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ANA ELISA RIBEIRO Exercício resistido em idosos: efeitos no sistema cardiovascular São Paulo, 2018 Artigo apresentado à EEP Escola de Educação Permanente do HC-FMUSP como parte dos requisitos para conclusão do curso de Pós Graduação Lato-Senso em Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na Saúde na Doença e no Envelhecimento

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ANA ELISA RIBEIRO

Exercício resistido em idosos: efeitos no sistema cardiovascular

São Paulo, 2018

Artigo apresentado à EEP – Escola de Educação Permanente do HC-FMUSP como parte dos requisitos para conclusão do curso de Pós Graduação Lato-Senso em Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na Saúde na Doença e no Envelhecimento

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Exercício resistido em idosos: efeitos no sistema cardiovascular

Ana Elisa Ribeiro1

RESUMO

O exercício resistido pode promover o ganho de massa magra e aumento da

força, fatores que além de prevenir doenças aumentam a qualidade de vida,

principalmente durante o envelhecimento. Apesar dos inúmeros benefícios

destes exercícios para os idosos, os seus efeitos no sistema cardiovascular

ainda são questionados, diminuindo, portanto, sua prescrição com o intuito de

prevenir doenças cardiovasculares. Diante deste contexto, o objetivo deste

estudo foi revisar nos últimos cinco anos quais estudos trataram dos efeitos

dos exercícios resistidos em idosos e quais as suas consequências para o

sistema cardiovascular. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica (“Web

of Science” e “Scielo”), utilizando os seguintes descritores: idosos (idos*),

envelhecimento, “exercício resistido”, “treinamento de força”, “elderly”, “older

adults”, “strength exercise”, “resistance training” e “cardiovascular”. A pesquisa

retornou 107 artigos, dentro dos quais 20 foram considerados potenciais, e

após a leitura foram selecionados 14 artigos que atendiam aos critérios do

estudo. Os resultados indicaram que os exercícios resistidos podem promover

benefícios ao sistema cardiovascular, embora um aumento significativo nas

variáveis testadas não tenha sido encontrado em todos os estudos. No entanto,

os estudos recomendam o treinamento de força durante o envelhecimento,

uma vez que os benefícios intrínsecos dos mesmos favoreçam indiretamente o

sistema cardiovascular. Foi ainda possível perceber que a combinação de

exercícios resistidos e aeróbicos beneficia os pacientes idosos uma vez que

além do complemento no sistema cardiovascular, há ainda a manutenção dos

outros benefícios oriundos dos exercícios resistidos.

Palavras-chave: exercício de força, envelhecimento, pressão arterial,

frequência cardíaca, treinamento de força

_______________________________________________________________

1 Educadora Física, aluna do curso de Fisiologia do Exercício, na Saúde, Doença e Envelhecimento, EEP HC-FMUSP, São Paulo E-mail para correspondência: [email protected]

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1. Introdução

O processo de envelhecimento tem como principal característica a

degeneração da cartilagem, ligamentos tendões e músculos, e também reduz a

massa óssea1–3. Esta degeneração do corpo tende a piorar frente ao

sedentarismo, dificultando a realizações de atividades diárias e diminuindo a

qualidade de vida dessas pessoas, consequências essas agravadas nos

idosos, pois é nessa fase que limitações diárias serão mais visíveis4. O

exercício físico vem se provando eficaz no combate a esta degeneração, se por

um lado não impede que esta ocorra, por outro proporciona uma melhor

qualidade de vida e menores ricos a saúde1,5,6. Sabe-se a prática de exercícios

físicos regulares e prolongados estão ligados ao sucesso da diminuição de

doenças cardiovasculares, principalmente em idosos7, e que a moderada

atividade física três vezes por semana está associada a redução dos riscos de

morte por doenças cardíacas8.

Pode-se dividir os exercícios em dois tipos: aeróbicos e resistidos. A

diferença atribuída entre os exercícios resistidos e aeróbicos é muita vezes

relacionada ao aumento consumo máximo de oxigênio durante o exercício

aeróbico, o que causa uma melhora no sistema cardiovascular9,10. No entanto,

diversos estudos vem trazendo alterações nos picos de consumo de oxigênio

durante a prática dos exercícios resistidos, geralmente indicando que a

frequência de treinamento e o volume de exercícios durante as seções são

importantes nestas alterações de consumo de oxigênio11.

