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FACULDADE REDENTOR CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ORTODONTIA Patrick Guglielmi Silva EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA COM OS APARELHOS DE HAAS E HYRAX NITEROI - RJ 2012

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FACULDADE REDENTOR

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ORTODONTIA

Patrick Guglielmi Silva

EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA COM OS APARELHOS

DE HAAS E HYRAX

NITEROI - RJ

2012

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PATRIK GUGLIELMI SILVA

EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA COM OS APARELHOS

DE HAAS E HYRAX

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ortodontia da Faculdade Redentor como parte dos requisitos para a obtenção do título de especialista em Ortodontia. Orientador: Prof. Ricardo Pessôa

Niterói - RJ

2012

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Dedico a minha avó Léa Marçal Ferreira

da Silva por me apoiar em todas as

minhas empreitadas nesses meus 36

anos de vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por guiar minha vida, me dando força para não desistir jamais.

Ao meu orientador Professor Ricardo Pessôa, que hoje considero mais que um

mestre, um amigo. Exemplo de sabedoria, obrigado por compartilhar seu enorme

conhecimento e pela orientação sem falhas; pela paciência e disponibilidade,

permitindo-me conhecer um pouco mais e participar de um mundo de verdadeiros

profissionais da Odontologia, em especial na Ortodontia. Obrigado pelos

ensinamentos, por ter acreditado em mim e ter me auxiliado na realização de um

grande sonho.

Ao Professor Alexandre Ponce, que não mediu esforços para ter um curso realmente

de alto nível.

Aos colegas do Curso de Especialização, que compartilharam horas no

aprofundamento do saber profissional, trocando ideias e atingindo metas comuns.

Aos pacientes, personagens anônimos do aprendizado, pela credibilidade a mim

dispensada.

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“O enigma não existe. Se a questão pode

ser colocada no todo, também pode ser

respondida".

(Ludwig Wittgenstein)

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RESUMO

Este estudo teve como propósito realizar uma revisão bibliográfica sobre a utilização dos aparelhos Haas e Hyrax abordando suas indicações, contraindicações, vantagens e desvantagens no tratamento da expansão rápida da maxila. O procedimento de expansão rápida da maxila envolve uma fase ativa, onde se aciona o parafuso até a almejada largura do arco dentário superior, e uma fase passiva, que usa o próprio aparelho como contenção até que a sutura palatina mediana se reorganize. Na fase ativa, a sutura se rompe e na fase passiva ela se reorganiza. O controle da abertura sutural e, sobretudo, da subseqüente ossificação da sutura palatina mediana na clínica é feito com as radiografias oclusais totais de maxila, obtidas em épocas oportunas, obrigatoriamente no final da fase passiva do procedimento de expansão rápida. O aparelho disjuntor tipo Hyrax tem sido apontado como o aparelho expansor da maxila que melhor permite ao paciente efetuar sua higienização. Porém, por não ser dentomucossuportado e por não possuir nenhum dispositivo de controle vertical, presume-se que este aparelho pode causar, em amplitude maior que os disjuntores tipo Haas, inclinações vestibulares dos dentes de apoio, agravando os efeitos colaterais no sentido vertical. Palavras-chave: Expansão rápida da maxila. Aparelho de Haas. Aparelho de Hyrax.

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ABSTRACT

This study had as a purpose to carry out a research in the literature about the use Haas and Hyrax appliance, approaching its indications, contraindications, advantages and disadvantages in the treatment of rapid maxillary expansion. The procedure of rapid maxillary expansion involves an active phase, where it triggers the screw until the desired width of the upper arch dental, and a passive phase, which uses the equipment itself as containment until the median palate suture be refocused. In the active phase, the suture is broken and in the passive stage it is reorganized. The control of the opening of sutures and, especially, the subsequent ossification of median palate suture in clinic is done with maxillary total occlusal radiographs, obtained in appropriate times, necessarily at the end of the passive phase of the process of rapid expansion. The expansion appliance type Hyrax has been suggested as a device of maxillary expander that best allows patients to make a proper hygiene. However, because it was not supported by teeth and mucosa and there is no apparatus to control vertically, it is assumed that this unit can cause, in larger magnitude than the circuit breaker type Haas, buccal inclinations of support teeth, aggravating collateral effects in vertical direction. Keywords: Rapid maxillary expansion. Haas appliances. Hyrax appliances.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Aparelho disjuntor colado utilizado para o 1º caso clínico................ 17

Figura 2 – Sequência de fotografias de radiografias periapicais do 1º caso

clínico ao 7° dia.................................................................................

18

Figura 3 – Fotografias intrabucais ao final da fase de nivelamento do 1º caso

clínico................................................................................................

18

Figura 4 – Fotografia intrabucal inicial após a ERM, com o aparelho disjuntor

Hyrax colado do 2º caso clínico........................................................

18

Figura 5 – Fotografias intrabucais com o aparelho disjuntor Hyrax colado

após 3 meses de ERM......................................................................

19

Figura 6 – Fotografias de radiografias oclusais periapicais antes e 7 dias

após o início da ERM do 2º caso clínico................................

19

Figura 7 – Fotografias intrabucais iniciais do 3º caso clínico............................. 19

Figura 8 – Fotografias intrabucais do aparelho disjuntor Hyrax colado após as

ativações do 3º caso clínico..............................................................

20

Figura 9 – Fotografias do paciente utilizando a máscara facial de Petit para a

protração da maxila...........................................................................

20

Figura 10 – Fotografias de radiografias periapicais do 1 ao 18 dia, do 3º caso

clínico................................................................................................

20

Figura 11 – A) MC do lado esquerdo; B) relação molar Classe I de Angle do

lado direito; C) Aparelho disjuntor tipo Hyrax instalado; D)

Fotografia de raios X oclusal imediatamente após a instalação do

aparelho disjuntor.......................................................

26

Figura 12 – A) visão frontal intrabucal após a disjunção; B) Fotografia de raios

X oclusal realizado após a disjunção intermaxilar............................

26

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

AFAI - Altura facial anteroinferior

DV - Dimensão vertical

ERM - Expansão rápida da maxila

ERMPAC - Expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente

º - Graus

HYRAX - Hygienic Appliance for Rapid Expansion

< - Menor que

mm - Milímetros

MA - Mordida aberta

MAA - Mordida aberta anterior

MC - Mordida cruzada

MCA - Mordida cruzada anterior

MCP - Mordida cruzada posterior

% - Percentual

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 10

2 PROPOSIÇÃO..................................................................................................... 12

3 REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................

3.1 Expansão Rápida da Maxila.........................................................................

3.2 ERM com a Utilização dos Aparelhos de Hass e Hyrax...............................

13

13

14

4 DISCUSSÃO........................................................................................................ 39

5 CONCLUSÃO...................................................................................................... 45

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 46

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1 INTRODUÇÃO

Um dos procedimentos clínicos mais consagrados na prática ortodôntica,

por sua eficiência e previsibilidade é a expansão rápida da maxila (ERM) (Capelozza

Filho et al. 1994). A ERM ou disjunção corrige a atresia transversa da maxila, má

oclusão extremamente frequente que se estabelece precocemente e não apresenta

autocorreção (Silva Filho et al., 1989).

Esse método foi demonstrado há mais de 40 anos. Desde então, muitos

trabalhos foram publicados, evidenciando tanto os efeitos ortodônticos quanto

ortopédicos na maxila e na mandíbula, como também as alterações de

relacionamento entre as mesmas, devido ao emprego dessa mecânica (Ferreira et

al., 2007).

A terapia ortodôntica por expansão maxilar teve seu início em meados do

século XIX. Angell (1860) descreveu e utilizou um dispositivo com parafuso

posicionado transversalmente à abóbada palatina, fixado aos dentes de uma

adolescente de 14 anos. Após as ativações, ao final de duas semanas, observou

que o maxilar foi alargado, constatando o aparecimento de um diastema entre os

incisivos centrais, demonstrando a separação dos ossos maxilares (Machado Júnior,

2004).

