Exemplo Iniciação

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    FATEC - FACULDADE DE TECNOLGIA DE SERTÃOZINHO

    Curso: Tecnologia em Mecânica: Processos de Soldagem

    Rua Jordão Borghetti - 480, Bairro São João

    14170-120 Sertãozinho - SP

    Caracterização Mecânica e Microestrutural do Aço Inox Dúplex Submetido

    a Diferentes Processos de Soldagem

    Orientadora: Prof. Dr a. Simoni Maria Gheno

    Aluno: Carlos Henrique Gomes

    Sertãozinho - SP

     Agosto/2013

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    1.TÍTULO

    Caracterização Mecânica e Microestrutural do Aço Inox Dúplex Submetido

    a Diferentes Processos de Soldagem

    2. JUSTIFICATIVA

     A estrutura do mercado de trabalho também tem passado por

    mudanças as quais, na maioria das vezes, são acompanhadas da crescente

    insegurança e precariedade das novas formas de ocupação. O mercado

    de trabalho alcançou o setor de serviços em decorrência do planejamento

    da produção pautado pela busca da qualidade total, pelo uso intensivo das

    redes de telecomunicações, da informática, da automação, bem como pela

    modularização e terceirização de parte dos sistemas de gerenciamento

    e produção. Não obstante, os processos de produção de inovações são

    diferentes em decorrência do tipo de tecnologia envolvida e das cadeias de

    produção interessadas [BARDY, 2001; GARZÓN, 2004].

    No contexto de desenvolvimento de materiais, está a categoria dos

    aços inoxidáveis dúplex, os quais se tornaram comercialmente disponíveis nos

    anos 30 na produção industrial e de pesquisa realizada na Suécia, França e

    Estados Unidos. A utilização desses aços tem merecido destaque em relação

    aos outros tipos de aços inoxidáveis, por conta da interessante combinação de

    excelentes propriedades mecânicas e alta resistência à corrosão (GAVRILJUK,

    2004; NILSSON, 1992; SANTOS, 2008).

    Desta forma, o desenvolvimento tecnológico, cada vez exige demanda

    cada vez maior de processos tecnológicos que solucionem os problemas

    reais. Neste contexto, merece destaque o desenvolvimento de pesquisasem Tecnologia em Processos de Soldagem, pertencente a uma área que

    surgiu justamente para atender à demanda do mercado atual, por exemplo, as

    recentes descobertas de jazidas de petróleo em território nacional - sobretudo

    as da camada pré-sal – vem colocando em discussão quais os métodos e

    as tecnologias mais eficientes para explorá-las. Dessa forma, a intenção é

    participar, em um futuro próximo, da cadeia de material nos fornecimentos

    da Petrobras e, conseqüentemente, e tipo de aço inoxidável e soldas maisadequados.

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     A área de Tecnologia em Processos de Soldagem – fundamental em

    projetos, máquinas e equipamentos industriais – tem sido integrada à indústria

    metal-mecânica com sinergia e de modo crescente, de forma a produzir

    equipamentos e controlar processos de maneira confiável, segura, rentável e

    menos poluente, entre outras vantagens. A união entre mecânica e soldagem

    está cada vez mais presente, tanto na linha de montagem como no próprio

    produto final. Por sua vez na área de serviços, pode ser citada a demanda

    por profissionais de processos de soldagem em projeto, manutenção e

    operação dos diversos sistemas e equipamentos das indústrias da área metal-

    mecânica as quais fornecem peças, equipamentos e serviços para uma grande

    quantidade de empresas no país e no exterior.

    Outro importante fator que solidifica as bases deste projeto é o fato de

    a cidade de Sertãozinho possuir amplo parque industrial voltado para a área

    metal-mecânica, fornecendo peças, equipamentos e serviços para grande

    quantidade de empresas do país e do exterior. Os principais clientes estão no

    setor de produção sucroalcooleira (açúcar, álcool e energia) e em vários outros

    segmentos industriais o que dá a este parque industrial características distintas

    das encontradas na região metropolitana.

    Uma destas características relevantes é a grande necessidade de

    inovação tecnológica e pesquisa aplicada, para atender ao crescimento

    exponencial do setor nos últimos anos, bem como aos requisitos técnicos

    para a exportação dos produtos. Assim, é importante e urgente desenvolver

    pesquisas que integrem as necessidades das indústrias ao conhecimento

    disponível no meio acadêmico.

