150
UNIVERSIDADE FEDERAL DABAHIA FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE, AMBIENTE E TRABALHO RAFAEL CABRAL EXERCÍCIO DE FONAÇÃO EM CANUDO COMERCIAL: ESTRATÉGIA PROTETORA DA VOZ EM PROFESSORES Dissertação de Mestrado Salvador (Bahia), 2016

EXERCÍCIO DE FONAÇÃO EM CANUDO … · de Disfonia em Professores” (Processo: 458053/20147) 3. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) –

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UNIVERSIDADE FEDERAL DABAHIA

FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM

SAÚDE, AMBIENTE E TRABALHO

RAFAEL CABRAL

EXERCÍCIO DE FONAÇÃO EM CANUDO

COMERCIAL: ESTRATÉGIA PROTETORA DA

VOZ EM PROFESSORES

Dissertação de Mestrado

Salvador (Bahia), 2016

ii

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Processamento Técnico, Biblioteca Universitária de Saúde,

Sistema de Bibliotecas da UFBA

C117 Cabral, Rafael.

Exercício de fonação em canudo comercial: estratégia protetora da voz em

professores / Rafael Cabral. - Salvador, 2016.

165 f. : il.

Orientadora: Profa. Maria Lúcia Vaz Masson.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Faculdade de

Medicina da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e

Trabalho, Salvador, 2016.

1. Docentes - Saúde vocal. 2. Distúrbios da voz - Prevenção e controle. 3.

Treinamento da voz. 4. Saúde do trabalhador. 5. Fonoaudiologia. I. Masson,

Maria Lúcia Vaz. II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina da

Bahia. Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho. III. Título.

CDU: 612.78:331.4

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DABAHIA

FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM

SAÚDE, AMBIENTE E TRABALHO

EXERCÍCIO DE FONAÇÃO EM CANUDO

COMERCIAL: ESTRATÉGIA PROTETORA DA

VOZ EM PROFESSORES

RAFAEL CABRAL

Professora-orientadora: Maria Lúcia Vaz Masson.

Dissertação apresentada ao Colegiado do

Curso de Pós-graduação em Saúde, Ambiente e

Trabalho da Faculdade de Medicina da

Universidade Federal da Bahia, como pré-

requisito obrigatório para a obtenção do grau de

Mestre em Saúde, Ambiente e Trabalho.

Salvador, (Bahia), 2016

iv

COMISSÂO EXAMINADORA

Membros Titulares:

Maria Francisca de Paula Soares, professora adjunta da Universidade Federal

da Bahia, chefe e docente do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade

Federal da Bahia e doutora em Linguística pela Universidade Estadual de

Campinas (2009).

Kionna Oliveira Bernardes Santos, professora assistente do Instituto de Ciências

da Saúde, docente do curso de Fisioterapia e do Programa de Pós-Graduação

em Saúde, Ambiente e Trabalho, ambos da Universidade Federal da Bahia e

doutora em Saúde Pública pelo Instituto de Saúde Coletiva.

Maria Lúcia Vaz Masson (orientadora), professora adjunta da Universidade

Federal da Bahia, vinculada ao Departamento de Fonoaudiologia e Programa de

Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho, doutora em Educação pela

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2009).

v

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe, Josenice e irmã,

Maria Auxiliadora, por sempre me apoiarem e

serem compreensivas mesmo com todo o meu

estresse durante essa caminhada árdua. Obrigado

pelo amor incondicional.

vi

FONTES DE FINANCIAMENTO

1. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB): Edital

028/2012 - Projeto “Condições de Trabalho Docente e Saúde: intervenções

para construção de ambientes de trabalho saudáveis” (número 132/2013).

2. Edital Universal MCTI/CNPq no. 14/2014 – Projeto “Estratégias Protetoras

de Disfonia em Professores” (Processo: 458053/20147)

3. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) –

Bolsa de estudos – Outubro de 2015 a março de 2016.

vii

AGRADECIMENTOS

À orientadora Maria Lúcia Vaz Masson pela paciência e ensinamentos.

À equipe de pesquisa, alunos e profissionais, que contribuíram muito para

realização da coleta e todas as etapas do estudo, em especial à Professora

Tânia Maria de Araújo e Mestranda Rafaella Góes.

À professora Kionna Oliveira Bernardes Santos que dedicou vários momentos

para me auxiliar na análise estatística e pela positividade.

À professora Júlia Escalda Mendonça pelo auxílio na análise dos dados e

sempre me incentivar mesmo quando tudo parecia perdido.

Às amigas Lílian Paternostro, Émile Rocha, Máira Lopes e Andréa Gomes pelas

trocas e suporte emocional nos momentos difíceis.

À Profa. Maria Francisca de Paula Soares pela confiança, apoio e disponibilidade

em todos os momentos.

À amiga e excepcional fonoaudióloga Yara Pirajá Faria pelo companheirismo,

por fazer a tradução para o inglês e análise de vozes.

À professora Rita de Cássia Pereira Fernandes pelos ensinamentos e gentileza

que sempre me tratou.

Às fonoaudiólogas Lilian Facão e Fabiana Zambon pela análise das vozes

Aos amigos Avilani Pinto, Marcos Vinicius Santana e Mirella Aguiar parceiros de

mestrado е irmãos na amizade qυе fizeram parte da minha formação е qυе vão

continuar presentes em minha vida.

À minha turma MSAT 2014 pela troca de conhecimento e ricas discussões em

sala e pelo apoio fora dela.

Aos professores do programa que colaboraram com a minha jornada acadêmica.

Aos professores, gestores e funcionários da escola participante da pesquisa pelo

carinho e acolhimento.

À todos os amigos que me compreenderam, apoiaram e acreditam no meu

potencial, até mais do que eu mesmo. Muito obrigado!

À equipe da Secretária de educação do Estado da Bahia.

8

SUMÁRIO

Índice de Tabelas ................................................................................................................... 10

I. RESUMO ................................................................................................................................ 12

II. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13

III. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................ 15

III.I VOZ DO PROFESSOR ................................................................................................. 15

III.II EXERCÍCIOS DE TRATO VOCAL SEMIOCLUÍDO (ETVSO) .............................. 19

IV. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 25

IV.II Objetivos Específicos .................................................................................................. 25

V. METODOLOGIA .................................................................................................................. 26

VI. RESULTADOS ................................................................................................................... 35

VI.I. ARTIGO 1 ...................................................................................................................... 35

RESUMO ............................................................................................................................... 38

ABSTRACT ........................................................................................................................... 39

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 40

MÉTODOS ............................................................................................................................. 44

RESULTADOS ..................................................................................................................... 50

DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 51

CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 56

VI.II. ARTIGO 2 ..................................................................................................................... 63

RESUMO ............................................................................................................................... 65

ABSTRACT ........................................................................................................................... 65

MÉTODOS ............................................................................................................................. 67

RESULTADOS ..................................................................................................................... 70

DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 70

CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 73

VII. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 80

VIII. SUMMARY ........................................................................................................................ 81

IX. REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 82

X. ANEXOS ............................................................................................................................... 90

X.I. ANEXO 1 – Carta de anuência da instituição ........................................................... 90

X.II. ANEXO 2- Termo de consentimento livre e esclarecido TCLE ........................... 91

X.III. ANEXO 3 – Questionário sociodemográfico: “Condições de trabalho docente”93

9

X.IV. ANEXO 4 – Protocolo de pré-gravação ................................................................ 112

X.VI. Anexo 5 – Roteiro de gravação .............................................................................. 113

X.VI. ANEXO 6 – CAPE-V ................................................................................................ 114

X.VII. Anexo 7 – Carta de apresentação à juízas ......................................................... 115

X.VIII. Anexo 8 – Calibração para avaliação das vozes pelas juízas ........................ 117

X.IX. Anexo 9 – Índice de Triagem do Distúrbio Vocal (ITDV) .................................... 119

X.X. Anexo 10 – Questionário Efeitos esperados pré-intervenção ............................ 120

X.XI. Anexo 11 - Questionário Efeitos esperados pós-intervenção ........................... 121

X.XII. Anexo 12 – Protocolo de percepção pós-intervenção ....................................... 122

X.XIII. Anexo 13 – Aprovação do Comitê de ética em pesquisa ................................ 123

X.XIV. Anexo 14 – Instruções aos autores: Audiology Communication Research .. 129

X.XV. Anexo 15 – Comprovante de Submissão do Artigo 1 ....................................... 138

X.XVI. Anexo 16 – Instruções aos autores Instruções aos autores: Revista CEFAC

............................................................................................................................................... 139

X.XVII. Anexo 17 – Comprovante de Submissão do Artigo 2 ..................................... 149

XI. APÊNDICE ........................................................................................................................ 150

XI.I. Apêndice 1 – Orientações – execução da intervenção ........................................ 150

10

Índice de Tabelas

Artigo 1

Tabela 1: Diferença entre as medidas obtidas da avaliação perceptivoauditiva e acústica nos momentos pré e pós-intervenção com ETVSO em professores (n=29) de uma escola da rede estadual de ensino. Salvador, Bahia, 2015.

62

Artigo 2

Tabela 1: Índices do escore da avaliação perceptivoauditiva (PA) e do questionário de autoavaliação ITDV de professores (n=29) da rede estadual de ensino pré e pós-intervenção. Salvador, Bahia, 2015.

77

Tabela 2: Indicadores dos efeitos autorreferidos mais encontrados pré e pós-intervenção (ETVSO) em 29 professores de uma escola da rede estadual de Salvador, Bahia, 2015.

78

Tabela 3: Frequências das variáveis do questionário pós-

intervenção aplicado após a execução de ETVSO em 29 docentes

de uma escola da rede estadual de ensino. Salvador, Bahia, 2015.

79

11

Índice de Figuras

Artigo 1

Figura 1. Fluxograma de desenvolvimento da pesquisa.

Salvador, Bahia, 2015.

61

Artigo 2

Figura 1. Fluxograma com as etapas do estudo. Salvador,

Bahia, 2015.

76

12

I. RESUMO

INTRODUÇÃO: A saúde vocal é considerada um aspecto importante da saúde

geral e qualidade de vida do professor, pois a voz é o seu principal instrumento

de trabalho. É necessário discutir métodos de intervenção e implantação de

propostas preventivas de atuação na saúde vocal do professor, tornando

imperativa a prevenção e evitando o distúrbio de voz relacionado ao trabalho.

OBJETIVO: Investigar os efeitos do exercício de fonação em canudo comercial

como estratégia protetora da voz em professores. MÉTODOS: Tratou-se de um

estudo de intervenção, pré e pós-teste, com um grupo único de sujeitos, cego ao

avaliador. Participaram 29 professores de um colégio da rede pública estadual

de ensino de Salvador, Bahia. Os participantes foram solicitados a executar o

exercício de fonação em canudo imerso a uma garrafa com água, no início do

turno de trabalho, por quatro semanas consecutivas. Utilizou-se o parâmetro

“grau de severidade global” da escala CAPE-V para a avaliação

perceptivoauditiva; o protocolo ITDV e os efeitos vocais autorreferidos para

observar a autoavaliação; e os parâmetros acústicos (F0, jitter, shimmer, ruído e

proporção GNE) do programa Voxmetria. RESULTADOS: Houve melhora na

qualidade vocal com redução da média do grau geral de alteração na escala

CAPE-V, com significância estatística (p= 0,01). Verificou-se uma diminuição

média do escore do ITDV após a intervenção com significância estatística.

Depois da intervenção os efeitos com os maiores índices autorreferidos foram

“melhora na voz”, “menor cansaço” (ambos com 37.9%), “menor rouquidão”

(34,5%), “conforto vocal” (27,6%) e “voz mais potente” (20,7%). Na comparação

dos parâmetros acústicos, constatou-se redução estatisticamente significante

dos indicadores shimmer (p=0,04), ruído (p=0,02) e irregularidade (p=0,03) e

aumento do GNE (p = 0,02). Os demais parâmetros investigados não diferiram

significantemente (p > 0,05). CONCLUSÃO: O presente estudo demonstrou que

a intervenção utilizada promoveu efeitos positivos na qualidade vocal dos

professores participantes, reforçando a hipótese que a técnica pode ser utilizada

como recurso protetivo para a voz do professor.

Palavras-chave: Docentes; Voz; Treinamento da voz; Saúde do Trabalhador;

Fonoaudiologia.

13

II. INTRODUÇÃO

A saúde vocal é considerada um aspecto importante da saúde geral e

qualidade de vida do professor, pois a voz é o seu principal instrumento de

trabalho e importante recurso na relação professor/aluno, com implicações

relevantes no processo ensino-aprendizagem (PENTEADO e PEREIRA, 2007;

SIMBERG et al., 2005).

A etiologia dos distúrbios de voz entre os professores é multidimensional

e é classificada como Distúrbios de Voz relacionados ao trabalho (DVRT).

Referir-se ao professor como um trabalhador direciona a uma reflexão sobre a

escola como um ambiente com determinadas condições e organização que

configuram cargas de trabalho que podem ser mais ou menos salutares,

influenciando e determinando o processo saúde-doença do trabalhador

professor (SANTANA et al., 2012).

Estudo norte-americano com objetivo de verificar os efeitos e frequência

dos distúrbios de voz em professores e na população em geral observou que

professores relataram um número maior de sintomas vocais quando comparados

a população geral e que foram mais propensos a indicar que a sua voz limita sua

capacidade de realizar tarefas em seu trabalho, deixando-os mais propensos a

procurar ajuda profissional para a sua voz quando comparados ao grupo de não

professores (ROY et al., 2004).

Em estudo epidemiológico semelhante realizado no Brasil com 1651

professores e 1614 não professores revelou-se a prevalência de distúrbios de

voz relatados por professores de 11,6% e 7,5% para não professores, 73% dos

professores autorreferiram ter tido algum problema de voz durante a vida, já o

grupo de não professores, esta prevalência diminui para 35,8% (BEHLAU et

14

al.,2011). Para a prevenção do DVRT medidas individuais e coletivas são

propostas, tais estratégias coletivas podem ser utilizadas intervenções no

ambiente e organização do trabalhador reduzindo ou eliminando riscos de

exposição dos professores. Já estratégias individuais podem ser consideradas

exames periódicos para identificação do agravo, ações educativas de bem-estar

e produção da voz, assim como atividades que preconizem aquecimento e

desaquecimento vocal, amplificação e treinamentos específicos com técnicas

direcionadas a proteção da voz (GONÇALVES et al., 2014)

É necessário discutir métodos de intervenção que são mais adequados

para que se tenham resultados positivos. A implantação de propostas

preventivas de atuação na saúde vocal do professor, tornando imperativa a

prevenção e evitando o distúrbio de voz relacionado ao trabalho.

Pensando nisso optou-se em realizar como estratégia individual um

exercício com trato vocal semiocluído com canudo imerso a água. Pesquisas

relatam que durante a execução do ETVSO existe uma melhor interação entre

glote e supraglote, fazendo com que a emissão da voz seja mais fluída com

vibrações das pregas vocais mais econômicas e uma melhor eficiência vocal

(TITZE, 2006; SAMPAIO et al., 2008; PAES, 2013; CIELO, 2013), aspectos

importantes para os docentes, já que usam a voz em jornadas prolongadas.

O presente estudo objetivou investigar os efeitos do exercício de fonação

em canudo comercial, como uma estratégia protetora da voz em professores da

rede estadual de ensino de Salvador, Bahia.

15

III. REVISÃO DE LITERATURA

III.I VOZ DO PROFESSOR

O professor é um profissional que apresenta alto risco para desenvolver

problemas de voz decorrente ao uso ocupacional e isso está ligado à exposição

de diversos fatores organizacionais e ambiente de trabalho (Lima-Silva et al.,

2012).

Distúrbios da voz podem decorrer de interações entre fatores hereditários,

comportamentais, estilo de vida e ocupacionais. No campo ocupacional, a

exposição a vários elementos relacionados ao ambiente e organização de

trabalho como jornada de trabalho prolongada, estruturas físicas inadequadas,

sobrecarga, acúmulo de atividades, pressão sonora acima dos níveis de

conforto, má qualidade do ar, trabalho sob forte pressão são alguns fatores de

risco para o aparecimento do distúrbio da voz (SOUZA et al., 2011; BRASIL,

2011; LIMA-SILVA et al., 2012).

O adoecimento de voz no contexto do trabalho é tema de discussões

desde 1997, com a presença de profissionais representantes de diversos grupos

de entidades importantes, entre elas: Centro de Referência em Saúde do

Trabalhador (CEREST/SP), instituições de ensino superior, Conselhos Regional

e Federal de Fonoaudiologia, sindicatos, dentre outras entidades (FERREIRA e

BERNARDI, 2011). Desde então foram realizadas reuniões no intuito de

organizar um material a ser apresentado visando inserir a disfonia no Manual de

Doenças Relacionadas ao Trabalho. O Protocolo que faz referência aos

Distúrbios de Voz relacionados ao Trabalho (DVRT) foi elaborado de forma

coletiva e foi colocado em consulta pública pelo Ministério da Saúde no ano de

2011 (FERRACCIU e ALMEIDA, 2014).

16

No referido protocolo, o DVRT é classificado como: “(...) qualquer forma

de desvio vocal diretamente relacionado ao uso da voz durante a atividade

profissional que diminua, comprometa ou impeça a atuação e/ou comunicação

do trabalhador (Costa, 2003), podendo ou não haver alteração orgânica da

laringe” (BRASIL, 2011, p. 8).

O Protocolo DVRT tem como foco central a vigilância em saúde do

trabalhador e apresenta diretrizes para o diagnóstico, tratamento e prevenção

dos agravos em saúde relacionados ao trabalho (BRASIL, 2011, p. 8).

Gasparini et al. (2005), realizaram um estudo documental com objetivo de

apresentar o perfil dos afastamentos do trabalho por motivos de saúde em

professores. O texto base da pesquisa foi o Relatório da Prefeitura Municipal de

Belo Horizonte elaborado em parceria com o Sindicato Único dos trabalhadores

em Educação de Minas Gerais – sind-UTE e outros sites de bases de dados.

Este estudo foi realizado no período de maio de 2001 a abril de 2002, os

transtornos psíquicos ocuparam o primeiro lugar entre diagnósticos que

provocaram o afastamento (15%), seguidos por doenças do aparelho respiratório

(12%) e doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (11%). O que

chama atenção no trabalho mencionado é que em nenhum momento é citado o

distúrbio de voz como diagnóstico para o afastamento do professor, por mais

que existam consistências científicas da relação entre o uso inadequado da voz,

o sobre-esforço vocal do docente com a interação de ambiente e organização do

trabalho. No Brasil as alterações resultantes dessa forma não são reconhecidas

como doenças relacionadas ao trabalho (FERRACIU e ALMEIDA, 2014).

O estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria Estadual de Saúde e

Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro (SESDEC), é o estado pioneiro em

17

reconhecer o DVRT como uma questão de saúde pública, isso acontece desde

dezembro de 2008 (PRZYSIEZNY e PRZYSIEZNY, 2015). Duas fonoaudiólogas

que fazem parte do CEREST/RJ juntamente com a ajuda de técnicos da Divisão

de Saúde do trabalhador do Rio de Janeiro (DSTRAB/RJ), justificaram de forma

técnica a necessidade de inclusão no Sistema de Informação de Agravos de

Notificação, o SINAN, plataforma digital do Ministério da Saúde, do sintoma

“Disfonia” (CID 10: R49.0) como de interesse estadual para a notificação

(D’OLIVEIRA e TORRES, 2011).

A literatura demonstra elevada prevalência de alterações vocais em

professores. Pesquisadores norte-americanos desenvolveram um estudo com

intuito de verificar os efeitos e frequência dos distúrbios de voz em professores

e na população em geral. Os professores autorreferiram um número

substancialmente maior de sintomas vocais quando comparados a população

geral, 93,7% (15,1% com um sintoma, 13,3% com dois sintomas, 12,1% com

três sintomas, 10,8% com quatro sintomas, e 42,3% com cinco ou mais

sintomas) e 88,7% (22,5% com um, dois com 18,3%, 13,4% com três, de 8,7%,

com quatro, e 25,8% com cinco ou mais) respectivamente. Os professores foram

mais propensos a indicar que a sua voz limita sua capacidade de realizar tarefas

em seu atual trabalho e eles estavam mais propensos a procurar ajuda

profissional para a sua voz quando comparados ao grupo de não professores

(ROY et al., 2004).

Outra pesquisa descreveu e comparou problemas de voz entre um grupo

de professores e de outras profissões, os resultados demonstraram que o grupo

de professores relatou ter mais problemas de voz em relação ao outro grupo,

18

32% e 1%, respectivamente e que apenas 14% procuraram atendimento

especializado (SMITH et al., 1998).

SIMBERG et al. (2005) compararam as respostas de um questionário

aplicado em professores em dois momentos (1988 e 2001). Os resultados

revelaram que houve um aumento de sintomas vocais apresentados pelos

professores em 2001. O sintoma mais relatado foi “voz cansada”, referido por

22% dos professores em 2001 e 9% em 1988.

Em estudo epidemiológico realizado em todos os estados brasileiros com

1651 professores e 1614 não professores destacou que a prevalência de

distúrbios de voz relatados por professores é de 11,6% e 7,5% para não

professores, 73% dos professores autorreferiram ter tido algum problema de voz

durante a vida, já o grupo de não professores, esta prevalência cai para 35,8%.

(BEHLAU et al.,2011).

Em estudo epidemiológico de desenho caso-controle realizado com

professoras do ensino infantil, fundamental e médio da rede municipal de São

Paulo, buscou determinar a associação entre distúrbios de voz e estresse no

trabalho e perda da capacidade de trabalho. O grupo caso foi formado por

professores com alteração nas avaliações de voz e laringe e o grupo controle,

por professores das mesmas escolas sem alteração em ambas as avaliações. A

pesquisa encontrou a associação entre distúrbio de voz e estresse no trabalho,

assim como entre distúrbio de voz e perda de capacidade para o trabalho

(GIANNINI, LATORRE e FERREIRA, 2013).

Alves et al. (2010) fizeram um estudo de caráter transversal com 126

professores do ensino médio de uma escola estadual de Macéio, Alagoas, no

qual verificaram que 87,3% dos professores autorreferiram alteração vocal ao

19

longo do trabalho docente (ALVES et al., 2010). Já o estudo de Dragone et al.

(2010) analisou as publicações sobre a voz do professor no período de 15 anos

(entre 1994 a 2008) e apontou prevalências por problemas vocais autorreferidas

de 30% a 60%.

Estudo de corte transversal realizado com 808 professoras da rede

municipal de ensino da Cidade de Vitória da Conquista, Bahia, demonstrou o uso

intenso da voz relatado por 91,7% das professoras, apontando ainda duas

alterações mais citadas: cansaço ao falar 69,1% e voz rouca ou fraca 67,9%

evidenciando uma elevada referência destas alterações (ARAÚJO et al., 2008).

Outra pesquisa de corte transversal realizada por Ceballos et al. (2011) com 476

professores do ensino fundamental e médio de Salvador, Bahia constatou que a

prevalência de alteração vocal foi de 53,6%.

III.II EXERCÍCIOS DE TRATO VOCAL SEMIOCLUÍDO (ETVSO)

Diversas técnicas vocais são citadas na literatura fonoaudiológica para

prevenção, reabilitação e aperfeiçoamento vocal (PEDROSO, 1997). Técnica

vocal constitui-se em conjunto de modalidades de execução de um exercício

vocal para uma determinada finalidade (PEREIRA et al., 2011).

O conhecimento dos efeitos das técnicas vocais existentes permite uma

boa aplicabilidade e, consequentemente, um bom rendimento e longevidade da

voz para os profissionais que possuem uma alta demanda de uso (PEDROSO,

1997), que é o caso dos professores, população estudada nesta pesquisa.

Para proteger a voz do professor de condições adversas de trabalho,

estratégias (técnicas vocais) individuais podem ser utilizadas, a exemplo do

exercício com trato vocal semiocluído (ETVSO).

20

Existem variações de ETVSO como vibração de línguas e lábios, sons

nasais, sons fricativos, emissão das vogais fechadas “i” e “u”, firmeza glótica,

finger kazzo, fonação em tubos e canudos de diferentes diâmetros e

comprimentos, dentre outros, que formam no trato vocal uma forma de

semioclusão para a execução das técnicas (TITZE, 2006; LAUKKANEN et al.,

2008; CIELO et al., 2013).

O objetivo do ETVSO não é simplesmente treinar o sujeito para que tenha

uma fala mais suave, como na voz “confidencial”, mas sim para possibilitar uma

intensidade normal com menor fonotrauma dos tecidos da prega vocal (ROY et

al., 2006; PAES, 2013). A literatura relata que durante a execução do ETVSO

existe uma melhor interação entre glote e supraglote (fonte e filtro), fazendo com

que a emissão da voz seja mais fluída com vibrações das pregas vocais mais

econômicas e uma melhor eficiência vocal (TITZE, 2006; SAMPAIO et al., 2008;

PAES, 2013), aspectos importantes para profissionais que usam a voz em

jornadas prolongadas.

Os ajustes destes exercícios são variados, a oclusão parcial do lábio faz

com que aconteça uma sensação de leve resistência à passagem do som,

propiciando o controle e realização da técnica sem sobrecarregar a glote. Nesta

oclusão do trato vocal (que é responsável pelas configurações articulatórias

empregadas e pelas propriedades de ressonância, assim como as

características acústicas do som produzido), existe a alteração da pressão

interna em relação à atmosférica, alterando a configuração glótica e o trato vocal,

produzindo diferentes padrões acústicos. O aumento da pressão intraoral gera a

ressonância retroflexa, que resulta em forças de adução e abdução sobre as

21

pregas vocais, diminuindo a tensão e o trauma na colisão das pregas vocais

(TITZE, 2006; SAMPAIO, BEHLAU e OLIVEIRA, 2008).

Quando realizados em tubos, acontece um alongamento do trato vocal,

que vai das pregas vocais até a boca, e age como um modificador na vibração

das pregas vocais, deixando esta movimentação mais confortável (PAES, 2013;

TITZE, 2006). É relatado na literatura também que a execução destes exercícios

provoca modificação na impedância acústica na região do trato vocal, fenômeno

que cria resistência a um sistema de fluxo de energia, deixando a voz mais fluída

e sem esforços durante a fonação (CIELO et al., 2013).