O aumento da altura facial anteroinferior (AFAI) é indesejável no

tratamento de pacientes que possuem face longa e ou mordida aberta anterior

(MAA). Durante a ERM, à medida que ocorre a abertura da sutura palatina, observa-

se mudanças na oclusão dos dentes, com uma abertura da mordida, associadas a

alterações na postura mandibular (Silva & Moraes 2007).

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A ERM é um procedimento que tem como objetivo aumentar o diâmetro

do arco maxilar devido a uma atresia deste em relação ao seu antagonista, e ao

maciço craniofacial. As etiologias dessas atresias podem ser genéticas, fisiológicas

ou em decorrência de hábitos parafuncionais. A correção cirúrgica das más oclusões

tipo esqueletal causadas por uma deficiência no sentido transversal da maxila é

indicada após lançar mão de terapias ortopédicas ou ortodônticas as quais

previamente não obtiveram resultados (Muniz et al., 2008).

Após os trabalhos de Haas (1961, 1970), a ERM, passou a ser um

método cada vez mais utilizado entre os ortodontistas como auxiliar no tratamento

dos casos com atresia maxilar.

O aparelho proposto por Haas como é dentomucossuportado tenta dividir

a força de ativação entre os dentes e a porção palatina da maxila.

Já o aparelho proposto por Biederman (1968), o qual é dentossuportado,

por não possuir acrílico no palato facilita a higienização bucal.

Portanto, este estudo teve como propósito realizar uma revisão

bibliográfica sobre o tratamento da expansão rápida da maxila com a utilização dos

aparelhos Haas e Hyrax.

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2 PROPOSIÇÃO

O propósito deste estudo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre a

utilização dos aparelhos Haas e Hyrax no tratamento da expansão rápida da maxila,

verificando:

1. Se a expansão rápida da maxila é um procedimento vantajoso;

2. Quais as dificuldades para execução da expansão principalmente ao nível das

suturas maxilozigomática e maxilofrontal;

3. Qual aparelho oferece melhor ancoragem e controle;

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Expansão Rápida da Maxila

Garib et al. (2001) por intermédio de um estudo cefalométrico, objetivaram

inspecionar, longitudinalmente, a influência da utilização de expansores com bandas

sobre o comportamento da face, no plano sagital. A amostra constituiu de 25

pacientes apresentando más oclusões Classes I e II de Angle com mordida cruzada

posterior (MCP) uni ou bilateral, tratados com o procedimento de ERM previamente

à mecanoterapia com a técnica Edgewise simplificada. Esta amostra foi comparada

a um grupo de 25 pacientes Classes I e II que receberam tratamento corretivo sem

expansão prévia, e a um grupo controle de 26 jovens, pareados por gênero e idade

com os pacientes dos demais grupos. Foram utilizadas telerradiografias em norma

lateral tomadas ao início, término e três anos após o tratamento corretivo completo.

Os resultados mostraram que, em longo prazo, a ERM não apresentou influência

sobre a posição anteroposterior das bases ósseas apicais; não alterou o padrão de

crescimento facial e das dimensões verticais (DV) da face; não influiu

significativamente no posicionamento vertical dos primeiros molares, na inclinação

vestibulolingual dos incisivos superiores e inferiores e nos trespasses horizontal e

vertical. Concluíram que as alterações cefalométricas observadas logo após a ERM

constituíram fenômenos temporários e, portanto, não promoveram restrições deste

procedimento em pacientes com padrão de crescimento predominante vertical.

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3.2 ERM com a Utilização dos Aparelhos Haas e Hyrax

Pesquisando os efeitos da ERM, Haas (1961) realizou um experimento

com oito suínos Duroc-Poland China (seis do grupo experimental e dois do controle).

Instalou-se um aparelho expansor com ativação por 10 dias, totalizando 12 a 15 mm

de expansão. Injetou-se alizarina, como corante vital de ossos, após o período de

ativação em intervalos de 4, 14 e 30 dias. Em seguida partes da maxila foram

preparadas e analisadas. Empolgado com os resultados do experimento em

animais, que revelavam a eficácia do procedimento em casos com severa atresia

maxilar, o autor analisou 10 pacientes com este tipo de má oclusão (5 do gênero

masculino e 5 do gênero feminino). Em seguida realizou-se observações nas

telerradiografias em norma frontal e lateral, nas radiografias oclusais nos modelos de

gesso, nas fotografias e nos comentários dos pacientes sob a sintomatologia

provocada pela expansão. Após a análise dos resultados Haas observou: 1)

pequena pressão após a ativação do parafuso, que desaparecia rapidamente; 2) Em

alguns casos injurias dos tecidos moles do palato abaixo da porção do acrílico; 3) As

telerradiografias em norma frontal mostraram as alterações mais interessantes; 4)

alterações nas dimensões internas da cavidade nasal, na distância intermolares e

interincisivos; 5) aumento da na distancia intermolar inferior; 6) no sentido vertical, a

abertura da sutura palatina mediana se dava de forma triangular, com o ápice na

cavidade nasal; 7) diastema entre os incisivos centrais superiores, que se fechava

naturalmente devido à ação das fibras transeptais; 8) na análise das telerradiografias

em norma lateral, observou que o ponto A movimentou-se para frente em todos os

casos e também para baixo em apenas cinco casos, causando uma rotação horária

da mandíbula. Como consequência, ocorreu um aumento nos ângulos de

convexidade facial, do plano mandibular, SNA e na AFAI; 9) durante o período de

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contenção, existe um restabelecimento do posicionamento original dos ossos que

foram desarticulados com a ERM, diminuindo em parte os ângulos citados

anteriormente; 10) esse pequeno deslocamento da maxila para frente pode ser

favorável para a correção da má oclusão de Classe III e pseudo Classe III; 11) como

nos estudos em porcos, os dentes inferiores verticalizaram após a ERM. Em todos

os casos houve aumento na distância intermolares e em metade, na distância

intercaninos, sem nenhum tipo de mecânica.

Asanza et al. (1997) realizaram um estudo com o objetivo de analisar

radiograficamente (telerradiografias em norma lateral e frontal), as diferenças entre

um expansor convencional cimentado (Hyrax) e um expansor acrílico colado.

Quatorze pacientes (entre 8 e 16 anos) com MCP que apresentavam a necessidade

de expansão foram envolvidos no estudo. Os resultados sugeriram que o aumento

na (DV, geralmente, visto com o aparelho convencional Hyrax, pode ser minimizado

ou anulado com o aparelho colado. Além disto, no grupo colado, o deslocamento

inferior da ENP e o deslocamento anterior da maxila foram menores em comparação

ao Hyrax. Concluíram, no entanto, que não houve diferença significante entre a

quantidade de inclinação dentária ou expansão simétrica entre os dois aparelhos

testados e afirmaram que o disjuntor colado pode ser utilizado nos casos em que se

necessite de maior controle vertical.

Chang et al. (1997) estudaram cefalometricamente, o efeito em longo

prazo da ERM na MAA e na posição anteroposterior da maxila. Para isto utilizaram

telerradiografias em norma lateral de 86 pacientes divididos em três grupos: o

primeiro grupo recebeu tratamento com ERM, com o expansor do tipo Haas, o

segundo recebeu tratamento tradicional com aparelho fixo sem ERM e o terceiro

grupo foi composto de indivíduos com oclusão normal. Foram realizadas as

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telerradiografias antes do tratamento, no final da parte ativa do tratamento e após o

final de tratamento. Os autores concluíram que não houve, estatisticamente,

diferença entre os três grupos no que se refere a dimensões verticais ou ântero-

posteriores da face.

