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    Prova 734/1. F.Pgina1/ 7

    Prova Escrita de Literatura Portuguesa10. e 11. Anos de Escolaridade

    Prova 734/1. Fase 7 Pginas

    Durao da Prova: 120 minutos. Tolerncia: 30 minutos.

    2013

    Decreto-Lei n. 139/2012, de 5 de julho

    EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDRIO

    Utilize apenas caneta ou esferogrca de tinta indelvel, azul ou preta.

    No permitido o uso de corretor. Em caso de engano, deve riscar de forma inequvoca aquilo

    que pretende que no seja classicado.

    No permitida a consulta de dicionrio.

    Escreva, de forma legvel, a numerao dos grupos e dos itens, bem como as respetivas respostas.

    As respostas ilegveis ou que no possam ser claramente identicadas so classicadas com

    zero pontos.

    Ao responder, diferencie corretamente as maisculas das minsculas. Se escrever alguma

    resposta integralmente em maisculas, a classicao da prova sujeita a uma desvalorizao

    de cinco pontos.

    Para cada item, apresente apenas uma resposta. Se escrever mais do que uma resposta a um

    mesmo item, apenas classicada a resposta apresentada em primeiro lugar.

    As cotaes dos itens encontram-se no nal do enunciado da prova.

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    Prova 734/1. F.Pgina3/ 7

    Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

    1. Identique, neste poema, trs caractersticas do gnero das cantigas de amor.

    2. Transcreva as expresses que se referem aos atributos da dama, indicando as qualidades que o trovadorreala em cada uma delas.

    3. Explicite duas das razes que motivam a splica do eu, contida no refro.

    4. Analise o dstico nal (versos 19-20), referindo-se a dois dos sentidos nele presentes.

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    GRUPO II

    Leia o excerto a seguir transcrito. Em caso de necessidade, consulte as notas e o glossrio apresentados.

    1

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    Na vspera da sua ida para Coimbra, estava Simo Botelho despedindo-se da suspirosa

    menina, quando subitamente ela foi arrancada da janela. O alucinado moo ouviu gemidos

    daquela voz que, um momento antes, soluava comovida por lgrimas de saudade.Ferveu-lhe o sangue na cabea; contorceu-se no seu quarto como o tigre contra as grades

    inexveis da jaula. Teve tentaes de se matar, na impotncia de socorr-la. As restantes

    horas daquela noite passou-as em raivas e projetos de vingana. Com o amanhecer

    esfriou-lhe o sangue, e renasceu a esperana com os clculos.

    Quando o chamaram para partir para Coimbra, lanou-se do leito de tal modo desgurado,

    que sua me, avisada do rosto amargurado dele, foi ao quarto interrog-lo e despersuadi-lo de

    ir enquanto assim estivesse febril. Simo, porm, entre mil projetos, achara melhor o de ir para

    Coimbra, esperar l notcias de Teresa, e vir a ocultas a Viseu falar com ela. Ajuizadamente

    discorrera ele que a sua demora agravaria a situao de Teresa.

    Descera o acadmico ao ptio, depois de abraar a me e irms, e beijar a mo do pai,

    que para esta hora reservara uma admoestao severa, a ponto de lhe asseverar que de todoo abandonaria se ele casse em novas extravagncias. Quando metia o p no estribo, viu a

    seu lado uma velha mendiga, estendendo-lhe a mo aberta, como quem pede esmola, e, na

    palma da mo, um pequeno papel. Sobressaltou-se o moo; e, a poucos passos distante de

    sua casa, leu estas linhas:

    Meu pai diz que me vai encerrar num convento, por tua causa. Sofrerei tudo por

    amor de ti. No me esqueas tu, e achar-me-s no convento, ou no cu, sempre tua do

    corao, e sempre leal. Parte para Coimbra. L iro dar as minhas cartas; e na primeira

    te direi em que nome hs de responder tua pobre Teresa.

    A mudana do estudante maravilhou a academia. Se o no viam nas aulas, em parte

    nenhuma o viam. Das antigas relaes restavam-lhe apenas as dos condiscpulos sensatos

    que o aconselhavam para bem, e o visitaram no crcere de seis meses, dando-lhe alentos e

    recursos, que seu pai lhe no dava, e sua me escassamente supria. Estudava com fervor,

    como quem j dali formava as bases do futuro renome e da posio por ele merecida, bastante

    a sustentar dignamente a esposa. A ningum conava o seu segredo, seno s cartas que

    enviava a Teresa, longas cartas em que folgava o esprito da tarefa da cincia. A apaixonada

    menina escrevia-lhe a mido, e j dizia que a ameaa do convento fora mero terror de que j

    no tinha medo, porque seu pai no podia viver sem ela.

    Isto afervorou-lhe para mais o amor ao estudo. Simo, chamado em pontos difceis das

    matrias do primeiro ano, tal conta deu de si, que os lentes e os condiscpulos o houveramcomo primeiro premiado.

    Camilo Castelo Branco,Amor de Perdio, edio de Anbal Pinto de Castro, Porto, Caixotim, 2006

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    GLOSSRIO e nOtaS

    acadmico (linha 13) estudante (referncia a Simo).

    admoestao (linha 14) repreenso.

    a mido (linha 30) frequentemente.

    clculos (linha 7) pensamento lgico, racional.

    crcere (linha 25) referncia pena cumprida por Simo na priso, na sequncia das suas atividades revolucionrias

    na academia.

    despersuadi-lo (linha 9) demov-lo; dissuadi-lo.

    discorrera (linha 12) pensara.estribo (linha 15) espcie de degrau colocado entrada das carruagens; peas da sela que servem de apoio ao

    cavaleiro.

    lentes (linha 33) docentes universitrios.

    suspirosa menina (linhas 1-2) referncia a Teresa.

    Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

    1. Rera os acontecimentos narrados no primeiro pargrafo, bem como as reaes das personagens.

    2. Explicite a posio do narrador quanto deciso, tomada por Simo, de partir para Coimbra, justicandoa resposta com elementos do texto (linhas 8 a 12).

    3. Analise duas das funes desempenhadas pelo bilhete escrito por Teresa.

    4. A mudana do estudante maravilhou a academia (linha 23).

    Descreva dois dos comportamentos que revelam essa mudana do jovem.

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    Prova 734/1. F.Pgina6/ 7

    GRUPO III

    Com base na sua leitura de uma das peas de teatro a seguir indicadas, apresente os dois momentos,

    quanto a si, mais importantes no desenrolar da ao dessa obra.

    Almeida Garrett Um Auto de Gil Vicente ou O Alfageme de Santarm;

    Raul Brando O Gebo e a Sombra ou O Doido e a Morte;

    Jos Cardoso Pires O Render dos Heris.

    Redija um texto bem estruturado, de cem a duzentas palavras.

    Comece por indicar, na folha de respostas, o nome do autor e o ttulo da obra por si selecionada.

    Obsrvs:

    1. Para efeitos de contagem, considera-se um plvr qualquer sequncia delimitada por espaos em branco, mesmoquando esta integre elementos ligados por hfen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer nmero conta como uma nica palavra,

    independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2013/).

    2. Um desvio dos limites de extenso indicados implica uma desvalorizao parcial (at cinco pontos) do texto produzido.

    FIM

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