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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS Exposição ao risco microbiológico pela contaminação de linguiças do tipo frescal e salsichas Nadielly Xavier de Medeiros Orientadora: Cíntia Silva Minafra e Rezende GOIÂNIA 2011

Exposição ao risco microbiológico pela contaminação de ... · Para a produção dos embutidos como linguiças e salsichas, cabe ressaltar que a atenção não deve ser direcionada

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

Exposição ao risco microbiológico pela

contaminação de linguiças do tipo frescal

e salsichas

Nadielly Xavier de Medeiros

Orientadora: Cíntia Silva Minafra e Rezende

GOIÂNIA 2011

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NADIELLY XAVIER DE MEDEIROS

Exposição ao risco microbiológico pela

contaminação de linguiças do tipo frescal

e salsichas

Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários Aplicados do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás. Nível: Mestrado

Área de Concentração:

Sanidade Animal, Higiene e Tecnologia de Alimentos

Linha de Pesquisa:

Controle de qualidade de alimentos

Orientador:

Profª. Drª. Cíntia Silva Minafra e Rezende –

EVZ/UFG

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Albenones José de Mesquita – EVZ/UFG

Prof. Dr. Cristiano Sales Prado – EVZ/UFG

GOIÂNIA 2011

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 3

2.1 Segurança alimentar .................................................................................... 3

2.1.1 Análise de Perigos Pontos Críticos de Controle (HACCP) ........................ 3

2.1.2 Exposição ao risco microbiológico ............................................................ 5

2.2 Definição de lingüiça do tipo frescal e salsicha ............................................ 8

2.3 Fluxograma de produção de linguiça do tipo frescal e salsicha ................. 10

2.4 Perfil microbiológico de lingüiça do tipo frescal e salsichas ...................... 12

2.4.2 Internacional ........................................................................................... 14

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 17

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 19

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Análise de risco em alimentos: Gerenciamento do risco, avaliação

do risco e omunicação do risco. ......................................................................... 6

FIGURA 2 - Itens de composição das etapas de análise de risco. ..................... 7

FIGURA 3: Processamento de linguiça frescal suína. ...................................... 10

FIGURA 4 : Processamento da salsicha. ......................................................... 11

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1 INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde (WHO) e a Organização para a

Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) estimulam o entendimento

dos riscos para a saúde pública e gestão desses nos alimentos. Estas

Organizações compilam diversos documentos da análise de risco em alimentos

e suas particularidades, permitindo o acesso irrestrito da sociedade.

Dentre as várias matrizes alimentares de origem vegetal e animal, os

embutidos cárneos representam um segmento de relevante comercialização

por todo mundo. No Brasil, fazem parte dos hábitos alimentares de uma

parcela considerável da população.

Dados de 2007 descreveram que no Brasil o consumo de linguiça foi

expressivo. Esta categoria alimentar foi líder no segmento de embutidos,

responsável por 30% do faturamento deste mercado, seguido por mortadela

(14% das vendas), presunto (12,5%) e salsicha (11%). No Brasil, naquele ano,

a linguiça do tipo frescal foi a preferida dos consumidores e representou 60%

das vendas totais da categoria, cujo consumo aumentou em 17% em

comparação ao ano anterior (BRASIL, 2007).

Por outro lado, considerando o consumo de salsichas, CESAR (2008)

analisou a frequência no consumo de salsichas em um grupo de 500 pessoas e

observou que 84% consomem salsicha pelo menos uma vez por mês, e o

restante (16%) raramente consomem este tipo de produto.

A vida de prateleira dos produtos depende dos seus parâmetros

intrínsecos e extrínsecos, este período é estabelecido pelos produtores

(HOFFMANN, 2001). A linguiça do tipo frescal apresenta vida útil de

aproximadamente 45 dias sob refrigeração (entre 0°C e 5°C) (SILVA et al.,

2004).