Os ETVSO, especialmente os tubos de ressonância imersos à água,

foram descritos inicialmente pelo finlandês Sovijärv, na década de 60. Durante

as suas experimentações, o pesquisador finlandês testou diversos tamanhos de

tubos, com diferentes diâmetros e comprimentos. (SIMBERG e LAINE, 2007;

CIELO et al., 2013). Na literatura existe a descrição de duas variações de

ETVSO realizados em tubos de ressonância. São eles: tubo de vidro e tubo

flexível.

O exercício com tubo de vidro é realizado com uma das extremidades

imersa em recipiente com água. O tubo deve ter de 26 a 28 cm de comprimento

para uso adulto. É necessário mantê-lo num recipiente de 1,7 litros, com dois

terços de água, para não transbordar durante exercício. A ponta do tubo deve

atingir somente de 1 a 2 cm abaixo da superfície da água para a execução da

estratégia. Solicita-se ao indivíduo que emita um som prolongado /v:/ no tubo.

(SIMBERG, 2007)

Estudo realizado por Paes et al. (2013) apontou modificações

importantes após a execução do exercício com tubo de vidro. Os pesquisadores

22

utilizaram a técnica em 25 professoras com disfonia crônica com intuito de

verificar os efeitos imediatos. Após a execução do exercício observou fonação

mais equilibrada, melhoras nos parâmetros acústicos, como diminuição de

frequência fundamental (F0), diminuição de subharmônicos e melhoria na

qualidade vocal autorreferida.

O tubo flexível, também denominado lax vox, foi descrito por Sihvo (2007).

Possui 35cm de comprimento e 9 mm de diâmetro e é utilizado em uma garrafa

pet de 500 ml de água mineral, onde deve-se colocar a água até a metade. Para

se executar o exercício é necessário emitir um som /u:/ ou /vu:/ com a boca numa

das extremidades do tubo e a outra imersa n´água (LAUKKANEN et al., 2008).

O fluxo da voz e sua reflexão na água aumenta a pressão nas vias aéreas,

o que auxilia a manter a laringe ampla e aberta, evitando esforço excessivo,

reduzindo a força de colisão entre as pregas vocais e produzindo um efeito de

massagem nos tecidos moles da boca e laringe (SIHVO, 2007).

Estudo observou as mudanças acústicas imediatas após a realização de

quatro tipos de fonação em tubo de ressonância flexível em 24 professores com

alterações vocais. A sequência dos exercícios estabelecida foi: fonação em pitch

e loudness confortáveis, execução de glissando ascendente e descendente,

apoio de pressão aérea utilizando o suporte abdominal e a produção de um

trecho da canção “parabéns a você”. A sequência completa dos exercícios durou

dez minutos, evidenciando uma melhora significante em todos os parâmetros

acústicos analisados, jitter, shimmer e proporção harmônico-ruído e os sujeitos,

em sua maioria, relataram resultados positivos na voz depois da execução do

ETVSO (GUZMAN et al., 2012a).

23

Estudo realizado com tubos de vidro e de plástico, com diversos

comprimentos de 14 a 55cm e diâmetros de 2,5 a 7mm, observou, por meio de

eletromiografia pré, durante e pós a execução da técnica, a atividade dos

músculos tireoaritenoideo (TA), cricotireoideo (CT) e cricoaritenoideo lateral

(CAL), realizada em uma pessoa do sexo feminino. A atividade dos músculos

supracitados foi maior durante e pós execução do exercício e foi observado

também que o músculo TA teve uma atividade maior nas vogais fechadas /i/ e

/u/ do que na vogal /a/. (LAUKKANEN et al., 2008).

Pesquisa investigou uma sequência de três tarefas fonatórias de ETVSO

em 11 estudantes de teatro com diagnóstico de síndrome de tensão

musculoesquelética. A sequência dos exercícios era a fonação em tubo de

plástico com 0,5cm de diâmetro e 30cm de comprimento, tubo de plástico com

0,5cm de diâmetro e 10cm de comprimento e, por fim, fonação com o fonema

bilabial /β:/. Durante a fonação dos tubos foi solicitado aos participantes que

emitissem um som semelhante a vogal /u/. Cada técnica foi realizada de três

formas: três emissões sustentadas em pitch e loudness habituais, três

glissandos ascendentes e três glissandos descendentes. Foram realizadas seis

sessões de trinta minutos, uma por semana, e os participantes foram instruídos

a realizar as tarefas duas vezes ao dia em suas residências. Neste estudo foram

encontradas mudanças positivas na espectrografia e os achados da

nasofibrolaringoscopia demonstraram, depois do tratamento, que em três

sujeitos o padrão de hipertensão reduziu, três não apresentavam mais

hipertensão, outros três se mantiveram com o mesmo grau de tensão na

musculatura laríngea e dois apresentavam constrição de banda ventricular

(GUZMAN et al., 2012b).

24

As pesquisas realizadas e relatadas contribuem no fornecimento de dados

multidimensionais sobre as mudanças vocais que estas técnicas proporcionam,

porém durante revisão de literatura não foram encontrados estudos que

verificassem os efeitos de ETVSO em canudo plástico imerso à agua, utilizado

na atual pesquisa.

25

IV. OBJETIVOS

IV.I Objetivo Geral

Investigar os efeitos do exercício de fonação em canudo comercial como

estratégia protetora da voz em professores.

IV.II Objetivos Específicos

Comparar a avaliação perceptivoauditiva nos momentos pré e pós-

intervenção;

Comparar os parâmetros acústicos da voz dos professores pré e pós-

intervenção;

Comparar a autopercepção vocal dos professores pré e pós-

intervenção.

26

V. METODOLOGIA

V.I Delineamento e População

Tratou-se de um estudo de intervenção, pré e pós-teste, com um grupo

único de sujeitos, cego ao avaliador. Participaram 29 professores de um colégio

da rede pública estadual de ensino de Salvador, Bahia, entre os meses de julho

a outubro de 2015. A instituição é classificada como de grande porte, contendo

em seu quadro 71 professores e é destinada aos Ensinos Fundamental e Médio

nos turnos diurnos e educação de jovens e adultos no turno da noite.

A amostra foi selecionada por critério de conveniência. Todos os

professores em exercício ocupacional foram convidados a participar da

pesquisa, após esclarecimento de como aconteceria o estudo. 50 professores se

voluntariaram e receberam os questionários. Destes, 42 devolveram o

questionário juntamente com termos de consentimento assinado e gravaram a

voz. Depois da gravação os professores foram avaliados nos critérios de

elegibilidade. Para fazerem parte do estudo, os sujeitos deveriam apresentar o

uso da voz profissional apenas na atividade docente e ter carga laboral mínima

de 20 horas semanais. Os critérios de exclusão utilizados foram estar em estado

gripal ou infecção de vias aéreas superiores nos momentos de gravação da voz,

sujeitos acima de 65 anos (evitar sinais de presbifonia), que estivessem

realizando fonoterapia vocal concomitante ao período do estudo ou que não

participaram de todos as etapas da pesquisa.

Dos 42 professores que tiveram as vozes gravadas foram excluídos da

pesquisa, já nesta etapa, 6 professoras, 2 por se tratarem de professoras que

estavam apenas na gestão da instituição (direção e coordenação pedagógica),

1 por estar afastada de sala de aula e os outras 3 por estarem com a idade acima

27

de 65 anos. Contudo, ocorreram ainda mais perdas ao longo da intervenção, 6

professores abandonaram a pesquisa e 1 não pode fazer a gravação pós-

intervenção por causa de inflamação na garganta.

V.II Etapas do Estudo

1) Apresentação e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Após autorização da diretora da unidade escolar, através da assinatura

do termo de anuência, os integrantes da equipe, juntamente com o pesquisador

responsável do estudo, compareceram nos dias de Atividades Complementares

(ACs) dos docentes e nos intervalos das aulas para apresentação do projeto e

convite de participação aos professores. Aqueles que demonstraram interesse

em participar da pesquisa receberam um envelope contendo duas cópias do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e o questionário intitulado

“Condições de Trabalho Docente” contendo questões sociodemográficas, de

situação funcional, ambiente de trabalho, organização do trabalho, aspectos

vocais, emocionais, musculoesqueléticos, hábitos e estilo de vida (ANEXOS 1,

2 e 3).

2) Instrumentos e Procedimentos de Avaliação

Gravação vocal

Utilizou-se o protocolo pré-gravação, criado pela equipe de pesquisa com

o objetivo de investigar presença de gripe, infecções de vias aéreas inferiores

e/ou alergias respiratórias que pudessem impedir o sujeito a participar do estudo,

de acordo com os critérios de exclusão e inclusão (ANEXO 4).

Verificados os critérios, os participantes tiveram suas amostras de voz

gravadas e arquivadas por meio do programa VoxMetria da CTS Informática,

instalado em laptop da marca DELL Inspiron 14R 5437-A10, processador Intel®

28

Core™ i5 de 1,60GHz, placa de som de 64 bits da marca MAXXAUDIO4, em

cabina audiométrica compacta, devidamente calibrada, da marca OTOBEL e

modelo BEL-BABY2.

As emissões foram captadas por microfone headset da marca SHURE,

modelo SM10A, unidirecional, acoplado a um pré-amplificador SHURE X2U XLR

e posicionado à distância de 4cm e em ângulo de 45º da boca do falante,

conforme orientação do programa VoxMetria.

Para gravação vocal nos momentos pré e pós- intervenção, aplicou-se o

roteiro do protocolo Consenso da Avaliação Perceptivo-Auditiva da Voz- (CAPE-

V), que consistiu na emissão sustentada das vogais /a:/ e /i:/ de 3 a 5 segundos;

leitura de cinco frases foneticamente balanceadas; resposta para a pergunta

“Como está sua voz hoje?”; Adicionalmente, foi solicitada a emissão da vogal /Ɛ:/

por 3 a 5 segundos para a análise no programa Voxmetria e também do tempo

máximo de fonação (ANEXO 5). A gravação foi realizada em ambiente silencioso

com utilização de cabine acústica calibrada OTOBEL® modelo BEL-BABY2. Os

professores foram solicitados a permanecerem em postura sentada, no interior

da cabine, e emitir as sequências em tom e intensidade habituais.

3) Parâmetros de avaliação da qualidade vocal dos docentes

Avaliação perceptivoauditiva

Aplicou-se o protocolo CAPE-V como instrumento de avaliação

perceptivoauditiva da qualidade vocal. O CAPE-V foi desenvolvido como uma

ferramenta para a avaliação da voz por fonoaudiólogos da American Speech-

Language-Hearing Association (ASHA), traduzido para o português por Behlau

(2004). O objetivo do CAPE-V é descrever o grau de alteração de parâmetros

perceptivoauditivos de um problema vocal (ANEXO 6).

29

O CAPE-V avalia seis parâmetros pré-determinados: intensidade global

da alteração, rugosidade, soprosidade, tensão, pitch e loudness, com a

possibilidade de inclusão de dois aspectos adicionais pelo avaliador, além da

avaliação de ressonância através de 3 tarefas distintas: vogais sustentadas,

frases específicas e conversação espontânea. Para se assinalar o grau do

desvio observado, utiliza-se uma escala analógica linear, com 10 cm de

extensão, onde zero significa ausência de alteração vocal e 10 significa alteração

vocal acentuada. Em vozes brasileiras, os escores entre 0 e 35,5% são

considerados normais; entre 35,6% e 50,5%, sugerem que a qualidade vocal tem

desvio de leve a moderado; de 50,6% a 90,5%, indicam que a alteração vai de

moderada a acentuada e, acima de 90,6%, indicam que a alteração é acentuada

(YAMASAKI et al., 2016).

Ao final da avaliação, a marcação é transformada no número

correspondente, por meio de leitura direta com régua milimetrada. Além da

marcação do desvio nos parâmetros referidos, deve-se indicar se a alteração

assinalada é consistente (C) ou intermitente (I), circulando a respectiva letra

impressa na folha de respostas. No presente estudo utilizou-se o parâmetro

“grau de severidade global ” para a avaliação das amostras vocais.

Três fonoaudiólogas, especialistas em voz e com experiência clínica junto

a professores, foram calibradas por meio de amostras de vozes com as principais

qualidades vocais do protocolo e tipos de ressonâncias gravadas em DVD. As

juízas foram solicitadas a ler as definições operacionais e ouvir as amostras de

vozes imediatamente antes do início da sua avaliação. Em seguida, foram

orientadas a analisar os arquivos de cada voz com fone de ouvido com controle

de volume da marca CLONE®, armazenadas em pastas eletrônicas individuais e

30

preencher o protocolo já codificado, com a avaliação correspondente (ANEXO 7

e 8). As amostras das vozes dos sujeitos enviadas para cada avaliadora foram

randomizadas por meio do programa Research Randomizer, para que ocorresse

cegamento pré e pós-intervenção. Replicou-se 20% das amostras de voz para

cálculo da concordância interna dos avaliadores

Análise Acústica

Através das amostras de voz gravadas obtiveram-se as seguintes

medidas: frequência fundamental (F0); jitter (perturbação da frequência

fundamental ciclo a ciclo); shimmer (perturbação da intensidade ciclo a ciclo);

ruído; e proporção GNE (glottal to noise excitation ratio). Os valores de

normalidade considerados foram os mesmos estabelecidos pelo software

VoxMetria: jitter (<0,60%); shimmer (< 6,50%); ruído (< 2,5 dB) e GNE (0,50 a

1,00 dB). Para a análise da vogal sustentada foram eliminados o início e final da

emissão, devido à elevada instabilidade fonatória.

Autoavaliação vocal

Os participantes preencheram um protocolo de autoavaliação: o Índice de

Triagem para Distúrbio de Voz (ITDV) nos momentos pré e pós-intervenção

(ANEXO 9). Também foram aplicados e analisados dois protocolos de questões

abertas, “Efeitos Esperados Pré-intervenção”, “Efeitos Percebidos Pós-

intervenção” elaborados pela equipe e o protocolo “Percepção Pós-Intervenção”

adaptado de Roy et al. (2003) (ANEXOS 10, 11 e 12).

O ITDV é um instrumento utilizado para triagens vocais e possui alto grau

de sensibilidade. Assim, seu uso deve auxiliar no mapeamento do distúrbio de

voz do professor. O instrumento é validado e apresenta 12 sintomas vocais. O

participante assinala a frequência com que apresenta tais sintomas: “nunca”,

31

“raramente”, “às vezes” ou “sempre”. Cada pontuação nas categorias “às vezes”

ou “sempre” representa um ponto. O escore total do ITDV é calculado por meio

da somatória simples dos pontos obtidos. Valores iguais ou superiores a cinco

sugerem a presença de distúrbio de voz (GHIRARDI et al., 2013).

Os protocolos “Efeitos Esperados Pré-intervenção” e “Efeitos Percebidos

Pós-intervenção” apresentavam as seguintes questões abertas: “Na sua opinião,

quais os efeitos que ela (a intervenção) ocasionará? ” e “Cite os efeitos que

percebeu após a realização da intervenção”. As respostas destes protocolos

foram categorizadas após análise de conteúdo. Para essa análise foi conduzida

leitura e releitura do material coletado, identificando as categorias-chave

capazes de expressarem os relatos obtidos. Com base nesta análise, foi possível

identificar os diferentes tipos de efeitos relatados e avaliar a sua frequência. Em

seguida, os efeitos mais referidos foram mensurados, na análise conduzida, sob

forma de frequência simples, o que possibilitou a comparação entre os principais

efeitos relatados nos momentos pré e pós-intervenção das respostas dos

docentes.

O protocolo “Percepção no pós-intervenção”, através de avaliação

objetiva, analisou a percepção dos professores quanto à intervenção e melhorias

na comunicação promovidas. Por uma escala de frequências (“Nada/Pouco”,

“Moderadamente” e “Muito”), os docentes assinalaram quanto perceberam

melhora na qualidade vocal, voz clara, facilidade ao falar e se acreditavam na

intervenção. E através da escala de frequência “Pouco”, “Moderado” e “Muito”,

os professores classificaram sua adesão à intervenção.

32

Confundidores

Não foram avaliadas possíveis variáveis confundidoras de efeito, tais

como: sexo, ingestão de água, consumo de bebida alcoólica, umidade do

ambiente laboral, ventilação de ambiente laboral.

4) Intervenção

Todos os procedimentos de preparação e execução da intervenção foram

realizados pelos membros da equipe de pesquisa. A equipe recebeu treinamento

prévio por meio de oficina para garantir a homogeneidade dos procedimentos e

monitorar os professores durante o período de intervenção.

Antes da intervenção todos os sujeitos tiveram contato prévio com os

instrumentos que seriam aplicados, assim como foram treinados para realizar o

procedimento e receberam um manual que auxiliavam na execução da

intervenção (Apêndice 1).

Na intervenção aplicada, denominada exercício de trato vocal semiocluído

(ETVSO), adaptada de Sihvo (2007), utilizou-se canudo comercial. Para a

execução do procedimento, os professores foram orientados a emitir um som /v:/

ou /vu:/, em três séries de dez repetições, em fonação confortável, sem tensão

e em tom habitual com um intervalo de descanso de 1 minuto entre as séries

(Paes et al., 2013). Utilizou-se canudo comercial da marca STRAWPLAST® com

21cm de tamanho e 1cm de diâmetro, imerso cerca de 2 a 3cm a uma garrafa

pet de 500 ml de água mineral da marca INDAIÁ® com água até a metade. As

execuções das séries aconteceram antes do início do turno de trabalho.

O tempo total de intervenção foi de quatro semanas baseado no estudo

de Stemple et al. (1995). Cada participante teve seus próprios instrumentos para

a intervenção, sendo renovados sempre que necessários.

33

Os professores foram acompanhados pelos membros da equipe de

pesquisa durante todo o período de intervenção, de segunda a sexta,

diariamente, nos turnos matutino e noturno.

5) Análises dos dados

Para digitação, armazenamento e análise dos dados foi utilizado o

software Statistical Package for the Social Sciencies (SPSS) versão 19.0 para

Windows. As variáveis contínuas foram avaliadas quanto à normalidade pelo

diagrama Q-Q normal que traça os valores esperados para se obter a distribuição

normal contra os valores realmente vistos nos dados (FIELD, 2009). Após

análise de normalidade, as medidas de centralização foram aplicadas de acordo

com o padrão de distribuição apresentado. Média e mediana para distribuição

paramétrica e não-paramétrica, respectivamente. Utilizou-se o teste t pareado

para as variáveis que apresentaram distribuição normal e para as variáveis que

apresentaram a sua distribuição não-normal foi utilizado o teste de postos

sinalizados de Wilcoxon, adotando o nível de significância de 5%.

Foi utilizada como medida de concordância o Coeficiente de Correlação

Intraclasse (ICC) com modelo de randomização mista e tipo de concordância

absoluta, que é uma estimativa da fracção da variabilidade total de medidas,

devido a variações entre os indivíduos (ICC < 0,4 = pobre; 0,4 ≤ ICC < 0,75 =

satisfatória; ICC ≥ 0,75 = excelente), para avaliação da concordância inter-juízas

(FIELD, 2009). O ICC avaliou as medidas pré e pós-intervenção das 3 juízas,

com o respectivo intervalo de confiança de 95%, para esta avaliação foram

utilizadas medidas singulares e a concordância entre as médias. Para avaliar a

consistência da medida pré e pós-intervenção inter- juízas também foi utilizado

o coeficiente α de Cronbach, o índice alpha recomendado deve ser superior a

34

0,70, mas pode ser aceito quando superior a 0,60, de ambas as formas se

garante satisfatória consistência (CRONBACH, 1955 apud BALBINOTTI et al.,

2009). Além disso foi avaliada a diferença de variância das medidas com o teste

F com 5% de significância

Para avaliação da concordância intra-juíza foi utilizado o ICC com os

mesmos parâmetros acima pré-estabelecidos.

Para a análise destes itens, nesta pesquisa, foi considerada a análise da

juíza mais consistente com cálculo do coeficiente Alfa de Cronbach (pré: α=0,86;

pós: α=0,97) e do coeficiente de correlação intraclasse (pré: CCI=0,88; pós:

CCI=0,95). Ambos sugerem uma confiabilidade excelente desta juíza. Ainda foi

aplicado o Teste F ao CCI (pré: p=0,024; pós: p=0,001), verificando-se

significância estatística (p<0,05).

As hipóteses utilizadas neste estudo:

H0 = Medidas vocais pré-teste = medidas vocais pré-teste.

H1 = Medidas vocais pós-teste medidas vocais pós-teste.

6) Aspectos Éticos

Este estudo foi devidamente inscrito na Plataforma Brasil sob o CAAE no.

19722913.4.0000.0053 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), sob o parecer nº

423.012/13. É parte das ações do projeto “Condições de Trabalho Docente e

Saúde: intervenções para construção de ambientes de trabalho saudáveis”

(FAPESB) e “Estratégias Protetoras da Disfonia de Professores (CNPQ). E

atendeu os aspectos éticos, de acordo com a resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde (ANEXO 13).

35

VI. RESULTADOS

VI.I. ARTIGO 1

EXERCÍCIO DE TRATO VOCAL SEMIOCLUÍDO EM CANUDO

COMERCIAL: ESTRATÉGIA PROTETORA DA VOZ DO PROFESSOR

Audiology Communication Research. [Normas de Publicação - Anexo 14;

Submissão - Anexo 15]

36

VI.I ARTIGO 1

EXERCÍCIO DE TRATO VOCAL SEMIOCLUÍDO EM CANUDO

COMERCIAL: ESTRATÉGIA PROTETORA DA VOZ DO PROFESSOR

Fonação em canudo na voz do professor

SEMI-OCLUDED VOCAL TRACT EXERCISE IN COMMERCIAL STRAW:

PROTECTIVE STRATEGY IN TEACHER´S VOICE

Rafael Cabral de Souza(1), Maria Lúcia Vaz Masson(2), Tânia Maria de Araújo(3)

(1) Mestrando do Programa de Pós-graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho,

Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia. Salvador, Bahia, Brasil.

Contribuições de autoria: elaboração do projeto; planejamento e execução da

coleta de dados; análise e interpretação dos dados; redação do artigo;

responsabilidade pela versão final para publicação.

(2) Professora adjunta Departamento de Fonoaudiologia da Universidade

Federal da Bahia e colaboradora do Programa de Pós-graduação em Saúde,

Ambiente e Trabalho, Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia.

Salvador, Bahia, Brasil.

Contribuições de autoria: concepção da temática do projeto; planejamento da

coleta de dados; análise e interpretação dos dados; revisão intelectual crítica;

aprovação da versão final para publicação.

(3) Professora titular pleno do Departamento de Saúde da Universidade Estadual

de Feira de Santana e professora colaboradora do Programa de Pós-graduação

em Saúde, Ambiente e Trabalho, Faculdade de Medicina, Universidade Federal

da Bahia.

37

Contribuições de autoria: concepção da temática do projeto; planejamento da

coleta de dados; análise e interpretação dos dados; revisão intelectual crítica;

aprovação da versão final para publicação.

Artigo foi parte de dissertação para obtenção do grau de Mestre no Programa de

Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho da Universidade Federal da

Bahia, Salvador/BA.

Conflito de interesse: Inexistente

Fontes de auxílio à pesquisa:

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB): Edital

028/2012 - Projeto “Condições de Trabalho Docente e Saúde: intervenções para

construção de ambientes de trabalho saudáveis” (número 132/2013);

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): Edital

Universal MCTI/CNPq no. 14/2014 – Projeto “Estratégias Protetoras de Disfonia

em Professores” (Processo: 458053/2014-7).

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Bolsa CAPES

Autor Responsável: Rafael Cabral de Souza

Endereço: Rua Cônego Pereira, n 46, Ed. Santa Helena, Ap. 05, Barbalho,

Salvador/BA. CEP: 402300-756

E-mail: [email protected]/ telefone: (71)99332-2585

38

RESUMO

Objetivo: verificar a efetividade do exercício de fonação em canudo como

técnica protetora na qualidade vocal de professores. Métodos: Realizou-se uma

pesquisa de intervenção, pré e pós-teste, com um grupo único de docentes, cego

ao avaliador. A amostra foi escolhida por critério de conveniência e composta

por 29 professores de uma escola pública estadual de Salvador, Bahia. Os

sujeitos executaram, durante quatro semanas, exercício de trato vocal

semiocluído com canudo comercial imerso a água. Foram comparados

parâmetros acústicos vocais (F0, jitter, shimmer, ruído e proporção GNE) e a

qualidade vocal obtida antes e depois da intervenção. Resultados: Houve

melhora na qualidade vocal com redução da média do grau global de severidade

vocal na escala CAPE-V, com significância estatística (p= 0,01). Na comparação

dos parâmetros acústicos, constatou-se redução estatisticamente significante

dos indicadores shimmer (p=0,04), ruído (p=0,02) e irregularidade (p=0,03) e

aumento do GNE (p = 0,02). Os demais parâmetros investigados não diferiram

significantemente (p>0,05). Conclusão: O exercício testado propiciou melhora

na qualidade vocal dos professores de acordo com os resultados demonstrados

na avaliação perceptivoauditiva e na análise acústica. A intervenção mostrou-se

um recurso protetor da voz para os docentes participantes do estudo.

Descritores: Docentes; Voz; Treinamento da voz; Saúde do Trabalhador;

Fonoaudiologia.

39

ABSTRACT

Purpose: To verify the effect of phonation exercise in straw as protective strategy

in teacher`s vocal quality. Methods: It was an one group pre-posttest design,

blind-evaluator. The sample was chosen for convenience criterion, composed of

29 teachers from a state high school of Salvador, Bahia, Brazil. The subjects

performed for four weeks, a vocal tract exercise semi-occluded with commercial

tube immersed in water. It were compared vocal acoustic parameters (F0, jitter,

shimmer, noise and ratio GNE) and a vocal quality obtained before and after the

intervention. Results: There was improvement in vocal quality with average

reduction in the overall severity of CAPE-V scale, with statistical significance

(p=0.01). In comparison of acoustic parameters, was found a statistically

significant reduction of indicators shimmer (p=0.04), noise (p=0.02), irregularity

(p=0.03), and increased GNE (p=0.02). The other investigated parameters did

not differ significantly (p>0.05). Conclusion: The exercise used in the present

research propitiated an improvement in vocal quality of teachers according to the

results demonstrated in perceptual evaluation and acoustic analysis. The

intervention worked as a feature voice protector in the participants of the study.