O aumento da pressão sanguínea associada aos exercícios resistidos é

uma das principais preocupações relacionadas a este tipo de treinamento em

pacientes cardíacos, no entanto fatores controladores podem ser adotados

para diminuir este aumento excessivo na pressão12,13. Enquanto o aumento da

pressão pode ser controlada por meio de intensidade e repetições dos

exercícios, os benefícios proporcionados pelo treinamento de força é

fundamental para diminuir os riscos cardiovasculares e aumentar a qualidade

de vida12.

O exercício de forca pode resultar em aumento substancial da

musculatura, e da massa magra14, além de estar associado ao aumento da

força15,16, o que tem potencial de melhorar as atividades diárias dos pacientes

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submetidos a este treinamento17. Há também uma melhora no sistema

cardiorrespiratório associado ao treinamento resistido devido ao aumento da

qualidade muscular nos pacientes associado a este exercício18.

Os exercícios resistidos cresceram entre as recomendações para

pessoas idosas principalmente para frear o desenvolvimento da sarcopenia

(perda de força e musculatura) com o avanço da idade19–21, mas também como

forma de aumentar a qualidade de vida22, melhor a estabilidade e postura23,

entre outros24. No entanto, ainda se discute a influência dos exercícios de força

para o sistema cardiovascular em idosos15,25,26.

Diante deste contexto, e devido aos diversos estudos já realizados sobre

os efeitos dos exercícios resistidos em idosos, o objetivo geral deste estudo foi,

portanto, identificar nos últimos cinco anos estudos que testaram os efeitos dos

exercícios resistido no sistema cardiovascular em idosos. Como objetivo

específico do estudo podemos destacar dois pontos: entender quais os

principais efeitos positivos dos exercícios resistidos no sistema cardiovascular

de idosos; e também quais as principais limitações dos exercícios resistidos na

melhoria das funções do sistema cardiovascular em idosos.

2. Materiais e Métodos

Os artigos utilizados neste estudo foram selecionados em dois bancos

de dados de revistas eletrônicas SciELO e Web of Science. Os descritores em

português utilizados foram: idosos (idos*), envelhecimento, “exercício resistido”,

“treinamento de força” e cardiovascular. Foi optado por utilizar o termo

“cardiovascular” ao invés de “sistema cardiovascular” de modo a obter maior

abrangência nos resultados. Foram também utilizadas palavras-chaves em

inglês: “elderly”, “older adults”, “strength exercise”, “resistance training” e

“cardiovascular”.

A busca se restringiu a artigos publicados em inglês e português nos

últimos 5 anos (2014, 2015, 2016, 2017 e 2018) de modo a obter estudos que

tenham abordado os efeitos dos exercícios resistidos no sistema cardiovascular

de idosos nos últimos cinco anos. Também foram excluídos das análises

artigos de revisão.

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Os artigos selecionados em uma primeira análise deveriam possuir pelo

menos três das palavras-chaves em seu título ou resumo, sendo que pelo

menos uma deveria estar relacionada ao público alvo (idos* ou

envelhecimento), pelo menos uma deveria ter relação ao tipo de exercício

(“exercício resistido” ou “treinamento de força”) e obrigatoriamente a palavra

“cardiovascular”, de modo a restringir os artigos ao tema do estudo. Em um

primeiro momento as bases de dado retornaram 107 artigos correspondentes

aos termos da pesquisa. Destes 107 apenas 20 foram considerados dentro do

tema, sendo que os demais, em sua maioria, não abordavam os efeitos dos

exercícios resistido no sistema cardiovascular de idosos. Cinco artigos não

estavam disponíveis.

