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EXERCÍCIO FÍSICO E AIDS
FÁBIO LUIS VILELA PEREIRA
GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA PELO CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS
FACULDADES ASSOCIADAS DE ENSINO – FAE.
E-MAIL: [email protected]
SEBASTIÃO ÁLVARO GALDINO
GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA PELA FACULDADE NÁUTICO MOGIANO
DE MOGI DAS CRUZES – SP. MESTRE EM CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO PELA
UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS DE MOGI DAS CRUZES, ESPECIALIZAÇÃO EM
CIÊNCIA DO ESPORTE (UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES), NATAÇÃO E
GINÁSTICA OLÍMPICA (FACULDADE NÁUTICO MOGIANO). PROFESSOR DO
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES
ASSOCIADAS DE ENSINO – FAE.
E-MAIL: [email protected] e [email protected]
RESUMO
O exercício físico é importante ferramenta terapêutica para indivíduos portadores do vírus
HIV e AIDS, com melhorias significativas da aptidão física relacionada à saúde e nas
condições psicológicas e sociais. Este trabalho (1) tem como objetivo investigar os efeitos do
exercício físico e seu impacto para o portador de HIV e AIDS, através de revisão bibliográfica
pertinente ao tema abordado em livros, revistas, artigos e sites de internet, além de pesquisa
de campo com 34 portadores de HIV assistidos pela ASPA – Associação Sanjoanense de
Prevenção à AIDS. Os resultados da pesquisa demonstram que 67,64% não se exercitam,
66,66% exercitam-se por necessidade, 28,57% sentem-se tranqüilizados e energizados com o
exercício, 46,42% tem motivação para o exercício, 93,54% vêem o exercício como importante
para a saúde, 84,21% ficam com a saúde ótima após o exercício, 58,33% não sentem fadiga,
indisposição geral ou dor durante o exercício e 76,47% têm disposição para momentos de
lazer. As considerações finais sugerem que na pesquisa com os portadores de HIV e AIDS,
principalmente entre as mulheres, a prática do exercício físico ainda não tem a devida
atenção, porém percebe-se que eles têm consciência da importância do exercício em relação
aos benefícios para a sua saúde.
Palavras-chave: 1.HIV e AIDS 2.Exercício físico 3.Sistema imunológico
ABSTRACT
Physical activity is an important therapeutic tool to back individuals suffering from AIDS,
improving health, physical, psychological and social conditions. This paper aims to
investigate the effects to physical activities and their impacts concerning HIV and AIDS
patients, using for this paper bibliographic revision related to the theme from books,
magazines, articles, internet websites, as well as field research with 34 HIV patients assisted
by ASPA – Associação Sanjoanense de Prevenção à AIDS. The research shows that 67,64%
of all interviewed do not get regular exercise, 66,66% get some exercise because they need,
28,57% feel calm and energized when getting some exercise, 46,42% feel motivated to do
physical activity, 93,54% see physical activity as something important for health condition,
84,21% has a good health after doing exercise, 58,33% do not have fatigue, general
discomfort or ache during the time they get some exercise, 76,47% say they feel like having
leisure activities. The results show that among HIV and AIDS patients, mainly among
women, physical activities are not highlighted, however it is noticed that they are aware of the
importance of doing exercises and their benefits to their health.
Keywords: 1.HIV and AIDS 2.Physical activity 3.Immunologic system
1 - INTRODUÇÃO
Com a crescente abrangência da Educação Física e sua importância enquanto ciência
multidisciplinar relacionada à saúde pública, recentes investigações nessa área indicam o
exercício físico como eficaz instrumento de resgate e manutenção da saúde de indivíduos
portadores do vírus HIV e AIDS em todas as suas abordagens – saúde física, mental e social.
Segundo Barbanti et al. (2002), o profissional de Educação Física, atuante no campo da
ciência da saúde, e utilizando-se de outras ciências para compor o seu campo científico, deve
prescrever exercícios físicos como terapia de apoio ou complementar para o portador de HIV
e AIDS. Com isto, a melhoria na saúde dos indivíduos através dos efeitos benéficos do
exercício ao organismo, como o aprimoramento da aptidão cardiorrespiratória, da força, da
massa óssea, dos aspectos psicológicos e sociais e do controle metabólico da insulina,
colesterol e triglicérides, ficará garantida.
No portador de HIV e AIDS, o comprometimento da saúde se dá tanto pelo
desenvolvimento de infecções oportunistas quanto pelos efeitos da terapia anti-retroviral.
Além disso, o impacto mórbido causado pelo diagnóstico de HIV positivo e o preconceito ao
qual o indivíduo passa a ser exposto geram sentimentos destrutivos e atitudes prejudiciais,
como a depressão, a ansiedade, o estresse e o isolamento social. Todas essas condições podem
ser superadas através do exercício físico.
Ghorayeb e Barros Neto (1999, p. 252), definem o exercício como toda atividade
muscular capaz de promover um aumento do consumo energético de repouso. Esse aumento
da demanda de energia provoca uma série de efeitos cardiovasculares, respiratórios e
metabólicos, denominados efeitos agudos ou respostas ao exercício.
Barbanti (1994, p. 118) oferece uma descrição do exercício físico:
[...] exercício físico é uma seqüência planejada de movimentos repetidos sistematicamente com
o objetivo de elevar o rendimento. O exercício físico constitui uma exigência básica para o
desenvolvimento adequado do corpo. A falta dele tende a produzir uma flacidez dos músculos, o
acúmulo excessivo de gorduras, a eliminação insuficiente dos produtos de excreção do
organismo e ainda uma lentidão do processo digestivo, podendo levar às chamadas doenças
hipocinéticas. Os exercícios físicos que são apropriados para o desenvolvimento de certos
aspectos da condição física são descritos por termos como exercícios de resistência, exercícios
de força, exercícios de velocidade, etc.