Andrade & Lascala (2002) descreveram três casos clínicos, nos quais

foram instalados aparelhos disjuntores com parafuso Hyrax sem bandas e colados

com cimento resinoso. Foram obtidas radiografias antes e imediatamente após a

ativação do aparelho com filme periapical e aplicação de um ângulo vertical maior

(65°), geralmente utilizado para tomadas radiográficas oclusais superiores. O

primeiro caso foi de uma paciente com 13 anos, dentição permanente, com grande

apinhamento na arcada superior (discrepância de modelo superior de -13 mm), falta

total de espaço para o dente canino superior esquerdo e atresia maxilar,

determinando uma MCP bilateral. Apresentava também discrepância de modelo

inferior de -6 mm e MA bilateral. Como a paciente apresentava severa atresia da

maxila, foi indicada uma prévia ERM, e posterior tratamento com aparelho fixo sem

extrações de dentes permanentes. O acompanhamento para a confirmação da

efetiva separação da sutura palatina durante a ERM, utilizando-se um aparelho

disjuntor Hyrax colado, foi realizado com tomadas radiográficas, usando filmes

periapicais da marca Kodak modelo Insight nas medidas 31 X 41 mm e velocidade

com código FE. Foram obtidas as radiografias com ângulo vertical de 65°, com filme

periapical antes da ativação e repetidas a cada dois dias. O segundo caso foi de

uma paciente com sete anos e seis meses, dentição mista, com atresia maxilar,

determinando uma MCP no lado direito. O tratamento e acompanhamento foram os

mesmos do caso anterior. O terceiro caso foi de um paciente com a mesma idade da

paciente do caso anterior, dentição mista, com atresia maxilar, determinando uma

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mordida cruzada (MC) total. Como o paciente apresentava severo estreitamento da

maxila, foi indicada uma prévia ERM seguida de uma protração da maxila com o uso

de uma máscara de Petit e posterior tratamento com aparelho fixo. O

acompanhamento também foi o mesmo dos dois casos anteriores. Pelas

observações clínicas e acompanhamentos realizados, a utilização do filme periapical

de dimensão 31 X 41 mm, com as mesmas angulações de incidência oclusal, sendo

65° vertical e 0° horizontal, porém com área de incidência mais baixa, no ápice

nasal, cumpriu plenamente as necessidades de observação da efetiva separação da

sutura palatina, com grandes vantagens em termos de custo, armazenagem e

tamanho na adaptação na boca de pequenos pacientes, que são a faixa etária mais

indicada para o procedimento de uma ERM. Verificaram ainda, que pela maior

proximidade desse filme com a maxila, a imagem radiográfica obtida apresentou

maior detalhe das estruturas. Os autores concluíram que o tamanho do filme para

acompanhar e certificar a efetiva separação da sutura palatina durante a ERM que

tem sido empregado é o oclusal. A utilização de filme periapical, com as mesmas

premissas técnicas, se mostrou vantajosa em relação ao oclusal nos seguintes

aspectos: facilidade da técnica, custo, aceitação pelo paciente e qualidade da

imagem obtida.

Figura 1 – Aparelho disjuntor colado utilizado para o 1º caso clínico. Fonte: Andrade & Lascala (2002).

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Figura 2 – Sequência de fotografias de radiografias periapicais do 1º caso clínico ao 7° dia. Fonte: Andrade & Lascala (2002).

Figura 3 – Fotografias intrabucais finais do 1º caso clínico. Fonte: Andrade & Lascala (2002).

Figura 4 – Fotografia intrabucal inicial e após a ERM, com o aparelho disjuntor Hyrax colado do 2º caso clínico. Fonte: Andrade & Lascala (2002).

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Figura 5 – Fotografias intrabucais com o aparelho disjuntor Hyrax colado após 3 meses de ERM do 2º caso clínico Fonte: Andrade & Lascala (2002).

Figura 6 – Fotografias de radiografias periapicais oclusais antes e 7 dias após o início da ERM do 2º caso clínico. Fonte: Andrade & Lascala (2002).

Figura 7 – Fotografias intrabucais iniciais do 3º caso clínico. Fonte: Andrade & Lascala (2002).

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Figura 8 – Fotografias intrabucais do aparelho disjuntor Hyrax colado após as ativações do 3º caso clínico. Fonte: Andrade & Lascala (2002).

Figura 9 – Fotografias do paciente utilizando a máscara facial de Petit para a protração da maxila. Fonte: Andrade & Lascala (2002).

Figura 10 – Fotografias de radiografias periapicais do 1 ao 18 dia, do 3º caso clínico. Fonte: Andrade & Lascala (2002).

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Siqueira et al. (2002), com o objetivo de observar, as alterações

dentoesqueléticas decorrentes da expansão, por meio de radiografias póstero-

anteriores, realizaram estudo cefalométrico comparativo dos efeitos de três tipos de

expansores palatinos, utilizados para a ERM, e as possíveis diferenças entre os

aparelhos Haas e Hyrax. A amostra foi constituída por 63 pacientes (23 do gênero

masculino e 40 do feminino) divididos em três grupos: G1, composto por 20

pacientes (12 do gênero feminino e 8 do masculino), que utilizaram o expansor

dentomucossuportado (Haas modificado), com idade média de 13 anos e 5 meses

na época da instalação do aparelho; G2, composto por 21 pacientes (14 do gênero

feminino e 7 do masculino), que utilizaram o expansor dentossuportado (Hyrax

modificado), com idade média de 12 anos e 10 meses na época da instalação do

aparelho e; G3, composto por 22 pacientes (14 do gênero feminino e 8 do

masculino), que utilizaram o expansor dentossuportado, com cobertura de acrílico,

colado aos dentes superiores, com idade média de 12 anos e cinco meses na época

da instalação do aparelho. Todos esses pacientes foram radiografados nas fases

pré-expansão, imediatamente após a expansão e após os três meses de contenção

ativa com o próprio aparelho, totalizando assim, 189 telerradiografias em norma

frontal para a realização desse estudo. Baseando-se na metodologia empregada e

nos resultados obtidos, os autores constataram que: 1) os três tipos de aparelhos

provocaram respostas ortopédicas semelhantes, que se mantiveram estáveis

durante a contenção; 2) os primeiros molares superiores (dentes de ancoragem)

demonstraram comportamentos semelhantes; 3) as distâncias intermolares inferiores

aumentaram nos três grupos, porém com diferenças significativas entre o G3, que

apresentou pequenas alterações e nos demais grupos, os incisivos centrais

superiores demonstraram comportamentos semelhantes nos três grupos, durante o

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período de expansão e contenção, caracterizados pelos movimentos de inclinação e

pela divergência apical e convergência das coroas; 4) com a análise das variáveis

sobremordida e AFAI, os autores concluíram que os três tipos de aparelhos

provocaram alterações verticais semelhantes, em decorrência da ERM.

Byloff & Mossaz (2004) analisaram as alterações produzidas pela

expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERMPAC) de forma longitudinal

em 14 pacientes com idade entre 18 e 41 anos. Um aparelho Hyrax pré-fabricado foi

cimentado antes da intervenção cirúrgica, a qual consistiu de uma corticotomia bucal

maxilar com separação pterigóide. Os modelos e as radiografias cefalométricas

póstero-anteriores (PA) foram realizados antes da expansão (T1), no final da

expansão (T2), no final da contenção (T3) e no mínimo um ano após a cirurgia (T4).

A expansão total e a recidiva foram mensuradas diretamente nos modelos. As

distâncias transversas aumentaram mais nos 1ºs molares (8,7 mm) e pré-molares

(8,1 e 8,3 mm) do que na região do canino (5,2 mm) e do 2° molar (5,5 mm). Uma

recidiva mínima ocorreu durante a fase de contenção. A largura do arco diminuiu

mais durante o período pós-contenção, com uma redução mais evidente nos dentes

utilizados como ancoragem durante o procedimento de expansão (-2,0 mm para os

primeiro pré-molares e -2,6 mm para os primeiros molares). A recidiva dentária total

média foi de 28%. A análise radiográfica PA das alterações angulares demonstrou

9,6º de inclinação lateral por extremidade durante a expansão. Um terço desse

movimento recidivou durante o período de contenção (-3,3º) e tal tendência (-6,0º)

continuou durante a fase de pós-contenção até alcançar praticamente o valor

original em T1. As alterações esqueléticas monitoradas nas radiografias

cefalométricas PA foram mínimas com grande variação individual. A expansão

média mensurada na proximidade da região com osteotomia foi de apenas 1,3 mm.

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Dessa quantidade, 0,4 mm foram perdidos durante a contenção e os períodos pós-

contenção. Com base nos resultados obtidos, os autores concluíram que a

expansão esquelética da maxila por meio da ERMPAC constituiu principalmente

uma rotação lateral das metades maxilares com apenas uma translação horizontal

mínima.

