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1
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
RAFAEL MENDES FREITAS
O PROCESSO DA LOGÍSTICA REVERSA DAS LATINHAS DE AÇO PRODUZIDAS POR UMA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS PARA
BEBIDAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA NO CEARÁ
FORTALEZA 2014
2
RAFAEL MENDES FREITAS
O PROCESSO DA LOGÍSTICA REVERSA DAS LATINHAS DE AÇO PRODUZIDAS POR UMA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS PARA
BEBIDAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA NO CEARÁ Monografia apresentada ao curso de Administração para a obtenção do Grau de Bacharel em Administração de Empresas. Orientador (a): Prof.ª Ms. Rosangela Soares de Oliveira.
FORTALEZA 2014
3
Para minha mãe, minha eterna gratidão.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus pela dádiva da vida.
A minha mãe que está sempre ao meu lado em todos os momentos de minha
vida.
Daniele, sempre presente desde que a conheci, meus sinceros
agradecimentos com muito prestígio e amor.
A minha orientadora, professora Rosangela Soares, pela atenção
desempenhada desde o início desta pesquisa.
Aos meus colegas que tornaram-se amigos para toda a vida, desde os que
iniciaram junto comigo esta batalha, e aos que já concluíram, meus agradecimentos
pela companhia e força na caminhada acadêmica.
Aos que conheci no caminho do curso, estão guardados nas boas
lembranças.
A Alexandre Nascimento, que se mostrou bastante atencioso e empenhado
em fornecer informações sobre a empresa que foram de grande importância para a
pesquisa.
A todos aqueles que de alguma forma ajudaram a semear, cultivar e colher os
frutos desses anos de curso.
5
"A administração é uma questão de habilidades, e não depende da técnica ou experiência. Mas é preciso antes de tudo
saber o que se quer."
Sócrates Filósofo (-470 a.C. / -399 a.C.)
Grécia Antiga
6
RESUMO
A presente monografia tem como tema o processo da logística reversa das latinhas de aço produzidas por uma indústria de embalagens para bebidas na Região Metropolitana de Fortaleza/CE. Tendo como objetivo geral analisar o processo de logística reversa das latas de aço para bebidas produzidas pela empresa em pesquisa. Dentro desse contexto, os objetivos específicos desta pesquisa consistem em identificar quais os participantes da logística reversa da empresa, compreender a sistemática do processo de logística reversa das latas de aço e analisar quais os impactos sociais e ambientais resultantes da logística reversa desses bens. A pesquisa caracteriza-se como quali-quantitativa, com aplicação de questionário e entrevista com a finalidade de obter as informações necessárias para atingir os objetivos geral e específico, sendo um estudo de caso realizado na empresa em destaque. Em relação aos resultados obtidos, foi percebido que existe uma logística reversa de pós-consumo de ciclo aberto na empresa, com parceiros, como catadores e sucateiros, que recolhem as latas após o consumo, levando as mesmas para a usina siderúrgica encarregada de reaproveitar esse material em outros bens de consumo destinados à construção civil. Palavras-chave: Processo. Logística Reversa. Pós-consumo. Reciclagem.
7
ABSTRACT
This monograph has as its theme the process of reverse logistics of cans steel produced by a beverage packaging industry in the region Metropolitan de Fortaleza/CE. Aiming to analyze the general process reverse logistics of steel cans for drinks produced by the company in research. Within this context, the specific objectives of this research are in identifying participants for the reverse logistics company, understand the systematic process of reverse logistics of steel cans and analyze which social and environmental impacts resulting from the reverse logistics of these goods. The research is characterized as quali-quantitative, with questionnaires and interview with the purpose to obtain the information necessary to achieve the General and specific objectives, being a case study in the enterprise featured. In relation to the results obtained, it was realized that there is a reverse logistics of open cycle company post-consumer, with partners, as scavengers and scrap dealers, who collect the cans after consumption, taking the same for the steel mill to reuse this material in other goods of consumptives for constructs. Keywords: Process. Reverse Logistics. Post-consumer. Recycling.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estágios Organizacionais de Crescimento das Competências da Gestão
da Cadeia de Suprimentos ........................................................................................ 18
Figura 2 - Objetivos de desempenho segundo Slack (2002). ................................... 19
Figura 3 - Canais de Distribuição diretos e reversos. ................................................ 25
Figura 4 - Exemplos de canais reversos de ciclo aberto. .......................................... 28
Figura 5 - Logística Reversa x Logística Verde. ........................................................ 30
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Conceitos e abordagens sobre logística reversa. .................................... 22
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Números do mercado mundial de reciclagem de latas de aço. ............... 40
Gráfico 2 - Caracterização da logística reversa ........................................................ 42
Gráfico 3 - Caracterização do processo .................................................................... 43
Gráfico 4 - Participantes da logística reversa ............................................................ 44
Gráfico 5 - Impactos sociais e ambientais ................................................................. 45
Gráfico 6 - Mudanças a partir da implantação da logística reversa .......................... 46
Gráfico 7 - Logística reversa como estratégia competitiva ........................................ 47
Gráfico 8 - Origem da matéria-prima ......................................................................... 48
Gráfico 9 - Direcionamento do material recolhido ..................................................... 49
Gráfico 10 - Reciclagem do material ......................................................................... 50
Gráfico 11 - Período de coleta e destinação do material .......................................... 51
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABEAÇO – Associação Brasileira de Embalagens de Aço
CDR – Canais de Distribuição Reversos
CDR-PC – Canais de Distribuição Reversos de Pós-Consumo
CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem
CSCMP – Council of Supply Chain Management Professionals
EPR – Extended Product Responsability (Responsabilidade Extendida sobre o
Produto)
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
PTB – Product Take back
RMF – Região Metropolitana de Fortaleza
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 13
1.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 13
2 LOGÍSTICA ........................................................................................................... 15
2.1 Origem ................................................................................................................ 15
2.2 Conceitos ............................................................................................................ 15
2.3 Evolução da Logística ......................................................................................... 17
2.4 O papel da logística nas organizações ............................................................... 18
3 LOGÍSTICA REVERSA ......................................................................................... 21
3.1 Conceitos ............................................................................................................ 21
3.2 Diferença entre logística e logística reversa ........................................................ 23
3.3 A relação entre logística reversa e o meio ambiente .......................................... 23
3.4 Legislação sobre logística reversa ...................................................................... 24
3.5 Logística Reversa de Pós Consumo ................................................................... 26
3.5.1 Ciclos reversos abertos e fechados ................................................................. 27
3.6 Logística verde e logística reversa ...................................................................... 29
3.7 Logística reversa e sustentabilidade ................................................................... 31
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 33
4.1 Metodologia da pesquisa .................................................................................... 33
4.2 Tipologia da pesquisa ......................................................................................... 34
4.3 Método de coleta de informações ....................................................................... 34
4.4 Universo da pesquisa .......................................................................................... 35
5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 37
5.1 A empresa ........................................................................................................... 37
5.2 Projeto de reciclagem através de parcerias ........................................................ 38
5.3 Estratégias de atuação ....................................................................................... 38
5.4 Índice de reciclagem ........................................................................................... 39
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................................................. 40
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 54
APÊNDICE ............................................................................................................... 57
12
1 INTRODUÇÃO
A logística, dentro do ambiente empresarial, mostra a necessidade das
organizações em terem uma estratégia voltada para a reutilização de recursos
advindos do consumo de seus produtos pelos seus clientes finais.
Dentro desse conceito, Leite (2009) afirma que a logística reversa é a
área dentro da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo de
informações logísticas, o retorno dos bens depois do consumo de seus clientes
finais, através de canais de distribuição, onde são agregados valores econômicos,
ecológicos, legais, de imagem corporativa entre outros.
De acordo com a pesquisa realizada pela Revista Tecnologística (2009),
entre empresas de diversos ramos de atuação, os principais motivos para as
organizações se preocuparem com o fluxo reverso estão entre a preservação da
imagem (60%) e satisfação do cliente (57%), na totalidade das empresas
pesquisadas.
Desta forma, atualmente a logística reversa tem sido um ponto onde as
organizações têm focado bastante, como diferencial competitivo, tanto na questão
ambiental quanto financeira, tornando as mesmas reconhecidas pelos seus clientes,
e tornando-as exemplo de empresas que se preocupam com a responsabilidade
social e ambiental.
Partindo desse pressuposto, torna-se necessário um estudo mais
detalhado sobre esse assunto, buscando identificar suas causas, seus efeitos e
consequências, tanto positivas e negativas, caso existam. Levando também em
consideração a preocupação geral das pessoas em saber qual produto/serviço traz
benefícios para as mesmas sem que haja um prejuízo do meio ambiente onde estão
inseridos, tem-se a necessidade de reconhecer qual empresa procura preservar os
recursos que são utilizados para produzir seus bens e que destino está dando aos
mesmos depois do consumo final por parte de seus clientes.
Essa pesquisa buscou realizar um estudo, detalhando o processo de
destinação final do bem a ser pesquisado dentro do meio acadêmico, com base nos
pensamentos e teorias dos autores que já escrevem sobre esse assunto.