Keywords: Faculty; Voice; Voice Training; Occupational Health; Speech,

Language and Hearing Sciences.

40

INTRODUÇÃO

Os professores apresentam maior prevalência de distúrbios vocais

quando são comparados com a população em geral(1,2,3). Distúrbios da voz

podem decorrer de interações entre fatores hereditários, comportamentais, estilo

de vida e ocupacionais(4). No campo ocupacional, a exposição a vários

elementos relacionados ao ambiente e organização de trabalho como jornada de

trabalho prolongada, estruturas físicas inadequadas, sobrecarga, acúmulo de

atividades, pressão sonora acima dos níveis de conforto, má qualidade do ar,

trabalho sob forte pressão são alguns fatores de risco para o aparecimento do

distúrbio da voz(4,5,6,7).

Pesquisadores norte-americanos desenvolveram estudo com o intuito de

verificar os efeitos e frequência dos distúrbios de voz em professores e na

população em geral. Os professores referiram um número substancialmente

maior de sintomas vocais quando comparados a população geral: 93,7% (15,1%

com um sintoma, 13,3% com dois sintomas, 12,1% com três sintomas, 10,8%

com quatro sintomas, e 42,3% com cinco ou mais sintomas) contra 88,7% na

população em geral (22,5% com um, dois com 18,3%, 13,4% com três, de 8,7%,

com quatro, e 25,8% com cinco ou mais) respectivamente. Os professores foram

mais propensos a indicar que a sua voz limitava sua capacidade de realizar

tarefas em seu atual trabalho e os levava a procurar ajuda profissional para a

sua voz quando comparados ao grupo de não professores(8).

Pesquisa análoga realizada no Brasil evidenciou que a prevalência de

distúrbios de voz relatados por professores era de 11,6% e de 7,5% para não

professores; 73% dos professores autorreferiram ter tido algum problema de voz

41

durante a vida, já o grupo de não professores, esta prevalência caiu para

35,8%(3).

Estudo de corte transversal que buscou identificar fatores associados a

alterações vocais em 808 professoras da rede municipal de ensino da Cidade de

Vitória da Conquista, Bahia, demonstrou o uso intenso da voz relatado pelas

professoras(9).

Estudo de revisão de literatura com publicações nacionais sobre a voz do

professor no período de 1994 a 2008 analisou 500 títulos e revelou que, apesar

da alta prevalência de distúrbios de voz em professores, poucos estudos (9,2%)

avaliaram os efeitos de intervenções e somente 6,2% descreviam as

intervenções(10). Portanto, verifica-se uma lacuna importante no conhecimento

com relação à produção de conhecimento sobre metodologias, procedimentos e

técnicas testadas em professores como estratégias para reduzir problemas

vocais. Esses estudos são ainda mais escassos quando se considerado estudos

de intervenções em contextos de trabalho reais, envolvendo professores no seu

cotidiano habitual de atividades.

Diversas técnicas vocais são citadas na literatura fonoaudiológica para

prevenção, reabilitação e aperfeiçoamento vocal(11). Para proteger a voz do

professor de condições adversas de trabalho, uma das estratégias individuais

que podem ser utilizadas é o exercício com trato vocal semiocluído (ETVSO).

O objetivo do ETVSO, além de treinar o sujeito para que tenha uma fala

mais suave, como na voz “confidencial”, também tem a finalidade de possibilitar

uma intensidade adequada e reduzir o fonotrauma(12). A literatura relata que

durante a execução do ETVSO existe uma melhor interação entre glote e

supraglote (fonte e filtro), fazendo com que a emissão da voz seja mais fluida,

42

com vibrações das pregas vocais mais econômicas e uma melhor eficiência

vocal(12,13,14), aspectos importantes para os professores que usam a voz em

jornadas prolongadas.

Quando realizados em tubos (vidro, látex ou plástico), ocorre um

alongamento do trato vocal, estendendo-se das pregas vocais até a boca,

proporcionando uma fonação mais confortável(12,14).

O uso desse exercício tem mostrado bons resultados na qualidade vocal.

Estudo apontou modificações importantes após a execução do exercício com

tubo de vidro. Os pesquisadores utilizaram a técnica em 25 professoras com

disfonia crônica com o intuito de verificar os efeitos imediatos. Após a execução

do exercício, observou-se fonação mais equilibrada e melhora na qualidade

vocal(15).

O conhecimento dos efeitos das técnicas vocais existentes permite uma

boa aplicabilidade e, consequentemente, um bom rendimento e longevidade da

voz para os profissionais que possuem uma alta demanda de uso(11), que é o

caso dos professores, população estudada nesta pesquisa. Estudo de revisão

de literatura apontou que pesquisas com ETVSO produziram modificações

vocais positivas nos itens de avaliação perceptivoauditiva e acústica(16).

Neste estudo será testado exercício com trato vocal semiocluído

utilizando canudo comercial por ser um método de baixo custo, fácil

aplicabilidade e acesso, podendo ser uma técnica facilmente incorporado ao

cotidiano de trabalho sem investimento financeiro ou de tempo significativos.

Assim, em poucos minutos, o professor poderá executá-lo, no início de seu

trabalho, antes das aulas, sem comprometer a sua jornada ocupacional.

43

Este estudo tem como objetivo analisar o uso do exercício de fonação com

canudo na qualidade vocal e parâmetros acústicos da voz de professores.

44

MÉTODOS

Realizou-se uma pesquisa pré e pós-teste, com grupo único de sujeitos,

cego ao avaliador, em instituição de ensino da rede estadual de Salvador, Bahia,

entre os meses de julho a outubro de 2015. A instituição é classificada como de

grande porte, contendo em seu quadro 71 professores e é destinada aos Ensinos

Fundamental e Médio nos turnos diurnos e educação de jovens e adultos no

turno da noite.

População

Participaram do estudo 29 professores alocados por critério de

conveniência. Todos os professores em exercício profissional foram convidados

a participar da pesquisa, após esclarecimento dos objetivos do estudo. Como

critérios de inclusão estabeleceu-se que os professores deveriam apresentar o

uso da voz profissional apenas na atividade docente, ter carga laboral mínima

de 20 horas semanais e faixa etária até 65 anos. Os critérios de exclusão

utilizados foram: estar em estado gripal ou infecção de vias aéreas superiores

nos momentos de gravação da voz, realizar fonoterapia vocal concomitante ao

período do estudo ou não participação em todas as etapas da pesquisa. O

número de participantes elegíveis que receberam treinamento para a

intervenção, juntamente com as perdas e exclusões após a aplicação dos

critérios de elegibilidade estão apresentados no fluxograma (Figura 1).

Procedimentos pré-intervenção

Após anuência da direção da instituição, os integrantes da equipe

compareceram nos dias de Atividades Complementares (ACs) dos docentes e

nos intervalos das aulas para apresentação do projeto e convite aos professores.

Aqueles que demonstraram interesse em participar da pesquisa receberam um

45

envelope contendo duas cópias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (uma via para o pesquisador principal e outra para o próprio sujeito da

pesquisa) e o questionário estruturado, autoaplicável, com questões

sociodemográficas, de situação funcional, ambiente de trabalho, organização do

trabalho e aspectos vocais. Após análise de critérios de elegibilidade, os

professores, em acordo com os critérios de inclusão e exclusão, foram

encaminhados para a gravação vocal. A equipe de pesquisadores recebeu

treinamento prévio para garantir homogeneidade nos procedimentos durante as

gravações.

As amostras de voz foram gravadas e arquivadas por meio do programa

VoxMetria da CTS Informática, instalado em laptop da marca DELL, modelo

Inspiron 14R 5437-A10, processador Intel® Core™ i5 de 1,60GHz, placa de som

de 64 bits da marca MAXXAUDIO4, em cabina audiométrica compacta,

devidamente calibrada, da marca OTOBEL, modelo BEL-BABY2.

As emissões foram captadas por microfone headset da marca SHURE,

modelo SM10A, unidirecional, acoplado a um pré-amplificador SHURE X2U XLR

e posicionado à distância de 4cm e em ângulo de 45º da boca do participante.

Aplicou-se o roteiro do protocolo Consenso da Avaliação Perceptivo-

Auditiva da Voz (CAPE-V)(17), que consistiu na emissão sustentada das vogais

/a:/ e /i:/; leitura de cinco frases foneticamente balanceadas; resposta para a

pergunta “Como está sua voz hoje?”. Adicionalmente, foi solicitada a emissão da

vogal /Ɛ:/ de 3 a 5 segundos e no tempo máximo de fonação. Os professores

foram solicitados a permanecerem em postura sentada, dentro da cabina

audiométrica, e emitir as sequências em tom e intensidade habitual. O CAPE-V

46

também foi utilizado como instrumento de avaliação perceptivoauditiva da

qualidade vocal, respondido no momento da gravação.

Através da amostra vocal da vogal /Ɛ:/ foram obtidas as medidas de

frequência fundamental (F0), jitter (perturbação da frequência fundamental ciclo

a ciclo), shimmer (perturbação da intensidade ciclo a ciclo), irregularidade, ruído

e GNE (glottal to noise excitation ratio). Os valores de normalidade considerados

foram os mesmos estabelecidos pelo software VoxMetria: jitter (<0,60%);

shimmer (< 6,50%); ruído (< 2,5 dB), irregularidade (<4,75%) e GNE (0,50 a 1,00

dB). Para a análise da vogal sustentada foram eliminados o início e final da

emissão, devido à elevada instabilidade fonatória.

Intervenção

Na intervenção aplicada, denominada exercício de trato vocal semiocluído

(ETVSO), adaptada de Sihvo(18), utilizou-se canudo comercial ao invés de tubo

flexível (lax vox). A utilização do canudo comercial como estratégia permitiu que

a técnica fosse de fácil acesso e realização. Para a execução do procedimento,

os professores foram orientados a emitir um som /v:/ ou /vu:/, em três séries de

dez repetições, em fonação confortável, sem tensão e em tom habitual com um

intervalo de descanso de um minuto entre as séries(15). Utilizou-se canudo

comercial com 21cm de tamanho e 1cm de diâmetro da marca STRAWPLAST®,

imerso cerca de 2 a 3 cm a uma garrafa pet de água mineral de 500 ml da marca

INDAIÁ®, cheia até a metade. As execuções das séries aconteceram apenas no

ambiente escolar e antes do início do turno de trabalho. O tempo total de

intervenção foi de quatro semanas, baseado no estudo de Stemple19. Antes do

início da intervenção os professores foram treinados para realizar o

procedimento e receberam um manual que os auxiliava na execução do

47

exercício. Os professores foram acompanhados pelos membros da equipe de

pesquisa durante todo o período de intervenção, diariamente, de segunda a

sexta, nos turnos matutino e noturno.

Procedimentos pós-intervenção

Os procedimentos do momento inicial (pré-intervenção) foram repetidos

para a gravação das amostras de voz após as quatro semanas de intervenção

(pós-intervenção).

Análise dos dados

A análise perceptivoauditiva ocorreu de forma independente e cega,

sendo analisadas as vogais solicitadas no CAPE-V e as amostras de fala

encadeada. O conteúdo das amostras de fala espontânea identificava o

momento da gravação (pré ou pós-intervenção) e, por esta razão, foram

excluídas da análise. Considerou-se o grau global de severidade vocal.

Para a análise acústica, foi utilizada apenas a emissão da vogal /Ɛ:/ para

os indicadores frequência fundamental (f0); jitter, shimmer, proporção GNE e

ruído, por ser a amostra para qual o programa Voxmetria está calibrado e para

frases do CAPE-V para o indicador perceptivoauditivo de grau geral da alteração

vocal.

O software Statistical Package for the Social Sciencies - SPSS versão

19.0 para Windows foi utilizado para digitação, armazenamento e análise dos

dados. A caracterização da população foi realizada por meio da estatística

descritiva, apresentando-se os valores mínimo e máximo, média e desvio-padrão

das variáveis quantitativas.

As variáveis contínuas foram analisadas quanto à normalidade pelo

diagrama Q-Q normal que traça os valores esperados para obtenção da

48

distribuição normal contra os valores realmente vistos nos dados(20). Após esta

análise, as medidas de centralização foram aplicadas de acordo com o padrão

de distribuição apresentado: média e mediana para distribuição paramétrica e

não-paramétrica, respectivamente. Utilizou-se o teste t pareado para as variáveis

grau global de severidade do CAPE-V, GNE e irregularidade. Para a análise da

frequência fundamental da fala encadeada, da vogal /Ɛ:/, jitter; shimmer e ruído

foi aplicado o teste de postos sinalizados de Wilcoxon, adotando o nível de

significância de 5%.

Três fonoaudiólogas, especialistas em voz, foram calibradas por meio de

amostras de vozes com as principais qualidades vocais do protocolo e tipos de

ressonâncias gravadas em Digital Versatile Disc (DVD). As juízas foram

solicitadas a ler as definições operacionais e ouvir as amostras de vozes

imediatamente antes do início da sua avaliação. Em seguida, foram orientadas

a analisar os arquivos de cada voz com fone de ouvido com controle de volume

da marca CLONE® e preencher o protocolo já codificado, com a avaliação

correspondente. As amostras das vozes dos professores enviadas para cada

avaliadora foram randomizadas de modo simples, por docente e momento da

intervenção, com o programa Research Randomizer, para que ocorresse

cegamento. Replicaram-se 20% das amostras de voz para cálculo da

concordância interna dos avaliadores.

O ICC (Coeficiente de Correlação Intraclasse) com modelo de

randomização mista e tipo de concordância absoluta, que é uma estimativa da

fracção da variabilidade total de medidas, devido a variações entre os indivíduos

(ICC < 0,4 = pobre; 0,4 ≤ ICC < 0,75 = satisfatória; ICC ≥ 0,75 = excelente), foi

utilizado para avaliação das concordâncias inter e intra-juízas. Também foi

49

utilizado o coeficiente α de Cronbach - o índice recomendado deve ser superior

a 0,70, mas pode ser aceito quando superior a 0,60, de ambas as formas se

garante satisfatória consistência. Além disso, foi avaliada a diferença de

variância das medidas com o teste F com 5% de significância. Para o estudo, foi

considerada a análise da juíza mais consistente com cálculo do coeficiente Alfa

de Cronbach (pré: α=0,86; pós: α=0,97) e do coeficiente de correlação

intraclasse (pré: CCI=0,88; pós: CCI=0,95). Ambos sugerem uma confiabilidade

excelente desta juíza. Ainda foi aplicado o Teste F ao CCI (pré: p=0,02; pós:

p=0,00), verificando-se significância estatística (p<0,05).

Aspectos Éticos

Este estudo foi devidamente inscrito na Plataforma Brasil sob o CAAE no.

19722913.4.0000.0053 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), sob o parecer nº

423.012/13. É parte das ações do projeto “Condições de Trabalho Docente e

Saúde: intervenções para construção de ambientes de trabalho saudáveis”,

FAPESB (número 132/2013) e “Estratégias Protetoras da Disfonia de

Professores”, CNPQ (processo: 458053/2014-7). O estudo atendeu os aspectos

éticos, de acordo com a Resolução no. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

50

RESULTADOS

A população estudada caracterizou-se por ser composta majoritariamente

por mulheres (79,3%), com formação no nível de Especialização (79,3%), que

trabalhava apenas na instituição investigada (62,1%). Com relação à carga

horária de trabalho, 31,0% referiram ter 40 horas e 44,7% trabalhavam por mais

de 40 horas. Pouco mais da metade (55,2%) relatou satisfação com o seu

trabalho.

Os resultados relacionados à análise perceptivoauditiva demonstraram

uma melhora na qualidade vocal com redução da média do grau geral de

alteração na escala CAPE-V, com significância estatística (p=0,01) (Tabela 1).

Na comparação pré e pós-intervenção dos parâmetros acústicos,

constatou-se redução estatisticamente significante dos indicadores shimmer

(p=0,04), ruído (p=0,02) e irregularidade (p=0,03) e aumento do GNE (p=0,02).

Os demais parâmetros investigados não diferiram significantemente (p>0,05)

(Tabela 1).

51

DISCUSSÃO

Este estudo teve o objetivo de verificar os efeitos do exercício de fonação

em canudo comercial na voz de professores que executaram a técnica, durante

quatro semanas consecutivas, antes do turno de trabalho. Os resultados

demonstraram melhora da qualidade vocal na avaliação perceptivoauditiva e nos

parâmetros acústicos shimmer, proporção GNE, irregularidade e ruído.

Nesta pesquisa, foram estimados parâmetros relativos a duas avaliações

clínicas comumente utilizadas na prática fonoaudiológica para análise da voz, as

análises perceptivoauditiva e acústica. A análise perceptivoauditiva, método

subjetivo de análise vocal, é considerada padrão-ouro na avaliação da qualidade

da voz. A acústica, recurso complementar e não invasivo, possibilita um

detalhamento no processo de geração do sinal sonoro, sendo uma análise

objetiva que propicia a integração com a perceptivoauditiva, e pode sinalizar

parâmetros alterados quando a primeira análise ainda demonstra desvios

normais, referente a sua maior acuidade em relação à orelha humana(21).

Portanto, neste estudo, a técnica testada (ETVSO) foi avaliada por parâmetros

reconhecidos como bons indicadores para a análise de qualidade vocal.

Os resultados da avaliação perceptivoauditiva nas tarefas de vogal

sustentada e fala encadeada do presente estudo, evidenciaram melhora após a

aplicação da técnica no período de quatro semanas. Ressaltando que em ambos

os momentos (pré e pós-intervenção), os professores já apresentavam

características vocais dentro dos padrões esperados de normalidade (96,6%),

que corrobora com estudo realizado com professoras de toda a rede de ensino

da cidade de Santa Maria (RS) o qual utilizou o CAPE-V como ferramenta de

avaliação(21).

52

Os achados obtidos são coerentes com resultados de outros estudos. Em

pesquisa com finalidade de verificar a diferença da qualidade vocal após a

utilização do ETVSO com fonação em canudos de alta resistência em mulheres

sem queixa vocal, os autores concluíram pela melhora da emissão vocal na

análise perceptivoauditiva após a execução imediata da técnica(13). Em outro

estudo verificou-se o efeito imediato do exercício vocal sopro e som agudo em

dois grupos de mulheres com queixa e sem queixa vocal. Demonstrou-se, na

avaliação perceptivoauditiva, que a melhor emissão foi percebida com maior

frequência após a execução do exercício em ambos os grupos(22).

Ao comparar os valores dos parâmetros acústicos obtidos pré e pós-

intervenção extraídos da amostra da vogal sustentada /Ɛ:/, observou-se

melhora, com diferença estatisticamente significativa, para o shimmer, proporção

GNE, ruído e irregularidade. Estes resultados indicam que a intervenção utilizada

possui efeito positivo nas características vibratórias das pregas vocais.

No presente estudo, as medidas de F0 nas tarefas sofreram duas

alterações distintas, na amostra de fala encadeada houve um discreto aumento

neste parâmetro, já na amostra da vogal sustentadas /Ɛ:/ houve uma redução

Estudo verificou elevação da F0 em sujeitos, sem especificar as atividades

laborais, com e sem queixas vocais. Os autores sugerem, como possível causa

do aumento da F0 em fonação com canudo de alta resistência, a tensão

realizada pelos indivíduos durante a realização do exame laríngeo, que provocou

a elevação da laringe e também a maior contração do músculo cricotireoideo

(CT) na emissão do exercício, portanto, levando ao aumento de F0(23). Segundo

dados da literatura, o discreto aumento da F0 com foco no uso profissional é

indicado para mensurar a resistência vocal. O músculo cricotireoideo (CT) tem

53

uma ação maior e está menos suscetível à fadiga, devido a predominância de

fibras musculares mais resistentes. Já o músculo tireoaritenoideo (TA), utilizado

com a laringe em posição baixa e estável, melhora a adução das pregas

vocais(23,24,25,26).

Por ser um ETVSO, a técnica do canudo aumenta a ressonância

retroflexa, com diminuição da força adutora das pregas vocais, espera-se que a

laringe mantenha a posição mais baixa e com estabilidade, evidenciando a sua

inclusão como mecanismo de proteção para a voz(13,27,28). A combinação da

impedância pela adução das pregas vocais e do alongamento do trato vocal com

a descida da laringe pode proporcionar uma voz mais eficiente e econômica(27).

As pesquisas que averiguaram a frequência fundamental após aplicação

de técnicas imediatas de ETVSO em geral demostraram redução da F0,

verificando-se o abaixamento da laringe em indivíduos sem alterações

vocais(13,15,28).

O shimmer foi um dos parâmetros acústicos que apresentaram diminuição

com significância após a intervenção, representando redução na periodicidade

da amplitude da onda sonora ciclo-a-ciclo e também está relacionado ao ruído

na produção vocal(28). Em estudo com professores, após execução imediata de

um ETVSO, encontrou-se diferença nesta medida e no jitter e relacionaram a

melhora ao efeito positivo nas características vibratórias das pregas vocais(22,28).

No presente estudo, o shimmer recebe influências positivas de modo mais

evidente, podemos relacionar com uma maior estabilidade vocal que

consequentemente vai melhorar a qualidade da voz.

A medida acústica GNE (glottal noise excitation) calcula o ruído produzido

pela oscilação das pregas vocais. Na presente pesquisa, houve o aumento desta

54

proporção, indicando aumento da energia harmônica contrapondo o ruído.

Houve maior fechamento glótico, estabilidade e menor escape aéreo

transglótico, melhorando a qualidade vocal(22).

A outra medida, ruído, também obteve redução, tendo efeito positivo na

voz dos professores. Isso pode estar relacionado ao aumento da pressão

intraoral, já citado em outros estudos, devido a mudança positiva na vibração

das pregas vocais, maximizando a vibração da mucosa, que produz aumento da

energia harmônica com diminuição do ruído, supondo uma melhor eficiência

glótica(12,28).

Houve redução na irregularidade que se refere a flutuação da voz ao longo

do tempo considerando a instabilidade de frequência e intensidade ao longo

prazo, indicando que, na atual pesquisa, houve melhora na instabilidade da

frequência da vogal /Ɛ:/(14).

Portanto, o aumento da proporção GNE e diminuição dos parâmetros de

ruído observados podem estar relacionados a uma melhora na simetria vibratória

das pregas vocais e com sinal mais periódico, assim como a diminuição da

energia aperiódica do sinal e maior estabilidade vocal.

Cabe ressaltar que este estudo representa um passo inicial na busca de

uma maior compreensão acerca de evidências que possam auxiliar na avaliação

de indicadores de desempenho do exercício em fonação em canudo comercial

imerso a água em professores. A maioria dos estudos encontrados investigou os

efeitos imediatos, o que dificulta a comparação com o presente estudo, que

envolveu quatro semanas de exercícios e acompanhamento. Como estudos com

intervenções a longo prazo possibilitam mudanças nas medidas averiguadas e

vozes alteradas são mais sensíveis a mudanças do que amostras normais ou

55

levemente alteradas, os achados deste estudo podem fornecer pistas mais

sólidas sobre os possíveis benefícios deste tipo de estratégia para proteção da

voz.

Ressalta-se que o número pequeno de docentes e a amostra por

conveniência impõem limites importantes na avaliação dos resultados obtidos,

devendo-se analisá-los com cautela. Por se tratar de uma amostra de

conveniência, os resultados obtidos baseam-se em amostragem não

probabilística, portanto não permitem generalizações a respeito da população de

interesse.

Também em decorrência do número restrito de participantes, não foi

possível a alocação aleatória com utilização de grupo controle, limitando os

resultados da pesquisa.

Apesar dessas limitações, o estudo foi capaz de produzir resultados

relevantes que apoiam a adoção de uma medida simples, acessível e que pode

facilmente ser incorporada ao trabalho rotineiro da atividade docente como uma

boa estratégia de proteção à voz. Desse modo, incentiva sua adoção e estimula

estudos futuros que possam investir em conhecer mais sobre essa técnica e seu

alcance.

56

CONCLUSÃO

O exercício do trato vocal semiocluído com canudo comercial utilizado na

presente pesquisa possibilitou a melhora na qualidade vocal tendo em vista os

resultados positivos encontrados na avaliação perceptivoauditiva e na análise

acústica. A intervenção tem potencial para ser utilizada como recurso protetor da

voz de populações de alta demanda vocal, sendo um instrumento de baixo custo

e fácil acesso. Sugere-se a realização de estudos controlados, com um maior

número de professores assim como em profissionais que utilizam a voz como

ferramenta de trabalho para confirmação dos resultados.

57

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61

Figura 1. Fluxograma com as etapas do estudo. Salvador, Bahia, 2015

Pré-intervenção

autoavaliação, avaliação perceptivo-auditiva e

análise acústica

n=36 (elegíveis)

Intervenção (ETVSO)

4 semanas

n=36

Pós-intervenção

autoavaliação, avaliação perceptivo-auditiva e

análise acústica

n=29

- Não encontrados (n=11) - Não atenderam critérios

de inclusão (n=6)

- Desistências (n=8)

- Recusas (n=10)

-

Professores

n=71

- Abandonos (n=6)

- Não pôde gravar (n=1)

62

Tabela 1: Diferença entre as medidas obtidas da avaliação perceptivoauditiva e acústica nos momentos pré e pós-

intervenção com ETVSO em professores (n=29) de uma escola da rede estadual de ensino. Salvador, Bahia, 2015

Pré-intervenção Pós-intervenção

Desfecho Amostra Média DP Mediana Média DP Mediana p-valor

CAPE-V 19,00 8,90 19,00 14,38 10,08 13,00 0,0100**

F0 média (Hz) /Ɛ:/ 185,98 33,24 193,65 184,12 34,77 190,88 0,7210**

Jitter (%) /Ɛ:/ 0,18 0,15 0,13 0,14 0,09 0,11 0,1090**

Shimmer (%) /Ɛ:/ 3,38 1,56 3,16 2,84 0,89 2,78 0,0450**

GNE (dB) /Ɛ:/ 0,86 0,12 ,92 0,90 0,08 0,94 0,0260*

Ruído (dB) /Ɛ:/ 0,80 0,51 0,56 0,63 0,34 0,50 0,0260**

Irregularidade

(dB)

/Ɛ:/ 3,45 0,69 3,38 3,20 0,50 3,17 0,0300*

F0 média (Hz) Encadeada 183,54 31,36 191,84 183,24 33,55 192,86 0,8370**

*Teste t para amostras pareadas

**Teste de Wilcoxon

63

VI.II. ARTIGO 2

EFEITOS AUTORREFERIDOS E PERCEPTIVOAUDITIVOS DO EXERCÍCIO DO TRATO VOCAL SEMIOCLUÍDO EM CANUDO COMERCIAL NA VOZ DO

PROFESSOR

Revista CEFAC. [Normas de Publicação - Anexo 16; Submissão – Anexo 17]

64

VI.II ARTIGO 2

EFEITOS AUTORREFERIDOS E PERCEPTIVOAUDITIVOS DO EXERCÍCIO DO TRATO VOCAL SEMIOCLUÍDO EM CANUDO COMERCIAL NA VOZ DO

PROFESSOR

FONAÇÃO EM CANUDO COMERCIAL NA VOZ DO PROFESSOR

SELF-REPORTED AND AUDITORY-PERCEPTIVE EFFECTS OF SEMI-OCLUDED VOCAL TRACT EXERCISE STRAW IN TEACHER´S VOICE

Rafael Cabral de Souza(1), Maria Lúcia Vaz Masson(1), Tânia Maria de Araújo (2)

(1) Universidade Federal da Bahia, UFBA, Salvador, Ba, Brasil.