Chung & Font (2004) avaliaram 20 crianças submetidas à ERM,

imediatamente após a fase ativa de expansão, utilizando aparelho expansor de Haas

com protocolo de duas ativações diárias de 0,2 mm cada, por duas a quatro

semanas. Os autores observaram um leve deslocamento anterior da maxila sem

significância estatística e um deslocamento inferior de 1,3 mm da espinha nasal

anterior e 1,43 mm da espinha nasal posterior com significância estatística. A

mandíbula apresentou um movimento para trás e para baixo, aumentando a altura

facial inferior. O aumento estatisticamente significativo das medidas de largura

maxilar (distância entre os pontos jugal esquerdo e direito) demonstrou uma

correlação de 30,1% em relação à expansão do parafuso, enquanto a largura da

base nasal (entre os pontos esquerdo e direito mais laterais da cavidade nasal)

acompanhou em 23,1% e a distância intraorbitária (entre os pontos esquerdo e

direito mais mesiais de ambas as órbitas) em 3,3%.

Barreto et al. (2005) utilizaram o aparelho Hyrax tendo como objetivo

avaliar as alterações transversais e verticais da maxila. Foram selecionados 20

pacientes de ambos os gêneros, entre sete e 11 anos, que apresentavam MCP uni

ou bilateral. Foram realizadas telerradiografias em norma frontal antes e após a

expansão. A fim de evitar que a falta de padronização dessas radiografias pudesse

influenciar nos resultados, idealizou-se um método de padronização para tais

radiografias. Os resultados mostraram que a correção da MCP com o aparelho

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Hyrax, que ocorreu em todos os casos, foi em função tanto da abertura da sutura

palatina mediana como também da inclinação dos molares. A medida JgE-JgD

relacionada com a expansão maxilar aumentou significantemente em todos os casos

tratados. Nas avaliações dentárias, as medidas verticais não apresentaram

diferenças significantes, ao contrário das medidas transversais (FTEFTD; FBE-FBD;

LO.BTE; LO.BTD; BTE.BTD). A largura da cavidade nasal também aumentou

significantemente (CNE-CND). Os autores concluíram que o método de

padronização proposto permitiu, portanto, utilizar as medidas que avaliam a ERM,

por meio das radiografias póstero-anteriores, com segurança, também no sentido

vertical.

Fabrini et al. (2006) descreveram um caso clínico de ERM em uma

menina com 11 anos e quatro meses apresentando dentição permanente, utilizando

aparelho fixo Hyrax, de forma a observar clínica e radiograficamente os resultados

desta técnica. Ao exame físico, foi observada a presença de MC unilateral funcional,

desvio da linha média para direita, e relação molar Classe I de Angle do lado direito

e Classe III do lado esquerdo. Foi solicitada a documentação ortodôntica para

diagnóstico e elaboração do plano de tratamento. A proposta de trabalho envolveu

um tratamento ortodôntico ortopédico e corretivo. Primeiramente foi utilizado o

aparelho disjuntor (Hyrax). A estrutura metálica uniu-se posteriormente a duas

bandas cimentadas nos dentes 16 e 26 e a porção anterior foi fixada com resina

composta fotopolimerizável nos dentes 14, 15 e 24. Quanto aos parafusos

expansores utilizados, foram calibrados para proporcionar uma expansão de 0,8 a

1,0 mm em cada volta completa, dividida em quatro ativações. O centro do parafuso

deve ficar sobre a linha média e orientado de tal forma que, para a sua ativação, a

chave deva ser acionada de anterior para posterior. Um cuidado adicional tomado foi

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orientar o paciente e os pais de que se deve amarrar a chave de ativação do

aparelho com um fio dental, a fim de ficar preso a um dos dedos da mão do ativador,

evitando uma deglutição acidental. A expansão foi iniciada 24 horas após a

cimentação e 2/4 de volta pela manhã e 2/4 de volta pela tarde, totalizando uma

volta completa por dia. A fase ativa compreendeu as ativações diárias até alcançar

uma sobre ocorrência de 2 a 3 mm. O tratamento de expansão foi acompanhado por

exame radiográfico oclusal inicial e após a expansão concluída, quando foi possível

observar a separação entre as maxilas direita e esquerda. Durante o período de

ativação do aparelho, a paciente fez uso de analgésico (Paracetamol®) nos dois

primeiros dias. Também foram instituídas, no início e durante o tratamento,

instruções de higiene bucal. Após a verificação do descruzamento da MC, o

parafuso foi fixado com resina acrílica, a fim de manter os resultados obtidos

(expansão). Com o parafuso fixo, o aparelho deixou de ter a função expansora e

passou ser usado como contenção, evitando uma possível reincidência. Essa fase

da expansão (passiva) durou 120 dias, com o intuito de aguardar uma neoformação

óssea na sutura palatina mediana e dissipação de forças residuais acumuladas

durante a fase ativa. Após esse período o aparelho foi substituído por uma placa

palatina de resina acrílica, por mais seis meses, com objetivo de manter os

resultados obtidos. Os autores concluíram que: 1) o aparelho disjuntor do tipo Hyrax

foi eficiente na promoção da disjunção maxilar em uma criança de 11 anos; 2) a dor

provocada pela ativação do aparelho foi controlada com o analgésico receitado nos

dois primeiros dias e; 3) não houve edema facial em nenhum momento durante todo

o período em que a paciente estava sob tratamento com o aparelho do tipo Hyrax.

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Figura 11 – A) MC do lado esquerdo; B) relação molar Classe I de Angle do lado direito; C) aparelho disjuntor tipo Hyrax instalado; D) fotografia de raios X oclusal imediatamente após a instalação do aparelho disjuntor. Fonte: Fabrini et al. (2006).

Figura 12 – A) visão frontal intrabucal após a disjunção; B) fotografia de raios X oclusal realizado após a disjunção intermaxilar. Fonte: Fabrini et al. (2006).

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Scanavini et al. (2006) avaliaram cefalometricamente os efeitos da

expansão rápida da sutura palatina mediana sobre o posicionamento vertical e

sagital da maxila, comparando os aparelhos de Haas e Hyrax. A amostra utilizada

consistiu em 93 telerradiografias de perfil de 31 pacientes jovens, brasileiros, de

ambos os gêneros, com idade média de 13 anos e 2 meses no início do tratamento,

sendo 16 do gênero masculino e 15 do feminino, com dentição permanente e

indicação de disjunção maxilar para correção de atresia maxilar. Os pacientes foram

aleatoriamente divididos em dois grupos, cada um tratado com um tipo diferente de

disjuntor. O Grupo I foi composto por 18 pacientes, 9 de cada gênero, com idade

média de 13 anos e 6 meses (9 anos e 6 meses a 15 anos e 8 meses) no início do

tratamento, tratados com o aparelho disjuntor dentomucossuportado (Haas). Os

outros 13 pacientes constituíram o Grupo II, distribuídos em 7 indivíduos do gênero

masculino e 6 do gênero feminino, com idade média de 13 anos e 5 meses (11 anos

e 9 meses a 15 anos e 2 meses). O procedimento clínico da ERM foi padronizado.

Incluiu uma fase ativa, iniciada 24 horas após a instalação do aparelho com 1/4 de

ativação a cada 12 horas, totalizando 1/2 volta ao dia até a sobrecorreção

evidenciada pelo toque da cúspide palatina do primeiro molar superior na cúspide

vestibular do molar do primeiro molar inferior. A ativação foi realizada durante 11 a

14 dias, em média, nos dois grupos da amostra. Para cada paciente, foram obtidas

três telerradiografias laterais padronizadas com os dentes em oclusão cêntrica,

sendo estas antes da instalação do aparelho, ao final da fase ativa de expansão e

ao final da fase de nivelamento ortodôntico. O posicionamento da maxila, no sentido

anteroposterior em relação à base do crânio, sofreu modificações semelhantes para

ambos os grupos, com a ocorrência de avanço maxilar na fase pós-disjunção,

evidenciado pelo comportamento estatístico das variáveis SNA e Nperp-A, seguida

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de um retorno aos valores iniciais na fase final de nivelamento. A variável CoA

manteve, ao final do nivelamento, o incremento verificado pós-disjunção, devido à

influência do aumento vertical sobre a medição dessa variável. Constataram que os

dois aparelhos disjuntores apresentaram resultados semelhantes, com a ocorrência

de deslocamento da maxila em direção inferior, sem rotação, que se manteve ao

final do nivelamento e ocorrência de um deslocamento anterior logo após a

disjunção, que retornou aos valores pré-disjunção ao final do nivelamento.