    3. BREVE FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

    3.1 Aços Inoxidáveis Duplex

    Os aços inoxidáveis dúplex são aços que possuem microestrutura

    ferrítico-austenítica em que as duas fases são inoxidáveis, ou seja, apresentam

    teores de cromo de pelo menos 13% em peso. Na prática, esse termo é

    reservado para ligas em que as duas fases estão presentes em volumes

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    separados relativamente grandes e em frações volumétricas aproximadamente

    iguais [NILSSON, 1992].

    O aço inoxidável dúplex possui excelentes propriedades mecânicas,

    com limite de escoamento duas a três vezes o limite de escoamento de aços

    austeníticos, mantendo bons níveis de ductilidade e tenacidade [NILSSON,

    1992; REICK, 1992; HAYES, 1990; SCHAEFFLER, 1949]. Além disso, o aço

    inoxidável dúplex apresenta alta resistência a várias formas de corrosão, tais

    como generalizada, por pite, por frestas, intergranular e sob tensão [NILSSON,

    1992; REICK, 1992].

    Outro importante fator é o fato de o comportamento mecânico dos aços

    inoxidáveis dúplex estar intimamente relacionado com a característica de cada

    fase; por isso o balanceamento entre as frações volumétricas de austenita e

    ferrita deve estar próximo de 50% para cada uma das fases, a fim de serem

    maximizadas as propriedades mecânicas.

     A alta resistência mecânica e a boa tenacidade associadas à alta

    resistência à corrosão intergranular, sob tensão e à corrosão e fadiga

    termomecânica permitem o uso dos aços inoxidáveis dúplex em numerosas

    aplicações nas atividades industriais, como nos segmentos químico,

    petroquímico, polpa e papel, geração de energia e extração de petróleo e gás

    (DUPOIRON, 1996; SEDRIKS, 1996; SHEK, 1997; RYAN, 2002; SANTOS,

    2008; GHENO, 2008).

     A resistência à corrosão é determinada pela capacidade que esses

    materiais têm de se passivar e permanecer nesse estado no ambiente a

    que estiver exposto. Essa propriedade está relacionada, principalmente,

    aos elementos de liga presentes na composição química do aço, embora

    outros fatores como tamanho de grão, distribuição e morfologia de inclusões,precipitação de fases e qualidade da superfície também exerçam influência.

    Os mecanismos de corrosão mais comuns são: corrosão por pite e corrosão

    sob tensão. Geralmente, os aços inoxidáveis dúplex apresentam elevada

    resistência a todos esses mecanismos. [DEGARMO, 2003; SANTOS, 2008].

     A excelente combinação de resistência à corrosão, resistência

    mecânica, tenacidade, soldabilidade e baixo teor de níquel, que é um

    elemento de alto custo, torna os aços inoxidáveis dúplex adequados para

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    muitas aplicações em vários segmentos industriais, como mostra a Tabela 3.1

    [NILSSON, 1992].

    Tabela 3.1 Aplicações de aços inoxidáveis dúplex em vários segmentos

    industriais [NILSSON, 1992].

    SegmentoIndustrial

    Tipo de Aço23%Cr, semMo, PRE=25

    22%Cr + Mo,30

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    3.2 Microestrutura de aços inoxidáveis dúplex

     A presença de microestrutura bifásica nos aços inoxidáveis é

    determinada principalmente pelos teores de Fe, Cr e Ni. Um diagrama de fases

    para um inoxidável dúplex, considerando somente Fe, Cr e Ni na composição

    [SEDRIKS, 1996].

    Figura 3.1 Isopleta para 65%Fe-Cr-Ni [SEDRIKS, 1996].

     A quantidade de ferrita na microestrutura varia com a temperatura.

    Dependendo da composição química, a liga pode solidificar como ferrita ou

    austenita. Um material com 65% de Fe, 25% de Cr e 10% de Ni solidifica como

    ferrita ocorrendo a precipitação de austenita durante o resfriamento. Quanto

    mais lenta a taxa de resfriamento, maior a quantidade de austenita formada,

    pois dessa forma o sistema pode aproximar-se mais do estado de equilíbrio.Comercialmente, é muito empregado um tratamento térmico no intervalo

    de 1050-1150ºC seguido de resfriamento em água para obter proporções

    aproximadamente iguais de ferrita e austenita.