3. Resultados e discussão

3.1 Caracterização dos resultados

A primeira busca nas duas bases de dados resultou em 20 artigos com

potencial para o tema de estudo. Após a leitura completa de todos os artigos

selecionados foi possível selecionar 14 artigos (64%) que tratavam diretamente

dos efeitos dos exercícios resistidos no sistema cardiovascular de idosos.

Embora todos os artigos relacionam-se o treinamento resistido, dois dos artigos

abordava o efeito deste treinamento nos riscos de doenças cardiovasculares

em homens de meia idade (entre 30 e 50 anos)17,27; outro dois estudos faziam

referência aos efeitos do exercício resistido no sistema cardiorrespiratório18,28,

portanto não foram utilizados nas análises seguintes. O quinto artigo excluído

tinha como foco a relação entre frequência cardíaca e a concentração de ácido

lático quando idosos são submetidos a treinamento resistido, não fazendo

referência direta aos efeitos do mesmo no sistema cardiovascular29. Em um

dos artigos potenciais os autores estudaram a percepção dos pacientes idosos

em relação aos exercícios excêntricos e concêntricos e suas preocupações

com doenças cardiovasculares30, este artigo, portanto, foi excluído e não

participou das análises.

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Dentre os 14 artigos utilizados para análise pode-se perceber que as

publicações relacionadas ao tema foram realizadas em uma frequência

semelhante entre os anos (Figura 1), sendo que no último ano o número de

publicações relacionadas a área diminuiu.

Figura 1. Relação da quantidade de artigos publicados no período de pesquisa (5 anos, 2014 a 2018) sobre os efeitos dos exercícios resistidos no sistema cardiovascular de pacientes idosos: publicações anuais (pontual) e acumulado de artigos publicados de 2014 a 2018.

Entre os 14 artigos analisados é possível afirmar que 29% tiveram

duração de 8 semanas15, sendo que os restantes variaram entre 10, 12, 16, 24

e 48 semanas. De acordo com os autores, a duração do treinamento influência

nos resultados, sendo este um dos fatores que limitam as conclusões dos

estudos25, sendo que aplicações práticas devem levar esta variável em

consideração16.

Outro aspecto interessante a ser destacado é que 57% dos estudos

selecionados realizaram teste de força três vezes por semana com os

pacientes, enquanto tem 29% utilizaram uma metodologia de exercícios 2

vezes por semana. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo sendo

realizados 3 vezes por semana o treinamento era realizado em dias alternados

com descanso de 24 horas entre os mesmos.

Outra característica dos artigos analisados é quanto ao gênero dos

pacientes testados, o qual se dividiu em feminino, masculino e misto (Figura 2).

0

4

8

12

16

20

24

2014 2015 2016 2017 2018

Núm

ero

de

art

igo

s

Período da pesquisa

Pontual Acumnulado

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Figura 2. Distribuição dos estudos analisados (n=14) em relação aos gêneros dos pacientes submetidos ao treinamento de força

O estudo utilizando pacientes do sexo feminino é o que mais foi

encontrado na pesquisa, seguido de estudos utilizando indivíduos aleatórios de

ambos os sexos. No entanto, em nenhum dos estudos analisados foi realizado

algum teste quanto a influência do gênero nas respostas do treinamento de

força no sistema cardiovascular, porém alguns autores afirmaram que devido

as diferenças biológicas entre os gêneros os resultados podem ser enviesados

dependendo do número de participantes de cada sexo3.

A lista dos estudos utilizados na análise e discussão do tema encontra-

se no Quadro 1.

43%

14%

36%

7%

Feminino

Masculino

Misto

Não informado

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Quadro 1. Relação dos estudos pesquisados sobre o efeito do treinamento resistido sobre o sistema cardiovascular de idosos nos últimos cinco anos.

ID Estudo Ano Amostra Tipo Características Duração Benefícios Variável

1 Valls et

al.15

2014

23 pacientes de 70-75

anos

Treino resistido baixa, moderada e

alta frequência

2 vezes por semana

12 semanas

Aumento do poder corporal, força e capacidade motora

Frequência cardíaca e

pressão arterial

Aumento da força muscular do membros superiores e inferiores

Não afeta negativamente as respostas cardiovasculares

70% 1RM

Não aumenta os riscos de doenças cardiovasculares

Melhoras na saúde cardiovascular

2 Dos

Santos et al.