Entre outros conceitos temos o que relata Pereira (2013), quando define a
logística reversa como uma das áreas da logística empresarial, e na mesma está
inserido um conjunto de operações interligadas, de fundamental importância, que
visam a redução de matérias-primas primárias, direcionando-as para um destino
13
final correto sendo este a reciclagem adequada ou a produção de energia para
outros processos produtivos.
Buscando fundamentos dentro da literatura sobre a logística reversa,
surge a seguinte pergunta problema: Como funciona o processo da logística
reversa das latinhas de aço produzidas por uma indústria de embalagens para
bebidas na Região Metropolitana de Fortaleza/CE – RMF.
1.1 Objetivo Geral
Analisar o funcionamento do processo da logística reversa das latinhas
de aço produzidas por uma indústria de embalagens para bebidas na Região
Metropolitana de Fortaleza/CE, destacando os impactos sociais e ambientais
resultantes dessa atividade.
1.2 Objetivos Específicos
Partindo do objetivo geral, seguem os seguintes objetivos específicos a
serem estudados nesta pesquisa:
Identificar os participantes do processo da logística reversa das latinhas de aço
produzidas por uma indústria de embalagens para bebidas na Região
Metropolitana de Fortaleza/CE;
Compreender o processo da logística reversa das latinhas de aço produzidas por
uma indústria de embalagens para bebidas na Região Metropolitana de
Fortaleza/CE;
Analisar os impactos sociais e ambientais resultantes do processo da logística
reversa das latinhas de aço produzidas por uma indústria de embalagens para
bebidas na Região Metropolitana de Fortaleza/CE.
A pesquisa está dividida em quatro capítulos, sendo este o primeiro, que
trata-se da introdução ao trabalho, relatando o tema da pesquisa, a justificativa, a
problemática da mesma junto com seus objetivos gerais e específicos.
No segundo capitulo será relatado um pequeno histórico da logística
empresarial, sua origem, seus conceitos baseados em vários autores especialistas
14
no tema, evolução da logística ao longo do tempo nas organizações, seu papel
desempenhado no ambiente empresarial, e um resumo da sua presença no Brasil.
Partindo para o terceiro capítulo, entraremos no foco da pesquisa que é a
logística reversa, também com seus conceitos, diferenciando a mesma da logística
convencional (empresarial), mostrando sua relação com o meio ambiente,
sustentabilidade, suas derivações, como por exemplo: a logística reversa de pós-
consumo, também presente em grande parte dessa pesquisa. Chegando ao quarto
capitulo, será mostrada a metodologia da pesquisa em questão, definindo seus
instrumentos de pesquisa e ferramentas para levantamento e análise das
informações obtidas bem como seus resultados encontrados.
No quinto capítulo, entraremos no estudo de caso da empresa em
questão, com um resumo do seu histórico, tempo de atuação e atividades
relacionadas à logística reversa dentro e fora da empresa, buscando realizar uma
comparação e confirmação com as informações obtidas dentro da pesquisa
realizada na mesma.
E por fim, as considerações finais, deixando os detalhes da pesquisa de
acordo com as informações coletadas e analisadas na empresa, com o incentivo de
que novas pesquisas venham a ser realizadas na área da logística reversa.
15
2 LOGÍSTICA
2.1 Origem
De acordo com Ching (2009), antigamente, as tropas militares tinham a
necessidade de garantir o seu suprimento nos seus avanços durante as batalhas,
cabendo aos seus generais desenvolver estratégias militares para que o
deslocamento de suas tropas acontecesse no tempo certo, na hora certa, levando
assim seus equipamentos para a guerra. Tais estratégias tinham de ser perfeitas
para que houvesse o sucesso, sem erro algum para garantir que nada prejudicasse
a missão.
Seguindo o raciocínio do parágrafo anterior, Bussinger (2008), cita a
Segunda Guerra Mundial como um exemplo disso, onde as Forças Armadas norte-
americanas utilizaram da logística para gerenciar o recebimento de materiais e
também a entrega para o suprimento durante os combates.
Segundo Novaes (2001), a logística evoluiu bastante, de forma
continuada e tornou-se hoje um importante elemento-chave para a estratégia
competitiva das organizações. Ultimamente a logística tem sido uma atividade
primordial para uma estratégia empresarial bem elaborada, com a finalidade de
garantir a sustentabilidade das organizações e dentro desse contexto, a redução de
custos, a qualidade no atendimento ao cliente aliados à competitividade são pontos
que dão maior importância à logística.
2.2 Conceitos
Segundo a definição de Ballou (2006, p. 27), a logística:
“trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até ao ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável”.
16
Aliando aos conceitos ditos anteriormente pelos autores, podemos ainda
incorporar o que diz Guarnieri et al. (2006, p. 4):
Logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenamento de materiais, peças e produtos acabados, sua organização e dos seus canais de distribuição de modo a poder maximizar a lucratividade da empresa e o atendimento e satisfação dos clientes a baixo custo.
Em face disto, a logística consta de um conjunto de processos, com a
finalidade de atender um propósito, seja como objeto um produto e/ou serviço, a fim
de garantir a satisfação de um indivíduo, antes deste, existem vários intermediários
que podem influenciar no seu resultado final, sendo assim gerada a eficiência nos
serviços oferecidos pela organização.
A distribuição logística está ligada aos custos da organização, sendo o
mesmo valorizado, criando uma nova forma de gerenciamento, sendo centralizada,
integrada e lógica, causando na cadeia de suprimentos um desempenho
satisfatório. Segundo Sousa (2002), o excesso de estoque de matéria prima é
gerado por uma visão limitada da logística, causando mau processamento de
pedidos, atrasos nas entregas aos clientes finais, e demais problemas que podem
colocar em dúvida a confiabilidade e credibilidade da empresa.
Segundo Guarnieri (2006), recentemente a logística teve uma evolução,
sendo considerada como vantagem competitiva essencial para qualquer
organização que a aplique de maneira correta. No Brasil, a logística teve inicio na
década de 1990, depois da abertura comercial, quando foi observada a necessidade
das empresas se manterem no mercado globalizado e atualizado.
De acordo com Leite, Brito (2003), essa evolução na trajetória da logística
se deve à eficiência na redução dos custos referentes aos sistemas de informação,
consequência do avanço considerável da tecnologia e de demais fatores que
propiciam as empresas realizarem um planejamento e execução das atividades
organizacionais de forma vantajosa e satisfatória para todos da organização.
Estão incorporados à logística, segundo Novaes (2007) os prazos
previamente acertados e cumpridos integralmente, durante toda a cadeia de
suprimento, a integração efetiva e sistêmica entre todos os setores da organização;
parcerias com fornecedores e clientes, a busca da melhoria de forma global,
envolvendo a integração dos processos e a redução de custos em toda cadeia de
suprimento e a satisfação total do cliente, mantendo o nível de serviço.
17
E Ching (2009, p. 17-18), reforça o conceito de logística junto ao
gerenciamento de custos:
[...] é o gerenciamento do fluxo físico de materiais que começa com a fonte de fornecimento no ponto de consumo. A Logística está preocupada com a fábrica e os locais de estocagem, níveis de estoque e sistemas de informações, bem como seu transporte e armazenagem.
2.3 Evolução da Logística
A evolução conceitual da Logística, segundo Boyson et al (1999), é
dividida em quatro estágios distintos, dentro do processo de evolução da cadeia de
suprimentos durante o século anterior, sendo que no primeiro estágio, onde se
refere a logística subdesenvolvida, as atividades da logística tinham seu foco na
distribuição eficiente nas atividades de transporte, armazenagem e estocagem,
processamento de pedidos e expedição até a década de 1970. O mesmo autor
releva o segundo estágio, dentro dos anos 1980, sendo denominado de logística
incipiente, onde as funções da logística se integraram de forma a maximizar a
eficiência das mesmas, trazendo a importância do transporte e armazenagem.
Boyson et al (1999) traz o terceiro estágio, o da logística interna
integrada, onde aparecem novos conceitos e canais dos processos produtivos, com
foco na competitividade, controle de qualidade e atendimento ao cliente de maneira
que sejam oferecidos mais serviços aos mesmos. E finalizando, com o quarto
estágio, o da logística externa integrada, onde as atenções foram direcionadas para
o aprimoramento da previsão da demanda e no planejamento da cadeia de
suprimentos, investindo-se em sistemas para o compartilhamento de informações
entre os envolvidos na cadeia.
18
Segue figura 1 abaixo para melhor visualização dos estágios:
Figura 1 - Estágios Organizacionais de Crescimento das Competências da Gestão da Cadeia de Suprimentos Fonte: Adaptado de Boyson et al (1999)
2.4 O papel da logística nas organizações
Essencialmente as organizações buscam lucros, e segundo Slack et al
(2002), existem cinco objetivos de desempenho que devem ser levados em
consideração, que são: a rapidez na resposta para o cliente; a flexibilidade na
alteração das operações durante sua execução; a confiabilidade na realização das
coisas, fazendo o cliente receber seus produtos e/ou serviços no tempo prometido;
os custos que devem ser conhecidos, dentro de cada serviço prestado, para
comparação dos custos unitários com os custos padrão, sabendo se os mesmos
satisfazem ou não as necessidades; e por fim a qualidade, fator de satisfação
essencial dos clientes, que pode ser detectado através de pesquisas de mercado.