    O diagrama de Schaeffler [SCHAEFFLER, 1949] e sua modificação por

    DeLong [LONG, 1973] não podem ser aplicados a aços inoxidáveis dúplex

    trabalhados porque refletem a ferrita formada na solidificação, em vez de

    considerar a ferrita desenvolvida por trabalho a 1000-1200ºC [SOLOMON,1982].

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    Os elementos de liga são adicionados para a obtenção de propriedades

    específicas. Por exemplo, Mo melhora a resistência à corrosão em ambientes

    contendo cloretos, com maior resistência à corrosão por pite, por frestas e sob

    tensão. A presença de C aumenta a resistência mecânica e ao desgaste e a de

    N melhora a resistência à corrosão por pite, além de promover endurecimento.

    Os elementos C, N, Ni, Mn, Co, Cu e Al concentram-se preferencialmente na

    austenita, enquanto os elementos P, Cr, Si, Mo, W, Nb e Ti concentram-se na

    ferrita [REICK, 1992].

    É bem conhecido que a resistência à corrosão por pite depende dos

    teores de Cr, Mo e N. O PREN ( pitting resistance equivalent number ), índice de

    pite, é um parâmetro composicional empírico para determinar a resistência à

    corrosão por pite, dado por [SEDRIKS, 1986]:

    peso) em(% N%16Mo%3,3%Cr PREN   ⋅+⋅+=  

    Os aços inoxidáveis que têm valores de PREN maiores que 40

    são chamados superdúplex. Esses aços contêm maiores teores de Cr,

    Mo e N e por isso têm maior resistência à corrosão por pite e por frestas.

    Entretanto, a resistência à corrosão por pite e por frestas também depende da

    microestrutura, das fases eventualmente precipitadas no aço [SEDRIKS, 1986]

    ].

    3.3 Corrosão de aços inoxidáveis dúplex

    3.3.1 Corrosão em meio ácido

     A estrutura bifásica de ferrita e austenita dos aços inoxidáveis dúplex

    leva a alguns aspectos particulares do comportamento quanto à corrosão,

    devido a diferenças de composição entre as fases. Cr e Mo tendem a

    concentrar-se na ferrita, enquanto a austenita apresenta maiores teores de Ni,

    C e N [SOLOMON, 1982].

    Dependendo da composição do dúplex, do meio corrosivo e do potencial

    eletroquímico, pode ocorrer dissolução preferencial da ferrita ou austenita[SYMNIOTIS, 1990, LO, 2006 ].

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     A resistência à corrosão generalizada, intergranular, sob tensão e por

    pites é diminuída por alterações microestruturais, tais como mudanças nas

    frações volumétricas e na composição de ferrita e austenita, precipitação

    de intermetálicos como fase σ, de nitretos e carbonetos de cromo, gerando

    regiões empobrecidas nesse elemento [MAGNABOSCO, 2003]

    3.3.2 Corrosão por pite

     Aços inoxidáveis, em particular os aços inoxidáveis dúplex, são úteis

    por causa da existência de filmes passivos, que são camadas de óxido finas,

    formadas naturalmente sobre a superfície metálica e que reduzem muito a

    taxa de corrosão. Entretanto, os filmes passivos são suscetíveis à ruptura

    localizada, por pite ou por frestas [OLSSON, 2003].

    Pites podem não só provocar vazamentos em tanques, tubulações

    e recipientes, como também levar a outras causas de falha como corrosão

    sob tensão, fragilização por hidrogênio ou fadiga associada à corrosão

    [MÉSZÁROS, 2005; MAGNABOSCO, 2003].

     A corrosão por pite que ocorre em três estágios: ruptura do filme

    passivo, aparecimento de pites metaestáveis e crescimento estável de pites

    é um fenômeno auto-catalítico, pois, quando um pite começa a crescer, as

    condições desenvolvidas são tais que é promovido crescimento adicional.