A salsicha fresca deverá estar permanentemente submetida à ação do

frio desde o fabrico até ao consumo, a temperaturas entre 0 ºC e 5 ºC, para o

produto refrigerado, e iguais ou inferiores a -18 ºC, quando congelado. No

entanto, o consumidor manifesta uma preferência notória pelo produto em

refrigeração, o qual tem um período de validade, aconselhado, de 48 horas

(FERREIRA et al., 2007).

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A qualidade microbiológica dos alimentos está relacionada à qualidade

da matéria-prima e a higiene do ambiente, manipuladores e superfícies. Vários

fatores influenciam o tipo de microrganismo que contamina os produtos

cárneos frescos, dentre eles incluem o pH da carne, a atividade de água do

produto, os condimentos utilizados na fabricação, e a temperatura de

armazenamento. Estes fatores podem favorecer ou limitar, a multiplicação de

microrganismos, inclusive os patógenos causadores de infecções e

intoxicações de origem alimentar (HOFFMANN, 2001).

No Brasil, há relatos de isolamento de microrganismos patogênicos em

linguiças do tipo frescal (CARVALHO & CORTEZ, 2003; SILVA et. al. 2004) e

em salsichas (CESAR et al., 2011).

A legislação nacional (BRASIL, 2001) preconiza o controle

microbiológico para Salmonella sp., Clostridios sulfito redutores,

Staphylococcus coagulase positiva e Coliformes a 45°C, no entanto, alguns

microrganismos patogênicos, como por exemplo Listeria monocytogenes e

Campylobacter spp. não foram mencionados.

A Instrução Normativa Nº 9, DE 08 de abril de 2009 instituiu os

Procedimentos de Controle da Listeria monocytogenes em produtos de origem

animal prontos para o consumo. Os resultados positivos para este patógeno

desencadearão os procedimentos de inspeção do processo de produção e a

revisão dos registros dos produtos de origem animal prontos para o consumo

(BRASIL, 2009a).

Para a produção dos embutidos como linguiças e salsichas, cabe

ressaltar que a atenção não deve ser direcionada somente à qualidade da

matéria-prima e sim ao ambiente industrial, aos eventos relacionados aos

manipuladores, equipamentos, utensílios, processos como tratamento térmico,

estocagem, distribuição e condições de comercialização. Pelo exposto,

objetivou-se com este estudo, abordar a qualidade microbiológica de linguiça

do tipo frescal e salsichas disponibilizadas para consumo, bem como associar

tal contaminação quanto à exposição ao risco pelo potencial uso da população.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Segurança alimentar

Segurança dos alimentos é definido com a garantia de que os alimentos

não causem danos ao consumidor, quando preparados e ou consumidos de

acordo com o uso a que se destinam (FAO/WHO, 2006).

Doenças transmitidas por alimentos afetam 48 milhões de pessoas e

matam 3.000 a cada ano nos Estados Unidos. As doenças também causam

gastos de bilhões de dólares na saúde e nas indústrias. Prevenir um único caso

fatal de infecção por E. coli O157 pouparia cerca de US $ 7 milhões (CDC,

2011).

Desafios para a segurança alimentar continuarão a surgir de formas

imprevisíveis, principalmente devido a mudanças em nossa produção e

abastecimento de alimentos; mudanças no ambiente, causando a

contaminação dos alimentos; surgimento de novos microrganismos emergentes

e toxinas resistentes aos antibióticos (CDC, 2011).

Para garantir a segurança alimentar deve-se ter interação entre as

ferramentas de gerenciamento e as auditorias nas indústrias pelas autoridades

competentes. Critérios microbiológicos devem ser utilizados para garantir que

programas de segurança alimentar, como a Análise de Perigos e Pontos

Críticos de Controle (APPCC) esteja atingindo nível de segurança satisfatório

(ANDERSEN & NØRRUNG, 2011).

2.1.1 Análise de Perigos Pontos Críticos de Controle (HACCP)

A Análise de Perigos Pontos Críticos de Controle (APPCC) tornou-se o

método universalmente reconhecidos e aceitos para a garantia da segurança

alimentar. A preocupação recente e crescente sobre a segurança alimentar das

autoridades de saúde pública, indústria de alimentos e consumidores em todo o

mundo tem sido o grande impulso na aplicação do sistema HACCP. Esta

preocupação foi justificada por um aumento significativo na incidência de

doenças transmitidas por alimentos em muitos países nos últimos anos (WHO,

2007).