31

2014 60 idosas entre 60-65 anos

Cobinado: exercício aeróbico

com exercício resistido excentrico

e tradicional

20 min de exercício aeróbico

16 semanas

Diminuição nas pressões diastólica e sistólica, e na pressão diferencial

Pressão arterial 3 vezes por semana

3 conjuntos de 10 repetições

Aumento dos níveis do colesterol HDL

3 Peacock et al.

32

2014

22 idosos com idade média de 67.5 anos

Combinado: exercício aeróbivo ("active-assisted

cycling") e resistido

24 sessões 8

semanas Melhoria e aumento da frequência cardíaca

Frequência cardíaca

3 vezes por semana

12-15 repetições

4 Bruseghini et al.

33

2015 12 idosos entre 65-75 anos

Combinado: exercício resistido

isoinercial e exercício aeróbico de alta intensidade

3 vezes por semana

8 semanas

Diminuição da pressão sistólica

Pressão arterial

4 conjuntos

3 min de descanso As melhoras na capacidade cardiovascular são obtidas após o treinamento de alta intensidade e mantidas após 4 meses de recuperação, após o

exercício resistido estes benefícios são complementados pelo aumento da força

muscular

15 min cada conjunto

5 Gerage et al.

34

2015

28 idosas com mais

de 60 anos

Treinamento resistido

8 exercícios

12 semanas

Após a seções ocorreu redução da pressão arterial pós treino

Pressão arterial 2 conjuntos

10-15 repetições Após as 12 semanas de treinamento não foram observadas mudança na frequência ou

magnitude da redução na pressão arterial 3 vezes por semana

6 Kanegus 2015 25 adultos Exercício resistido 2 vezes por semana 4 meses Sem modificações nos parâmetros Frequência

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9

uku et al.

16

de 60-80 anos

com intensidade alta e progressiva

7 exercícios cardiovasculares cardíaca e

pressão arterial 2-4 conjuntos

Aumento da força muscular 10 - 4 repetições

7 Lee et al.

35

2015 19 idosas entre 65-75 anos

Combinado: aeróbico e resistente

2 vezes por semana 8

semanas O exercício combinado diminui os riscos de

doenças cardiovasculares Proteína C-reativa

(PCR) 15-20 repetições

2 conjuntos

8 Santiago et al.

14

2015

10 idosas com idade média de 63 anos

Treinamento resistido

3 vezes por semana 8

semanas

Diminuição da concentração de PCR Proteína C-reativa

(PCR) 8 exercícios Aumento da massa magra

8-12 repetições Aumento da força musuclar

9 James et

al.25

2016

95 participantes de 55 a 80 anos

Exercício resistido com intensidade

alta e progressiva

3 vez por semana

48 semanas

Melhora no colesterol, com diminuição do colesterol LDL

Colesterol e Sindróme metabólica

1 hora Aumento da massa magra

3 conjuntos Aumento da força muscular

8 repetições Sem modificações nos parâmetros de síndrome

metabólica

10 Antonio et al.

26

2017

20 participantes de 60 a 75 anos

Treinamento resistido de baixa

velocidade e repetição

60° por segundo de velocidade angular

-

Elevação de pressão arterial sistólica Frequência cardíaca e

pressão arterial

Elevação da frequência cardíaca

Isocinético Maior tempo de retorno a frequência cardíaca

basal

11 Lima et

al.36

2017

44 adultos entre 60 e 75 anos

Combinado: aeróbico e resistente

3 vezes por semana

10 semanas

O exercício combinado diminui a pressão arterial com a mesma eficiência que o exercício

aeróbico sozinho Pressão arterial 9 exercícios

15-20 repetições Exercício combinado diminuiu a massa gorda

12 Miller et

al.37

2017

36 adultos acima do peso de 60 -80 anos

Exercício resistido com intensidade

alta e progressiva

3 vezes por semana

12 meses

Redução significativa de peso

Medidores inflamatórios

45 min de alta intensidade Sem mudanças significativas nos pacientes para

os indicadores associados a riscos de doenças cardiovasculares

3 conjuntos de 8 a 10 repetições para

9 exercícios

13 Park et

al.38

2017

50 mulheres

com média de

Exercício combinado (resistido e aeróbico)