    O ambiente local dos pites torna-se empobrecido no agente catódico (por

    exemplo, oxigênio) e enriquecido em cátions metálicos e cloretos, que migram

    para o interior dos pites para manter a eletroneutralidade. Dentro dos pites,

    os valores de pH são muito baixos, como resultado da hidrólise de cátions

    metálicos. Assim, forma-se um meio ácido e contendo cloretos, que é muito

    agressivo e tende a propagar o crescimento de pites [SATO, 1990].Esses mecanismos são descritos em metais puros, mas pites são

    freqüentemente associados a inclusões e partículas de segunda fase. As

    propriedades eletrônicas do filme passivo, que é semicondutor, influenciam a

    sua ruptura [HAUPT, 1995].

    Regiões empobrecidas em Cr e Mo ao redor da fase σ  são locais

    preferenciais para nucleação de pites e seu crescimento ocorre por dissolução

    preferencial dessas regiões, com dificuldade de repassivação com a reversão

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    da varredura de potencial [MAGNABOSCO, 2005].

    3.4 Processos de Soldagem

    Existem diversas maneiras de unir duas partes metálicas. Entre elas

    está a soldagem, que é um processo de junção, utilizando uma fonte de calor,

    com ou sem aplicação de pressão.

     A soldagem envolve muitos fenômenos metalúrgicos como, por exemplo,

    fusão, solidificação, transformações no estado sólido, deformações causadas

    pelo calor e tensões de contração, que podem causar muitos problemas

    práticos [MARQUES, 2005; WAINER, 1992].

    Os processos de soldagem podem ser classificados de acordo

    com o tipo de fonte de energia ou de acordo com a natureza da união.

    Industrialmente, os processos de soldagem mais empregados são os que

    utilizam a eletricidade como geração da energia para realizar a união. Para

    promover a fusão entre as duas partes que serão unidas pode-se utilizar o

    arco elétrico ou a resistência elétrica, através do aquecimento por efeito Joule.

     A soldagem por resistência envolve as seguintes variantes de processo:

    soldagem a ponto, soldagem com costura, soldagem topo-a-topo e soldagem

    com ressalto. Já a soldagem com arco elétrico pode ser subdividida entre

    soldagem com eletrodo consumível e soldagem com eletrodo não consumível.

    No primeiro caso estão englobados os processos de soldagem com eletrodo

    revestido, processo de soldagem MIG/MAG, processo de soldagem com

    eletrodo tubular e processo de soldagem com arco submerso. Os processos

    que utilizam eletrodo não consumível são soldagem TIG e soldagem com

    plasma [MARQUES, 2005; WAINER, 1992]. Todos os processos citados

    podem ser utilizados para a soldagem dos aços inoxidáveis [MODENESI,

    2001]. A escolha do processo de soldagem envolve basicamente quatro fatores

    [MARQUES, 2005; WAINER, 1992]:

    i) projeto da junta: As juntas mais usuais são classificadas como: topo,

    ângulo, sobreposta e canto. Dependendo da espessura do material a ser

    soldado, as bordas podem ser preparadas com diversos processos, sejam a

    quente (oxicorte e plasma) ou a frio (jato de água, processos de usinagem).

    Se o material a ser soldado é um aço inox ou um não ferroso, dificilmente

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    o processo de oxicorte seria utilizado. Da mesma maneira, no processo de

    preparação a quente das juntas de alguns materiais (aços baixa e média

    liga, aços inoxidáveis martensíticos, ligas de alumínio endurecíveis por

    precipitação,...), a zona afetada pelo calor deve ser eliminada, dependendo da

    aplicação desejada.

    Outro fator a ser considerado é a penetração que foi projetada para

    o cordão de solda e a posição de soldagem. A soldagem nas posições

    sobrecabeça e verticais ascendente e descendente apresenta uma dificuldade

    maior de execução do que nas posições plana e horizontal, devido a ação da

    gravidade. Nem todos os processos de soldagem são utilizados em todas as

    posições.

    ii) espessura do material: Durante a concepção e o projeto da junta

    deve-se avaliar também a espessura do material a ser soldado. Dependendo

    dela é necessária a operação de preparação da borda da chapa (chanfro).

    iii) natureza do material a ser soldado: Quando se fala na escolha do

    processo baseado no tipo de material deve-se ter em mente as seguintes

    características: propriedades físicas (condutividade térmica, coeficiente de

    expansão térmica linear, etc...); temperatura do ponto de fusão; reatividade do

    material com o ar e prováveis fragilizações do material durante a soldagem.

    iv) custo de fabricação: O custo do equipamento deve ser baseado na

    sua aplicação. Dependendo dela, os requisitos de qualidade podem ser mais

    ou menos rigorosos. Isso significa que um processo que é caro para uma

    dada aplicação com muito pouca responsabilidade pode ser barato para outra

    aplicação. Outro fator muito desejado é o aumento da produtividade sem a

    perda da qualidade. Nesses casos, a taxa de deposição dos processos de

    soldagem é bastante importante.

