r r i i n n h h o o OSWALDO REIS Referência no tratamento infanto-juvenil, Hospital da Criança de Brasília mostra como o cuidado, o carinho e o pioneirismo, entre tantos outros fatores, são a fórmula do sucesso em variadas terapias. Pequenos pacientes e seus pais aprovam.

Excelência em carinho - HCB · 2014-02-28 · Carinho é o diferencial O trabalho com vidas exige téc-nica. Porém, muito além disso, precisaprincipalmente de cari-nho,paraque

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Brasília, sexta-feira,28 de fevereiro de 2014

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Referência no tratamento infanto-juvenil, Hospitalda Criança de Brasília mostra como o cuidado, o

carinho e o pioneirismo, entre tantos outros fatores,são a fórmula do sucesso em variadas terapias.

Pequenos pacientes e seus pais aprovam.

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Brasília, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014JORNAL DE BRASÍLIA2

CONHECER

Um modeloa ser seguido

Um modelo de gestão para todo oPaís. Assim é o Hospital da Criançade Brasília José Alencar de Brasília(HCB). Mantido com recursos doGoverno do Distrito Federal (GDF) egerido pelo Instituto do Câncer In-fantil e Pediatria Especializada (Ici-pe), o local é hoje referência em on-cologia pediátrica. O espaço, proje-tado para ser um ambiente huma-nizado e lúdico, ideal para crianças,consegue atender à população doSistema Único de Saúde (SUS) demaneira exemplar.

“Pensamos em um Hospitalpreparado para receber criançasda melhor maneira. É um Hos-pital para elas, onde se sentemacolhidas de fato”, ressaltaodire-tor da instituição, Renilson Rehem.“A internação e a oncologia foraminstituídas gradativamente. De lápara cá, aumentamos o número deconsultas e abrimos novos serviçosde imagem, tomografia e hemodiáli-se”, lembra o médico, especialista emadministração hospitalar.

MUITO ESPAÇOO Hospital da Criança de Brasília

José Alencar tem sete mil metrosquadrados de área construída: oBloco I. Um espaço com 30 consul-tórios médicos e 22 leitos de inter-nação prontos para receber criançasdos 29 dias de vida a adolescentescom 18 anos de idade. Para tornar olocal mais alegre e receptivo, foi es-colhida uma ambientação. As pa-redes do HCB levam, assim, os pa-cientes a “Uma viagem de trem pe-los biomas do Brasil".

E os projetos estão a pleno vapor.O Bloco II será edificado pelo Go-verno do Distrito Federal até o finaldeste ano (GDF) emparceria comaOrganização Mundial da Família(WFO) e compreenderá a parte deinternação, cirurgias, Unidade deTerapia Intensiva (UTI), Centro deEnsino e Pesquisa e diagnóstico es-pecializado.

“A internação e a quimioterapiaforam transferidas do Hospital deApoio para o Bloco I. Quando oatendimento no Bloco II for inicia-do, a enfermaria infantil do Hospi-tal de Base será desativada, e todasas crianças serão atendidas noHCB”, acrescenta Rehem.

Além do tratamento oncológico ehematológico, o Hospital da Crian-ça oferece ambulatórios de alergia,cirurgia pediátrica, e atendimentoem nefrologia, neurologia, nutrolo-gia, pneumologia, reumatologia emais dez especialidades. O HCB étambém referência no tratamentode fibrose cística, doença que causao acúmulo de muco nos pulmões.

“Hoje, somamos seis milconsultas por mês, ou seja,mais de 7 mil por ano. Dessas,47% dos pacientes são de ou-tros estados. Só na área de on-cologia, tivemos 1.119 aten-dimentos em dezembro pas-s ado”, destaca a diretora-técnica,a doutora Ísis Magalhães. O índicede cura infanto-juvenil nos casosde tumores, aponta, é de 70%. “Porano, 220 novos casos de câncer in-fanto-juvenil são atendidos noHCB”, lembra a médica.