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Este sistema identifica os perigos específicos e medidas para seu

controle, garantindo a produção de alimento seguro. Deve-se avaliar os perigos

e estabelecer sistemas de controle focados na prevenção de perigos que

coloquem em risco a segurança do alimento ao invés de identificar problemas

no produto final. A sua aplicação é recomendada na forma mais extensiva

possível, em todos os elos da cadeia alimentícia (MATTOS, et al., 2009).

Segundo FDA (2011), a APPCC é uma abordagem sistemática para a

identificação, avaliação e controle dos riscos de segurança alimentar com base

nos sete princípios seguintes:

Princípio 1: Realizar análise de perigos.

Princípio 2: Determinar os Pontos Críticos de Controle (PCC).

Princípio 3: Estabelecer os limites críticos.

Princípio 4: Estabelecer procedimentos de monitorização.

Princípio 5: Estabelecer ações corretivas.

Princípio 6: Estabelecer procedimentos de verificação para confirmar se

o sistema está funcionando com eficiência.

Princípio 7: Estabelecer sistema de documentação de todos

procedimentos e manutenção de registros.

A eficácia deste sistema dependerá do conhecimento e habilidade dos

gerentes e dos funcionários sobre o mesmo e, portanto, requer a capacitação

constante dos profissionais em todos os níveis (FAO/WHO, 2006).

Tendo em vista os processos de produção de embutidos como, lingüiça

e salsicha, existem alguns pontos críticos de controle, pontos caracterizados

como realmente críticos à segurança. Para o processo de produção da lingüiça

do tipo frescal, alguns pontos são eleitos como críticos. Dentre eles, pode-se

citar a preparação e trituração da matéria prima, o preparo das tripas naturais e

a etapa de embalagem (SENAI, 2000).

Por sua vez, o mesmo autor, considerando a produção de salsicha, o

cozimento e a embalagem foram classificados como pontos críticos de suma

importância. Caso o tempo e temperatura da cocção não forem adequados

microrganismos patogênicos podem perpetuar na emulsão. Na etapa da

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embalagem pode estar ocorrendo a contaminação pós-processamento,

portanto deve-se fazer a pasteurização após esta etapa para o risco de

contaminação.

2.1.2 Exposição ao risco microbiológico

O entendimento da exposição ao risco favorece o sistema de

informações científicas para a compreensão da natureza e extensão do risco

em segurança alimentar (REIJ & VAN SCHOTHORST, 2000).

Riscos de perigos microbiológicos em alimentos compõem parte da

atenção dada à preservação da saúde humana. Portanto, há um modelo

estruturado para melhorar o sistema de controle alimentar visando produzir

alimentos seguros, reduzir o número de doenças e facilitar o comércio

internacional de alimentos (WHO, 2006). Esta prerrogativa deve ser

compreendida e compor as políticas para segurança alimentar dos países.

A produção de alimentos no Brasil e no mundo relaciona-se aos

requisitos de disponibilidade e qualidade (BRASIL, 2009b). Sob a ótica dos

critérios microbiológicos, a identificação de patógenos em alimentos de origem

vegetal e animal decorrem da avaliação dos sistemas de produção,

beneficiamento e processamento da matéria prima, bem como seu

armazenamento nos pontos de comercialização e sua distribuição, valor

nutricional, intenção de uso por parte dos consumidores e resposta aos

tratamentos médicos preconizados, quando patógenos são isolados em

obediência aos protocolos de investigação atuais e coerentes (BRASIL, 2008)

A Organização Mundial da Saúde e a Organização das Nações Unidas

para a Agricultura e a Alimentação divulgaram relatórios e estudos

desenvolvidos em várias regiões do mundo, salientando sempre o risco à

exposição das populações aos patógenos, sugerindo a proteção dos

consumidores de alimentos, sob a forma de cuidados industriais, operacionais,

comerciais e residenciais (FAO/WHO, 2009).