Ferreira et al. (2007) avaliaram os possíveis efeitos deletérios em curto

prazo, advindos da disjunção maxilar com o aparelho Hyrax, são permanentes ou se

diluem em médio prazo, com o crescimento e desenvolvimento normais foi o objetivo

de Verificaram também se as alterações pós-disjunção persistem ou se, em

pacientes que se encontram em fase de crescimento e em plenas condições de

adaptações musculares, tais alterações seriam dissipadas com o tempo. Para o

estudo foram avaliadas radiografias cefalométricas em norma lateral, tomadas pré-

disjunção e pós-disjunção (em média de dois anos e noves meses pós-disjunção) de

30 pacientes (18 do gênero feminino e 12 do masculino) com faixa etária de sete

anos e oito meses, em média, na radiografia inicial (T1) e 10 anos e sete meses na

radiografia final (T2). Os pacientes apresentavam dentadura mista e necessidade de

ganho transversal da maxila e, por isso, foram submetidos à expansão maxilar com

aparelho do tipo Hyrax até que se conseguisse a sobrecorreção. Os pais das

crianças foram orientados a ativar o parafuso 2/4 de volta por dia. Os parafusos

expansores da marca Dentaurum®, com capacidade de 11 mm, foram ativados até

que se conseguisse evidenciar o diastema anterior e a sobrecorreção posterior.

Cessadas as ativações, os parafusos foram imobilizados com resina acrílica e os

aparelhos mantidos instalados, aguardando estabilização. Após o período de quatro

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meses, esses aparelhos foram retirados e substituídos por aparelhos removíveis de

acrílico, os quais serviram como contenção por mais seis meses. Nenhum outro tipo

de tratamento ortodôntico foi aplicado nesses pacientes até a tomada da segunda

radiografia. Este grupo, tratado apenas com disjunção, foi comparado com outro

grupo controle, também de 30 pacientes com faixa etária média de nove anos e

quatro meses na radiografia inicial (NT1) e 12 anos e três meses Na radiografia final

(NT2), após, em média, dois anos e nove meses); esses pacientes não sofreram

nenhum tipo de tratamento ortodôntico. Para a validação das medidas, foram

repetidos os traçados iniciais e finais de cinco pacientes tratados e de cinco

pacientes não tratados; também foi aplicado o teste t de Student pareado; as

medidas foram denominadas de CT1 e CT2 quando comparadas com T1 e T2,

respectivamente; e CNT1 e CNT2 quando comparadas com NT1 e NT2,

respectivamente. As grandezas cefalométricas eleitas para análise das modificações

ântero-posteriores foram: SNA, SNB, ANB, Profundidade facial, Profundidade

maxilar, Convexidade maxilar, NA perp, Pog Nperp, Wits, Co-A e Co-Gn. Para a

análise das alterações verticais, foram utilizadas as seguintes grandezas

cefalométricas: AFAI, Altura facial posterior, Altura facial anterior, AFP/AFA, Eixo

facial, Pp.SN, Pp.GoGn, Go.Gn.SN, Ângulo goníaco, ENPperp e ENAperp. Foi feita

uma análise descritiva para cálculo das médias, desvios, mínimos e máximos dos

grupos no pré-tratamento (T1) e pós-tratamento (T2). Para constatar se houve erro

no método, foi feito controle de validação do pré-tratamento e controle de validação

do pós-tratamento, tanto para o grupo tratado quanto para o grupo controle. Para

avaliar se as alterações esqueléticas verticais e sagitais envolvidas no tratamento

sofrem influência das adaptações ocorridas com o crescimento e desenvolvimento

da oclusão, foi utilizado o teste t de Student não-pareado, para comparar o resultado

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da diferença de T2- T1 com NT2-NT1. Estatisticamente, quando foram comparados

por meio de grandezas cefalométricas, os dois grupos não apresentaram diferenças

significativas, tanto na fase inicial quanto após o período de

tratamento/acompanhamento. Observaram que somente a avaliação Co-A

apresentou diferença estatisticamente significante. Todas as demais 21 variáveis

não apresentaram diferenças estatisticamente significantes, demonstrando que não

houve efeito deletério do tratamento da ERM sobre o padrão de crescimento destes

pacientes. Os autores, com base nos resultados, concluíram que, em médio prazo,

os possíveis efeitos dentoesqueléticos indesejáveis da ERM com o aparelho Hyrax

desapareceram, provavelmente, compensados com o crescimento, a atividade

muscular e a oclusão.

Silva Filho et al. (2008) avaliaram o comportamento da sutura palatina

mediana durante o período de contenção pós-expansão rápida da maxila, mediante

imagem da radiografia oclusal, bem como comprovar a validade deste método de

avaliação. A amostra reuniu 38 pacientes variando entre seis e 11 anos (19 de

gênero masculino e 19 do feminino), com idade média de nove anos, que se

submeteram à ERM com o aparelho expansor fixo tipo Haas. O protocolo de

ativação do parafuso expansor constou de 1 volta completa por dia, sendo 2/4 de

volta pela manhã e 2/4 de volta à noite, compreendendo o período de sete dias. A

radiografia oclusal total de maxila foi o exame complementar utilizado para o

diagnóstico da abertura da sutura palatina mediana e acompanhamento da

neoformação óssea subseqüente. Radiografias foram realizadas no estágio de pré-

expansão e mensalmente, na fase de contenção, com o aparelho expansor mantido

na boca, por um período médio de 4,5 meses. Uma vez coletadas as radiografias,

elas foram digitalizadas em um scanner com leitor de transparência, com uma

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resolução de 300 dpi e ampliação de 100%. As imagens foram salvas e identificadas

para cada paciente. Após a conclusão da digitalização, as imagens foram dispostas

lado a lado, obedecendo a uma ordem cronológica crescente, sendo a primeira

radiografia tomada no estágio de pré-expansão e as subseqüentes, mensalmente,

durante o período experimental. Os exames visuais foram realizados por dois

examinadores com formação em Ortodontia que indicaram a presença ou ausência

de tecido ósseo neoformado na região da sutura palatina mediana, tendo como

referência a imagem pré-expansão. As imagens da sutura palatina mediana nas

radiografias oclusais totais de maxila foram classificadas de acordo com um critério

subjetivo definido em escores que variaram de 1 a 4, onde: 1) ausência de

ossificação; 2) ossificação difusa; 3) ossificação difusa e presença das margens

ossificadas delineando a sutura nova e; 4) sutura nova ossificada. As imagens não

passaram por quaisquer alterações de brilho ou contraste, sendo analisadas com a

mesma qualidade em que foram digitalizadas. Os examinadores avaliaram,

separadamente, as radiografias em um monitor de computador, em ambiente

escurecido. As avaliações foram realizadas duas vezes por um único examinador

(Ex1), em um intervalo de três semanas e uma vez por um segundo examinador

(Ex2) para que se pudesse calcular o erro do método. Foi utilizado o teste Kappa

para comparar os escores atribuídos às radiografias pelos dois examinadores entre

si (interexaminadores) e pelo mesmo observador (intraexaminador). Quando se

aplicou a estatística de Kappa para a avaliação de concordância inter e

intraexaminadores, observaram um valor de k entre 0,61 e 0,80, mostrando um nível

de concordância bom entre as análises realizadas. A imagem radiográfica

imediatamente após a fase ativa da ERM mostrou, para todas as crianças

examinadas, uma área radiolúcida ampla na região da sutura palatina mediana. A

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área radiolúcida se apresentou bem definida pelas margens da sutura, nitidamente

separadas pela ativação do aparelho expansor, o que se denominou "margens da

sutura velha". As margens são visualizadas na imagem radiográfica como uma linha

radiopaca bem definida e demarcada, sempre na região pré-maxilar ou pelo menos

até a metade do palato duro. A partir desta extensão, a nitidez das margens torna-se

menor. A área radiolúcida, visualizada entre as margens da sutura velha,

caracteriza-se por uma região hipomineralizada, em forma triangular ou trapezoidal.