O centro clínico oferece vagas umagrande variedade de especialidadespediátricas para consultas» A l e rg i a» Anes tesiologia» C ardiologia» Cirurgia pediátrica» D e r m a to l o g i a» Endocrinologia» Gas troenterologia» Genética clínica» Ginecologia infanto-puberal» H o m e o pa t i a» Imunologia» Infec tologia» N e fro l o g i a» N e u ro c i r u rg i a» N e u ro l o g i a» O n co h e m a to l o g i a» Or topedia» Pn e u m o l o g i a» Ps i q u i a t r i a» Reumatologia .» Hemodiális e» Diálise peritoneal» Fi s i ote ra p i a» Fo n oa u d i o l o g i a» Ps i co l o g i a» M usicoterapia» Terapia ocupacional» O d o n to l o g i a» Fa r m á c i a» Nutrição» Enfermagem e serviço social» Exames laboratoriais e de imagem

(Ecografia – com e sem doppler –» Ecocardiograma Transtorácio» Raio-X Digital e Tomografia

Computadorizada Multislice de 64 canais)» Endoscopia Digestiva Alta e

Colonos copias» E l e t ro e n ce fa l o g ra m a» Potencial Evocado» E l e t ro n e u ro m i o g ra f i a» E s p i ro m e t r i a» Tilt-Tes t» Teste de Esforço» H o l te r» MA PA» Curvas Hormonais» Phmetria Esofágica» E l e t ro c a rd i o g ra m a

Re fe rê n c i aem terapias

infantis, oHospital daCriança de

Brasília nãomede

esforços paraatender seus

pequeno spaciente s

FOTOS: OSWALDO REIS

HOSPITAL DA CRIANÇADE BRASÍLIA JOSÉ ALENCARSAIN Lote 4-B (ao lado do Hospital de Apoio)CEP.: 70.071-900

(61) 3025-8350O Hospital da Criança é de referência. Ouseja, não tem emergência e os atendimentossão realizados com hora marcada.

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3Brasília, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014JORNAL DE BRASÍLIA

HUMANIZAÇÃO

O cuidado eo bem-estar

são doisdos mais

impor tantesitens do

re ce i t u á r i oque o HCBpassa aos

s euspaciente s

PRINCIPAIS DISPOSITIVOS DA PNH

Carinho é odiferencial

O trabalho com vidas exige téc-nica. Porém, muito além disso,precisa principalmente de cari-nho, para que os seres humanossejam tratados pormãos tambémhumanas. E, quando o assunto écriança, então, o cuidadodeve serredobrado. Por isso, o HCB traba-lha com os princípios de huma-nização, que valoriza os diferen-tes sujeitos implicados no pro-cesso de produção de saúde:usuários, trabalhadores e gesto-res.

“Ficamos surpresas quan-do chegamos aqui. Não pa-rece um hospital público.Desde o início do tratamen-to no HCB, Arthur teve osmelhores profissionais aolado dele. Todos são preocu-pados, nos explicam o queestá acontecendo. Isso, dealguma forma, conforta ospais. Porque é muito difícildescobrir que seu filho temcâncer. É uma notícia que as-susta muito”, afirma a dona decasa Eliane de Jesus, 31 anos.

No final do ano passado, eladescobriu, por meio de exames noHospital de Base (HBDF), que Ar-thur, com apenas um ano e três

meses, era portador de leucemiainfantil. “Ele não estava mais me-xendo a perna. Não conseguianem caminhar mais”. Hoje, de-pois de ter iniciado o tratamentono Hospital da Criança, “ele teveuma melhora significativa”,constata Eliane.

LUTA DESDE CEDOAssim como Arthur, Giulia, hoje

com três anos, começou a lutacontra a doença nos primeiros

meses de vida.“Ela nasceu comum caroço para fora da viri-lha. Era câncer. Desde então,a luta tem sido diária, mas anossa sorte foi terem nos en-caminhado para cá. Sinto queela melhora aqui. O trata-mento é diferente”, ass egu raCleidimar da Silva, 32 anos, mãeda pequena guerreira.

EM CADA CANTOE a humanização do atendi-

mento percorre as alas do Hospital.Duas delas, inclusive, são as maisqueridas da criançada: as Brinque-dotecas. Os espaços, de 50 m² ca-da, trazem o mundo lúdico dos pe-quenos ao hospital, para que elesse sintam mais confortáveis. Osbrinquedos são doados e selecio-nados de acordo coma faixa etáriae o material. A instituição não usabrinquedos de pelúcia, madeira etecido. A preferência é por brin-quedos de plástico, pois podem serfacilmente higienizados.

