EXPERINCIA DA JUSTIA FEDERAL Vnila Cardoso Andr de Moraes
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CONTEXTO DA MODERNIDADE Na atualidade, o sistema judicial
encontra-se em uma grave crise, e apesar do aumento do nmero de
juzes e varas, o nmero de demandas no deixa de crescer( 92,2 milhes
-10% em 4 anos), acarretando a demora na prestao jurisdicional,
aliado a isto cada vez estamos diante judicializao das polticas
pblicas entre outras questes que atuam como uma espcie de cenrio da
vida em que o magistrado compelido a atuar. 2
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Estamos vivendo uma crise de legitimidade do Poder Judicirio e
as Escolas de Magistratura cumprem um papel fundamental para
alterar este quadro ao propiciar um ambiente de formao
diferenciado, avaliao dos problemas sociais e pesquisa
institucional. MEGADESAFIOS DO PODER JUDICIRIO 3
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FUNDAMENTOS Emenda Constitucional n. 45/04. Resoluo n. 01, de 6
de junho de 2011 da Escola Nacional de Formao e Aperfeioamento da
Magistratura- ENFAM que determina o nmero mnimo de 480 horas para o
Curso de Formao; 4
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EXPOSIO DE MOTIVOS A formao dos juzes deve observar no s as
caractersticas do ramo do Poder Judicirio a que pertence
decorrentes da sua competncia constitucional e suas especificidades
locais, como tambm as demandas de ordem tcnica e humana a que esto
sujeitos os magistrados. Educao Judicial: a formao do magistrado um
ponto fundamental na transformao do Judicirio, considerando a
necessidade de se dar especial relevo ao elemento humano que tem a
rdua misso de julgar. ( Ministro Slvio de Figueiredo Teixeira)
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A filosofia que permeia o projeto do curso de formao inicial do
TRF da 1 Regio est sintonizada aos atos normativos que exigem um
treinamento aprofundado tanto no que se refere ao seu contedo
quanto metodologia. A educao judicial, enfim, deve ter por objeto
primeiro a misso de sensibilizar a conscincia do juiz, de modo a
internalizar a nova perspectiva e responsabilidade que o seu
ingresso na instituio representam.Lex Jurisprudncia do Supremo
Tribunal Federal n 228, pag. 11. 6
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Importa que se construa uma nova identidade no apenas tcnica,
mas tambm humanista, poissomente o julgador consciente poder se
desincumbir satisfatoriamente da misso de realizar o justo
concreto. 7
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A quebra de paradigma no aperfeioamento pode se dar atravs de
cursos criados a partir de uma metodologia crtica e participativa(
metodologia ativa), por meio da qual o conhecimento seja construdo
em conjunto, pensando-se novas solues e no simplesmente se
repetindo mantras tecnicistas. Nesse campo, possvel se cogitar da
aplicao de treinamentos que se pautem pela resoluo de casos
concretos, pelo dilogo interdisciplinar com tcnicos e profissionais
de outras reas, pela discusso conjunta de problemas, boas-prticas e
mtodos gerenciais de varas e pela ambientao do juiz na realidade
vivida pelas partes em litgio, atravs de visitas e imerses, por
exemplo. ( Ex Escola da Frana e metodolgia adotada na 1R. 8
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METODOLOGIA Mtodos: afirmativos, interrogativos e ativos.
AFIRMATIVOS mtodos expositivos INTERROGATIVOS Mtodo questo-
resposta ATIVOS Colocao de uma resoluo para soluo. Priorizao dos
mtodos ativos 9
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ANDRAGOGIA Nos adultos, a aprendizagem orientada para a resoluo
de problemas e tarefas com que se confrontam na sua vida cotidiana,
o que desaconselha uma lgica centrada nos contedos, uma vez que
esto dispostos a iniciar um processo de aprendizagem desde que
compreendam a sua utilidade. So os fatores de ordem interna que os
motivam para a aprendizagem: satisfao, auto-estima, qualidade de
vida, entre outros. 10
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. Os novos magistrados participaram de visitas a presdios, rgos
pblicos e interagiram com o corpo tcnico de outras reas e
instituies ( ver o problema na perspectiva do outro). Num segundo
momento do curso, o espao da sala de aula cedeu de vez o seu lugar
ao treinamento prtico dos juzes, que passaram a atuar em varas
federais sob tutoria dos juzes mais antigos, desenvolvendo
trabalhos selecionados para a aplicao prtica do conhecimento
construdo ao longo da primeira etapa do curso. 11
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Enfim, possvel que a mudana no ensino do direito primeiro se
processe organicamente, de dentro para fora de instituies como a
magistratura. Se os juzes repensarem a sua capacitao luz de novas
tcnicas de aprendizagem isso se refletir na demanda criada pelos
rgos pblicos no mercado e, principalmente, na concretizao de uma
prtica mais rica, humana e sensvel ao clamor por uma justia que
esteja centrada no mais no individualismo, mas na alteridade.