No relato de Eidam et al (2005), o exercício físico traz inúmeros benefícios à saúde,
como o aumento da contagem dos linfócitos T CD4+, o controle de alguns efeitos colaterais
da terapia anti-retroviral, a melhoria da composição corporal e da aptidão física dos
soropositivos. Segundo Weineck (2003, p. 19), “aptidão física significa, de uma forma geral, a
capacidade e o estado de rendimento do ser humano, assim como a disposição atual para uma
determinada área de atuação”.
Além desses comprovados benefícios, estudos sugerem modificações significativas no
sistema imunológico humano através do ato de exercitar-se, com alterações na quantidade de
células que compõem esse sistema. Eichner (1999) propõe que o exercício pode influenciar no
processo imunitário, sendo o nível da intensidade do exercício o fator que determina a
resposta imunológica.
A AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma grave patologia que se
desenvolve a partir da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, o HIV, ocasionando a
destruição do sistema imunológico e favorecendo o desenvolvimento de infecções
oportunistas (SMELTZER E BARE, 1999).
O número de infecções pelo HIV cresce a cada dia. Soares (2001) relata que a OMS
estimava em 15 mil o número de infecções diárias pelo HIV no ano de 2001. No Brasil, a
pandemia de AIDS é assim descrita por Collucci (2008, p.C1):
[...] mesmo onde a epidemia está estabilizada, como no Brasil, a AIDS continua sendo “um
problema gravíssimo de saúde pública”. Há 1,6 milhão de pessoas infectadas na América Latina,
das quais 660 mil estão no Brasil. A transmissão homossexual foi superada pela heterossexual
no país. Em 2006, 27,9% dos casos de AIDS entre homens se deram por transmissão sexual
homossexual, contra 42,6% de transmissão heterossexual.
A partir de sua descoberta, no início da década de 1980, a AIDS já fez cerca de 30
milhões de vítimas em todo o mundo, levando as sociedades humanas a repensarem seus
conceitos acerca da sexualidade, da moral, do preconceito e da ética. O continente africano é
hoje o mais atingido pela AIDS, onde calcula-se que 1/3 de sua população adulta esteja
infectada pelo HIV. Tamanho o impacto causado pela pandemia nas esferas social, política,
econômica e religiosa, a AIDS é um enorme desafio para a saúde pública a nível global.
Muitas vacinas para a prevenção da doença ainda estão em fase de teste, principalmente
nos países desenvolvidos. Auto (2002) afirma que uma terapêutica que garanta melhores
condições de sobrevida aos portadores do HIV e AIDS parece ser o foco das investigações
científicas, na tentativa de se diminuir a replicação viral da forma mais eficaz possível através
de novas medicações combinadas entre si - a terapia anti-retroviral altamente ativa (HAART).
Por outro lado, uma nova preocupação terapêutica (PALERMO E FEIJÓ, 2003) surge
devido à toxicidade da terapia anti-retroviral. Em outras palavras, os medicamentos
neutralizam o vírus, mas adoecem os indivíduos. Os medicamentos que compõem o coquetel
anti-HIV possuem efeitos colaterais indesejáveis, muitas vezes ocasionando distúrbios de
ordem metabólica, como a resistência à insulina, o aumento do colesterol e triglicérides e a
lipodistrofia, todos vinculados ao risco de doenças cardiovasculares. Outros efeitos associados
à terapia anti-retroviral foram relatados, como a osteopenia (perda de massa óssea) e a
sarcopenia (perda de massa muscular), além de distúrbios de ordem psicológica, como a
depressão.
Uma vez que o sistema imunológico é influenciado pelo exercício físico (EICHNER,
1999), com aumento ou diminuição da resposta imunológica, o nível do estresse resultante do
exercício é fator determinante para a degradação da imunidade, com potenciais riscos de
desenvolvimento de infecções. Especialmente entre os portadores de HIV e AIDS que
praticam exercícios, deve-se considerar que o sistema imunológico pode ser afetado no
overtrainning, com redução nas células de defesa. Após sessões agudas de exercício de
endurance prolongado, a resposta imune é reduzida por algumas horas, no período conhecido
como janela aberta, aumentando o risco de infecções do trato respiratório (MELLO e TUFIK,
2004).
A partir dessas investigações, entende-se que atividades extenuantes ou prolongados
períodos de treinamento com exercícios intensos (atletas de endurance, por exemplo)
induzem a uma ligeira supressão de vários fatores imunes (resposta negativa do sistema
imunológico). Essa é uma situação desfavorável ao portador de HIV e AIDS, já que a
preservação do sistema imunológico é de fundamental importância e sua depleção agrava o
estado de saúde e acelera o desenvolvimento da AIDS.
Conforme descreve Weineck (2003, p. 71), “quando muitos fatores de sobrecarga se
encontram, sobretudo de forma brutal e acentuada, eles podem piorar nitidamente o
rendimento da nossa defesa imunológica.” Para Garrett Jr. e Kirkendall (2003), o treinamento
excessivo está associado com as enfermidades frequentes, principalmente de origem viral, e
pode suprir a função imune imediatamente após uma única sessão e por muito tempo durante
períodos de intenso treinamento. Nieman e Pedersen (1999, apud SANTOS et al., 2007)
sugerem que o exercício crônico moderado parece exercer pouco efeito sobre a função imune
de repouso, porém pode aprimorá-la.
Em recente estudo, Voltarelli, Mello e Duarte (2008), sugerem que a apoptose após o
exercício é um processo regulatório normal, auxiliando na remoção de fibras danificadas e
células lesionadas com ausência de resposta inflamatória. Com isto, a apoptose induzida pelo
exercício moderado contribui para a otimização das funções do organismo, e a apoptose após
o exercício intenso ou exaustivo é danosa aos tecidos.