Resistido: 8-15, 12-15 repetiçoes; 2-3 conjuntos; 20-30

minutos

24 semanas

Diminuição da espessura médio-intimal da carótida

Parâmetros da artérias carótidas

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10

74 anos Resistido: 3x por semana

Aumento da velocidade de fluxo na carótida

Aeróbico: 30-50 min Melhora nos riscos de doenças cardiovasculares Aeróbico: 5x por

semana

14 Cunha

Nacimento et al.

39

2018

39 mulheres com mais

de 60 anos

Treinamento resistido com intensidade progressiva

2 vezes por semana

10 semanas

Variação da pressão sistólica no descanso

Pressão arterial 3 comjuntos

6-14 repetições Aumento da força muscular

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3.2 Influência dos exercícios resistidos no sistema cardiovascular de idosos

A prática do exercício físico é recomendada para idosos devido aos

diversos benefícios da mesma para este grupo que vão desde o aumento da

qualidade de vida até a diminuição dos riscos de doenças, entre elas as

cardiovasculares40. No entanto, a gama de exercícios recomendados é grande,

assim como seus efeitos41. Pode-se dividir os exercícios em aeróbicos e

resistidos, sendo que os primeiros há muito já são indicados para idosos na

melhoria das funções cardiovasculares31,33,42. Por outro lado, os efeitos dos

exercícios resistidos neste grupo de indivíduos vem surgindo como uma

alternativa, não apenas com o intuito de promover a melhoria do sistema

muscular e esquelético destes pacientes, mas também por trazer benefícios

cardiovasculares e diminuírem os riscos de doenças relacionadas a este

sistema1,12,43.

Na revisão realizada neste estudo (Quadro 1) pode-se observar diversas

respostas das variáveis do sistema cardiovascular pós exercícios resistidos. As

diversas respostas possivelmente estão associadas as diferenças

metodológicas de cada estudo, tanto em relação a amostra de indivíduos

estudada quanto ao treino realizado durante a etapa de pesquisa. Essa

diversidade é levantada como limitações nos diferentes estudos analisados,

como discutido por Cunha Nascimento et al.39, Peacock et al.32 entre outros.

De acordo com os dados apresentados na Tabela 1 os estudos se

dividiram entre os que mensuraram os efeitos dos exercícios resistidos em

pressão arterial, frequência cardíaca e outros, sendo que neste último grupo

estão incluídos os estudos acerca dos efeitos na síndrome metabólica,

colesterol, medidores inflamatórios, etc. É possível observar que dos 14

estudos analisados 57% atribuíram melhorias ao sistema cardiovascular

associada a prática do exercício resistido. Dentre estes 57%, metade dos

estudos observou redução da pressão arterial em idosos seguida do

treinamento de força31,33,34,36, um quarto dos estudos relacionou as mudanças

após o treino a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares35,38, e ainda

dois estudos mostraram resultados relacionados a melhoria na frequência

cardíaca32 e diminuição dos marcadores inflamatórios14.