Tais objetivos são visualizados na figura 2 abaixo:
Logística Externa Integrada Foco na eficiência estratégica
Logística Interna Integrada Foco em serviços e clientes
Logística Incipiente Foco no transporte e
armazenagem
Logística Subdesenvolvida Foco no transporte
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ESTÁGIO 1
1970 1980 1990 2000 TEMPO BAIXO
ALTO
Grau de Integração
Ambiente Interno
Ambiente Externo
19
Figura 2 - Objetivos de desempenho segundo Slack (2002). Fonte: Adaptado de Slack, Nigel et al (2002).
Dentro desse contexto, Dias (1993, p. 12), diz que a logística é composta
de dois subsistemas de atividades que são a administração de materiais e a
distribuição física, levando em conta a movimentação de produtos acabados ou
semiacabados, sendo também a logística não só o ato de transporte de cargas, mas
desde o inicio do processo produtivo na matéria-prima até o cliente final, com
envolvimento de todas as áreas da empresa.
Considerando a importância da logística dentro das organizações, Martins
et al. (2006, p. 335), destaca componentes do sistema logístico que são de grande
importância para o administrador sendo o primeiro elo da cadeia logística a área
comercial, esta aliada à área de marketing, é responsável pela captação dos
desejos explícitos do consumidor e dos recursos de que dispõe para torná-lo
realidade. Na continuidade, em função dos desejos dos clientes, é feita a projeção
para a operação da área industrial, onde envolve a escolha dos recursos
tecnológicos mais indicados, juntamente com os conceitos que hoje são
fundamentais para a competitividade.
O papel dos fornecedores dentro da logística moderna tem sido o de
parceiros operacionais, sendo esse conceito exigente de um relacionamento aberto
compreendido desde o desenvolvimento conjunto do produto até os contratos de
fornecimento. Contudo, há uma ênfase, cada vez maior, das empresas no fluxo de
20
caixa, visto que a agilidade da atividade logística tem levado a uma rapidez da
geração de caixa pelas empresas.
E para atingir o cliente tendo a confiança no produto/serviço, tem sido o
desafio principal da logística, junto com a distribuição física e o lead times, que nada
mais é o tempo decorrido desde o inicio até o fim de um processo, além da
globalização que tem se tornado a mudança mais marcante dos últimos tempos
dentro da sociedade.
Seguindo a linha de raciocínio da pesquisa, no próximo capítulo serão
abordados os conceitos de logística reversa, com base os principais autores da
área, as diferenças entre logística empresarial e reversa, suas relações com o meio
ambiente bem como sua evolução no Brasil no que diz respeito à tecnologia, dentre
outros aspectos inerentes ao tema.
21
3 LOGÍSTICA REVERSA
Neste capítulo serão explanados os conceitos sobre logística reversa
com base em autores com vasta experiência no tema, bem como logística reversa
de pós-consumo e suas variações.
3.1 Conceitos
De acordo com o Council of Supply Chain Management Professionals
(CSCMP, 2010):
“a logística reversa é um segmento especializado da logística que enfoca a movimentação e gestão dos produtos e dos recursos após a venda e após a entrega ao cliente. Inclui devoluções de produtos para reparação e / ou crédito”.
Mesmo com muitos autores que falam sobre a logística reversa, nos anos
1980 seu conceito ainda estava limitado de maneira contrária com relação à cadeia
de suprimentos. Segundo Stock (1998), a logística reversa se concentra no retorno
de produtos, substituição de materiais e também o seu reaproveitamento, a
reciclagem aplicada a determinados materiais, dentre outros.
Rogers e Tibben-Lembke (1999) tratam a logística reversa como um
processo de planejamento, implementação e controle dos fluxos de matéria-prima,
desde a sua origem até o ponto de consumo. Neste caso o consumidor final, visa o
objetivo de recuperar o valor gasto no produto através do descarte correto dos
resíduos originados pelo produto em questão.
Leite (2009, p. 17), também mostra seu entendimento sobre a logística
reversa:
[...] como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.
Dentro dos conceitos estudados sobre logística reversa, ainda podemos
citar o que Dornier et al (2000, p. 40-42) relata sobre essa área da logística
empresarial bastante comentada na atualidade:
22
A logística moderna engloba, entre outros, os fluxos de retorno de peças a serem reparadas, de embalagens e seus acessórios, de produtos vendidos devolvidos e de produtos usados/consumidos a serem reciclados.
Dentro desses aspectos, trazemos a tabela a seguir com alguns
conceitos e/ou abordagens que foram transformados e agregando valor ao decorrer
do tempo, alguns já demonstrados neste capítulo sobre logística reversa e que
contribuíram para a formação do conceito atualmente mais utilizado:
Tabela 1 – Conceitos e abordagens sobre logística reversa.
Autor Conceito
CLM (1993, p. 323)
“Logística reversa é um termo relacionado às atividades envolvidas no gerenciamento da movimentação e disposição de embalagens e resíduos”.
Stock (1998, p. 20)
“Logística reversa: refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura”.
Rogers e Tibben-Lembke (1999, p. 2)
“Processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo de matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e as informações correspondentes do ponto de consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição”.
Bowersox e Closs (2001, p. 51-52)
“[...] Trata-se de um dos objetivos operacionais da logística moderna, referindo-se a sua extensão além do fluxo direto dos produtos e materiais constituintes e à necessidade de considerar os fluxos reversos de produtos em geral”.
Fonte: Adaptado de Pereira et al (2013).
Para tanto, com o passar do tempo, estes conceitos foram sendo
reformulados e assim alcançou uma definição que atualmente é a mais complexa e
na qual se identifica realmente todos os objetivos da logística reversa que é o
conceito formulado por Leite (2009, p.17):
“Área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, de imagem corporativa, entre outros”.
E por outro lado, se tem o conceito de Mueller (2007, p. 6-7), onde o
mesmo confronta com Leite, dizendo que a logística reversa pode ser classificada
como sendo apenas uma versão contrária da logística que conhecemos. Utilizando
23
os mesmos processos que um planejamento convencional, tratando-se de nível de
serviço e estoque, armazenagem, transporte, fluxo de materiais e sistema de
informação, sendo um novo recurso para a lucratividade.
E segundo Pereira et al (2013), o conceito de logística reversa é definido
como uma das áreas da logística empresarial, onde o mesmo engloba o conceito de
logística já tradicional no meio empresarial, dentro de um conjunto de operações
e/ou ações interligadas, com base na redução de matérias-primas primárias
chegando até o seu destino final correto dos seus produtos, materiais e
embalagens, os destinando ao seu reuso adequado e/ou produção de energia.
Ainda de acordo com Pereira et al (2013), é observado que a logística reversa
também é denominada como logística integral ou inversa.
3.2 Diferença entre logística e logística reversa
Partindo dos conceitos da logística e da logística reversa, Sinnecker
(2007, p. 31) cita algumas diferenças que existem entre elas, destacando
principalmente que na cadeia logística, a produção é puxada pelo sistema, sendo
que na logística reversa, há uma combinação na produção puxada e empurrada dos
produtos gerados pela cadeia de suprimentos. Em muitos casos, isso acontece
devido a uma legislação que torna a responsabilidade do produtor muito maior do
que o normal.
Ainda citando Sinnecker (2007, p. 31), os fluxos logísticos reversos
diferem dos fluxos logísticos normais, onde os reversos são dispostos
divergentemente dos convencionais, sendo estes divergentes e convergentes no
mesmo tempo. E o limite do processo produtivo é sempre ultrapassado na cadeia
reversa, sendo este também caracterizado por uma incerteza bastante alta, onde a
qualidade e a demanda são difíceis de controlar.
3.3 A relação entre logística reversa e o meio ambiente
Com o aumento da preocupação das pessoas com o meio ambiente,
houve uma considerável preocupação também por parte das organizações, aliado
ao trabalho não governamental, como o controle da emissão de resíduos
decorrentes dos processos fabris em geral, dentre outras questões ambientais que
surgiram no início do século XXI.
24
Segundo Oliveira et al (2003), a necessidade de gerar fluxos reversos
surgiu de preocupações em proteger o meio ambiente, com a finalidade de
conservar seus recursos, tornando a prática da logística reversa não só uma
maneira de redução de custos, mas sim um método de reduzir os impactos
ambientais que são gerados pelas empresas no processo de fabricação de seus
produtos.
Vários países tem tratado a relação da logística reversa com o meio
ambiente de forma jurídica, regulamentando, intervindo, orientando, disciplinando e
controlando todas as fases diretas e reversas com o intuito de manter o equilíbrio
ambiental aliado à redução da exploração de matérias na fonte e ao aumento das
condições de oferta e demanda pelos produtos reutilizáveis ou recicláveis.
Leite (2003) mostra os critérios de tratamento legal da logística reversa
dos produtos acima citados, no tocante à legislação relativa à coleta e disposição
final, que são a legislação sobre a proibição de lixões e aterros sanitários; legislação
sobre implantação de coleta seletiva; legislação sobre PTB (product take back), ou
seja, responsabilidade do fabricante sobre o canal reverso de seus
produtos/embalagens; legislação sobre índices mínimos de reciclagem e a
legislação sobre valor monetário pago/depositado na aquisição de certos
produtos/embalagens.