Outra hipótese investigada na mesma pesquisa é a de que o exercício induz à liberação
da proteína HSP70 (uma proteína de choque térmico, induzida por meio de estresses como a
hipertermia, distúrbios do pH e estresse oxidativo), dependendo da via modulada pela
mitocôndria, com efeito, anti-apoptótica, ou seja, controla a apoptose celular. Seria um
benefício adicional junto aos já conhecidos efeitos do exercício à saúde, de sentido ainda mais
expressivo quando se trata de portadores de HIV e AIDS.
O indivíduo soropositivo deve começar a se exercitar enquanto estiver saudável,
adotando estratégias que o ajude a manter um programa de exercícios durante todo o processo
patológico, desempenhando assim um importante papel no gerenciamento de sua doença ao
mesmo tempo em que aprimora sua qualidade de vida (JUNQUEIRA, 2002).
Para portadores de HIV assintomáticos não há restrições quanto ao exercício
(CALABRESE E LAPERRIERE, 1993), incluindo atividades competitivas de alta
intensidade, e para indivíduos que já apresentaram algum sintoma da AIDS, somente devem
ser evitados esforços intensos ou exaustivos.
A prescrição e execução do exercício físico para portadores do vírus HIV e AIDS devem
considerar o estado físico do indivíduo e os aspectos relacionados à imunossupressão.
Portanto, de acordo com o American College Sports and Medicine (2000 apud EIDAM et al.,
2005, p. 85), as prescrições de exercícios físicos para o portador de HIV são as seguintes:
Quanto à intensidade: deve ser moderada, oscilando entre 55/65% a 90% da freqüência cardíaca
máxima (FCmax), ou ente 40/50% a 85% do consumo de oxigênio de reserva (VO2R) ou
frequência cardíaca de reserva (FCR). Intensidades mais baixas, isto é 40-49% do VO2R ou
FCR e 55-64% da FCmax são mais aplicadas para indivíduos que apresentam baixos níveis de
aptidão física, como sedentários, obesos e em situações especiais. Quanto à freqüência: por, pelo
menos, três vezes por semana. Quanto à duração: 20 a 60 minutos. Quanto ao modo: exercícios
aeróbios são os mais recomendados. Quanto ao tipo de exercício: que envolva grandes
grupamentos musculares, que possa ser mantido continuamente em ritmo aeróbio.
De um modo geral, os exercícios físicos indicados para os portadores de HIV e AIDS
devem ser os aeróbicos e de resistência muscular localizada (REVISTA EF, 2008), e seus
efeitos fisiológicos são descritos no relato de Foss e Keteyian (2000, p. 281):
Alterações bioquímicas: maior conteúdo de mioglobinas, melhor oxidação dos carboidratos
(glicogênio), melhor oxidação da gordura. Alterações cardiorrespiratórias (sistêmicas): maior
tamanho do coração, redução na freqüência cardíaca, maior volume de ejeção, aumento no
volume sanguíneo e na concentração de hemoglobina, maior densidade capilar e hipertrofia do
músculo esquelético.
A prática da ginástica localizada, devido a seus resultados satisfatórios, apresenta-se
como uma eficiente opção de exercício físico. Fernandes (2001) sugere que os exercícios
dessa modalidade melhoram o tônus muscular, a compleição e a aparência estética do corpo,
de modo geral, além de auxiliarem na eficiência cardíaca, tônus muscular, postura,
compleição da pele e outros fatores positivos.
Outro importante aspecto resultante da prática do exercício físico (MATSUDO, 2001) é
o aprimoramento de diversos aspectos psicológicos do indivíduo, como a auto-imagem, auto-
conceito, auto-estima, humor, imagem corporal, diminuição do estresse e da ansiedade,
desenvolvimento de uma atitude positiva, facilitação da integração social, aquisição de
hábitos saudáveis e funções cognitivas. Godoy (2002) relata que o exercício físico tem efeito
antidepressivo por estimular o aumento de três neurotransmissores: a serotonina, a dopamina
e a norepinefrina, sendo a endorfina (ou adrenalina) responsável pela redução da dor.
Weinberg (2001, p. 391) conclui:
O exercício pode ser uma modalidade terapêutica capaz de intensificar os componentes de bem-
estar subjetivo; portanto, ele deve ser considerado uma terapia complementar para tratar as
manifestações psicológicas e emocionais associadas com um diagnóstico de HIV-positivo.
Em relação ao contágio pelo HIV na prática de esportes, Garrett Jr. e Kirkendall (2003),
descrevem situações onde a transmissão do HIV é preocupante no meio esportivo, como o
boxe e a luta greco-romana, e em outros esportes de contato, como o basquetebol, o beisebol e
o futebol americano. Entre os esportes olímpicos que apresentam maiores riscos de
transmissão do HIV estão o boxe, tae-kwon-do e luta greco-romana; entre os esportes com
risco moderado, estão o futebol, o judô, o basquetebol, o handebol e o hóquei de gelo e
grama.
2 – OBJETIVOS
2.1 – Objetivo Geral
Demonstrar as vantagens do exercício físico e como sua aplicação para o portador de
HIV e AIDS pode ser benéfico para a saúde como um todo, ou seja, bem estar físico, mental e
social.
2.2 – Objetivos Específicos
- Identificar, por meio de pesquisa, a percepção e o comportamento do portador de HIV e
AIDS a respeito da prática do exercício físico.
- Analisar os benefícios do exercício físico para o portador de HIV e AIDS.
- Demonstrar que o exercício físico pode beneficiar também os aspectos psicológicos e sociais
do portador de HIV e AIDS.
3 – MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Delimitação
As questões propostas nesta pesquisa ficaram restritas às declarações dos portadores de
HIV e AIDS que responderam ao questionário.