(2) Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS, Feira de Santana, BA, Brasil.

Autor Responsável: Rafael Cabral de Souza

Endereço: Rua Cônego Pereira, n 46, Ed. Santa Helena, Ap. 05, Barbalho, Salvador/BA. CEP: 402300-756

E-mail: [email protected]

Área: Saúde Coletiva

Tipo de Manuscrito: Artigo original Fontes de auxílio à pesquisa: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB): Edital 028/2012 - Projeto “Condições de Trabalho Docente e Saúde: intervenções para construção de ambientes de trabalho saudáveis” (número 132/2013); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): Edital Universal MCTI/CNPq no. 14/2014 – Projeto “Estratégias Protetoras de Disfonia em Professores” (Processo: 458053/2014-7). Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Bolsa CAPES Conflito de Interesse: Inexistente

Artigo foi parte de dissertação para obtenção do grau de Mestre no Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho da Universidade Federal da Bahia, Salvador/BA.

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RESUMO Objetivo: verificar os efeitos do exercício de fonação em canudo comercial na voz de professores. Métodos: Estudo de intervenção, com grupo único de professores, cego ao avaliador. Os participantes foram solicitados a executar o exercício de fonação em canudo imerso a uma garrafa com água no início do turno de trabalho, por quatro semanas consecutivas. Utilizou-se o parâmetro grau global de severidade (CAPE-V) para a avaliação perceptivoauditiva, o protocolo de autoavaliação ITDV e os efeitos vocais autorreferidos na comparação entre os momentos pré e pós-intervenção. Resultados: A média de idade dos professores foi de 45,28 (± 8,48) anos, variando entre 30 e 58 anos, sendo composta, na sua maioria, pelo sexo feminino (79,3%). A frequência de alteração vocal autorreferida foi 58,6%. Houve decréscimo na média dos escores do CAPE-V e do ITDV na comparação antes e após a intervenção com significância estatística (p<0,05). Pós-intervenção os efeitos autorreferidos ocorridos com maior frequência foram “melhora na voz”, “menor cansaço” (ambos com 37,9%). Conclusão: O exercício do trato vocal semiocluído com canudo comercial promoveu melhoria na qualidade vocal e efeitos benéficos segundo a autopercepção dos professores e pode ser utilizado como medida protetora para a voz. Descritores: Docentes; Voz; Treinamento da voz; Saúde do Trabalhador; Fonoaudiologia.

ABSTRACT

Purpose: To verify the effects of phonation exercise in commercial straw in voice of teacher’s voice. Methods: One group pre-posttest blind-evaluator design. Were attended 29 teachers from a State Public High School in Salvador, Bahia. The participants were asked to perform phonation exercise in straw immersed in a bottle with water in 3 sets of 10 repetitions, in the beginning of their shift of work, for four consecutive weeks. It was used the parameter "overall severity " of CAPE-V for the perceptual evaluation, the self-assessment protocol SIVD, and Vocal Effects self-reported before and after the intervention. Results: Mean age of the teachers was 45.28 (± 8.48) years, ranging between 30 and 58 years, sample was composed mostly female 79.3%, and self-reported voice alteration frequency was 58,6%. There was a decrease in CAPE-V scale, and ITDV/SIVD scores comparing before and after the intervention with statistical significance (p<0.05). After the intervention the effects with biggest indexes self-reported were "improved voice", "less tired" (both with 37.9%), "lower hoarseness" (34.5%), "vocal comfort" (27.6%) and "more powerful voice" (20.7%). Conclusion: The semmi-ocluded vocal tract exercise with commercial straw promoted an improvement of vocal quality and also beneficial effects in the self-perception of teachers and can be used as protective strategy of voice.

Keywords: Faculty; Voice; Voice Training; Occupational Health; Speech, Language and Hearing Sciences.

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INTRODUÇÃO O professor é o profissional que mais adoece por problemas de voz e ao

mesmo tempo é o grupo ocupacional que é alvo da maioria das pesquisas nesta temática. Ganham destaque por apresentar alto risco de desenvolver distúrbios da voz de origem ocupacional devido à exposição a fatores que se relacionam com o ambiente e organização do trabalho1. Quando comparados a outras profissões, evidencia-se alta ocorrência de alteração vocal em docentes, associada a fatores como elevado ruído nas salas de aula e uso habitual de voz em forte intensidade2.

Mesmo com grande frequência de alterações vocais, os professores permanecem utilizando sua voz com uma demanda considerável, ressaltando que eles estão expostos a riscos ocupacionais, além de ser pouco frequente a utilização de técnicas protetoras para evitar o aparecimento destas alterações3.

Na literatura existe registro do desenvolvimento de alteração vocal decorrente do uso ocupacional, relacionando-a ao recorrente uso excessivo da voz2. Como os professores a utilizam intensamente estão pré-dispostos a ocasionar um processo de atrito excessivo causado pela movimentação repetitiva das pregas vocais, gerando um fonotrauma que pode levar a lesões nos tecidos que fazem a composição da estrutura anatômica4-7.

Pesquisa de caráter transversal com 126 professores do ensino médio de

uma escola estadual de Macéio, Alagoas, no qual verificaram que 87,3% dos

professores autorreferiram alteração vocal ao longo do trabalho docente (ALVES

et al., 2010). Já o estudo de Dragone et al. (2010) analisou as publicações sobre

a voz do professor no período de 15 anos (entre 1994 a 2008) apontou

prevalências por problemas vocais autorreferidas de 30% a 60%8.

Estudos de intervenção são poucos realizados para verificar os efeitos de determinadas técnicas nas vozes dos professores, um dos poucos estudos com este desenho realizou um ensaio clínico randomizado objetivando verificar os efeitos de duas técnicas em vozes de professores de nível superior. Participaram 42 professores de uma instituição de ensino superior público da cidade de Porto Alegre. Os participantes foram randomizados em dois grupos: grupo de massagem manual perilaríngea (G1) e grupo de treinamento vocal tradicional (G2). Em ambos os grupos os sintomas vocais mais referidos foram sensação de secura na garganta e rouquidão antes (66,6%, 40,4%, respectivamente) e após as intervenções vocais (30,9%, 14,2%, respectivamente), mostrando uma redução na prevalência de sintomas vocais após a execução das técnicas9.

Em pesquisa de análise descritiva objetivando descrever os resultados

obtidos por um programa de prevenção a saúde vocal do professor demonstrou

a diminuição significativa de sintomas vocais relatados pelos docentes que

participaram efetivamente do programa, em particular dos grupos avançados,

com realização de exercícios vocais10.

Considerando o exposto, o objetivo do presente trabalho é verificar os efeitos do exercício de fonação em canudo comercial como uma estratégia protetora da voz na qualidade vocal e na autoavaliação de professores de uma escola da rede pública estadual de ensino.

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MÉTODOS Este estudo foi devidamente inscrito na Plataforma Brasil sob o CAAE no.

19722913.4.0000.0053 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), sob o parecer nº 423.012/13.

Foi realizado um estudo pré e pós-teste com um grupo único de professores, cego ao avaliador. Participaram 29 professores de um colégio da rede pública estadual de ensino de Salvador, Bahia, entre os meses de julho a outubro de 2015 (Figura 1). A amostra foi selecionada por critério de conveniência. Após autorização da diretora da unidade escolar, através da assinatura do termo de anuência, os integrantes da equipe, juntamente com o pesquisador responsável pelo estudo, compareceram nos dias de Atividades Complementares (ACs) e nos intervalos das aulas para apresentação do projeto e convite de participação. Todos os docentes em exercício profisssional foram convidados a participar da pesquisa. Aqueles que demonstraram interesse em participar receberam um envelope contendo duas cópias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), uma cópia pertencia ao professor e a outra foi assinada e devolvida à equipe, e o questionário intitulado “Condições de Trabalho Docente” continha questões sociodemográficas, de situação funcional, ambiente de trabalho, organização do trabalho, aspectos vocais, emocionais, musculoesqueléticos, hábitos e estilo de vida.

Para participar do estudo, os docentes deveriam atender aos seguintes critérios: apresentar o uso da voz profissional apenas na atividade docente e ter carga laboral mínima de 20 horas semanais na atividade docente. Os critérios de exclusão foram: estar em estado gripal ou com infecção de vias aéreas superiores nos momentos de gravação da voz, ter idade acima de 65 anos, estar realizando fonoterapia vocal concomitante ao período do estudo e não participar de todas as etapas da pesquisa.

Gravação vocal Utilizou-se o protocolo pré-gravação, criado pela equipe de pesquisa com

o objetivo de investigar presença de gripe, infecções de vias aéreas inferiores e/ou alergias respiratórias que pudessem impedir o professor de participar do estudo, de acordo com os critérios de exclusão e inclusão.

Verificados os critérios, os participantes tiveram suas amostras de voz gravadas e arquivadas por meio do programa VoxMetria da CTS Informática, instalado em laptop da marca DELL, modelo Inspiron 14R 5437-A10, processador Intel® Core™ i5 de 1,60GHz, placa de som de 64 bits da marca MAXXAUDIO4, em cabina audiométrica compacta, devidamente calibrada, da marca OTOBEL e modelo BEL-BABY2.

As emissões foram captadas por microfone headset da marca SHURE, modelo SM10A, unidirecional, acoplado a um pré-amplificador SHURE X2U XLR e posicionado à distância de 4cm e em ângulo de 45º da boca do falante, conforme orientação do fabricante do programa VoxMetria.

Para gravação vocal nos momentos pré e pós-intervenção, aplicou-se o roteiro do protocolo “Consenso da Avaliação Perceptivo-Auditiva da Voz” (CAPE-V), que consistiu na emissão sustentada das vogais /a:/ e /i:/, com duração de 3 a 5 segundos; leitura de cinco frases foneticamente balanceadas; resposta para a pergunta “Como está sua voz hoje?”; Além das questões constantes do CAPE-V, também foi solicitada a emissão da vogal /Ɛ:/ de 3 a 5 s e em tempo máximo

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de fonação. Os professores foram solicitados a permanecerem em postura sentada no interior da cabina e emitir as sequências em tom e intensidade habitual.

Avaliação perceptivoauditiva Aplicou-se o protocolo CAPE-V como instrumento de avaliação

perceptivoauditiva da qualidade vocal. O CAPE-V foi desenvolvido como uma ferramenta para a avaliação da voz por fonoaudiólogos da American Speech-Language-Hearing Association (ASHA), traduzido para o português por Behlau11. O objetivo do CAPE-V é descrever a severidade de parâmetros perceptivoauditivos de um problema vocal.

No presente estudo utilizou-se o parâmetro grau global de severidade vocal para a avaliação das amostras vocais e análises estatísticas. Três fonoaudiólogas, especialistas em voz e com experiência junto a professores, foram calibradas por meio de amostras de vozes com as principais qualidades vocais do protocolo e tipos de ressonâncias gravadas em Digital Versatile Disc (DVD). As juízas foram solicitadas a ler as definições operacionais e ouvir as amostras de vozes utilizando um fone de ouvido com controle de volume da marca CLONE®. As amostras das vozes dos professores enviadas para cada avaliadora foram previamente randomizadas de maneira simples por meio do programa Research Randomizer, para que ocorresse cegamento pré e pós-intervenção.

Autoavaliação vocal Os participantes preencheram dois protocolos de autoavaliação: o Índice de Triagem para Distúrbio de Voz (ITDV)12, antes e após a intervenção. Também foram aplicadas e analisadas as respostas às questões abertas “Efeitos Esperados Pré-intervenção” e “Efeitos Percebidos Pós-intervenção” elaboradas pela equipe e questões sobre “Percepção Pós-Intervenção”, adaptadas de Roy et al. (2003). O ITDV é um instrumento utilizado para triagens vocais e possui alto grau de sensibilidade. Assim, seu uso deve auxiliar no mapeamento do distúrbio de voz do professor. O instrumento é validado e apresenta 12 sintomas vocais. O participante deve assinalar a frequência com que apresenta tais sintomas: “nunca”, “raramente”, “às vezes” ou “sempre”. Cada pontuação nas categorias “às vezes” ou “sempre” representa um ponto. O escore total do ITDV é calculado por meio da somatória simples dos pontos obtidos. Valores iguais ou superiores a cinco sugerem a presença de distúrbio de voz12.

Os protocolos “Efeitos Esperados Pré-intervenção” e “Efeitos Percebidos Pós-intervenção” apresentavam as seguintes questões abertas: “Na sua opinião, quais os efeitos que a intervenção ocasionará? ” e “Cite os efeitos que percebeu após a realização da intervenção”. As respostas a essas questões foram categorizadas por meio de análise de conteúdo e distribuídas em frequências simples13.

O protocolo “Percepção no pós-intervenção” analisou a percepção dos professores quanto à intervenção e melhorias na comunicação promovidas. Por uma escala de frequências (“Nada/Pouco”, “Moderadamente” e “Muito”), os docentes assinalaram quanto perceberam de melhora nos critérios “qualidade vocal”, “voz clara”, “facilidade ao falar” e se “acreditavam na intervenção”.

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Intervenção Todos os procedimentos de preparação e execução da intervenção foram realizados pelos membros da equipe de pesquisa. A equipe recebeu treinamento prévio por meio de oficinas para garantir a homogeneidade dos procedimentos e monitorar os professores durante o período de intervenção.

Antes da intervenção todos os sujeitos tiveram contato prévio com os instrumentos que seriam aplicados, assim como foram treinados para realizar o procedimento e receberam um manual que auxiliava na execução da intervenção.

Na intervenção aplicada, denominada exercício de trato vocal semiocluído (ETVSO), adaptada de Sihvo14, utilizou-se canudo comercial. Para a execução do procedimento, os professores foram orientados a emitir um som /v:/ ou /vu:/, em três séries de dez repetições, em fonação confortável, sem tensão e em tom habitual com um intervalo de descanso de um minuto entre as séries1. Utilizou-se canudo comercial com 21cm de tamanho e 1cm de diâmetro, da marca STRAWPLAST®, imerso cerca de 2 a 3 cm a uma garrafa pet de 500 ml (de água mineral) da marca INDAIÁ® com água até a metade. As execuções das séries aconteceram nos turnos matutino e noturno antes do início do turno de trabalho.

O tempo total de intervenção foi de quatro semanas baseado no estudo de Stemple et al. (1995)15. Cada participante teve seus próprios instrumentos para a intervenção (canudo e garrafa pet), sendo renovados sempre que necessário. Os professores foram acompanhados pelos membros da equipe de pesquisa diariamente durante todo o período de intervenção.

Análises dos Dados Para digitação, armazenamento e análise dos dados foi utilizado o

software Statistical Package for the Social Sciencies - SPSS versão 19.0 para Windows. A caracterização da população foi realizada por meio da estatística descritiva, apresentando-se valores mínimo e máximo, média e desvio-padrão das variáveis quantitativas e frequências simples das variáveis categóricas.

As variáveis contínuas foram avaliadas quanto à normalidade pelo diagrama Q-Q normal que traça os valores esperados para se obter a distribuição normal contra os valores realmente vistos nos dados16. Após análise de normalidade, as medidas de centralização foram aplicadas de acordo com o padrão de distribuição apresentado. Média e mediana para distribuição paramétrica e não-paramétrica, respectivamente. Utilizou-se o teste t pareado para a variável “grau geral de alteração” e para média do escore do ITDV foi utilizado o teste de postos sinalizados de Wilcoxon, adotando o nível de significância de 5%.

Para a análise de concordância inter e intra-juízas utilizou-se o Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) com modelo de randomização mista e tipo de concordância absoluta, que é uma estimativa da fracção da variabilidade total de medidas, devido a variações entre os indivíduos. Para análise do ICC, adota-se a seguinte classificação: ICC < 0,4= pobre; 0,4 ≤ ICC < 0,75= satisfatória; ICC ≥ 0,75= excelente). O ICC avaliou as medidas pré e pós-intervenção das três juízas, com o respectivo intervalo de confiança de 95%. Para esta avaliação foram utilizadas medidas singulares e a concordância entre as médias. Para avaliar a consistência interna da medida pré e pós-intervenção intra-juízas também foi utilizado o coeficiente α de Cronbach. O índice alpha recomendado deve ser superior a 0,70, mas pode ser aceito quando superior a 0,60, de ambas

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as formas se garante satisfatória consistência. Além disso, foi avaliada a diferença de variância das medidas com o teste F com 5% de significância. Para o estudo, foi considerada a análise da juíza mais consistente com cálculo do coeficiente Alfa de Cronbach (pré: α=0,86; pós: α=0,97) e do coeficiente de correlação intraclasse (pré:CCI=0,88; pós: CCI=0,95). Ambos sugerem uma confiabilidade excelente desta juíza. Ainda foi aplicado o Teste F ao CCI (pré: p=0,024; pós: p=0,001), verificando-se significância estatística (p<0,05).

Para a análise de conteúdo das perguntas abertas foi conduzida leitura e releitura do material coletado, identificando as categorias-chave capazes de expressarem os relatos obtidos. Com base nesta análise, foi possível identificar os diferentes tipos de efeitos relatados e avaliar a sua frequência. Em seguida, os efeitos mais referidos foram computados, sob forma de frequência simples, o que possibilitou a comparação entre os principais efeitos relatados nos momentos pré e pós-intervenção das respostas dos docentes. As respostas mais frequentes foram “melhora na voz”, “menor cansaço”, “menor rouquidão”, “conforto vocal” e “voz mais potente”.

RESULTADOS Participaram da intervenção 29 professores, com média de idade de 45,28

(± 8,48) anos, variando entre 30 e 58 anos, na sua maioria do sexo feminino 79,3% (18 professoras). O tempo de trabalho na atividade docente variou entre 5 e 35 anos com média de 20,53 (± 7,32) anos. A carga horária semanal média foi de 37 (± 16,63) horas/semana, com variação de 14 a 80 horas/semana.

A frequência de alteração vocal foi de 58,6%; 31% relataram já ter se afastado em decorrência de uma alteração vocal. A maioria não fazia ingestão de bebida alcoólica (55,2%) e nunca fumou (93,1%). Os professores relataram ingestão de água durante as aulas (62,1%) e maior parte não poupava a voz nos intervalos das aulas (55,2%). Os parâmentros analisados mostraram melhora nos escores na pós-intervenção. A média do escore da análise perceptivoauditiva caiu de 19,0 para 14,38 e a média do ITDV caiu de 4,03 para 2,55, ambas com diferenças estisticamente significantes (Tabela 1)

A tabela 2 evidencia os indicadores autorreferidos nas questões abertas dos questionários de percepção pré e pós-intervenção. Os parâmetros que evidenciaram melhoras mais significativas da pré para a pós intervenção foram: menor cansaço ao falar (13,8% para 37,1%), rouquidão (13,8% para 34,5%) e conforto vocal (de 13,8% para 27,6%) (Tabela 2). Na tabela 3 está exposta a frequência das variáveis do questionário pós intervenção. Os dados obtidos revelam que grande parte dos sujeitos aderiu e acreditou muito na intervenção (70,3% e 72,4%, respectivamente). Os sujeitos relataram que houve melhora moderada dos sintomas vocais (44,8%) e que a voz ficou mais clara (41,4%) após a intervenção. Quando perguntados sobre a facilidade para falar, (48,3%) relataram que essa melhora foi significativa (Tabela 3). DISCUSSÃO

O presente estudo teve o objetivo de verificar as mudanças na avaliação perceptivoauditiva e nos itens autorreferidos após a realização do exercício de fonação em canudo comercial imerso a água na voz de professores de uma escola da rede pública estadual de Salvador, Bahia. Os resultados evidenciaram

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melhora na avaliação perceptivoauditiva no grau geral de alteração após a aplicação da técnica e nos dados autorreferidos como “melhora na voz”, “menor cansaço”, “menor rouquidão”, “conforto vocal” e “voz mais potente”, houve ainda redução da média do escore do IDTV, protocolo de autoavaliação utilizado.

O perfil do grupo de professores da presente pesquisa é análogo a demais estudos realizados com docentes, predominado o sexo feminino, com carga horária de trabalho superior a 20 horas/semana (média 37 horas/semana)1,17,18.

Estudos relatam que a alteração de voz nesta população está entre 54% a 79,6%, corroborando com o achado neste estudo, no qual 58,6% dos professores relataram alguma alteração vocal no momento da pesquisa. Este percentual diminui quando o professor foi perguntado se houve aparecimento de algum problema vocal nos últimos 6 meses (55,2%), mas ainda assim mantendo-se elevada, como observado em outros estudos19,20. Na avaliação perceptivoauditiva observou-se decréscimo do grau de severidade global comparando os momentos pré e pós-intervenção com significância estatística (p=0,01). Mesmo com a melhora da qualidade vocal após a intervenção, as médias das porcentagens antes e após a intervenção ficaram dentro dos padrões de normalidade pré (19,00%) e pós (14,3%). Em vozes brasileiras, os escores entre 0 e 35,5% são considerados normais21. Em pesquisa realizada com professores de toda a rede de ensino fundamental na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, observou-se que os achados na avaliação perceptivoauditiva, também avaliada na escala CAPE-V, estavam dentro do padrão de normalidade, assim como no presente estudo22. Outra pesquisa encontrou resultados opostos em professores de um curso pré-vestibular e verificou que 50% apresentaram alteração de leve a moderada, não especificando a ferramenta utilizada para avaliação dessas vozes23. De qualquer forma, deve-se registrar que o fato dos dados evidenciarem que os parâmetros investigados mostraram que os docentes estavam na faixa de normalidade, isso não é inesperado, uma vez que foram estudados professores que se encontravam em efetivo exercício profissional. Estudos ocupacionais têm mostrado que trabalhadores, em geral, são mais saudáveis do que a população geral, posto que estão continuamente em processo de seleção – trabalhadores doentes não permanecem em atividade. Este efeito tem sido denominado efeito trabalhador sadio, indicando que apenas os mais saudáveis permanecem nas atividades profissionais. De qualquer forma, o que destaca-se aqui é que a intervenção permitiu uma redução bastante significativa no parâmetro analisado, fortalecendo a hipótese de efeitos benéficos da intervenção realizada.

A maioria dos estudos realizados com ETVSO avalia a melhora global da voz, contudo, sem quantificar o grau de alteração. Em estudo realizado com 25 professoras que apresentavam disfonia crônica observou-se que 60% dos professores tiveram melhora na qualidade vocal avaliada pelo CAPE-V após a aplicação da técnica com o tubo de vidro24. Em outra pesquisa realizada, no qual avaliou-se o efeito do canudo de alta resistência em 2 grupos (com lesão e sem lesão laríngea), apesar de ter sido identificada melhora na voz após a aplicação da técnica, no grau geral da alteração não houve significância estatística para ambos os grupos25.

A autoavaliação da voz é bastante utilizada nas pesquisas com técnicas vocais e, consequentemente, aumenta a sua importância na compreensão sobre os efeitos e achados na percepção dos indivíduos em relação a voz após aplicação das técnicas. É um procedimento não invasivo que apresenta

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características próprias direcionadas às necessidades dos indivíduos, visando fornecer elementos ao controle epidemiológico e individual26. Favorece ainda a adesão dos sujeitos em determinadas ações preventivas, já que percebendo concretamente estes benefícios, espera-se a continuidade da aplicação da técnica e assim, ter uma medida protetora para evitar agravos vocais posteriormente27-29.

Verificou-se uma diminuição média do escore do ITDV após a intervenção. Isso demonstra que os participantes da atual pesquisa perceberam uma menor intensidade de sinais e sintomas vocais após as quatro semanas de uso da técnica de ETVSO, fazendo com que relatassem a melhora da emissão vocal.

Não foi encontrado na literatura nenhuma menção referente a aplicação do uso do ITDV após realização da técnica testada neste estudo em professores. Porém, em ensaio clínico randomizado com protocolo análogo, o Voice Handicap Index (VHI), observou-se redução significativa na pontuação do protocolo após seis semanas de intervenção30. É importante ressaltar que este estudo apresenta tempo maior de intervenção e não especifica as características da população investigada. Outro ponto que deve ser levado em consideração é a existência elevada de correlação entre os dois protocolos supracitados, porém eles diferem entre si. O ITDV consiste em detectar a frequência de sintomas vocais, enquanto o VHI verifica o impacto do problema de voz nas atividades de vida diárias12.

No presente estudo verificou-se que os professores esperavam efeitos benéficos da intervenção, como mostram as respostas assinaladas pelos professores no questionário pós intervenção onde 72,3% relataram que acreditavam muito na intervenção e a grande maioria, por acreditarem nos benefícios, sinalizou, ao fim da intervenção, que a adesão foi satisfatória (70,3%).

