Exemplo de Uma Pesquisa Hipotetico Dedutiva

8/17/2019 Exemplo de Uma Pesquisa Hipotetico Dedutiva

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O Método Científico Hipotético Dedutivo

O MÉTODO CIENTÍFICO HIPOTÉTICO DEDUTIVO

Maximiliano Mendes - 2013

Antes da explicação, vejamos dois exemplos de situações resolvidas ao se

utilizar a lóica do m!todo cient"#co$

Situação 1: Anin%a preparou um sandu"c%e antes de dormir e o uardou

na eladeira& 'ria com(-lo na man%ã do dia seuinte antes de ir para a

escola, mas ao acordar e procurar seu sandu"c%e perce)eu *ue ele %avia

desaparecido& +oo de cara descon#ou *ue seu irmão mais novo surrupiou

seu lanc%e durante a noite& or!m, como ele neou e ela não podia

provar, decidiu investiar$ posicionou uma cmera #lmadora em um local

escondido da cozin%a, de .orma *ue poderia con.erir no dia seuinte, caso

mais um sandu"c%e sumisse, *uem era o culpado&

/o dia seuinte, constatou o desaparecimento de mais um sandu"c%e,

então, apressou-se em pear a cmera e assistir a ravação& ara sua

surpresa, realmente, pde o)servar *ue alu!m .urtou o sandu"c%e,

por!m, Anin%a estava errada$ o meliante era um troll e não seu irmão

mais novo&



Situação 2. Ao tentar liar a televisão com o controle remoto, oão notou

*ue o aparel%o não estava liando& 'nicialmente, ele testou liar a

diretamente e viu *ue ela estava .uncionando, então, sups *ue o

pro)lema era com o controle& ensou em duas possi)ilidades$ ou as pil%as

%aviam descarreado ou então o controle estava *ue)rado&

4omo o controle nunca caiu no c%ão e nem .oi mol%ado, resolveu testar a

primeira %ipótese$ a de *ue as pil%as %aviam descarreado& oão inclusive

pensou *ue, se as pil%as %aviam descarreado, não .ariam outro aparel%o

.uncionar e pil%as novas poderiam .azer com *ue a televisão liasse&

5endo assim, tirou as pil%as do controle da e as colocou no controle do

r6dio& 7 r6dio não liou& Al!m disso, testou pil%as novas tanto no controle

da *uanto no controle do r6dio e aora, am)os os aparel%os liaram&

+oo, concluiu *ue realmente, o pro)lema era *ue as pil%as %aviam

descarreado e .oi assistir a novela das onze&

4om essas duas situações em mente, vejamos aora alumas de#nições

essenciais e os passos do m!todo cient"#co cl6ssico$

Ciência: conjunto de procedimentos utilizados para ad*uirir

con%ecimentos, )aseado em o)servações e experimentos pass"veis de

serem repetidos e *ue podem oriinar teorias&

To!ia cint"#ca: explicação so)re alum aspecto do mundo natural

)aseado em um conjunto de .atos repetidamente con#rmados atrav!s de

o)servações e experimentos& ode se in.erir *ue a explicação 8teoria9 !

