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DIMENSIONAMENTO DE TRATAMENTO PRELIMINAR COMPLETO
Dimensione as unidades caixa de areia (desarenador), gradeamento e calha Parshall de uma estação de tratamento de água (ETA).
Dados de projeto: População a ser atendida: P = habConsumo per capita de água: q = L/hab.dCoeficiente do dia de maior consumo: K1 = 1,2Coeficiente da hora de maior consumo: K2 = 1,5Vazão específica = 0;Consumo de água na ETA (CETA) = 3%;Sólidos suspensos fixos: SSF = 15 mg/LDensidade da areia = 2,65 kg/L
I. CÁLCULO DA VAZÃO AFLUENTE A ETA (Q)
O estudo de vazões se faz muito importante para que seja possível fazer-se um dimensionamento racional
em termos técnicos e econômicos. A vazão influi diretamente no dimensionamento das unidades da fase
líquida do tratamento preliminar e primário, além de influir nas instalações de transporte como elevatórias,
canalizações, medidores, dispositivos de entrada e saída.
Vazão da captação, estação elevatória e adutora até a ETA (L/s)
= L/s m3/h ......................m3/d
Vazão da ETA até o reservatório (L/s)
= L/s m3/h......................m3/d
Vazão do reservatório até a rede (L/s)
= L/s m3/h......................m3/d
II. CALHA PARSHALL
O projeto da calha Parshall se baseia na determinação das dimensões principais da calha, conforme Figura 1,
da determinação da altura da lâmina d’água e do rebaixo.
1
Figura 1. Detalhe da calha Parshall (Mendonça, 2000)
Com Qa, determinam-se as dimensões padronizadas do medidor Parshall, utilizando tabelas apresentadas em vários livros (Pessoa e Jordão, 1995 página 120; Mendonça, 2000 páginas 185 e 186).
W = cm
A = cm
B = cm
C = cm
D = cm
E = cm
F = cm
G = cm
K = cm
N = cm
Determinação da altura do líquido no vertedor
A profundidade da lâmina de água deve ser estimada para a vazão através da expressão:
Nessa expressão, H: altura do líquido no vertedor (m); Q: vazão (m3/s); K e n: constantes tabeladas em
função de W. Esta tabela também é apresentada em vários livros (Mendonça, 2000 página 185)
W = K = n =
Assim:
H =
2
III. DESARENADOR
O esquema de desarenador é apresentado na Figura 2.
Figura 2. Esquema de desarenador
Determinação da altura da lâmina líquida
A altura da lâmina líquida na caixa de areia (h) é calculada em função da altura do líquido na calha Parshall (H) e do rebaixo na calha (z), como:
h = H – z
Dessa forma,
h =
adotar z = 10 cm.
Cálculo do comprimento (L) e largura (b) da caixa de areia
Nos canais de remoção de areia, a velocidade recomendável é da ordem de 0,30 m/s. Velocidades inferiores a 0,15 m/s causam deposição relativamente grande de matéria orgânica e velocidades acima de 0,40 m/s permitem a passagem de partículas de areia que não convêm as demais unidades de tratamento. Por isso deve-se procurar manter a velocidade de escoamento em torno de 0,30 m/s com tolerância de 20%.
Para dimensionamento é importante lembrar que, para partículas de diâmetros iguais ou maiores que 0,2 mm, a velocidade de sedimentação adquire valores em torno de 0,02 m/s.
Assim sendo, relaciona-se a velocidade de sedimentação (v2) com a velocidade de escoamento (v1) como:
v1 = L/t1 e v2 = h/t2
Como t1 é igual a t2, pois o tempo gasto para a partícula percorrer as distâncias h e L é o mesmo, adotando-se
v1 igual a 0,3 m/s e sabendo-se que v2 é igual a 0,02 m/s para partículas de 0,2 mm, chega-se a:
3
L = 15.h
Para segurança, devido à turbulência, adota-se um fator de segurança de até 50%.
A largura da caixa de areia é calculada como:
L = 22,5. hmáx
Dessa forma:
L = L = (valor adotado)
Adotando-se velocidade de escoamento (v = m/s), o valor da largura da calha (b) é calculado por:
b = b = (valor adotado)
Número de canais adotados para a caixa de areia = ______
O dimensionamento do desarenador estará completo após algumas verificações finais.
Verificação das velocidades reais aplicadas
Para finalizar o projeto, as velocidades reais devem ser calculadas para a vazão. Se as velocidades não
estiverem dentro da faixa recomendada, altera-se a largura da calha b e verifica-se novamente.