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Um dos tópicos da avaliação do risco, um importante processo dentre os

três da análise de risco, é a exposição ao risco microbiológico, tendo por base

a intenção de uso dos alimentos pelos consumidores (WHO, 2008).

A Figura 1 ilustra a relação dos processos para análise de risco

microbiológico em alimentos e a Figura 2 especifica os itens de composição de

cada um destes processos.

FIGURA 1: Análise de risco em alimentos: Gerenciamento do risco, avaliação

do risco e comunicação do risco.

Fonte: BRASIL (2008).

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FIGURA 2 - Itens de composição das etapas de análise de risco.

Fonte: BRASIL (2008)

NOTERMANS et al. (1998) declararam que a avaliação da exposição ao

risco é uma estimativa da probabilidade da ingestão de agentes biológicos por

sua presença nos alimentos, sendo que se busca determinar ou estimar o nível

dos patógenos, ou sua presença, no alimento destinado ao consumo.

A FAO (1999) em sua publicação de princípios para condução de

avaliação de risco microbiológico descreveu que os alimentos podem ser

classificados em alta, média ou baixa exposição, de acordo com a

probabilidade da matriz alimentar estar ou não contaminada na sua fonte de

produção; haver ou não a contaminação com patógenos, manipulação abusiva

e ser submetidos a processo térmico.

LAMMERDING & FAZIL, em 2000, mencionaram que para a

determinação da avaliação da exposição ao risco há que determinar a

freqüência da contaminação dos alimentos pelo agente patogênico e dos seus

níveis nos gêneros alimentícios. Esses fatores são influenciados pelas

características da patogenicidade do agente, ecologia microbiológica dos

alimentos e contaminação inicial das matérias-primas (incluindo considerações

de diferenças regionais e de sazonalidade de produção). Assim como, pelos

níveis de saneamento e controle dos processos, métodos de tratamento,

embalagem, distribuição e armazenamento dos alimentos.

Com a finalidade de diminuir os riscos microbiológicos em salsichas, na

Espanha, CABEZA et al. (2009) submeteram as amostras à irradiação e

observaram-se que não houveram alterações sensoriais e que esta tecnologia

garantiu a produção do alimento seguro.

Na Irlanda, GONZALES-BARRON, et al. (2010a) avaliaram a exposição

do consumidor em relação a Salmonella Typhimurium presentes em linguiça

suína fresca. O risco microbiano foi reduzido dramasticamente com o

cozimento das amostras, sendo que, a linguiça grelhada apresentou maior

risco (0,079 UFC/g) quando comparada com a frita (0,045 UFC/g).

GONZALES-BARRON, et al. (2010b) também avaliaram a exposição do

consumidor quanto a S. Typhimurium em relação ao transporte e refrigeração.

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Foi observado que o transporte (2,3x10³ UFC/g) e o armazenamento a frio

(1,79x10³ UFC/g) não aumentaram significamente a concentração deste

microrganismo no produto, isso ocorreu devido a baixa temperatura interna dos

pacotes (6,89°C) e o tempo de transporte curto (36 minutos). Em relação ao

armazenamento a temperatura foi 5°C por aproximadamente 30h.

O risco microbiológico quanto a presença de Listeria monocytogenes em

linguiça portuguesa foi avaliado por FELÍCIO et al. (2011). Quando comparado

com o método de grelhar e de fritar, o melhor método de cocção para reduzir

os riscos de contaminação foi o de assar, pois nas temperaturas interna do

produto de 55°C, 60°C e 65°C não houve a sobrevivência deste

microrganismo. Nos outros métodos, observaram-se que houve crescimento

deste patógeno na temperatura interna de 55°C.

A utilização de nisina na preservação de tripas naturais reduz o

crescimento de Clostridium sporogenes, diminuindo o risco de contaminação

no pós-processo (WIJNKER, et al., 2011).