Depois da intervenção a melhora nos efeitos vocais vão ao encontro de outras pesquisas que verificaram efeitos positivos. Estudo realizado com ETVSO em fonação de canudo de alta resistência e a técnica de finger kazoo, observou-se, na autoavaliação que os sujeitos referiram mais efeitos positivos após a aplicação das técnicas27. Outra pesquisa realizada apenas com um indivíduo observou que após a execução do tubo de vidro e de plástico ele referiu voz mais projetada e com menos esforço em ambos os exercícios28.

Os resultados encontrados na atual pesquisa são concordantes com os resultados de estudo realizado em 46 mulheres (com e sem queixas vocais), na observação da autoavaliação vocal que evidenciou efeitos positivos com maior frequência de respostas de voz “mais fácil e melhor”31.

Em pesquisa sobre o efeito imediato de uma sequência de quatro técnicas de ETVSO em tubos, com 24 indivíduos com disfonia, observou-se predomínio de efeitos positivos na autorreferência, como maior estabilidade vocal e músculos relaxados29.

Analisando a literatura existente sobre o efeito dos exercícios de ETVSO, conclui-se que grande parte observa o efeito imediato destes exercícios o que torna difícil a comparação com a atual pesquisa. A observação do efeito prolongado é importante para entender a percepção dos indivíduos em relação a emissão vocal.

Também não podemos esquecer que o número restrito de sujeitos limitou o estudo. Por se tratar de uma amostra de conveniência, sem um cálculo

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amostral, os resultados desta pesquisa baseada em uma amostragem não probabilística não permitem generalizações a respeito da população de interesse. O número reduzido de sujeitos pode gerar erro tipo II (falso negativo) que consiste em afirmar que não existe diferença estatística no grupo estudado32. Em decorrência desta pequena amostra, não foi possível a alocação aleatória com utilização de grupo controle. Além disto, deve-se considerar que a melhora da autopercepção após a intervenção pode decorrer do efeito Hawthorne: o fato dos professores se sentirem valorizados pelo cuidado e atenção dispensados durante a pesquisa tende a reforçar a percepção de mudança positiva do comportamento, buscando atender as expectativas que ela imagina ser do pesquisador33.

Como já mencionado acima, outro fator limitante é o chamado efeito do trabalhador sadio, muito encontrado em estudos ocupacionais, que justifica a baixa ocorrência de professores com alterações vocais moderadas e intensas autorreferidas no início da intervenção. Os sujeitos poderiam estar afastados, readaptados ou abandonado a atividade pelo próprio agravo vocal, subestimando a real frequência do fenômeno estudado e a pesquisa foi realizada com os professores que permanecem em atividade laboral34.

Outra limitação desta pesquisa está ligada ao fato de não ter observado a

análise de variáveis confundidoras que poderiam influenciar os aspectos

estudados, justamente devido ao pequeno número amostral, o que também não

possibilitou a construção de um grupo controle.

CONCLUSÃO O exercício do trato vocal semiocluído realizado com canudo comercial

promoveu melhoria na qualidade vocal após as quatro semanas de intervenção e efeitos benéficos autorreferidos. Com isso, a técnica pode ser utilizada em programas de saúde vocal como medida protetora para a voz em populações que estão mais expostas a alterações vocais, como os professores. Sugere-se ainda que a reflexão a respeito de determinantes ambientais e organizacionais das escolas, os quais tem influência direta no distúrbio de voz em docentes, devem ser objetivos de investigações em próximos estudos. A necessidade de melhorias coletivas é imprescindível para o cuidado com a saúde vocal do professor.

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76

Figura 1. Fluxograma de desenvolvimento da pesquisa. Salvador, Bahia, 2015

Pré-intervenção

Autoavaliação e avaliação perceptivo-

auditiva

n=36 (elegíveis)

Intervenção (ETVSO)

4 semanas

n=36

Pós-intervenção

Autoavaliação e avaliação perceptivo-

auditiva

n=29

- Não encontrados

(n=11) - Não atenderam

critérios de inclusão (n=6)

- Desistências (n=8)

- Recusas (n=10)

- 6 não atenderam

critério de

inclusçaoCritérios de

exclusão

Professores

n=71

- Abandonos (n=6)

- Não pôde gravar (n=1)

77

TABELA 1: ÍNDICES DO ESCORE DA AVALIAÇÃO PERCEPTIVOAUDITIVA (PA) E DO QUESTIONÁRIO DE AUTOAVALIAÇÃO ITDV DE PROFESSORES (N= 29) DA REDE ESTADUAL DE ENSINO PRÉ E PÓS-INTERVENÇÃO. SALVADOR, BAHIA, 2015

Pré-intervenção Pós-intervenção Desfecho Média DP Mediana Média DP Mediana p-valor

Escore PA 19,00 8,90 19,00 14,38 10,08 13,00 0,0100*

Escore ITDV 4,03 2,95 4,00 2,55 3,12 1,00 0,0020**

*Teste t para amostras pareadas **Teste de Wilcoxon

78

TABELA 2: INDICADORES DOS EFEITOS AUTORREFERIDOS PRÉ E PÓS INTERVENÇÃO (ETVSO) EM 29 PROFESSORES DE UMA ESCOLA DA REDE ESTADUAL DE SALVADOR, BAHIA, 2015

Variáveis Pré-intervenção Pós-intervenção

N % N %

Melhora na

voz

12 41,4 11 37,9

Menor

cansaço vocal

4 13,8 11 37,9

Menor

rouquidão

4 13,8 10 34,5

Voz mais

potente

8 27,6 6 20,7

Conforto vocal 4 13,8 8 27,6

Não sabe 3 10,3 2 6,9

79

TABELA 3: FREQUÊNCIAS DAS VARIÁVEIS DO QUESTIONÁRIO PÓS-INTERVENÇÃO APLICADO APÓS A EXECUÇÃO DO ETVSO EM 29 DOCENTES DE UMA ESCOLA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO. SALVADOR, BAHIA, 2015

Variáveis Frequências (%)

Nada/Pouco Moderadamente Muito

Adesão à intervenção ---- 20,7 70,3

Melhora dos sintomas

vocais

13,8 44,8 41,4

Voz mais clara 24,1 41,4 34,5

Facilidade para falar 10,3 41,4 48,3

Acredita na intervenção 3,4 24,1 72,4

80

VII. CONCLUSÕES

O presente estudo demonstrou que o exercício de trato vocal semiocluído

com fonação em canudo comercial imerso a água, após quatro semanas de

intervenção, promoveu efeitos positivos na qualidade vocal dos professores

participantes.

Os resultados da avaliação perceptivoauditiva evidenciaram melhora após

a aplicação da técnica com significância estatística, possibilitando uma melhora

no padrão geral da voz.

Observou-se uma diminuição média do escore do ITDV após a

intervenção, também com significância estatística, demonstrando que os sinais

e sintomas vocais após as quatro semanas de realização da técnica, ocorreram

menos que no momento pré. Ainda dentro da autoavaliação os sujeitos referiram

predominância de efeitos positivos e que acreditavam na intervenção como uma

atividade benéfica para o uso da voz.

Ao comparar os valores obtidos antes e depois da intervenção dos

parâmetros acústicos selecionados, observou-se uma diferença estatisticamente

significante para a maioria dos parâmetros, exceto para a F0 e o Jitter. Estes

resultados indicam que, mesmo sem a observação de significância estatística

nestes 2 parâmetros analisados, verificou-se uma tendência de melhora na voz.

Dessa forma, estes achados reforçam a hipótese que a intervenção pode

ser utilizada como recurso protetor para a voz do professor.

Sugere-se a realização de mais estudos epidemiológicos longitudinais

com exercício de fonação em canudo comercial, com grupo experimental e

controle, adotando critérios de aleatoriedade na seleção e com uma amostra

populacional maior para confirmação dos resultados.

81

VIII. SUMMARY

INTRODUCTION: Vocal health is considered an important aspect of general

health and teacher´s quality of life, because the voice is your main working

instrument. It is necessary to discuss intervention methods and implementation

of preventive actions proposed in the vocal health of teachers, making it

imperative to preventing and avoiding speech disorder related to work.

PURPOSE: To investigate the effects of phonation exercise in commercial straw

as a protective strategy of voice teachers. METHODS: Intervention study, pre

and posttest, with a single group, blind evaluator. Were attended 29 teachers

from a State Public School in Salvador, Bahia. The participants were asked to

perform phonation exercise in straw immersed in a bottle with water, in the

beginning of their shift of work, for four consecutive weeks. It was used the

parameter "General degree change"For the auditory-perceptual analysis;

ITDVprotocol and self-reported vocal effects to observe the self-assessment; and

the acoustic parameters (F0, jitter, shimmer, noise and ratio GNE). RESULTS:

There was improvement in voice quality with reduction in average of "General

degree change" in CAPE-V range, with statistical significance (p = 0.01). There

was an average decrease of ITDV score after intervention with statistical

significance.After the intervention the effects with the highest self-reported rates

were "improved voice", "less tired" (both 37.9%), "lower hoarseness" (34.5%),

"vocal comfort" (27.6%) and "more powerful voice" (20.7%).Comparing the

acoustic parameters, there was a statistically significant reduction in indicators:

shimmer (p = 0.04), noise (p = 0.02) irregularity (p = 0.03) and increased GNE (p

= 0.02 ).The other parameters investigated did not differ significantly (p>

0.05).CONCLUSION: This study showed that the intervention promoted positive

effects on the vocal quality of the participating teachers, reinforcing the

hypothesis that the technique can be used as a protective feature to the teacher's

voice.

Keywords: Faculty; Voice; Voice Training; Occupational Health; Speech,

Language and Hearing Sciences

82

IX. REFERÊNCIAS

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2016.

90

X. ANEXOS

X.I. ANEXO 1 – Carta de anuência da instituição

91

X.II. ANEXO 2- Termo de consentimento livre e esclarecido TCLE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO COD:___________

Estamos realizando uma pesquisa no ambiente desta escola e com os seus professores,

intitulada: “Condições de Trabalho Docente e Saúde: intervenções para construção de

ambientes de trabalho saudáveis” e a sua participação é de grande importância. Este projeto é

resultado da cooperação de pesquisadores do Departamento de Saúde/UEFS, do Departamento

de Fonoaudiologia/UFBA e Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho/UFBA,

com técnicos da SEC-BA e objetiva estruturar programas de intervenção sobre os principais

problemas de saúde em professores (problemas de voz, LER-DORT e transtornos mentais), com

vistas à construção de ambientes de trabalho saudáveis na rede estadual de ensino da Bahia. As

atividades estão organizadas em quatro etapas: 1) diagnóstico (avaliação das condições de

trabalho e situação de saúde mental, vocal e osteomuscular dos docentes, por meio de

questionários); 2) intervenção (oficinas para os agravos osteomusculares e de saúde mental;

procedimentos fonoaudiológicos para os problemas de voz); 3) avaliação; e 4) divulgação dos

resultados/construção de programas de ação. Caso não aceite ou desista de participar em

qualquer fase desta pesquisa, fica-lhe assegurado que não haverá qualquer prejuízo. Este

documento foi feito em duas vias, uma ficará com você e outra com a equipe de pesquisa.

Caso aceite participar, é importante que saiba que:

A) Fica assegurada a gratuidade das intervenções. Não há benefícios financeiros, mas

contribuição científica no que se refere à compreensão a respeito da construção de ambientes

de trabalho saudáveis.

B) A confidencialidade dos dados será preservada, sendo os mesmos manipulados somente

pela equipe desta pesquisa;

C) A etapa inicial será realizada com o esclarecimento do projeto, assim como convite para

participar do estudo, mediante a assinatura deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;

D) Em relação aos riscos, havendo desconforto ou fadiga na realização de algum procedimento,

você deverá parar sua execução e informar a equipe de pesquisadores;

E) A divulgação dos resultados será realizada para fins científicos, sendo preservada a sua

identidade;

92

F) Após a realização do programa de intervenção, você receberá relatórios dos profissionais de

saúde envolvidos, sendo realizadas orientações sobre a evolução e possíveis

encaminhamentos;

G) O Serviço de Saúde Ocupacional – SESAO, situado no Pavilhão Magalhães Neto do Complexo

HUPES/UFBA (telefone: 71. 3283-8390) é a instituição de apoio da pesquisa, caso você precise

de orientação e acompanhamento durante ou após a participação neste estudo.

Eu,

____________________________________________________________________________

portadora do RG________________________ concordo em participar da pesquisa intitulada

“CONDIÇÕES DE TRABALHO DOCENTE E SAÚDE: INTERVENÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DE

AMBIENTES DE TRABALHO SAUDÁVEIS”. Eu fui informado(a) que minha desistência poderá

ocorrer em qualquer momento, sem que me ocorram quaisquer prejuízos físicos ou mentais.

Declaro estar ciente de que a minha participação é voluntária e que fui devidamente

esclarecido(a) quanto aos objetivos e procedimentos aplicados. Assinatura do (a) participante:

__________________________________________________

Data: ___/ ___/____ Assinatura do (a) pesquisador(a):

___________________________________________________

Certos de poder contar com sua autorização, colocamo-nos à disposição para esclarecimentos

pelos contatos: e-mail [email protected], tel: (75) 3224-8089, com Tânia Maria de Araújo

(pesquisadora responsável); e-mail [email protected], tel: (71) 3283-8886, com Maria Lúcia Vaz

Masson (pesquisadora –UFBA). Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira

de Santana: e-mail [email protected], tel: (75) 3161-8124.

93

X.III. ANEXO 3 – Questionário sociodemográfico: “Condições de trabalho docente”

Número do Questionário:

CONDIÇÕES DE TRABALHO

DOCENTE

Salvador, Bahia

2014

94

Prezado(a) Professor (a), respondendo a este questionário, você estará contribuindo

para o melhor conhecimento de sua saúde e de suas condições de trabalho. Leia as

instruções de cada bloco. Sua identidade estará totalmente preservada.

Ficamos felizes e gratos pela sua participação!

BLOCO I – IDENTIFICAÇÃO / CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS

Fale sobre você

1. Idade: ________anos 2. Sexo: 1( ) Masculino 2( )

Feminino

3. Situação Conjugal: 1( ) Solteiro 2( ) Casado (oficialmente ou não)

3( ) Viúvo 4( ) Separado/Divorciado

4. Tem filhos? 1( ) Não 2( ) Sim Quantos? _________filhos.

5. Qual o seu nível de escolaridade? 1( ) Médio/ Magistério 2( ) Superior em curso

3( ) Superior completo 4( ) Especialização 5( ) Mestrado 6( ) Doutorado

6. Como você classificaria a cor de sua pele? 1( ) preta 2( ) parda 3( ) amarela

4( ) branca

BLOCO II – CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE DOCENTE

Fale sobre seu trabalho

1. Há quanto tempo trabalha como professor(a)? ________anos.

2. Há quanto tempo trabalha nesta escola? _____ anos.

3. Qual a sua função nesta escola? Pode marcar mais de uma opção.

1( ) Professor 2( ) Gestor 3( ) Coordenador 4( ) Articulador de

área

4. Quanto tempo está nessa função/cargo? _______________

5. Em quantas escolas você trabalha atualmente como professor? ______escolas

6. Em qual(is) rede(s) de ensino você leciona atualmente? Pode marcar mais de uma

opção.

95

1( )Pública municipal 2( )Pública estadual 3( )Pública federal 4( )Filantrópica

5( )Privada

7. Qual(is) o (s) nível(is)das turmas em que você ensina? Você pode marcar mais de

uma opção.

1( ) Fundamental I/ Fundamental II 2( ) Ensino Médio 3( ) Ensino

Profissionalizante

8. Qual(is) a(s) disciplinas que você leciona? Você pode marcar mais de uma opção.

1( ) Português 2( ) Matemática 3( ) Ciências 4( ) História 5( ) Geografia 6( )

Línguas Estrangeiras

7( ) Física 8( ) Biologia 9( ) Química 10( ) Sociologia 11( ) Filosofia 12( ) Artes 13(

) Redação

14( ) Meio Ambiente 15( ) Cidadania 16( ) Educação Física 17( ) Atividades de

Laboratório

18( ) Disciplinas profissionalizantes

9. Se professor(a) da Educação Profissional você leciona componentes da:

1( ) Base Nacional Comum - BNC 2( ) Formação Técnica Geral – FTG

3( ) Formação Técnica Específica – FTE

10. Quantas turmas, em média, você ensina atualmente em:

Fundamental I e II: ______ Ensino Médio________ Ensino

profissionalizante: ________

11. Qual a média de alunos nas turmas em que você ensina? __________alunos.

12. Qual a sua carga horária atual de trabalho docente por semana?

______horas/sem.

13. Qual a sua carga horária atual de trabalho docente por semana nesta escola?

_____horas/sem.

96

14. Você realiza atividades extraclasse (planejamento, reunião com coordenação,

correção de provas etc.) fora de sua jornada semanal de trabalho? 1( ) sim 2( )

não

15. Se sim, quantas horas semanais você dedica a essas atividades

extraclasse?______horas/sem.

16. Além da atividade docente, você possui outra atividade remunerada? 1( ) sim 2(

) não

BLOCO III – CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE DE TRABALHO

Para responder as questões abaixo, refira-se ao ambiente de trabalho

desta escola.

1. Seu ambiente de trabalho é: 1( ) calmo 2( ) moderado 3( ) estressante

2. Existe local adequado para descanso de professores(as) na escola? 1( ) sim

2( ) não

3. A acústica das salas de aula é satisfatória? 1( ) sim 2(

) não

4. As salas de aula são ruidosas? 1( ) sim 2(

) não

5. Se as salas de aula forem ruidosas, de onde vem o barulho?

1( ) Pátio da escola 2( ) Alunos da própria sala 3( ) Outras

salas de aula

4( ) Ar condicionado/ventilador 5( ) Obras na escola 6( ) Da rua

7( ) Outro __________________________________________________ 8( )

NÃO SE APLICA

6. Há pó de giz nas salas de aula? 1( ) sim 2( )

não

97

7. Há umidade nas salas de aula? 1( ) sim 2( )

não

8. A temperatura ambiente nas salas de aula é: 1( ) adequada 2( ) muito fria 3( )

muito quente

9. O tamanho da sala é adequado ao número de alunos? 1( ) sim 2( )

não

10. Há espaço suficiente para sua locomoção na sala de aula? 1( ) sim 2( )

não

11. As salas de aula tem cadeira para o(a) professor(a)? 1( ) sim 2(

) não

12. Os móveis das salas de aula são adequados à sua estatura? 1( ) sim 2( )

não

13. A ventilação das salas de aula onde você ensina é feita predominantemente

por:

1( ) ar condicionado 2( ) ventilador 3( ) ventilação natural 4( ) sem

ventilação

14. As salas de aula têm iluminação adequada? 1( ) sim 2( ) não

BLOCO IV - CARACTERÍSTICAS PSICOSSOCIAIS DO TRABALHO

Para as questões abaixo, assinale a resposta que melhor corresponda a sua situação de

trabalho. Às vezes nenhuma das opções de resposta corresponde exatamente a sua

situação; neste caso, escolha aquela que mais se aproxima de sua realidade.

1. Seu trabalho te possibilita aprender coisas

novas. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

98

2. Seu trabalho envolve muito trabalho

repetitivo. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

3. Seu trabalho requer que você seja criativo. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

4. Seu trabalho exige um alto nível de

habilidade. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

5. Em seu trabalho, você pode fazer muitas

coisas diferentes. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

6. No seu trabalho, você tem oportunidade de

desenvolver

habilidades especiais.

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

7. O que você tem a dizer sobre o que

acontece no seu trabalho é considerado. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

8. Seu trabalho te permite tomar muitas

decisões por sua própria conta. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

9. Em seu trabalho, você tem pouca liberdade

para decidir como fazer suas próprias

tarefas.

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

10. Seu trabalho requer que você trabalhe

muito duro. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

11. Seu trabalho requer que você trabalhe

muito rapidamente. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

12. Você não é solicitado(a) a realizar um

volume excessivo de

trabalho.

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

13. O tempo para realização das suas tarefas

é suficiente. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

14. Algumas demandas que você tem que

atender no seu trabalho estão em conflito

umas com as outras.

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

15. Você frequentemente trabalha durante o

almoço oupausas para terminar seu trabalho. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

99

16. Seu trabalho te exige muito

emocionalmente. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

17. Seu trabalho envolve muita negociação /

conversa / entendimento com outras

pessoas.

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

18. Em seu trabalho, você precisa suprimir

suas verdadeiras

emoções.

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

19. Seu trabalho exige muito esforço físico. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

20.Seu trabalho exige atividade física rápida

e contínua. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

21. Frequentemente, o trabalho exige que

você mantenha seu corpo, por longos

períodos, em posições incômodas.

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

22. Frequentemente, o trabalho exige que

você mantenha sua cabeça e braços, por

longos períodos, em posições incômodas.

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

23. Seu chefe/coordenador preocupa-se com

o bem-estar de sua equipe de trabalho. 8

não tenho chefe/coordenador

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

24. Seu supervisor te trata com respeito.

8 não tenho

chefe/coordenador

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

25.Seu chefe/coordenador te ajuda a fazer

seu trabalho.

8 não tenho

chefe/coordenador

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

26. As pessoas com quem você trabalha são

amigáveis. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

27. As pessoas com quem você trabalha são

colaborativas na

realização das atividades.

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

28. Você é tratado(a) com respeito pelos

seus colegas de trabalho. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

100

29. Onde você trabalha, vocês tentam dividir

igualmente as

dificuldades do trabalho.

1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

30. Existe um sentimento de união entre as

pessoas com quem você trabalha. 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

31. Seu grupo de trabalho toma decisões

democraticamente 1 discordo

fortemente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

fortemente

32. Constantemente, eu sou pressionado(a)

pelo tempo por causa da carga pesada de

trabalho.

1 discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

totalmente

33. Frequentemente eu sou interrompido(a) e

incomodado(a) durante a realização do meu

trabalho.

1 discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

totalmente

34. Eu tenho muita responsabilidade no meu

trabalho 1 discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

totalmente

35. Frequentemente, eu sou pressionado(a)

a trabalhar depois da hora. 1 discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

totalmente

36. Nos últimos anos, meu trabalho passou a exigir cada vez mais de mim.

1 discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4

concordo

totalmente

37. Eu tenho o respeito que mereço dos seus chefes e supervisores.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

38. No trabalho, eu posso contar com apoio em situações difíceis.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

39. No trabalho, eu sou tratado(a) injustamente.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

40. Eu vejo poucas possibilidades de ser promovido no futuro.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

41. No trabalho, eu passei ou ainda posso passar por mudanças não desejadas.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

42. Tenho pouca estabilidade no emprego. 1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

101

43. A posição que ocupo atualmente no trabalho está de acordo com a minha formação e treinamento.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

44. No trabalho, levando em conta todo o meu esforço e conquistas, eu recebo o respeito e o reconhecimento que mereço.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

45. Minhas perspectivas de promoção estão de acordo com meu esforço e conquistas

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

46. Levando em conta todo o meu esforço e conquistas, meu salário/renda é adequado.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

47. No trabalho, eu me sinto facilmente sufocado(a) pela pressão do tempo.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

48. Assim que acordo pela manhã, já começo a pensar nos problemas do trabalho.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

49. Quando chego em casa, eu consigo relaxar e “me desligar” facilmente do seu trabalho.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

50. As pessoas íntimas dizem que eu me sacrifico muito por causa do meu trabalho.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

51 O trabalho não me deixa; ele ainda está na minha cabeça quando vou dormir.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

52. Não consigo dormir direito se adiar alguma tarefa de trabalho que deveria ter feito hoje.

1

discordo

totalmente

2

discordo

3

concordo

4 concordo

totalmente

Com relação à satisfação:

53. Você está satisfeito(a) com o seu trabalho?

1 não estou

satisfeito(a)

de forma

nenhuma

2 não estou

satisfeito(a)

3 estou

satisfeito(a)

4 estou muito

satisfeito(a)

54. Você se candidataria ao seu emprego novamente?

1 sim, sem

hesitação

2 sim, depois

de

refletir sobre

isto

3

definitivamente

não

55. Como você avaliaria sua qualidade de vida?

1 muito

ruim 2 ruim

3 nem

ruim,

nem boa

4

boa 5 muito boa

102

BLOCO V - VÍNCULO COM A CARREIRA PROFISSIONAL

A seguir, você encontrará uma série de afirmativas sobre aspectos de sua vida

profissional. Use o código abaixo, que vai de 1 a 5, para informar o seu grau de

concordância com o significado de cada frase – Circule o número correspondente à sua

resposta:

CHAVE DE RESPOSTAS:

1 2 3 4 5

↓ ↓ ↓ ↓ ↓

A frase é

totalmente

falsa a seu

respeito

A frase é,

em grande

parte, falsa a

seu respeito

A frase é

parcialmenteverdadeira

a seu respeito

A frase é, em

grande parte,

verdadeira a

seu respeito

A frase é

totalmente

verdadeira a

seu respeito

1. Minha carreira profissional é uma parte importante de quem eu

sou 1 2 3 4 5

2. Minha carreira profissional tem um grande significado pessoal

para mim. 1 2 3 4 5

3. Eu não me sinto emocionalmente apegado(a) a esta carreira

profissional. 1 2 3 4 5

4. Eu estou fortemente identificado(a) com a carreira profissional

que escolhi. 1 2 3 4 5

5. Eu tenho uma estratégia para alcançar meus objetivos nesta

carreira profissional. 1 2 3 4 5

6. Eu criei um plano para meu desenvolvimento nessa carreira

profissional. 1 2 3 4 5

7. Eu tenho metas específicas para meu desenvolvimento nesta

carreira profissional. 1 2 3 4 5

8. Eu não costumo pensar sobre o meu desenvolvimento

profissional nesta carreira profissional. 1 2 3 4 5

9. Os desgastes associados a minha carreira profissional às vezes

me parecem grandes demais. 1 2 3 4 5

103

10. Os problemas que eu encontro nesta carreira profissional às

vezes me fazem questionar se os ganhos estão sendo

compensadores. 1 2 3 4 5

11. Os problemas desta carreira profissional me fazem questionar

se o fardo pessoal está valendo a pena. 1 2 3 4 5

12. O desconforto associado a minha carreira profissional às vezes

me parece muito grande. 1 2 3 4 5

BLOCO VI- ATIVIDADES DOMÉSTICAS E HÁBITOS DE VIDA

Abaixo estão listadas algumas tarefas da casa (atividades domésticas):

ATIVIDADE

Contando com você, quantas pessoas vivem

na sua casa?