A brinquedoteca tem como ob-jetivo aumentar a adesão ao trata-mento, agregar estímulos positi-vos ao processo de cura e integraros pacientes. O brinquedo possuinão só uma função recreativa, mastambém terapêutica.

A equipe responsável pelasbrinquedotecas do HCBé formadapor dois auxiliares pedagógicos equatro estagiários de pedagogia,que acompanham as crianças emtodas as atividades. Além disso, ainstituição conta com o apoio devoluntários que dedicam quatrohoras por semana para brincaremcom as crianças nesse espaço.

» Gestão descentralizada e participativa;» Ambiência;» Contrato de Gestão;» Acesso ampliado;» Visita aberta;» Monitoramento e avaliação;» Família participante;» Cuidado integral e resolutivo da assistência

organizada em Unidades de Produção(Equipes multiprofissionais e de referênciae para a organização dos processos dotrabalho) e programas e açõeseducacionais e de Saúde paracolaboradore s;

» Respeitando os princípios do SUS deIntegralidade, Universalidade e Equidade,o HCB avança em suas proposições,consolidando um padrão de atendimentoe gestão humanizados.

“Vida, saúde,liberdade, respeito,d i g n i d a d e,convivência familiar ecomunitária ,educação, cultura,esporte, lazer,profissionalização eproteção no trabalho”Direitos fundamentais da criança edo adolescente brasileiros

Arthur e Eliane:alegria estampadano rosto

O atendimento no HCB inclui iniciativasque visama enriquecer o tratamento e a re-cuperação dos pacientes, de modo que elesvejam o período de restabelecimento o maisagradável possível. Esses projetos contamcom valiosas parcerias, que trazem seu ex-pertise em outras áreas ao ambiente hospi-talar.

PROJETO DODÓIO Projeto Dodói nasceu da ideia de agregar

recursos lúdicos, de natureza psicopedagó-gica, ao esforço empreendido por todos osprofissionais que se empenham na lutacontra o câncer da criança e do adolescente,tanto buscando a cura da doença, quantopropiciando qualidade de vida para todos ospacientes em tratamento.

Com os esforços e as experiências daAbrale –Associação Brasileira deLinfomaeLeucemia –, somados à aceitação dos perso-nagens da Turma da Mônica, disponibiliza-dos pelo Instituto Maurício de Sousa, foi de-senvolvido o Projeto Dodói.

O principal objetivo do projeto é facilitaros processos de expressão de sentimentos ede comunicação e integração entre a crian-ça, vítima depatologia oncológica, e a equi-pe de cuidados, contribuindo, assim, paraseu restabelecimento mais rápido e confor-tável.

Projetosespeciais

FOTOS: OSWALDO REIS

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V O L U N TA R I A D O

Hospital daCriança abresuas portas

para aco l a b o ra ç ã o

cidadã. Evocê pode

ajudart ambém!

Sociedadeparticipativa

S E RV I ÇO

Desde a recepção, o HCB éprojetado para oferecer o

máximo de conforto ebem-estar aos pacientes

O que évolunt ariado» Segundo a definição das Nações

Unidas, "é o jovem ou adultoque, por interesse pessoal ouespírito cívico, dedica parte deseu tempo, sem remuneração, aatividades, organizadas ou não,de bem-estar social ou outroscampos ..."

» O voluntário é um agente detransformação, atendendo àsnecessidades do próximo e auma causa.

VOLUNTARIADO É...» Uma relação humana, rica e

solidária. Exige mais do quesolidariedade e cooperação. Énecess ário:

» Capacidade para viver nopres ente;

» Força diante dos riscos;» Grande dose de respeito;» Renúncia às aspirações egoístas;» Valorização da própria liberdade

e da liberdade alheia;» Vontade de compartilhar êxitos.