A sutura palatina mediana é uma sutura adaptável aos impactos mecânicos

produzidos pela expansão rápida da maxila, pelo menos no estágio de dentadura

mista. Nas 38 crianças avaliadas, a sutura palatina mediana foi rompida durante a

fase ativa da ERM, sem nenhuma intercorrência que justificasse a suspensão do

procedimento antes do período determinado. O que se observou nas imagens

radiográficas é que a ossificação não se completou até o terceiro mês de

acompanhamento pós-expansão. Em apenas 25% das radiografias analisadas, a

imagem da sutura palatina mediana apresentou evidências de neoformação óssea

completa no terceiro mês de controle. A maioria dos pacientes, totalizando 65% do

grupo amostral, não apresentou sinal de total neoformação óssea. Tal constatação

sugere a necessidade de obtenção de uma radiografia oclusal de maxila por volta do

terceiro mês de contenção e não antes deste período. Esta imagem determinará a

condição da sutura e, por conseqüência, a época provável de finalização da

contenção, ou em outras palavras, a época de suspensão do aparelho expansor. Os

resultados revelaram que são necessários pelo menos três meses para a completa

neoformação óssea da sutura palatina mediana, mediante análise da imagem

radiográfica oclusal, durante a fase passiva da ERM. Entretanto, devido à variação

individual no tempo de ossificação da sutura e visando menor efeito de recidiva,

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recomenda-se que o aparelho seja mantido passivo por pelo menos seis meses. Os

autores concluíram que uma variação individual quanto ao período necessário para

a neoformação óssea sutural durante a fase de contenção, justifica a imagem

radiográfica como determinante da época propícia para a remoção do aparelho

expansor. Tendo em vista a estabilidade pós-tratamento em longo prazo, o aparelho

expansor deve ser removido somente depois que a nova sutura estiver

completamente estabelecida. A imagem avaliada radiograficamente se mostrou

confiável para a determinação da época correta de remoção do aparelho expansor.

Vecchi (2008) avaliou e comparou dois grupos de pacientes portadores de

má oclusão Classe III submetidos a diferentes protocolos de ERM seguidos de

protração maxilar, utilizando aparelho Hyrax e máscara facial tipo Petit e elásticos

calibrados em 500 g de força para cada lado e orientados em 30° abaixo do plano

oclusal, com uso diário de 14 horas. Dezoito indivíduos (entre sete e 14 anos) foram

divididos em dois grupos (G1 e G2). O G1 foi submetido ao protocolo de expansões

e constrições alternadas da maxila, por sete semanas, seguido por 17 semanas de

protração maxilar. O G2 foi submetido à ativação diária de 4/4 de volta durante sete

dias, seguido por 23 semanas de protração maxilar, totalizando assim, para ambos

os grupos, 24 semanas de tratamento. Foram realizadas telerradiografias de perfil

nos tempos: T1 (imediatamente antes do início do tratamento); T2 (após as sete

semanas de expansões e constrições alternadas da maxila para o G1 e após os sete

dias de ERM para o G2) e T3 (24 semanas após o início do tratamento). Para

comparação entre os grupos foi utilizado o teste t Student. Para comparação dos

tempos T1, T2 e T3 para os grupos estudados foi utilizado o teste de Friedman. Os

resultados foram semelhantes para ambos os grupos. A maxila deslocou-se para

frente e para baixo, com rotação horária do plano palatal no G1 e rotação anti-

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horária no G2. Não foram verificadas alterações mandibulares. O ângulo ANB

aumentou, houve extrusão e projeção dos incisivos superiores e aumento da

convexidade do perfil facial. Apenas para o G2 foi verificado aumento da altura facial

inferior e extrusão dos molares superiores. A autora concluiu que houve melhora do

perfil mole dos pacientes, tornando-os mais convexos, com projeção dos tecidos

moles do terço médio da face, em ambos os grupos.

Simões et al. (2009) avaliaram, por meio de telerradiografias em norma

lateral, a altura facial inferior (anterior e posterior) de pacientes tratados com os dois

tipos de aparelho ortopédico (Haas e Hyrax) para ERM. Foram utilizadas 93

telerradiografias em norma lateral, de 31 pacientes, sendo 15 do gênero feminino e

16 do masculino, brasileiros, com idade média de 13 anos e 2 meses, com atresia

maxilar severa na dentadura permanente. Na primeira etapa da correção da má

oclusão os pacientes foram submetidos à disjunção rápida da sutura palatina

mediana, por meio de aparelhos disjuntores fixos dentomucossuportados tipo Haas

e dentossuportados tipo Hyrax e tratados ortodonticamente pela técnica do Arco de

Canto. Os aparelhos foram ativados de acordo com o seguinte protocolo: primeiro

acionamento do parafuso expansor, logo na sequência de sua instalação, em 2/4 de

volta (sendo 1/4 de volta realizado pelo profissional e 1/4 pelo acompanhante do

paciente); ativações diárias de 2/4 volta (1/4 pela manhã e 1/4 a noite), durante 11 a

14 dias. Os paciente foram assistidos a cada 3 ou 4 dias, até o final da fase ativa da

disjunção, segundo o grau de atresia maxilar, e durante o período de contenção,

eventualmente. A expansão lateral do arco superior foi considerada satisfatória

somente apos a obtenção dos contatos oclusais diretos entre pontas de cúspides

palatinas dos dentes póstero-superiores, com as vestibulares dos posteroinferiores,

alcançando uma sobrecorreção em cerca de 2 a 3 mm. A altura facial total foi

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medida por meio das distancias S-Go e N-Me, e a altura facial inferior por Go-PP e

Me-PP. Os valores médios de S-Go demonstraram um comportamento semelhante

para G1 e G2 respectivamente, nas modificações da altura facial posterior, com um

aumento gradativo desses valores na fase pós-disjunção e na fase final de

nivelamento. A altura facial anterior foi modificada de uma maneira semelhante em

ambos os grupos, observando um aumento nos valores médios de N-Me tanto na

fase pós-disjunção como na fase final de nivelamento. Os dois grupos apresentaram

aumento gradativo da distancia linear ENA-SN durante as fases estudadas,

causando um deslocamento para baixo da maxila. Concluíram que, nos dois grupos

estudados, houve aumento estatisticamente significante na altura facial inferior

(anterior e posterior) imediatamente após a disjunção rápida da sutura palatina

mediana até a fase de nivelamento, caracterizando um padrão esquelético mais

vertical.

Dias (2010) examinou através de tomografia computadorizada por feixe

cônico (cone beam) o comportamento esquelético e dentário da ERM por 6 meses

após a remoção do aparelho considerando dois tipos de expansores, Haas e Hyrax.

A amostra foi composta por 17 pacientes portadores de deficiência óssea maxilar

transversal submetidos à ERM tendo sido selecionados e distribuídos no grupo Haas

(n = 12) e no grupo Hyrax (n = 5) de acordo com o tipo de expansor utilizado. A

avaliação foi realizada nos seguintes tempos: T1) pré-expansão; T2) ao final da fase

ativa da expansão; T3) 6 meses após expansão e; T4) 6 meses após a remoção do

aparelho. Medidas esqueléticas e dentárias foram comparadas através do teste

estatístico ANOVA complementado pelos testes t de Student para amostras

pareadas e Correlação de Pearson considerando um nível de significância de 5% (p

< 0,05). Constatou que o grupo Haas apresentou, entre T1 e T4, uma recidiva média

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de 33,75% da distância intermolar, uma recidiva média de 16,3% da distância entre

as cristas alveolares na região molar e nenhuma recidiva na distância entre as bases

dos processos alveolares na região molar. O grupo Hyrax mostrou, entre T1 e T4,

uma recidiva média de 48,6% da distância intermolar, uma recidiva média de 10,2%

da distância entre as cristas alveolares e nenhuma recidiva nas distâncias entre as

bases dos processos alveolares. Todas as variáveis apresentaram um

comportamento simétrico durante a expansão inicial (T2) e durante o período de

observação de 6 meses sem aparelho (T4). Não houve diferença estatisticamente

significativa entre os grupos considerando a taxa de recidiva. Concluiu que, de forma

geral, comparando-se o início do tratamento (T1) e o período de observação sem

aparelho em boca (T4), ambos os grupos apresentaram uma boa estabilidade óssea

e uma recidiva dentária representada pelo retorno à inclinação original dos dentes

de ancoragem.