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12

O efeito dos exercícios resistidos no sistema cardiovascular irá depender

das consequências pós-treino nas funções do coração, como frequência

cardíaca, ritmo cardíaco, pressão sanguínea e débito cardíaco44. A diminuição

da pressão arterial após o exercício física é essencial para pessoas idosas,

uma vez que diminui a carga de trabalho cardíaca45 beneficiando o sistema

cardiovascular e diminuindo os riscos de doenças33. A diminuição na pressão

arterial sistólica resulta em uma queda do trabalho mecânico do coração e,

consequentemente, do débito cardáico33. A relação entre exercícios resistidos e

pressão arterial pode estar relacionado ao aumento dos picos de pressão

arterial durante os exercícios com carga, o que poderia estimular a adaptação

do barorreflexo, com redução do sistema simpático nervoso e menor

resistência periférica vascular 46,47

Em um estudo realizado com idosas de 60-65 anos de idade e

hipertensas os exercícios resistidos combinados com 20 minutos de exercícios

aeróbicos 3 vezes por semana promoveram uma diminuição das pressões

sistólica e diastólica, além de aumento dos níveis do HDL31. Outro estudo

realizado com treinamento resistido de alta intensidade e progressivo durante 1

ano com pacientes (entre 55 e 80 anos) mostrou um a significativa e alta

diminuição dos níveis de LDL, melhorando, portanto, o perfil de colesterol

nestes pacientes25. No entanto, para o mesmo estudo, não foram encontradas

evidencias de melhoras nos aspectos relacionadas aos riscos de doenças

cardiovasculares, uma vez que os fatores de síndrome metabólica não

sofreram melhoras com o treinamento resisitido25.

Para um estudo realizado durante 8 semanas foi observada uma

diminuição dos níveis de concentração da Proteína C-reativa (PCR) após a

realização de exercícios resistidos em idosas14. O aumento da concentração de

PCR está ligado ao envelhecimento, aumento de tecido adiposo e riscos de

doenças cardiovasculares, portanto, o exercício físico resistido possibilita, além

do aumento da massa magra, a diminuição da concentração de PCR e,

consequentemente, dos riscos de doenças cardiovasculares nestes

pacientes14.

Em um estudo realizado com 16 idosos de 60 a 74 anos submetidos a

um treinamento de força com intensidade moderada a alta, os resultados

mostraram que a frequência cardíaca e o duplo produto continuaram elevados

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13

após 4,5 horas da sessão de treinamento resistido44. Este aumento do trabalho

cardíaco pode ter consequências clínicas negativas em pacientes com saúde

debilitada44. É importante salientar que o exercício resistido quando

reproduzido em alta intensidade pode levar a um aumento da rigidez arterial48.

De acordo com Kanegusuku et al.16, o exercício resistido quando realizado em

alta intensidade não promove uma melhoria no sistema cardiovascular uma vez

que os sistemas parassimpáticos e simpáticos não se alteram após o treino,

assim como a sensibilidade do barorreflexo, o que explicaria a manutenção dos

níveis de frequência cardíaca e pressão sanguínea.

Entre os 43% dos estudos que não encontraram evidências significativas

dos exercícios resistidos nas variáveis relacionadas ao sistema cardiovascular,

metade destes estudos não obtiveram resultados ou na frequência cardíaca ou

na pressão arterial16,26,39, outros dois estudos não observaram mudanças nos

parâmetros de síndrome metabólica25 e nos medidores inflamatórios37.

Diferente dos demais, o estudo de Vall et al.15 não relacionou o efeito do

exercício resistido na melhoria da frequência cardíaca e pressão arterial, mas

como a prática deste tipo de exercício não está relacionado ao aumento dos

riscos de doenças cardiovasculares em idosos.

Diferentemente do que ocorreu com os pacientes idosos, quando os

estudos de exercício resistidos foram direcionados para jovens (23 anos) os

resultados mostraram uma diminuição nos níveis dos módulos simpáticos do

sistema cardíaco49, o que leva a conclusão de que pessoas idosas

possivelmente já possuem um aumento nos níveis deste módulos 50, e uma

baixa sensibilidade do barorrefelxo51, o que dificultaria a melhoria do sistema

cardiovascular frente aos exercícios resistidos16.

Em Miller et al.37 os autores identificaram que a fata de redução nos

marcadores de doenças cardiovasculares nos pacientes submetidos aos

exercícios resistidos após seis meses pode estar relacionada a duração do

estudo. A duração e frequência dos exercícios possivelmente é uma variável

importante nos efeitos dos exercícios resistidos, como já demonstrado em

outros estudos52,53. Esta afirmação dos autores é sustentada pela ligeira

melhora nos marcadores após mais seis meses de testes, levando a conclusão

de que existe um “delay” entre a prática do exercício resistido e as respostas

dos marcadores, principalmente em pacientes com sobrepeso37. Portanto,

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14

programas de treinamento com exercícios de força de longa duração, os quais

possuiriam um alto número de sessões de treino, podem estar associados a

benefícios na circulação53.