Os alimentos que forem mal cozidos, e armazenados por longo tempo

e/ou em temperaturas inadequadas podem apresentar alto risco microbiano,

ressaltando-se a importância de educação dos consumidores quanto ao

cozimento e armazenamento correto (GONZALES-BARRON, et al., 2010c).

Por associação, acredita-se que a exposição ao risco é um tópico

bastante amplo, pois todas as descrições acima têm ainda que estar

relacionadas à variável denominada por recontaminação de processo, como

abordado por AANTREKKER et al. (2003).

2.2 Definição de lingüiça do tipo frescal e salsicha

Lingüiça pode ser definida como produto cárneo industrializado, obtido

de carnes de animais de açougue, adicionados ou não de tecidos adiposos,

ingredientes, embutido em envoltório natural ou artificial e submetido ao

processo tecnológico adequado. Podem ser classificadas, segundo a

tecnologia de fabricação como: frescas, secas, curadas e/ou maturadas,

cozidas ou de acordo com a composição da matéria-prima, como por exemplo,

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exclusivas de carne suína, frango, peixe, mistas (diferentes tipos de carne).

(BRASIL, 2000).

A lingüiça frescal deve apresentar como características físicas e

químicas, no máximo 70% de umidade, 30% de gordura, e no mínimo, 12% de

proteína, sendo proibida a adição de carne mecanicamente separada (CMS),

assim como a adição de amido (BRASIL, 2000).

A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 12 do Ministério da Saúde

(BRASIL, 2001), aprovou o regulamento técnico sobre padrões microbiológicos

para alimentos, estabelecendo para linguiças frescais o limite máximo de 5x103

UFC/g para coliformes termotolerantes, 5x103 UFC/g para Staphylococcus

coagulase positiva, 3x103 UFC/g para Clostridium sulfito redutor e ausência de

Salmonella sp. em 25g de alimento. Em relação a Listeria monocytogenes esta

resolução estabeleceu que o produtos que apresentam presença ou a

quantificação de outros microrganismos patogênicos ou toxinas que

representem risco à saúde do consumidor é considerado impróprio para o

consumo.

Salsicha é definida como um produto cárneo industrializado, obtido da

emulsão de carne de uma ou mais espécies de animais de açougue,

adicionados de ingredientes, embutido em envoltório natural ou artificial ou por

processo de extrusão, e submetido a um processo térmico adequado (BRASIL,

2000).

A salsicha deve apresentar como características físicas e químicas, no

máximo 65% de umidade, 30% de gordura, 2% de amido, 7% de carboidratos

totais, 12% de proteína (BRASIL, 2000).

A RDC n° 12 de 2001 estabelece que o limite máximo de contaminação

deste produto para Coliformes a 45oC/g é de 10³ UFC/g, para Staphylococcus

coagulase positiva, o limite é 3x10³ UFC/g, 5x10² UFC/g para Clostridium

sulfito redutor e ausência de Salmonella sp. em 25g de alimento. De acordo

com o anexo II da resolução citada, a tolerância para L. monocytogenes é zero

(BRASIL, 2001).

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2.3 Fluxograma de produção de linguiça do tipo frescal e salsicha

O fluxograma de produção de linguiça frescal envolve diversas etapas,

sendo que em algumas há o risco eminente de contaminação.

A Figura 3 ilustra suscintamente as operações.

FIGURA 3: Processamento de linguiça frescal suína.

Fonte: MARANGONI, 2010.

Considerando a produção de salsichas, de forma geral, a Figura 4 ilustra

as etapas do processo (CESAR, 2008).

Emulsificação: trituração das matérias-primas e adição dos ingredientes.

Embutimento: em tripa artificial ou natural e amarração.

Cozimento: em túnel de cozimento com injeção de vapor, a 73°C.

Resfriamento: em túnel até atingir 15°C.

Remoção dos envoltórios.

PREPARO DAS

MATÉRIAS-

PRIMAS

PICAR/MOER

MATÉRIAS-PRIMAS

ADICIONAR

CONDIMENTOS E

ADITIVOS

MISTURAR

EMBUTIR A MASSA

EMBALAR

ARMAZENAR

TOUCINHO TRITURADO,

SAIS DE CURA, TEMPEROS

CURA

EXPEDIÇÃO

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Acidificação e tingimento: adição de ácido fosfórico 2% (pH 2 a 3) e

adição de corante.