Já nas legislações relativas ao marketing se tem a legislação de
incentivos fiscais e creditícios ao conteúdo de reciclados nos produtos; a legislação
sobre proibição de venda ou uso de certos produtos, a legislação sobre proibição de
embalagens descartáveis e a legislação sobre rótulos ambientais. E por fim as
legislações relativas à redução na fonte existem a legislação de incentivos fiscais e
financeiros e a legislação de apoio à pesquisa e desenvolvimento de tecnologia e
produtos.
3.4 Legislação sobre logística reversa
Grande parte das legislações sobre os bens de pós-venda e pós-
consumo é ligada de forma direta aos fabricantes, sendo os mesmos responsáveis
pelos seus produtos e embalagens através de programas como o Extended Product
Responsability (Responsabilidade Extendida sobre o Produto – EPR e PTB, é o que
afirma Pereira et al (2013), salientando que tais fabricantes também são
25
responsáveis por toda a organização dos canais reversos após o ciclo de vida útil
dos seus produtos.
Tais canais, reversos e diretos, tanto de pós-venda como pós-consumo
são demonstrados na figura abaixo:
Figura 3 - Canais de Distribuição diretos e reversos. Fonte: Leite, (2009, p. 7).
Junto a este fato, existem países que ainda não possuem uma legislação
voltada para os produtos finais consumidos, e Leite (2003), cita que diante das
condições naturais que não propiciam um equilíbrio eficiente entre os fluxos diretos
e reversos, o poder público tem a responsabilidade de criar legislações
governamentais que possam alterar as condições e formas de retorno dos bens de
pós-consumo e seus respectivos materiais que o constituem juntamente com suas
embalagens.
Como exemplos de legislações aplicadas em alguns países tem-se a
Comunidade europeia, composta por 27 países, onde a reutilização e reciclagem
são voltadas para as embalagens denominada de New Standard Approach, e nos
Estados Unidos existem legislações estaduais sobre os resíduos sólidos há uma
tributação diferenciada referente às atividades de reciclagem de materiais.
26
No próximo item, será abordado o conceito de logística reversa de pós-
consumo, foco desta pesquisa, além de citar seus ciclos abertos e fechados
expondo seus conceitos e características.
3.5 Logística Reversa de Pós Consumo
Segundo Leite (2003), a logística reversa de pós-consumo se dá quando
os bens duráveis, semiduráveis, descartáveis e demais resíduos industriais são
colocados à disposição ou descarte após o uso por parte de seus consumidores
finais, dando início assim o ciclo de distribuição reverso, onde os materiais oriundos
do recolhimento após o consumo são destinados ao reuso ou reciclagem, gerando
novas atividades comerciais e/ou industriais.
Para Pereira et al (2013), os canais de distribuição reversa de pós-
consumo (CDR-PC) são configurados seguindo as fases de comercialização na
medida em que os bens de pós-consumo são disponibilizados, sendo também que
não somente os bens em suas formas originais possam fluir pelo canal, mas sim em
partes, como peças e materiais constituintes e/ou resíduos que de certa forma
possam retornar à cadeia produtiva através de desmanche, reuso e/ou reciclagem.
Pereira et al (pág. 34, 2013), a classificação dos bens de pós-consumo
ocorre em relação à duração de sua vida útil, onde a vida útil de um bem é definida
como o tempo transcorrido desde a sua produção original até o momento em que o
primeiro possuidor se desfaz dele.
Dentro deste aspecto, a logística reversa considera três grandes
categorias de bens produzidos dentro do tema sobre canais reversos de pós-
consumo que são as de produtos duráveis: que são bens que apresentam duração
de vida útil média, isso variando entre alguns anos ou até mesmo décadas. São
exemplos desses bens: automóveis, eletrodomésticos, eletrônicos, máquinas entre
outros.
Pereira et al (2013) diz que é necessário mostrar os fatores
imprescindíveis para a organização da logística reversa que são os fatores
econômicos, tecnológicos, logísticos, ecológicos e legais, todos estes voltados para
atender as necessidades de uma logística reversa de pós-consumo bem
estruturada, garantindo a qualidade e integridade dos materiais reciclados dentro do
processo produtivo no qual eles estão inseridos.
27
Os produtos semiduráveis que agrega os bens que tem sua vida útil
baseada em alguns meses, poucas vezes superior a dois anos, sendo de uma
categoria intermediária com características de bens duráveis e bens descartáveis,
como por exemplo: baterias de automóveis, de celulares, óleos lubrificantes,
computadores e suas partes, etc.
E os de produtos descartáveis, sendo estes os bens que duram em média
algumas semanas, sendo muito raro passarem de seis meses, como por exemplo:
embalagens, brinquedos, materiais de escritório, suprimentos para informática,
fraldas, jornais, etc.
Leite (2003) mostra que para melhor entendimento dos fluxos diretos e
reversos de pós-consumo, são necessários índices que comparam de forma
qualitativa e quantitativa as categorias de bens de pós-consumo e duração da vida
útil desses produtos.
Estes índices tratam da reciclagem de um bem durável, que se define
pela relação percentual entre as quantidades recicladas de um bem durável de pós-
consumo, por determinado período de tempo em alguma região e a quantidade
produzida deste mesmo bem.
Outro índice levado em conta é o índice de reciclagem dos componentes
de um bem durável, onde se consideram as porcentagens dos componentes ou
materiais reciclados que constitui determinado bem levando em conta seu peso.
E por fim, o índice de reciclagem do material constituinte, que se refere
ao percentual entre as quantidades recicladas de algum material que constitui um
bem, dentro de um intervalo de tempo com as quantidades produzidas nesse
mesmo intervalo, como por exemplo: papéis, plásticos vidros, latas, etc.
3.5.1 Ciclos reversos abertos e fechados
Para Pereira et al (2013), após a conclusão das fases de fluxo logístico
direto, boa parte dos bens de pós-consumo retornam ao ciclo de produção da
matéria-prima, seguindo o que Leite (2003) relata, existem duas categorias de ciclos
reversos para o retorno ao ciclo produtivo: as de canais de distribuição reversos de
ciclo aberto e ciclo fechado, que são os CDRs formados por diversas partes de
retorno de materiais que integram os produtos de pós-consumo, como por exemplo
o ferro e o aço que são retirados das sucatas de automóveis, máquinas industriais,
latas de embalagens para bebidas entre outros derivados que são reaproveitados
28
para a produção de chapas de aço, barras de ferro, metais, plásticos, vidros, papéis
entre outros.
Na figura abaixo pode ser mais bem observado o canal reverso de ciclo
aberto:
Figura 4 - Exemplos de canais reversos de ciclo aberto. Fonte: Adaptado de Leite (2003).
Na figura anterior é visível o funcionamento desse canal, onde os bens de
pós-consumo exemplificados acima, são encaminhados para a extração do seu
material metálico que passam por outro procedimento, na sua reintegração ao ciclo
produtivo dando origem a outros materiais que servem de base para construção
civil, como chapas, vergalhões, barras de ferro, aço entre outros tipos de matéria-
prima.
E existem os Canais de distribuição reversos de ciclo fechado, que são os
CDRs onde as etapas que o constituem faz com que os produtos de pós-consumo
sejam reutilizados ao final da sua vida útil para a composição de um produto similar
ao original, que devido a interesses tecnológicos, econômicos fazem com que as
fases dessa cadeia produtiva reversa sejam especializadas para tal produção.
Como exemplo deste ciclo existem os óleos lubrificantes usados pelos
automóveis, que passam por um processo de eliminação de impurezas e adição de
aditivos que voltam a ser utilizados como meio de lubrificação em outros meios de
29
transportes. As baterias descartadas, tanto de automóveis, como de celular, ou até
mesmo pilhas, que delas são extraídos o chumbo e outros metais e o plástico para
que sejam produzidas novas baterias.
O canal reverso de ciclo fechado tem como um exemplo importante as
embalagens de metal descartadas, que através da extração das impurezas e das
ligas metálicas, dão origem a novas embalagens.
3.6 Logística verde e logística reversa
De acordo com Rogers e Tibben-Lembke (1998), existe uma distinção
entre a logística reversa e a logística verde, sendo a primeira bastante conceituada
nesta pesquisa, e para isso leva-se em consideração o que os autores relatam
sobre a logística verde como sendo a parte da logística que busca compreender e
minimizar impactos ecológicos gerados pelas inúmeras atividades logísticas.
Atividades essas que compreendem também a medição do impacto ambiental
ocasionados pelos meios de transportes, as ISO 14.000, reduções no consumo de
energia e no uso moderado de materiais.
Rogers e Tibben-Lembke (1998) destacam que várias atividades da
logística verde não estão relacionadas de maneira direta com a logística reversa,
pois deve-se levar em conta o marketing e produção bem como reuso, reciclagem
entre outros.
Para Donato (2008), a logística verde ou ecologística “é a parte da
logística que se preocupa com os aspectos e impactos ambientais causados pela
atividade logística”, e o mesmo afirma que por se tratar de uma ciência nova, ou
seja, em desenvolvimento, é comum existir uma confusão conceitual a respeito
deste tema.