No estudo de Miller et al.37 os autores testaram exercícios resistidos

progressivos de alta intensidade associados a perda de peso em pacientes de

60-80 anos de idade com diabetes tipo 2 e com sobrepeso. A hipótese dos

autores era de que a combinação de exercícios resistidos e perda de peso

seria favorável a mudanças nos fatores de risco de doenças cardiovasculares

comparado com a perda de peso apenas. No entanto, os resultados mostraram

que não ocorreram efeitos significativos de redução nos marcadores

relacionados as doenças cardiovasculares, apesar de ter ocorrido redução

significativa de peso37.

Em um dos estudos com exercício resistivo progressivo de alta

intensidade os autores concluíram que os efeitos nas funções cardiovasculares

permanecem não claras16 em idosos, ou seja, não ocorreram mudanças

significativas nos parâmetros medidos para afirmar que os exercícios resistidos

melhoraram as funções cardiovasculares dos pacientes. No entanto, apesar

dos estudos não terem apresentado mudanças no sistema cardiovascular de

pacientes idosos, ocorreram melhoras em outros sistemas, principalmente os

musculares e relacionados a força16. É ainda importante salientar que os

exercícios resistidos não produziram resultados prejudiciais aos idosos em

relação as funções cardíacas, uma vez que os parâmetros testados não

apresentaram diminuição destas funções além daquelas já esperadas no

envelhecimento16.

O aumento da massa magra parece ser uma constante entre os efeitos

dos exercícios resistidos em idosos14,25, como já demostrado na meta-análise

de Peterson et al.54. Outro benefício associado aos exercícios resistido é a

perda de peso e massa gorda em pacientes submetidos a um programa de seis

meses de treinamento associado a perda de peso em pacientes idosos37.

Vários dos estudos pesquisados sugeriram que a adição de um

componente aeróbico aos programas de treinamento pode ser necessário para

melhorar os parâmetros medidos em relação ao sistema

cardiovascular32,35,36,38.

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15

Em um estudo utilizando a combinação de exercícios resistidos e

aeróbicos os autores encontraram que um programa de 24 semanas reduziu a

espessura da carótida em mulheres idosas, e também aumento do estresse de

cisalhamento e da velocidade de fluxo sanguíneo, o que diminuiria os riscos de

desenvolver doenças cardíacas38. Outro estudo utilizando exercícios resistidos

excêntricos combinado com exercícios aeróbicos, os autores concluíram que

que este treinamento pode ser efetivo na melhoria da pressão sanguínea31.

A combinação de exercício aeróbico assistido ("active-assisted cycling")

juntamente com o exercício resistidos foi eficiente na melhoria da frequência

cardíaca durante o exercício e em descanso, e também aumento da força

muscular em pacientes com doença de Parkinson32.

No estudo utilizando um grupo de exercícios combinados (resistidos e

aeróbicos) e outro de exercícios aeróbicos, os autores encontraram uma

diminuição maior no grupo combinado de variáveis relacionadas aos riscos de

doenças cardiovasculares, ou seja, os exercícios combinados foram mais

eficientes em diminuírem os riscos destas doenças em pacientes idosos35. Esta

diminuição nos riscos pode estar associada a um aumento da massa magra e

força muscular no grupo controle35.

4. Conclusão

Os estudos analisados mostraram, em sua maioria, uma melhora no

sistema cardiovascular de idosos após a prática do exercício resistido. Apesar

desta melhora não ter ocorrido de forma significativa em todos os artigos

analisados, também não foram observados efeitos negativos dos exercícios

físicos para as variáveis relacionadas ao sistema cardiovascular dos idosos.

A combinação de exercícios resistidos e aeróbicos parece ser a mais

indicada entre os estudos quando se trata do sistema cardiovascular, uma vez

que os exercícios aeróbicos complementariam os exercícios de força na

diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares e os benefícios dos

exercícios resistidos para este público seriam mantidos.

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