Q (m3/s) h (m) A = b.h (m2) v = Q/A v (m/s)
máx
Área longitudinal do desarenador
A = b.L = m2
Taxa de escoamento superficial
A taxa de escoamento (TAS) deve estar entre 600 e 1.600 m3/m2.d
=
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Massa de areia retida nos canais da caixa de areia
Mareia (kg/d) = SSF x Q
Mareia =
Volume total de areia retida
qareia =
Periodicidade de limpeza
De acordo com a periodicidade de limpeza da caixa de areia, calcula-se a altura da câmara de depósito da
areia e altura total da caixa.
tlimpeza = d (adotado geralmente 15 dias)
Altura necessária para depósito de areia inferior
hareia =
Altura do desarenador
Hútil = h + hareia + folga (0,20 m)
Hútil =
Volume do desarenador
V = Hútil x b x L
V =
IV. GRADE
Segundo a ABNT P-NB-569 e P-NB-570, o dimensionamento da grade deve ser feito em função da vazão.
Grade adotada
O espaçamento entre as barras é escolhido em função do tipo de material que se quer deter e dos equipamentos a proteger. Escolhe-se entre as grades grossa, média ou fina.Primeiramente se escolhe a seção transversal da barra (Tabela 5.2) e o espaçamento entre barras (a). São comuns três espaçamentos-padrão: 1,94 cm (3/4”), 2,54 cm (1”) e 3,18 cm (1 1/4").Escolhidos o espaçamento entre barras (a) e a espessura da barra (t), calcula-se a eficiência esperada (E) para a operação de gradeamento como:
5
O valor de E também está tabelado em função do espaçamento (a) e da espessura da barra (t) em Jordão e
Pessoa (1995), página 90.
Dessa forma, pode-se escolher a grade a ser empregada.
Tipo de grade adotado:
Inclinação com a horizontal:
Espaçamento entre as barras (a):
Espessura da barra (t):
Eficiência da grade (E):
Dimensionamento do canal afluente à grade
O primeiro passo para o dimensionamento do canal é o cálculo da área útil necessária para o escoamento
(Au) em função da vazão máxima (Q) e da velocidade de passagem entre as barras (vp), como:
A velocidade de passagem entre as barras (vp) não deve ser muito elevada para não arrastar material já retido
e nem muito baixa para evitar acúmulo de material de sedimentação. Recomenda-se velocidade mínima de
0,6 m/s e máxima de 1,2 m/s para a vazão máxima de projeto.
Vp = m/s
Au = m2
A área total, incluídas as barras, se obtém pela expressão:
= m2
A largura do canal afluente à grade terá que ser aumentada para atender a velocidade de passagem entre
barras, resultando daí uma velocidade de aproximação (vo) menor que a velocidade fixada para projeto (vp)
como:
A velocidade de aproximação deve estar dentro da faixa recomendada (0,6 a 1,2 m/s). Do contrário, escolhe-
se outra grade.
vo = m/s
A velocidade de aproximação está dentro da faixa recomendada?
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Para finalizar o dimensionamento faltam calcular o comprimento (Lc) e largura do canal (bc).
A largura do canal (bc) pode ser calculada utilizando a área total do canal e a altura da lâmina líquida no
desarenador (h):
=
O comprimento do canal (LC) é calculado em função da vazão máxima e da área total (S). Nesse caso,
considera-se movimento uniforme para um tempo de 3 segundos, como:
=
O número de barras necessário (n) agora pode ser calculado em função da largura do canal (b C), da espessura
da barra (t) e do espaçamento entre barras (a):
=
Para o cálculo da perda de carga na grade deve ser considerado que as grades mecanizadas são projetadas e
reguladas para evitar acúmulo excessivo de material grosseiro. Para as grades de limpeza manual deverá ser
verificada a influência da perda de carga para uma obstrução correspondente a 50% de lâmina de água, de
modo que o escoamento na tubulação afluente não seja afetado.
Para a perda de carga (hf) pode-se utilizar a expressão de Metcalf & Eddy:
Nessa expressão, vp: velocidade através das barras, para Q (m/s); vo: velocidade de aproximação à montante
da grade (m/s); g: aceleração da gravidade = 9,81 m/s2.
Grade limpa: vp = hf =
Grade 50% suja: vp’ = 2.vp = hf =
A parede do canal (y) é calculada com a altura da lâmina máxima de água, com a perda de carga quando a
grade estiver 50% suja mais altura livre de 20 cm (segurança).
=
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Dessa forma está projetada a unidade preliminar de tratamento de águas de abastecimento.
Tabelas necessárias para dimensionamento (copiadas de Mendonça, 2000)
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