Esse movimento da logística verde, surgiu de acordo com Donato (2008),
no final do século XX e no início do século XXI, e nesse mesmo período surgiram
vários fatores em evidência que contribuíram para que esse movimento tivesse
iniciado como a crescente poluição ambiental decorrente da emissão dos gases
gerados pela combustão incompleta dos combustíveis fósseis durante os
diversos sistemas de transportes, a crescente contaminação dos recursos naturais
como consequência de cargas desprotegidas, tais como: caminhões com produtos
químicos que acidentam e contaminam rios, navios petroleiros que contaminam os
oceanos; a movimentação e armazenagem, sendo destaque o fator de extrema
30
importância que forma os impactos causados por vazamento dos diversos
produtos contidos através de rompimento dos diques de contenção, utilizados
pela armazenagem de resíduos da atividade produtiva (mineração e celulose); e a
necessidade de desenvolvimento de projetos adequados à efetiva necessidade
do produto contido, de forma a evitar qualquer as ações geradas pelo
transporte ou armazenagem não causem avarias à embalagem em produtos
químicos, petroquímicos, defensivos agrícolas e farmacêuticos.
Para melhor compreensão, a figura abaixo mostra a logística reversa e a
logística verde na sua intersecção, com a finalidade de mostrar o quanto estão
relacionadas no sentido da reciclagem, reuso de materiais e embalagens entre
outros:
Figura 5 - Logística Reversa x Logística Verde. Fonte: Adaptado de Donato (2008).
Para Donato (2008), a logística reversa “é a área da logística que trata
dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro
produtivo”. Este processo ocorre há algum tempo em indústrias de bebidas com o
retorno de vasilhames de vidro e também na distribuição do gás de cozinha, com
todos os produtos chegando de volta ao centro produtivo depois de passar pelo uso
dos consumidores.
Donato (2008) também relata que o processo da logística reversa é
responsável pelo movimento de materiais reaproveitados que retornam ao início do
processo tradicional de suprimento, produção e distribuição, sendo a logística
reversa também composta por várias atividades que as empresas têm que
Reciclagem
Remanufatura
Embalagens reutilizáveis
Devolução de produtos
Retorno comercial/vendas
Mercados secundários
Redução de embalagens
Poluição sonora e do ar
Impactos ambientais
Logística Reversa Logística Verde
31
realizarem para suprir esse processo como coleta, embalagens, separações e
expedição.
Citando Barbieri e Dias (2002), a logística reversa tem que ser concebida
como instrumento de uma proposta de produção e consumo sustentáveis,
estabelecendo critérios de avaliações ao tomar a decisão de recuperar peças,
componentes, embalagens reutilizáveis para reciclagem.
3.7 Logística reversa e sustentabilidade
Para Pereira (2013), existe a necessidade de se esclarecer que a
logística reversa nada mais é do que um processo com foco empresarial, ao
contrário do que muitos pensam, que este processo visa retornos no mercado, e não
um método para o alcance da sustentabilidade.
De acordo com Rogers e Tibben-Lembke (1998), a logística reversa “se
refere a todos os esforços para movimentar mercadorias do seu lugar típico da
eliminação a fim de capturar valor”, ou seja, trata-se de um procedimento
empresarial que busca agregar ou recuperar algum valor de um produto que está a
margem do mercado.
A logística reversa não invoca a sustentabilidade, conforme Pereira et al
(2013), relata, mas sim, a redução de custos e obtenção de lucros, entretanto, em
algumas prerrogativas dos processos da logística reversa contem indícios de
sustentabilidade. Diante disso, Pereira et al (2013) relata que quando isso ocorre, o
processo passa a ser denominado como “logística verde” ou “logística ecológica”.
De acordo com esse pensamento, Pereira et al (2013) leva a
compreender que a logística verde se refere à compreensão e minimização dos
impactos ecológicos da logística. Nesse aspecto, as atividades logísticas verdes
abordam a medição do impacto ambiental de alguns modais de transporte,
certificação ISO 14.000, redução do consumo de energia e do uso de materiais
(Rogers e Tibben-Lembke, 1998, p. 103).
Dentre as atitudes tomadas que fazem relação entre a logística reversa e
sustentabilidade, se tem a lei nº 12.300, instituindo a Política Nacional de Resíduos
Sólidos – PNRS, que tem como objetivo aplicar diretrizes sobre o manejo de
resíduos sólidos no Brasil.
32
Para Donato (2008), a logística verde ou ecologística utiliza da logística
reversa como uma ferramenta operacional, com a finalidade de minimizar os
impactos ambientais tanto de resíduos na operação e no pós-consumo e em todos
os impactos durante o ciclo de vida dos produtos.
Portanto, vale ressaltar que a logística verde não é uma nova
denominação da logística reversa, nem aparece para contrariá-la, mas sim, apenas
um conjunto de atitudes relacionadas ao meio ambiente, como preservação,
redução de poluentes, impactos decorrentes dos processos produtivos e de
transporte que a logística convencional e reversa acabam por causar em
determinados momentos das suas execuções.
33
4 METODOLOGIA
Neste capítulo será definido o método de pesquisa bem como sua
tipologia e abordagem.
A metodologia consiste em uma investigação de um determinado
problema, através de procedimentos necessários para tal finalidade, onde são
analisados e criadas observações, críticas e interpretações, levando em
consideração as relações de causa e efeito (OLIVEIRA, 2002).
Sendo a metodologia a ferramenta do pesquisador para alcançar seus
objetivos e comprová-los mediante procedimentos e chegando assim a solução de
sua problemática, tal ferramenta se enquadra em um conjunto de procedimentos e
atividades sistemáticas, a serem realizadas nessa busca do conhecimento.
De acordo com Lakatos e Marconi (2003, p. 83), método é o conjunto das
atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite
alcançar os objetivos - conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a
ser seguido, detectando-se os erros e auxiliando as decisões do cientista.
4.1 Metodologia da pesquisa
A pesquisa se caracteriza como qualitativa porque, utilizará de entrevista
com roteiro a ser seguido, pois segundo Minayo (2001), a pesquisa qualitativa
trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, isso corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos
e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
E quantitativa, pois haverá a aplicação de um questionário dentro do
ambiente a ser explorado, com a finalidade de encontrar as respostas para os
objetivos geral e específicos.
De acordo com Fonseca (2002, p. 20), a pesquisa quantitativa é centrada
na objetividade, é influenciada pelo positivismo, considerando que a realidade só
pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o
auxílio de instrumentos padronizados e neutros.
Segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 201), o questionário “é um
instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas
que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. Sendo o
34
questionário, instrumento responsável pela obtenção das informações nesta
pesquisa e o mesmo ficando disponível ao final da mesma.
4.2 Tipologia da pesquisa
Como procedimento da pesquisa, a mesma se caracteriza como
bibliográfica, pois de acordo com Lakatos (2003, p. 183), a finalidade da pesquisa
bibliográfica é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito,
dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferencias seguidas de
debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer
gravadas.
Também se trata de um estudo de caso, seguindo o que diz Gil (2007, p.
54) que este tipo de pesquisa é muito utilizado nas ciências biomédicas e sociais,
com características de um estudo de uma entidade bem definida, podendo ser um
programa, instituição, uma pessoa, ou unidade social.
Alves-Mazzotti (2006, p. 640), cita exemplos comuns para o estudo de
caso que focam em uma unidade como um indivíduo (como os casos clínicos
descritos por Freud), um pequeno grupo (como o estudo de Paul Willis sobre um
grupo de rapazes da classe trabalhadora inglesa), uma instituição (empresa), um
programa, ou um evento (a eleição do diretor de uma escola).
4.3 Método de coleta de informações
A obtenção das informações partiu através de questionários direcionados
aos funcionários do setor responsável por coordenar e acompanhar este processo e
por uma entrevista seguida de um roteiro pré-estabelecido. Cada um dos analistas,
tanto comercial quanto de suporte técnico responderam o questionário, assim como
outros funcionários, com quantidade limitada pela empresa e dessa forma se obteve
as respostas para entender o processo de logística reversa das embalagens.
Foi também realizada uma entrevista com o coordenador de suporte
técnico e reciclagem, utilizando as mesmas perguntas que os demais funcionários
responderam nos questionários, mas de forma aberta, que facilitasse o
entendimento por parte do entrevistado e pesquisador. Segundo Lakatos (2003) a
entrevista tem como finalidade obter informações, mediante conversa de duas
35
pessoas a respeito de determinado assunto, sendo essa conversação de natureza
profissional.
A visita à empresa foi realizada no dia 25 de março de 2014, no turno da
manhã, ao chegar à mesma, na recepção, e após passar pelo procedimento de
identificação, fui em direção junto ao coordenador do setor até sua sala de reuniões.
Logo depois, foram aguardados os dois funcionários do setor de reciclagem e deu-
se início a aplicação dos dois questionários, onde os mesmos responderam
prontamente. Logo após, foram distribuídos os demais questionários aos outros
funcionários para que os mesmos respondessem.
Finalizado os questionários por parte dos respondentes, se iniciou a
entrevista com o responsável, no caso o coordenador do setor, como relatado antes,
o mesmo respondeu as mesmas perguntas utilizadas nos questionários, mas de
forma aberta.