Foram analisadas as ações físicas mais apropriadas ao portador do vírus HIV, a melhora
da qualidade de vida pelos benefícios alcançados com os exercícios e a adesão ou não dos
portadores de HIV e AIDS a algum tipo de atividade física.
3.2 Participantes
Para a realização desta pesquisa foram consultados 50 voluntários da ASPA –
Associação Sanjoanense de Prevenção à AIDS, sendo que 34 portadores de HIV e AIDS
responderam ao questionário e 16 não responderam e não justificaram o motivo, sendo 18
portadores de HIV do sexo masculino (52,94%) e 16 portadoras de HIV do sexo feminino
(47,05%).
3.3 Dados Pessoais: Idade e Sexo
Os participantes apresentaram a média de idade de 42,05 anos, com mediana de 40,5
anos, amplitude de 35 anos e variação de 27 a 62 anos. Em se tratando do estado civil,
61,11% são solteiros, 27,77% são casados e com a mesma freqüência de 5,55% ficaram os
divorciados e os que não definiram o estado civil. Em relação ao grau de escolaridade
percebe-se que 38,88% possuem Ensino Médio completo, sendo que 5,55% possuem Ensino
Médio incompleto, 11,11% possuem Ensino Fundamental completo, 22,22% possuem Ensino
Fundamental incompleto, com a mesma freqüência de 11,11% ficaram as alternativas Ensino
Superior completo e Ensino Superior incompleto. Devido ao sigilo da pesquisa, não foi
possível identificar se todos os participantes residem em São João da Boa Vista.
As participantes apresentaram a média de idade de 38,06 anos, com mediana de 37,5
anos, amplitude de 27 anos e variação de 26 a 53 anos. Em se tratando do estado civil, 50%
são casadas, 25% são solteiras e 25% não definiram o estado civil. Em relação ao grau de
escolaridade nota-se que 62,50% das participantes concluíram o Ensino Médio, com a mesma
freqüência de 12,5% ficaram as participantes que não concluíram o Ensino Médio e as que
não concluíram o Ensino Fundamental, com a mesma freqüência de 6,25% ficaram as
participantes que não concluíram o Ensino Superior e as que não estudaram. Devido ao sigilo
da pesquisa, não foi possível identificar se todas as participantes residem em São João da Boa
Vista.
Pode-se observar que nos dados acima a média de idade dos participantes com 42,05
anos é maior que das participantes com 38,06 anos. Também a mediana dos participantes com
40,5 anos são maiores que das participantes com 37,5 anos. Já em relação à variação, os
participantes, com a idade de 27 a 62 anos e as participantes com 26 a 53 anos, aparece a
amplitude de oito anos de diferença.
Com estes dados nota-se que a participação dos homens (52,94%) é maior que a das
mulheres (47,05%) tanto na prática do exercício físico quanto nas pesquisas.
3.4 Material
Utilizou-se como instrumento, um questionário sobre a visão, a prática e os benefícios
do exercício físico para os portadores de HIV e AIDS assistidos pela ASPA – Associação
Sanjoanense de Prevenção à AIDS de São João da Boa Vista, elaborado especialmente para
este fim. O questionário foi convalidado pelo Professor Ms. Sebastião Álvaro Galdino e pela
Professora Drª Betânia Alves Veiga Dell’agli. Os dados sobre correspondência do
questionário proposto foram de 7 questões fechadas, 8 mistas e 1 questão aberta, totalizando
16 questões, das quais 8 foram utilizadas para um tratamento estatístico mais aprofundado.
3.5 Procedimento
Em primeiro momento foi contatada a Diretora do Departamento Municipal de Saúde de
São João da Boa Vista, Sílvia Maria Rodrigues Teixeira Valota, que após tomar conhecimento
do objetivo do trabalho, autorizou a aplicação dos questionários na ASPA – Associação
Sanjoanense de Prevenção à AIDS de São João da Boa Vista, que submeteu os questionários
aos portadores de HIV e AIDS assistidos por esta Instituição. Os participantes foram
contatados por intermédio da enfermeira chefe da ASPA, Patrícia Maria Galli Lourenço
Beraldo Belão, que recebeu os questionários envelopados para que o sigilo fosse absoluto.
Junto ao questionário foi anexado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após
terem conhecimento do objetivo do trabalho, os participantes tiveram vinte e cinco dias de
prazo para a entrega dos questionários respondidos e recolhidos posteriormente.
4. ESTATÍSTICA
Para análise estatística, recorreu-se ao Teste de Qui-Quadrado sendo que na primeira
prova, utilizaram-se as percentagens como base de cálculo, fato este que levou a um maior
cuidado na generalização dos resultados deste estudo. Além de ter-se desconsiderado, para
fins de cálculo intragrupal, as respostas que obtiveram freqüência igual a zero. O nível de
significância adotada foi de 0,05, ideal para o tipo de variável mensurada (NESBITT, 1995).
Definição de χ²
k
χ² = ∑ (oj - ej)²
j=1 ej
Deve-se observar que o v = k-1 (número de graus de liberdade, também conhecido como
n.g.l.)
Spiegel (1985) apresenta a definição da Correlação de Spearman como:
Rc = 1-6 (X – Y)²
N (N²-1)
oj = freqüência observada
ej = freqüência esperada
k = número de respostas
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
0
10
20
30
40
50
60
70
80
SIM NÃO
MASCULINO
FEMININO
Gráfico 1 – A prática do exercício físico
O gráfico 1 apresenta a prática do exercício físico pelos portadores de HIV e AIDS.