    4. METODOLOGIA

    4.1 Material

    Será analisado um aço inoxidável dúplex fornecido pela Villares Metals

    na forma de barras. A composição química será análisada no laboratório de de

    espectroscopia de massa, da FATEC de Sertãozinho.

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    4.2 Tratamentos térmicos

    O material será tratado termicamente para obter proporções

    aproximadamente iguais de ferrita e austenita na microestrututra. As amostras

    serão resfriadas em óleo.

    4.3 Caracterização estrutural

     A caracterização estrutural das amostras de aço inoxidável dúplex será

    feita por difração de raios-X (DRX) em um equipamento Siemens D5005,

    usando radiação de Cu do Laboratório de Caracterização Estrutural do DEMa

    - UFSCar. A identificação das fases presentes será baseada na pesquisa do

    banco de dados PDF (Powder Diffraction File) do JCPDS (Joint Committee on

    Powder Diffraction Standards).

    4.4 Caracterização microestrutural

    Os ensaios de caracterização microestrutural, após os tratamentos

    térmicos, serão desenvolvidos por microscopias ótica (MO) e eletrônica de

    varredura (MEV).

     As amostras serão embutidas em baquelite, lixadas e polidas. A

    seguir, serão atacadas com Beraha’s: 90 ml H2O + 10 ml HCl 37% + 0,8

    g de metabissulfito de potássio, segundo a norma ASTM E407-93. Esse

    reagente permite obter excelente contraste entre a ferrita e austenita. Para as

    observações no MEV as amostras serão submetidas a polimentos e ataques

    leves sucessivos.

     A obtenção da quantidade das fases será feita em um microscópio ótico

    Zeiss com apliação de até 1000x da FATEC de Sertãozinho. A microestrutura

    e a microanálise química será feita em um microscópio eletrônico de varredurado Laboratório de Caracterização Estrutural do DEMa – UFSCar.

    4.5 Caracterização das propriedades mecânicas

    4.5.1 Ensaios de Microdureza

     A resistência de um metal a penetrações é uma medida de sua dureza e

    também uma indicação de sua resistência. Para executar o ensaio de dureza,

    uma carga fixa força o penetrador no corpo de prova. A profundidade depenetração ou o tamanho da impressão é medido.

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    Para obter valores de dureza das fases ferrita e austenita e correlacioná-

    los com o envelhecimento, serão realizados ensaios de microdureza Vickers

    utilizado um microdurômetro da Future-Tech Corp.  (Tóquio, Japão), modelo

    FM-7E com carga de 25 g e tempo de carregamento de 15 segundos, conforme

    norma ASTM E 384. Serão obtidos a média e desvio padrão dos valores de

    microdureza com base em 10 impressões em cada fase.

    4.5.2 Resistência à fadiga

    Em todo o processo de fadiga pressupõe-se a ocorrência de esforços

    cíclicos cuja tensão máxima fica abaixo da tensão limite de resistência do

    metal.

    Nesse ensaio de fadiga será colocado o corpo de prova em uma

    máquina que aplica repetidamente o mesmo ciclo de carregamento, que inclui

    tensão máxima, tensão mínima, amplitude de tensão, tensão média, período,

    freqüência, tipo de onda, etc. A resistência à fadiga é calculada pelo número de

    ciclos que o metal sofre antes de atingir o ponto de fratura.

    4.5.3 Ensaio de impacto Charpy

    O ensaio de impacto Charpy tem sido extensivamente usado nos

    ensaios mecânicos de produtos de aço e em pesquisa por mais de quatro

    décadas. O ensaio de impacto Charpy está relacionado com o comportamento

    do material sujeito a carregamento dinâmico (altas taxas de carregamento) e a

    um estado triaxial de tensões associado a um entalhe em V.