Embalagem: os produtos são embalados a vácuo.

Pasteurização: em tanque com água, entre 85-90°C, por 40 minutos.

Armazenamento: em temperatura de 4°C.

FIGURA 4 : Processamento da salsicha.

Fonte: CESAR, 2008.

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2.4 Perfil microbiológico de lingüiça do tipo frescal e salsichas

2.4.1 Nacional

Em frigorífico de abate de suínos, CASTAGNA et al. (2004) pesquisaram

a ocorrência de Salmonella sp. e observaram a presença deste microrganismo

em 83,33% dos animais. A ocorrência média encontrada no produto final

(linguiça frescal) foi de 93,94%. Os autores observaram que não houve

diferença estatística significativa, entretanto, verificou-se que ocorreu

amplificação da contaminação durante a manipulação do produto durante o

corte, desossa e moagem.

SILVA et al. (2004) relataram que linguiça do tipo frescal teve grande

aceitação de consumo na época de sua pesquisa e têm sido relacionado com

surtos de toxinfecções alimentares. Estes autores detectaram a presença de L.

monocytogenes em 29,4% das amostras de matéria-prima (carne bovina, carne

suína e gordura suína), 37,5 % dos equipamentos analisados (moedores,

misturadores e embutideiras), e em 16,66% do produto final.

Os relatos de MARQUES et al. (2006) demonstram que 35% das

amostras de lingüiça frescal adquiridas em Lavras e Três Corações

encontravam-se impróprias para o consumo e com a possibilidade de oferecer

riscos à saúde do consumidor quanto à presença de Staphylococcus coagulase

positiva e coliformes termotolerantes.

Listeria monocytogenes foi pesquisada em 394 amostras de salsichas

tipo ―hot dog‖ por PETTINATI et al. (2006). Isolaram-se este patógeno em 56

(14%) amostras. Os autores concluíram que deve-se monitorar o tempo e a

temperatura de cozimento da salsicha, e igualmente proceder a

repasteurização após a embalagem, fazendo-se indispensável a

implementação de boas práticas de fabricação de alimentos (BPF) e do

sistema Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) nas

indústrias de alimentos.

Das 43 amostras de embutidos frescais analisadas por DIAS et al.

(2008), três (7,0%) apresentaram contagens de coliformes termotolerantes

acima dos limites permitidos pelas normas vigentes, sendo duas (9,5%) de

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embutidos de carne suína e uma (4,5%) de embutido de carne de frango. Foi

isolado Salmonella sp. de duas amostras de lingüiça suína (9,5%) e três

amostras de lingüiça de frango(13,6%).

SPRICIGO et al. (2008) observaram a ocorrência de Salmonella sp. em

27% das amostras de linguiça frescal suína coletadas no comércio de

Lages/SC.

MARTINS et al. (2008) analisaram 100 amostras de salsichas ―hot dog‖

e verificou-se a presença de coliformes termotolerantes em dezessete mostras.

De acordo com resultados encontrados nesta pesquisa, com relação à

contagem de Staphylococcus coagulase positiva, 38% das amostras foram

positivas, sendo que, destas, 21 encontravam-se acima do limite máximo

estabelecido pela legislação. Nesta pesquisa ocorreu o isolamento de

Clostridium spp. sulfito redutores a 46ºC, Clostridium perfringens em cinco das

amostras, onde as contagens ultrapassaram o limite de tolerância aceitável (a

determinação quantitativa variou de ≥ 2,7x104 a 6,6x105 UFC/g). Detectou-se

a presença de Salmonella sp. em três amostras.

MIYASAK et al. (2009) analisaram a presença de L. monocytogenes em

100 amostras de linguiça frescal suína e isolaram este microrganismo em 42%

das amostras.