» O centro clínico tem um Programa deVoluntariado sólido e estruturado em parceriacom a Abrace. Para ser voluntário no HCB, énecessário ter mais de 18 anos e enviar ume-mail para [email protected] .br. AAbrace entrará em contato para convidá-lo aparticipar de uma reunião na Casa de Apoio, noG u a rá .

» Lá, o candidato poderá escolher entre as 11atividades oferecidas: Alegria, alegria (realizaçãode atividades recreativas); Ame (aulas deexpressão corporal); Amigo do leito (substituiçãode acompanhantes com prazo determinado);Contadores de histórias; Cuidando doacompanhante (atividades com osacompanhantes); Cuidado do cuidador(atividades com os funcionários); Eventos(auxiliam em eventos); Palestras (realização depalestras); Posso ajudar? (suporte à recepção);Sinfonia da saúde (realizações de apresentaçõesmusicais); Terapias integrativas (realizações deterapias integrativas como reiki ou body talk).

» Após a escolha, será realizada uma entrevistaindividual para analisar se o perfil do candidato écompatível com a atividade escolhida. Apósseleção, o candidato que tiver interesse em setornar voluntário no HCB será encaminhando aoHo spit al.

Assim como o voluntário Alan,que toca violão para as criançasdentro do Hospital e faz a alegria dagarotada, todos os interessados po-dem fazer parte dessa ação. O HCBabre suas portas para que a socieda-de também possa participar do pro-cesso de tratamento dos seus pe-quenos pacientes.

Na primeira visita do voluntárioao HCB, ele irá conhecer as áreas deatuação e identificar preferências edisponibilidade. Havendo interes-se mútuo, o candidato assinará oTermo de Adesão e, depois, passarápor treinamento preparatório paraatuação em ambiente hospitalar.Após esse passo, o voluntário rece-berá um treinamento sobre a ativi-

dade específica que irá realizar.A psicóloga Ana Cristina Santia-

go, coordenadora de voluntariadodo HCB, ressalta a importância dosvoluntários para as crianças e as fa-mílias. “As crianças respondemmelhor ao tratamento, émuito im-portante tirá-las da cama parabrincar, devolver-lhes a alegria”.Ela também observa a importânciade ter pessoas com habilidades di-ferentes ajudando. Indivíduos semvivência em hospital, “com energianova”.Dessa forma, toda a comuni-dade está convidada a participar.Algumas pequenas regras, no en-tanto, devem ser seguidas. O qua-dro abaixomostra o que o voluntá-rio não pode fazer.

ATITUDES A SEREM EVITADAS

» Vícios de qualquer natureza;» Interferências nos procedimentos

interno s;» Doação direta ao assistido ou

familiar de dinheiro, alimentos,cigarro, bebida, roupas ebrinquedo s;

» Prestar socorro sem ser solicitado;» Levar o assistido para sua

residência ou para outros locaisexternos, sem autorização daIns tituição;

» Manifestação de orientaçãoreligios a;

» Realizar atividades fora de suaárea de atuação;

» Vir acompanhado de crianças,adolescentes e adultos quepermaneçam no hospitalenquanto realiza a atividadevolunt ária;

» Arrecadar em nome da Abrace edo hospital;

» Fotografar ou filmar as crianças.

Arte paracurar

Faz parte do conceito de huma-nização do atendimento no HCB,além do atendimento diferencia-do, levar alegria ao dia a dia dascrianças internadas. Pensandonisso, no Dia das Crianças, umadata para lá de especial para osbaixinhos, a instituição preparauma programação especial.

No ano passado, do dia 7 a 11 deoutubro, foram realizadas váriasatividades no Hospital, entre jogoseducativos, teatro, musicoterapiae contação de histórias. Quemparticipa da ação como voluntário,reconhece a importância do traba-lho na recuperação das crianças.

“Estou fazendo a diferença, dis-traindo, fazendo elas esqueceremum pouco da dor, da saudade dafamília”, diz o voluntário da Abra-ce Alan Cruz, 30 anos. “Até apren-di músicas novas para fazer partedo trabalho. Comecei a tocar Gali-nha Pintadinha e outras músicasi n fa n t i s”, conta. Porém, lembra,nem sempre elas pedem esse tipode canção.