Em relação aos participantes do sexo masculino, 61,11% escolheram a alternativa
“NÃO” e 38,88% optaram pela alternativa “SIM”. Já em relação ao feminino apareceu com
75% a alternativa “NÃO” com 25% a alternativa “SIM”. Percebe-se no total com 67,64%
que a escolha recaiu sobre a alternativa “NÃO” e com 32,35% ficou a alternativa “SIM”.
Dois respondentes afirmaram que a prática do exercício físico é realizada sem o
acompanhamento de um profissional da área de Educação Física. Uma das respondentes
afirmou que a prática do exercício físico é realizada com acompanhamento de um
profissional, porém sem especificar de que área.
Em relação ao χ², na avaliação intergrupos χ²o foi igual a 12,45, valor que levou Ho à
rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), isto por que houve uma porcentagem alta na
resposta “Não pratico Exercícios Físicos”. Na avaliação intragrupos, no masculino o χ²o foi
igual a 4,93, valor que também levou Ho à rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05),
indicando uma concentração na alternativa “Não pratico Exercícios Físicos”. Na avaliação
intragrupos, no feminino o χ²o foi igual a 25, valor que levou o Ho à rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l
= 1, n.sig. = 0,05), indicando também uma concentração na alternativa “Não pratico
Exercícios Físicos”.
No cálculo da correlação de Spearman o resultado observado foi de ro = 1 sugerindo
uma tendência favorável significativa, quanto à prática de exercícios físicos (rc = 0,75, n. = 5,
n.sig. = 0,05). Esses resultados sugerem existir correlação entre as respostas dos participantes
masculinos e femininos da ASPA – Associação Sanjoanense de Prevenção à AIDS.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
PRAZER NECESSIDADE
MASCULINO
FEMININO
Gráfico 2 – Objetivo do exercício físico praticado
O gráfico 2 apresenta o objetivo do exercício físico praticado pelos portadores de HIV e
AIDS.
Em relação aos participantes do sexo masculino, apareceu com 63,63% a alternativa
“NECESSIDADE” e com 36,36% a alternativa “PRAZER”. Já em relação ao feminino
apareceu com 75% a alternativa “NECESSIDADE”, e com 25% ficou a alternativa
“PRAZER”. Percebe-se no total com 66,66% que a escolha recaiu sobre a alternativa
“NECESSIDADE” e com 33,33% ficou a alternativa “PRAZER”. Entre as participantes, 12
não responderam a questão, e entre os participantes 08 não responderam a questão. Percebe-
se, comparando o gráfico 1 - A prática do exercício físico, com o gráfico 2 - Objetivo do
exercício físico praticado, que apesar de 67,64% do total de pessoas entrevistadas não
praticarem exercício físico, 66,66% afirmaram que praticam por necessidade.
Em relação ao χ², na avaliação intergrupos χ²o foi igual a 11,10, valor que levou Ho à
rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), isto por que houve uma porcentagem alta na
resposta “Necessidade, é necessário praticar Exercícios Físicos”. Na avaliação intragrupos, no
masculino o χ²o foi igual a 7,43, valor que também levou Ho à rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1,
n.sig. = 0,05), indicando uma concentração na alternativa “Necessidade, é necessário praticar
Exercícios Físicos”. Na avaliação intragrupos, no feminino o χ²o foi igual a 25, valor que
levou o Ho à rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), indicando também uma
concentração na alternativa “Necessidade, é necessário praticar Exercícios Físicos”.
No cálculo da correlação de Spearman o resultado observado foi de ro = 1 sugerindo
uma tendência favorável significativa, quanto ao objetivo do exercício físico (rc = 0, 99, n. =
5, n.sig. = 0,05). Esses resultados sugerem existir uma alta correlação entre as respostas dos
participantes masculinos e femininos da ASPA – Associação Sanjoanense de Prevenção à
AIDS.
0
10
20
30
40
50
60
FELI
CID
ADE
TRANQ
UIL
IDAD
E
ENERGIZ
AÇÃO
NO
RM
AL
MASCULINO
FEMININO
Gráfico 3 – Sensações proporcionadas pelo exercício
O gráfico 3 descreve as sensações proporcionadas pelo exercício físico praticado pelos
portadores de HIV e AIDS.
Em relação aos participantes do sexo masculino, com a mesma freqüência de 25%
apareceram as alternativas “FELICIDADE”, “TRANQUILIDADE”, “ENERGIZAÇÃO”
e “NORMAL”. Já em relação ao feminino, com a mesma freqüência de 50% as respostas
escolhidas foram “TRANQUILIDADE” e “ENERGIZAÇÃO”. Percebe-se no total com a
mesma freqüência de 28,57% que as escolhas recaíram sobre as alternativas
“TRANQUILIDADE” e “ENERGIZAÇÃO”, e com a mesma freqüência de 21,42%
apareceram as respostas “FELICIDADE” e “NORMAL”. Entre os participantes, 06 não
responderam a questão, e entre as participantes 14 não responderam a questão.
Em relação ao χ², na avaliação intergrupos χ²o foi igual a 2,04, valor que não levou Ho à
rejeição (χ²c = 7,81, n.g.l = 3, n.sig. = 0,05), isto por que houve uma ótima distribuição nas
respostas das “Sensações proporcionadas pelo Exercício Físico”. Na avaliação intragrupos, no
masculino o χ²o foi igual a 0, valor que também não levou Ho à rejeição (χ²c = 7,81, n.g.l = 3,
n.sig. = 0,05), indicando uma boa distribuição nas alternativas das “Sensações proporcionadas
pelo Exercício Físico”. Na avaliação intragrupos, no feminino o χ²o foi igual a 25, valor que
levou o Ho à rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), indicando também uma ótima
distribuição nas alternativas das “Sensações proporcionadas pelo Exercício Físico”.