Salmonella enterica foi detectado por MÜRMANN et al. (2009) em 82

(24,4%) amostras de linguiça suína em Porto Alegre. Concluíram-se que para

diminuir as taxas de contaminação em linguiça frescal suína, é fundamental

que estratégias de redução de risco devem ser utilizadas ao longo da cadeia

alimentar, incluindo práticas que reduzem o transporte de patógenos na

fazenda, implementação do APPCC e melhor higiene no processamento do

produto e melhor educação do consumidor em relação ao preparo do alimento.

CESAR et al. (2011) analisaram 10 amostras de matéria-prima cárnea e

10 amostras de massa pronta para a fabricação de salsinha (emulsão) e

isolaram L. monocytogenes em ambas categoria. Utilizando o método VIDAS®

os autores identificaram este patógeno em 7 (70%) amostras de matéria prima

cárnea e em 4 (40%) amostras de emulsão, já pelo método de isolamento

convencional, os autores isolaram este microrganismo em 4 (40%) amostras

de matéria-prima cárnea e em 2 (20%) das amostras de emulsão. Em amostras

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de produtos acabados, Listeria monocytogenes não foi identificado por

nenhuma das duas técnicas.

Linguiça frescal e salsichas fabricadas sob inspeção federal no estado

do Paraná foram analisados por DAGUER et al. (2011) e não detectaram-se

Clostrídios sulfito redutores, Staphylococcus coagulase positiva e coliformes

fecais nas 51 amostras analisadas. Salmonella sp. foi identificado em 9,81%

das amostras. Em salsicha, os autores identificaram coliformes fecais, isto

caracteriza uma deficiência pós-processo, denotando práticas deficientes de

higiene pelos manipuladores.

ROSSI et al. (2011) analisaram a ocorrência de L. monocytogenes em

40 amostras de linguiça frescal suína e 40 amostras de linguiça frescal de

frango e isolaram este patógeno em 3,75% das amostras.

2.4.2 Internacional

No México, em 1993, BELLO-PÉREZ fez um estudo extenso em

amostras de alimentos. De suas amostras analisadas, 30% das que se

referiram a linguiças estavam contaminadas por Salmonella sp. e 33% dos

salsichões foram positivos para o mesmo patógeno.

Seis anos mais tarde, no mesmo País, ESCÁRTIN et al. (1999)

avaliaram a qualidade microbiológica de diversos tipos de embutidos e

verificaram que 88,3% foram positivos para o gênero Salmonella.

Nos Estados Unidos da América, SAUER et al. (1997) descreveram a

ocorrência de surtos associados a Salmonella Typhimurium isoladas de

linguiças contaminadas.

L. monocytogenes foram encontradas por WALLACE et al. (2003) em

532 de 32.800 embalagens para salsicha (1,6%), isto indica que os produtos

também podem estar sendo contaminados no pós-processamento.

Produtos derivados de suínos foram analisados por GIOVANNINNI et al

(2004) na Itália, detectaram-se Salmonella sp. em 40 (17,6%) de 227

amostras de lingüiça.

MREMA et al. (2006) analisaram 120 salsichas e observaram que 26%

das amostras foram positivas para Salmonella sp.

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15

Ao analisar 100 amostras de salsichas da Turquia, SIRIKEN et al. (2006)

isolaram 7% de Salmonella sp. e 7% de L. monocytogenes, sendo que E. coli

O:157:H7 não foi detectada nas amostras.

FERREIRA et al. (2007), em Portugal, realizaram um estudo baseado na

adição de aditivos como conservantes para a fabricação de salsichas. Para a

pesquisa microbiológica, observaram positividade em 100% das emulsões

cárneas para Listeria monocytogenes.

BENITO et al. (2008) utilizaram a análise proteômica para identificar

Staphylococcus sp. em amostras de linguiça na Espanha. Analisaram-se 81

amostras e detectaram Staphylococcus aureus em 19,7% destas amostras.

A ocorrência de um surto na Dinamarca foi descrito por ETHELBERG et

al. (2009), a fonte de infecção foi lingüiça. O alimento estava contaminado com

E. coli.

Na Bulgária, KARAKOLEV (2009), analisou a ocorrência de L.

monocytogenes em 281 amostras de linguiças, e verificou que 10% das

amostras estavam contaminadas com este patógeno.