“Temos um paciente aqui hojeque é uma criança sem movimen-tos e fala. E ele gosta muito de mú-sica sertaneja. Chico Mineiro, mú-sica de raiz mesmo. Quando tocopara ele, esse menino fica louco.Ele fica muito feliz. E temos essacoisa de não impor a música. Elesescolhem, isso é o mais legal. E elequer ouvir sertanejo”, festeja.

FOTOS: OSWALDO REIS

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7Brasília, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014JORNAL DE BRASÍLIA

PIONEIRISMO

Terapias chegamprimeiro ao HCB

Hospital daCriança de

B ra s í l i aintroduziu ahemodiális e

infanto -juvenilnos tratamentos

realizado spela rede

pública do DF

O Hospital da Criança deBrasília é precursor no atendi-mento em hemodiálise in-fanto-juvenil. Totalmenteadaptada para atender os pe-quenos pacientes renais, a alaé um dos mais importantesserviços oferecidos pelo HCB.

“A hemodiálise das crian-ças é muito diferente da dosadultos. Ela tem várias parti-cularidades que devem ser le-vadas em conta durante o tra-tamento. As próprias ferra-mentas para isso são diferen-tes”, explica a médica LíviaClaudio de Oliveira.

A diálise é um processo ar-tificial que serve para retirar,por filtração, todas as subs-tâncias indesejáveis acumu-ladas pela insuficiência renalcrônica. Isso pode ser feitousando a membrana filtrantedo rim artificial e/ou da mem-brana peritoneal.

Por meio da hemodiálise,pessoas que possuem suasfunções renais prejudicadastêm a oportunidade de manteruma vida próximado normal.Por isso, a importância dodiagnóstico e tratamento es-pecializado.

EXPEC TATIVAEnquanto espera por um

transplante de rins, a adoles-cente de 13 anos Amanda Al-cântara faz seu tratamento

Clínica farmacêutica

contra a doença renal. Trêsvezes por semana, ela vai aoHospital realizar o procedi-mento de hemodiálise.

“Não é fácil descobrirque você tem uma doen-ça, qualquer que seja.Mas, pelo menos, aqui otratamento é diferencia-do. Não me sinto em umHo spit al”, elogia a estudan-te. A irmã dela, Bárbara Al-

cântara, 18 anos, é quem aacompanha no Hospital paraas sessões.

“O tratamento dela aqui co-meçou há menos de um mês.Mas a gente já sente a diferen-ça na entrada do Hospital. Porisso, estamos confiantes emtodo o trabalho e, principal-mente, na expectativa deconseguir um transplante”,afirma Bárbara.

Tão importante quanto acompa-nhar com excelência os pacientesdentro do ambiente hospitalar é ga-rantir que o tratamento será realiza-do corretamente em suas casas.Pensando nisso, o HCB criou tam-bém o primeiro consultório farma-cêutico pediátrico da região. Além demanipular medicamentos, os pro-fissionais da clínica indicam aos paisdos pacientes como as fórmulas de-vem ser ministradas.

“Agora mesmo, a paciente estavame contando que não gosta de tomarremédio pela manhã. Então, estavaexplicando à mãe dela que não temproblema dar esse medicamento,

neste caso específico, depois do al-mo ço ”, diz o farmacêutico Alexan-dre Martins.

Sua paciente, Rafaela, de 6 anos,tem câncer e há nove meses luta con-tra a doença. Natural de Tocantins, elae a mãe, Ivone Maria, 34 anos, chega-ram ao HCB por indicação.

MÃO DE DEUS“Foi a mão de Deus nos tra-

zendo até aqui naquele mo-mento. Antes de chegarmosaté o HCB, a Rafa quase não ti-nha mais expectativa de vida.Depois que chegamos aqui, ascoisas começaram a mudar.

Não falta nada no tratamentoda Rafa. A gente tem à disposi-ção bons profissionais, um am-biente bonito e, além disso, acerteza de que ela está sendobem cuidada, com carinho”, re-conhece a dona de casa.