_____

1. Cuidar de crianças menores de 7 anos?

0

não

1

sim

9. Você é o(a) principal responsável pelas atividades domésticas na sua casa?

0 não 1 sim

2. Cozinhar? 0

não

1

sim

10. Nas últimas duas semanas, em que dias você realizou atividades domésticas? 3. Passar roupa? 0

não

1

sim

4. Cuidar da limpeza? 0

não

1

sim

1 Todos os dias da

semana

5. Lavar roupa? 0

não

1

sim

2 Três ou mais dias na

semana

6. Pequenos consertos 0

não

1

sim

3 Um ou dois dias na

semana

7. Feira/ supermercado 0

não

1

sim

4 Apenas no final de

semana

8. Cuidar de idosos ou de pessoas doentes

0

não

1

sim

5 Não realiza atividades

domésticas

11. Quantas horas você dedica, por dia, às tarefas domésticas? _______ horas

[ ] Não se aplica

104

1. Você participa de atividades regulares de lazer? 0 não 1 sim

2. Se SIM, qual o tipo de atividade realizada?

1 atividades culturais (cinema, teatro, exposição, leitura de

livros)

2 atividades sociais (visita a amigos, festa, barzinho, jogos –

baralho/dominó)

3 físicas (caminhadas, natação, prática de esportes, corrida,

academia)

4 assiste TV ou ouve rádio.

3. Com que frequência você realiza as atividades físicas?

3 nunca

2 1 a 2

vezes por

semana

1 3

ou mais

vezes

por

semana

4. Considerando como fumante quem já fumou na vida pelo menos 100 cigarros, ou 5 maços, você se classifica como:

0 não

fumante 1 ex-fumante

2

fumante

atual

5. Você consome bebida

alcoólica?

1

sim 0 não

Se respondeu, NÃO, siga para o

próximo bloco

6. Alguma vez sentiu que deveria diminuir a quantidade de

bebida alcoólica ou parar de beber? 1 sim 0 não

7. As pessoas o(a) aborrecem porque criticam o seu modo de beber?

1 sim 0 não

8. Sente-se aborrecido consigo mesmo(a) pela maneira como costuma beber?

1 sim 0 não

9. Costuma beber pela manhã para diminuir o nervosismo ou ressaca?

1 sim 0 não

BLOCO VII – AVALIAÇÃO DA SAÚDE VOCAL DO PROFESSOR

ALTERAÇÃO VOCAL é definida como: “Toda e qualquer dificuldade ou alteração

na emissão normal da voz, caracterizando um distúrbio que limita a

comunicação oral”.

1. Atualmente, você tem alguma alteração vocal? 1( ) sim 2( ) não

105

2. Esta alteração vocal já dura mais que quatro semanas? 1( ) sim 2( ) não 8( )

não se aplica

3. Você teve alguma alteração vocal nos últimos 6 meses? 1( ) sim 2( ) não

4. Caso tenha tido alteração vocal nos últimos 6 meses, quantos episódios foram?

__________

5. Nos últimos 6 meses, quantas faltas ao seu trabalho foram motivadas por

alterações vocais?

N de faltas: ____________

6. Você já foi afastado(a) do trabalho por alterações vocais? 1( ) sim 2( ) não

7. Caso tenha sido afastado(a) por alterações vocais, o afastamento foi por quanto

tempo?

___ anos ___ meses

8. Você já realizou tratamento especializado por causa de alteração vocal? Pode

marcar mais de uma opção. 1( ) Nunca realizou 2( ) Medicamento 3( )

Fonoterapia 4( ) Cirurgia

Outro tratamento

(especificar):_______________________________________________

9. Você apresenta/já apresentou um ou mais destes problemas de saúde? Pode

marcar mais de uma opção.

Rinite ( )1 Asma ( )2 Sinusite ( )3 Bronquite ( )4 Laringite ( )5

Faringite ( )6 Azia ( )7 Refluxo gastroesofágico ( )8 Amigdalite (

)9 Distúrbio hormonal ( )10

Gripes/Resfriados/Infecções respiratórias altas frequentes ( )11

10. Sua voz foi avaliada em seu exame pré-admissional como professor? 1( ) sim

2( ) não

106

11. Frequência do uso de sua voz durante as aulas (marque X):

USO DA VOZ Nunca Raramente Às vezes Sempre

Falar alto

Gritar

Cantar

12. Você possui algum parente consanguíneo que tem ou teve alguma alteração

vocal?

1( ) sim 2( )não

13. Caso tenha respondido SIM, especifique o grau de

parentesco:_______________________

14. Você costuma beber água durante o período em que está dando aulas? 1( )

sim 2( ) não

15. Que volume de água você bebe por dia? (1 copo = 200 ml) N de

copos:_________

16. Você costuma poupar a voz durante os intervalos de aulas? 1( ) sim 2( )

não

17. Você realiza outras atividades que exijam uso da voz? 1( ) sim 2( ) não

18. Caso SIM, especificar a(s) atividade(s):

_________________________________________

19. Marque um “X” na opção que melhor descreve a frequência com que você tem

os sintomas abaixo:

Nunca Raramente Às vezes Sempre

107

Rouquidão

Perda da voz

Falhas na voz

Voz grossa

Pigarro

Tosse seca

Tosse com

secreção

Dor ao falar

Dor ao engolir

Secreção/Pigarro

Garganta seca

Cansaço ao falar

ITDV TOTAL__________ Não preencher.

(Ghirardi, et al., 2013)

BLOCO VIII

As próximas questões estão relacionadas a situações que você pode ter vivido nos últimos

30 DIAS. Se você sentiu a situação descrita nos últimos 30 DIAS responda SIM. Se você

não sentiu a situação, responda NÃO. Se você está incerto sobre como responder, dê a

melhor resposta que você puder.

1. Tem dores de cabeça frequentemente? 1 sim 0 não

2. Tem falta de apetite? 1 sim 0 não

3. Dorme mal? 1 sim 0 não

4. Assusta-se com facilidade? 1 sim 0 não

108

5. Tem tremores nas mãos? 1 sim 0 não

6. Sente-se nervoso(a), tenso(a) ou preocupado(a)? 1 sim 0 não

7. Tem má digestão? 1 sim 0 não

8. Tem dificuldade de pensar com clareza? 1 sim 0 não

9. Tem se sentido triste ultimamente? 1 sim 0 não

10. Tem chorado mais do que de costume? 1 sim 0 não

11. Encontra dificuldade de realizar, com satisfação, suas tarefas diárias?

1 sim 0 não

12. Tem dificuldade para tomar decisões? 1 sim 0 não

13. Seu trabalho diário lhe causa sofrimento? 1 sim 0 não

14. É incapaz de desempenhar um papel útil em sua vida? 1 sim 0 não

15. Tem perdido o interesse pelas coisas? 1 sim 0 não

16. Você se sente uma pessoa inútil em sua vida? 1 sim 0 não

17. Tem tido idéia de acabar com a vida? 1 sim 0 não

18. Sente-se cansado(a) o tempo todo? 1 sim 0 não

19. Tem sensações desagradáveis no estômago? 1 sim 0 não

20. Você se cansa com facilidade? 1 sim 0 não

BLOCO IX

Você teve dor ou desconforto ("dormência, formigamento, enrijecimento ou inchação") em braços, mãos, pernas, pescoço ou região lombar durante os últimos doze meses?

1( ) não 2( ) sim

Se você respondeu SIM, por favor, complete a coluna para cada parte do corpo na qual surgiu a dor, no quadro a seguir.

Atenção: cada coluna diz respeito a uma parte do corpo descrita na primeira linha.

109

Pe

sco

ço

Om

bro

Co

tove

lo

An

teb

raço

Pu

nh

o/m

ã

o

Par

te a

lta

das

co

stas

R

egi

ão

lom

bar

C

oxa

Joe

lho

Pe

rna

Torn

oze

lo

I. Que lado incomoda você?

1: Direito 2: Esquerdo 3: Os

dois

II. Em que ano você notou o

problema?

III. Quanto tempo o problema dura

geralmente?

1:< de 1 hora 2:> 1 hora até

1 dia inteiro

3:>1 dia até 1 semana 4:> 1

semana até 1 mês

5:> 1 mês até 6 meses 6:>

6 meses

IV. Quantos episódios do

problema você teve?

1: É constante, o tempo todo 2:

Diariamente

3: Uma vez por semana 4:

Uma vez por mês

5: A cada 2 ou 3 meses 6: A

cada 6 meses

V. Você teve o problema nos

últimos 7 dias?

1: Sim 2: Não

VI. Em uma escala de 0 a 5, como

você classificaria o

seu desconforto?

110

Nenhum (0)

Insuportável (5)

VII. Você recebeu tratamento

médico para o problema?

1: Sim 2: Não

VIII. Quantos dias de trabalho

você perdeu pelo problema?

IX. Quantos dias você ficou em

trabalho leve ou restrito por causa

do problema?

X. Você mudou de trabalho por

causa deste problema?

1: Sim 2: Não

XI. Você havia sofrido trauma

agudo neste local (pancada,

estirão, entorse, luxação)?

1: Sim 2: Não

BLOCO X – ATOS DE VIOLÊNCIA – VITIMIZAÇÃO

1. Quais as situações de violência que já aconteceram nesta escola? Pode marcar mais

de uma opção.

0( ) Nenhuma situação de violência 1( ) depredações 2( ) ameaça ao professor

3( ) agressões ao professor 4( ) insultos 5( ) manifestações de racismo

6( ) indisciplina na sala 7( ) brigas e agressões entre alunos

111

10( ) problemas com drogas 11( ) roubo de objetos pessoais 12( ) pichações

13( ) Outro tipo: ____________________________________________________

2. Você sente sua segurança pessoal ameaçada no seu trabalho? 1

sim

0

não

3. Você sente-se ameaçado(a) quanto à segurança de seus pertences e bens pessoais no trabalho?

1

sim

0

não

4. Nos últimos 12 meses, houve algum episódio de agressão ou ameaça no seu

local de trabalho, praticado por alunos?

0 nunca

1 uma vez 2 algumas

vezes

3 com

frequência

5. Nos últimos 12 meses, houve algum episódio de agressão ou ameaça no

trabalho, praticado por colegas de trabalho?

0 nunca

1 uma vez 2 algumas

vezes

3 com

frequência

6. Você já pensou em mudar o seu local de trabalho em função de episódios de

agressão ou ameaça?

0 nunca

1 uma vez 2 algumas

vezes

3 com

frequência

7. Você já foi vítima de algum acidente no trajeto de sua casa para o trabalho nos últimos 12 meses?

1

sim

0

não

BLOCO XI – Sua Renda – Lembre-se que sua identidade está preservada.

Qual sua renda mensal (somando todas as atividades remuneradas)?

____________reais

AGRADECEMOS A SUA COLABORAÇÃO!

Colocamo-nos à disposição para quaisquer

esclarecimentos.

112

X.IV. ANEXO 4 – Protocolo de pré-gravação

Protocolo de Pré-Gravação

ID: _______ Data: ___ /____ /______ Turno: ________________ Nº de aulas dadas

no dia:______

- Pergunta ao sujeito de pesquisa:

Hoje, você está apresentando alguma das doenças abaixo? (marque X)

( ) Não ( ) Gripe ( ) Resfriado ( ) Rinite ( )Faringite ( ) Laringite ( )

Amigdalite

*Caso o participante apresente alguma destas doenças, não prosseguir a gravação.

113

X.VI. Anexo 5 – Roteiro de gravação

- Pergunta ao sujeito de pesquisa:

ID: __________ Data: ____ / ____ / __________

Hoje, você está apresentando alguma das doenças abaixo? (marque X)

( ) Não ( ) Gripe ( ) Resfriado ( ) Rinite ( )Faringite ( ) Laringite ( ) Amigdalite

*Caso o participante apresente alguma destas doenças, não prosseguir a gravação.

- Sequência de gravação:

1. Fale a vogal “A” por 5 segundos;

2. Fala a vogal “I” por 5 segundos;

3. Fale a vogal “E” por 5 segundos;

4. Leia as frases abaixo:

Érica tomou suco de pera e amora.

Sônia sabe sambar sozinha.

Olha lá o avião azul.

Agora é hora de acabar.

Minha mãe namorou um anjo.

Papai trouxe pipoca quente.

5. Responda a seguinte pergunta: Como está a sua voz?

6. Inspire profundamente e fale a vogal “E” até o máximo de tempo que conseguir.

*Baseado em Behlau (2004)

114

X.VI. ANEXO 6 – CAPE-V

AVALIAÇÃO VOCAL

Legenda: C = consistente I = intermitente

1. QUALIDADE VOCAL

Grau Geral _________________________________________ C I ___/100

DI MO AC Rugosidade ___________________________________________ C I ___/100

DI MO AC Soprosidade ___________________________________________ C I ___/100

DI MO AC

Tensão ___________________________________________ C I ___/100

DI MO AC

Outros _____________ ___________________________________________ C I ___/100

DI MO AC

Outros _____________ ___________________________________________ C I ___/100

DI MO AC

Outros possíveis parâmetros: aspereza, diplofonia, crepitação, falsete, astenia, afonia, instabilidade de frequência/bitonalidade, tremor, qualidade molhada ou outras observações relevantes.

2. PITCH: _________________________________________ C I ___/100 DI MO AC

indique a natureza do desvio de pitch _______________________________

3. LOUDNESS: ________________ ___________________________ C I ___/100 DI MO AC

indique a natureza do desvio do loudness ___________________________

4.RESSONÂNCIA: ( ) equilibrada ( ) não equilibrada (se não equilibrada, assinale tipo de ressonância)

( ) hipernasal ( ) hiponasal ( ) oral ( ) faríngea ( ) laríngea

( ) laringofaríngea ( ) laringofaríngea com compensação nasal ( ) cul de sac ( ) C ( ) I

ESCOLA ___________ ID_____ Cód. da subpasta ______

_________

115

X.VII. Anexo 7 – Carta de apresentação à juízas

Prezado(a) Juiz(a),

Agradecemos antecipadamente o seu aceite como juiz avaliador da pesquisa “Estratégias

Protetoras da Disfonia em Professores”, parte integrante do projeto maior “Condições de

Trabalho Docente e Saúde: intervenções para construção de ambientes de trabalho

saudáveis”, uma parceria entre Universidade Federal da Bahia, Universidade Estadual de

Feira de Santana e Secretaria de Educação do Estado da Bahia, com fomento do CNPq e

FAPESB. Estamos testando intervenções junto a professores e gostaríamos de sua análise

quanto aos efeitos na voz.

Você está recebendo um DVD com amostras codificadas de fala de 34 professores. Cada

pasta numerada com um ID (número de identificação) representa um sujeito da pesquisa.

Dentro desta pasta haverá duas subpastas do mesmo sujeito, uma contendo amostras de

voz referentes à gravação pré-intervenção e outra, à gravação pós-intervenção. Estas

subpastas foram randomizadas de modo que o código que as identifica não significa,

necessariamente, uma sequência temporal entre elas.

Em cada subpasta constam três arquivos: duas vogais sustentadas (/a:/ e /i:/); e uma

sequência de frases foneticamente balanceadas. A amostra de fala espontânea foi excluída

da análise, pois seu conteúdo identificava o momento em que a gravação da voz foi

realizada. Desta forma, comprometeria o cegamento dos avaliadores. Você irá ouvir os

arquivos de cada subpasta e preencher o protocolo já codificado, com a avaliação

correspondente.

Será utilizado o Protocolo CAPE-V (Consensus Auditory–Perceptual Evaluation of

Voice). O CAPE-V avalia seis parâmetros pré-determinados: severidade global da

alteração, rugosidade, soprosidade, tensão, pitch e loudness; com a possibilidade de

inclusão de dois aspectos adicionais, dentre eles, aspereza, diplofonia, crepitação, falsete,

astenia, afonia, instabilidade de frequência, tremor, qualidade molhada ou outras

observações relevantes.

Para se assinalar o grau do desvio observado, será utilizada uma escala analógica linear,

com 10 cm de extensão (de 0 a 100 mm), na qual será registrada a avaliação específica

de cada parâmetro. A escala apresenta referências para a marcação do grau de alteração

vocal: discreto (DI), moderado (MO) e severo (SE). A marcação à extrema esquerda

indica nenhum desvio e à extrema direta, desvio severo. Você deverá fazer um traço,

perpendicular a essa linha, de modo a identificar o grau de alteração das amostras de voz

avaliadas em cada subpasta. Essa marcação será, ao final de sua avaliação, transformada

no número correspondente, por meio de leitura direta com régua milimetrada. Além da

marcação do desvio nos parâmetros referidos, você deverá indicar se a alteração

assinalada é consistente (C) ou intermitente (I), circulando a respectiva letra impressa na

116

folha de respostas. Quando um parâmetro é avaliado como consistente, indica que ele

esteve presente durante todas as tarefas de fala, já o intermitente indica presença

assistemática do desvio.

O DVD também contém uma pasta denominada “Calibração”, com os parâmetros

referentes à qualidade vocal; os tipos de ressonância; e um arquivo de texto com as

definições operacionais das características vocais a serem avaliadas. As definições

operacionais devem ser lidas e as amostras de voz ouvidas, imediatamente antes do início

da sua avaliação, de modo a calibrar igualmente os juízes.

No seu kit, ainda constam um fone de ouvido, que deve ser utilizado no momento da

análise das vozes e devolvido, juntamente com o restante do material; e os protocolos de

avaliação já nomeados com o ID da pasta e o código da subpasta (atenção para o

preenchimento do protocolo correspondente ao ID e subpasta analisada).

O prazo máximo para entrega deste material será ____/____/______. Caso as avaliações

sejam finalizadas antes deste prazo, por favor, entre em contato com o responsável da

pesquisa (Rafael Cabral – (71) 993322585).

Atenciosamente,

Profa. Dra. Maria

Lúcia Vaz Masson

Coordenadora da Pesquisa

117

X.VIII. Anexo 8 – Calibração para avaliação das vozes pelas juízas

Definição operacional das características vocais

Parâmetros definidos pelos elabores do Protocolo CAPE-V (BEHLAU, 2004):

Grau de severidade global: impressão global da alteração vocal;

Rugosidade: irregularidade na fonte sonora;

Soprosidade: escape de ar audível na voz;

Tensão: esforço vocal excessivo;

Pitch: correlação perceptiva da frequência fundamental, determinando-se se

está adequada ao sexo, idade e cultura do indivíduo;

Loudness: correlação perceptiva da intensidade do som, determinando-se se

está adequada ao sexo, idade e cultura do indivíduo.

Parâmetros adicionais da qualidade vocal:

Aspereza: irregularidade vibratória relacionada à rigidez de mucosa, relaciona-

se à característica rude, desagradável e irritante da emissão (BEHLAU, 2001).

Diplofonia: corresponde à produção vocal de dois tons simultâneos (PINHO,

2003).

Instabilidade de frequência/bitonalidade: corresponde à produção vocal de dois

tons de maneira alternada (PINHO, 2003).

Crepitação: emissão contínua em registro pulsátil, geralmente em frequência

bastante grave (BEHLAU, 2001).

Falsete: emissão excessivamente aguda (BEHLAU, 2001).

Astenia: correlacionada à hipofunção de pregas vocais e pouca energia na

emissão (PINHO & PONTES, 2002).

Afonia: ausência de sonorização à emissão; perda total da voz (BEHLAU, 2001).

Tremor: variações acentuadas, geralmente cíclicas, em torno da frequência

fundamental (BEHLAU, 2001).

Qualidade molhada: som borbulhante produzido durante a fonação; indicativo de

estase de secreções, líquidos ou alimentos no vestíbulo laríngeo (CARRARA-

DE-ANGELIS, 2000).

Tipos de ressonância (BEHLAU, 2001)

Equilibrada: uso equilibrado das cavidades de ressonância (laringe, faringe,

boca e nariz) para moldagem e projeção do som no espaço. Apresenta riqueza

de harmônicos amplificados, com liberdade muscular para modificar os ajustes

utilizados.

Hipernasalidade: confere uso excessivo da cavidade nasal e contaminação dos

sons orais por esta ressonância. Foco vertical alto.

Hiponasalidade: também com foco vertical alto mas, ao contrário da voz

hipernasal, há uma redução do componente de nasalidade. Presente em casos

de obstruções nasais.

118

Oral: concentração de energia na cavidade da boca. Em geral está associada à

sobrearticulação dos sons, sendo uma emissão de característica afetada, mais

frequente nas classes sociais altas.

Laríngea: há uso excessivo da laringe, resultando numa emissão tensa, com

foco de ressonância baixo e sem projeção adequada.

Faríngea: emissão de voz tensa, acompanhada de característica metálica, por

reflexão do som nos pilares faríngeos.

Laringofaríngea: tensionamento conjunto da faringe e laringe. Voz com

qualidade comprimida ou tensa-estrangulada.

Laringofaríngea com compensação nasal: é a ressonância laringofaríngea utilizada de modo intenso, somada ao uso compensatório da cavidade nasal para suavização da emissão.

Cul de sac: abaixamento de região posterior, podendo ou não haver elevação do véu e constrição de pilares e faringe, simultaneamente (PINHO, 1998).

Referências Bibliográficas: BEHLAU, M. Voz: O livro do Especialista. Vol I. Rio de Janeiro: Revinter. 2001. BEHLAU, M. Consensus Auditory- Perceptual Evaluation of Voice (CAPE-V), ASHA 2003.

Refletindo sobre o novo. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, São Paulo, v. 9, n.

3, p. 187-189, 2004.

CARRARA-DE AE. Deglutição, configuração laríngea, análise clínica e acústica computadorizada da voz de pacientes com a doença de Parkinson. Tese (Doutorado em Ciências). São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, São Paulo. 2000.

PINHO, SR. Fundamentos em Fonoaudiologia: Tratando os Distúrbios da Voz. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.2003. PINHO, SMR.; PONTES, PAL . Escala de avaliação perceptiva da fonte glótica: RASAT. Jornal do Conselho Federal de Fonoaudiologia, brasília, v. VII, n. 15, p. 14-15, 2002.

119

X.IX. Anexo 9 – Índice de Triagem do Distúrbio Vocal (ITDV)

Índice de Triagem para Distúrbio de Voz validado por Ghirardi et al. (2013)

ID: ___________ DATA: ____ / ____ / _______

Marque um “X” na opção que melhor descreve a frequência com que você tem os

sintomas abaixo:

Nunca Raramente Às vezes Sempre

Rouquidão

Perda da voz

Falhas na voz

Voz grossa

Pigarro

Tosse seca

Tosse com secreção

Dor ao falar

Dor ao engolir

Secreção/Pigarro

Garganta seca

Cansaço ao falar

ITDV TOTAL__________ Não preencher

120

X.X. Anexo 10 – Questionário Efeitos esperados pré-intervenção

Percepção do professor em relação à intervenção

ID: __________ Data: ____ / ____ / ______

*Pré-intervenção: _________________________________

Na sua opinião, quais os efeitos que ela ocasionará?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

121

X.XI. Anexo 11 - Questionário Efeitos esperados pós-intervenção

Percepção do professor em relação à intervenção

ID: __________ Data: ____ / ____ /_________

*Pós-intervenção: _________________________________

Cite os efeitos que percebeu após a realização da intervenção:

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

122

X.XII. Anexo 12 – Protocolo de percepção pós-intervenção

Protocolo de Percepção Pós- Intervenção adaptado de Roy et. al (2003)

ID: _________ Data: _____/_____/____

Leia cada pergunta e, em seguida, marque o grau que indica a sua real avaliação:

1. Qual foi o seu grau de adesão à intervenção proposta?

Pouco Moderado Bom

2. Este treinamento melhorou os seus sintomas vocais?

Nada/pouco Moderadamente Muito

3. Este treinamento deixou a sua voz mais clara?

Nada/pouco Moderadamente Muito

4. Este treinamento possibilitou-lhe facilidade para falar?

Nada/pouco Moderadamente Muito

5. Você acredita neste programa de treinamento?

Nada/pouco Moderadamente Muito

123

X.XIII. Anexo 13 – Aprovação do Comitê de ética em pesquisa

124

125

126

127

128

129

X.XIV. Anexo 14 – Instruções aos autores: Audiology Communication Research

Escopo e política

Audiology - Communication Research (ACR), ISSN 2317-6431 é uma publicação

técnico-científica da Academia Brasileira de Audiologia (ABA), continuação da Revista

da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (RSBF) (ISSN versão online 1982-0232).

É publicada trimestralmente com o objetivo de divulgar a produção científica sobre

temas relevantes de Audiologia, Distúrbios da Comunicação Humana e áreas afins,

visando o aperfeiçoamento e a atualização dos profissionais relacionados. A ACR é

um periódico de acesso aberto (open access) e gratuito, com publicação bilíngue (Português/Inglês) e exclusivamente online.

São aceitos trabalhos originais (inéditos) em Português ou Inglês, que contribuam

para o conhecimento e apresentem aplicabilidade para a Fonoaudiologia. Ao

submeter o manuscrito, os autores assumem a responsabilidade do trabalho não ter

sido publicado anteriormente nem estar sendo analisado por outra revista. Garantem

também que o artigo não foi plagiado (ou autoplagiado). Caso seja identificada a

publicação ou submissão simultânea a outro periódico, o artigo será desconsiderado.

Ressaltamos que plágio é crime, fere a legislação brasileira no artigo 184 do Código

Penal e no artigo 7º parágrafo terceiro da lei 9.610/98 que regulamenta o direito

autoral. Em caso de identificação de plágio, cometido de forma intencional ou não,

os autores serão advertidos e o processo de avaliação do artigo será

automaticamente cancelado. Os autores não poderão submeter novos artigos à revista Audiology - Communication Research.

Todos os artigos submetidos são analisados por um software de detecção de plágio

e avaliados pelo Conselho Editorial. Após aprovação são encaminhados para análise

de uma comissão de revisores (peer review). Entretanto, a decisão final sobre a

publicação cabe aos Editores. O aceite do manuscrito será baseado na originalidade,

na significância e na contribuição científica para o conhecimento da área. O

anonimato é garantido durante todo o processo de avaliação. O conteúdo do

manuscrito, a veracidade das informações e das citações bibliográficas, assim como

a respectiva tradução para o inglês e a garantia de que esta seja realizada por revisor nativo do idioma, é de responsabilidade exclusiva dos autores.