Padro-Barbosa (2010) apresentou um novo método de ERM por meio da

utilização de um parafuso expansor, tipo Hyrax, adaptado e apoiado em quatro mini-

implantes, além de testar, in vitro, as diferenças de resistência a força de expansão

utilizando como apoio mini-implantes de dois diâmetros diferentes. Foram usados 10

corpos de prova, todos compostos por uma estrutura metálica e osso artificial de

poliuretano de 40 PCF (0,64 g/cc), onde foi adaptado um expansor tipo Hyrax em

cada corpo de prova, que foi apoiado e ancorado sobre 4 mini-implantes, inseridos

em posições padronizadas em todos os corpos de prova. Os corpos de prova foram

distribuídos igualmente em 2 grupos, variando apenas o diâmetro dos mini-implantes

utilizados, todos com 10 mm de comprimento: Grupo 1 – diâmetro de 2,0 mm; Grupo

2 – diâmetro de 2,2 mm. Os corpos de prova foram submetidos a ensaios mecânicos

que simularam uma disjunção palatina, tendo como objetivo avaliar a resistência à

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cargas de força, número de ativações suportadas pelo sistema e possíveis

diferenças entre os dois grupos. Concluiu-se que: o sistema resistiu a forças

superiores às necessárias para disjunção palatina; os mini-implantes e o osso

artificial foram estáveis e não comprometeram os testes mecânicos; frente às cargas

de força geradas durante os testes, tanto a resistência do sistema quanto a

quantidade de abertura dos parafusos expansores foram estatisticamente

semelhantes, quando comparados os dois grupos de mini-implantes; o novo sistema

de disjunção maxilar mostrou sua eficiência e viabilidade pelos testes realizados in

vitro.

Bernd (2011) avaliou os efeitos imediatos da ERM sobre a altura e

espessura alveolar na região de molares, comparando a ação dos disjuntores tipo

Haas e tipo Hyrax, por meio da análise de tomografias computadorizadas cone

beam. Foram testadas duas metodologias para avaliação periodontal, uma

posicionando os cortes tomográficos em relação ao plano palatal (A) e outra em

relação ao longo eixo dentário (B). Após determinada a melhor metodologia, a

mesma foi aplicada. Foram avaliadas 66 tomografias de 33 pacientes (pré-expansão

e imediatamente após a expansão) em região de molares superiores, objetivando

observar as seguintes alterações estruturais: altura e espessura óssea alveolar,

alterações transversais e angulação intermolares. Foram realizados os testes

estatísticos de Wilcoxon e de modelo misto para medidas repetidas, com efeito

aleatório para paciente e intervalos de confiança em 95%. Foi observada redução

média na espessura óssea alveolar de 0,39 mm e perda óssea vertical média de

0,55 mm na região vestibular de molares superiores. A metodologia B mostrou-se

mais adequada para avaliar os efeitos imediatos da ERM no periodonto de suporte,

que foram: redução da altura e espessura óssea alveolar na vestibular dos molares

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superiores; inclinação dos molares para vestibular em ambos os grupos, sendo

significativamente maior no Grupo Haas; aumento das dimensões transversais

intermolares em ambos os grupos, sendo que a distância intermolares ao nível de

furca aumentou significativamente mais no Grupo Hyrax. Concluiu que ambas as

metodologias apresentaram resultados adequados para a mensuração da espessura

óssea, já para as medidas de altura óssea, a metodologia B demonstrou maior

precisão.

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4 DISCUSSÃO

A ERM é um procedimento comum na mecânica ortodôntica, e vem

aumentando a sua popularidade nos últimos anos, entretanto tem-se observado uma

variedade de efeitos colaterais indesejáveis (Chang et al., 1997).

Tem como objetivo aumentar o diâmetro do arco maxilar devido a uma

atresia deste em relação ao seu antagonista, e ao maciço crânio-facial. As etiologias

dessas atresias podem ser genéticas, fisiológicas ou em decorrência de hábitos

parafuncionais (Muniz et al., 2008). Está cada vez mais popular entre os

ortodontistas e com a maior aplicação de aparelhos disjuntores colados, a mecânica

se tornou mais fácil, porém, o seu controle deve ser rigoroso no acompanhamento

radiográfico (Andrade; Lascala, 2002; Vecchi, 2008). É indicada em pacientes

jovens, portadores de má oclusão de Classe I ou Classe II, com atresia maxilar,

MCP uni ou bilateral, Classe III dentária ou esquelética e com fissuras de palato,

independente do aparelho que se utiliza (Almeida et al., 2000; Arslan et al., 2004;

Vecchi, 2008). O diagnóstico da má oclusão de Classe III deve ser realizado

preferencialmente na dentadura mista, quando o tratamento suscita maiores efeitos

ortopédicos em detrimento dos indesejáveis efeitos dentários (Arslan et al., 2004).

À medida que o paciente for avançando na idade esquelética, os riscos de

danos aos tecidos de suporte aumentam particularmente nos pacientes que já

apresentam uma tábua óssea vestibular mais delgada. A idade ideal para a

disjunção maxilar é na dentadura mista, diminuindo o risco de danos e otimizando o

procedimento (Vecchi, 2008).

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O aumento da AFAI é indesejável no tratamento de pacientes que

possuem face longa, MA e apresentam crescimento vertical excessivo (Silva;

Moraes, 2007). Os melhores resultados são observados em pacientes tratados na

dentição decídua e mista (Vecchi, 2008).

No estudo de Chung & Font (2004), o aumento das medidas de largura

maxilar demonstrou uma correlação de 30,1% em relação à expansão do parafuso,

enquanto a largura da base nasal acompanhou em 23,1% e a distância intra-

orbitária em 3,3%, quando utilizaram o aparelho de Haas para a ERM, com protocolo

de duas ativações diárias; concordando, assim, com o caráter triangular da abertura

das suturas após a ERM descrito por Haas em 1970.

Garib et al. (2001) concluíram que as alterações cefalométricas

observadas logo após a ERM, constituíram fenômenos temporários e, portanto, não

promoveram precauções deste procedimento em pacientes com padrão de

crescimento predominante.

Empregada em fase de crescimento, a expansão da maxila tem sido

explicada pela separação da rafe do palato e inclinação dental associada ao

aumento de estruturas da face (Vecchi, 2008; Scanavini et al., 2006). Há

controvérsias sobre a eficácia da expansão da maxila em adultos, quando o

crescimento craniofacial já atingiu sua maturidade óssea (Vecchi, 2008).

Haas (1961) expandiu ortopedicamente a maxila de animais

experimentais e, tendo observado o aumento da maxila, começou a empregar esta

terapia em seus pacientes. Biederman (1968) sugeriu a utilização de um aparelho

desprovido de suporte mucoso (Hyrax), o qual era composto apenas por um

parafuso expansor e extensões metálicas soldadas às bandas dos primeiros molares

e primeiros pré-molares permanentes superiores e barra vestibular de fio de aço

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inoxidável, sugerindo, também, duas ativações diárias de 1/4 de volta. Biederman

(1973) demonstrou a eficácia dos aparelhos expansores da maxila, apresentando

dois casos de má oclusão Classe III tratados por esse tipo de terapia. Em ambos os

casos, empregou os expansores rápidos sem o apoio mucoso de acrílico, e a

correção da mordida cruzada anterior (MCA) foi auxiliada pelo deslocamento anterior

da maxila.