Desde setembrodo anopassado, oHospital da Criança de Brasília co-meçou a distribuir fôlderes orien-tando o melhor uso e cuidados comos medicamentos. O informativo éentregue durante as consultas e temo objetivo de informar de maneirailustrativa e divertida, sendo com-preendido por pais e crianças. Com-postos também por três passatem-pos sobre o tema, os jogos ajudam afixar o aprendizado e chamam aatenção da garotada.

“Estamos confiantes em todo otrabalho e, principalmente, naexpectativa de conseguir umt ra n s p l a n te.”Bárbara Alcântara, irmã da paciente AmandaAlcântara, que espera por um transplante de rins

FOTOS: OSWALDO REIS

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Brasília, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014JORNAL DE BRASÍLIA8

EVOLUÇÃO

Criar é parte da missãoDes de

quando foifundado, hádois anos, oHCB investe

m a te r i a lhumano em

ensino epes quisas

DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE» A criança e o adolescente gozam de todos

os direitos fundamentais à pessoahumana, assegurando-lhes, por lei ou poroutros meios, todas as oportunidades efacilidades, a fim de lhes facultar odesenvolvimento físico, mental, moral,espiritual e social, em condições deliberdade e dignidade.

» A proteção às crianças e aos adolescentesestá expressa de maneira clara e precisa noartigo 227 da Constituição Federal que diz:"É dever da família, da sociedade e doEstado assegurar à criança e aoadolescente, com absoluta prioridade, odireito à vida, à saúde, à alimentação, àeducação, ao lazer, à profissionalização, àcultura, à dignidade, ao respeito, àliberdade e à convivência familiar ecomunitária, além de colocá-los a salvo detoda forma de negligência, discriminação,exploração, violência, crueldade eopress ão."

Cientes de que os direitos fundamentaisda criança e do adolescente são osmesmos direitos de qualquer pessoahumana, analisemos melhor o artigoantes citado:» DEVER: os direitos das crianças são

deveres das gerações adultas. Por isso, o

artigo começa falando em deveres e nãoem direitos.

» DA FAMÍLIA, DA SOCIEDADE E DOESTADO: as gerações adultas, estãorepresentadas por três níveis fundamentaisda organização da convivência humanadevendo todos contribuir com sua parcelapara o desenvolvimento e proteção integralda criança e do adolescente não só desde onascimento como ainda na fase gestatória,com assistência devida à gestante, quesempre foi relegada a segundo plano, oque tem contribuído para o nascimento decrianças sem condições de sobrevivência,agravando o alto índice de mortalidadeinfantil em nosso país.

» ASSEGURAR: significa garantir. Garantiralguma coisa é torná-la exigível com basena lei. Por isso, o ECA pode ser definidocomo a lei que cria condições deexigibilidade para os direitos das crianças eadolescentes, que estão na Convenção, naConstituição e nas leis.

» COM ABSOLUTA PRIORIDADE: a absolutaprioridade é a expressão do interessesuperior da criança, que deve prevalecersobre qualquer outro bem ou interesse. Otermo compreende a primaziaem receber proteção eatendimento emquais quercircunstâncias; bemcomo a preferênciana formulação eexecução daspolíticas sociais

públicas e destinação privilegiada derecursos nas áreas relacionadas com aproteção à infância e à juventude.

OS DIREITOS: A criança e o adolescentenão podem ser vistos como portadores denecessidades, como carentes, mas comosujeitos de direitos exigíveis com base nalei. A cidadania é o direito de ter direitos.Enfatize-se que os deveres cabem aosadultos .

À VIDA, À SAÚDE E ÀA L I M E N TAÇ Ã O :

» Este conjunto de direitos configura odireito à sobrevivência. Sem eles, a criançanão subsiste, sua existência termina aindano início. O coração desse conjunto dedireitos está na política de saúde.

À EDUCAÇÃO, À CULTURA,AO LAZER E ÀP RO F I SS I O N A L I Z AÇ Ã O :

» Este conjunto de direitos configura odireito ao DESENVOLVIMENTO PESSOAL ESOCIAL. Sem exercer esses direitos, acriança sobrevive, mas não tem aoportunidade de desenvolver e realizarsuas potencialidades.