4.4 Universo da pesquisa
Como universo desta pesquisa, se tem o setor da empresa responsável
pelo processo de logística reversa, que é composto por 03 (três) funcionários, um
analista comercial, 37 anos, sexo feminino, com 09 (nove) anos de empresa, sendo
denominado aqui por Respondente 01, um analista de suporte técnico e reciclagem,
28 anos, sexo masculino, com 02 (dois) anos de empresa, sendo denominado por
Respondente 02, e o coordenador de suporte técnico e reciclagem, 37 anos, sexo
masculino, que trabalha na empresa há 14 (quatorze) anos, sendo denominado
nesta pesquisa como Entrevistado.
E para complementar a pesquisa, foi solicitado que 15 (quinze)
funcionários, escolhidos de forma aleatória dentro da empresa, independente do
setor que trabalham, respondessem aos questionários, para que houvesse uma
comparação com o que as pessoas envolvidas no setor falaram sobre o processo da
logística reversa, ressaltando que esta quantidade foi limitada pela empresa em
estudo, sendo esta a justificativa para a quantidade de pessoas que responderam a
pesquisa.
E no capítulo seguinte, será apresentado o estudo de caso realizado na
empresa, bem como no setor responsável por coordenar todo o processo de
logística reversa das latas. E também serão apresentadas informações sobre o
36
projeto de reciclagem desenvolvido na mesma, juntamente com os índices sobre a
reciclagem do aço.
37
5 ESTUDO DE CASO
Neste capítulo será relatado o estudo de caso realizado na indústria
fabricante de latas de aço para bebidas na Região Metropolitana de Fortaleza/CE –
RMF, onde estarão informações da empresa, quanto a sua atuação no mercado,
dados estatísticos sobre a produção e reciclagem das latas de aço, foco dessa
pesquisa.
5.1 A empresa
A empresa foco da pesquisa é a uma produtora de latas de aço de duas
peças para bebidas (duas peças no que se refere ao “copo” e a “tampinha” da lata)
nas Américas do Sul e Central.
Atualmente, a empresa gera cerca de 200 empregos diretos, atuando
como fornecedora de embalagens de aço para bebidas no Norte e Nordeste do
Brasil, região na qual detém aproximadamente 14% do mercado. De acordo com a
empresa, em âmbito nacional essa participação é de 4%. A mesma fornece seus
produtos para os mais importantes “players” (grandes fabricantes) do setor de
refrigerantes, cervejas e aguardentes do Brasil e exporta tampas de alumínio para
clientes localizados nas Américas, África e Europa.
Localizada na região metropolitana de Fortaleza (CE), colabora no
desenvolvimento da região Norte-Nordeste, onde foram investidos cerca de 70
milhões de dólares na instalação da planta e na aquisição de equipamentos de
última geração. A fábrica possui um total de 100 mil m2 e área construída de 22 mil
m2.
Na década de 1990, no início das operações, a capacidade de produção
da fábrica era de 48 milhões de latas/mês. Com a necessidade em atender novos
clientes, implementou-se um projeto alguns anos depois, cujo objetivo foi de
aumentar sua capacidade de produção para 75 milhões de latas/mês.
Dos equipamentos instalados, cerca de 83% são de origem norte
americana, 11% de origem alemã e 6% de origem suíça, e todo o processo de
fabricação segue o modelo europeu utilizando, inclusive, matérias-primas e insumos
aprovados e certificados pela indústria europeia.
38
A utilização de equipamentos de ponta, a preocupação com a qualidade
do processo e das matérias primas posiciona a empresa entre as plantas mais
modernas do mundo.
5.2 Projeto de reciclagem através de parcerias
Dentro da empresa existe um projeto criado e implementado em 2001
que possui a missão de recuperar as latas de aço de duas peças para bebidas pós-
consumo e atua em todas as regiões onde a lata de aço está presente.
Este programa foi desenvolvido exclusivamente para a fomentação das
coletas das latas de aço para bebidas pós-consumo. O processo tem início com o
cadastramento dos parceiros (sucateiros) no programa onde o mesmo tem cadastro
com a usina de fundição e desta forma, todas as latas de bebidas em aço pós-
consumo são transformadas em outros materiais para construção civil, por exemplo,
e os demais produtos como: carros, grades, chapas e vergalhões.
5.3 Estratégias de atuação
O projeto em si não possui fins lucrativos e tem como estratégia subsidiar
o serviço de coleta, oferecendo ao mercado o melhor preço pela sucata de latas de
aço para bebidas de duas peças, estimulando assim catadores e sucateiros a
trabalharem com esse tipo de produto.
Além dos pontos fixos credenciados, atua diretamente em eventos
populares do Norte e Nordeste, micaretas e principalmente durante o Carnaval.
Nestes eventos, os parceiros credenciados contam com um bloco especial de
catadores.
Regularmente, campanhas de divulgação nas rádios são dirigidas aos
catadores, sucateiros e recicladores e estes, estimulados pelo preço diferencial
pago pela sucata, veem nesta atividade uma ótima oportunidade de ganhar renda
extra.
O início do processo se dá mediante cadastramento dos sucateiros
através de contrato formal de parceria no programa, ficando o sucateiro como um
integrante no programa. O programa não recebe o resíduo (lata de aço de bebidas
pós-consumo), ele incentiva a coleta por meio do incentivo através de subsídio, pois
o sucateiro entrega o resíduo (lata) na usina e lá fica registrada através de controles
39
de pesagem a quantidade recolhida, ficando estocado na própria usina onde será
utilizado conforme necessidade, passando a ser insumo para a produção de novos
produtos em aço, com aplicação para a construção e industrial, exceto embalagem
para alimentos.
5.4 Índice de reciclagem
De acordo com o portal Compromisso Empresarial para Reciclagem –
CEMPRE (2012), 47% do total das latas de aço consumidas no Brasil em 2012
foram recicladas, incluindo 78% reciclados de latas de aço para bebidas (latas de 02
peças). Cerca de 300 mil toneladas de latas de aço pós-consumo retornaram para o
processo de reciclagem no país. Este índice vem aumentando graças à ampliação
de programas de coleta seletiva e educação ambiental, ainda de acordo com a
CEMPRE (2012).
Ainda de acordo com a CEMPRE, na Europa, países como Alemanha e
Bélgica reciclaram cerca de 93 e 96% de todas as latas de aço pós consumo em
2012, alguns programas estimulam a reciclagem do aço pós-consumo, dentre eles o
programa de reciclagem pós-consumo de latas de aço para bebidas, criado pela
empresa pesquisada. No Brasil, segundo o Portal da Associação Brasileira de
Embalagem de Aço – ABEAÇO (2014), 5% das latas para bebidas são de aço,
sendo que a maior participação está no Nordeste, que detém 46% do mercado.
Com a necessidade de incentivar a coleta seletiva criou-se a iniciativa em 2001 que
permitiu à embalagem de aço para bebida atingir o índice de 88% de reciclagem
contra os 27% iniciais. Esse índice é auditado anualmente por empresa
independente, com base na pesquisa realizada pela CEMPRE (2012).
No portal da CEMPRE, é informado que no índice geral de 47% incluem-
se latas de alimentos como ervilha, milho e sardinha, bebidas, tintas, massa corrida
e produtos químicos. Também estão incluídas no índice as tampas de aço pós-
consumo.
40
O gráfico abaixo representa em números como está o mercado mundial
de reciclagem de latas de aço, entre eles a participação do Brasil:
Gráfico 1 - Números do mercado mundial de reciclagem de latas de aço.
Fonte: Portal da Associação Brasileira de Embalagem de Aço – ABEAÇO (2014).
No capítulo a seguir serão realizadas as análises dos resultados com
base nas informações obtidas na pesquisa dentro do setor responsável pelo projeto
de reciclagem através de parcerias da empresa em questão.
Brasil 1 - Total de latas de aço Brasil 2 - Latas de Bebida 2 peças
41
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo, será mostrado como foram coletadas as informações
sobre o processo de logística reversa das embalagens de aço para bebidas da
empresa em uma indústria de embalagens para bebidas, todas elas obtidas através
dos questionários aplicados aos funcionários do setor e da entrevista realizada com
o coordenador do setor em análise.
Pergunta 01: Como a empresa utiliza a logística reversa para seus produtos?
Neste item, o Respondente 01, analista comercial, afirma que a logística
reversa ocorre através do programa de reciclagem criado pela empresa, onde a
mesma disponibiliza as latas para seus clientes, que por fim direcionam aos
consumidores finais e após o consumo, os catadores recolhem as mesmas das ruas
por meio de uma parceria com sucateiros e cooperativas de reciclagem.
O Respondente 02, acrescenta que a logística reversa também funciona
através das parcerias da empresa com cooperativas de catadores e sucateiros no
recolhimento das latas após o consumo nas ruas.
E o entrevistado complementou que após o produto ser entregue ao
cliente, que são os fabricantes de refrigerantes e cervejas entre outros, o
consumidor final descarta a embalagem após o consumo, então surge o projeto que
incentiva os catadores a recolherem do meio ambiente essas latas e venderem esse
material para a usina metalúrgica parceira, onde é processado e transformado em
outros bens de consumo.
Pergunta 02: Você caracteriza o processo de logística reversa da empresa
como sendo pós-consumo, pós-venda ou não sabe dizer?