    Nesse ensaio, o corpo de prova é colocado em um suporte por meio

    de um dispositivo de centralização. O martelo, preso a uma altura determinada

    para fornecer uma energia cinética conhecida no momento do impacto como corpo de prova, é liberado e rompe o corpo de prova na região do entalhe,

    continuando sua trajetória até certa altura. A medição da energia absorvida no

    impacto é feita por meio de um cursor que acompanha o martelo em todo o seu

    curso até seu retorno, indicando a diferença entre a energia inicial e a energia

    final do martelo.

    Para ensaios com temperatura controlada, o tempo entre a retirada

    do corpo de prova do banho e a sua fratura não deve exceder 5 seg. O tempo

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    de permanência do corpo de prova à temperatura de ensaio deve ser de, no

    mínimo, 10 min para meios líquidos.

     As curvas de energia absorvida, expansão lateral ou percentual

    de fratura por cisalhamento apresentam uma variação semelhante com a

    temperatura (Fig. 4.1).

    Figura 4.1 - Energia absorvida na fratura em função da temperatura

    4.5.4 Ensaio de tenacidade à fratura

    Para que a tenacidade à fratura seja considerada uma propriedade

    do material deve ser independente de tamanho, geometria e níveis de

    carregamento para um material com uma determinada microestrutura.

    Uma medição confiável de tenacidade à fratura é um pré-requisito parao projeto de componentes estruturais com base nos princípios da mecânica da

    fratura.

    4.6 Soldagem do aço inox duplex

     A soldagem das amostras de aço inox dupléx serão feitas através

    de diferentes processos: processos de soldagem com eletrodo revestido,

    processo de soldagem MIG/MAG, processo de soldagem com eletrodo tubulare processo de soldagem com arco submerso. Os processos que utilizam

    eletrodo não consumível são soldagem TIG e soldagem com plasma. Todos os

    processos citados podem ser utilizados para a soldagem dos aços inoxidáveis

    [MODENESI, 2001].

    Será analisado o processo que apresentar melhor resultado em termos

    estruturais e mecânicos.

    5. RESULTADOS ESPERADOS

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    5.1 Progresso Científico

    1. Compreensão dos fenômenos físicos e químicos que determinam as

    propriedades mecânicas e microestruturais em aços inox dúplex.

    2. Publicação de artigos científicos em periódicos especializados e

    apresentação de trabalhos científicos em seminários e congressos na área de

    materiais e na área de soldagem.

    3. Contribuição para a formação de recursos humanos especializados no

    assunto.

    4. Aumento da capacitação regional na área de processos de soldagem

    em aço inox dúplex.

    5.2 Progresso Tecnológico

    1. Consolidar o conhecimento dos processos de soldagem e a influência

    desses em propriedades dos materiais.

    2. Possibilidade de transferência de tecnologia para o setor privado, caso

    haja interesse.

    6. CRONOGRAMA

    I – PRIMEIRO TRIMESTRE

       Revisão Bibliográfica

       Fabricação dos corpos de prova

       Tratamento térmico e superficial

        Análise química

       Caracterização estrutural e microestrutural

    II – SEGUNDO TRIMESTRE

       Ensaios de microdureza

       Ensaio de tração

       Ensaios Charpy

    III – TERCEIRO TRIMESTRE

       Processos de Soldagem

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       Elaboração e envio de artigos para congresso, simpósio e revistas

    nacionais e internacionais

       Relatório final

    7. REFERÊNCIAS

    BARDY, L. P. Cadernos de Tecnologia. RJ: Instituto Euvaldo Lodi, V.1, 2001.BAIN, E. C.; GRIFFITHS, W. E. Introduction to the iron-chromium-nickel alloys.

    Trans. Am. Inst. Mining Met. Eng , v. 75, p. 166-213, 1927.CHARLES, J. Super duplex stainless steels: structure and properties.

    Proceedings… Beaune, 1991, p. 3-48

    DEGARMO, E.P.; BLACK, J.T.; KOHSER, R.A. Materials and Processes inManufacturing. 9° edição, editora John Wiley, 2003.

    DUPOIRON, F.; AUDOUARD, J. P. Scandinavian Journal of Metallurgy, v. 25,n. 3, p. 95-102, 1996.

    GARZÓN, C.M., TSCHIPTSCHIN, A.P., Journal of Materials Science, v. 39, n.9, pp. 7101–7105, 2004.

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