À LIBERDADE, AORESPEITO, À DIGNIDADE E ÀCONVIVÊNCIA FAMILIAR ECOMUN ITÁRIA:» Sem acesso a estes direitos, a

criança e o adolescente são violados nodireito à integridade física, psicológica em o ra l .

A SALVO DE TODAFORMA DENEGLIGÊNCIA ,DISCRIMI NAÇÃO,E X P LO RAÇ Ã O,VIOLÊNCIA, CRUELDADEE OPRESSÃO:» Além de promover os direitos à

sobrevivência, aodesenvolvimento e àintegridade, é dever dasgerações adultas,

representadas por família, sociedade eEstado, defender a criança e o adolescentede um conjunto de circunstânciasespecialmente difíceis, ou seja, dassituações de risco pessoal e social.

» O trabalho infantil é uma destas situações derisco. É discriminatório, porque, quandoconvivemos pacificamente com o trabalhodas crianças, estamos admitindo queexistem duas infâncias: a infânciafamília-escola e a infância trabalho-renda.Na primeira, a criança é ajudada pela famíliae tem acesso aos serviços e atividadespróprias de sua idade. Na segunda, a criançaé obrigada a "ajudar" a família. Uma estásendo preparada para o trabalho regular e acidadania; a outra está sendo preparada parao desemprego, as atividades informais esubcidadania. É violento, pois discrimina,negligencia e explora a criança. Umaviolência que impede seu sucesso na escola,provocando evasão, repetência e debilitandoseu futuro, ao fechar-lhe as possibilidades dedesenvolvimento e ingresso em profissõesque exigem cada vez maior escolaridade. Écruel eis que as relações de trabalho criançax adulto podem revestir-se de traços decrueldade que, muitas vezes, não sãopercebidos nem pelos pais, nem pelosexploradores dessa mão-de-obra, nempelas próprias crianças.

» O trabalho infantil prejudica a saúde e avida escolar da criança em troca de saláriosirrisórios .

» O ECA, por sua vez, esclarece o que significao direito ao respeito e a um tratamentodigno, direitos que são violados sempreque crianças e adolescentes são vítimas dotrabalho agressivo e explorador.

» O direito ao respeito consiste nainviolabilidade da integridade física,psíquica e moral da criança e doadolescente, abrangendo a preservação daimagem, da identidade, da autonomia, dosvalores, ideias e crenças, do espaço eobjetos pessoais (Art. 17).

» É dever de todos velar pela dignidade dacriança e do adolescente, pondo-os a salvode qualquer tratamento desumano,violento, aterrorizante, vexatório ouconstrangedor (Art. 18).

Os Hospitais de Ensino têm impor-tância fundamental para o desenvol-vimento do Sistema Único de Saúde(SUS), qualificando a prática assis-tencial e possibilitando inovações nosmodelos de gestão. Nos centros de as-sistência de alta complexidade, comoé o HCB, tornam-se vitais para a for-mação de recursos humanos especia-lizados e para o desenvolvimento depesquisas, técnicas e procedimentosespecializados, além da incorporação

de novas tecnologias que colaborempara a melhoria das condições de saú-de da população brasileira.

Por isso, desdequando foi fundado,há dois anos, o HCB investe parte doseu material humano em ensino epesquisas.

Desde a inauguração do Bloco I doHospital da Criança de Brasília JoséAlencar (HCB), práticas de ensinoe pesquisa foram incorporadasquando da transferência dos

serviços de pediatria terciáriada Secretaria de Estado da Saú-de do Distrito Federal (SES/DF).Consolidado como campo de atuaçãopara a prática de residências e estágiostanto na área médica como nas de-mais disciplinas, com demanda cres-cente de novos treinandos.

No eixo da pesquisa, profissionaisdo HCB têm participação ativa emgrupos de pesquisa e grupos de estu-dos cooperativos multi-institucionais

nacionais e internacionais. Duranteeste período, foram firmados convê-nios com importantes instituições depesquisa em saúde.

O HCB já tem biblioteca, disponibi-lizando aos usuários acesso à internete pesquisas on-line, e com currículosda equipe médica e de enfermagematualizados e/ou cadastrados na Pla-taforma Lattes do Conselho Nacionalde Desenvolvimento Científico e Tec-nológico (CNPq).

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