Neste item, ambos Respondentes afirmaram que a logística reversa da
empresa é caracterizada com pós-consumo, devido somente após o descarte é que
as latas são coletadas pelos sucateiros e vendidas a uma siderúrgica que processa
o material para outra finalidade. E o entrevistado apenas confirmou o que os
respondentes esclareceram. E no gráfico 01, se tem os resultados sobre a mesma
42
pergunta realizada aos demais respondentes do questionário, onde houve a
seguinte análise:
Gráfico 2 - Caracterização da logística reversa Fonte: Elaborado pelo autor.
Neste gráfico, observou-se que 50% caracterizam a logística reversa
como sendo de pós-consumo, 30% como pós-venda e 20% dos respondentes não
sabem caracterizar o processo da logística reversa.
Pergunta 03: Para você, a logística reversa da empresa, caracteriza-se de pós-
consumo de ciclo aberto ou fechado?
Neste item as respostas foram idênticas para os Respondentes, onde
eles explicaram que a logística reversa de pós-consumo é de ciclo aberto, devido
após o recolhimento das latas pelos catadores, elas não são reaproveitadas para a
fabricação de novas latas para bebidas. E o entrevistado reforçou o que os
respondentes falaram, detalhando sua resposta, afirmando que é de ciclo aberto
devido ao fato do material recolhido pelos catadores e/ou sucateiros “não voltar para
a empresa” para que sejam produzidas novas latas de aço para bebidas e sim
barras de ferro, vergalhões e outros itens para a construção civil.
E complementando as respostas a este item, os demais funcionários
questionados expressaram suas respostas representadas no gráfico abaixo:
43
Gráfico 3 - Caracterização do processo Fonte: Elaborado pelo autor.
Neste item, foi observado que a maioria (40%) caracterizou a logística
reversa de pós-consumo da empresa como sendo de ciclo aberto, 30%
caracterizaram como ciclo fechado e 30% dos respondentes não souberam dizer.
Pergunta 04: Existem participantes nesse processo de logística reversa?
A resposta a este item foi idêntica para os dois Respondentes, ao
afirmarem que existem parceiros neste processo de logística reversa, que são os
catadores e/ou sucateiros, as cooperativas de reciclagem e a siderúrgica que
compra o material recolhido, que são as latas de aço consumidas. O entrevistado
seguiu a mesma linha de raciocínio ao responder a este item, confirmando que há
existência de parceiros, sendo estes os citados pelos respondentes.
E complementando as respostas dos demais funcionários questionados
são observadas no gráfico a seguir:
44
Gráfico 4 - Participantes da logística reversa Fonte: Elaborado pelo autor.
Neste item, com a representação gráfica acima, foi observado que 80%,
ou seja, grande maioria dos questionados, afirmaram que existem parceiros no
processo da logística reversa da empresa e que 10% negaram a participação
desses parceiros e apenas 10% não sabem dizer se existem.
Pergunta 05: Você acredita que existem impactos sociais e ambientais
resultantes desse processo? Quais?
Os dois Respondentes afirmaram que sim, existem impactos sociais e
ambientais resultantes do processo de logística reversa, e esses impactos sociais
são a geração de renda para as famílias dos catadores e/ou sucateiros e sobre os
impactos ambientais ficou destacada a reciclagem das latas de aço, atenuando os
impactos ambientais, onde as mesmas (as latas) não ficam nas ruas e acumulando
lixo e de fato empresa não fica associada à sujeira nas cidades.
Já o entrevistado ressaltou que o programa de reciclagem através de
parcerias, agregou-se valor na sucata vendida pelos catadores à usina parceira, ou
seja, a empresa criadora do projeto, devido à lata de aço, que se torna mais
“valiosa”, trazendo mais vantagens aos catadores.
E quanto aos impactos ambientais, foram realizados projetos em escolas,
em que muitas delas os filhos dos catadores frequentam, fazendo com que o
45
trabalho deles seja valorizado e tenha uma importância para a sociedade. A partir
desse ponto, o entrevistado relatou que a “principal mudança foi o reconhecimento
social, de forma socioeducativa levando aos catadores a consciência de que o que
os leva a realizar este trabalho não é só a condição financeira, e sim social de que
está ajudando a preservar o meio ambiente recolhendo o material das ruas”.
E como representação sobre o que os demais funcionários questionados
responderam está o gráfico abaixo:
Gráfico 5 - Impactos sociais e ambientais Fonte: Elaborado pelo autor.
Foi obtido através dos outros funcionários questionados, onde 90%
afirmaram que existem impactos sociais e ambientais resultantes desse processo, e
5% não acreditam que existam esses impactos e apenas 5% não souberam dizer.
Pergunta 06: Quais as mudanças percebidas a partir da implantação da
logística reversa na empresa?
Quanto ao item acima, os dois Respondentes afirmaram que a principal
mudança percebida foi o reconhecimento social, negando que redução de custos,
melhoria da pesquisa, uso de novas tecnologias, agilidade nos processos, sejam as
principais mudanças percebidas nesse processo.
Continuando com o reconhecimento social, apesar de ser pequeno ainda,
devido ao projeto ser divulgado apenas em algumas cidades e eventos de grande
46
público, eles afirmaram que estão trabalhando para um maior marketing do projeto
principalmente em parceria com prefeituras e escolas particulares e públicas, é o
que relatou também o entrevistado sobre esse item.
Dentro desse item, o gráfico abaixo mostra o que os demais funcionários
questionados responderam:
Gráfico 6 - Mudanças a partir da implantação da logística reversa Fonte: Elaborado pelo autor.
Observando o gráfico acima, se tem que 50% afirmam que o
reconhecimento social foi a principal mudança percebida após a implantação da
logística reversa na empresa. E redução de custos, agilidade nos processos e uso
de novas tecnologias ficaram com 10% cada e melhoria da pesquisa foi afirmada
por 20% dos funcionários.
Pergunta 07: Você considera a logística reversa uma boa estratégia
competitiva? Por quê?
O Respondente 01 afirmou que sim, ressaltando que através da logística
reversa, se tem a chance de reaproveitar a matéria-prima utilizada na lata para
outros fins diferentes do original. Enquanto o Respondente 02 afirmou também que
sendo a logística reversa uma boa estratégia competitiva, os clientes terão a certeza
de que as latas consumidas não ficarão jogadas no meio ambiente.
47
E para o entrevistado, a logística reversa é considerada uma boa
estratégia competitiva, pois há exigências legais que obrigam as organizações a
administrarem os seus resíduos sólidos, partindo principalmente da Política Nacional
de Resíduos Sólidos – PNRS (2010), do Governo Federal. Além do mais, segundo o
entrevistado, com relação a isso “os próprios clientes exigem isso, e como a
empresa visitada tem como principais clientes, grandes empresas multinacionais
bastante conhecidas, essa obrigação é mais do que essencial”.
Mostrando o que os demais funcionários questionados afirmaram se tem
o gráfico abaixo:
Gráfico 7 - Logística reversa como estratégia competitiva Fonte: Elaborado pelo autor.
Neste item, foi observado que 60% responderam que sim, a logística
reversa é uma boa estratégia competitiva, 30% negaram essa afirmação e 10% não
souberam dizer.
Pergunta 08: A matéria prima utilizada na produção é originária da logística
reversa da empresa?
Na resposta dada a esse item, os dois Respondentes afirmaram que não,
pois a matéria-prima utilizada na produção das latas de aço para bebidas não é
originária da logística reversa, devido ao alto custo que seria necessário para
tratamento desse material, onde seriam retiradas as impurezas e o que o material
48
para que as latas sejam produzidas tem que ser “virgem”, ou seja, novo, devido
essas latas serem utilizadas para gêneros alimentícios, informação essa também
relatada pelo entrevistado, reforçando o alto custo no tratamento desse material
para retirada das impurezas.
Neste item, foram observados os resultados obtidos no gráfico abaixo:
Gráfico 8 - Origem da matéria-prima Fonte: Elaborado pelo autor.
Tem-se no gráfico acima, que 50% negaram que a matéria-prima utilizada
na produção seja originária da logística reversa da empresa, e 20% afirmaram que
sim, ela é utilizada na produção e 30% não souberam dizer.
Pergunta 09: Há um direcionamento do material após ser recolhido para o
processo da logística reversa? Qual?
A resposta foi sim, de acordo com os dois Respondentes, que relataram
que os direcionamentos após serem recolhidas as latas vão para as usinas
parceiras do programa de reciclagem presente na empresa. Chegando à usina
siderúrgica parceira, o material é derretido e dele são fabricados materiais metálicos
como chapas, vergalhões, ligas de ferro utilizados na construção civil.
A resposta para esse item, segundo o que respondeu o entrevistado
também foi sim, descrevendo o processo relatado pelos respondentes, e quanto aos
49
demais funcionários questionados, os mesmos relataram o que representa o gráfico
abaixo:
,
Gráfico 9 - Direcionamento do material recolhido Fonte: Elaborado pelo autor.
Neste item, foi observado que 50% afirmaram que há um direcionamento
do material após o mesmo ser recolhido para o processo da logística reversa, e 20%
negaram essa afirmação e 30% não souberam dizer.
Pergunta 10: A reciclagem do material recolhido é realizada na própria
empresa?
Os Respondentes afirmaram que a mesma é realizada na usina
siderúrgicas parceira, onde é realizado todo o processo de reaproveitamento do
material na produção de outros bens de consumo, e não na própria empresa,
informação essa também relatada pelo entrevistado. E complementando, os demais
funcionários questionados, demonstraram suas respostas no gráfico abaixo:
50
Gráfico 10 - Reciclagem do material Fonte: Elaborado pelo autor.