A ACR publica os seguintes tipos de artigos: Artigos originais, Relato de casos

originais, Artigos de revisão sistemática ou meta-análises, Comunicações breves e Cartas ao editor.

Não serão aceitos relato de casos simples, revisão simples de literatura, resumos,

resenhas e relatórios técnicos.

Forma e preparação de manuscritos

A Audiology - Communication Research (ACR) apoia as políticas para registro de

ensaios clínicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do International

Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), reconhecendo a importância dessas

iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos

clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, somente serão aceitos para publicação os

artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em

um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS

e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE (www.icmje.org),

130

emwww.who.int/ictrp/network/primary/en/index.html ou www.ensaiosclinicos.gov.b

r/. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo.

As normas que se seguem devem ser obedecidas para todos os tipos de trabalhos e

foram baseadas no formato proposto peloInternational Committee of Medical

Journal Editors e publicado no artigo "Uniform requirements for manuscripts

submitted to biomedical journals", versão de abril de 2010, disponível

em: www.icmje.org/urm_full.pdf.

A ACR publica os seguintes tipos de artigos: Artigos originais, Relato de casos

originais, Artigos de revisão sistemática ou meta-análises, Comunicações breves e

Cartas ao editor. Não serão aceitos relato de casos simples, revisão simples de

literatura, resumos, resenhas e relatórios técnicos.

O texto deverá obedecer a estrutura exigida para cada tipo de artigo.

Artigos originais

São trabalhos destinados à divulgação de resultados originais e inéditos de pesquisa

científica. Devem conter os seguintes itens: Resumo e descritores, Abstract e

keywords, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão e Referências.

- Introdução: deve apresentar uma breve revisão de literatura, contextualizando o

trabalho, que justifique os objetivos do estudo. Os objetivos devem ser apresentados

ao final da introdução, sem iniciar uma nova seção.

- Métodos: devem ser descritos com o detalhamento necessário e incluir apenas as

informações relevantes para que o estudo possa ser reproduzido.

- Resultados: devem ser interpretados, indicando a relevância estatística para os

dados encontrados, não devendo, portanto, ser mera apresentação de tabelas,

quadros e figuras. Os dados apresentados no texto não devem ser duplicados nas

tabelas, quadros e figuras e/ou vice e versa. Recomenda-se que os dados recebam

análise estatística inferencial para que sejam mais conclusivos.

- Discussão: os resultados devem ser discutidos e comparados aos estudos da

literatura pertinente. Não deve repetir os resultados nem a introdução.

- Conclusão: deve responder concisamente aos objetivos propostos, indicando clara

e objetivamente qual é a relevância do estudo apresentado e sua contribuição para

o avanço da Ciência.

- Referências: das referências citadas (máximo 30), pelo menos 70% deverão ser

constituídas de artigos publicados em periódicos da literatura nacional e estrangeira,

preferencialmente nos últimos cinco anos.

O número de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, bem como a afirmação

de que todos os sujeitos envolvidos (ou seus responsáveis) assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (Resolução MS/CNS/CNEP nº 196/96 de 10 de

outubro de 1996), no caso de pesquisas envolvendo pessoas ou animais (assim como

levantamentos de prontuários ou documentos de uma instituição), são obrigatórios

e devem ser citados no item Métodos.

Relato de casos originais

Descrevem casos ou experiências inéditas, incomuns ou inovadoras, que

representem originalidade de uma conduta ou tratamento e ilustrem situações pouco

frequentes, com características singulares de interesse para a prática profissional, descrevendo seus aspectos, história, condutas e resultados observados.

Devem conter: Resumo e descritores, Abstract e keywords, Introdução (com breve

revisão da literatura), Apresentação do caso clínico, Discussão, Comentários finais e Referências.

131

A Apresentação do caso clínico deverá conter a afirmação de que os sujeitos

envolvidos (ou seus responsáveis) assinaram do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, consentindo, desta forma, com a realização e divulgação da pesquisa e

seus resultados. No caso de utilização de imagens de pacientes, anexar cópia do

Consentimento Livre e Esclarecido dos mesmos, constando a aprovação para utilização das imagens em periódicos científicos.

Devem ser apresentadas, no máximo 15 referências.

Artigos de revisão sistemática ou meta-análises

São artigos destinados a identificar sistematicamente e avaliar criticamente todas as

evidências científicas a respeito de uma questão de pesquisa. Resultam de uma

pesquisa metodológica com o objetivo de identificar, coletar e analisar estudos que

testam uma mesma hipótese, sistematicamente reúnem os mesmos dados, dispõem

estes dados em gráficos, quadros e/ou tabelas e interpretam as evidências. As

revisões sistemáticas de literatura devem descrever detalhadamente o método de

levantamento dos dados, justificar a escolha das bases de dados consultadas e indicar

a relevância do tema e a contribuição para a Ciência. Os resultados numéricos dos

estudos incluídos na revisão podem, em muitas circunstâncias, ser analisados

estatisticamente por meio de meta-análise. Os artigos de meta-análise devem respeitar rigorosamente as normas indicadas para essa técnica.

Devem seguir a estrutura: resumo e descritores, abstract e keywords, Introdução,

Objetivos, Estratégia de pesquisa, Critérios de seleção, Análise dos dados,

Resultados, Discussão, Conclusão e Referências. Todos os trabalhos selecionados para a revisão sistemática devem ser listados nas referências.

Não há limitação para o número de referências. Das referências citadas, pelo menos

70% deverão ser constituídas de artigos publicados em periódicos da literatura

nacional e estrangeira, preferencialmente nos últimos cinco anos.

Comunicações breves

São artigos curtos de pesquisa, com o objetivo de apresentar resultados preliminares

interessantes e com impacto para a Fonoaudiologia. São limitados a 1500 palavras (da introdução à conclusão).

Seguem o mesmo formato dos Artigos originais, devendo conter: Resumo e

descritores, Abstract e keywords, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão,

Conclusão e Referências.

Devem ser apresentadas, no máximo 15 referências, das quais pelo menos 70%

deverão ser constituídas de artigos publicados em periódicos da literatura nacional e estrangeira, preferencialmente nos últimos cinco anos.

Cartas ao editor

Críticas a matérias publicadas, de maneira construtiva, objetiva e educativa, ou

discussões de assuntos específicos da atualidade. Serão publicadas a critério dos

Editores. Devem ser breves (até 500 palavras).

REQUISITOS TÉCNICOS

132

Devem ser incluídos, obrigatoriamente, além do arquivo do artigo, os seguintes

documentos suplementares (digitalizados):

1. Carta assinada por todos os autores, contendo permissão para reprodução do

material e; transferência de direitos autorais, além de pequeno esclarecimento sobre

a contribuição de cada autor (modelo disponível

em:http://www.audiolcommres.org.br/normas_carta_1.doc);

2. Cópia da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde foi

realizado o estudo, quando referente a pesquisas em seres humanos ou animais;

3. Cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelo(s) sujeito(s)

(ou seus responsáveis), somente quando for necessária a autorização do uso de

imagem;

4. Declaração de conflitos de interesse, quando pertinente (potenciais conflitos de

interesses disponível

em:http://www.audiolcommres.org.br/normas_conflitos_1.doc).

FORMATAÇÃO E PREPARO DO MANUSCRITO

Forma: O texto deve ser formatado em Microsoft Word, em papel tamanho ISO A4

(212x297mm),

Margem: 2,5 cm de cada lado

Fonte: Arial tamanho 12 para texto. Para tabelas, quadros, figuras e anexos: fonte

Arial 8

Espaçamento entre linhas: espaço duplo (inclusive tabelas, quadros e anexos)

Recuos e espaçamentos: zero

Alinhamento do texto: justificado Tabulação de parágrafo: 1,25 cm

Manual de formatação: para detalhes e outras especificações de formatação, acesse:http://www.audiolcommres.org.br/normas_manual_1.pdf

Extensão do manuscrito: a extensão do manuscrito (incluindo página de

identificação, resumo e abstract, texto, tabelas, quadros, figuras, anexos e

referências) não deve ultrapassar as indicações: 30 páginas para Artigos originais e

Revisões sistemáticas, 20 páginas para Relatos de casos e Comunicações breves e 500 palavras para Cartas aos editores.

Sequência do artigo: cada seção deve ser iniciada em uma nova página, na

seguinte sequência: página de identificação, Resumo e

descritores, Abstract e keywords, texto (de acordo com os itens necessários à seção

para a qual o artigo foi enviado), Agradecimentos, Referências, tabelas, quadros, figuras (gráficos, fotografias e ilustrações) e anexos, com suas respectivas legendas.

Página de identificação

Deve conter, obrigatoriamente, na seguinte sequência:

a) título do artigo, em português e em inglês. O título deve ser conciso, porém

informativo.

b) título do artigo resumido com até 40 caracteres (considerando espaços).

c) nome completo de cada autor, seguido do respectivo departamento e/ou

instituição. Não devem ser incluídas titulações.

d) departamento e/ou instituição onde o trabalho foi realizado;

e) nome, telefone, endereço institucional e e-mail do autor responsável e a

quem deve ser encaminhada a correspondência;

f) fontes de auxilio à pesquisa, se houver;

133

g) declaração de inexistência de conflitos de interesse de cada autor;

h) texto breve descrevendo a contribuição de cada autor listado.

Autoria

São considerados autores aqueles que têm efetiva contribuição intelectual e científica

na realização do trabalho. Todas as pessoas designadas como autores devem

responder pela autoria do artigo e ter participado suficientemente do trabalho para

assumir responsabilidade pública pelo seu conteúdo. O crédito de autoria deve ser

baseado por contribuições substanciais durante:

1. Concepção e delineamento do estudo, coleta, análise e interpretação dos dados

2. Redação ou revisão do artigo de forma intelectualmente importante 3. Aprovação final da versão a ser publicada

As pessoas que não cumprem estes requisitos e que tiveram participação puramente

técnica (ato operatório, revisão bibliográfica, chefes de departamento, serviços ou

financiados) devem ser listadas nos agradecimentos. A participação limitada à

obtenção de fundos, coleta de dados, supervisão geral ou chefia de um grupo de pesquisa não justifica autoria.

Resumo e descritores

A segunda página deve conter o resumo, em português e inglês, de no máximo 250

palavras. O resumo em português deve ser apresentado primeiro, seguido

pelo abstract, com quebra de página entre eles. O texto deve ser corrido, sem parágrafo. O resumo e oabstract devem conter exatamente as mesmas informações.

O resumo deverá conter informações relevantes do estudo, que constem no texto e

que incentivem a leitura do artigo. Deverá ser estruturado de acordo com o tipo de

artigo, contendo resumidamente as principais partes do trabalho e ressaltando os

dados mais significativos. Não deve conter a instituição em que o estudo foi realizado e não deve conter resultados numéricos ou estatísticos.

Assim, para Artigos originais e Comunicações breves, a estrutura deve ser, em

português: Objetivo, Métodos, Resultados, Conclusão; em inglês: Purpose, Methods,

Results, Conclusion.

Para Artigos de revisão sistemática ou meta-análises, devem seguir a estrutura, em

português: Objetivos, Estratégia de pesquisa, Critérios de seleção, Resultados,

Conclusão; em inglês: Purpose, Research strategy, Selection criteria, Results, Conclusion.

Para Relatos de caso originais o resumo não deve ser estruturado e não deve

apresentar headlines.

Abaixo do resumo, especificar no mínimo cinco e no máximo dez

descritores/keywords que definam o assunto do trabalho. Os descritores deverão ser

baseados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) publicado pela Bireme que é

uma tradução do MeSH(Medical Subject Headings) da National Library of Medicine e

disponível no endereço eletrônico: http://decs.bvs.br.

Texto

134

O texto deverá obedecer a estrutura exigida para cada tipo de artigo. A citação dos

autores no texto deverá ser numérica e sequencial, utilizando algarismos arábicos

entre parênteses e sobrescritos, sem data e sem nenhuma referência ao nome dos autores, como no exemplo:

"Embora a medicação seja necessária e fundamental para muitos pacientes

proporcionando melhoras significativas, aumentando a sobrevida desses

indivíduos(7), existem relatos na literatura que discutem seus efeitos adversos(8,9)."

Gramática e ortografia: devem ser utilizadas as novas regras gramaticais da língua

portuguesa. Palavras ou expressões em inglês que não possuam tradução oficial para o português devem ser escritas em itálico.

Numerais: até dez devem ser escritos por extenso. Somente a partir do 11 é que devem ser indicados por numerais arábicos.

Idade: descrever a idade sempre em anos e meses (exemplo: 7 anos e 11 meses). Deve ser sempre indicada por numerais. Utilizar a expressão "média de idade".

Sujeitos: ao descrever sujeitos, evitar "sexo" (sexo masculino, sexo feminino);

utilizar "gênero" (gênero masculino, gênero feminino).

Agradecimentos

Incluem reconhecimento a pessoas ou instituições que colaboraram efetivamente

com a execução da pesquisa. Devem ser incluídos agradecimentos às instituições de

fomento que tiverem fornecido auxílio e/ou financiamentos para a execução da pesquisa, inclusive explicitando números de processos, quando for o caso.

Referências

Devem ser numeradas sequencialmente, em algarismos arábicos, de acordo com a

ocorrência no texto. A apresentação deverá estar baseada no formato denominado

"Vancouver Style", conforme exemplos abaixo, e os títulos de periódicos deverão ser

abreviados de acordo com o estilo apresentado pela List of Journal Indexed in Index

Medicus, da National Library of Medicine e disponibilizados

em:ftp://nlmpubs.nlm.nih.gov/online/journals/ljiweb.pdf.

Para todas as referências, citar todos os autores até seis. Acima de seis, citar os seis

primeiros, seguidos da expressãoet al.

Recomenda-se utilizar preferencialmente referências publicadas nos últimos cinco anos.

ARTIGOS DE PERIÓDICOS

Musiek FE, Shinn JB, Jirsa R, Bamiou DE, Baran JA, Zaida E. The GIN (Gaps in Noise)

test performance in subjects with confirmed central auditory nervous system

involvement. Ear Hear. 2005Dec;26(6):608-18.

LIVROS

Coates V, Beznos GW, Françoso LA. Medicina do adolescente. 2ª ed. São Paulo: Sarvier; 2003. 731p.

135

CAPÍTULO DE LIVRO

Santos MFC, Pereira LD. Escuta com Dígitos. In: Pereira LD. Schochat E. (Org.) Processamento auditivo: manual de avaliação. São Paulo: Lovise, 1997. p.15-32.

CAPÍTULO DE LIVRO (mesma autoria)

Russo IC. Intervenção fonoaudiológica na terceira idade. Rio de Janeiro: Revinter; 1999. Distúrbios da audição: a presbiacusia; p. 51-82.

TRABALHOS APRESENTADOS EM CONGRESSOS

Minna JD. Recent advances for potential clinical importance in the biology of lung

cancer. In: Annual Meeting of the American Medical Association for Cancer Research; 1984 Sep 6-10; Toronto. Proceedings. Toronto: AMA; 1984; 25:2293-4.

DISSERTAÇÕES E TESES

Linares AE. Correlação do potencial auditivo de estado estável com outros achados

em audiologia pediátrica [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2009.

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS

ASHA: American Speech and Hearing Association [Internet]. Rockville: American

Speech-Language-Hearing Association; c1997-2008.Otitis media, hearing and

language development. [cited 2003 Aug 29]; [about 3 screens} Available from:http://www.asha.org/consumers/brochures/otitis_media.htm

Tabelas

Devem ser apresentadas separadamente do texto, cada uma em uma página, ao final

do artigo, após as referências. As tabelas devem ser digitadas com espaço duplo e

fonte Arial 8, numeradas sequencialmente, em algarismos arábicos, na ordem em

que foram citadas no texto. Deve ser indicado no texto o local de inserção de cada

tabela. Todas as tabelas deverão ter título reduzido, auto-explicativo, inserido acima

da tabela, sem abreviações ou siglas. Devem ser apresentadas em preto e branco,

com linhas simples, sem nenhum destaque. Todas as colunas da tabela devem ser

identificadas com um cabeçalho. No rodapé da tabela deve constar legenda para

abreviaturas e testes estatísticos utilizados. O número de tabelas deve ser apenas o

suficiente para a descrição dos dados de maneira concisa, e não devem repetir

informações apresentadas no corpo do texto. Quanto à forma de apresentação,

devem ter traçados horizontais separando o cabeçalho, o corpo e a conclusão da tabela. Devem ser abertas lateralmente. Serão aceitas, no máximo, cinco tabelas.

Quadros

Os quadros deverão ser encaminhados separadamente do texto, cada um em uma

página, ao final do artigo, após as referências. Devem ser numerados

sequencialmente, em algarismos arábicos, conforme a ordem de aparecimento no texto.

Devem seguir a mesma orientação da estrutura das tabelas, diferenciando apenas

na forma de apresentação, que pode ter traçado vertical e deve ser fechado

lateralmente. Deve ser indicado no texto o local de inserção de cada quadro. Todos

os quadros deverão ter título reduzido, auto-explicativo, inserido acima do quadro,

sem abreviações ou siglas. No rodapé deve constar legenda para abreviaturas e testes estatísticos utilizados. Serão aceitos no máximo dois quadros.

Figuras (gráficos, fotografias e ilustrações)

136

As figuras deverão ser encaminhadas separadamente do texto, cada uma em uma

página, ao final do artigo, após as referências. Devem ser numeradas

sequencialmente, em algarismos arábicos, conforme a ordem de aparecimento no

texto. Deve ser indicado no texto o local de inserção de cada figura. No rodapé deve

constar legenda para abreviaturas e siglas. Todas as figuras deverão ter qualidade

gráfica adequada (podem ser coloridas, preto e branco ou em escala de cinza, sempre

com fundo branco), e apresentar título sem abreviações ou siglas, digitado em fonte

Arial 8, abaixo da figura. Se as figuras já tiverem sido publicadas em outro local,

deverão vir acompanhadas de autorização por escrito do autor/editor e constando a fonte na legenda da ilustração. Serão aceitas, no máximo, cinco figuras.

Anexos

São dados necessários à compreensão do texto. Podem ser apresentados como listas,

protocolos, formulários, testes etc. Devem ser digitados com espaço duplo e fonte

Arial 8, numerados sequencialmente, em algarismos arábicos, conforme a ordem de

aparecimento no texto. Devem ter título reduzido, auto-explicativo, inserido acima do conteúdo, sem abreviações ou siglas. Devem ser apresentados em preto e branco.

Legendas

Devem ser apresentadas em fonte Arial 8, usando espaço duplo, justificado,

acompanhando as respectivas tabelas, quadros, figuras (gráficos, fotografias e ilustrações) e anexos.

Abreviaturas e siglas

Devem ser precedidas do nome completo quando citadas pela primeira vez no texto.

Nas legendas das tabelas, quadros, figuras e anexos devem constar o significado das

abreviaturas e siglas por extenso. Não devem ser usadas no título dos artigos e nem no resumo.

Notas de rodapé

Quando houver nota de rodapé, deve ser identificada com um asterisco (*). No caso

de ocorrência de mais de uma nota de rodapé, as seguintes devem acrescentar

asteriscos. No rodapé, a nota deve ser formatada em fonte Arial 10, com parágrafo justificado.

Unidades de medida

As medidas de comprimento, altura, peso e volume devem ser apresentadas em

unidades métricas (metro, quilograma, litro) ou seus múltiplos decimais. As

temperaturas devem ser expressas em graus Celsius e as pressões sanguíneas

devem ser expressas em milímetros de mercúrio.

Tradução

Todos os trabalhos terão publicação bilíngue português/inglês. Os artigos podem ser

encaminhados em português ou em inglês. Nos casos dos artigos redigidos em inglês será solicitada uma cópia em português da versão final.

A versão do artigo em inglês é de responsabilidade exclusiva dos autores. Após

revisão técnica do manuscrito aprovado em português os autores serão orientados a

137

realizarem a tradução do documento para a língua inglesa, garantindo pelo menos a

revisão por empresa especializada com experiência internacional.

Representações comerciais

Agentes terapêuticos devem ser indicados pelos seus nomes genéricos seguidos,

entre parênteses, pelo nome comercial, fabricante, cidade, estado e país de origem.

Todos os instrumentos ou aparelhos de fabricação utilizados devem ser citados com

o seu nome comercial, fabricante, cidade, estado e país de origem. É necessária a

colocação do símbolo (sobrescrito) de marca registrada ® ou ™em todos os nomes de

instrumentos ou outras representações comerciais.

Envio de manuscritos

SUBMISSÃO DO MANUSCRITO

Serão aceitos para análise somente os artigos submetidos pelo sistema de

editoração online, disponível emhttp://mc04.manuscriptcentral.com/acr-scielo.

Todos os autores deverão ser cadastrados no sistema, para receberem as

correspondências relativas ao andamento do artigo.

Salientamos que os autores não são submetidos a taxas de submissão ou de avaliação dos artigos.

Em casos de dúvidas, os autores deverão entrar em contato com a secretaria executiva pelo e-mail [email protected]

138

X.XV. Anexo 15 – Comprovante de Submissão do Artigo 1

139

X.XVI. Anexo 16 – Instruções aos autores Instruções aos autores: Revista CEFAC

Escopo e política

A REVISTA CEFAC - Speech, Language, Hearing Sciences and Education Journal (Rev.

CEFAC.), ISSN 1516-1846, indexada nas bases de dados LILACS, SciELO, BVS,

Sumários.org, Gale, Eletronic Journals Service - Redalyc, ABEC, é publicada

bimestralmente com o objetivo de registrar a produção científica sobre temas

relevantes para a Fonoaudiologia e áreas afins. São aceitos para apreciação apenas

trabalhos completos originais, preferencialmente em Inglês, também podendo ser

em Português ou Espanhol; que não tenham sido anteriormente publicados, nem que

estejam em processo de análise por outra revista. Caso aprovados, os artigos (tanto

em língua estrangeira quanto na versão em português) deverão vir acompanhados

de comprovante de que a tradução (língua estrangeira) e a correção (português)

foram feitas por profissional habilitado, não necessitando ser juramentado.

Inicialmente, a submissão poderá ser feita na versão em português, mas caso o

artigo seja aprovado, o envio da versão em inglês é obrigatória. Podem ser

encaminhados: artigos originais de pesquisa, artigos de revisão, comunicação breve

e relatos de casos clínicos.

Na seleção dos artigos para publicação, avaliam-se a originalidade, a relevância do

tema e a qualidade da metodologia científica utilizada, além da adequação às normas

editoriais adotadas pela revista. Os trabalhos que não respeitarem os requisitos

técnicos e não estiverem de acordo com as normas para publicação não serão aceitos

para análise e os autores serão devidamente informados, podendo ser novamente

encaminhados para apreciação após as devidas reformulações, momento no qual receberão novo número de submissão.

Todos os trabalhos, após avaliação técnica inicial e aprovação pelo Corpo Editorial,

serão encaminhados para análise e avaliação de, no mínimo, dois pareceristas (peer

review) de reconhecida competência no assunto abordado cujo anonimato é garantido durante o processo de julgamento.

Os comentários serão compilados e encaminhados aos autores para que sejam

realizadas as modificações sugeridas ou justificadas em caso de sua conservação.

Após as correções sugeridas pelos revisores, a forma definitiva do trabalho e a carta

resposta comentando ponto a ponto as observações dos avaliadores, deverão ser

novamente encaminhadas via submissão online. Somente após aprovação final

dos revisores e editores, os autores serão informados do aceite e os trabalhos

passarão à sequência de entrada para publicação. Os artigos não selecionados receberão notificação da recusa.

É reservado ao departamento editorial da Revista CEFAC, o direito de modificação do

texto, caso necessário e sem prejuízo de conteúdo, visando uniformizar termos

técnicos e apresentação do manuscrito. Somente a Revista CEFAC poderá autorizar

a reprodução em outro periódico dos artigos nela contidos. Nestes casos, os autores deverão pedir autorização por escrito à Revista CEFAC.

Tipos de trabalhos

Artigos originais de pesquisa: são trabalhos destinados à divulgação de

resultados inéditos de pesquisa científica, de natureza quantitativa ou qualitativa;

constituindo trabalhos completos. Sua estrutura formal deve apresentar os

140

tópicos: Introdução (Introduction), Métodos (Methods), Resultados (Results),

Discussão (Discussion), Conclusão (Conclusion) e Referências (References).Máximo

de40 referências constituídas de 70% de artigos publicados em periódicos da

literatura nacional e internacional, sendo estes preferencialmente dos últimos 5 anos.

É recomendado: uso de subtítulos, menção de implicações clínicas e limitações do

estudo, particularmente na discussão do artigo. Sugere-se, quando apropriado, o

detalhamento do tópico “Métodos”, informando a aprovação do Comitê de Ética e o

número do processo, o desenho do estudo, local onde foi realizado, participantes,

desfechos clínicos de interesse e intervenção. O resumo deve ser estruturado com

250 palavras no máximo e conter os tópicos: Objetivo (Purpose), Métodos (Methods), Resultados (Results) e Conclusão (Conclusion).

Artigos de revisão de literatura: são revisões da literatura, constituindo revisões

críticas e comentadas sobre assunto de interesse científico da área da Fonoaudiologia

e afins, desde que tragam novos esclarecimentos sobre o tema, apontem falhas do

conhecimento acerca do assunto, despertem novas discussões ou indiquem caminhos

a serem pesquisados, preferencialmente a convite dos editores. Sua estrutura formal

deve apresentar os tópicos: Introdução (Introduction) que justifique o tema de

revisão incluindo o objetivo;Métodos (Methods) quanto à estratégia de busca

utilizada (base de dados, referências de outros artigos, etc), e detalhamento sobre

critério de seleção da literatura pesquisada (ex.: últimos 3 anos, apenas artigos de

relatos de casos sobre o tema, etc.); Revisão da Literatura (Literature

Review) comentada com discussão; Conclusão (Conclusion) e Referências

(References). Máximo de40 referências de artigos publicados em periódicos da

literatura nacional e internacional, sendo estes preferencialmente dos últimos 10

anos. O resumo deve conter no máximo 250 palavras e não deve ser estruturado.