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MISSO DO CURSO DE FORMAO INICIAL Promover a formao inicial dos
juzes federais para o exerccio da atividade jurisdicional,
propiciando o desenvolvimento tico, tcnico-jurdico, humanstico e
multidisciplinar. 13
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Necessria a realizao de um trabalho preparatrio (reunies
presenciais e repasse de informaes) junto Presidncia, Corregedoria,
Direo Geral, Direo do Foro e juzes para elaborao de uma rede
cooperativa de apoio realizao do Curso. Reunio com os Coordenadores
de Mdulo e de Prtica para exposio das diretrizes gerais. 14
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DIVISO DO CURSO EM 2 ETAPAS Etapa terica/prtica- que consiste
em 3oo horas realizada em Braslia Etapa prtica/ambientao 180 horas
realizado nas maiores Sees Judicirias da 1. Regio: Brasilia, Belo
Horizonte e Salvador. 15
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ATORES DA FORMAO INICIAL MANUAL EXECUTIVO DO CURSO DE FORMAO
INICIAL CENTRO DE ESTUDOS JUDICIRIOS Coordenadores Gerais do Curso
de Formao Coordenadores de Mdulos ( de Estudo e de Prtica
Jurisdicional) Orientadores de Prtica Jurisdicional Corpo docente
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COORDENADORES GERAIS so aqueles (magistrados e desembargadores)
responsveis por elaborar o planejamento e acompanhar a execuo do
Curso de Formao, de acordo com as orientaes da Direo da Escola
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COORDENADORES DE MDULO Coordenadores de Mdulos de Estudo- so os
magistrados responsveis por detalhar o contedo programtico do mdulo
e implementar a sua execuo, de acordo com as orientaes dos
Coordenadores Gerais. Coordenadores de Mdulos de Prtica magistrados
responsveis pro organizar a atividade de prtica a ser desenvolvida
pelos novos juzes 18
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Orientadores de prtica jurisdicional magistrados responsveis
pelas unidades que recebero os novos juzes no perodo de prtica
jurisdicional. Corpo docente 19
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CONTEDO MNIMO DO CURSO DE FORMAO ( art. 5 da Resoluo n. 1 da
ENFAM) : Elaborao de decises e sentenas e realizaes de audincias.
Relaes interpessoais e interinstitucionais. Deontologia da
magistratura. tica Administrao judiciria, incluindo gesto
administrativa e de pessoas Capacitao em recursos e informaes
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Difuso da cultura da conciliao como busca da paz social Tcnicas
de conciliao e psicologias judicirias Impacto social e econmico das
decises judiciais 21
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I - ADMINISTRAO E GESTO DE RECURSO HUMANOS Mdulo I Total: 33,6
h/a. Objetivos de sensibilizar o novo magistrado para a liderana e
o trabalho cooperativo 22
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II- Tribunais Superiores e Estrutura Administrativa da Justia
Federal Mdulo II 33,6 h/a Visitas ao Tribunal Regional Federal da
1. Regio com participao em Sesso de Julgamento. Visitas ao CNJ,
STF, CJF e CEJ, ENFAM. Contato com o Presidente, Corregedor e
informaes a respeito da estrutura administrativa do Tribunal
DIGES,SECBE/Pr-social, ASMAG etc. 23
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III - TICA Mdulo III 33,6 h/a A tica na atividade
jurisdicional. Anlise de dispositivos constitucionais relacionados
deontologia jurdica. Princpios da Conduta Judicial de Bangarole e o
Cdigo de tica da Magistratura Nacional do CNJ. Estudo de casos
concretos. 24
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Mesas redondas envolvendo desembargadores, juzes federais
titulares e substitutos a respeito do temas: Preservao da dignidade
e das prerrogativas do cargo e abuso no seu exerccio ( experincias
e anlises de casos concretos e os reflexos na prestao jurisdicinal)
Relacionamento entre magistrados atuantes em um mesmo rgo
jurisdicional ( debates entre juzes federais e substitutos)
Participao dos novos juzes como mediadores dos debates. 25
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IV -Relacionamento interpessoal e interinstitucional nas causas
de interesse da Justia Federal Modulo IV - 67 h/a Mesa redonda
:Apresentao dos interlocutores da Justia Federal: MPF, DPU, OAB,
Procuradoria da Fazenda Nacional, Procuradoria Federal, AGU.