Neste item, os demais funcionários que responderam ao questionário,
70% negaram que a reciclagem do material recolhido seja realizada na própria
empresa, 10% afirmaram que a mesma ocorre na empresa e 20% não souberam
dizer.
Pergunta 11: Existe um período entre as coletas e a destinação do material
para o processo de logística reversa?
A resposta a este item foi sim, pois os dois Respondentes disseram que
há um tempo médio a ser monitorado após o consumo das latas de aço para
bebidas, que é de 30 (trinta) dias, que vai da coleta do material pelos catadores e/ou
sucateiros até a chegada à usina siderúrgica parceira do programa de reciclagem da
empresa.
O entrevistado complementou que esse período é auditado por empresa
competente na área, para que se tenha um controle do processo e verificação de
como está o andamento do projeto.
E por fim, neste item o gráfico abaixo representa o que os demais
funcionários questionados responderam:
51
Gráfico 11 - Período de coleta e destinação do material Fonte: Elaborado pelo autor.
Neste último item, 55% afirmaram que existe um período entre as coletas
e a destinação do material recolhido, 15% negaram essa afirmação e 30% não
souberam dizer sobre se existe esse período.
No capítulo a seguir, serão realizadas as considerações finais sobre o
estudo de caso realizado na empresa, com as respostas dos objetivos gerais e
específicos, obtidas através dos questionários e entrevista aplicados no setor
responsável pelo processo de logística reversa da empresa.
52
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho tratou-se de um estudo de caso, que teve como seu
objetivo principal saber como funciona o processo da logística reversa das latinhas
de aço produzidas por uma indústria de embalagens para bebidas na Região
Metropolitana de Fortaleza/CE, sendo o mesmo atingido, onde realmente existe um
processo de logística reversa de pós-consumo de ciclo aberto na empresa.
Com base na análise dos resultados obtidos, foram identificados os
participantes do processo da logística reversa das latas de aço, que através dos
meios utilizados para obtenção das informações, que foram os questionários
aplicados aos funcionários do setor encarregado por este desenvolvimento, chegou
à conclusão de que existem parceiros no processo de logística reversa desses bens,
sendo os catadores, sucateiros e a usina siderúrgica os responsáveis por dar
prosseguimento ao processo.
No segundo momento, que foi compreender a sistemática da logística
reversa das latas de aço produzidas pela indústria, ficou constatado que essa
sistemática tem início quando os clientes da empresa em análise, que são
fabricantes de cervejas e refrigerantes, repassam seus produtos para o consumidor
final, este utiliza e descarta o bem depois do consumo, entram em ação os
catadores e sucateiros que recolhem o material jogado no ambiente, que são as
latas.
A partir disso, os catadores encaminham o material recolhido para a usina
siderúrgica parceira, que irá processar o mesmo, para que seja utilizado em outro
processo produtivo, mas que não sejam para fabricação de novas latas para
bebidas, e sim para ligas de ferro, barras, vergalhões que vão ser utilizados na
construção civil.
E no terceiro momento, onde foram identificados e analisados os
impactos sociais e ambientais resultantes do processo da logística reversa das
latinhas de aço, foi percebido que esses impactos são presentes, tanto sociais,
como a geração de renda complementar para as famílias envolvidas dos catadores
e sucateiros parceiros da logística reversa da empresa, o compromisso desses
parceiros em estar ajudando a preservar o meio ambiente das cidades onde
residem.
Também como impacto social resultante desse processo, a empresa
promove projetos em escolas, empresas, prefeituras que muitas vezes são os locais
53
onde os catadores e sucateiros moram, as escolas que seus filhos frequentam,
causando uma sensação de que estão realizando esse trabalho não só por conta da
condição financeira e sim pelo compromisso social em estar ajudando a preservar o
meio ambiente, retirando das ruas as latas de aço para bebidas produzidas pela
empresa e ainda garantindo uma renda extra para subsidiar suas necessidades em
suas residências.
Foi observado que além da empresa utilizar a logística reversa para seus
produtos, constatou-se que a mesma caracteriza-se como de pós-consumo de ciclo
aberto, com a existência de participantes no fluxo reverso das latas de aço. Porém,
o material advindo da logística reversa da empresa não é reaproveitado para a
produção de novas latas, devido, segundo os funcionários indagados, ao alto custo
que seria empregado no tratamento desse material, para que fossem retiradas as
impurezas decorrentes do contato com lixo nas ruas.
Em uma etapa seguinte, para ser realizado o processo de logística
reversa, o material recolhido é encaminhado para a usina siderúrgica parceira, que o
derrete e produz outros bens de consumo, como barras de ferro e vergalhões para a
construção civil. Todo esse processo, desde o descarte da lata até a produção de
materiais para construção civil, de acordo com a empresa, é de 30 (trinta) dias,
sendo o mesmo auditado frequentemente por uma empresa especializada na área.
E por fim, como sugestão para as futuras pesquisas, torna-se necessário
um aprofundamento, com a finalidade de entender melhor o processo de logística
reversa desse material, e gerar um retorno mais ativo e direto para a empresa em
questão, e que sejam identificados outros fatores que influenciem na preservação
do meio ambiente, com o engajamento social das pessoas e empresas envolvidas
no processo.
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICE
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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO SOBRE O PROCESSO DA LOGÍSTICA REVERSA DAS LATAS DE AÇO PARA BEBIDAS
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
QUESTIONÁRIO
DADOS DO PARTICIPANTE Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade: ______________ Função na empresa: ____________________ Tempo de empresa: ____________________ Pergunta 01 Como a empresa utiliza a logística reversa para seus produtos? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pergunta 02 Você caracteriza o processo de logística reversa da empresa como sendo: ( ) Pós-consumo ( ) Pós-venda ( ) Não sabe dizer Por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ Pergunta 03 Para você, a logística reversa da empresa, caracteriza-se de pós-consumo de ciclo aberto ou fechado? ( ) Aberto ( ) Fechado Por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________
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Pergunta 04 Existem participantes nesse processo de logística reversa? ( ) Sim ( ) Não Quais? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ Pergunta 05 Você acredita que existem impactos sociais e ambientais resultantes desse processo? Quais? ( ) Sim ( ) Não Quais? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ Pergunta 06 Quais as mudanças percebidas a partir da implantação da logística reversa na empresa? ( ) Redução de custos ( ) Melhoria da pesquisa ( ) Uso de novas tecnologias ( ) Agilidade nos processos ( ) Reconhecimento social Pergunta 07 Você considera a logística reversa uma boa estratégia competitiva? Por quê? ( ) Sim ( ) Não Por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ Pergunta 08 A matéria prima utilizada na produção é originária da logística reversa da empresa? ( ) Sim ( ) Não Por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________
60
Pergunta 09 Há um direcionamento do material após ser recolhido para o processo da logística reversa? Qual? ( ) Sim ( ) Não Qual? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ Pergunta 10 A reciclagem do material recolhido é realizada na própria empresa? ( ) Sim ( ) Não Onde? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ Pergunta 11 Existe um período entre as coletas e a destinação do material para o processo de logística reversa? ( ) Sim ( ) Não Se existe, qual? Se não, por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________
61
APÊNDICE B – ROTEIRO PARA ENTREVISTA SOBRE O PROCESSO DA LOGÍSTICA REVERSA DAS LATAS DE AÇO PARA BEBIDAS
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
ROTEIRO PARA ENTREVISTA
DADOS DO ENTREVISTADO Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade: __________ Tempo de empresa: ________________ Função na empresa: ____________________ Pergunta 01 Como a empresa utiliza a logística reversa para seus produtos? Pergunta 02 Você caracteriza o processo de logística reversa da empresa como sendo: ( ) Pós-consumo ( ) Pós-venda ( ) Não sabe dizer Por quê? Pergunta 03 Para você, a logística reversa da empresa, caracteriza-se de pós-consumo de ciclo aberto ou fechado? ( ) Aberto ( ) Fechado Por quê? Pergunta 04 Existem participantes nesse processo de logística reversa? ( ) Sim ( ) Não Quais?
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Pergunta 05 Você acredita que existem impactos sociais e ambientais resultantes desse processo? Quais? ( ) Sim ( ) Não Quais? Pergunta 06 Quais as mudanças percebidas a partir da implantação da logística reversa na empresa? ( ) Redução de custos ( ) Melhoria da pesquisa ( ) Uso de novas tecnologias
( ) Agilidade nos processos ( ) Reconhecimento social
Pergunta 07 Você considera a logística reversa uma boa estratégia competitiva? Por quê? ( ) Sim ( ) Não Por quê? Pergunta 08 A matéria prima utilizada na produção é originária da logística reversa da empresa? ( ) Sim ( ) Não Por quê? Pergunta 09 Há um direcionamento do material após ser recolhido para o processo da logística reversa? Qual? ( ) Sim ( ) Não Qual? Pergunta 10 A reciclagem do material recolhido é realizada na própria empresa? ( ) Sim ( ) Não Onde?
63
Pergunta 11 Existe um período entre as coletas e a destinação do material para o processo de logística reversa? ( ) Sim ( ) Não Se existe, onde? Se não, por quê?