con#rmada pelos resultados de o)servações e experimentos cient"#cos&

$i: ! uma esp!cie de descrição, muitas vezes matem6tica, de como um

determinado .enmeno, dadas certas condições, sempre se mani.esta da

mesma .orma na natureza& :ssa descrição ! )aseada nos resultados

o)tidos pela pes*uisa cient"#ca& 8or exemplo, de acordo com a lei da

ravitação universal, dois corpos se atraem e essa .orça de atração



ravitacional pode ser descrita de acordo com a .órmula$ ; < =&

>8m1&m29?r@9&

Tcno%o&ia$ utilização dos con%ecimentos cient"#cos para a o)tenção de

resultados pr6ticos 8produtos$ como uma televisão, um tan*ue de uerra,

um .orno de micro-ondas e etc&9&

Mo'%o: podemos dizer *ue um modelo ! uma tentativa de explicar ou

descrever alo sem t(-lo visto diretamente& or exemplo, temos modelos

para descrever a estrutura dos 6tomos, mas ainda não conseuimos v(-los

diretamente& 7u então, existem modelos como a =isele BCndc%en e

outrDs *ue representam modelos de )eleza, por!m, ninu!m nunca viu 8e

provavelmente nunca ver69 *ual ! a pessoa mais )ela e per.eita poss"vel&

7 conjunto dos procedimentos cient"#cos pode ser exempli#cado

pelo ()to'o cint"#co *i+ot)tico,''uti-o$

1. 'denti#cação de um +!o%(a$ a*uilo *ue se *uer resolver ou sa)er

mais a respeito& 7s pro)lemas são perce)idos a partir de o)servações e

coletas de dados&

2. :la)oração de uma *i+/t0$ explicação poss"vel para um pro)lema

e?ou .enmeno&

. este da %ipótese por meio de +!i(nto0$ situações arti#ciais *ue

o)jetivam veri#car se as %ipóteses são verdadeiras, aceit6veis, ou não&

am)!m são propostos resultados poss"veis a partir da %ipótese e do

experimento pensado, as c%amadas ''uç30& :m outras palavras$ ainda



pensando na %ipótese e no experimento, j6 se imaina *uais serão os

poss"veis resultados do experimento antes de e.etu6-lo&

Bril%ante dedução&&&

D'uç30 são in.er(ncias ou proposições *ue partem de proposições

erais?universais para c%ear a conclusões *ue são proposições

particulares ou espec"#cas& :xemplo$ se todos os paulistanos são

)rasileiros 8eral9E : oão ! paulistanoE :ntão oão ! )rasileiro 8conclusão9&

/esse exemplo, a conclusão ! espec"#ca para o caso de oão e não

necessariamente vale para BaracF 7)ama& Geve-se tomar cuidado, pois

nem sempre dispomos de todos os dados necess6rios para se deduzir alo

acertadamente& Hm exemplo )em tosco ! o racioc"nio a seuir$ todo ser

%umano um dia morre, se a lesma morre, então ela ! um ser %umano&

6 as in'uç30 seuem o camin%o contr6rio$ são conclusões erais *ue

partem de proposições espec"#cas& I importante destacar *ue nem

sempre ! recomend6vel seuir o camin%o das induções, vejamos um

exemplo$ todos os cisnes *ue vemos por a" são )rancos 8cada cisne



particularmente9E loo, conclu"mos *ue todos os cisnes são )rancos 8eral

para os cisnes9& I importante notar *ue esse racioc"nio nem sempre !