Analisando telerradiografias em norma lateral e frontal, as diferenças

entre um expansor convencional cimentado (Hyrax) e um expansor acrílico colado,

Asanza et al. et al. (1997) sugeriram que o aumento na DV, geralmente, visto com o

aparelho convencional Hyrax, pode ser minimizado ou anulado com o aparelho

colado. Além disto, no grupo colado, o deslocamento inferior da ENP e o

deslocamento anterior da maxila foram menores em comparação ao Hyrax.

Por meio de três casos clínicos, nos quais foram instalados aparelhos

disjuntores com parafuso Hyrax sem bandas e colados com cimento resinoso,

Andrade & Lascala (2002) concluíram que o tamanho do filme para acompanhar e

certificar a efetiva separação da sutura palatina durante a ERM que tem sido

empregado é o oclusal. A utilização de filme periapical, com as mesmas premissas

técnicas, se mostrou vantajosa em relação ao oclusal nos seguintes aspectos:

facilidade da técnica, custo, aceitação pelo paciente e qualidade da imagem obtida.

No estudo comparativo dos efeitos de três tipos de expansores palatinos

(aparelhos Haas, Hyrax e um expansor dentossuportado, com cobertura de acrílico),

Siqueira et al. (2002) constataram que os três tipos de aparelhos provocaram

respostas ortopédicas semelhantes, que se mantiveram estáveis durante a

contenção; os primeiros molares superiores demonstraram comportamentos

semelhantes; as distâncias intermolares inferiores aumentaram nos três grupos,

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porém com diferenças significativas entre o grupo III, que apresentou pequenas

alterações e nos demais grupos, os incisivos centrais superiores demonstraram

comportamentos semelhantes nos três grupos, durante o período de expansão e

contenção, caracterizados pelos movimentos de inclinação e pela divergência apical

e convergência das coroas e com a análise das variáveis sobremordida e AFAI,

concluíram que os três tipos de aparelhos provocaram alterações verticais

semelhantes, em decorrência da ERM. Byloff e Mossaz (2004) concluíram que a

expansão esquelética da maxila por meio da ERMPAC constituiu principalmente

uma rotação lateral das metades maxilares com apenas uma translação horizontal

mínima. No estudo de Dias (2010), o grupo Hyrax apresentou uma forte correlação

entre a inclinação do processo alveolar e a angulação dentária o que não foi

observado no grupo Haas.

Utilizando o aparelho Hyrax, Barreto et al. (2005) concluíram que o

método de padronização proposto permitiu, portanto, utilizar as medidas que avaliam

a ERM, por meio das radiografias póstero-anteriores, com segurança, também no

sentido vertical. Fabrini et al. (2006) comprovaram que o aparelho foi eficiente na

promoção da disjunção maxilar em uma criança de 11 anos; a dor provocada pela

ativação do aparelho foi controlada com o analgésico receitado nos dois primeiros

dias e; não houve edema facial em nenhum momento durante todo o período em

que a paciente estava sob tratamento com o aparelho do tipo Hyrax. Scanavini et al.

(2006) constataram que os dois aparelhos disjuntores apresentaram resultados

semelhantes, com a ocorrência de deslocamento da maxila em direção inferior, sem

rotação, que se manteve ao final do nivelamento e ocorrência de um deslocamento

anterior logo após a disjunção, que retornou aos valores pré-disjunção ao final do

nivelamento. Ferreira et al. (2007) concluíram que, em médio prazo, os possíveis

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efeitos dentoesqueléticos indesejáveis da ERM com o aparelho Hyrax

desapareceram, provavelmente, compensados com o crescimento, a atividade

muscular e a oclusão. Vecchi (2008) concluiu que houve melhora do perfil mole dos

pacientes, tornando-os mais convexos, com projeção dos tecidos moles do terço

médio da face, quando avaliou e comparou dois grupos de pacientes portadores de

má oclusão Classe III submetidos a diferentes protocolos de ERM seguidos de

protração maxilar, utilizando aparelho Hyrax e máscara facial tipo Petit e elásticos

calibrados em 500 g de força para cada lado e orientados em 30° abaixo do plano

oclusal, com uso diário de 14 horas. No estudo de Dias (2010) foi constatado que,

de forma geral, comparando-se o início do tratamento e o período de observação

sem aparelho em boca, ambos os grupos apresentaram uma boa estabilidade óssea

e uma recidiva dentária representada pelo retorno à inclinação original dos dentes

de ancoragem.

O protocolo de ativação do parafuso expansor com o aparelho de Haas

utilizado por Silva Filho et al. (2008) constou de 1 volta completa por dia, sendo 2/4

de volta pela manhã e 2/4 de volta à noite, compreendendo o período de sete dias.

Os autores concluíram que uma variação individual quanto ao período necessário

para a neoformação óssea sutural durante a fase de contenção, justifica a imagem

radiográfica como determinante da época propícia para a remoção do aparelho

expansor. Por meio de telerradiografias em norma lateral, a altura facial inferior

(anterior e posterior) de pacientes tratados com os dois tipos de aparelho ortopédico

(Haas e Hyrax) para ERM, Simões et al. (2009) concluíram que, nos dois grupos

estudados, houve aumento estatisticamente significante na altura facial inferior

(anterior e posterior) imediatamente após a disjunção rápida da sutura palatina

mediana até a fase de nivelamento, caracterizando um padrão esquelético mais

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vertical. Os autores utilizaram o seguinte protocolo: primeiro acionamento do

parafuso expansor, logo na sequência de sua instalação, em 2/4 de volta (sendo 1/4

de volta realizado pelo profissional e 1/4 pelo acompanhante do paciente); ativações

diárias de 2/4 volta (1/4 pela manhã e 1/4 a noite), durante 11 a 14 dias.

No estudo de Padro-Barbosa (2010), o sistema resistiu a forças

superiores às necessárias para disjunção palatina e o novo sistema (mini-implantes)

de disjunção maxilar mostrou sua eficiência e viabilidade pelos testes realizados in

vitro. Bernd (2011) concluiu que ambas as metodologias apresentaram resultados

adequados para a mensuração da espessura óssea, já para as medidas de altura

óssea, a metodologia B demonstrou maior precisão.

Há controvérsias quanto ao emprego dos tipos de aparelhos para a

realização da ERM (Dias, 2009; Machado Júnior, 2004; Scanavini et al., 2006;

Vecchi, 2008). O tipo de aparelho não é uma preferência do profissional, mas é

determinado pelas necessidades e idades dentária e biológica do paciente

(Scanavini et al., 2006; Vecchi, 2008).

Diversos tipos e desenhos são apresentados na literatura, contudo, todos

se constituem basicamente de um parafuso expansor colocado transversalmente à

abóbada palatina, diferindo somente quanto ao tipo de ancoragem utilizada

(Biederman, 1973; Dias, 2009; Siqueira et al., 2002; Vecchi, 2008).

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5 CONCLUSÃO

Mediante análise e discussão da literatura pesquisada pode-se sugerir

que:

1. A expansão rápida da maxila é um procedimento vantajoso e estável na

terapia de casos de real deficiência transversa do arco superior e de

inadequada capacidade respiratória. As dificuldades para sua execução

aumentam com a idade em função da obliteração sutural que confere uma

resistência esqueletal significativa, principalmente ao nível das suturas

maxilozigomática e maxilofrontal;

2. O aparelho disjuntor tipo Hyrax tem sido apontado como o aparelho expansor

da maxila que melhor permite ao paciente efetuar sua higienização. Porém,

por não ser dentomucossuportado e por não possuir nenhum dispositivo de

controle vertical, presume-se que este aparelho pode causar, em amplitude

maior que os disjuntores tipo Haas, inclinações vestibulares dos dentes de

apoio, agravando os efeitos colaterais no sentido vertical. Por isso, o aparelho

disjuntor Hyrax deve ser contraindicado para pacientes esqueleticamente

divergentes;

3. O aparelho de Hyrax, não oferece nenhum dispositivo para controle vertical

dos dentes posteriores, como o aparelho colado, e menor ancoragem que o

aparelho de Haas.

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