Comunicação breve: são relatos breves de pesquisa ou de experiência profissional

com evidências metodologicamente apropriadas; manuscritos que descrevem novos

métodos ou técnicas serão também considerados. Sua estrutura formal deve

apresentar os tópicos:Introdução, Métodos, Resultados, Discussão, Considerações

finais/Conclusões e Referências. O resumo deve ser estruturado com 250 palavras

no máximo e conter os tópicos: Resumo (Abstract), Objetivo (Purpose), Métodos (Methods), Resultados (Results) e Conclusão/Considerações Finais (Conclusion) .

Relatos de casos clínicos: relata casos raros ou não comuns, particularmente

interessantes ou que tragam novos conhecimentos e técnicas de tratamento ou

reflexões. Devem ser originais e inéditos. Sua estrutura formal deve apresentar os

tópicos: Introdução (Introduction), sucinta e apoiada em literatura que justifique a

apresentação do caso clínico; Apresentação do Caso (Case Report), descrição da

história, dos procedimentos e tratamentos realizados; Resultados

(Results), mostrando claramente a evolução obtida;Discussão

(Discussion) fundamentada; Conclusão/Considerações Finais (Conclusion/Final

Considerations) e Referências (References), pertinente ao relato. Máximo de 30

referências constituídas de artigos publicados em periódicos da literatura nacional e

internacional, preferencialmente dos últimos 5 anos. O resumo deve conter no máximo 250 palavras e não deve ser estruturado

Forma e preparação de manuscritos

As normas da revista são baseadas no formato proposto pelo International

Committee of Medical Journal Editors e publicado no artigo:Uniform requirements

for manuscripts submitted to biomedical journals, versão de fevereiro de 2006

141

disponível em:http://www.icmje.org/

A Revista CEFAC apóia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização

Mundial de Saúde (OMS) e do International Committee of Medical Journal

Editors (ICMJE), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e

a divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto.

Um ensaio clínico é qualquer estudo que atribua seres humanos prospectivamente

a grupos de intervenção ou de comparação para avaliar a relação de causa e efeito

entre uma intervenção médica e um desfecho de saúde. Os ensaios clínicos devem ser registrados em um dos seguintes registros:

Australian Clinical Trials Registry http://actr.org.au

Clinical Trials http://www.clinicaltrials.gov/

ISRCTN Register http://isrctn.org

Nederlands Trial Register http://www.umin.ac.jp/ctr

Os autores são estimulados a consultar as diretrizes relevantes a seu desenho de

pesquisa específico. Para obter relatórios de estudos controlados randomizados, os

autores podem consultar as recomendações CONSORT http://www.consort-statement.org/

REQUISITOS TÉCNICOS

a) Arquivos em Word, formato de página A4 (212 X 297mm), digitado em espaço

simples, fonte Arial, tamanho 12, margens superior, inferior, direita e esquerda de

2,5 cm, com páginas numeradas em algarismos arábicos, na sequência: página de

título, resumo, descritores, abstract, keywords, texto, agradecimentos, referências,

tabelas ou figuras com as respectivas legendas.

O manuscrito deve ter até 15 páginas, digitadas em espaço simples (conta-se da

introdução até antes das referências), máximo de 10 tabelas (ou figuras). Gráficos,

fotografias e ilustrações se caracterizam como figuras. Questionários podem vir

como Anexo e devem, necessariamente, estar em formato de quadro.

b) permissão para reprodução do material fotográfico do paciente ou retirado de

outro autor, quando houver; anexando cópia do “Consentimento Livre e

Esclarecido”, constando a aprovação para utilização das imagens em periódicos científicos.

c) aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), quando referente a pesquisas

com seres humanos. É obrigatória a apresentação do número do protocolo de

aprovação da Comissão de Ética da instituição onde a pesquisa foi realizada, assim

como a informação quanto à assinatura do “Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido”, por todos os sujeitos envolvidos ou seus responsáveis (Resolução CNS 466/2012).

d) carta assinada por todos os autores no Termo de Responsabilidade em que se

afirme o ineditismo do trabalho assim como a responsabilidade pelo conteúdo

enviado, garantindo que o artigo nunca foi publicado ou enviado a outra revista,

reservando o direito de exclusividade à Revista CEFAC e autorizando a adequação

do texto ao formato da revista, preservando seu conteúdo. A falta de assinatura

será interpretada como desinteresse ou desaprovação à publicação, determinando

a exclusão editorial do nome da pessoa da relação dos autores. Todas as pessoas

designadas como autores devem ter participado suficientemente no trabalho para

assumir responsabilidade pública pelo seu conteúdo. O crédito de autoria deve ser

baseado somente em: 1) contribuições substanciais para a concepção e

delineamento, coleta de dados ou análise e interpretação dos dados; 2) redação ou

revisão crítica do artigo em relação a conteúdo intelectualmente importante; 3)

aprovação final da versão a ser publicada.

Os editores podem solicitar justificativas quando o total de autores exceder a oito.

142

Não será permitida a inclusão de um novo autor após o recebimento da primeira revisão feita pelos pareceristas.

TERMO DE RESPONSABILIDADE – MODELO

Nós, (Nome(s) do(s) autor(es) com, RG e CPF), nos responsabilizamos pelo

conteúdo e autenticidade do trabalho intitulado ______________________ e

declaramos que o referido artigo nunca foi publicado ou enviado a outra revista,

tendo a Revista CEFAC direito de exclusividade sobre a comercialização, edição e

publicação seja impresso ou on line na Internet. Autorizamos os editores a realizarem adequação de forma, preservando o conteúdo.

Data, Assinatura de todos os Autores

PREPARO DO MANUSCRITO

1. Página de Identificação: deve conter: a) título do manuscrito em Português

(ou Espanhol) e Inglês, que deverá ser conciso, porém informativo; b) título

resumido com até 40 caracteres, incluindo os espaços, em Português, Inglês ou em

Espanhol; c) nome completo de cada autor, nome da entidade institucional onde

foi desenvolvido o artigo, Cidade, Estado e País. d) nome, endereço completo, fax

e e-mail do autor responsável e a quem deve ser encaminhada a

correspondência; e) indicar a área: Linguagem, Motricidade Orofacial, Voz,

Audiologia, Saúde Coletiva, Disfagia, Fonoaudiologia Escolar, Fonoaudiologia Geral

e Temas de Áreas Correlatas a que se aplica o trabalho; f) identificar o tipo de

manuscrito: artigo original de pesquisa, artigo de revisão de literatura, comunicação

breve, relatos de casos clínicos; g) citar fontes de auxílio à pesquisa ou indicação

de financiamentos relacionados ao trabalho, se houver; h) citar conflito de interesse (caso não haja colocar inexistente).

Em síntese:

Título do manuscrito: em português ou espanhol e em inglês.

Título resumido: até 40 caracteres em português, espanhol ou em inglês.

Autor Principal (1), Primeiro Co-Autor (2)...

(1)nome da entidade institucional onde foi desenvolvido o artigo, Cidade, Estado e

País.

Nome, endereço e e-mail do autor responsável.

Área:

Tipo de manuscrito:

Fonte de auxílio: citar apenas se houver Conflito de Interesse:

2. Resumo e descritores: a segunda página deve conter o resumo, em português

(ou espanhol) e em inglês, com no máximo 250 palavras. Deverá ser estruturado

conforme o tipo de trabalho, descrito acima, em português e em inglês. O resumo

tem por objetivo fornecer uma visão clara das principais partes do trabalho,

ressaltando os dados mais significantes, aspectos novos do conteúdo e conclusões

do trabalho. Não devem ser utilizados símbolos, fórmulas, equações e abreviaturas.

Abaixo do resumo/abstract, especificar os descritores/keywords que definam o

assunto do trabalho: no mínimo três e no máximo seis. Os descritores deverão ser

baseados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) publicado pela Bireme, que

é uma tradução do MeSH (Medical Subject Headings) da National Library of

Medicine e disponível no endereço eletrônico: http://www.bireme.br, seguir

para: terminologia em saúde – consulta ao DeCS; ou diretamente no

endereço: http://decs.bvs.br. Deverão ser utilizados sempre os descritores

exatos.

143

No caso de Ensaios Clínicos, abaixo do Resumo, indicar o número de registro na base de Ensaios Clínicos (http://clinicaltrials.gov).

3. Texto: deverá obedecer à estrutura exigida para cada tipo de trabalho.

Abreviaturas devem ser evitadas. Quando necessária a utilização de siglas, as

mesmas devem ser precedidas pelo referido termo na íntegra em sua primeira

aparição no texto. Os trabalhos devem estar referenciados no texto, em ordem de

entrada sequencial numérica, com algarismos arábicos, sobrescritos, evitando

indicar o nome dos autores.

A Introdução deve conter dados que direcionem o leitor ao tema, de maneira clara

e concisa, sendo que os objetivos devem estar claramente expostos no último

parágrafo da Introdução. Por exemplo: O (s) objetivo (s) desta pesquisa

foi (foram).... e deve coincidir com o objetivo proposto no resumo/abstract.

O Método deve estar detalhadamente descrito. O primeiro parágrafo deve iniciar

pela aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com o respectivo

número de protocolo. Os critérios de inclusão e de exclusão devem estar

especificados na casuística. Os procedimentos devem estar claramente descritos de

forma a possibilitar réplica do trabalho ou total compreensão do que e como foi

realizado. Protocolos relevantes para a compreensão do método devem ser

incorporados à metodologia no final deste item e não como anexo, devendo constar

o pressuposto teórico que a pesquisa se baseou (protocolos adaptados de autores,

baseados ou utilizados na íntegra, etc.). No último parágrafo deve constar o tipo de

análise estatística utilizada, descrevendo-se os testes utilizados e o valor

considerado significante. No caso de não ter sido utilizado teste de hipótese, especificar como os resultados serão apresentados.

Os Resultados podem ser expostos de maneira descritiva, por tabelas ou figuras

(gráficos, quadros, fotografias e ilustrações são chamados de figuras) escolhendo-

se as que forem mais convenientes. Solicitamos que os dados apresentados não sejam repetidos em gráficos ou em texto.

4. Notas de rodapé: não deve haver notas de rodapé. Se a informação for

importante para a compreensão ou para a reprodução do estudo, a mesma deverá ser incluída no corpo do artigo.

5. Agradecimentos: inclui colaborações de pessoas que merecem

reconhecimento, mas que não justificam a inclusão como autores; agradecimentos por apoio financeiro, auxílio técnico, entre outros.

6. Referências Bibliográficas: a apresentação deverá estar baseada no formato

denominado “Vancouver Style”, conforme exemplos abaixo, e os títulos de

periódicos deverão ser abreviados de acordo com o estilo apresentado pela List of

Journal Indexed in Index Medicus, da National Library of Medicine e disponibilizados

no endereço: http://nlmpubs.nlm.nih.gov/online/journals/ljiweb.pdf

Devem ser numeradas consecutivamente, na mesma ordem em que foram citadas

no texto e identificadas com números arábicos sobrescritos. Se forem sequenciais,

precisam ser separadas por hífen. Se forem aleatórias, a separação deve ser feita

por vírgulas.

Referencia-se o(s) autor(es) pelo seu sobrenome, sendo que apenas a letra inicial

é em maiúscula, seguida do(s) nome(s) abreviado(s) e sem o ponto.

Para todas as referências, cite todos os autores até seis. Acima de seis, cite os seis

primeiros, seguidos da expressão et al.

Comunicações pessoais, trabalhos inéditos ou em andamento poderão ser citados

quando absolutamente necessários, mas não devem ser incluídos na lista de referências bibliográficas; apenas citados no texto.

144

Artigos de Periódicos

Autor(es) do artigo. Título do artigo. Título do periódico abreviado. Data, ano de

publicação; volume(número):página inicial-final do artigo.

Ex.: Shriberg LD, Flipsen PJ, Thielke H, Kwiatkowski J, Kertoy MK, Katcher ML et

al. Risk for speech disorder associated with early recurrent otitis media with

effusions: two retrospective studies. J Speech Lang Hear Res. 2000;43(1):79-99.

Observação: Quando as páginas do artigo consultado apresentarem números

coincidentes, eliminar os dígitos iguais. Ex: p. 320-329; usar 320-9.

Ex.: Halpern SD, Ubel PA, Caplan AL. Solid-organ transplantation in HIV-infected

patients. N Engl J Med. 2002Jul;25(4):284-7.

Ausência de Autoria

Título do artigo. Título do periódico abreviado. Ano de publicação;

volume(número):página inicial-final do artigo.

Ex.: Combating undernutrition in the Third World. Lancet.1988;1(8581):334-6.

Livros

Autor(es) do livro. Título do livro. Edição. Cidade de publicação: Editora; Ano de

publicação.

Ex.: Murray PR, Rosenthal KS, Kobayashi GS, Pfaller MA. Medical microbiology. 4th ed. St. Louis: Mosby; 2002.

Capítulos de Livro

Autor(es) do capítulo. Título do capítulo. “In”: nome(s) do(s) autor(es) ou

editor(es). Título do livro. Edição. Cidade de publicação: Editora; Ano de publicação.

Página inicial-final do capítulo.

Ex.: Meltzer PS, Kallioniemi A, Trent JM. Chromosome alterations in human solid

tumors. In: Vogelstein B, Kinzler KW, editors. The genetic basis of human cancer.

New York: McGraw-Hill; 2002. p. 93-113.

Observações: Na identificação da cidade da publicação, a sigla do estado ou

província pode ser também acrescentada entre parênteses. Ex.: Berkeley (CA); e

quando se tratar de país pode ser acrescentado por extenso. Ex.: Adelaide

(Austrália);

Quando for a primeira edição do livro, não há necessidade de identificá-la. A

indicação do número da edição será de acordo com a abreviatura em língua portuguesa. Ex.: 4ª ed.

Anais de Congressos

Autor(es) do trabalho. Título do trabalho. Título do evento; data do evento; local

do evento. Cidade de publicação: Editora; Ano de publicação.

Ex.: Harnden P, Joffe JK, Jones WG, editors. Germ cell tumours V. Proceedings of

the 5th Germ Cell Tumour Conference; 2001 Sep 13-15; Leeds, UK. New York:

Springer; 2002.

Trabalhos apresentados em congressos

Autor(es) do trabalho. Título do trabalho apresentado. “In”: editor(es) responsáveis

pelo evento (se houver). Título do evento: Proceedings ou Anais do título do evento;

data do evento; local do evento. Cidade de publicação: Editora; Ano de publicação.

Página inicial-final do trabalho.

Ex.: Christensen S, Oppacher F. An analysis of Koza’s computational effort statistic

for genetic programming. In: Foster JA, Lutton E, Miller J, Ryan C, Tettamanzi AG,

editors. Genetic programming. EuroGP 2002: Proceedings of the 5th European

Conference on Genetic Programming; 2002 Apr 3-5; Kinsdale, Ireland. Berlin: Springer; 2002. p. 182-91.

Dissertação, Tese e Trabalho de Conclusão de curso

Autor. Título do trabalho [tipo do documento]. Cidade da instituição (estado):

145

instituição; Ano de defesa do trabalho.

Ex.: Borkowski MM. Infant sleep and feeding: a telephone survey of Hispanic

Americans [dissertation]. Mount Pleasant (MI): Central Michigan University; 2002.

Ex.: TannouriI AJR, Silveira PG. Campanha de prevenção do AVC: doença carotídea

extracerebral na população da grande Florianópolis [trabalho de conclusão de

curso]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina. Curso de

Medicina. Departamento de Clínica Médica; 2005.

Ex.: Cantarelli A. Língua: que órgão é este? [monografia]. São Paulo (SP): CEFAC – Saúde e Educação; 1998.

Material Não Publicado (No Prelo)

Autor(es) do artigo. Título do artigo. Título do periódico abreviado. Indicar no prelo

e o ano provável de publicação após aceite.

Ex.: Tian D, Araki H, Stahl E, Bergelson J, Kreitman M. Signature of balancing selection in Arabidopsis. Proc Natl Acad Sci USA. No prelo 2002.

Material Audiovisual

Autor(es). Título do material [tipo do material]. Cidade de publicação: Editora; ano.

Ex.: Marchesan IQ. Deglutição atípica ou adaptada? [Fita de vídeo]. São Paulo (SP): Pró-Fono Departamento Editorial; 1995. [Curso em Vídeo].

Documentos eletrônicos

ASHA: American Speech and Hearing Association. Otitis media, hearing and

language development. [cited 2003 Aug 29]. Available from:http://asha.org/consumers/brochures/otitis_media.htm.2000

Artigo de Periódico em Formato Eletrônico

Autor do artigo(es). Título do artigo. Título do periódico abreviado [periódico na

Internet]. Data da publicação [data de acesso com a expressão “acesso em”];

volume (número): [número de páginas aproximado]. Endereço do site com a

expressão “Disponível em:”.

Ex.: Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts in an

advisory role. Am J Nurs [serial on the Internet]. 2002 Jun [cited 2002 Aug 12];

102(6):[about 3 p.]. Available from: http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/Wawatch.htm

Monografia na Internet

Autor(es). Título [monografia na Internet]. Cidade de publicação: Editora; data da

publicação [data de acesso com a expressão “acesso em”]. Endereço do site com a

expressão “Disponível em:”.

Ex.: Foley KM, Gelband H, editores. Improving palliative care for cancer

[monografia na Internet]. Washington: National Academy Press; 2001 [acesso em

2002 Jul 9]. Disponível em: http://www.nap.edu/books/0309074029/html/

Cd-Rom, DVD, Disquete

Autor (es). Título [tipo do material]. Cidade de publicação: Produtora; ano.

Ex.: Anderson SC, Poulsen KB. Anderson’s electronic atlas of hematology [CD-

ROM]. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2002.

Homepage

Autor(es) da homepage (se houver). Título da homepage [homepage na Internet].

Cidade: instituição; data(s) de registro* [data da última atualização com a

expressão “atualizada em”; data de acesso com a expressão “acesso em“].

Endereço do site com a expressão “Disponível em:”.

Ex.: Cancer-Pain.org [homepage na Internet]. New York: Association of Cancer

146

Online Resources, Inc.; c2000-01 [atualizada em 2002 May 16; acesso em 2002 Jul 9]. Disponível em: http://www.cancer-pain.org/

Bases de dados na Internet

Autor(es) da base de dados (se houver). Título [base de dados na Internet]. Cidade:

Instituição. Data(s) de registro [data da última atualização com a expressão

“atualizada em” (se houver); data de acesso com a expressão “acesso em“].

Endereço do site com a expressão “Disponível em:”.

Ex.: Jablonski S. Online Multiple Congential Anomaly/Mental Retardation (MCA/MR)

Syndromes [base de dados na Internet]. Bethesda (MD): National Library of

Medicine (US). 1999 [atualizada em 2001 Nov 20; acesso em 2002 Aug 12].

Disponível em:http://www.nlm.nih.gov/mesh/jablonski/syndrome_title.html

7. Tabelas, Quadros e Gráficos (lembrar que quadros e gráficos devem ser

chamados de Figuras conforme item 3): As tabelas, quadros e gráficos deverão

ser formatados no Word ou Excel, estando plenamente editáveis e destravados.

Não serão aceitas tabelas, quadros ou gráficos colados no texto, ou sem a base de

dados original em que foi criado. No caso de gráficos formatados no Excel, solicita-

se o envio dos arquivos originais (xls) em que foram criados. Cada tabela deve ser

enviada em folha separada após as referências bibliográficas. Devem ser

autoexplicativas, dispensando consultas ao texto ou outras tabelas e numeradas

consecutivamente, em algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no

texto. Devem conter título na parte superior, em caixa alta, sem ponto final,

alinhado pelo limite esquerdo da tabela, após a indicação do número da tabela.

Abaixo de cada tabela, no mesmo alinhamento do título, devem constar a legenda,

testes estatísticos utilizados (nome do teste e o valor de p), e a fonte de onde foram

obtidas as informações (quando não forem do próprio autor). O traçado deve ser

simples em negrito na linha superior, inferior e na divisão entre o cabeçalho e o

conteúdo. Não devem ser traçadas linhas verticais externas; pois estas configuram quadros e não tabelas.

8. Figuras (fotografias, ilustrações): As imagens e ilustrações devem ter seu

lugar indicado no texto e ser enviadas também em anexos separados, em formato

TIF ou JPG, com resolução mínima de 300 dpi devendo-se considerar a largura

máxima da revista de 16,5 cm. Podem ser coloridas, ou preto e branco (tons de

cinza). Devem ser salvas e nomeadas segundo o artigo e a ordem: artigoX_fig_1,

artigoX_fig_2, sucessivamente, e idênticas ao conteúdo. Cada figura deve ser

enviada em folha separada após as referências bibliográficas. Devem ser

numeradas consecutivamente, em algarismos arábicos, na ordem em que foram

citadas no texto. As legendas devem ser apresentadas de forma clara, descritas

abaixo das figuras, fora da moldura. Na utilização de testes estatísticos, descrever

o nome do teste, o valor de p, e a fonte de onde foram obtidas as informações

(quando não forem do próprio autor). Os gráficos devem, preferencialmente, ser

apresentados na forma de colunas. No caso de fotos, indicar detalhes com setas,

letras, números e símbolos, que devem ser claros e de tamanho suficiente para

comportar redução. Deverão estar no formato JPG (Graphics Interchange Format)

ou TIF (Tagged Image File Formatt), em alta resolução (mínimo 300 dpi) para que

possam ser reproduzidas. Reproduções de ilustrações já publicadas devem ser

acompanhadas da autorização da editora e autor.

9. Análise Estatística: os autores devem demonstrar que os procedimentos

estatísticos utilizados foram não somente apropriados para testar as hipóteses do

estudo, mas também corretamente interpretados. Os níveis de significância estatística (ex.: p < 0,05; p < 0,01; p < 0,001) devem ser mencionados.

147

10. Abreviaturas e Siglas: devem ser precedidas do nome completo quando

citadas pela primeira vez. Nas legendas das tabelas e figuras devem ser

acompanhadas de seu nome por extenso. Quando presentes em tabelas e figuras,

as abreviaturas e siglas devem estar com os respectivos significados nas legendas. Não devem ser usadas no título e no resumo.

11. Unidades: valores de grandezas físicas devem ser referidos nos padrões do

Sistema Internacional de Unidades, disponível no endereço: http://www.inmetro.gov.br/infotec/publicacoes/Si/si.htm.

DECLARAÇÃO DE REVISÃO DE PORTUGUÊS – MODELO

_____________________________, _____ de _____________ de 201__. (Cidade, dia, mês, ano)

Eu, _____________________________________(nome completo), ___________

(profissão), portador(a) da cédula de identidade RG no. _______________, declaro

para os devidos fins que o artigo intitulado

_________________________________________________________________

____________, a ser publicado na REVISTA CEFAC - Speech, Language, Hearing

Sciences and Education Journal, foi por mim revisado. Desta forma, atesto a qualidade da redação do manuscrito.

____________________________________

(assinatura)

DECLARAÇÃO DE REVISÃO DE INGLÊS – MODELO

_____________________________, _____ de _____________ de 201__.

(Cidade, dia, mês, ano)

Eu, _____________________________________(nome completo), __________

(profissão), portador(a) da cédula de identidade RG no. ______________, declaro

para os devidos fins que o artigo intitulado

_________________________________________________________________

____________, a ser publicado na REVISTA CEFAC - Speech, Language, Hearing

Sciences and Education Journal, foi por mim revisado. Desta forma, atesto a

correspondência entre as versões em português e em inglês bem como a qualidade da redação do manuscrito.

148

____________________________________ (assinatura)

TAXA DE PUBLICAÇÃO

A partir de 18 de janeiro de 2016, a taxa de publicação a ser paga pelos autores

que tiverem seus artigos aprovados será de US$200.00 Como a Revista CEFAC vem

crescendo em visibilidade e reconhecimento científico, se torna necessário maior

investimento na qualidade da publicação das versões em português e inglês, por isto a adoção desta taxa de publicação.

Quando o manuscrito tiver seu aceite, o autor receberá um aviso a respeito do

pagamento. Este deverá ser feito em nome de ABRAMO – Associação Brasileira de

Motricidade Orofacial na conta do Banco Itaú – Agência 4271 C/C 23820-8 – CNPJ

22.196.630/0001. Após efetuar o depósito, o comprovante deverá ser enviado, em

até 15 dias, por e-mail ([email protected]) ou inserido no sistema da Revista

entre os documentos suplementares (mediante informe por e-mail da realização do

pagamento). Em caso de dúvidas, o autor poderá entrar em contato por e-mail.

Envio de manuscritos

Envio do Manuscrito Para Submissão

Serão aceitos para análise somente os artigos submetidos pelo sistema de

editoração online, disponível em:http://mc04.manuscriptcentral.com/rcefac-scielo

149

X.XVII. Anexo 17 – Comprovante de Submissão do Artigo 2

150

XI. APÊNDICE

XI.I. Apêndice 1 – Orientações – execução da intervenção

Orientações – execução da intervenção

Caro(a) professor(a),

O exercício vocal com o canudo deverá ser realizado no começo de cada turno

de trabalho, nesta e nas demais instituições onde exerça a função de docente, por 4

semanas consecutivas.

O procedimento é fácil e basta seguir os passos abaixo para executá-lo

corretamente:

1. Deixe a água até a metade da garrafa;

2. Segure a garrafa próximo a boca;

3. Olhe para frente e mantenha a cabeça ereta durante o exercício;

4. Posicione o canudo entre os dentes, em cima da língua;

5. Mantenha os lábios ao redor do tubo durante todo o exercício;

6. Insira a outra extremidade do canudo na água em 2-3cm de profundidade;

7. Fale o som de /u/ no canudo, produzindo borbulhas na água, emita no tempo

máximo que conseguir sem entrar em cansaço;

8. Fique atento para não colocar tensão na região do pescoço durante o exercício;

9. Não beba água durante o tempo que esteja realizando as séries de exercícios;

10. Realize os exercícios em 3 séries de 10 repetições descansando 1 minuto a cada

série realizada:

a. Ou seja, execute o exercício 10 vezes e descanse 1 minuto

b. Depois faça mais 10 vezes e descanse novamente por mais 1minuto e

c. Repita mais 10 vezes.

Pronto, prof. (a) agora já pode direcionar-se a sala de aula e começar as suas atividades.

Boa aula.