Em um hospital na Alemanha, WINTER et al. (2009) relataram a

ocorrência de um surto com 16 casos de listeriose causado pelo consumo de

salsichas.

Amostras de linguiças foram analisadas por GORMLEY et al. (2010) em

Londres. Observaram-se que das 1642 amostras, 0,9% estavam com

qualidade microbiológica insatisfatória em relação a L. monocytogenes, E. Coli

e S. aureus.

Linguiça foram analisadas por HAJMEER et al. (2011) na Califórnia,

antes e após a defumação. Observaram-se que o processo de defumação foi

eficaz contra o Campylobacter jejuni, redução de 2.3 × 106 UFC/g para <10

UFC/g; Escherichia coli de O157:H7, de 1,7 × 108 UFC/g para <10 UFC/g;

Listeria monocytogenes, de 3 × 1010 UFC/g para 3,5 × 102 UFC/g; Salmonella

enterica de 9,8 × 106 UFC/g para <10 UFC/g.

OSAILI et al. (2011), na Jordânia, isolaram L. monocytogenes em 9

(30%) amostras de salsicha.

Microrganismos patogênicos como, Listeria monocytogenes, Salmonella

enterica e E.coli foram encontradas em linguiças na Espanha por CASQUETE

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et al. (2012). Clostridium sulfito redutores também foram isolados, porém em

quantidades a baixo da estabelecida pela legislação (1,9x10³ UFC/g).

Os estudos apresentados revelam que há relatos de microrganismos

patogênicos e de indicadores de falta de higiene no processamento de linguiça

frescal e salsicha, mostrando que padrões de higiene devem ser mais rigorosos

e que deve-se ter maior preocupação na elaboração deste produto quanto à

qualidade microbiológica e ter uma melhor fiscalização da fabricação e

comercialização.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A linguiça tipo frescal apresenta fatores intrínsecos favoráveis para o

crescimento de patógenos, é um produto muito manuseado e permanece

estocado sob temperatura de refrigeração até o consumo o que possibilita o

crescimento de bactérias psicrotófica patogênicas.

A salsicha é um produto cozido, e com isto deveria ter redução dos

microrganismos, entretanto, com este trabalho observa-se que vários tipos de

patógenos e indicadores podem ser encontrados neste tipo de produto.

A carência de boas práticas na fabricação de embutidos e o não

cumprimento aos padrões higiênico-sanitários pode resultar em produtos

contaminados, tornando-se um risco à saúde do consumidor.

Relatos deste trabalho mostram que os riscos microbiológicos em

linguiça do tipo frescal e salsicha são considerados altos, portanto deve-se

enfatizar a importância da consciência dos consumidores no preparo adequado

dos alimentos. Estes produtos devem ser armazenados em temperaturas ideais

e cozidos corretamente para diminuir estes riscos.

A ameaça alimentar aponta possivelmente para contaminação química,

física ou biológica, podendo decorrer em doenças veiculadas por alimentos.

Portanto, é fundamental a adoção de ferramentas de gerenciamento para a

segurança alimentar como boas práticas de fabricação e análise de perigos e

pontos críticos de controle. Tais ferramentas, se adotadas, permitem aferir

melhoria nos processos e, por conseqüência, na qualidade dos alimentos.

Estas ações refletem e culminam na qualidade de vida da população e nas

relações comerciais sob o ponto de vista agroindustrial.

Deve-se ressaltar a importância da qualidade da matéria prima alimentar

empregada, mas também não menos importante deve-se mencionar os

treinamentos e qualificação de manipuladores para que a higiene operacional e

pessoal, a sanitização e a higiene operacional em qualquer processo de

produção de alimentos.

Padrões rigorosos, melhor e maior fiscalização na fabricação dos

produtos, especificamente nesta revisão apontados, devem ser medidas jamais

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18

negligenciadas, pois os relatos descritos neste trabalho demonstram que a

saúde do consumidor pode estar em risco.

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19

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