No cálculo da correlação de Spearman o resultado observado foi de ro = 0,8 sugerindo
uma baixa tendência favorável, quanto à sensação proporcionada pelo exercício físico (rc =
0,81, n. = 4, n.sig. = 0,05).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
SIM NÃO ÀS VEZES
MASCULINO
FEMININO
Gráfico 4 – Motivação para realizar exercícios físicos
O gráfico 4 descreve a motivação dos portadores de HIV e AIDS para a prática do
exercício físico.
Em relação aos participantes do sexo masculino, apareceu com 46,66% a alternativa
“SIM” e com a mesma freqüência de 26,66% apareceram as alternativas “NÃO” e “ÀS
VEZES”. Já em relação ao feminino apareceu com 46,15% a alternativa “SIM”, com 38,46%
ficou a alternativa “ÀS VEZES” e em 15,38% a resposta escolhida foi “NÃO”. Percebe-se
no total com 46,42% que a escolha recaiu sobre a alternativa “SIM”, 32,14% optaram pela
alternativa “ÀS VEZES” e em 21,42% a alternativa escolhida foi “NÃO”.
Um dos respondentes afirmou que é de costume sentir-se motivado e outro afirmou que
se sente motivado porque o exercício físico faz bem para a saúde; 03 voluntários não
responderam a questão. Uma das respondentes afirmou que, por falta de tempo, somente às
vezes se sente motivada para realizar exercícios físicos. Outra respondente afirmou que o
exercício físico lhe faz bem, mas é preguiçosa, e por isso somente às vezes se sente motivada
para realizar exercícios físicos e 03 voluntárias não responderam a questão.
Percebe-se, comparando o gráfico 1 - A prática do exercício físico, com o gráfico 4 –
Motivação para realizar exercícios físicos, que apesar de 67,64% do total de pessoas
entrevistadas não praticarem exercício físico, 46,42% afirmaram que se sentem motivadas
para realizar exercícios físicos. Em comparação aos dados do gráfico 2 - Objetivo do
exercício físico praticado, onde 66,66% do total de pessoas entrevistadas afirmaram praticar
exercícios físicos por necessidade, pode-se deduzir que a motivação pode vir justamente da
necessidade de praticar exercícios físicos.
Em relação ao χ², na avaliação intergrupos χ²o foi igual a 9,44, valor que levou Ho à
rejeição (χ²c = 5,99, n.g.l = 2, n.sig. = 0,05), isto por que houve uma porcentagem alta na
resposta “Sim, me sinto motivado para praticar exercícios físicos”. Na avaliação intragrupos,
no masculino o χ²o foi igual a 8, valor que também levou Ho à rejeição (χ²c = 5,99, n.g.l = 2,
n.sig. = 0,05), indicando uma concentração na alternativa “Sim, me sinto motivado para
praticar exercícios físicos”. Na avaliação intragrupos, no feminino o χ²o foi igual a 15,37,
valor que levou o Ho à rejeição (χ²c = 5,99, n.g.l = 2, n.sig. = 0,05), indicando também uma
concentração na resposta “Sim, me sinto motivada para praticar exercícios físicos”.
No cálculo da correlação de Spearman o resultado observado foi de ro = 0,87 sugerindo
uma tendência favorável significativa, quanto à motivação para realizar exercícios físicos (rc
= 0,87, n. = 3, n.sig. = 0,05). Esses resultados sugerem existir uma altíssima correlação entre
as respostas dos participantes masculinos e femininos da ASPA – Associação Sanjoanense de
Prevenção à AIDS.
Tabela 1 – Visão sobre o exercício em relação aos benefícios para a saúde
* as alternativas Pouco Importante e Indiferente foram excluídas do total para evitar
distorções na estatística.
A tabela 1 descreve a visão dos portadores de HIV e AIDS em relação aos benefícios do
exercício físico para a saúde.
ALTERNATIVAS
MASCULINO FEMININO TOTAL
F % F % F %
IMPORTANTE 15 93,75 14 93,33 29 93,54
POUCO IMPORTANTE - - 1 6,66 1 *3,22
INDIFERENTE 1 6,25 - - 1 *3,22
TOTAL 16 100 15 99,99 31 99,98
Em relação aos participantes do sexo masculino, em 93,75% a alternativa escolhida foi
“IMPORTANTE” e com 6,25% ficou a alternativa “INDIFERENTE”. Já em relação ao
feminino, em 93,33% a resposta escolhida foi “IMPORTANTE”, e com 6,66% ficou a
alternativa “POUCO IMPORTANTE”. Percebe-se no total com 93,54% que a escolha
recaiu sobre a alternativa “IMPORTANTE” e com a mesma freqüência de 3,22% ficaram as
alternativas “POUCO IMPORTANTE” e “INDIFERENTE”. Entre os participantes, dois
não responderam a questão, e uma das participantes não respondeu a questão.
Percebe-se, comparando o gráfico 1 - A prática do exercício físico, com a tabela 1 –
Visão sobre o exercício em relação aos benefícios para a saúde, que apesar de 67,64% do total
de pessoas entrevistadas não praticarem exercício físico, 93,54% afirmaram que na sua visão
o exercício é importante em relação aos benefícios para a saúde.
Em relação ao χ², na avaliação intergrupos não foi realizado devido à altíssima
concentração na alternativa “Importante”. Na avaliação intragrupos, no masculino e no
feminino também houve uma alta concentração na alternativa “Importante”.
No cálculo da correlação de Spearman o resultado observado foi de ro = 0,5 sugerindo
uma tendência não favorável, quanto à visão sobre o exercício físico em relação aos
benefícios para a saúde (rc = 0, 87, n. = 3, n.sig. = 0,05). Esses resultados sugerem não existir
correlação entre as respostas dos participantes masculinos e femininos da ASPA – Associação
Sanjoanense de Prevenção à AIDS.