Debates realizados em painis com todos interlocutores a respeito de
temas relevantes para a Justia Federal. 26
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Mesa redonda: tica e relacionamento entre juzes e advogados.
Estudo de caso: Raposa do Sol experincia no cumprimento de deciso
judicial do STF, quando se fazem necessrias aes externas. 27
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V- Mdia e Poder Judicirio Mdulo V 16,8h/a Contratao de curso:
Media Training Mesa redonda: Midia e Poder Judicirio: Juiz Federal,
Jornalistas, Chefe da Assessoria e Comunicao Social. Estudo de
casos ( Exposies dos Juzes pela imprensa) 28
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VI Administrao e Gesto Judiciria Mdulo VI 56 h/a Direo do Foro
e Coordenao de Subseo Licitao e contratos administrativos aplicados
ao Poder Judicirio. Organizao e funcionamento dos juzos: boas
prticas em varas cveis, criminais, execuo fiscal e juizados.
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Gerenciamento do processo virtual Simplificao de procedimentos
e percias nos Juizados Especiais Federais Primeiros passos em uma
nova vara federal Gesto estratgica: Metas do Poder Judicirio
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Aqui importante oportunizar aos Juzes a apresentao de propostas
para melhoria do Poder Judicirio, inclusive novas perspectivas de
gesto. 31
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VII Impacto social e Econmico das decises judiciais Mdulo VII
42 h/a Custos sociais e econmicos na utilizao do Poder Judicirio.
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VIII-Audincias cveis, tcnicas de conciliao e esvaziamento de
conflito Tcnicas de conciliao Curso a ser ministrado pelo CNJ
Mutiro de conciliao participao efetiva em um mutiro, sob a
superviso de juzes federais. 33
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IX- Prtica criminal: tcnicas de elaborao de decises e sentenas
criminais Mdulo IX 42 h/a Prtica criminal: tcnicas de elaborao de
decises e sentenas criminais.Tcnicas de interrogatrio e oitiva de
testemunhas. Estrutura formal da audincia criminal e nulidades mais
comumente observadas. Estudos de caso s e exerccios 34
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X- Prtica Cvel: tcnicas de elaborao de decises interlocutrias e
sentenas Mdulo XI -Tcnicas de sentenas Estudo de casos concretos e
elaborao de exerccios. 35
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XI- Capacitao em tecnologia da informao. XII Mdulo: 42 h/a
Apresentao dos sistemas informatizados : CNIS e PLENUS Cadastro de
interpectaes telefnicas de bens apreendidos- SNBA BACENJUD,
INFOJUD, Junta Comercial e RENAJUD Treinamento Sistema JEF-Virtual
e Sitema E- JUR 36
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Relatrios estatsticos extrados da Corregedoria- Regional.
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XII Prtica Jurisdicional Preparatria Ambientao nas varas
federais Cvel - 13 A 17/05/2013 Criminal 20 a 24/05/2013 Execuo
Fiscal 27 a 31/05/2013 Juizados Especiais Federais 03 a 07/06/2013
Total- 168 h/a 38
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Agendamento de audincias para o perodo da formao Acompanhamento
em Secretaria e da prolao das decises judiciais. Coordenadores da
Prtica e Orientadores da Prtica Jurisdicional ( Juzes titulares)
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Atuao nas varas cvel, penal, execuo fiscal, previdencirio,
Juizados e agrria. Autorizao do Tribunal para a prtica de atos
decisrios e realizao das audincias. 40
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CONCLUSO A capacitao profissional um bem imaterial que se
reverte de forma benfica para a instituio sob diversas formas,
portanto, deve ser uma prioridade da Administrao. Nada contribui
mais para a melhoria da eficincia da Justia que a capacitao dos
magistrados. ( Stefam Voigt( professor de economia da Universidade
de Haburgo/Alemanha, com base em dados coletados na Comisso Europia
para Eficincia da Justia) 41
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AS ESCOLAS DE MAGISTRATURA FEDERAL TEM A MISSO PRECIPUA DE SE
TORNAREM CENTROS DE EVOLUO DO CONHECIMENTO, VOLTADAS PARA A SOLUO
DOS CONFLITOS, A PARTIR DE UMA VISO TICA, HUMANITRIA, TCNICA,
INTERDISCIPLINAR E GERENCIAL, CUMPRINDO, ASSIM, O SEU PAPEL
INSTITUCIONAL DE PRESERVAO DO ESTADO DEMOCRTICO DE DIREITO. 42