v6lido, pois, no caso do exemplo dado, o primeiro cisne não )ranco *ue .or

visto invalida a conclusão&

4. Conc%u030$ acerca da validade da %ipótese, *ue podem ser .alsas ou

verdadeiras?aceit6veis, dependendo dos resultados experimentais&

or Jltimo, ! importante destacar *ue em um experimento ! necess6rio

*ue um rupo de sujeitos ou itens 8co)aias ou tu)os de ensaio, por

exemplo9 seja o+!i(nta%, o *ue so.re uma intervenção, ou

alterações no .ator *ue se *uer testar& 7 outro rupo deve ser o cont!o%,

*ue não so.re essa mesma intervenção ou alterações no .ator *ue se est6

testando& Ao t!rmino do experimento são comparados os resultados

o)tidos com os rupos experimental e controle, a #m de se ter uma noção

mais precisa dos e.eitos da intervenção e.etuada no experimento& oc(

tam)!m pode pensar nisso como se .ossem realizados dois Kexperimentos

simultneosL, um experimento controle e um experimento propriamente

dito&

Hm exemplo simpli#cado poderia ser o seuinte, a #m de testar a

e#ci(ncia de um rem!dio para tratar uma doença *ual*uer, se voc( tiver a

disposição um rupo de 100 pessoas aiidas por essa doença, pode

pear N0 como rupo experimental e administrar o medicamento a eles e

utilizar os outros N0 como rupo controle, administrando a eles Op"lulas de

.arin%aO 8place)o, nesse caso, alo *ue se sai)a *ue não tem e.eito alum

so)re essa en.ermidade9& Ao t!rmino ! .eita a comparação entre os dois

rupos, para ver, por exemplo, se no rupo das pessoas *ue rece)eram o

medicamento verdadeiro o percentual de pessoas curadas ! maior ou se

não .ez di.erença em relação ao place)o&

:xemplos de experimentos cl6ssicos$



E+!i(nto ' 5'i: ;rancesco Pedi, m!dico italiano do s!culo Q'',

ela)orou um experimento para derru)ar a 'deia de *ue os seres vivos

podiam surir a partir da reoranização da mat!ria, a c%amada eração

espontnea& 7s de.ensores da eração espontnea criam, por exemplo,

*ue a lama dos leitos dos rios poderia se oranizar de .orma a erar rãs,

ou *ue a carne em putre.ação poderia erar larvas de moscas& Pedi

props *ue, na verdade, as moscas pousavam na carne e )otavam ovos

*ue eravam as larvas 8%ipótese9&

7 experimento consistiu em utilizar tr(s conjuntos de .rascos contendo

carne dentro$ um conjunto de .rascos destampados, onde as moscas

poderiam pousar livremente 8rupo controle9E um conjunto de .rascos

KsemitampadosL com uma redin%a, *ue permitia *ue o ar e outras

part"culas pe*uenas 8como ovos de moscas9 pudessem entrar no .rasco

8um dos rupos experimentais9E e um Jltimo conjunto de .rascos

tampados e vedados completamente, de .orma *ue nada pudesse entrar

em contato com a carne *ue estava dentro 8outro rupo experimental9&

Após aluns dias, o)servou-se *ue nos .rascos tampados não suriram

larvas, nos .rascos destampados suriram v6rias larvas e nos .rascos

co)ertos com as redin%as, suriram alumas larvas, mas em *uantidade

)em menor& Pedi interpretou *ue, como suriram larvas nos .rascos

destampados e nos .rascos tampados não suriu nen%uma, a %ipótese de

*ue as larvas resultam de ovos das moscas ! verdadeira e conclui-se *ue

a eração espontnea não ! uma )oa explicação para a oriem das larvas&

/o *ue tane aos .rascos semitampados, Pedi sups *ue as moscas

puseram ovos na redin%a e eles ca"ram na carne, por isso, a *uantidade

de larvas ! )em menor&



D0co!ta 'a cau0a 'a !i)!i: A Beri)!ri ! uma doença

neurodeenerativa *ue, no #nal do s!culo Q'Q era relativamente comum

no sudeste asi6tico& Roje em dia sa)emos *ue ! causada por car(ncia de

vitamina )1 8tiamina9, por!m, um dos primeiros pes*uisadores ainvestiar a causa da doença, 4%ristiaan :ijFman, em ava, acreditava *ue

a causa era a inestão de alimentos contaminados por )act!rias 8uma

%ipótese9, tendo em vista *ue a en.ermidade ocorria mais .re*uentemente

em prisões, %osp"cios, *uart!is e em tripulações de navios$ .ortes ind"cios

de *ue era uma doença contaiosa&

/o curso de suas investiações, :ijFman desco)riu *ue .ranos cujaalimentação era arroz )ranco so.riam de doença similar 8o)servação9&

Assim, sups *ue estivesse ocorrendo contaminação nos moin%os onde se

processava o arroz 8dedução9& :ntão, resolveu testar se uma dieta de arroz

vermel%o, não processado, poderia curar a doença, pois poderia conter

alum tipo de antitoxina ou )actericida 8%ipótese e deduções9& 7s testes

em .ranos .uncionaram, por!m, v6rios cr"ticos não aceitaram seus

resultados e :ijFman resolveu aplicar testes em %umanos&



:m primeiro luar, props *ue se mudasse a dieta de uma prisão, de arroz

)ranco para arroz vermel%o 8teste9 e o resultado .oi *ue o percentual de

acometidos pela doença diminuiu& or!m, como não se utilizou um rupo

controle, os resultados ainda não .oram aceitos& or sorte, %avia um

estudo em andamento a)ranendo v6rias prisões em ava, no *ual se

estava testando dietas com variedades distintas de arroz, *ue .orneceu

dados de rupos *ue poderiam ser considerados como controle& Ao se

analisar a incid(ncia de )eri)!ri levando em conta os dados dessa

pes*uisa, comprovou-se *ue o nJmero de acometidos continuava sendo

maior com a dieta de arroz )ranco, menor com a de arroz vermel%o e

intermedi6ria com as outras variedades&

:ijFman ainda cria *ue a causa da doença era contaminação por parte de

)act!rias presentes no arroz& osteriormente, =errit =rijns, tam)!m em

ava, .oi o respons6vel por mostrar *ue a doença era devida a uma

car(ncia nutricional devido ao .ato de o arroz )ranco não .ornecer as

*uantidades necess6rias de vitamina )1&

5EFE56NCI7S

Allc%in, G& Appreciating Classic Experiments& 'n 4arolSn 5c%o#eld 8ed&9,

200T-200N&Professional Development for AP Biology & /eU VorF$ 4ollee

:ntrance :xamination Board&

Ama)is W Mart%o& Biologia das Células& Moderna& 2010&

4amp)ell, Peece et al. Biologia& XY ed& Artmed& 2010&

+in%ares W =eUandsznajder& Bioloia Roje& ol 1& 2Y ed& Ztica& 201T&

%ttp$??en&UiFipedia&or?UiFi?+aUs[o.[science

%ttp$??science&%oUstu\UorFs&com?innovation?scienti#c-experiments?10-

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