Tabela 2 – Estado de saúde após a prática do exercício físico
A tabela 2 descreve o estado de saúde dos portadores de HIV e AIDS após a prática do
exercício físico.
Em relação aos participantes do sexo masculino, em 76,92% a alternativa escolhida foi
“ÓTIMA” e com 23,07% apareceu a alternativa “REGULAR”. Já em relação ao feminino
apareceu com 100% a alternativa “ÓTIMA”. Percebe-se no total com 84,21% que a escolha
ALTERNATIVAS
MASCULINO FEMININO TOTAL
F % F % F %
ÓTIMA 10 76,92 6 100 16 84,21
REGULAR 3 23,07 - - 3 15,78
TOTAL 13 99,99 6 100 19 99,99
recaiu sobre a alternativa “ÓTIMA” e 15,78% optaram pela alternativa “REGULAR”. Entre
os participantes, 06 não responderam a questão e 01 das participantes não respondeu a
questão.
Percebe-se, comparando o gráfico 1 - A prática do exercício físico, com a tabela 2 –
Estado de saúde após a prática do exercício físico, que apesar de 67,64% do total de pessoas
entrevistadas não praticarem exercício físico, 84,21% afirmaram que sua saúde ficou ótima
após a prática do exercício físico.
Em relação ao χ², na avaliação intergrupos χ²o foi igual a 46,83, valor que levou Ho à
rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), isto por que houve uma porcentagem alta na
resposta, “Ótima”. Na avaliação intragrupos, no masculino o χ²o foi igual a 28,99, valor que
também levou Ho à rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), indicando uma concentração
na alternativa, “Ótima”. Na avaliação intragrupos, no feminino o χ²o foi igual a 0, valor que
não levou o Ho à rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), indicando que houve 100% na
alternativa “Ótima”.
No cálculo da correlação de Spearman o resultado observado foi de ro = 1 sugerindo
uma tendência favorável significativa, quanto ao estado de saúde após a prática do exercício
físico (rc = 0, 95, n. = 2, n.sig. = 0,05).
Tabela 3 – Sensações de fadiga, indisposição geral ou dor na prática de exercícios físicos
A tabela 3 descreve as sensações de fadiga, indisposição geral ou dor na prática do
exercício físico entre os portadores de HIV e AIDS.
Em relação aos participantes do sexo masculino, com 60% ficou a alternativa escolhida
“NÃO” e com 40% apareceu a alternativa “SIM”. Já em relação ao feminino, 55,55%
escolheram a alternativa “NÃO”, e 44,44% optaram pela alternativa “SIM”. Percebe-se no
total com 58,33% que a escolha recaiu sobre a alternativa “NÃO” e com 41,66% ficou a
ALTERNATIVAS
MASCULINO FEMININO TOTAL
F % F % F %
SIM 6 40 4 44,44 10 41,66
NÃO 9 60 5 55,55 14 58,33
TOTAL 15 100 9 99,99 24 99,99
alternativa “SIM”. Entre os participantes, 03 não responderam a questão e 07 das
participantes não responderam a questão.
Em relação ao χ², na avaliação intergrupos χ²o foi igual a 2,77, valor que não levou Ho à
rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), isto por que houve uma ótima distribuição nas
respostas sobre “Sensações de fadiga, indisposição geral ou dor na prática de exercícios
físicos”. Na avaliação intragrupos, no masculino o χ²o foi igual a 4, valor que não levou Ho à
rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), indicando uma distribuição nas alternativas sobre
“Sensações de fadiga, indisposição geral ou dor na prática de exercícios físicos”. Na avaliação
intragrupos, no feminino o χ²o foi igual a 1,22, valor que não levou o Ho à rejeição (χ²c =
3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), indicando uma ótima distribuição nas alternativas sobre as
“Sensações de fadiga, indisposição geral ou dor na prática de exercícios físicos”.
No cálculo da correlação de Spearman o resultado observado foi de ro = 1 sugerindo
uma tendência favorável significativa, quanto às sensações de fadiga, indisposição geral ou
dor na prática de exercícios físicos (rc = 0, 95, n. = 2, n.sig. = 0,05). Esses resultados sugerem
existir uma altíssima correlação entre as respostas dos participantes masculinos e femininos
da ASPA – Associação Sanjoanense de Prevenção à AIDS.
Tabela 4 – Disposição para desfrutar de momentos de lazer
A tabela 4 demonstra a disposição dos portadores de HIV e AIDS para desfrutar de
momentos de lazer.
Em relação aos participantes do sexo masculino, 83,33% escolheram a resposta “SIM”
e com 16,66% apareceu a alternativa “NÃO”. Já em relação ao feminino, apareceu com
68,75% a alternativa “SIM” e 31,25% optaram pela alternativa “NÃO”. Percebe-se no total
com 76,47% que a escolha recaiu sobre a alternativa “SIM”, e com a freqüência de 23,52%
ALTERNATIVAS
MASCULINO FEMININO TOTAL
F % F % F %
SIM 15 83,33 11 68,75 26 76,47
NÃO 3 16,66 5 31,25 8 23,52
TOTAL 18 99,99 16 100 34 99,99
apareceu a alternativa “NÃO”. A alternativa teatro, cinema, esporte, dança, shows musicais,
apresentações, eventos de lazer etc. foi escolhida por 11 participantes do sexo masculino e 07
participantes do sexo feminino.
Percebe-se, comparando a tabela 2 – Estado de saúde após a prática do exercício físico,
com a tabela 4 – Disposição para desfrutar de momentos de lazer, que apesar de 84,21% do
total de pessoas entrevistadas afirmarem que seu estado de saúde após a prática do exercício
físico fica ótimo, e 76,47% afirmaram que têm disposição para desfrutar de momentos de
lazer, 67,64% das pessoas entrevistadas ainda não se habituaram a praticar exercícios físicos
conforme mostram os dados do gráfico 1 – A prática do exercício físico.
Em relação ao χ², na avaliação intergrupos χ²o foi igual a 28,03, valor que levou Ho à
rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), isto por que houve uma concentração na resposta
“Sim”. Na avaliação intragrupos, no masculino o χ²o foi igual a 44,45, valor que levou Ho à
rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), indicando uma concentração na alternativa
“Sim”. Na avaliação intragrupos, no feminino o χ²o foi igual a 14,08, valor que levou o Ho à
rejeição (χ²c = 3,84, n.g.l = 1, n.sig. = 0,05), indicando uma concentração nas alternativas
sobre as “Sim”.
No cálculo da correlação de Spearman o resultado observado foi de ro = 1 sugerindo
uma tendência favorável significativa, quanto à disposição para desfrutar de momentos de
lazer (rc = 0, 95, n. = 2, n.sig. = 0,05). Esses resultados sugerem existir uma altíssima
correlação entre as respostas dos participantes masculinos e femininos da ASPA – Associação
Sanjoanense de Prevenção à AIDS.
Em relação aos objetivos pontuados no item 1, que propunham analisar a percepção e o
comportamento dos portadores de HIV e AIDS a respeito da prática do exercício físico, ficou
demonstrado, conforme a pesquisa realizada, que a prática do exercício físico ainda não
recebe a devida atenção por parte dos entrevistados, já que apenas 32,35% afirmaram praticar
exercícios físicos, como demonstra o gráfico 1. Contraditoriamente, a tabela 1 mostra que o
exercício, na visão dos entrevistados, é importante para se obter benefícios à saúde, com
93,54% dos participantes confirmando essa questão.
Em relação aos objetivos específicos pontuados no item 2, os benefícios do exercício
físico para o portador de HIV e AIDS, os resultados da pesquisa mostram através da tabela 2
que, praticando exercício físico, 84,21% dos entrevistados ficam com a saúde ótima.
Conforme o relato da Revista EF (2008), entre os benefícios físicos conseguidos com o
exercício destaca-se o ganho de força muscular com o aumento da massa magra, aumento do
apetite e consequente melhora da digestão, melhora nos padrões de sono, melhora na aptidão
cardiovascular, combate a síndrome da lipodistrofia e o fortalecimento do sistema
imunológico.
Em relação aos objetivos específicos pontuados no item 3, o exercício físico também
pode aprimorar os aspectos psicológicos e sociais do portador de HIV e AIDS, e de acordo
com os resultados da pesquisa apresentados no gráfico 3, com a prática do exercício físico
28,57% dos entrevistados sentem-se tranqüilos e energizados e 21,42% sentem-se felizes.
Para Matsudo (2001), o exercício físico é um agente facilitador de diversos aspectos
psicológicos do indivíduo, como a melhora da auto-imagem, auto-conceito, auto-estima,
humor, imagem corporal, diminuição do estresse e da ansiedade, melhora das funções
cognitivas e da socialização.
Especialmente entre as participantes da pesquisa, a inatividade física mostrou-se ainda
mais preocupante, necessitando de ampla investigação acerca dos motivos que levam a essa
postura. Falta de tempo, preguiça e desmotivação foram alguns dos motivos relatados na
pesquisa para a não adesão a um programa de exercícios.
Embora tenham uma visão positiva em relação ao exercício físico, a sua prática parece
ainda não ser prioridade entre os portadores de HIV e AIDS. Intervenções eficazes podem
erradicar comportamentos que dificultam a prática do exercício físico. Programas de atividade
física específicos poderiam ser aplicados aos portadores de HIV e AIDS assistidos pela
ASPA. Nas disciplinas relacionadas à atividade física e grupos especiais, a inserção de uma
abordagem mais ampla dos efeitos do exercício físico para o sistema imunológico e seu
impacto na AIDS faz-se necessária, para melhor preparo dos futuros profissionais no
enfrentamento desse enorme desafio.
Para Barbanti et al. (2002, p. 113):
A Educação Física é geralmente classificada como sendo parte das Ciências da Saúde. O profissional
dessa área, igualmente, é reconhecido como um agente importante na promoção da saúde da população.
Assim, definir e caracterizar saúde contribui para que a Educação Física torne-se adequada e consolidada
em suas atividades acadêmicas e profissionais.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta pesquisa, algumas conclusões frente aos resultados obtidos foram levantadas,
sugerindo hipóteses a respeito da aplicação do exercício físico e a sua abordagem frente a
AIDS. Verificou-se que os portadores de HIV e AIDS estão conscientizados a respeito dos
benefícios da prática de exercícios físicos, mas essa prática ainda não é habitual, sobretudo
entre as mulheres.
O sistema imunológico pode ser estimulado por intermédio da prática do exercício físico
moderado, com respostas positivas para sua integridade, de importância ainda mais relevante
para organismos comprometidos na infecção pelo HIV. Os benefícios alcançados com a
prática do exercício físico são muito amplos, envolvendo questões físicas, psicológicas e
sociais que, no portador de HIV e AIDS, estão por vezes comprometidas por infecções
oportunistas, estresse, segregação, e preconceito.
A AIDS constitui-se, ainda, de séria questão de saúde pública. O exercício físico é
poderosa ferramenta terapêutica de apoio para portadores de HIV e AIDS, colaborando para o
resgate da saúde em todos os níveis (física, psicológica e social), sendo a Educação Física
uma ciência multidisciplinar que oferece recursos e embasamento científico suficientes para a
promoção da saúde. Conclui-se que a prática de exercícios físicos, em relação aos portadores
de HIV e AIDS, constitui-se de indispensável ferramenta terapêutica complementar no que se
refere ao resgate e manutenção da saúde.
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